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COMPLEMENTAÇÃO

PEDAGOGICA
2º LICENCIATURA
BASES
SÓCIOANTROPOLÓGIC
AS DOS
DESCENDENTES
AFRO/INDÍGENAS
“DESRESPEITANDO OS FRACOS,
ENGANANDO OS INCAUTOS, OFENDENDO A
VIDA, EXPLORANDO OS OUTROS,
DISCRIMINANDO O ÍNDIO, O NEGRO, A
MULHER, NÃO ESTAREI AJUDANDO MEUS
FILHOS A SER SÉRIOS, JUSTOS E AMOROSOS
DA VIDA E DOS OUTROS.”

(PEDAGOGIA DA INDIGNAÇÃO, 2000.)


PAULO FREIRE
• A Constituição da República Federativa do
Brasil, possui enquanto pressuposto:

(...) assegurar o exercício dos direitos sociais e


individuais, a liberdade, a segurança, o bem-
estar, o desenvolvimento, a igualdade e a
justiça, como valores supremos de uma
sociedade fraterna, pluralista e sem
preconceitos, fundada na harmonia social (...).
(BRASIL, 1988, p. 1)
A LEI 10.639/2003

• Altera a Lei nº 9.394/1996 - Lei de Diretrizes e Bases


da Educação Nacional - LDB;
• Posteriormente, alterada pela Lei 11645/2008;
• Ensino sobre História e Cultura Afro-brasileira;
• Os conteúdos: Educação Artística, Literatura e
História brasileiras;
• Objetiva: o combate ao preconceito, ao racismo e à
discriminação;
• Escola: lugar da formação de cidadãos e de promoção
e valorização das matrizes culturais que formam do
Brasil.
A LEI 10.639/2003

• Ponto de partida para uma mudança social;


• Surge de uma luta histórica;
• Retratar com os mesmos valores dos
outros povos que para aqui vieram;
• Rompe com uma postura pedagógica que não
reconhece as diferenças resultantes do processo
de formação da sociedade brasileira;
• Desafio para ações que visam a melhoria da
qualidade da educação brasileira.
•Em acordo com a Constituição e a Lei de Diretrizes
e Bases da Educação Nacional /96

•artigo 26 - regula os currículos escolares e


estabelece a complementação com uma base
diversificada.

•§ 4º. O ensino da História do Brasil levará em conta


as contribuições das diferentes culturas e etnias para
a formação do povo brasileiro,
especialmente das matrizes indígena, africana e
européia. (BRASIL, 1996)
A Lei 10639/2003 inclui os artigos
26A e 79B alterando a LDB/96:
Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino (...),
torna-se obrigatório o ensino sobre História e
Cultura Afro-Brasileira.

Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de


novembro como ‘Dia Nacional da Consciência
Negra’” (BRASIL, 2003).
Art. 26-A
§ 1o O conteúdo programático a que se refere o
caput deste artigo incluirá o estudo da História
da África e dos Africanos, a luta dos negros no
Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na
formação da sociedade nacional, resgatando a
contribuição do povo negro nas áreas social,
econômica e política pertinentes à História do
Brasil.
•JUSTIFICATIVA
- PLANO NACIONAL DE
IMPLANTAÇÃO DAS
DIRETRIZES CURRICULARES
10.639/03
PLANO NACIONAL DE IMPLANTAÇÃO DAS
DIRETRIZES CURRICULARES 10.639/03

