Você está na página 1de 8

Farmacologia – Segundo Roteiro Bárbara Jeovanna

porém que não deprimam de forma considerável o


Introdução sistema cardiovascular
Composição: derivados do amônio quaternário Utilidade dos bloqueadores neuromusculares: cirurgias
Possui estrutura similar à acetilcolina em que o tônus basal muscular seja impróprio para a
Essa semelhança permite que os bloqueadores realização de certos procedimentos (relaxamento com
neuromusculares ocupem os receptores de acetilcolina objetivo clínico terapêutico)
da junção neuromuscular Principais Drogas que Agem no Sistema
Função da Anestesia: bloqueio dos reflexos
autonômicos
Nervoso Motor

Sistema Nervoso Autônomo (Sistema Neurovegetativo ou Relaxantes Neuromusculares Não Despolarizantes


Sistema Nervoso Visceral) é a parte do Sistema Nervoso Relaxantes Neuromusculares Despolarizantes
que está relacionada ao controle da vida vegetativa, isto Esses grupos se diferem em relação:
é, controla a respiração, circulação sanguínea,
temperatura e digestão Características de mecanismo de ação
Características de Mecanismo de Reversão
Como os bloqueadores neuromusculares tem função Tempo de ação
anestésica, seu principal objetivo é abolir os reflexos Indicação
autonômicos e promover o relaxamento muscular, sem, Anatomia e Fisiologia da Junção
contudo, deprimir de forma considerável o sistema
cardiovascular Neuromuscular
A maioria dos anestésicos apresenta, como efeito
adverso, a depressão do sistema cardiovascular
Como a Depressão Cardiovascular Ocorre?

Cronotropismo +
Inotropismo + Redução da
Uso de anestésicos
barinotropismo frequência cardíaca
cardíacos

Redução da Vasodilatação
Redução da pressão
resistência vascular periférica também
arterial
periférica é gerada

Hipovolemia
Redução do débito importante em As fibras que inervam os músculos estriados
cardíaco anestesias de altas
doses esqueléticos partem diretamente do Sistema Nervoso
Central, sem a necessidade de formação de gânglios
É preciso aplicar anestesias balanceadas no paciente, (situação que ocorre no Sistema Nervoso Autônomo)
isto é, anestesias que gerem bom relaxamento muscular,

Babie
Farmacologia – Segundo Roteiro Bárbara Jeovanna
Desencadeada por uma
Gânglios Nervosos são estruturas constituídas por descarga de acetilcolina
Descarga estimula os
aglomerados de corpos celulares de neurônios situados receptores nicotínicos
na placa motora
fora do sistema nervoso central. Aparecem como
dilatações em certos nervos

Receptores nicotínicos =
canais iônicos que Despolarização da
Fibras Colinérgicas: permitem a entrada de membrana
sódio

Função: Inervam a musculatura esquelética


Liberam o neurotransmissor acetilcolina na placa
neuro-motora
Abertura dos canais de
Aumento citoplasmático
Essa liberação de neurotransmissor vai desencadear cálcio de membrana e
dos íons cálcio
dos túbulos T
a contração
Observação: o receptor presente na placa motora é
do tipo nicotínico
Mudança conformacional
Junção Neuromuscular nos íons de actina e
miosina, responsáveis
pela contração
Conceito: botão nervoso terminal separado de uma
placa motora por meio de uma fenda sináptica
Placa Motora Tipos de Bloqueadores Neuromusculares
Densamente povoada por receptores colinérgicos do e Bloqueio Neuromuscular
tipo nicotínico
Ligação direta aos túbulos T da fibra muscular Conceito: substâncias capazes de interromper a
transmissão nervosa entre o terminal nervoso motor e
Como Ocorre a Contração Muscular? a fibra muscular esquelética
Consequências: relaxamento muscular e, até mesmo,
a paralisia
Podem ser divididos em dois grupos:
Bloqueadores Neuromusculares Adespolarizantes
Sinônimos
Não despolarizantes
Competitivos
Despolarizantes do tipo 2
Ação
Evitam a ativação do receptor pela acetilcolina
Ação antagonista
Medicamentos Antagonistas – agem como bloqueadores dos
receptores, sendo assim, diminuem as respostas dos
neurotransmissores, presentes no organismo

Babie
Farmacologia – Segundo Roteiro Bárbara Jeovanna
Exemplos
Liberação de Despolarização
Estímulo do
Tubocuraina acetilcolina na
receptor
da membrana
fenda da junção por meio de
nicotínico
Gelamina neuromuscular trocas iônicas

Pancurônio
Alcurônio Ação que Ocorre com o Uso de Fármacos
Atracúrio Adespolarizantes
Verucônio
Fármaco em maior
Cisatracúrio Liberação do fármaco Competição por Ach concentração na
fenda

