Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
desde 2016
Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery Furquim — DIRETORES EDITORIAIS: Bruno D’Aurea Furquim — Rachel Furquim Marson — PRODUTOR EDITO-
v. 1, n. 1 (jan./abr. 2015). – Maringá: Dental Press International, 2015. RIAL: Júnior Bianchi — WORKFLOW EDITORIAL: Beatriz Almeida Lago Knupp, Caio dos Santos, Stéfani Rigamonte
— PRODUÇÃO GRÁFICA E ELETRÔNICA: Gildásio Oliveira Reis Júnior, Hada Milena Maller — REVISÃO / TRADUÇÃO:
Ronis Furquim Siqueira — DEPARTAMENTO COMERCIAL: Roseneide Martins Garcia — WEBMASTER: Matheus da
Cunha Otenio — EXPEDIÇÃO: Santhiago da Silva Chagas — RH: Rosana Araki. O Journal of the Brazilian College of
Trimestral Oral and Maxillofacial Surgery (ISSN 2358-2782) é uma publicação trimestral (quatro edições por ano), da Dental
ISSN 2358-2782 Press Ensino e Pesquisa Ltda. — Av. Dr. Luiz Teixeira Mendes, 2.712 - Zona 5 - CEP 87.015-001 - Maringá / PR - Brasil.
Todas as matérias publicadas são de exclusiva responsabilidade de seus autores. As opiniões nelas manifestadas
não correspondem, necessariamente, às opiniões da Revista. Os serviços de propaganda são de responsabilidade
dos anunciantes. Assinaturas: dental@dentalpress.com.br ou pelo fone/fax: (44) 3033-9818.
1. Cirurgia Buco-maxilo-facial. I. Dental Press International.
CDD 21 ed. 617.605005 Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery
_______________________________________________________________________ Qualis/CAPES: B4 - Odontologia
CONSELHO EDITORIAL
Sylvio Luiz Costa de Moraes Universidade Federal Fluminense - Niterói/RJ / Centro Universitário São José - São José/RJ
Centro Universitário Serra dos Órgãos - UNIFESO - Teresópolis/RJ
Jonathan Ribeiro Centro Universitário Serra dos Órgãos - UNIFESO - Teresópolis/RJ
Belmiro Cavalcanti do Egito Vasconcelos Universidade de Pernambuco - FOP/UPE - Camaragibe/PE
Gabriela Granja Porto Universidade de Pernambuco - Recife/PE
José Rodrigues Laureano Filho Universidade Estadual de Campinas, Faculdade de Odontologia de Piracicaba - Piracicaba/SP
Marcelo Marotta Araújo Universidade Estadual Paulista, Instituto de Ciência e Tecnologia - São José dos Campos/SP
CORPO EDITORIAL
Cirurgia Bucal
Alejandro Martinez Clínica particular - México
Andrezza Lauria de Moura Universidade Federal do Amazonas - UFAM - Manaus/AM
Cláudio Ferreira Nóia Faculdade Ciodonto - Porto Velho/RO
Fernando Bastos Pereira Júnior Universidade Estadual de Feira de Santana - UEFS - Feira de Santana/BA
Luis Carlos Ferreira da Silva Universidade Federal de Sergipe - UFS - Aracaju/SE
Marcelo Marotta Araújo Universidade Estadual Paulista, Instituto de Ciência e Tecnologia - São José dos Campos/SP
Matheus Furtado de Carvalho Universidade Federal de Juiz de Fora - UFJF - Juiz de Fora/MG
Implantes
Adrian Bencini Universidad Nacional de La Plata - Argentina
Clarice Maia Soares Alcântara Faculdade Metropolitana da Grande Fortaleza - Fortaleza/CE
Darklilson Pereira Santos Universidade Estadual do Piauí - UESPI - Parnaíba/PI
Leonardo Perez Faverani Universidade Estadual Paulista - FOA/UNESP - Araçatuba/SP
Rafaela Scariot de Moraes Universidade Positivo - Curitiba/PR
Ricardo Augusto Conci Universidade Estadual do Oeste do Paraná - UNIOESTE - Cascavel/PR
Rodrigo dos Santos Pereira Centro Universitário Serra dos Órgãos - UNIFESO - Teresópolis/RJ
Trauma
Aira Bonfim Santos Universidade Federal de Santa Catarina - UFSC - Florianópolis/SC
Florian Thieringer University Hospital Basel - Suíça
Leandro Eduardo Kluppel Universidade Federal do Paraná - UFPR - Curitiba/PR
Liogi Iwaki Filho Universidade Estadual de Maringá - UEM - Maringá/PR
Márcio de Moraes Universidade de Campinas - FOP/Unicamp - Piracicaba/SP
Nicolas Homsi Universidade Federal Fluminense - UFF - Nova Friburgo/RJ
Otacílio Luiz Chagas Júnior Universidade Federal de Pelotas - UFPEL - Pelotas/RS
Raphael Capelli Guerra Universidade Metodista de São Paulo - São Bernardo do Campo/SP
Ricardo José de Holanda Vasconcellos Universidade de Pernambuco - FOP/UPE - Camaragibe/PE
Doenças da ATM
Belmiro Cavalcanti do Egito Vasconcelos Universidade de Pernambuco - FOP/UPE - Camaragibe/PE
Carlos E. Xavier dos Santos R. da Silva Instituto Prevent Senior – São Paulo/SP
Chi Yang Shanghai Jiao Tong University - China
Eduardo Hochuli Vieira Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho - FOAR/Unesp - Araraquara/SP
Eduardo Seixas Cardoso Universidade Federal Fluminense - UFF - Niterói/RJ
João Carlos Birnfeld Wagner Santa Casa de Misericórdia - Porto Alegre/RS
Luis Raimundo Serra Rabelo Universidade Federal do Maranhão - UFMA - São Luís/MA
Patrícia Radaic Pastore Hospital Sírio Libanês - Instituto de Ensino e Pesquisa -São Paulo/SP
Sanjiv Nair Bangalore Institute of Dental Sciences - Índia
Patologias e Reconstruções
Darceny Zanetta Barbosa Universidade Federal de Uberlândia - UFU - Uberlândia/MG
Jose Sandro Pereira da Silva Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN - Natal/RN
Martha Alayde Alcântara Salim Universidade Federal do Espírito Santo - UFES - Vitória/ES
Renata Pittella Universidade Federal do Espírito Santo - UFES-Vitória/ES
Ricardo Viana Bessa Nogueira Universidade Federal de Alagoas - UFAL - Maceió/AL
Rui Fernandes University of Florida - EUA
Revisores ad-hoc
André Luiz Marinho Falcão Gondim Universidade Federal do Rio Grande do Norte - UFRN - Natal/RN
Diogo Souza Ferreira Rubim de Assis Universidade Federal do Maranhão - UFMA - São Luís/MA
Eider Guimarães Bastos Universidade Federal do Maranhão - UFMA - São Luís/MA
Hernando Valentim da Rocha Junior Universidade Federal Fluminense - UFF - Nova Friburgo/RJ
Sumário
4 Carta do Presidente
Marcelo Marotta Araújo
6 Editorial
Sylvio Luiz Costa de Moraes
20 Quando realizar uma nova revisão sistemática com um tema já abordado previamente?
When to carry out a new systematic review with a topic previously addressed?
Pedro Henrique da Hora Sales
36 Eficácia da articaína para redução de dor intraoperatória durante exodontia de terceiros molares inferiores:
estudo clínico controlado, triplo-cego e em boca dividida
Efficacy of articaine for intraoperative pain reduction during mandibular third molar extraction: a controlled,
triple-blind, split-mouth clinical trial
Josfran da Silva Ferreira Filho, Kalina Santos Vasconcelos, Paulo Goberlânio de Barros da-Silva,
Breno Souza Benevides, Marcelo Bonifácio Sampieri, Marcelo Ferraro Bezerra
42 A eminectomia como tratamento para a luxação recidivante da ATM: uma revisão sistemática
Eminectomy as a treatment for TMJ recurrent dislocation: a systematic review
Wedja Alves Suares, André Coelho Lopes, Kayo Costa Alves, Clarisse Samara de Andrade, Pedro Henrique da Hora Sales
53 Zumbido auricular tardio após redução aberta de fratura de côndilo mandibular: relato de caso
Late ear tinnitus after open reduction of mandibular condylar fracture: case report
Letícia Liana Chihara, Bruno Gomes Duarte, Eduardo Sanches Gonçales
Caros membros,
É com grande satisfação que comunico a todos que, no dia 07 de março
de 2022, foi aprovado, por unanimidade, em Assembleia Geral Extraordi-
nária online, o documento com as normas de conduta e regras de compli-
ance do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial
(CBCTBMF). Não posso deixar de agradecer aos membros da Comissão de
Ética & Compliance, que trabalharam por meses no Código de Conduta: Sér-
gio Schiefferdecker, Pedro Berenguer, Cassio Sverzut, Marcio de Moraes e
Mario Gabrielli.
A criação e aprovação desse documento foi um grande passo para nos-
sa instituição, mostrando responsabilidade e transparência para todos os
membros.
O Colégio é, mais uma vez, pioneiro, sendo a primeira instituição de
saúde do país a aprovar um documento de compliance que atende às exi-
gências do mercado corporativo nacional e internacional, mantendo seu
compromisso com a ética e a honestidade.
Um grande projeto de inovação, tanto do Instagram quanto do website,
foi trabalhado ao longo de todos os meses dessa gestão. Um novo site está
disponível em uma plataforma mais moderna e clara, que conversa com
celulares e tablets, e que mostra, inclusive, vídeos institucionais explican-
do as diversas áreas da nossa especialidade, assim como o trabalho da área
administrativa e jurídica do Colégio Brasileiro de Cirurgia e Traumatologia
Buco-Maxilo-Facial.
O programa de educação continuada prosseguiu sendo realizado mensal-
mente. Esse é um grande benefício aos membros, pois é gratuito e, a cada
mês, um Capítulo organiza um evento com os principais nomes da especiali-
dade na região. Só em 2022 já foram realizados os seguintes cursos: 19 de fe-
vereiro - Reconstrução protética e customização da face, mandíbula e ATM;
11 de março - Encontro sobre Educação e OPME; 12 de março - Harmoniza-
ção orofacial e CTBMF: riscos e benefícios; 12 de abril - Guias de corte e pla-
cas customizadas em Cirurgia Ortognática; 30 de abril - Reconstruções de
maxilas atróficas; 07 de maio - Alloplastic TMJ replacement – past, present and
future; 14 de maio - Reunião do Cap. VII; e 28 de maio - Fraturas de Face,
Mandíbula e Maxila. Teremos outros cursos, todos os meses, até novembro.
Como citar: Araújo MM. Important and solid steps in the construction of a better College every day. J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022
Apr-Jun;8(2):4-5. DOI: https://doi.org/10.14436/2358-2782.8.2.004-005.crt
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 4 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):4-5
Carta do Presidente
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 5 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):4-5
Editorial
Comunicando más
notícias
Como citar: Moraes SLC. Communicating bad news. J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):6-7.
DOI: https://doi.org/10.14436/2358-2782.8.2.006-007.edt
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 6 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):6-7
Editorial
S – Setting up: preparando-se para o encontro Informações médicas não devem ser limitadas,
Treinar antes é uma boa conduta. Apesar de a mesmo que tenham eventual efeito negativo sobre
notícia ser “desfavorável”, é importante manter a cal- o paciente — a menos que isso seja um desejo dele.
ma, pois as informações prestadas podem ajudar o No entanto, revelar a verdade, sem a requerida
paciente a planejar seu futuro. humanidade para tal ou sem o compromisso de dar
suporte e assistência ao paciente, terá impacto ainda
P – Perception: percebendo o paciente pior do que a “omissão dos fatos”.
Pergunte o que o paciente já sabe sobre a sua con- É muito importante esclarecer ao paciente que
dição. Procure usar perguntas abrangentes e claras. ele não será abandonado, que existe um plano ou tra-
tamento, seja curativo ou não 3.
I – Invitation: convidando para o diálogo A comunicação de más notícias não é tarefa fácil
Após identificar o que o paciente já sabe sobre e requer nobreza de espírito, senso de humanidade,
a sua condição, pergunte se ele deseja ser totalmen- consciência profissional e treinamento. Em muitas
te informado ou se prefere que um familiar tome as escolas médicas, já faz parte do curriculum 4.
decisões por ele — o que acontece em alguns casos. Em todas as profissões de saúde que têm interface
intervencionista, o Protocolo SPIKES deveria, obriga-
K – Knowledge: transmitindo as informações toriamente, fazer parte da formação profissional.
Abordagens como “as notícias não são as ideais” O pensamento que se segue, em desfecho, em-
podem ser um bom início de diálogo. Contudo, use bora direcionado ao médico, deve ser incorporado
sempre palavras adequadas ao vocabulário do pa- por todos os profissionais de saúde: “O remédio mais
ciente, e não seja rude. usado em Medicina é o próprio médico, o qual, como
os demais medicamentos, precisa ser conhecido
E – Emotions: expressando emoções em sua posologia, reações colaterais e toxicidade”.
Aguarde a resposta emocional que pode vir, e dê Michael Balint5,6.
tempo ao paciente — ele pode chorar, ficar em silên-
cio ou, até, em choque. Aguarde e mostre compreen- Pratiquemos, portanto, a humanidade ao lidar
são. Mantenha sempre uma postura empática, de com nossos pacientes. Colocar-se na posição do ou-
acolhimento. A “aparente indiferença” do profissional tro nos fará mais sensíveis ao entendimento da an-
não será bem recebida pelo paciente e/ou familiares. gústia daqueles que necessitam dos nossos cuidados.
