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Direito ao arrependimento

Não há disposição legal que proteja o consumidor em


caso de arrependimento de uma compra
feita presencialmente. Estabelecimentos comerciais só
são obrigados a receber um produto de volta caso ele
esteja danificado ou com defeitos, ou caso a mesma
tenha ofertado a devolução por arrependimento.

Segundo o art. 49 do CDC, o único caso em que o


consumidor tem o direito de desistir de um produto
por arrependimento é quando a compra é realizada fora
do ambiente comercial. Compras online, por telefone e
em domicílio entram nessa regra.

Dica: Estorno no cartão de crédito: como funciona?

Nesse caso, o consumidor tem até 7 dias contados a


partir de sua assinatura ou do recebimento do produto
para avisar o fornecedor sobre a desistência. Não é
necessário justificar o motivo do arrependimento.

Sobre a devolução do valor da compra, o artigo é claro: 

Parágrafo único. Se o consumidor exercitar o direito de


arrependimento previsto neste artigo, os valores
eventualmente pagos, a qualquer título, durante o prazo
de reflexão, serão devolvidos, de imediato,
monetariamente atualizados.
É obrigação do fornecedor devolver o valor integral,
incluindo frete. Alguns deles exigem que o produto esteja
devidamente embalado e lacrado para que o estorno do
dinheiro seja feito, mas isso não consta no CDC! O
Código não menciona em nenhum momento a condição
da embalagem como fator necessário para a devolução,
portanto, nenhum estabelecimento pode exigir isso do
consumidor.

Produtos iguais com diferente precificação

É comum encontrar em supermercados, farmácias ou


lojas um mesmo produto anunciado com preços
diferentes. Muitas vezes isso acontece entre itens
expostos em vitrines e também em prateleiras no interior
do estabelecimento.

Em casos como esse, a Lei n° 10.962/04 é responsável


por regulamentar a forma como estabelecimentos e lojas
online devem indicar os valores das mercadorias aos
clientes. Ela também aponta, em seu artigo 5º, que em
caso de diferença de preços o consumidor pagará o
menor entre eles.

Assim como em vários casos, porém, o cliente é


incentivado a praticar a boa fé e analisar se o erro foi
cometido intencionalmente. Se um produto custa R$200
mas a etiqueta exibe R$20, é de se entender que foi um
engano, e não uma tática com o propósito de prejudicar o
consumidor.

O Código de Defesa do Consumidor é feito para proteger


a vulnerabilidade do cliente frente às relações de
consumo, e não incentivá-lo a usar de seus direitos
quando lhe é conveniente. 

Queda de energia elétrica

Existem situações em que queda ou oscilações de


energia elétrica causam danos em eletrodomésticos,
como televisão, computador ou geladeira. Caso isso
aconteça, a concessionária de energia é responsabilizada
pelo problema e deve reparar os danos..

O art. 22 do Código de Defesa do Consumidor estabelece


que órgãos públicos, concessionárias ou outros
empreendimentos precisam oferecer “serviços
adequados, eficientes, seguros e, quanto aos
essenciais, contínuos”. O fornecimento de energia
elétrica é essencial e, como prevê o próprio CDC no
mesmo artigo:

“Nos casos de descumprimento, total ou parcial, das


obrigações referidas neste artigo, serão as pessoas
jurídicas compelidas a cumpri-las e a reparar os danos
causados”.
Portanto, a oscilação de energia não é um serviço
adequado e, por isso, quaisquer danos causados por
esse problema devem ser reparados pela concessionária
de energia correspondente. 

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