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CATEGORIA: CONCLUÍDO
SUBÁREA: Enfermagem
Realização: Apoio:
RESUMO
A Acalasia é um distúrbio de motor primário do esôfago que acomete a musculatura
lisa, caracterizado por relaxamento incompleto do esfíncter inferior do esôfago e perda
da peristalse no corpo. Com a evolução do processo, o esôfago dilata-se, originando
o megaesôfago, uma alteração anatômica secundária a um distúrbio funcional. Um
atraso no diagnóstico pode resultar na demora dos doentes na procura de ajuda
médica, pela dificuldade de ser diagnosticada por parte de cuidados de saúde
primários. Com isso a doença aumenta de grau necessitando intervenção cirúrgica,
tornando o paciente suscetível a complicações pós-operatórias. OBJETIVO: Verificar
na literatura assistência de enfermagem a doença de Acalasia, no auxílio ao
diagnóstico e nos possíveis tratamentos. MÉTODOLOGIA: Foi feita revisão de
literatura do tipo integrativa, foram acessados os seguintes sites: Lilacs, Bireme,
Google Acadêmico, revistas eletrônicas, Biblioteca virtual de saúde, DECs, bibliotecas
virtuais de universidades, entre outros. CONSIDERAÇÕES FINAIS: Podemos
observar durante a execução do trabalho que a acalasia é uma doença de difícil
diagnóstico, sendo necessário anamnese e exame físico detalhados, associados ao
exame de manometria esofágica, que é o padrão-ouro para o diagnóstico da mesma.
É responsabilidade da equipe multidisciplinar o auxílio ao paciente, sanando suas
dúvidas e orientando-o quanto à necessidade de acompanhamento adequado.
INTRODUÇÃO
A acalasia é um distúrbio de motor primário do esôfago que acomete a musculatura
lisa, caracterizado por relaxamento incompleto do esfíncter inferior do esôfago e perda
da peristalse no corpo. Com a evolução do processo, o esôfago dilata-se, originando
o megaesôfago, uma alteração anatômica secundária a um distúrbio funcional
(MENDES-FILHO et al., 2010). A causa exata da acalasia é desconhecida, entretanto
está associado com distúrbios motores primários, particularmente o espasmo
esofageano difuso (EED), e com a doença do refluxo gastroesofágico (BAIA 2016). É
uma doença rara com incidência de 0,03 a 1 em 100.000 indivíduos. (CÂMARA et al.,
2017), sem qualquer predominância em termos de idade ou de gênero ou raça
(CÂMARA et al., 2017). Este atraso no diagnóstico pode resultar na demora dos
doentes na procura de ajuda médica, pela dificuldade de ser diagnosticada por parte
de cuidados de saúde primários, fazendo o paciente optar por tratamentos não
cirúrgicos. Essa doença aparece aos poucos, e gradualmente sendo que todos os
pacientes apresentam inicialmente disfagia para sólidos (CÂMARA et al., 2017). A
perda ponderal de peso completa a tríade clássica da acalasia, geralmente lenta,
apresentando a incapacidade de esvaziamento adequado do esôfago. A perda de
peso, a dor retroesternal e a pirose são sintomas comuns. A Assistência
multidisciplinar é de fundamental importância no diagnóstico e tratamento do cliente
acometido, visto que o tratamento é para um paciente portador de megaesôfago, e
não como um fragmento corpóreo. (SOUZA et al., 2014). Em suma, o papel da
enfermagem no cuidado é maior em sua conscientização e orientação, além de serem
os olhos de toda uma equipe envolvida, pois no relacionamento interpessoal, estão
na linha de frente com o cliente, e muitas das informações de relevância para um
tratamento e diagnóstico precoce passam pelos filtros destes profissionais.
OBJETIVOS
Verificar na literatura assistência de enfermagem a Acalasia, no auxílio ao diagnóstico
e nos possíveis tratamentos.
METODOLOGIA
O estudo de natureza descritiva e exploratória foi realizado por meio de revisão
integrativa da literatura. Este método de pesquisa permitiu a incorporação de
evidências na prática clínica, pois possibilitou a síntese do conhecimento produzido
sobre um determinado tema e apontou também lacunas que podem ser resolvidas a
partir de estudos futuros (MENDES; SILVEIRA, GALVÃO, 2008). Foram consultados
os seguintes sites: Lilacs, Bireme, Google Acadêmico, revistas eletrônicas, Biblioteca
virtual de saúde, DECs, bibliotecas virtuais de universidades, entre outros.
DESENVOLVIMENTO
As obras foram inseridas em uma tabela para identificação dos mesmos por título,
idioma, ano e revista de publicação, e posteriormente discutidos por categorias ou
capítulos para analisar as obras sobre o tema proposto.
RESULTADOS
De acordo com a análise dos textos foi possível separar as pesquisas em três
categorias, sendo elas: Diagnóstico da acalasia, Tratamento da acalasia, Diagnóstico
e assistência de enfermagem.