“Reconhecer exige a valorização e respeito às


pessoas negras, à sua descendência africana, sua
cultura e história. Significa buscar, compreender
seus valores e lutas, ser sensível ao sofrimento
causado por tantas formas de desqualificação:
apelidos depreciativos, brincadeiras, piadas de
mau gosto sugerindo incapacidade,
ridicularizando seus traços físicos, a textura de
seus cabelos, fazendo pouco das religiões de
raiz africana. Implica criar condições para que
os estudantes negros não sejam rejeitados em
virtude da cor da sua pele, menosprezados em
virtude de seus antepassados terem sido
explorados como escravos, não sejam
desencorajados de prosseguir estudos, de
estudar questões que dizem respeito à
comunidade negra”.
(Trecho do Parecer n. 003/ CNE -2004)
PLANO NACIONAL DE IMPLANTAÇÃO DAS
DIRETRIZES CURRICULARES 10.639/03
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das
Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de História e Cultura
Afro-Brasileira e Africana.
CNE/CP 3/2004, aprovado em 10/3/2004
O texto do Plano Nacional foi construído como
um documento pedagógico com o intuito de
orientar e balizar os sistemas de ensino e as
instituições correlatas na implementação das
Leis 10639/2003 e 11645/2008.
Destina-se, o parecer, aos administradores dos
sistemas de ensino, de mantenedoras de
estabelecimentos de ensino, aos
estabelecimentos de ensino, seus professores e
a todos implicados na elaboração, execução,
avaliação de programas de interesse
educacional, de planos institucionais,
pedagógicos e de ensino.
Destina-se, também, às famílias dos estudantes, a
eles próprios e a todos os cidadãos comprometidos
com a educação dos brasileiros, para nele buscarem
orientações, quando pretenderem dialogar com os
sistemas de ensino, escolas e educadores, no que diz
respeito às relações étnico-raciais, ao reconhecimento
e valorização da história e cultura dos afro-brasileiros,
à diversidade da nação brasileira, ao igual direito à
educação de qualidade, isto é, não apenas direito ao
estudo, mas também à formação para a cidadania
responsável pela construção de uma sociedade justa e
democrática.
OBJETIVOS ESPECIFICOS DO PLANO
NACIONAL
- Cumprir e institucionalizar a implementação das
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das
Relações Etnicorraciais e para o Ensino de História e Cultura
Afrobrasileira e Africana, conjunto formado pleo texto da
Lei 10.639/03. Resolução CNE/CP 01/2004 e Parecer
CNE/CP 03/2004, e, onde couber, da Lei 11645/08;
- Desenvolver ações estratégicas - formação de professores,
a fim de proporcionar o conhecimento e a valorização da
história dos povos africanos e da cultura afrobrasileira e da
diversidade na construção histórica e cultural do país;
- Colaborar e construir com os sistemas de ensino,
instituições, conselhos de educação, coordenações
pedagógicas, gestores educacionais, professores e demais
segmentos afins, políticas públicas e processos
pedagógicos para a implementação das leis 10.639/03 e
11.645/08;

- Promover o desenvolvimento de pesquisas e produção


de materiais didáticos e paradidáticos que valorizem,
nacional e regionalmente, a cultura afrobrasileira e a
diversidade;
- Colaborar na construção de indicadores que permitam o
necessário acompanhamento, pelos poderes públicos e
pela sociedade civil, da efetiva implementação das
Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das
Relações Etnicorraciais e para o Ensino de História e
Cultura |Afrobrasileira e Africana;
- Criar e consolidar agendas propositivas junto aos
diversos atores do Plano Nacional para disseminar as Leis
10.639/03 e 11645/08, junto a gestores e técnicos, no
âmbito federal e nas gestões educacionais de municípios,
estados e do Distrito Federal, garantindo condições
adequadas para seu pleno desenvolvimento como
política de Estado.
Onde Você Guarda o Seu Racismo?
(Vídeo 02:38)

http://www.youtube.com/watch?
v=ojg07xOt8CY&feature=related
PLANO NACIONAL DE IMPLANTAÇÃO DAS
DIRETRIZES CURRICULARES 10.639/03