Referências:
1. Góis AEFT, Pernambuco ACA. Guia de Comu- 3. Cruz CO, Riera R. Comunicando más notícias: o pro- 5. Marcolino JAM, Cohen C. Sobre a correlação
nicação de Más Notícias. 1a ed. Rio de Janeiro: tocolo SPIKES. Diagn Tratamento. 2016;21(3):106-8. entre a bioética e a psicologia médica. Rev Assoc
Atheneu, 2019. 4. Lino CA, Augusto KL, Oliveira RAS, Feitosa LB, Med Bras. 2008;54(4):363-8.
2. Baile WF, Buckman R, Lenzi R, Glober G, Beale EA, Caprara A. Uso do protocolo Spikes no ensino de 6. Fernandes V, Fonseca RCV. A Prática de Grupos
Kudelka AP. SPIKES–A six-step protocol for deliver- habilidades em transmissão de más notícias. Rev Balint e a percepção do paciente internado em
ing bad news: application to the patient with cancer. Bras Educ Med. 2011;35(1):52-57. Hospital Geral. Visão Acadêmica. 2017;18(2):55-76.
Oncologist. 2000;5(4):302-11.
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 7 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):6-7
Aquarium 33
Aquarium ©©
Aquarium 3
Patient
Patient educationsoftware
education software
©
Maxillary
Total Arch Restoration AdvancementMaxillary
with
Implant (Anterior Socket Grafting) Total Archfixed
(Implant Supported Restoration
bridge) Advancement
Mandibularwith
Maxillary
Mandibular
Implant (Anterior Socket Grafting) (Implant Supported fixed bridge)
Total Arch Restoration Advancement with
Implant (Anterior Socket Grafting) (Implant Supported fixed bridge) Mandibular
Airway
Mandibular Obstruction Facial Asymmetry
Advancement Adenoids
Airway (Maxilla & Mandible)
Airway
Mandibular Obstruction Facial Asymmetry
Mandibular Obstruction Facial Asymmetry
Advancement Adenoids (Maxilla & Mandible)
Advancement Adenoids (Maxilla & Mandible)
Maxillary
Advancement
Anterior Tooth Implant TAD Two Arch Protraction Plate with Mandibular
Maxillary
Maxillary
Advancement
Advancement
with Mandibular
Anterior Tooth Implant TAD Two Arch Protraction Plate
Anterior Tooth Implant TAD Two Arch Protraction Plate with Mandibular
Mandibular
Adcancement
(CW rotation)
Mandibular
Mandibular
Adcancement
(CW rotation)
Adcancement
(CW rotation)
Palestrantes
Ana Cecilia Aranha Carlos Alexandre Câmara Daniel Machado Fabiano Marson Dennis Guimarães Felipe Villa Verde
Luis Calicchio Luis Gustavo Barrotte Marcelo Giordani Marcelo Kyrillos Marcelo Moreira Marcos Pitta
Maristela Lobo Paulo Vinicius Soares Sidney Kina Thiago Ottoboni Vinicius Machado Wagner Nhoncance
Confira mais!
44.99843.0099
CBCTBMF
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 15 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):8-9
Entrevista
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 16 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):16-7
Schiefferdecker S, Ribeiro J
A partir desse levantamento, com as possibilidades Agora, estou finalizando um curso de MBA em Saúde,
sempre apontadas pela experiência dos membros da co- no qual meu TCC é sobre a aplicabilidade de Compliance
missão, em anos de participação como associados e di- nas organizações hospitalares. Também cursei na FGV,
rigentes no CBCTBMF, foram elencadas as perspectivas na Legal, Ethics & Compliance e no Hospital Sírio Libanês,
de cenários e as respostas para as possibilidades desses sobre o assunto.
impasses. Então, o Código de Conduta nada mais é do A partir da vontade da presidência em garantir
que uma resposta preventiva às possibilidades de um im- para o futuro do CBCTBMF esse legado institucional de
passe ou atividade suspeita, muitas vezes por desinfor- transparência e honestidade, junto a companheiros com
mação ou desconhecimento dessas informações. a mesma cepa e vontade, foi muito prazeroso alcançar-
Mas, incluso no programa, está a socialização des- mos e finalizarmos o trabalho — com muita seriedade e
sas normas aos associados, o treinamento de todos conscientes do que estávamos propondo, e que levamos
aqueles que viabilizam tomadas de decisão no Colégio, a cabo essa missão.
um canal de denúncias discreto, investigações e audito- Com isso, mais uma vez o Colégio está na liderança
rias, e o monitoramento da saúde legal e ética da nossa de iniciativas para associações com esse perfil, assim como
organização. quando desenvolvemos o documento Parâmetros e Re-
Também incluímos alguns cuidados referentes à le- comendações para Procedimentos Buco-Maxilo-Faciais,
gislação brasileira, como, por exemplo, o uso dos dados e que está sendo revisado atualmente, promovendo o
informações de nossos associados. CBCTBMF como uma das organizações pioneiras que as-
A imagem pública do CBCTBMF prospera quando as- sume e divulga sua responsabilidade, seu compromisso
sume, aberta e socialmente, estar completamente em com- social, evocando sua missão e seus propósitos.
pliance, criando critérios de relações e responsabilidades. Mas muito ainda há de ser feito, onde uma comis-
Por fim, espera-se que, com a instituição assumin- são estabelecida conforme os estatutos e o próprio código
do esse desiderato, os seus associados incorporem, por desenvolverá o Programa de Compliance daqui em diante,
sua vez, ainda mais, normas e condutas semelhantes nas introduzindo essa nova norma, progressivamente, na vida
suas atitudes, nas suas clínicas e trabalhos, inspirando a ativa do nosso Colégio, e aplicará para todos os associados
CTBMF brasileira a buscar, ainda mais, um ideal profis- os mesmos critérios conhecidos e divulgados.
sional de integridade, transparência e caráter. Finalizo agradecendo a oportunidade histórica de,
com essa comissão, contribuirmos para trazer, à nossa So-
Poderia nos descrever como foram realizados os ciedade e à especialidade de Cirurgia e Traumatologia Bu-
trabalhos? Desde quando estão sendo elaborados? co-Maxilo-Facial, um maior convívio com valores perenes,
Quantos membros fizeram parte do Comitê, etc.? podendo salientar a nobreza de nossas atitudes diante dos
Nossa comissão, nomeada pela presidência, desen- impasses, dificuldades e dúvidas que nos surgem, no nos-
volveu os trabalhos em reuniões remotas, de 15 em 15 so dia a dia; e convido todos a conhecerem esse Programa
dias, por todo o ano de 2021, sem nenhum custo ao Co- de Compliance e o Código de Conduta que nos rege.
légio, promovendo trocas de documentos e informações Por um Colégio melhor e maior. Por uma especiali-
até a geração do programa atual com o Código de Condu- dade mais técnica, científica e mais humana.
ta aprovado pelo Conselho e pela Assembleia Geral.
Os colegas que participaram foram: Cassio Sverzut,
Marcio de Moraes, Mario Gabrielli, Pedro Berenguer e Como citar: Schiefferdecker S, Ribeiro J. Interview with Sérgio Schiefferdecker. J Braz Coll Oral Maxil-
eu, com o companheiro Liogi Iwaki Filho fazendo a pon- lofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):16-7.
DOI: https://doi.org/10.14436/2358-2782.8.2.016-017.ent
te entre a Comissão e a Presidência, sem nenhuma in-
Enviado em: 23/05/2022 - Revisado e aceito: 07/06/2022
fluência direta ou cobrança para inclusão de conteúdos.
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 17 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):16-7
Carta ao editor
RESUMO
1
Universidade Federal da Bahia, Programa de Pós-Graduação em Odontologia e Saúde (Sal-
vador/BA, Brasil). Como citar: Santana DCP, Garcia JJ, Barbosa DMO, Cavalcante WC. Virtual planning in orthog-
2
Escola Bahiana de Medicina e Saúde Pública, Residência em Cirurgia e Traumatologia Buco-Ma- nathic surgery in base training of oral and maxillofacial surgeons. J Braz Coll Oral Maxillofac Surg.
xilo-Facial (Salvador/BA, Brasil). 2022 Apr-Jun;8(2):18-9.
3
Clínica privada (Salvador/BA, Brasil).
DOI: https://doi.org/10.14436/2358-2782.8.2.018-019.oar
4
Universidade Federal da Bahia, Residência em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial
(Salvador/BA, Brasil).
Enviado em: 10/11/2021 - Revisado e aceito: 16/05/2022
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, Endereço para correspondência: Daiana Cristina Pereira Santana
que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. E-mail: daibenotts@hotmail.com
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 18 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):18-9
Santana DCP, Garcia JJ, Barbosa DMO, Cavalcante WC
O momento atual está fortemente marcado pela Nós discordamos dessa afirmação, pois entendemos que a
introdução de ferramentas digitais em Odontologia, so- visão cirúrgica de um iniciante não será, de forma alguma,
bretudo como auxiliares no tratamento de deformidades aperfeiçoada por meio de um planejamento que informa
dentofaciais, trazendo melhor previsibilidade e precisão ao menos aos profissionais.
manejo dessas condições. A reflexão apresentada a seguir Em suma, ainda que o método tradicional seja o prin-
tem como intuito enfatizar a importância dessa tecnolo- cipal meio de planejamento para cirurgias ortognáticas em
gia na formação inicial em Cirurgia Buco-Maxilo-Facial, muitas escolas de pós-graduação do Brasil, especialmente por
tendo em vista toda a ciência produzida na área e o au- ter um custo mais baixo, não se pode desconsiderar as dificul-
mento exponencial de cirurgias ortognáticas realizadas, dades e desvantagens que ele oferece. Portanto, para aquelas
nas quais o planejamento convencional, realizado por que ainda não incorporaram as ferramentas digitais de pla-
meio de modelos de gesso, tem cedido o posto de “melhor nejamento ao seu workflow, gostaríamos de recomendar for-
ferramenta disponível” ao planejamento virtual ou assisti- temente sua introdução na rotina dos estudantes, como um
do por computador. meio de assegurar uma formação sólida, mais adequada às
Explanando de forma breve o planejamento conven- exigências atuais e, principalmente, mais favorável à obten-
cional, devemos refletir acerca da sua dificuldade em ter- ção de melhores resultados.
mos de acurácia e visualização dos resultados1,2,3. Em con-
trapartida, o planejamento virtual possui uma série de ABSTRACT
vantagens, como a possibilidade de detectar e quantificar Virtual planning in orthognathic surgery in base
deformidades dentárias/esqueléticas e visualizar previa- training of oral and maxillofacial surgeons
mente o comportamento transoperatório dos segmentos Correction of dentofacial deformities can be challenging and,
osteotomizados3,4,5, bem como as alterações dos tecidos over the years, several tools have been developed to help in
moles no pós-operatório. Acurácia superior, maior previ- their treatment. Currently, various software are intended
sibilidade e economia de tempo durante o planejamento e to assist in the virtual planning of orthognathic surgeries,
no transoperatório também são outras vantagens aponta- sometimes surpassing the traditional planning in plaster
das na literatura6,7. Os fatos mencionados justificam, em models. It is necessary to discuss the importance of this tool
parte, a escolha do método virtual, em detrimento do tra- in basic training in Maxillofacial Surgery, emphasizing its
dicional, para o planejamento de cirurgias ortognáticas. introduction in the early days of the specialist career.
A formação base do especialista em Cirurgia Buco-Ma-
xilo-Facial, embora não seja uniforme no Brasil8, com- Keywords: Orthognathic surgery. Hospitals, teaching.
preende diversos campos e, obviamente, as deformidades Oral and maxillofacial surgeons.
dentofaciais se caracterizam como um tópico relevante.
Na atualidade, temos observado a disseminação de cur-
sos voltados ao ensino do planejamento virtual em parte
dos cursos de residência em Cirurgia Buco-Maxilo-Facial,
o que é compreensível, principalmente porque cirurgiões
com formação anterior ao processo de desenvolvimento
Referências:
da técnica naturalmente necessitam de atualização; além
disso, mencionamos o aperfeiçoamento constante dessa 1. Borba AM, Silva EJ, Silva ALF, Han MD, Naclério-Homem MG, Miloro M. Accuracy of orthogna-
thic surgical outcomes using 2- and 3-dimensional landmarks-the case for apples and oranges?
ferramenta em si, o que exige estudo contínuo. Entretan- J Oral Maxillofac Surg. 2018 Aug;76(8):1746-52.
2. De Riu G, Virdis PI, Meloni SM, Lumbau A, Vaira LA. Accuracy of computer-assisted orthogna-
to, defendemos que o ensino do planejamento virtual não thic surgery. J Craniomaxillofac Surg. 2018 Feb;46(2):293-8.
3. Stokbro K, Aagaard E, Torkov P, Bell RB, Thygesen T. Virtual planning in orthognathic surgery.
deve ser ofertado somente desse modo, precisando estar Int J Oral Maxillofac Surg. 2014 Aug;43(8):957-65.
4. Swennen GR, Mollemans W, Schutyser F. Three-dimensional treatment planning of orthogna-
incorporado à formação inicial. thic surgery in the era of virtual imaging. J Oral Maxillofac Surg. 2009 Oct;67(10):2080-92.
5. Ritto FG, Schmitt ARM, Pimentel T, Canellas JV, Medeiros PJ. Comparison of the accuracy of
Há um conceito muito difundido entre os especia- maxillary position between conventional model surgery and virtual surgical planning. Int J Oral
listas com formação anterior aos anos 2000, cujo apren- 6.
Maxillofac Surg. 2018 Feb;47(2):160-6.
Choi JY, Song KG, Baek SH. Virtual model surgery and wafer fabrication for orthognathic
dizado sobre planejamento se pautava exclusivamente 7.
surgery. Int J Oral Maxillofac Surg. 2009 Dec;38(12):1306-10.
