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Universidade Presbiteriana Mackenzie

Relatório de Pesquisa Marxismo e Relações de Trabalho

Maria da Graça Piffer Rodrigues Costa

Disciplina Apectos Sociais e Econômicos do Direito do Trabalho

Orientadora: Profª. Drª. Ruth Carolina Rodrigues Sgrignolli

São Paulo
2019
Marxismo e Relações de Trabalho

GALVÃO, Andréia. Marxismo e relações de trabalho. In: Cadernos Cermax, n. 1 (2004). p.


37-46.

O trabalho apresenta uma discussão acerca da teoria do sistema de relações


industriais, elaborada por John Dunlop, sob uma perspectiva marxista.
Considera-se que o termo sistema de relações industriais é adotado como uma forma
de encobrir os conflitos envolvendo os trabalhadores. Richard Hyman se posiciona de forma
crítica em relação à necessidade de controlar esses enfrentamentos, argumentando que “o fato
do conflito não se manifestar abertamente não significa que ele deixou de existir” (p. 39).
Coloca também que as relações industriais devem ser abordadas como “relações de
exploração e dominação, observando-as à luz da luta de classes” (p. 40), haja vista que
envolvem “condições materiais que limitam o campo das escolhas dos indivíduos e grupos
sociais” (p. 41).
Ademais, registra-se que a teria de Dunlop direciona o estudo das relações industriais
para as negociações e acordos coletivos, reduzindo-as ao aspecto institucional, concernente às
organizações de empregadores e trabalhadores, e minimizando as formas de dominação
existentes. Hyman, ao contrário, “enfatiza a importância do conflito e minimiza a importância
das regras” (p. 42). Ainda, vai além, buscando explicar que tal conflito é proveniente da
existência de uma sociedade de classes, sendo, pois, permanente.
Já para Robert Cox, o conceito criado por Dunlop apresente duas grandes limitações,
quais sejam, “seu conteúdo ideológico reformista e conservador, associado à compreensão dos
representantes de capital e trabalho como ‘parceiros sociais’, e o caráter restritivo do modelo,
cujos traços correspondem aos países de capitalismo avançado” (p. 43). Cox também dá maior
ênfase ao conflito, visando a substituição da teoria de Dunlop “por uma teoria das relações
sociais de produção, fundada em conceitos universais, capazes de apreender a origem e a
transformação das estruturas sociais existentes” (p. 43).
Por sua vez, John Kelly, partindo da mesma premissa de que o objeto de estudo das
relações industriais deve ser as relações de interesse e poder, propõe “situar a mudança nas
relações capital X trabalho numa perspectiva histórica, oferecendo uma explicação tanto para
o curto quanto para o longo prazo” (p. 44). Kelly entende a luta de classes como uma
característica perene da sociedade capitalista, manifestando-se em ciclos.
O ponto em comum percebido para todos os autores estudados de viés marxista é o
foco nos conflitos de classes, que figura como ponto de partida para a compreensão das
relações de trabalho de sua divisão e organização.

REFERÊNCIAS
GALVÃO Andréia.A Marxismo e Relações de Trabalho. CADERNOS CEMARX, n.1 – 2004
Andréia Galvão - Doutora em Ciências Sociais pelo Instituo de Filosofia e Ciências Humanas
(IFCH), da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e professora do Departamento de
Ciência Política da mesma Universidade

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