EIXOS FUNDAMENTAIS DO PLANO

III - ATRIBUIÇÕES DOS SISTEMAS DE ENSINO


IV – ATRIBUIÇÕES DOS CONSELHOS DE EDUCAÇÃO
V – ATRIBUIÇÕES DAS INSTITUIÇÕES DE ENSINO
5.1 – Rede pública e particular de ensino
5.2 – Instituições de ensino superior
5.3 – Atribuições das coordenações pedagógicas
VI – ATRIBUIÇÕES DOS GRUPOS COLEGIADOS E NÚCLEOS DE
ESTUDOS
•VII – NÍVEIS DE ENSINO
7.1 – EDUCAÇÃO BÁSICA
7.1.1 – EDUCAÇÃO INFANTIL
7.1.1 – ENSINO MÉDIO FUNDAMENTAL
7.1.3 – ENSINO MÉDIO
7.2 – EDUCAÇÃO SUPERIOR
VIII – MODALIDADES DE ENSINO
8.1 – EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
8.2 – EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA E
FORMAÇÃO PROFISSIONAL
IX – EDUCAÇÃO EM ÁREAS
REMANESCENTES DE QUILOMBOS
•III - ATRIBUIÇÕES DOS SISTEMAS DE
ENSINO
- Todos os objetivos específicos do Plano
Nacional
- Ações dos governos federal, estadual e
municipal
IV – ATRIBUIÇÕES DOS CONSELHOS DE EDUCAÇÃO Os
Conselhos de Educação não só
regulamentam a Lei, mas são órgãos que
zelam, através de seus instrumentos
próprios, pelo cumprimento das mesmas.
•V – ATRIBUIÇÕES DAS INSTITUIÇÕES DE
ENSINO
“Caberá às escolas incluírem no contexto de
seus estudos e atividades cotidianas, tanto a
contribuição histórico-cultura dos povos
indígenas e dos descendentes de asiáticos,
quanto às contribuições de raiz africana e
européia.” (Res. CNE/CP 01/2004).
•5.1 – Rede pública e particular de ensino
5.2 – Instituições de ensino superior
5.3 – Atribuições das coordenações
pedagógicas
•5.3 – Atribuições das coordenações
pedagógicas
a) Conhecer e divulgar o conteúdo do Parecer
CNE/CP 03/2004 e a Resolução CNP/ CP 01/2001
e da lei 11.645/08 em todo âmbito escolar;
b) Colaborar para que os Planejamentos de
Curso incluam conteúdo e atividades adequadas
para a educação das relações etnicorraciais e o
ensino de história e cultura afro-brasileiras e
africana de acordo com cada nível e modalidade
de ensino;
c) Promover junto aos docentes reuniões
pedagógicas com o fim de orientar para a
necessidade de constante combate ao racismo,
ao preconceito, e à discriminação, elaborando
em conjunto estratégias de intervenção e
educação;
•d) Estimular a interdisciplinaridade para
disseminação da temática no âmbito escolar,
construindo junto com professores e profissionais
da educação processos educativos que possam
culminar seus resultados na Semana de
Consciência Negra e/ou no período que
compreende o Dia da Consciência Negra
(20 de novembro).

e)Encaminhar ao Gestor escolar e/ou aos


responsáveis da Gestão Municipal ou Estadual de
Ensino, situações de preconceito, racismo e
discriminação identificados na escola.
•VII – NÍVEIS DE ENSINO
EDUCAÇÃO BÁSICA

EDUCAÇÃO INFANTIL
b) formação inicial e continuada dos/as
professores
c) Seguir as Diretrizes que focam – diversidade
étnica, religiosa, de gênero e de pessoas com
deficiências
d) Livros e materiais didático-pedagógicos que
contemple a descrição do item anterior
•ENSINO MÉDIO FUNDAMENTAL
-Implementar ações inclusive dos educandos
referente ao cumprimento das Diretrizes
Curriculares
-Construir coletivamente alternativas
pedagógicas
ENSINO MÉDIO
Contribuir para o desenvolvimento de
práticas pedagógicas reflexivas,
participativas e interdisciplinares, que
possibilitem ao educando o entendimento
de nossa estrutura social desigual.
PLANO NACIONAL DE IMPLANTAÇÃO
DAS DIRETRIZES CURRICULARES
10.639/03
•VIII – MODALIDADES DE ENSINO
EDUCAÇÃO DE JOVENS E ADULTOS
- Incluir na formação de educadores de EJA a temática da
promoção da igualdade etnicorracial e o combate ao racismo.

•- Estimular as organizações parceiras formadoras de EJA,


para articulação com organizações do movimento negro local,
com experiência na formação de professores.
•EDUCAÇÃO TECNOLÓGICA E FORMAÇÃO
PROFISSIONAL
- Promoção e cumprimento das Diretrizes Nacionais

IX – EDUCAÇÃO EM ÁREAS
REMANESCENTES DE QUILOMBOS
Fundação Palmares – identificados 1.342
comunidades de quilombos localizadas nas
diferentes regiões do Brasil.
- Preparação de materiais didáticos que
respeitem a especificidade do ensino para
aluno/as de EJA nestas comunidades;
PLANO NACIONAL DE IMPLANTAÇÃO
DAS DIRETRIZES CURRICULARES
10.639/03

• “Por uma infância sem racismo”.


