Você está na página 1de 5

https://youtu.

be/jYlr3G9yB8s
Speaker1: [00:00:00] Albert Einstein é considerado um dos maiores gênios da história
da humanidade, especialmente pelas suas grandes contribuições para a física e ciência
em geral. Ele é especialmente conhecido não só pela teoria da relatividade, mas sim
pelas suas duas teorias da relatividade que foram desenvolvidas no começo do século
XX. A primeira delas é a teoria da relatividade restrita, que descreve o movimento de
objetos e de campos eletromagnéticos. Só um lembrete a luz é um campo
eletromagnético na ausência de campos gravitacionais. Resumindo bastante, a
relatividade restrita introduz duas ideias novas para os físicos da época. A primeira é
que a velocidade da luz é constante para todo o referencial. Isso significa que, se você
estiver se movendo quase na velocidade da luz, você ainda vai ver a luz se movendo
na velocidade da luz em relação a você. O universo é estranho, só que não fui eu que
fiz as regras. A segunda é que as leis da física que regem o universo continuam as
mesmas, independente de se você estiver em um foguete bem rápido ou estacionado
no mercado. Segundo o próprio Einstein, a relatividade restrita foi uma boa ideia, mas
não foi uma ideia genial. E eu preciso fazer uma nota aqui, dizer que eu discordo
bastante dessa afirmação dele. De acordo com ele, a teoria da relatividade restrita
eventualmente teria sido desenvolvida por outra pessoa caso ele não tivesse feito isso.
As principais ideias já estavam sendo debatidas por diversos outros físicos e já tinham
pessoas bem próximas da mesma conclusão, para ser sincera.

Speaker1: [00:01:17] Só que o mesmo não é verdade para a teoria da Relatividade


Geral, que descreve como objetos e campos eletromagnéticos se movem na presença
de gravidade. Existiam poucas evidências científicas que apontassem para a
necessidade de uma nova teoria da gravitação. Para todos os efeitos, a teoria da
gravidade que Newton desenvolveu estava de bom tamanho. O desenvolvimento da
relatividade geral foi, de fato, um salto genial para o nosso entendimento do universo. E
é difícil imaginar outra pessoa que poderia ter tido essa ideia no começo do século XX,
se não um gênio como o Albert Einstein. Esse vídeo vai explicar as idéias por trás da
relatividade geral ou, como Einstein diria. Esse é um vídeo explicando o pensamento
mais feliz da vida dele. Na verdade, ele disse do pensamento mais feliz da vida dele.
Não que ia ter um vídeo que explica você entender. Antes de começarmos a falar de
Relatividade Geral e Gravitação, eu preciso lembrar uma coisa sobre a relatividade
restrita que historicamente veio primeiro. A relatividade restrita introduz a ideia de que
espaço e tempo não são duas coisas diferentes. De uma maneira mais fundamental,
eles são como se fossem duas direções diferentes das quatro dimensões do espaço
tempo. Isso nos deixa com três dimensões de espaço e uma dimensão de tempo,
totalizando quatro dimensões. E a consequência mais importante disso é que mudar o
seu movimento no espaço também muda o seu movimento no tempo. Se você for mais
rápido, o tempo passa para você mais devagar do que para alguém que ficou parado.

Speaker1: [00:02:39] Tanto é que alguns astronautas são um pouco mais jovens do
que eles deveriam ser por causa do tempo que eles passaram se movendo
rapidamente em órbita da Terra. Mas não tenho pesadelos com isso ainda, porque
essa diferença é bastante pequena. Tendo isso em mente, nós vamos começar com o
objetivo da Teoria da Relatividade Geral, que é descrever como a matéria se move na
presença de campos gravitacionais e, por consequência, descrever como a matéria
gera a própria gravidade. Pra entender por que o raciocínio do Einstein foi tão genial,
nós precisamos deixar duas coisas muito claras. A primeira delas o que é exatamente o
movimento? E a segunda, o que é exatamente a gravidade? E por favor, não pare o
vídeo. Eu juro que isso vai ser mais interessante do que suas aulas de geometria no
ensino médio e vai envolver tobogãs e yorkshires. Essa série, eu prometo. Vamos
começar pelo movimento. A definição é bem simples O estudo do movimento na física
é o estudo de como a posição de um corpo muda com o tempo. Para descobrir qual é o
movimento de um corpo, nós precisamos saber as forças que atuam sobre ele. E
sabendo as forças, nós podemos determinar a aceleração usando a fórmula força é
igual a massa vezes aceleração. Uma vez que sabemos a aceleração, é fácil
determinar como um corpo vai se mover. Então, resumindo, isso tudo é entender o
movimento e entender a aceleração. Deixem isso bem guardado em meu HD do
cérebro de vocês.

