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Cultura Documentos
DA GESTÃO
ESCOLAR
PARA
Um guia para fortalecer
os marcos de promoção
da equidade racial no
EQUIDADE
contexto escolar
Julho 2021
CAPÍTULO 1 05
Apresentação
CAPÍTULO 2 07
Agenda pró-equidade racial na educação
CAPÍTULO 3 11
O papel da gestão escolar na educação
para as relações étnico-raciais
CAPÍTULO 4 17
Plano Nacional de Implementação das
Diretrizes Curriculares Nacionais para
a Educação das Relações Étnico-Raciais
e para o Ensino de História e Cultura
Afro-Brasileira e Africana: atribuições
às unidades de ensino
CAPÍTULO 5 21
Autoavaliação da Gestão Escolar para
Equidade
CAPÍTULO 6 27
As orientações e sugestões de boas
práticas
CAPÍTULO 7
71
Boas práticas
Boa leitura!
1 2 3
A Lei 10.639/03, que altera As Diretrizes Curriculares O Plano Nacional de Imple-
os parágrafos 26A e 79B da Nacionais para a Educação mentação das Diretrizes
Lei de Diretrizes e Bases da das Relações Étnico-Ra- Curriculares Nacionais
Educação Nacional (LDB, no ciais e para o Ensino de para a Educação das
9.394/96) e torna obriga- História e Cultura Afro- Relações Étnico-Raciais e
tório o ensino de História -Brasileira e Africana para o Ensino de História
e Cultura Afro-Brasileira (2004). e Cultura Afro-Brasileira e
e Africana nas escolas de Africana (2008).
Educação Básica.
Para que seja possível utilizar este Caderno da Gestão Escolar para Equi-
dade, é necessário que os profissionais e gestores da educação reconhe-
çam que somos iguais biologicamente, mas não socialmente. Isso signifi-
Esse é o primeiro desafio para quem se compromete e trabalha com essa temática. O se-
gundo surge quando o cenário desigual exige elaboração de políticas públicas para a
promoção da equidade racial, mas sujeitos envolvidos no processo, que até reconhecem
o racismo como um problema social, posicionam-se contra a adoção de projetos de in-
tervenção, ações afirmativas, a alteração de currículo, a contestação de obras de cunho
racista, etc.
Diante disso, nosso convite é para que grupos étnico-raciais que não sofrem discrimina-
ção e preconceito se responsabilizem e se posicionem em relação ao racismo brasileiro,
compreendendo que a problemática racial é de todos que compõem a sociedade, não
apenas da população negra.
Nesse sentido, preparamos este caderno com o objetivo de fortalecer a agenda pró-
-equidade através dos marcos legais, que apesar de 18 anos de implementação, ainda
apresenta baixa institucionalidade. Temos certeza de que o debate sobre as relações
étnico-raciais não passa apenas por reconhecer a existência do racismo, mas também
por uma disputa e mudança de imaginário. A Lei 10.639, suas diretrizes e o plano são
importantes caminhos para chegar lá.
0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Percentual de jovens (%)
100
90 100
83,6%
78,2% 90
80
80
70
70
60 60
50 50
40 40
30
30
20
20 10,8% 12,8%
10
10
0
Brancos Negros
0
Brancos Negros
90
80
70
50
40
30
20
10
9,0%
5,5%
0
Brancos Negros
• conhecer e divulgar o conteúdo das diretrizes que orientam a implementação dessas leis;
• responder em tempo hábil às pesquisas e levantamentos sobre a temática;
• estudar e difundir os conteúdos da Resolução 01/2004 e do Parecer 03/2004, que instituem as
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
1 6
temática de forma contínua e transversal. Para isso, faz-se necessária a
implementação de programas de formação dos profissionais da educa-
ção. Para avançar nesse campo, a gestão escolar tem o papel de:
2
ções necessárias para os professores – materiais, tempo e
estrutura;
• garantir a inclusão da temática no PPP e nos planejamen-
Nacionais para a Educação
tos de cursos/matérias/disciplinas, considerando os níveis das Relações Étnico-
e modalidades de ensino; -Raciais e para o Ensino de
• estimular a interdisciplinaridade para o fortalecimento da
inclusão da temática na escola, por meio de projetos colabo- História e Cultura Afro-
rativos que envolvam professores de diferentes áreas e que -Brasileira e Africana
garantam momentos de culminância para apresentação
3
dos resultados;
4
• realizar orientações durante as reuniões pedagógicas sobre
a importância de se combater práticas racistas, preconcei-
tuosas e discriminatórias presentes no cotidiano escolar.
AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO
Para aprimorar a política de promoção da equidade racial na edu-
cação, as escolas precisam responder pesquisas e levantamentos
realizados por órgãos superiores sobre o processo de implementação
dos marcos legais em educação para as relações étnico-raciais, bem
como preencher o quesito raça-cor que nos possibilita visualizar as
desigualdades raciais na educação. A resposta sincera não prejudica
as unidades de ensino, mas possibilita identificar suas demandas e
assim avançar em estratégias de implementação da temática e de
programas de combate às desigualdades.
3. Para fins didáticos, não estamos usando as competências dos eixos do Plano Nacional de
Implementação das Diretrizes Curriculares de Educação para as Relações Étnico-Raciais e
para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana na sua integralidade.
https://www.gestaoparaequidaderacial.
institutounibanco.org.br/
102
103
Resultados (legenda):
C Consistente
R Regular
F Frágil
105
106
C Consistente
atuação da equipe pedagógica de forma articulada e in-
terdisciplinar para a institucionalização da temática na
proposta pedagógica curricular torna, aos poucos, a abor-
dagem e os estudos deste campo algo natural e, logo, par-
R Regular te de um todo. O tópico sai do lugar específico e pontual
para a universalidade do processo formativo.
F Frágil
107
• Visita à universidade.
• Redesenho curricular.
109
Resultados (legenda):
C Consistente
R Regular
F Frágil
111
• Articulação Institucional.
112
Resultados (legenda):
C Consistente
R Regular
F Frágil
• Diversidade Religiosa.
202
• Racismo Institucional.
203
POLÍTICA PARA Espera-se que a gestão esteja atenta às: 1) pesquisas que
FORMAÇÃO DE abordam as desigualdades raciais na educação e na so-
GESTORES E ciedade e 2) produções de diferentes campos de conheci-
PROFISSIONAIS DA mento que oferecem subsídios para o ensino de História
EDUCAÇÃO e Cultura Afro-Brasileira, Africana e indígena e a educação
para as relações étnico-raciais. Para isso, pode participar
de eventos sobre a temática, de listas e grupos de e-mail
Práticas: e telefone etc. Os materiais recebidos e socializados com
a comunidade escolar contribuem para o aprimoramento
b) Divulgar e das intervenções a ser realizadas na unidade.
disponibilizar nos espaços
compartilhados estudos,
pesquisas e materiais que
possam contribuir com as
atividades de formação
continuada.
Resultados (legenda):
C Consistente
R Regular
F Frágil
205
• Encontros de aprendizagem.
206
Resultados (legenda):
C Consistente
R Regular
F Frágil
• Encontros de aprendizagem.
208
É preciso identificar quais são os parceiros que a escola pode ter para
R cumprir os desafios trazidos pela legislação sobre a temática. O diálogo
com instituições do território que atuam nesse campo pode responder
às necessidades e dificuldades que a escola vem apresentando no pro-
cesso de mudança curricular. Sugerimos a seguinte atividade para co-
nhecer melhor o território e os possíveis parceiros:
• Redesenho Curricular.
209
• Jornada Pedagógica.
C Consistente
R Regular
F Frágil
• Racismo Institucional.
303
Resultados (legenda):
C Consistente
R Regular
F Frágil
c) Reforçar junto à
equipe pedagógica a
importância da temática ser
contemplada nos materiais
selecionados.
Resultados (legenda):
C Consistente
R Regular
F Frágil
308
309
Resultados (legenda):
C Consistente
R Regular
F Frágil
• Compartilhamento de Fotografias.
• Central de Mídia.
311
• Festival Multicultural.
312
A escola não pode ser uma instituição isolada e sem atuação articulada
F com o espaço em que está inserida. É preciso haver uma relação entre es-
cola e território que fortaleça o sentimento de pertencimento e compre-
ensão sobre a história do espaço de vivência entre os alunos atendidos.
Laços fortes entre a escola e a comunidade auxiliam a integração das ha-
bilidades e competências das disciplinas com a vivência do cotidiano, o
que facilita a aprendizagem. A seguinte atividade é uma forma de fazer
com que os próprios alunos possam trazer a história, os atores e as refe-
rências de seus territórios para a escola:
• Teia de Conhecimento.
• Caminhada Etnográfica: Mapeando a Comunidade.
• Pesquisa sobre desigualdade na comunidade escolar.
Resultados (legenda):
C Consistente
R Regular
F Frágil
402
• Racismo e Colorismo.
403
• Alunos Articuladores.
• Jovens Líderes para a Equidade Racial.
R Regular
F Frágil
Uma escola que não ouve os diferentes atores da sua comunidade não
F pode refletir as reais necessidades do grupo para o qual tem que garantir
uma educação de qualidade. A escola só consegue entender resultados
de avaliações externas e internas (individuais) se construir um ambiente
democrático que possibilite entender o contexto em que está inserida, a
realidade das pessoas que a frequentam e como o resultado de seu tra-
balho se reflete sobre a vida dos alunos e suas famílias. Dessa forma, nú-
meros não dizem nada sem um processo de reflexão coletiva que identi-
fique os fatores que impactam a garantia dos direitos de aprendizagem;
e o racismo, bem como outras formas de desigualdades, pode ser um dos
problemas. Há diversas formas de fazer uma autoavaliação institucional
com toda a comunidade escolar. Uma das referências nacionais que pode
inspirar o tipo de ação na sua escolar é a seguinte:
Resultados (legenda):
C Consistente
R Regular
F Frágil
Quando sua escola está conectada aos órgãos que atuam na promoção
C da equidade racial, para os quais costuma encaminhar casos de racismo
que se manifestam na unidade e solicitar apoio, ela garante um suporte
fundamental às vítimas. No entanto, falar de racismo não é falar apenas
sobre vítimas. O racismo é um problema de toda a sociedade, por isso é
preciso possibilitar que toda a comunidade escolar possa fazer uma refle-
xão coletiva sobre esse tema. A escola, como espaço educativo, não deve
cair na armadilha da cultura punitivista, cujo foco é apenas a penalização
dos autores de práticas racistas; deve sim criar estratégias de superação
desse problema com práticas de sensibilização da comunidade escolar
que engajem todas as pessoas, para que as maiores vítimas do racismo
não venham a vivenciar o mesmo tipo de situação no futuro. Dessa for-
ma, para avançar ainda mais sua unidade, pode construir uma importan-
te parceria com os estudantes por meio da seguinte metodologia:
• Racismo Institucional.
408
C Consistente
R Regular
F Frágil
• Indicadores de desenvolvimento.
Resultados (legenda):
C Consistente
R Regular
F Frágil
• Articulação Institucional.
506
R Regular
F Frágil
• Entre Jovens.
508
F Frágil
Resultados (legenda):
C Consistente
R Regular
F Frágil
605
Estar distante da comunidade escolar faz com que a escola seja vista em
F muitos momentos como espaço protocolar de passagem, aumentando
o número de reclamações inesperadas na secretaria da unidade, onde
mães e pais contestam conteúdos, projetos e comportamentos vivencia-
dos por seus filhos. Não há a construção da ideia da escola como espaço
coletivo, permeado pela diversidade e pelo compartilhamento de expe-
riências. Por isso, é preciso mudar a cultura e trazer a comunidade para
dentro da escola. Isso fortalece a atuação da equipe pedagógica e engaja
os diferentes atores nos projetos que serão realizados na unidade. Para
isso, a escola pode realizar as seguintes experiências:
CONDIÇÕES Essa temática não pode apenas ser diluída em uma agen-
INSTITUCIONAIS da de diversidade. Durante muito tempo, as diferenças
foram tomadas como sinônimo de diversidade a fim de
diluir as denúncias sobre as desigualdades produzidas
Práticas: no Brasil. A celebração da diversidade, fenômeno interna-
cional, aparece em vários momentos para despolitizar o
c) Garantir no debate sobre as contradições sociais existentes no país,
planejamento anual, em ou seja, impedir o aprofundamento sobre como as dife-
curso de formação dos renças são produtoras de hierarquias e desigualdades. É
professores, a inclusão da preciso garantir um momento específico para a reflexão
temática.
da equipe sobre a mudança de paradigma proposta pelos
marcos legais. Embasada nesses instrumentos, a gestão
precisa entender quais são as maiores demandas da equi-
Resultados (legenda): pe pedagógica, integrar a temática no calendário de for-
mação anual e fazer a articulação com especialistas para
a condução do processo formativo.