Vídeo da UNICEF
• http://www.youtube.com/watch?
v=_aPYuKiKFMg
MUDANÇAS DE
PARÂMETROS
E CONCEITOS
MUDANÇAS DE PARÂMETROS E
CONCEITOS

•Relações Étnico-raciais – articulação entre


processos educativos escolares, políticas
públicas, movimentos sociais, visto que as
mudanças éticas, culturais, pedagógicas e
políticas nas relações étnico-raciais não se
limitam à escola.
•Quem somos?
- Pensamento colonizado -
MUDANÇAS DE PARÂMETROS
E CONCEITOS
• Ressignificado pelo Movimento Negro -
sentido político e de valorização do legado
deixado pelos antepassados africanos.
•O emprego do termo étnico, na expressão
étnico-racial marcar a existência de conflitos
baseados nas diferenças - cor da pele, traços
fisionômicos e ancestralidade africana.
• Difere em - visão de mundo, valores e
princípios das origem indígena, européia e
asiática.
• EUROCENTRISMO – CONTROLE SOCIAL
MUDANÇAS DE
PARÂMETROS E CONCEITOS
•Reivindicações ou Omissão ?
- Século XIX – acesso às letras - índios e negros
“ (...) o descontentamento dos senhores de
escravo era tão grande que ameaçava a
aprovação da Lei do Ventre Livre; o que levou a
um complexo processo de negociação entre
parlamentares e proprietários, desembocando,
em setembro de 1871, na Lei nº 2.040. Esta
isentava os senhores de “qualquer
responsabilidade quanto à instrução das
crianças nascidas livres de mulheres escravas”
(SILVA; GONÇALVES, p.186, 2005).
-Equívoco - questão racial se limita ao Movimento
Negro e a estudiosos do tema

- Equivoco - não se trata de mudar um foco


etnocêntrico marcadamente de raiz européia por
um africano, mas de ampliar o foco dos currículos
escolares para a diversidade cultural, racial, social e
econômica brasileira;
País multi-étnico e pluricultural, de organizações
escolares em que todos se vejam incluídos, em
que lhes seja garantido o direito de aprender e de
ampliar conhecimentos, sem ser obrigados a negar
a si mesmos, ao grupo étnico/racial a que
pertencem e a adotar costumes, idéias e
comportamentos que lhes são adversos.
Como Entender e Trabalhar com os
Conceitos de Preconceito,
Discriminação Racial e Racismo
•O preconceito é basicamente uma atitude
negativa (é necessário que haja
algum referente positivo para comparação) com
relação a um grupo ou pessoa,
baseando-se num processo de comparação social
em que o grupo da pessoa
preconceituosa é considerado como ponto
positivo de referência. É uma posição
psicológica que acentua sentimentos e atitudes
endereçadas a um grupo como
um todo, ou a um indivíduo por ser membro desse
grupo.
•A discriminação, por sua vez, é a manifestação
comportamental do preconceito, ou seja, é a
materialização da crença racista em atitudes que
efetivamente limitam ou impedem o
desenvolvimento humano pleno das pessoas
pertencentes ao grupo discriminado e que
mantêm os privilégios dos membros do grupo
discriminador à custa do prejuízo dos
participantes do grupo discriminado.
•Explica-se como o racismo é uma expressão ampla
que abrange, além do preconceito, hostilidade,
discriminação e segregação, outras ações negativas
manifestadas em relação a um grupo racial/étnico. O
racismo manifesta-se
basicamente em 3 níveis: individual, institucional e
cultural.
O racismo acentua atributos positivos do grupo que
se acha superior e atributos negativos daquele que é
inferiorizado, retirando a humanidade do grupo
racial em posição de inferioridade, o que transforma
as diferenças em desigualdades.
IDENTIDADE com respeito a DIVERSIDADE
MUDANÇAS DE PARÂMETROS
E CONCEITOS
•A difícil tarefa de definir quem é negro no Brasil
Entrevista do Prof. Dr. KABENGELE
MUNANGA
(Antropólogo, professor-titular da Faculdade de Filosofia,
Letras e Ciências Humanas da USP. vice-diretor do Centro
de Estudos Africanos e do Museu de Arte Contemporânea
da USP.)
Quem é negro no Brasil?
É um problema de identidade ou de
denominação?
•“...num país que desenvolveu o desejo de branqueamento, não
é fácil apresentar uma definição de quem é negro ou não. Há
pessoas negras que introjetaram o ideal de branqueamento e
não se consideram como negras. Assim, a questão da
identidade do negro é um processo doloroso. Os conceitos de
negro e de branco têm um fundamento etno-semântico, político
e ideológico, mas não um conteúdo biológico.
“O conceito de afro-descendente, forjado pelos próprios
negros na busca da unidade
com os ‘mestiços’ ”;
- “(...) o social tem nome e endereço. Não podemos diluir,
retirar o nome, a religião e o sexo e aplicar uma solução
química. O problema social tem de ser atacado
especificamente.”
CONQUISTAS E DESAFIOS
Criação da Secretaria de Educação
Continuada, Alfabetização e
Diversidade (Secad).
•Fevereiro de 2004;
•Objetivo: enfrentar as múltiplas dimensões
da desigualdade educacional no país;