Speaker1: [00:03:52] Por outro lado, segundo a física clássica, a gravidade é uma
força que depende da massa dos corpos envolvidos e da distância entre eles. Sabendo
a expressão para a força da gravidade, você simplesmente usa igual M.A para
determinar a aceleração e, por consequência, o movimento dos corpos envolvidos. O
importante aqui é entender que a gravidade é um efeito que a matéria causa em
matéria a distância. Einstein estava convencido de que pensar na gravidade como uma
força não estava perfeitamente correta. Era necessário pensar em uma nova forma de
ligar a gravidade e o movimento dos corpos afetados por ela, como acabamos de ver.
Para determinar o movimento, tudo o que precisamos é da aceleração. Então Einstein
queria determinar como a gravidade causa a aceleração. E foi um experimento mental
que levou Einstein ao pensamento mais feliz da vida dele. Imagine que você está em
um elevador em cima de uma balança e você está em cima da balança, não um
elevador. Só pra ficar bem claro quando o elevador está parado, você sente o seu peso
normalmente e a balança mostra isso. Quando o elevador começa a subir, você vai se
sentir ligeiramente mais pesado e da mesma forma, o valor na balança vai subir um
pouco. Se o elevador começa a descer, o contrário acontece. Você se sente
ligeiramente mais leve e o valor? Na balança é ligeiramente menor. Só que agora
imagine a versão extrema desse último caso. Se o cabo do elevador quebrar, você
começa a cair e com isso você não vai mais sentir o seu peso.

Speaker1: [00:05:09] Você vai estar em queda livre e a balança também não vai
marcar valor algum e vai parecer flutuando junto com você. Nessa situação, você está
flutuando enquanto acelera e o campo gravitacional, e essa situação é equivalente a
flutuar no vazio do espaço, porque no vazio do espaço você também não sentiria o seu
peso e nesse caso não existiria nem aceleração e nem gravidade. Durante a queda
livre existe aceleração e gravidade e você flutua. Já no vácuo você flutua. Sem essas
coisas, a gravidade e a aceleração se cancelaram. A relação entre cair dentro de um
elevador e flutuar no espaço é tão grande que se o seu elevador não tivesse janelas e
você estivesse em queda livre, você não teria como dizer se você está caindo ou
flutuando dentro de um elevador no meio do espaço. Isso aponta para uma relação
íntima entre as duas quantidades. Imagine agora uma última situação você está dentro
de uma nave, acelerando a 9,8 metros por segundo ao quadrado, a mesma aceleração
do campo gravitacional da Terra. E você sobe numa balança na nave. Essa balança vai
marcar o exato mesmo peso que se você estivesse na Terra. Ou seja, acelerar numa
nave tem o mesmo efeito de estar num campo gravitacional. Acelerar é como a
gravidade. E agora a ideia mais feliz do Einstein Gravidade, aceleração pura e
simplesmente aceleração. Sem forças envolvidas em cada ponto do espaço tempo que
a gravidade afeta.

