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Instrumentação Electrónica e Medidas: Metrologia e Caracterização da Cadeia de Medida 3

O que é medir?

- Atribuição de um valor numérico: quantificação


- Relativização de uma propriedade ou estado

O objectivo final da medição determina o modo como a medição deve ser alcançada

- Método mais indicado


- Qualidade da medição (como aferi-la?)

Medição...
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Caracterização da Qualidade de Medição


- Medição de uma grandeza recorrendo a um instrumento de medição
- O resultado não conduz ao VERDADEIRO valor da mensurada
Quantidade medida afectada por INCERTEZAS
- O verdadeiro valor de uma grandeza é uma abstracção da realidade
>>>> VALOR VERDADEIRO POR CONVENÇÃO

Definição de alguns termos usados na Metrologia:

Incerteza: Parâmetro associado ao resultado da medição. Caracteriza a gama


de valores entre os quais se espera o valor “real”: DISPERSÃO
Erro: Diferença entre o resultado da medição e o valor
(convencionalmente) verdadeiro
Exactidão: Capacidade de um sistema de medida fornecer resultados próximos
do valor real
Repetibilidade: Dispersão entre resultados sucessivos feitos nas mesmas condições
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Repetibilidade=> Precisão => menor dispersão


Ex.
A 3.69 3.71 3.7 3.69
B 3.64 3.79 3.61 3.79

Pode um método ser preciso e não ser exacto?


- Uma indicação da precisão da medida pode ser estimada a partir do nº algarismos
significativos (aqueles cujos valores são conhecidos + último
coberto pelo erro)
Ex.
2,5 V
2,50 V
Reprodutibilidade: Dispersão entre resultados sucessivos com alteração das
condições de funcionamento.
Erro de Medição
Não é possível calculá-lo pois o verdadeiro valor da grandeza é desconhecido!

ESTIMATIVA DO VALOR DA INCERTEZA


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Os erros de medição são classificados em dois grupos principais:


ERROS ALEATÓRIOS
+ Variações na medida devido a causas nem sempre identificáveis
+ De pequena amplitude
+ “Resultado da medição subtraído da média tomada sobre um número infinito de
medições da mesma mensurada em condições de repetibilidade”
ERROS SISTEMÁTICOS
+ Refere-se à componente do erro que resulta quando o erro aleatório é subtraído.
+ Erros Instrumentais (atribuidos ao proprio aparelho)
> Efeito de carga
> Má calibração
+ Erros Ambientais:
> Interacção do meio sobre a medida (ex. variações térmicas e campos magnéticos)
> Podem ser contornados (controlo ambiental, blindagens, etc)
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O resultado de uma medição, após a correcção dos erros conhecidos, dá origem a


uma ESTIMATIVA do valor real.

Cálculo do Erro de Medição

- O erro de medição é a diferença algébrica entre o resultado da medição e o valor


convencionalmente verdadeiro:

∆x = x − xv
- O seu valor absoluto é determinado por:

δx =| x − xv |
- Em termos relativos:

ε x = δx / xv ≈ δx / x
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- Frequentemente a medição é obtida, indirectamente, a partir de uma relação


funcional.
- Quantificação de uma variável indirectamente
Ex.
- Medir a resistência R=V/I
- Medir a aceleração da gravidade g=2h/t^2
-Cada operando possui um erro associado

Expressão Fundamental da Propagação dos Erros

Se x é uma grandeza função de n grandezas parciais x = f ( y 1, y 2, ..., yn )

E se cada grandeza possui uma incerteza associada então um majorante do erro


relativo de x pode ser obtido por:
n
∂f yi
εx ≤ ∑
i =1

∂yi f
ε yi
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Qualidade da Medição
- Apresentação dos resultados da medida com o número correcto de algarismos
significativos
- A expressão numérica de um resultado deve considerar a incerteza na medição
indicando um intervalo de valores.
Ex.
3.50V ± 2% ou 3.21A ± 0.02A
1º caso : 3.43 V ≤ Vm ≤ 3.57 V
2º caso : 3.19 A ≤ Im ≤ 3.23 A
(note o número de algarismos significativos)

Estatística da Medida
- A análise estatística de um conjunto de medidas permite caracterizar analíticamente
a incerteza
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MÉDIA
n n→∞
µ = ∑ xi / n
i =1
µ → xv

DESVIO MÉDIO ABSOLUTO


n
δ = ∑ | xi − µ | / n
i =1

DESVIO PADRÃO
n
σ= ∑ ( x − µ)
i =1
i
2
/n

n
σ= ∑ i
( x −
i =1
µ ) 2
/(n − 1)
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Medição de uma tensão:

Leitura 10.1 10.2 10.3 10.4 10.5 10.6 10.7 10.8 10.9
Freqência 2 4 7 13 6 5 2 0 1

14 Analíticamente:
12
x = 10,415V
10 s = 0.16725537053966V
8 δ = 0.1245V
6 ε = 1.19539126%
4 Com três algarismos significativos
2
x = 10,4V
0
10 10.1 10.2 10.3 10.4 10.5 10.6 10.7 10.8 10.9 11
s = 0.167V
δ = 0.125V
Erro avaliado estatisticamente...
ε = 1.20%
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Importante...

- O resultado de uma medição só estará completo quando acompanhado por uma


expressão quantitativa da sua incerteza.
- O número de algarismos significativos que acompanham o valor medido deve estar
em concordância com a incerteza na medição
- A incerteza reflecte o grau de desconhecimento do valor “real”

INSTRUMENTOS DE MEDIÇÃO

Vasta gama de aparelhos que permitem a obtenção de medidas


Agrupados em diferentes tipos conforme os critérios:
- Forma como apresentam a medida (indicador ou registador)
- Método de medição utilizado (instantânea ou totalizante)
- Sistema de visualização (analógico ou digital)
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- Aparelho Indicador
obtém-se uma indicação directa e temporária (ex. Voltímetro)
- Aparelho Registador
é fornecido um registo permanente do valor da grandeza medida
- Aparelho Totalizador
soma dos valores parciais da grandeza (ex. Wattímetro totalizador)
- Aparelho Integrador
o valor da grandeza é obtido por integração de uma grandeza em função de
outra. (ex. Contador de energia eléctrica)
- Medidas Analógicas
monitorização contínua de grandezas (ex. posição de um ponteiro)
- Medidas Digitais:
apresentação de forma discreta normalmente através de visualizadores
numéricos
vantagens:
- melhor exactidão, menos susceptibilidades de erros de leitura
- facilidade de armazenamento e processamento
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Caracterização dos Instrumentos de Medida


