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IMERSÃO PEÇAS DELEGADO PCPE

O QUE VOCÊ VAI APRENDER HOJE

- Como identificar a peça profissional pedida pelo examinador

- Como estruturar a peça com os elementos que vão garantir a


máxima pontuação

- Revisar os fundamentos legais e jurídicos dentro de um modelo


coringa

- O modelo coringa, usado para garantir agilidade na escrita da


peça durante a prova

- Quais os elementos de pontuação mais relevantes para a banca


CESPE

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INFORMAÇÕES DO EDITAL PCPE CESPE/2023 [PROVA 2024]:

Componente Descrição Detalhes


Questões Teóricas Duas questões sobre - Extensão: Até 10 linhas cada
conhecimentos - Pontuação: 15 pontos cada,
específicos. totalizando 30 pontos.
Peça Avaliação de - Extensão: Até 60 linhas
Prático-Profissional conhecimentos - Pontuação: 70 pontos
específicos através de
uma peça.
Critérios de - Domínio do Conteúdo - NC: Máx. 56 pontos
Avaliação da Peça (NC) - NP: Máx. 14 pontos, calculado por
- Domínio da NP = 14 - (7 × NE ÷ TL)
Modalidade Escrita - Textos fora do local apropriado ou
(NP) que ultrapassem o limite de linhas
- Outros Critérios serão desconsiderados.
Cálculo da Nota na NPP = NC + NP - NP = 0,00 se NP < 0,00
Peça - Nota zero para fuga ao tema ou
ausência de texto.
Nota Final na Somatório das notas NFPD = NPQ + NPP
Prova Discursiva nas questões teóricas
(NFPD) e na peça
prático-profissional.
Critério de Nota mínima para NFPD deve ser igual ou superior a
Aprovação aprovação na prova 40,00 pontos.
discursiva P2.

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QUAIS PEÇAS PODEM SER COBRADAS:

A) PEÇAS INTERNAS:

a. Portaria (com e sem indiciamento)


b. Despacho de Indiciamento
c. Peças do Auto de Prisão em Flagrante

B) REPRESENTAÇÕES:

Categoria Tipo de Cautelar Fundamento Legal


Cautelares de Busca e Apreensão Domiciliar CPP, art. 240, § 1° e
Preservação de CF, Art. 5º XI
Provas
(Investigativas)
Interceptação de comunicações Lei 9.296/96, art. 3º, I
telefônicas e CF Art. 5º XII
Interceptação do fluxo de Lei 9.296/96, art. 3º e
comunicações em sistemas de CF Art. 5º XII
informática e telemática
Prisão Temporária Lei 7.960/89 e CF
Art. 5º, LXI
Sigilos financeiro, bancário e LC n°105/2001, art.
fiscal 1º, § 4º

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Cautelares de Prisão Preventiva CPP, art. 282, § 2º e
Preservação de CPP, arts. 311, 312 e
Direitos 313; CF Art. 5º, LXI
Medidas Cautelares da Lei CPP, art. 282, § 2º
12.403/2011
Pedido de Exame de CPP, art. 149, § 1º e
médico-legal de insanidade art. 150, § 2º
mental com pedido de internação
provisória
Busca e Apreensão de Art. 106 do ECA,
Adolescente Infrator além dos
fundamentos para
prisão preventiva
Medida Sequestro de móveis (quando CPP, art. 132
Assecuratória não cabível a busca e apreensão)
Sequestro de imóveis CPP, art. 127
Cautelares Especiais Medidas da Lei de Organizações Lei 12.850/13
Criminosas
Colaboração Premiada art. 4º, § 2º
Infiltração de agentes art. 10
Captação Ambiental Art. 3°, II
Infiltração de Agentes de Polícia art. 190-A, I, ECA
para a Investigação de Crimes
contra a Dignidade Sexual de
Criança e de Adolescente

