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QUÍMICA

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(Câmara Brasileira do Livro, SP, Brasil)

Hiperconhecimento: Digital e Interativo / Equipe DCL.


São Paulo: DCL, 2016.

ISBN 978-85-368-2200-6.

1. Arte 2.Biologia 3. Espanhol 4. Filosofia 5. Física


6. Geografia 7. História 8. Inglês 9. Matemática 10. Português
11. Química 12. Sociologia
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12-14030 CDD-370

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1. Ensino integrado: Livros-texto : Educação 370

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Barra Funda - São Paulo - SP – 01139-000
www.editoradcl.com.br
Química
Por que estudar
química?
Estamos cercados por misturas:
o ar, a água mineral, os produtos
de higiene, os combustíveis etc.
Ao analisar um copo contendo
água e gelo, você será capaz de
concluir que temos uma mesma
substância em diferentes
estados (líquido, e sólido). A
partir daí, você conseguirá ter
uma visão crítica e até mesmo
técnica do mundo em que
vivemos.

796 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
1

Química

HIPERCONHECIMENTO 797
Química

UNIDADE 1 Introdução à química

Capítulo
O que é química?
1 Sistemas
Quando temos de estudar uma substância, isto é,
estudar a composição e o comportamento de certa subs-
tância quando submetida ao calor, à eletricidade etc. ou
o comportamento de uma substância quando na pre-

A
sença de outra substância, temos de separar uma porção
química é uma ciência natural, que estuda os ma- dela do restante do universo. A essa porção separada e
teriais que constituem a natureza, isto é, estuda isolada denominamos sistema.
as substâncias, suas estruturas, suas proprieda- Sistema é uma porção limitada e separada do res-
des, seu comportamento quando interagem umas com as tante do universo para efeito de estudo.
outras e quando interagem com formas de energia como
calor, luz etc. O restante do universo para um sistema é o que de-
nominamos meio ambiente.
MAS O QUE É MATÉRIA E SUBSTÂNCIA?
• Um sistema pode trocar matéria e energia com seu
O universo é constituído de matéria. Matéria é tudo meio ambiente (sistema aberto).
aquilo que tem massa e ocupa lugar no espaço. Às di- Exemplo:
ferentes espécies de matéria que têm composição fixa Uma panela com água fervente.
chamamos de substâncias. Por exemplo, a água é uma • Um sistema pode trocar energia, mas não pode trocar
espécie de matéria constituída por uma composição fixa matéria com seu meio ambiente (sistema fechado).
de hidrogênio e oxigênio, portanto, a água é uma subs- Exemplo:
tância. Uma bolsa de água quente.
• Um sistema pode não trocar nem matéria nem ener-
Corpo e objeto gia com seu meio ambiente (sistema isolado).
Exemplo:
Uma garrafa térmica.

SISTEMAS HOMOGÊNEO E HETEROGÊNEO

Sistema homogêneo
É aquele que apresenta as mesmas propriedades em
ÁGUA qualquer parte da sua extensão, isto é, apresenta mesmo
PEDRA
ponto de fusão, mesmo ponto de ebulição, mesma densi-
MADEIRA
dade etc. em qualquer porção retirada do sistema.
Exemplo:
Temos contato com a matéria por meio dos corpos, Água misturada com álcool.
os quais são porções limitadas da matéria. Se o corpo tem
uma utilidade definida, devido à sua forma, ele é chama- Sistema heterogêneo
do de objeto. Um prego é um objeto feito de um pedaço
(corpo) de ferro, que é uma matéria, pois tem massa, faz É aquele que não apresenta as mesmas propriedades
parte do universo e ocupa lugar no espaço. em qualquer parte de sua extensão, isto é, aquele em que

798 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
1

duas porções quaisquer podem apresentar ponto de fusão, temperatura não se mantém constante durante as mu-
ponto de ebulição, densidade etc. diferentes. danças de estado.
Exemplo:
Água e óleo. temperatura
Vemos que um sistema heterogêneo é formado de
dois ou mais sistemas homogêneos, os quais são limi-
tados por uma superfície de separação visível, mesmo
quando esta é visível somente por meio da microscopia
eletrônica.
v
P.E. 1 + v
Fases P.E. s+1 ebulição
1
s fusão
As fases de um sistema são as diferentes matérias
separadas por uma superfície de separação visível.
tempo
Um sistema homogêneo é formado por uma única
fase (monofásico).
Um sistema heterogêneo é formado por duas ou
mais fases (polifásico). Substâncias puras: observe a existência de pata-
O sistema polifásico pode ser bifásico, trifásico, te- mares nas mudanças de estado
trafásico etc.

temperatura

Sistema
heterogêneo, v v
Sistema bifásico. 1+
ão
homogêneo, (Água líqui- ebuliç
Água pura monofásico. Água e gelo da e água
1
sólida) 1
s+ o
Fusã
Os gases não formam sistemas heterogêneos, a s
mistura de gases sempre forma uma única fase, pois são
todos miscíveis entre si. tempo

Substâncias puras e mistas Misturas: nesse gráfico não se abservam patama-


res. A temperatura aumenta continuamente
Substâncias puras são sistemas nos quais a tempera-
tura se mantém constante durante as mudanças de estado, Misturas homogêneas e heterogêneas
representadas na figura anterior. Elas têm composição físi-
ca e suas propriedades são constantes. As misturas podem ser homogêneas ou heterogê-
neas. As homogêneas são sistemas homogêneos, isto é,
são soluções de composição variável que apresentam as
mesmas propriedades em qualquer parte de sua exten-
Fusão Vaporização são; enquanto as misturas heterogêneas são sistemas
heterogêneos, os quais podem ter duas porções quais-
quer com propriedades diferentes.
Vapor
Portanto, nas misturas homogêneas não há super-
Sólido
fície de separação visível, mesmo quando observadas
Líquido
por um microscópio eletrônico.
Solidificação Liquefação
As misturas homogêneas também são chamadas
de soluções, e nelas existem superfícies de separação
Sublimação visíveis.

Misturas eutéticas
Misturas são sistemas formados por duas ou mais Misturas eutéticas são exceções, pois comportam-se
substâncias puras e não apresentam composição física; como substâncias puras durante a fusão, ou seja, a mistu-
consequentemente, suas propriedades são variáveis e a ra eutética tem temperatura de fusão constante.

HIPERCONHECIMENTO 799
Química
temperatura Sublimação

1 + v v
v
1+
v 1 ebulição
lição
ebu

1
ão
s+
fus
s+1 1
fusão s
s
tempo
Mistura azeotrópica
tempo
Mistura eutética Observe que durante a ebulição a temperatura é constante.
Observe que durante a fusão a temperatura é constante.
Análise imediata

Mistura azeotrópica A maioria dos materiais que encontramos na natu-


reza é impura. A purificação das substâncias é feita por
Também são exceções, pois comportam-se como processos denominados processos de análise imediata.
substâncias puras durante a ebulição, ou seja, a mistura
azeotrópica tem temperatura de ebulição constante. Separação de misturas heterogêneas cujas
fases são sólidas
• Catação: Este processo é empregado quando os frag-
mentos dos componentes são grandes e distintos e po-
dem ser separados com a mão ou com uma pinça.
Exemplo:
Escolher feijão.
• Ventilação: Processo empregado quando um dos
componentes é muito leve em relação aos outros e
As substâncias químicas
pode ser levado por uma corrente de ar.
no dia a dia Exemplo:
Separação da casca de arroz.
Você sabia que o seu café da manhã é • Levigação: Neste processo, o componente mais leve é
“recheado” de substâncias químicas? arrastado por uma corrente líquida, geralmente água,
ficando separado do componente mais pesado.
Observe os exemplos dos principais Exemplo:
alimentos ingeridos por nós na primeira Separação de pedra triturada e areia.
refeição do dia: Tubo
Água
Pão: amido, açúcares, gordura, sais de
cálcio, ferro, fósforo e cloreto de sódio. Canal Pedras trituradas

Leite: água, gorduras, proteínas, vitami-


Água e areia
nas, sais de cálcio, ferro e açúcares.
Suportes
Café: cafeína, metanol, etanol, piridina e Exemplo de separação por
ácido acético. LEVIGAÇÃO

• Peneiração: Processo empregado quando os grãos


Fruta: água, sais minerais, açúcares, celu- de um dos componentes são maiores que os de outro
lose e vitaminas. componente. Assim, a peneira é tal que deixa passar
os grãos menores e não deixa passar os demais.
Alimentos naturais e alimentos produ- Exemplo:
zidos industrialmente contêm em sua Separação de pedras e areia.
• Flotação: O sistema é preparado com um líquido
composição substâncias químicas.
de densidade intermediária em relação aos com-
ponentes da mistura; assim, o componente mais

800 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
1

leve flutua, enquanto o mais pesado se deposita no Separação das misturas heterogêneas de
fundo do recipiente. Esse processo pode ser usa- sólidos e líquidos
do na separação de certos minérios que absorvem
óleo não são molhados pela água; assim, flutuam, • Decantação: Quando se deixa a mistura em repou-
enquanto os outros vão para o fundo do recipiente. so, o sólido, que é mais denso, sedimenta-se; en-
Exemplo: tão, o líquido é removido entornando-se cuidado-
samente o recipiente, ou podemos retirar o líquido
Água por meio de um sifão.

Decantação Decantação
Serragem com sifonação
Líquido

Areia
Areia + Serragem
Sólido

Líquido + Sólido
• Dissolução Fracionada: É adicionada à mistura
um líquido que dissolve apenas um dos compo-
nentes. O componente não dissolvido é separado
por filtração, depois o solvente evapora, resultando • Centrifugação: A centrifugação consiste em ace-
no componente dissolvido. lerar uma decantação. É feita em um equipamento
Exemplo: denominado centrifugador, o qual, por meio da força
Solução de
centrífuga, faz com que as partículas se depositem no
Água
água e sal fundo do recipiente mais rapidamente.
Tubo em Fase
rotação líquida
Filtração
Areia
Sal + areia Areia
Fase
sólida

Destilação
Tubo em repouso sólido + líquido
Centrifugador maunal Centrifugador manual em rotação

Sal Água destilada Solução de • Filtração: A mistura sólido e líquido é despejada em


água e sal
uma superfície porosa (filtro), a qual deixa passar o
Fusão fracionada componente líquido, retendo o componente sólido.
Eventualmente, a filtração comum pode se tornar
Processo empregado quando existe uma diferença um processo demorado; nesses casos, usa-se a filtração a
razoável de temperaturas de fusão entre os componen- vácuo ou a pressão reduzida, a qual é feita com um funil
tes da mistura. de Buchner ligado a um frasco de Kitassato, que é ligado a
Por aquecimento da mistura, os componentes fun- uma bomba de vácuo ou até mesmo a uma trompa d’água,
dem-se separadamente, conforme vão sendo atingidos para rarefazer o ar no interior do frasco.
seus pontos de fusão.
Exemplo: Esquema para fazer um filtro de papel
Separação de cobre sólido do níquel sólido.

Separação magnética
suporte
Processo usado quando um dos componentes é
atraído por ímã.
Exemplo: Funil
sólido

Imã

Limalha de ferro solução


filtrada
Limalha de ferro
+ Pó de enxofre
Pó de enxofre béquer

Filtração comum com filtro de papel.

HIPERCONHECIMENTO 801
Química
Separação de misturas • Destilação simples: A mistura sólido-líquido é
heterogêneas de sólidos e gases aquecida em um balão de destilação, o líquido
vaporiza-se, os vapores vão para o condensador e
• Decantação: Feito nas chamadas câmaras de poei- liquefazem-se. O líquido é recolhido em um reci-
ra ou chicanas, este processo é usado nas indús- piente separado, e o sólido fica no balão.
trias e consiste em um compartimento dividido de
tal maneira que se forma um caminho longo em Separação de misturas homogêneas de líquidos
que a mistura muda constantemente de direção.
Durante o caminho, as partículas sólidas sedimen- • Destilação fracionada: A mistura de líquidos de pontos
tam-se, e o gás sai da câmara isento delas. de ebulição diferentes é aquecida. À medida que seus
• Filtração: Por meio da sucção do gás, a mistura sóli- pontos de ebulição vão sendo atingidos, os líquidos
do-gás atravessa um filtro de tecido que retém as par- destilam separadamente. No alto da coluna, é colocado
tículas sólidas e deixa passar o componente gasoso. um termômetro para o acompanhamento da tempera-
tura em que os vapores estão sendo destilados.
Separador de misturas Destilação fracionada em laboratório
heterogêneas de dois líquidos
Termômetro marca a
temperatura da ebulição
• Decantação: Os líquidos da mistura são colocados
em um funil de separação (funil de bromo) com a
Saída da água
torneira fechada; espera-se pela decantação; então, o
líquido mais denso pode ser escoado com a abertura
da torneira.
Decantação com Decantação com
funil de bromo sifonação
Os líquidos podem Chapa de
aquecimento
ser separados por Entrada de água fria
líquido A meio de um sifão,
conforme a figura.
líquido B
Separação de misturas homogêneas
líquido A+ de líquidos e gases
líquido B
líquido A Um gás é expulso de um líquido fazendo-se um
aquecimento na mistura, pois a solubilidade de um gás
em um líquido diminui com o aumento da temperatura.
Separação de misturas homogêneas de sólidos
Na separação de misturas homogêneas de sólidos,
empregam-se a dissolução fracionada e a fusão fracio- A tecnologia em ação.
nada, já estudadas.
Cidades como Ouro Preto, Sabará e Mariana
Separação de misturas homogêneas de surgiram no século XVII, devido à procura de
sólidos e líquidos ouro. Uma maneira utilizada para a extração do
• Evaporação: É uma mudança de estado líquido para o
ouro é a levigação. Depois usa-se a bateia, onde
gasoso que ocorre na superfície do líquido. se adiciona mercúrio, para formar o amálgama
Quando temos uma mistura de sólido com líquido, Au-Hg. O mercúrio é um metal muito tóxico,
deixamos o líquido evaporar naturalmente, restan- e causa danos ao meio ambiente e à saúde, e
do apenas o sólido como resíduo. mesmo assim é utilizado em grandes quanti-
Destilação simples balão de dades, sem a preocupação com a atmosfera,
destilação o solo, os rios e lagos. Para tentar reverter isso,
Água de
resfriamento foi desenvolvido um destilador de mercúrio,
tubo de borracha para
escapamento de vapores chamado Retorta Ouro Limpo. Essa tecnologia
nocivos ou inflamáveis foi testada na área garimpeira de Monsenhor
para a -
pia en Horta, em Mariana aliado a trabalhos com a
ond or
c sa d
mistura
comunidade sobre educação e conscientização
água de a separar ambiental. Nessa região, observa-se importan-
resfriamento

frasco de substância chapa de tes avanços: hoje, a quantidade de mercúrio


purificada aquecimento elétrico
recolhimento utilizada diminuiu, já que ele é reutilizado e a
comunidade está consciente dos danos que o
802 HIPERCONHECIMENTO uso indevido pode causar ao ecossistema.
UNIDADE 2
1

Capítulo
Substâncias
2 PROPRIEDADES DAS SUBSTÂNCIAS

Propriedades gerais
São propriedades comuns a todas as substâncias.
Extensão, impenetrabilidade, descontinuidade, inércia
etc.

S
ubstância é uma matéria homogênea, que não pode
ser fracionada por nenhum processo físico e que Propriedades específicas
tem propriedades físicas e químicas constantes.
São propriedades particulares a cada substância, podem
SUBSTÂNCIAS SIMPLES E ser divididas em organolépticas, físicas e químicas.

SUBSTÂNCIAS COMPOSTAS Propriedades organolépticas


Algumas substâncias desdobram-se em outras di- São aquelas que impressionam os nossos sentidos,
ferentes quando interagem com o calor, a eletricidade, a como, por exemplo:
luz etc. No entanto, outras não se decompõem por ne- Estado de agregação: são os estados da matéria:
nhum processo. sólido, líquido, gasoso; dependendo do valor da tem-
Portanto, as substâncias puras dividem-se em
peratura e da pressão, uma mesma substância pode se
substâncias simples e substâncias compostas.
encontrar nos três estados.
Exemplo:
Cor: as substâncias são coloridas ou incolores,
A substância composta água, quando aquecida a
como a água, por exemplo.
uma temperatura muito elevada, divide-se em hidrogê-
Sabor: as substâncias podem ser insípidas (sem gos-
nio e oxigênio. No entanto, o hidrogênio e o oxigênio
não se dividem em outras espécies químicas por ne- to), como a água, ou podem ser sápidas (com gosto), como
nhum processo. Concluímos que o hidrogênio e o oxi- o ácido acético (vinagre), que tem sabor azedo.
gênio são substâncias simples. Odor: as substâncias podem ser inodoras (sem chei-
ro), como a água, ou podem ser odoríferas, como o amo-
níaco.
Critérios de pureza
Brilho: as substâncias podem ser baças (sem brilho),
Critérios de pureza são procedimentos pelos quais po- como o gesso, ou podem ser brilhantes, como o ouro.
demos determinar se uma substância é pura ou não. Sabe-
mos que as propriedades físicas de uma substância pura são Propriedades físicas
constantes, e os valores destas são diferentes dos valores das
constantes físicas de outras substâncias puras. São aquelas ligadas aos fenômenos físicos e que
Para saber se uma substância é pura ou não, faze- não alteram a composição química da substância.
mos experiências para obter os valores das constantes fí- Por meio das propriedades físicas, encontramos os
sicas e compará-las com os valores tabelados na literatura valores da solidificação, do ponto de ebulição, do ponto de
química. liquefação, da densidade, do calor específico etc.
As principais constantes físicas usadas para veri- Ponto de fusão: é a temperatura em que a substân-
ficar se uma substância é pura ou não são seu ponto cia passa do estado sólido para o estado líquido.
de fusão e seu ponto de ebulição. As substâncias puras Ponto de solidificação: é a temperatura em que a
têm temperatura de fusão constante. Algumas misturas
substância passa do estado líquido para o estado sólido.
também apresentam temperatura de fusão constante e
O ponto de fusão coincide com o ponto de solidifi-
são denominadas misturas eutéticas.
cação quando se trata de uma substância pura.
As substâncias puras têm, também, temperatura de
Ponto de ebulição: é a temperatura em que a subs-
ebulição constante. Isso também pode acontecer com al-
tância passa do estado líquido para o estado gasoso.
gumas misturas denominadas misturas azeotrópicas. Por-
tanto, devemos usar mais de um critério de pureza para de- Ponto de liquefação: é a temperatura em que a
finir se uma substância é pura ou não, ou seja, precisamos substância passa do estado gasoso para o estado líquido.
de algumas constantes físicas. O ponto de ebulição coincide com o ponto de lique-
Os critérios de pureza estão também relacionados fação quando se trata de uma substância pura.
com o uso ou a finalidade a que se destina a substância. Sabemos que os pontos de fusão, solidificação, ebu-
Uma mesma substância pode ser considerada pura para lição e liquefação variam com a pressão e, quando seus
um uso industrial e impura para um trabalho em labo- valores não são acompanhados dos valores da pressão,
ratório. submetem-se à pressão do nível do mar.

HIPERCONHECIMENTO 803
Química
Densidade ABSOLUTA Podemos dizer que, quanto maior o calor específico
de um corpo, maior é o tempo para aquecê-lo, ou para
Densidade absoluta ou massa específica é a razão resfriá-lo.
entre a massa e o volume de um corpo. Quando fala- A água é um regulador térmico da atmosfera.
mos de densidade absoluta, estamos relacionando uma Devido ao seu alto calor específico (1 cal/g ºC), ela
porção compacta de uma substância e o volume que demora mais para se aquecer, portanto, ela se aquece
ela ocupa. menos que a terra nos dias quentes, regulando, assim,
a temperatura.
d = densidade Portanto, definimos calor específico como a quan-
m = massa tidade de calor necessária para elevar de 1 ºC um grama
v = volume de substância.

kg => Sistema Internacional (SI) Solubilidade


m3
g => Sistema CGS A quantidade máxima de uma substância que pode
cm3 ser dissolvida em uma certa quantidade de dissolvente
numa dada temperatura denomina-se coeficiente de
Densidade relativa solubilidade.

É a razão entre a densidade absoluta de duas subs-


tâncias. A densidade relativa faz uma comparação das Dureza
densidades de duas substâncias. É a propriedade que uma substância tem de resistir
ao risco de uma superfície.
Classifica-se a dureza das substâncias pela escala
de MOHS.
Grafite e diamante, o que eles têm
1 - Talco 6 - Feldspato
em comum? 2 - Gipsita (gesso) 7 - Quartzo
3 - Calcita 8 - Topázio
Você sabia que o grafite e o diamante são 4 – Fluorita 9 - Coríndon
formados pelo mesmo elemento químico? 5 - Apatita 10 - Diamante
O grafite é uma substância sólida, macia e
O ouro, por exemplo, tem dureza entre 2 e 3; pode-
escura, boa condutora de eletricidade e é
mos dizer que ele risca o gesso, mas é riscado pela calcita.
utilizado, por exemplo, em lápis e em fitas
de máquina de escrever, como polidores e Propriedades químicas
lubrificantes.
São as propriedades relacionadas com as alterações
O diamante formou-se há milhões de anos, químicas exclusivas que uma substância pura pode ter na
devido a enormes pressões sobre o grafite, sua natureza.
em rochas profundas da crosta terrestre. Agora podemos classificar os sistemas:
Ele é um sólido transparente, a substância Um sistema pode ser uma mistura ou uma substân-
cia pura. As misturas podem ser heterogêneas (sistemas
mais dura e que risca todas as outras pedras. polifásicos) ou homogêneas (sistemas monofásicos), e
Hoje, é utilizado na confecção de peças de as substâncias puras podem ser compostas ou simples.
joalheria e fabricação de ferramentas de per- Sabemos também que uma substância pura em
mudança de estado é um sistema heterogêneo, pois
furação e de corte.
apresenta duas fases.
Vimos que por processos mecânicos podemos se-
parar um sistema heterogêneo em sistemas homogê-
Notemos que a densidade relativa é neos.
um número puro, então não depende do Por meio de processos físicos, podemos separar
sistema de unidade adotado. uma solução, que é uma mistura homogênea, em subs-
tâncias puras. E também por processos químicos, pode-
Calor específico mos separar uma substância pura composta em duas ou
mais substâncias puras simples.
É uma grandeza característica do material e estabelece
que massas iguais de materiais diferentes elevadas à mesma
temperatura requerem quantidades de calor diferentes.

804 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2

UNIDADE 2 Átomos e moléculas

Capítulo
A teoria atômica
1 Eles bombardearam uma fina folha de ouro com ra-
diações pesadas e com carga elétrica positiva (partícula
alfa) emitidas por um elemento chamado polônio.
Por meio dessa experiência, notaram que:
• Um grande número de partículas passou pela fina
folha de ouro e não sofreu desvios;
• Algumas partículas passaram pela fina folha de
O MODELO DE THOMSON ouro, mas sofreram desvios;
• Poucas partículas não passaram pela fina folha de
Um novo modelo apareceu no fim do século XIX. ouro e voltaram.
J.J. Thomson, fazendo experiências com descargas elé- Com base nessas observações, criaram um novo
tricas em gases rarefeitos, as quais levaram à descoberta modelo atômico.
da primeira partícula atômica, o elétron, propôs um novo
modelo de átomo.
O átomo seria uma partícula
constituída por cargas positivas (pró-
tons) e cargas negativas (elétrons) em
igual número e separadas por espa-
ços vazios. Assim, fica ultrapassada a Núcleo
teoria de que o átomo é uma partícula
Modelo de átomo de
maciça e indivisível. Thomson. Eletrosfera

Modelo de Rutherford.
A experiência de Rutherford
Em meados do século XX, um grupo de cientistas,
entre eles Ernest Rutherford, realizou várias experiên-
cias, as quais mostraram que o modelo de Thomson não O modelo de Rutherford propôs que o átomo
estava correto. era constituído por duas regiões, uma chamada de
núcleo, que é pequeno, positivo e onde se concentra a
Bloco de chumbo maior parte da massa do átomo, e outra chamada de ele-
Sulfeto de zinco trosfera, a qual é uma região com carga elétrica negativa,
praticamente sem massa e que envolve todo o núcleo.
Rutherford propôs um núcleo pequeno para justifi-
Polônio car o grande número de partículas que passou pela folha
de ouro, e propôs que o núcleo era positivo para justifi-
car o fato de algumas partículas sofrerem desvios. Esses
desvios ocorrem por repulsão elétrica (mesmo sinal), e o
fato de existir um núcleo onde se concentra toda a massa
Lâmina de ouro justifica o retorno de poucas partículas.

HIPERCONHECIMENTO 805
Química

2
naturais constituem tudo o que conhecemos e compõem o
universo, embora sejam poucos os elementos abundantes.
Capítulo Os nomes próprios dos elementos são diferentes
nas diversas línguas, mas seus símbolos são universais.
Os símbolos usados atualmente foram introduzi-
Elementos dos por Berzelius no início do século XIX, conseguindo
simplificar a notação química.
Sabemos que o átomo é formado por um certo nú-
ELEMENTO QUÍMICO mero de partículas (prótons e nêutrons), formando uma
parte central (núcleo), a qual está envolvida por uma
Sabemos que substância simples é aquela que não pode quantidade de partículas (elétrons) igual à quantidade de
ser decomposta, mas pode ser combinada. Algumas combi- prótons no núcleo. Os elétrons que envolvem o núcleo
nações chamaram a atenção dos químicos. Por exemplo, formam a eletrosfera.
combinavam diamante com oxigênio e obtinham gás car-
bônico, combinavam grafite com oxigênio e também obti- CARGA ELÉTRICA MASSA
PARTÍCULA
nham gás carbônico – idêntico ao primeiro; no entanto, o RELATIVA RELATIVA
diamante e o grafite são bastante diferentes: o diamante é Próton +1 1
duro, incolor, brilhante, e o grafite é mole, preto, opaco, mas
na combustão ambos fornecem gás carbônico.
Nêutron 0 1
Concluíram que o diamante e o grafite, substâncias 1
simples e diferentes, são constituídos de uma mesma Elétron -1
1840
matéria comum, e essa matéria comum é o elemento
químico carbono. Os átomos variam em tamanho, isto é, o diâmetro
de um átomo é diferente do diâmetro de outro, mas em
ELEMENTO SÍMBOLO ELEMENTO SÍMBOLO média todos eles são da ordem de 10-8 cm (um angs-
Hidrogênio H Cobre Cu trön), e a relação com o diâmetro do núcleo é da ordem
de 104, isso quer dizer que o átomo é aproximadamente
Oxigênio O Mercúrio Hg
10 mil vezes maior que seu núcleo.
Flúor F Ouro Au
Cloro Cl Magnésio Mg Diâmetro do átomo
Bromo Br Cálcio Ca = 104 = 10.000
Iodo I Bário Ba Diâmetro do núcleo
Enxofre S Zinco Zn
Nitrogênio N Ferro Fe Número atômico
Fósforo P Chumbo Pb É o número de prótons que constitui o núcleo de
Carbono C Alumínio Al um átomo e é o que difere um elemento do outro.
Sódio Na Bismuto Bi A cada elemento químico corresponde um úni-
co número atômico, o qual é representado pela letra Z.
Potássio K Platina Pt Sabemos que o átomo é eletricamente neutro, isto
Prata Ag Hélio He é, sua carga elétrica é zero, portanto, o número de pró-
tons deverá ser igual ao número de elétrons, uma vez
Alotropia que a carga do elétron é igual à carga do próton.
Exemplo:
Um mesmo elemento químico pode formar duas Ferro, símbolo Fe e número atômico Z = 26.
ou mais substâncias simples diferentes; a esse fenôme- O átomo de ferro tem 26 prótons e 26 elétrons.
no denominaram alotropia.
Alotropia é a propriedade que um mesmo elemento Número de massa
químico simples tem de se apresentar de várias formas,
ou seja, formar substâncias simples diferentes. Denomina-se número de massa, representado pela
As substâncias simples formadas por um mesmo letra A, a soma do número de prótons (Z) e do número
elemento foram denominadas variedades alotrópicas ou de nêutrons (n).
formas alotrópicas — o diamante e o grafite são formas
alotrópicas do elemento químico carbono.
A quantidade de elementos é pequena, comparada É pelo número de massa que sabemos se um átomo
com a quantidade de diferentes substâncias existentes. é mais leve ou mais pesado do que outro.
Atualmente são conhecidos 116 elementos, sendo 28 artifi- Vejamos:
ciais, ou seja, sintetizados em laboratório. Os 88 elementos O átomo de ferro tem número de massa 56, então:

806 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2

A = 56 Os isótopos de um mesmo elemento químico não


56 = 26 + n têm propriedades químicas diferentes, mas têm pro-
portanto, n = 30 priedades físicas diferentes.
Portanto, um átomo de ferro tem número atômico
26 e número de massa 56. Isóbaros
Z = 26
A = 56 São átomos com diferentes números de prótons e
P = 26 (nº de prótons) com mesmo número de massa.
e = 26 (nº de elétrons) Exemplo:
n = 30 (nº de nêutrons) Potássio e Cálcio
Agora podemos definir ainda melhor o que é ele- 40
19
K 40
20
Ca A = 40
mento químico.
Elemento químico é o conjunto de átomos de mes- Isótonos
mo número atômico.
A cada número atômico corresponde um único ele- São átomos com diferentes números de prótons, di-
mento químico e a cada elemento químico corresponde ferentes números de massa, mas com o mesmo número
um único número atômico. de nêutrons (n).
Exemplo:
nêutron Cloro e Cálcio
próton elétron 37
17
Cl e 4020Ca
Cloro → A = 37
Z = 17

Representação para átomos

nº de massa
Átomo de He nº atômico
2 prótons símbolo do elemento
Núcleo Eletrosfera: 2 életrons
2 nêutrons

Isótopos Exercícios resolvidos


Sabemos que um elemento químico é formado por 1 Quantos tipos de moléculas diferentes há em uma
átomos de mesmo número atômico, mas um mesmo ele- certa quantidade de gás hidrogênio (H2)?
mento químico pode ser formado por átomos de diferentes Resolução:
números de massa, mas com mesmo número atômico. Uma molécula de H2 é formada por dois átomos
Denominamos esses átomos que apresentam mesmo quaisquer de hidrogênio.
número atômico e diferentes números de massa de isótopos. H1 – H1 , H1 – H2 , H1 – H3
O elemento químico oxigênio é formado de átomos de H2 – H2 , H2 – H3 , H3 – H3
número atômico 8 e números de massa 16, 17 e 18. Temos 6 tipos de moléculas diferentes.
A maioria dos elementos possui isótopos, isto é,
num mesmo elemento químico encontramos diferen- 2 Considerando o elemento com Z = 13 e A = 27,
tes átomos, uns mais leves, outros mais pesados, mas pede-se:
todos com o mesmo número de prótons. a) a composição do núcleo
Os isótopos não recebem nomes próprios, com exce- b) a massa do núcleo
ção do hidrogênio. Os outros são representados pelo nome c) o número de elétrons
ou símbolo do elemento com o seu número de massa.
Os isótopos podem ser produzidos em laboratório Resolução:
(artificiais). Já os isótopos naturais, obedecem a uma a) Z = 13, então temos 13 prótons.
proporção fixa para cada elemento. A = 27, como , então
Por exemplo, quando encontramos oxigênio, ele é temos 14 nêutrons.
constituído sempre por três isótopos e nas proporções: b) A massa do átomo concentra-se no núcleo, portan-
016 = 99,76% to, a massa do núcleo é 27 u.m.a.
017 = 0,04% c) O número de elétrons é igual ao número de pró-
018 = 0,2% tons, ou seja, temos 13 elétrons.

HIPERCONHECIMENTO 807
Química

Não perca tempo, troque sua lâmpada.


As lâmpadas fluorescentes são constituí-
das por um tubo de vidro, preenchido com
Capítulo
Moléculas e íons
3
argônio e vapor de mercúrio, e um filamento
metálico, ligando os polos positivo e negati- MOLÉCULAS
vo. As lâmpadas fluorescentes emitem maior
quantidade de luz do que as incandescentes, Denominamos molécula a menor partícula de
além de consumir até cinco vezes menos ele- uma substância que ainda possui todas as proprieda-
tricidade. O Brasil possui um grande déficit de des dessa substância.
energia e uma solução adotada pelo governo As moléculas são formadas pela ligação de dois ou
mais átomos entre si, sendo que as moléculas de uma
foi o racionamento de energia. Sabendo que
substância simples são formadas por átomos de um
as lâmpadas fluorescentes consomem me-
mesmo elemento:
nos energia, não seria correto trocarmos as
nossas lâmpadas incandescentes por fluores-
centes? Adquirir um conhecimento, dividi-lo e
colocá-lo em prática é exercer a cidadania.

Molécula de hidrogênio
H2

E as moléculas das substâncias compostas são for-


Por que os interruptores madas de átomos de elementos químicos diferentes.
brilham no escuro?

Você já deve ter percebido que os inter-


ruptores apresentam brilho no escuro. Isso
acontece devido ao material que os consti-
tui, o sulfeto de zinco. Essa substância em
contato com a luz absorve partículas lumi-
nosas (os fótons), que lançam os elétrons
Molécula de água
para longe do núcleo. Quando há ausência H2O
de luz (escuro), os elétrons voltam para a
posição inicial, e esse retorno vem acompa-
Atomicidade
nhado de emissão luminosa.
Adaptado da revista Superinteressante, ago. 2000. Denomina-se atomicidade o número de átomos
existentes na molécula de uma substância simples.
Energia emprestada. Exemplo:
Salto de elétrons provoca a fosforescência Hidrogênio: H2 → tem atomicidade dois.
das figurinhas luminosas. A molécula da substância simples hidrogênio é uma
1 – A luz ativa os elétrons do sulfeto de zinco. partícula formada de dois átomos do elemento químico
Eles absorvem fótons, as partículas luminosas. hidrogênio ligados entre si e sua representação é H2.
Cheios de energia, pulam para a camada de
átomo. Íons
2 – Quando o estímulo acaba, os elétrons Existem substâncias compostas que não são forma-
se cansam e voltam para seus lugares de das por moléculas, por isso não ocorrem ligações entre
origem. Nesse salto, devolvem a energia em- os átomos de seus elementos.
prestada também em forma de luz. Os átomos combinam-se formando um composto,
em que eles não estão ligados, nem formam moléculas,
o que existe é uma transferência de elétrons.