C Consistente
R Regular
F Frágil
• Racismo Institucional
608
Incluir uma ação isolada, que não dialoga com currículo, sem interven-
R ções contínuas, não é o suficiente. A complexidade em torno da educa-
ção para as relações étnico-raciais e do ensino de História e Cultura Afro-
-Brasileira e Africana demanda um intenso processo formativo, dado que
foram durante muito tempo – e ainda são – invisibilizados no processo
de formação inicial e continuada dos profissionais da educação. A escola
precisa repensar as estratégias de formação ao considerar que a valori-
zação da diversidade e de múltiplas experiências de vida pode trazer re-
sultados mais positivos ao processo de ensino-aprendizagem. Para mo-
bilizar a equipe pedagógica em torno de uma agenda de formação mais
consistente, que reflita sobre as necessidades da escola, a gestão pode
propor o seguinte projeto:
609
Já se passou mais de uma década desde que os marcos legais aqui tra-
F balhados alteraram a lei máxima da educação (LDB). Quando esses con-
teúdos – que enfrentam dificuldades diversas para ser implementados,
como a falta de preparo dos profissionais da educação – não compõem o
calendário anual de formação da equipe pedagógica, dificilmente se refle-
tirão nos trabalhos em sala de aula. A gestão escolar precisa mobilizar os
atores envolvidos no processo educativo para avaliar seus conhecimen-
tos sobre o tema, as dificuldades enfrentadas para implementá-lo e iden-
tificar os recursos que viabilizem sua entrada no currículo e na atuação
da unidade. Para esse exercício coletivo que propõe a incorporação dos
conteúdos na prática docente, a escola pode realizar o seguinte projeto:
• Encontros de aprendizagem.
• Jornada Pedagógica.
4. As boas práticas são inspiradas em duas edições do Edital Gestão Escolar para a Equida-
de – Juventude Negra para as escolas públicas e organizações sociais de todo país lançadas
pelo Instituto Unibanco em parceria com o Baobá – Fundo para Equidade Racial e a Univer-
sidade Federal de São Carlos (UFSCar).
EIXO 5 –
AVALIAÇÃO E MONITORAMENTO
FORTALECIMENTO DO Projeto:
MARCO LEGAL Cartografias da cultura afro-brasileira.
Objetivo:
Boa prática: Pesquisar e elaborar ações didático-pedagógicas que
evidenciem os saberes, os conhecimentos e a cultura
Pesquisa interdisciplinar africana, afro-brasileira e indígena, otimizando o po-
sobre relações étnico- tencial dos conteúdos escolares e das atividades didá-
raciais, ensino de História ticas, com todos os atores envolvidos no processo de
e Cultura Afro-Brasileira, ensino-aprendizagem.
Africana e Indígena e
currículo
Tempo: um ano
Condições materiais:
Resumo: cadernos de pesquisa; livros; revistas; filmes; computa-
dor com acesso à internet; sala; transporte escolar para
Em parceria com uma
o trabalho de campo.
universidade ou de forma
autônoma, a escola desen-
volve um projeto interdis- Atores:
ciplinar de pesquisa que gestão escolar, professores, alunos de Fundamental II
envolve gestão, professo- e Ensino Médio e universidade.
res e alunos. As temáticas
a ser investigadas são os Habilidades desenvolvidas:
saberes, os conhecimen- pesquisa; seleção de conteúdos; escrita; interdiscipli-
tos e a cultura africana, naridade; compreensão dos valores civilizatórios afri-
afro-brasileira e indígena.
canos, afro-brasileiros e indígenas; reconhecimento da
Cada disciplina/matéria
fica responsável por um
produção intelectual de negros e indígenas.
aspecto relacionado às
suas habilidades e com-
petências, cujo professor
titular deve acompanhar
as atividades dos alunos.
Os resultados da pesquisa
terão impacto na mudan-
ça de currículo.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE/PROJETO:
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
CONDIÇÕES Projeto:
INSTITUCIONAIS Nargila – Nascido em uma jornada
Objetivo:
Boa prática: proporcionar aos alunos o conhecimento sobre as polí-
ticas de ações afirmativas e combate às desigualdades
Visita à universidade no acesso ao Ensino Superior por meio de uma visita à
universidade monitorada por núcleo/grupo de estudos
em relações étnico-raciais.
Condições materiais:
matérias de jornais e revistas; cartolinas; transporte
Resumo: escolar; alimentação.
Por meio de parceria com
Atores:
o núcleo/grupo de estudos
em relações étnico-raciais
direção, coordenação pedagógica, professores, funcio-
da universidade e o órgão nários, alunos e universidade.
responsável pela escola,
a atividade leva os alunos Habilidades desenvolvidas:
para uma visita moni- leitura crítica sobre as relações étnico-raciais no Brasil;
torada à instituição de conhecimento sobre vestibular e exames de acesso à
Ensino Superior, seguida universidade; conhecimento sobre as políticas de per-
de debate sobre ações manência no Ensino Superior; conhecimento sobre as
afirmativas e combate às
possibilidades de escolha no Ensino Superior; elabora-
desigualdades, com foco
nas políticas de acesso e
ção de projeto de vida.
permanência e nas áreas
de atuação existentes na
instituição. O objetivo
é que compreendam a
importância das políticas
pró-equidade racial e de
classe e conheçam os
caminhos possíveis para o
acesso ao Ensino Superior.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE/PROJETO: ETAPA 2–
Projeto de vida
Ao retornar para a escola, realize uma roda de
avaliação com os estudantes sobre o impacto da
visita à universidade e elabore um roteiro para
que eles possam construir uma redação com seu
projeto de vida.
http://acaoeducativa.org.br/wp-content/uplo-
ads/2016/10/Guia-To%CC%82-no-Rumo.pdf
POLÍTICAS DE Projeto:
FORMAÇÃO PARA Cacimba Potiguar
GESTORES E
PROFISSIOAIS PARA Objetivo:
EDUCAÇÃO contribuir para a mudança de comportamento em rela-
ção ao racismo presente no cotidiano escolar.
Atores:
gestão escolar, professores e alunos do Ensino Médio.
Resumo:
Habilidades desenvolvidas:
A equipe pedagógica identificar como os conceitos apresentados no vídeo
realiza um estudo para estão presentes nas relações cotidianas e desenvolver
selecionar material audio- o potencial crítico sobre os embates teóricos, políticos
visual e/ou convida um e estruturais presentes no processo de implementação
profissional especialista da Lei 10.639/03 e no combate ao racismo na escola.
na temática para desen-
volver atividade forma-
tiva a fim de sensibilizar
a comunidade escolar
sobre a forma como são
estabelecidas as relações
étnico-raciais e a produção
de desigualdades e o pa-
pel da Lei 10.639/03 e suas
respectivas diretrizes.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE/PROJETO:
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
POLÍTICA DE Projeto:
MATERIAL DIDÁTICO E Nargila – Nascido em uma jornada.
PARADIDÁTICO
Objetivo:
elaborar material didático que possibilite a construção
Boa prática: de um saber crítico sobre as relações étnico-raciais e
instrumentos de equidade racial no Brasil para a comu-
Elaboração de material nidade discente.
didático interdisciplinar
sobre relações étnico- Atores:
raciais
direção, coordenação pedagógica, professores, funcio-
nários e alunos do Ensino Médio.
Tempo: semestral
Resumo:
Condições materiais:
Com o apoio de institui-
livros; revistas; laboratório de informática ou compu-
ção/movimento social/
pesquisador, a escola
tador com acesso à internet; recursos para impressão.
discute a elaboração de
um material didático a fim Habilidades desenvolvidas:
de formar os alunos para pesquisa temática; escrita; olhar crítico sobre as desi-
a educação das relações gualdades étnico-raciais; conhecimento sobre promo-
étnico-raciais. Os partici- ção da equidade racial.
pantes definem os temas
prioritários, elaboram os
conteúdos e planejam as
oficinas que serão realiza-
das com os alunos.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE/PROJETO:
ETAPA 1 –
Planejamento
A gestão escolar deve iniciar o diálogo com algum
grupo ou especialista em educação para as rela-
ções étnico-raciais da escola, comunidade, rede
de ensino ou instituição do entorno. O objetivo é
constituir uma parceria para a elaboração de um
material didático em educação para as relações
étnico-raciais a ser aplicado em processo formati-
vo com alunos do Ensino Médio durante as aulas.
AVALIAÇÃO E Projeto:
MONITORAMENTO Nos varadouros da equidade racial
Objetivo:
Boa prática: identificar as desigualdades raciais existentes no terri-
tório em que a escola está inserida por meio de traba-
Pesquisa desigualdades lho desenvolvido pela comunidade discente e orienta-
na comunidade escolar do pela equipe pedagógica.
Atores:
gestão escolar; professores; alunos.
Tempo: um bimestre
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
AVALIAÇÃO E Projeto:
MONITORAMENTO Figueira Negra – Descobrindo percursos, identidades e
protagonismos.
Atores:
educadores; alunos.
Cada professor deve trabalhar em um texto sobre Cada material produzido pelos professores e que
a temática escolhida. Pode resumir e deixar mais compõe o livro deve ser trabalhado com os alunos
didático um artigo ou livro de algum pesquisador em horário de aula para garantir que a temática
sobre a temática, escrever uma biografia impor- integre, de fato, o currículo e os instrumentos
tante, elaborar um conteúdo autoral, fazer uma de acompanhamento e avaliação dos discentes.
entrevista ou até mesmo um glossário de palavras As aulas podem ter caráter interdisciplinar. Por
que compõem o repertório da educação para as re- exemplo, se a professora de História trabalha
lações étnico-raciais. Cada material deve apresen- uma biografia da luta antirracista, a professora
tar o passo a passo de como deve ser utilizado com de Língua Portuguesa pode solicitar uma redação
os alunos. A metodologia pode incluir dinâmicas sobre o percurso apresentado; se o professor de
de grupos, brincadeiras, vídeos, debates etc. Sociologia apresenta as desigualdades raciais, a
professora de Matemática pode desenvolver uma
O parceiro deve auxiliar a equipe docente na pes- aula sobre os dados apresentados. A metodolo-
quisa, na seleção de referencial e na elaboração gia de aplicação dos conteúdos pode romper com
do trabalho, além de, junto à gestão, unir os mate- o modelo tradicional de ensino a partir do passo a
riais e dar formato ao livro produzido pela escola. passo apresentado pelo professor autor.
FORTALECIMENTO DO Projeto:
MARCO LEGAL Juventude Negra.
Objetivo:
Boa prática: fomentar um espaço de reflexão sobre racismo, discri-
minação e preconceito na escola por meio de oficinas
Conhecendo a história e e da escuta ativa das experiências de violação sofridas
enfrentando o racismo na pelos estudantes adolescentes.
escola
Atores:
direção; coordenação pedagógica; professores; estu-
dantes; comunidade escolar.
FORTALECIMENTO DO Projeto:
MARCO LEGAL Jovens líderes para a equidade racial.
Objetivo:
POLÍTICAS DE fortalecer a atuação integrada de instituições e atores
FORMAÇÃO PARA do território para melhor compreender a realidade dos
GESTORES E sujeitos atendidos pelo sistema de garantia de direi-
PROFISSIOAIS PARA tos e reforçar a atuação de movimentos e organiza-
EDUCAÇÃO ções locais.
Atores:
gestão escolar; professores; mães e pais; alunos; rede
Boa prática:
de proteção do território (segurança, saúde, conselho
Articulação institucional tutelar, CRAS); movimentos sociais locais; associações
comunitárias etc.