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FLUXO DOS PROCEDIMENTOS INTERNOS NA POLÍCIA
JUDICIÁRIA

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MODELO CORINGA PARA QUALQUER REPRESENTAÇÃO


CRIMINAL1

MODELO CORINGA

5 Descrição Observações
Elementos
Endereça- Destinatário identificado. Dica: olhem a lista telefônica do
mento Exemplo: "Excelentíssimo TJPE [Varas Criminais e afins]
[modelo] Senhor Juiz de Direito da
Vara Criminal da Comarca de
[Localidade]".
Preâmbulo Identificação da autoridade Dicas:
[modelo] representante. - Nome da Peça visível.
- Use a tabela para
Exemplo: A Polícia Civil do memorizar aos poucos os
Estado ____, nesta, fundamentos
representado por seu
delegado de polícia
subscritor, com fundamento
no art. 144, §4º da

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Este modelo poderá ser usado para qualquer representação, bastando que se adeque a fundamentação com base
no Quadro Sinóptico, conforme modelos exemplos que disponibilizei mais abaixo.

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Constituição Federal e art. 2º,
§1º da Lei 12.830/13, vem, mui
respeitosamente perante
Vossa Excelência, com fulcro
no ____, representar pela
medida de ____, pelo prazo
(se for o caso), em face de
___, no endereço tal (se for o
caso)
Fatos Narrativa detalhada e Técnica da Dona Elza: seja
objetiva. Exemplo: "No dia objetivo
[Data], ocorreu [Descrever o
fato], conforme pode ser Perguntas jornalísticas: O que,
comprovado por [Evidências quando, onde, como, por que,
ou Testemunhas]". com qual meio, com qual
finalidade.

Cuida-se de inquérito
instaurado para apurar [...]

Tente escrever OS FATOS em


UM parágrafo.

Fundamen Argumentação Jurídica. Três


tos Exemplo:
"Conforme estabelecido pelo
Artigo [XXX] do [Nome da
Lei], é necessário e adequado
[Descrever o direito]".

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Conclusão Pedido claro e preciso.
Exemplo: "Diante do exposto,
representa-se [Descrever o
pedido específico]".

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MODELOS DE ENDEREÇAMENTO

JUSTIÇA ESTADUAL:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA PRIMEIRA VARA


CRIMINAL DE RECIFE-PE [OU DA CAPITAL]

TRIBUNAL DO JÚRI:

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA PRIMEIRA VARA


DO JÚRI DE RECIFE-PE [OU DA CAPITAL]

JUIZADO DE VIOLÊNCIA DOMÉSTICA

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO VARA DE VIOLÊNCIA


DOMÉSTICA E FAMILIAR CONTRA A MULHER NA COMARCA DA
CAPITAL

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Obs1.: Somente indique Vara de Entorpecentes se o comando da


questão te indicar que naquela comarca existe essa vara (ou ainda
indicar que é o Juízo prevento). Da mesma forma a Vara
Especializada em Delitos de Trânsito.

Obs2: Estude sempre a Lei de Organização Judiciária do local onde


irá fazer a prova.

Obs3: Fique atento também para o caso de o comando da questão


apontar que algum investigado possui foro privilegiado. Dessa
forma, você deverá endereçar ao Tribunal de Justiça, Superior
Tribunal de Justiça ou Supremo Tribunal Federal.

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COMO ESTRUTURAR OS FUNDAMENTOS

MODELO GERAL

Parágrafo Exemplo
Nos termos da Constituição Federal de 1988
1º: Fundamento Constitucional /
(CF/88), Art. 5º, LXI, e da Lei 7.960/89,
Legal
representa-se pela prisão temporária do
investigado, em virtude da necessidade de
cautela durante a fase de investigação do
crime de [natureza do crime], garantindo
assim a efetividade e integridade das
investigações em curso.

2º PEC.ISA Elementos de investigação: laudos,


testemunhas, reconhecimentos etc.