Bloqueadores Neuromusculares Despolarizantes


Sinônimos Impede a abertura do Não gera nenhuma Ligação ao receptor
canal nicotínico atividade intrínseca nicotínico
Não competitivos
Despolarizantes do tipo 1
Ação
Ativam os receptores de maneira semelhante à Não ocorre contração
muscular
acetilcolina
Medicamento Agonista – ações ou estímulos Ações Secundárias dos Bloqueadores Neuromusculares
provocados por uma resposta, referente ao Adespolarizantes
aumento (ativação) ou diminuição (inibição) da Ocupação de receptores pré-sinápticos, localizados
ti id d l l
Ação agonista no terminal nervoso
O relaxamento muscular se dá depois da ativação Esses receptores regulam a liberação de
passageira dos receptores de acetilcolina acetilcolina, prejudicando a mobilização da mesma dos
locais de síntese para os locais de liberação
Exemplos
Reduz a quantidade de acetilcolina liberada,
Succinicolina
contribuindo ainda mais para a eficácia do
Decametônio
medicamento
Bloqueio Adespolarizante
Bloqueio de canais abertos
Bloqueio competitivo causado por fármacos O canal previamente aberto pela acetilcolina é
Ação farmacológica: ligação aos receptores de ocupado e obstruído pela molécula no bloqueador
acetilcolina, impedindo a abertura do canal iônico e, neuromuscular adespolarizante, que é muito grande
consequentemente, do potencial de placa terminal e não consegue atravessá-lo
Esses fármacos competem pela acetilcolina pelo
Características do Bloqueio Adespolarizante
receptor
Ausência de fasciculação
O resultado (de quem vai se ligar ao receptor)
Conceito de fasciculação: suave espasmo
depende em qual elemento está a maior concentração
muscular que precede o bloqueio neuromuscular dos
Esses relaxantes musculares têm como mecanismo o
despolarizantes
bloqueio de receptores nicotínicos, de modo a impedir a
ação da fibra muscular antes que a mesma se despolarize
Ação Fisiológica Esperada da Contração

Babie
Farmacologia – Segundo Roteiro Bárbara Jeovanna
Processo reversível farmacologicamente
Administração de anticolinesterásicos Diafragma  Laringe, Intercostais, Orbicular ocular
Gera relaxamento muscular flácido  Membro superior e inferior, musculatura
Fadiga abdominal  adutor do polegar  face, faringe,
Responsável pela fadiga: diminuição na quantidade mastigação, deglutição, pálpebras
de acetilcolina liberada + bloqueio dos receptores pós-
Importância da ordem: determinar, com a contração
sinápticos
do polegar, a função normal do diafragma
Presença de potenciação pós-tetânica
Conceito de tétano: estimulação de alta Bloqueio Neuromuscular Despolarizante
frequência do estimulador de nervos periféricos
Bloqueio não competitivo
Acelera o processo de mobilização de acetilcolina
Fármacos que mimetizam a acetilcolina
no terminal, antagonizando a ação pré-sináptica do
Ação
bloqueador adespolarizante
Fenômeno permanece por um curto período de Bloqueador age no
Dessensibilização Relaxamento muscular
tempo, após cessar-se a estimulação tetânica receptor de acetilcolina

Qualquer estímulo aplicado nesse período vai


liberar uma quantidade de acetilcolina maior do que o Abertura dos canais Canais de sódio se
Nova contração só ocorre
se o bloqueador tiver
iônicos acomodam a situação saído da placa terminal e
normal, pois o processo de mobilização está ativado a mesma se repolarizar

Essa situação faz com que o bloqueador


adespolarizante seja deslocado do receptor de Ach, Gera um potencial de
Placa permanece
despolarizada por um
ação no músculo
tempo prolongado
gerando uma resposta de maior intensidade
(potenciação pós-tetânica)
A fadiga faz com que o músculo deixe de se Fasciculação (contração
muscular passageira)
Fármaco continua a
ocupar o receptor