A qualidade da medição depende da qualidade dos instrumentos.
Caracterização dos aparelhos:
- Características Estáticas
- Características Dinâmicas
Características Estáticas
Para além da exactidão e repetibilidade à ainda a salientar:
- sensibilidade
quociente entre a variação da grandeza de saída em função da variação da grandeza
de entrada.
∆O dO Derivada da curva de calibração
S= S=
∆I dI
Expressa em diversas unidades...
ex. Voltímetro Analógico mm/V
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É desejável
-Elevada sensibilidade independente da entrada, desgaste, influencias.
Se a sensibilidade for constante o instrumento de medição é linear
Grau de não-linearidade expressa, a partir da curva de calibração, em função de
uma recta especificada.
- Linearidade Integral
- Linearidade Independente

AB
LINT = × 100 (%)
FI
CD
LIND = × 100 (%)
FI
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Características Estáticas (cont.)
Gama de Medida
Intervalo de valores da mensurada que o dispositivo consegue medir com o erro
especificado
Deriva
Variação lenta de uma característica metrológica de um instrumento de medição
Hísterese
Propriedade em que a saída depende não só do valor da entrada mas também da
direcção em que essa entrada é aplicada.
Definida, em percentagem do valor de fim de
escala,pela máxima diferença entre leituras
idênticas obtidas em sentidos opostos.
Resolução
Menor diferença entre indicações capaz de ser
distinguida pelo dispositivo.
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Características Dinâmicas

Para os casos em que a entidade a medir varia com o tempo

Por forma a caracterizar o comportamento do instrumento são utilizadas:


• Entradas em Degrau
• Entradas Sinusoidais
Da relação I/O os dispositivos de medida podem ser classificados em:
• Ordem Zero
• 1ª Ordem
• 2ª Ordem
A ordem do instrumento influencia a sua precisão e velocidade
Um aparelho de medida pode ser caracterizado dinamicamente por:
• Tempo de Resposta
• Erro Dinâmico
• Largura de Banda

Do ponto de vista dos sistemas de controlo, a caracterização dinâmica de um


sensor é fundamental.
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Sistemas de Ordem Zero

Para este tipo de dispositivos, a saída está relacionada com a entrada através de

s (t ) = k ⋅ e(t ) k – sensibilidade estática

A saída do sensor é independente da frequência


• O erro dinâmico é nulo
• Largura de Banda Infinita

Sistemas de Primeira Ordem

Para este tipo de sensores, a saída está relacionada com a entrada através de
ds (t )
a + b ⋅ s (t ) = e(t )
dt S ( s) k
=
Recorrendo à TL E ( s ) τs + 1
Onde a sensibilidade estática (K) é igual a 1/b e Tau = a/b
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Em regime Sinusoidal (s=jw)


S (s) k ⎛f ⎞
= ψ = − arctan⎜⎜ ⎟⎟
⎛f ⎞
2
E (s) ⎝f ⎠
1+ ⎜ ⎟
c

⎝f ⎠ c

Para sistemas de 1ª Ordem, a saída é função da frequência e da sensibilidade


Tempo de Resposta
pode ser aferido a partir da resposta ao degrau
⎛ − ⎞
t
s (t ) = k ⎜1 − e τ ⎟
⎜ ⎟
⎝ ⎠
k−x
ε (%) = × 100
k
1 ⎛⎜ ⎛ ⎞⎞
t

ε (%) = k − k ⎜1 − e τ ⎟ ⎟ × 100
R

k⎜ ⎜ ⎟⎟
⎝ ⎝ ⎠⎠
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Sistemas de Segunda Ordem


A saída está relacionada com a entrada através de

d 2 s (t ) ds (t )
a 2
+ b ⋅ + c ⋅ s (t ) = e(t )
dt dt
Função de Transferência em s

S (s) kωn2
= 2
E ( s ) s + 2ζω n ⋅ s + ωn2

Para este tipo de sistemas a RF


depende da frequência de corte, e do
coeficiente de amortecimento.
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Em termos de resposta ao degrau existem três situações:


0 < ζ < 1 Resposta sub-amortecida
ζ =1 Resposta criticamente amortecida
ζ >1 Resposta sobre-amortecida
A resposta temporal é determinada, não só por ζ mas também por ωn
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EXACTIDÃO NA INSTRUMENTAÇÃO ANALÓGICA

- A indicação de um instrumento não representa o valor exacto


- Erro de Leitura + Atritos + Envelhecimento + ruído +...
- O erro de medição MAXIMO é caracterizado de forma diferente da instrumentação
analógica e na digital

- Na I.A. o limite do Erro é representado pelo índice de classe (IC)


- O IC é indicado no próprio aparelho ou na documentação que o acompanha
Tabela dos IC (CEI – Comissão Electrotécnica Internacional)

IC 0.2 0.3 0.5 1.0


Limite Erro/% ±0.2% ±0.3% ±0.5% ±1.0%

- O índice de classe é, em valor absoluto, a razão entre o erro absoluto máximo do


ERRO (suposto constante em toda a gama) e o valor máximo da escala!
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Ex: Voltímetro de 10 V pertence à classe 0.5. O erro absoluto é

V FE
δ max = ic ⋅ = 0.05V
100
V FE
O erro relativo (á leitura) é: ε max = ic ⋅ (%)
leitura

O erro relativo tende para INFINITO quando a leitura se aproxima do início da


escala
Recomenda-se a selecção conveniente da escala de modo a garantir a
máxima deflexão do ponteiro.

EXACTIDÃO NA INSTRUMENTAÇÃO DIGITAL


Normalmente especificada em duas parcelas:
- percentagem da leitura
- erro de resolução
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Exemplo: Num indicador digital de três dígitos a especificação da exactidão é:

±[0,1% da entrada + 1 dígito (LSD)]


>> Exemplo...
Voltímetro Digital
Nº de dígitos : 4 ½
Escala: dc 200mV
Exactidão: ±[0.04% da leitura + 3 digitos (LSD)]
Erro relativo máximo uma leitura de 100mV?

100
δ max = 0.04 + 3 × 0.01 = 0.07 mV
100
NOTA:
-O erro de medida aumenta com a distância da leitura ao fim de escala.
- Recomenda-se a selecção apropriada de escalas
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Exemplos de Aplicação

MEDIÇÃO INDIRECTA DA ACELERAÇÃO DA GRAVIDADE


- Determinar um majorante do erro de medida do processo
Em 100 experiências obtiveram-se
os seguintes resultados....