3º PERICULUM [in mora/in Fundamento específica: necessidade e


adequação da medida em si, com base na lei.
libertatis]

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ADAPTAÇÃO À REPRESENTAÇÃO POR TEMPORÁRIA

Parágrafo Exemplo de Redação para Pedido de Prisão Temporária com


Elementos do STF e Fundamento Constitucional
1º Parágrafo: Nos termos da CRFB/88, Art. 5º, LXI, e da Lei 7.960/89,
Fundamento representa-se pela prisão temporária do investigado, em virtude
Constitucional da necessidade de cautela durante a fase de investigação do
crime de [natureza do crime], garantindo assim a efetividade e
integridade das investigações em curso.
2º Parágrafo: Esta representação baseia-se na imprescindibilidade da prisão
Imprescindibilidade para temporária para as investigações do inquérito policial,
as Investigações comprovada por elementos concretos [detalhar evidências], e
não por meras conjecturas, evitando a utilização da prisão para
a investigação e respeitando o direito à não autoincriminação.
3º Parágrafo: Fundadas Existem fundadas razões, baseadas em provas concretas, que
Razões de Autoria ou indicam a autoria ou participação do investigado [Nome do
Participação Investigado] no crime de [especificar], conforme descrito no art.
1°, inciso III, da Lei 7.960/1989, sem recorrer à analogia ou
interpretação extensiva.
4º Parágrafo: A necessidade da prisão temporária é reforçada por fatos novos
Justificativa em Fatos ou contemporâneos [detalhar os fatos], que demonstram a
Novos ou urgência da medida para a preservação da eficácia da
Contemporâneos investigação e a prevenção da obstrução da justiça.
5º Parágrafo: Adequação A prisão temporária se justifica pela gravidade concreta do crime
à Gravidade do Crime e de [especificar], as circunstâncias do fato e as condições
Circunstâncias pessoais do investigado [Nome do Investigado], sendo uma
medida proporcional e necessária para o caso em questão.
6º Parágrafo: Considera-se que as medidas cautelares diversas, conforme os
Insuficiência de Medidas artigos 319 e 320 do CPP, não são suficientes no presente caso,
Cautelares Diversas exigindo-se a prisão temporária como instrumento mais
adequado para garantir a continuidade das investigações.

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PRISÃO TEMPORÁRIA
PRISÕES CAUTELARES [PREVENTIVA E TEMPORÁRIA] E SUAS
DIFERENÇAS PRÁTICAS

PRISÃO TEMPORÁRIA PRISÃO PREVENTIVA

Hipóteses legais: Hipóteses do arts. 311 e


Lei 7.960/89 seguintes do CPP
Lei 8.072/90

Nunca acompanha o Relatório Pode acompanhar o Relatório


Final Final

Cabe apenas na fase investigativa Cabe na fase pré-processual e


processual

Finalidade investigativa [ex.: Finalidade cautelar [ex.: proteger


reunir mais provas, realizar oitivas testemunhas]
etc.]

Em geral, é utilizada mais no Em geral, quando a investigação


início da investigação tiver madura

Não é a prisão adequada para Em caso de Lei Maria da Penha,


descumprimento de medidas é a prisão adequada para
protetivas na Lei Maria da Penha. descumprimento de medidas

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protetivas

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ANÁLISE DE PROVA

DELEGADO BAHIA - CESPE 2013

Em 17.09.2012 (segunda-feira), por volta de 0h50m, DOUGLAS


APARECIDO DA SILVA foi alvejado por 03(três) disparos de arma de
fogo quando se encontrava em frente à casa de sua namorada,
FERNANDA MARIA SOUZA, na rua Serafim, casa 12, no bairro Boa
Prudência, em Salvador – BA. A ação teria sido intentada por quatro
indivíduos que, em veículo sedã de cor prata, placa ABS 2222/BA,
abordaram o casal e cobraram, mediante ameaça de armas de fogo
portadas por dois deles, determinada dívida de Douglas, proveniente de
certa quantidade de crack que este teria adquirido dias antes, sem
efetuar o devido pagamento. [FATO]