808 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2

Exemplo: Fórmula mínima ou empírica


NaCl
O átomo de sódio tem tendência de perder um Fórmula mínima ou empírica é aquela que mostra a
elétron e ficar eletricamente positivo (Na+), enquanto o composição qualitativa e quantitativa, mas não mostra o
átomo de cloro (Cl) tem tendência de ganhar elétron, e número de átomos que formam a molécula da substância.
que recebe do sódio (Na), ficando eletricamente nega- Exemplo:
tivo (Cl-). Chamamos os átomos carregados eletricamente Ácido acético (vinagre) → H2CO (fórmula mínima).
de íons, sendo os íons positivos denominados cátions, e os • Essa fórmula dá a composição qualitativa do ácido
íons negativos denominados ânions. O composto NaCl é acético, hidrogênio, carbono e oxigênio.
denominado composto iônico. • Mostra a proporção dos elementos: hidrogênio,
O composto NaCl (cloreto de sódio) forma um cris- carbono e oxigênio: 2 : 1 : 1.
tal em que os íons são atraídos por força eletrostática por Duas espécies químicas diferentes podem ter a
terem cargas elétricas opostas. mesma fórmula mínima, veja:

Cl- Na+
Cl-
Na +
Cl- Na+

Cl- Na +
Cl-

Na+ Cl- Na+


Cl- Na+ Cl- O ácido acético e a glicose têm a mesma fórmula
Na +
Cl- Na+
mínima, mas grandezas moleculares diferentes.
Existem substâncias em que a fórmula molecular é
também a fórmula mínima, veja:
Cl- Na+ Cl-

Na+ Cl- Na +

Cl- Na+ Cl-

Fórmulas
Representamos as substâncias simples ou compos-
tas por meio de fórmulas. A fórmula representa também
uma molécula ou um conjunto iônico. Fórmula iônica
No fim do século XVIII, os químicos observaram que as
substâncias tinham composição ponderal constante, conse- Fórmula iônica é aquela que mostra a composição
qüentemente, elas podiam ser representadas por fórmulas. qualitativa e quantitativa da substância iônica.
Nessa época, utilizavam-se fórmulas percentuais Exemplo:
em massa porque não se conheciam massas atômicas Sal de cozinha → Na+Cl- (fórmula iônica).
e moleculares. • Essa fórmula dá a composição qualitativa do Na+Cl-,
As fórmulas eram determinadas experimentalmen- sódio e cloro.
te por meio da análise das quantidades de substâncias • Mostra a proporção dos elementos sódio e cloro: 1:1.
envolvidas nas reações.
Fórmula porcentual ou centesimal
Fórmula molecular
Fórmula porcentual é aquela que mostra a proporção
Fórmula molecular é aquela que mostra a composi- em massa de cada elemento na formação da substância,
ção qualitativa e quantitativa, isto é, mostra os elementos sendo essa proporção dada em porcentagem.
constituintes e suas proporções na formação da substância Exemplo: Água
e o número de átomos que formam a molécula. Para se formar 100 g de água, são necessários 11,11
Exemplo: g de hidrogênio e 88,89 g de oxigênio.
Fórmula molecular da água → H2O. Sua fórmula porcentual é:
• Esta é a fórmula da composição qualitativa da água, 11,11% de H
hidrogênio e oxigênio. 88,89% de O
• Mostra a proporção dos elementos hidrogênio e
oxigênio. Fórmula estrutural
• Indica que a molécula da água é formada pela liga-
ção entre dois átomos de hidrogênio e um átomo de Fórmula estrutural é aquela que mostra a disposição
oxigênio. dos átomos na formação da molécula.

HIPERCONHECIMENTO 809
Química
Existem substâncias diferentes que apresentam a mes- Existem diversos métodos para se ajustar uma
ma fórmula molecular e diferentes fórmulas estruturais; equação química.
esse fenômeno é denominado de isomeria. Nesses casos, Veremos neste capítulo o método de tentativas:
torna-se importante o conhecimento da fórmula estrutural. Exemplo:

• No primeiro membro, temos um alumínio, e no


segundo membro, temos dois; então, multiplicamos o
Al por dois:
Exemplo:

• No primeiro membro, temos dois oxigênios e no


segundo membro, temos três; então, multiplicamos o
Al2O3 por dois e o O2 por três:
Exemplo:

• Conferindo o número de átomos, vemos que o alu-


mínio ficou desajustado após o ajuste do oxigênio.
Ficamos com dois alumínios no primeiro membro
Sabemos que o álcool etílico e o éter dimetílico pos- e quatro alumínios no segundo membro; então,
suem a mesma fórmula molecular C2H6O, mas a disposi- multiplicamos o Al por dois:
ção em que os átomos estão ligados é diferente; portanto, Exemplo:
o álcool etílico e o éter dimetílico são isômeros.
A fórmula estrutural plana mostra a disposição dos
átomos estão ligados apenas no plano, como no exem- Exercício resolvido
plo anterior. Para termos a disposição espacial dos áto-
mos, usamos a fórmula estrutural espacial. Balancear a equação:

Fórmula estrutural do Alcool Etílico (C2H6O)


Resolução:
Começamos pelo Al, que aparece pouco.
No primeiro membro, temos um Al, e no segundo
membro, temos dois; então, multiplicamos o Al do pri-
meiro membro por dois:

No primeiro membro, temos um SO4-2, e no segun-


do membro, temos três; então, multiplicamos o SO4-2 do
primeiro membro por três.
Introdução às equações químicas
Quando uma substância se transforma em uma ou
mais substâncias diferentes, temos uma reação química.
Equação química é a representação de uma reação
química. As fórmulas dos produtos que se formam na Um santo remédio: a água!
reação ficam no segundo membro. Em cada membro,
as fórmulas são separadas por um sinal de adição (+), e os Sem contra indicações, barata e de fácil
membros são separados por uma seta quando a reação acesso. Parece difícil termos um remédio
ocorre somente em um sentido e por duas setas quando com essas características, mas temos, e
a reação ocorre nos dois sentidos. sua fórmula é H2O.
Colocam-se coeficientes na frente de cada fór-
mula, para se igualar o número de átomos do primeiro Isso mesmo! A água! Segundo muitos
membro com o número de átomos do segundo mem- médicos, oito copos diários são suficientes
bro, satisfazendo a Lei da Conservação da Matéria. Esses para garantir um bom funcionamento do
coeficientes devem ser os menores inteiros possíveis. nosso organismo, que é constituído por
quase 70% de água.
Ajuste dos coeficientes pelo
método de tentativas No interior do nosso corpo, transporta
nutrientes e oxigênio para as células, dis-
Exemplo: solve vitaminas e sais minerais, colabora na
desintoxicação dos rins, lubrifica as juntas
ósseas e ajuda a regular a temperatura.

810 HIPERCONHECIMENTO Concluindo: tome diariamente muita água!


UNIDADE 2

4
1ª experiência Proporção das massas
massa da água 180 g — 9
Capítulo massa do hidrogênio
massa do oxigênio
20 g — 1
160 g — 8

Leis das combinações químicas 2ª experiência Proporção das massas


massa da água 22,5 g — 9
massa do hidrogênio 2,5 g — 1
LEIS PONDERAIS massa do oxigênio 20,0 g — 8

No fim do século XVIII e início do século XIX, al- 3ª experiência Proporção das massas
guns pesquisadores observaram a existência de rela- massa da água 270 g — 9
ções de massas e volumes de substâncias que participa- massa do hidrogênio 30 g — 1
vam de uma reação. O estudo dessas relações permitiu massa do oxigênio 240 g — 8
o conhecimento das Leis das Combinações Químicas.
Após o conhecimento da teoria atômica, as leis das As massas mudam, mas a proporção é sempre a
combinações químicas tornaram-se muito claras e evi- mesma; portanto, a água, não importando sua origem
dentes, mas na época em que foram enunciadas não se nem o processo de sua formação, é sempre composta de
conhecia o que era átomo, molécula, massa atômica, mas- hidrogênio e oxigênio e na proporção de 1:8 em massa.
sa molecular e fórmulas moleculares. A teoria atômica veio
para explicar as leis das combinações químicas. Essas leis
Exercício resolvido
deram aos fenômenos químicos uma interpretação cientí-
fica, e a química passou a ser estudada como ciência. Em uma experiência, adicionou-se 6 g de cálcio
a 25 g de bromo e foram obtidos 20 g de brometo de
Lei de Lavoisier ou da Conservação da Massa cálcio com um excesso de 1 g de bromo. Numa segunda
experiência, foram adicionados 20 g de cálcio a 64 g de
Após inúmeras experiências pesando substâncias bromo e foram obtidos 80 g de brometo de cálcio com
reagentes antes da reação e as substâncias resultantes 4 g de cálcio em excesso. Demonstrar se os resultados
depois da reação, o cientista francês Lavoisier concluiu estão de acordo com a Lei de Proust.
que, em um sistema fechado, a soma das massas dos rea- Resolução:
gentes é igual à soma das massas dos produtos.
Massa do cálcio que reagiu na 1ª exp. = 6 g
Massa do bromo que reagiu na 2ª exp. 25 – 1 = 24 g

Então,

Lei de Proust ou Lei das Proporções Massa do cálcio que reagiu na 2ª exp. 20 – 4 = 16 g
Constantes Massa do bromo que reagiu na 2ª exp. = 64 g
A Lei de Proust ou Lei das Proporções Constantes foi
definida também com bases experimentais. O químico Jo-
seph Louis Proust analisou quantidades de inúmeras subs-
A razão ¼ comprova a Lei de Proust.
tâncias formadas por diferentes processos e observou que,
Note que temos de descontar as massas em exces-
independentemente do processo de obtenção, as substân-
cias obedeciam sempre à mesma proporção em massa. so, pois, se elas estão em excesso é porque não reagiram.
Essa lei pode ser enunciada da seguinte maneira:
Numa mesma reação química, existe uma relação Lei de Dalton ou Lei das Proporções Múltiplas
constante entre as massas das substâncias participantes.
A Lei de Dalton ou Lei das Proporções Múltiplas nos
Fazendo a reação : diz que, quando combinamos uma massa fixa de uma
Usando as massas mA e mB, obtendo mC e mD e, substância com massas diferentes de outra substância,
posteriormente,usando as massas m1A e m1B, obtendo formando compostos diferentes, as massas da outra
m1c e m1d, a Lei de Proust diz que: substância variam numa proporção de números inteiros
e pequenos.Veja:
2 g de hidrogênio + 16 g de oxigênio → 18 g de água
2 g de hidrogênio + 32 g de oxigênio → 34 g de água
oxigenada
Utilizando várias amostras de água, ou seja, água A proporção é uma relação simples.
de vários lugares, e até produzida em laboratório, sepa-
rando o hidrogênio do oxigênio, e pesando as substân-
cias, chegaremos, por exemplo, aos seguintes valores:

HIPERCONHECIMENTO 811
Química
Lei de Richter ou Lei das Proporções
Recíprocas e ou Lei dos Equivalentes A explicação das Leis Ponderais de acordo com
Quando combinamos uma massa fixa (mA) de a Teoria Atômica de Dalton é:
uma substância A com massas mB e mC de substâncias • A Lei de Lavoisier diz que a massa total do
B e C, se as substâncias se combinarem entre si, terão sistema permanece inalterada – de acordo com
massas m1b e m1c correspondentes a uma proporção de a teoria atômica, os átomos não podem ser cria-
múltiplos ou submúltiplos das massas mB e mC.
dos nem destruídos, apenas se recombinam.
Exemplo: • A Lei de Proust diz que uma substância pura
2 g de hidrogênio + 16 g de oxigênio → 18 g de água apresenta a mesma composição qualitativa e
2 g de hidrogênio + 32 g de enxofre → 34 g de gás sul- quantitativa, qualquer que seja sua origem – a
fídrico teoria atômica diz que os átomos dos elemen-
48 g de oxigênio + 32 g de enxofre → 80 g de trióxido tos têm massas fixas, logo as substâncias com-
de enxofre postas têm composição fixa.
• As Leis de Dalton e Richter são muito eviden-
A proporção 3:1 é uma relação simples.
tes com o conhecimento da Teoria Atômica, a
qual diz que os compostos se formam por meio
das combinações dos átomos em proporções
de números inteiros e pequenos.
Equivalente-grama
Equivalente-grama de um elemento é a massa des- Leis volumétricas
se elemento que se combina com um equivalente-gra-
ma de oxigênio, ou seja, que se combina com 8,0 gramas No início do século XIX, o cientista francês Gay-Lus-
de oxigênio. sac estudou as relações entre os volumes das substâncias
É importante conhecermos os equivalentes-gra- reagentes no estado gasoso, medindo esses volumes nas
mas dos elementos químicos, pois esses equivalentes mesmas condições de temperatura(+) e pressão(P), e enun-
que reagirem entre si o farão em proporção de seus múl- ciou as Leis Volumétricas, que podem ser reunidas num
tiplos ou submúltiplos. só enunciado:
Estudando resultados experimentais, para verificar Os volumes das substâncias participantes de uma
a Lei de Richter, os químicos determinaram as massas reação química, quando no estado gasoso e na mesma
de vários elementos que se combinavam com a massa pressão e temperatura, estão entre si numa proporção de
fixa de outro. números inteiros e pequenos.
Surgiu assim a noção de equivalente, e os químicos As Leis Volumétricas não puderam ser explicadas
tiveram de escolher uma massa fixa com o padrão para com base na Teoria Atômica de Dalton, pois essa não
a determinação dos equivalentes dos outros elementos. explicava a causa das relações volumétricas e a causa da
Na época, o elemento escolhido foi o hidrogênio, fixado contração ou não contração do volume.
na unidade.
Como 2 g de hidrogênio combinam-se com 16 g Hipótese de Avogadro
de oxigênio, tínhamos o peso equivalente do oxigênio
igual a 8 g. Ainda no início do século, Amadeo Avogadro con-
Como 2 g de hidrogênio combinam-se com 32 g de seguiu explicar as Leis Volumétricas introduzindo a idéia
enxofre, tínhamos o peso equivalente do enxofre igual de molécula e estabeleceu a hipótese de que:
a 16 g. Volumes iguais de gases quaisquer, medidos nas
Atualmente, determina-se os equivalentes dos ele- mesmas condições de temperatura e pressão, contêm o
mentos em função do equivalente do oxigênio. mesmo número de moléculas (Hipótese de Avogadro).
Após serem enunciadas as Leis Ponderais, que são Veja as explicações das Leis Volumétricas nos se-
Leis das Combinações Químicas que tratam das rela- guintes esquemas:
ções entre as massas das substâncias, ou seja, as Leis de • Síntese do cloreto de hidrogênio
Lavoisier, Proust, Dalton e Richter, Dalton expressou os Hidrogênio + Cloro → Ácido Clorídrico (P e T
postulados de sua teoria atômica. constantes)
A Teoria Atômica originou-se para explicar os fatos 10 l + 10 l → 20 l
das Leis Ponderais. Proporção 1:1:2

Hidrogênio Cloro Cloreto de hidrogênio

812 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2

5
Veja que nesse caso não existe contração ou ex-

Capítulo
pansão de volumes, pois não há variação no número de
moléculas. A quantidade total de moléculas do produto
é igual à quantidade total de moléculas dos reagentes.
• Síntese do vapor de água
Hidrogênio + Oxigênio → Vapor de água (P e T Massas atômicas
constantes)

Q
20 l + 10 l → 20 l uando efetuamos a medida de uma grandeza, o fa-
Proporção 2:1:2 zemos por comparação com outra grandeza, esco-
lhida como padrão. Assim, quando queremos saber
o comprimento de um carro, utilizamos como padrão o
metro; se o carro tem quatro metros, significa que seu com-
primento é quatro vezes maior que o comprimento de um
metro. O mesmo é feito com a grandeza massa.
Hidrogênio Oxigênio Vapor de água Dizer que um objeto tem 10 kg de massa é o mesmo
que dizer que ele tem massa dez vezes maior que a massa
Nesse caso há contração de volume, pois existe uma de um quilograma.
variação no número de moléculas. A quantidade total de É fácil perceber que a unidade quilograma e até
moléculas do produto é menor que a quantidade total de seus submúltiplos não são unidades práticas para se
moléculas dos reagentes, porque os reagentes são forma- medir a massa de átomo, pois um átomo é muito pe-
dos por moléculas biatômicas e os produtos por molécu- queno e sua massa é muito pequena, mesmo quan-
las triatômicas. do comparada a um miligrama.
O conceito de molécula era o que faltava na Teoria Tornou-se necessária a escolha de um padrão con-
Atômica de Dalton, a qual, a partir daí, passou a se cha- veniente para medidas de massas atômicas.
mar Teoria Atômica Molecular de Dalton-Avogadro. Atualmente, o padrão utilizado é o átomo do isóto-
po 12 do carbono (C), ao qual foi atribuída massa atômica
Exercício resolvido igual a 12.
Massa atômica ou peso atômico é o número que
Na composição da água, temos 11,11% de hidrogênio, exprime quantas vezes o átomo de um elemento é
em massa, e, na composição do peróxido de hidrogênio, te- mais pesado que 1/12 do peso do átomo de isótopo 12
mos 5,88% de hidrogênio, em massa. Verificar a Lei de Dalton. do carbono.
Resolução:
11,11 g de H + 88,88 g de O → 100,0 g de água
5,88 g de H + 94,12 g de O → 100,0 g de peróxido de 1/12 do peso do átomo
hidrogênio de isótopo 12 do carbono
Precisamos de uma massa fixa de hidrogênio ou é a unidade de massa atômica.
oxigênio.
Vamos fixar a massa de oxigênio.
Água

Sabemos que os elementos químicos são um con-


junto de isótopos em proporções constantes.
Exemplo:
Peróxido A proporção de isótopos do cloro é:
75% do 35C|
25% do 37C|
Sempre que analisamos uma quantidade qualquer
de cloro, encontramos 75% do isótopo 35C| e 25% do 37C|.
O cálculo do peso atômico de um elemento é a média pon-
derada dos pesos atômicos dos seus isótopos. Portanto,
Assim: quando exprimimos o peso atômico de um elemento,
1,0 g de O + 0,125 g de H → 1,125 g de água estamos exprimindo a média ponderada dos pesos atô-
1,0 g de O + 0,062 g de H → 1,062 g de água micos de seus isótopos.
Pela lei de Dalton, 0,125:0,062 é uma relação de nú-
meros inteiros e pequenos, veremos: MASSA MOLECULAR
e Massa molecular é o número que exprime quantas
vezes a molécula dessa substância é mais pesada que
1/12 do peso do átomo de isótopo 12 do carbono.
Portanto, a relação é 2:1, e está verificada a Lei Dalton.

HIPERCONHECIMENTO 813
Química
O valor da massa molecular de uma substância é
igual à soma das massas atômicas de todos os átomos
que formam a molécula da substância.
As moléculas de uma mesma substância são for-
madas por isótopos diferentes; portanto, as molécu-
las de uma mesma substância têm massas diferentes.
Sempre que um valor se referir à massa molecular, ele
está se referindo à média ponderada das massas mole-
culares.

Átomo-grama
Átomo-grama de um elemento é o peso atômico
desse elemento expresso em gramas. Íon-grama

Molécula-grama Íon-grama é a massa de um mol de íons e seu valor


é igual ao da fórmula-massa do íon em gramas.
Molécula-grama de uma substância é o peso atômi- Exemplo:
co dessa substância expresso em gramas. A Fórmula-massa do íon cloreto Cl– é igual a 35,5
u.m.a.
Número de Avogadro O Íon-grama do cloro é 35,5 g, que é igual à massa de
um mol de íons Cl–, o qual tem 6,02 x 1023 íons Cl–.
Observou-se que uma molécula-grama de qualquer Fórmula-grama é a massa de um mol de unidades
substância no estado gasoso e nas mesmas condições de da substância; seu valor é igual ao da fórmula-massa em
temperatura e pressão ocupava o mesmo volume. Ligando gramas da substância. Fórmula-grama é a “molécula-
esse fato à hipótese de Avogadro, concluiu-se que uma mo- -grama” das substâncias iônicas.
lécula-grama de substância contém o mesmo número de Exemplo:
moléculas. Esse número foi denominado número de Avo- Fórmula-massa do Na+Cl– é igual a 58,5 u.m.a.
gadro, e é igual a 6,023 x 1023. Na+ = 23 g → Na+Cl– = 58,5 g
Portanto, uma molécula-grama de uma substância Cl– = 35,5 g
contém 6,023 x 1023 Moléculas da referida substância. A fórmula-grama do Na+Cl– é 58,5 g, é igual à mas-
sa de um mol de Na+Cl–, o qual tem 6,02 x 1023 íons Na+
Mol e 6,02 x 1023 íons Cl-.

O mol é uma unidade de quantidade de matéria. É


uma quantidade constante e expressa pelo número de
Avogadro (6,023 x 1023).

Exemplo:
• Um mol de átomos de ferro tem 6,023 x 1023 átomos
de ferro.
• Um mol de moléculas de água tem 6,023 x 1023 mo-
léculas de água.
Assim, uma molécula-grama de uma substância
é a massa de um mol da substância, ou seja, a mas-
sa molecular da substância expressa em gramas; é um
átomo-grama de um elemento é a massa de um mol do
elemento; portanto, a massa de um mol do elemento é a
massa atômica do elemento expressa em gramas.

Volume molar
Concluiu-se por meio de experiências que uma
molécula-grama de qualquer substância ocupa o mes-
mo volume, quando estão nas mesmas condições de
temperatura e pressão, e esse volume, quando as condi-
ções são T = 0 ºC, e P = 1atm (760 mm Hg), é de aproxi-
madamente 22,4 l.
Johannes Diederik van der Waals, Nobel de física de 1910.

814 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2

6
No SI (Sistema Internacional), sua unidade é:
Usualmente, a pressão de um gás é medida em at-
Capítulo mosfera (atm) e milímetros de mercúrio (mmHg), que se
relacionam da seguinte maneira:
1 atm = 760 mmHg (ao nível do mar)
Estudo dos gases 1 mmHg = 1 torr

TEMPERATURA
PRESSÃO
A temperatura mostra-nos o estado de agitação das
A pressão de um gás ocorre devido aos choques das partículas do gás. Quando aumentamos a temperatura,
suas moléculas contra as paredes do recipiente. estamos aumentando a velocidade das moléculas e a
Cada molécula do gás, ao chocar-se energia cinética; quanto maior a agitação das moléculas,
com a parede do recipiente, exerce sobre P= maior é a temperatura.
ela uma força. Conclui-se que, quando as moléculas estão em
repouso, isto é, quando não existe agitação das molé-
Define-se pressão como a força exercida pelas mo- culas, a temperatura é zero (nula); tal temperatura nunca
léculas do gás por unidade de superfície. foi atingida e é denominada Zero Absoluto.

ESCALA KELVIN ESCALA CELSIUS

373 K 100ºC

273 K 0ºC
Você sabia que a doença
descompressiva é causada pelo gás
nitrogênio em mergulhadores?
0K -273ºC
A doença descompressiva é causada por
bolhas do nitrogênio que se expandem no
sangue ou nos tecidos do corpo, causan-
T(K) = t(ºC) + 273
do lesões.
Vemos que o zero absoluto corresponde à tempe-
O gás nitrogênio é um gás pouco solúvel ratura de -273ºC, e sua unidade é denominada Kelvin.
no sangue à pressão ambiente. Quando
um mergulhador está embaixo da água, VOLUME
ele está submetido a uma pressão maior O volume de um gás é o volume do recipiente que
que 1 atm, e então o nitrogênio torna-se o contém.
Usualmente, o volume de um gás é medido em li-
mais solúvel no sangue.
tros (l), metros cúbico (m3) e seus submúltiplos.
Essas unidades relacionam-se da seguinte maneira:
Ao retornar ao nível do mar, a pressão di-
1 m3 = 103 dm 3
minui, e a solubilidade do gás também. 1 dm 3 = 1 l
1 l = 10 3 ml
Se essa subida for muito rápida, o gás 1 ml = 1 cm 3
forma bolhas na circulação e nos tecidos
e é liberado por qualquer parte do corpo. Variáveis de estado
Outros gases importantes são o oxigênio, As variáveis de estado de um gás são:
essencial à respiração, o GLP (gás do boti- PRESSÃO (P)
jão), utilizado para aquecer os alimentos, e Volume (V)
o gás nitrogênio, utilizado na Criogenia. Temperatura (T)

Essas variáveis de estado podem relacionar-se das


Em que: F = módulo da força exercida pelas moléculas seguintes maneiras:
S = superfície (área)

HIPERCONHECIMENTO 815
Química
LEI DE BOYLE E MARIOTTE Pelo gráfico acima, vemos que a -273ºC não existe
pressão. Isso ocorre porque a -273ºC as moléculas não se
Boyle observou que em uma transformação gasosa, agitam, não há colisão com as paredes do recipiente, ou
na qual a massa é fixa e a temperatura se mantém cons- seja, a temperatura de -273ºC é o zero absoluto.
tante, a pressão é inversamente proporcional ao volume Em meados do século XIX, Lord Kelvin propôs a es-
ocupado pelo gás. cala Kelvin de temperaturas, em que o 0 (zero) é o zero
absoluto (273ºC) e a grandeza do grau Kelvin é igual à
P.V. = constante grandeza de um grau Celsius.
. .. P1V1 = P2V2 Os gráficos referentes às Leis de Charles e Lussac,
usando temperatura na escala Kelvin, passaram a ser uma
reta passando pela origem.
A transformação gasosa em que a temperatura é Pode-se concluir que:
mantida constante e a pressão e o volume variam é de-
nominada transformação isotérmica.
P V
Pressão

Gráfico de uma
2P transformação isotérmica.
Volume Pressão
constante constante

P 0 t(K) 0 t(K)
P
V • Os volumes ocupados por uma massa gasosa sob
pressão constante são diretamente proporcionais
V V 2V Volume às temperaturas absolutas do gás.
2 • As pressões de uma massa gasosa a volume cons-
tante são diretamente proporcionais às temperatu-
LEI DE CHARLES E GAY-LUSSAC ras absolutas do gás.
Essas leis podem ser representadas pelas expressões a
Por meio de resultados experimentais, os cientis- seguir:
tas Charles e Gay-Lussac verificaram que quando um
gás é aquecido sob pressão constante, seu volume au- Pressão constante
menta, e quando é aquecido sob volume constante, sua
pressão aumenta, conforme os gráficos a seguir. V1 V2
V constante constante
T1 T2
V P
T

Volume constante
Pressão Volume
constante constante São denominadas transformações isobáricas aque-
las nas quais a pressão do gás permanece constante; e
de transformações isocóricas ou isométricas ou isovolu-
0 tºC 0 tºC métricas aquelas nas quais o volume do gás permanece
constante.

Verifica-se pelos gráficos acima que as variações


P P1 P2
constante constante
são linhas retas; portanto, numa massa fixa de um gás
T T1 T2
a volume constante, a pressão varia linearmente com a
temperatura. E, à pressão constante, o volume varia li-
nearmente com a temperatura.
Equação de estado do gás ideal
P
Uma massa fixa de gás sofre uma transformação de
estado quando os valores de pressão, volume e tempe-
ratura se modificam, passando de um estado inicial para
um estado final.
Em decorrência das Leis Experimentais de Boyle e Ma-
-273 ºC tºC
riotte e Charles e Gay-Lussac, concluímos que:

816 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2

Resolução:
Pi Vi PF VF P V
ou constante
Ti TF T
Usar a relação acima quando a quantidade de gás
permanecer fixa.

Exercício resolvido Mistura de gases


Uma massa fixa de oxigênio ocupa um volume de 22 É importante observar que as relações que vimos
litros quando está a uma temperatura de 30ºC e na pressão são válidas para um único tipo de gás e igualmente váli-
de 700 mm de Hg. Calcular o volume ocupado pela massa das para uma mistura gasosa.
de oxigênio quando à temperatura de 50ºC e pressão de 850 Pressão parcial de um gás numa mistura gasosa é a
mm de Hg. pressão que esse gás exerceria se sozinho ocupasse todo o
Resolução: volume da mistura, à mesma temperatura dela.

LEI DE DALTON
A pressão total exercida por uma mistura gasosa
EQUAÇÃO DE CLAPEYRON é igual à soma das pressões parciais exercidas por
cada gás na mistura.
As bases para a dedução da equação de Clapeyron Chamando de PA, PB, PC... as pressões parciais dos
foram as Leis Experimentais de Boyle e Mariotte e de gases A, B, C..., de acordo com a Lei de Dalton, a pressão
Charles e Gay-Lussac. total da mistura desses gases é:
Experimentalmente, vemos que o volume ocupa-
do por um mol de gás à temperatura de 0ºC e pressão
de 1 atm é 22,4 litros; se, ao invés de 1 mol, a massa ga- Ptotal = PA + PB + Pc + ...
sosa for de n mols, à mesma pressão (P) e temperatura
(T), conforme a equação de estado do gás ideal, temos:
O volume parcial de um gás em uma mistura gasosa é
PV 1 · 22,4·n o volume que esse gás ocuparia se sozinho suportasse toda
=
T 273 a pressão da mistura, à mesma temperatura dela.

Em que é uma constante denotada por R. LEI DE AMAGAT


Então:
O volume total ocupado por uma mistura
ou gasosa é igual à soma dos volumes parciais de
cada gás na mistura.

Chamando de VA, VB,VC, ... os volumes parciais dos ga-


Quando usamos pressão em atm, volume em litros ses A, B, C..., de acordo com a Lei de Amagat, o volume total
(l) e temperatura em Kelvin (K), o valor de R será: da mistura é:

Vtotal = VA + VB + Vc + ...

Se a pressão estiver em mm de Hg, o volume em


litros (l) e a temperatura em Kelvin (K), o valor de R será: A equação de Clapeyron também é válida para uma
mistura gasosa. Para uma mistura gasosa contendo nA
moles do gás A, nBmoles do gás B e nC moles do gás C,
podemos escrever:

Dividindo-se (2) e (3) →


Exercício resolvido
Calcular o volume ocupado por 2,0 moles de um Vtotal = (nA + nB + nc).R.T
gás, contido em um recipiente fechado a uma pressão
de 1,5 atm e a uma temperatura de 27ºC.

HIPERCONHECIMENTO 817
Química
Supondo uma mistura de dois gases A e B: Densidade relativa
Define-se densidade relativa de uma substância A
em relação a outra substância B como a relação entre a
densidade absoluta de A (dA) e a densidade absoluta de B
(dB) na mesma temperatura e pressão:
Após a mistura (A e B):
dA
dA,B
dB
ou
Se A e B forem gases ou vapores, temos:

e
Dividindo-se (1) e (3) →

Dividindo-se (2) e (3) →

(para A e B na mesma pressão e temperatura)

Exercício resolvido
Concluímos que:
A relação entre a pressão parcial de um gás numa Misturando dois moles de CO2 e três mols de H2 em
mistura e a pressão total da mistura gasosa é igual à sua um recipiente de 44,8 l de capacidade a uma temperatu-
fração molar na mistura. ra de 0ºC, calcule:
Fazendo o mesmo procedimento para o volume, temos: a) a fração molar de cada gás;
b) as pressões parciais de cada gás.
e Resolução:

a)
A relação entre o volume parcial de um gás numa
mistura gasosa e o volume total da mistura gasosa é igual
à sua fração molar na mistura.

Densidade absoluta de um gás


ou massa específica
A densidade é uma grandeza definida como a
razão entre uma massa e o volume b)
ocupado por ela.

A massa específica de um gás ou vapor numa tem-


peratura T qualquer e em uma pressão P qualquer pode
ser deduzida da equação de Clapeyron. Calculando P (pressão da mistura)

, como

M P Substituindo o valor da pressão e das frações mola-


Portanto, d res nas equações (1) e (2), temos:
R T
Em que M = massa molecular

818 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2

LEI DE GRAHAM – DIFUSÃO E EFUSÃO Resolução:


GASOSA

A difusão ocorre quando dois ou mais gases mis-


turam-se formando soluções gasosas. Quando dois ou
mais gases misturam-se espontaneamente nunca for-
mam uma mistura heterogênea.
Podemos observar a propriedade da difusão quan-
do gases são lançados à atmosfera (ar) pelas fábricas, ci-
garros, caminhões etc.
Denomina-se efusão a passagem de um gás através
de pequenos orifícios. Por exemplo, a passagem de um
gás através de uma parede porosa, pois os poros são TEORIA CINÉTICA DOS GASES
pequenos orifícios.
Em meados do século XIX, o físico inglês Thomas Assim como foi criada a Teoria Atômica-Molecular de
Graham, observando resultados experimentais, enun- Dalton-Avogadro para explicar as Leis das Combinações
ciou a seguinte Lei: Químicas, foi criada a Teoria Cinética dos Gases para ex-
plicar as Leis dos Gases (Boyle, Charles, Dalton etc.).
A velocidade de difusão de um gás é
inversamente proporcional à raiz quadrada de E
sua densidade.
E = kT E = kT
Quando temos dois gases A e B,
1 ou
podemos escrever a velocidade de di- v=k
fusão do gás A em relação à velocidade d
de difusão do gás B pela equação: E1 T1
E2 T2
Sabemos que, numa mesma pressão T
e temperatura, a relação entre as densida-
VA dB
Resumindo a Teoria cinética dos gases
des de dois gases é igual à relação entre VB dA
suas massas moleculares: a) Os espaços vazios entre as moléculas são muito
grandes, quando comparados com o tamanho das
Portanto, quanto menor for a mas- moléculas.
sa molar do gás, maior será sua veloci- b) Não existem forças de atração entre as moléculas.
dade de difusão e efusão. V1 M2 c) As moléculas estão em movimento desordenado,
Assim, o hidrogênio é o gás de maior V2 M1 sendo que colidem umas com as outras e com as
velocidade de difusão e de efusão, pois é o paredes do recipiente.
gás de menor massa molecular e de me- d) As colisões são perfeitamente elásticas, ou seja,
nor densidade. não há variação da energia cinética total.
e) Tem-se uma única energia cinética média das
Exercícios resolvidos moléculas do gás, para cada temperatura.
f) A energia cinética média de um gás é diretamente
1 Em um laboratório são abertos simultaneamente proporcional à temperatura absoluta.
dois frascos, um contendo gás A e outro contendo g) Para cada temperatura, tem-se uma única veloci-
gás B, sendo que os dois estão à mesma distância dade média das moléculas do gás.
de uma pessoa que também se encontra no labo- h) A velocidade média das moléculas de um gás é di-
ratório. Sabendo-se que a massa molecular de A é retamente proporcional à raiz quadrada da tempe-
maior que a de B, que cheiro a pessoa sentirá pri- ratura absoluta.
meiro, do gás A ou do gás B?
Resolução:
Sendo a massa molecular de A maior que a de B, por-
tanto, a velocidade de difusão de B é maior que a de i) Na representação gráfica das velocidades das molécu-
A, e a pessoa sentirá primeiro o cheiro do gás B. las em função dos números de moléculas que têm as
referidas velocidades, obtém-se uma curva denomi-
2 O oxigênio O2 atravessa uma parede porosa com ve- nada Curva de Gauss.
locidade de 50 l/h, numa dada pressão P e tempera- vm = velocidade média na temperatura T1
tura T. Calcule a velocidade com a qual o H2 atravessa Vm = velocidade média na temperatura T2
essa mesma parede, nas mesmas condições de pres- a = número de moléculas com velocidade v1 na tempe-
são e temperatura (O = 16 e H = 1). ratura T2

HIPERCONHECIMENTO 819
Química
b = número de moléculas com velocidade v1 na tempe-
ratura T1
c = número de moléculas com velocidade v2 na tempe-
ratura T1
d = número de moléculas com velocidade v1 na tempe-
ratura T2

T1 < T2 Equação de Van Der Walls


número de moléculas

T1
Gráfico da distribuição As leis que estudamos em relação ao estado gasoso
das velocidades das não representam com exatidão os resultados obtidos na
moléculas de um gás prática, estes são apenas aproximados.
em duas temperaturas Denominamos gás ideal ou gás perfeito aquele que
(T1 e T2) obedece às Leis de Boyle, Charles e Gay-Lussac etc.
b T2
Van Der Waals verificou que um gás real tem com-
portamento diferente do gás ideal e fez correções na
a c equação de Clapeyron:
• O verdadeiro volume do gás é o volume do reci-
V1 Vm Vm V2 piente (V) menos o volume ocupado pelas molé-
velocidade das moléculas culas do gás.
• A verdadeira pressão do gás é igual à pressão exer-
Exercícios resolvidos cida pelas colisões das moléculas contra as paredes
do recipiente somada à pressão exercida pelas co-
1 A 27ºC, a velocidade média das moléculas do hi- lisões das moléculas entre si.
drogênio é 2.400 m/s, e sua energia cinética é Van Der Waals introduziu dois termos na equação
6,0x10-2 J/molécula.Calcule: de Clapeyron; essa equação corrigida é denominada
a) a velocidade média das moléculas de oxigênio à Equação de Van Der Waals.
mesma temperatura; Gás Ideal → Equação de Clapeyron →
b) a energia cinética média do hidrogênio a 127ºC; Gás Real → Equação de Van Der Waals →
c) a energia cinética média do oxigênio a 127ºC; , para n = 1 mol, em que b é o volume
d) a velocidade média das moléculas de hidrogênio a ocupado por 6,02 . 1023 moléculas do gás.
127ºC.
(H = 1 e O = 16) Van Der Waals notou que a pressão causada pelas
colisões entre as moléculas é inversamente proporcio-
Resolução: nal ao quadrado do volume do recipiente (V), ou seja,

a) , sendo a a constante de proporcionalidade.