•Projetos inovadores de curso (PICs) - integra


o Programa Diversidade na Universidade
(2002);
• cursos preparatórios para vestibulares
populares e comunitários voltados para afro-
brasileiros e indígenas.
•Auxílios a estudantes universitários:

• bolsas para permanência de alunos


egressos dos PICs;

• contribuição dos estudantes no


desenvolvimento de materiais didáticos
relativos à implementação da Lei
10.639/2003.
•Estímulo para a criação dos Fóruns Estaduais –
Educação e Diversidade Étnico-Racial;

•Cadara - Criação em 2003 da Comissão para


Assuntos Relacionados à Educação dos Afro-
Brasileiros (Cadara);

•Programa Brasil Quilombola (Seppir)- 2004, apoio as


prefeituras que possuem áreas remanescentes de
quilombos:
•ampliação da rede física escolar;
•formação continuada de professores e
•aquisição de material didático específico para essas
áreas;
•Formação de Professores –por meio do Programa
Uniafro;
•Produção e distribuição de Material de Referência
para Professores –Coleção Educação para Todos
(Secad/UNESCO);
•Cor da Cultura (2005) – Kit de materiais produzido
em parceria com a Fundação Roberto Marinho ;
•Concurso Nacional de Material Didático Pedagógico
– Para o Reconhecimento e a Valorização da História,
da Cultura e da Identidade Afro-
Brasileira e Africana (2006).
Desafios
• Inexistência nas escolas de materiais
variados de referência à cultura negra;
• Falta de material didático que aborde o
negro de forma positiva;
• O livro didático tem sido um divulgador de
visões estereotipadas e discriminatórias;
• Formação precária dos professores;
• Necessidade de aperfeiçoamento das
estratégias para a produção e à distribuição
de materiais para formação;
• Insegurança para tratar o tema;
• Falta de interação entre a escola e o
entorno, para a promoção da igualdade
étnico-racial;
• Resistência em trabalhar a questão das
religiões de matrizes africanas.
•“O racismo é algo prejudicial, não apenas
para quem é vítima, mas também para
quem é agente dele ou o reproduz. Negros
e brancos — na verdade, quaisquer grupos
étnicos — precisam conduzir esse debate”
(Parecer CNE/CP 003/2004).
•SUPERAÇÃO - Não estabelecer relações entre
pertencimento racial/étnico, gênero e
desempenho escolar e não percebe como isto
interfere na sua própria conduta. E entender
que as representações determinam as
relações, os comportamentos, as expectativas
e as interações sociais.

DESPREPARO como fértil para que o racismo


se perpetue e a discriminação racial sofra
mutações próprias do ambiente escolar.
PROPOSTAS DE ATIVIDADES
EM SALA DE AULA
Implantação

•“Aceitar e respeitar a diferença é uma


dessas virtudes sem o que a escuta não se
pode dar. Se discrimino o menino ou
menina pobre, a menina ou menino negro
(...), não posso evidentemente escutá-las
e se não as escuto, não posso falar com
eles, mas a eles, de cima para baixo (...)”
(FREIRE, 2003, p.20-1).
•Aceitar a diversidade étnico- raciais, no
cotidiano escolar, significa:

• Trabalhar a educação das relações étnico-


raciais, trazendo para a sala de aula os
conteúdos sobre a história e cultura africana
e Afro-brasileira.
Projeto – História e Geografia
•Projeto: Refletir sobre as matrizes culturais
africanas que formam do Brasil e a presença do
negro no Brasil.
•Temas Geradores: História e Geografia do Brasil e
da África, um diálogo possível.
•Objetivos:
•Expressar nas produções escolares, o Brasil que
somos genética e culturalmente;
•Trabalhar a história e a cultura africana e afro-
brasileira como conteúdo interdisciplinar.
O FILME EM SALA DE AULA
www.unidadenadiversidade.org.br

•Direção: Walter Lima Jr.