Foi instaurado o competente inquérito policial, tombado no 21º Distrito


Policial, sob o número 0021/2012, para apurar a autoria e as
circunstâncias da morte de DOUGLAS, constando no expediente que,
na noite de 16/09/2012, por volta das 21 horas, a vítima se encontrou
com a namorada, FERNANDA, e, após passarem em determinada festa
de amigos, seguiram para a casa de FERNANDA, no bairro Boa
Prudência, onde DOUGLAS a deixaria; o casal estava em um veículo
utilitário de cor branca, placa JEL 9601/BA, de propriedade da vítima; na
madrugada do dia seguinte, por volta das 0h40m, quando já estavam

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parados em frente à casa de FERNANDA, apareceu na rua quando um
veículo sedã de cor prata, em que se encontravam quatro rapazes, que
cobraram DOUGLAS pelo “bagulho” e ameaçaram o casal com armas
nas mãos, quando um dos rapazes deu dois tiros para o alto, momento
em que DOUGLAS e FERNANDA se deitaram no chão.[FATO]
[DISPARO DE ARMA DE FOGO]

Em ato contínuo, um dos rapazes desceu do carro, chutou a cabeça de


DOUGLAS, e, em seguida, desferiu 03(três) disparos em sua direção,
atingindo-lhe fatalmente a cabeça e o tórax. DOUGLAS faleceu ainda no
local e os autores se evadiram logo após a conduta, lá deixando
FERNANDA a gritar por socorro. [FATO] [FATO TÍPICO DE
HOMICÍDIO]

Nos autos do inquérito, consta que foram ouvidos 02(dois) vizinhos de


FERNANDA que se encontravam, por ocasião dos fatos, na janela do
prédio vizinho e narraram, em auto próprio, a conduta do grupo,
indicando a placa do veículo sedã de cor prata (ABS 2222/BA) e a
descrição física dos quatro indivíduos. [PEC.ISA] [Ou seja, elementos
investigativos].

Na ocasião, foram apresentadas fotografias de possíveis suspeitos às


testemunhas, que reconheceram formalmente [PEC.ISA], conforme auto
de reconhecimento fotográfico, dois rapazes envolvidos nos fatos:
RICARDO MADEIRA e CRISTIANO MADEIRA.

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FERNANDA foi ouvida em termo de declarações e alegou conhecer dois
dos autores, em específico os que empunharam armas: CRISTIANO
MADEIRA, vulgo “Pinga”, que portava um revólver e teria desferido dois
tiros para o alto; e o irmão de CRISTIANO, RICARDO MADEIRA, vulgo
“Caveira”, que, portando uma pistola niquelada, desferira os 03(três)
tiros que atingiram a vítima. [FUMUS]

FERNANDA afirmou desconhecer os outros dois elementos e


esclareceu que poderia reconhecê-los formalmente, se fosse
necessário. [FUNDAMENTO]

Ao final, noticiou que se sentia ameaçada, relatando que, logo após o


crime, em frente à sua residência, um rapaz descera de uma moto e,
com o rosto coberto pelo capacete, fizeram menção que a machucaria
caso relatasse à polícia o que sabia. [FUNDAMENTO PARA PRISÃO]

Em complementação à apuração da autoria, buscou-se identificar,


embora sem êxito, outros dois indivíduos que acompanhavam
RICARDO e CRISTIANO na ocasião dos fatos.