Steinhuber T, Brunold S, Gärtner C, Offermanns V, Ulmer H, Ploder O. Is virtual surgical plan-
no modo convencional, de que “os novos especialistas ning in orthognathic surgery faster than conventional planning? A time and workflow analysis
of an office-based workflow for single- and double-jaw surgery. J Oral Maxillofac Surg. 2018
precisam aprender o método convencional antes do vir- Feb;76(2):397-407.
8. Moraes SLC. Modificações na formação do especialista em cirurgia e traumatologia bucomaxi-
tual, de modo a tornar sua visão cirúrgica mais completa”. lofacial: análise do hoje e visão no amanhã. J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2017;3(2):6-9.
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 19 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):18-9
Carta ao editor
RESUMO
Revisões sistemáticas são estudos de alto impacto, que apresentam, em geral, infor-
mações relevantes para a tomada de decisão clínica. Por esse motivo, a realização desse
tipo de estudo deve seguir critérios metodológicos específicos, de modo a evitar vieses
e aumentar a evidência científica dos desfechos apresentados. Nos últimos anos, houve
um aumento exponencial na procura por esse tipo de estudo, e diversos pesquisadores
têm realizado pesquisas relevantes com esse desenho de estudo. Entretanto, observa-se,
também, um aumento significativo no número de revisões com temas que já haviam
sido abordados anteriormente, sem que haja mudanças nos resultados e, portanto, sem
nova evidência científica sobre o assunto. Assim, o objetivo da presente carta ao editor
é relatar, de modo conciso e objetivo, as razões pelas quais pesquisadores devem reali-
zar uma revisão sistemática com um tema já abordado previamente.
1
Universidade Federal de Pernambuco, Odontologia (Recife/PE, Brasil).
Como citar: Sales PHH. When to carry out a new systematic review with a topic previously ad- 2
Santa Casa de Misericórdia de São Miguel dos Campos, Cirurgia Bucomaxilofacial (São Mi-
dressed? J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):20-1. guel dos Campos/AL, Brasil).
DOI: https://doi.org/10.14436/2358-2782.8.2.020-021.oar 3
Centro Universitário CESMAC, Curso de Odontologia (Maceió/AL, Brasil).
As revisões sistemáticas (RS) estão no topo da Sabe-se que as RS realmente sintetizam informações de
pirâmide de evidência científica, e podem fornecer in- estudos primários e, por meio de estatísticas (metanálises),
formações importantes para a gestão clínica na área da fornecem informações agregadas desses estudos, gerando in-
saúde. Em um mundo globalizado, com grande acesso formações de alta qualidade. Mas a forma como muitos des-
à informação, as práticas terapêuticas e clínicas estão ses estudos são conduzidos pode gerar erros nos resultados
em constante mudança, e a quantidade de publicações e comprometer a pesquisa; daí a necessidade de seguir uma
científicas cresce exponencialmente. Porém, esse cres- padronização metodológica, como, por exemplo, as normas
cente aumento da produção científica é acompanhado do PRISMA. Esse ponto pode gerar a necessidade de uma
de um alto nível de qualidade1? nova revisão sobre o tema1,2.
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 20 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):20-1
Sales PHH
De fato, podemos destacar quatro pontos impor- 2. Se os resultados da avaliação da qualidade metodo-
tantes para a realização de uma nova revisão sistemáti- lógica forem bons, esse tipo de estudo pode con-
ca sobre o mesmo tema: cluir que não são mais necessárias novas RS sobre
1. A revisão anterior foi realizada há mais de cinco o assunto até que novos estudos primários sejam
anos, e existem alguns novos estudos primários realizados, a ponto de modificar o desfecho.
que podem modificar o resultado da revisão an- Como visto acima, é possível a realização de revisões
terior. sistemáticas repetidas sobre o mesmo tema; porém, critérios
2. A revisão anterior foi realizada há menos de cinco rigorosos e específicos devem ser utilizados para que os resul-
anos mas já existe um grande número de novos es- tados não sejam os mesmos já encontrados. É de extrema im-
tudos primários que podem modificar o resultado. portância que os pesquisadores sejam estimulados a realizar
3. Metanálise não foi realizada anteriormente. buscas efetivas sobre o tema que pretendem pesquisar e, caso
4. Existem vieses importantes na revisão anterior: observem que não atendem aos critérios aqui mencionados,
restrição das bases de dados pesquisadas, seleção busquem um novo tema ou, mesmo, realizem estudos pri-
realizada em apenas um idioma, falta de registro mários que possam contribuir com os resultados futuros.
prévio da pesquisa, avaliação inadequada dos vie-
ses nos estudos incluídos, entre outros.
Embora os motivos acima sejam suficientes para ABSTRACT
realizar uma nova RS com tema repetido, muitos auto- When to carry out a new systematic review with a
res têm encontrado dificuldades para realizá-la, pois há topic previously addressed?
um grande número de revisões já repetidas e, portanto, Systematic reviews are high-impact studies that general-
os resultados gerados por um novo estudo podem ser ly present relevant information for clinical decision-mak-
idênticos aos já encontrados. Assim, uma alternativa ing. For this reason, the execution of this type of study
seria realizar revisões guarda-chuva, que são estudos must follow specific methodological criteria, in order to
terciários, ou seja, analisam dados de estudos secundá- avoid biases and increase the scientific evidence of the
rios (RS) e, também, sua qualidade metodológica e seu presented outcomes. In recent years, there has been an
risco de viés4. exponential increase in the search for this type of study,
O nível de qualidade metodológica de uma RS e seu and several researchers have carried out relevant research
nível de viés são fatores importantes na avaliação dos with this study design; however, there is also a significant
dados da revisão. Algumas ferramentas específicas são increase in the number of reviews with topics that have
utilizadas para avaliar esses parâmetros, como o Amstar, been addressed previously, without any changes in the
Amstar 2 e o ROBIS. Embora a realização da metanáli- results and therefore without new scientific evidence on
se (MA) seja desejável, essa nem sempre é possível, pois the subject. Thus, the purpose of this article is to report,
ela depende diretamente dos dados fornecidos pelos in a concise and objective way, the reasons why research-
estudos primários, que podem ser heterogêneos e in- ers should carry out a systematic review with a topic that
consistentes. A não realização da MA, invariavelmente, have been addressed previously.
diminui a “força” do estudo e, em geral, quando esse é
avaliado pelas ferramentas acima (Amstar, Amstar 2 e Keywords: Systematic review. Dentistry. Oral and Maxil-
ROBIS), costuma apresentar viés alto ou incerto; por- lofacial Surgery.
tanto, seus dados devem ser interpretados com cautela4.
Sales e Leão4 relataram os motivos para a realização
desse tipo de estudo terciário em Cirurgia Buco-Maxi-
lo-Facial. Com esse tipo de estudo, podemos destacar
dois pontos importantes: Referências:
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 21 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):20-1
Artigo original
RESUMO
1
Universidade Estadual do Piauí, Odontologia (Parnaíba/PI, Brasil). Como citar: Pereira RMV, Ferraz MAAL, Falcão CAM, Santos DP, Firmino BS, Castro MVVS. Female
participation in Oral and Maxillofacial Surgery: A field study. J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022
Apr-Jun;8(2):22-7.
DOI: https://doi.org/10.14436/2358-2782.8.2.022-027.oar
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, Endereço para correspondência: Rebeca Maria Vieira Pereira
que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo. E-mail: rebecamaryya@hotmail.com - rebecamvp97@gmail.com
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 22 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):22-7
Pereira RMV, Ferraz MAAL, Falcão CAM, Santos DP, Firmino BS, Castro MVVS
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 23 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):22-7
Participação feminina em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial: um estudo de campo
Para armazenamento e análise dos dados, foram uti- O tipo de formação mais procurado pelas mulheres foi
lizados arquivos em formato .xls (Microsoft Excel 2013) e a especialização, com percentual de 53,2%; em seguida, a
formato .docx (Microsoft Word 2013). residência (50,5%), o mestrado (30,6%), doutorado (17,1%)
e estágio (18,9%). As participantes possuíam, em média,
RESULTADOS 7,4 anos de experiência na área de Cirurgia, com variação
Dos 242 questionários enviados, 111 (46,8%) foram de 0 a 40 anos de experiência. Quanto à atuação também
completamente respondidos, obtendo-se respostas de to- no âmbito de docência, a maioria relatou não exercer, cor-
das as regiões do país. respondendo a 62,2% das respostas. Porém, na região Nor-
Em relação ao tempo de graduação, o resultado en- te, todas as participantes da pesquisa relataram exercer a
contra-se exposto na Figura 1. Em média, as participantes atividade de docência.
apresentavam 12 anos de conclusão do curso de Odontolo- Analisando a empregabilidade, 59,5% afirmaram não
gia, com variação de 2 a 44 anos de formação. ter dificuldades quanto a isso, e a maioria também afirmou
Foram encontradas porcentagens de 44,7% de mulhe- não ter dificuldades, por ser mulher, para exercer a pro-
res casadas, 44,7% de solteiras, enquanto 7,9% eram divor- fissão. Entre as 43,2% que relataram ter dificuldades para
ciadas, 2,7% afirmaram ter união estável e 0% eram viúvas. exercer a profissão, foram citados motivos como credibili-
Em relação à maternidade, 57,7% das participantes afirma- dade, confiança, dificuldade em conciliar a vida profissio-
ram não possuir filhos e 42,3% responderam positivamente. nal com a vida pessoal, e dúvidas dos demais profissionais
Das 47 mulheres que afirmaram ter filhos, 21 participantes quanto à capacidade física para realizarem procedimentos.
afirmaram ter somente um filho, 17 afirmaram ter dois fi- Quando perguntadas se sofreram algum tipo de pre-
lhos, 7 possuíam três e apenas 1 possuía quatro filhos. conceito durante a formação, 53,2% confirmaram ter sofri-
Quanto à região em que moravam, a maioria resi- do. Houve diferença somente na região Sul, em que a maio-
dia no Sudeste (40,4%), seguido do Sul (25,4%), Nordes- ria, 65,5%, afirmou não ter sofrido qualquer preconceito
te (20,2%), Centro-Oeste (8,8%) e, por último, a região durante a formação.
Norte, com 4,4%. Apenas uma participante relatou tam- Os motivos de escolha da área de estudo pelas mulheres
bém ter residência nos EUA. que responderam à pesquisa encontram-se no Gráfico 2.
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 24 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):22-7
Pereira RMV, Ferraz MAAL, Falcão CAM, Santos DP, Firmino BS, Castro MVVS
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 25 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):22-7
Participação feminina em Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial: um estudo de campo
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 26 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):22-7
Pereira RMV, Ferraz MAAL, Falcão CAM, Santos DP, Firmino BS, Castro MVVS
Referências:
1. Barbosa ALNH. Participação feminina no mercado de 9. Barros Z, Lourenço J. A mulher na odontologia. 16. Assumpção Neto JC. A transformação do ambiente da
trabalho brasileiro. Merc Trab. 2014;57:31-41. J Odontol. 2010;151. [Acesso 21 Jun 2022]. saúde e o impacto na carreira médica no estado de São
2. Wajnman S, Queiroz B, Liberato V. O crescimento da Disponível em: https://www.jornaldosite.com.br/ Paulo. FGVSB sistema de bibliotecas [dissertação]. São
atividade feminina nos anos noventa no Brasil. In: Anais materias/editoriais/editorial.htm Paulo: Escola de Administração de Empresas de São
do 11º Encontro Nacional de Estudos Populacionais; 10. Gondim MM, Gondim RCA, Pereira KDP, Figueire- Paulo, Fundação Getúlio Vargas; 2021.
1998; Caxambu. Caxambu: ABEP; 2012. p. 2429-54. do JFS, Rodrigues LWM, Rebouças PD. Graduados 17. Arouca R, Pereira HC, Alves LC. Censo demográfico
3. Matos IB, Toassi RFC, Oliveira MC. Profissões e ocupa- e graduandos de odontologia: motivações e da força de trabalho nas especialidades odontológi-
ções de saúde e o processo de feminização: tendências expectativas profissionais. Braz J Dev. 2021 cas: Brasil, 2010, volume I> Rio de Janeiro: Fiocruz;
e implicações. Athenea Dig. 2013 jul;13(2):239-44. May;7(5):49958-74. 2012. [Acesso 21 Jun 2022]. Disponível em: https://
4. Costa SM, Durães SJA, Abreu MHNG. Feminização do curso 11. Pallavi SK, Rajkumar GC. Professional practice www.arca.fiocruz.br/bitstream/icict/16458/2/Censo-
de odontologia da Universidade Estadual de Montes Claros. among woman dentist. J Int Soc Prev Community Demografico.pdf
Cienc Saúde Coletiva. 2010 Jan;15(suppl 1):1865-73. Dent. 2011 Jan;1(1):14-9. 18. San Martin AS, Chisini LA, Martelli S, Sartori LRM,
5. Gurgel-Juarez NC, Sardinha SCS, Ambrosano GMB, 12. Nunes MF, Leles CR, Gonçalves MM. Gênero e Ramos EC, Demarco FF. Distribuição dos cursos
Moreira RWF, Moraes M. Mulheres na cirurgia buco-ma- escolha por especialidades odontológicas: estudo de odontologia e de cirurgiões-dentistas no Brasil:
xilo-facial no Brasil: motivos de escolha, dificuldades com egressos de uma universidade pública. RO- uma visão do mercado de trabalho. Rev ABENO.
encontradas e características do exercício da especiali- BRAC. 2010 Jul;19(49):142-5. 2018;18(1):63-73.
dade. RGO. 2007;55(1):11-6. 13. Baxter N, Cohen R, McLeod R. The impact of 19. Junqueira CL, Ramos DLP, Rode SM. Considera-
6. Oliveria SV, Camargos SPS. Perfil, qualidade de vida gender on the choice of surgery as a career. Am J ções sobre o mercado de trabalho em odontologia.
e perspectivas futuras de residentes do programa de Surg. 1996 Oct;172(4):373-6. Rev Paul Odontol. 2005;26(4):24-7.
residência em área profissional da saúde. Rev Educ 14. Risser MJ, Laskin DM. Women in oral and maxil- 20. Jesus LE. Ensinar cirurgia: como e para quem? Rev
Saúde. 2020;8(1):50-63. lofacial surgery: factors affecting career choices, Col Bras Cir. 2008 Abr;35(2):136-40.