•Gênero: Drama País: Brasil Ano: 1985
Duração: 115 min. Cor: Colorido
•Sinopse/Comentário: No início do século
XVIII, Galanga, rei do Congo, é escravizado
em África e trazido para o Brasil, onde
passa a se chamar Chico Rei. Na região
das Minas Gerais, vai trabalhar numa mina
de ouro. Escondendo ouro pelo corpo,
com o tempo ele compra a sua alforria e,
depois, a mina Encardideira. Filia-se a uma
irmandade para ajudar negros a
comprarem sua alforria.
•PREPARAÇÃO

•SELECIONAR O FILME: de acordo com o conteúdo


da disciplina e a faixa etária.

•ASSISTIR AO FILME ANTES DE USÁ-LO: para


estabelecer a estratégias de ensino, conceitos que
serão trabalhados, etc.

•ELABORAR UM PLANO DE AULA: expondo os


conceitos, os objetivos, a metodologia, o roteiro
de discussão do filme e a avaliação;
•EXECUÇÃO

•APRESENTAÇÃO DO PLANO : entregar aos alunos


(deve conter a sinopse do filme, o contexto
histórico e um roteiro para discussão);

•EXIBIR O FILME: exibir o filme na íntegra ou


partes da obra;

•PROMOVER O DEBATE: momento importante do


trabalho com filmes ou documentários.
Sugestões de Aula
•As marcas da escravidão africana no Brasil
•Autor: Alinne Grazielle Neves Costa
•Co-autor(es): Elmiro Lopes da Silva, Aléxia
Pádua Franco
•Analisando reportagens de jornal sobre a
desigualdade racial

•Dinâmica sugerida: leitura individual das


matérias / Leitura em voz alta / debate sobre
o conteúdo das notícias.
•Objetivo: Permitir as percepções e/ou inquietações
dos alunos acerca das matérias.

•Notícia 1 - "Negros morrem mais de homicídio;


brancos, de doença - Folha de S. Paulo, 20/11/2007.
•Notícia 2 - "Brancos ocupam 4 vezes mais cargos
executivos do que negros, diz Seade - Folha de S.
Paulo, 19/11/2007.
•Notícia 3 - "IBGE: diminui desigualdade racial no
acesso à educação - Estado de S. Paulo, 17/09/2010 -
JACQUELINE FARID - Agência Estado
•Pesquisando - trabalho de campo.
•Questões gerais para pesquisa:

•Quais as origens da família (informações sobre seus


antepassados: onde nasceram, trabalharam e
viveram)?
•Qual o grau de instrução (diploma escolar ou
universitário) possuem os membros adultos da
família?
•Quais as ocupações profissionais daqueles que
sustentam a família?
•Os membros da família já sofreram algum tipo de
preconceito?
•Superando o racismo na escola: por uma
cidadania multicultural

•Autor: Sandro Prado Santos


•Co-autor(es): Cláudia Regina M. G.
Fernandes

•CONTEXTUALIZAÇÃO: Leitura do Texto:

•Alguns apontamentos teóricos sobre


relações raciais e a escola.

•Disponível na página Unidade na diversidade tudo começa


na escola- Orientações didáticas
•MOTIVAÇÃO: apresentação do vídeo
intitulado “Ninguém nasce racista”:

• O que entendem por racismo?


• O que vocês entendem por raça?
• Quais os tipos humanos que vocês
conhecem/identificam?
• Por que existe variedade de tipos
humanos?
•ATIVIDADE:
• Entregar aos alunos, dois textos
informativos acerca do conceito de raça:

•1º “Somos todos um só: Pesquisa genética
internacional mostra que não existem raças
na espécie humana, derrubando qualquer
base científica para a discriminação” e

•2º “Cultura: um conceito antropológico” de
autoria de Norton Godoy e Roque de Barros
Laraia.
•Objetivo: a discussão deve permear:
•• A percepção de como as diferenças sociais
são historicamente construídas.
• A conscientização dos equívocos existentes
sobre o conceito de “raça” em seu sentido
biológico.
• Inferência do conceito de “raça” inserido
num contexto histórico e político mais amplo.
• Clareza dos conceitos de racismo,
preconceito, discriminação e democracia
racial.
•Proposta para uma ação interdisciplinar :

•• Biologia: análise de aspectos da genética que


define como os genes favorecem a herança de
traços físicos pele clara, pele escura, olhos
castanhos, olhos verdes etc.