Os artigos estão relacionados à avaliação, evolução e tratamento para a doença de
acalasia. Após a pesquisa foram encontrados 14 artigos; 12 foram selecionados e, a
partir desses, obtiveram-se os resultados a seguir:
Tabelas de Categorias
N° Título Categoria Idioma Ano Revista
1 Diagnóstico de Diagnóstico Português 2009 Rev. Latino – am
enfermagem de e enfermagem
pacientes em assistência
período pré de
operatório de enfermagem
cirurgia esofágica
2 Disfagia após Diagnóstico Português 2014 ABCD Arq. Bras. Cir
fundoplicatura anti de acalasia .Dig.
refluxo: Avaliação
endoscópica,
radiológica e
manométrica
3 Aspectos clínicos, Diagnóstico Português 2015 ABCD Arq. Bras. Cir
manométricos e de acalasia .Dig.
endoscópicos dos
distúrbios motores
primários do
esôfago
4 Avaliação tardia da Tratamento Português 2017 ABCD Arq. Bras. Cir
disfagia após da acalasia .Dig.
cardiomiotomia a
Heller com
fundoplicatura a
dor para acalasia
1 Diagnóstico da acalasia
O diagnóstico é feito através de história clínica, anamnese e exame físico detalhados
(MORAIS, LOPES, ANDREOLLO, 2014). Por se tratar de uma doença de difícil
diagnóstico, o padrão-ouro para detecção da mesma é a manometria esofágica, pois
possibilita uma análise mais detalhada do esôfago e do esfíncter inferior do esôfago,
identifica presença de aperistalse esofágica e ausência de relaxamento ou
relaxamento incompleto do esfíncter inferior do esôfago, e permite a classificação da
doença baseada na motilidade esofágica de acordo com a sua intensidade e
comprometimento (MARTINEZ et al., 2015). As alterações devem ser individualizadas
e bem estudadas para contribuírem positivamente na escolha da conduta a ser
tomada (MORAIS, LOPES, ANDREOLLO, 2014). Utiliza-se também a endoscopia
digestiva alta para o auxílio em relação a diagnósticos diferenciais, avaliando a
anatomia do órgão, bem como a presença de dilatações e tortuosidades, hiperemia,
erosões, úlceras, estenoses, esofagite (crônica e ulcerativa, secundária à estase dos
alimentos, podendo, a longo prazo, ocasionar leucoplasia e displasia epitelial). A
principal função da EDA é descartar neoplasias e avaliar o grau de esofagite devido
ao comprometimento pela doença (TREVENZOL et al., 2010).
2 Tratamento da acalasia
Para o tratamento da doença o paciente necessita de acompanhamento nutricional
devido à perda de peso e restrições alimentares. Seu portador pode evoluir para
desnutrição (AQUINO et al., 2015). Existe a possibilidade de se adotarem medidas
clínicas para alívio provisório dos sintomas (LOPES, 2008). São necessários testes
específicos como sorologia para Doença de Chagas; seriografia esôfago-estômago-
duodeno, que permite proceder ao estadiamento da doença, podendo evidenciar um
esôfago dilatado com estreitamento distal, referido como “sinal do bico de pássaro”
(MAGRI JÚNIOR et al., 2017). Este protocolo de avaliação é utilizado antes e depois
dos procedimentos cirúrgicos (CÂMARA ET al.,2017). Não há tratamento
medicamentoso específico, o tratamento é sempre paliativo, pois não atua no fator
etiológico da doença, tendo por finalidade o alívio dos sintomas e a profilaxia de
possíveis complicações. Utilizam-se drogas que diminuam a pressão do esfíncter
esofagiano inferior (bloqueadores de canais de cálcio e nitratos) e procedimentos
endoscópicos (dilatação pneumática e aplicação de toxina botulínica no esfíncter
esofagiano inferior para relaxamento da cárdia) (MAGRI JÚNIOR et al., 2017),
(LOPES, 2008). O tratamento cirúrgico denomina-se Miotomia de Heller com
fundoplicatura à Dor (MENDES-FILHO et al., 2010). Os portadores de megaesôfago
devem ser acompanhados com atenção, em decorrência da possibilidade de
complicações tardias, como por exemplo, o câncer. (HERBELLA et al., 1999). O
procedimento cirúrgico de Miotomia de Heller é indicado para pacientes com graus de
acalasia I, II, III e, seletivamente, em casos grau IV (CÂMARA ET al., 2017). É indicado
mucosectomia esofágica de acordo com o quadro clínico do paciente, além da
esofagectomia transmediastinal em casos mais graves (AQUINO et al., 2015). É
importante oferecer tratamento eficaz para a condição prevalente das pessoas
acometidas, levando-se em conta o intenso comprometimento da qualidade de vida
destes pacientes associada a esta patologia. (CHAIM, 2018). A qualidade de vida
destes doentes não atinge os valores de uma população saudável, contudo estabiliza-
se ao longo do tempo, sendo necessário assim um seguimento de longo prazo para
estes pacientes (Baía, 2016).
FONTES CONSULTADAS
CAMARA, Eduardo Rodrigues Zarco et al. AVALIAÇÃO TARDIA DA DISFAGIA
APÓS CARDIOMIOTOMIA À HELLER COM FUNDOPLICATURA A DOR PARA
ACALÁSIA. ABCD, Arq. Bras. Cir. Dig., São Paulo, v. 30, n. 3, p.182-
186, set. 2017.Disponível em: www.scielo.br/pdf/abcd/v30n3/pt_0102-6720-abcd-30-
03-00182.pdf>. Acesso em: 06 jun. 2017.
BEN, Luiza Watanabe dal. Enfermagem e Assistência Domiciliar - Home Care. In:
SOUZA, Aspácia Basile Gesteira; CHAVES, Lucimara Duarte; SILVA, Maria Claudia
Moreira da (Org.). Enfermagem em clínica médica e cirúrgica: Teoria e prática. São
Paulo: Martinari, 2014. p. 1286-1289.