7. Santana RAR, Akerman M, Faustino DM, Spiassi AL, attitudes, and practice characteristics. J Oral 21. Franco T, Santos EG. Mulheres e cirurgiãs. Rev Col
Guerriero ICZ. A equidade racial e a educação das Maxillofac Surg. 1996 Jun;54(6):753-7. Bras Cir. 2010 Fev;37(1):72-7.
relações étnico-raciais nos cursos de Saúde. Interface. 15. Pastore E, Rosa LD, Homem ID. Relações de gêne-
2019;23:e170039. ro e poder entre trabalhadores da área da saúde.
8. Morita MC, Haddad AE, Araújo ME. Perfil atual e tendên- In: Seminários Fazendo Gênero 8: Corpo, Violência
cias do cirurgião-dentista brasileiro. Maringá: Dental e Poder; 2008; Florianópolis. Florianópolis: Univer-
Press; 2010. sidade Federal de Santa Catarina; 2008. p. 1-7.
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 27 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):22-7
Artigo original
RESUMO
1
FAESA Centro Universitário, Odontologia (Vitória/ES, Brasil). Como citar: Riva AL, Telles MS, Patrocínio Júnior C, Mayrink G. Assessment of dental resins
2
IFES Instituto Tecnológico do Espírito Santo (Vitória/ES, Brasil). shear bond strength in orthodontic-surgical traction. J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-
-Jun;8(2):28-35. DOI: https://doi.org/10.14436/2358-2782.8.2.028-035.oar
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 28 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):28-35
Riva AL, Telles MS, Patrocínio Júnior C, Mayrink G
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 29 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):28-35
Análise da resistência ao cisalhamento de resinas odontológicas no tracionamento ortodôntico-cirúrgico
marca Clássico® em sua fase pegajosa. Assim que a resina Em seguida, foi realizada a secagem por 30 segun-
atingiu sua fase fibrilar, o dente foi posicionado de modo dos, utilizando o jato de ar da seringa tríplice. Em segui-
que sua coroa não ficasse submersa, deixando-a com- da, foi colocada uma gota de adesivo na face do dente,
pletamente exposta, para a posterior colagem do botão com o auxílio de um microbrush, seguido de fotopolime-
ortodôntico (Morelli®) (Fig. 1). Após sua polimerização rização por 40 segundos (Fig. 4). Conforme orientação
completa, o bloco foi retirado do molde e realizado acaba- do fabricante, a aplicação da camada adesiva foi repetida
mento com broca Ivomil para finalização (Fig. 2). uma segunda vez.
Para a colagem dos botões, dois tipos de resinas O assentamento das resinas ortodônticas e con-
foram utilizados durante a realização dos testes, sendo vencionais foi feito com o auxílio de espátula, e, visan-
uma ortodôntica (Transbond XT, 3M UNITEK) e outra do padronizar a quantidade, foi usada uma circunferên-
convencional (Z100, 3M ESPE). cia de 2 mm de diâmetro (Fig. 5). Após o assentamento
Com a intenção de promover a retenção da resi- da resina na área de estudo, o botão foi colocado sobre
na, foi utilizado ácido fosfórico a 37% da marca FGM a resina e fotopolimerizado por 40 segundos, sendo 20
para o sistema adesivo de dois passos (Primer Trans- segundos para cada lado, com o objetivo de que ocor-
bond XT, 3M). resse de maneira uniforme.
Além disso, outro sistema foi utilizado com o obje- Já nos grupos selecionados para sistema adesivo de
tivo de comparar sua eficácia (Plus Self-Etching Primer, um passo, no qual ácido e sistema adesivo estão presen-
3M, [SEP]), com apenas um passo em sua aplicação. tes em um único produto, esse foi colocado na superfície
Com a finalidade de simular fielmente a realidade de dentária utilizando-se o aplicador disponibilizado pela
um transoperatório, além da colagem realizada em meio fabricante e, em seguida, foi aplicada secagem de um a
seco, alguns dentes foram expostos a sangue e outros, dois segundos do produto, utilizando um leve jato de ar.
a saliva, resultando, assim, em um total de 12 grupos, Após isso, a resina foi assentada conforme citado no pa-
conforme apresentado no Quadro 1. rágrafo anterior.
A colagem dos botões ortodônticos foi realizada se- A contaminação com sangue (grupos 9 a 12) e sa-
guindo a recomendação dos sistemas adesivos. Nos gru- liva (grupos 5 a 8) foi feita com o auxílio de uma serin-
pos selecionados para sistema adesivo de dois passos, ga. Foram depositados 0,04 ml de sangue ou saliva na
primeiramente foi aplicado à superfície dentária 0,04 ml superfície do dente e, após a secagem com jato de ar, o
de ácido fosfórico a 37% (Fig. 3) por 30 segundos e lava- sistema adesivo de um passo ou dois passos foi aplicado
do por 30 segundos utilizando soro fisiológico. da mesma forma em que os grupos não contaminados.
Figura 1: Molde de alginato com resina acríli- Figura 2: Corpo de prova para a colagem do Figura 3: Aplicação de ácido fosfórico a 37%
ca e dente posicionado. botão ortodôntico. na superfície dentária.
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 30 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):28-35
Riva AL, Telles MS, Patrocínio Júnior C, Mayrink G
O sangue utilizado nos testes foi adquirido a partir Federal do Espírito Santo (IFES), capaz de avaliar com pre-
de doação do Centro de Hematologia e Hemoterapia do cisão a resistência ao cisalhamento das resinas estudadas.
Espírito Santo (HEMOES), contendo testes de sorologia Durante os testes, cada corpo de prova foi preso na
negativos. Já a saliva presente no estudo foi fornecida garra inferior da máquina, que possui reentrâncias para
por uma das alunas, sendo importante ressaltar que, du- promover retenção necessária. Na garra superior, foi colo-
rante todo o procedimento, as pesquisadoras utilizaram cada uma pinça Mayo Hegar, que se prendia ao fio de aço de
o equipamento de proteção individual (EPI) e seguiram amarrilho com espessura 0,30 mm (Fig. 6). A máquina foi
rigorosamente as normas de biossegurança necessárias. programada para utilizar uma célula de carga de 100 kgf, e
Após colagem dos botões para realizar a simulação do a força foi aplicada na velocidade de 5 mm/min, até que o
tracionamento ortodôntico, utilizou-se uma máquina uni- botão se soltasse do dente, e o valor em kgf foi prontamente
versal de ensaios (EMIC DL10000), cedida pelo Instituto registrado, para as comparações futuras.
Figura 4: Aplicação de sistema adesivo de Figura 5: Inserção da resina, de forma padro- Figura 6: Máquina universal de ensaios reali-
dois passos, com auxílio de microbrush. nizada. zando o tracionamento no elemento dentário.
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 31 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):28-35
Análise da resistência ao cisalhamento de resinas odontológicas no tracionamento ortodôntico-cirúrgico
RESULTADOS
Foram coletados 96 terceiros molares superiores Os valores de força de cada grupo, bem como a mé-
(n=96) durante o período de 5 meses. Após a coleta e dia e mediana, obtidos por meio dos testes, se encon-
confecção dos corpos de prova, esses foram levados ao tram na Tabela 1.
Instituto Federal do Espírito Santo (IFES) e submetidos Para testar a diferença de força entre dois grupos,
aos testes na máquina EMIC DL10000. foi necessário utilizar o teste t para média. Entretanto,
A distribuição das variáveis quantitativas foi avalia- antes foi aplicado o teste de Shapiro-Wilk, com o intuito
da mediante a determinação de suas medidas de posição de verificar se todos os grupos se encontravam dentro do
central e variabilidade (mediana, média e desvio-padrão). valor de normalidade (Tab. 2).
Grupos p*
G1 0,279
G2 0,137
G3 0,264
G4 0,424
G5 0,652
G6 0,067
G7 0,336
G8 0,190
G9 0,897
G10 0,932
G11 0,283
G12 0,451
* Se p < 0,050, rejeita-se a hipótese de normalidade.
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 32 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):28-35
Riva AL, Telles MS, Patrocínio Júnior C, Mayrink G
Após a realização do teste, não foi detectada quebra Foram comparados diferentes grupos para, a partir
da hipótese de normalidade. Dessa forma, foi aplicado o da análise dos resultados, chegar-se à conclusão de qual
teste t para médias. seria o cenário ideal para realização do procedimento, ou
A hipótese testada foi de que a média da força en- seja, o melhor meio biológico, com a melhor resina e o
tre dois grupos seria semelhante. Quando o valor de melhor sistema adesivo. Encontrou-se diferença estatis-
p < 0,050, essa hipótese é rejeitada, ou seja, há diferença ticamente significativa no cruzamento entre os grupos
na média da força entre os grupos testados. identificados nas Tabelas 3 a 5.
Tabela 3: Estatísticas descritivas da força segundo grupos, e resultado dos testes de comparação (teste t para médias).
Tabela 4: Estatísticas descritivas da força segundo grupos, e resultado dos testes de comparação (teste t para médias).
Tabela 5: Estatísticas descritivas da força segundo grupos, e resultado dos testes de comparação (teste t para médias).
DISCUSSÃO
Visando encontrar o material ideal para a realização de po seco no procedimento cirúrgico para colagem do botão
procedimentos em Odontologia, as pesquisas têm evoluí- ortodôntico. Sendo assim, estudos abordando esse tema
do significativamente em diversas áreas. Em se tratando de são de grande valia no processo de identificação do material
tracionamento cirúrgico, uma das áreas que possuem gran- mais eficaz para realizar o procedimento da forma mais prá-
de relevância é a de materiais dentários, haja vista a impor- tica possível. Com essa finalidade, o presente estudo testou
tância de se utilizar uma boa resina e um sistema adesivo dois diferentes sistemas adesivos e resinas em diferentes
eficiente, mesmo diante da dificuldade de se obter um cam- situações que podem ser encontradas no transoperatório.
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 33 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):28-35
Análise da resistência ao cisalhamento de resinas odontológicas no tracionamento ortodôntico-cirúrgico
Para simular esse tracionamento em um cenário Alguns estudos9-12 afirmaram que forças entre
cirúrgico, primeiramente uma desinfecção dos ele- 45 g e 6 g (0,04 MPa a 0,06 MPa) são suficientes para
mentos dentários foi feita de forma criteriosa, a fim movimentação em tração ortodôntica. Diante disso,
de que a estrutura dentária não fosse modificada e/ou os resultados do presente estudo demonstram que a
danificada e, assim, o resultado encontrado fosse o colagem dos braquetes conforme a recomendação do
mais fidedigno possível. fabricante — independentemente do meio, resina e
Um dos meios de armazenamento de dentes mais sistema adesivo — apresentou bom desempenho.
utilizados para a realização de estudos é a cloramina a Ao avaliar a média dos grupos, observou-se
0,5%. O material deve ser imerso na solução e, em se- maior resistência no Grupo 11 (resina Transbond
guida, resfriado, para manter uma boa conservação4. XP, com sistema adesivo de um passo na presença de
O estudo de Gadonski et al.5 relatou que não houve sangue), com média de 6,88 kgf; e menor resistência
diferença estatisticamente significativa na resistência no Grupo 9 (resina Z100, com sistema adesivo de um
de união (RU) à estrutura dentária ao utilizar clora- passo na presença de sangue), com média de 1,88 kgf.
mina a 0,5% como solução desinfetante durante um Sendo assim, ao contrário do que afirmaram Lon et
mês. Segundo Suzuki e Finger6, a cloramina é uma boa al.13, a presença de sangue não afetou negativamente
opção para armazenamento, pois não provoca efeitos na qualidade da adesão do botão ao dente quando
adversos no colágeno da estrutura dentária. Além utilizada a resina ortodôntica, visto que essa alcan-
disso, Haller et al.7 mostraram, em um estudo de mi- çou desempenho satisfatório, comprovando sua efi-
croinfiltração, que os dentes armazenados em clora- cácia no meio contaminado com sangue, presente no
mina apresentaram grandes semelhanças estruturais transoperatório.
a dentes recém-extraídos. Ainda analisando os resultados quanto às resinas
Devido à dificuldade de se obter um campo seco du- ortodônticas, a Transbond XT apresentou as maiores
rante a colagem do botão para o tracionamento de den- médias em todos os meios biológicos avaliados, quan-
tes inclusos, faz-se necessário que o material utilizado do comparada à resina convencional Z100, indepen-
possua eficácia e praticidade. Diante disso, a resina Z100 dentemente do sistema adesivo utilizado. Um estudo
da 3M foi uma das escolhidas para a comparação, por comparativo14 entre as resina Z100 e Transbond XT
possuir baixo custo, além de ser amplamente utilizada e obteve como resultado, assim como no presente es-
largamente pesquisada8. Já a resina Transbond XP foi es- tudo, que a Transbond XT obteve um melhor valor de
colhida por possuir indicação para colagem de braquetes cisalhamento, quando comparada à Z100.
e a promessa de melhor fixação. Já ao observar a associação do sistema adesi-
Os sistemas adesivos de dois passos e de um pas- vo com a resina, pode-se perceber que os melhores
so utilizados foram os recomendados pelo fabricante, e resultados foram obtidos naqueles grupos que uti-
os meios biológicos em que os testes foram realizados lizaram o sistema adesivo de um passo com a resina
foram selecionados por serem os possíveis de se encon- ortodôntica, independentemente do meio em que foi
trar em meio bucal durante o procedimento cirúrgico. feita a análise. Esse resultado pode ser devido ao fato
Ao se analisar os presentes resultados, o melhor de, conforme informado pelo fabricante, essa resina
desempenho da resistência ao cisalhamento entre os obter uma maior fixação.
grupos ocorreu no Grupo 3 (resina Transbond XP, O sistema adesivo de um passo se comportou me-
com sistema adesivo de um passo em meio seco), com lhor do que o de dois passos em todas as situações,
maior força de 11,20 kgf e menor força de 1,10 kgf. com exceção do Grupo 10, em que o de dois passos as-
Por outro lado, o grupo que apresentou a menor re- sociado à resina convencional na presença de sangue
sistência ao cisalhamento foi o Grupo 9 (resina Z100, se comportou melhor do que o de um passo. Tal fato
com sistema adesivo de um passo, na presença de san- demonstra que o sistema adesivo de um passo pos-
gue), apresentando maior força de 3,6 kgf e menor sui grande eficácia, principalmente quando associado
força de 0,5 kgf. Esse resultado era esperado, uma vez à resina ortodôntica. Na prática clínica, o sistema de
que, além de não ser uma resina específica para cola- um passo possui, ainda, a vantagem da agilidade do
gem de botões ortodônticos, o meio em questão não processo, diminuindo as chances de contaminação do
era propício à melhor adesão. meio por saliva e/ou sangue.