• História, Sociologia e Português: ampliar as
discussões para desmistificar a idéia de supremacia
racial. Explicar os conceitos de racismo,
discriminação, segregação e xenofobia, explorando
exemplos cotidianos.
Referências e Indicações
•http://cineaprendizagem.blogspot.com
•http://portaldoprofessor.mec.gov.br/fichaTecnicaAula
•www.unidadenadiversidade.org.br
•www.dhnet.org.br - Educação em Direitos Humanos
•www.ufscar.br/~neab
•www.africaeafricanidades.com
•www.acordacultura.org.br/
•http://modeloseducacionais.blogspot.com
As Estatísticas, Pesquisas e os Estudos
Comprovam...

• A escola brasileira tem ainda um caráter excludente. Com sua


estrutura rígida, encontra-se inadequada à população negra e
pobre.

• O acesso e a permanência bem sucedida na escola varia de


acordo com a raça/etnia.

• As trajetórias escolares dos(as) negros(as) se apresentam bem


mais acidentadas do que as percorridas pelos(as) estudantes
brancos(as).

• A estrutura escolar, o currículo, os tempos e os espaços


escolares estão inadequados à população pobre e negra.
REPENSANDO A EDUCAÇÃO BRASILEIRA…

Ninguém nasce odiando


outra pessoa pela cor de
sua pele ou por sua origem,
ou por sua religião. Para
odiar, as pessoas precisam
aprender e se elas podem
aprender a odiar podem ser
ensinadas a amar, pois o
amor chega mais
naturalmente ao coração
humano do que o oposto...
Nelson Mandela
Pressupostos para a construção de
novas práticas pedagógicas

Pensamento
Pedagógico
contemporâneo

Objetivos da Novos referenciais


Pedagogia da
educação Sobre a diversidade
diversidade

Africanidades
brasileiras
1
Extender o conceito de
democratização
escolar
com garantia de
Equidade, eficiência e
qualidade para todos.
REFERENCIAL PEDAGÓGICO

Incorporação da dimensão
étnico-racial como um dos
Componentes curriculares.
E O COTIDIANO ESCOLAR

• Trabalhar a educação das relações étnico-


raciais.

• Trazer para a sala de aula os conteúdos


sobre a história e cultura africana e Afro-
brasileira.
2
Buscar a
universalização, mas
contemplar os
sujeitos que a
compõe,
considerando suas REFERENCIAL PEDAGÓGICO
particularidades.
Promoção do diálogo
entre o individual e o
social; entre as
singularidades e o
múltiplo no
contexto escolar
E O COTIDIANO ESCOLAR

• Uso pedagógico das experiências culturais dos educandos alargando


a partir delas, os conhecimentos formais e científicos.

• Estabelecer conexões entre os conteúdos trabalhados e a vida diária


dos estudantes, suas condições de vida,e situações de desigualdades
enfrentadas na sociedade..

• Criar um clima favorável à socialização dos estudantes negros


atentando para suas características pessoais, etárias, sócio-culturais e
étnicas, relacionando-as ao processo de construção de conhecimento

• Trabalhar a expressão das singularidades, promovendo uma cultura


geral inclusiva para todos e que todos vejam suas culturas refletidas
na escolaridade com igualdade de oportunidades.
3
Concretizar
Currículo que respeite
a
realidade brasileira
REFERENCIAL PEDAGÓGICO
de diversidade e
pluralismo. Incorporação pela escola do
conhecimento e das
experiências de todos os
grupos sociais presentes no
universo escolar.
E O COTIDIANO ESCOLAR
• Romper com o eurocentrismo do currículo.

• A realidade mais próxima ,o cotidiano, as vivências dos


estudantes serão ponto de partida na construção do
conhecimento, ampliando posteriormente as análises, os
enfoques para outras informações.