Juntaram-se aos autos o LAUDO DE EXAME DE LOCAL DE MORTE


VIOLENTA, que evidencia terem sido recolhidos do asfalto 02(dois)
projéteis de calibre 38 [FUMUS], e o LAUDO DE PERÍCIA
PAPILOSCÓPICA, realizada em lata de cerveja encontrada nas
proximidades do local, no qual foram constatados fragmentos digitais de

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uma palmar. Lançadas as digitais em banco de dados, confirmou-se
pertencerem a RICARDO MADEIRA [FUMUS]. Também juntou-se ao
feito o LAUDO CADAVÉRICO da vítima, no qual se constata a retirada
de 03(três) projéteis de calibre 380 do cadáver: um alojado no tórax e
dois no crânio. [FUMUS]

Durante as diligências, apurou-se que o veículo sedã de cor prata, placa


ABS 2222/BA, estava registrado em nome da genitora dos irmãos
CRISTIANO MADEIRA e RICARDO MADEIRA, MARIA APARECIDA
MADEIRA [FUMUS], residente na rua Querubin casa 32, no bairro Boa
Prudência, em Salvador-BA, onde morava na companhia dos filhos. Nos
registros criminais de CRISTIANO, contém várias passagens por roubo
e tráfico de drogas. No formulário de antecedentes criminais de
RICARDO MADEIRA, também anexado aos autos, consta a prática de
inúmeros delitos, entre os quais dois homicídios [FUNDAMENTO PARA
PRISÃO]. Procurados pela polícia para esclarecerem os fatos,
CRISTIANO e RICARDO não foram localizados, tampouco seus
familiares forneceram quaisquer notícias de seus paradeiros
[FUNDAMENTO PARA PRISÃO], embora houvesse informações de
que eles estariam na residência de seu tio, ROBERVAL MADEIRA,
situada na rua Bom Tempero, s/n.º, no bairro Nova Esperança, em
Salvador.

Ambos foram indiciados nos autos como incursos nas sanções previstas
no Art. 121, parágrafo 2º, inciso II e IV, do Código Penal.

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O inquérito policial tramitou pela delegacia, em diligências, durante vinte
e cinco dias, encontrando-se concluso para autoridade policial que
preside o feito, restando a complementação de inúmeras diligências
visando identificar os outros dois autores e evidenciar, através de novas
provas, a conduta dos indiciados.

Em face do relato acima apresentado, proceda, na condição de


delegado de polícia que preside o feito, à remessa dos autos ao Poder
Judiciário, representando pela(s) medida(s) pertinente ao caso.
Fundamente suas explanações e não crie fatos novos.

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RESOLUÇÃO

EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ DE DIREITO DA VARA DO


TRIBUNAL DO JÚRI DA COMARCA DE SALVADOR/BA

Procedimento Sigiloso [se for o caso]

O Delegado de Polícia do Estado da Bahia, com fundamento no art.


144, §4º da Constituição Federal e art. 2º, §1º da Lei 12.830/13, vem,
mui respeitosamente perante Vossa Excelência, com fulcro na Lei
7.960/89 e 8.072/90, representar pela medida de prisão temporária e,
com fulcro no art. 240 do Código de Processo penal, pela medida
de busca e apreensão, em face de Ricardo Madeira e Cristiano
Madeira, nos endereços abaixo indicados.

DOS FATOS

Trata-se de inquérito policial instaurado para apurar crime de


homicídio qualificado pelo motivo fútil e recurso que impossibilitou
a defesa da vítima, praticado contra Douglas Aparecido da Silva, o
qual foi alvejado por três disparos de arma de fogo, fato ocorrido
no dia 17/9/2012, em frente à casa de sua namorada, localizada na
rua Serafim, casa 12, no bairro Boa Prudência, em Salvador-BA.

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Segundo o que foi reunido até o momento no bojo do presente
inquérito, o crime foi praticado pelos irmãos Ricardo Madeira e
Cristiano Madeira, na companhia de duas outras pessoas ainda
não identificadas, os quais utilizaram um veículo sedã de cor prata,
placa ABS 2222/BA. A motivação do crime foi suposta dívida de
drogas que a vítima teria com os autores.

