Enquando se fala de desenvolvimento económico na perspectiva nacional ou internacional, torna-
se importante analisar outras factores que acompanham o tal desenvolvimento, ou seja, a fonte que impulsiona o tal desenvolvimento e o fim a que se destina. Nesse sentido importa afirmar que a fonte para o desenvolvimento económico até a actualidade são os recursos sobre tudo os recursos naturais que tem por finalidade desenvolver o Homem e estes provém ou então são explorados a partir do Meio Ambiente. O presente trabalho tem como tema: Pobreza e Meio Ambiente. O mesmo tem por objectivo reflectir a relação dialéctica na perspectiva teórica entre a pobreza caracterizada basicamente pela falta de rendimentos como: dinheiro ou espécie . necessários para a satisfação das necessidades básicas e o meio ambiente em geral é a natureza ou seja, conjunto dos meios físico, biológico e sócioeconómico. Para a sua produção grupo baseou-se em consultas bibliográficas de autores que versam sobre esta matéria e principalemnte de consultas de internet onde o tema se apresenta com maior profundidade. Reccolhida e compilada a informação o tema discute três pontos chaves: o primeiro ponto apresenta uma análise sobre o fenómeno da probreza, no segundo ponto faz análise sobre o meio ambiente e no terceiro ponto o trabalho faz uma análise sobre a pobrea e meio ambiente em que previlegia a relação existentente entre os dois aspectos. 1 Pobreza Para efeitos de definição de políticas, a pobreza foi inicialmente relacionada com a falta de rendimentos . dinheiro ou espécie . necessários para a satisfação das necessidades básicas. Porque esta definição monetarista não cobria todas as vertentes da pobreza, foi-se alargando o conceito para abarcar aspectos como falta de acesso à educação, saúde, água e saneamento, entre outros. Neste momento, o conceito de pobreza também inclui aspectos como o isolamento, exclusão social, falta de poder, vulnerabilidade e outros. 1.1 Conceituação Tradicionalmente a pobreza é associada a fatores monetários, considerando-se pobres todos aqueles cuja renda é igual ou inferior a uma referência chamada linha da pobreza, a qual é estabelecida conforme padrões mínimos de vida pré-estabelecido em cada sociedade. A pobreza pode ser considerada como sendo : Falta de rendimentos necessários para a satisfação das necessidades alimentares e não alimentares básicas. (Pobreza Absoluta, em termos de rendimento); Falta de rendimento suficiente para satisfação das necessidades alimentares e não alimentares essenciais, de acordo com as normas de sociedade. (Pobreza Relativa); Falta de condições humanas básicas, como o analfabetismo, má nutrição, esperança de vida reduzida, saúde materna fraca, incidência de doenças previníveis em que se toma em conta a relaçao com as medidas indirectas da pobreza tais como acesso a bens, serviços e infra-estruturas necessárias para atingir condições humanas básicas . saneamento, água potável, educação, comunicações, energia, etc. (Pobreza Humana). Segundo o preceituado no PARPA I: Pobreza é a incapacidade dos indivíduos de assegurar para si e os seus dependentes um conjunto de condições mínimas para a sua subsistência e bem-estar, segundo as normas da sociedade. Em suma conclui-se que a pobreza como a.Impossibilidade por incapacidade, ou por falta de oportunidade de indivíduos, famílias e comunidades de terem acesso a condições mínimas, segundo as normas básicas da sociedade. 1.2 Causas da da Pobreza A pobreza não resulta de uma única causa mas de um conjunto de factores: Factores político-legais: corrupção, inexistência ou mau funcionamento de um sistema democrático, fraca igualdade de oportunidades; Factores económicos: sistema fiscal inadequado, representando um peso excessivo sobre a economia ou sendo socialmente injusto; a própria pobreza, que prejudica o investimento e o desenvolvimento, economia dependente de um único produto; Factores sócio-culturais: reduzida instrução, discriminação social relativa ao género ou à raça, valores predominantes na sociedade, exclusão social, crescimento muito rápido da população. Factores naturais: desastres naturais, climas ou relevos extremos, doenças; Problemas de Saúde: adição a drogas ou alcoolismo, doenças mentais, doenças da pobreza como a SIDA e a malária; deficiências físicas. Factores históricos: colonialismo, passado de autoritarismo político; e 1.3 Consequências da Pobreza Muitas das consequências da pobreza são também causas da mesma criando o ciclo da pobreza e algumas delas são: Fome, Baixa esperança de vida, Doenças, Falta de oportunidades de emprego, Carência de água potável e de saneamento, Maiores riscos de instabilidade política e violência, Emigração, Existência de discriminação social contra grupos vulneráveis, Existência de pessoas sem-abrigo, Depressão. 