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SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO Classificação

Conceitos históricos
O estudo do SNP foi, desde sempre, central ao estudo
experimental da fisiologia e farmacologia.
É simples do ponto de vista anatómico e o numero de
neurónios também é limitado.
Durante muitos anos acreditou-se que a neurotransmissão
ao nível do SNC era um fenómeno exclusivamente eléctrico,
entretanto percebeu-se que a administração de
determinadas substâncias permitia obter efeitos
semelhantes aos de estímulos elétricos.

Quer no simpático como no parassimpático há 2 neurónios


em série- pré ganglionar e pós ganglionar.
Ex: A muscarina é um agonista de recetores colinergicos, que
O neurónio pré ganglionar liberta sempre o
estimula recetores implicados na neurotransmissão ao nivel
neurotransmissor acetilcolina que atua nos recetores
do sistema nervoso parassimpático- mimetiza a ação da
polinergicos nicotinicos o que gera um impulso de natureza
acetilcolina, há uma estimulação conseguida pelo nervo
eléctrica transmitido ao longo do axónio que induz a
vago.
libertação de acetilcolina junto dos órgãos alvo, esta atua
Ex: A atropina é um antagonista mustarinico, bloqueia os
nos recetores colinergicos muscarinicos ou recetores
recetores e os efeitos da muscarina e da estimulação do
colinergicos tipo alfa ou beta.
nervo vago.
Ex: Há exceções como as glândulas sudoríparas que são
colinergicas em vez de adrenergicas.
As células da medula adrenergica produzem e libertam
adrenalina e noradrenalina por estimulação de acetilcolina.
No sistema nervoso somático anatomicamente há uma
Apos a estimulação do nervo vago de uma rã recolheu-se
grande simplicidade de neurónios nos nervos. Um único
fluido do coração e transferiu-se para outra rã.
neurónio faz a estimulação de músculos esqueléticos.
Verificaram-se os mesmos efeitos: havia uma substância
A transmissão axonal é através de canais de sódio (impulso
(neurotransmissores, neste caso acetilcolina) no fluido que
elétrico), quando o impulso chega ao músculo há libertação
provocavam o efeito.
de neurotransmissores armazenados em vesículas sináticas
que levam á ativação de recetores e contração (sinal
quimico).
Sistema nervoso somático S. N. Simpático
-“Liga” o SNC à fibra múscular esquelética -As fibras emergem da medula espinal de raizes toráxicas e
-Permite o controlo voluntário da contração do músculo lombares
esquelético -Cadeia de gânglios paravertebrais e formam uma sinapse
-Conjunto de vias eferentes formadas por neurónio único numa cadeia de gânglios
-Regula a contracção/relaxamento do músculo esquelético -Gânglios pré-vertebrais na cavidade abdominal (fibras pós-
• Mediador químico = acetilcolina ganglionares destinadas a órgãos abdominais e pélvicos)
• Receptor colinérgico nicotínico -A medula adrenérgica é uma exceção, a fibra pré ganglionar
vai diretamente para o órgão alvo

Mediador químico:
• pré-ganglionar = acetilcolina
• Pós-ganglionar = noradrenalina*
Receptor:
• Pré-ganglionar = colinérgico nicotínico
• Pós-ganglionar = adrenérgico alfa/beta
Sistema nervoso autónomo
-“Liga” o SNC ao resto do organismo (excepto músculo
Situações de perigo eminente (luta ou fuga)- involuntário
esquelético)
-Involuntário
-Conjunto de vias eferentes formadas por 2 neurónios em
série (pré-gangliónico e pós- gangliónico)
Regula:
• Contracção/ relaxa- mento do músculo liso
• Secreções exócrinas (e algumas endócrinas)
• Frequência cardíaca
• Metabolismo energético (fígado e músc.
esquelético)
S. N. Simpático vs Parassimpático
S. N. parassimpático
-Estão sempre a funcionar no nosso quotidiano
-Raizes cranianas (III, VII, IX, X) e sacrais -Funções fisiológicas distintas, não necessariamente
-Gânglios muito próximos do órgão alvo antagónicas
-Há uma fibra pré ganglionar que forma sinapse com pós Ex: Nas glândulas salivares desencadeiam a mesma função
ganglionares -Controlo fisiológico contínuo de órgãos específicos em
-Neurónios pós-ganglionares muito curtos (por vezes não se condições normais (maior ou menor actividade em det.
percebe se o gânglio já está a atuar no recetor) órgão de acordo com a necessidade do momento)
Mediador químico: acetilcolina
Receptor: Sistema nervoso entérico
• Pré-ganglionar = colinérgico nicotínico -Mais complexo
• Pós-ganglionar = colinérgico muscarínico -Neurónios dos plexos da parede do tracto GI
-Outros neurotransmissores
Ativo em situações pós-pandiais -Fibras simpáticas e parassimpáticas enervam músculo liso,
glândulas, vasos e comunicam com nervos entéricos
-Controlo “autónomo” das f. motora/secretora do intestino
Farmacologia do Sistema nervoso periférico

Alvos de intervenção farmacológica

1: captação de precursores
2: síntese do transmissor
3: armazenamento do transmissor em vesículas
4: degradação do transmissor excedente
5: despolarização por potencial de ação propagado
6: influxo de Ca2+ em resposta à despolarização
7: liberação do transmissor por exocitose
8: difusão para a membrana pós-sináptica
9: interação com receptores pós-sinápticos
10: inativação do transmissor
11: recaptação do transmissor ou produtos de degradação
pelos terminais nervosos
12: captação do transmissor por células não neuronais
13: interação com receptores pré-sinápticos

Qualquer etapa da neurotransmissão á exceção da 8 nós


temos substâncias ao nosso dispor que interferem com essas
etapas.

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