Tempo: contínuo
Condições materiais:
espaço para reunião; telefone; computador; impresso-
ra; transporte.
Resumo:
Habilidades desenvolvidas:
A escola busca consolidar articulação institucional; parcerias; trabalho colabora-
um grupo com as insti- tivo; combate às desigualdades.
tuições, os atores e os
movimentos do território,
com os quais pode buscar
dados, informações gerais
e realizar ações integradas
que fortaleçam a garantia
dos direitos dos morado-
res da comunidade.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE/PROJETO:
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
Para esse mapeamento, devem ser considerados: Por exemplo, a evasão escolar pode estar associa-
da ao trabalho infantil; então, como a assistência
• lideranças comunitárias; social, o conselho tutelar e o sistema de Justiça
• instituições públicas que atendem a população; podem trazer esses alunos de volta à escola? A vio-
• empresas; lência na comunidade pode ser fruto da falta de
• quilombos ou territórios indígenas do entorno; direitos básicos, de segurança ou mesmo da trucu-
• sistema de Justiça; lência de representantes do Estado; então, como
• conselhos; isso impacta no número de jovens que deixam de
• associações comunitárias; estar na escola porque foram presos ou assassi-
• movimentos sociais; nados? Como essas instituições podem dialogar
• ONGs; sobre as pessoas que atendem no cotidiano de
• instituições de ensino (escolas e universidades); trabalho?
• diretoria de ensino.
Após apresentar a proposta que visa melhorar os
Finalizado o mapeamento, identificar no quadro indicadores do território, o grupo condutor da reu-
abaixo o nome da instituição, a área de atuação e nião deve sugerir a articulação institucional por
seus contatos estratégicos: meio de formação de uma rede para o desenvol-
vimento comunitário. Os participantes devem ter
Contatos espaço para compartilhar suas opiniões e expec-
Instituição/ Área de
liderança atuação
Responsável (telefone e tativas e aderir livremente à rede em formação.
e-mail)
Fórum de Justi- Acesso à Renato Nogueira rn88@gmail. continua na próxima página
ça Restaurativa justiça e com (11) 0000-
conciliação 0000
Funcionamento da rede
A articulação institucional deve acontecer de for-
ma contínua, com reuniões quinzenais ou men-
sais, em que os participantes possam dialogar
sobre o que está acontecendo no território, quais
são os direitos da população que não estão sendo
atendidos e como podem atuar de forma organi-
zada para avançar nos pontos abordados. Além
disso, podem dialogar sobre possíveis casos indi-
viduais. Exemplos:
FORTALECIMENTO DO Projeto:
MARCO LEGAL Jovens líderes para a equidade racial.
Objetivo:
Boa prática: possibilitar que a equipe gestora receba formação
qualificada em ensino de História e Cultura Afro-Brasi-
Inserção da equipe leira, Africana e Indígena e educação para as relações
gestora da instituição étnico-raciais e atue de forma articulada com os órgãos
escolar nos espaços de superiores que trabalham com essa temática, visando
debates e ”trocas” sobre a superação do racismo e das desigualdades em sua
educação étnico-racial unidade escolar.
Atores:
direção; coordenação pedagógica; supervisão de ensi-
Resumo: no; técnicos da secretaria de Educação.
A gestão escolar é
Tempo: contínuo
estimulada a mapear as
instituições que desenvol-
vem ações sobre o tema Condições materiais:
na rede e no território da transporte; acesso à internet; telefone.
escola. A partir do mape-
amento, deve garantir re- Habilidades desenvolvidas:
presentação institucional promoção da equidade racial na educação; valorização
nesses espaços para que a da diversidade; combate ao racismo institucional.
escola esteja inserida nas
agendas pró-equidade ra-
cial na educação e receba
formação adequada para
trabalhar com ações de
formação e intervenção.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE/PROJETO:
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
Pesquisa Participação
Você já buscou saber se seu município, estado Após o mapeamento e a identificação desses
ou região tem Fórum Permanente de Educação e espaços, a gestão deve apresentá-los à equipe
Diversidade Étnico-Racial? Esses fóruns surgiram pedagógica e definir estratégias de participação
em 2006 a partir do diálogo entre a sociedade ci- (representação e socialização das informações)
vil e a Secretaria de Educação Continuada, Alfa- para que a escola esteja integrada à agenda pró-
betização, Diversidade e Inclusão (SECADI/MEC). -equidade racial na educação e obtenha um fluxo
Constituem-se como grupos regionais, estaduais contínuo de informações sobre eventos, forma-
e municipais e são formados por representantes ção continuada e materiais didáticos e paradidá-
da sociedade civil e do poder público, tendo como ticos, garanta subsídios para intervenção frente
papel principal discutir, analisar, propor e moni- às situações de racismo e possa incidir sobre as
torar as políticas públicas de educação para as políticas públicas educacionais para a promoção
relações étnico-raciais. da equidade racial a partir das demandas das uni-
dades escolares.
Nesses fóruns, além de compartilhar as experiên-
cias e demandas das escolas para a efetiva imple-
mentação da temática na educação, você pode
encontrar importantes parceiros para fortalecer
seu trabalho local: ativistas, pesquisadores, orga-
nizações não governamentais e representantes de
órgãos públicos para a promoção da diversidade.
AVALIAÇÃO E Projeto:
MONITORAMENTO Juventude Negra – O resgate da cultura africana e afro-
-brasileira.
Atores:
gestão escolar; professores; funcionários da escola;
alunos.
Resumo: Tempo:
dois meses.
A escola forma um grupo
responsável por elaborar
instrumentos de pesquisa
Condições materiais:
e coletar os dados do per- computador; excel; impressora; papel; pranchetas; ca-
fil étnico-racial dos seus netas.
estudantes. Após a coleta,
o grupo sistematiza os Habilidades desenvolvidas:
resultados, apresenta à coleta de informações demográficas; análise de dados;
comunidade e estabelece leitura crítica das desigualdades; construção de metas
metas de equalização para de equalização.
o próximo período.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE/PROJETO:
Na sua opinião, as pessoas definem sua raça ou cor Antes de aplicar o questionário, os professores de
por: diferentes disciplinas podem se envolver com a
( ) cultura, tradição ( ) traços físicos (cabelo, boca, na- iniciativa e desenvolver projetos em sala de aula
riz etc.) ( ) origem familiar, antepassados ( ) cor da pele que incluam a construção da autoestima, a com-
( ) opção política/ideológica ( ) origem socioeconômi- preensão das relações raciais, a formação do Bra-
ca ou de classe social ( ) outra, qual?______________ sil, a noção de proporcionalidade e conceitos rela-
cionados à renda familiar.
Você define sua raça ou cor por:
( ) cultura, tradição ( ) traços físicos (cabelo, boca, na- Definido o formulário, as pessoas que irão aplicá-
riz etc.) ( ) origem familiar, antepassados ( ) cor da pele -lo devem ser preparadas para trabalhar com cada
( ) opção política/ideológica ( ) origem socioeconômi- uma das categorias definidas e estabelecer um
ca ou de classe social ( ) outra, qual?________________ período para a coleta de dados. Outro grupo deve
ser preparado para digitar os dados coletados em
Dentre as seguintes alternativas, identifique sua uma planilha dinâmica do excel.
origem familiar:
( ) africana ( ) asiática ( ) europeia ( ) indígena ( ) judaica
( ) norte-americana ( ) oriente médio ( ) sudeste asiá-
tico ( ) latino-americana ( ) sul-americana ( ) norte-a-
mericana ( ) outra, especifique: ___________________
Renda familiar:
( ) até meio salário mínimo per capita ( ) até um sa-
lário mínimo per capita ( ) até 1,5 salário mínimo per
capita ( ) dois ou mais salários mínimos per capita
cola. Um coordenador deve ficar responsável por Nome Raça/cor Gênero Idade Turma
receber e organizar os formulários diariamente.
Além dos recenseadores, o grupo de trabalho deve
ter o suporte de professores para o registro dos
dados nos formulários do excel.
ETAPA 3 –
ETAPA 4 –
Média Aritmética
CONDIÇÕES Projeto:
INSTITUCIONAIS Nos varadouros da equidade racial.
Objetivo:
Boa prática: qualificar e ampliar o repertório sobre questões étnico-
-raciais por meio do estímulo à pesquisa sobre produ-
Festival de cinema negro ção audiovisual de cineastas negros e/ou sobre ques-
na escola: Cine Black tões étnico-raciais, afro-brasileiras e africanas.
Atores:
gestão escolar; professores; alunos.
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
Exibição do filme
Pode-se, antes de iniciar a sessão, fazer combina-
dos com o público participante para que a ativida-
de não seja interrompida por conversas, ligações
de celular etc. Lembre que todos terão a oportu-
nidade de falar quando o filme acabar. O grupo
responsável pelo filme pode fazer uma breve apre-
sentação do(a) diretor(a) e suas produções antes
de iniciar a sessão.
ETAPA 4 –
Desdobramento
Após a exibição de cada uma das sessões, o GT
pode trabalhar com produção de redações sobre
a temática, montagem de mural etc. É importan-
te que as atividades façam parte do repertório de
avaliação dos alunos.
POLÍTICAS DE Projeto:
FORMAÇÃO PARA Batuque
GESTORES E
PROFISSIOAIS PARA Objetivo:
EDUCAÇÃO proporcionar à comunidade escolar vivência sobre his-
tórias e culturas africanas por meio da confecção de
máscaras.
Boa prática:
Atores:
Produção de máscaras alunos; professores; gestores; comunidade escolar.
africanas
Tempo: dois dias.
Condições materiais:
computadores com acesso à internet; projetor; másca-
ras de madeira; telha; balões; durepox; pincéis; tintas;
Resumo: miçangas; tesoura; cola; aparelho de som.
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
Livros
Arte, Adorno, Design e Tecnologia no Tempo da Es-
cravidão, de Emanoel Araújo.
África em Artes, de Juliana Bevilacqua e Renato A máscara acima é utilizada pela Geledes, uma so-
Silva. ciedade secreta feminina religiosa da tradição Yoru-
http://www.museuafrobrasil.org.br/docs/default- bá que expressa a fertilidade feminina, a continui-
source/publica%C3%A7%C3%B5es/africa_em_ dade humana, o bem-estar e o poder sobre a terra.
artes.pdf Essa máscara é usada por homens para cobrir o ros-
to em um ritual que acontece uma vez por ano em
Definido o material e a referência a ser utilizados no homenagem às anciãs, às mães. Observe bem seus
processo formativo, as oficinas podem ser iniciadas. traços e cortes. Tudo é esculpido em um tronco de
árvore, sem montagem. Se uma pessoa faz um tipo
de arte como essa, não seria fácil fazer uma ferra-
menta de trabalho como a da imagem abaixo?
ETAPA 3 –
POLÍTICA DE Projeto:
MATERIAL DIDÁTICO E Revirando memórias: com a palavra, jovens negr@s e
PARADIDÁTICO periféric@s de São Paulo (Edital 2).
Objetivo:
Boa prática: possibilitar a identificação e o reconhecimento dos es-
paços de negritude no território.
Compartilhamento de
fotografias Atores:
coordenação pedagógica; professores; alunos.
Condições materiais:
Resumo: computador; scanner; máquina fotográfica; gravador
de voz; mapa.
Os alunos recebem uma
máquina fotográfica e têm
Habilidades desenvolvidas:
que registrar sua comu-
nidade – onde moram, a
leitura de contexto; percepção sobre a diversidade e as
caminhada até a escola desigualdades no território.
e suas outras movimen-
tações – com um olhar
atento e orientado para
identificar os espaços de
negritude no território.
O material produzido é
compartilhado e discutido
em grupo a fim de compre-
ender a representação, o
lugar e a percepção dos
sujeitos negros e a cultura
negra no cotidiano, além
de fortalecer o sentimen-
to de pertencimento ao
território. Para finalizar,
os alunos expõem as
fotografias nos espaços
comuns da escola.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE/PROJETO:
ETAPA 2 –
CONDIÇÕES Projeto:
INSTITUCIONAIS Cacimba Potiguar (Edital 1).
