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IMPRESSÃO NÃO AUTORIZADA
ISBN 978-85-368-2200-6.
12-14030 CDD-370
796 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
1
Química
HIPERCONHECIMENTO 797
Química
Capítulo
O que é química?
1 Sistemas
Quando temos de estudar uma substância, isto é,
estudar a composição e o comportamento de certa subs-
tância quando submetida ao calor, à eletricidade etc. ou
o comportamento de uma substância quando na pre-
A
sença de outra substância, temos de separar uma porção
química é uma ciência natural, que estuda os ma- dela do restante do universo. A essa porção separada e
teriais que constituem a natureza, isto é, estuda isolada denominamos sistema.
as substâncias, suas estruturas, suas proprieda- Sistema é uma porção limitada e separada do res-
des, seu comportamento quando interagem umas com as tante do universo para efeito de estudo.
outras e quando interagem com formas de energia como
calor, luz etc. O restante do universo para um sistema é o que de-
nominamos meio ambiente.
MAS O QUE É MATÉRIA E SUBSTÂNCIA?
• Um sistema pode trocar matéria e energia com seu
O universo é constituído de matéria. Matéria é tudo meio ambiente (sistema aberto).
aquilo que tem massa e ocupa lugar no espaço. Às di- Exemplo:
ferentes espécies de matéria que têm composição fixa Uma panela com água fervente.
chamamos de substâncias. Por exemplo, a água é uma • Um sistema pode trocar energia, mas não pode trocar
espécie de matéria constituída por uma composição fixa matéria com seu meio ambiente (sistema fechado).
de hidrogênio e oxigênio, portanto, a água é uma subs- Exemplo:
tância. Uma bolsa de água quente.
• Um sistema pode não trocar nem matéria nem ener-
Corpo e objeto gia com seu meio ambiente (sistema isolado).
Exemplo:
Uma garrafa térmica.
Sistema homogêneo
É aquele que apresenta as mesmas propriedades em
ÁGUA qualquer parte da sua extensão, isto é, apresenta mesmo
PEDRA
ponto de fusão, mesmo ponto de ebulição, mesma densi-
MADEIRA
dade etc. em qualquer porção retirada do sistema.
Exemplo:
Temos contato com a matéria por meio dos corpos, Água misturada com álcool.
os quais são porções limitadas da matéria. Se o corpo tem
uma utilidade definida, devido à sua forma, ele é chama- Sistema heterogêneo
do de objeto. Um prego é um objeto feito de um pedaço
(corpo) de ferro, que é uma matéria, pois tem massa, faz É aquele que não apresenta as mesmas propriedades
parte do universo e ocupa lugar no espaço. em qualquer parte de sua extensão, isto é, aquele em que
798 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
1
duas porções quaisquer podem apresentar ponto de fusão, temperatura não se mantém constante durante as mu-
ponto de ebulição, densidade etc. diferentes. danças de estado.
Exemplo:
Água e óleo. temperatura
Vemos que um sistema heterogêneo é formado de
dois ou mais sistemas homogêneos, os quais são limi-
tados por uma superfície de separação visível, mesmo
quando esta é visível somente por meio da microscopia
eletrônica.
v
P.E. 1 + v
Fases P.E. s+1 ebulição
1
s fusão
As fases de um sistema são as diferentes matérias
separadas por uma superfície de separação visível.
tempo
Um sistema homogêneo é formado por uma única
fase (monofásico).
Um sistema heterogêneo é formado por duas ou
mais fases (polifásico). Substâncias puras: observe a existência de pata-
O sistema polifásico pode ser bifásico, trifásico, te- mares nas mudanças de estado
trafásico etc.
temperatura
Sistema
heterogêneo, v v
Sistema bifásico. 1+
ão
homogêneo, (Água líqui- ebuliç
Água pura monofásico. Água e gelo da e água
1
sólida) 1
s+ o
Fusã
Os gases não formam sistemas heterogêneos, a s
mistura de gases sempre forma uma única fase, pois são
todos miscíveis entre si. tempo
Misturas eutéticas
Misturas são sistemas formados por duas ou mais Misturas eutéticas são exceções, pois comportam-se
substâncias puras e não apresentam composição física; como substâncias puras durante a fusão, ou seja, a mistu-
consequentemente, suas propriedades são variáveis e a ra eutética tem temperatura de fusão constante.
HIPERCONHECIMENTO 799
Química
temperatura Sublimação
1 + v v
v
1+
v 1 ebulição
lição
ebu
1
ão
s+
fus
s+1 1
fusão s
s
tempo
Mistura azeotrópica
tempo
Mistura eutética Observe que durante a ebulição a temperatura é constante.
Observe que durante a fusão a temperatura é constante.
Análise imediata
800 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
1
leve flutua, enquanto o mais pesado se deposita no Separação das misturas heterogêneas de
fundo do recipiente. Esse processo pode ser usa- sólidos e líquidos
do na separação de certos minérios que absorvem
óleo não são molhados pela água; assim, flutuam, • Decantação: Quando se deixa a mistura em repou-
enquanto os outros vão para o fundo do recipiente. so, o sólido, que é mais denso, sedimenta-se; en-
Exemplo: tão, o líquido é removido entornando-se cuidado-
samente o recipiente, ou podemos retirar o líquido
Água por meio de um sifão.
Decantação Decantação
Serragem com sifonação
Líquido
Areia
Areia + Serragem
Sólido
Líquido + Sólido
• Dissolução Fracionada: É adicionada à mistura
um líquido que dissolve apenas um dos compo-
nentes. O componente não dissolvido é separado
por filtração, depois o solvente evapora, resultando • Centrifugação: A centrifugação consiste em ace-
no componente dissolvido. lerar uma decantação. É feita em um equipamento
Exemplo: denominado centrifugador, o qual, por meio da força
Solução de
centrífuga, faz com que as partículas se depositem no
Água
água e sal fundo do recipiente mais rapidamente.
Tubo em Fase
rotação líquida
Filtração
Areia
Sal + areia Areia
Fase
sólida
Destilação
Tubo em repouso sólido + líquido
Centrifugador maunal Centrifugador manual em rotação
Separação magnética
suporte
Processo usado quando um dos componentes é
atraído por ímã.
Exemplo: Funil
sólido
Imã
HIPERCONHECIMENTO 801
Química
Separação de misturas • Destilação simples: A mistura sólido-líquido é
heterogêneas de sólidos e gases aquecida em um balão de destilação, o líquido
vaporiza-se, os vapores vão para o condensador e
• Decantação: Feito nas chamadas câmaras de poei- liquefazem-se. O líquido é recolhido em um reci-
ra ou chicanas, este processo é usado nas indús- piente separado, e o sólido fica no balão.
trias e consiste em um compartimento dividido de
tal maneira que se forma um caminho longo em Separação de misturas homogêneas de líquidos
que a mistura muda constantemente de direção.
Durante o caminho, as partículas sólidas sedimen- • Destilação fracionada: A mistura de líquidos de pontos
tam-se, e o gás sai da câmara isento delas. de ebulição diferentes é aquecida. À medida que seus
• Filtração: Por meio da sucção do gás, a mistura sóli- pontos de ebulição vão sendo atingidos, os líquidos
do-gás atravessa um filtro de tecido que retém as par- destilam separadamente. No alto da coluna, é colocado
tículas sólidas e deixa passar o componente gasoso. um termômetro para o acompanhamento da tempera-
tura em que os vapores estão sendo destilados.
Separador de misturas Destilação fracionada em laboratório
heterogêneas de dois líquidos
Termômetro marca a
temperatura da ebulição
• Decantação: Os líquidos da mistura são colocados
em um funil de separação (funil de bromo) com a
Saída da água
torneira fechada; espera-se pela decantação; então, o
líquido mais denso pode ser escoado com a abertura
da torneira.
Decantação com Decantação com
funil de bromo sifonação
Os líquidos podem Chapa de
aquecimento
ser separados por Entrada de água fria
líquido A meio de um sifão,
conforme a figura.
líquido B
Separação de misturas homogêneas
líquido A+ de líquidos e gases
líquido B
líquido A Um gás é expulso de um líquido fazendo-se um
aquecimento na mistura, pois a solubilidade de um gás
em um líquido diminui com o aumento da temperatura.
Separação de misturas homogêneas de sólidos
Na separação de misturas homogêneas de sólidos,
empregam-se a dissolução fracionada e a fusão fracio- A tecnologia em ação.
nada, já estudadas.
Cidades como Ouro Preto, Sabará e Mariana
Separação de misturas homogêneas de surgiram no século XVII, devido à procura de
sólidos e líquidos ouro. Uma maneira utilizada para a extração do
• Evaporação: É uma mudança de estado líquido para o
ouro é a levigação. Depois usa-se a bateia, onde
gasoso que ocorre na superfície do líquido. se adiciona mercúrio, para formar o amálgama
Quando temos uma mistura de sólido com líquido, Au-Hg. O mercúrio é um metal muito tóxico,
deixamos o líquido evaporar naturalmente, restan- e causa danos ao meio ambiente e à saúde, e
do apenas o sólido como resíduo. mesmo assim é utilizado em grandes quanti-
Destilação simples balão de dades, sem a preocupação com a atmosfera,
destilação o solo, os rios e lagos. Para tentar reverter isso,
Água de
resfriamento foi desenvolvido um destilador de mercúrio,
tubo de borracha para
escapamento de vapores chamado Retorta Ouro Limpo. Essa tecnologia
nocivos ou inflamáveis foi testada na área garimpeira de Monsenhor
para a -
pia en Horta, em Mariana aliado a trabalhos com a
ond or
c sa d
mistura
comunidade sobre educação e conscientização
água de a separar ambiental. Nessa região, observa-se importan-
resfriamento
Capítulo
Substâncias
2 PROPRIEDADES DAS SUBSTÂNCIAS
Propriedades gerais
São propriedades comuns a todas as substâncias.
Extensão, impenetrabilidade, descontinuidade, inércia
etc.
S
ubstância é uma matéria homogênea, que não pode
ser fracionada por nenhum processo físico e que Propriedades específicas
tem propriedades físicas e químicas constantes.
São propriedades particulares a cada substância, podem
SUBSTÂNCIAS SIMPLES E ser divididas em organolépticas, físicas e químicas.
HIPERCONHECIMENTO 803
Química
Densidade ABSOLUTA Podemos dizer que, quanto maior o calor específico
de um corpo, maior é o tempo para aquecê-lo, ou para
Densidade absoluta ou massa específica é a razão resfriá-lo.
entre a massa e o volume de um corpo. Quando fala- A água é um regulador térmico da atmosfera.
mos de densidade absoluta, estamos relacionando uma Devido ao seu alto calor específico (1 cal/g ºC), ela
porção compacta de uma substância e o volume que demora mais para se aquecer, portanto, ela se aquece
ela ocupa. menos que a terra nos dias quentes, regulando, assim,
a temperatura.
d = densidade Portanto, definimos calor específico como a quan-
m = massa tidade de calor necessária para elevar de 1 ºC um grama
v = volume de substância.
804 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
Capítulo
A teoria atômica
1 Eles bombardearam uma fina folha de ouro com ra-
diações pesadas e com carga elétrica positiva (partícula
alfa) emitidas por um elemento chamado polônio.
Por meio dessa experiência, notaram que:
• Um grande número de partículas passou pela fina
folha de ouro e não sofreu desvios;
• Algumas partículas passaram pela fina folha de
O MODELO DE THOMSON ouro, mas sofreram desvios;
• Poucas partículas não passaram pela fina folha de
Um novo modelo apareceu no fim do século XIX. ouro e voltaram.
J.J. Thomson, fazendo experiências com descargas elé- Com base nessas observações, criaram um novo
tricas em gases rarefeitos, as quais levaram à descoberta modelo atômico.
da primeira partícula atômica, o elétron, propôs um novo
modelo de átomo.
O átomo seria uma partícula
constituída por cargas positivas (pró-
tons) e cargas negativas (elétrons) em
igual número e separadas por espa-
ços vazios. Assim, fica ultrapassada a Núcleo
teoria de que o átomo é uma partícula
Modelo de átomo de
maciça e indivisível. Thomson. Eletrosfera
Modelo de Rutherford.
A experiência de Rutherford
Em meados do século XX, um grupo de cientistas,
entre eles Ernest Rutherford, realizou várias experiên-
cias, as quais mostraram que o modelo de Thomson não O modelo de Rutherford propôs que o átomo
estava correto. era constituído por duas regiões, uma chamada de
núcleo, que é pequeno, positivo e onde se concentra a
Bloco de chumbo maior parte da massa do átomo, e outra chamada de ele-
Sulfeto de zinco trosfera, a qual é uma região com carga elétrica negativa,
praticamente sem massa e que envolve todo o núcleo.
Rutherford propôs um núcleo pequeno para justifi-
Polônio car o grande número de partículas que passou pela folha
de ouro, e propôs que o núcleo era positivo para justifi-
car o fato de algumas partículas sofrerem desvios. Esses
desvios ocorrem por repulsão elétrica (mesmo sinal), e o
fato de existir um núcleo onde se concentra toda a massa
Lâmina de ouro justifica o retorno de poucas partículas.
HIPERCONHECIMENTO 805
Química
2
naturais constituem tudo o que conhecemos e compõem o
universo, embora sejam poucos os elementos abundantes.
Capítulo Os nomes próprios dos elementos são diferentes
nas diversas línguas, mas seus símbolos são universais.
Os símbolos usados atualmente foram introduzi-
Elementos dos por Berzelius no início do século XIX, conseguindo
simplificar a notação química.
Sabemos que o átomo é formado por um certo nú-
ELEMENTO QUÍMICO mero de partículas (prótons e nêutrons), formando uma
parte central (núcleo), a qual está envolvida por uma
Sabemos que substância simples é aquela que não pode quantidade de partículas (elétrons) igual à quantidade de
ser decomposta, mas pode ser combinada. Algumas combi- prótons no núcleo. Os elétrons que envolvem o núcleo
nações chamaram a atenção dos químicos. Por exemplo, formam a eletrosfera.
combinavam diamante com oxigênio e obtinham gás car-
bônico, combinavam grafite com oxigênio e também obti- CARGA ELÉTRICA MASSA
PARTÍCULA
nham gás carbônico – idêntico ao primeiro; no entanto, o RELATIVA RELATIVA
diamante e o grafite são bastante diferentes: o diamante é Próton +1 1
duro, incolor, brilhante, e o grafite é mole, preto, opaco, mas
na combustão ambos fornecem gás carbônico.
Nêutron 0 1
Concluíram que o diamante e o grafite, substâncias 1
simples e diferentes, são constituídos de uma mesma Elétron -1
1840
matéria comum, e essa matéria comum é o elemento
químico carbono. Os átomos variam em tamanho, isto é, o diâmetro
de um átomo é diferente do diâmetro de outro, mas em
ELEMENTO SÍMBOLO ELEMENTO SÍMBOLO média todos eles são da ordem de 10-8 cm (um angs-
Hidrogênio H Cobre Cu trön), e a relação com o diâmetro do núcleo é da ordem
de 104, isso quer dizer que o átomo é aproximadamente
Oxigênio O Mercúrio Hg
10 mil vezes maior que seu núcleo.
Flúor F Ouro Au
Cloro Cl Magnésio Mg Diâmetro do átomo
Bromo Br Cálcio Ca = 104 = 10.000
Iodo I Bário Ba Diâmetro do núcleo
Enxofre S Zinco Zn
Nitrogênio N Ferro Fe Número atômico
Fósforo P Chumbo Pb É o número de prótons que constitui o núcleo de
Carbono C Alumínio Al um átomo e é o que difere um elemento do outro.
Sódio Na Bismuto Bi A cada elemento químico corresponde um úni-
co número atômico, o qual é representado pela letra Z.
Potássio K Platina Pt Sabemos que o átomo é eletricamente neutro, isto
Prata Ag Hélio He é, sua carga elétrica é zero, portanto, o número de pró-
tons deverá ser igual ao número de elétrons, uma vez
Alotropia que a carga do elétron é igual à carga do próton.
Exemplo:
Um mesmo elemento químico pode formar duas Ferro, símbolo Fe e número atômico Z = 26.
ou mais substâncias simples diferentes; a esse fenôme- O átomo de ferro tem 26 prótons e 26 elétrons.
no denominaram alotropia.
Alotropia é a propriedade que um mesmo elemento Número de massa
químico simples tem de se apresentar de várias formas,
ou seja, formar substâncias simples diferentes. Denomina-se número de massa, representado pela
As substâncias simples formadas por um mesmo letra A, a soma do número de prótons (Z) e do número
elemento foram denominadas variedades alotrópicas ou de nêutrons (n).
formas alotrópicas — o diamante e o grafite são formas
alotrópicas do elemento químico carbono.
A quantidade de elementos é pequena, comparada É pelo número de massa que sabemos se um átomo
com a quantidade de diferentes substâncias existentes. é mais leve ou mais pesado do que outro.