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 34 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):28-35
Riva AL, Telles MS, Patrocínio Júnior C, Mayrink G
Referências:
1. Allareddy V, Caplin J, Markiewicz MR, Meara DJ. 6. Suzuki T, Finger WJ. Dentin adhesives: site of dentin 11. Shapira Y, Kuftinec MM. Treatment of impacted
Orthodontic and surgical considerations for treating vs. bonding of composite resins. Dent Mater. 1988 cuspids. The hazard lasso. Angle Orthod. 1981
impacted teeth. Oral Maxillofac Surg Clin North Am. Dec;4(6):379-83. Jul;51(3):203-7.
2020 Feb;32(1):15-26. 7. Haller B, Hofmann N, Klaiber B, Bloching U. Effect 12. Zachrisson BU, Buyukyilmaz T. Recent advances
2. Kaczor-Urbanowicz K, Zadurska M, Czochrowska E. of storage media on microleakage of five dentin in bonding to gold, amalgam and porcelains. J Clin
Impacted teeth: an interdisciplinary perspective. Adv bonding agents. Dent Mater. 1993 May;9(3):191-7. Orthod.1993;109(4):661-75.
Clin Exp Med. 2016;25(3):575-85. 8. Garcia NR, Souza CRS, Mazucco PEF, Justino LM, 13. Lon LFS, Schneider PP, Raveli DB, Nascimento DC,
3. Mendes R, Barbosa CCN, Mello CM, Barbosa OLC. Schein MT, Gianinni M. Avaliação da resistência de Guariza-Filho. Efeito da contaminação por saliva na
Tracionamento de canino impactado no palato pela união de dois sistemas adesivos autocondicionan- resistência adesiva de braquetes cerâmicos utilizando
técnica aberta utilizando dat’s: relato de um caso. Braz tes: revisão de literatura e aplicação do ensaio de uma resina ortodôntica hidrofílica. Rev Odontol Unesp.
J Surg Clin Res. 2021;33(2):42-6. microcisalhamento. RSBO. 2007 Maio;4(1):37-45. 2018 Jun;47(3):131-36.
4. Farret MM, Gonçalves TS, Lima EMS, Menezes LM, 9. Ferrazzo, VA, Domingues GC, Santos JH Jr, 14. Correr Sobrinho L, Consani S, Sinhoretti MAC,
Oshima HMS, Kochenborger R, et al. Influência de Vargas DA, Ferrazzo KL. Caninos superiores impac- Correr GM, Consani RLX. Avaliação da resistência ao
variáveis metodológicas na resistência de união ao cisa- tados: revisão de literatura e relato de caso clínico. cisalhamento na colagem de braquetes, utilizando
lhamento. Dental Press J Orthod. 2010 Feb;15(1):80-8. Ortodontia. 2005;38(3):247-54. diferentes materiais. Rev ABO Nac. 2001;9(3):157-62.
5. Gadonski AP, Maran BM, Andrade GS, Naufel FS, 10. Olsen ME, Bishara SE, Damon P, Jakobsen JR. 15. Dominguez-Rodriguez GC, Horliana RF, Bonfim RA,
Schimitt L. Avaliação do efeito de soluções de ar- Comparison of shear bond strength and surface Vigorito JW. Avaliação in vitro da resistência à tração
mazenamento sobre a resistência da união adesiva structure between conventional acid etching and air- de dois sistemas adesivos usados na colagem de
à dentina de dentes bovinos sob microcisalha- abrasion of human enamel. Am J Orthod Dentofacial braquetes metálicos com resina pré-incorporada à
mento: pesquisa in vitro. Rev Odontol Unesp. 2018 Orthop. 1997 Nov;112(5):502-6. base. Ortodoncia. 2003;36(3):8-14.
Dez;47(6):354-9.
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 35 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):28-35
Artigo Original
RESUMO
1
Hospital Instituto Doutor José Frota (IJF), Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Fa- Como citar: Ferreira Filho JS, Vasconcelos KS, da-Silva PGB, Benevides BS, Sampieri MB, Be-
cial (Fortaleza/CE, Brasil). zerra MF. Efficacy of articaine for intraoperative pain reduction during mandibular third molar ex-
2
Clínica privada, Ortodontia e Ortopedia Funcional dos Maxilares (Groaíras/CE, Brasil).
traction: a controlled, triple-blind, split-mouth clinical trial. J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022
3
Centro Universitário Christus, Estomatologia e Patologia Oral (Fortaleza/CE, Brasil).
Apr-Jun;8(2):36-41.
4
Hospital Batista Memorial, Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial (Fortaleza/
CE, Brasil). DOI: https://doi.org/10.14436/2358-2782.8.2.036-041.oar
5
Centro Universitário Christus, Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial/ Anatomia Huma-
na (Fortaleza/CE, Brasil). Enviado em: 12/03/2021 - Revisado e aceito: 21/05/2022
6
Universidade Federal do Ceará, Estomatologia, Radiologia e Patologia Oral (Sobral/CE, Bra-
sil). Endereço para correspondência: Josfran da Silva Ferreira Filho
7
Universidade Federal do Ceará, Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Facial/ Anestesiologia E-mail: josfranctbmf@gmail.com
(Sobral/CE, Brasil).
8
Hospital Universitário Walter Cantídeo, Serviço de Cirurgia e Traumatologia Buco-Maxilo-Fa-
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros,
cial (Fortaleza/CE, Brasil).
que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 36 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):36-41
Ferreira Filho JS, Vasconcelos KS, da-Silva PGB, Benevides BS, Sampieri MB, Bezerra MF
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 37 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):36-41
Eficácia da articaína para redução de dor intraoperatória durante exodontia de terceiros molares inferiores: estudo clínico controlado, triplo-cego e em boca dividida
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 38 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):36-41
Ferreira Filho JS, Vasconcelos KS, da-Silva PGB, Benevides BS, Sampieri MB, Bezerra MF
GRUPOS
p
Anestésico A Anestésico B
Sexo
Feminino 20 (83,3%)
-
Masculino 4 (16,7%)
Idade (anos) 22,50 ± 4,52 -
Tempo cirurgia (horas) 8,43 ± 1,97 8,71 ± 1,76 0,420a
Classificação I II III
I 12 (50,0%) 12 (50,0%)
II 10 (41,7%) 10 (41,7%) 1,000b
III 2 (8,3%) 2 (8,3%)
Classificação ABC
A 22 (91,7%) 22 (91,7%)
1,000b
B 2 (8,3%) 2 (8,3%)
Posição
Mesio 5 (20,8%) 5 (20,8%)
Vertical 17 (70,8%) 17 (70,8%)
1,000b
Disto 1 (4,2%) 1 (4,2%)
Outras 1 (4,2%) 1 (4,2%)
Reanestesia
Não 17 (70,8%) 23 (95,8%)*
0,047b
Sim 7 (29,2%)* 1 (4,2%)
Dor
0 17 (70,8%) 23 (95,8%)*
1 0 (0,0%) 1 (4,2%)
0,046b
2 5 (16,7%)* 0 (0,0%)
3 2 (8,3%)* 0 (0,0%)
Média de dor 0,75 ± 1,26 0,04 ± 0,20 0,016a
a
Teste de Wilcoxon (média ± DP); bTeste exato de Fisher ou qui-quadrado de Pearson (n, %).
Tabela 2: Dor transoperatória, relacionada à etapa cirúrgica em que houve queixa álgica de dor (n = 48).
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 39 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):36-41
Eficácia da articaína para redução de dor intraoperatória durante exodontia de terceiros molares inferiores: estudo clínico controlado, triplo-cego e em boca dividida
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 40 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):36-41
Ferreira Filho JS, Vasconcelos KS, da-Silva PGB, Benevides BS, Sampieri MB, Bezerra MF
Referências:
1. Malamed SF, Gagnon S, Leblanc D. Articaine hydro- 6. Brandt RG, Anderson PF, McDonald NJ, Sohn W, 11. Shruthi R, Kedarnath N, Mamatha N, Rajaram P, Bha-
chloride: a study of the safety of a new amide local Peters MC. The pulpal anesthetic efficacy of articaine drashetty D. Articaine for surgical removal of impacted
anesthetic. J Am Dent Assoc. 2001 Feb;132(2):177-85. versus lidocaine in dentistry: a meta-analysis. J Am third molar; a comparison with lignocaine. J Int Oral
2. Boonsiriseth K, Chaimanakarn S, Chewpreecha P, Dent Assoc. 2011 May;142(5):493-504. Health. 2013 Feb;5(1):48-53.
Nonpassopon N, Khanijou M, Ping B, et al. 4% 7. Jain NK, John RR. Anesthetic efficacy of 4% articaine 12. Sierra Rebolledo A, Delgado Molina E, Berini Aytís L,
lidocaine versus 4% articaine for inferior alveolar nerve versus 2% lignocaine during the surgical removal Gay-Escoda C. Comparative study of the anesthetic
block in impacted lower third molar surgery. J Dent of the third molar: a comparative prospective study. efficacy of 4% articaine versus 2% lidocaine in inferior
Anesth Pain Med. 2017 Mar;17(1):29-35. Anesth Essays Res. 2016;10(2):356-61. alveolar nerve block during surgical extraction of
3. Zhang A, Tang H, Liu S, Ma C, Ma S, Zhao H. Anesthetic 8. Boonsiriseth K, Sirintawat N, Arunakul K, Wongsiri- impacted lower third molars. Med Oral Patol Oral Cir
efficiency of articaine versus lidocaine in the extraction chat N. Comparative study of the novel and conven- Bucal. 2007 Mar;12(2):E139-44.
of lower third molars: a meta-analysis and systematic tional injection approach for inferior alveolar nerve 13. Silva LC, Santos TD, Santos JA, Maia MC, Men-
review. J Oral Maxillofac Surg. 2019 Jan;77(1):18-28. block. Int J Oral Maxillofac Surg. 2013 Jul;42(7):852-6. donça CG. Articaine versus lidocaine for third molar
4. Huang YD, Xia H, Li XD, Yang XZ, Pei ZQ, Xia X. 9. Kambalimath DH, Dolas RS, Kambalimath HV, surgery: a randomized clinical study. Med Oral Patol
A comparison of the clinical anesthetic efficacy of ar- Agrawal SM. Efficacy of 4 % Articaine and 2% Lido- Oral Cir Bucal. 2012 Jan;17(1):e140-5.
ticaine infiltration and lidocaine blocking for microport caine: a clinical study. J Maxillofac Oral Surg. 2013 14. Zhang Z, Li S, Fang H: Comparison of anesthetic ef-
extraction of impacted mandibular molar. Hua Xi Kou Mar;12(1):3-10. ficacy of two local anesthetics in inferior alveolar nerve
Qiang Yi Xue Za Zhi. 2011 Jun;29(3):268-71. 10. Martínez-Rodríguez N, Barona-Dorado C, Martín-Arés M, block. Chin J New Drugs Clin Remedies. 2017;36:50.
5. Su N, Li C, Wang H, Shen J, Liu W, Kou L. Efficacy and Cortés-Bretón-Brinkman J, Martínez-González JM. 15. Albalawi F, Lim JC, DiRenzo KV, Hersh EV, Mitchell CH.
safety of articaine versus lidocaine for irreversible pul- Evaluation of the anaesthetic properties and tolerance of Effects of lidocaine and articaine on neuronal survival
pitis treatment: A systematic review and meta-analysis 1:100,000 articaine versus 1:100,000 lidocaine. A com- and recovery. Anesth Prog. 2018;65(2):82-8.
of randomised controlled trials. Aust Endod J. 2016 parative study in surgery of the lower third molar. Med
Apr;42(1):4-15. Oral Patol Oral Cir Bucal. 2012 Mar;17(2):e345-51.
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 41 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):36-41
Revisão sistemática
RESUMO
1
Centro Universitário Mário Pontes Jucá, Curso de Odontologia (Maceió/AL, Brasil). Como citar: Suares WA, Lopes AC, Alves KC, Andrade CS, Sales PHH. Eminectomy as a treat-
2
Santa Casa de Misericórdia de São Miguel dos Campos, Departamento de Cirurgia ment for TMJ recurrent dislocation: a systematic review. J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-
Buco-Maxilo-Facial (São Miguel dos Campos/AL, Brasil). -Jun;8(2):42-52. DOI: https://doi.org/10.14436/2358-2782.8.2.042-052.oar
3
Centro Universitário CESMAC, Curso de Odontologia (Maceió/AL, Brasil).