Objetivo:
Boa prática: apresentar conhecimento amplo sobre a diversidade
de crenças e o impacto da intolerância religiosa na so-
Diversidade religiosa ciedade brasileira.
Atores:
educadores; alunos; especialista parceiro da escola.
Condições materiais:
Resumo: filmes; livros; computador e projetor ou televisão e apa-
relho de DVD; matérias de jornal impressas.
A escola convida um
profissional especialista
em diversidade religiosa
Habilidades desenvolvidas:
e intolerâncias correlatas alteridade; valorização da diversidade religiosa; respei-
para ministrar uma oficina to às diferenças.
para os alunos. Nesse mo-
mento, os discentes têm
possibilidade de conhecer
a diversidade religiosa pre-
sente no Brasil e o impacto
da intolerância sobre as
crenças de grupos histori-
camente discriminados.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE/PROJETO:
ETAPA 2 –
ETAPA 1 –
Oficina diversidade religiosa
Preparação da ação
Iniciar a oficina perguntando aos alunos quais são
No Brasil, há diversos casos de crianças e adoles-
as religiões que eles conhecem. A partir da visão do
centes que acabam deixando as unidades escolares
grupo, o especialista deve explorar a diversidade
como consequência da perseguição sofrida por sua
religiosa existente no Brasil e os fenômenos relacio-
escolha religiosa. Mais do que a escola, esse assun-
nados a cada uma das religiões que estão presentes
to atinge toda a sociedade e tem gerado cada dia
em nossos hábitos cotidianos (pular sete ondas;
mais casos de violência.
ajoelhar; pedir benção; usar crucifixo; benzer-se; ir
à curandeira; fazer simpatias; usar plantas como es-
A diversidade está presente no ambiente escolar,
pada de São Jorge etc.). Ao enfatizar a contribuição
considerando que a escola pública é uma institui-
de cada uma delas para a formação da sociedade
ção laica que deve atender todos os cidadãos. As
brasileira, pode explorar como o fundamentalismo
pessoas têm crenças diversas, com a diferença de
e a intolerância religiosa se configuram como obstá-
que umas podem se expressar livremente e outras
culo para a liberdade de crença de todas as pessoas
passam a vida a esconder sua fé com medo de repre-
e como têm gerado violência, apresentando os ca-
sálias e exclusão.
sos levantados no planejamento da atividade.
Dessa forma, mesmo a escola sendo uma instituição
EXEMPLO DE CASO:
laica, conflitos relativos à religião sempre aparecem,
Kayllane Campos, de 11 anos, foi apedrejada en-
e o silêncio dos profissionais da educação pode au-
quanto caminhava com seu grupo, que acabava
mentar seus desdobramentos. Intervenções que le-
de sair de uma cerimônia do candomblé. Estavam
vem à reflexão coletiva podem ser a melhor resposta.
vestidos de branco e com turbantes na cabeça,
quando dois jovens os agrediram com pedradas
Por esse motivo, o grupo proponente deve dialogar
enquanto gritavam: “É o diabo, vai para o inferno,
com a equipe pedagógica para apresentar a propos-
Jesus está voltando”.
ta e ao que ela responde – a forma como a proble-
mática da intolerância religiosa vem aparecendo na
“Achei que ia morrer. Eu sei que vai ser difícil. Toda
escola. Com a adesão dos profissionais da unidade,
vez que fecho o olho eu vejo tudo de novo. Isso
deve preparar a oficina considerando:
vai ser difícil de tirar da memória”, disse a garota
em entrevista para o portal G1.
1. parceria com especialista sobre a temática para
realizar uma oficina que dialogue com a realida-
Os casos podem ser distribuídos por grupos de es-
de e a linguagem dos alunos;
tudantes para que discutam o ocorrido e apresen-
2. levantamento de casos de intolerância religio-
tem suas impressões para todos os participantes.
sa para sensibilizar a comunidade discente;
É importante fazê-los relacionar a temática traba-
3. seleção de curtas/documentários sobre diversi-
lhada com o que vivenciam no cotidiano escolar e
dade religiosa e intolerância religiosa;
em suas comunidades. A equipe pedagógica e o
4. organização do roteiro da oficina, indicando os
especialista devem organizar uma reflexão final e
materiais a ser utilizados;
oferecer esclarecimentos sobre a temática a partir
5. seleção das turmas/anos que irão participar do
das abordagens dos alunos.
projeto;
6. preparação de espaço para a realização da ofici-
continua na próxima página
na, onde as cadeiras sejam dispostas em círculo
para que todos possam se ver ao longo do pro-
cesso formativo.
Questões orientadoras:
Questões orientadoras
SUGESTÃO DE LEITURA
SUGESTÃO DE VÍDEOS
Racismo Religioso
https://www.youtube.com/watch?v=nkkRoSyptdY
CONDIÇÕES Projeto:
INSTITUCIONAIS Nos varadouros da equidade racial.
Objetivo:
Boa prática: realizar projeto de leitura orientado com publicações
que abordam a temática étnico-racial.
Estímulo à leitura de
livros paradidáticos sobre Atores:
a temática racial gestão escolar; professores; alunos.
Tempo: semestral.
Condições materiais:
acervo de livros sobre a temática.
Resumo:
Habilidades desenvolvidas:
A equipe pedagógica reali-
leitura; escrita; análise de contexto.
za uma pesquisa de livros
literários que abordam a
temática étnico-racial, a
partir da qual é elaborada
uma lista de compras que
deve ser viabilizada pela
gestão escolar, respon-
sável por criar condições
para a aquisição dos livros.
Os professores desenvol-
vem um projeto de leitura
dirigida a partir de um
tomo existente no acervo
construído. A iniciativa
busca sensibilizar a co-
munidade discente, por
meio da leitura, sobre um
assunto presente e pouco
refletido no cotidiano
escolar.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE/PROJETO:
ETAPA 2 –
ETAPA 1 –
Aquisição dos acervo temático
Pesquisa literária
A gestão escolar tem o papel de pensar estraté-
Os proponentes mobilizam a equipe pedagógica
gias para a aquisição do acervo temático. No caso
para fazer um levantamento de livros literários
da escola proponente, houve o fomento de um
que abordam a questão étnico-racial. As sugestões
projeto pelo edital Juventude Negra, do Instituto
devem ser levadas e discutidas na hora-atividade
Unibanco. A unidade pode buscar outros editais
com todos os professores e a gestão da unidade,
de instituições públicas e privadas, realizar fes-
momento no qual irão fechar uma lista dos livros
tas na escola, solicitar à secretaria de Educação,
a ser trabalhados pela escola no próximo período.
tentar parceria com as editoras dos livros selecio-
É importante pensar em títulos para os diferentes
nados etc.
grupos de idade.
Dependendo do contexto, os próprios alunos po-
A escola autora desta atividade desenvolveu o pro-
dem adquirir seu material de leitura. Se a comuni-
jeto literário com os seguintes livros:
dade estiver habituada ao uso do celular, compar-
tilhar e-books é uma opção.
Casa Grande e Senzala, de Gilberto Freyre.
Quando me descobri Negra, de Bianca Santana.
ETAPA 3 –
Outras sugestões:
Fundamental I: O mundo no Black Power de Tayo, Realização do projeto
de Kiusam de Oliveira. A leitura dirigida deve compor o repertório de ava-
liação dos professores envolvidos no projeto. Suge-
Fundamental II: Pretinha, eu?, de Júlio Emílio Braz. re-se que seja trabalhado um livro por semestre e
Ensino Médio: Sobre-Viventes, de Cidinha da Silva. que as atividades associadas a este levem a comu-
nidade discente a uma reflexão sobre as relações
cotidianas na escola e no território.
ETAPA 4 –
Mural
A escola deve disponibilizar um mural para que os
alunos compartilhem suas impressões sobre o livro
trabalhado ao longo do semestre. Após finalização
do projeto, podem ser chamados para leitura e re-
flexão coletiva.
CONDIÇÕES Projeto:
INSTITUCIONAIS Meus cabelos enrolados me fazem refletir… (narrativas
sobre o racismo e o sexismo nas escolas partir da esté-
tica do cabelo!)
Boa prática:
Objetivo:
Oficina de turbantes – discutir a estética africana e afro-brasileira por meio
Embaraço dos turbantes, visando a valorização da cultura negra
e a desconstrução de estereótipos sobre a população
negra.
Condições materiais:
projetor; computador ligado à internet; cartazes com
imagens fotográficas; tecidos coloridos.
Resumo:
Atores:
Essa é uma oficina teó-
direção; coordenação pedagógica; professores; funcio-
rico-vivencial em que os
estudantes aprendem a
nários; alunos.
fazer turbantes, indu-
mentária importante em Habilidades desenvolvidas:
diversas sociedades africa- conhecimento da história e cultura africana e afro-bra-
nas e também em muitas sileira; olhar crítico sobre estereótipos; autoestima;
comunidades afro-brasilei- uso de turbante.
ras. Para tanto, a equipe
formadora discute com os
estudantes a história dos
turbantes, os significados
simbólicos e religiosos da
peça, bem como temas
recentes, como apropria-
ção cultural e intolerância
religiosa.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE/PROJETO:
ETAPA 1 – ETAPA 4–
CONDIÇÕES Projeto:
INSTITUCIONAIS Meus cabelos enrolados me fazem refletir… (narrativas
sobre o racismo e o sexismo nas escolas partir da esté-
tica do cabelo!)
Boa prática:
Objetivo:
Etnomatemática: trabalhar conceitos de matemática, etnomatemática
a matemática dos e sua aplicação no cotidiano e na prática das tranças.
penteados trançados
ou saberes fazeres de Condições materiais:
matrizes africanas textos; computador com acesso à internet; projetor; lã
e fibra para tranças.
Atores:
Resumo: equipe pedagógica; funcionários da escola; alunos
A presente atividade visa
Tempo: um dia (turnos matutino e vespertino).
dar destaque aos conheci-
mentos etnomatemáticos
utilizados nos penteados e Habilidades desenvolvidas:
tranças afros ao apresentar cálculo, espaço e proporcionalidade; associação entre
o trabalho das trançadeiras conteúdos escolares e prática cotidiana; reconheci-
como práticas detentoras mento de saberes tradicionais.
de saberes e fazeres mate-
máticos que nem sempre
são reconhecidos.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE/PROJETO:
ETAPA 2 –
ETAPA 1 –
Exibição de vídeos
Planejamento
Apresentar a atividade aos estudantes, introduzir
Elementos importantes de geometria, por exem-
conceitos básicos da etnomatemática e apontar
plo, podem ser ensinados com base nos penteados
a relação com o debate sobre a valorização dos
afros. Os fundamentos da etnomatemática pos-
conhecimentos tradicionais. Em seguida, os pro-
sibilitam uma aproximação dos conhecimentos
ponentes exibem os documentários A história dos
matemáticos da realidade cotidiana, além de des-
cabelos crespos em 60 segundos e Simbologia da
construir falácias ainda presentes no imaginário
trança nagô e outros penteados, com o objetivo de
social de que o conhecimento matemático é um
mostrar a importância dos penteados para a cultu-
saber ocidental.
ra africana e afro-brasileira e a relação dessas prá-
ticas culturais com o conhecimento matemático.
Para a elaboração dessa atividade, o grupo propo-
nente pode estabelecer parceria com trançadeiras
para a realização da oficina prática e preparar os
seguintes tópicos para apresentação: ETAPA 3 –
AVALIAÇÃO E Projeto:
MONITORAMENTO Revirando memórias: com a palavra, jovens negr@s e
periféric@s de São Paulo’.
Atores:
direção; coordenação pedagógica; professores; funcio-
nários; alunos.
ETAPA 1 – ETAPA 3 –
CONDIÇÕES Projeto:
INSTITUCIONAIS Equidade racial para a juventude negra de Tracuateua
Objetivo:
Boa prática: construir, junto à comunidade, uma narrativa sobre
sua história e seus costumes a fim de fortalecer o seu
Teia de Conhecimento reconhecimento, o sentimento de pertencimento dos
membros e a continuidade das tradições locais.
Atores:
gestão escolar; professores; alunos; lideranças
comunitárias.
Tempo: um bimestre.