Atualmente são conhecidos 116 elementos, sendo 28 artifi- Vejamos:
ciais, ou seja, sintetizados em laboratório. Os 88 elementos O átomo de ferro tem número de massa 56, então:
806 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
nº de massa
Átomo de He nº atômico
2 prótons símbolo do elemento
Núcleo Eletrosfera: 2 életrons
2 nêutrons
HIPERCONHECIMENTO 807
Química
Molécula de hidrogênio
H2
808 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
Cl- Na+
Cl-
Na +
Cl- Na+
Cl- Na +
Cl-
Na+ Cl- Na +
Fórmulas
Representamos as substâncias simples ou compos-
tas por meio de fórmulas. A fórmula representa também
uma molécula ou um conjunto iônico. Fórmula iônica
No fim do século XVIII, os químicos observaram que as
substâncias tinham composição ponderal constante, conse- Fórmula iônica é aquela que mostra a composição
qüentemente, elas podiam ser representadas por fórmulas. qualitativa e quantitativa da substância iônica.
Nessa época, utilizavam-se fórmulas percentuais Exemplo:
em massa porque não se conheciam massas atômicas Sal de cozinha → Na+Cl- (fórmula iônica).
e moleculares. • Essa fórmula dá a composição qualitativa do Na+Cl-,
As fórmulas eram determinadas experimentalmen- sódio e cloro.
te por meio da análise das quantidades de substâncias • Mostra a proporção dos elementos sódio e cloro: 1:1.
envolvidas nas reações.
Fórmula porcentual ou centesimal
Fórmula molecular
Fórmula porcentual é aquela que mostra a proporção
Fórmula molecular é aquela que mostra a composi- em massa de cada elemento na formação da substância,
ção qualitativa e quantitativa, isto é, mostra os elementos sendo essa proporção dada em porcentagem.
constituintes e suas proporções na formação da substância Exemplo: Água
e o número de átomos que formam a molécula. Para se formar 100 g de água, são necessários 11,11
Exemplo: g de hidrogênio e 88,89 g de oxigênio.
Fórmula molecular da água → H2O. Sua fórmula porcentual é:
• Esta é a fórmula da composição qualitativa da água, 11,11% de H
hidrogênio e oxigênio. 88,89% de O
• Mostra a proporção dos elementos hidrogênio e
oxigênio. Fórmula estrutural
• Indica que a molécula da água é formada pela liga-
ção entre dois átomos de hidrogênio e um átomo de Fórmula estrutural é aquela que mostra a disposição
oxigênio. dos átomos na formação da molécula.
HIPERCONHECIMENTO 809
Química
Existem substâncias diferentes que apresentam a mes- Existem diversos métodos para se ajustar uma
ma fórmula molecular e diferentes fórmulas estruturais; equação química.
esse fenômeno é denominado de isomeria. Nesses casos, Veremos neste capítulo o método de tentativas:
torna-se importante o conhecimento da fórmula estrutural. Exemplo:
4
1ª experiência Proporção das massas
massa da água 180 g — 9
Capítulo massa do hidrogênio
massa do oxigênio
20 g — 1
160 g — 8
No fim do século XVIII e início do século XIX, al- 3ª experiência Proporção das massas
guns pesquisadores observaram a existência de rela- massa da água 270 g — 9
ções de massas e volumes de substâncias que participa- massa do hidrogênio 30 g — 1
vam de uma reação. O estudo dessas relações permitiu massa do oxigênio 240 g — 8
o conhecimento das Leis das Combinações Químicas.
Após o conhecimento da teoria atômica, as leis das As massas mudam, mas a proporção é sempre a
combinações químicas tornaram-se muito claras e evi- mesma; portanto, a água, não importando sua origem
dentes, mas na época em que foram enunciadas não se nem o processo de sua formação, é sempre composta de
conhecia o que era átomo, molécula, massa atômica, mas- hidrogênio e oxigênio e na proporção de 1:8 em massa.
sa molecular e fórmulas moleculares. A teoria atômica veio
para explicar as leis das combinações químicas. Essas leis
Exercício resolvido
deram aos fenômenos químicos uma interpretação cientí-
fica, e a química passou a ser estudada como ciência. Em uma experiência, adicionou-se 6 g de cálcio
a 25 g de bromo e foram obtidos 20 g de brometo de
Lei de Lavoisier ou da Conservação da Massa cálcio com um excesso de 1 g de bromo. Numa segunda
experiência, foram adicionados 20 g de cálcio a 64 g de
Após inúmeras experiências pesando substâncias bromo e foram obtidos 80 g de brometo de cálcio com
reagentes antes da reação e as substâncias resultantes 4 g de cálcio em excesso. Demonstrar se os resultados
depois da reação, o cientista francês Lavoisier concluiu estão de acordo com a Lei de Proust.
que, em um sistema fechado, a soma das massas dos rea- Resolução:
gentes é igual à soma das massas dos produtos.
Massa do cálcio que reagiu na 1ª exp. = 6 g
Massa do bromo que reagiu na 2ª exp. 25 – 1 = 24 g
Então,
Lei de Proust ou Lei das Proporções Massa do cálcio que reagiu na 2ª exp. 20 – 4 = 16 g
Constantes Massa do bromo que reagiu na 2ª exp. = 64 g
A Lei de Proust ou Lei das Proporções Constantes foi
definida também com bases experimentais. O químico Jo-
seph Louis Proust analisou quantidades de inúmeras subs-
A razão ¼ comprova a Lei de Proust.
tâncias formadas por diferentes processos e observou que,
Note que temos de descontar as massas em exces-
independentemente do processo de obtenção, as substân-
cias obedeciam sempre à mesma proporção em massa. so, pois, se elas estão em excesso é porque não reagiram.
Essa lei pode ser enunciada da seguinte maneira:
Numa mesma reação química, existe uma relação Lei de Dalton ou Lei das Proporções Múltiplas
constante entre as massas das substâncias participantes.
A Lei de Dalton ou Lei das Proporções Múltiplas nos
Fazendo a reação : diz que, quando combinamos uma massa fixa de uma
Usando as massas mA e mB, obtendo mC e mD e, substância com massas diferentes de outra substância,
posteriormente,usando as massas m1A e m1B, obtendo formando compostos diferentes, as massas da outra
m1c e m1d, a Lei de Proust diz que: substância variam numa proporção de números inteiros
e pequenos.Veja:
2 g de hidrogênio + 16 g de oxigênio → 18 g de água
2 g de hidrogênio + 32 g de oxigênio → 34 g de água
oxigenada
Utilizando várias amostras de água, ou seja, água A proporção é uma relação simples.
de vários lugares, e até produzida em laboratório, sepa-
rando o hidrogênio do oxigênio, e pesando as substân-
cias, chegaremos, por exemplo, aos seguintes valores:
HIPERCONHECIMENTO 811
Química
Lei de Richter ou Lei das Proporções
Recíprocas e ou Lei dos Equivalentes A explicação das Leis Ponderais de acordo com
Quando combinamos uma massa fixa (mA) de a Teoria Atômica de Dalton é:
uma substância A com massas mB e mC de substâncias • A Lei de Lavoisier diz que a massa total do
B e C, se as substâncias se combinarem entre si, terão sistema permanece inalterada – de acordo com
massas m1b e m1c correspondentes a uma proporção de a teoria atômica, os átomos não podem ser cria-
múltiplos ou submúltiplos das massas mB e mC.
dos nem destruídos, apenas se recombinam.
Exemplo: • A Lei de Proust diz que uma substância pura
2 g de hidrogênio + 16 g de oxigênio → 18 g de água apresenta a mesma composição qualitativa e
2 g de hidrogênio + 32 g de enxofre → 34 g de gás sul- quantitativa, qualquer que seja sua origem – a
fídrico teoria atômica diz que os átomos dos elemen-
48 g de oxigênio + 32 g de enxofre → 80 g de trióxido tos têm massas fixas, logo as substâncias com-
de enxofre postas têm composição fixa.
• As Leis de Dalton e Richter são muito eviden-
A proporção 3:1 é uma relação simples.
tes com o conhecimento da Teoria Atômica, a
qual diz que os compostos se formam por meio
das combinações dos átomos em proporções
de números inteiros e pequenos.
Equivalente-grama
Equivalente-grama de um elemento é a massa des- Leis volumétricas
se elemento que se combina com um equivalente-gra-
ma de oxigênio, ou seja, que se combina com 8,0 gramas No início do século XIX, o cientista francês Gay-Lus-
de oxigênio. sac estudou as relações entre os volumes das substâncias
É importante conhecermos os equivalentes-gra- reagentes no estado gasoso, medindo esses volumes nas
mas dos elementos químicos, pois esses equivalentes mesmas condições de temperatura(+) e pressão(P), e enun-
que reagirem entre si o farão em proporção de seus múl- ciou as Leis Volumétricas, que podem ser reunidas num
tiplos ou submúltiplos. só enunciado:
Estudando resultados experimentais, para verificar Os volumes das substâncias participantes de uma
a Lei de Richter, os químicos determinaram as massas reação química, quando no estado gasoso e na mesma
de vários elementos que se combinavam com a massa pressão e temperatura, estão entre si numa proporção de
fixa de outro. números inteiros e pequenos.
Surgiu assim a noção de equivalente, e os químicos As Leis Volumétricas não puderam ser explicadas
tiveram de escolher uma massa fixa com o padrão para com base na Teoria Atômica de Dalton, pois essa não
a determinação dos equivalentes dos outros elementos. explicava a causa das relações volumétricas e a causa da
Na época, o elemento escolhido foi o hidrogênio, fixado contração ou não contração do volume.
na unidade.
Como 2 g de hidrogênio combinam-se com 16 g Hipótese de Avogadro
de oxigênio, tínhamos o peso equivalente do oxigênio
igual a 8 g. Ainda no início do século, Amadeo Avogadro con-
Como 2 g de hidrogênio combinam-se com 32 g de seguiu explicar as Leis Volumétricas introduzindo a idéia
enxofre, tínhamos o peso equivalente do enxofre igual de molécula e estabeleceu a hipótese de que:
a 16 g. Volumes iguais de gases quaisquer, medidos nas
Atualmente, determina-se os equivalentes dos ele- mesmas condições de temperatura e pressão, contêm o
mentos em função do equivalente do oxigênio. mesmo número de moléculas (Hipótese de Avogadro).
Após serem enunciadas as Leis Ponderais, que são Veja as explicações das Leis Volumétricas nos se-
Leis das Combinações Químicas que tratam das rela- guintes esquemas:
ções entre as massas das substâncias, ou seja, as Leis de • Síntese do cloreto de hidrogênio
Lavoisier, Proust, Dalton e Richter, Dalton expressou os Hidrogênio + Cloro → Ácido Clorídrico (P e T
postulados de sua teoria atômica. constantes)
A Teoria Atômica originou-se para explicar os fatos 10 l + 10 l → 20 l
das Leis Ponderais. Proporção 1:1:2
812 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
5
Veja que nesse caso não existe contração ou ex-
Capítulo
pansão de volumes, pois não há variação no número de
moléculas. A quantidade total de moléculas do produto
é igual à quantidade total de moléculas dos reagentes.
• Síntese do vapor de água
Hidrogênio + Oxigênio → Vapor de água (P e T Massas atômicas
constantes)
Q
20 l + 10 l → 20 l uando efetuamos a medida de uma grandeza, o fa-
Proporção 2:1:2 zemos por comparação com outra grandeza, esco-
lhida como padrão. Assim, quando queremos saber
o comprimento de um carro, utilizamos como padrão o
metro; se o carro tem quatro metros, significa que seu com-
primento é quatro vezes maior que o comprimento de um
metro. O mesmo é feito com a grandeza massa.
Hidrogênio Oxigênio Vapor de água Dizer que um objeto tem 10 kg de massa é o mesmo
que dizer que ele tem massa dez vezes maior que a massa
Nesse caso há contração de volume, pois existe uma de um quilograma.
variação no número de moléculas. A quantidade total de É fácil perceber que a unidade quilograma e até
moléculas do produto é menor que a quantidade total de seus submúltiplos não são unidades práticas para se
moléculas dos reagentes, porque os reagentes são forma- medir a massa de átomo, pois um átomo é muito pe-
dos por moléculas biatômicas e os produtos por molécu- queno e sua massa é muito pequena, mesmo quan-
las triatômicas. do comparada a um miligrama.
O conceito de molécula era o que faltava na Teoria Tornou-se necessária a escolha de um padrão con-
Atômica de Dalton, a qual, a partir daí, passou a se cha- veniente para medidas de massas atômicas.
mar Teoria Atômica Molecular de Dalton-Avogadro. Atualmente, o padrão utilizado é o átomo do isóto-
po 12 do carbono (C), ao qual foi atribuída massa atômica
Exercício resolvido igual a 12.
Massa atômica ou peso atômico é o número que
Na composição da água, temos 11,11% de hidrogênio, exprime quantas vezes o átomo de um elemento é
em massa, e, na composição do peróxido de hidrogênio, te- mais pesado que 1/12 do peso do átomo de isótopo 12
mos 5,88% de hidrogênio, em massa. Verificar a Lei de Dalton. do carbono.
Resolução:
11,11 g de H + 88,88 g de O → 100,0 g de água
5,88 g de H + 94,12 g de O → 100,0 g de peróxido de 1/12 do peso do átomo
hidrogênio de isótopo 12 do carbono
Precisamos de uma massa fixa de hidrogênio ou é a unidade de massa atômica.
oxigênio.
Vamos fixar a massa de oxigênio.
Água
HIPERCONHECIMENTO 813
Química
O valor da massa molecular de uma substância é
igual à soma das massas atômicas de todos os átomos
que formam a molécula da substância.
As moléculas de uma mesma substância são for-
madas por isótopos diferentes; portanto, as molécu-
las de uma mesma substância têm massas diferentes.
Sempre que um valor se referir à massa molecular, ele
está se referindo à média ponderada das massas mole-
culares.
Átomo-grama
Átomo-grama de um elemento é o peso atômico
desse elemento expresso em gramas. Íon-grama
Exemplo:
• Um mol de átomos de ferro tem 6,023 x 1023 átomos
de ferro.
• Um mol de moléculas de água tem 6,023 x 1023 mo-
léculas de água.
Assim, uma molécula-grama de uma substância
é a massa de um mol da substância, ou seja, a mas-
sa molecular da substância expressa em gramas; é um
átomo-grama de um elemento é a massa de um mol do
elemento; portanto, a massa de um mol do elemento é a
massa atômica do elemento expressa em gramas.
Volume molar
Concluiu-se por meio de experiências que uma
molécula-grama de qualquer substância ocupa o mes-
mo volume, quando estão nas mesmas condições de
temperatura e pressão, e esse volume, quando as condi-
ções são T = 0 ºC, e P = 1atm (760 mm Hg), é de aproxi-
madamente 22,4 l.
Johannes Diederik van der Waals, Nobel de física de 1910.
814 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
6
No SI (Sistema Internacional), sua unidade é:
Usualmente, a pressão de um gás é medida em at-
Capítulo mosfera (atm) e milímetros de mercúrio (mmHg), que se
relacionam da seguinte maneira:
1 atm = 760 mmHg (ao nível do mar)
Estudo dos gases 1 mmHg = 1 torr
TEMPERATURA
PRESSÃO
A temperatura mostra-nos o estado de agitação das
A pressão de um gás ocorre devido aos choques das partículas do gás. Quando aumentamos a temperatura,
suas moléculas contra as paredes do recipiente. estamos aumentando a velocidade das moléculas e a
Cada molécula do gás, ao chocar-se energia cinética; quanto maior a agitação das moléculas,
com a parede do recipiente, exerce sobre P= maior é a temperatura.
ela uma força. Conclui-se que, quando as moléculas estão em
repouso, isto é, quando não existe agitação das molé-
Define-se pressão como a força exercida pelas mo- culas, a temperatura é zero (nula); tal temperatura nunca
léculas do gás por unidade de superfície. foi atingida e é denominada Zero Absoluto.
373 K 100ºC
273 K 0ºC
Você sabia que a doença
descompressiva é causada pelo gás
nitrogênio em mergulhadores?
0K -273ºC
A doença descompressiva é causada por
bolhas do nitrogênio que se expandem no
sangue ou nos tecidos do corpo, causan-
T(K) = t(ºC) + 273
do lesões.
Vemos que o zero absoluto corresponde à tempe-
O gás nitrogênio é um gás pouco solúvel ratura de -273ºC, e sua unidade é denominada Kelvin.
no sangue à pressão ambiente. Quando
um mergulhador está embaixo da água, VOLUME
ele está submetido a uma pressão maior O volume de um gás é o volume do recipiente que
que 1 atm, e então o nitrogênio torna-se o contém.
Usualmente, o volume de um gás é medido em li-
mais solúvel no sangue.
tros (l), metros cúbico (m3) e seus submúltiplos.
Essas unidades relacionam-se da seguinte maneira:
Ao retornar ao nível do mar, a pressão di-
1 m3 = 103 dm 3
minui, e a solubilidade do gás também. 1 dm 3 = 1 l
1 l = 10 3 ml
Se essa subida for muito rápida, o gás 1 ml = 1 cm 3
forma bolhas na circulação e nos tecidos
e é liberado por qualquer parte do corpo. Variáveis de estado
Outros gases importantes são o oxigênio, As variáveis de estado de um gás são:
essencial à respiração, o GLP (gás do boti- PRESSÃO (P)
jão), utilizado para aquecer os alimentos, e Volume (V)
o gás nitrogênio, utilizado na Criogenia. Temperatura (T)
HIPERCONHECIMENTO 815
Química
LEI DE BOYLE E MARIOTTE Pelo gráfico acima, vemos que a -273ºC não existe
pressão. Isso ocorre porque a -273ºC as moléculas não se
Boyle observou que em uma transformação gasosa, agitam, não há colisão com as paredes do recipiente, ou
na qual a massa é fixa e a temperatura se mantém cons- seja, a temperatura de -273ºC é o zero absoluto.
tante, a pressão é inversamente proporcional ao volume Em meados do século XIX, Lord Kelvin propôs a es-
ocupado pelo gás. cala Kelvin de temperaturas, em que o 0 (zero) é o zero
absoluto (273ºC) e a grandeza do grau Kelvin é igual à
P.V. = constante grandeza de um grau Celsius.