DOS FUNDAMENTOS

DOS FUNDAMENTOS PARA A PRISÃO TEMPORÁRIA

1º Parágrafo: Fundamento Constitucional e Imprescindibilidade


para as Investigações

Nos termos da CRFB/88, Art. 5º, LXI, e da Lei 7.960/89, representa-se


pela prisão temporária de RICARDO MADEIRA e CRISTIANO
MADEIRA, indiciados no homicídio de DOUGLAS APARECIDO DA
SILVA. A medida é imprescindível para as investigações, considerando
as evidências concretas obtidas, incluindo testemunhos e provas
técnicas que indicam a participação direta dos suspeitos no crime. Esta
representação não se baseia em conjecturas nem na falta de residência
fixa dos representados, mas em provas materiais.

2º Parágrafo: Fumus Comissi Delicti (Materialidade e Autoria) e


Fundadas Razões de Autoria ou Participação

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Há fundadas razões para acreditar na autoria ou participação de
RICARDO e CRISTIANO MADEIRA no crime. As provas incluem o
reconhecimento fotográfico pelos vizinhos e pela namorada da vítima,
FERNANDA MARIA SOUZA, além dos laudos periciais e digitais
encontradas em objetos no local do crime. Tais evidências corroboram a
materialidade do delito e indicam a participação dos irmãos, conforme
Art. 1º, III, da Lei 7.960/89, respeitando a proibição de analogia ou
interpretação extensiva.

3º Parágrafo: Periculum In Mora/Libertatis, Justificativa em Fatos


Novos ou Contemporâneos, Adequação à Gravidade do Crime e
Insuficiência de Medidas Cautelares Diversas

A liberdade de RICARDO e CRISTIANO MADEIRA representa um risco


iminente para a continuidade das investigações, especialmente
considerando as ameaças relatadas por FERNANDA e a natureza
violenta do crime. A necessidade da prisão é justificada por fatos
contemporâneos, incluindo a evasão dos indiciados e as ameaças
subsequentes ao crime. A gravidade do homicídio, a violência
empregada e os antecedentes criminais dos suspeitos demonstram que
medidas cautelares diversas seriam insuficientes.

FUNDAMENTOS PARA A BUSCA DOMICILIAR

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O CPP, art.240, § 1°, permite a busca domiciliar quando houver
fundadas razões para apreender coisas achadas ou obtidas por meios
criminosos.2

No presente caso, a medida é adequada e necessária porque poderá


permitir a localização da arma, apreensão do veículo utilizado para
crime, prender os suspeitos, bem como reunir novos elementos de
convicção.

DA CONCLUSÃO

Assim exposto, representa-se pela medida de prisão temporária, no


prazo inicial de 30 dias, em desfavor de Cristiano Madeira e Ricardo
Madeira, com fundamento na Lei 7.960/89, art. 1º, incisos I e III, bem
como Lei 8.072/90.

Por oportuno, represento por buscas nos endereços [end. 1] e [end. 2],
com fulcro no art. 240 do CPP, colhendo-se previamente a manifestação
do Ministério Público3.

2
Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal.
§ 1o Proceder-se-á à busca domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem, para:
a) prender criminosos;
b) apreender coisas achadas ou obtidas por meios criminosos;
c) apreender instrumentos de falsificação ou de contrafação e objetos falsificados ou contrafeitos;
d) apreender armas e munições, instrumentos utilizados na prática de crime ou destinados a fim delituoso;
e) descobrir objetos necessários à prova de infração ou à defesa do réu;
f) apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou em seu poder, quando haja suspeita de que o
conhecimento do seu conteúdo possa ser útil à elucidação do fato;
g) apreender pessoas vítimas de crimes;
h) colher qualquer elemento de convicção.
3
Não deixe de mencionar o Ministério Público.

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Em razão da natureza da medida, sem intimação da parte contrária [no
caso de medida sigilosa]

Local, Data
Delegado de Polícia

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DESCONTO DE 100 REAIS


12:00

CUPOM: PCPE

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