Speaker1: [00:06:29] É como se existisse uma placa indicando a aceleração que um


corpo deve ter naquele ponto. A gravidade é um mapa de como objetos devem acelerar
nas proximidades de planetas e estrelas e outros corpos massivos. Só que como algo
pode acelerar se não existem forças envolvidas. Existe uma coisa na física que pode
alterar o movimento de um corpo sem depender diretamente de forças geometria. E
aqui vão estar os yorkshires que eu prometi. Eu vou começar com um exemplo simples
Imagine que você queira fazer um yorkshire cair 20 metros e você tem duas opções ou
você larga ele em uma queda livre e ele dá de cara no chão, ou você pode soltá lo
através de um tobogã em uma piscina refrescante do ponto de vista das forças
envolvidas. Os dois cenários são basicamente iguais e apenas a força da gravidade
puxando o Yorkshire pro chão. Só que no segundo caso a geometria do problema é
diferente. Existe um tobogã guiando a queda de forma precisa. O que determina a
diferença das duas quedas não é a força da gravidade, mas as curvas do tobogã. Ou
seja, a queda vai ser determinada pela geometria do tobogã. A geometria também é
capaz de determinar movimento ou de outra forma, geometria pode causar a
aceleração da gravidade. Então, em resumo, a gravidade é simplesmente o tobogã de
toda matéria e todos os planetas, estrelas e galáxias são na verdade, grandes
yorkshires. Se alguém perguntar se eu falei isso, eu vou negar.

Speaker1: [00:07:49] Sendo mais técnico, a gravidade é simplesmente a geometria do


espaço tempo que guia a aceleração dos corpos. Muitas vezes nós falamos que a
gravidade é a curvatura do espaço, mas isso não significa a mesma coisa. Quando um
asteroide se move através do espaço tempo, ele é movido de acordo com a curva do
espaço, e é isso que nós chamamos de gravidade. Da mesma forma, quando um trem
se move, ele simplesmente acelera em linha reta, e o que determina o caminho que ele
faz são as curvas ou geometria dos trilhos de trem. Mas a gravidade é gerada por
matéria. Então foi algum objeto massivo como uma estrela que curvou o espaço tempo.
O exemplo clássico disso é imaginar um lençol esticado. Se você rolar uma bolinha
pelo lençol, ela se move em linha reta. Agora, se você adicionar uma bola de futebol de
boliche no meio do lençol, ele se curva bastante, da mesma forma que o espaço tempo
se curva na presença de uma estrela. E se você rolar a bolinha novamente, ela vai ter o
seu percurso desviado pela curvatura do lençol que foi causada por causa da bola
maior. O asteroide foi desviado pela curvatura do espaço da mesma forma que a
bolinha foi desviada pela curvatura do lençol. Em nenhum momento o asteroide precisa
saber que a estrela está lá. Ele apenas tenta seguir o seu movimento em linha reta e,
por consequência, ele segue a curva do próprio espaço tempo. De acordo com a
relatividade Geral, a própria Terra está apenas tentando se mover em linha reta, mas a
curvatura do espaço mantém ela presa em uma órbita ao redor do Sol.
Speaker1: [00:09:13] E o mesmo é verdade para a própria luz. A luz sempre tenta se
mover em linha reta e, por consequência, ela segue a curvatura do espaço tempo. O
que a relatividade geral nos diz, de uma maneira resumida, é que a matéria diz para o
espaço como se curvar e a curva do espaço diz para matéria como se mover. Essa é a
sacada. Você não precisa de forças para descrever a gravidade. É muito mais natural
descrever como a própria geometria do espaço tempo, que são as próprias curvas do
universo. Com a teoria da Relatividade Geral, Einstein fez diversas previsões que
foram comprovadas em experimentos como o desvio da luz das estrelas próximas ao
sol. A luz das estrelas ficava próxima do sol, não elas. É bom fazer essa distinção ou o
cálculo preciso da órbita de Mercúrio, algo que a física newtoniana não era capaz de
fazer. E a relatividade? De geral também criou alguns monstros, como buracos negros
e buracos de minhoca. Mas essa é a beleza da teoria e nos fazer olhar para o universo
de um jeito que nós não imaginávamos. É literalmente pegar os nossos cérebros
ignorantes que estão dentro de uma caixa sem graça e nos obrigar a olhar tudo fora
dessa caixa. E para mim, não existe nada mais maravilhoso do que isso. Muito
obrigado e até a próxima.

Você também pode gostar