LPT Frequência Absoluta

111 4

112 20

113 41

114 28

115 6

116 1

- caracterizar estatisticamente o método de


medição.
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Medição indirecta da aceleração: Expressão Funcional

2h
g=
t2
Incertezas associadas as medições:
- Altura 0.0005
δ h = 0.0005 ⇒ ε h = × 100 = 0, 05%
1
-Tempo 0, 004
δ t = 0, 004s ⇒ ε t = × 100 = 0, 4%
1, 02

∂g h ∂g t 2 t 2h 4ht t ⋅ t 2
εg ≤ ⋅ εh + ⋅ εt ⇒ ε g ≤ 2 ⋅ εh + − 4 ⋅ εt
∂h g ∂t g t 2h t 2h

ε g ≤ ε h + 2ε t ⇒ ε g ≤ 0, 05 + 0,8 ⇒ ε g ≤ 0,85
ε g ≤ 0,9% com apenas um algarismo significativo...
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- Caracterização Estatística
LPT Frequência Absoluta
Leitura Tempo/ms
111 4 Determinação do tempo 111 0,444
112 20 por software 112 0,448
113 41 113 0,452
114 28 114 0,456
115 0,46
115 6
Tempo = Leitura * 4ms 116 0,464
116 1

Com quantos algarismos significativos deve ser expresso o tempo?

- Erro ~ 0,004 (casa das milésimas)


- Algarismos que conhecemos + último coberto pelo erro
R: 3 Algarismos Significativos

NOTA O número de algarismos significativos usados para representar a incerteza deve ser baixo
(tipicamente 1 ou 2). Assim não seria boa prática dizer que a incerteza é 0,00432s
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Leitura Frequência Absoluta Tempo/ms Aceleração Calculada


111 4 0,444 10.2
112 20 0,448 9,97
113 41 0,452 9.79
114 28 0,456 9.62
115 6 0,460 9.45
116 1 0,464 9.29

Note o nº de algarismos
ε x /%
-2 -2
x /ms s /ms δ x /ms -2 significativos
9,77 0,174 0,132 1,35%

Desvio Padrão das


s
sm = Medidas
N
Desvio Padrão da
Média das Medidas
0,174
sm = = 0, 0174
Se N(u,s)
IC ~68%
100
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Intensidade de Corrente Eléctrica


A intensidade de corrente eléctrica é a carga que a travessa a secção recta (S) de um
condutor na unidade de tempo.
n ρ ⋅v ⋅t ⋅ S
i=q =q = ρ ⋅q⋅v⋅S
t t
dq
i= S.I. – Ampére (A)
dt
- Ligando uma bateria a um condutor
estabelece-se um campo eléctrico
- O campo eléctrico actua sobre os
portadores originando o seu movimento.
-Por convenção os portadores são
cargas positivas.
- A velocidade de arrastamento é da
ordem dos 4e-2 cm/s.
- Um portador para ser deslocado de 1 cm necessita de 25s!
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Campo Magnético

- Estudo do magnetismo a partir de observações naturais


- A corrente eléctrica que percorre um condutor também produz efeitos
magnéticos (Oersted. Sec. XIX)
- Os efeitos magnéticos podem ser aumentados: bobina
- No espaço que circunda um imã ou condutor existe um
CAMPO MAGNÉTICO
K
- Vector campo magnético – B
K K
- Fluxo de um campo magnético – Φ B = ∫ B ⋅ dS
- Integral calculada sobre a superfície (aberta ou fechada)

- Considerar uma carga qo em repouso num campo magnético


> Nenhuma força actua na carga
> Carga movimentando-se com velocidade v
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- Verifica-se uma força lateral F ortogonal a v


- Variando a direcção e sentido da velocidade verifica-se:
- F sempre ortogonal a v
- F não se mantém inalterado
- Existe uma direcção para v de tal modo que F=0
Se uma carga de prova qo passar por um ponto do espaço com velocidade v e
sofrer uma força F perpendicular a v existe nesse ponto um campo magnético B
que satisfaz a relação: K K K
F = qv × B F = qvB sin(θ )
em módulo...

Qual a força imprimida no caso de um condutor eléctrico?


Considerar:
- Condutor de comprimento efectivo L
- Percorrido por uma corrente eléctrica i
Instrumentação Electrónica e Medidas: Instrumentação Analógica 4

K K K
- Força imprimida num portador: F = qv × B

K K K
- Força imprimida em n portadores: F = n⋅q⋅v × B
K G K
K K K n ⋅ q ⋅ vt K
= × B = i ⋅l × B
F = il × B t
O vector l aponta no sentido da corrente eléctrica
K K K
- Sobre um segmento elementar do fio dl actua uma força... dF = i ⋅ dl × B
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Exemplo de Aplicação...

K
F =?

Momento de Binário sobre uma Espira de Corrente

- Espira rectangular de comprimento C e largura L


- Campo Magnético Uniforme
- O eixo de rotação é perpendicular a B
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- F2 e F4 Forças sobre a mesma linha de acção


F2 = F4 (não contribuem para o movimento do corpo)

tendem a deformar os
condutores...

Em módulo,
F2 = iCB sin ( 90 − θ ) = iCB cos(θ )
Instrumentação Electrónica e Medidas: Instrumentação Analógica 7

Em módulo...
F3 = iLB sin ( 90 ) = iLB Note-se que a força é CONSTANTE e
De onde também se tira que, independente do ângulo...

F3 = F1 = iLB sin ( 90 ) = iLB


Para a posição ilustrada as forças não possuem a mesma linha de acção
MOMENTO DE BINÁRIO
G G G
τ = r ×F
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Em módulo...