. .. P1V1 = P2V2 Os gráficos referentes às Leis de Charles e Lussac,
usando temperatura na escala Kelvin, passaram a ser uma
reta passando pela origem.
A transformação gasosa em que a temperatura é Pode-se concluir que:
mantida constante e a pressão e o volume variam é de-
nominada transformação isotérmica.
P V
Pressão
Gráfico de uma
2P transformação isotérmica.
Volume Pressão
constante constante
P 0 t(K) 0 t(K)
P
V • Os volumes ocupados por uma massa gasosa sob
pressão constante são diretamente proporcionais
V V 2V Volume às temperaturas absolutas do gás.
2 • As pressões de uma massa gasosa a volume cons-
tante são diretamente proporcionais às temperatu-
LEI DE CHARLES E GAY-LUSSAC ras absolutas do gás.
Essas leis podem ser representadas pelas expressões a
Por meio de resultados experimentais, os cientis- seguir:
tas Charles e Gay-Lussac verificaram que quando um
gás é aquecido sob pressão constante, seu volume au- Pressão constante
menta, e quando é aquecido sob volume constante, sua
pressão aumenta, conforme os gráficos a seguir. V1 V2
V constante constante
T1 T2
V P
T
Volume constante
Pressão Volume
constante constante São denominadas transformações isobáricas aque-
las nas quais a pressão do gás permanece constante; e
de transformações isocóricas ou isométricas ou isovolu-
0 tºC 0 tºC métricas aquelas nas quais o volume do gás permanece
constante.
816 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
Resolução:
Pi Vi PF VF P V
ou constante
Ti TF T
Usar a relação acima quando a quantidade de gás
permanecer fixa.
LEI DE DALTON
A pressão total exercida por uma mistura gasosa
EQUAÇÃO DE CLAPEYRON é igual à soma das pressões parciais exercidas por
cada gás na mistura.
As bases para a dedução da equação de Clapeyron Chamando de PA, PB, PC... as pressões parciais dos
foram as Leis Experimentais de Boyle e Mariotte e de gases A, B, C..., de acordo com a Lei de Dalton, a pressão
Charles e Gay-Lussac. total da mistura desses gases é:
Experimentalmente, vemos que o volume ocupa-
do por um mol de gás à temperatura de 0ºC e pressão
de 1 atm é 22,4 litros; se, ao invés de 1 mol, a massa ga- Ptotal = PA + PB + Pc + ...
sosa for de n mols, à mesma pressão (P) e temperatura
(T), conforme a equação de estado do gás ideal, temos:
O volume parcial de um gás em uma mistura gasosa é
PV 1 · 22,4·n o volume que esse gás ocuparia se sozinho suportasse toda
=
T 273 a pressão da mistura, à mesma temperatura dela.
Vtotal = VA + VB + Vc + ...
HIPERCONHECIMENTO 817
Química
Supondo uma mistura de dois gases A e B: Densidade relativa
Define-se densidade relativa de uma substância A
em relação a outra substância B como a relação entre a
densidade absoluta de A (dA) e a densidade absoluta de B
(dB) na mesma temperatura e pressão:
Após a mistura (A e B):
dA
dA,B
dB
ou
Se A e B forem gases ou vapores, temos:
e
Dividindo-se (1) e (3) →
Exercício resolvido
Concluímos que:
A relação entre a pressão parcial de um gás numa Misturando dois moles de CO2 e três mols de H2 em
mistura e a pressão total da mistura gasosa é igual à sua um recipiente de 44,8 l de capacidade a uma temperatu-
fração molar na mistura. ra de 0ºC, calcule:
Fazendo o mesmo procedimento para o volume, temos: a) a fração molar de cada gás;
b) as pressões parciais de cada gás.
e Resolução:
a)
A relação entre o volume parcial de um gás numa
mistura gasosa e o volume total da mistura gasosa é igual
à sua fração molar na mistura.
, como
818 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
HIPERCONHECIMENTO 819
Química
b = número de moléculas com velocidade v1 na tempe-
ratura T1
c = número de moléculas com velocidade v2 na tempe-
ratura T1
d = número de moléculas com velocidade v1 na tempe-
ratura T2
T1
Gráfico da distribuição As leis que estudamos em relação ao estado gasoso
das velocidades das não representam com exatidão os resultados obtidos na
moléculas de um gás prática, estes são apenas aproximados.
em duas temperaturas Denominamos gás ideal ou gás perfeito aquele que
(T1 e T2) obedece às Leis de Boyle, Charles e Gay-Lussac etc.
b T2
Van Der Waals verificou que um gás real tem com-
portamento diferente do gás ideal e fez correções na
a c equação de Clapeyron:
• O verdadeiro volume do gás é o volume do reci-
V1 Vm Vm V2 piente (V) menos o volume ocupado pelas molé-
velocidade das moléculas culas do gás.
• A verdadeira pressão do gás é igual à pressão exer-
Exercícios resolvidos cida pelas colisões das moléculas contra as paredes
do recipiente somada à pressão exercida pelas co-
1 A 27ºC, a velocidade média das moléculas do hi- lisões das moléculas entre si.
drogênio é 2.400 m/s, e sua energia cinética é Van Der Waals introduziu dois termos na equação
6,0x10-2 J/molécula.Calcule: de Clapeyron; essa equação corrigida é denominada
a) a velocidade média das moléculas de oxigênio à Equação de Van Der Waals.
mesma temperatura; Gás Ideal → Equação de Clapeyron →
b) a energia cinética média do hidrogênio a 127ºC; Gás Real → Equação de Van Der Waals →
c) a energia cinética média do oxigênio a 127ºC; , para n = 1 mol, em que b é o volume
d) a velocidade média das moléculas de hidrogênio a ocupado por 6,02 . 1023 moléculas do gás.
127ºC.
(H = 1 e O = 16) Van Der Waals notou que a pressão causada pelas
colisões entre as moléculas é inversamente proporcio-
Resolução: nal ao quadrado do volume do recipiente (V), ou seja,
820 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 3
Capítulo
Números quânticos
1 eletromagnética. A energia da onda eletromagnética
depende da energia liberada pelo elétron quando salta
da camada mais afastada para a camada mais próxima
do núcleo.
M
Observe que Erecebida = Edevolvida
uitas modificações foram feitas no modelo atô-
mico de Rutherford-Bohr. Admitiu-se que os O elétron libera energia, que se chama fóton.
elétrons, além das órbitas circulares, descrevem Fótons são quantidades de energia, sob forma de
também órbitas elípticas ao redor do núcleo – cada órbita ondas eletromagnéticas, emitidas pelos átomos.
tem energia diferente –, constituindo camadas. Conforme a energia dessas ondas eletromagnéti-
Os níveis de energia ou camadas eletrônicas foram cas, temos vários tipos de radiações, como raios X, raios
designados pelas letras K, L, M, N, O, P e Q. A esses níveis ultravioleta, luz visível, e raios infravermelhos.
de energia correspondem os chamados números quân- Agora podemos identificar os elétrons, e essa iden-
ticos principais 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, respectivamente. tificação é feita por meio de números chamados núme-
Um elétron da camada K possui uma certa quan- ros quânticos.
tidade de energia, um elétron da camada L tem uma Cada elétron de um átomo será caracterizado por
outra quantidade de energia, maior que o da camada um conjunto de 4 números quânticos, os quais mostra-
K, e assim por diante. rão a situação energética do elétron.
Bohr ob- Esses números quânticos são: principal (n), secun-
En1 En2 servou experi- dário ou azimutal (l), magnético (m ou ml) e spin (s ou
mentalmente ms).
núcleo que, fornecendo
salto energia ao áto- Número quântico principal (n)
mo, o elétron ab-
sorve a energia Esse número caracteriza a energia do elétron mos-
até não ser mais trando seu nível energético, isto é, a que camada o elé-
Erecebida = En2 - En1 permitido ficar tron pertence.
na órbita em que Nos átomos conhecidos, o número máximo de ca-
se encontra. En- madas é igual a sete, então n varia de 1 a 7.
En1 En2
tão ele salta para Cada camada admite um número máximo de elé-
núcleo uma órbita onde trons, o qual é dado pela expressão:
salto sua energia seja
permitida, isto Número máximo de => 2n2 => em que n é o número
é, para uma ca- elétrons na camada quântico principal
mada eletrônica
mais afastada do Mas a partir da camada O, para átomos conhecidos, o
Erecebida = En2 - En1 núcleo. O áto- número máximo não corresponde à realidade, não é co-
mo absorvendo nhecida camada eletrônica ou nível de energia com
energia fica no estado ativado ou estado excitado. mais de 32 elétrons.
O elétron excitado em uma órbita de maior ener-
gia devolve a energia recebida na forma de radiação Veja na tabela a seguir o que acontece na prática:
HIPERCONHECIMENTO 821
Química
possível a determinação da trajetória de um elétron. Sendo
assim, o modelo atômico atual prevê uma região de
maior probabilidade de o elétron ser encontrado; essa
região é denominada orbital.
Orbital é a região do espaço onde há maior probabili-
dade de se localizar o elétron em seu movimento ao redor
do núcleo.
Formato do orbital
822 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 3
Ordem crescente
de energia
E
ENERGIA CRESCENTE
HIPERCONHECIMENTO 823
Química
Distribuição dos elétrons 3 Distribuir os elétrons do átomo de manganês (Z =
25), nos níveis e subníveis.
Sabemos o número de elétrons que iremos distri- Resolução:
buir, conhecendo o número atômico. Por exemplo: Z = 25 -> 25 elétrons
O elemento com número atômico 11 (Z = 11) tem 11
elétrons no átomo.
Inicialmente, será preenchido o subnível de me-
nor energia (1s) com dois elétrons. Após o subnível 1s, o
subnível seguinte em ordem crescente de energia é o 2s,
que também recebe dois elétrons. Agora temos somente
sete elétrons para serem distribuídos. Mantendo a ordem
crescente de energia, o subnível seguinte é o 2p, o qual
será preenchido com seis elétrons. Assim, o último elé-
tron ocupará o subnível 3s.
Portanto, distribuímos os elétrons em ordem cres-
cente de energia dos subníveis. Preenchemos um sub-
nível somente depois que os anteriores estiverem com- Temos: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d5
pletos, lembrando que o número máximo de elétrons em Observar que o 3d5 vem após o 4s2 por ser mais ener-
cada subnível é dado por 2 . (2l + 1). gético.
Obedecendo às regras acima e às regras de Pauli e Ordenando os subníveis, temos o número de elé-
Hund, teremos uma configuração eletrônica normal ou trons em cada camada:
fundamental. 1s2 2s22p6 3s23p63d5 4s2
1º nível 2º nível 3º nível 4º nível
k=2 l=8 m = 13 n=2
Fósforo – Descoberto por Hennig Brand (ALE), em
1669. Nome derivado do grego phos (luz).
Última camada:
a camada N.
subnível p
camada M
(n=3)
2 Dar a distribuição nos subníveis dos elétrons do 5 Dar a distribuição eletrônica, indicando o preen-
potássio (Z = 19). Resolução: chimento dos orbitais dos átomos:
a) 13Al (Alumínio)
Resolução:
b) C6 (carbono)
Resolução:
1s2 2s2 2p4
Como o número atômico do potássio é 19, o átomo de
potássio tem 19 elétrons, os quais serão distribuídos em or-
dem crescente de energia conforme o diagrama de Pauling. c) 8O
Portanto, temos: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1
824 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 3
Resolução:
Importante:
Alguns átomos não obedecem às regras de
distribuição eletrônica nos níveis e subní-
veis de energia. O cromo (Cr) e o cobre
(Cu) são exemplos dessas exceções.
Nitrogênio – Descoberto por D. Rutherford Alumínio – O alumínio puro foi obtido pela
(GB), em 1772. Oriundo do latim nitrum primeira vez por F. Wholer (ALE), em 1827.
(soda) e genes (formador). Nome com origem no latim alumen (pedra-
Aplicações: líquido para conservação de sê- -ume).
men, combustível para foguete, preparação Aplicações: Panelas, janelas, portas, auto-
de amoníaco. móveis, foguetes e aviões.
HIPERCONHECIMENTO 825
Química
Cálcio – Obtido pela primeira vez por Estanho – Conhecido desde a Antigui-
Humphry Davy (GB), em 1808, seu nome dade, seu nome vem do latim stannum
tem origem no latim calx (calcário). Metal (estanho).
branco-prateado, mole, dúctil e maleável. Aplicações: Ligas, soldas, moeda, vidro
Aplicações: Adubos, gesso e argamassas. fosco e tinta antiadesiva.
826 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 3
2
A LEI DE MOSELEY
Exemplos:
HIPERCONHECIMENTO 827
Química
O átomo de um elemento de transição apresenta metais na tabela periódica. Está localizado acima do lítio,
subnível mais energético d, e o átomo de um elemento de apesar de não ser um metal alcalino.
transição interna apresenta subnível mais energético f.
Resumindo: Elementos artificiais
Metais
Se Midas era capaz de transformar qual-
Oitenta e um elementos químicos, o que representa quer coisa em ouro, a natureza tratou de
76% do total, são bons condutores de calor e eletricidade,
dúcteis e maleáveis, apresentam um brilho típico, apre-
ela mesma transformar ouro em algo sem
sentam menos de 4 elétrons na última camada, tendem a nenhum valor. Na verdade, criou a pirita
perder elétrons e são sólidos em condição ambiente, com (dissulfeto de ferro), que ironicamente
exceção do mercúrio, que é líquido. brilha mais e é mais dourada que o ouro
de verdade. Daí ser conhecida como ouro
Não metais
dos tolos. Na Austrália, porém, a nature-
Em número de 11, constituem 11% dos elementos, za foi ainda mais perversa. Em 1893, uma
são maus condutores de eletricidade e calor, não são
corrida do ouro levou milhares de pessoas
dúcteis nem maleáveis, apresentam mais de 4 elétrons
na última camada e tendem a ganhar elétrons. para o outback australiano. O local se
tornou rapidamente uma cidade, feita com
Semimetais pedregulhos que os mineiros achavam não
Num total de 7 elementos, com propriedades inter-
ter valor. Na verdade, a cidade foi cons-
mediárias entre as dos metais e as dos não metais. truída com algo mais precioso. O ouro,
por causa de suas propriedades químicas,
não se liga a quase nenhum outro elemen-
Gases Nobres
828 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 3
Cisurânicos
Na tabela periódica, encontram-se antes do urânio, Você sabia que a tabela periódica
possuem número atômico inferior a 92, são quatro: tec- foi criada no século xix?
nécio (Tc, Z = 43), promécio (Pm, Z = 61), astato (At, Z = 85)
e frâncio (Fr, Z = 87). A tabela periódica foi criada por Mendelev, por
volta de 1869, na Rússia, e, simultaneamente,
Elementos radioativos por Meyer, na Alemanha. Nessa época, eram
Os elementos que na tabela periódica encontram- conhecidos apenas 63 elementos químicos.
-se depois do bismuto (Bi, Z = 83) são naturalmente ra- Somente em 1913 essa tabela foi corrigida. A
dioativos. tabela possui 18 colunas, chamadas de famílias,
e sete linhas horizontais, os períodos.
Exercícios resolvidos
Até o fim do século XVII, 14 elementos eram
1 Identificar a família e o período a que pertencem os
conhecidos; no século XVIII, 33 elementos; no
elementos com Z = 10, Z= 15, Z = 20 e Z = 30.
Resolução: século XIX, 83 elementos; e hoje há aproxima-
Z = 10 → 1s2, 2s2, 2p6 → 2º período damente 109 elementos conhecidos. Cada ele-
8 elétrons na última camada mentotem propriedades semelhantes a todos
∴ Gás nobre
os elementos da mesma família.
Z = 15 → 1s2, 2s2, 2p6, 3s2 3p3 → 3º período
Subnível mais energético: p → elemento representativo
5 elétrons na última camada
∴ Família 5A 2 Qual o número atômico de um elemento que se
encontra no terceiro período da família dos halo-
Z = 20 → 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2 → 4º período gêneos?
Subnível mais energético: s → elemento representativo Resolução:
2 elétrons na última camada Halogêneos → família 7A → última camada
∴ Família 2A período 3 3s2 3p5
Completamos a distribuição utilizando o diagrama de
Z = 30 → 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2, 3d10 → 4o período Pauling.
Subnível mais energético: d→ elemento de transição 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p5
2 elétrons na última camada O número de elétrons é: 2+2+6+2+5 = 17
∴ Família 2B ∴ Z = 17
HIPERCONHECIMENTO 829
Química
3
Nas famílias, a energia de ionização aumenta de
Capítulo
baixo para cima. E, nos períodos, a energia de ionização
aumenta da esquerda para a direita, conforme indicam
as setas da figura abaixo.