Resumo:
Condições materiais:
A comunidade é convidada
material de papelaria; computador com acesso à inter-
a apresentar sua história,
costumes, crenças e coti-
net; impressora com scanner; gravador de voz; máquina
diano no território para que fotográfica; filmadora; sala de reuniões; pátio/auditório.
todos reconheçam como se
estabeleceram, quais seus Habilidades desenvolvidas:
direitos e a importância conhecer o território; ter acesso às diferentes histó-
de estar em determinado rias locais (especialmente de grupos historicamente
espaço. No caso de escola discriminados); reconhecer sujeitos e direitos de
quilombola/rural, a mesma comunidades tradicionais; valorizar a diversidade.
pode realizar a atividade
dentro do território em
interação com outros
segmentos da cidade
(como ocorreu com a escola
autora). Já para escolas em
contextos urbanos, pode-se
estabelecer parceria com
grupos tradicionais da
região a fim de dialogar
sobre o tema identidade e
territorialidade.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE/PROJETO:
ETAPA 1 –
ETAPA 3 –
Viabilização das condições materiais
O grupo proponente, em parceria com a gestão Fazendo a Teia de Conhecimento
escolar, deve garantir o espaço e os materiais No primeiro encontro, para o qual os grupos fo-
necessários para a realização da Teia de Conheci- ram mobilizados, cada um deve se apresentar
mento. Conforme informado, serão necessários falando seu nome, o objeto que trouxe e o que
os seguintes itens: ele representa. Posteriormente, deve-se conduzir
um diálogo com pessoas de diferentes gerações
• papelaria (cartolina, sulfite, cola, tesoura, lá- sobre a história da comunidade e seus costumes,
pis e lápis de cor/giz de cera); bem como a forma como vêm mantendo suas tra-
• computador e impressora com scanner; dições hoje. Segue um roteiro de perguntas:
• máquina fotográfica;
• filmadora; • Quantos anos tem essa comunidade? Como ela
• gravador de voz; surgiu?
• espaço amplo, como pátio ou auditório; • Como ela é conhecida fora do seu espaço (por
• sala de reunião. nome, pelo que produz, por alguma tradição
etc.)?
• Como as pessoas vivem? No que elas acredi-
ETAPA 2 – tam? O que elas produzem nesse lugar?
• O que, nesse espaço, seria uma representação
Mobilização e/ou articulação com a comunidade do que é a comunidade (uma comida, um mo-
No caso de escola inserida em comunidade tradi- numento, uma paisagem, uma pessoa etc.)?
cional, o grupo proponente deve mobilizar ato- • Quais são as datas importantes nessa comuni-
res de diferentes segmentos para ir até a escola: dade? O que acontece nesses dias?
idosos, jovens, crianças, lideranças políticas e re- • Quais foram os episódios mais marcantes da
ligiosas, associações, grupos culturais etc. Essas comunidade (positivos e negativos)?
pessoas devem ser convidadas para um encontro • Quais são os espaços de convivência coletiva na
de culminância no qual serão compartilhadas in- comunidade? O que se faz neles?
formações sobre a comunidade. • Por quais motivos pessoas de fora visitam essa
comunidade?
Quando a escola não estiver situada em território • Como essa comunidade se relaciona com os
tradicional e quiser realizar essa atividade, deve grupos de fora?
procurar uma comunidade existente na cidade • O que existe de registro sobre a comunidade?
e/ou estado e propor uma parceria para que pos- • O que os moradores têm feito para a continui-
sam conhecer a história e tradições do território. dade da sua existência? Existem desafios? Se
sim, quais?
Todos os convidados devem levar um objeto que
represente uma memória sobre o território (uma O importante é explorar elementos para que as pes-
fotografia, um artefato, um símbolo religioso, um soas compreendam como chegaram até ali, sua im-
fruto etc.). O objetivo é colocar diferentes gerações portância no território, o futuro da comunidade e
e grupos em diálogo para reconhecer a história lo- os desafios que demandam sua atenção.
cal e a importância das comunidades tradicionais.
continua na próxima página
Registrando o encontro
Os participantes são convidados para um segundo
momento, em que devem sistematizar a memória
de tudo o que foi trabalhado ao longo do encontro
para expor na escola da comunidade ou em espaço
externo. Podem desenhar, escrever frases, digitali-
zar e copiar fotografias etc.
CONDIÇÕES Projeto:
INSTITUCIONAIS Protagonismo negro – Embates no cotidiano escolar.
Objetivo:
Boa prática: valorizar as práticas de cultura urbana produzidas e
protagonizadas por jovens negros e periféricos nos su-
Oficina de break búrbios do Brasil a fim de construir maior identificação
dos alunos com o ambiente escolar.
Atores:
gestão escolar; professores; alunos; dançarinos de break.
Tempo:
um bimestre.
Resumo:
Condições materiais:
A escola realiza parceria
sala ou espaço amplo com chão liso; rádio; televisão e
com grupo de break exis-
tente no território para
aparelho reprodutor de filme.
a realização de oficinas
de dança na escola. Nas Habilidades desenvolvidas:
oficinas, os alunos têm cuidados com o corpo; disciplina; trabalho em grupo;
contato com a história do compartilhamento de experiências; noção de espaço;
break, praticam a dança e conhecimento sobre a história do hip-hop.
preparam uma batalha a
ser realizada em momento
de culminância na escola.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE/PROJETO:
ETAPA 2 –
ETAPA 1 –
Realização das oficinas
Identificação de parceiros e preparação das Os oficineiros devem apresentar a história do
atividades break, seu lugar na formação da cultura hip-hop,
A escola deve pesquisar os grupos de break exis- como chega à cidade em que a escola está inseri-
tentes no território e convidá-los para uma parce- da e quais são as formas de praticá-lo. Podem exi-
ria. Como esses grupos geralmente se mobilizam bir documentários para exemplificar a exposição.
em torno de causas sociais e têm poucas oportu-
nidades de viver da própria prática artística, se a Filmes
escola tiver condições de direcionar recursos para
pagar os oficineiros estará fortalecendo sua atua- The beat street, de Stan Lathan.
ção. No caso da escola proponente, os oficineiros https://vimeo.com/130671233
foram pagos com dinheiro do projeto financiado
pelo edital Juventude Negra. Após identificar os Nos tempos da São Bento, de Guilherme Botelho.
parceiros, a escola deve levantar quais são as con- https://www.youtube.com/watch?v=z8FtIypGeVs
dições necessárias para realizar as oficinas e ga-
rantir o espaço e os materiais solicitados. Série The Get Down, Netflix.
https://www.netflix.com/br/title/80025601
As oficinas devem ser divulgadas para os alunos
nos espaços comuns da escola. Se houver número Posteriormente, trabalhar os passos fundamen-
limitado de vagas, fazer um processo de seleção tais da dança: top rock, footwork, freeze, flair, po-
que considere a diversidade existente no ambiente pping, locking, moinho de vento, giro de cabeça etc.
escolar. Além dos tradicionais, pode abordar aqueles carac-
terísticos e criados no país e na região.
ETAPA 3 –
Culminância
Em espaço comum e momento de encontro dos
alunos da escola (intervalo, feiras temáticas, fes-
tas etc.), os educadores, em conjunto com a gestão
da escola, preparam uma batalha de break para
que os alunos possam demonstrar as habilidades
que desenvolveram ao longo das oficinas.
CONDIÇÕES Projeto:
INSTITUCIONAIS Nargila.
Objetivo:
Boa prática: reunir as expressões de cultura afro-brasileira e popu-
lar do território para a promoção e o reconhecimento
Festival multicultural da diversidade pela comunidade escolar, sensibilizan-
do-a para a valorização das diferenças.
Atores:
gestão escolar; professores; alunos.
Tempo:
dois meses.
Resumo:
Condições materiais:
Toda a comunidade
equipamento de som; músicas típicas; salas de aula;
escolar é mobilizada
para a realização de um
pátio; barracas; fantasias; instrumentos de percussão;
festival multicultural na cartolinas; papel crepom; tinta branca; latas de spray
unidade, no qual acon- (cores diversas); alimentos.
tecem apresentações de
tradições locais, traços da Habilidades desenvolvidas:
cultura afro-brasileira no protagonismo juvenil; reconhecimento da cultura oral;
território, dança, capoeira, valorização da diversidade; trabalho em equipe; inte-
painel de grafite e comi- gração da comunidade escolar.
das típicas.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE/PROJETO:
ETAPA 1 – ETAPA 2–
A comissão deve elaborar o convite e distribuir para As falas, as apresentações e a disposição dos mate-
a comunidade escolar. Outras estratégias são pas- riais devem possibilitar a identificação dos partici-
sar em todas as salas de aula abordando a impor- pantes e sensibilizar a comunidade escolar. A escola
tância do festival, colar cartazes nos espaços de re- pode deixar um mural disponível para que as pesso-
ferência da comunidade e ir às rádios comunitárias as registrem as memórias das suas experiências de
e eventos locais para divulgar. vida trazidas nas apresentações do festival multi-
cultural.
CONDIÇÕES Projeto:
INSTITUCIONAIS Equidade racial para juventude negra de Tracuateua.
Objetivo:
Boa prática: formar os profissionais da educação para valorização
da diversidade a partir de referenciais do território.
Jornada pedagógica
Atores:
técnicos da secretaria de Educação; técnicos da direto-
ria regional de ensino; professores; comunidade escolar.
Condições materiais:
Resumo: espaço físico; computador; projetor; blocos de notas;
canetas; livros para exposição.
Os proponentes organi-
zam uma jornada pedagó-
gica para os profissionais
Habilidades desenvolvidas:
da educação com parti- valorização da diversidade; reconhecimento do territó-
cipação da comunidade. rio e do saber local; integração escola-comunidade.
Nesse evento, articulam
uma teia de conhecimen-
to entre educadores e
comunidade para explorar
histórias, costumes e
saberes locais.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE/PROJETO:
ETAPA 1 –
A ideia é que uma jornada pedagógica com esse
Elaborando a proposta tema faça com que os participantes percebam que a
A jornada pedagógica é um evento construído temática está mais próxima deles do que imaginam
pela equipe educacional e costuma acontecer en- e não se configura como um “trabalho a mais”. Em
tre um dia e uma semana para tratar de diversos outras palavras, está no saber local e no cotidiano:
assuntos relativos à educação. As atividades têm na forma de conhecer, pensar e agir.
formato de palestras com especialistas, oficinas,
rodas de leitura, grupos de trabalho, cine-debate Nesse encontro, é preciso que o grupo proponente
etc. A partir dos assuntos abordados, os partici- se junte a um número maior de pessoas para formar
pantes apresentam projetos e estabelecem me- uma comissão responsável pela realização da jorna-
tas para a melhoria de determinados campos edu- da pedagógica.
cativos. Em muitas escolas, todo o percurso do
trabalho é traçado durante a jornada pedagógica.
ETAPA 2–
Para assuntos tão polêmicos e que ainda não têm
o espaço necessário nas formações iniciais, como Viabilizar a proposta
a educação das relações étnico-raciais e o ensino A partir do encontro coletivo para apresentar a pro-
de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana, a posta, o grupo de trabalho irá retirar suas tarefas,
jornada pedagógica pode ser um espaço para di- como elaborar a programação, solicitar apoio às ins-
vulgar trabalhos bem-sucedidos, construir con- tâncias superiores, convidar os parceiros da comu-
sensos e elaborar um programa de ação coletiva nidade e os especialistas sobre a temática, preparar
que contribua para a efetiva implementação da os espaços, inscrever as experiências a ser compar-
temática. tilhadas pelos profissionais da educação e atores
do território, viabilizar lanche etc.