Portanto, a pressão total do gás será:

Vimos a equação de Van Der Waals para 1 mol de


gás (n = 1).
Para uma quantidade qualquer (n moles), temos:t
b)
SANJATOSI / SHUTTERSTOCK

c) A energia cinética média do oxigênio a 127ºC é


igual à energia cinética média do hidrogênio a
127ºC, ou seja:

820 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 3

UNIDADE 3 Estrutura do átomo

Capítulo
Números quânticos
1 eletromagnética. A energia da onda eletromagnética
depende da energia liberada pelo elétron quando salta
da camada mais afastada para a camada mais próxima
do núcleo.

M
Observe que Erecebida = Edevolvida
uitas modificações foram feitas no modelo atô-
mico de Rutherford-Bohr. Admitiu-se que os O elétron libera energia, que se chama fóton.
elétrons, além das órbitas circulares, descrevem Fótons são quantidades de energia, sob forma de
também órbitas elípticas ao redor do núcleo – cada órbita ondas eletromagnéticas, emitidas pelos átomos.
tem energia diferente –, constituindo camadas. Conforme a energia dessas ondas eletromagnéti-
Os níveis de energia ou camadas eletrônicas foram cas, temos vários tipos de radiações, como raios X, raios
designados pelas letras K, L, M, N, O, P e Q. A esses níveis ultravioleta, luz visível, e raios infravermelhos.
de energia correspondem os chamados números quân- Agora podemos identificar os elétrons, e essa iden-
ticos principais 1, 2, 3, 4, 5, 6 e 7, respectivamente. tificação é feita por meio de números chamados núme-
Um elétron da camada K possui uma certa quan- ros quânticos.
tidade de energia, um elétron da camada L tem uma Cada elétron de um átomo será caracterizado por
outra quantidade de energia, maior que o da camada um conjunto de 4 números quânticos, os quais mostra-
K, e assim por diante. rão a situação energética do elétron.
Bohr ob- Esses números quânticos são: principal (n), secun-
En1 En2 servou experi- dário ou azimutal (l), magnético (m ou ml) e spin (s ou
mentalmente ms).
núcleo que, fornecendo
salto energia ao áto- Número quântico principal (n)
mo, o elétron ab-
sorve a energia Esse número caracteriza a energia do elétron mos-
até não ser mais trando seu nível energético, isto é, a que camada o elé-
Erecebida = En2 - En1 permitido ficar tron pertence.
na órbita em que Nos átomos conhecidos, o número máximo de ca-
se encontra. En- madas é igual a sete, então n varia de 1 a 7.
En1 En2
tão ele salta para Cada camada admite um número máximo de elé-
núcleo uma órbita onde trons, o qual é dado pela expressão:
salto sua energia seja
permitida, isto Número máximo de => 2n2 => em que n é o número
é, para uma ca- elétrons na camada quântico principal
mada eletrônica
mais afastada do Mas a partir da camada O, para átomos conhecidos, o
Erecebida = En2 - En1 núcleo. O áto- número máximo não corresponde à realidade, não é co-
mo absorvendo nhecida camada eletrônica ou nível de energia com
energia fica no estado ativado ou estado excitado. mais de 32 elétrons.
O elétron excitado em uma órbita de maior ener-
gia devolve a energia recebida na forma de radiação Veja na tabela a seguir o que acontece na prática:

HIPERCONHECIMENTO 821
Química
possível a determinação da trajetória de um elétron. Sendo
assim, o modelo atômico atual prevê uma região de
maior probabilidade de o elétron ser encontrado; essa
região é denominada orbital.
Orbital é a região do espaço onde há maior probabili-
dade de se localizar o elétron em seu movimento ao redor
do núcleo.

Formato do orbital

Número quântico secundário (l)


Os físicos observaram que os níveis de energia são
formados de diferentes subníveis ou subcamadas com
diferentes energias.
Para indicar a energia dos elétrons em cada subní-
vel, foi introduzido o número quântico secundário ou
azimutal (l). Formato do orbital p
Os subníveis dos elétrons para os átomos conheci-
dos são indicados pelas letras s, p, d e f, iniciais das pa-
lavras inglesas Sharp, Principal, Diffuse, Fundamental Matematicamente, chegou-se ao formato de cada
e seus números quânticos secundários ou azimutais orbital.
são 0, 1, 2 e 3, respectivamente. As formas dos orbitais d e f não serão aqui abordadas
devido à sua complexidade.

Número quântico magnético (m ou m1)


Indica em qual orbital de determinado subnível o
elétron está e a orientação desse orbital no espaço.
O número máximo de elétrons em cada subnível é Para cada valor de l, m assume valores inteiros, que
dado pela expressão: variam de:
–l ............ O ............ +l
Número máximo de em que n é o número O número de orbitais em cada subnível é dado pela
elétrons em cada = => quântico azimutal do expressão (2l+1), em que l é o movimento quântico se-
subnível subnível cundário ou azimutal.

Orbital Número quântico spin (s ou ms)


Conforme o modelo atômico atual, o elétron é uma É o número quântico relacionado com o movimen-
partícula que pode comportar-se como uma partícula e to de rotação do elétron, em torno do seu próprio eixo, o
ser estudado como uma partícula; pode se comportar qual pode ter dois sentidos de rotação étron pode ter dois
como uma onda e ser estudado como uma onda; e é im- tipos de spin com valores:

822 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 3

Os spins de um elétron Sendo que:


1s: subnível s do 1º Nível (camada K)
2s: subnível s do 2º Nível (camada L)
5d: subnível d do 5º Nível (Camada O)
O diagrama de Pauling pode ser construído por meio
da expressão: Esubnível = n + l
Portanto, quanto maior for a soma (n + l), maior será a
energia do subnível.
Exemplo:
5s -> n = 5 e l = O ... (n + l) = 5
4d->n = 4 e l = 2 ... (n + l) = 6
portanto, a energia de 4d é maior que a energia de 5s.
Distribuição dos elétrons no átomo Caso a soma (n + l) seja igual para os dois subníveis,
terá maior energia o subnível com maior número quân-
Existem algumas regras que permitem formar a tico principal.
distribuição eletrônica de um átomo. 5s -> n = 5 e l = 0 ... (n+l) = 5
3d-> n = 3 e l = 2 ... (n+l) = 5
Princípio da exclusão de Pauli portanto, a energia de 5s é maior que a energia de 3d.

Em 1925, Pauli afirmou que: Regra de Hund


Em um átomo não podem existir elétrons com os
seus quatro números quânticos iguais. Após várias experiências, Hund concluiu que a distri-
Essa afirmação ficou conhecida como Príncipio da buição dos elétrons nos orbitais de um mesmo subnível deve
Exclusão, teve consequências importantes. ser feita de maneira que se obtenha a maior quantidade pos-
Um mesmo orbital pode conter no máximo dois sível de elétrons desemparelhados, ou seja, nunca poderemos
elétrons e, nesse caso, a única diferença entre eles é o ter um orbital com dois elétrons e outro orbital vazio.
spin (mS = +½ e mS = –½). Veja, por exemplo, o preenchimento dos orbitais
Como consequência do princípio da exclusão, te- do subnível p:
mos o número máximo de elétrons em um subnível,
calculado pela expressão . p1(1 elétron) subnível com um elétron

p2(2 elétrons) subnível com dois elétrons


Diagrama de energia de Linus Pauling
p3(3 elétrons) subnível com três elétrons
Linus Pauling elaborou um dispositivo prático, o qual
indica a ordem crescente de energia dos subníveis. Só começamos a colocar o segundo elétron em cada or-
bital, após cada orbital do mesmo subnível conter um elétron.

Diagrama de p4(4 elétrons)


subnível com
quatro elétrons
Pauling
p5(5 elétrons) subnível com
cinco elétrons

p6(6 elétrons) subnível com seis


elétrons

Quando representamos o 1º elétron de um orbital,


podemos pôr sua seta para cima ou para baixo.

Ordem crescente
de energia

E
ENERGIA CRESCENTE

Pelo diagrama, colocamos os subníveis na ordem seu spin pode ser


crescente de suas energias, conforme mostra a figura
acima.
S= ou

HIPERCONHECIMENTO 823
Química
Distribuição dos elétrons 3 Distribuir os elétrons do átomo de manganês (Z =
25), nos níveis e subníveis.
Sabemos o número de elétrons que iremos distri- Resolução:
buir, conhecendo o número atômico. Por exemplo: Z = 25 -> 25 elétrons
O elemento com número atômico 11 (Z = 11) tem 11
elétrons no átomo.
Inicialmente, será preenchido o subnível de me-
nor energia (1s) com dois elétrons. Após o subnível 1s, o
subnível seguinte em ordem crescente de energia é o 2s,
que também recebe dois elétrons. Agora temos somente
sete elétrons para serem distribuídos. Mantendo a ordem
crescente de energia, o subnível seguinte é o 2p, o qual
será preenchido com seis elétrons. Assim, o último elé-
tron ocupará o subnível 3s.
Portanto, distribuímos os elétrons em ordem cres-
cente de energia dos subníveis. Preenchemos um sub-
nível somente depois que os anteriores estiverem com- Temos: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s2 3d5
pletos, lembrando que o número máximo de elétrons em Observar que o 3d5 vem após o 4s2 por ser mais ener-
cada subnível é dado por 2 . (2l + 1). gético.
Obedecendo às regras acima e às regras de Pauli e Ordenando os subníveis, temos o número de elé-
Hund, teremos uma configuração eletrônica normal ou trons em cada camada:
fundamental. 1s2 2s22p6 3s23p63d5 4s2
1º nível 2º nível 3º nível 4º nível
k=2 l=8 m = 13 n=2
Fósforo – Descoberto por Hennig Brand (ALE), em
1669. Nome derivado do grego phos (luz).

4 Distribuir nos orbitais os elétrons do ferro (Z = 26).


Resolução:
Z = 26 -> 26 elétrons
Exercícios resolvidos

1 Dar o significado de 3p6.


Resolução:
quantidade de
elétrons no subnível

Última camada:
a camada N.
subnível p
camada M
(n=3)

2 Dar a distribuição nos subníveis dos elétrons do 5 Dar a distribuição eletrônica, indicando o preen-
potássio (Z = 19). Resolução: chimento dos orbitais dos átomos:

a) 13Al (Alumínio)
Resolução:

1s2 2s2 2p2

b) C6 (carbono)
Resolução:
1s2 2s2 2p4
Como o número atômico do potássio é 19, o átomo de
potássio tem 19 elétrons, os quais serão distribuídos em or-
dem crescente de energia conforme o diagrama de Pauling. c) 8O
Portanto, temos: 1s2 2s2 2p6 3s2 3p6 4s1

824 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 3

Resolução:
Importante:
Alguns átomos não obedecem às regras de
distribuição eletrônica nos níveis e subní-
veis de energia. O cromo (Cr) e o cobre
(Cu) são exemplos dessas exceções.

Características de alguns elementos


químicos e suas aplicações

Nitrogênio – Descoberto por D. Rutherford Alumínio – O alumínio puro foi obtido pela
(GB), em 1772. Oriundo do latim nitrum primeira vez por F. Wholer (ALE), em 1827.
(soda) e genes (formador). Nome com origem no latim alumen (pedra-
Aplicações: líquido para conservação de sê- -ume).
men, combustível para foguete, preparação Aplicações: Panelas, janelas, portas, auto-
de amoníaco. móveis, foguetes e aviões.

Fósforo – Descoberto por Hennig Brand


Oxigênio – Descoberto independentemente
(ALE), em 1669. Nome derivado do grego
por Scheele (SUE), em 1772, e por Priestley
phos (luz).
(GB), em 1774. Seu nome vem do grego
Aplicações: Fósforos, fogos de artifício, adu-
oxys. É o gás mais amplamente distribuído e bos e cerâmicas.
o mais comum de todos.
Aplicações: Comburente, preparação de aço, Cobre – Conhecido desde a Antiguidade.
sistemas hospitalares e purificação de água. Metal conhecido inicialmente como aes
Cyprium (minério de Chipre). Mais tarde,
Flúor – Descoberto por Scheele, em 1771. denominado cobre, do latim cuprum.
Seu nome originou-se do latim fluere (o Aplicações: Arames, cabos elétricos, meda-
que flui). Gás amarelo-esverdeado de odor lhas, panelas, tubos e sinos.
irritante e inalação perigosa.
Cloro – Descoberto por W. Scheele (SUE), em
Aplicações: Preventivo no tratamento dentá-
1774. Seu nome vem do grego chloros (luz
rio, confecção de gás refrigerante, plásticos
verde).
e aerossóis. Aplicações: Purificação da água potável,
desinfetante, branqueador e artigos bélicos.
Sódio – Descoberto por Humphry Davy
(GB), em 1807. Seu nome tem origem no Potássio – Descoberto por Humphry Davy
latim sodanum, e o símbolo vem do latim (GB), em 1807. Seu nome vem do latim
natrium (soda). kalium (potassa).
Aplicações: Medicamentos, iluminação, sal Aplicações: Adubo, vidro, lente, fósforos,
de cozinha e soda cáustica. pólvora e sal.

HIPERCONHECIMENTO 825
Química

Características de alguns elementos


químicos e suas aplicações

Carbono – Conhecido desde a Anti- Vanádio – Descoberto por Selstrom,


guidade, seu nome vem do latim carbo em 1830. Nome decorrente de Vanadis
(carvão). Muito difundido na natureza (deusa escandinava). Metal branco ma-
em todas as substâncias orgânicas e em leável encontrado em grande número de
muitos minerais. O diamante e o grafite minérios.
são suas formas mais duras. O estudo Aplicações: Ferramentas, motores e cata-
das suas combinações constitui a quími- lisador na produção de ácido sulfúrico.
ca Orgânica.
Aplicações: Filtros, aço, diamantes, grafi- Ferro – Conhecido desde os tempos pré-
te e eletrodos. -históricos. Nome e símbolo são oriun-
dos do latim ferrum.
Hidrogênio – Descoberto por Henry Aplicações: Veículos, pontes, automó-
Cavendish (GB), em 1766. Seu nome veis, estruturas, ímãs e ferramentas.
originou-se do grego húdor (água) e ge-
nes (formadores). Gás incolor, inodoro e Zinco – Conhecido desde os tempos
insípido. É a substância mais leve que se bíblicos. O termo zinco só veio a ser em-
conhece. pregado por Paracelso (1490–1541).
Aplicações: Combustível para foguetes, Aplicações: Pilhas, chapas, ligas (latão,
hidrogenação de gorduras, amoníaco e Zn-Cu), proteção de metais e aditivos
água. para borracha.

Enxofre – Conhecido desde a Antigui- Bromo – Descoberto por A. J. Balard


dade, seu nome em português deriva (FRA), em 1826, seu nome originou-se do
da palavra latina sulphur (pólvora). Seu grego bromos (odor ruim). Trata-se de
principal derivado é o ácido sulfúrico, um metalóide líquido.
largamente usado na indústria. Aplicações: Purificador de água, desinfe-
Aplicações: Fogos de artifício, vulcaniza- tante, filme, papel fotográfico e retarda-
ção da borracha e conservantes. dor de chamas.

Cálcio – Obtido pela primeira vez por Estanho – Conhecido desde a Antigui-
Humphry Davy (GB), em 1808, seu nome dade, seu nome vem do latim stannum
tem origem no latim calx (calcário). Metal (estanho).
branco-prateado, mole, dúctil e maleável. Aplicações: Ligas, soldas, moeda, vidro
Aplicações: Adubos, gesso e argamassas. fosco e tinta antiadesiva.

826 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 3

2
A LEI DE MOSELEY

Capítulo Em 1913, Henry G. L. Moseley (1887-1915), cientista


inglês, mediu a carga nuclear, estabelecendo o concei-
to de número atômico dos elementos químicos. Então,
Classificação periódica dos concluiu-se que os elementos químicos na tabela periódi-
elementos ca deveriam obedecer a uma ordem crescente de número
atômico, pois, segundo a Lei de Moseley:
As propriedades dos elementos são uma função pe-
INTRODUÇÃO riódica de seus números atômicos.
Assim chegou-se à atual tabela periódica, colocando-
Com o estudo e o conhecimento dos elementos quí- -se os gases nobres, os lantanídeos e os actinídeos.
micos, eles foram organizados em grupos denominados
famílias, conforme as propriedades comuns entre eles. As famílias
Chamamos de família ou grupo cada coluna verti-
cal da tabela periódica.
Uma família é constituída de elementos cujas proprie-
dades químicas são semelhantes entre si e apresentam a
mesma configuração eletrônica na última camada.
Na tabela periódica, as famílias são representadas pelas
letras A e B; as representadas por A e zero recebem denomi-
nações, e seus elementos são chamados de representativos.

Exemplos:

Um dos tipos mais importantes de classificação dos


elementos é a classificação periódica ou tabela periódica.
A organização dos elementos começou a ser feita
no início do século XIX.
Em 1817, o cientista alemão Johann W. Döberei-
ner observou que alguns elementos com propriedades
químicas semelhantes podem ser agrupados três a três.
Nesse grupo de três, o peso atômico de um elemento era
aproximadamente a média aritmética dos pesos atômi-
cos dos outros dois.
As famílias representadas pela letra B são chamadas
Exemplos: Lítio, sódio e potássio. elementos de transição.
A classificação de Döbereiner ficou conhecida Estão incluídos nos elementos de transição os ele-
como Lei das Tríades. mentos de duas séries, a dos lantanídeos e a dos acti-
Muitas tentativas de agrupar os elementos foram ela- nídeos, chamados de elementos de transição interna,
boradas, mas sem muito sucesso. Somente em 1869, o com exceção do La e do Ac.
cientista alemão Julius Lothar Meyer (1830-1895) e o russo
Dmitri Ivanovitch Mendeleyev (1834-1907), trabalhando in-
dependentemente, chegaram a conclusões que levaram à
atual classificação periódica dos elementos.
Mendeleyev ordenou os elementos segundo a se-
quência crescente de suas massas atômicas.
A tabela de Mendeleyev previu propriedades de vários
elementos não conhecidos na época. Os espaços desses
elementos na tabela correspondiam a vazios; só se conhe-
ciam cerca de 60 elementos químicos.
Mendeleyev enunciou que:
As propriedades dos elementos são uma função pe-
riódica de suas massas atômicas.
Portanto, quando os elementos estão dispostos em
ordem crescente de suas massas atômicas, observa-se que
muitas propriedades repetem-se periodicamente.

HIPERCONHECIMENTO 827
Química
O átomo de um elemento de transição apresenta metais na tabela periódica. Está localizado acima do lítio,
subnível mais energético d, e o átomo de um elemento de apesar de não ser um metal alcalino.
transição interna apresenta subnível mais energético f.
Resumindo: Elementos artificiais

Os períodos Os elementos artificiais são aqueles produzidos em


laboratório, que não existem na natureza. São classifica-
Chamamos de período ou série cada fila horizontal dos em transurânicos e cisurânicos.
da tabela periódica.
Verifica-se que o número do período corresponde Transurânicos
ao número de camadas de elétrons, ou seja, ao número
quântico principal (n) da última camada. Na tabela periódica, encontram-se depois do urâ-
nio (Z = 92), ou seja, possuem número atômico superior
METAIS, NÃO METAIS, SEMIMETAIS a 92.

GASES NOBRES E HIDROGÊNIO

Metais
Se Midas era capaz de transformar qual-
Oitenta e um elementos químicos, o que representa quer coisa em ouro, a natureza tratou de
76% do total, são bons condutores de calor e eletricidade,
dúcteis e maleáveis, apresentam um brilho típico, apre-
ela mesma transformar ouro em algo sem
sentam menos de 4 elétrons na última camada, tendem a nenhum valor. Na verdade, criou a pirita
perder elétrons e são sólidos em condição ambiente, com (dissulfeto de ferro), que ironicamente
exceção do mercúrio, que é líquido. brilha mais e é mais dourada que o ouro
de verdade. Daí ser conhecida como ouro
Não metais
dos tolos. Na Austrália, porém, a nature-
Em número de 11, constituem 11% dos elementos, za foi ainda mais perversa. Em 1893, uma
são maus condutores de eletricidade e calor, não são
corrida do ouro levou milhares de pessoas
dúcteis nem maleáveis, apresentam mais de 4 elétrons
na última camada e tendem a ganhar elétrons. para o outback australiano. O local se
tornou rapidamente uma cidade, feita com
Semimetais pedregulhos que os mineiros achavam não
Num total de 7 elementos, com propriedades inter-
ter valor. Na verdade, a cidade foi cons-
mediárias entre as dos metais e as dos não metais. truída com algo mais precioso. O ouro,
por causa de suas propriedades químicas,
não se liga a quase nenhum outro elemen-
Gases Nobres

Semimetais Não- to. A exceção é o telúrio, de que resulta


metais a calaverita, ou telureto de ouro, que é
amarelo e lembra levemente o ouro. Até
Metais que alguém na cidade tomou consciência
de que estavam jogando fora era calaverita
e que, pior, era muito fácil separá-la do
ouro. Resultado: a cidade foi praticamente
Gases nobres colocada abaixo pelos mineiros. Chami-
São seis elementos, todos gases em condições am- nés, calçadas e até o pavimento das ruas
biente, são quimicamente inertes, isto é, não participam foram arrancados à base de picaretadas.
de reações. A região de Kalgoorlie se tornou nos anos
seguintes a maior produtora de ouro do
Hidrogênio
mundo.
O hidrogênio é um elemento que não apresenta
(Adaptado do Almanaque Abril)
propriedades semelhantes a nenhuma família e não se
enquadra na classificação de metais, não metais e semi-

828 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 3

Cisurânicos
Na tabela periódica, encontram-se antes do urânio, Você sabia que a tabela periódica
possuem número atômico inferior a 92, são quatro: tec- foi criada no século xix?
nécio (Tc, Z = 43), promécio (Pm, Z = 61), astato (At, Z = 85)
e frâncio (Fr, Z = 87). A tabela periódica foi criada por Mendelev, por
volta de 1869, na Rússia, e, simultaneamente,
Elementos radioativos por Meyer, na Alemanha. Nessa época, eram
Os elementos que na tabela periódica encontram- conhecidos apenas 63 elementos químicos.
-se depois do bismuto (Bi, Z = 83) são naturalmente ra- Somente em 1913 essa tabela foi corrigida. A
dioativos. tabela possui 18 colunas, chamadas de famílias,
e sete linhas horizontais, os períodos.
Exercícios resolvidos
Até o fim do século XVII, 14 elementos eram
1 Identificar a família e o período a que pertencem os
conhecidos; no século XVIII, 33 elementos; no
elementos com Z = 10, Z= 15, Z = 20 e Z = 30.
Resolução: século XIX, 83 elementos; e hoje há aproxima-
Z = 10 → 1s2, 2s2, 2p6 → 2º período damente 109 elementos conhecidos. Cada ele-
8 elétrons na última camada mentotem propriedades semelhantes a todos
∴ Gás nobre
os elementos da mesma família.
Z = 15 → 1s2, 2s2, 2p6, 3s2 3p3 → 3º período
Subnível mais energético: p → elemento representativo
5 elétrons na última camada
∴ Família 5A 2 Qual o número atômico de um elemento que se
encontra no terceiro período da família dos halo-
Z = 20 → 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2 → 4º período gêneos?
Subnível mais energético: s → elemento representativo Resolução:
2 elétrons na última camada Halogêneos → família 7A → última camada
∴ Família 2A período 3 3s2 3p5
Completamos a distribuição utilizando o diagrama de
Z = 30 → 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p6, 4s2, 3d10 → 4o período Pauling.
Subnível mais energético: d→ elemento de transição 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p5
2 elétrons na última camada O número de elétrons é: 2+2+6+2+5 = 17
∴ Família 2B ∴ Z = 17

HIPERCONHECIMENTO 829
Química

3
Nas famílias, a energia de ionização aumenta de

Capítulo
baixo para cima. E, nos períodos, a energia de ionização
aumenta da esquerda para a direita, conforme indicam
as setas da figura abaixo.

Propriedades dos elementos

PROPRIEDADES PERIÓDICAS

Propriedades periódicas são aquelas que se repetem


em intervalos mais ou menos regulares, isto é, à medida Energia ou Potencial
que o número atômico aumenta, os valores se repetem de Ionização
numa certa ordem.
Vamos analisar as seguintes propriedades perió-
dicas: raio atômico (tamanho do átomo), potencial de Nota-se que, à medida que retiramos elétrons de
ionização, eletroafinidade, eletronegatividade, eletropo- um átomo, a atração do núcleo sobre os elétrons rema-
sitividade, reatividade química, densidade, volume atô- nescentes torna-se cada vez maior. Portanto, retirando-
mico e ponto de fusão. -se o primeiro elétron, fica mais difícil a retirada do elé-
tron seguinte, ou seja, a energia para retirar o 1º elétron
Raio atômico é menor que a energia para retirar o 2º elétron e assim
por diante.
O tamanho do átomo varia de acordo com dois fa-
tores: o número de camadas eletrônicas e a carga nu- E1 < E2 < E3 < E ... < En
clear (número de prótons).
Em uma família, o raio atômico cresce de cima para Eletroafinidade ou afinidade eletrônica
baixo, pois o número de camadas eletrônicas aumenta
nesse sentido. Eletroafinidade ou afinidade eletrônica é a medi-
Notamos que num período, à medida que o núme- da da energia liberada por um átomo isolado no estado
ro atômico aumenta, o número de camadas permanece gasoso ao receber um elétron. Portanto, quanto maior
o mesmo, mas a carga nuclear aumenta, aumentando a afinidade eletrônica, maior a capacidade do átomo de
a atração do núcleo sobre os elétrons. Portanto, quanto receber elétrons.
maior o número atômico dos elementos, menor o ta- Nos períodos e nas famílias, quanto menor o átomo,
manho dos átomos e menor o raio atômico. maior a afinidade eletrônica, e maior sua capacidade de
receber elétrons.
Observe a direção das setas na figura a seguir, que Na tabela periódica, a afinidade eletrônica tem varia-
representa a tabela periódica: ção inversa à do raio atômico.
Os gases nobres possuem os orbitais do último ní-
vel completos; portanto, não recebem elétrons.

Raio atômico

Afinidade eletrônica

Potencial de ionização ou
energia de ionização
Eletronegatividade
Sabemos que energia de ionização é a energia ne-
cessária para retirar um elétron de um átomo no estado Eletronegatividade é a propriedade pela qual o átomo
gasoso. apresenta maior ou menor tendência de atrair elétrons.
À medida que o raio atômico aumenta, diminui a É uma propriedade resultante da energia de ioniza-
atração do núcleo sobre os elétrons externos, portanto, au- ção e da eletroafinidade.
menta a facilidade para a retirada do elétron de valência. Um átomo com alta energia de ionização tem
Então, quanto maior o tamanho do átomo, menor dificuldade de perder elétrons, e um átomo com alta
a energia de ionização. eletroafinidade tem facilidade de ganhar elétrons.

830 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 3

Portanto, na tabela periódica, a eletronegatividade O ósmio e o irídio são os elementos de maior den-
varia conforme muda a energia de ionização e a eletroa- sidade.
finidade.
A figura acima mostra que os elementos situados Volume atômico
na parte superior direita da Tabela Periódica são os que
apresentam maior eletronegatividade. Veja na representação da Tabela Periódica o aumento
do volume atômico nas famílias e nos períodos.

Eletronegatividade

Volume atômico

Eletropositividade
Eletropositividade é a propriedade pela qual o átomo Os átomos de maior volume atômico ficam nas la-
apresenta maior ou menor tendência em repelir elétrons, terais e na base.
ou seja, é o inverso da eletronegatividade.
Ponto de fusão
Reatividade química
Ponto de fusão é a temperatura em que um sólido
Sabemos que um átomo reage facilmente quando passa ao estado líquido, a uma dada pressão.
tem facilidade de perder ou ganhar elétrons; portanto,
um átomo reage facilmente quando tem energia de ioni-
zação baixa, isto é, perde elétrons facilmente; e afinidade
eletrônica alta, quando recebe elétrons facilmente.
Alcalinos
Metais

Ponto de ebulição
Gases Nobres

ponto de fusão
1A 2A

Reatividade Os elementos com maior ponto de fusão encon-


tram-se no centro da tabela periódica e na base, com
exceção dos metais alcalinos, cujo maior ponto de fu-
Os gases nobres devem ser excluídos dessa varia- são pertence aos elementos da parte superior.
ção, pois são muito estáveis.

Densidade
Já vimos que densidade (d) é a razão entre a massa
(m) e o volume (v) de um corpo.
D=m
V
Nas famílias, a densidade aumenta de cima para bai-
xo e nos períodos aumenta das laterais para o centro.

Massa específica
(Densidade)

HIPERCONHECIMENTO 831
Química

UNIDADE 4 Ligações químicas

1
zer um compartilhamento de pares de elétrons com
outro átomo.
Capítulo O par eletrônico é sempre formado por um elétron
de cada átomo que participa da ligação.
Tomando como exemplo dois átomos de hidrogê-
Tipos de ligações químicas nio, sabemos que se tornarão estáveis ganhando um elé-
tron cada um. Como cada átomo tem apenas um elétron,
eles conseguem a estabilidade da seguinte forma:
LIGAÇÃO IÔNICA OU ELETROVALENTE O par de elétrons passará a pertencer a ambos os
átomos, tornando-os estáveis eletronicamente; assim,
A ligação iônica ocorre entre átomos quando um forma-se uma molécula.
deles perde elétrons, tornando-se um cátion, e o outro
átomo ganha elétrons, tornando-se um ânion. É uma li- Cl- Na+
gação de natureza eletrostática entre íons.
Lembrando que íons são átomos carregados ele-
tricamente, o íon positivo é denominado cátion e o íon
negativo é denominado ânion.
Considerando a ligação entre o sódio e o cloro, o áto-
mo de sódio no seu estado normal tem 2 elétrons na pri-
meira camada, 8 elétrons na segunda camada e 1 elétron
na terceira e última camada. O cloro tem 2 elétrons na pri-
O NaCl (sólido) não
meira camada, 8 elétrons na segunda camada e 7 elétrons
conduz corrente elétrica
na terceira e última camada.
Quando existe uma aproximação
entre o sódio e o cloro, um elétron do +
sódio passa para o cloro, o sódio torna-
-se um cátion e o cloro torna-se um
ânion, surgindo o Na+Cl– (cloreto de
sódio). H H H H
As substâncias formadas por li- 2p(+)
gação iônica são sólidas, pois as for- 2e(-)
____
ças interiônicas são muito intensas.
0
Os íons formados empilham-se or-
denadamente com uma geometria
uniforme chamada de retículo cris-
talino. -
+
Em resumo, a ligação iônica ocor-
re entre um metal e um não metal.
Na Cl Na Cl
Ligação covalente
Outra maneira de um átomo
adquirir uma estrutura estável é fa-

832 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 4
2

Capítulo
Interpenetração de orbitais
2 ns2 np5

3s2
Px PY

3p5
Pz

3s2 3p5

E
studaremos por meio de orbitais a formação [Cl -> Z = 17 -> 1s2, 2s2, 2p6, 3s2, 3p5]
dos pares eletrônicos e a geometria das mo- É o orbital p incompleto (pz) que participa da ligação
léculas. covalente.

Cada par eletrônico de uma ligação covalente é formado


pela interpenetração de dois orbitais atômicos, com um
elétron em cada orbital. A união forma um único orbi-
tal denominado orbital molecular, pertencente aos dois
átomos da ligação.

Na formação da molécula do H2, temos dois átomos


de hidrogênio (H -> 1s1), e a fórmula eletrônica da mo-
lécula é:

H••H

Temos dois elétrons atraídos simultaneamente por


dois núcleos, então podemos definir que um orbital mo-
lecular é a região de maior probabilidade de se encontrar
o par eletrônico da ligação covalente.
Orbital molecular sigma p – p ligação
Ligação sigma (σ) sigma p – p X2 (F2, Cl2, Br2, I2)
A ligação sigma (s) ocorre sempre que os orbitais
atômicos se fundem ao longo de um mesmo eixo. A Moléculas dos haletos de hidrogênio (HF, HCl, HBr, HI)
ligação covalente na molécula de hidrogênio é deno- No caso do HCl:
minada ligação sigma s-s. 1H -> Z = 1 -> 1s1
17Cl -> Z = 17 -> 3s2 3p5 (última camada)
O hidrogênio entra na ligação com o orbital s, e o
S
cloro com o orbital pz.