PROPRIEDADES PERIÓDICAS
Raio atômico
Afinidade eletrônica
Potencial de ionização ou
energia de ionização
Eletronegatividade
Sabemos que energia de ionização é a energia ne-
cessária para retirar um elétron de um átomo no estado Eletronegatividade é a propriedade pela qual o átomo
gasoso. apresenta maior ou menor tendência de atrair elétrons.
À medida que o raio atômico aumenta, diminui a É uma propriedade resultante da energia de ioniza-
atração do núcleo sobre os elétrons externos, portanto, au- ção e da eletroafinidade.
menta a facilidade para a retirada do elétron de valência. Um átomo com alta energia de ionização tem
Então, quanto maior o tamanho do átomo, menor dificuldade de perder elétrons, e um átomo com alta
a energia de ionização. eletroafinidade tem facilidade de ganhar elétrons.
830 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 3
Portanto, na tabela periódica, a eletronegatividade O ósmio e o irídio são os elementos de maior den-
varia conforme muda a energia de ionização e a eletroa- sidade.
finidade.
A figura acima mostra que os elementos situados Volume atômico
na parte superior direita da Tabela Periódica são os que
apresentam maior eletronegatividade. Veja na representação da Tabela Periódica o aumento
do volume atômico nas famílias e nos períodos.
Eletronegatividade
Volume atômico
Eletropositividade
Eletropositividade é a propriedade pela qual o átomo Os átomos de maior volume atômico ficam nas la-
apresenta maior ou menor tendência em repelir elétrons, terais e na base.
ou seja, é o inverso da eletronegatividade.
Ponto de fusão
Reatividade química
Ponto de fusão é a temperatura em que um sólido
Sabemos que um átomo reage facilmente quando passa ao estado líquido, a uma dada pressão.
tem facilidade de perder ou ganhar elétrons; portanto,
um átomo reage facilmente quando tem energia de ioni-
zação baixa, isto é, perde elétrons facilmente; e afinidade
eletrônica alta, quando recebe elétrons facilmente.
Alcalinos
Metais
Ponto de ebulição
Gases Nobres
ponto de fusão
1A 2A
Densidade
Já vimos que densidade (d) é a razão entre a massa
(m) e o volume (v) de um corpo.
D=m
V
Nas famílias, a densidade aumenta de cima para bai-
xo e nos períodos aumenta das laterais para o centro.
Massa específica
(Densidade)
HIPERCONHECIMENTO 831
Química
1
zer um compartilhamento de pares de elétrons com
outro átomo.
Capítulo O par eletrônico é sempre formado por um elétron
de cada átomo que participa da ligação.
Tomando como exemplo dois átomos de hidrogê-
Tipos de ligações químicas nio, sabemos que se tornarão estáveis ganhando um elé-
tron cada um. Como cada átomo tem apenas um elétron,
eles conseguem a estabilidade da seguinte forma:
LIGAÇÃO IÔNICA OU ELETROVALENTE O par de elétrons passará a pertencer a ambos os
átomos, tornando-os estáveis eletronicamente; assim,
A ligação iônica ocorre entre átomos quando um forma-se uma molécula.
deles perde elétrons, tornando-se um cátion, e o outro
átomo ganha elétrons, tornando-se um ânion. É uma li- Cl- Na+
gação de natureza eletrostática entre íons.
Lembrando que íons são átomos carregados ele-
tricamente, o íon positivo é denominado cátion e o íon
negativo é denominado ânion.
Considerando a ligação entre o sódio e o cloro, o áto-
mo de sódio no seu estado normal tem 2 elétrons na pri-
meira camada, 8 elétrons na segunda camada e 1 elétron
na terceira e última camada. O cloro tem 2 elétrons na pri-
O NaCl (sólido) não
meira camada, 8 elétrons na segunda camada e 7 elétrons
conduz corrente elétrica
na terceira e última camada.
Quando existe uma aproximação
entre o sódio e o cloro, um elétron do +
sódio passa para o cloro, o sódio torna-
-se um cátion e o cloro torna-se um
ânion, surgindo o Na+Cl– (cloreto de
sódio). H H H H
As substâncias formadas por li- 2p(+)
gação iônica são sólidas, pois as for- 2e(-)
____
ças interiônicas são muito intensas.
0
Os íons formados empilham-se or-
denadamente com uma geometria
uniforme chamada de retículo cris-
talino. -
+
Em resumo, a ligação iônica ocor-
re entre um metal e um não metal.
Na Cl Na Cl
Ligação covalente
Outra maneira de um átomo
adquirir uma estrutura estável é fa-
832 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 4
2
Capítulo
Interpenetração de orbitais
2 ns2 np5
3s2
Px PY
3p5
Pz
3s2 3p5
E
studaremos por meio de orbitais a formação [Cl -> Z = 17 -> 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p5]
dos pares eletrônicos e a geometria das mo- É o orbital p incompleto (pz) que participa da ligação
léculas. covalente.
H••H
HIPERCONHECIMENTO 833
Química
Molécula dos hidretos (H2O, H2S. H2Se, H2Te) Atomo de Hidrogênio: H
(orbital atômicos)
No caso da água (H2O):
1
H ->Z = 1 -> 1s1
8
O -> Z = 8 -> 1s2, 2s2 2p4 ->
Atomo de hidrogênio: N
(orbitais atômicos p)
Ligação Pi (π)
Essa ligação forma moléculas angulares, ou seja, os
núcleos de todos os átomos não estão numa mesma reta, A molécula de Nitrogênio
formam um ângulo teórico de 90º, mas, devido a forças Esse tipo de ligação covalente, feita entre dois orbi-
eletrostáticas, os ângulos reais são um pouco diferentes tais p que se juntam segundo eixos paralelos, denomina-
de 90º. mos de ligação covalente pi (π).
Formação da ligação pi
ligação
pi
7
N -> 1s2 2s2 2p3 ->
Molécula dos hidretos (NH3, PH3, ASH3, SBH3) O nitrogênio participa da ligação com seus três or-
bitais p incompletos (px, py, pz).)
No caso NH3
Átomo de nitrogênio: N Átomo de nitrogênio: N
1
H -> Z = 1 -> 1s1 (orbitais atômicos p) (orbitais atômicos p)
7
N -> Z = 7 -> 1s2 2s2 2p3 ->
Átomo de nitrogênio: N2
(orbitais atômicos p-p)
834 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 4
2
3
A molécula de monóxido de carbono (CO)
C -> Z = 6 -> 1s2, 2s2 2p2 ->
6 Capítulo
Hibridação
O
bservou-se que a teoria da fusão de orbitais atô-
micos comuns não conseguia explicar a estrutu-
8
O -> Z = 8 -> 1s2 2s2 2p4 -> ra de muitas moléculas.
Então surgiu uma nova teoria, a Teoria da Hibridação.
HIBRIDAÇÃO SP3
O átomo de carbono tem apenas dois orbitais incomple-
tos, dois elétrons para formar duas ligações covalentes,
O carbono entra na ligação com seus dois orbitais p mas sabe-se experimentalmente que o átomo de carbo-
incompletos e um orbital p vazio. no pode formar quatro ligações covalentes.
O oxigênio entra na ligação com seus dois orbitais p Segundo a teoria da hibridação, o átomo do carbo-
incompletos e um orbital p cheio. no tem uma promoção de um elétron do orbital 2s2 para
Surge um caso especial de ligação covalente, estabele- o orbital vago 2pz.
cida quando o par eletrônico é doado somente por um dos
átomos.
Vejamos pelo desenho:
átomo de carbono: C átomo de oxigênio: O
109º 28
HIPERCONHECIMENTO 835
Química
A molécula do metano (CH4)
Para a formação
Para a formação da molécula do metano, ocorre a liga- da molécula do hi-
ção dos orbitais s dos hidrogênios com os orbitais híbridos dreto de boro (BH3),
sp3 do carbono. Temos então quatro ligações exatamente ocorre a ligação dos
iguais do tipo ligação covalente sigma s-sp3 (σs-sp3). orbitais híbridos sp2
do boro com os orbi-
tais s dos hidrogênios.
Temos então três li-
gações exatamente
iguais do tipo sigma:
s – sp2 (σs - sp2).
836 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 4
2
Capítulo
Radioatividade
4
Q
uando os núcleos de átomos de um elemento
natural emitem partículas ou quando núcleos
de átomos radioativos emitem radiações, a esse São conhecidas três séries: série do urânio-rádio,
fenômeno dá-se o nome de radioatividade. série do tório e a série do urânio-actínio. É importante
Esse fenômeno foi descoberto por Becquerel (1896), salientar que qualquer uma das três séries sempre chega ao
quando, acidentalmente, deixou uma chapa fotográfica isótopo estável do chumbo (Z = 82).
em contato com um sal de urânio e observou que ela
havia sido impressionada, concluindo que alguma ra- Série do urânio-rádio
diação saía desse sal, atravessava o papel e impressiona- 238
U ---------- sucessivas emissões -------à 206 Pb
va a chapa. Inicialmente, essa radiação foi chamada de 92 82
14
N + 4 α -> 17 O + 1 p (próton)
LEIS DA RADIOATIVIDADE 7 2 8 1
Transmutação natural
Os dois nêutrons produzidos irão atingir dois no-
Elementos químicos que possuem alto número vos núcleos de urânio, e assim sucessivamente, ori-
atômico possuem núcleos grandes e instáveis; portanto, ginando o processo da reação em cadeia. A energia
transmutam-se em outros espontaneamente. Esses no- liberada é tão grande que faz a massa de urânio explo-
vos núcleos podem ser estáveis ou também radioativos. dir. Esse processo foi utilizado na bomba atômica que
Cada conjunto de transmutações sofridas por núcleos atingiu as cidades de Hiroshima e Nagasáki, durante a
instáveis é denominado série radioativa. Segunda Guerra Mundial.
HIPERCONHECIMENTO 837
Química
Fusão nuclear
Fusão nuclear é quando ocorre a síntese de núcleos,
originando um núcleo maior e mais estável e liberando
grande quantidade de energia. Para que ocorra a fusão
nuclear, são necessárias altas temperaturas. A bomba de
hidrogênio baseia-se nesse processo e é detonada por Aproveitando os
uma pequena bomba A (bomba atômica) que fornece as
altas temperaturas. radioisótopos na medicina
Reações de fusão
2
H + 2 H -> 4 H + Energia
1 1 2
2
H + 3 H -> 4 H + 1 n + Energia
1 1 1 0
838 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
5
Capítulo
Número de oxidação (NOx)
1 Soma
algébrica dois
oxigênios
um carbono
Soma
O
fenômeno de oxidorredução é uma consequên- algébrica
quatro
cia das ligações químicas. Um fato importante oxigênios
em uma ligação química é o comportamento um manganês
dos elétrons. um potássio
Os dois átomos de uma ligação disputam o par
eletrônico, e a intensidade da força dos átomos na dis- Fe -> NOx = 0 H2 -> NOx = 0
puta pode ser diferente. Desse modo, o par eletrônico é Al -> NOx = 0 O2 -> NOx = 0
deslocado na direção do átomo que exerce mais força. Em qualquer substância composta, os metais alca-
Isso provoca o aparecimento de resíduos de carga nos linos (Li, Na, K, Rb, Cs e Fr) têm NOx = +1.
átomos da ligação, e esses resíduos são denominados
polos. Assim, atribuímos cargas aos átomos de uma Exemplo:
molécula. Na2+1 SO4
Denomina-se número de oxidação de um ele- Em qualquer substância composta, os metais alcali-
mento a valência do elemento com sinal positivo ou nosterrosos (Be, Mg, Ca, Sr, Ba e Ra) têm NOx = +2.
negativo. O hidrogênio tem NOx = +1, com exceção apenas
Analisando uma molécula de cloreto de hidrogê- dos hidretos metálicos, que têm NOx =–1.
nio, a valência do hidrogênio é 1 e a do cloro também
é 1; tendo o cloro eletronegatividade maior que a do Exemplos:
hidrogênio, fica com resíduo negativo e o hidrogênio
positivo; portanto, dizemos que o número de oxida-
ção do hidrogênio é +1, e o número de oxidação do (hidreto metálico)
cloro é -1.
O número de oxidação de um elemento quando O oxigênio tem número de oxidação NOx = –2, com
forma um íon simples é a própria eletrovalência do exceção nos peróxidos, cujo NOx = –1, e nos fluoretos,
íon. Tomando como exemplo o cloreto de sódio (NaCl), cujo NOx = +1 e +2.
o sódio tem eletrovalência +1, e o cloro tem eletrova-
lência -1.
HIPERCONHECIMENTO 839
Química
Os halogêneos (F, Cl, Br, I e At) têm número de oxi- b) H2SO3
dação NOx = –1 + 1 x– 2 -> NOx de cada átomo
Exemplo: + 2 x – 6-> total
+2+x–6=0→x=+4
c) SO2
x – 2 -> NOx de cada átomo
x – 4 -> total
A prata (Ag) em qualquer substância composta tem + x– 4 = 0 → x = + 4
número de oxidação NO= +1. d) SO3
Exemplo: x – 2 -> NOx de cada átomo
x – 6 -> total
+x–6=0→x=+6
Você sabia?
Para entender o funcionamento de objetos
que produzem corrente elétrica, como pi-
lhas e baterias, é fundamental que entenda-
mos os conceitos de oxidação e redução.
É por meio de reações químicas que esses
objetos liberam energia elétrica.
Exercícios resolvidos
840 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
5
Capítulo
Diferença entre oxidação e
2 redução
redução oxidação
A
oxidação e a redução são fenômenos associados O agente redutor é uma espécie química que cau-
com a transferência de elétrons de uma substân- sa redução em outra espécie química.
cia para outra, ou seja, são fenômenos ligados à O zinco sofreu oxidação, pois perdeu elétron para
variação do número de oxidação (NOx). o cátion cobre; então, dizemos que o cátion cobre é
A palavra oxidação era usada apenas quando um um agente oxidante.
elemento se combinava com o oxigênio. Depois de es- O agente oxidante é uma espécie química que
clarecida a estrutura eletrônica do átomo, verificou-se causa oxidação em outra espécie química.
que um metal, quando se combina com o oxigênio, per-
de elétrons; assim, a definição de oxidação tornou-se Exercício resolvido
“perder elétrons”.
Mais tarde, verificou-se que as combinações de ele- Dada a equação:
mentos com não metais eram semelhantes às combina- descubra os agentes oxidante e redutor.
ções com o oxigênio.
OXIDAÇÃO
A oxidação ocorre quando temos um aumento do
número de oxidação (NOx), e para isso o átomo precisa
perder elétrons.
redução
Redução
A redução ocor- oxidação
(redução)
re quando temos
uma diminuição do
número de oxidação Resolução:
(NOx), e para isso o ++O cátion Bi3+ sofreu redução, pois recebeu elétron
átomo precisa rece- doado pelo Mg0; então, o Mg0 é o agente redutor.
ber elétrons. diminuição E o Mg0 sofreu oxidação, pois perdeu elétron para
o cátion Bi3+; então, o cátion Bi3+ é o agente oxidante.
do NOx
Portanto:
oxidação: Balanceamento de
perda de elétrons (oxidação) reações de oxidorredução
– aumento do NOx.
redução: Existem reações simples que podem ser balanceadas
ganho de elétrons por “tentativas”, e seus coeficientes encontrados facilmen-
– diminuição do NOx. te. Existem, porém, reações como as de oxidorredução, que
apresentam algumas dificuldades para serem balanceadas
aumento devido ao grande número de reagentes e produtos.
Agentes Para encontrarmos os coeficientes das substâncias
oxidante e redutor do NOx oxidante e redutora, temos de utilizar os seguintes prin-
cípios:
A oxidação e a redução são processos simultâneos, 1. O número de elétrons perdidos pela espécie quími-
pois, quando um átomo sofre oxidação, isto é, perde elé- ca que sofre oxidação é igual ao número de elétrons
trons é porque outro átomo de outro elemento recebe esse ganho pela entidade química que sofre redução.
elétron, isto é, sofre redução. 2. O número total de átomos sempre se conserva dos
O cátion cobre (Cu2+) sofreu redução, pois rece- reagentes para os produtos no decorrer de qual-
beu elétron doado pelo zinco; então, dizemos que o quer reação química.
zinco é um agente redutor.
HIPERCONHECIMENTO 841
Química
Métodos para o balanceamento das reações
Os métodos de balanceamento de reações de oxi- As plantas e o seu pulmão, o que
dorredução são essencialmente práticos, por isso, os es-
têm a ver?
tudaremos por meio de exemplos.
Você sabia que a respiração e a fotossíntese são
Método do íon-elétron reações de óxidorredução? Observe as reações
Vamos fazer o balanceamento da seguinte abaixo: Luz Clorofila
equação: 6CO2 + 12H2O C6H12O6 + 6O2
C6H12O6 + 6O2 + 6H2O 6CO2 + 6H2O + energia
(fotossíntese) (respiração)
Quando observamos a reação da respiração
na espécie humana, estamos nos referindo
trocas gasosas realizadas em nossos pul-
mões, que retiram o gás oxigênio do ar e libe-
oxidação
ram gás carbônico. Na reação da fotossínte-
se, as moléculas de clorofila utilizam energia
redução
luminosa para produzir o gás oxigênio. Agora
imagine o que aconteceria à espécie humana
se os vegetais fossem extintos do planeta!