Dessa forma, os proponentes devem apresentar
a ideia para o grupo da unidade escolar e funda-
mentar sua importância conforme orientam os
ETAPA 3–
marcos legais. Esse momento deve ser convida-
tivo, estimulando que os participantes tragam Jornada pedagógica
ideias para a construção da jornada com base em Ao longo da jornada pedagógica, a comissão res-
suas experiências em sala de aula, em formações ponsável por sua realização deve garantir que haja
externas e nas referências que tenham na comu- espaço de fala e estímulo à participação em todas
nidade: quilombo, movimento social negro, cur- as atividades da programação, a fim de que o even-
sinho comunitário, slam de rimas, grupo de rap, to estabeleça trocas e reflita de fato as vozes da co-
capoeira, terreiro, benzedeiras, pastorais etc. munidade escolar. Todas as ações da programação
Nesse encontro, no qual a participação e o com- precisam de uma pessoa responsável por registrar
promisso da gestão escolar é fundamental, os desafios, anseios e propostas trazidos pelos par-
devem pensar datas, formatos e potenciais co- ticipantes a fim de subsidiar o trabalho da escola e
laboradores. A escola pode construir a jornada da gestão escolar. Os registros devem ser sistema-
pedagógica em parceria com outras unidades e tizados e retomados nas próximas reuniões com a
até mesmo com a Secretaria de Educação, que equipe pedagógica.
costuma ter técnicos responsáveis por desenvol-
ver essa temática.
FORTALECIMENTO DO Projeto:
MARCO LEGAL Protagonismo negro – Embates no Cotidiano Escolar.
Objetivo:
Boa prática: formar alunos articuladores a fim de facilitar o desen-
volvimento de ações que promovam mudança de com-
Alunos articuladores portamento em relação ao racismo e valorização da
diversidade no ambiente escolar.
Atores:
gestão escolar; professores; alunos; movimento social
antirracista.
Tempo: um semestre.
Resumo:
Condições materiais:
A partir de uma parceria
computador com acesso à internet; sala para projeção
com uma organização
que atua no combate ao
de filmes e documentários; salas para realização de ofi-
racismo, a escola realiza cinas temáticas; livros.
uma atividade formativa
que, como desdobramen- Habilidades desenvolvidas:
to, convida os alunos a leitura crítica; argumentação; mobilização da comuni-
participar do concurso de dade escolar; conhecimento sobre relações raciais e his-
redação “A educação como tória e cultura africana e afro-brasileira; conhecimento
ferramenta de combate ao de instrumentos normativos de combate ao racismo na
racismo”. Os vencedores
educação; valorização da diversidade; reconhecimento
do concurso terão a opor-
tunidade de participar de
da identidade negra.
um processo formativo
e visitar espaços sobre
a história da resistência
negra na região. A partir
de então, terão o papel de
atuar como articuladores
da temática na escola,
mobilizando os colegas
para oficinas e provocando
a comunidade escolar para
a mudança de compor-
tamento em relação ao
racismo.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE/PROJETO:
ETAPA 2 –
ETAPA 1 –
Atividade formativa
Construção de parceria
O elemento disparador da conversa pode ser a
A escola deve estabelecer parceria com alguma
exibição de um filme ou uma roda de diálogo no
instituição que atua na agenda antirracista na
pátio na escola. Tanto a escolha do filme como a
cidade. Pode ser o movimento negro local, o Con-
roda de conversa devem ter como tema central
selho Municipal da Comunidade Negra, o Fórum
o racismo e devem provocar os alunos a refle-
de Educação e Diversidade Étnico-Racial, o grupo
tir sobre como esse fenômeno está presente no
de capoeira, a casa de cultura etc. Caso não haja
cotidiano escolar. É importante que o filme ou a
possibilidade, pode ser algum ator comprometido
exposição não sejam longos para que os alunos
com a temática. O objetivo é que o parceiro realize
tenham espaço para falar.
uma atividade formativa de sensibilização sobre o
racismo na comunidade escolar, participe do con-
Ao finalizar a atividade, os alunos devem ser con-
curso de redação com o tema “A educação como
vidados a participar do concurso de redação “A
ferramenta de combate ao racismo” e elabore em
educação como ferramenta de combate ao racis-
conjunto com a equipe pedagógica um projeto de
mo”. Os selecionados – número a depender do ta-
capacitação dos discentes selecionados que os
manho da escola – irão participar de um processo
instrumentalize para construir ações de supera-
formativo com visitas a diferentes espaços de cul-
ção das desigualdades raciais na escola.
tura afro-brasileira e africana da região, receberão
livros e terão aulas com especialistas da área.
FORTALECIMENTO DO Projeto:
MARCO LEGAL Jovens líderes para a equidade racial.
Objetivo:
sensibilizar e formar a comunidade discente para atuar
no combate às desigualdades raciais.
Atores:
gestão escolar; professores; técnicos; alunos do Ensino
Médio.
Habilidades desenvolvidas:
pesquisa temática; leitura crítica sobre as desigualda-
des raciais; conhecimento sobre o impacto do racismo
Resumo: na formação do Brasil; protagonismo juvenil compro-
metido com as questões étnico-raciais na escola e so-
A gestão escolar, com o ciabilidades comunitárias refletidas em seu interior.
apoio da equipe pedagó-
gica, realiza uma pesquisa
sobre desigualdades
raciais e produz materiais
a ser dispostos na escola
para sensibilizar a comuni-
dade discente. Posterior-
mente, mobiliza os alunos
para ações pró-equidade
racial e os convida para
um processo formativo
sobre a temática. A forma-
ção prepara o grupo para
intervir sobre os efeitos
do racismo.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE/PROJETO:
ETAPA 3 –
ETAPA 1 –
Pesquisa Convocação
A gestão escolar deve realizar uma pesquisa de Concluída a semana de sensibilização, a gestão
dados, manchetes e capas de revistas sobre desi- deve abrir inscrições e convocar os alunos para um
gualdades raciais. Em conjunto com a equipe pe- projeto de formação de jovens líderes pró-equida-
dagógica, busca selecionar dados que indicam o de racial na educação. É importante comunicar a
impacto do racismo na garantia de direitos, como importância e o objetivo do projeto em todo o es-
trabalho e renda, acesso à educação, moradia, vio- paço da escola. Além da colagem de cartazes cha-
lência etc. A partir do material selecionado, serão mando para a iniciativa, pode-se passar de sala em
preparados cartazes a ser expostos em espaços co- sala explicando o projeto e convocando os alunos.
muns da escola.
Se houver um número de inscritos superior ao que
o projeto desenhado pela escola pode atender, po-
de-se fazer um processo de seleção que considere
a diversidade existente na escola: identidade de
ETAPA 2 – gênero, identidade étnico-racial, séries etc.
Sensibilização
Os materiais com os dados que evidenciam as
desigualdades raciais devem ser expostos em ETAPA 4 –
ambiente comum e frequentados pelos alunos
durante uma semana. É importante que tenham Formação
destaque no espaço. Nos três primeiros dias, ape- A partir dos dados selecionados para a sensibili-
nas os dados são expostos. A partir do quarto dia, zação da comunidade discente, a gestão deve ela-
devem ser colocados novos cartazes com o cha- borar em conjunto com os professores e/ou par-
mado “Você pode mudar esta realidade!”. ceiros externos da área que aderiram ao projeto
um percurso formativo dos jovens considerando:
RESPONSÁVEIS PERÍODO
AÇÃO DE RECURSOS PESSOAS INÍCIO TÉRMINO
PROBLEMA DIRETOS
INTERVENÇÃO NECESSÁRIOS ENVOLVIDAS PREVISTO PREVISTO
Evasão escolar de Articulação com Recurso humano Diretor Aluno X 10/03/2018 10/12/2018
alunos negros as instituições de para articulação Rafael Silva Funcionário X
garantia de direi- territorial, telefo-
tos fundamentais ne, computador
do território com acesso à
internet, espaço
físico para reunião
FORTALECIMENTO DO Projeto:
MARCO LEGAL Juventude Negra.
Objetivo:
Boa prática: sensibilizar comunidades escolares sobre a importân-
cia da implementação das Diretrizes Curriculares Na-
Espetáculo Lei 10.639/03 cionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais
e Gestão para Equidade e para o Ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e
Africana.
Atores:
gestão escolar; professores; alunos.
Tempo: um semestre.
Resumo:
Condições materiais:
Com o apoio da equipe pe-
computador com acesso à internet para pesquisa; es-
dagógica, os alunos prota-
gonizam uma peça teatral
paço físico para ensaios; espaços para apresentação;
sobre as leis 10.639/03 e roupas e fantasias; materiais de papelaria; câmera fo-
11.645/08, trazendo as tográfica.
problemáticas, riquezas e
fraquezas que identificam Habilidades desenvolvidas:
em suas experiências com conhecimento dos marcos legais e currículo; constru-
a temática. São respon- ção de roteiro; interpretação teatral/artes cênicas; va-
sáveis por escrever o lorização da diversidade.
roteiro, construir objetos
e cenários e realizar apre-
sentações nas escolas do
território.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE/PROJETO:
ETAPA 2 –
ETAPA 1 –
Formação dos alunos e elaboração da peça teatral
Preparação dos materiais
Identificar como os alunos veem a implementa-
A equipe proponente deve conhecer e elaborar a
ção da temática na escola com as seguintes per-
apresentação dos materiais que normatizam a
guntas:
educação para as relações étnico-raciais e o ensino
de História e Cultura Afro-Brasileira, Africana e In-
1. O que você sabe sobre história e cultura
dígena nos currículos para a comunidade discente.
africana, afro-brasileira e indígena?
2. O que a escola ensina sobre essa temática?
Documentos referenciais
3. Como o tema aparece nos materiais didáticos?
• Lei 10.639/03
4. Como o racismo aparece na escola? Dê
• Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educa-
exemplos.
ção das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino
5. Qual importância da história e cultura
de História e Cultura Afro-Brasileira e Africana
africana, afro-brasileira e indígena para a
• Lei 11.645/08
valorização da população negra e indígena?
• Plano Nacional de Implementação das Diretri-
zes Curriculares Nacionais para a Educação das
A partir das respostas dos estudantes, montar um
Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de His-
painel dividido em aspectos positivos e negativos
tória e Cultura Afro-Brasileira e Africana
presentes no diálogo. Esse mural deve ser sistema-
tizado para orientar a elaboração da peça pelos es-
Além da elaboração do material conceitual, deve
tudantes.
apresentar a proposta e mobilizar atores da equi-
pe pedagógica da escola para conseguir materiais
Posteriormente, introduzir os marcos legais que
que sirvam de suporte para os alunos criarem o
orientam a apresentação da temática, sobretudo
cenário necessário para a realização da apresenta-
as discussões propostas nas Diretrizes Curriculares
ção teatral.
Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Ra-
ciais e para o Ensino de História e Cultura Afro-Bra-
Caso o profissional da disciplina de Artes da esco-
sileira e Africana.
la não tenha conhecimento de artes cênicas e/ou
não possa colaborar, estabelecer parceria com al-
Orientar o grupo que sua percepção inicial, prove-
gum grupo de teatro do território que possa orien-
niente de como a temática aparece no cotidiano
tar a atuação dos estudantes.
escolar, somada às orientações dos marcos legais,
deve pautar a elaboração do roteiro da peça teatral
Outro passo importante é comunicar a escola so-
a ser construída.
bre o projeto e abrir inscrições para que os alunos
possam aderir livremente à iniciativa. Caso o nú-
Com o auxílio do profissional com conhecimento
mero de inscritos ultrapasse o esperado, a equipe
em artes cênicas, os estudantes devem receber
pode fazer entrevistas e uma seleção consideran-
orientação sobre elaboração de roteiro e constru-
do a diversidade que compõe a comunidade esco-
ção de personagens e cenários. O objetivo do grupo
lar (gênero, grupos de idade, identidade étnico-ra-
deve ser sensibilizar todos os atores da escola para
cial etc.).
a implementação das leis 10.639/03 e 11.645/08.
continua na próxima página
POLÍTICA DE Projeto:
MATERIAL DIDÁTICO E Um olhar para a consciência racial.
PARADIDÁTICO
Objetivo:
avaliação dos livros didáticos a partir das orientações
Boa prática: das Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação
das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História
Pesquisa sobre racismo e Cultura Afro-Brasileira e Africana.
em livros didáticos
Atores:
gestão escolar; professores; funcionários; alunos.