Átomo de hidrogênio: II Átomo de hidrogênio: CI


(orbita atômico s) (orbita atômico p)
S
ligação sigma s-s

Orbital mesmo eixo


molecular s-s
Ligação sigma s-p
(Os-p)
A geometria molecular é analisada conforme as
posições dos núcleos, assim uma molécula biatômica,
ou seja, com dois núcleos, é linear.

Molécula dos halogêneos


Molécula do cloridreto: HC1
Vamos analisar uma molécula de cloro, e a mesma (orbita molecular s-p)
análise pode ser feita com os outros halogêneos. Os áto-
mos dos halogêneos (família 7A) têm configuração na
camada de valência.

HIPERCONHECIMENTO 833
Química
Molécula dos hidretos (H2O, H2S. H2Se, H2Te) Atomo de Hidrogênio: H
(orbital atômicos)
No caso da água (H2O):
1
H ->Z = 1 -> 1s1
8
O -> Z = 8 -> 1s2, 2s2 2p4 ->

Atomo de hidrogênio: N
(orbitais atômicos p)

O hidrogênio entra na ligação com o orbital s, e o Molécula de gás amoníaco: NH3


oxigênio com os seus orbitais incompletos py e pz. (orbitais moleculares s-p)

Formação de Moléculas H2O

Ligação sigma s-p


(Os-p)
Essa ligação forma moléculas angulares piramidais e os
ângulos teóricos são de 90º, mas, devido a forças eletrostáti-
(O, S, Se, Te)
(O, S, Se, Te) molécula H2X cas, os ângulos reais diferem um pouco de 90º.

Ligação Pi (π)
Essa ligação forma moléculas angulares, ou seja, os
núcleos de todos os átomos não estão numa mesma reta, A molécula de Nitrogênio
formam um ângulo teórico de 90º, mas, devido a forças Esse tipo de ligação covalente, feita entre dois orbi-
eletrostáticas, os ângulos reais são um pouco diferentes tais p que se juntam segundo eixos paralelos, denomina-
de 90º. mos de ligação covalente pi (π).

Formação da ligação pi

ligação
pi

7
N -> 1s2 2s2 2p3 ->

Molécula dos hidretos (NH3, PH3, ASH3, SBH3) O nitrogênio participa da ligação com seus três or-
bitais p incompletos (px, py, pz).)
No caso NH3
Átomo de nitrogênio: N Átomo de nitrogênio: N
1
H -> Z = 1 -> 1s1 (orbitais atômicos p) (orbitais atômicos p)
7
N -> Z = 7 -> 1s2 2s2 2p3 ->

Átomo de nitrogênio: N2
(orbitais atômicos p-p)

O hidrogênio entra na ligação com o orbital s, e o


nitrogênio com os seus orbitais incompletos px, py, pz,

834 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 4
2

3
A molécula de monóxido de carbono (CO)
C -> Z = 6 -> 1s2, 2s2 2p2 ->
6 Capítulo
Hibridação

O
bservou-se que a teoria da fusão de orbitais atô-
micos comuns não conseguia explicar a estrutu-
8
O -> Z = 8 -> 1s2 2s2 2p4 -> ra de muitas moléculas.
Então surgiu uma nova teoria, a Teoria da Hibridação.

HIBRIDAÇÃO SP3
O átomo de carbono tem apenas dois orbitais incomple-
tos, dois elétrons para formar duas ligações covalentes,
O carbono entra na ligação com seus dois orbitais p mas sabe-se experimentalmente que o átomo de carbo-
incompletos e um orbital p vazio. no pode formar quatro ligações covalentes.
O oxigênio entra na ligação com seus dois orbitais p Segundo a teoria da hibridação, o átomo do carbo-
incompletos e um orbital p cheio. no tem uma promoção de um elétron do orbital 2s2 para
Surge um caso especial de ligação covalente, estabele- o orbital vago 2pz.
cida quando o par eletrônico é doado somente por um dos
átomos.
Vejamos pelo desenho:
átomo de carbono: C átomo de oxigênio: O

E, assim, tornam-se possíveis quatro ligações, pois


molécula de monóxido agora são quatro orbitais completos (s, px, py, pz)
de carbono: CO
Então, após a promoção do elétron, a configu-
ração eletrônica do átomo de carbono é 1s2, 2s 1, 2p 1x,
2p 1y, 2p 1z. Dizemos que esse é o estado excitado do áto-
Na molécula de CO, temos uma ligação dativa, for- mo de carbono. Assim, uma mistura de um orbital s
mada por um orbital completo e um orbital vazio, nota- com três orbitais p, formando quatro orbitrais híbri-
mos que, após formada a ligação dativa, ela não se dife- dos exatamente iguais, é denominada de hibridação
rencia da ligação covalente comum. de orbitais.
Representamos a ligação dativa na fórmula estru- Como na hibridação do carbono, temos um orbital s e
tural por uma seta dirigida do doador para o receptor. três orbitais p. Representamos os orbitais híbridos por sp3.
A -> B
Classificação: Conforme o número de pares eletrô- A orientação
nicos covalentes formados, temos: espacial dos
orbitais híbridos
sp3 corresponde a
um tetraedro .

109º 28

HIPERCONHECIMENTO 835
Química
A molécula do metano (CH4)
Para a formação
Para a formação da molécula do metano, ocorre a liga- da molécula do hi-
ção dos orbitais s dos hidrogênios com os orbitais híbridos dreto de boro (BH3),
sp3 do carbono. Temos então quatro ligações exatamente ocorre a ligação dos
iguais do tipo ligação covalente sigma s-sp3 (σs-sp3). orbitais híbridos sp2
do boro com os orbi-
tais s dos hidrogênios.
Temos então três li-
gações exatamente
iguais do tipo sigma:
s – sp2 (σs - sp2).

Como a orientação Hibridação sp


espacial dos orbitais hí-
bridos sp3 do carbono Sabemos que na molécula do hidreto de berílio o
corresponde a um tetrae- átomo de berílio está ligado aos átomos de hidrogênio
dro regular, a molécula por duas ligações covalentes.
do CH4 é tetraédrica. O berílio no seu estado fundamental tem uma con-
Hibridação sp2 figuração eletrônica que não permite nenhuma ligação,
pois seus orbitais estão completos, mas, com a promoção
A molécula do hidreto de boro (BH3) apresenta o de um elétron do subnível 2s para o subnível 2p vazio, o
átomo de boro ligado aos átomos de hidrogênio por três átomo de berílio passa a ter dois orbitais incompletos, os
ligações covalentes. quais permitem duas ligações covalentes.
Sabemos que o boro no seu estado fundamental tem
uma configuração eletrônica que permite apenas uma liga-
ção, mas com a promoção de um elétron do orbital 2s2 para
o orbital vazio 2py.O átomo de boro passa a ter três orbitais
incompletos, os quais permitem três ligações covalentes.

Então, após a promoção do elétron, a configura-


ção eletrônica do átomo de berílio é 1s2, 2s1, 2p1x , o que é
chamado de estado excitado do átomo de berílio. Assim,
uma mistura de um orbital s com um orbital p, forman-
do dois orbitais híbridos exatamente iguais, é denomi-
nada de hibridação de orbitais, e os orbitais híbridos de
sp orientam-se linearmente formando um ângulo entre
Então, após a promoção do elétron, a configuração eles de 180º e o formato desses orbitais é o de um haltere.
eletrônica do átomo de boro é 1s2, 2s1, 2p1x 2p1y, o que é
chamado de estado excitado do átomo de boro. Assim,
uma mistura de um orbital s com dois orbitais p, forman-
do três orbitais híbridos exatamente iguais, é denomi-
nada de hibridação de orbitais, e os orbitais híbridos de
sp2, os quais se dirigem para os vértices de um triângulo
eqüilátero, formam um ângulo de 120º entre eles.

Para a formação da molécula do hidreto de berílio


A orientação espacial
(BeH2), ocorre a ligação dos orbitais híbridos sp do berí-
dos orbitais híbridos
lio com os orbitaiss do hidrogênio. Temos, então, duas
sp2 é triagonal ligações exatamente iguais do tipo sigma s-sp (σ s - sp).
(triangular) plana.

836 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 4
2

Capítulo
Radioatividade
4
Q
uando os núcleos de átomos de um elemento
natural emitem partículas ou quando núcleos
de átomos radioativos emitem radiações, a esse São conhecidas três séries: série do urânio-rádio,
fenômeno dá-se o nome de radioatividade. série do tório e a série do urânio-actínio. É importante
Esse fenômeno foi descoberto por Becquerel (1896), salientar que qualquer uma das três séries sempre chega ao
quando, acidentalmente, deixou uma chapa fotográfica isótopo estável do chumbo (Z = 82).
em contato com um sal de urânio e observou que ela
havia sido impressionada, concluindo que alguma ra- Série do urânio-rádio
diação saía desse sal, atravessava o papel e impressiona- 238
U ---------- sucessivas emissões -------à 206 Pb
va a chapa. Inicialmente, essa radiação foi chamada de 92 82

Raios Becquerel e, mais tarde, de radiações radioativas Série do tório


ou radioatividade. 232
Th --------------- sucessivas emissões -----à 208 Pb
Posteriormente, o casal Curie verificou que todos os 90 82

sais de urânio impressionavam as chapas fotográficas e, Série do actínio


desse modo, concluíram que o urânio era o responsável 235
U ---------------- sucessivas emissões -----207 Pb
por essas emissões. Em 1898, o casal descobriu o ele- 92 82

mento químico polônio (400 vezes mais radioativo que


o urânio), por meio de purificações que executavam no
urânio, e também o elemento químico rádio (900 vezes
Transmutação artificial
mais radioativo que o urânio). Foi Rutherford quem conseguiu pela primeira vez
As partículas emitidas pelos núcleos dos átomos na- a transmutação artificial, também chamada de trans-
turais podem ser de dois tipos: partículas α e partículas β.
mutação provocada ou ainda experimental. Utilizando o
As radiações emitidas pelos núcleos de átomos radioati-
nitrogênio e efetuando o bombardeio com partículas a,
vos são chamadas de raios γ.
emitidas pelo polônio, obteve o oxigênio.

14
N + 4 α -> 17 O + 1 p (próton)
LEIS DA RADIOATIVIDADE 7 2 8 1

Um grande número de reações nucleares pode ser


Lei de Soddy (1911) realizada atualmente, bombardeando núcleos por outros
núcleos mais leves, por nêutrons, partículas alfa, por nú-
Ao emitir uma partícula α, o novo núcleo passa a ter
cleos de deutério etc.
quatro unidades a menos no número de massa e duas
unidades a menos no número atômico.
Fissão nuclear
4
X -> A- 4 Y + 4 α
2 z-2 2 Fissão nuclear é quando ocorre a divisão do nú-
cleo de um átomo em dois núcleos menores, ocor-
rendo liberação de grande quantidade de energia.
Lei de Soddy, Fajans e Russel Em 1939, Otto Hahn e Strassman realizaram a pri-
Ao emitir uma partícula β, o novo núcleo passa a meira fissão nuclear.
ter o mesmo número de massa e número atômico, com
uma unidade a mais.
235
U + 1 n -> 92 Kr + 142 Ba + 2 1n + Energia
92 0 36 56 0

Transmutação natural
Os dois nêutrons produzidos irão atingir dois no-
Elementos químicos que possuem alto número vos núcleos de urânio, e assim sucessivamente, ori-
atômico possuem núcleos grandes e instáveis; portanto, ginando o processo da reação em cadeia. A energia
transmutam-se em outros espontaneamente. Esses no- liberada é tão grande que faz a massa de urânio explo-
vos núcleos podem ser estáveis ou também radioativos. dir. Esse processo foi utilizado na bomba atômica que
Cada conjunto de transmutações sofridas por núcleos atingiu as cidades de Hiroshima e Nagasáki, durante a
instáveis é denominado série radioativa. Segunda Guerra Mundial.

HIPERCONHECIMENTO 837
Química
Fusão nuclear
Fusão nuclear é quando ocorre a síntese de núcleos,
originando um núcleo maior e mais estável e liberando
grande quantidade de energia. Para que ocorra a fusão
nuclear, são necessárias altas temperaturas. A bomba de
hidrogênio baseia-se nesse processo e é detonada por Aproveitando os
uma pequena bomba A (bomba atômica) que fornece as
altas temperaturas. radioisótopos na medicina

Reações de fusão
2
H + 2 H -> 4 H + Energia
1 1 2

2
H + 3 H -> 4 H + 1 n + Energia
1 1 1 0

A energia solar é proveniente da fusão de núcleos


de hidrogênio, originando o hélio. A vantagem em se
utilizar essa energia nuclear seria a sua economia e tam-
bém a ausência de detritos radioativos.

Muitos radioisótopos são usados no


Usos da energia nuclear tratamento e diagnóstico de muitas
doenças.
• O principal uso dessa energia seria na pro-
dução de energia elétrica, mas ela também é Por via oral, administra-se um radioi-
utilizada na propulsão de navios e submarinos. sótopo que age diretamente no órgão
• Indústrias: radiografias de tubulações me- ou tecido suspeito de apresentar algu-
tálicas, em controle de qualidade da produ- ma anomalia. Depois de um mapea-
ção, esterilização de materiais cirúrgicos, mento completo, é possível identificar
descoberta de vazamentos em oleodutos etc. tumores e tratá-los sem a necessidade
• Química: estudar o mecanismo e a cinética de internações cirúrgicas (em grande
das reações químicas. parte dos casos).
• Medicina: iodo-31, para o mapeamento da ti-
reoide, o mercúrio–197 para tumores cerebrais, Entre os principais radioisótopos
a bomba de cobalto–60 é empregada para podemos citar: iodo-131 (tireoide);
destruir células cancerosas. mercúrio-197 (tumores cerebrais) e o
• Agricultura: destruir fungos, ervas daninhas e tecnécio-99 (inúmeros diagnósticos).
insetos que prejudicam os vegetais.
Nesse tipo de tratamento, o paciente
• Geologia e Arqueologia: idade das rochas, é preparado para aplicação radioativa
fósseis. numa bomba de cobalto.

Nesse esquema, o cabeçote da má-


quina (contendo a fonte de cobalto
60) gira continuamente, para mudar o
ângulo de incidência das emissões e,
com isso, evitar a lesão de tecidos ou
órgãos não doentes de radiação.

838 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
5

UNIDADE 5 Oxidação e redução

Capítulo
Número de oxidação (NOx)
1 Soma
algébrica dois
oxigênios
um carbono

Soma

O
fenômeno de oxidorredução é uma consequên- algébrica
quatro
cia das ligações químicas. Um fato importante oxigênios
em uma ligação química é o comportamento um manganês
dos elétrons. um potássio
Os dois átomos de uma ligação disputam o par
eletrônico, e a intensidade da força dos átomos na dis- Fe -> NOx = 0 H2 -> NOx = 0
puta pode ser diferente. Desse modo, o par eletrônico é Al -> NOx = 0 O2 -> NOx = 0
deslocado na direção do átomo que exerce mais força. Em qualquer substância composta, os metais alca-
Isso provoca o aparecimento de resíduos de carga nos linos (Li, Na, K, Rb, Cs e Fr) têm NOx = +1.
átomos da ligação, e esses resíduos são denominados
polos. Assim, atribuímos cargas aos átomos de uma Exemplo:
molécula. Na2+1 SO4
Denomina-se número de oxidação de um ele- Em qualquer substância composta, os metais alcali-
mento a valência do elemento com sinal positivo ou nosterrosos (Be, Mg, Ca, Sr, Ba e Ra) têm NOx = +2.
negativo. O hidrogênio tem NOx = +1, com exceção apenas
Analisando uma molécula de cloreto de hidrogê- dos hidretos metálicos, que têm NOx =–1.
nio, a valência do hidrogênio é 1 e a do cloro também
é 1; tendo o cloro eletronegatividade maior que a do Exemplos:
hidrogênio, fica com resíduo negativo e o hidrogênio
positivo; portanto, dizemos que o número de oxida-
ção do hidrogênio é +1, e o número de oxidação do (hidreto metálico)
cloro é -1.
O número de oxidação de um elemento quando O oxigênio tem número de oxidação NOx = –2, com
forma um íon simples é a própria eletrovalência do exceção nos peróxidos, cujo NOx = –1, e nos fluoretos,
íon. Tomando como exemplo o cloreto de sódio (NaCl), cujo NOx = +1 e +2.
o sódio tem eletrovalência +1, e o cloro tem eletrova-
lência -1.

Regras práticas para a determinação do


número de oxidação (NOx) (peróxido) (peróxido)

A soma algébrica dos números de oxidação dos ele-


mentos que constituem um composto é igual a zero.
O número de oxidação (NOx) dos elementos nas
(fluoreto) (fluoreto)
substâncias simples é igual a zero:

HIPERCONHECIMENTO 839
Química
Os halogêneos (F, Cl, Br, I e At) têm número de oxi- b) H2SO3
dação NOx = –1 + 1 x– 2 -> NOx de cada átomo
Exemplo: + 2 x – 6-> total
+2+x–6=0→x=+4
c) SO2
x – 2 -> NOx de cada átomo
x – 4 -> total
A prata (Ag) em qualquer substância composta tem + x– 4 = 0 → x = + 4
número de oxidação NO= +1. d) SO3
Exemplo: x – 2 -> NOx de cada átomo
x – 6 -> total
+x–6=0→x=+6

2 Descubra o NOx do Br no BrO–2.


Resolução:
A soma algébrica dos números de oxidação de to- BrO–2
dos os átomos constituintes do íon é sempre igual à car- x – 2 -> NOx de cada átomo
ga do íon. x – 4 -> total
x–4=–1→x=+3
NOx do Br = + 3

carga do íon 3 Descubra o NOx do cromo no Cr2O7–2.


quatro oxigênios Resolução:
um carbono Cr2O7–2
x –2 -> NOx de cada átomo
O alumínio (Al) em qualquer substância composta 2x – 14 -> total
tem número de oxidação NOx = + 3. 2x – 14 = –2 → 2x = 12
Exemplo: x=+6
NOx do cromo = + 6

Você sabia?
Para entender o funcionamento de objetos
que produzem corrente elétrica, como pi-
lhas e baterias, é fundamental que entenda-
mos os conceitos de oxidação e redução.
É por meio de reações químicas que esses
objetos liberam energia elétrica.

Exercícios resolvidos

1 Determine o número de oxidação do enxofre nos


compostos:
a) H2SO4
b) H2SO3
c) SO2
d) SO3
Resolução:
a) H2SO4
+ 1x – 2 -> NOx de cada átomo
+ 2x – 8 -> total
+ 2 + x– 8 = 0 → x = + 6

840 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
5

Capítulo
Diferença entre oxidação e
2 redução

redução oxidação

A
oxidação e a redução são fenômenos associados O agente redutor é uma espécie química que cau-
com a transferência de elétrons de uma substân- sa redução em outra espécie química.
cia para outra, ou seja, são fenômenos ligados à O zinco sofreu oxidação, pois perdeu elétron para
variação do número de oxidação (NOx). o cátion cobre; então, dizemos que o cátion cobre é
A palavra oxidação era usada apenas quando um um agente oxidante.
elemento se combinava com o oxigênio. Depois de es- O agente oxidante é uma espécie química que
clarecida a estrutura eletrônica do átomo, verificou-se causa oxidação em outra espécie química.
que um metal, quando se combina com o oxigênio, per-
de elétrons; assim, a definição de oxidação tornou-se Exercício resolvido
“perder elétrons”.
Mais tarde, verificou-se que as combinações de ele- Dada a equação:
mentos com não metais eram semelhantes às combina- descubra os agentes oxidante e redutor.
ções com o oxigênio.

OXIDAÇÃO
A oxidação ocorre quando temos um aumento do
número de oxidação (NOx), e para isso o átomo precisa
perder elétrons.
redução
Redução
A redução ocor- oxidação
(redução)
re quando temos
uma diminuição do
número de oxidação Resolução:
(NOx), e para isso o ++O cátion Bi3+ sofreu redução, pois recebeu elétron
átomo precisa rece- doado pelo Mg0; então, o Mg0 é o agente redutor.
ber elétrons. diminuição E o Mg0 sofreu oxidação, pois perdeu elétron para
o cátion Bi3+; então, o cátion Bi3+ é o agente oxidante.
do NOx
Portanto:
oxidação: Balanceamento de
perda de elétrons (oxidação) reações de oxidorredução
– aumento do NOx.
redução: Existem reações simples que podem ser balanceadas
ganho de elétrons por “tentativas”, e seus coeficientes encontrados facilmen-
– diminuição do NOx. te. Existem, porém, reações como as de oxidorredução, que
apresentam algumas dificuldades para serem balanceadas
aumento devido ao grande número de reagentes e produtos.
Agentes Para encontrarmos os coeficientes das substâncias
oxidante e redutor do NOx oxidante e redutora, temos de utilizar os seguintes prin-
cípios:
A oxidação e a redução são processos simultâneos, 1. O número de elétrons perdidos pela espécie quími-
pois, quando um átomo sofre oxidação, isto é, perde elé- ca que sofre oxidação é igual ao número de elétrons
trons é porque outro átomo de outro elemento recebe esse ganho pela entidade química que sofre redução.
elétron, isto é, sofre redução. 2. O número total de átomos sempre se conserva dos
O cátion cobre (Cu2+) sofreu redução, pois rece- reagentes para os produtos no decorrer de qual-
beu elétron doado pelo zinco; então, dizemos que o quer reação química.
zinco é um agente redutor.

HIPERCONHECIMENTO 841
Química
Métodos para o balanceamento das reações
Os métodos de balanceamento de reações de oxi- As plantas e o seu pulmão, o que
dorredução são essencialmente práticos, por isso, os es-
têm a ver?
tudaremos por meio de exemplos.
Você sabia que a respiração e a fotossíntese são
Método do íon-elétron reações de óxidorredução? Observe as reações
Vamos fazer o balanceamento da seguinte abaixo: Luz Clorofila
equação: 6CO2 + 12H2O C6H12O6 + 6O2
C6H12O6 + 6O2 + 6H2O 6CO2 + 6H2O + energia
(fotossíntese) (respiração)
Quando observamos a reação da respiração
na espécie humana, estamos nos referindo
trocas gasosas realizadas em nossos pul-
mões, que retiram o gás oxigênio do ar e libe-
oxidação
ram gás carbônico. Na reação da fotossínte-
se, as moléculas de clorofila utilizam energia
redução
luminosa para produzir o gás oxigênio. Agora
imagine o que aconteceria à espécie humana
se os vegetais fossem extintos do planeta!
Vemos que nessa equação temos redução e oxidação.
{equação parcial de redução (1)}
I– -> I2 {equação parcial de oxidação (2)}
Exercícios resolvidos
Temos de balancear cada equação parcial.
1 Dê o número de oxidação (NOx) dos elementos as-
Já temos um átomo de manganês em cada membro sinalados.
da equação (1). E vimos que o NOx do manganês varia de H2 N20 NO2 Ba(NO3)2 Al2(SO4)3 K202
+4 para +2, ou seja, cada átomo de manganês receberá
elétrons; então, temos:
Acertamos os átomos de oxigênio, acrescentando
2H2O no lado direito da equação:
MnO2 + 2e- –> Mn2+ + 2H2O
Acertamos os átomos de hidrogênio, acrescentan-
do 4H+ no lado esquerdo da equação:

Somando as cargas do 1º membro: Resolução:


0–2+4=+2

Somando as cargas do 2º membro:


+ 2 + 0 = +2

Balanceando a outra equação parcial:


2I– I2

Colocando os elétrons:
2I– I2 + 2e-

Já temos o número de elétrons perdidos igual ao


número de elétrons ganhos.
MnO2 + 2e– + 4H+ Mn2+ + 2H2O
2I –
I2 + 2e–
2 O número de oxidação do fósforo nas espécies
PCl3, PCl5, H3PO4 é, respectivamente:
Fazendo a soma algébrica: a) +3, +5, +5 c) +5, +3, +5
MnO2 + 4H+ + 2I0– -> Mn2 + I2 + 2H2O b) +3, +5, +3 d) +3, +3, +3

842 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
5

Resolução: Resolução:
Inicialmente, determinamos o NOx de cada átomo
participante.
K2Cr2O7 + HCl - KCl + CrCl3 + H2O + Cl2
+1 +6 –2 +1 –1 +1–1 +3 –1 +1 –2 0
Verificamos qual o processo de oxidação e qual o
processo de redução.

3 Dê o número de oxidação do cloro nos compostos:


Cl2 HCl HClO HClO2 HClO3 e HClO4

Resolução:
redução
oxidação

Agora, determinamos o valor da variação total do


NOx de um elemento químico (Δ).
Sendo Δ = variação do NOx de um átomo desse ele-
mento, vamos multiplicá-lo pela atomicidade, que é o
4 O material cerâmico YBa2Cu3O7, supercondutor a número de átomos desse elemento que sofrem oxidação
baixas temperaturas, é preparado por tratamento ou redução.
adequado da mistura Y2O3, BaCO3 e CO. Nesse su-
percondutor, parte dos átomos de cobre tem nú-
mero de oxidação incomum.
a) Dê o número de oxidação do ítrio, do bário e do co-
bre nos compostos usados na preparação do mate-
rial cerâmico.
b) Calcule os números de oxidação do cobre no com-
posto YBa2Cu3O7.
Observe que dois átomos de cloro sofreram oxidação.
Resolução: Fazemos a Δ da oxidação ser o coeficiente da espé-
cie química participante da redução, e a Δ da redução ser
o coeficiente da espécie química participante da oxidação.

redução
oxidação

Isso significa que devemos ter três átomos de cobre


com um total de carga +7. Os demais coeficientes são obtidos por tentativas.
Se somente um átomo de cobre apresentar NOx =
+2, os outros dois apresentarão NOx = +2, 5, o que não
é possível.
Se dois átomos de cobre do composto apresenta-
rem NOx = +2, o terceiro átomo apresentará NOx = +3, o Exercícios resolvidos
que é possível, porém, incomum.
Nota: Os números de oxidação comuns do cobre são 1 Dê o número de oxidação (NOx) dos elementos as-
+1 e +2. sinalados.

Método da variação total do número de H2 N20 NO2 Ba(NO3)2 Al2(SO4)3 K202


oxidação
Este método é uma simplificação do método do
íon-elétron.
Vamos fazer o balanceamento da seguinte equação:
K2Cr2O7 + HCl KCl + CrCl3 + H2O + Cl2

HIPERCONHECIMENTO 843
Química
Resolução:
4 O material cerâmico YBa2Cu3O7, supercondutor a
baixas temperaturas, é preparado por tratamento
adequado da mistura Y2O3, BaCO3 e CO. Nesse su-
percondutor, parte dos átomos de cobre tem nú-
mero de oxidação incomum.
a) Dê o número de oxidação do ítrio, do bário e do co-
bre nos compostos usados na preparação do mate-
rial cerâmico.
b) Calcule os números de oxidação do cobre no com-
posto YBa2Cu3O7.
Resolução:

2 O número de oxidação do fósforo nas espécies


PCl3, PCl5, H3PO4 é, respectivamente:
a) +3, +5, +5 c) +5, +3, +5
b) +3, +5, +3 d) +3, +3, +3

Resolução: Isso significa que devemos ter três átomos de cobre


com um total de carga +7.
Se somente um átomo de cobre apresentar NOx =
+2, os outros dois apresentarão NOx = +2, 5, o que não
é possível.
Se dois átomos de cobre do composto apresenta-
rem NOx = +2, o terceiro átomo apresentará NOx = +3, o
que é possível, porém, incomum.

3 Dê o número de oxidação do cloro nos compostos:


Cl2 HCl HClO HClO2 HClO3 e HClO4
Resolução:

Os números de oxidação comuns do cobre


são +1 e +2

844 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 6
2

UNIDADE 6 Funções químicas

1
Quando uma substância molecular se dissolve na
água, produzindo uma solução iônica, ocorre uma rea-
Capítulo ção de ionização entre as moléculas da substância dis-
solvida e as moléculas da água.
Ionização é a formação de íons, devido à reação das mo-
Introdução léculas da substância dissolvida com as moléculas de água.

D
evido ao grande número de substâncias, sur-
Na+Cl- sólido Solução
giu, para a facilidade de estudo, uma divisão que retículo cristalino aquosa de NaCI
agrupa substâncias com propriedades seme-
lhantes, denominadas funções químicas.
Função química é um conjunto de substâncias que
apresentam propriedades químicas semelhantes.
Na+

TEORIA DA DISSOCIAÇÃO ELETRÔNICA Cl-

Na Cl Na+ + Cl-
No fim do século XIX, o químico sueco August
Svante Arrhenius notou que algumas soluções aquosas
conduzem corrente elétrica e outras não. Ionização do HCI
Para explicar essa diferença, Arrhenius formulou os
conceitos de eletrólito e não eletrólito, e que, quando um
eletrólito era dissolvido na água, a solução conduzia cor- moléculas íons
rente elétrica, devido à presença de íons carregados eletri-
camente, mas, quando um não eletrólito era dissolvido na
íon hidroxônio
água, a solução não conduzia corrente elétrica, pois não ou
ocorria formação de íons. íon hidrônio

Quando uma substância se dissolve na água, forma pe-


quenas partículas que se dispersam. Essas partículas podem Grau de ionização
ser moléculas, as quais são eletricamente neutras; portanto,
a solução não conduz corrente elétrica. É o caso do açúcar. Quando em uma substância a maioria das moléculas
Quando a divisão em partículas vai além das molé- permanece no estado molecular e somente uma pequena par-
culas, formam-se partículas ainda menores, com cargas te se ioniza, dizemos que essa substância tem pequeno grau de
elétricas opostas, denominadas íons. ionização. Porém, quando a maioria das moléculas se ioniza,
A partir da teoria de Arrhenius, apareceram os con- dizemos que essas substâncias têm alto grau de ionização.
ceitos de ácidos, bases e sais. O valor numérico do grau de ionização (a) é dado por:
O grau de ionização varia entre 0 e 1, e é geralmente
Dissociação e ionização expresso em porcentagem, mostrando quantas molécu-
las se ionizam em cada 100.
Os eletrólitos podem ser substâncias moleculares
ou iônicas. número de moléculas ionizadas
a=
Quando uma substância iônica se dissolve na água, número de moléculas dissolvidas
ocorre uma separação de seus íons do retículo cristalino.
Denominamos esse fenômeno de dissociação iônica. O grau de ionização varia com a temperatura e
Dissociação iônica é a separação dos íons de um retículo com a concentração; os valores de a são dados para
cristalino, quando uma substância iônica se dissolve na água. uma temperatura de 25º C e 0,1 normal.

HIPERCONHECIMENTO 845
Química

Capítulo
Estudo geral dos ácidos
2 ácido hipo

ácido
ácido hipo
oso
nome do elemento central
oso
ico
NOx
crescente
do elemento
central
ácido ico
ácido per ico
ÁCIDO DE ARRHENIUS
Ácido é uma substância que em solução aquosa
liberta como íons somente cátions H3O+ (ou H+).
Exemplos:

1 O cloro como elemento central:


HClO — ácido hipocloroso
+1
HClO2 — ácido cloroso
+3
HClO3 — ácido clórico
+5
HClO4 — ácido perclórico
+7

Exemplos de substâncias ácidas


2 O enxofre como elemento central:
H2SO3 — ácido sulfuroso
+4
Nomenclatura dos ácidos H2SO4 — ácido sulfúrico
+6
Ácidos não oxigenados -HnE
Na formação de seus nomes, coloca-se a palavra 3 O fósforo como elemento central:
ácido seguida do nome do elemento com a termina- H3PO2 — ácido hipofosforoso
ção ídrico. +1
H3PO3 — ácido fosforoso
Exemplos: +3
HF ....................... ácido fluorídrico H3PO4 — ácido fosfórico
HCl ...................... ácido clorídrico +5
HBr ...................... ácido bromídrico
HI ........................ ácido iodídrico 4 O nitrogênio como elemento central:
H2S ...................... ácido sulfídrico (do latim sulfur, enxofre) HNO2 — ácido nitroso
HCN ................... ácido cianídrico +3
H4[Fe(CN)6] ........ ácido ferrocianídrico HNO3 — ácido nítrico
+5

5 O carbono como elemento


central:
H2CO3 — ácido
carbônico
+4
Por conter substâncias como átomos de enxofre, que dão origem ao
H2S, ao apodrecerem, os ovos exalam um fétido odor. Em locais poluídos,
a chuva, além do H2CO3,
contém H2SO4, originando
Ácidos oxigenados - HnEOm o fenômeno conhecido
Na formação de seus nomes, coloca-se a palavra como chuva ácida.
ácido e utiliza- se prefixos (HIPO e PER), e sufixos (oso
e ico), os quais dependem do número de oxidação 6 O boro como elemento central:
(NOx) do elemento central. H3BO3 — ácido bórico
+3

846 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 6
2

Casos particulares Exemplos:


HCl ácido clorídrico -> ânion cloreto Cl–
Quando o mesmo elemento central forma ácidos H2SO4 ácido sulfúrico -> ânion sulfato SO42–
diferentes, mas com o mesmo número de oxidação, HNO2 ácido nitroso -> ânion nitrito NO–2
usam-se os prefixos orto, meta e piro. Os ânions com um ou mais hidrogênios ionizáveis
Exemplo: são denominados hidrógeno ânion. O nome do hidró-
H3PO4 , H4P2O7 , HPO3 geno ânion é formado colocando-se a palavra ácido
+5 +5 +5 diante do nome do ânion normal, e usam-se os prefixos
Usamos o prefixo orto para o ácido mais hidratado. mono, di, tri etc., para indicar a quantidade de hidrogê-
H3PO4 — ácido ortofosfórico nios ionizáveis do hidrogeno ânion.
Retirando uma molécula de água, de uma molécula
do orto, temos um ácido que usa o prefixo meta. Exemplos:
1H3PO4 — 1H2O HPO3 — ácido metafosfórico HSO4– -> hidrógeno sulfato ou sulfato ácido ou bi-
Retirando uma molécula de água de duas molécu- sulfato
las do orto, temos um ácido que usa o prefixo piro. HCO3– -> hidrógeno carbonato ou carbonato ácido
2H3PO4 — 1H2O H4P2O7 — ácido pirofosfórico ou bicarbonato

Nomenclatura dos ânions


Não é obrigatório o uso do prefixo orto;
O nome dos ânions é dado substituindo-se as ter- portanto, o H3PO4 pode ser simplesmente
minações ídrico, oso e ico dos ácidos por eto, ito e ato, chamado de ácido fosfórico.
respectivamente.