contrair com o estímulo


Antagonismo do bloqueio por bloqueador O relaxamento muscular provocado por esse tipo de
despolarizante fármaco possui duas fases
Deslocamento do bloqueador neuromuscular
Primeira fase – Fase colinomimétrica
adespolarizante do receptor, ativando-o ou
Droga despolariza o receptor de maneira organizada,
permitindo que a Acetilcolina o ative
cria uma pequena contração (fasciculação), mas
Relaxamento muscular alcançado de forma mais lenta
dessensibiliza os receptores nicotínicos, impedindo o
Tempo: 3 a 4 min (tempo maior do que com a
trânsito de íons
administração de bloqueadores neuromusculares
Segunda fase – Fase Colinolítica
despolarizantes)
Efeito relaxante ou colinolítico, em que os canais de
O nível máximo é o momento oportuno para
sódio dessensibilizam-se e se fecham, causando o
realizar laringoscopias ou intubações
relaxamento espástico
Observação
Características do Bloqueio Despolarizante
Os diversos grupos musculares apresentam
sensibilidade diferente aos bloqueadores Presença de fasciculação muscular precedendo o
bloqueio
neuromusculares
A fasciculação não é um efeito desejado
Ordem da Musculatura Mais Resistente Para a
Menos Resistente Deve ser evitada por meio da dose de
preparação
Babie
Farmacologia – Segundo Roteiro Bárbara Jeovanna
Promove relaxamento espástico Dose para intubação: 0,5 a 0,6 mg/kg
Bloqueio irreversível Se a traqueia já estiver entubada, a dose inicial passa
Os medicamentos anticolinesterásicos acentuam a ser: 0,2 a 0,4 mg/kg
ainda mais o relaxamento por inibir a enzima Efeitos colaterais: hipertensão e taquicardia
pseudocolinesterase (liberação de histamina e bloqueio ganglionar)
Ausência de fadiga
Pancurônio
A fadiga dependa da quantidade de acetilcolina
liberada, como não ocorre alteração, não há fadiga Um dos mais utilizados
Ausência de potencialização pós-tetânica Apresentação: ampolas de 2ml contendo 2mg/ml
Potencialização do bloqueio por anticolinesterásicos Pico de ação: lento
Inibem a pseudocolinesterase Duração: prolongada
Prolonga a ação da succinilcolina Dose recomendada para intubação traqueal: 0,08 a
Relaxamento muscular máximo mais rapidamente 0,12 mg/kg
alcançado Efeitos Colaterais: bloqueio vagal discreto, aumento
Tempo: 1 a 2 minutos médio de 20% na frequência cardíaca e 10% na pressão
O nível máximo é o ideal para a realização de arterial
laringoscopias ou intubações
Galamina
Bloqueadores Neuromusculares
Composto sintético
Adespolarizantes Apresentação: ampolas de 2ml contendo 20mg/ml
Potencialmente podem estimular a liberação de Pico de ação: rápido (substância pouco potente)
histamina Tempo de intubação: 2 minutos
A resposta dos mesmos varia com diversos fatores Efeito colateral: bloqueio vagal importante
Idade Alcurônio
Função renal
Anestésicos usados no transoperatório Derivado sintético da toxiferina
É importante que as dosagens administradas sejam Apresentação: ampolas de 2ml contendo 5mg/ml
ajustadas para cada paciente, com o uso do estimulador Pico de ação: lento
dos nervos periféricos Duração prolongada
Dose para intubação: 0,2 a 0,3 mg/kg
Classificação Efeito colateral: leve bloqueio vagal
Varia de acordo com a duração do tempo efetivo de Doxacúrio
relaxamento muscular
Bloqueadores Adespolarizantes de Longa Duração Bloqueador adespolarizante mais potente
Pico de ação: muito longo (6 a 10 minutos)
D-tubocaraina Não é uma boa opção para intubação
Primeiro bloqueador usado na prática Efeitos colaterais: não há no sistema cardiovascular
em doses clínicas, porém doses altas podem levar a
Histórico & Etimologia: recebe esse nome por ser
liberação de histamina
obtida do extrato de uma planta chamada curare
Pico de Ação: lento Pipecúrio
Duração: prolongada
Babie
Farmacologia – Segundo Roteiro Bárbara Jeovanna
Derivado do Pancurônio Pico de ação: mais curto
Início: lento Tempo de intubação: 60 a 90 segundos (boas
Duração: longa condições)
Efeitos colaterais: não há no sistema cardiovascular, Dose para intubação: 0,6 a 1 mg/kg
mesmo em doses altas (Pancurônio que não causa Efeitos colaterais: não apresenta efeitos sobre o
taquicardia) sistema cardiovascular quando administrado em doses
Bloqueadores Adespolarizantes de Duração clínicas
Intermediária Bloqueadores Adespolarizantes de Duração Curta

Vecurônio: Mivacúrio

Dose para intubação: 0,1 a 0,15 mg/kg Relaxante de curta ação


Tempo de intubação: 2 a 3 minutos Pico de ação: intermediário
Sofre metabolismo hepático Pode ser usado para intubações em situações
Efeitos colaterais: ausentes no sistema eletivas e para manutenção do relaxamento muscular em
cardiovascular (mais indicado para cardiopatas) procedimentos curtos (15 e 45 minutos)