2. Meio Ambiente 2.1 Conceituação Ambiente ou Meio ambiente é em geral a natureza ou seja, conjunto dos meios físico, biológico e sócioeconómico Segundo a conferência de Estocolmo de 1972 o meio ambiente é o conjunto de componentes físicos, químicos, biológicos e sociais capazes de causar efeitos diretos ou indiretos, em um prazo curto ou longo, sobre os seres vivos e as atividades humanas (Cfrhttp://pt.wikipedia.org/wiki/Meio_ambiente) 2.2 Componentes do ambiente Elementos sem vida (ar, pedra, cidades, fumo, casas, estradas, etc.); Elementos com vida (plantas, animais e outras formas de vida existentes); As formas e modos de funcionamento dos elementos com vida e sem vida (estações do ano, chuvas, ventos, reprodução dos seres vivos, iluminação solar etc) As relações que se estabelecem natural, normal e habitualmente entre os eres com vida e sem vida ( peixe vive na água, o crocodilo rasteja, etc) Em geral os componentes ambientais são caracterizados por: Interacção/Interdependência/Complemen taridade; Utilidade social e Esgotamento 2.3 Estado do ambiente Nos nossos dias verificam-se danos do ambiente a nossa volta devido aos problemas que o Homem vem causando ao ambiente pois este frequentemente cria distúrbios graves, levando à consequências desastrosas ou mesmo calamitosas em muitas partes do mundo e em alguns casos as mortes dos seres vivos. Sendo assim importa destacar alguns termos usados para designar o estado do ambiente: Equilíbrio ecológico - É um estado ou situação em que os componentes vivos e não vivos do meio ambiente estão em proporções ajustadas e estabelecem relações habituais e normais. Degradação ambiental – é a alteração de carácter adverso nas características e qualidades do ambiente de um determinado local, região ou mundo em geral, como consequência de problemas ambientais (Exemplo erosão dos solos, poluição, desertificação, etc.) na forma isolada ou conjugada. Poluição ambiental – é uma elevação indesejável das concentrações normais dos componentes físicos, químicos ou biológicos de um determinado meio, de modo que a natureza por si mesma não consegue restabelecer o equilíbrio e por isso afecta negativamente a vida do Homem, das espécies úteis, os processos produtivos, etc. Problema ambiental - É qualquer fenómeno ou processo que ocorre como resultado de um desequilíbrio na relação e funcionamento das componentes ambientais de um local, de uma região ou do mundo em geral. 2.4 Desafios futuros para o ambiente O ambientalismo é um largo movimento político, social, e filosófico que advoca várias ações e políticas com interesse de proteger a natureza que resta no ambiente natural, ou restaurar ou expandir o papel da natureza nesse ambiente e os seus objectivos expresssos incluem: Redução e limpeza da poluição, com metas futuras de poluição zero; Reduzir o consumo pela sociedade dos combustíveis não-renováveis; Desenvolvimento de fontes de energia alternativas, verdes, com pouco carbono ou de energia renovável; Conservação e uso sustentável dos escarsos recursos naturais como água, terra e ar; Proteção de ecossistemas representativos ou únicos; Preservação de espécie em perigo ou ameaçadas de extinção; O estabelecimento de reservas naturais e biosferas sob diversos tipos de proteção; e, mais geralmente, a proteção da biodiversidade e ecossistemas nos quais todos os homens e outras vidas na Terra dependem. Os grandes projectos de desenvolvimento ou seja megaprojetos, colocam desafios e riscos especiais para o ambiente natural e o desafio para para o ambiente com esses projectos está aumentando porque mais e maiores megaprojectos estão