ÁCIDOS MAIS COMUNS E SEUS


RESPECTIVOS ÂNIONS

Classificação dos ânions

Funções químicas

Observe as fotos

O ácido fórmico é encontrado nas


formigas, em algumas frutas e tam-
bém em outros insetos. É obtido in-
dustrialmente pela oxidação do álcool
metílico. Geralmente, é utilizado no
tingimento de couros. Sabões são sais
de ácido graxo obtidos pela reação
de um glicerídio (óleo de oliva, óleo
de milho, banha, sebo) com uma base
forte (por ex.: NaOH).

HIPERCONHECIMENTO 847
Química

3
a) Quanto ao número de hidrogênios ionizáveis:
• Monoácido: possui apenas um hidrogênio ionizável.
Exemplos:
HBr, HCl
Capítulo
• Diácido: possui dois hidrogênios ionizáveis.
Exemplos: Bases
H2SO4, H3PO3
• Triácido: possui três hidrogênios ionizáveis. CONCEITO
Exemplo:
H3PO + Segundo a teoria de Arrhenius, base é uma subs-
• Tetrácido: possui quatro hidrogênios ionizáveis. tância em solução aquosa, que liberta como ânions
Exemplos: somente íons OH-.
H4P2O7
b) Quanto ao grau de ionização:
Classificamos os ácidos, considerando os valores
em solução 0,1 normal a 25º C, em:
• ácidos fortes: α > 50%
Exemplos:
HCl, H2SO4, HI, HNO3
• ácidos semifortes: 50% > α >5%
Exemplos:
H3PO4, HF, H2SO3
• ácidos fracos: α < 5%
Exemplos:
HCN, H2S
c) Quanto à presença do oxigênio no ânion:
• hidrácido: não possui o oxigênio. Nomenclatura
Exemplos:
HCl, HCN Se o elemento forma apenas uma base, ou seja, o
• oxiácidos: possui o oxigênio. elemento não tem NOx variável, usa-se:
Exemplos:
H2SO4, H3PO4 Hidróxido de _________________________________
_________. nome do elemento
Fórmula estrutural NaOH ->hidróxido de sódio
CaOH -> hidróxido de cálcio
• Ácidos não oxigenados NH4OH -> hidróxido de amônio
Exemplos: Se o elemento tem NOx variável, indica-se o NOx
H-F, H-Cl, H-Br, H-I, H-S-H e H-C = N com algarismo romano junto ao nome:
• Ácidos oxigenados – Hn E Om Fe(OH)3 -> hidróxido de ferro III
Para escrever a fórmula estrutural de um ácido Hn E Fe (OH)2 -> hidróxido de ferro II
Om, devemos escrever o símbolo do elemento cen- Sn(OH)4 -> hidróxido de estanho IV
tral (E) e ligá-lo aos grupos -OH, quantos forem os Sn(OH)2 ->hidróxido de estanho II
hidrogênios ionizáveis. Ligamos também ao elemen- CuOH -> hidróxido de cobre I
to central (E) os hidrogênios não ionizáveis e, final- Cu(OH)2 -> hidróxido de cobre II
mente, ligamos ao elemento central (E) os oxigênios Podemos usar também as terminações oso e ico,
restantes,por dupla ligação (=) ou por ligação dativa indicando o menor e o maior NOx, respectivamente.
(->), completando o octeto do elemento (E). CuOH -> hidróxido cuproso
Cu(OH)2 -> hidróxido cúprico
HO OH OH
Fe(OH)2 -> hidróxido ferroso
H3PO4 P HNO3 O N Fe(OH)3 -> hidróxido férrico
HO O O
Dissociação iônica
HO OH OH
H3PO3 P HNClO3 O Cl Em solução aquosa, os hidróxidos de metais sofrem
O dissociação iônica, pois são compostos iônicos.
HO O

HO OH OH
H3PO2 P H2SO3 O S
HO O OH

848 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 6
2

Os cátions formados na dissociação iônica são di- Classificação


ferentes de H+ e o nome dos cátions metálicos é o mes-
mo nome do metal, mas, se o metal tiver NOx variável, 1 Quanto ao grau de dissociação
indica-se com algarismo romano ou terminações oso
para o menor NOx e ico para o maior NOx. Os hidróxidos dos metais alcalinos e alcali-
noterrosos são compostos iônicos solúveis na
Na+ – cátion sódio água e por isso são bases fortes, cujo grau de
Al+3 – cátion alumínio ionização é praticamente 100%, enquanto os
Ag+ – cátion prata hidróxidos dos metais não alcalinos e não alca-
Cu+ – cátion cobre I ou cátion cuproso linoterrosos são insolúveis na água, formando
Cu+2 – cátion cobre II ou cátion cúprico bases fracas, cujo grau de ionização é, na sua
maioria, inferior a 5%.

PRINCIPAIS CÁTIONS
2 De acordo com o número de (OH) na fórmula
Cátions de metais com NOx fixo
• monobases: possuem apenas um (OH-)
NaOH, NH4OH
• dibases: possuem dois (OH-)
Ca(OH)2, Fe (OH)2
• tribases: possuem três (OH-)
Al(OH)3, Fe (OH)3

Fórmula estruturais
Vimos que uma base é sempre formada por um ra-
dical positivo, o qual é um metal ou NH4+, ligado ao radi-
cal negativo OH- :
Vimos também que a carga positiva é neutraliza-
da pela carga negativa dos íons OH-; portanto, temos
uma regra para formulação das bases.

O número de íons OH- é igual ao NOx do radical.

Indicadores
Indicadores são substâncias que possuem a pro-
priedade de mudar de cor conforme o meio ácido ou
Cátions de metais com NOx variável básico. Essas substâncias são utilizadas para reconhecer
se uma solução é ácida ou básica.

• Os ácidos

papel de azul
tornassol azul

solução de
um ácido róseo

HIPERCONHECIMENTO 849
Química

Capítulo
Sais
4
S
al é todo composto iônico capaz de se dissociar
na água liberando íons, dos quais pelo menos
um cátion é diferente de H3O+ e pelo menos um
ânion é diferente de OH-.

• As bases Exemplos:

papel de
tornassol vermelho
vermelho

Reação de salificação: neutralização ácido-base


Os ácidos e as bases neutralizam-se mutuamente
azul formando os sais.

solução de
uma base
Sal é toda substância iônica resultante da reação de
um ácido com uma base; é formado pelo ânion do ácido
e pelo cátion da base. Essa reação é denominada reação
de salificação.
Na reação de salificação, pode ocorrer neutraliza-
ção total ou parcial do ácido e da base.

Neutralização total do ácido e da base


Ocorre quando todos os hidrogênios ionizáveis do
ácido reagem com todos os ânions OH- da base, forman-
do um sal neutro e água.

Neutralização parcial do ácido pela base

Neutralização parcial da base pelo ácido

O sal formado de uma reação de salificação com neu-


tralização total do ácido e da base é denominado sal normal.

Exemplos:

NaCl, CaCO3

850 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 6
2

O sal formado de uma reação de salificação com • Para os sais duplos:


neutralização parcial do ácido e total da base é denomi-
nado hidrogeno sal. Sal duplo com dois ânions

Exemplos:
de
NaHCO3, KHSO4
O sal formado de uma reação de salificação com nome dos dois ânions nome do cártion
neutralização parcial da base e total do ácido é denomi-
nado hidroxi-sal.
Sal duplo com dois cátions
Exemplo:
Ca(OH)Br de
nome do ânion nome dos dois cártions
Nomenclatura
NaKSO4 -> sulfato de sódio e potássio.
Escrevemos o nome do ânion seguido da preposi- CaBrCl -> cloreto-brometo de cálcio.
ção de e do nome do cátion.

Nomeclatura dos sais

de
nome do ânion nome do câtion

O sal nosso de cada dia


Exemplos:
NaCl -> cloreto de sódio.
Na2SO4 -> sulfato de sódio.
KNO3 -> nitrato de potássio.
O NaCl, o sal que utilizamos em nossa ali-
mentação, é o sal mais comum que existe
• Quando temos um elemento que forma cátions e provém de três fontes: do mar, das minas
com diferentes números de oxidação, indicamos de sal-gema (depósitos subterrâneos, em
esse número com algarismos romanos, ou com geral) e de salmouras de subsolo (decor-
as terminações oso para o menor NOx e ico para o rentes das fortes concentrações de sal de
maior NOx. mares ou lagos interiores).
O processo mais simples para a obtenção
Exemplos:
do sal é o da evaporação da água do mar.
FePO4 -> fosfato de ferro III ou fosfato férrico.
Esse processo permite obter grandes blo-
FeCO3 -> carbonato de ferro II ou carbonato ferroso.
cos de sal, que são empilhados no aterro
• Para o hidrogeno sal, usamos os prefixos mono, di, das salinas, onde passam pelo processo
tri etc. dependendo da quantidade de hidrogênios da “cura”, ou seja, da limpeza dos cristais.
ionizáveis na fórmula. O sal das salmouras é obtido através da
evaporação da água e consequente preci-
Exemplos:
pitação do sal. Nesse caso, a água é aque-
CaHPO4 -> mono-hidrogeno fosfato de cálcio ou cida por meio de serpentinas de vapor.
fosfato ácido de cálcio.
(NH4)H2PO4 -> di-hidrogeno fosfato de amônio. Nas minas de sal-gema o sal é recolhido
em estado sólido, ou então, injeta-se
água no subsolo para formar salmouras,
• Para o hidroxi-sal, usamos os prefixos mono, di, tri etc. que são bombeadas para a superfície.
de acordo com a quantidade de íons OH- na fórmula.
Depois, os cristais são beneficiados in-
Exemplos: dustrialmente. Para que o sal não empe-
Al(OH)2Cl -> di-hidroxi cloreto de alumínio ou clo- dre, são acrescentadas a ele substâncias
reto di-básico de alumínio. como fosfato de sódio e carbonato de
Bi(OH)Cl2 -> mono-hidroxi cloreto de bismuto ou
magnésio.
cloreto básico de bismuto.

HIPERCONHECIMENTO 851
Química

5
Formulação de um sal
Para obtermos a fórmula de um sal a partir do seu
nome, escrevemos a fórmula do cátion seguida do ânion.
Capítulo
As quantidades de cátions e de ânions na fórmula devem
ser obtidas de modo que haja a neutralização das cargas. Óxidos
Exemplos: INTRODUÇÃO
Nitrato de sódio: Óxidos são compostos binários, ou seja, formados
cátion sódio Na+ NaNO3 por apenas dois elementos químicos, em que o oxigênio
ânion nitrato NO-3 é o elemento mais eletronegativo.
Os íons têm cargas unitárias, logo as quantidades O único elemento mais eletronegativo que o oxigê-
também são unitárias. nio é o flúor; portanto, o flúor, quando combinado com
Fosfato de ferro III: o oxigênio, não forma óxido.
cátion Fe+3 FePO4 OF2 - Fluoreto de oxigênio - não é óxido.
ânion PO-4 3
Com apenas um cátion e um ânion, o conjunto já NOMENCLATURA
é neutro.
Sulfato de ferro III -> cátion Fe+3 • Usamos os prefixos mono, di, tri etc., para indicar
ânion SO-24 os valores de m e n na fórmula de um óxido EmOn.
Para haver neutralização das cargas, usamos:
Dois cátions Fe3+ ->seis cargas positivas.
Três ânions SO-24 -> seis cargas negativas. (mono) (mono)
Fe2 (SO4)3 (di) (di)
(tri) ÓXIDO DE (tri) NOME DE E
etc. etc.
Sal hidratado
Sal hidratado ou sal com água de cristalização possui
moléculas de água no retículo cristalino. Essas moléculas Exemplos:
de água se encontram em uma proporção definida em re- CO2 → dióxido de monocarbono ou dióxido de car-
lação a uma fórmula do sal, tal proporção é denominada bono.
grau de hidratação, o qual é indicado na fórmula do sal por N2O3 → trióxido de dinitrogênio.
um ponto e pelos prefixos mono, di, tri, penta etc. Fe3O4 → tetróxido de triferro.

Exemplos: • Quando o oxigênio tem NOx = –2, ligado a um me-


tal de NOx fixo, usamos:
Na2CO3 . 10H2O carbonato de cálcio deca-hi-
dratado.
CuSO4 . 5H2O sulfato de cobre II penta-hidratado. Óxido de
nome do elemento
associado ao oxigênio
Solubilidade dos sais em água
São solúveis os sais dos ânions
• metais alcalino e amônio Exemplos:
• cloretos (Cl–) ZnO → óxido de zinco.
• brometos (Br–) Al2O3 → óxido de alumínio.
• iodetos (I–) BaO → óxido de bário.
• sulfatos (SO42–) Li2O → óxido de lítio.
• sulfetos dos metais alcalinos e de amônio
• sulfetos dos metais alcalinos terrosos • Quando o oxigênio tem NOx = –2, ligado a ele-
• nitratos (NO–3) mentos com NOx variável, usamos:
• acetatos (CH3–COO–)

Óxido de
Exceções (insolúveis)
• PbCl2, AgCl, CuCl, Hg2Cl2 nome do elemento associado ao oxigênio
• PbBr2, AgBr, CuBr, Hg2Br2 +
• PbI2, AgI, CuI, Hg2I2 NOx do elemento em algarismo romano
• CaSO4, PbSO4, BaSO4, SrSO4

852 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 6
2

Exemplos: Exemplos:
CO2 → óxido de carbono IV. Fe3O4 FeO + Fe2O3
CuO → óxido de cobre II. Pb3O4 → 2PbO + PbO2
Fe2O3 → óxido de ferro III.
Óxidos ácidos mistos
• Quando o oxigênio tem NOx = –1, usamos:
Exemplos: Óxidos ácidos mistos são óxidos ácidos que, ao
reagirem com a água, formam dois ácidos diferentes do
Peróxido de elemento e, ao reagirem com bases, formam dois sais.
nome do elemento associado ao oxigênio óxido ácido misto + água ácido + ácido
óxido ácido misto + base sal + sal + H2O
Exemplos:
H2O2 → peróxido de hidrogênio. N2O4 + H2O HNO2 + HNO3
Na2O2 → peróxido de sódio. N2O4 + 2NaOH NaNO2 + NaNO3 + H2O

CLASSIFICAÇÃO DOS ÓXIDOS Peróxidos

Óxidos ácidos Peróxidos são compostos binários que apresentam


grupo (– O – O –)2–, em que cada oxigênio tem NOx = –1.
Os óxidos formados dos elementos fortemente ele- Exemplos:
tronegativos têm caráter ácido; portanto, quando rea- H2O2, Na2O2, MgO2
gem com água, produzem ácidos e, quando reagem com O H2O2, peróxido de hidrogênio, é molecular, tem
uma base, produzem sal e água. caráter ácido muito fraco.
São óxidos de acentuado caráter covalente: A solução aquosa de H2O2 é conhecida como água
óxido ácido + água ->ácido oxigenada.
óxido ácido + base -> sal + água
Exemplos: Superóxidos
SO3 + H2O H2SO4
SO3 + 2NaOH Na2SO4 + H2O Superóxidos são compostos binários que apresen-
tam o ânion (O2)– combinado somente com metais al-
Óxidos básicos calinos e alcalinoterrosos.
Exemplos:
Os óxidos formados dos elementos fracamente ele- NaO2 superóxido de sódio.
tronegativos, ou seja, metais alcalinos e alcalinoterrosos, CaO4 superóxido de cálcio.
têm caráter básico, portanto, quando reagem com água,
produzem bases e, quando reagem com um ácido, pro- Óxidos neutros
duzem sal e água.
óxido básico + água base Óxidos neutros são óxidos que não reagem com
óxido básico + ácido sal + água água, ácido ou base e não possuem caráter básico nem
Os óxidos básicos comuns são compostos iônicos só- ácido.
lidos e apresentam o ânion O2– (oxigênio com NOx = –2). Exemplos:
Exemplos: CO, NO, N2O
K 2 O + H2 O 2KOH
MgO + H2SO4 MgSO4 + H2O

Óxidos anfóteros Água ácida e menos ácida


Óxidos anfóteros são óxidos que apresentam um ca- Você sabia que algumas espécies de seres
ráter intermediário entre o iônico e o covalente, ou seja, são aquáticos estão adaptadas à água mais ácida
óxidos com caráter ácido e básico simultaneamente.
e outras à água menos ácida?
óxido anfótero + ácido sal + água
óxido anfótero + base sal + água
Veja os exemplos a seguir:
Exemplos:
Al2O3 + 6HCl 2AlCl3 + 3H2O Salmão e truta: pH = 5.8
Al2O3 + 2NaOH 2NaAlO2 + H2O Crustáceos e moluscos: pH = 6.0
Enguia e truta de rio: pH = 4.5
Óxidos duplos Se o PH é alterado, essas espécies morrem.
Óxidos duplos ou mistos são compostos iônicos só-
lidos, formados de dois outros óxidos.

HIPERCONHECIMENTO 853
Química
Outros conceitos de ácido e base Exemplos:

Vimos que o conceito de ácidos e bases de Arrhe-


nius possui algumas limitações, pois ele considera a
existência somente em meio aquoso, porém, sabemos ácido de Lewis base de Lewis
que a água não é o único solvente capaz de ionizar áci-
dos ou dissociar bases.
Visando eliminar essas restrições, os cientistas
Johannes Nicolaus Brönsted, e Thomas Martin Lowry,
trabalhando independentemente, concluíram que:
Ácido é toda espécie química, íon ou molécula, ca-
paz de doar um próton, H+.
Base é toda espécie química, íon ou molécula, capaz
de receber um próton, H+ Notamos que o ácido de Lewis necessita de um par
HCl + NH3 Cl– + NH4+ de elétrons, e a base de Lewis necessita dispor de um par
O HCl doa próton, portanto, é um ácido de Brönsted. de elétrons, e assim formar uma ligação dativa.
O NH3 recebe próton, portanto, é uma base de
Brönsted. Comparação das três teorias de ácido e base
Houve uma transferência de próton (H+) do HCl,
para o NH3, formando NH4+ e Cl–, as quais reagem, tor- • A teoria de Arrhenius necessita do meio aquoso e
nando o processo reversível. Assim, cada espécie quími- da presença de hidrogênio no ácido e de hidroxila
ca funciona como ácido ou base. na base.
• A teoria de Brönsted e Lowry abrange a teoria de Ar-
rhenius e no seu conceito as substâncias não necessi-
tam do meio aquoso, mas é restrita à transferência de
próton (H+).
• A teoria de Lewis abrange as teorias de Arrhenius e
ácido base base ácido
de Brönsted e Lowry, as substâncias não necessi-
tam do meio aquoso e não fazem transferência de
Notamos que o HCl converte-se em Cl–, e no pro- próton (H+).
cesso reversível, o Cl– converte-se em HCl.
Numa reação ácido-base de Brönsted e Lowry, as
espécies químicas que diferem por apenas 1 próton (H+)
são denominados de par conjugado.
Assim, o HCl e o Cl– formam um par conjugado,
sendo o HCl o ácido conjugado e o Cl– e o Cl– a base
conjugada do ácido HCl.
O NH3 e o NH4+ formam outro par conjugado, sendo
o NH3 a base conjugada do ácido NH4+ e o NH4 + é o ácido Teorias de ácido e base
conjugado da base NH3.
No par conjugado, quanto mais forte for ácido, mais
fraca será a base conjugada, e quanto mais forte a base, Arthenius
mais fraco será o ácido conjugado.
Ácido: em meio aquoso, produz como cátion
Dependendo da espécie química em que a água
exclusivamente H3O+.
reage, ela pode ser considerada um ácido ou uma base.
Base: em meio aquoso, libera como ânion
exclusivamente OH.
Teoria eletrônica de Lewis
Brönsted-Lowry
No conceito de ácido e base, segundo a teoria de
Brönsted e Lowry, apresenta-se uma restrição que é Ácido: doador de prótons.
também uma restrição na teoria de Arrhenius: é a de- Base: receptor de prótons.
pendência do hidrogênio.
O cientista Gilbert Newton Lewis enunciou um con- Lewis
ceito de ácido e base que abrange qualquer espécie química:
Ácido é qualquer espécie química que recebe um Ácido: receptor de par eletrônico.
par eletrônico por meio de uma ligação dativa. Base: doador de par eletrônico.
Base é qualquer espécie química que fornece um
par eletrônico por meio de uma ligação dativa.

854 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
7

UNIDADE 7 Soluções

Capítulo
As soluções
1 2
• hidrogênio e paládio:
soluto hidrogênio (g), solvente paládio (s)

Solução líquida:
Soluto – pode ser sólido, líquido ou gasoso.
Solvente – sempre líquido.
Exemplos:

S
olução é qualquer mistura homogênea. Quando mis- • solução de sacarose em água:
turamos duas espécies químicas, pode ocorrer uma soluto sacarose (s), solvente água (l)
dispersão, ou seja, a distribuição de uma substância, • solução de álcool em água:
em toda a extensão de uma outra substância, sob a forma soluto álcool (l), solvente água (l)
de pequenas partículas. • solução de oxigênio em água:
Na dispersão, a espécie química distribuída sob a soluto oxigênio (g), solvente água (l)
forma de pequenas partículas é denominada disperso,
e a outra espécie química é denominada dispergente. 3 Solução gasosa:
De acordo com o tamanho das partículas dispersas, Soluto – é um gás.
as dispersões classificam-se em soluções, dispersões co- Solvente – é um gás.
loidais e suspensões. Exemplo:
Numa solução, o disperso é chamado soluto e o dis- ar (nitrogênio + oxigênio) filtrado.
pergente, solvente.
Exemplo: mistura de água e açúcar Condutividade elétrica

CLASSIFICAÇÃO DAS SOLUÇÕES Soluções moleculares – não conduzem corrente


elétrica, pois as moléculas são eletricamente neutras;
Adotamos os seguintes critérios para classificar as portanto, são denominadas soluções moleculares ou
soluções: não eletrolíticas.
• Estado físico
• Condutividade elétrica Soluções iônicas – conduzem corrente elétrica,
• Proporção entre o soluto e o solvente pois os íons são carregados eletricamente; portanto, são
denominadas soluções iônicas ou eletrolíticas.
Estado físico
Proporção entre o soluto e o solvente
As soluções podem ser sólidas, líquidas ou gasosas.
Dependendo da quantidade de soluto em relação à
1 Solução sólida: quantidade de solvente, as soluções podem ser diluídas,
Soluto – pode ser sólido, líquido ou gasoso. concentradas, saturadas e supersaturadas.
Solvente – sempre sólido. • Diluída: quando a quantidade de soluto é muito pe-
Exemplos: quena em relação à de solvente.
• ligas de zinco e cobre: • Concentrada: quando a quantidade de soluto é
soluto zinco (s), solvente cobre (s) grande em relação à de solvente.
• ouro e mercúrio: • Saturada: quando contém o máximo do soluto
soluto mercúrio (l), solvente ouro (s) permitido para uma certa quantidade de solvente
numa dada temperatura.

HIPERCONHECIMENTO 855
Química
• Supersaturada: quando a quantidade de soluto é maior isso ocorre, mas algumas substâncias têm a sua solubi-
que a máxima permitida, isto é, contém uma quantida- lidade diminuída com a elevação da temperatura; assim,
de de soluto maior que a respectiva solução saturada sua curva de solubilidade é descendente, por exemplo:
na mesma temperatura; é um sistema instável. Ce2(SO4)3
Quando a curva de solubilidade apresenta pontos
Coeficiente de solubilidade (Cs) de inflexão, ou seja, mudança brusca de direção, esses
pontos de inflexão estão localizados nas temperaturas
Coeficiente de solubilidade (Cs) é a máxima quan- correspondentes à dissociação dos sais hidratados, por
tidade de soluto capaz de se dissolver totalmente numa exemplo: Na2SO4 . 10H2O.
quantidade–padrão do solvente, a uma determinada
temperatura. Cs (g/100gH2O)

Exemplos:
Coeficiente de
100
solubilidade (Cs):
90
CsNaCl = 357 g/l
80
(0ºC)
Significado: 70
São necessários 357 60
Na2SO4
g de NaCl em 1 l de 50

H0
2
água para formar

. 10
40
uma solução satu-

4
30

2 SO
rada a 0ºC.
20

Na
Coeficiente de 10 Ce2(SO4)3
solubilidade (Cs): t(ºC)
0 10 20 32,4 40 50 60 70 80
CsNaCl = 360 g/l
(20ºC)
Significado: Exercícios resolvidos
São necessários 360 g de NaCl em 1 l de água para formar
uma solução saturada a 20ºC. 1 Utilizando a curva de solubilidade do KNO3, calcule
quantos gramas de KNO3 devem ser dissolvidos em
A variação do coeficiente de solubilidade de uma 150 g de água, para se obter uma solução saturada
substância em função da temperatura pode ser dada gra- a 30ºC.
ficamente, na qual a curva formada é denominada Curva Resolução:
de Solubilidade. Temos pelo gráfico que a 30ºC a solubilidade é 46
Veja o coeficiente de solubilidade do nitrato de g/100 g H2O, ou seja, 46 g de KNO3 dissolvidos em 100 g
potássio, KNO3, obtido experimentalmente, fazendo-se de água é uma solução saturada a 30 º.
um aumento regular da temperatura. Então:

No gráfico,
CURVA DE SOLUBILIDADE DO KNO3
na região I, estão
Solubilidade
os valores para as
260
soluções insatu-
240 2 50 g de uma solução aquosa saturada a 20ºC eva-
radas; na região II, 220
poraram, fornecendo um resíduo sólido de 15 g.
região II
os valores para as 200 Calcule o coeficiente de solubilidade (Cs) a 20ºC.
soluções supersa- 180 Resolução:
turadas, e na cur- 160 Adotando a quantidade-padrão do solvente 100 g,
va de solubilidade, 140 temos:
fronteira entre as 120 massa do soluto m1 = 15 g
regiões I e II, es- 100 massa do solvente m2 = 50 – 15 m2 = 35 g
tão os valores para 80 Então:
as soluções satu- 60 região I
radas. 40
Notamos que 20
a solubilidade do 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100 Concentrações das soluções
KNO3 aumenta Temperatura(ºC)
com a tempera- A concentração de uma solução é a relação entre a
tura. Geralmente quantidade de soluto e a quantidade de solvente, ou ainda,

856 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
7

a relação entre a quantidade de soluto e a quantidade de • Adotar a densidade da água igual a 1 g/ml.
solução. Essas quantidades podem ser expressas em mas- Resolução:
sas, volumes, número de moles e números de equivalentes- Como a densidade da água é 1g/ml, então 400 ml
-grama. de água pesam 400 g; assim, m2 = 400 g e m1 = 50 g;
Dependendo de como são expressas essas quanti- portanto, a massa da solução (m) é:
dades, temos diversos tipos de concentração:

Concentração Título em massa e


comum em volume

molalidade
fração molar

molaridade normalidade

Usaremos a seguinte convenção, para representar as


quantidades de soluto, solvente e solução:
• O que se referir ao soluto terá índice 1. 2 Calcule a concentração de uma solução formada
• O que se referir ao solvente terá índice 2. por 27g de cloreto de sódio dissolvido em 360 ml
• O que se referir à solução não terá índice. de água.

Exemplos: Resolução:
m1 massa do soluto Como temos um sólido dissolvido em um líquido,
m2 massa do solvente podemos considerar o volume da solução aproximada-
m massa da solução mente igual ao volume do solvente.
Concentração comum (C)
V~
= V2 360 ml = 0,36 l
Concentração comum (C) m1 = 40 g
A concentração comum (C) indica a quantidade em
massa de soluto (m1) que se encontra dissolvido em um
volume de solução (V). Título em massa (τ)
Título em massa (τ) indica a relação entre a quan-
tidade de massa de soluto (ml) e a massa da solução
(m).
Como essa razão é um número puro e menor que
em que: um, podemos expressar o título em porcentagem.
m1 = massa do soluto em gramas (g) Então, uma solução com título igual a 0,30 tem
V = volume da solução em litros (l) uma porcentagem em massa de soluto igual a 30%, e
70% corresponde à porcentagem em massa de solven-
Se uma solução possui uma concentração igual a 50 g/l, te.
significa que um litro dessa solução contém 50 g de soluto
dissolvido.
Exercícios resolvidos

1 Calcule o título em massa e a porcentagem em


massa de uma solução de 450 g de água e 50 g de
nitrato de potássio.
A relação entre a massa da solução e o respectivo
volume é denominada densidade. Resolução:
τ = m1 = 50 τ = 0,1
Exercícios resolvidos m 500
τ% = 10%
1 50 g de NaCl (cloreto de sódio) são dissolvidos em
400 ml de água, resultando 450 ml de solução.
Calcule: 2 Qual a massa de solvente existente em 175 g de
a) a concentração da solução em g/l; uma solução aquosa de cloreto de sódio de título
b) a densidade da água em g/cm3. igual a 0,25?

HIPERCONHECIMENTO 857
Química
Resolução: Exercício resolvido
Qual a molalidade de uma solução obtida dissol-
vendo-se 121,2 g de KNO3 em 500 ml?
(K = 39, N = 14, O = 16)
Resolução:

Título em volume (τv)


Título em volume (τV) é a relação entre o volume do
soluto (V1) e o volume da solução (V), medidos à mesma
pressão e temperatura.

O título em volume só é usado para concentração


de soluções, nas quais os componentes são todos gaso-
sos ou todos líquidos. Molaridade (m)
Molaridade (m) é a relação entre o nú-
Fração molar (x) mero de moles de soluto (n1) e o volume da
Fração molar do soluto (x1) é a relação entre o nú- solução (V) em litros.
mero de moles do soluto (n1) e o número de moles da
solução (n). Exercício resolvido
x1 = n1 São dissolvidos 39,2 g de H2SO4 (M1 = 98g /mol) em
n água suficiente para 500 ml de solução. Qual a molari-
Lembrando que n = m dade dessa solução?
M , temos:
Resolução:

Fração molar do solvente (x2) é a relação entre o nú-


mero de moles do solvente (n2) e o número de moles da
solução (n).

Equivalente-grama
A seguir, veremos o cálculo dos equivalentes-gra-
ma dos ácidos, bases e sais.
A soma das frações molares do soluto (x1) e do sol-
vente (x2) é igual à unidade. Equivalente-grama de um ácido (EA)
X1 + X2 = 1 É a massa em gramas do ácido, que por ionização
total fornece um mol de íons H+.

Exercício resolvido Sendo o ácido HxA EA= , em que:


Uma solução contém 2 moles de moléculas de so-
luto dissolvidos em 18 moles de moléculas de solvente. á
Determine as frações molares.

Resolução:

Equivalente-grama de uma base (EB)


É a massa em gramas da base que por ionização total
fornece um mol de íons OH-.

Molalidade (W) Sendo a base , em que:


Molalidade (W) é a relação entre o número de moles M = mol da base.
de soluto (n1) e a massa do solvente em quilogramas (kg). Exemplo:
Ca(OH)2 Ca2+ + 2OH-
1 mol 2 moles
MCa(OH)2 = 74 g EB = 74 EB = 37 g

858 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
7

Equivalente-grama de um sal (Es )


É a massa do sal, em gramas, formada pela reação
de um equivalente-grama de um ácido com um equiva-
lente-grama de uma base. n1 = 0,3 mol de HCl
E 1 = m1 n1 = e1 = 0,3
Exemplo: 1
3H2SO4 + 2Al(OH)3 Al2(SO4)3 + 6H2O N = e1 = 0,3 = 0,5
3 moles + 2 moles 1 mol V 0,6
Vemos que 3 moles de H2SO4 fornecem 6 equiva- N = 0,5 normal (0,5 N)
lentes do ácido (EA = 6); e que 2 moles de Al(OH)3 forne-
cem 6 equivalentes da base (EB = 6). Conversão de concentrações
Assim, temos: Es = 57 g
Podemos relacionar concentração, título, mola-
ridade e normalidade de uma solução numa única ex-
pressão:
Também podemos calcular o equivalente-grama de C = τ . d = m 1 . m = E 1N
um sal pela expressão:
Exercícios resolvidos
Mol
Es =
Valor absoluto da carga 1 Uma solução aquosa de H2SO4 de 50% em massa
(positiva ou negativa) tem densidade igual a 1,5 g/ml. Calcular:
a) a concentração;
b) a molaridade.
Normalidade é a relação entre o número de equi- Resolução:
valentes-grama de soluto (e1) e o volume da solução em d = 1,5 g/ml = 1.500 g/l
litros (V). M1 = 98 g
E1 = 98/2 = 49 g
Normalidade (N) C = τ. d = 0,50. 1500 C = 750 g/l

N= em que: e1 =

m = 7,65 molar
e1 = número de equivalentes-grama do soluto
V = volume em litros da solução
E1 = equivalente-grama do soluto 2 Calcular a molalidade e a fração molar do soluto de
m1 = massa em gramas do soluto uma solução aquosa de CaBr2 cujo título é igual a
0,25.
(Ca = 40, Br = 80)
Exercícios resolvidos Resolução:
t = 0,25 cada 100 g de solução contém:
1 Prepara-se uma solução dissolvendo-se 220,5 g de 25 g de CaBr2 e 75 g de H2O
H2SO4 em água suficiente para 1,5 l. Qual a normalidade
dessa solução?
Resolução:

2 12,46 l de HCl, medidos a 450 mmHg e 27ºC, são


absorvidos em 0,6 l de água. Calcular a normalida-
de da solução obtida. 3 Uma solução aquosa 2,5N de CaBr2 tem densidade 1,2
g/l.
Resolução: Calcular:
Adotamos o volume da solução igual ao volume do – concentração;
solvente, pois temos um gás absorvido num líquido, e – título.
lembrando a equação de Clapeyron: Fórmula-grama de CaBr2 = 200 g

HIPERCONHECIMENTO 859
Química
Resolução: Mistura de soluções
d = 1200 g/l E 1= = 100 g Quando misturamos duas ou mais soluções, pode-
M1 = 200 g mos ter:
a) Mistura de soluções que apresentam o mesmo solu-
C = E1. N = 100. 2,5 C = 250 g/l to e o mesmo solvente.
b) Mistura de soluções que apresentam solutos diferen-
tes, que não reagem entre si e o mesmo solvente.
c) Mistura de soluções que apresentam solutos diferen-
tes que reagem
A diluição de uma solução entre si e o mes-
A diluição é um processo que implica a diminuição mo solvente.
da concentração de uma solução. Para a concentração Veja como acon-
diminuir, devemos adicionar solvente a essa solução. tece:
A. Consideran-
solução 1 solução 2 solução resultante
do a mistura de duas
adição de
solventes soluções que têm o
mesmo soluto e o
mesmo solvente:

solução 1 solução 1
Exercícios resolvidos

1 a) 400 ml de uma solução 0,20 N de KOH adiciona-


-se determinado volume de solução 2M dela, re-
sultando uma solução 1,4 N. Calcular o volume da
Nas duas soluções, antes e depois da adição de sol- solução 2N.
vente, a massa de soluto é a mesma. Resolução:

V1 = 400 ml V2 = ? Nr = 1,4N
N1 = 0,20 N m2 = 2 M N2 = 2N
N1V1 + N2V2 = Nr . (V1 + V2) 0,20 . 400 + 2V2 = 1,4
(400 + V2)
80 + 2V2 = 560 + 1,4V2 2V2 - 1,4V2 = 560 - 80
0,6V2 = 480 V2 = 800 ml

b) Considerando a mistura de duas soluções que têm


solutos diferentes que não reagem entre si e o mes-
mo solvente:
Exercícios resolvidos Neste caso, podemos considerar que as duas solu-
ções sofrem uma diluição.
1 Calcule o volume de água que deve ser adicionado Então:
a 40 ml de uma solução 0,5 M, para que a sua con-
centração caia para 0,2 M.
Resolução: 2 400 ml de uma solução 0,5 M de NaCl são misturados
Solução 1: Solução 2: com 200 ml de uma solução 0,6 M de KCl. Calcule a
V1 = 40 ml V2 = ? molaridade da solução resultante em relação a cada
m1 = 0,5 m2 = 0,2 um dos sais.
Então: Resolução:
m1 . V1 = m 2 . V2 0,5 . 40 = 0,2 . V2 V2 = 100 ml
Se o volume final é de 100 ml, é porque houve um
acréscimo de 60 ml de água.
Volume de água adicionado = 60 ml

2 200 ml de uma solução de concentração igual a


9,0 g/l são adicionados a 400 ml de água. Calcule a
concentração da solução obtida.
Resolução:
C1 . V1 = C2 . V2 9,0 . 200 = (200+400). C2 a) Considerando a mistura de soluções que apresen-
tam solutos diferentes que reagem entre si e o mes-
mo solvente.

