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INSTITUTO BÍBLICO PISTIS

AULA 2

CONTEXTO GEOGRÁFICO E HISTÓRICO/CULTURAL DO NOVO TESTAMENTO

“Porque, ainda que há também alguns que se chamem deuses, quer no céu ou sobre a terra, como há
muitos deuses e muitos senhores” 1 Coríntios 8:5

SISTEMAS POLÍTICOS/RELIGIOSOS

1. Tolerância religiosa da parte de Roma


a. As imagens do imperador nos estandartes não podiam ser usadas em Jerusalém
b. Os judeus não eram obrigados a prestar culto ao Soberano
c. Os romanos protegiam o culto no Templo, proibindo pagãos de entrar no interior dele
d. Os judeus não podiam ser recrutados para o exército
2. Sinagoga
a. Edifício cuja origem remonta à Diáspora judaica pós-exílio em 586 a.C.
b. Havia um chefe, uma arca com rolos, intérpretes, leituras, cânticos e exposições.
c. “Durante o ministério paulino, as sinagogas conservavam a posição de “edifícios
sagrados” pela lei romana.”
d. Função cultica, pedagógica, social;
e. O chefe da sinagoga atuava como chefe político local com respeito a assuntos judaicos.
f. Para Jesus, Paulo e as primeiras missões cristãs, as sinagogas providenciaram um ambiente
natural para a proclamação da salvação através de Jesus como Messias.
3. Sinédrio
a. Um tipo de suprema corte religiosa
b. Composto por 71 homens, chefes políticos e religiosos de Jerusalém.
i. Um grupo de sacerdotes, geralmente fariseus
ii. Um grupo de escribas ou Doutores da Lei geralmente saduceus.
iii. Um grupo de Anciãos: homens proeminentes que eram respeitados como líderes,
embora não tivessem vocação religiosa.
4. Templo
a. Construído sob a liderança de Zorobabel durante o retorno do exílio;
b. Reformado, embelezado e ampliado por Herodes;
c. Destruído em 70 d.C. no contexto das revoltas judaicas
d. Símbolo de unidade nacional e religiosa
e. Outrora símbolo da habitação de Deus no meio do seu povo, se degenerara em um local
de comércio e ritual superficial (Jo 2.14-16)
5. Sumo Sacerdote
a. Funções
i. Representar Israel diante de Deus principalmente durantes as festas do ano.
Supervisionava o templo e os sacrificios;
ii. Representar o povo da Judeia diante do procurador romano, e diante do
imperador representar simbolicamente o judaísmo
iii. Presidir a política interna da Judeia, sua jurisdição e administração.
b. S.S. importantes
i. Anás (6 – 15 d.C.)
ii. Caifás (18 – 36 d.C.)
iii. Ananias (48 – 58 d.C.) ver Atos 23.2
6. Regiões (MAPA)
a. Judeia/Samaria:
i. Arquelau (4 a.C. – 6 d.C.)
1. Revolta durante a Páscoa seguinte a morte de seu Pai. Matou 3000
pessoas.
2. Desconfianças popular em Mateus 2.19-22
3. Augusto baniu seu o baniu para Viena na Galia
4. Seu território passou a ser governado por procuradores Romanos em 6
d.C.
b. Galileia/Pereia:
i. Habitantes judeus na esteira do período hasmonceu
ii. Herodes Antipas (4 a.C. – 39 d.C.)
1. Casou-se com uma princesa Nabateia, filha do Rei Aretas IV.
2. Casou-se com Herodias, esposa do seu meio irmão Filipe.
3. Capturou e mandou matar decapitar João Batista
4. Participou do julgamento de Jesus (Lucas 23.6-16)
5. Calígula apontou Agripa Rei da Judeia.
c. Herodes Agripa I (39 d.C. – 44 d.C.)
i. Sobre a Galileia em 40 d.C.
ii. Sobre todo Israel de 49/50 – 100 d.C.
iii. Após a morte de Herodes Filipe, recebeu sua tetrarquia das mãos de Calígula.
Também a Galileia e a Pereia.
iv. Fugiu para Roma ainda criança, cresceu com o filho de Tibério e com Claudio.
v. Depois de crises pessoais, voltou a Roma onde fez amizade com Calígula.
vi. Claudio ampliou seus territórios para incluir a Judeia e Samaria.
vii. Para agradar os Judeus, mandou que Tiago fosse preso e degolado (Atos 12.1-3;
21)
viii. Morte narrada em (Atos 12.20-23)
ix. Após sua morte, o poder será dividido entre Agripa II e outra leva de
procuradores Romanos.
d. Herodes Agripa II (49/50 – 100 d.C.)
i. Aparece em Atos 26.28 – por um pouco persuadido a se tornar cristão.
7. Seitas judaicas
a. Fariseus: “Aquele que é separado”
i. Remontam provavelmente aos Hassideus (1 Mac 2.42)
ii. Ênfase no estudo da lei e obediência aos mandamentos
iii. Influência
1. Nos Evangelhos, os fariseus emergem como os mais significantes
opositores de Jesus, frequentemente iniciando conflitos a respeito da
pureza ritual e da observância da Lei (sábado e.g.)
2. Alguns eram membros do Sinédrio.
iv. Doutrinas e práticas
1. Seguiam um tipo de “tradição dos anciãos”, que consistia em interpretação
e aplicação da lei (Mc 7.5)
2. Acreditavam na ressurreição e no juízo de todos.
3. Acreditavam em anjos e espíritos (Atos 23.8)
b. Saduceus
i. Influência
1. Mais vinculados à classe mais abastada da sociedade;
2. Muitos faziam parte o sinédrio
3. Faziam parte dos grupos que se opuseram a Jesus
4. Prenderam os apóstolos (Atos 4.1-22; 5.17-18)
ii. Doutrinas e práticas
1. Negavam a ressurreição (Mat 22.23)
2. Negavam a ideia da imortalidade da alma e a ideia de um futuro
julgamento e punição
3. Acatavam apenas a lei escrita e rejeitavam a tradição dos anciãos.
4. Eram mais severos na execução e punição da lei.
c. Zelotes
i. Um braço do farisaísmo
ii. Queriam que “somente Deus fosse seu líder e mestre”.
iii. O Levante em 4 a.C.
1. Um conflito de interesse entre os que desejavam ser governados por
Antipas (mais brando) e os fariseus e saduceus que desejavam maior
liberdade para exerceram sua influência.
2. Participação ativa dos saduceus.
3. Focos de rebeldia na Judeia, Pereira, mas principalmente na Galileia,
liderados por um homem chamado Judas, pretendente a Messias.
4. Sufocados pelo Governador Varo, da Síria. 2000 judeus morreriam
crucificados.
iv. O Levante em 6 d.C. Censo de Quirino
1. Tentativa de boicote ao licenciamento
2. Liderados por Judas, “o galileu” (Atos 5.27) e Sadoc;
3. Revolta que se propagou principalmente na Galileia.
4. Para Josefo, estava os contornos do poderoso movimento dos zelotes
começaram a se formar aqui.
8. Messianismo
a. Muitos concebiam o Messias em termos nacionalistas, esperando que ele estabelecesse
um governo terreno com Israel no centro e libertando os judeus dos seus opressores
estrangeiros
b. Salmos de Salomão (Data provável para o início do reinado de Herodes, o Grande).
Originário de um grupo de escriba de Jerusalém
i. “Gentios estrangeiros vieram ao nosso local de sacrifício: Eles arrogantemente
pisotearam-no som suas sandálias. Porque os Gentios insultaram Jerusalém,
subvertendo-a.” 2.12, 19ª
ii. “Com pompa eles estabeleceram uma monarquia por causa de sua arrogância;
eles despojaram o trono de Davi com gritos arrogantes.” 17.6
iii. “Retribua os pecadores o mau que causaram aos justos” 2.35

