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Universidade Federal de São Carlos

Mestrado em Organizações e Sistemas Públicos (PPGGOSP)


Aluna: Franciele Lagni Henriques

Resenha do Livro Handbook de Estudos Organizacionais

REED, M. Teorização organizacional: um campo historicamente contestado. In: CLEGG, S.


R. et al. Handbook de Estudos Organizacionais. São Paulo: Atlas: 1998.

Segundo o autor as origens históricas dos estudos organizacionais tem origens com os
pensadores do século XIX, como por exemplo Saint-Simon, que buscaram interpretar as
transformações que ocorreram juntamente com o desenvolvimento do capitalismo industrial.
Estes estudos ganharam grande impulso como obras de Adam Smith, Karl Marx, Max Weber
e Frederick Taylor.
O estudo dos pensadores dirigia-se para a preocupação com as mudanças da
organização dentro da sociedade, com o crescimento industrial, como os conflitos entre
necessidades coletivas e individuais, controle de produção, produtividade e comunicação
entre os envolvidos.
Ao passo que as mudanças ocorriam, agravou-se o complexo gerencial, houve
adaptações e estudos para desenvolver capacidades administrativas com intuído de amenizar
esses efeitos. Dentro deste contexto, as teorias organizacionais se desenvolveram com
influencia da organização burocrática, do capitalismo moderno, e com base em uma
racionalidade instrumental.
O autor desenvolve um quadro de modelos interpretativos onde é descrito o campo
intelectual de conflitos onde o estado da arte se desenvolveu, onde permite perceber as
diferentes entre as ênfases teóricas. O autor as observa através de modelos de metanarrativa
interpretativa por meios de temas como racionalidade, integração, mercado, poder,
conhecimento e justiça.
Com este modelo, o autor observa que nas teorias organizacionais há conexões que ele
chamou de “espinha dorsal de análise”, segundo o autor “as seis estruturas narrativas podem
ser interpretadas como tentativas contestadas de representação e controle de nosso
entendimento, sobre a prática social estratégica institucional que é a organização. Assim,
como o discurso da teoria política o discurso da teoria da organização deve ser considerado
como uma rede contestável e contestada de conceitos e teorias, que travam batalhas para
impor certos significados, em detrimento de outros, a nosso entendimento partilhado da vida
organizacional na modernidade recente.” (p. 82)
A seis metanarrativas participam de debates rivais sobre pontos de conflitos entre
conceitos como a atuação e a estrutura, o debate entre construtivismo e positivismo,
prioridades de nível local ou global, e debate entre o individualismo ou o coletivismo. Assim
esses debates tornaram-se contestável tendo em vista a constituição de sua “espinha dorsal”.
Portanto, a teoria organizacional é historicamente contestável, a teoria das organizações
é apresentada como um campo de enfretamentos históricos e de abordagens situacionais que
encontram receptividade contextual e intelectual em um dado momento. Como diz o autor “o
campo de estudos organizacionais é constituído enquanto prática intelectual dinâmica,
permeada de controvérsias teóricas e conflitos ideológicos em torno da questão de como a
organização pode e deve ser.” (p. 89)
Com isso, nota-se que a evolução dos estudos organizacionais, embora com visões
distintas, apresenta conectores semelhantes voltadas para o homem nas organizações.

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