⎛C ⎞
τ = 2⋅ F ⋅⎜ ⎟ sin(θ ) = iLCB sin(θ )
⎝2⎠
= iAB sin(θ )
Direcção perpendicular ao plano r.F

Para uma bobina com N espiras... τ = NiAB sin(θ )


A reter...
- Um condutor, imerso num campo magnético, quando percorrido por uma corrente
eléctrica sofre uma força.
- Por outro lado, uma espira sofre um binário.
- Se a corrente for constante a espira movimenta-se até que a linha de acção do
par de forças (resultantes) coincida.
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O Galvanómetro de Quadro Móvel


- Uma aplicação da teoria desenvolvida é em instrumentos analógicos de medida.
- Um desses instrumentos é o galvanómetro de quadro móvel. Consiste em,
> Um íman permanente, que produz um campo magnético entre seus pólos;
> Uma bobina, em forma de quadro plano, colocada nesse campo entre os
pólos do íman.
> Dispositivo apontador (agulha) e escala graduada

- De modo a dotar o sistema de um restauro automático, uma mola é adicionada ao


conjunto de modo a fornecer um binário de RESTITUIÇÃO.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Instrumentação Analógica 10

Quadro Móvel:
Bobina rectangular
de fio condutor de
cobre

Entreferro: Peça
Circuito Magnético: cilíndrica de Aço
Íman permanente Macio

Suspensão da Equipagem Móvel:


- Apoio em Pivots : Pontas de aço afiado sobre esferas de safira sintética.
- Suspensão por Fita Metálica (ambos os extremos) ou Livre (apenas um extremo)
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MOLA:
- Constituída por duas espiras em aço
envolvendo o eixo em sentidos opostos
- Responsável por fornecer o binário de
Restituição
- Lei de Hooke: Binário de Restituição Resultante

τ R = k Rθ ( k R - constante de torção da mola)

- Ajustando mecânicamente o binário de


restituição ajusta-se um dos limites da escala

ATRITO:
- Proporcional à velocidade angular, i.e.

τ A = k Aθ ( kA - constante de amortecimento)
Instrumentação Electrónica e Medidas: Instrumentação Analógica 12

Viu-se anteriormente que o binário ACTUANTE devido à corrente eléctrica é:

τ = NiAB sin(θ )
Da concepção do aparelho B é radial e logo o
ângulo entre B e dl = 90º. Assim

τ = NiAB
Da 2ª Lei de Newton para o movimento angular:

∑τ
i
i = Iα

Neste contexto tem-se:


dθ d 2θ
τ − τ R − τ A = Iα NiAB − k Rθ − k A =I 2
dt dt
d 2θ dθ
I 2 + kA + k Rθ = NiAB
dt dt
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Caracterização Estática

- Nesta situação o equilíbrio dá-se quando o binário Actuante = Restituinte

NAB
k Rθ = NiAB θ= i
kR

-Em regime permanente, o desvio é proporcional à intensidade da corrente eléctrica


- À constante
NAB
kR
é dado o nome de sensibilidade á corrente.

Caracterização Dinâmica

d 2θ dθ
I 2 + kA + k Rθ = NiAB
dt dt
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Aplicando a transformada de Laplace vêm que,

Θ( s ) NAB
= 2
I ( s ) Is + k A s + k R
- Comportamento de um sistema de segunda ordem.
- Em sistemas de medida comerciais os parâmetros são determinados de modo a que
a resposta seja criticamente amortecida.
- A frequência natural do sistema é: kR
ωn =
I
I
- De onde se tira que, T = 2π (período das oscilações não amortecidas)
kR
- Nos aparelhos comerciais T ~ 1s
- O aparelho não consegue acompanhar variações com períodos inferiores a 1s
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Estudo de Caso: Galvanómetro Excitado por Corrente Sinusoidal

i (t ) = I p sin(ω0t ) onde ω0 = 2π f e f = 50 Hz
Fourier

- Considerar frequência natural de 2pi rad/s (T=1s)

Ip
I ( jω ) = π
j
( δ (ω − ω ) − δ (ω + ω ) )
0 0

Aparelho de Medida:
- Criticamente Amortecido (zeta=1)
- Frequência natural de 2*pi rad/s (T=1s)
- Ganho Estático de K=110/Ip (º/ampere)

Θ( s ) 4π 2 4π 2
=K 2 Θ( jω ) = K 2 I ( jω )
I (s) s + 4π s + 4π 2 4π − ω + j 4πω
2
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4π 2 Ip
Θ( jω ) = K 2 ⋅ π ( δ ( ω − ω 0 ) − δ ( ω + ω0 ) )
4π − ω + j 4πω
2
j
π 4π 2
Θ( jω ) = 110
j 4π − ω + j 4πω
2 2 ( δ ( ω − ω0 ) − δ ( ω + ω0 ) )

Considerando,

4π 2
= a + jb
4π − ω0 + j 4πω ω =ω
2 2
0

π
Θ( jω ) = 110
j
( ( a + jb ) δ (ω − ω ) − (a − jb)δ (ω + ω ) )
0 0

π
Θ( jω ) = 110
j
( a (δ (ω − ω ) − δ (ω + ω ) ) + jb (δ (ω − ω ) − δ (ω + ω ) ) )
0 0 0 0
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⎛ π
Θ( jω ) = 110 ⎜ a (δ (ω − ω0 ) − δ (ω + ω0 ) )
⎝ j
+bπ (δ (ω − ω0 ) + δ (ω + ω0 ) ) )
Transformada Inversa...

θ (t ) = 110 ( a sin(ω0t ) + b cos(ω0t ) )

⎛b⎞
θ (t ) = 110a ( sin(ω0t + ϕ ) , onde ϕ = tan ⎜ ⎟ −1

⎝a⎠
Conclusão...
θ (t ) ≈ 0.04 ⋅ sin(ω0t − 178º ) - Ponteiro sem deflexão
- θ (t ) ≈ 0
Instrumentação Electrónica e Medidas: Instrumentação Analógica 18
Bode Diagrams

From: U(1)
50

0
~ -40dB
Phase (deg); Magnitude (dB)

-50

-100

-50

-100
To: Y(1)

-150

-200
101 102 103

Frequency (rad/sec)

O que aconteceria se a corrente tivesse valor médio não nulo?

i (t ) = I 0 + I1 sin(ω0t ) A TF da soma é igual à soma das TF logo...


Instrumentação Electrónica e Medidas: Instrumentação Analógica 19
A RETER....
- Um galvanómetro de quadro móvel comercial comporta-se como um filtro passa-
baixo
- Quando exposto a uma solicitação variante no tempo muito mais rápida do que a
sua constante de tempo predominante apresenta, aproximadamente, o valor médio
dessa entidade.

Valor Médio e Valor Eficaz de um Sinal

Valor Médio: T Valor Eficaz: T


1 1 2
Vo = ∫ v(t )dt V2
RMS = ∫ v (t ) dt
T0 T0

Se um sinal v(t ) for composto por um conjunto de n componentes com


valores eficazes {V 1 2
ef ,...,Vnef2 } , então o valor eficaz do sinal é dado
simplesmente por:
VRMS
2
= V 12RMS + V 22RMS + ... + VnRMS
2
Instrumentação Electrónica e Medidas: Instrumentação Analógica 20
EXEMPLO:
Calcular o valor médio e o valor eficaz da onda comutada da figura subsequente em
função do angulo de disparo.