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
Envio de relatório à Secretaria de Educação Exposição Educação Antirracista nos Livros Didá-
A partir da leitura crítica dos livros, a equipe peda- ticos
gógica, em parceria com os alunos, pode elaborar A última etapa do projeto é a exposição com os
um documento com observações sobre conteúdos trabalhos desenvolvidos pelos estudantes em es-
inadequados e ausentes dos materiais didáticos paços comuns da escola. É um momento impor-
a ser remetido para a Secretaria de Educação – e tante de socialização da leitura crítica dos mate-
outros órgãos superiores responsáveis pelo envio riais, bem como da forma como reescreveram e/ou
desses materiais – com o objetivo de influenciar a incluíram os tópicos apresentados.
escolha dos livros usados nas escolas.
https://www.youtube.com/watch?v=ONMqIROJ9pI
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
A escola autora inscreveu o projeto no edital do • objeto – o que ela pretende realizar;
Instituto Unibanco, o que possibilitou recursos • tema;
para premiar as doze melhores redações (uma de • definição da redação e da história em
cada ano dos níveis de ensino) com um celular para quadrinhos;
cada autor e a melhor história em quadrinhos com • critérios, local e período para inscrição;
um tablet. • critérios de análise para a comissão julgadora;
• premiação;
Centros comerciais do território, editais públicos e • contato/central de dúvidas.
de institutos empresariais, ONGs, empresas e ou-
tras instituições podem atuar como parceiros para Após a definição da comissão julgadora e da chama-
a aquisição dos prêmios. da pública, deve elaborar material de comunicação
(cartazes; folders etc.) a ser divulgado na escola.
ETAPA 3 –
Divulgação do concurso
Além de espalhar o material de divulgação pelos
espaços comuns da escola, a comissão deve visi-
tar cada uma das salas de aula para falar sobre
a importância da temática e convidar os alunos
para participar. Os docentes parceiros podem re-
servar uma ou mais aulas para abordar a temática
e incentivar os alunos a enviar suas produções.
AVALIAÇÃO E Projeto:
MONITORAMENTO Gestão Escolar para Equidade – Juventude Negra.
Objetivo:
Boa prática: aumentar o rendimento escolar dos alunos por meio de
orientação e troca entre pares.
Entre jovens
Atores:
gestão escolar; professores; alunos.
Tempo: contínuo.
Condições materiais:
computador; impressora; livros; sala para reforço escolar.
Resumo:
Habilidades desenvolvidas:
A escola aplica uma avalia-
compromisso coletivo; troca de experiências;
ção diagnóstica para iden-
tificar os diferentes graus
solidariedade.
de proficiência dos alunos
em matérias definidas –
podem ser aquelas com
maior taxa de reprovação.
A partir dos resultados,
estabelece horários de re-
forço nos quais os alunos
que têm mais facilidade
com determinadas disci-
plinas auxiliam os demais
colegas no processo de
aprendizagem.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE/PROJETO:
ETAPA 1 – ETAPA 2–
https://educacaoemnumeros.
observatoriodeeducacao.org.br
CONDIÇÕES Projeto:
INSTITUCIONAIS Nargila – Nascido em uma jornada.
Objetivo:
Boa prática: valorizar as práticas de cultura urbana realizadas e pro-
tagonizadas por jovens negros e periféricos nos subúr-
Oficina de grafite bios do Brasil a fim de construir uma maior identifica-
ção dos alunos com o ambiente escolar.
Atores:
gestão escolar; professores; alunos; grafiteiros do ter-
ritório.
Tempo: um bimestre.
Resumo:
Condições materiais:
Por meio de parceria com
sala de aula; televisão e aparelho reprodutor de filme;
grafiteiros do território,
a escola passa a disponi-
folhas de sulfite; lápis; lápis de cor; latas de spray de
bilizar oficinas de grafite diferentes cores; tinta branca; parede disponíveis para
para os alunos. Durante intervenção artística na escola.
o processo de desenvol-
vimento das técnicas, os Habilidades desenvolvidas:
participantes têm contato trabalho em equipe; conceituação de obra em murais;
com a história e os dife- técnicas de pintura em parede; domínio dos efeitos das
rentes estilos do grafite. cores; conhecimento sobre a história do hip-hop.
Para finalizar o projeto,
discutem uma temática
a ser trabalhada – de pre-
ferências afro-brasileira e
africana – e realizam uma
grafitagem nos muros dis-
ponibilizados pela escola.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE/PROJETO:
ETAPA 1 – ETAPA 2–
ETAPA 3 –
Grafitagem
Os alunos irão grafitar seus projetos rascunhados
nas oficinas nos muros da unidade educacional
disponibilizados pela gestão escolar. É importante
que seja um espaço visível e de convivência entre
os alunos. Após a finalização do projeto, professo-
res de diferentes disciplinas podem realizar uma
visita à galeria a céu aberto protagonizada pelos
estudantes da escola.
POLÍTICA DE Projeto:
MATERIAL DIDÁTICO E Nos varadouros da equidade racial.
PARADIDÁTICO
Objetivo:
mobilizar a comunidade docente para a seleção de pro-
Boa prática: dução literária africana, afro-brasileira e local para as
disciplinas de Língua-Portuguesa e Literatura a fim de
Sarau estimular a produção e a participação dos estudantes.
Atores:
gestão escolar; professores; funcionários; alunos.
Tempo: bimestral.
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
O livro Letramentos de reexistência. Poesia, gra- A apresentação de escritores comuns, que saem
fite, música, dança: hip-hop, de Ana Lúcia Silva das periferias e espalham os saberes locais pelo
Souza, ajuda a formar a equipe pedagógica sobre mundo, estimula o interesse literário dos estu-
a importância e a potência de trabalhos com essa dantes. A partir das linguagens e gêneros apre-
temática e método. sentados, os docentes devem provocar os alunos
a produzir suas próprias narrativas do cotidiano
Para desenvolver o trabalho, é importante conhe- e apresentá-las no microfone aberto que estará
cer a vasta produção existente nesse campo que disponível no sarau da escola.
servirá como disparadora do trabalho com os alu-
nos. Seguem abaixo algumas sugestões:
ETAPA 3 –
• Punga, de Elizandra Souza e Akins Kintê.
• Quarto de Despejo, de Carolina Maria de Jesus. Sarau da escola
• Teoria Geral do Fracasso, de Hamilton Borges. A partir da identificação dos alunos engajados no
• O Hip Hop está Morto, de Toni C. projeto, a equipe pedagógica deve estimulá-los
• Coleção Sambas Escritos, de Carmem Faustino, a assumir o protagonismo e a apresentação do
Maitê Freitas e Patrícia Vaz. sarau da escola, onde terão espaço para comparti-
• Perifeminas, da Frente Nacional de Mulheres lhar suas produções literárias. A participação nos
no Hip-Hop. saraus deve compor o repertório de avaliação das
• Álbum Sobrevivendo no Inferno, do grupo disciplinas, sendo uma das estratégias de partici-
Racionais MC’s7 pação e produção dos alunos.
• Becos da Memória, de Conceição Evaristo.
• Luuanda, de José Luandino Vieira.
• O canto dos escravos, de Paulina Chiziane.
POLÍTICAS DE Projeto:
FORMAÇÃO PARA Negritude fala mais alto!
GESTORES E
PROFISSIOAIS PARA Objetivo:
EDUCAÇÃO identificar a história e diversidade do território em que
a escola está inserida e contribuir para o reconheci-
mento e a valorização dessa diversidade que compõe
Boa prática: a comunidade.
Condições materiais:
Resumo: mapa; caderno de campo; máquina fotográfica; grava-
dor.
Os alunos são estimulados
a fazer um mapeamento Habilidades desenvolvidas:
do território, reconhecer desenvolvimento das noções de espaço, tempo e siste-
lideranças e/ou grupos e matização de informações; compreensão da diversida-
desvendar histórias sobre de que compõe o território em que vivem; identificação
o desenvolvimento e par- e valorização do território.
ticularidades da comuni-
dade. A partir da identi-
ficação de uma liderança
local, contam com o apoio
para contatar pessoas,
grupos e instituições que
conhecem e vivenciaram
diferentes momentos da
história do bairro. Com
eles, irão gravar entrevis-
tas, levantar materiais e
fazer registro fotográfico
que visam compor um tra-
balho sobre a diversidade
existente na comunidade
em que vivem. Os resulta-
dos podem ser expostos
em programas de rádio,
fanzine, jornal, blog,
mural etc.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE/PROJETO:
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
ETAPA 6–
ETAPA 4–
Apresentação de resultados
Realização da etnografia na comunidade
Todo o material coletado durante e após a etno-
A visita etnográfica, previamente combinada com
grafia deverá ser organizado e apresentado à co-
a liderança/referência comunitária, deve ser reali-
munidade escolar, com o objetivo de valorizar a
zada com todo o grupo de alunos que participam
história do local onde está instalada. Como forma
do projeto.
de expor os resultados, os alunos podem dese-
nhar e personalizar mapas identificando espaços
A equipe pedagógica deve orientá-los a ficar aten-
e pessoas, escrever histórias, editar e exibir víde-
tos aos detalhes dos espaços, aos fatos narrados
os e áudios, expor fotografias, elaborar mural etc.
pelos moradores, aos nomes citados e aos locais
Para compor a exposição dos resultados, também
indicados. Os participantes devem, a partir desse
podem propor palestras a ser realizadas por mora-
evento, definir quais serão as pessoas da comuni-
dores. Os estudantes devem aproveitar o momen-
dade que irão entrevistar.
to para fazer um relato à comunidade escolar de
como foi a experiência e o que isso acrescentou
O professor de Português deve solicitar um relato
para seu processo de aprendizado e construção
de observação de cada um dos alunos como resul-
de identidade.
tado da atividade.
POLÍTICAS DE Projeto:
FORMAÇÃO PARA Auto-falante – De quem é essa voz?
GESTORES E
PROFISSIOAIS PARA Objetivo:
EDUCAÇÃO oferecer as condições e explicitar os artifícios do dis-
curso jornalístico para que os alunos do Ensino Médio
possam criar e gerir de forma autônoma e crítica um
Boa prática: canal de notícias, tornando-se protagonistas de seu
cotidiano.
Central de mídia
Atores:
alunos do Ensino Médio.
Condições materiais:
Resumo: laboratório de informática com computadores conec-
tados à internet; impressora; espaço físico para ofici-
São realizados encon- nas; livros; gravador; máquina fotográfica.
tros temáticos a fim de
mobilizar a comunidade Habilidades desenvolvidas:
escolar para aderir a um leitura crítica de contexto; fotografia; escrita; expres-
projeto de comunicação são oral; produção editorial; construção de notícias;
local. Esses encontros entrevista; conhecimentos sobre desigualdades de gê-
visam fazer refletir sobre
nero, raça e classe.
o papel da comunicação
como instrumento de
intervenção social. A
comunidade discente é
estimulada a se inscrever
no projeto central de mí-
dia, que oferecerá oficinas
de jornalismo. A partir de
oficinas que contemplam
as diferentes linguagens
da comunicação, os alunos
recebem formação técnica
e contextual para a cria-
ção da central de mídia.
Em cada oficina, produ-
zem materiais que irão
compor o instrumento de
comunicação escolhido
para movimentar a central
da escola.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE/PROJETO:
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
Difusão
Todos os materiais produzidos pelos alunos de-
vem ser organizados e difundidos a partir do ins-
trumento escolhido: blog, canal do YouTube, jor-
nal, fanzine, rádio etc. Podem ser utilizados mais
de um desses instrumentos, a depender a estrutu-
ra a ser oferecida pela escola.
AVALIAÇÃO E Projeto:
MONITORAMENTO Nos varadouros da equidade racial.
Objetivo:
Boa prática: garantir o direito à educação de alunos evadidos por
meio de ação articulada com a rede de proteção que
Resgate de alunos atua no território da escola.
evadidos
Atores:
gestão escolar; rede de proteção; alunos.
Tempo: contínuo.
Condições materiais:
Resumo: sala de reunião com rede de proteção; telefone.