Atracúrio Rapacurônio

Apresentação: ampolas de 2,5 ou 5 ml contendo 10 Novo bloqueador


mg/kg Análogo ao Vecurônio
Não apresenta metabolização hepática ou eliminação Ação curta
renal Pico de ação: rápido
Degradação: eliminação de Hoffman e por hidrólise Reversão: fácil
esterástica Tempo de intubação: 60 a 90 segundos
Efeitos colaterais em doses acima de 0,5 mg/kg: Efeitos Colaterais dos Bloqueadores Neuromusculares
liberação de histamina, hipotensão arterial, taquicardia e Adespolarizantes
eritema cutâneo
Indicação: pacientes com déficit na função hepática
e/ou renal

Cisatracúrio

Pico de ação: um pouco mais longo que o do Atracúrio


Duração: um pouco mais linga que a do Atracúrio
Bloqueadores Neuromusculares
Dose para intubação traqueal: 0,1 a 0,15 mg/kg
Tempo de intubação: 2 a 3 minutos Despolarizantes
Degradação: eliminação de Hoffman
Dois representantes
Muitas vezes substitui o Atracúrio por possuir
Succiolina
características semelhantes e não provocar liberação de
Decametônio
histamina
Decametônio
Rocurônio

Babie
Farmacologia – Segundo Roteiro Bárbara Jeovanna
Bloqueio de características semelhantes às da Intubação eletiva e relaxamento muscular intra-
succiolina operatório
Início mais lento Cirurgias
Duração mais prolongada Relaxamento muscular durante a cirurgia
Eliminação: rins Ação duradoura e reversível
Já deixou de ser utilizado há muito tempo Afecções espáticas
Trismo (cerração involuntária da boca)
Succiolina
Tétano
Duração de ação: curta Controle das convulsões
Sofre rápida hidrólise pelas pseudocolinesterase Epilepsias
(enzima produzida pelo fígado) Intoxicação anestésicos locais
Uso limitado a inúmeros efeitos colaterais Eletroconculsoterapia
Fármaco de escolha para casas de intubação rápida, Manobras ortopédicas
tratamento de laringoespasmo e controle de convulsões Laringoscopia
por anestésicos locais Broncoscopia
Tempo para a despolarização: 1 a 2 minutos após Controle da ventilação
administração
Interação dos Bloqueadores
Molécula quebrada e inativada: em 6 minutos
Neuromusculares
Efeitos Colaterais dos Bloqueadores
Despolarizantes Anestésicos inalatórios
Antibióticos
Fasciculação e mialgia pós-operatória Cálcio e magnésio
Estímulo ganglionar Anestésicos locais
Hipercalemia Anticolinesterásicos
Aumento de pressão intraocular
Aumento de pressão intragástrica Situações Especiais
Bloqueio de fase II Sexo
Hipertermia maligna Obesidade
Aumento da pressão intracraniana em alguns Temperatura
pacientes Idosos
Uso Clínico dos Bloqueadores Doença hepática
Doenças neuromusculares
Neuromusculares Equilíbrio ácido básico
Intubação traqueal de urgência Desequilíbrio hidroeletrolítico

Babie
Farmacologia – Segundo Roteiro Bárbara Jeovanna

♣ Efeitos colaterais muscarínicos (aumento da


Introdução
salivação, sudorese, lacrimejamento, broncoespasmo,
♣ Principais antídotos miose, bradicardia, aumento na motilidade intestinal)
♣ A recuperação do efeito dos bloqueadores ♣ Esses efeitos colaterais são amenizados pela
neuromusculares pode ocorrer espontaneamente atropinização (uso de bloqueador muscarínicos atropina)
(metabolismo e excreção) ou pela administração realizada antes da reversão por anticolinesterásicos
antagonista de fármacos (anticolinesterásicos) ♣ O bloqueio sempre deve ser feito ao final da cirurgia,
♣ Principal objetivo: reversão do bloqueio para a menos que existam sinais inequívocos de recuperação
restabelecer a força muscular a fim de que o paciente ou quando se planeje deixar o paciente intubado e em
ventile adequadamente, não sofra aspiração e nem respirador pós-operatório.
obstrução de via aérea
Neostigmina
♣ Mais utilizado no Brasil
♣ Serve de substrato para acetilcolinesterase
♣ Pico de ação: em torno de 7 minutos
♣ Duração do efeito: 1 a 2 horas
♣ Eliminação: renal
♣ Vantagens: baixo custo e capacidade de reversão
eficaz e previsível tanto para bloqueios intensos e
superficiais
Edrofônio
♣ Ação mais rápida
♣ Efeitos colaterais menos intensos que a neostigmina
♣ Pico de ação: em torno de 1 minuto
♣ Não é uma boa opção para reversão dos
bloqueadores neuromusculares adespolarizantes de longa
duração
Piridostigmina
♣ Pico de ação: 10 a 13 minutos
Observações
♣ Os antídotos reversores aumentam as
concentrações de acetilcolina em vários outros locais,
inclusive nas sinapses pós-ganglionares parassimpáticas
Babie

Você também pode gostar