860 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
7

Numa reação de equação geral:


aA + Bb cC + dD A normalidade em relação ao HCl é zero, pois ele
Aplicando o princípio da equivalência, podemos es- não existe na solução resultante.
crever:
eA = eB = eC = eD Titulação
A proporção entre os números de equivalentes- A titulação preocupa-se em estabelecer a dosagem das
-grama é de 1:1:1:1. soluções, ou seja, determinar a normalidade de uma solução.
Exemplo: É possível determinar a normalidade de uma solução
por intermédio de uma outra solução de normalidade co-
nhecida, medindo-se o volume da solução de normalidade
• Solução de Al2(SO4)3: conhecida que reage completamente com um volume pre-
E1 = M1 1 mol fornece 6E1 viamente medido da solução de normalidade desconhecida.
6 Assim, conseguimos a quantidade da solução com
• Solução BaCl2: E1 = M1 1 mol fornece 2E1, como normalidade conhecida, que reage completamente com a
2 quantidade da solução de normalidade desconhecida, isto é,
temos 3 moles de BaCl2, temos um total de 6E1. sem haver excesso nem de uma nem de outra.
Como se trata de uma reação completa, podemos usar
• Solução de AlCl3: E1 = M1 1 mol fornece 3E1, o princípio da equivalência, ou seja, o número de equiva-
3 lentes-grama do soluto na solução de normalidade des-
como temos 2 moles de AlCl3, temos um total de 6E1. conhecida é igual ao número de equivalentes-grama do
soluto na solução de normalidade conhecida.
• Solução de BaSO4 1 mol fornece 2E1, Logo: N1V1 = N2V2 N2 = N2V2/V1
A partir da determinação da normalidade, podemos
como temos 3 moles de BaSO4, temos um total de 6E1. calcular qualquer outro tipo de concentração.
Na prática, procedemos da seguinte maneira:
3 1.500 ml de Ca(OH)2, 0,20 M, são misturados com
Traço de
300 ml de uma solução 0,60 M de HCl. Calcule as
referên-
concentrações normais em relação ao Ca(OH)2, ao cia Parte central
0 ml dilatada
HCl e ao CaCl2 na solução resultante.
1 ml
Resolução: 2 ml
Solução de HCl Solução de Ca(OH)2

48 ml
Torneira que 25
49 ml permite o escoamento ml
50 ml controlado

Tubo
afinado
Buereta de 50
ml

Aplicando o princípio da equivalência na reação


2HCl + Ca(OH)2 CaCl2 + 2H2O Pipeta 25 ml
0,18 0,20 0,18
Equiv- g Equiv- g Equiv- g • Medimos o volume da solução de normalidade des-
Sobram na mistura 0,20 - 0,18 = 0,02 equiv- g de Ca (OH)2. conhecida utilizando-se de uma pipeta ou de uma
Então, na solução resultante, temos: bureta.
• normalidade diferente de zero para Ca(OH)2, pois • Esse volume medido é transferido para um erlen-
houve sobra. meyer, colocando- se gotas de um indicador.
Esses indicadores são substâncias que, colocadas
na solução, têm uma coloração; quando a reação termi-
na, essa coloração se altera.
A solução de normalidade conhecida é colocada
em uma bureta, e gotejada para o erlenmeyer por meio
• A normalidade do CaCl2 que se formou. de agitação constante.
Quando a solução no erlenmeyer mudar de cor, fe-
chamos a torneira da bureta e anotamos o volume gasto
na titulação.
Assim, determinamos a normalidade, usando a
equação:
N1V1 = N2V2

HIPERCONHECIMENTO 861
Química

2
campânula

Capítulo evaporação

Propriedades coligativas
início

C
omparando um líquido puro com uma solução
realizada com esse líquido usado como solvente,
béquer líquido
notamos que o soluto no líquido altera o compor-
tamento dele. Essas alterações são denominadas pro-
priedades coligativas.
condensação é
igual à evaporação
Características de uma solução aquosa de um so-
luto não volátil
• menos volátil, isto é, apresenta maior dificuldade
para evaporar;
• possui ponto de ebulição maior que o do líquido
puro; final
• possui ponto de congelação menor que o do líqui-
do puro.
• Um aumento da temperatura provoca um au-
mento na pressão de vapor. Acompanhe pela fi-
gura abaixo o aumento de pressão devido a um
aumento de partículas no estado de vapor.

P1 P2>P1 P3>P2

Na+ Cl-
Na+
Cl- Na+
Cl-

água pura água pura + NaCl


(1 atm) (1 atm)
PE = 100 ºC PE > 100 ºC
PC = 0 ºC PC < 0 ºC
t1 t2>t1 t3>t2
As principais propriedades coligativas são:
Pressão de vapor aumeta
• diminuição da pressão de vapor do solvente;
• aumento do ponto de ebulição do solvente;
• diminuição do ponto de congelamento do solvente;
• pressão osmótica da solução. • Quanto mais volátil for uma substância, maior será
sua pressão de vapor.
Então, em qualquer temperatura, a pressão de vapor
Pressão de vapor do solvente na solução diminui de um valor Δp quando
Pressão de vapor de um líquido é a pressão que o adicionamos um soluto não volátil a ele.
vapor exerce quando está em equilíbrio com o líquido. Δp = po - p2 em que
Perceba pela ilustração que, quando a campânula po = pressão de vapor do líquido puro.
cobre o béquer com o líquido, começa a ocorrer a eva- p2 = pressão de vapor do líquido na solução.
poração, pois algumas moléculas do líquido têm ener-
gia suficiente para passarem para o estado de vapor. Em
seguida, começa a ocorrer a condensação de uma parte Lei de Raoult
do vapor. Assim, a velocidade de evaporação vai dimi- A pressão de um vapor do solvente na solução é
nuindo, e a velocidade de condensação aumentando, até diretamente proporcional à sua fração molar, sendo a
o sistema atingir o equilíbrio. constante de proporcionalidade a pressão de vapor do
Atingido o equilíbrio, a pressão que o vapor exerce solvente puro.
no interior da campânula é denominada de pressão de p2 = pox2.
vapor. p2 = pressão de vapor do líquido na solução.

862 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 2
7

po = pressão de vapor do líquido puro. Te = temperatura absoluta de ebulição do solvente.


x2 = fração molar do líquido na solução. le = calor de vaporização do solvente (cal/g).
R~ = 2,o cal/K.mol

Efeito tonoscópico A ebulioscopia também é um método de determi-


Sabemos que x1 + x2 = 1 nação de massas moleculares.
x2 = 1 - x1, substituindo na Lei de Raoult temos:

Efeito crioscópico
O abaixamento do ponto de congelação do solvente
é uma propriedade coligativa denominada crioscopia.
Segundo Raoult, o efeito crioscópico é diretamente
proporcional à molalidade da solução.

A razão po é denominada de efeito tonoscópico, Δtc = Kc . W


ou abaixamento relativo da pressão de vapor do líquido. Lei de Raoult
O abaixamento relativo da pressão de vapor é igual Kc = constante crioscópica.
à fração molar do soluto (x1). Dos conceitos da termodinâminca, deduziu-se a
Para soluções diluídas, nota-se que o abaixamento equação para o cálculo da constante crioscópica (Kc).
relativo da pressão de vapor é diretamente proporcional
à molalidade (W) da solução.

tC = temperatura absoluta de congelamento do sol-


vente.
lC = calor de fusão do solvente (cal/g).
em que Kt = constante tonoscópica molal. R = 2,0 cal/k.mol
O valor numérico de Kt é:

Osmose
Difusão entre líquidos é a mistura espontânea de
um líquido em outro e vice-versa, resultando um siste-
em que m2 = massa molecular solvente. ma homogêneo.
Assim, a tonoscopia é um método de determinação A difusão pode ocorrer por meio de uma membrana
de massas moleculares. permeável, a qual permite a passagem do solvente com a
passagem da solução, ou a difusão também pode ocorrer
por meio de uma membrana semipermeável, a qual dá
Efeito ebulioscópico passagem ao solvente, mas não ao soluto.
A elevação do ponto de ebulição do solvente na solução A difusão de um solvente para a solução ou a difu-
é uma propriedade coligativa denominada ebulioscopia. são do solvente de uma solução diluída para uma solu-
Δte = t2 - to ção mais concentrada é denominada osmose.
em que to = temperatura de ebulição do líquido puro. Seja um recipiente dividido em dois comparti-
t2 = temperatura de ebulição do líquido como solvente na mentos por uma membrana semipermeável, e um dos
solução. compartimentos tem solvente puro, e no outro solução,
Δte = efeito ebulioscópico. denominamos pressão osmótica a pressão mínima que
Raoult também estudou a ebulioscopia e concluiu deve ser aplicada sobre a solução para impedir a passa-
que o efeito ebulioscópico é diretamente proporcional à gem do solvente puro para a solução.
molalidade da solução.
Δte = t2 - to = KeW H2O H2O +
Dte = Ke . W pura glicose
Lei de Raoult
Ke = constante ebulioscópica.

Dos conceitos da termodinâmica, deduziu-se a


equação para o cálculo da constante ebulioscópica (Ke).

Moléculas msp Moléculas


H2O de glicose

HIPERCONHECIMENTO 863
Química
Resolução:

O congelamento
A Justiça francesa decidiu que um casal que
foi congelado depois de morto na esperança
de ser trazido à vida deve ser retirado da câ-
mara frigorífica e enterrado. Os corpos estão
mantidos a 60ºC negativos.

O processo utilizado para o congelamento


foi a criogenia. Você sabe o que é Criogenia?
Propriedades coligativas das soluções iônicas
Criogenia é o ramo da Física que trabalha Sabemos que o aumento do número de partículas
em uma solução faz aumentar o valor do efeito coligati-
com a produção e efeitos em temperatu-
vo e que a ionização ou a dissociação do soluto aumenta
ras muito baixas. Essa técnica é aplicada o número de partículas em solução, aumentando, por-
no congelamento de produtos alimentares, tanto, o valor do efeito coligativo. Assim, uma solução
transporte de gêneros perecíveis, retirada do iônica tem efeitos coligativos maiores que uma solução
molecular de mesma molalidade.
cristalino, destruição dos tecidos, conserva-
ção dos glóbulos vermelhos e também na
liquefação de gases, como o nitrogênio. O fator de Van’t Hoff (i)
O fator de Van’t Hoff mostra quantas vezes o efeito
coligativo iônico é maior que o molecular quando as so-
luções têm a mesma molalidade.
i = efeito coligativo iônico
O cientista Van’t Hoff, no fim do século XIX, estu- efeito coligativo molecular
dou a pressão osmótica e concluiu a seguinte equação
válida para soluções ideais, ou seja, soluções diluídas e O fator de Van’t Hoff pode ser calculado pela expres-
não eletrolíticas. são:
i = 1+ α (q- 1)
π = pressão osmótica. em que a = grau de ionização ou dissociação.
V = volume da solução. q = número de íons produzidos.

ou Então, para calcularmos o efeito coligativo de


uma solução iônica, basta multiplicar a correspon-
n1 = número de moles do soluto. dente expressão do efeito molecular pelo fator de
R = constante universal dos gases. Van’t Hoff (i).
T = temperatura em graus Kelvin.
. = molaridade da solução.

A osmometria é utilizada para a determinação de


massas moleculares de substâncias de alta massa mole-
cular, como as proteínas.

Exercício resolvido
40,0 g de uma substância dissolvidos em 108 g de
água dão uma solução cuja pressão de vapor é igual a
15,4 mm de Hg a 20ºC. Calcule a massa molecular da
substância, sabendo-se que a pressão de vapor da água
é igual a 17,5 mm de Hg a 20ºC.

(H = 1, O = 16)

864 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 8
2

UNIDADE 8 Termoquímica
OLIVIER LE QUEINEC / SHUTTERSTOCK

1
Esses processos podem ser apresentados por dia-

Capítulo gramas de energia.

O calor nas reações químicas


Introdução
Termoquímica é o ramo da Química que tem por
objetivo o estudo da energia associada a uma reação
química. Exemplo:
A fonte primária de energia do nosso planeta é o Sol.
Ainda não sabemos o que é energia, mas sabemos que
todo corpo que tem energia tem capacidade de realizar
trabalho, portanto, existe uma equivalência entre ener-
energia

gia e trabalho.

calor libertado
Processos exotérmicos e endotérmicos 68,3 kcal
Toda reação química liberta ou absorve calor. Po-
demos descrever a reação química de formação da água
líquida indicando também o calor envolvido.
energia

A equação mostra que há formação de calor, ou


calor absorvido
seja, cada mol de água formado libera 68,3 kcal.
8 kcal
Na reação química de formação do dióxido de ni-
trogênio a partir dos seus elementos, temos:
1/2 N2+O2 -> NO2 – 8 kcal

A equação mostra que para ela ocorrer há uma ab-


sorção de calor de 8 kcal por mol de NO2 formado. Entalpia (H)
Os processos que liberam calor são denominados Entalpia é uma grandeza da termodinâmica que
exotérmicos, e os que absorvem calor são denominados corresponde ao conteúdo de calor de um sistema à pres-
endotérmicos. são constante.
O calor de reação pode ser medido em calorias (cal) A termoquímica interessa-se pela variação desse
ou em joules (J). conteúdo de calor, quando o sistema é sujeito a uma
1 cal = 4,184 J transformação química.

HIPERCONHECIMENTO 865
Química
Chamamos de variação de entalpia (DH) o calor Calor de formação (ΔH de formação)
perdido ou recebido em qualquer processo químico ou É a variação de entalpia observada no processo de
físico à pressão constante. formação de um mol de um composto a partir das subs-
tâncias simples, em seu estado-padrão.
DH = Hf – Hi
variação entalpia entalpia O estado-padrão corresponde a:
de entalpia final inicial • estado alotrópico mais estável, ou seja, à forma alo-
trópica de menor entalpia;
O ΔH em processos exotérmicos é negativo, pois • condições ambientais (25ºC e 1atm).
a entalpia inicial é maior que a entalpia final, porque o Nessas condições, a forma mais estável é definida
processo libera calor. com entalpia no estado-padrão, e, por convenção, seu
valor é igual a zero (H = 0).

Exemplos:

O2(g) -> entalpia (H) = zero


Exemplo: C + O2 -> CO2 O3(g) -> entalpia (H) ¹ zero
ΔH = – 94 kcal C(grafite) -> entalpia (H) = zero
O ΔH em processos endotérmicos é positivo, pois C(diamante) -> entalpia (H) ¹ zero
a entalpia inicial é menor que a entalpia final, porque o H2(g) + O2(g) -> H2O( l )
processo absorve calor. ΔH = -68 kcal (25 ºC, 1 atm)
ΔH = Hf – Hi ΔH > 0 processo endotérmico (calor de formação da água líquida)
Hf > Hi

Exemplo: 1/2N2 + O2 -> NO2 ΔH = + 8 kcal


Devemos observar que todas as mudanças de esta-
do físico são processos que liberam ou absorvem calor. Cuidado, gás metano!
Numa equação química, o calor de reação pode ser
anotado de duas formas: “Metano causa explosão e morte na Colôm-
O calor pode aparecer com um participante. bia em abril de 2001.”

Exemplo: H2(g) + 1 O2(g) -> H2O(l) + 68,3 kcal Você sabe como isso aconteceu?
O calor pode aparecer com a indicação do DH.
O metano é um gás que se forma com as
Exemplo: C(grafite) + O2(g) -> CO2(g) jazidas de carvão, ficando retido nos interstí-
ΔH = –94,1 kcal/mol CO2 (25 ºC, 1atm)
cios do carvão. Quando ocorre a exploração
Equação termoquímica nas minas, ele é liberado e mistura-se com o
A equação termoquímica é a forma mais completa ar, formando uma combinação muito explo-
e correta de representar uma reação química.
siva (grisu).
Exemplo: H2(g) + 1 O2(g) -> H2O(l)
O gás metano é utilizado para abastecer
ΔH = – 68 kcal (25ºC, 1 atm)
casas, automóveis, no setor industrial e tam-
A equação mostra-nos que um mol de hidrogênio bém nas usinas termoelétricas.
gasoso reage com meio mol de oxigênio gasoso forman-
do um mol de água líquida, liberando 68 kcal, se a reação Nos automóveis, é confinado em cilindros e
ocorrer em condição ambiente (25 ºC, 1 atm). colocado no porta-malas. Ao chegar ao mo-
Não havendo indicação de temperatura e pressão,
supõe-se que a reação ocorre em condição ambiente, ou tor sofre uma reação de combustão, liberan-
seja, 25ºC e 1 atm. do cerca de 13,3 kcal/g. Esse calor liberado é
estudado pela Termoquímica.
Calores de reação
O calor de reação recebe um nome específico, de- Esse gás é considerado um substituto da
pendendo do tipo de reação que ocorre:
gasolina, pois polui menos e rende mais que
• calor de formação;
• calor de combustão; os derivados do petróleo.
• calor de solução;
• calor de neutralização.

866 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 8
2

Vemos que o calor de formação de uma substância Pelo gráfico é fácil perceber que:
é numericamente igual à sua entalpia. ΔH = ΔH1 + ΔH2
Ou seja: –94,1 = –67,7 + (–26,4)
Assim, podemos entender a Lei de Hess.
Calor de combustão (ΔH de combustão) A variação da entalpia (ΔH) de um processo depen-
É a variação de entalpia observada no processo de de apenas do estado inicial dos reagentes e do estado
combustão completa de um mol de substância. final dos produtos, não dependendo dos estados inter-
As substâncias participantes devem estar no estado- mediários.
-padrão. A Lei de Hess mostra que as equações termoquí-
CH4(g) + 2O2(g) -> CO2(g) + 2H2O(l) micas devem ser trabalhadas como equações algébri-
ΔH = –212,8 kcal cas.
(calor de combustão do metano)
Exercício resolvido
O benzeno, C6H6, pode ser obtido a partir do hexa-
Calor de solução no, C6H14.
É a variação de entalpia na dissolução de 1 mol de subs-
tância em solvente suficiente para uma solução diluída. Considere os dados abaixo:
HCl(g) + aq -> HCl(l ΔH = –18,0 kcal
(calor de solução do cloreto de hidrogênio gasoso)
NH4Cl(s) + aq -> NH4Cl(l) ΔH = +3,6 kcal
Note que o processo de dissolução pode ser endo-
térmico ou exotérmico.

Calor de neutralização
É a variação de entalpia observada na neutralização de um
equivalente-grama de um ácido por um equivalente-gra-
ma de uma base, ambos em soluções aquosas diluídas.
H+(l) + OH-(l) -> H2O(l)
ΔH = -13,8 kcal/mol Pode-se, então, afirmar que na formação de 1 mol
Quando a neutralização ocorre entre ácidos fortes de benzeno, a partir do hexano, há:
e bases fortes, o calor de neutralização é praticamente a) liberação de 249 kJ.
constante, isso porque ácidos fortes e bases fortes em b) absorção de 249 kJ.
soluções diluídas estão praticamente 100% dissociados. c) liberação de 609 kJ.
d) absorção de 609 kJ.
e) liberação de 895 kJ.
A lei de Hess
Em 1840, Germain Henry Hess (1802-1850) enun- Resolução:
ciou uma lei que nos permite calcular a variação de en-
talpia (ΔH) teórica de uma reação qualquer. A equação da reação de formação do benzeno a
Seja esta sequência de reações: partir do hexano é:
C(grafite) + O2(g) -> CO(g) + O2(g) ΔH1 = –67,7 kcal C6H14(l) -> C6H6(l) + 4H2(g)
CO(g) + O2(g) -> CO2(g) ΔH2 = –26,4 kcal
Utilizando-se a lei de Hess, temos:
Para o cálculo do ΔH da reação: • Manter a terceira equação:
C(grafite) + O2(g) -> CO2(g) ΔH = –94,1 kcal Calor KJ
C6H14(l) + 19/2 O2(g) -> 6CO2(g) + 7H2O(l) 4.163
Entalpia (H) • Inverter a segunda equação:
Calor KJ
6CO2(g) + 3H2O(l) -> C6H6(l) + 15/2 O2(g) –3.268
CO(grafite) + O2 (g)
• Inverter e multiplicar por quatro a primeira equa-
Hi
ção:
Calor KJ
ΔH ΔH
CO(g) + 1 O2 (g) 4H2O(l) -> 4H2(g) + 202(g) 4.(–286)
2 Somando as equações temos:
Calor KJ
ΔH2
CO2 (g) C6H14(l) -> C6H6(l) + 4H2(g) –249kJ
Hf A reação absorve 249 kJ.
Sentido da reação Resp.: b

HIPERCONHECIMENTO 867
Química

2
Ponte salina A solução de
zinco fica mais con-
Capítulo Zn0 Cu0 centrada, e a solução
de cobre fica mais
diluída. O fluxo de
Eletroquímica elétrons passa pelo
circuito externo, da
barra de zinco para

P
reparando uma solução de Cu+2, mergulhamos a barra de cobre.
nela uma barra de zinco; veremos que, com o No eletrodo de
passar do tempo, a barra e a solução mudam de Zn2+ Zn2+ SO2- Cu2+ zinco, a barra de zin-
cor, pois a barra de zinco ficará recoberta por uma pelí- SO2 Zn2+ Cu2+ SO42- co vai se dissolvendo,
Zn2+ Zn42+ SO42- SO42-
cula de cobre metálico (neutro) e na solução teremos a surgem íons Zn2+,
presença de íons Zn2+. Excesso de Zn2+ Excesso de Zn 4
2-
por isso a solução fica
mais concentrada,
Zn0 Zn0 enquanto na barra de cobre a massa aumenta, por isso a solução
Houve uma rea- fica mais diluída, ou seja, mais pobre em íons Cu2+.
ção de oxirredução en-
tre a barra de zinco e a No eletrodo de zinco, temos o processo chamado de
solução de Cu2+. semirreação de oxidação, o qual pode ser representado pela
equação:
Depósito
de Cu0 Após algum Zn0(s) + Cu2+(aq) ->
Início Cu2+
tempo Zn2+ (aq) + Cu0(s)
Zn2+

No eletrodo de cobre, temos o processo chamado de


Denominamos pilha o dispositivo que converte a semirreação de redução, o qual pode ser representado pela
transferência de elétrons em uma reação de oxirredu- equação:
ção para uma corrente elétrica através de um condu-
tor. Então:

Pilha é o dispositivo que converte O funcionamento da ponte salina


energia química em Com o aumento da concentração de Zn2+, a solução
tende para um excesso de carga positiva, enquanto que
energia elétrica. uma diminuição da quantidade de íons Cu2+ faz a solu-
ção tender para um excesso de cargas negativas.
Portanto, a ponte salina tem a função de permitir a
passagem de íons de uma solução para outra, fazendo
Como fazer uma pilha com que as soluções fiquem eletricamente neutras.
Colocamos uma barra de zinco em uma solução de
íons Zn2+. Denominações
O conjunto que compreende a barra metálica e a • O eletrodo onde ocorre o processo de redução é
solução de seus íons se chama eletrodo; portanto, temos denominado cátodo.
um eletrodo de zinco. Em seguida, colocamos uma barra • O eletrodo onde ocorre o processo de oxidação é
de cobre em uma solução de íons Cu2+; este é o eletrodo denominado ânodo.
de cobre. • O eletrodo que emite elétrons para o circuito exter-
Os dois eletrodos devem estar unidos por um fio no é o polo negativo.
condutor de eletricidade, e as duas soluções comuni- • O eletrodo que recebe elétrons do circuito externo
cam-se por uma ponte salina, que é um tubo de vidro é o polo positivo.
em forma de U contendo gelatina saturada com um sal, Uma pilha com eletrodos de zinco (Zn0/Zn2+) e de
geralmente KNO3. cobre (Cu0/Cu2+) é conhecida por pilha de Daniell.
Por meio do voltímetro ligado ao circuito, observa- Portanto, na pilha de Daniell, o processo de redução
mos se passa ou não corrente elétrica. ocorre no eletrodo de cobre. Esse é o cátodo da pilha e é
Com a pilha em funcionamento, temos a passagem o polo positivo, pois recebe elétrons do circuito externo.
de corrente elétrica, e, com o passar do tempo, a barra de O processo de oxidação ocorre no eletrodo de zin-
zinco diminui de tamanho, enquanto a massa da barra co. Esse é o ânodo da pilha e é o polo negativo, pois emite
de cobre se torna maior. elétrons para o circuito externo.

868 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 8
2

Potenciais • Eletrodos com potenciais de redução negativos


É importante que cada eletrodo tenha um valor nu- têm maior dificuldade de sofrer redução que o ele-
mérico correspondente ao seu potencial. trodo de hidrogênio;
Sabemos que a temperatura e a concentração in- • Eletrodos com potenciais de redução positivos têm
fluenciam o potencial do eletrodo; por convenção, sua maior facilidade de sofrer redução que o eletrodo
medida é efetuada a uma temperatura de 25ºC, em so- de hidrogênio.
lução 1 molar e à pressão de 1 atm; o potencial medido
nessas condições é denominado potencial normal de Exercício resolvido
eletrodo e simbolizado por E0.
Para estabelecer um valor numérico para o poten- 1 Dados:
cial, adotou-se um eletrodo de referência, o eletrodo- Mg0 Mg2+ + 2e– E0oxid = + 2,37V
-padrão de hidrogênio, o qual é constituído de gás hi- Pb 0
Pb2++2e– Eoxid = + 0,13V
drogênio que passa com pressão constante de 1atm por Faça um esquema da montagem dessa pilha, e for-
uma solução 1M de ácido. neça a equação global e a diferença de potencial da pilha.
Uma lâmina de platina faz o contato do eletrodo
com o circuito externo. e
Ao eletrodo de referência atribuímos o valor de po-
tencial nulo (E0 = zero).
Portanto, para medirmos o potencial de um eletro-
Mg0 Pb0
do o ligamos ao eletrodo-padrão de hidrogênio, obede-
cendo a uma montagem semelhante à pilha de Daniell e
medindo a diferença de potencial.

Mg2+ Pb2+

Resolução:
O eletrodo de Mg é o de maior potencial de oxida-
ção; portanto, deve sofrer um processo de oxidação, e o
eletrodo de chumbo, um processo de redução.
oxi
Mg0 Mg2+ + 2e-
red
Pb0 Pb2+ + 2e-

Então:
Mg0 Mg2+ + 2e-
Pb + 2e–
2+
Pb0
------------------------------ + -----------------
Mg0 = Pb2+ -> Mg2+ + Pb0 (equação global)

ΔE0 = E0 – E0 -> ΔE0 = 2,37 – (+0,13)


OXI OXI
(maior) (menor)
ΔE0 = + 2,24V

Resumindo:
• O potencial de redução indica a capacidade que o
eletrodo tem de sofrer redução;

HIPERCONHECIMENTO 869
Química

UNIDADE 9 Cinética química


BARBOL | SHUTTERSTOCK

Capítulo
Velocidade da reação
1 Δn = nf – ni = 9 – 0
Δt = tf – ti = 3 – 0

Vm = 3 moles/min
Δn = 9 moles
Δt = 3 min

Portanto, a cada minuto formam-se 3 moles de A.


Introdução A velocidade média de uma reação pode ser ex-
Cinética Química é o ramo da química que estuda a pressa pela velocidade de consumo de um de seus rea-
velocidade de uma reação. gentes ou pela velocidade de formação de um de seus
Sabemos, por simples observação, que os processos produtos.
químicos podem ser lentos ou rápidos; então, introduzi- Repetindo esses cálculos para outro participante,
mos a grandeza velocidade de reação. vamos obter o valor da velocidade média da reação.
Velocidade média de uma reação é a razão entre a
variação do número de moles de um participante e o in- Seja uma reação geral:
tervalo de tempo gasto nessa variação. aA + bB cC + dD
Vm = -ΔnA = -ΔnB = ΔnC = ΔnD
a.Δt b.Δt c.Δt d.Δt

Podemos expressar as quantidades dos reagentes


ou dos produtos em:
Δn = número de moles consumidos (nfinal – ninicial) • gramas;
Δt = tempo gasto (tfinal – tinicial) • moles;
Analisando a reação: A + 2B C • litros;
Medindo o número de moles do participante A em • molaridades (moles/litros).
função do tempo, obteve-se os resultados:

Fatores que influem na velocidade


A velocidade de uma reação depende de fatores como:
• colisão entre as moléculas reagentes;
• energia de ativação;
• temperatura;
• concentração dos reagentes;
• pressão;
• catalisador.

Colisão entre as moléculas reagentes


Para que substâncias possam reagir, suas moléculas
A velocidade média dessa reação no intervalo de devem colidir entre si, de maneira que ocorra a quebra
0 min a 3 min é: das ligações.

870 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 9
2

Considere colisões entre as moléculas H2 e I2:

Colisão

Energia
ΔHa C+D
H HH Má orientação das ΔH>0
A+B
moléculas para a
H HH
quebra da ligação

Má orientação das Caminho da reação


HH HH moléculas para a
quebra da ligação Caminho da reação

Boa orientação No topo da curva, as moléculas formam uma es-


H H para a quebra trutura complexa, denominada complexo ativado, es-
H HH
das moléculas trutura que é intermediária entre os reagentes e os pro-
H
dutos.
Conclui-se que, quanto menor a energia de ativa-
O choque entre as moléculas deve acontecer com ção, mais facilmente se forma o complexo ativado, e,
uma orientação favorável e com uma energia suficien- portanto, mais rápida é a reação.
te.
Portanto, quanto maior o número de colisões – Temperatura
com boa orientação das moléculas dos reagentes –
maior é a velocidade da reação. Número de
moléculas

Energia de ativação Curva de energia


Para que uma reação ocorra, são necessárias co- na temperatura
lisões entre as moléculas dos reagentes. Essas colisões
T1
devem acontecer numa orientação geométrica favorável T2>T1
e com energia igual ou superior à energia de ativação
da reação. Curva de energia
Energia de ativação é um obstáculo que as moléculas na temperatura
precisam vencer; é a energia necessária para a reação co- b T2
meçar.

Veja graficamente o caminho de uma reação. Energia

a) exotérmico (ΔH < 0) (produtos menos energéticos Em1 Em2 Ea


que reagentes).

Com o aumento da temperatura, ocorre um au-


mento da energia cinética média das moléculas.
T2 > T1 Em2 > Em1

O gráfico mostra que, quanto mais alta a temperatu-


Energia

ra, maior número de moléculas em condições de reagir;


ΔHa
portanto, mais rápida é a reação.
A+B
Van’t Hoff, cientista holandês do século XIX, dizia
ΔH<0
C+D que:
Um aumento de 10ºC na temperatura duplica a ve-
Caminho da reação locidade de uma reação.
Essa regra é aproximada, e tem muitas limitações.
Quanto maior a energia de ativação, menor a velo-
cidade da reação
Concentração dos reagentes
Um aumento das concentrações dos reagentes au-
b) endotérmico (ΔH < 0) (produtos mais energéticos menta o número de colisões entre as moléculas dos rea-
que reagentes). gentes, aumentando a velocidade da reação.

HIPERCONHECIMENTO 871
Química
Lei de Guldberg e Waage, enunciada em 1864:
A velocidade de uma reação, num dado instante e
a cada temperatura, é proporcional ao produto das con-
centrações molares dos reagentes, elevadas a potências
experimentalmente determinadas.
Numa reação de equação geral:

em que:
V = velocidade de reação numa dada temperatura.
K = constante de velocidade na referida tempera-
tura.
[A] = molaridade de A ou concentração molar de A.
[B] = molaridade de B ou concentração molar de B.
x e y = determinados experimentalmente.
Os expoentes x e y ou são determinados expe- Pressão
rimentalmente, ou são obtidos na etapa mais lenta do A variação da pressão só altera a velocidade de rea-
processo, isto é, os valores x e y são os coeficientes dos ção quando pelo menos um dos reagentes estiver no
reagentes da equação da etapa lenta. estado gasoso.
Exemplo: Quando os reagentes forem gasosos, a equação de
velocidade pode ser expressa como:
A + 2B AB2 (lenta) reação:
AB2 + B AB3 (rápida) aA(g) + bB(g) cC + dD

velocidade:
A + 3B AB3 (equação global) V = K(Pa)m (Pb)n
em que Pa = pressão parcial de A.
V = K . [A] [B]2 Pb = pressão parcial de B.