A gestão escolar estabe-
Habilidades desenvolvidas:
lece uma parceria com a
rede de proteção e garan-
articulação territorial; operacionalização dos direitos
tia de direitos presente fundamentais; parcerias.
no território da escola:
Centro de Referência de
Assistência Social (CRAS),
conselho tutelar, Saúde
da Família, Secretaria de
Educação, ONGs etc. Esse
grupo realiza reuniões
periódicas para tratar
de cada um dos casos de
alunos evadidos, tendo
como objetivo seu retorno
à escola e a garantia de
outros direitos fundamen-
tais, quando necessário.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE/PROJETO:
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
AVALIAÇÃO E Projeto:
MONITORAMENTO Pérola Negra.
Objetivo:
Boa prática: propor um ciclo formativo com o corpo docente, visan-
do a efetiva implementação da Lei 10.639/03 por meio
Redesenho curricular de atividades educativas e culturais que busquem evi-
denciar e valorizar a ascendência africana dos estudan-
tes.
Atores:
direção; coordenação pedagógica; professores; funcio-
nários; alunos.
ETAPA 1 – ETAPA 3 –
Sugestão de leitura:
Gênios da Humanidade: Ciência, Tecnologia e Inova-
ção Africana e Afrodescendente, de Carlos Eduardo
Dias Machado.
POLÍTICAS DE Projeto:
FORMAÇÃO PARA Juventude Negra – O resgate da cultura africana e afro-
GESTORES E -brasileira.
PROFISSIOAIS PARA
EDUCAÇÃO Objetivo:
introduzir os alunos no campo da etnociência por meio
de pesquisa e reconhecimento dos saberes tradicionais
Boa prática: utilizados no cotidiano e presentes na comunidade es-
tudada; e articular saberes e práticas locais ao currículo
Etnociências e a farmácia e ao cotidiano escolar como forma de valorizar conheci-
viva: as plantas medicinais
mentos, culturas e a história africana e afro-brasileira.
Atores:
gestão escolar; professores; alunos.
Tempo:
Resumo: um bimestre.
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
AVALIAÇÃO E Projeto:
MONITORAMENTO Jovens líderes para a equidade racial.
Objetivo:
Boa prática: produzir mapa de gestão escolar para a promoção da
equidade racial.
Indicadores de
desenvolimento Atores:
Secretaria de Educação; secretaria da escola; gestão es-
colar; docentes; alunos; famílias.
Tempo: contínuo.
Condições materiais:
Resumo: equipe; sala de reunião; computador; impressora; pa-
pel.
Realizar levantamento de
histórico, dados e percep-
ções da instituição e de
Habilidades desenvolvidas:
seus atores para auxiliar sistematização; pesquisa de dados; escuta ativa; inte-
o trabalho cotidiano de gração da comunidade escolar; metas de equalização.
administração, implemen-
tação de projetos, moni-
toramento e avaliação da
escola.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE/PROJETO:
6. Alunos negros (pretos e pardos) – dados obtidos 8. Comunidade Quilombola (se houver) – dados obti-
por meio de questionário dirigido dos por meio de questionário dirigido
• Autodeclaração de raça/cor (alunos, funcionários, • Percepção comunitária (análise discursiva)
professores e outros atores da unidade, a partir das • Compreensão das particularidades
categorias do IBGE: asiático, branco, indígena, par- • Relações construídas com comunidade
do e preto) • Auto-organização
• Consciência étnica > trânsito operacionalização> • Participação nas atividades da comunidade escolar
pertença cultural
• Domínio do arcabouço da cultura afro-brasileira
• Percepção de identificação social
• Participação nos espaços auto-organizados e movi-
mentos sociais ligados à comunidade afro
• Percepção crítica da ocupação negra nos espaços
de poder
• Controle de representantes políticos
Plano de trabalho
Após o desenho das instituições e atores, a co-
missão deve preparar um plano de trabalho para
levantar as informações e elaborar uma apresen-
tação dos resultados para a comunidade escolar.
Contexto:
TEMA DIAGNÓSTICO PROBLEMA A SER ENFRENTADO
Este segmento apresenta
Trabalho infantil e acesso aos direitos
Comunidade maior número de evasão esco-
fundamentais (como a escola se articu-
escolar negra lar a partir do 5o ano do Ensino
la junto à rede de proteção)
Fundamental
Potenciais
TESOURO (PESSOAS, O QUE PODE TRAZER
ORGANIZAÇÕES, ACÚMULOS POTENCIAS PARA O NOSSO
PROJETOS) PROJETO
Atua no combate Trabalho Pode atender os alunos
Associação comunitária
à violência no articulado com evadidos e ajudar a
do bairro
território a família mantê-los na escola
Planejar e agir
A comissão deve preparar uma apresentação com
a fotografia dos dados coletados sobre a escola
no que se refere a fluxo, desempenho e desigual-
dades, considerando as possíveis disparidades de
gênero e raça, além das problemáticas que envol-
vem estrutura, incidência, avaliações externas,
avaliações internas etc. Para facilitar a apresenta-
ção, pode elaborar painéis a ser expostos na esco-
la. A partir da apresentação, a comunidade escolar
deve ser convidada a construir colaborativamente
um plano de trabalho para a superação dos desa-
fios apresentados pelos dados do diagnóstico.
ETAPA 1 –
Chamada para a composição do GT Gestão Esco- que ’atrapalhem o bom andamento do processo’.
lar para Equidade Racial Muitas vezes, o processo participativo já nasce de
Atores de todos os segmentos da escola devem um mapeamento de quem é ‘aliado’ e de quem é
ser convocados para uma reunião, que terá como ’adversário’.”
objetivo construir um grupo de trabalho (GT) res- • “A participação colaborativa – Nessa perspectiva,
ponsável por incidir nas decisões e nos projetos um dos verbos mais utilizados é o ‘ajudar’ e se
da gestão escolar para promover a equidade ra- esvazia a dimensão política dos processos. En-
cial na escola. Essa reunião pode ser conduzida tende-se que a participação deve ser mobilizada
pelo conselho da escola, pelo grêmio estudantil, para que a sociedade colabore com o Estado na
pela APM etc. Além de elaborar recomendações e implementação de políticas e prioridades já de-
fazer a interlocução com a gestão escolar sobre finidas previamente, ou seja, que não estão em
as problemáticas que envolvem a educação das questão nos processos participativos. Muitas ve-
relações étnico-raciais, o GT deve monitorar e zes, tal perspectiva é associada a propostas que
avaliar as ações tomadas por diretores e coorde- defendem o enxugamento do Estado e o repasse
nadores pedagógicos para fortalecer a temática e da execução de políticas públicas para determina-
superar as desigualdades educacionais. Para en- dos setores sociais.”
gajar o grupo, os responsáveis pela convocação • “A participação consultiva – Diferentemente da
da reunião podem fazer a dinâmica “Que parti- participação figurativa, aqui estão abertos canais
cipação é essa?”, do guia A Construção e Revisão e espaços de diálogo entre Estado e sociedade
Participativas dos Planos de Educação, da coleção civil a partir do reconhecimento da dimensão
De Olho nos Planos. política dos processos participativos. O discurso
é bastante assertivo com relação aos princípios
Divida os presentes em cinco grupos e distribua democráticos, mas há uma imensa dificuldade
tarjetas com os tipos de participação: de traduzir as deliberações e resultados dos pro-
• “A participação figurativa – A partir dela, os cessos participativos em influência na tomada de
processos participativos acontecem, é estimu- decisão e em operacionalidade para dentro das
lada a mobilização da sociedade, acontecem políticas públicas. Em decorrência disso, muitas
eventos e atividades, mas pouco ou nenhuma vezes, tais processos e espaços funcionam como
atenção é dada às propostas e aos resultados ’colchões’ de amortecimento de conflitos sociais.”
dos processos. Tal participação pouco ou nada • “A participação burocrática – A partir dessa no-
impacta o processo de tomada de decisão das ção, realizam-se e cumprem-se os rituais partici-
metas e de outras ações, mas é exibida como pativos de forma burocrática, ’como exige a lei’,
grande fato político.” sem sentido político ou consequência prática
• “A participação controlada – A preocupação na tomada de decisão. A abertura é mínima para
aqui reside em controlar ao máximo a escolha dialogar com os resultados do processo e incorpo-
de quem pode participar e os conteúdos que rá-los ao diagnóstico ou traduzi-los em mudanças
podem ser abordados no processo participati- nas políticas públicas. Também não há compro-
vo, incidindo explícita ou implicitamente para misso com a continuidade e nem com a articu-
excluir grupos ou pessoas ou coletivos que lação de tais processos com o fortalecimento de
possam trazer críticas ou expor divergências instâncias participativas.”
Finalizada a roda de diálogo, deve-se compor o GT Para ter uma atuação reconhecida na unidade,
voluntariamente com representantes de todos o GT deve: 1) realizar consultas periódicas sobre
os segmentos: gestão, docentes, alunos, mães e o tema à comunidade escolar; 2) realizar escuta
pais, funcionários etc. Caso haja um número gran- específica de atores envolvidos em conflitos étni-
de de voluntários, pode-se partir para a eleição de co-raciais; 3) dialogar com professores que enfren-
representantes por segmento. tam dificuldades ou são resistentes à implemen-
tação das leis 10.639/03 e 11.645/08; 4) registrar
boas práticas existentes na unidade; e 5) elaborar
relatórios com recomendações para a gestão.
CONDIÇÕES Projeto:
INSTITUCIONAIS Juventude Negra.
Objetivo:
Boa prática: sensibilizar educadores para o trabalho com educação
das relações étnico-raciais e ensino de História e Cultu-
Oficina de informação ra Afro-Brasileira e Africana.
e formação com
educadores, funcionários Atores:
e direção da escola gestão escolar; professores; funcionários da escola.
Tempo: bimestral.
Condições materiais:
Resumo: espaço; livros; tarjetas; papel; canetas; bloco de notas.
Sensibilizar educadores
Habilidades desenvolvidas:
sobre origens, memórias
e histórias e a importân-
valorização da história oral; reconhecimento da diver-
cia de sua integração ao sidade; análise curricular.
currículo.
DESCRIÇÃO DA ATIVIDADE/PROJETO:
ETAPA 1 – ETAPA 2 –
Sensibilização Formação
Os proponentes da atividade de sensibilização Na segunda etapa, os participantes são convidados
convidam os educadores participantes para a ofi- a avaliar coletivamente a dimensão 4 – Acesso, per-
cina Origem do nome. Nessa atividade, cada um manência e sucesso na escola, dos Indicadores da
terá cinco minutos para relembrar como se deu a Qualidade na Educação: Relações Raciais na Escola,
escolha, qual a origem e o significado do seu nome. a fim de refletir sobre como o racismo impacta a tra-
Após a organização das ideias, devem apresentar jetória educacional dos estudantes e a importância
essas informações ao grupo. de saber o contexto de vida e as expectativas do pú-
blico atendido como estratégia de fortalecimento
Durante as apresentações, os condutores da ofici- dos resultados de aprendizagem.
na devem fazer anotações e, posteriormente, bus-
car refletir sobre como nossas escolhas remetem Os Indicadores da Qualidade na Educação: Rela-
a referências, memórias e significados e a impor- ções Raciais na Escola é uma produção da ONG
tância desses elementos para o desenvolvimento Ação Educativa em parceria com UNICEF, MEC e
da sociedade. Essa atividade ajuda a criar vínculo União Europeia. Pode ser acessado no link:
e maior envolvimento entre o grupo, abrindo pos-
sibilidades para debater temas polêmicos. http://www.acaoeducativa.org.br/
relacoesraciais/wp-content/uploads/2013/12/
Após a atividade que envolve história e memória, Indicadores_RR_vf.pdf
provocá-los a pensar como o apagamento das con-
tribuições de povos historicamente discriminados É importante que, durante a discussão de cada um
para o desenvolvimento do Brasil se reflete sobre a dos indicadores propostos na dimensão 4, os pro-
subjetividade e a memória de seus descendentes, fissionais possam dialogar sobre a realidade local e
buscando abertura para a integração da temática construir consensos.
ensino de História e Cultura Afro-Brasileira e Afri-
continua na próxima página
cana e educação das relações étnico-raciais no cur-
rículo como prática permanente e fundamental.
https://www.youtube.com/watch?v=cXN9tdyDuVw
Atores:
gestão escolar; educadores; técnicos da Secretaria de
Educação; alunos.
ETAPA 1 – ETAPA 2 –