Projecto de Aparelhos de Medida DC


-Amperímetros
- Voltímetros
-Ohmímetros
Instrumentação Electrónica e Medidas: Instrumentação Analógica 21

Amperímetros e Voltímetros DC
- Apresenta-se o princípio de detecção, em CC, de amperímetros e voltímetros
analógicos.
- Elemento motor do tipo electromagnético de quadro móvel.
- Relação linear entre a corrente e a deflexão do quadro.
- Correntes de fim-de-escala da ordem das dezenas de microampére:
microamperímetro
- Características a considerar no projecto de instrumentos DC de medida:
- Corrente de fim-de-escala (IAF)
- Resistência Interna (Ra)
- Com base nessas características deduz-se a relação entre a corrente no uA e a
grandeza a medir.
- É com base nessa relação que a escala é graduada.
- Um aparelho que integre diferentes funções de medida é denominado por
MULTÍMETRO
Instrumentação Electrónica e Medidas: Instrumentação Analógica 22

Amperímetro DC
- Valores de fim-de-escala típicos de um motor EM (~40uA e 100 uA)
- Mesmo os circuitos electrónicos de baixa potência excedem esses valores.
COMO AMPLIAR A GAMA DE MEDIDA????
- Divisor de Corrente... coeficiente de ampliação da escala

ITF (ITF – Nova corrente de fim de escala)


m=
I AF

- No circuito <m> depende de RA e RS


- Relação entre correntes:

RS
IA = ⋅ I in
RS + RA RS RS + RA
I AF = ⋅ ITF ⇒ m =
- Quando I_in=ITF -> IA=IAF RS + RA RS
Instrumentação Electrónica e Medidas: Instrumentação Analógica 23

Qual o novo valor da resistência interna?

RA RS
Rin = RA // RS =
RA + RS
- Na prática os instrumentos de medida possuem mais do que uma gama de medida
Solução:
ITF 1 ITF 2 ITF 3
m1 = m1 = m1 =
I AF I AF I AF

Problema associado à transição


de escalas...
Instrumentação Electrónica e Medidas: Instrumentação Analógica 24
Solução: Configuração Ayrton

- Contorna o problema de impedir que o


uA fique inserido directamente no circuito
de medição
- Apresenta valores de resistência
interna ligeiramente superiores.

Exemplo de Aplicação:
Dimensione um Amperímetro DC, para
ambas as configurações, com três
escalas de medida:
- 100 mA,1A,10 A
Considerando, como base, um elemento
R: motor com IAF=40 uA e Ra=2450 R.
R1=0,98;R2=0,098;R3=0,01
(Ayrton) R1=0,88;R2=0,088;R3=0,01
Instrumentação Electrónica e Medidas: Instrumentação Analógica 25

Voltímetro DC
- Com a associação de uma resistência em série com o uA obtemos, após própria
graduação da escala, um voltímetro.
- A lei de graduação resulta directamente da Lei de Ohm

V = ( R + RA ) ⋅ I
Resistência Interna RIN = R + RA

Habitualmente definida a partir da SENSIBILIDADE e do valor de fim-de-escala

RIN = S ⋅ VFE
Instrumentação Electrónica e Medidas: Instrumentação Analógica 26

-Sensibilidade S

1
S=
I AF
- Expressa em ohm/volt
- Indica o valor da resistência por cada volt de tensão de fim-de-escala.
Qual a resistência interna para as escalas 10, 20 e 50 V de um voltímetro com sensibilidade
10KΩ/V?

Exemplo de Aplicação
Dimensione o voltímetro com três
escalas sabendo que IAF=40uA,
Ra=2450R, V=10, 20 e 50V
Instrumentação Electrónica e Medidas: Instrumentação Analógica 27

Ohmímetro
- Como o nome indica permite obter, directamente, o valor de uma resistência
eléctrica.
- Duas estratégias de implementação distintas:
- Ohmímetro Série
- Ohmímetro Paralelo
Ohmímetro Série

- Constituído pela associação série de uma bateria, um uA e uma resistência de


ajuste.
-Para uma correcta utilização é necessário
proceder ao ajuste de zero:
1º Curto circuitar as pontas de prova
2º Ajustar o potenciómetro até se
obter a máxima deflexão no ponteiro
( I = IAF)
Instrumentação Electrónica e Medidas: Instrumentação Analógica 28

Condição de Ajuste de Zero...


V
RX = 0 ⇒ I =
P + RA

P é sintonizado de modo que I = I AF


V
I AF = onde Rin = RA + P
Na situação de medida de uma resistência Rin
desconhecida Rx...
V
I=
Rin + RX
FACTOR DE DEFLEXÃO: Desvio presente sobre desvio máximo

I Como nos elementos de quadro móvel a relação entre o desvio e a


D=
I AF corrente é linear o factor de deflexão permite graduar a escala...
Instrumentação Electrónica e Medidas: Instrumentação Analógica 29
Rin=100R
Rin 100

D= 90

Rin + RX 80

70

Se Rx=0 D=100%

Deflexão/%
60

Se Rx=Rin D=50% 50

40
D=0% sse Rx for infinita!
30

RELAÇÃO LINEAR?? 20

10
- A escala apresenta-se mais
0
espaçada para baixos valores de 0 100 200 300 400 500 600 700 800 900 1000

resistência. Rx/ohm

- Melhor resolução em torno do fim- Rx 0 Rin/3 Rin 3Rin 7Rin ∞


de-escala logo as medidas devem D 1 3/4 1/2 1/4 1/8 0
ser tomadas nesse quadrante
- O meio da escala obtém-se
quando a resistência a medir é igual
à resistência interna.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Instrumentação Analógica 30

Efeito do Envelhecimento da Bateria


Considerar um Ohmímetro série com as seguintes características:
- V=10V; IAF=1 mA; Ra=100R
Condição de Ajuste de Zero,
P=(10/0.001)-Ra=9900R
Resistência Interna = Resistência de Meia-Escala
Rin=10 000 R
Se V->8V então Rin->8 000R implica erro absoluto de 2000 ohm’s! (25%)

A reter...
-O erro depende da sensibilidade
da resistência interna ao valor da
resistência de ajuste.
- Uma forma de minimizar o
problema....
Instrumentação Electrónica e Medidas: Instrumentação Analógica 31
Exemplo de Aplicação
- Sabendo que V=3V, IAF=1mA e Ra=50 R, determine P e R (do circuito do acetato
anterior) de modo que a Resistência de Meia Escala seja 2Kohm

O Ohmímetro Paralelo
-Usado na medição de resistências de baixo valor
- O interruptor S destina-se a interromper o circuito quando o aparelho não está a ser
utilizado.
- O ajuste de fim de escala neste caso é o “ajuste de infinito”

V
I AF =
RA + P
Medição de Rx...