c. João Batista
i. A expectativa de duas eras; Messias como Juiz e Salvador.
d. Outros recortes
i. Há os que tinham a noção de que o Messias nasceria em Belém (Mat 2.5-6) Outros
acreditavam que suas origens seriam desconhecidas (7.27)
ii. Durante a multiplicação de pães, a multidão pretendia fazer de Jesus um Rei (João
6.14,15)
iii. Os discípulos no caminho de Emanús demonstraram que aguardavam que Jesus
“redimiria a Israel” (Lucas 24 .21)
iv. Os apóstolos, na ocasião da ascensão de Jesus, questionam o tempo em que ele
restaurará o reino a Israel (Atos 1.6)

GOVERNO ROMANO

“Provavelmente nenhum outro período da história do mundo esteve mais preparado para receber a
jovem igreja do que o primeiro século d.C.” Michael Green, p. 27

1. Procuradores
a. 1ª Procuradoria 6 d.C. – 41 d.C. (Copônio a Marulo)
b. Início
c. Jurisdição (Território de Arquelau)
d. Funções
i. Impostos
ii. Segurança
iii. Legais
e. Sede: Cesareia Marítima
f. Aparições no NT
i. Pôncio Pilatos
ii. Félix (Atos 24.24)
iii. Festo (Atos 24.27) – “As muitas letras te fazem delirar”
2. Imperadores
a. Augusto (27 a.C. – 14 d.C.)
i. Pax Romana: O Império era regido por um “espírito” político que integrava tudo:
economia, política, militarismo, cultura e religião dentro de um imenso propósito
de promover a Pax Romana, a unidade em prol do “bem da humanidade”. (Andre
Reinke)
1. Presença militar
2. Diplomacia com o império parta.
ii. Estradas e rotas marítimas
1. Transporte de tropas, correio público, trânsito de pessoas (Via Inácia)
2. “Tornei o mar sereno e livrei-o de piratas.” Augusto
b. Tibério (14 – 37 d.C.)
c. Calígula (37 – 41 d.C.)
d. Claudio (41 – 54 d.C.)
i. Paulo conheceu Priscila e Áquila em consequência de um decreto que expulsou
os judeus de Roma (49 d.C. Atos 18.1-2) Uma possível tentativa de conter levantes
antissemitas promovidos por seu antecessor, Calígula.
ii. O esforço missionário de Paulo pode ter sido influenciado pelo impulso
expansionista de Claudio, que resultou no acréscimo de províncias e na extensão
da cidadania.
e. Nero (54 – 68 d.C.)
i. Primeiro imperador conhecido por perseguir os cristãos;
ii. Em 64 d.C. Nero foi suspeito de atear o grande incêndio em Roma a fim de
construir um palácio maior, Culpou os cristãos pelo incêndio e começou a
executá-los.
iii. É provável que Paulo tenha sido executado por volta de 64 – 65 d.C., depois de
ser julgado no tribunal de Nero.