sendo construídos, em nações desenvolvidas e em desenvolvimento 3. Meio Ambiente e Probreza Na literatura inerente ao tema desenvolvimento sustentável, idetificam-se autores que afirmam que a pobreza é um dos principais problemas da devastação ambiental, mas, por outro lado, há quem defenda que uma renda mais elevada, como nos países mais ricos, é a principal causa dos desequilíbrios ambientais. A condição desigual presente em nível mundial revela que os países mais pobres têm maior dificuldade em adotar tecnologias limpas de produção, devido ao seu alto custo; e essa desvantagem pode ser observada, também, em nível do seu consumo. De forma geral, a relação entre a pobreza e a degradação ambiental está ligada aos níveis de renda da população; uma renda maior sugere padrões de consumo ambientalmente mais limpos, níveis de educação mais elevados e, conseqüentemente, espera-se um destino adequado para seus resíduos. Tal aumento na renda pode gerar uma melhoria na qualidade da água, a ampliação do acesso ao saneamento básico e a diminuição da poluição. A melhoria na qualidade ambiental, assim, pode ocasionar uma melhora na qualidade de vida, como a diminuição da incidência de doenças infecto-contagiosas, a queda na mortalidade infantil, dentre outras, problemas presentes em populações que vivem em situação de pobreza e de vulnerabilidade social. 3.1 A Relação entre a Pobreza e o Meio Ambiente Diversos autores relatam a sustentabilidade ambiental e social, relacionada com a pobreza e os níveis de consumo da população. Nesse sentido, Motta apud MORETTO e SCHONS descreve que níveis de renda mais altos podem dar margem a padrões de consumo ambientalmente mais limpos, induzindo uma trajetória tecnológica com menor intensidade de degradação do consumo. Segundo ele, quando a taxa de declínio desta intensidade excede a taxa de crescimento da renda, a degradação total decresce, apesar do crescimento do consumo. Sendo assim, custos associados à poluição urbana: como os pobres têm menos meios para arcar com gastos defensivos contra a poluição, tendem, então, a sofrer mais com os seus efeitos. Leonard apud (op cit): O meio ambiente e a pobreza entram em colisão, pois na busca simultânea de criar inúmeros empregos, tanto urbanos como rurais, os mais pobres buscam terras em todos os lugares onde possam encontrá-las para implantar uma produção de alimentos de subsistência e obter combustível. Geralmente estas terras são mais afastadas ou esparsamente colonizadas, devido à distância ou a fragilidade ecológica. Na visão económica a relação existente entre pobreza e meio ambiente é parecida com a que existe entre inflação e desemprego, da forma postulada pela curva de Phillips” e tal relação impede que os países em desenvolvimento enfrentem os dois problemas ao mesmo tempo. Neste sentido olhando para as várias perspectivas da dialética entre Meio Ambiente e a Pobreza, reconhece-se que a maior parte da população mundial depende da exploração dos recursos naturais para a sua subsistência e geração de rendimentos. E em face dessa realidade, que é preciso tomar em conta a maneira como os recursos naturais são geridos e conservados, e da relação entre o seu uso e exploração e o benefício para os pobres. Este facto ilustra uma forte relação entre a pobreza e ambiente. O aumento não planificado da densidade populacional contribui para uma degradação ambiental mais acelerada. Pois os agregados familiares pobres tendem a depender, para a sua subsistência quotidiana, de actividades que incidem directamente sobre o ambiente tais como por exemplo: a habitação e cultivo em zonas propensas à erosão; o uso permanente de material vegetal e lenhoso para a construção, confecção de alimentos e produção de utensílios domésticos; a drenagem e saneamento inadequado; o recurso a queimadas para limpeza de áreas de cultivo; o maneio incorrecto e depósito de resíduos sólidos e orgânicos (Cfr PARPA II) Nas zonas urbanas, onde a densidade da população é mais expressiva, a degradação ambiental pode contribuir para exacerbar os problemas de saúde e bem estar das famílias. Doenças endémicas como a malária e a cólera são consequência directa de condições precárias de drenagem, saneamento, gestão de resíduos sólidos e abastecimento de água. A melhoria destas condições de degradação ambiental passa por medidas de planeamento adequado, ou de requalificação urbana, nomeadamente a elaboração do cadastro e o ordenamento do solo, a dotação correcta de infra-estruturas de acesso, drenagem e abastecimento de água. Um desenvolvimento integrado do território poderá conter a proliferação de aglomerados informais nos arredores dos centros urbanos, que representam um grave atentado à saúde pública, bem-estar social e à biodiversidade. 