RX
IA = I
R A + RX
Instrumentação Electrónica e Medidas: Instrumentação Analógica 32

V Factor de IA RX RX
I= D= ⇒D= =
RA // P + RX Deflexão>>> I AF RX + P // RA RX + Rin

Conclusão:
- A escala deste ohmímetro é contrária à do anterior
- A meia escala consegue-se quando Rx=Rin
- Sensibilidade positiva
- Como normalmente Ra baixo Rin é ainda menor logo o dispositivo é apenas
usado para a medição de baixos valores de resistência.
Amperímetros e Voltímetros AC
Grande parte dos instrumentos de medida AC medem o valor máximo ou médio e
indicam o seu valor eficaz
Instrumentação Electrónica e Medidas: Instrumentação Analógica 33
-Técnica sem erros de medição apreciáveis se a forma de onda for sinusoidal pura.
- A detecção do verdadeiro valor eficaz é independente da forma de onda de entrada.
Detecção do Valor Médio
- Modelo elementar de um voltímetro AC
- Lembre que o elemento motor funciona como integrador (fpb)
- Indica o valor médio da corrente que o atravessa.
- Se o sinal tiver valor médio nulo o motor não apresenta deflexão: solução alterar o
sinal de modo a que o seu valor médio seja não nulo.
- Uma possibilidade: Rectificação de Meia-Onda

v(t ) = VP sin(ωt )
Se o díodo é ideal...

VP para a alternância
i (t ) = sin(ωt ) positiva...
R + RA
Instrumentação Electrónica e Medidas: Instrumentação Analógica 34
O valor médio da corrente é:
T 2
1 IP VP
Io =
T ∫ i(t )dt = π
0
onde IP =
R + RA

Relação entre o valor de pico da tensão e a corrente média...

VP = ( R + RA ) I P = π ( R + RA ) I 0

O valor eficaz de um sinal sinusoidal está relacionado com o valor de pico por...
VP π
Vef = o que leva a:
Vef = ( R + RA ) I 0
2 2
- Esta relação permite graduar a escala do voltímetro!
- Esta relação é apenas aproximada dada a não linearidade do díodo
Outras desvantagens:
Instrumentação Electrónica e Medidas: Instrumentação Analógica 35

-Escala não linear em torno de valore de tensão baixos


- Como a corrente reversa não é nula, o valor médio efectivo será ligeiramente
inferior
- A frequência do sinal afectam o funcionamento do circuito (não só o uA como o
Díodo: tende a comportar-se como um curto às altas frequências)
-Impedância de entrada inconstante:
-R+Ra no semi-ciclo positivo
- ~Rd(inversa) no semi-ciclo negativo
ALTERNATIVA:

Rs – serve para definir um ponto de


funcionamento para D1

Maior constância da resistência


interna...
Instrumentação Electrónica e Medidas: Instrumentação Analógica 36

Rin ≈ R + ( RA // RS )

Rin ≈ R

Exemplo de Aplicação
Normalmente Ra//Rs<<R logo Rin~Ra
- Determinar a lei de graduação
A resistência interna pode ser expressa
a partir da Sensibilidade AC - Determinar a sensibilidade

Rin = S AC ⋅ Vef

Onde

0.45
S AC = = 0.45 ⋅ S DC
I D1
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 1

CONCEITOS FUNDAMENTAIS

Qual a função de um sistema de medida?

Quais os objectivos de um sistema de medida?

SENSORES E TRANSDUTORES

Sensores Vs. Transdutores


Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 2

Para um sensor funcionar como agente de medida é necessária a existência de:

• Modelo matemático
• Curva de calibração
• Tabela de calibração

Nota: A correspondência tem que ser biunívoca (porquê)!

s e e estão relacionadas de uma forma determínistica segundo a lei:


e T{.} s
O gráfico obtido pela projecção dos pares oredenados num sistema de
eixos é designado por curva de calibração.

A curva permite associar a cada valor medido (s) um valor de (e): interpolação
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 3

Modelo Matemático:
- Equações físicas
- Equações paramétricas
n
J = ∑ [ si − f ( ei )]
2
Método dos Mínimos Quadrados:
i =1

Nota: Em alguns sensores a relação e/s não


fica completa com apenas uma curva de
calibração.

Múltiplos Regimes de Funcionamento!


Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 4

CLASSIFICAÇÂO DE SENSORES
A classificação pode ser levada a cabo atendendo:
• Propriedade a Mensurar (ex.)
• Ao tipo de Saída (ex.)
• Á relação entrada/saída (ex.)
Exemplo: Servo-Motor Motor DC
di (t )
vi (t ) − em (t ) = Ri (t ) + L
dt
d ω(t )
b (t ) = J + B ω(t )
dt
em ( t ) = K e ω ( t ) d θ (t )
ω(t ) =
b (t ) = K i (t )
b
dt
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 5

Θ(s) Kb
=
Vi ( s ) s ( ( sJ + B )( sL + R ) + K e K b )

1.4

1.2 O rdem Zero


P rim eira O rdem

0.8

0.6

0.4

0.2

0
0 0.05 0.1 0.15 0.2 0.25 0.3 0.35 0.4 0.45 0.5
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 6

Alternativamente os sensores podem ser catalogados quanto às


características eléctricas exibidas aos seus terminais de saída:

• Sensores Activos – comportam-se como um gerador


• Sensores Passivos – comportam-se como uma impedância

Sensores Activos Sensores Passivos


Termoeléctricos Resistivos
Piezoeléctricos Capacitivos
Piroeléctricos Indutivos
Fotovoltaicos Ressonantes
Electromagnéticos
Efeito Hall
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 7

INTERFERÊNCIA E PERTURBAÇÕES

Um sensor não é apenas sensível à propriedade física em estudo!

Grandezas de Influência: Gradezas parasitas às quais a resposta do sensor


não é imune.
Três categorias de sinais de entrada:
- Desejadas
- Modificadoras
- Interferências
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 8

Principais Grandezas de Influência num Sistema de Medida:

• Temperatura.
• Pressões e vibrações.
• Humidade.
• Campos magnéticos variáveis.
• Campos magnéticos estáticos.
• Estabilidade da tensão de alimentação.

EXEMPLO:

Entrada Modificadora?
Interferência?
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 9

Formas de Minimizar a Influência de Entradas Indesejadas:

• Projecto de sistemas de medida o mais insensíveis possível às


interferências (ex. recorrendo a blindagens).