Se a reação for do tipo: Portanto, com o aumento da pressão, o volume di-


minui e a concentração dos reagentes aumenta, aumen-
A+A A2 (lenta) tando a velocidade da reação.

A2+ B A2B (rápida)


Catalisador
2A + B A2 + B A função do catalisador e diminui a energia de ati-
vação de uma reação, aumentando a velocidade.
V = K[A] [A] V = K[A]2 O catalisador é uma substância que não se altera
qualitativamente e nem quantitativamente, ou seja, é
uma substância que aumenta a velocidade de reação,
Exemplo: sem ser consumida.
Número de
moléculas
Energia de
T1 ativação
sem catalisador
Entalpia

Pois a reação ocorre em três etapas: Energia de


ativação
HBr + O2 HOOBr (lenta) com catalisador
HOOBr + HBr 2HBrO (rápida)
Reagentes
2HBrO + 2HBr 2H2O + 2HBr2 (rápida) Produtos

Como usamos os coeficientes dos reagentes da Energia


equação da etapa lenta, temos: Caminho da reação

HBr + O2 HOOBr Portanto, o catalisador diminui a energia de ativa-


V = K . [HBr] [O2] ção aumentando a velocidade de reação.

872 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 9
2

2
2 3

Concentração mol/L
Concentração mol/L
Capítulo [C] , [D]

[A] , [B] , [C] , [D]


[A] , [B]

Equilíbrio químico t
eq tempo t
eq tempo

O gráfico 2 mostra que ao ser atingido O gráfico 3 mostra que ao


o equilíbrio, a concentração dos ser atingido o equilíbrio, a

Q
uando uma reação química se realiza simultanea- reagentes [A] e [B] é menor que a dos concentração dos reagentes, [A] e
mente em dois sentidos, direto e inverso, é deno- produtos [C] e [D]. [B], é igual à dos produtos [C] e [D].
minada de reação reversível. A + B C + D
Constante de equilíbrio
Representamos a equação dessas reações com dupla Considerando a seguinte reação genérica:
seta (-> <- ).
Então, numa reação reversível, o produto da reação
direta é o reagente da reação inversa. temos:
Considerando a reação reversível: Em que Kc é a constante de equilíbrio.
V1

V2
Em que:
V1 é a velocidade da reação direta. Sabemos que, no equilíbrio, V1 = V2, então:
V2 a velocidade da reação inversa.

Então:
V1 = K1 [A]a [B]b e V2 = K2 [C]c [D]d

No início da reação, a velocidade V 1 é maior, Para um mesmo equilíbrio, o valor de Kc varia com
assumindo seu valor máximo; à medida que as con- a temperatura.
centrações de A e B vão diminuindo, a velocidade A constante de equilíbrio para uma reação numa
V 1 vai diminuindo; por outro lado, as concentrações certa temperatura não depende das concentrações ini-
de C e D vão aumentando e a velocidade V 2 vai au- ciais de reagentes e produtos. O valor de Kc não varia
mentando. com a concentração das substâncias participantes e
também não varia com a pressão.
Após algum tempo, V1 = V2, e as concentrações [A],
[B], [C] e [D] permanecem constantes; a partir desse ins- Exercício resolvido
tante, dizemos que o sistema atingiu um equilíbrio quí-
mico. Veja o gráfico 1 A altas temperaturas, N2 reage com O2 produzindo
NO, um poluente atmosférico:
Veja nos gráficos como se comportam as concen-
trações quando é atingido o equilíbrio químico. À temperatura de 2000º Kelvin, a constante do
equilíbrio acima é igual a 4,0 x 10-4. Nesta temperatura, se
as concentrações de equilíbrio de N2 e O2 forem, respec-
tivamente, 4,0 x 10-3 e 1,0 x 10-3 mol/l, qual será a de NO?
Representação a) 1,6 x 10-9 mol/l d) 4,0 x 10-5 mol/l
velocidade da reação

V1
da variação das V1
b) 4,0 x 10-9 mol/l e) 1,6 x 10-4 mol/l
velocidades V2 c) 1,0 x 10-5 mol/l
V2
direta e inversa em Resolução:
função do tempo Energia
Expressão da constante de equilíbrio:
Tempo gasto para atingir o equilíbrio

1
velocidade da reação

Veja nos gráficos


como se [A] , [B]
comportam as
concentrações [C] , [D]

quando é atingido t Tempo


eq
o equilíbrio O gráfico 1 mostra que ao ser atingido o
equilíbrio, a concentração dos reagentes [A] e [B]
químico. é maior que a dos produtos [C] e [D]. Resposta: d

HIPERCONHECIMENTO 873
Química
2 N2O4 e NO2, gases poluentes do ar, encontram-se em (constante expressa em termos de concentrações mo-
equilíbrio, como indicado: lares).
Em uma experiência, em condição ambiente, in-
troduziu-se 1,50 mol de N2O4 em um reator de 2,0 litros.
Estabelecido o equilíbrio, a concentração de NO2 foi de
0,060 mol/l. Qual o valor da constante Kc, em termos de (constante expressa em termos de pressões par-
concentração, desse equilíbrio? ciais).
a) 2,4 · 10-3 d) 5,2 · 10-3 Em que PA, PB, PC, e PD são as pressões parciais de
b) 4,8 · 10-3
e) 8,3 · 10-2 A, B, C, D.
c) 5,0 · 10-3

Resolução:
I. Cálculo da concentração inicial de N2O4:
Como funcionam os tira-manchas?
Os tira-manchas, agem ou por fenômeno de
II. Cálculo da concentração de N2O4 no equilíbrio: solubilidade ou por reações químicas.

Manchas de materiais gordurosos (manteiga, gra-


xa etc.) são, em geral, removidas por solventes de
“lavagem a seco” como o tetracloro-etileno (CCI2
= CCI2). As de ferrugem envolvem reações do
composto de ferro com ácido oxálico (C2H2O4).
As de sangue são removidas por oxidantes como
a água oxigenada ou “água de lavadeira”, que
contém hipoclorito de sódio (NaClO).
(FELTRE, Ricardo. Química. vol. 2. São Paulo : Moderna).

Grau de equilíbrio
Grau de equilíbrio (a) é uma grandeza que indica
a relação entre o número de moles consumidos de um Relação entre Kp e Kc:
reagente e o número de moles inicial desse reagente.

Para um equilíbrio de dissociação, temos o grau de dis-


sociação, que é uma grandeza que indica, em termos per-
centuais, a quantidade da substância que sofre dissociação.

Constante de equilíbrio em termos de


pressões parciais
Para sistemas de equilíbrio gasosos, costumamos
expressar a constante de equilíbrio em termos de pres-
sões parciais. Exercícios resolvidos

Veja: 1 Escrever as equações das constantes KC e KP e esta-


belecer a relação entre elas para o equilíbrio.

A constante de equilíbrio pode ser:

874 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 9
2

Resolução:
Variação da pressão
Usando este princípio, podemos concluir que um
aumento da pressão desloca o equilíbrio no sentido da
reação que produz uma diminuição da pressão.
Δn = 2 - (1 + 1) = 0
KP = KC . (RT)Δn ⇒ Exemplo:
KP = KC . (RT)0 ->KP = KC
PCl5(g) PCl3(g) + Cl2(g)
2 Escrever as equações das constantes KC e KP e esta-
belecer a relação entre elas e o equilíbrio. 1 volume 2 volume

Aumentando a pressão sobre o sistema, favorece-


Resolução: mos a reação que ocorre com a diminuição de volume,
Como as concentrações dos sólidos são constantes, então podemos prever um deslocamento de equilíbrio
elas não aparecem na expressão da constante de equilíbrio. para a esquerda; portanto, a concentração de PCl5(g) vai
aumentar.
Nos equilíbrios, em que há participantes gasosos e
não gasosos, podemos usar o princípio de Le Chatelier;
porém, considerando apenas os participantes gasosos.

Variação da temperatura
O estudo do deslocamento do equilíbrio provocado
sob a influência da temperatura foi feito por Van’t Hoff,
Deslocamento de equilíbrio que enunciou:
Considerando o sistema em equilíbrio: Um aumento da temperatura à pressão constante,
num sistema em equilíbrio, provoca o deslocamento do
equilíbrio no sentido da reação que absorve calor (en-
dotérmica), e uma diminuição da temperatura provoca
As velocidades V1 e V2 são iguais, e as concentrações o deslocamento no sentido da reação que libera calor.
de A, B e C são constantes. Se algum fator alterar uma das
velocidades, conseqüentemente vai haver alteração nas Exemplo:
concentrações de A, B e C.
Essa alteração é chamada de deslocamento do equi-
líbrio, que será sempre no sentido da velocidade maior.

(V1 aumentou)
A+B C deslocamento para a direita

A+B C deslocamento para a esquerda


(V2 aumentou) Influência da concentração
De acordo com o princípio de Le Chatelier, num siste-
(V1 diminuiu) ma em equilíbrio, à temperatura e pressão constantes, um
A+B C deslocamento para a esquerda aumento da concentração de uma das substâncias partici-
pantes desloca o equilíbrio no sentido da reação que produz
A+B C deslocamento para a direita uma diminuição da concentração dessa substância, isto é,
(V2 diminuiu) no sentido da reação em que essa substância é consumida.
E a diminuição na concentração de uma das substâncias
participantes desloca o equilíbrio no sentido da reação que
produz um aumento de sua concentração, isto é, no sentido
Princípio de Le Chatelier da reação em que essa substância é formada.
Em 1888, Le Chatelier enunciou um princípio cha-
mado por alguns de Princípio da Fuga ante a Força: Exemplo:
Quando se exerce uma ação sobre um sistema em
equilíbrio, este se desloca no sentido que produz uma Assim:
minimização da ação exercida. • Um aumento da [N2] e/ou da [H2] desloca o equilí-
brio para a direita.

HIPERCONHECIMENTO 875
Química
• Uma diminuição da [N2] e/ou da [H2] desloca o Analisando a lei de Ostwald, podemos concluir que,
equilíbrio para a esquerda. se o volume aumenta com a diluição, ou seja, com o
• Um aumento da [NH3] desloca o equilíbrio para a acréscimo de solvente, consequentemente a concen-
esquerda. tração molar (M) diminui; isso provoca um aumento do
• Uma diminuição da [NH3] desloca o equilíbrio para grau de ionização (a), pois K é uma constante.
a direita.

Constante de ionização
É denominada constante de ionização a constante
de equilíbrio, em termos de concentração, de um equi- Efeito do íon comum
líbrio iônico. Quando dissolvemos um sal B+A-(s) na solução do
ácido HA, estamos aumentando íons A- na solução. De
acordo com o princípio de Le Chatelier, o equilíbrio será
deslocado para a esquerda.

Então podemos concluir que:


• ocorre uma diminuição da concentração dos íons
H+ na solução;
• o grau de ionização diminui;
• o ácido enfraquece.
Essas consequências são chamadas de efeito do íon
comum.
O mesmo podemos fazer com uma base. Ao dis-
solvermos um sal B+ A-(s) numa solução de uma base
BOH, estamos aumentando íons B+ na solução, ocor-
Não devemos confundir constante de ionização rendo:
com grau de ionização. A constante de ionização mede • diminuição da concentração de íons OH–;
a força dos ácidos e das bases; ácidos muito fortes têm • o grau de ionização da base diminui;
constantes de ionização elevadas. • a base enfraquece.

Podemos classificar os ácidos em muito fortes, for-


Diluição tes, fracos e muito fracos, e também as bases em fortes e
Veremos o efeito de uma diluição no grau de ioni- fracas, tomando como referência os valores da constante
zação. ou do grau de ionização.
Supondo a ionização de um ácido HA: • As bases fortes são as formadas por um Metal Al-
calino ou Alcalino-Terroso. As demais são consi-
deradas bases fracas.

pH e pOH
Na água pura, temos íons H+ e OH-, provenientes de
sua auto-ionização.
Como o grau de ionização (α) é igual ao número de Simplificando a equação da auto-ionização da
moles ionizado dividido pelo número de moles total, temos: água, temos: H2O H+ + OH-

Podemos estabelecer, para a ionização da água, a


sua constante de ionização Ki.

Substituindo X= α n na equação do equilíbrio te-


mos:

Experimentalmente foi determinado que em 1 li-


tro de água pura a 25ºC (massa = 1.000 g) há 10-7 moles
de íons H+ e 10-7 moles de íons OH-. E em 1.000 g, a
concentração de H2O é:

876 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE 9
2

Exercícios resolvidos

1 Carbonato de sódio, quando colocado em água, a


25ºC, dissolve-se:
Na2CO3 (s) + H2O(l) ⇒ HCO3- (aq) + 2Na+(aq) + x
x e o pH da solução resultante devem ser:
a) CO2, maior que 7 b) OH(aq), maior que 7
c) H+(aq), igual a 7 d) CO2, igual a 7
e) OH-(aq), menor que 7

Voltando à expressão de Ki, temos: Resolução:


A equação global da dissolução do carbonato de
sódio é:
Na2CO3(s) + H2O(l) ⇒HCO-3(aq) + 2Na+(aq) + OH-(aq)
As etapas são:
Na2CO3(s) H2O 2Na+(aq) + CO2-3(aq) (dissociação iônica)

Produto iônico da água CO2-3(aq) + HCO-3(aq) + OH-(aq) (hidrólise do ânion


Aparece uma nova constante (KW), a qual é denomi- carbonato)
nada produto iônico da água. Então, x = OH- e como a [OH-] > 10-7, o pH > 7
KW = [H+] . [OH-]

Então, para água pura a 25 ºC, temos:


KW = 10-7 . 10-7 = 10-14
KW = 10-14 (25ºC)
Por definição:
pH = - log [H+] = colog [H+] = log 1/[H+]

Ou seja, pH é uma forma que exprime a [H+] de uma


solução aquosa.
Resposta: b
Essa fórmula foi adotada pela primeira vez na Quí-
mica por um químico dinamarquês, Peter Sörensen. Ele
notou que, para soluções com pequena [H+], é mais fácil 2 Ao tomar dois copos de água
o uso do cologaritmo decimal para exprimir tal concen- água, uma pessoa diluiu
tração. seu suco gástrico (solu-
ção contendo ácido clo-
Diluição
Devemos lembrar que cologaritmo de um número rídrico), de pH = 1, de 50 pH = 1 pH = ?

é o seu logaritmo com sinal trocado. para 500 ml. Qual será o 50ml 500ml
pH da solução resultante suco gástrico
colog a = - log a logo após a ingestão da
Por analogia com pH, define-se: água?
pOH = - log [OH-] = colog [OH-] = log 1/[OH-] a) 0 b) 2 c) 4 d) 6 e) 8

Exemplos: Resolução: Se o pH do suco gástrico antes da inges-


Meio neutro tão da água era igual a 1, a concentração de íons H+ era
[H+] = [OH-] = 10-7 mol/l igual a 1,0 . 10-1 mol/l. (pH = -log [H+]).
pH = - log [H+] = - log 10-7 pH = 7 Desprezando a concentração de íons H+ da água
pOH = - log [OH-] = - log 10-7 pOH = 7 ingerida, podemos determinar a concentração de íons
H+ após a ingestão.
Meio ácido
[H+] > 10-7 e [OH-] < 10-7 O pH do
pH = - log [H+] pH < 7 suco gástrico di-
pOH = - log [OH-] pOH > 7 luído será:

Meio básico
[H+] < 10-7 e [OH-] > 10-7 Resposta: b
pH = - log [H+] pH > 7
pOH = - log [OH-] pOH < 7

HIPERCONHECIMENTO 877
Química

UNIDADE 10 Química orgânica


OLGA MILTSOVA

Capítulo
Introdução
1 Postulados de Kekulé
• O carbono é tetravalente nos compostos orgâni-
cos.
• As quatros unidades de valência são equivalentes.
• Os átomos de carbono podem ligar-se entre si for-
mando cadeias.

Q
uímica orgânica é o ramo da Química que estuda Ligação entre carbonos
os compostos do carbono.
Desde a Antiguidade, são conhecidas subs-
tâncias existentes em produtos naturais, e há muito
tempo a química orgânica vem se desenvolvendo, des-
cobrindo e estudando compostos encontrados nos or-
ganismos vivos.
No início do século XIX, acreditava-se que as subs-
tâncias extraídas de organismos vivos não podiam ser
produzidas em laboratórios, somente podiam ser produ-
zidas por meio de uma força vital, existente nos organis- Cadeias carbônicas
mos vivos. O carbono é capaz de formar longas sequências
Entretanto, o químico alemão Friedrich Wöhler atômicas.
conseguiu, em 1828, preparar em laboratório a substân- Denomina-se cadeia carbônica a estrutura formada
cia ureia (que era extraída da urina dos animais). por átomos de carbono ligados entre si, podendo haver,
entre dois carbonos, um átomo de outro elemento, cha-
mado de heteroátomo.
Exemplos:

Essa preparação é conhecida até


hoje como síntese de Wöhler

A partir desse fato, os cientistas começaram real- Classificação das cadeias carbônicas
mente a preparar os compostos orgânicos em laborató-
rio.
Observou-se nesses compostos a presença do ele-
mento carbono que é o elemento fundamental dos com-
postos orgânicos. Alifática (cadeia aberta)
Foi no século passado que Kekulé e Couper cons-
tataram as quatros valências do carbono. Por meio da
extremos livres
doutrina estrutural, surgem as fórmulas estruturais dos
compostos do carbono.

878 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE
UNIDADE10
2

Quanto à ligação entre os átomos, as cadeias alifá-


ticas e as cíclicas podem ser saturadas ou insaturadas:

Cíclica (cadeia fechada) Saturada (só possui ligações simples)

Mista (cadeia que possui uma parte aberta e uma fe-


chada)

ciclohexano

Quanto à disposição dos átomos, as cadeias alifáti-


cas podem ser normais ou ramificadas: Insaturada (possui dupla ou tripla ligação)

Normal (tem sequência única)

Cadeias aromáticas
isoctano São consideradas aromáticas todas as cadeias que
apresentam o esqueleto do benzeno, chamado núcleo
Ramificada (tem ramificações) benzênico.

isoctano

Quanto à natureza de seus átomos, as cadeias ali- benzeno núcleo benzênico


fáticas e as cíclicas podem ser homogêneas ou hetero-
gêneas:

Homogênea (constituída só por carbonos)

naftaleno
n-butano

Usando as classificações já vistas, temos para o


benzeno:
Cadeia cíclica, homogêna, insaturada e aromática.
Representação simplificada do benzeno:

ciclohexano

Heterogênea (apresenta pelo menos um átomo de


outro elemento – heteroátomo) pode ser escrito ou

éter dietílico heteroátomo

HIPERCONHECIMENTO 879
Química
Portanto, o naftaleno será: Classificação dos carbonos
O átomo de carbono numa cadeia é classificado em:

Primário
Carbono que liga-se, além de outros átomos, a um
e apenas um outro átomo de carbono.

As cadeias fechadas podem ser aromáticas ou alicíclicas.

Cadeia fechada aromática Secundário


É uma cadeia cíclica formada por seis átomos de Carbono ligado a dois outros carbonos.
carbono ligados entre si, com alternância de ligações
simples e duplas.

Terciário
Carbono ligado a três outros carbonos.

Cadeia fechada alicíclica


É uma cadeia cíclica não aromática, ou seja, não
apresenta o núcleo benzênico.

Quartenário
Carbono ligado a quatro outros carbonos.
Resumindo:

Quanto à disposição
Quanto à disposição
dos átomos
dos átomos
ALIFÁTICA (aberta)

Quanto à natureza Homogêneas


de seus átomos Heterogêneas
CADEIAS DE CARBONO

Quanto à ligação Saturada


entre os carbonos Insaturada

Alicíclica KODDA | SHUTTERSTOCK


Homogêneas Saturada
Cadeira fechada
Insaturada
CÍCLICA

não aromática Heterogêneas

Alicíclica
Núcleo benzeno

Primário
Tipos de carbono: Secundário
Terciário
Quatermário

880 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE
UNIDADE10
2

2
Fenol
São todos os compostos orgânicos que apresentam
Capítulo um ou mais radicais hidroxila (-OH) ligados diretamente
a um carbono aromático. Veja:

Funções orgânicas

D
enominamos função química o conjunto de subs-
tâncias que têm comportamento químico seme-
lhante. O comportamento das substâncias é fun- Compostos carbonílicos
ção das suas estruturas. A semelhança estrutural acarreta Compostos orgânicos que apresentam o grupo car-
propriedades funcionais idênticas, e é reconhecida nas bonila são chamados compostos carbonílicos.
fórmulas por meio de uma particularidade comum.
Os compostos orgânicos são agrupados em várias
funções. As principais funções orgânicas são:
Carbonila

Hidrocarbonetos
São todos os compostos formados exclusivamente
por carbono e hidrogênio.
Aldeído
São todos os compostos orgânicos que apresentam
a carbonila ligada a um hidrogênio. Veja:

O radical recebe o nome de Formila


Álcool
São todos os compostos orgânicos que apresentam
um ou mais radicais hidroxila (-OH) ligada a carbono sa-
turado de um hidrocarboneto. Veja: Cetonas
São todos os compostos orgânicos que apresen-
tam a carbonila ligada pelos dois lados a carbonos. Veja:

Carbono saturado Glicerina

Ácido carboxílico
Enol São todos os compostos orgânicos que apresen-
Compostos orgânicos caracterizados pela presença tam o grupo -C (desenho), denominado carboxila, que é
da hidroxila (-OH), ligada a um carbono não aromático, a união da carbonila com a hidroxila. Veja:
insaturado por dupla ligação de um hidrocarboneto.
Devido à sua alta instabilidade, o enol tem a repre-
sentação gráfica conforme as figuras abaixo:
Exemplos:

Éster
etenol
São todos os compostos orgânicos que apresen-
tam um radical proveniente de um ácido ligado ao
ciclopentenol
carbono.

HIPERCONHECIMENTO 881
Química
igual número de um radical derivado de um ácido carbo-
xílico, pela retirada do grupo -OH da carboxila.

ácido etanoico etanamida

Éter
São todos os compostos orgânicos que apresentam Nitrocomposto
o elemento oxigênio ligado pelos dois lados a carbonos. São todos os compostos
orgânicos que apresentam o
grupo NO2, proveniente do
ácido nítrico.
Exemplos:

trinitrotolueno(TNT)
(explosivo)
Haleto orgânico
São todos os compostos que apresentam um ou
mais halogênios (F, Cl, Br, I), substituindo um ou mais
hidrogênios de um hidrocarboneto.

Nitrila
São todos os compostos orgânicos que apresentam
o grupo -CN, proveniente do ácido cianídrico.
Exemplos:

Haleto ácido
São todos os compostos orgânicos que apresentam um
halogênio (F,Cl,Br,I), substituindo a hidroxila de um ácido.

benzonitrila

Organometálicos
São os compostos orgânicos que apresentam um ou
Amina mais átomos de metal ligados diretamente a átomos de
São todos os compostos orgânicos derivados do carbono.
NH3 pela substituição de um ou mais hidrogênios por
igual número de restos de hidrocarbonetos, formando
aminas primárias, secundárias ou terciárias. chumbo tetraetila
(aditivo de gasolina)

(amina primária: um
hidrogênio substituíndo)

(amina secundária: dois


Os organometálicos de especial importância são os
hidrogênios substituíndos)
chamados compostos de Grignard, que são compostos
do magnésio. Esse magnésio liga-se a uma cadeia car-
(amina terciária: três
bônica e a um halogênio (F, Cl, Br, I).
hidrogênios substituíndos)

Amida
São todos os compostos orgânicos derivados do
NH3 pela substituição de um ou mais hidrogênios por

882 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE
UNIDADE10
2

Ácido sulfônico Isonitrila


São os compostos orgânicos caracterizados pela pre-
sença do grupo – SO3H, proveniente do ácido sulfúrico. Amina
Exemplos:
Ácido sulfônico

Tiocomposto

Organometállico metal ligado a carbono


ácido etano sulfônico ácido para-dodecil benzeno
sulfônico (detergente) Mista vários grupos funcionais

Tiocomposto
São os compostos derivados de compostos que apre-
sentam o oxigênio, pela substituição dele por enxofre. Nomenclatura
Exemplos: Sabemos, há bastante tempo, que muitos compos-
tos já eram conhecidos e já tinham nomes, porém, esses
nomes não seguiam um único critério.
Foi em 1892, num Congresso de Química realizado em
etano tiol dietil sulfeto Genebra, que se estabeleceram as regras adotadas interna-
(um tioálcool) (um tioéter) cionalmente para a nomenclatura dos compostos orgânicos.
Posteriormente, algumas regras foram modifi-
cadas e outras acrescentadas. Hoje, o conjunto dessas
Resumo: regras recebe o nome de Nomenclatura IUPAC (Interna-
tional Union Of Pure And Applied Chemistry).
Algumas substâncias são conhecidas por vários
Característica
FUNÇÃO de identificação Exemplo nomes, mas devemos nos acostumar a usar os nomes
oficiais, ou seja, a Nomenclatura usada pela IUPAC.
Hidrocarboneto
Regras
Álcool

Enol Prefixo
Indica o número de carbonos na cadeia do composto.
Fenol

PREFIXO INDICATIVO
Aldeído
DO NÚMERO DE C
1C met
Cetona 2C et
3C prop
4C but
Ácido Carboxílico 5C pent
6C het
7C hept
Éster
8C oct
ou de outros ácidos
9C non
Éter 100C dec

Haleto orgânico
O intermediário
Haleto de ácido O prefixo é
seguido do inter- Uma dupla lição en
Amina mediário, o qual faz Duas duplas ligações dien
referência à satura- Três duplas ligações etc. trien
Amida ção ou insaturação Uma tripla ligação in
da cadeia do com- Duas triplas ligações diin
Nitrocomposto posto. Três triplas ligações etc. triin
Uma dupla e uma triplas etc. enin
Nitrila

HIPERCONHECIMENTO 883
Química
Sufixo
O sufixo se refere à função orgânica a que pertence
a substância. Nome oficial 3 pentanona
1 2 3 4 5
Hidrocarboneto o Cetona ona
Álcool(Enol) ol Ácido Carboxílico óico
Aldeído al Nome oficial 2 penteno
5 4 3 4 1

Exemplos:

ligações simples an metano


terminação o Restos de alimentosdevem mesmo ir
para o lixo?
ligações simples an etanol
terminação ol
Diariamente, alunos de uma escola ginasial
em Suginami, Tóquio, depositam os restos
ligações simples an metano
de suas refeições em um forno especial. Esse
terminação o
forno converte os restos dos alimentos em
carvão.
ligações simples an butanóico
terminação ócio
O processo é relativamente simples: os
alimentos são assados durante 20 horas em
um carbonizador elétrico (do tamanho de
Cadeias cíclicas
uma máquina de lavar roupas), com capaci-
Para uma substância com cadeia cíclica, colocamos dade para 40 quilogramas de alimento, que
a palavra ciclo antes das informações básicas, ou seja,
se convertem em 5 quilogramas de material
antes do prefixo, intermediário e sufixo.
combustível.
Cadeia cíclica prenome ciclo
4 carbonos prefixo but Nos Estados Unidos, temos um processo
Cadeia saturada intermediário an parecido que converte cascas de nozes,
Cetona sufixo ona amêndoas e arroz em carbono ativado (com-
Seu nome oficial ciclobutanona
bustível). Num mundo com cada vez menos
Cadeia cíclica prenome ciclo
3 carbonos prefixo prop
energia, que tal desenvolvermos processos
Cadeia saturada intermediário an que visem à produção de energia a partir de
Hidrocarboneto sufixo o matérias-primas que iriam para o lixo?
Nome oficial ciclobutanona
(Adaptação de artigo da revista Superinteressante –
set. de 2000)

Quando temos de localizar insaturações ou radi-


cais, numeramos a cadeia para que, por meio dos núme-
ros, localizemos a insaturação ou o radical. Começamos
a numerar pela extremidade da cadeia mais próxima à Os haletos
dupla ou tripla ligação (se houver).

Exemplos:

1 2 3
cloro-etano 1,2 dicloro-propano bromo-benzeno
Nome oficial 1 propanol

Os nitrocompostos
nitro-etano
4 3 2 1
1 butino grupo-nitro nitro-metano nitro-benzeno
Nome oficial
hidrocarboneto
correspondente: etano

884 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE
UNIDADE10
2

As amidas

metanamida etanamida

Os ácidos sulfônicos

ácido etano-sulfônico

Alquilas ou

alcoílas

As nitrilas O elétron livre


pertence a carbono
saturado, isto é, a
carbono que apre-
etano nitrila propano nitrila senta somente li-
gações simples.

Os radicais Arilas

Radical é um átomo ou um conjunto de átomos O elétron livre pertence a carbono do núcleo ben-
eletricamente neutros, que apresentam um ou mais elé- zênico.
trons não pareados, isto é, uma ou mais valências livres.
Devemos observar que um radical é diferente de um
íon, pois os radicais são estruturas neutras e os íons são
estruturas carregadas eletricamente.

Alcoxilas ou radicais dos álcoois

O nome do radical tem terminações características.


Acilas ou radicais dos ácidos

HIPERCONHECIMENTO 885
Química
Importância dos radicais na nomenclatura Nos haletos orgânicos
Os radicais auxiliam também a nomenclatura ofi-
cial.

Nos hidrocarbonetos

Nas cetonas

Nos éteres

Nos éteres

Nos ésteres

Nas nitrilas

Nos haletos ácidos

ZHU DIFENG | SHUTTERSTOCK

Nas aminas

Nos compostos de Grignard


Os radicais auxiliam também a nomenclatura
usual.

Nos alcoóis

886 HIPERCONHECIMENTO
UNIDADE
UNIDADE10
2

3
Cada uma dessas
frações pode ser

Capítulo
gases
refinada a fim de
desdobrá-la em
outros produtos
exigidos pelo 30oC 205oC
O petróleo consumo
gasolina
175 C 275 C
o o

O
petróleo é um líquido de cor escura, quase negro, querosene
muito viscoso, menos denso que a água, pro-
duzido pela degradação lenta de vegetais e/ou
animais marinhos que habitavam os antigos mares há óleo diesel
milhões de anos. O material resultante deste processo ólecombustível
impregnou rochas porosas, intercaladas com camadas
impermeáveis isolantes, situadas a profundidades que
acima de 350oC
podem alcançar 15 km. Atualmente, até o fundo do aquecimento
óleo lubrificante
mar é perfurado e já foram descobertos grandes cam-
pos petrolíferos marítimos. petróleo resíduos

A refinaria Coluna de fracionamento do petróleo


O petróleo bruto não pode ser utilizado diretamen-
te, é necessário separar os diferentes hidrocarbonetos
nele existentes, que são principalmente os saturados. Encontramos também no petróleo impurezas,
Mas dependendo da sua origem, a constituição pode como o carvão, o enxofre etc., mas com baixo teor, apro-
variar um pouco. ximadamente 5%.
O principal processo utilizado em uma refinaria é
Exemplo de um campo de extração de petróleo a destilação. Como o petróleo tem uma composição
complexa e variável, desdobramos em outras misturas
mais simples, formando as frações.
A - Areia
A base da destilação é o aquecimento do petróleo
B - Pedra não porosa
e a passagem pelas chamadas colunas de fracionamen-
C - Estrato de cobertura
to que separam conjuntos de substâncias em faixas de
E - Areias porosas
temperatura de destilação.
F - Gás
As refinarias podem utilizar outros processos, como
G - Petróleo
a pirólise, que é a quebra de moléculas por meio do calor,
H - Água

A
Como funciona o bafômetro
B
Camadas perfuradas

O bafômetro é um aparelho que permite


determinar a concentração de bebida alcoólica
em uma pessoa, analisando o ar exalado do
C
pulmão. A concentração de álcool no hálito
das pessoas está relacionada com a quantidade
D
de álcool presente no sangue, dado o processo
de troca que ocorre nos pulmões. Isso se deve
E
ao fato de o etanol ser totalmente solúvel em
G F água. O motorista deve assoprar com força
no canudinho, que conduzirá o ar de seus
pulmões para um analisador contendo uma
H solução acida de dicromato de potássio. O ál-
cool presente no “bafo” é convertido em ácido
acético, conforme mostra a reação abaixo:

HIPERCONHECIMENTO 887
Química
ou o cracking, que consiste na ruptura das cadeias carbô-
nicas mais longas, formando outras menores, mediante
a elevação da temperatura, na presença de catalisadores.
Mesmo partindo de um único hidrocarboneto,
podemos obter por meio do cracking uma variação de
produtos, como, por exemplo, as matérias-primas para a
indústria petroquímica, e o enriquecimento quantitativo
e qualitativo das frações obtidas pela destilação direta.

Componente
Produto em no de Principais usos
Carbono

combustível doméstico
gases obtenção do negro de
1a4 fumo, gasolina polime-
rizada

solventes industriais
solventes 5a7 fluido para isqueiros
gasolina 5 a 12 motores a gasolina

querosene 12 a 16 iluminação combustí-


vel para aviões

óleo combustí- combustível para


15 a18 motores a diesel,
vel e óleo diesel combustível para
fornos a óleo, gasolina
por craqueamento

graxas e lubrificação
acima de 20
parafinas impermeabilização

pavimentação vedação
asfalto de encanamentos e
paredes
coque do combustível
petróleo eletrodos de cabono

O funcionamento do bafômetro
3CH3CH2OH + 2K2Cr2O7 + 8H2SO4 —>
3CH3COOH + 2Cr2(SO4) + 2K2SO4 + 11H2O

Nessa reação o etanol é convertido em ácido


acético, e o cromo, na forma de íon croma-
to (amarelo alaranjado), é transformado em
Cr+3 (coloração verde). Quanto maior a con-
centração de álcool, mais intensa é a colora-
ção esverdeada obtida. O limite permitido no
Brasil é 0,06 g de álcool por litro de sangue.