3.2 Estratégias para alterar o paradima Meio ambiente e Pobreza Torna-se urgente a necessidade de conciliar as estratégias de combate à pobreza e de uma melhor proteção ambiental e para a integração entre pobreza e a destruição ambiental ocasiona uma espiral ascendente de deterioração ecológica que ameaça a segurança física, o bem-estar econômico e a saúde de muitas pessoas mais pobres do mundo. A gestão florestal por exemplo, uma gestão florestal baseada na comunidade também pode servir tanto para aumentar a renda dos pobres como para prestar serviços ambientais. A conservação das áreas naturais, a biodiversidade, a proteção do patrimônio global comum, podem não trazer benefícios para a redução da pobreza no curto prazo, mas tornam possíveis benefícios laterais em relação à pobreza dentro de um longo prazo. Mas, por outro lado,destaca-se que várias intervenções ambientais que têm o objetivo de reduzir os efeitos sobre a pobreza, também acarretam benefícios para o meio ambiente (BUCKNALL apud MORETTO e SCHONS). Também merecem atenção as questões ligadas à governação ambiental; a responsabilidade empresarial face aos assuntos ambientais e sociais; o reconhecimento da relação entre o ambiente e pobreza, com focalização na educação ambiental, no papel dos sectores da saúde, da agricultura e desenvolvimento rural, da energia, indústria, turismo, minas, pescas, gestão das zonas marinha e costeira, tecnologia, a vulnerabilidade e desastres naturais. Em suma, não há soluções uniformes e aplicáveis para o combate da pobreza, pois ela é um problema complexo e multidimensional, com origem nas áreas nacional e internacional mas uma estratégia voltada para os problemas de desenvolvimento, da erradicação da pobreza e do meio ambiente, deverá considerar os recursos, a produção e as pessoas, às questões demográficas, a saúde, a educação, os direitos da mulher, os jovens, os indígenas e das comunidades locais de acordo com o processo democrático de participação. Conclusão Enquanto a pobreza é um fenómeno que se caracteriza pela impossibilidade por incapacidade, ou por falta de oportunidade de indivíduos, famílias e comunidades de terem acesso a condições mínimas, segundo as normas básicas da sociedade o meio ambiente ou ambiente. é o conjunto de componentes físicos, químicos, biológicos e sociais capazes de causar efeitos diretos ou indiretos, em um prazo curto ou longo, sobre os seres vivos e as atividades humanas. Há uma rela,ão que se estabelece entre estes dois fenómenos pois os agregados familiares pobres tendem a depender excessivamente para a sua subsistência quotidiana, de actividades que incidem directamente sobre o ambiente como exploracão de recursos naturais, a habitação e cultivo em zonas propensas à erosão, o recurso a queimadas para limpeza de áreas de cultivo, o maneio incorrecto e depósito de resíduos sólidos e orgânicos entre outras actividades. Neste sentido para reverter o cenário é necessário conciliar as estratégias de combate à pobreza e de uma melhor proteção ambiental e para a integração entre pobreza e a destruição ambiental que ameaça a segurança física, o bem-estar econômico e a saúde de muitas pessoas mais pobres do mundo. Bibliografia Meio Ambiente. Disponível em http://pt.wikipedia.org/wiki/Meio_ambiente. Acesso: 17/05/2011. MORETTO, Cleide Fátima e SCHONS, Marcos António. Pobreza e meio ambiente: evidências da relação entre Indicadores sociais e indicadores ambientais Nos estados brasileiros. VII Encontro da Sociedade Brasileira de Economia Ecológica. Fortaleza, 28 a 30 de novembro de 2007. República de Moçambique Plano de Acção para a Reduçao da Pobreza Absoluta – PARPA II. 2006-2009. Maputo. 2006.