• Método da realimentação negativa.

• Se o espectro dos sinais de interesse e das perturbações não se


sobrepuserem, a utilização de técnicas de filtragem pode revelar-se uma
técnica eficaz.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 10

SENSORES PASSIVOS
• RESISTIVOS
• CAPACITIVOS
• INDUTIVOS

SENSORES RESISTIVOS
l
A resistência eléctrica de um material é dada por: R=ρ
φ
ρ depende das características do material e da temperatura

Uma variação da resistência pode ser obtida através de variações na geometria ou


através de variações na temperatura a que o material está sujeito.

Um vasto leque de características físicas são passíveis de serem mensuradas


recorrendo a sensores resistivos
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 11

POTENCIÓMETROS

• É a forma mais simples de um sensor resistivo.

• É composto por um elemento resistivo sobre o qual se desloca, de uma forma


linear ou angular, um contacto eléctrico móvel designado por cursor
x

eo
.

E
eo

• Bobinados E
• Pista condutora
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 12

Os potenciómetros podem medir directamente deslocamentos lineares ou angulares

Convertem (indirectamente) um movimento de translação ou rotação numa


diferença de potencial.

O valor da resistência entre o cursor e uma das


extremidades fixas é função quer da posição relativa
do cursor quer da própria concepção da resistência fixa

Se a resistência é uniforme ao longo do percurso:


αRx
Vo = Vi = αVi
αRx + (1 − α ) Rx
Em termos de relação entrada/saída de que ordem é este sensor?

Característica a considerar: erro de medida por efeito de carga!


Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 13

Resistência de entrada do dispositivo usado


para medir o valor da queda de tensão entre os
terminais de saída.
Vo αRl
=
Vi Rl + αRx − α 2 Rx
O efeito de carga transforma a relação linear
entre tensão de saída e o deslocamento numa
relação não-linear.

Forma de minimizar este problema?


Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 14

Apesar do baixo custo destes sensores, as suas desvantagens são:


• Envelhecimento e má repetibilidade
• Resolução finita se forem bobinados.
• Largura de banda muito limitada.

EXTENSÓMETROS (strain gauge)


• É um elemento sensor com base num condutor ou semicondutor cuja resistência
varia em função da deformação a que está sujeito.
• Possui um largo espectro de aplicação desde a medição de deslocamentos e
vibrações até à medição de pressões ou binários.
Princípio de Funcionamento: variações na geometria de um corpo traduzem-se em
variações na resistência.

.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 15

Relação entre uma variação infinitesimal da resistência em função de uma variação


elementar da tensão aplicada.
dR d ⎛ l ⎞ l d ρ ρ dl ρ d φ
= ⎜ ρ ⎟= ⋅ + ⋅ − 2 l⋅
dF dF ⎝ φ ⎠ φ dF φ dF φ dF
Variação relativa da resistência do condutor
dR d ρ dl d φ
= + −
R ρ l φ
Será que a deformação de um condutor no sentido axial resulta apenas numa
deformação axial?

A relação de proporcionalidade entre a deformação relativa axial e a deformação


relativa transversal é dada pela lei de Poisson
dλ dl
= −υ
λ l υ - Coeficiente de Poisson ~0.3
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 16

Para o caso particular em que o condutor possui secção transversal circular:


π
φ= λ 2

4
dφ dλ dl
= 2⋅ = −2υ ⋅
φ λ l

dR d ρ dl dl dR R dρ ρ
= + (1 + 2υ ) = G onde G= = 1 + 2υ +
R ρ l l dl l dl l

Para as ligas normais usadas nos extensómetros G~2


Também a resistividade de um material se altera como resultado da deformação
mecânica: efeito piezoresistivo

dρ dV
Para os metais =B
ρ V

Constante de Bridgman, que varia entre 1.13 e 1.15


Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 17

Para um condutor cilíndrico de volume V = l ⋅φ

dV dl d φ
= +
V l φ
E finalmente !!!
dR dl dl
= (1 + 2υ + B (1 − 2υ ) ) = G
R l l
,
A partir do diferencial da resistência medida, é possível quantificar o valor da força
a que o extensómetro está sujeito...Lei de Hooke

dl 1 F
=
l Y φ

Y φ dR
F=
G R
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 18

Extensómetros Semicondutores

Possuem uma relação não-linear entre a variação relativa da resistência e a


deformação axial relativa.
2
dR dl ⎛ dl ⎞
= k1 + k2 ⎜ ⎟
R l ⎝ l ⎠

Desvantagens:
•Não-Linearidade
•Elevado Coeficiente Térmico

Vantagens:
•Tamanho
•Elevada Sensibilidade (>200)
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 19

• Estes aferidores são feitos de metal na forma


de fio (com diâmetro de 0.001 polegadas) ou de
lâmina (espessura de 3µm).
• O fio está firmemente colado a um papel ou
baquelite de suporte. O suporte funciona:
- Como protecção do fio
- Isola o aferidor do objecto a sensoriar.
• Valores padrão de resistência para
extensómetros metálicos situam-se entre os
100Ω e os 5KΩ.
• A resistividade das ligas deve ser elevada
(Porquê??)
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 20

• Um dos problemas com este tipo de aferidor de deformação é a falta de


sensibilidade.
• Por exemplo para G=2, R0=120Ω e ∆l/l=1µ temos:
∆l
∆R = GR0 = 2 ⋅ (1 ⋅10−6 ) ⋅120 = 240 µΩ
l
• Para detectarmos esta pequena alteração na resistência necessitamos de
utilizar instrumentação com uma sensibilidade de µΩ.
• Normalmente os extensómetros são montados em ponte (mais sobre este
assunto em próximas aulas)
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 21

TERMÓMETRO DE RESISTÊNCIA (RTD)

• Sensor baseado na variação da resistência eléctrica de um condutor com a


temperatura.

• Este dispositivo compreende geralmente um condutor de metal bobinado e


protegido por um encapsulamento.
• O tipo de metal utilizado em regra geral é
a platina.
.
Vantagens:
• Elevada sensibilidade.
• Elevada repetibilidade e precisão (0.01%).
• Comportamento aproximadamente linear.
• Baixo custo.

PT100
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 22

A variação da resistência com a temperatura nos metais é dada por:

n
R (T ) = Ro ∑ α i ⋅ ∆T i
i =0

Como a resistência da maior parte dos metais aumenta, numa gama limitada de
temperatura, de uma forma aproximadamente linear a relação anterior pode ser
aproximada por:

R(T ) = R (1 + α ⋅ ∆T ) α - Coeficiente térmico.


o

• Comportamento dinâmico: Resposta do tipo passa baixo de primeira ordem.