Vemos que nessa equação temos redução e oxidação.
{equação parcial de redução (1)}
I– -> I2 {equação parcial de oxidação (2)}
Exercícios resolvidos
Temos de balancear cada equação parcial.
1 Dê o número de oxidação (NOx) dos elementos as-
Já temos um átomo de manganês em cada membro sinalados.
da equação (1). E vimos que o NOx do manganês varia de H2 N20 NO2 Ba(NO3)2 Al2(SO4)3 K202
+4 para +2, ou seja, cada átomo de manganês receberá
elétrons; então, temos:
Acertamos os átomos de oxigênio, acrescentando
2H2O no lado direito da equação:
MnO2 + 2e- –> Mn2+ + 2H2O
Acertamos os átomos de hidrogênio, acrescentan-
do 4H+ no lado esquerdo da equação:
Colocando os elétrons:
2I– I2 + 2e-
842 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
5
Resolução: Resolução:
Inicialmente, determinamos o NOx de cada átomo
participante.
K2Cr2O7 + HCl - KCl + CrCl3 + H2O + Cl2
+1 +6 –2 +1 –1 +1–1 +3 –1 +1 –2 0
Verificamos qual o processo de oxidação e qual o
processo de redução.
Resolução:
redução
oxidação
redução
oxidação
HIPERCONHECIMENTO 843
Química
Resolução:
4 O material cerâmico YBa2Cu3O7, supercondutor a
baixas temperaturas, é preparado por tratamento
adequado da mistura Y2O3, BaCO3 e CO. Nesse su-
percondutor, parte dos átomos de cobre tem nú-
mero de oxidação incomum.
a) Dê o número de oxidação do ítrio, do bário e do co-
bre nos compostos usados na preparação do mate-
rial cerâmico.
b) Calcule os números de oxidação do cobre no com-
posto YBa2Cu3O7.
Resolução:
844 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 6
2
1
Quando uma substância molecular se dissolve na
água, produzindo uma solução iônica, ocorre uma rea-
Capítulo ção de ionização entre as moléculas da substância dis-
solvida e as moléculas da água.
Ionização é a formação de íons, devido à reação das mo-
Introdução léculas da substância dissolvida com as moléculas de água.
D
evido ao grande número de substâncias, sur-
Na+Cl- sólido Solução
giu, para a facilidade de estudo, uma divisão que retículo cristalino aquosa de NaCI
agrupa substâncias com propriedades seme-
lhantes, denominadas funções químicas.
Função química é um conjunto de substâncias que
apresentam propriedades químicas semelhantes.
Na+
Na Cl Na+ + Cl-
No fim do século XIX, o químico sueco August
Svante Arrhenius notou que algumas soluções aquosas
conduzem corrente elétrica e outras não. Ionização do HCI
Para explicar essa diferença, Arrhenius formulou os
conceitos de eletrólito e não eletrólito, e que, quando um
eletrólito era dissolvido na água, a solução conduzia cor- moléculas íons
rente elétrica, devido à presença de íons carregados eletri-
camente, mas, quando um não eletrólito era dissolvido na
íon hidroxônio
água, a solução não conduzia corrente elétrica, pois não ou
ocorria formação de íons. íon hidrônio
HIPERCONHECIMENTO 845
Química
Capítulo
Estudo geral dos ácidos
2 ácido hipo
ácido
ácido hipo
oso
nome do elemento central
oso
ico
NOx
crescente
do elemento
central
ácido ico
ácido per ico
ÁCIDO DE ARRHENIUS
Ácido é uma substância que em solução aquosa
liberta como íons somente cátions H3O+ (ou H+).
Exemplos:
846 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 6
2
Funções químicas
Observe as fotos
HIPERCONHECIMENTO 847
Química
3
a) Quanto ao número de hidrogênios ionizáveis:
• Monoácido: possui apenas um hidrogênio ionizável.
Exemplos:
HBr, HCl
Capítulo
• Diácido: possui dois hidrogênios ionizáveis.
Exemplos: Bases
H2SO4, H3PO3
• Triácido: possui três hidrogênios ionizáveis. CONCEITO
Exemplo:
H3PO + Segundo a teoria de Arrhenius, base é uma subs-
• Tetrácido: possui quatro hidrogênios ionizáveis. tância em solução aquosa, que liberta como ânions
Exemplos: somente íons OH-.
H4P2O7
b) Quanto ao grau de ionização:
Classificamos os ácidos, considerando os valores
em solução 0,1 normal a 25º C, em:
• ácidos fortes: α > 50%
Exemplos:
HCl, H2SO4, HI, HNO3
• ácidos semifortes: 50% > α >5%
Exemplos:
H3PO4, HF, H2SO3
• ácidos fracos: α < 5%
Exemplos:
HCN, H2S
c) Quanto à presença do oxigênio no ânion:
• hidrácido: não possui o oxigênio. Nomenclatura
Exemplos:
HCl, HCN Se o elemento forma apenas uma base, ou seja, o
• oxiácidos: possui o oxigênio. elemento não tem NOx variável, usa-se:
Exemplos:
H2SO4, H3PO4 Hidróxido de _________________________________
_________. nome do elemento
Fórmula estrutural NaOH ->hidróxido de sódio
CaOH -> hidróxido de cálcio
• Ácidos não oxigenados NH4OH -> hidróxido de amônio
Exemplos: Se o elemento tem NOx variável, indica-se o NOx
H-F, H-Cl, H-Br, H-I, H-S-H e H-C = N com algarismo romano junto ao nome:
• Ácidos oxigenados – Hn E Om Fe(OH)3 -> hidróxido de ferro III
Para escrever a fórmula estrutural de um ácido Hn E Fe (OH)2 -> hidróxido de ferro II
Om, devemos escrever o símbolo do elemento cen- Sn(OH)4 -> hidróxido de estanho IV
tral (E) e ligá-lo aos grupos -OH, quantos forem os Sn(OH)2 ->hidróxido de estanho II
hidrogênios ionizáveis. Ligamos também ao elemen- CuOH -> hidróxido de cobre I
to central (E) os hidrogênios não ionizáveis e, final- Cu(OH)2 -> hidróxido de cobre II
mente, ligamos ao elemento central (E) os oxigênios Podemos usar também as terminações oso e ico,
restantes,por dupla ligação (=) ou por ligação dativa indicando o menor e o maior NOx, respectivamente.
(->), completando o octeto do elemento (E). CuOH -> hidróxido cuproso
Cu(OH)2 -> hidróxido cúprico
HO OH OH
Fe(OH)2 -> hidróxido ferroso
H3PO4 P HNO3 O N Fe(OH)3 -> hidróxido férrico
HO O O
Dissociação iônica
HO OH OH
H3PO3 P HNClO3 O Cl Em solução aquosa, os hidróxidos de metais sofrem
O dissociação iônica, pois são compostos iônicos.
HO O
HO OH OH
H3PO2 P H2SO3 O S
HO O OH
848 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 6
2
PRINCIPAIS CÁTIONS
2 De acordo com o número de (OH) na fórmula
Cátions de metais com NOx fixo
• monobases: possuem apenas um (OH-)
NaOH, NH4OH
• dibases: possuem dois (OH-)
Ca(OH)2, Fe (OH)2
• tribases: possuem três (OH-)
Al(OH)3, Fe (OH)3
Fórmula estruturais
Vimos que uma base é sempre formada por um ra-
dical positivo, o qual é um metal ou NH4+, ligado ao radi-
cal negativo OH- :
Vimos também que a carga positiva é neutraliza-
da pela carga negativa dos íons OH-; portanto, temos
uma regra para formulação das bases.
Indicadores
Indicadores são substâncias que possuem a pro-
priedade de mudar de cor conforme o meio ácido ou
Cátions de metais com NOx variável básico. Essas substâncias são utilizadas para reconhecer
se uma solução é ácida ou básica.
• Os ácidos
papel de azul
tornassol azul
solução de
um ácido róseo
HIPERCONHECIMENTO 849
Química
Capítulo
Sais
4
S
al é todo composto iônico capaz de se dissociar
na água liberando íons, dos quais pelo menos
um cátion é diferente de H3O+ e pelo menos um
ânion é diferente de OH-.
• As bases Exemplos:
papel de
tornassol vermelho
vermelho
solução de
uma base
Sal é toda substância iônica resultante da reação de
um ácido com uma base; é formado pelo ânion do ácido
e pelo cátion da base. Essa reação é denominada reação
de salificação.
Na reação de salificação, pode ocorrer neutraliza-
ção total ou parcial do ácido e da base.
Exemplos:
NaCl, CaCO3
850 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 6
2
Exemplos:
de
NaHCO3, KHSO4
O sal formado de uma reação de salificação com nome dos dois ânions nome do cártion
neutralização parcial da base e total do ácido é denomi-
nado hidroxi-sal.
Sal duplo com dois cátions
Exemplo:
Ca(OH)Br de
nome do ânion nome dos dois cártions
Nomenclatura
NaKSO4 -> sulfato de sódio e potássio.
Escrevemos o nome do ânion seguido da preposi- CaBrCl -> cloreto-brometo de cálcio.
ção de e do nome do cátion.
de
nome do ânion nome do câtion
HIPERCONHECIMENTO 851
Química
5
Formulação de um sal
Para obtermos a fórmula de um sal a partir do seu
nome, escrevemos a fórmula do cátion seguida do ânion.
Capítulo
As quantidades de cátions e de ânions na fórmula devem
ser obtidas de modo que haja a neutralização das cargas. Óxidos
Exemplos: INTRODUÇÃO
Nitrato de sódio: Óxidos são compostos binários, ou seja, formados
cátion sódio Na+ NaNO3 por apenas dois elementos químicos, em que o oxigênio
ânion nitrato NO-3 é o elemento mais eletronegativo.
Os íons têm cargas unitárias, logo as quantidades O único elemento mais eletronegativo que o oxigê-
também são unitárias. nio é o flúor; portanto, o flúor, quando combinado com
Fosfato de ferro III: o oxigênio, não forma óxido.
cátion Fe+3 FePO4 OF2 - Fluoreto de oxigênio - não é óxido.
ânion PO-4 3
Com apenas um cátion e um ânion, o conjunto já NOMENCLATURA
é neutro.
Sulfato de ferro III -> cátion Fe+3 • Usamos os prefixos mono, di, tri etc., para indicar
ânion SO-24 os valores de m e n na fórmula de um óxido EmOn.
Para haver neutralização das cargas, usamos:
Dois cátions Fe3+ ->seis cargas positivas.
Três ânions SO-24 -> seis cargas negativas. (mono) (mono)
Fe2 (SO4)3 (di) (di)
(tri) ÓXIDO DE (tri) NOME DE E
etc. etc.
Sal hidratado
Sal hidratado ou sal com água de cristalização possui
moléculas de água no retículo cristalino. Essas moléculas Exemplos:
de água se encontram em uma proporção definida em re- CO2 → dióxido de monocarbono ou dióxido de car-
lação a uma fórmula do sal, tal proporção é denominada bono.
grau de hidratação, o qual é indicado na fórmula do sal por N2O3 → trióxido de dinitrogênio.
um ponto e pelos prefixos mono, di, tri, penta etc. Fe3O4 → tetróxido de triferro.
Óxido de
Exceções (insolúveis)
• PbCl2, AgCl, CuCl, Hg2Cl2 nome do elemento associado ao oxigênio
• PbBr2, AgBr, CuBr, Hg2Br2 +
• PbI2, AgI, CuI, Hg2I2 NOx do elemento em algarismo romano
• CaSO4, PbSO4, BaSO4, SrSO4
852 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 6
2
Exemplos: Exemplos:
CO2 → óxido de carbono IV. Fe3O4 FeO + Fe2O3
CuO → óxido de cobre II. Pb3O4 → 2PbO + PbO2
Fe2O3 → óxido de ferro III.
Óxidos ácidos mistos
• Quando o oxigênio tem NOx = –1, usamos:
Exemplos: Óxidos ácidos mistos são óxidos ácidos que, ao
reagirem com a água, formam dois ácidos diferentes do
Peróxido de elemento e, ao reagirem com bases, formam dois sais.
nome do elemento associado ao oxigênio óxido ácido misto + água ácido + ácido
óxido ácido misto + base sal + sal + H2O
Exemplos:
H2O2 → peróxido de hidrogênio. N2O4 + H2O HNO2 + HNO3
Na2O2 → peróxido de sódio. N2O4 + 2NaOH NaNO2 + NaNO3 + H2O
HIPERCONHECIMENTO 853
Química
Outros conceitos de ácido e base Exemplos:
854 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
7
UNIDADE 7 Soluções
Capítulo
As soluções
1 2
• hidrogênio e paládio:
soluto hidrogênio (g), solvente paládio (s)
Solução líquida:
Soluto – pode ser sólido, líquido ou gasoso.
Solvente – sempre líquido.
Exemplos:
S
olução é qualquer mistura homogênea. Quando mis- • solução de sacarose em água:
turamos duas espécies químicas, pode ocorrer uma soluto sacarose (s), solvente água (l)
dispersão, ou seja, a distribuição de uma substância, • solução de álcool em água:
em toda a extensão de uma outra substância, sob a forma soluto álcool (l), solvente água (l)
de pequenas partículas. • solução de oxigênio em água:
Na dispersão, a espécie química distribuída sob a soluto oxigênio (g), solvente água (l)
forma de pequenas partículas é denominada disperso,
e a outra espécie química é denominada dispergente. 3 Solução gasosa:
De acordo com o tamanho das partículas dispersas, Soluto – é um gás.
as dispersões classificam-se em soluções, dispersões co- Solvente – é um gás.
loidais e suspensões. Exemplo:
Numa solução, o disperso é chamado soluto e o dis- ar (nitrogênio + oxigênio) filtrado.
pergente, solvente.
Exemplo: mistura de água e açúcar Condutividade elétrica
HIPERCONHECIMENTO 855
Química
• Supersaturada: quando a quantidade de soluto é maior isso ocorre, mas algumas substâncias têm a sua solubi-
que a máxima permitida, isto é, contém uma quantida- lidade diminuída com a elevação da temperatura; assim,
de de soluto maior que a respectiva solução saturada sua curva de solubilidade é descendente, por exemplo:
na mesma temperatura; é um sistema instável. Ce2(SO4)3
Quando a curva de solubilidade apresenta pontos
Coeficiente de solubilidade (Cs) de inflexão, ou seja, mudança brusca de direção, esses
pontos de inflexão estão localizados nas temperaturas
Coeficiente de solubilidade (Cs) é a máxima quan- correspondentes à dissociação dos sais hidratados, por
tidade de soluto capaz de se dissolver totalmente numa exemplo: Na2SO4 . 10H2O.
quantidade–padrão do solvente, a uma determinada
temperatura. Cs (g/100gH2O)
Exemplos:
Coeficiente de
100
solubilidade (Cs):
90
CsNaCl = 357 g/l
80
(0ºC)
Significado: 70
São necessários 357 60
Na2SO4
g de NaCl em 1 l de 50
H0
2
água para formar
. 10
40
uma solução satu-
4
30
2 SO
rada a 0ºC.
20
Na
Coeficiente de 10 Ce2(SO4)3
solubilidade (Cs): t(ºC)
0 10 20 32,4 40 50 60 70 80
CsNaCl = 360 g/l
(20ºC)
Significado: Exercícios resolvidos
São necessários 360 g de NaCl em 1 l de água para formar
uma solução saturada a 20ºC. 1 Utilizando a curva de solubilidade do KNO3, calcule
quantos gramas de KNO3 devem ser dissolvidos em
A variação do coeficiente de solubilidade de uma 150 g de água, para se obter uma solução saturada
substância em função da temperatura pode ser dada gra- a 30ºC.
ficamente, na qual a curva formada é denominada Curva Resolução:
de Solubilidade. Temos pelo gráfico que a 30ºC a solubilidade é 46
Veja o coeficiente de solubilidade do nitrato de g/100 g H2O, ou seja, 46 g de KNO3 dissolvidos em 100 g
potássio, KNO3, obtido experimentalmente, fazendo-se de água é uma solução saturada a 30 º.
um aumento regular da temperatura. Então:
No gráfico,
CURVA DE SOLUBILIDADE DO KNO3
na região I, estão
Solubilidade
os valores para as
260
soluções insatu-
240 2 50 g de uma solução aquosa saturada a 20ºC eva-
radas; na região II, 220
poraram, fornecendo um resíduo sólido de 15 g.
região II
os valores para as 200 Calcule o coeficiente de solubilidade (Cs) a 20ºC.
soluções supersa- 180 Resolução:
turadas, e na cur- 160 Adotando a quantidade-padrão do solvente 100 g,
va de solubilidade, 140 temos:
fronteira entre as 120 massa do soluto m1 = 15 g
regiões I e II, es- 100 massa do solvente m2 = 50 – 15 m2 = 35 g
tão os valores para 80 Então:
as soluções satu- 60 região I
radas. 40
Notamos que 20
a solubilidade do 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Concentrações das soluções
KNO3 aumenta Temperatura(ºC)
com a tempera- A concentração de uma solução é a relação entre a
tura. Geralmente quantidade de soluto e a quantidade de solvente, ou ainda,
856 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
7
a relação entre a quantidade de soluto e a quantidade de • Adotar a densidade da água igual a 1 g/ml.
solução. Essas quantidades podem ser expressas em mas- Resolução:
sas, volumes, número de moles e números de equivalentes- Como a densidade da água é 1g/ml, então 400 ml
-grama. de água pesam 400 g; assim, m2 = 400 g e m1 = 50 g;
Dependendo de como são expressas essas quanti- portanto, a massa da solução (m) é:
dades, temos diversos tipos de concentração:
molalidade
fração molar
molaridade normalidade
Exemplos: Resolução:
m1 massa do soluto Como temos um sólido dissolvido em um líquido,
m2 massa do solvente podemos considerar o volume da solução aproximada-
m massa da solução mente igual ao volume do solvente.
