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Perdeu o ticket do

estacionamento?
E agora, devo pagar o período
estacionado ou a multa estipulada?
Publicado por Raphael Faria
há 6 anos

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No dia 15 de março comemora-se o Dia


Mundial do Consumidor, e nada melhor
de trazer ao conhecimento dos seus direi-
tos.

A informação é um direito básico do con-


sumidor e deve ser disponibilizada de for-
ma clara e acessível. Portanto, logo na en-
trada do estacionamento deve ter a infor-
mação do preço, do preço da hora frag-
mentada, do tempo de tolerância (se hou-
ver), do número de vagas e o número do
seguro do estabelecimento. São com essas
informações que o consumidor pode me-
lhor decidir em qual estacionamento ele
vai deixar seu veículo.

Cumpre destacar o artigo 39, V, do Código


de Defesa do Consumidor para responder
à pergunta título deste artigo.

Art. 39. É vedado ao fornecedor de


produtos ou serviços, dentre ou-
tras práticas abusivas: (Redação
dada pela Lei nº 8.884, de
11.6.1994)

V - exigir do consumidor vanta-


gem manifestamente excessiva;

Ao deixar o veículo no estacionamento, o


consumidor deve receber um comprovante
de entrega com a data e hora de recebi-
mento, marca, modelo e placa do veículo,
prazo de tolerância (se houver) e dados da
empresa. Com isso está estabelecida a re-
lação de prestação de serviços entre as
partes e, no caso de algum problema, o
consumidor poderá reclamar com base no
Código de Defesa do Consumidor.

É importante guardar o comprovante de


entrega (ticket ou cartão magnético) com
atenção, pois o seu extravio gera procedi-
mentos administrativos demorados até
que o veículo seja liberado.

Porém, caso tenha perdido o comprovante,


o consumidor não pode ser penalizado e
deve pagar apenas e tão somente pelo
tempo que o veículo permaneceu no local.

A cobrança de multa por perda do ticket é


pratica abusiva, conforme o já menciona-
do artigo 39, V do Código de Defesa do
Consumidor. Em suma, deve-se pagar pelo
período que utilizou a vaga no estaciona-
mento.

A responsabilidade pela guarda, integrida-


de do veículo e pelo controle de per-
manência no local é do fornecedor do
serviço, que deve ter outros meios de cal-
cular o valor do serviço independente da
apresentação do ticket. O consumidor não
pode ser obrigado a pagar um valor fixo a
título de penalidade pela perda do ticket e
muito menos ser impedido de sair do esta-
cionamento. Logo o ônus da perda do
ticket não pode ser repassado aos
consumidores.

O mesmo vale para estabelecimentos (res-


taurantes, casas noturnas, etc) em que o
consumo é medido por comandas. No caso
de perda de comanda, o cliente deve pagar
apenas e tão somente pelo que consumiu,
sendo abusiva a cobrança de multa ou de
valor a título de penalidade.

O que fazer caso aconteça?

Caso o estabelecimento se negue a verifi-


car outra forma de controle de tempo de
permanência do veículo no local e
insista em cobrar a multa, exija a
nota fiscal, especificando os valores
cobrados. Dessa forma poderá provar
que foi cobrado indevidamente.

Assim poderá ajuizar uma demanda de


cobrança abusiva, no Juizado Especial Ci-
vil.

      
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Raphael Faria

Sobre o autor
Um advogado bem qualificado nunca tem medo
de desafios.

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