Enviado em: 18/12/2021 - Revisado e aceito: 21/05/2022
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 42 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):42-52
Suares WA, Lopes AC, Alves KC, Andrade CS, Sales PHH
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 43 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):42-52
A eminectomia como tratamento para a luxação recidivante da ATM: uma revisão sistemática
Itens encon-
Bases de dados Estratégia de busca utilizada
trados
“Temporomandibular Joint” [MeSH]); “Temporomandibular Dislocations”[MeSH]);
Palavras-chave
“surgical procedures, operative”[MeSH]); “Eminectomy”
((“temporomandibular joint”[MeSH Terms] OR (“temporomandibular”[All Fields] AND
“joint”[All Fields]) OR “temporomandibular joint”[All Fields]) AND (“Temporomandibular dislo-
cations”[MeSH Terms] OR (“Temporomandibular”[All Fields] AND “dislocations”[All Fields]) OR
PubMed “Temporomandibular dislocations”[All Fields]) AND (“surgical procedures, operative”[MeSH Terms] 819
OR (“surgical”[All Fields] AND “procedures”[All Fields] AND “operative”[All Fields]) OR “operative
surgical procedures”[All Fields] OR (“surgical”[All Fields] AND “procedures”[All Fields]) OR “surgical
procedures”[All Fields]) AND operative[All Fields]) OR eminectomy[All Fields]
ID Search Hits
#1 “Temporomandibular joint” OR “Temporomandibular” AND “joint” Isolated :ti,ab,kw (Variações
das palavras foram buscadas)
#2 “Temporomandibular dislocations” OR “Temporomandibular” AND “dislocations” OR “Temporo-
COCHRANE mandibular dislocations” Isolated :ti,ab,kw (Variações das palavras foram buscadas) 8
#3 “surgical procedures, operative” OR “surgical” AND “procedures” AND “operative” OR “operative
surgical procedures” OR “surgical” AND “procedures” OR “surgical procedures” AND operative
#4 eminectomy
#5 #1 AND #2 AND #3 OR #4
(tw:(“temporomandibular joint” OR “temporomandibular” AND “joint” OR “temporomandibular
joint”)) AND (“Temporomandibular dislocations” OR (“Temporomandibular” AND “dislocations” OR
LILACS “Temporomandibular dislocations”)) AND (“surgical procedures, operative” OR (“surgical” AND 9
“procedures” AND “operative” OR “operative surgical procedures” OR (“surgical” AND “procedures”
OR “surgical procedures” AND operative)) OR “eminectomy”[All Fields]
Grey literature Temporomandibular Joint and Temporomandibular Dislocations and surgical procedures, operative
0
OpenGrey or eminectomy
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 44 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):42-52
Suares WA, Lopes AC, Alves KC, Andrade CS, Sales PHH
Total
n=836
Duplicatas excluídas
n=3
SELEÇÃO
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 45 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):42-52
A eminectomia como tratamento para a luxação recidivante da ATM: uma revisão sistemática
cirúrgicas, com tempo de acompanhamento que variou lado direito e, no segundo paciente, também houve fra-
de seis meses a oito anos. Assim, 155 casos foram eminec- tura de placa no lado direito1. Outro estudo apresentou
tomias, com taxa de sucesso de 91,61%; 22 casos foram algumas complicações, como: hematoma na ferida (n=3)
de miniplacas, com taxa de sucesso de 90,90%; oito casos e infecção de sutura (n=1); contudo, casos de hipermobi-
foram eminectomia com condilectomia alta, com taxa de lidade mandibular (n=2) foram relatados por pacientes
sucesso de 87,5%; quatro casos foram eminectomia com após a técnica da eminectomia isolada8. Entretanto, em
dissectomia e condilectomia alta, com taxa de sucesso de outro artigo foi relatada luxação condilar autorredutora
100%; dois casos foram eminectomia com dissectomia, em um paciente; apenas esse estudo relatou osteoartro-
com taxa de sucesso de 100%; dois casos foram técnica se, que resultou em dois tipos de situação: os osteófitos,
de Tethering, com taxa de sucesso de 100%; 24 casos fo- que foram observados em dez articulações; e crepitação,
ram eminoplastia artroscópica, com taxa de sucesso de que quantificou um total de dez articulações3. Apenas
83,33%; e 23 casos foram eminectomias com ressecção três estudos relataram ruídos (n=14) após a eminecto-
de raiz transversal do arco zigomático, resultando no redi- mia, eminoplastia artroscópica e miniplacas1,4,9.
recionamento do músculo temporal, com taxa de sucesso Todos esses dados foram reunidos de maneira sin-
de 100%. Por outro lado, dois artigos não apresentaram a tetizada, e podem ser visualizados na Tabela 2.
quantidade de procedimentos realizados, apenas o núme- Avaliação da qualidade: dos 11 artigos seleciona-
ro de pacientes11,12: um desses estudos usou eminectomia dos para avaliação da qualidade, 1 foi um ensaio clínico
com miotomia pterigoide em quatro pacientes11; e, no se- randomizado e os outros 10 artigos foram estudos re-
gundo estudo, os 75 voluntários foram divididos em três trospectivos. Por meio da aplicação dos itens do NHMRC
grupos, sendo que 25 participantes utilizaram a técnica Austrália, os estudos foram analisados para identificação
de Dautry; 25 participantes, a eminectomia seguida por do nível de evidência científica. Um dos estudos apre-
plicatura meniscal e amarração; e 25 pacientes utilizaram sentou nível de evidência II, dois apresentaram nível de
a eminectomia isolada12. evidência III-2, três apresentaram nível de evidência III-3
Complicações: nove estudos relataram intercor- e cinco, nível de evidência IV.
rências durante o acompanhamento pós-operatório1,5-12.
Três artigos relataram sete casos de paralisia do nervo fa- Metanálise
cial após eminectomia6,11,12, ao passo que um estudo rela- A frequência acumulada de recidivas após emi-
tou 11 casos de paralisia e um caso de infecção local, mas nectomia foi de 6,65% (IC 95% = 2,41 - 12,78%), com
não especificou em qual técnica ocorreu5. Outros sete uma heterogeneidade significativa, porém mediana
estudos informaram 29 casos de dor após eminectomia, (I² = 53,60%, IC 95% = 8,22 - 76,54%, p = 0,018). O fun-
eminectomia com artroplastia e miniplaca; desses casos, nel plot e os plots dos testes de Egger (p = 0,385) e Begg
oito foram de dor referida e dois pacientes relataram dor (p=0,311) não mostraram risco de viés de publicação sig-
antes da eminectomia e, após a cirurgia, nenhuma me- nificativo (Fig. 2 e 3).
lhora foi notada1,3,5,6,9,11,12. Porém, um estudo relatou três
casos de dor, mas não especificou em qual técnica11. Ape- Avaliação do GRADE
nas quatro artigos relataram estalido, sendo, ao todo, 20 De acordo com a avaliação baseada nos critérios
casos após a técnica de Dautry, eminectomia e eminec- GRADE, a certeza relacionada à ocorrência de recidivas
tomia com artroplastia e miniplaca6,8,9,12. Em um estudo, de luxação de ATM após eminectomias foi muito baixa.
foi relatada fratura unilateral das miniplacas em dois pa- Mais explicações sobre a avaliação de evidências estão
cientes, sendo um deles recidiva de fratura de placa no disponíveis na Tabela 3.
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 46 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):42-52
Suares WA, Lopes AC, Alves KC, Andrade CS, Sales PHH
n de País Nível
Autor e Tipo de Idade Follow- Recidi-
Amostra Sexo n de EMs outras Complicações do es- de evi-
ano estudo (média) -up vas
técnicas tudo dência
23 em um
total de
12 Pac =
EM técnica
combinada
EM= Hiper-
3,6 (EM com
mobilidade
anos ressecção
51,3 anos mandibular=
Gay-Es- (varia- 4 EMs de raiz NH reci-
Retros- F = 10 (Variação 02 Espa- Nível
coda8, 14 Pac ção de em transversal diva da
pectivo M=4 29-79 Hematoma na nha III-3
1987 9 meses 2 Pac do arco luxação
anos) ferida=03
a8 zigomático,
Infecção de
anos) resultando
sutura=01
no redi-
reciona-
mento do
músculo
temporal)
15 EMs
(o estudo
relatou
que foi
Variação realizada NH reci-
Pogrel10, Retros- F = 11 NH outra Paralisia facial Nível
15 Pac de 22-66 2 anos EM unila- diva da EUA
1987 pectivo M = 04 técnica unilateral = 02 IV
anos teral em luxação
15 Pac,
totalizan-
do 15
EMs)
NR Dor após um
27 anos NH
Sensoz Média Não es- ano = 02
Retros- F = 36 (variação, NH outra nenhum Tur- Nível
et al.6, 52 Pac 18 pecifica Estalido = 02
pectivo M = 16 15-43 técnica caso de quia IV
1992. meses quantas Paralisia do
anos) recidiva
EMs n. fac. = 04
03 Pac
(foram 1 caso
realiza- (1º caso
26 anos
das 14 Média houve 01
Undt et Retros- F = 02 (Variação NH outra NH intercorrên- Nível
EMs, de 4,8 06 EMs luxação Áustria
al.7, 1996 pectivo M = 01 de 21-33 técnica cias relatadas IV
porém, anos no ld
anos)
relataram esquer-
apenas 3 do)
casos).
F = feminino; M = masculino; n = número; EM = eminectomia; CA = condilectomia alta; Pac = pacientes; Mp = Miniplacas; G = Grupo; ld = lado; dir = direito;
n. fac. = nervo facial; NH = Não houve.
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 47 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):42-52
A eminectomia como tratamento para a luxação recidivante da ATM: uma revisão sistemática
n de País Nível
Autor e Tipo de Idade Follow- Recidi-
Amostra Sexo n de EMs outras Complicações do es- de evi-
ano estudo (média) -up vas
técnicas tudo dência
EM=29
Dor = 2
Pac ainda
apresentaram
01 = 01
2,3 dor após a
36,9 EM com caso de
anos eminectomia.
anos reparo da luxação
Undt et Retros- F = 08 (Varia- Luxação con- Nível
14 Pac (Variação 22 EMs perfuração condilar Áustria
al.3, 1997 pectivo M = 06 ção 7 dilar unilateral IV
19-84 do disco não
meses-5 auto-reduto-
anos) do ld. auto-re-
anos) ra= 1
esquerdo dutora
Osteoartrose =2
Estalido=7
Crepitação=10
Osteófitos=10
EM = 02
41 (Artralgia =01,
EM = 03
49 meses, Emino- ruídos=01)
Sato Emino-
Retros- F = 18 (Variação, (Varia- plastia Eminoplastia Nível
et al.4, 24 Pac 18 EM plastia Japão
pectivo M = 06 21-89 ção, artroscópi- artroscópica= III-3
2003. artroscó-
anos) 6-78 ca=24 9
pica = 4
m.) (Artralgia=01,
ruídos=08)
Eminectomia -
Dor= 01
Cardoso F = 06 Variação 09 NH reci-
Retros- 11 pa- 313,81 11 minipla- Miniplaca - Nível
et al.9, M = 05 de 18-40 eminecto- diva da Brasil
pectivo cientes dias cas Dor= 02 pac. III-2
2005 anos mias luxação
Estalido=02
Ruídos=02
EM = (Dor=02;
Som=03)
EM =
Mp =02
média
(fratura unila-
de 37,4
teral das Mp
m. (va-
foram encon-
Vascon- riação,
tradas em 02
celos e Retros- F = 13 30,7 2-63 m) EM=0 Nível
18 Pac 20 EMs 16 Mp Pac= Recidiva Brasil
Porto1, pectivo M=5 anos Mp = Mp=2 III-2
de fratura de
2009 59,75
placa no ld dir
m. (va-
e no segundo
riação,
Pac também
48-69
houve fratura
m.)
de placa no
ld dir)
F = feminino; M = masculino; n = número; EM = eminectomia; CA = condilectomia alta; Pac = pacientes; Mp = Miniplacas; G = Grupo; ld = lado; dir = direito;
n. fac. = nervo facial; NH = Não houve; m = meses.
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 48 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):42-52
Suares WA, Lopes AC, Alves KC, Andrade CS, Sales PHH
n de País Nível
Autor e Tipo de Idade Follow- Recidi-
Amostra Sexo n de EMs outras Complicações do es- de evi-
ano estudo (média) -up vas
técnicas tudo dência
25 Pac
Paralisia do nervo
com
fascial= (G 2=01)
técnica de G 1 -Dau-
Estalido=
Dautrey trey=01
(G 1=01)
(G 1);
(G 2=05)
Estudo O estudo 38 anos Variação 25 Pac G2–
Jeyaraj (G 3=03)
clínico não relatou (Variação de 25 Pac com EM e EM=04
Priya12, 75 Pac Dor= (G 1=02) Índia Nível II
rando- o sexo dos 18-59 08-36 (G 2) artroplastia
2018 G 2=05)
mizado Pac anos) meses na forma G 3 - EM
G 3=05)
de plicatura com
Dor referida=
meniscal artroplas-
(G 1=01)
ao tecido tia=03
(G 2=05)
retrodiscal
(G 3=03)
(G 3)
Foram EM com
realiza- Miotomia
5,6 dos em Pterigoide
anos 10 Pac. = 04 Pac. Dor= 03 casos
Tocaciu Variação NH reci-
Retros- F = 10 (Varia- Porém, No estudo O estudo não Austrá- Nível
et al.11, 14 Pac de 21-30 diva da
pectivo M = 04 ção de o estudo não foi relata em qual lia IV
2018 anos luxação
12-67 não relatado técnica
meses) relata os o número
números total da
de EMs técnica
EM com
CA = 08 Infecção
EM com local (n = 01),
dissectomia paralisia do n.