Concentração comum (C)
V~
= V2 360 ml = 0,36 l
Concentração comum (C) m1 = 40 g
A concentração comum (C) indica a quantidade em
massa de soluto (m1) que se encontra dissolvido em um
volume de solução (V). Título em massa (τ)
Título em massa (τ) indica a relação entre a quan-
tidade de massa de soluto (ml) e a massa da solução
(m).
Como essa razão é um número puro e menor que
em que: um, podemos expressar o título em porcentagem.
m1 = massa do soluto em gramas (g) Então, uma solução com título igual a 0,30 tem
V = volume da solução em litros (l) uma porcentagem em massa de soluto igual a 30%, e
70% corresponde à porcentagem em massa de solven-
Se uma solução possui uma concentração igual a 50 g/l, te.
significa que um litro dessa solução contém 50 g de soluto
dissolvido.
Exercícios resolvidos
HIPERCONHECIMENTO 857
Química
Resolução: Exercício resolvido
Qual a molalidade de uma solução obtida dissol-
vendo-se 121,2 g de KNO3 em 500 ml?
(K = 39, N = 14, O = 16)
Resolução:
Equivalente-grama
A seguir, veremos o cálculo dos equivalentes-gra-
ma dos ácidos, bases e sais.
A soma das frações molares do soluto (x1) e do sol-
vente (x2) é igual à unidade. Equivalente-grama de um ácido (EA)
X1 + X2 = 1 É a massa em gramas do ácido, que por ionização
total fornece um mol de íons H+.
Resolução:
858 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
7
N= em que: e1 =
m = 7,65 molar
e1 = número de equivalentes-grama do soluto
V = volume em litros da solução
E1 = equivalente-grama do soluto 2 Calcular a molalidade e a fração molar do soluto de
m1 = massa em gramas do soluto uma solução aquosa de CaBr2 cujo título é igual a
0,25.
(Ca = 40, Br = 80)
Exercícios resolvidos Resolução:
t = 0,25 cada 100 g de solução contém:
1 Prepara-se uma solução dissolvendo-se 220,5 g de 25 g de CaBr2 e 75 g de H2O
H2SO4 em água suficiente para 1,5 l. Qual a normalidade
dessa solução?
Resolução:
HIPERCONHECIMENTO 859
Química
Resolução: Mistura de soluções
d = 1200 g/l E 1= = 100 g Quando misturamos duas ou mais soluções, pode-
M1 = 200 g mos ter:
a) Mistura de soluções que apresentam o mesmo solu-
C = E1. N = 100. 2,5 C = 250 g/l to e o mesmo solvente.
b) Mistura de soluções que apresentam solutos diferen-
tes, que não reagem entre si e o mesmo solvente.
c) Mistura de soluções que apresentam solutos diferen-
tes que reagem
A diluição de uma solução entre si e o mes-
A diluição é um processo que implica a diminuição mo solvente.
da concentração de uma solução. Para a concentração Veja como acon-
diminuir, devemos adicionar solvente a essa solução. tece:
A. Consideran-
solução 1 solução 2 solução resultante
do a mistura de duas
adição de
solventes soluções que têm o
mesmo soluto e o
mesmo solvente:
solução 1 solução 1
Exercícios resolvidos
V1 = 400 ml V2 = ? Nr = 1,4N
N1 = 0,20 N m2 = 2 M N2 = 2N
N1V1 + N2V2 = Nr . (V1 + V2) 0,20 . 400 + 2V2 = 1,4
(400 + V2)
80 + 2V2 = 560 + 1,4V2 2V2 - 1,4V2 = 560 - 80
0,6V2 = 480 V2 = 800 ml
860 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
7
48 ml
Torneira que 25
49 ml permite o escoamento ml
50 ml controlado
Tubo
afinado
Buereta de 50
ml
HIPERCONHECIMENTO 861
Química
2
campânula
Capítulo evaporação
Propriedades coligativas
início
C
omparando um líquido puro com uma solução
realizada com esse líquido usado como solvente,
béquer líquido
notamos que o soluto no líquido altera o compor-
tamento dele. Essas alterações são denominadas pro-
priedades coligativas.
condensação é
igual à evaporação
Características de uma solução aquosa de um so-
luto não volátil
• menos volátil, isto é, apresenta maior dificuldade
para evaporar;
• possui ponto de ebulição maior que o do líquido
puro; final
• possui ponto de congelação menor que o do líqui-
do puro.
• Um aumento da temperatura provoca um au-
mento na pressão de vapor. Acompanhe pela fi-
gura abaixo o aumento de pressão devido a um
aumento de partículas no estado de vapor.
P1 P2>P1 P3>P2
Na+ Cl-
Na+
Cl- Na+
Cl-
862 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
7
Efeito crioscópico
O abaixamento do ponto de congelação do solvente
é uma propriedade coligativa denominada crioscopia.
Segundo Raoult, o efeito crioscópico é diretamente
proporcional à molalidade da solução.
Osmose
Difusão entre líquidos é a mistura espontânea de
um líquido em outro e vice-versa, resultando um siste-
em que m2 = massa molecular solvente. ma homogêneo.
Assim, a tonoscopia é um método de determinação A difusão pode ocorrer por meio de uma membrana
de massas moleculares. permeável, a qual permite a passagem do solvente com a
passagem da solução, ou a difusão também pode ocorrer
por meio de uma membrana semipermeável, a qual dá
Efeito ebulioscópico passagem ao solvente, mas não ao soluto.
A elevação do ponto de ebulição do solvente na solução A difusão de um solvente para a solução ou a difu-
é uma propriedade coligativa denominada ebulioscopia. são do solvente de uma solução diluída para uma solu-
Δte = t2 - to ção mais concentrada é denominada osmose.
em que to = temperatura de ebulição do líquido puro. Seja um recipiente dividido em dois comparti-
t2 = temperatura de ebulição do líquido como solvente na mentos por uma membrana semipermeável, e um dos
solução. compartimentos tem solvente puro, e no outro solução,
Δte = efeito ebulioscópico. denominamos pressão osmótica a pressão mínima que
Raoult também estudou a ebulioscopia e concluiu deve ser aplicada sobre a solução para impedir a passa-
que o efeito ebulioscópico é diretamente proporcional à gem do solvente puro para a solução.
molalidade da solução.
Δte = t2 - to = KeW H2O H2O +
Dte = Ke . W pura glicose
Lei de Raoult
Ke = constante ebulioscópica.
HIPERCONHECIMENTO 863
Química
Resolução:
O congelamento
A Justiça francesa decidiu que um casal que
foi congelado depois de morto na esperança
de ser trazido à vida deve ser retirado da câ-
mara frigorífica e enterrado. Os corpos estão
mantidos a 60ºC negativos.
Exercício resolvido
40,0 g de uma substância dissolvidos em 108 g de
água dão uma solução cuja pressão de vapor é igual a
15,4 mm de Hg a 20ºC. Calcule a massa molecular da
substância, sabendo-se que a pressão de vapor da água
é igual a 17,5 mm de Hg a 20ºC.
(H = 1, O = 16)
864 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 8
2
UNIDADE 8 Termoquímica
OLIVIER LE QUEINEC / SHUTTERSTOCK
1
Esses processos podem ser apresentados por dia-
gia e trabalho.
calor libertado
Processos exotérmicos e endotérmicos 68,3 kcal
Toda reação química liberta ou absorve calor. Po-
demos descrever a reação química de formação da água
líquida indicando também o calor envolvido.
energia
HIPERCONHECIMENTO 865
Química
Chamamos de variação de entalpia (DH) o calor Calor de formação (ΔH de formação)
perdido ou recebido em qualquer processo químico ou É a variação de entalpia observada no processo de
físico à pressão constante. formação de um mol de um composto a partir das subs-
tâncias simples, em seu estado-padrão.
DH = Hf – Hi
variação entalpia entalpia O estado-padrão corresponde a:
de entalpia final inicial • estado alotrópico mais estável, ou seja, à forma alo-
trópica de menor entalpia;
O ΔH em processos exotérmicos é negativo, pois • condições ambientais (25ºC e 1atm).
a entalpia inicial é maior que a entalpia final, porque o Nessas condições, a forma mais estável é definida
processo libera calor. com entalpia no estado-padrão, e, por convenção, seu
valor é igual a zero (H = 0).
Exemplos:
Exemplo: H2(g) + 1 O2(g) -> H2O(l) + 68,3 kcal Você sabe como isso aconteceu?
O calor pode aparecer com a indicação do DH.
O metano é um gás que se forma com as
Exemplo: C(grafite) + O2(g) -> CO2(g) jazidas de carvão, ficando retido nos interstí-
ΔH = –94,1 kcal/mol CO2 (25 ºC, 1atm)
cios do carvão. Quando ocorre a exploração
Equação termoquímica nas minas, ele é liberado e mistura-se com o
A equação termoquímica é a forma mais completa ar, formando uma combinação muito explo-
e correta de representar uma reação química.
siva (grisu).
Exemplo: H2(g) + 1 O2(g) -> H2O(l)
O gás metano é utilizado para abastecer
ΔH = – 68 kcal (25ºC, 1 atm)
casas, automóveis, no setor industrial e tam-
A equação mostra-nos que um mol de hidrogênio bém nas usinas termoelétricas.
gasoso reage com meio mol de oxigênio gasoso forman-
do um mol de água líquida, liberando 68 kcal, se a reação Nos automóveis, é confinado em cilindros e
ocorrer em condição ambiente (25 ºC, 1 atm). colocado no porta-malas. Ao chegar ao mo-
Não havendo indicação de temperatura e pressão,
supõe-se que a reação ocorre em condição ambiente, ou tor sofre uma reação de combustão, liberan-
seja, 25ºC e 1 atm. do cerca de 13,3 kcal/g. Esse calor liberado é
estudado pela Termoquímica.
Calores de reação
O calor de reação recebe um nome específico, de- Esse gás é considerado um substituto da
pendendo do tipo de reação que ocorre:
gasolina, pois polui menos e rende mais que
• calor de formação;
• calor de combustão; os derivados do petróleo.
• calor de solução;
• calor de neutralização.
866 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 8
2
Vemos que o calor de formação de uma substância Pelo gráfico é fácil perceber que:
é numericamente igual à sua entalpia. ΔH = ΔH1 + ΔH2
Ou seja: –94,1 = –67,7 + (–26,4)
Assim, podemos entender a Lei de Hess.
Calor de combustão (ΔH de combustão) A variação da entalpia (ΔH) de um processo depen-
É a variação de entalpia observada no processo de de apenas do estado inicial dos reagentes e do estado
combustão completa de um mol de substância. final dos produtos, não dependendo dos estados inter-
As substâncias participantes devem estar no estado- mediários.
-padrão. A Lei de Hess mostra que as equações termoquí-
CH4(g) + 2O2(g) -> CO2(g) + 2H2O(l) micas devem ser trabalhadas como equações algébri-
ΔH = –212,8 kcal cas.
(calor de combustão do metano)
Exercício resolvido
O benzeno, C6H6, pode ser obtido a partir do hexa-
Calor de solução no, C6H14.
É a variação de entalpia na dissolução de 1 mol de subs-
tância em solvente suficiente para uma solução diluída. Considere os dados abaixo:
HCl(g) + aq -> HCl(l ΔH = –18,0 kcal
(calor de solução do cloreto de hidrogênio gasoso)
NH4Cl(s) + aq -> NH4Cl(l) ΔH = +3,6 kcal
Note que o processo de dissolução pode ser endo-
térmico ou exotérmico.
Calor de neutralização
É a variação de entalpia observada na neutralização de um
equivalente-grama de um ácido por um equivalente-gra-
ma de uma base, ambos em soluções aquosas diluídas.
H+(l) + OH-(l) -> H2O(l)
ΔH = -13,8 kcal/mol Pode-se, então, afirmar que na formação de 1 mol
Quando a neutralização ocorre entre ácidos fortes de benzeno, a partir do hexano, há:
e bases fortes, o calor de neutralização é praticamente a) liberação de 249 kJ.
constante, isso porque ácidos fortes e bases fortes em b) absorção de 249 kJ.
soluções diluídas estão praticamente 100% dissociados. c) liberação de 609 kJ.
d) absorção de 609 kJ.
e) liberação de 895 kJ.
A lei de Hess
Em 1840, Germain Henry Hess (1802-1850) enun- Resolução:
ciou uma lei que nos permite calcular a variação de en-
talpia (ΔH) teórica de uma reação qualquer. A equação da reação de formação do benzeno a
Seja esta sequência de reações: partir do hexano é:
C(grafite) + O2(g) -> CO(g) + O2(g) ΔH1 = –67,7 kcal C6H14(l) -> C6H6(l) + 4H2(g)
CO(g) + O2(g) -> CO2(g) ΔH2 = –26,4 kcal
Utilizando-se a lei de Hess, temos:
Para o cálculo do ΔH da reação: • Manter a terceira equação:
C(grafite) + O2(g) -> CO2(g) ΔH = –94,1 kcal Calor KJ
C6H14(l) + 19/2 O2(g) -> 6CO2(g) + 7H2O(l) 4.163
Entalpia (H) • Inverter a segunda equação:
Calor KJ
6CO2(g) + 3H2O(l) -> C6H6(l) + 15/2 O2(g) –3.268
CO(grafite) + O2 (g)
• Inverter e multiplicar por quatro a primeira equa-
Hi
ção:
Calor KJ
ΔH ΔH
CO(g) + 1 O2 (g) 4H2O(l) -> 4H2(g) + 202(g) 4.(–286)
2 Somando as equações temos:
Calor KJ
ΔH2
CO2 (g) C6H14(l) -> C6H6(l) + 4H2(g) –249kJ
Hf A reação absorve 249 kJ.
Sentido da reação Resp.: b
HIPERCONHECIMENTO 867
Química
2
Ponte salina A solução de
zinco fica mais con-
Capítulo Zn0 Cu0 centrada, e a solução
de cobre fica mais
diluída. O fluxo de
Eletroquímica elétrons passa pelo
circuito externo, da
barra de zinco para
P
reparando uma solução de Cu+2, mergulhamos a barra de cobre.
nela uma barra de zinco; veremos que, com o No eletrodo de
passar do tempo, a barra e a solução mudam de Zn2+ Zn2+ SO2- Cu2+ zinco, a barra de zin-
cor, pois a barra de zinco ficará recoberta por uma pelí- SO2 Zn2+ Cu2+ SO42- co vai se dissolvendo,
Zn2+ Zn42+ SO42- SO42-
cula de cobre metálico (neutro) e na solução teremos a surgem íons Zn2+,
presença de íons Zn2+. Excesso de Zn2+ Excesso de Zn 4
2-
por isso a solução fica
mais concentrada,
Zn0 Zn0 enquanto na barra de cobre a massa aumenta, por isso a solução
Houve uma rea- fica mais diluída, ou seja, mais pobre em íons Cu2+.
ção de oxirredução en-
tre a barra de zinco e a No eletrodo de zinco, temos o processo chamado de
solução de Cu2+. semirreação de oxidação, o qual pode ser representado pela
equação:
Depósito
de Cu0 Após algum Zn0(s) + Cu2+(aq) ->
Início Cu2+
tempo Zn2+ (aq) + Cu0(s)
Zn2+
868 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 8
2
Mg2+ Pb2+
Resolução:
O eletrodo de Mg é o de maior potencial de oxida-
ção; portanto, deve sofrer um processo de oxidação, e o
eletrodo de chumbo, um processo de redução.
oxi
Mg0 Mg2+ + 2e-
red
Pb0 Pb2+ + 2e-
Então:
Mg0 Mg2+ + 2e-
Pb + 2e–
2+
Pb0
------------------------------ + -----------------
Mg0 = Pb2+ -> Mg2+ + Pb0 (equação global)
Resumindo:
• O potencial de redução indica a capacidade que o
eletrodo tem de sofrer redução;
HIPERCONHECIMENTO 869
Química
Capítulo
Velocidade da reação
1 Δn = nf – ni = 9 – 0
Δt = tf – ti = 3 – 0
Vm = 3 moles/min
Δn = 9 moles
Δt = 3 min
870 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 9
2
Colisão
Energia
ΔHa C+D
H HH Má orientação das ΔH>0
A+B
moléculas para a
H HH
quebra da ligação
HIPERCONHECIMENTO 871
Química
Lei de Guldberg e Waage, enunciada em 1864:
A velocidade de uma reação, num dado instante e
a cada temperatura, é proporcional ao produto das con-
centrações molares dos reagentes, elevadas a potências
experimentalmente determinadas.