888 HIPERCONHECIMENTO
EXERCÍCIOS

Exercícios UNIDADE 1

1Classifique os sistemas mencionados de acordo com o


código:
a) Mistura homogênea;
6(FUVEST) Qual é o método de separação utilizado
quando se usa um coador de pano na preparação do
café?
b) Mistura heterogênea; a) Destilação. d) Peneiração.
c) Substância pura b) Filtração. e) Cristalização
c) Decantação.
1) cloreto de sódio
2) água
3) solução de cloreto de sódio em água RESPOSTAS:
4) granito
1. (1c, 2c, 3a, 4b, 5c, 6c, 7b, 8a, 9b, 10c)
5) oxigênio
2.a 3.c 4.b 5.e 6.b
6) ozônio
7) ar
8) água do mar (filtrada) de sódio em água
9) carvão + enxofre
10) ferro UNIDADE 2

2(FUVEST-SP) Para separar da melhor maneira possível


os três componentes de uma mistura de areia com so-
lução aquosa de sal, devemos: 7(F.M.CATANDUVA-SP) Admitindo-se o átomo esférico
com diâmetro de 10-8 cm e a possibilidade de se “enfi-
a) filtrar e destilar. d) filtrar e decantar. leirar” átomos um a um, a quantidade de átomos enfi-
b) destilar e filtrar. e) destilar e decantar. leirados suficiente para cobrir a distância da Terra à Lua
c) decantar e filtrar. (da ordem de 400000 km) seria de, aproximadamente:
Observação: considere 1 mol = 6,0 . 1023 átomos

3(UNIP-SP) O sistema constituído por água líquida, ferro


sólido, gelo e vapor d’água apresenta:
a) 3 fases e 3 componentes.
a) 1 mol
b) 6,6 mols
c) 66,6 mols
d) 6,6 . 10-6 mol
e) 6,6 . 106 mols

b) 4 fases e 3 componentes.
c) 4 fases e 2 componentes.
d) 4 componentes e 6 fases.
e) 2 fases e 2 componentes.
8(UFRJ) Os átomos X e T são isótopos, os átomos W e T
são isóbaros e os átomos X e W são isótonos. Sabendo-
-se que o átomo X tem 25 prótons e número de massa
52 e que o átomo T tem 26 nêutrons, o número de

4(FEI-SP) Submetendo-se a areia aurífera a uma corren-


te de água, os grãos de areia, bem mais leves, são arras-
tados, separando-se dos grãos de ouro. Esse método
elétrons do átomo W é:
a) 21
b) 24
d) 25
e) 23
de separação é denominado: c) 22
a) flotação. d) catação.
b) levigação.
c) decantação.
e) tamização.
9 (UNIMEP-SP) No íon 32S162-, encontramos:

a) 48 nêutrons d) número de massa 16


b) 32 prótons e) 32 elétrons

5(UFRJ) Na obtenção do sal de cozinha a partir da água-


do mar, além de outras etapas, realiza-se:
c) 16 prótons

a) sifonação e filtração.
b) cristalização e fusão fracionada.
c) decantação e destilação fracionada.
10 (UFMS) Qual é, entre as abaixo, a afirmativa COR-
RETA, relativamente ao desenvolvimento de mode-
los atômicos?
d) catação e centrifugação. a) O modelo de Thomson foi desenvolvido a partir de
e) evaporação e cristalização. experimentos envolvendo radiação alfa, He2+.

HIPERCONHECIMENTO 889
Química
b) O átomo, segundo Dalton, seria constituído de um c) elétrons da eletrosfera do sódio, excitados pela cha-
centro positivo com pequenas partículas negativas ma, retornam ao nível mais interno.
agarradas em sua superfície. d) elétrons do sódio também são amarelos e colorem a
c) O modelo de Rutherford, também conhecido como chama.
modelo do Sistema Solar, concebe o átomo como
tendo nêutrons ao centro e prótons e elétrons orbi-
tando ao redor.
d) O modelo atômico de Bohr supõe a existência de ní-
15 (FAFIUBA-MG) O alumínio, metal muito usado na
confecção de embalagens de alimentos, bebidas e
material de construção em geral, pode ser extraído
veis atômicos com energias quantizadas, de acordo do mineral:
com os resultados experimentais obtidos com as- a) galena. c) pirolusita.
pectos atômicos. b) cassiterita. d) bauxita.

11
a)
(ITA-SP) Considerando a experiência de Ruther-
ford, assinale a alternativa falsa:
A experiência consistiu em bombardear películas
16a) 25
(UEL PR) Quantos prótons há no íon X3+ de confi-
guração 1s22s22p63s23p63d10?
d) 51
metálicas delgadas com partículas alfa. b) 28 e) 56
b) Algumas partículas alfa foram desviadas do seu traje- c) 31
to devido à repulsão exercida pelo núcleo positivo do

c)
metal.
Observando o espectro de difração das partículas
alfa, Rutherford concluiu que o átomo tem densidade
17a)
(UFJF-MG) Na mesma família da tabela periódica
dos elementos químicos, em geral:
a eletronegatividade cresce de cima para baixo.
uniforme. b) a energia de ionização diminui de cima para baixo.
d) Essa experiência permitiu descobrir o núcleo atômico c) o tamanho dos átomos diminui de cima para baixo.
e seu tamanho relativo. d) a afinidade eletrônica cresce de cima para baixo.
e) Rutherford sabia antecipadamente que as partículas
alfa eram carregadas positivamente.
RESPOSTAS:
13. e 14. c 15. d 16. c 17. b
12 (CESGRANRIO) Uma substância com ligação ele-
trovalente apresenta fórmula XY. Na tabela perió-
dica, X e Y são localizados respectivamente nas
colunas:
a) 2A e 7A d) 1A e zero UNIDADE 4
b) 2A e 2B e) 2A e 6A
c) 1A e 3ª

RESPOSTAS:
18 (UFLA-MG) Na tabela abaixo, a coluna da esquerda
contém tipos de ligações entre íons ou moléculas
no estado sólido. A coluna da direita contém fór-
7. d 8. b 9. c 10. d 11. c 12. e mulas de algumas substâncias (considere-as no
estado sólido).
A associação correta entre os termos das duas co-
lunas é:
a) 1 - 5; 2 - 7; 3 - 8; 4 - 6.
UNIDADE 3 b) 1 - 6; 2 - 5; 3 - 8; 4 - 7.
c) 1 - 6; 2 - 5; 3 - 7; 4 - 8.
d) 1 - 8; 2 - 7; 3 - 6; 4 - 5.

13 (UFMG) Todas as alternativas contêm proprieda-


des cujos valores aumentam à medida que cresce
o número atômico dos elementos em um mesmo
e) 1 - 6; 2 - 7; 3 - 5; 4 - 8.

Ligação Substância
período da Tabela Periódica, EXCETO:
1 iônica 5 H2O
a) A energia de ionização.
b) O caráter ácido dos óxidos. 2 ponte de Hidrogênio 6 NaC
c) O caráter covalente das ligações elemento-cloro.
d) O número de elétrons de valência. 3 de Van der Waals 7 CH4
e) O número de níveis de energia preenchidos.
4 Polar 8 SO2

14 (FADI-UBÁ-MG) Ao cozinhar em fogão a gás, a


chama azul fica amarela quando nela cai um pouco
de sal ou alimento com sal. O sódio (Na) é respon- 19 (FADI-UBÁ-MG) Durante a evaporação da gasolina
são rompidas:
sável por essa mudança de cor porque: a) ligações iônicas.
a) elétrons da eletrosfera do sódio são excitados. b) ligações covalentes.
b) elétrons da eletrosfera do sódio saltam de um nível c) interações tipo ligações de hidrogênio.
mais interno para um nível mais externo. d) interações tipo dipolo instantâneo-dipolo induzido.

890 HIPERCONHECIMENTO
EXERCÍCIOS

20 ( UFU-MG) Assinale a alternativa que melhor justifica a


maior solubilidade do NaCl (sal de cozinha) em água
do que em octano (um dos componentes da gasolina).
c) metálicas, iônicas, iônicas e metálicas.
d) covalentes, covalentes, iônicas e iônicas.
e) covalentes, covalentes, iônicas e metálicas.
a) O NaCl é formado por ligação covalente, que não se

25
rompe facilmente, dificultando sua solubilização em (CESGRANRIO) Uma substância com ligação ele-
octano. trovalente apresenta fórmula XY. Na tabela perió-
b) A solvatação do NaCl é superior em água, por haver dica, X e Y são localizados respectivamente nas
forças de London, entre os íons. colunas:
c) O NaCl não se dissolve em octano por ser um com- a) 2A e 7A d) 1A e zero
posto iônico e, portanto, forma ligações de hidrogê- b) 2A e 2B e) 2A e 6A
nio com esse solvente. c) 1A e 3A
d) A ligação covalente do NaCl é facilmente rompida pela
água, o que facilita a estabilização dos íons formados.
e) O sólido iônico NaCl é facilmente solubilizado pela
água, pois essa possui um momento de dipolo alto
26 (UEFS-BA) O ácido muriático é um produto corrosivo
comercial impuro constituído por uma solução de HCl.
Existem também produtos de limpeza constituídos de
(1,94 Debye), estabilizando os íons formados.
amônia dissolvida em água. Podemos afirmar que:
a) o HCl é um composto formado por ligações iônicas.
21 (UFV-MG) Sabe-se que a fusão da manteiga ocorre
a uma temperatura menor do que a fusão do sal de
cozinha (NaCl). A explicação para este fato é:
b)
c)
a molécula de NH3 possui apenas ligações coordenadas.
o elemento cloro possui seis elétrons na camada de valência.
d) o HCl é um composto que, quando adicionado à
a) A força das ligações covalentes é menor do que a for-
água, ioniza-se em íons H3O+ e Cl-.
ça das ligações iônicas.
b) A força das ligações covalentes é maior do que a for- e) tanto o o HCl como o NH3 são moléculas formadas
ça das ligações iônicas. por ligações iônicas.
c) As forças intermoleculares na manteiga são mais in-

d)
tensas do que as forças entre os íons no NaCl.
As ligações metálicas na manteiga são mais fortes do 27 (PUC-RS) O gás HCl dissolve-se em água formando
uma solução condutora de eletricidade. Entretanto,
quando o gás é dissolvido em um solvente apolar, como
que as ligações covalentes no NaCl.
e) As forças intermoleculares na manteiga são menos o hexano, a solução resultante não conduz eletricidade.
intensas do que as forças entre os íons no NaCl. Essa observação conduz à seguinte conclusão:
a) o HCl é um composto covalente, seja sob a forma
gasosa ou dissolvida.
22 (PUC-SP) Considere 4 elementos químicos repre-
sentados por: X, A, B e C. Sabe-se que:
- Os elementos A e X pertencem ao mesmo grupo da
b) O HCl tem ligação covalente apolar no estado gasoso,
mas tem ligação covalente polar em solução aquosa.
tabela periódica. c) O HCl não se dissocia em água, mas o faz em hexano.
- A, B e C apresentam números atômicos consecutivos, d) O gás HCl é covalente, mas se dissocia em água.
sendo B um gás nobre. e) O HCl encontra-se permanentemente ionizado, mas isso
É correto afirmar: só é aparente em água, quando os íons estão hidratados.
a) O composto formado por A e C é molecular e sua
fórmula é AC.
b) O composto formado por A e C é iônico e sua fórmu-
la é CA.
28 (FAFIUBA-MG) Assinale as substâncias que condu-
zem corrente elétrica em meio aquoso:
a) H2SO4 c) NaCl
c) O composto AX apresenta ligação coordenada, sen- b) KOH d) H2
do sólido a 20 ºC e 1 atm.
d) Os elementos A e X apresentam eletronegatividades
idênticas por possuírem o mesmo número de elé-
trons na última camada.
29 (UFV-MG) Sabe-se que a fusão da manteiga ocorre
a uma temperatura menor do que a fusão do sal de
cozinha (NaCl). A explicação para este fato é:
e) C é um metal alcalino-terroso e forma um composto a) A força das ligações covalentes é menor que a força
molecular de fórmula CX2. das ligações iônicas.
b) A força das ligações covalentes é maior que a força

23
a)
(CESCEM-SP) O que acontece quando um com-
posto iônico se dissolve em água?
O composto se dissocia em moléculas.
c)
das ligações iônicas.
As forças intermoleculares na manteiga são mais in-
tensas do que as forças entre os íons no NaCl.
b) O composto se dissocia em átomos de metal e ametal. d) As ligações metálicas na manteiga são mais fortes
c) Não acontece nenhuma mudança. que as ligações covalentes no NaCl.
d) O composto se funde. e) As forças intermoleculares na manteiga são menos
e) O composto se dissocia em íons. intensas do que as forças entre os íons no NaCl.

24 (UFPA) As substâncias etano (C2H6), gás bromo


(Br2), água (H2O) e cloreto de magnésio (MgCl2)
apresentam seus átomos unidos, respectivamente, RESPOSTAS:
através de ligações: 18. c 19. d 20. e 21. e 22. b 23. e 24. a
a) covalentes, covalentes, covalentes e iônicas. 25. e 26. d 27. d 28. a,b,c 29. d
b) covalentes, iônicas, covalentes e iônicas.

HIPERCONHECIMENTO 891
Química

UNIDADE 5 35a)
(FAFIUBA-MG) A água mineral gasosa possui um pH
ligeiramente ácido. Esse fato pode ser atribuído à:
presença de gás carbônico dissolvido na água mineral.

30 (FAFIUBA-MG) As roupas coloridas podem ser des-


botadas quando usamos uma solução aquosa de
NaClO (hipoclorito de sódio), conhecido comercial-
b)
c)
d)
dissociação iônica da água.
presença de metais alcalinos dissolvidos na água.
presença de uma grande quantidade de sais dissolvi-
mente como água sanitária. A análise de alguns íons dos na água.
clorados mostrou para o cloro uma variação do esta-

a)
b)
do de oxidação. Tais fatos nos permitem concluir que:
o cloro sofreu uma oxidação.
o cloro sofreu uma redução.
36 (FAFIUBA-MG) Soluções aquosas de hipoclorito de
sódio (obtidas pela reação de cloro com soda cáus-
tica) têm poder:
c) ocorreu uma reação de neutralização ácido-base. a) bactericida e anestésico.
d) ocorreu uma reação de oxirredução. b) bacteriana e alvejante.
c) neutralizante e desidratante.

31 (UFJF-MG) Na obtenção industrial do ácido nítrico,


é utilizado o processo de Ostwald, no qual a última
d) anestésico e alvejante.

etapa envolve a reação:


3 NO2(g) + H2O(l) ⇒ 2HNO3(aq.) + NO(g)
Assinale a alternativa incorreta:
37 (PUCCAMP-SP) O fermento em pó e o sal de fruta
têm como principal componente a substância de
fórmula NaHCO3, cujo nome é:
a) Esta é uma reação de oxirredução. a) acetato de sódio.
b) Nesta reação, a água é agente oxidante. b) carbonato de sódio.
c) O NO2 é um óxido ácido. c) formiato de sódio.
d) O ácido nítrico é um monoácido. d) bicarbonato de sódio.
e) O NO é um óxido neutro. e) carbonato básico de sódio.

32 (FAFIUBA-MG) Introduzindo uma chapinha de cobre


no ácido nítrico concentrado, ocorre uma reação
química evidenciada pela liberação de um gás cas-
38 (UFJF-MG) A reação entre uma base forte e um áci-
do fraco produz um sal cuja reação é:
a) ácida. b) neutra.
tanho e pela oxidação do Cu (cobre). Todas afirma- c) fraca. e) básica.
tivas baseadas ao texto são verdadeiras, EXCETO: d) forte.
a) A coloração azul da solução evidencia os íons cobre.
b)

c)
Ocorreu no frasco uma reação de decomposição do co-
bre.
A chapa de cobre diminui de tamanho.
39 (UERJ) Uma das substâncias responsáveis pelo
odor desagradável em banheiros de muita frequên-
cia é o gás amoníaco (NH3) resultante da degrada-
d) Ocorreu no frasco uma reação de oxirredução. ção da uréia. Dentre as substâncias abaixo, aquela
que poderia ser utilizada na neutralização do NH3 é:

33 (FAFIUBA-MG) As roupas coloridas podem ser desbo-


tadas quando usamos uma solução aquosa de NaClO
(hipoclorito de sódio), conhecida comercialmente
a) H2O
b) HCl
c) KOH
d) NaCl

como água sanitária. A análise de alguns íons clora-


dos mostrou para o cloro uma variação do estado de
oxidação. Tais fatos nos permitem concluir que:
40 (UFSCAR-SP) Quando combustíveis contendo en-
xofre são queimados, ocorre a produção de anidri-
do sulfuroso. Esse óxido, em presença de catalisa-
a) o cloro sofreu uma oxidação. dores, transforma-se em anidrido sulfúrico que, por
b) o cloro sofreu uma redução. sua vez, ao reagir com água, produz a chuva ácida.
c) ocorreu uma reação de neutralização ácido-base. O principal constituinte responsável pelo baixo pH da
d) ocorreu uma reação de oxirredução. chuva ácida é:
a) SO(g) d) H2SO3(g)
b) SO2(g) e) H2SO4(g)
RESPOSTAS: c) SO3(g)

30. d 31. b 32. d 33. d


41 (UFJF-SP) O “crack” é uma droga potente, resultante da
mistura de cocaína com bicarbonato de sódio e água. Esta
droga tem ceifado inúmeras vidas de jovens no mundo.
Ele causa, entre outros efeitos, intensa excitação seguida
UNIDADE 6 de profunda depressão. O uso contínuo desta droga leva
o usuário a uma dependência física. Separando-se o bi-

34 (FAFIUBA-MG) Na preparação da argamassa, uti-


liza-se o hidróxido de cálcio, conhecido como cal
extinta, que é resultante da hidratação de: a)
carbonato de sódio da mistura citada e analisando-se as
suas propriedades químicas, podemos concluir que:
ele é um sal neutro.
a) Ca (OH)2 c) KOH b) não dissocia em solução aquosa.
b) CaO d) CO2 c) reage com ácido clorídrico.
d) é uma base de Arrhenius.

892 HIPERCONHECIMENTO
EXERCÍCIOS

42 (UFJF-SP) Um circuito elétrico simples pode ser


construído a partir de fios de cobre, imersos em
uma solução, e uma fonte de corrente alternada
45
a)
(UFCE) A água mineral filtrada (sem gás) é uma:

substância pura.
(desenho abaixo). Os fios de cobre são colocados b) mistura heterogênea.
em contato, respectivamente, com soluções aquo- c) mistura homogênea.
sas de cada uma das seguintes substâncias: d) substância composta.
FeSO4, C12H22O11 (sacarose), CH3OH e KOH. A lâmpada
acenderá nas soluções de:

no de cobre
46 (FAFIUBA-MG) No garimpo da Serra Pelada, uma
amostra de água contaminada com mercúrio apre-
sentou 0,201g de mercúrio em 100 ml de solução.
A concentração de mol/l da solução analisada é:
a) 0,01. c) 1,00.
b) 0,10. d) 10,00
fonte de corrente
alternada
lâmpada
40 W 47 (FUVEST) Todas as “águas” com as denominações a
seguir podem exemplificar soluções de sólidos em
um líquido, exceto:
a) água potável. d) água mineral.
b) água destilada. e) água do mar.
c) água dura.

solução 48 (UFMG) A condução de eletricidade através de uma


solução aquosa de cloreto de sódio é realizada pelo
movimento de:
a) elétrons.
b) íons cloreto e sódio.
a)FeSO4, CH3OH e KOH. c) moléculas de água.
b)CH3OH, C12H22O11 e FeSO4. d) moléculas de cloreto de sódio.
c)C12H22O11 e KOH. e) prótons.
d)KOH e FeSO4.
Questões de 81 e 82.
Uma determinada substância caiu sobre uma pedra
mármore, havendo desprendimento de gás.
49 *(PUC-RS) O vinagre é uma solução aquosa de áci-
do acético. Qual a concentração de ácido acético
no vinagre, se foram gastos 30 ml de uma solução
de NaOH 0,2 M para titular 20 ml de vinagre?

43a)
(UFBA) A substância reagente pertence à função:

ácido
a) 0,2 mols/l
b) 0,3 mols/l
c) 0,3 mols/ml
d) 0,4 mols/ml
e) 0,4 mols/l

b) base
c)
d)
e)
sal
óxido básico
óxido neutro
50
a)
(UEL-PR) Com relação às soluções, pode-se afir-
mar, exceto:
O ponto de congelamento de uma solução ideal é
menor que o do solvente puro.
b) A diluição da solução diminui a fração em mol do soluto.
RESPOSTAS: c) A pressão de vapor de uma solução ideal é menor
que a de solvente puro.
34. b 35. a 36. b 37. d 38. e 39. b 40. d d) A concentração em mol.l-1 pode ser obtida ao dividir
41. c 42. d 43. a
a concentração em g.l-1 pela massa molar do soluto
existente na solução.
e) A razão entre a fração em mol do solvente e a fração
em mol do soluto é sempre igual à unidade.
UNIDADE 7
51 (FAFIUBA-MG) Ao se cozinhar alimentos em panela
de pressão, a temperatura atingida pela água é su-

44 (FAFIUBA-MG) A adição de um aditivo especial na


água do radiador de um automóvel, principalmente
em países de clima frio, tem como objetivo:
a)
perior a 100ºC, principalmente porque:
as substâncias dissolvidas na água aumentam o seu
ponto de ebulição.
a) elevar a temperatura de congelação da água do radiador. b) o vapor excedente é liberado por um válvula de segu-
b) abaixar a temperatura de congelação da água do radiador. rança.
c) abaixar a temperatura de ebulição da água do radia- c) a pressão a que o líquido está submetido é maior que
dor. 1 atm.
d) elevar a temperatura de ebulição da água, evitando d) a água apresenta menor pressão de vapor nessas
maior pressão do vapor. condições.

HIPERCONHECIMENTO 893
Química

RESPOSTAS: 56 (UFMG) Solicitado a classificar determinados pro-


cessos como exotérmicos ou endotérmicos, um
estudante apresentou este quadro:
44. b 45. c 46. a 47. b 48. b 49. b
50. e 51. c Considerado esse quadro, o número de erros come-
tidos pelo estudante em sua classificação é:

Processo Classificação
UNIDADE 8
Dissociação da molécula de Exotérmico

52 1 (UFPa) Nos motores à explosão, parte da gasolina


usada como combustível pode ser substituída por
etanol porque os dois líquidos:
hidrogênio em átomos
Condensação de vapor de água Endotérmico

a) liberam calor na reação com o oxigênio. Queima de álcool Exotérmico


b) são completamente imiscíveis.
c) têm iguais pontos de ebulição. a) 3
d) apresentam a mesma capacidade calorí ca.
b) 0
e) possuem o mesmo calor de neutralização.
c) 2
d) 1
53 (MACK-SP) Da afirmação: “Em condições - padrão,
um recipiente de alumínio metálico é destruído se
nele for guardada, uma solução aquosa de ácido
sulfúrico”, é correto dizer que:
57 (Unirio/Ence) Os soldados em campanha aquecem
suas refeições prontas, contidas dentro de uma
bolsa plástica com água. Dentro dessa bolsa existe
Dados os potenciais - padrão de oxidação Al / Al3+ =
+ 1,66 ; H2 / 2H+ = 0,00 o metal magnésio, conforme a reação:
a) o H+ do ácido reage com o alumínio metálico, for- Mg(s) + 2 H2O(l) → Mg(OH)2(s) + H2(g)
mando AlH3. A variação de entalpia dessa reação, em kJ/mol, é:
b) o Al sofre redução e torna-se poroso. a) -1.496,1
c) o ácido ataca o alumínio, formando hidróxido de alu- b) -638,7
mínio e liberando SO2. c) -352,9
d) o Al metálico, por ser mais reativo, desloca o H+, for- d) +352,9
mando Al2(SO4)3. e) +1.496,1
e) a afirmação feita é falsa, pois não ocorre reação algu-
ma.
58 (UERJ) As denominações combustível “limpo” e
combustível “verde” são empregadas em relação ao

54 (UFMG) Cloro é obtido, industrialmente, através da


eletrólise de NaCl(aq).
No laboratório, porém, pequenas quantidades po-
hidrogênio, pelo fato de sua queima provocar baixo
impacto ambiental. Observe a reação química da
combustão do hidrogênio, representada abaixo:
dem ser obtidas pela reação 2H2(g) + O2(g) → 2H2O(v) ΔH = -116,24 kcal
MnO2(s) + 4 HCl(aq) ⇒ Cl2(g) + 2 H2O(l) + MnCl2(aq)
Considere a situação em que 2 mol de HCl sejam Utilizando os dados acima e supondo suficiente a
postos para reagir com a quantidade estequiométrica de quantidade de oxigênio, é possível estabelecer o valor
MnO2(s). da massa de hidrogênio que, ao ser queimada, produzirá
Nessa situação, pode-se afirmar que: energia equivalente a 232,48 kcal.
a) a quantidade consumida de MnO2 é igual a 0,5 mol. Esse valor, em gramas, é igual a:
b) a quantidade de MnCl2 produzida é 1 mol. a) 2,0 c) 6,0
c) o cloro produzido ocupa 22,4 litros, medidos a 0 ºC e b) 4,0 d) 8,0
1 atm.

59
d) o reagente em excesso é HCl(g). (FAFIUBA-MG) O aumento da pressão sobre um
sistema em equilíbrio, onde só participam substân-

55 (UFV-MG) A combustão do acetileno ocorre com


desprendimento de calor:
C2H2(g)+ 5/2 O2(g) ⇒ 2CO2(g) + H2O(g) + 1300 kJ
cias no estado gasoso, tem ΔH > 0 e deslocará o
equilíbrio:
a) no sentido de formação dos produtos.
As afirmativas abaixo, referentes ao fenômeno, estão b) no sentido de formação dos reagentes.
corretas, EXCETO: c) diminuindo a concentração dos produtos.
a) A queima de 2 moles de acetileno consome 5 moles d) diminuindo a concentração dos reagentes.
de oxigênio.
b) A queima de 3 moles de acetileno consome 7,5 moles
de oxigênio e libera 3900 kJ.
c) A combustão de 5 moles de acetileno produz 90 g de
60 (FAFIUBA-MG) No interior de uma sauna a vapor,
observa-se o aquecimento da superfície da pele de
um serhumano, em parte devido à mudança de es-
água.
tado físico da
d) A massa de CO2, produzida na queima de 45,4 litros
água. Tal fato evidencia um processo:
de acetileno, medidos nas CNTP, é de 176 g.
a) catalisador. c) endotérmico.
e) O volume de CO2, medido nas CNTP, produzido na
b) exotérmico. d) espontâneo.
combustão de 26 g de acetileno é de 22,7 litros.

894 HIPERCONHECIMENTO
EXERCÍCIOS

61 (PUC-MG) Considerando-se o sistema em equilí-


brio 66 (UFMG) Ao ser solicitado para classificar soluções
aquosas de algumas substâncias de acordo com o
seu pH, um estudante construiu o seguinte quadro:
PCl5(s) PCl3(s) + Cl2(g) ΔH >0, O número de erros cometidos pelo estudante, nessa
classificação, foi:
Pode-se afirmar que: a) 4 d) 1
a) a adição de mais Cl2 desloca o equilíbrio para a direita. b) 3 e) 0
b) a adição de mais PCl5(s) desloca o equilíbrio para a direita. c) 2
c) a elevação da pressão favorece a formação de PCl5(s).
d) o aumento de temperatura desloca o equilíbrio para
a esquerda.
e) o sistema entra em equilíbrio mesmo em frasco aberto.

62 (UFLA-MG) Monóxido de carbono pode ser obtido a


partir da redução do dióxido de carbono com hidro-
gênio, ambos no estado gasoso, segundo a reação:
CO2(g) + H2(g) CO(g) + H2O(l)

Após a reação ter atingido o equilíbrio, pode-se afir-


mar que:
67 (UFLA-MG) Na reação 3A + 4B ⇒ 1/2 C + 2D, a en-
talpia de formação de A é igual a –20 Kcal x mol-1;
o calor de formação de B é igual a +30 kcal x mol-1;
I - Aumentando-se a concentração de CO, o equilíbrio é C é uma substância simples no estado padrão; a
deslocado para a formação dos produtos. entalpia de D é igual a –50 Kcal x mol-1. A diferença
II - Aumentando-se a concentração de H2, a concentra- de entalpia (ΔH) da reação é igual a:
ção de CO2 é diminuída. a) –100 Kcal x mol-1.
III - Diminuindo-se a concentração de H2O, a concen- b) –40 Kcal x mol-1.
tração de CO2 é aumentada. c) –160 Kcal x mol-1.
IV - A diminuição da concentração de H2 desloca o d) +160 Kcal x mol -1.
equilíbrio para a formação dos reagentes. e) +100 Kcal x mol-1.
V - O aumento da concentração de CO2 leva a uma di-
minuição da concentração de CO.
As afirmações CORRETAS são:
a) Apenas I e V. d) Apenas I e III.
68 (UFMG) Esta tabela indica o pH aproximado de al-
guns sistemas a 25ºC.
Considerando-se as informações dessa tabela, a afir-
b) Apenas II e IV. e) Apenas II e V. mativa FALSA é:
c) Apenas III e IV. a) A concentração de íons H3O+ no sangue humano é
inferior a 10-7 mol/l.

63 (UNISINOS-MG) A combustão completa do etanol


ocorre pela equação:
C2H5OH + 3O2 ⇒ 2CO2 + 3H2O
b) A concentração de íons H3O+ no vinagre é 10-3 mol/l.
c) A concentração de íons OH- no leite de magnésia é
10-11 mol/l.
d) A concentração de íons OH- no suco de tomate é
Considerando que em 1h foram produzidos 2640 maior do que no vinagre.
hora/g de gás carbônico, você conclui que a velocidade da e) O suco de limão é mais ácido do que o vinagre.
reação, expressa em número de mols de etanol consumido
por minuto, é:
a) 0,5 d) 46
b) 1,0 e) 69
c) 23

64 (FAFIUBA-MG) Para se corrigir a acidez do solo, é


comum a utilização de cal extinta, hidróxido de cál-
cio. Com esse procedimento, provoca-se no solo:
a) aumento de pH, uma vez que a cal extinta é ácida.
b) aumento de pH, uma vez que a cal extinta é básica.
c) aumento de pOH, uma vez que a cal extinta é ácida.
d) aumento de pOH, uma vez que a cal extinta é básica.
69 (UFU-MG) Uma das formas de remover fosfatos de
efluentes de esgotos industriais é a adição de óxi-

65a)
(UFRS) Quando o pH de uma solução varia de 6
para 3, a solução se torna:
duas vezes mais ácida.
do de magnésio e íons de amônio, produzindo um
precipitado conhecido como fosfato de magnésio
e amônio hexaidratado.
b) três vezes mais ácida. A velocidade dessa reação aumenta com o aumento
c) trinta vezes mais ácida. da temperatura devido:
d) mil vezes mais ácida. a) ao aumento do número de moléculas com energia
e) mil vezes mais alcalina. igual ou superior à energia de ativação.

HIPERCONHECIMENTO 895
Química
b) à redução da fração de moléculas com energia cinética
igual ou superior à energia de ativação.
c) ao aumento da energia de ativação.
d) à diminuição da energia de ativação.
74 (UFV-MG) O ácido pteroil-monoglutâmico é um
ácido fólico, substância bastante utilizada no tra-
tamento de vários tipos de anemia. Recebeu este
e) à redução dos choques efetivos. nome comum por ter sido originalmente isolado
das folhas do espinafre.

70a)
(UFV-MG) A respeito de catalisador e catálise é in-
correto afirmar:
A catálise é heterogênea quando o sistema em rea-
a)
b)
São funções presentes no ácido fólico:
amina, éster, ácido carboxílico.
ácido carboxílico, amina, amida.
ção e o catalisador são necessariamente sólidos. c) amina, fenol, ácido carboxílico.
b) O ΔH da reação não se altera porque o catalisador só d) amina, alqueno, éter.
participa dos estados intermediários da reação. e) cetona, ácido carboxílico, amida.
c) A catálise é homogênea quando o sistema em reação

d)
e o catalisador formam um sistema homogêneo.
Os catalisadores diminuem a energia de ativação da
reação que catalisam.
75 (UNIRIO-RJ) O tetracloreto de carbono é um dos
solventes orgânicos mais utilizados para lavagem
de roupa “a seco”. O tipo de cisão envolvida e os
e) Catalisadores são substâncias que participam das produtos formados na síntese do tetracloreto de
reações químicas, aumentando-lhes a velocidade carbono a partir de metano e cloro, em presença
sem serem consumidas nas reações. de luz ultravioleta, são, respectivamente:
a) homolítica / HCl e CCl4

71 (UFMG) O hidrogênio molecular pode ser obtido


industrialmente pelo tratamento do metano com
vapor de água. O processo envolve a seguinte rea-
b)
c)
d)
homolítica / H2, HCl e CCl4
heterolítica / H2 e CCl4
heterolítica / CH2Cl2 e HCl
ção endotérmica: e) heterolítica / CH3Cl e HCl
CH4(g) + H2O(g) CO(g) + 3H2(g)

Com relação ao sistema em equilíbrio, pode-se afir-


mar corretamente que:
76
a) 3
(UNIRIO-RJ) O número de isômeros de posição do
composto 1,2-diclorobenzeno (inclusive) é:
c) 1 e) 5
a) a presença de um catalisador afeta a composição da mistura. b) 2 d) 4
b) a presença de um catalisador afeta a constante de equilíbrio.
c) o aumento da pressão diminui a quantidade de CH4(g).
d) o aumento da temperatura afeta a constante de equilíbrio.
e) o aumento da temperatura diminui a quantidade de CO(g).
77 (UFPE) O clorofórmio (triclorometano), que é um
dos principais constituintes do “lança-perfume”, já
foi largamente utilizado como anestésico, até que
f) apresenta turvação. se constatou ser este composto capaz de causar
sérias lesões ao fígado. O tetracloreto de carbono
(tetraclorometano), também devido à sua toxicida-
RESPOSTAS: de, deixou de ser usado nas “lavagens a seco” feitas
nas lavanderias.
52. a 53. c 54. a 55. e 56. c 57 c 58. d Sobre esses compostos, podemos afirmar:
59. b 60. b 61. c 62 b 63. a 64. b 65. d a) são hidrocarbonetos aromáticos.
66. c 67. c 68. c 69. a 70. a 71. c b) ambos são polares.
c) não são haletos orgânicos.
d) o tetracloreto de carbono é apolar.
e) ambos têm estrutura plana.
UNIDADE 9

72 (FAFIUBA-MG) Sobre o DDT (didoro-fenil-triclo-roe-


tano), inseticida que pode provocar grandes distúrbios
renais e hepáticos no homem, é errado afirmar que:
RESPOSTAS:
72. a 73. a 74. b 75. a 76. a 77. d
a) pode ser considerado um composto inorgânico.
b) possui na sua estrutura o núcleo aromático benzênico.
c) possui na sua estrutura elementos da família dos halogênios.
d) possui na sua estrutura ligações químicas do tipo (pi).

73 (FAFIUBA-MG) Dois gases bastante usados comer-


cialmente são o acetileno e o gás n-butano. É IN-
CORRETO afirmar para estes gases:
a) são compostos orgânicos parafínicos.
b) são gases que não possuem oxigênio na molécula.
c) nenhum dos dois gases possuem carbono quiral.
d) os produtos de sua combustão borbulhados em água
originam ácido fraco.

896 HIPERCONHECIMENTO

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