79,24
e CA = 8 05 EM fac. (n=11)
Segami5, Retros- F = 34 (Variação, 35 ± 28 Nível
50 Pac 65 EMs EM e 01 EM Não foi relata- Japão
2018 pectivo M = 16 36 a 94 meses III-3
dissectomia com CA do em que G
anos)
=0 de Pac essas
Técnica de complicações
Tethering ocorreram
= 04
F = feminino; M = masculino; n = número; EM = eminectomia; CA = condilectomia alta; Pac = pacientes; Mp = Miniplacas; G = Grupo; ld = lado; dir = direito;
n. fac. = nervo facial; NH = Não houve.
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 49 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):42-52
A eminectomia como tratamento para a luxação recidivante da ATM: uma revisão sistemática
Figura 2: Forest plot relatando a frequência de recidivas de eminectomias nos estudos incluídos.
0,0
0,1
0,2
Erro padrão
0,3
0,4
0,5
-1,0 -0,5 0,5 0,5 1,0 1,5
Proporção
Figura 3: Funnel plot dos estudos incluídos.
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 50 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):42-52
Suares WA, Lopes AC, Alves KC, Andrade CS, Sales PHH
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 51 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):42-52
A eminectomia como tratamento para a luxação recidivante da ATM: uma revisão sistemática
Referências:
1. Vasconcelos BC, Porto GG. Treatment of chronic 6. Sensoz O, Ustüner ET, Celebioğlu S, Mutaf M. Emi- 11. Tocaciu S, McCullough MJ, Dimitroulis G. Surgical
mandibular dislocations: a comparison between emi- nectomy for the treatment of chronic subluxation and management of recurrent dislocation of the temporo-
nectomy and miniplates. J Oral Maxillofac Surg. 2009 recurrent dislocation of the temporomandibular joint mandibular joint: a new treatment protocol. Br J Oral
Dec;67(12):2599-604. and a new method of patient evaluation. Ann Plast Maxillofac Surg. 2018 Dec;56(10):936-40.
2. Martins WD, Ribas MO, Bisinelli J, França BH, Mar- Surg. 1992 Oct;29(4):299-302. 12. Jeyaraj P. Chronic recurrent temporomandibular joint
tins G. Recurrent dislocation of the temporomandibular 7. Undt G, Weichselbraun A, Wagner A, Kermer C, dislocation: a comparison of various surgical treat-
joint: a literature review and two case reports treated Rasse M. Recurrent mandibular dislocation under ment options, and demonstration of the versatility
with eminectomy. Cranio. 2014 Apr;32(2):110-7. neuroleptic drug therapy, treated by bilateral eminec- and efficacy of the dautrey’s procedure. J Maxillofac
3. Undt G, Kermer C, Rasse M. Treatment of recurrent tomy. J Craniomaxillofac Surg. 1996 Jun;24(3):184-8. Oral Surg. 2018 Mar;17(1):95-106.
mandibular dislocation, Part II: Eminectomy. Int J Oral 8. Gay-Escoda C. Eminectomy associated with redi- 13. Almeida VL, Vitorino NS, Nascimento AL, Silva
Maxillofac Surg. 1997 Apr;26(2):98-102. rectioning of the temporal muscle for treatment of Júnior DC, Freitas PH. Stability of treatments for
4. Sato J, Segami N, Nishimura M, Suzuki T, Kaneyama K, recurrent TMJ dislocation. J Craniomaxillofac Surg. recurrent temporomandibular joint luxation:
Fujimura K. Clinical evaluation of arthroscopic emino- 1987 Dec;15(6):355-8. a systematic review. Int J Oral Maxillofac Surg. 2016
plasty for habitual dislocation of the temporomandibu- 9. Cardoso AB, Vasconcelos BCE, Oliveira DM. Mar;45(3):304-7.
lar joint: comparative study with conventional open Comparative study of eminectomy and use of bone 14. Shorey CW, Campbell JH. Dislocation of the
eminectomy. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral miniplate in the articular eminence for the treatment temporomandibular joint. Oral Surg Oral Med Oral
Radiol Endod. 2003 Apr;95(4):390-5. of recurrent temporomandibular joint dislocation. Pathol Oral Radiol Endod. 2000 Jun;89(6):662-8.
5. Segami N. A modified approach for eminectomy Braz J Otorhinolaryngol. 2005;71(1):32-7. 15. Yavuz MS, Aras MH, Güngör H, Büyükkurt MC.
for temporomandibular joint dislocation under local 10. Pogrel MA. Articular eminectomy for recurrent dislo- Prevalence of the pneumatized articular eminence
anaesthesia: report on a series of 50 patients. Int J Oral cation. Br J Oral Maxillofac Surg. 1987 Jun;25(3):237- in the temporal bone. J Craniomaxillofac Surg. 2009
Maxillofac Surg. 2018 Nov;47(11):1439-44. 43. Apr;37(3):137-9.
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 52 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):42-52
Relato de Caso
RESUMO
1
Faculdade de Odontologia de Bauru, Departamento de Cirurgia, Estomatologia, Patologia e Como citar: Chihara LL, Duarte BG, Gonçales ES. Late ear tinnitus after open reduction of mandibu-
Radiologia (Bauru/SP, Brasil). lar condylar fracture: case report. J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):53-7.
2
Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais (Bauru/SP, Brasil). DOI: https://doi.org/10.14436/2358-2782.8.2.053-057.oar
» Os autores declaram não ter interesses associativos, comerciais, de propriedade ou financeiros, Enviado em: 02/07/2020 - Revisado e aceito: 31/07/2021
que representem conflito de interesse, nos produtos e companhias descritos nesse artigo.
Endereço para correspondência: Letícia Liana Chihara
» O(s) paciente(s) que aparece(m) no presente artigo autorizou(aram) previamente a publicação de E-mail: leticialchihara@gmail.com - leticia.chihara@usp.br
suas fotografias faciais e intrabucais, e/ou radiografias.
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 53 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):53-7
Zumbido auricular tardio após redução aberta de fratura de côndilo mandibular: relato de caso
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 54 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):53-7
Chihara LL, Duarte BG, Gonçales ES
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 55 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):53-7
Zumbido auricular tardio após redução aberta de fratura de côndilo mandibular: relato de caso
que, até então, justificava as queixas, já que, em sua maior ções relacionadas com a RA5. Alguns autores defendem esse
parte, estão associadas a problemas posturais e DTM9,10. tipo de tratamento, uma vez que o acesso cirúrgico à região
A paciente foi orientada a utilizar relaxantes musculares, e condilar pode se relacionar com diversas complicações, como:
o ortodontista foi alertado sobre o quadro da paciente e os hemorragias; cicatriz visível; infecção pós-operatória; fístula
possíveis ajustes a serem feitos. salivar; perda do material de fixação; e lesão ao nervo facial4,5.
Mesmo após os ajustes oclusais e melhora da dor O tratamento das fraturas da base e pescoço condilar
muscular, o zumbido e a plenitude auricular permanece- em indivíduos adultos deve ser por meio de procedimento
ram, apenas do lado da intervenção cirúrgica. Após consul- cirúrgico, com redução e fixação interna estável, especial-
ta com um otorrinolaringologista e um neurologista, am- mente para os casos de alteração oclusal e diminuição da
bos indicaram a remoção do material de osteossíntese, já altura vertical posterior do ramo da mandíbula. Um es-
que não haveria outro motivo para a queixa. Sendo assim, tudo comparativo entre os dois tipos de tratamento con-
foi realizada uma nova TCFC, na qual observou-se o ma- templou 53 fraturas unilaterais de côndilo (base, pescoço
terial de osteossíntese em posição, com os dois parafusos ou intracapsular), das quais 30 foram submetidas à redu-
mais superiores com um pequeno afastamento da placa e ção aberta. Os indivíduos tratados por meio de RA e FIET
os dois inferiores recobertos por osso. Após a reavaliação apresentaram melhores resultados, independentemente
clínica associada ao exame de imagem, optou-se pela remo- da localização da fratura11.
ção cirúrgica do material de fixação. A paciente assinou um A localização do traço de fratura consiste em um fator
termo de consentimento livre e esclarecido (TCLE) sobre determinante para a escolha do tipo de tratamento a ser
a possibilidade de não ocorrer melhora no quadro, já que realizado, estando a RA indicada para os casos de fraturas
poucos artigos na literatura relatam esse tipo de conse- da base ou pescoço condilar, reservando-se o tratamento
quência nas fraturas de côndilo mandibular. conservador para os casos de fraturas intracapsulares6.
Quatro dias após o procedimento de remoção do ma- O tipo de fratura também pode influenciar na escolha do
terial de osteossíntese, ela relatou melhora no quadro de tratamento, sendo a RA uma opção válida para os casos de
zumbido e, com 15 dias, a diminuição da plenitude auricu- fraturas extracapsulares em indivíduos que apresentem
lar. Com controle de três anos da redução da fratura e um desvio e deslocamento6.
ano da remoção do material de osteossíntese, ela apresenta- Nesse relato de caso, a paciente apresentava-se com fra-
-se com oclusão estável, sem desvio para abertura de boca e tura extracapsular associada a encurtamento do ramo man-
sem queixas de dor, zumbido ou plenitude auricular. dibular, o que torna necessária a realização de FIET, e não o
tratamento com BMM, como proposto inicialmente, o qual
DISCUSSÃO resultou em desvio mandibular durante a abertura de boca
A literatura divide em absolutas e relativas as indica- e instabilidade oclusal. Sendo assim, optou-se pela RA com
ções para o tratamento das FCM. As absolutas consistem FIET como forma de tratamento. Os resultados encontrados
em: deslocamento do côndilo para a fossa média do crânio; concordam com aqueles previamente relatados4,5,11,12.
impossibilidade em manter uma oclusão estável pela redu- A literatura apresenta diversos estudos sobre as técnicas
ção fechada; deslocamento lateral do côndilo; e invasão da de fixação para esse tipo de fratura12. Os estudos que com-
região da ATM por corpo estranho. As indicações relativas param a utilização de uma placa para a fixação das fraturas
estão relacionadas com fraturas condilares deslocadas para condilares com outras formas de tratamento apontam uma
fora da cavidade glenoide e associadas com má oclusão, e menor estabilidade dessa técnica. Com o objetivo de avaliar
incluem: fratura bilateral em indivíduos edêntulos; fratu- a posição ideal para a fixação das fraturas condilares, um es-
ras uni- ou bilaterais em que o BMM está contraindicado tudo com modelo fotoelástico apontou como locais ideais
por razões médicas, ou para os indivíduos não cooperati- para a fixação: borda posteroanterior do ramo ascendente da
vos; fratura bilateral associada com fraturas complexas do mandíbula e abaixo do processo sigmoide16. No presente es-
terço médio da face; e fratura bilateral em indivíduos com tudo, optou-se pela fixação com apenas uma placa do sistema
deformidade dentoesquelética, perda da dimensão vertical 2,0 mm na região da borda posterior do ramo mandibular,
posterior e fraturas associadas com instabilidade oclusal7. não sendo possível observar qualquer tipo de alteração na fi-
Por muito tempo, a RF foi defendida, uma vez que essa xação ou mesmo resultado estético-funcional final.
é tecnicamente mais fácil de ser realizada, menos invasiva e O tratamento cirúrgico das fraturas condilares pode
apresenta resultados satisfatórios, sem as possíveis complica- ser realizado por meio de acesso pré-auricular, submandi-
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 56 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):53-7
Chihara LL, Duarte BG, Gonçales ES
bular ou retromandibular7. Entre esses, o acesso retroman- com um mecanismo intermodal entre os sistemas trigê-
dibular apresenta um bom campo cirúrgico e baixa taxa de meos e o núcleo coclear, no caso, provavelmente estimu-
morbidade. No presente trabalho, optou-se pela sua realiza- lado pelo material de osteossíntese.
ção, sendo observados os benefícios citados previamente, e
não sendo observada a presença de paralisia do nervo facial CONSIDERAÇÕES FINAIS
no pós-operatório. O conhecimento da anatomia da face e Dessa forma, podemos concluir que a FIET se apresenta
da técnica cirúrgica para a realização do acesso retroman- como uma opção viável para o tratamento das fraturas baixas
dibular resulta em um acesso cirúrgico rápido e com baixa de côndilos em indivíduos adultos, apresentando bons resul-
taxa de morbidade para os indivíduos. tados estéticos e funcionais. Além disso, o controle pós-ope-
Independentemente da forma de tratamento e do ratório do paciente em longo prazo é fundamental.
tipo de acesso utilizado, as DTMs são comuns em pa-
cientes com FCM e, junto com as disfunções, há queixas ABSTRACT
de dor, plenitude auditiva e instabilidade da oclusão9. Late ear tinnitus after open reduction of mandibular
Apesar de relatos na literatura, o sintoma mais inco- condylar fracture: case report
mum é o zumbido, e o cessar dele costuma ser de manei- Fractures of the mandibular condyles are frequent among
ra natural9. Outro ponto importante é a piora da DTM fractures of the mandible, due to the dissipation of forces
da paciente, pelo incômodo com o zumbido e plenitude after trauma at another anatomical site. The treatment of
auricular. As revisões sistemáticas realizadas por Skog these fractures depends on the location, level and displace-
et al.13 e Edvall et al.14 e a revisão de literatura realizada ment of the fractured fragments, varying between conser-
por Kreuzer et al.15 provam que, independentemente do vative treatment and surgical reduction with stable internal
trauma, o zumbido auricular e a plenitude auditiva são fixation. This article aims to report a case of surgical treat-
comorbidades geradas pela DTM, mas que não possuem ment of a low and displaced condylar fracture. The surgery
muitos estudos científicos para realmente entender sua was performed on a female patient, 32 years old, with occlu-
causa. Em sua grande maioria, são relatos de casos que sal instability after previous conservative treatment for two
estão associados com tratamentos inicialmente conser- weeks, which evolved with ear tinnitus two years after the
vadores, como o uso de medicamentos e fisioterapia, e surgical treatment. The patient was submitted to the pro-
tendo a opção cirúrgica como a última opção. No caso cedure of removing the osteosynthesis material and the ear
clínico apresentado, não houve o cessamento desse sin- tinnitus symptoms improved four days after surgery. It was
toma, mesmo com a iniciativa de tratamentos conser- possible to conclude that, in cases of extra-capsular fractures
vadores13,14,15. Na verdade, houve um agravamento com displaced from the mandibular condyle in adults, surgical
os anos, o que, segundo Bousema et al.10, pode ser jus- treatment is the most indicated, and that the follow-up of
tificado pelas interações neurais entre a DTM e o zum- these patients must be long term.
bido, que são baseadas em circuitos neurais sensíveis a Keywords: Mandibular condyle. Mandibular fractures.
estímulos ipsilaterais, ou seja, o zumbido está associado Fracture fixation. Tinnitus.