RELIGIÃO
1. Culto imperial e a pax deorum
a. O Senado Imperial instituiu o culto imperial ao divinizar Augusto (31 a.C. – 14 a.D.) e os
subsequentes imperadores após sua morte.
b. Provindo de uma tradição grega: “honras iguais aos deuses”
c. “No império Oriental, o imperador vivo ocupava uma posição ambígua entre deuses e
mortais. Em geral, os sacrifícios eram feitos ‘em nome do imperador’ em vez de ‘para’ ele,
e não há quase nenhum indício de que o povo rezasse ao imperador”
d. No Ocidente Romano, a ênfase estava na adoração de imperadores mortos divininzados.
Essa tradição se iniciou com a divinização póstuma(apoteose) de Júlio César em 42 a.C.
Otaviano passou a ser chamado “Filho do Deus” [Júlio]
e. A pax deorum, a convicção de que a manutenção de um relacionamento harmonioso
com os deuses era a base para a prosperidade e o sucesso temporal. Supunha-se que
todos os desastres públicos eram causados por um rompimento da relação entre o povo
e os deuses, e as razões desses rompimentos precisavam ser descobertas por
adivinhação e corrigidas por medidas culturais específicas.
f. Paulo e o culto imperial: Os imperadores divinizados recebiam os títulos de Senhor e
Salvador.
2. Religião grega
a. Em geral, a religião grega não se organizava em torno de um conjunto de doutrinas
coerentes, mas antes se concentrava na observância de rituais tradicionais como
procissão, oração, libações, sacrifícios e festas.
b. Os deuses: “Os gregos eram, em geral, extremamente abertos a novas divindades e
novos cultos e, com frequência, identificavam suas divindades suas divindades com
algumas das grandes divindades estrangeiras que encontravam.”
c. Interações no ministério de Paulo
i. Divindades disfarçadas (Atos 14.11-13)
ii. O ‘deus desconhecido’ (Atos 17.23)
iii. Diana [Ártemis] dos efésios (Atos 19.23-41): Esse templo era uma das sete
maravilhas do mundo.
3. Sincretismo e magia
a. Adivinhação: Cleromancia (adivinhação por meio de dados); ornitomancia (observação do
voo dos pássaros) hieromancia (observação de animais sacrificiais e da condição de seus
órgãos sacrificiais antes e depois do sacrifício) Cedonomancia (interpretação de presságios
e sons aleatórios), oiniromancia (interpretação de sonhos). A palavra oráculo referia-se a
resposta verbal de um deus a uma pergunta e lugar sagrado onde esse lugar era
consultado.
b. Interações no ministério de Paulo
i. Em Filipos, Paulo expulsou o espírito de uma jovem adivinhadora (Atos 16.16,18)
ii. Em Éfeso, praticantes de magia queimaram seus rolos publicamente (Atos 19.19)
c. “Esses choques com o paganismo ou são usados por Paulo como oportunidades para
proclamar a existência e as reivindicações do Deus único e verdadeiro, ou refletem a
hostilidade pagã em reação ao bem-sucedido anúncio do Evangelho.” D.E. Aune.
4. Cultos de mistério
a. “Seitas emotivas e entusiásticas que se propuseram a ajudar as pessoas em seus problemas
cotidianos, dar-lhes acesso à imortalidade e fazê-las compartilhar a vida com o divino[...]
Essas religiões serviam de válvula de escape para as emoções e os sentimentos religiosos
do povo, em especial das pessoas comuns que não tinham suas necessidades satisfeitas
pela dialética fria e engenhosa dos filósofos [...] Essas religiões proporcionaram
companheirismo, refeições religiosas coletivas no templo da divindade em questão.”
(Michael Green, P. 36
b. Três atrativos especiais
i. Prometiam dar um jeito no sentimento de culpa: necessidade de expiação e
redenção. Ex. O culto de Cibele, sangue e nascido para a eternidade
ii. Busca de segurança: Medo dos daimonia (forças espirituais) e do destino.
Alcançada via união com a divindade (êxtase em uma orgia, refeição sagrada, rito
fálico)
iii. Promessa de imortalidade:
c. Tipos
i. Ásia Menor: Cibele
ii. Grécia: Dionísio
iii. Egito: Ísis, Osíris e Serápis
iv. Pérsia: Mitra
5. Ética sexual

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