Numa reação de equação geral:
em que:
V = velocidade de reação numa dada temperatura.
K = constante de velocidade na referida tempera-
tura.
[A] = molaridade de A ou concentração molar de A.
[B] = molaridade de B ou concentração molar de B.
x e y = determinados experimentalmente.
Os expoentes x e y ou são determinados expe- Pressão
rimentalmente, ou são obtidos na etapa mais lenta do A variação da pressão só altera a velocidade de rea-
processo, isto é, os valores x e y são os coeficientes dos ção quando pelo menos um dos reagentes estiver no
reagentes da equação da etapa lenta. estado gasoso.
Exemplo: Quando os reagentes forem gasosos, a equação de
velocidade pode ser expressa como:
A + 2B AB2 (lenta) reação:
AB2 + B AB3 (rápida) aA(g) + bB(g) cC + dD
velocidade:
A + 3B AB3 (equação global) V = K(Pa)m (Pb)n
em que Pa = pressão parcial de A.
V = K . [A] [B]2 Pb = pressão parcial de B.
872 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 9
2
2
2 3
Concentração mol/L
Concentração mol/L
Capítulo [C] , [D]
Equilíbrio químico t
eq tempo t
eq tempo
Q
uando uma reação química se realiza simultanea- reagentes [A] e [B] é menor que a dos concentração dos reagentes, [A] e
mente em dois sentidos, direto e inverso, é deno- produtos [C] e [D]. [B], é igual à dos produtos [C] e [D].
minada de reação reversível. A + B C + D
Constante de equilíbrio
Representamos a equação dessas reações com dupla Considerando a seguinte reação genérica:
seta (-> <- ).
Então, numa reação reversível, o produto da reação
direta é o reagente da reação inversa. temos:
Considerando a reação reversível: Em que Kc é a constante de equilíbrio.
V1
V2
Em que:
V1 é a velocidade da reação direta. Sabemos que, no equilíbrio, V1 = V2, então:
V2 a velocidade da reação inversa.
Então:
V1 = K1 [A]a [B]b e V2 = K2 [C]c [D]d
No início da reação, a velocidade V 1 é maior, Para um mesmo equilíbrio, o valor de Kc varia com
assumindo seu valor máximo; à medida que as con- a temperatura.
centrações de A e B vão diminuindo, a velocidade A constante de equilíbrio para uma reação numa
V 1 vai diminuindo; por outro lado, as concentrações certa temperatura não depende das concentrações ini-
de C e D vão aumentando e a velocidade V 2 vai au- ciais de reagentes e produtos. O valor de Kc não varia
mentando. com a concentração das substâncias participantes e
também não varia com a pressão.
Após algum tempo, V1 = V2, e as concentrações [A],
[B], [C] e [D] permanecem constantes; a partir desse ins- Exercício resolvido
tante, dizemos que o sistema atingiu um equilíbrio quí-
mico. Veja o gráfico 1 A altas temperaturas, N2 reage com O2 produzindo
NO, um poluente atmosférico:
Veja nos gráficos como se comportam as concen-
trações quando é atingido o equilíbrio químico. À temperatura de 2000º Kelvin, a constante do
equilíbrio acima é igual a 4,0 x 10-4. Nesta temperatura, se
as concentrações de equilíbrio de N2 e O2 forem, respec-
tivamente, 4,0 x 10-3 e 1,0 x 10-3 mol/l, qual será a de NO?
Representação a) 1,6 x 10-9 mol/l d) 4,0 x 10-5 mol/l
velocidade da reação
V1
da variação das V1
b) 4,0 x 10-9 mol/l e) 1,6 x 10-4 mol/l
velocidades V2 c) 1,0 x 10-5 mol/l
V2
direta e inversa em Resolução:
função do tempo Energia
Expressão da constante de equilíbrio:
Tempo gasto para atingir o equilíbrio
1
velocidade da reação
HIPERCONHECIMENTO 873
Química
2 N2O4 e NO2, gases poluentes do ar, encontram-se em (constante expressa em termos de concentrações mo-
equilíbrio, como indicado: lares).
Em uma experiência, em condição ambiente, in-
troduziu-se 1,50 mol de N2O4 em um reator de 2,0 litros.
Estabelecido o equilíbrio, a concentração de NO2 foi de
0,060 mol/l. Qual o valor da constante Kc, em termos de (constante expressa em termos de pressões par-
concentração, desse equilíbrio? ciais).
a) 2,4 · 10-3 d) 5,2 · 10-3 Em que PA, PB, PC, e PD são as pressões parciais de
b) 4,8 · 10-3
e) 8,3 · 10-2 A, B, C, D.
c) 5,0 · 10-3
Resolução:
I. Cálculo da concentração inicial de N2O4:
Como funcionam os tira-manchas?
Os tira-manchas, agem ou por fenômeno de
II. Cálculo da concentração de N2O4 no equilíbrio: solubilidade ou por reações químicas.
Grau de equilíbrio
Grau de equilíbrio (a) é uma grandeza que indica
a relação entre o número de moles consumidos de um Relação entre Kp e Kc:
reagente e o número de moles inicial desse reagente.
874 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 9
2
Resolução:
Variação da pressão
Usando este princípio, podemos concluir que um
aumento da pressão desloca o equilíbrio no sentido da
reação que produz uma diminuição da pressão.
Δn = 2 - (1 + 1) = 0
KP = KC . (RT)Δn ⇒ Exemplo:
KP = KC . (RT)0 ->KP = KC
PCl5(g) PCl3(g) + Cl2(g)
2 Escrever as equações das constantes KC e KP e esta-
belecer a relação entre elas e o equilíbrio. 1 volume 2 volume
Variação da temperatura
O estudo do deslocamento do equilíbrio provocado
sob a influência da temperatura foi feito por Van’t Hoff,
Deslocamento de equilíbrio que enunciou:
Considerando o sistema em equilíbrio: Um aumento da temperatura à pressão constante,
num sistema em equilíbrio, provoca o deslocamento do
equilíbrio no sentido da reação que absorve calor (en-
dotérmica), e uma diminuição da temperatura provoca
As velocidades V1 e V2 são iguais, e as concentrações o deslocamento no sentido da reação que libera calor.
de A, B e C são constantes. Se algum fator alterar uma das
velocidades, conseqüentemente vai haver alteração nas Exemplo:
concentrações de A, B e C.
Essa alteração é chamada de deslocamento do equi-
líbrio, que será sempre no sentido da velocidade maior.
(V1 aumentou)
A+B C deslocamento para a direita
HIPERCONHECIMENTO 875
Química
• Uma diminuição da [N2] e/ou da [H2] desloca o Analisando a lei de Ostwald, podemos concluir que,
equilíbrio para a esquerda. se o volume aumenta com a diluição, ou seja, com o
• Um aumento da [NH3] desloca o equilíbrio para a acréscimo de solvente, consequentemente a concen-
esquerda. tração molar (M) diminui; isso provoca um aumento do
• Uma diminuição da [NH3] desloca o equilíbrio para grau de ionização (a), pois K é uma constante.
a direita.
Constante de ionização
É denominada constante de ionização a constante
de equilíbrio, em termos de concentração, de um equi- Efeito do íon comum
líbrio iônico. Quando dissolvemos um sal B+A-(s) na solução do
ácido HA, estamos aumentando íons A- na solução. De
acordo com o princípio de Le Chatelier, o equilíbrio será
deslocado para a esquerda.
pH e pOH
Na água pura, temos íons H+ e OH-, provenientes de
sua auto-ionização.
Como o grau de ionização (α) é igual ao número de Simplificando a equação da auto-ionização da
moles ionizado dividido pelo número de moles total, temos: água, temos: H2O H+ + OH-
876 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 9
2
Exercícios resolvidos
é o seu logaritmo com sinal trocado. para 500 ml. Qual será o 50ml 500ml
pH da solução resultante suco gástrico
colog a = - log a logo após a ingestão da
Por analogia com pH, define-se: água?
pOH = - log [OH-] = colog [OH-] = log 1/[OH-] a) 0 b) 2 c) 4 d) 6 e) 8
Meio básico
[H+] < 10-7 e [OH-] > 10-7 Resposta: b
pH = - log [H+] pH > 7
pOH = - log [OH-] pOH < 7
HIPERCONHECIMENTO 877
Química
Capítulo
Introdução
1 Postulados de Kekulé
• O carbono é tetravalente nos compostos orgâni-
cos.
• As quatros unidades de valência são equivalentes.
• Os átomos de carbono podem ligar-se entre si for-
mando cadeias.
Q
uímica orgânica é o ramo da Química que estuda Ligação entre carbonos
os compostos do carbono.
Desde a Antiguidade, são conhecidas subs-
tâncias existentes em produtos naturais, e há muito
tempo a química orgânica vem se desenvolvendo, des-
cobrindo e estudando compostos encontrados nos or-
ganismos vivos.
No início do século XIX, acreditava-se que as subs-
tâncias extraídas de organismos vivos não podiam ser
produzidas em laboratórios, somente podiam ser produ-
zidas por meio de uma força vital, existente nos organis- Cadeias carbônicas
mos vivos. O carbono é capaz de formar longas sequências
Entretanto, o químico alemão Friedrich Wöhler atômicas.
conseguiu, em 1828, preparar em laboratório a substân- Denomina-se cadeia carbônica a estrutura formada
cia ureia (que era extraída da urina dos animais). por átomos de carbono ligados entre si, podendo haver,
entre dois carbonos, um átomo de outro elemento, cha-
mado de heteroátomo.
Exemplos:
A partir desse fato, os cientistas começaram real- Classificação das cadeias carbônicas
mente a preparar os compostos orgânicos em laborató-
rio.
Observou-se nesses compostos a presença do ele-
mento carbono que é o elemento fundamental dos com-
postos orgânicos. Alifática (cadeia aberta)
Foi no século passado que Kekulé e Couper cons-
tataram as quatros valências do carbono. Por meio da
extremos livres
doutrina estrutural, surgem as fórmulas estruturais dos
compostos do carbono.
878 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE
UNIDADE10
2
ciclohexano
Cadeias aromáticas
isoctano São consideradas aromáticas todas as cadeias que
apresentam o esqueleto do benzeno, chamado núcleo
Ramificada (tem ramificações) benzênico.
isoctano
naftaleno
n-butano
ciclohexano
HIPERCONHECIMENTO 879
Química
Portanto, o naftaleno será: Classificação dos carbonos
O átomo de carbono numa cadeia é classificado em:
Primário
Carbono que liga-se, além de outros átomos, a um
e apenas um outro átomo de carbono.
Terciário
Carbono ligado a três outros carbonos.
Quartenário
Carbono ligado a quatro outros carbonos.
Resumindo:
Quanto à disposição
Quanto à disposição
dos átomos
dos átomos
ALIFÁTICA (aberta)
Alicíclica
Núcleo benzeno
Primário
Tipos de carbono: Secundário
Terciário
Quatermário
880 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE
UNIDADE10
2
2
Fenol
São todos os compostos orgânicos que apresentam
Capítulo um ou mais radicais hidroxila (-OH) ligados diretamente
a um carbono aromático. Veja:
Funções orgânicas
D
enominamos função química o conjunto de subs-
tâncias que têm comportamento químico seme-
lhante. O comportamento das substâncias é fun- Compostos carbonílicos
ção das suas estruturas. A semelhança estrutural acarreta Compostos orgânicos que apresentam o grupo car-
propriedades funcionais idênticas, e é reconhecida nas bonila são chamados compostos carbonílicos.
fórmulas por meio de uma particularidade comum.
Os compostos orgânicos são agrupados em várias
funções. As principais funções orgânicas são:
Carbonila
Hidrocarbonetos
São todos os compostos formados exclusivamente
por carbono e hidrogênio.
Aldeído
São todos os compostos orgânicos que apresentam
a carbonila ligada a um hidrogênio. Veja:
Ácido carboxílico
Enol São todos os compostos orgânicos que apresen-
Compostos orgânicos caracterizados pela presença tam o grupo -C (desenho), denominado carboxila, que é
da hidroxila (-OH), ligada a um carbono não aromático, a união da carbonila com a hidroxila. Veja:
insaturado por dupla ligação de um hidrocarboneto.
Devido à sua alta instabilidade, o enol tem a repre-
sentação gráfica conforme as figuras abaixo:
Exemplos:
Éster
etenol
São todos os compostos orgânicos que apresen-
tam um radical proveniente de um ácido ligado ao
ciclopentenol
carbono.
HIPERCONHECIMENTO 881
Química
igual número de um radical derivado de um ácido carbo-
xílico, pela retirada do grupo -OH da carboxila.
Éter
São todos os compostos orgânicos que apresentam Nitrocomposto
o elemento oxigênio ligado pelos dois lados a carbonos. São todos os compostos
orgânicos que apresentam o
grupo NO2, proveniente do
ácido nítrico.
Exemplos:
trinitrotolueno(TNT)
(explosivo)
Haleto orgânico
São todos os compostos que apresentam um ou
mais halogênios (F, Cl, Br, I), substituindo um ou mais
hidrogênios de um hidrocarboneto.
Nitrila
São todos os compostos orgânicos que apresentam
o grupo -CN, proveniente do ácido cianídrico.
Exemplos:
Haleto ácido
São todos os compostos orgânicos que apresentam um
halogênio (F,Cl,Br,I), substituindo a hidroxila de um ácido.
benzonitrila
Organometálicos
São os compostos orgânicos que apresentam um ou
Amina mais átomos de metal ligados diretamente a átomos de
São todos os compostos orgânicos derivados do carbono.
NH3 pela substituição de um ou mais hidrogênios por
igual número de restos de hidrocarbonetos, formando
aminas primárias, secundárias ou terciárias. chumbo tetraetila
(aditivo de gasolina)
(amina primária: um
hidrogênio substituíndo)
Amida
São todos os compostos orgânicos derivados do
NH3 pela substituição de um ou mais hidrogênios por
882 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE
UNIDADE10
2
Tiocomposto
Tiocomposto
São os compostos derivados de compostos que apre-
sentam o oxigênio, pela substituição dele por enxofre. Nomenclatura
Exemplos: Sabemos, há bastante tempo, que muitos compos-
tos já eram conhecidos e já tinham nomes, porém, esses
nomes não seguiam um único critério.
Foi em 1892, num Congresso de Química realizado em
etano tiol dietil sulfeto Genebra, que se estabeleceram as regras adotadas interna-
(um tioálcool) (um tioéter) cionalmente para a nomenclatura dos compostos orgânicos.
Posteriormente, algumas regras foram modifi-
cadas e outras acrescentadas. Hoje, o conjunto dessas
Resumo: regras recebe o nome de Nomenclatura IUPAC (Interna-
tional Union Of Pure And Applied Chemistry).
Algumas substâncias são conhecidas por vários
Característica
FUNÇÃO de identificação Exemplo nomes, mas devemos nos acostumar a usar os nomes
oficiais, ou seja, a Nomenclatura usada pela IUPAC.
Hidrocarboneto
Regras
Álcool
Enol Prefixo
Indica o número de carbonos na cadeia do composto.
Fenol
PREFIXO INDICATIVO
Aldeído
DO NÚMERO DE C
1C met
Cetona 2C et
3C prop
4C but
Ácido Carboxílico 5C pent
6C het
7C hept
Éster
8C oct
ou de outros ácidos
9C non
Éter 100C dec
Haleto orgânico
O intermediário
Haleto de ácido O prefixo é
seguido do inter- Uma dupla lição en
Amina mediário, o qual faz Duas duplas ligações dien
referência à satura- Três duplas ligações etc. trien
Amida ção ou insaturação Uma tripla ligação in
da cadeia do com- Duas triplas ligações diin
Nitrocomposto posto. Três triplas ligações etc. triin
Uma dupla e uma triplas etc. enin
Nitrila
HIPERCONHECIMENTO 883
Química
Sufixo
O sufixo se refere à função orgânica a que pertence
a substância. Nome oficial 3 pentanona
1 2 3 4 5
Hidrocarboneto o Cetona ona
Álcool(Enol) ol Ácido Carboxílico óico
Aldeído al Nome oficial 2 penteno
5 4 3 4 1
Exemplos:
Exemplos:
1 2 3
cloro-etano 1,2 dicloro-propano bromo-benzeno
Nome oficial 1 propanol
Os nitrocompostos
nitro-etano
4 3 2 1
1 butino grupo-nitro nitro-metano nitro-benzeno
Nome oficial
hidrocarboneto
correspondente: etano
884 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE
UNIDADE10
2
As amidas
metanamida etanamida
Os ácidos sulfônicos
ácido etano-sulfônico
Alquilas ou
alcoílas
Os radicais Arilas
Radical é um átomo ou um conjunto de átomos O elétron livre pertence a carbono do núcleo ben-
eletricamente neutros, que apresentam um ou mais elé- zênico.
trons não pareados, isto é, uma ou mais valências livres.
Devemos observar que um radical é diferente de um
íon, pois os radicais são estruturas neutras e os íons são
estruturas carregadas eletricamente.