• Promover atividades pedagógicas que propiciem o conviver e


o aprender com as diferenças.
4 Somos iguais em algumas
coisas,mas somos diferentes
em outras…

Acolher Positivamente
as diferenças e tratá-
las pedagógica e
institucionalmente.

REFERENCIAL PEDAGÓGICO
Construção de uma pedagogia
Anti- racista, relacionando
o repertório cultural da população
brasileira aos conteúdos e
as práticas educativas.
E O COTIDIANO
ESCOLAR
• Repensar as práticas e rituais pedagógicos cotidianos
para que não sejam expressão de racismo,
discriminação e preconceito.

• Expressar nas produções escolares, o Brasil que


somos genética e culturalmente.

• Trabalhar a educação das relações étnico-raciais.

.
• Inserir no currículo escolar a História da África e dos
Afro-brasileiros .
5
Entrecruzar
dialogicamente o
processo
educacional com a
cultura,
repensando o
ensinar e o
aprender numa REFERENCIAL PEDAGÓGICO
perspectiva de
cidadania Uso dos conteúdos e disciplinas
Acadêmicas referendando as
experiências culturais e levando
em consideração os sujeitos
de aprendizagem
E O COTIDIANO
ESCOLAR
• Uso da cultura como suporte para o aprendizado.

• Valorização dos conhecimentos adquiridos pelas crianças em seu


grupo sócio-cultural no ambiente escolar.

• Estabelecimento de uma relação de respeito e de aprendizado


entre os(as) estudantes e os (as) professores(as)

• Atenção aos apelidos e desqualificações pessoais e de grupo


sofridas pelos(as) estudantes afro-brasileiros(as).

• Fazer com que os (as)estudantes se identifiquem com o conteúdo.


Que possam “ver” o conteúdo e se ver nele.
6
Assumir o seu papel
social de agente de
transformação
considerando a
indissociabilidade
entre pobreza,
discriminação étnico-
racial e risco social.
REFERENCIAL PEDAGÓGICO
Incorporação de valores mais
inclusivos, efetivando o trabalho
com princípios que permitam
ao estudante se ver como sujeito
de direitos.
E O COTIDIANO ESCOLAR

• Elaboração de projetos pedagógicos mais comprometidos com


a melhoria da qualidade de vida de todos.

• Trabalhar a história e a cultura africana e afro-brasileira como


conteúdo multidisciplinar durante todo o período letivo.

• Inserção transversal do tema étnico-racial no ”Plano Político


Pedagógico Escolar “

• Construir um plano com ações claras, objetivas e eficientes


para superar as situações de discriminação e racismo ainda
presentes no universo escolar.

• Utilização de estratégias pedagógicas diárias respeitando o


pertencimento sócio-cultural e étnico-racial dos estudantes.
GEOGRAFIA HISTÓRIA
A diversidade sócio cultural brasileira O Continente Africano
numa perspectiva geográfica. como berço da humanidade
Compreender que o território brasileiro identificando-o como uma ARTES Compreender a arte
e africano foram e continuam sendo das matrizes legítimas como cultura , Identificando e
espaços produzidos pelas relações da cultura reconhecendo
sociais humana geral e as concepções estéticas africanas
estabelecidas gerando desigualdades em especial do Brasil como referenciais que poderão
e contradições. auxiliar na construção de
novas percepcões e
sobre a real identidade brasileira.

MATEMÁTICA História e cultura CIÊNCIAS


Reconhecer e valorizar os vários africana Aprendizado de conceitos e
saberes matemáticos que são a construção de conhecimentos
e afro-brasileira. com base científica que levem ,
construídos por diferentes
povos e culturas, levando em Educação das a reflexão sobre preconceitos
Relações estereótipos e discriminações advindas
conta sua visão de mundo. do senso comum sobre os seres
étnico-raciais humanos na terra e suas relações

PORTUGUÊS LINGUA EDUCAÇÃO FÍSICA


Respeitar a diversidade ESTRANGEIRA Práticas corporais advindas das
cultural brasileira Conecxões com símbolos variadas
por meio do reconhecimento culturais e políticos de manifestações culturais,
das heranças Linguísticas outros continentes como valorizando-as
africanas,seus discursos instrumento Como patrimônio cultural
históricos Culturais,códigos e de cidadania, ampliando o acesso e respeitando
símbolos. as experiências culturais Os diferentes grupos étnicos
e históricas africanas e sociais.
e da diáspora.

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