Referências:
1. Rastogi S, Sharma S, Kumar S, Reddy MP, Niran- ogy after closed treatment of condylar fractures. Int J lary fixation of fractures of the mandibular condylar
janaprasad Indra B. Fracture of mandibular condyle—to Oral Maxillofac Surg. 2016 Mar;45(3):292-6. process: a randomized, prospective, multicenter study
open or not to open: an attempt to settle the contro- 7. Zide MF, Kent JN. Indications for open reduction of with special evaluation of fracture level. J Oral Maxil-
versy. Oral Surg Oral Med Oral Pathol Oral Radiol. mandibular condyle fractures. J Oral Maxillofac Surg. lofac Surg. 2008 Dec;66(12):2537-44.
2015 Jun;119(6):608-13. 1983 Feb;41(2):89-98. 12. Yao S, Zhou J, Li Z. Contrast analysis of open reduc-
2. Mayrink G, Avila NGA, Belonia JB. Epidemiological 8. Handschel J, Rüggeberg T, Depprich R, Schwarz F, tion and internal fixation and non-surgical treatment of
survey of face trauma in a public hospital in Vitória/ES Meyer U, Kübler NR, et al. Comparison of various condylar fracture: a meta-analysis. J Craniofac Surg.
(Brazil). J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2018 Sept- approaches for the treatment of fractures of the 2014 Nov;25(6):2077-80.
Dec;4(3):42-7. mandibular condylar process. J Craniomaxillofac Surg. 13. Skog C, Fjellner J, Ekberg E, Häggman-Henrikson B. Tin-
3. Fonseca EV, Martins DF, Cardoso R, Santos Filho MRP, 2012 Dec;40(8):e397-401. nitus as a comorbidity to temporomandibular disorders-a
Lima LHF. Prevalence of mandibular fractures of a ter- 9. Faralli MM, Calenti CC, Ibba MC, Ricci GG, Fren- systematic review. J Oral Rehabil. 2019;46(1):87-99.
tiary hospital, reference in trauma of São Paulo. J Braz guelli AA. Correlations between posturographic 14. Edvall NK, Gunan E, Genitsaridi E, Lazar A, Mehraei G,
Coll Oral Maxillofac Surg. 2019 Sept-Dec;5(3):34-9. findings and symptoms in subjects with fractures of the Billing M, et al. Impact of Temporomandibular Joint
4. Chrcanovic BR. Surgical versus non-surgical treatment condylar head of the mandible. Eur Arch Otorhinolar- Complaints on Tinnitus-Related Distress. Front Neuro-
of mandibular condylar fractures: a meta-analysis. Int J yngol. 2009 Apr;266(4):565-70. sci. 2019;13:879.
Oral Maxillofac Surg. 2015 Feb;44(2):158-79. 10. Bousema EJ, Koops EA, van Dijk P, Dijkstra PU. Asso- 15. Kreuzer PM, Landgrebe M, Vielsmeier V, Kleinjung T,
5. Al-Moraissi EA, Ellis E 3rd. Surgical treatment of adult ciation between subjective tinnitus and cervical spine De Ridder D, Langguth B. Trauma-associated tinnitus.
mandibular condylar fractures provides better outcomes or temporomandibular disorders: a systematic review. J Head Trauma Rehabil. 2014 Sep-Oct;29(5):432-42.
than closed treatment: a systematic review and meta- Trends Hear. 2018 Jan-Dec;22:2331216518800640. 16. Meyer C, Kahn JL, Boutemi P, Wilk A. 16. Photoelastic
analysis. J Oral Maxillofac Surg. 2015 Mar;73(3):482-93. 11. Schneider M, Erasmus F, Gerlach KL, Kuhlisch E, Lou- analysis of bone deformation in the region of the man-
6. Yamashita Y, Inoue M, Aijima R, Danjo A, Goto M. kota RA, Rasse M, et al. Open reduction and internal dibular condyle during mastication. J Craniomaxillofac
Three-dimensional evaluation of healing joint morphol- fixation versus closed treatment and mandibulomaxil- Surg. 2002 Jun;30(3):160-9.
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 57 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):53-7
Normas para Publicação
Normas para Publicação
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 58 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):58-62
Normas para Publicação
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 59 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):58-62
Normas para Publicação
Cessão de Direitos Autorais » As abreviações dos títulos dos periódicos devem ser
Transferindo os direitos autorais do manuscrito para a normalizadas de acordo com as publicações “Index
Dental Press, caso o trabalho seja publicado. Medicus” e “Index to Dental Literature”.
» A exatidão das referências é responsabilidade dos au-
Conflito de Interesse tores e elas devem conter todos os dados necessários
Caso exista qualquer tipo de interesse dos autores para para sua identificação.
com o objeto de pesquisa do trabalho, esse deve ser » As referências devem ser apresentadas no final do tex-
explicitado. to, obedecendo às Normas Vancouver (http://www.
nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html).
Proteção aos Direitos Humanos e de Animais » Utilize os exemplos a seguir:
Caso se aplique, informar o cumprimento das reco-
mendações dos organismos internacionais de prote- Artigos com até seis autores
ção e da Declaração de Helsinki, acatando os padrões Espinar-Escalona E, Ruiz-Navarro MB, Barrera-Mora JM,
éticos do comitê responsável por experimentação hu- Llamas-Carreras JM, Puigdollers-Pérez A, AyalaPuente.
mana/ animal. Nas pesquisas desenvolvidas em seres True vertical validation in facial orthognathic surgery plan-
humanos, deverá constar o parecer do Comitê de Ética ning. Clin Exp Dent. 2013 Dec 1;5(5):e231-8.
em Pesquisa, conforme a Resolução 466/2012 CNS-
-CONEP. Artigos com mais de seis autores
Pagnoni M, Amodeo G, Fadda MT, Brauner E, Guarino G,
Permissão para uso de imagens protegidas por direi- Virciglio P, et al. Juvenile idiopathic/ rheumatoid arthritis
tos autorais and orthognatic surgery without mandibular osteo-
Ilustrações ou tabelas originais, ou modificadas, de tomies in the remittent phase. J Craniofac Surg. 2013
material com direitos autorais devem vir acompanha- Nov;24(6):1940-5.
das da permissão de uso pelos proprietários desses
direitos e pelo autor original (e a legenda deve dar cor- Capítulo de livro
retamente o crédito à fonte). Baker SB. Orthognathic surgery. In: Grabb and Smith’s
Plastic Surgery. 6th ed. Baltimore: Lippincott Williams &
Consentimento Informado Wilkins. 2007. Chap. 27, p. 256-67.
Os pacientes têm direito à privacidade, que não deve
ser violada sem um consentimento informado. Foto- Capítulo de livro com editor
grafias de pessoas identificáveis devem vir acompa- Breedlove GK, Schorfheide AM. Adolescent pregnancy.
nhadas por uma autorização assinada pela pessoa ou 2nd ed. Wieczorek RR, editor. White Plains (NY): March of
pelos pais ou responsáveis, no caso de menores de ida- Dimes Education Services; 2001.
de. Essas autorizações devem ser guardadas indefini-
damente pelo autor responsável pelo artigo. Deve ser Dissertação, tese e trabalho de conclusão de curso
enviada folha de rosto atestando o fato de que todas as Ryckman MS. Three-dimensional assessment of soft tissue
autorizações dos pacientes foram obtidas e estão em changes following maxillomandibular advancement surgery
posse do autor correspondente. using cone beam computed tomography [Thesis]. Saint
Louis: Saint Louis University; 2008.
REFERÊNCIAS
» Todos os artigos citados no texto devem constar na Formato eletrônico
lista de referências. Sant´Ana E. Ortodontia e Cirurgia Ortognática – do
» Todas as referências devem ser citadas no texto. planejamento à finalização. Rev Dental Press Ortod Ortop
» Para facilitar a leitura, as referências serão citadas no Facial. 2003 maio-jun;8(3):119-29 [Acesso 12 ago 2003].
texto apenas indicando a sua numeração. Disponível em: http://www.dentalpress. com.br/artigos/
» As referências devem ser identificadas no texto por pdf/36.pdf.
números arábicos sobrescritos e numeradas na or-
dem em que são citadas.
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 60 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):58-62
Comunicado aos Autores e Consultores
Registro de Ensaios Clínicos
1. O registro de ensaios clínicos pela OMS e ICMJE, cujos endereços estão disponí-
Os ensaios clínicos se encontram entre as me- veis no site do ICMJE. Para que sejam validados, os
lhores evidências para tomada de decisões clínicas. Registros de Ensaios Clínicos devem seguir um con-
Considera-se ensaio clínico todo projeto de pesquisa junto de critérios estabelecidos pela OMS.
com pacientes que seja prospectivo, nos quais exista
intervenção clínica ou medicamentosa com objetivo 2. Portal para divulgação e registro dos ensaios
de comparação de causa/efeito entre os grupos es- A OMS, com objetivo de fornecer maior visibili-
tudados e que, potencialmente, possa interferir na dade aos Registros de Ensaios Clínicos validados, lan-
saúde dos envolvidos. çou o portal WHO Clinical Trial Search Portal (http://
Segundo a Organização Mundial da Saúde www.who.int/ictrp/network/en/index.html), com inter-
(OMS), os ensaios clínicos controlados aleatórios e face que permite busca simultânea em diversas bases.
os ensaios clínicos devem ser notificados e registra- A pesquisa nesse portal pode ser feita por palavras,
dos antes de serem iniciados. pelo título dos ensaios clínicos ou por seu número de
O registro desses ensaios tem sido proposto com identificação. O resultado mostra todos os ensaios
o intuito de: identificar todos os ensaios clínicos em existentes, em diferentes fases de execução, com links
execução e seus respectivos resultados, uma vez que para a descrição completa no Registro Primário de En-
nem todos são publicados em revistas científicas; saios Clínicos correspondente.
preservar a saúde dos indivíduos que aderem ao es- A qualidade da informação disponível nesse por-
tudo como pacientes; impulsionar a comunicação e a tal é garantida pelos produtores dos Registros de En-
cooperação de instituições de pesquisa entre si e com saios Clínicos que integram a rede criada pela OMS:
as parcelas da sociedade com interesse em um assun- WHO Network of Collaborating Clinical Trial Registers.
to específico. Adicionalmente, o registro permite re- Essa rede permite o intercâmbio entre os produtores
conhecer as lacunas no conhecimento existentes em dos Registros de Ensaios Clínicos para a definição de
diferentes áreas, observar tendências no campo dos boas práticas e controles de qualidade. Os websites
estudos e identificar os especialistas nos assuntos. onde podem ser feitos os registros primários de en-
Reconhecendo a importância dessas iniciativas saios clínicos são: www.actr.org.au (Australian Clinical
e para que as revistas da América Latina e Caribe Trials Registry), www.clinicaltrials.gov e http://isrctn.org
sigam recomendações e padrões internacionais de (International Standard Randomised Controlled Trial
qualidade, a BIREME recomendou aos editores de re- Number Register, ISRCTN). Os registros nacionais es-
vistas científicas da área da saúde indexadas na Sci- tão sendo criados e, na medida do possível, os ensaios
entific Library Electronic Online (SciELO) e na LILACS clínicos registrados neles serão direcionados para
(Literatura Latino-americana e do Caribe de Infor- aqueles recomendados pela OMS.
mação em Ciências da Saúde) que tornem públicas A OMS propõe um conjunto mínimo de informações
essas exigências e seu contexto. Assim como na base que devem ser registradas sobre cada ensaio, como: nú-
MEDLINE, foram incluídos campos específicos na mero único de identificação, data de registro do ensaio,
LILACS e SciELO para o número de registro de en- identidades secundárias, fontes de financiamento e su-
saios clínicos dos artigos publicados nas revistas da porte material, principal patrocinador, outros patrocina-
área da saúde. dores, contato para dúvidas do público, contato para dú-
Ao mesmo tempo, o International Committee of vidas científicas, título público do estudo, título científico,
Medical Journal Editors (ICMJE) sugeriu aos editores países de recrutamento, problemas de saúde estudados,
de revistas científicas que exijam dos autores o nú- intervenções, critérios de inclusão e exclusão, tipo de es-
mero de registro no momento da submissão de tra- tudo, data de recrutamento do primeiro voluntário, ta-
balhos. O registro dos ensaios clínicos pode ser feito manho pretendido da amostra, status do recrutamento e
em um dos Registros de Ensaios Clínicos validados medidas de resultados primários e secundários.
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 61 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):58-62
Comunicado aos Autores e Consultores - Registro de Ensaios Clínicos
© Journal of the Brazilian College of Oral and Maxillofacial Surgery 62 J Braz Coll Oral Maxillofac Surg. 2022 Apr-Jun;8(2):58-62