HIPERCONHECIMENTO 885
Química
Importância dos radicais na nomenclatura Nos haletos orgânicos
Os radicais auxiliam também a nomenclatura ofi-
cial.
Nos hidrocarbonetos
Nas cetonas
Nos éteres
Nos éteres
Nos ésteres
Nas nitrilas
Nas aminas
Nos alcoóis
886 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE
UNIDADE10
2
3
Cada uma dessas
frações pode ser
Capítulo
gases
refinada a fim de
desdobrá-la em
outros produtos
exigidos pelo 30oC 205oC
O petróleo consumo
gasolina
175 C 275 C
o o
O
petróleo é um líquido de cor escura, quase negro, querosene
muito viscoso, menos denso que a água, pro-
duzido pela degradação lenta de vegetais e/ou
animais marinhos que habitavam os antigos mares há óleo diesel
milhões de anos. O material resultante deste processo ólecombustível
impregnou rochas porosas, intercaladas com camadas
impermeáveis isolantes, situadas a profundidades que
acima de 350oC
podem alcançar 15 km. Atualmente, até o fundo do aquecimento
óleo lubrificante
mar é perfurado e já foram descobertos grandes cam-
pos petrolíferos marítimos. petróleo resíduos
A
Como funciona o bafômetro
B
Camadas perfuradas
HIPERCONHECIMENTO 887
Química
ou o cracking, que consiste na ruptura das cadeias carbô-
nicas mais longas, formando outras menores, mediante
a elevação da temperatura, na presença de catalisadores.
Mesmo partindo de um único hidrocarboneto,
podemos obter por meio do cracking uma variação de
produtos, como, por exemplo, as matérias-primas para a
indústria petroquímica, e o enriquecimento quantitativo
e qualitativo das frações obtidas pela destilação direta.
Componente
Produto em no de Principais usos
Carbono
combustível doméstico
gases obtenção do negro de
1a4 fumo, gasolina polime-
rizada
solventes industriais
solventes 5a7 fluido para isqueiros
gasolina 5 a 12 motores a gasolina
graxas e lubrificação
acima de 20
parafinas impermeabilização
pavimentação vedação
asfalto de encanamentos e
paredes
coque do combustível
petróleo eletrodos de cabono
O funcionamento do bafômetro
3CH3CH2OH + 2K2Cr2O7 + 8H2SO4 —>
3CH3COOH + 2Cr2(SO4) + 2K2SO4 + 11H2O
888 HIPERCONHECIMENTO
EXERCÍCIOS
Exercícios UNIDADE 1
b) 4 fases e 3 componentes.
c) 4 fases e 2 componentes.
d) 4 componentes e 6 fases.
e) 2 fases e 2 componentes.
8(UFRJ) Os átomos X e T são isótopos, os átomos W e T
são isóbaros e os átomos X e W são isótonos. Sabendo-
-se que o átomo X tem 25 prótons e número de massa
52 e que o átomo T tem 26 nêutrons, o número de
a) sifonação e filtração.
b) cristalização e fusão fracionada.
c) decantação e destilação fracionada.
10 (UFMS) Qual é, entre as abaixo, a afirmativa COR-
RETA, relativamente ao desenvolvimento de mode-
los atômicos?
d) catação e centrifugação. a) O modelo de Thomson foi desenvolvido a partir de
e) evaporação e cristalização. experimentos envolvendo radiação alfa, He2+.
HIPERCONHECIMENTO 889
Química
b) O átomo, segundo Dalton, seria constituído de um c) elétrons da eletrosfera do sódio, excitados pela cha-
centro positivo com pequenas partículas negativas ma, retornam ao nível mais interno.
agarradas em sua superfície. d) elétrons do sódio também são amarelos e colorem a
c) O modelo de Rutherford, também conhecido como chama.
modelo do Sistema Solar, concebe o átomo como
tendo nêutrons ao centro e prótons e elétrons orbi-
tando ao redor.
d) O modelo atômico de Bohr supõe a existência de ní-
15 (FAFIUBA-MG) O alumínio, metal muito usado na
confecção de embalagens de alimentos, bebidas e
material de construção em geral, pode ser extraído
veis atômicos com energias quantizadas, de acordo do mineral:
com os resultados experimentais obtidos com as- a) galena. c) pirolusita.
pectos atômicos. b) cassiterita. d) bauxita.
11
a)
(ITA-SP) Considerando a experiência de Ruther-
ford, assinale a alternativa falsa:
A experiência consistiu em bombardear películas
16a) 25
(UEL PR) Quantos prótons há no íon X3+ de confi-
guração 1s22s22p63s23p63d10?
d) 51
metálicas delgadas com partículas alfa. b) 28 e) 56
b) Algumas partículas alfa foram desviadas do seu traje- c) 31
to devido à repulsão exercida pelo núcleo positivo do
c)
metal.
Observando o espectro de difração das partículas
alfa, Rutherford concluiu que o átomo tem densidade
17a)
(UFJF-MG) Na mesma família da tabela periódica
dos elementos químicos, em geral:
a eletronegatividade cresce de cima para baixo.
uniforme. b) a energia de ionização diminui de cima para baixo.
d) Essa experiência permitiu descobrir o núcleo atômico c) o tamanho dos átomos diminui de cima para baixo.
e seu tamanho relativo. d) a afinidade eletrônica cresce de cima para baixo.
e) Rutherford sabia antecipadamente que as partículas
alfa eram carregadas positivamente.
RESPOSTAS:
13. e 14. c 15. d 16. c 17. b
12 (CESGRANRIO) Uma substância com ligação ele-
trovalente apresenta fórmula XY. Na tabela perió-
dica, X e Y são localizados respectivamente nas
colunas:
a) 2A e 7A d) 1A e zero UNIDADE 4
b) 2A e 2B e) 2A e 6A
c) 1A e 3ª
RESPOSTAS:
18 (UFLA-MG) Na tabela abaixo, a coluna da esquerda
contém tipos de ligações entre íons ou moléculas
no estado sólido. A coluna da direita contém fór-
7. d 8. b 9. c 10. d 11. c 12. e mulas de algumas substâncias (considere-as no
estado sólido).
A associação correta entre os termos das duas co-
lunas é:
a) 1 - 5; 2 - 7; 3 - 8; 4 - 6.
UNIDADE 3 b) 1 - 6; 2 - 5; 3 - 8; 4 - 7.
c) 1 - 6; 2 - 5; 3 - 7; 4 - 8.
d) 1 - 8; 2 - 7; 3 - 6; 4 - 5.
Ligação Substância
período da Tabela Periódica, EXCETO:
1 iônica 5 H2O
a) A energia de ionização.
b) O caráter ácido dos óxidos. 2 ponte de Hidrogênio 6 NaC
c) O caráter covalente das ligações elemento-cloro.
d) O número de elétrons de valência. 3 de Van der Waals 7 CH4
e) O número de níveis de energia preenchidos.
4 Polar 8 SO2
890 HIPERCONHECIMENTO
EXERCÍCIOS
25
rompe facilmente, dificultando sua solubilização em (CESGRANRIO) Uma substância com ligação ele-
octano. trovalente apresenta fórmula XY. Na tabela perió-
b) A solvatação do NaCl é superior em água, por haver dica, X e Y são localizados respectivamente nas
forças de London, entre os íons. colunas:
c) O NaCl não se dissolve em octano por ser um com- a) 2A e 7A d) 1A e zero
posto iônico e, portanto, forma ligações de hidrogê- b) 2A e 2B e) 2A e 6A
nio com esse solvente. c) 1A e 3A
d) A ligação covalente do NaCl é facilmente rompida pela
água, o que facilita a estabilização dos íons formados.
e) O sólido iônico NaCl é facilmente solubilizado pela
água, pois essa possui um momento de dipolo alto
26 (UEFS-BA) O ácido muriático é um produto corrosivo
comercial impuro constituído por uma solução de HCl.
Existem também produtos de limpeza constituídos de
(1,94 Debye), estabilizando os íons formados.
amônia dissolvida em água. Podemos afirmar que:
a) o HCl é um composto formado por ligações iônicas.
21 (UFV-MG) Sabe-se que a fusão da manteiga ocorre
a uma temperatura menor do que a fusão do sal de
cozinha (NaCl). A explicação para este fato é:
b)
c)
a molécula de NH3 possui apenas ligações coordenadas.
o elemento cloro possui seis elétrons na camada de valência.
d) o HCl é um composto que, quando adicionado à
a) A força das ligações covalentes é menor do que a for-
água, ioniza-se em íons H3O+ e Cl-.
ça das ligações iônicas.
b) A força das ligações covalentes é maior do que a for- e) tanto o o HCl como o NH3 são moléculas formadas
ça das ligações iônicas. por ligações iônicas.
c) As forças intermoleculares na manteiga são mais in-
d)
tensas do que as forças entre os íons no NaCl.
As ligações metálicas na manteiga são mais fortes do 27 (PUC-RS) O gás HCl dissolve-se em água formando
uma solução condutora de eletricidade. Entretanto,
quando o gás é dissolvido em um solvente apolar, como
que as ligações covalentes no NaCl.
e) As forças intermoleculares na manteiga são menos o hexano, a solução resultante não conduz eletricidade.
intensas do que as forças entre os íons no NaCl. Essa observação conduz à seguinte conclusão:
a) o HCl é um composto covalente, seja sob a forma
gasosa ou dissolvida.
22 (PUC-SP) Considere 4 elementos químicos repre-
sentados por: X, A, B e C. Sabe-se que:
- Os elementos A e X pertencem ao mesmo grupo da
b) O HCl tem ligação covalente apolar no estado gasoso,
mas tem ligação covalente polar em solução aquosa.
tabela periódica. c) O HCl não se dissocia em água, mas o faz em hexano.
- A, B e C apresentam números atômicos consecutivos, d) O gás HCl é covalente, mas se dissocia em água.
sendo B um gás nobre. e) O HCl encontra-se permanentemente ionizado, mas isso
É correto afirmar: só é aparente em água, quando os íons estão hidratados.
a) O composto formado por A e C é molecular e sua
fórmula é AC.
b) O composto formado por A e C é iônico e sua fórmu-
la é CA.
28 (FAFIUBA-MG) Assinale as substâncias que condu-
zem corrente elétrica em meio aquoso:
a) H2SO4 c) NaCl
c) O composto AX apresenta ligação coordenada, sen- b) KOH d) H2
do sólido a 20 ºC e 1 atm.
d) Os elementos A e X apresentam eletronegatividades
idênticas por possuírem o mesmo número de elé-
trons na última camada.
29 (UFV-MG) Sabe-se que a fusão da manteiga ocorre
a uma temperatura menor do que a fusão do sal de
cozinha (NaCl). A explicação para este fato é:
e) C é um metal alcalino-terroso e forma um composto a) A força das ligações covalentes é menor que a força
molecular de fórmula CX2. das ligações iônicas.
b) A força das ligações covalentes é maior que a força
23
a)
(CESCEM-SP) O que acontece quando um com-
posto iônico se dissolve em água?
O composto se dissocia em moléculas.
c)
das ligações iônicas.
As forças intermoleculares na manteiga são mais in-
tensas do que as forças entre os íons no NaCl.
b) O composto se dissocia em átomos de metal e ametal. d) As ligações metálicas na manteiga são mais fortes
c) Não acontece nenhuma mudança. que as ligações covalentes no NaCl.
d) O composto se funde. e) As forças intermoleculares na manteiga são menos
e) O composto se dissocia em íons. intensas do que as forças entre os íons no NaCl.
HIPERCONHECIMENTO 891
Química
UNIDADE 5 35a)
(FAFIUBA-MG) A água mineral gasosa possui um pH
ligeiramente ácido. Esse fato pode ser atribuído à:
presença de gás carbônico dissolvido na água mineral.
a)
b)
do de oxidação. Tais fatos nos permitem concluir que:
o cloro sofreu uma oxidação.
o cloro sofreu uma redução.
36 (FAFIUBA-MG) Soluções aquosas de hipoclorito de
sódio (obtidas pela reação de cloro com soda cáus-
tica) têm poder:
c) ocorreu uma reação de neutralização ácido-base. a) bactericida e anestésico.
d) ocorreu uma reação de oxirredução. b) bacteriana e alvejante.
c) neutralizante e desidratante.
c)
Ocorreu no frasco uma reação de decomposição do co-
bre.
A chapa de cobre diminui de tamanho.
39 (UERJ) Uma das substâncias responsáveis pelo
odor desagradável em banheiros de muita frequên-
cia é o gás amoníaco (NH3) resultante da degrada-
d) Ocorreu no frasco uma reação de oxirredução. ção da uréia. Dentre as substâncias abaixo, aquela
que poderia ser utilizada na neutralização do NH3 é:
892 HIPERCONHECIMENTO
EXERCÍCIOS
substância pura.
(desenho abaixo). Os fios de cobre são colocados b) mistura heterogênea.
em contato, respectivamente, com soluções aquo- c) mistura homogênea.
sas de cada uma das seguintes substâncias: d) substância composta.
FeSO4, C12H22O11 (sacarose), CH3OH e KOH. A lâmpada
acenderá nas soluções de:
no de cobre
46 (FAFIUBA-MG) No garimpo da Serra Pelada, uma
amostra de água contaminada com mercúrio apre-
sentou 0,201g de mercúrio em 100 ml de solução.
A concentração de mol/l da solução analisada é:
a) 0,01. c) 1,00.
b) 0,10. d) 10,00
fonte de corrente
alternada
lâmpada
40 W 47 (FUVEST) Todas as “águas” com as denominações a
seguir podem exemplificar soluções de sólidos em
um líquido, exceto:
a) água potável. d) água mineral.
b) água destilada. e) água do mar.
c) água dura.
43a)
(UFBA) A substância reagente pertence à função:
ácido
a) 0,2 mols/l
b) 0,3 mols/l
c) 0,3 mols/ml
d) 0,4 mols/ml
e) 0,4 mols/l
b) base
c)
d)
e)
sal
óxido básico
óxido neutro
50
a)
(UEL-PR) Com relação às soluções, pode-se afir-
mar, exceto:
O ponto de congelamento de uma solução ideal é
menor que o do solvente puro.
b) A diluição da solução diminui a fração em mol do soluto.
RESPOSTAS: c) A pressão de vapor de uma solução ideal é menor
que a de solvente puro.
34. b 35. a 36. b 37. d 38. e 39. b 40. d d) A concentração em mol.l-1 pode ser obtida ao dividir
41. c 42. d 43. a
a concentração em g.l-1 pela massa molar do soluto
existente na solução.
e) A razão entre a fração em mol do solvente e a fração
em mol do soluto é sempre igual à unidade.
UNIDADE 7
51 (FAFIUBA-MG) Ao se cozinhar alimentos em panela
de pressão, a temperatura atingida pela água é su-
HIPERCONHECIMENTO 893
Química
Processo Classificação
UNIDADE 8
Dissociação da molécula de Exotérmico
59
d) o reagente em excesso é HCl(g). (FAFIUBA-MG) O aumento da pressão sobre um
sistema em equilíbrio, onde só participam substân-
894 HIPERCONHECIMENTO
EXERCÍCIOS
65a)
(UFRS) Quando o pH de uma solução varia de 6
para 3, a solução se torna:
duas vezes mais ácida.
do de magnésio e íons de amônio, produzindo um
precipitado conhecido como fosfato de magnésio
e amônio hexaidratado.
b) três vezes mais ácida. A velocidade dessa reação aumenta com o aumento
c) trinta vezes mais ácida. da temperatura devido:
d) mil vezes mais ácida. a) ao aumento do número de moléculas com energia
e) mil vezes mais alcalina. igual ou superior à energia de ativação.
HIPERCONHECIMENTO 895
Química
b) à redução da fração de moléculas com energia cinética
igual ou superior à energia de ativação.
c) ao aumento da energia de ativação.
d) à diminuição da energia de ativação.
74 (UFV-MG) O ácido pteroil-monoglutâmico é um
ácido fólico, substância bastante utilizada no tra-
tamento de vários tipos de anemia. Recebeu este
e) à redução dos choques efetivos. nome comum por ter sido originalmente isolado
das folhas do espinafre.
70a)
(UFV-MG) A respeito de catalisador e catálise é in-
correto afirmar:
A catálise é heterogênea quando o sistema em rea-
a)
b)
São funções presentes no ácido fólico:
amina, éster, ácido carboxílico.
ácido carboxílico, amina, amida.
ção e o catalisador são necessariamente sólidos. c) amina, fenol, ácido carboxílico.
b) O ΔH da reação não se altera porque o catalisador só d) amina, alqueno, éter.
participa dos estados intermediários da reação. e) cetona, ácido carboxílico, amida.
c) A catálise é homogênea quando o sistema em reação
d)
e o catalisador formam um sistema homogêneo.
Os catalisadores diminuem a energia de ativação da
reação que catalisam.
75 (UNIRIO-RJ) O tetracloreto de carbono é um dos
solventes orgânicos mais utilizados para lavagem
de roupa “a seco”. O tipo de cisão envolvida e os
e) Catalisadores são substâncias que participam das produtos formados na síntese do tetracloreto de
reações químicas, aumentando-lhes a velocidade carbono a partir de metano e cloro, em presença
sem serem consumidas nas reações. de luz ultravioleta, são, respectivamente:
a) homolítica / HCl e CCl4
896 HIPERCONHECIMENTO