• Tempos de resposta em torno dos 0.5 a 5 segundos (inércia térmica).

• Condicionamento de sinal realizado com base numa ponte de Wheatstone


• Cuidado: evitar o auto aquecimento do dispositivo sensor devido ao circuito de
medida. (I<<20mA)
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 23

TERMÍSTORES

• Ao contrário dos termómetros resistivos os termístores são dispositivos baseados


na dependência da resistência de um semicondutor com a temperatura.

• É possível encontrar termístores tanto com coeficientes de temperatura positivos


(PTC) como negativos (NTC).

Vantagens:
.
•Elevada sensibilidade
•Baixos Tempos de Resposta

Desvantagens:
•Baixa Precisão (+/- 0.1%)
•Falta de Repetibilidade
•Elevada Não-Linearidade
•Baixa Estabilidade
Termístor Isolado a PVC
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 24

• Para termístores do tipo NTC, em torno de uma gama dinâmica limitada, a


dependência entre a resistência e a temperatura pode ser aproximada da seguinte
forma:
⎛1 1⎞
β ⎜⎜ − ⎟⎟
⎝ ⎠
R(T ) = Ro ⋅ e T To

Ro é a resistência do termístor à temperatura de referência To


β é uma constante positiva designada por temperatura característica [3000,5000]K
T é a temperatura absoluta em graus Kelvin

• O coeficiente de temperatura da resistência (sensibilidade) pode ser definido como:

β
α =−
T2
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 25

• Apesar do seu comportamento não-linear, é possível tornar a sua característica


mais linear numa determinada gama de temperaturas por intermédio de uma
resistência fixa em paralelo com o termístor.

A resistência equivalente é dada por:

R p Rt (T )
Req (T ) =
R p + Rt (T )

Subtituindo Rt(T) e considerando que Rp=YRo:


Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 26

Ro
Req (T ) = ⎛1 1 ⎞
− β ⎜⎜ − ⎟⎟
e ⎝T T
o ⎠
+ γ −1

• Verifica-se que a expressão é ainda não-linear em relação à temperatura.

• Contudo a fracção não-linear pode ser tornada bastante menor (Como?)

• Assim quanto menor for a razão R p Ro menor é o peso da componente


não-linear na expressão final.

• Contudo também a sensibilidade é reduzida significativamente com este


processo!!!

Uma forma possível para linearizar o comportamento do sensor????


Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 27

Resistências Dependentes da Luz (LDR)

• São dispositivos semicondutores cuja resistência eléctrica pode ser alterada


através da incidência de radiação electromagnética.

Vantagens Desvantagens:
• Não-linearidade
• Sensibilidade
• Sensibilidade térmica
• Elevado tempo de resposta
• Largura de banda reduzida
.

• A sensibilidade depende do espectro da radiação.


• Material mais utilizado sulfeto de cádmio (resposta espectral entre os 300nm e
1µm).

Fenómeno físico por detrás do funcionamento deste tipo de sensores: FOTOCONDUÇÃO


Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 28

Fotocondução:

• Qualquer material sujeito à influência da luz origina a libertação interna de cargas


eléctricas.
• Aumento de cargas livres no material => Aumento da condutividade eléctrica.

Num LDR a relação entre a sua resistência eléctrica e a intensidade luminosa Φ


pode ser modelada pela seguinte expressão:

Ro ⋅ R (Φ )
RLDR (Φ ) = Onde, R (Φ) = α ⋅ Φ −γ 0.5 ≤ γ ≤ 1
Ro + R(Φ )

Como em condições habituais de emprego Ro >> R(Φ )


RLDR (Φ ) = α ⋅ Φ −γ
A variação da resistência em função do fluxo de radiação incidente é não-linear.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 29

Quando este dispositivo é submetido a uma tensão constante V este é atravessado


por uma corrente I dada por:

V V
I (Φ ) = = Φγ
RLDR (Φ ) α
Sensibilidade:

dI (Φ ) V
S= = ⋅ γ ⋅ Φ γ −1
dΦ α

Verifica-se assim que a sensibilidade:

•Diminui com o aumento do fluxo.


•Aumenta com a tensão de polarização. (portanto devemos utilizar uma tensão o
mais elevada possível certo???)
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 30

SENSORES PASSIVOS
• RESISTIVOS
• CAPACITIVOS
• INDUTIVOS

SENSORES CAPACITIVOS

Um condensador consiste em dois condutores eléctricos separados por um


material dieléctrico.

A relação entre a carga Q e a diferença de potencial V entre eles está relacionada


por intermédio da capacidade da seguinte forma:

C =Q V

Os sensores do tipo capacitivo podem ser aplicados na medição (directa) de:


• Deslocamentos (lineares ou angulares).
• Proximidade e nível de líquidos.
Indirectamente: Pressão, Força, Binário, etc.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 31

Este tipo de sensores é pontualmente uma alternativa eficaz relativamente a


sensores do tipo resistivos:
• Resolução superior
• Estabilidade
• Imunidade à temperatura.

A capacidade de um condensador de placas paralelas é dada pela seguinte expressão:

A A – Área Efectiva entre Placas


C =ε
d d – Distância entre Placas
ε – Constante Dielétrica

A capacidade depende quer da geometria dos


condutores quer do tipo de material dieléctrico!
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 32

Atendendo aos três graus de liberdade da função capacidade, podem definir-se


três classes de sensores capacitivos:
• Sensores capacitivos de superfície variável.
• Sensores capacitivos de distância variável.
• Sensores capacitivos de constante dieléctrica variável.

Condensadores de Superfície Variável

Condensadores (planos ou cilíndricos) em que uma das armaduras é móvel e sofre


um deslocamento axial ou angular relativamente a uma outra placa fixa.

Se um condensador de superfície variável sofrer uma variação infinitesimal na sua


área efectiva provocada por um deslocamento infinitesimal da sua placa móvel, a
variação da capacidade resultante é:

ε
dC = dA
d
Verifica-se uma relação linear entre a variação da capacidade e a variação da área!
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 33

Caso Particular: deslocamento angular

αr 2

A área efectiva entre armaduras é função do ângulo: A=


2

ε
Capacidade função do deslocamento das placas: C (α ) = ⋅α r 2

2d

Será a impedância também uma função linear do deslocamento angular?


Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 34

Se a impedância de um condensador é: Z = (ωC )


−1

Então: 2d
Z (α ) =
C
ωεα r 2

Que é não linear!


Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 35

Forma de compensar este efeito: montagem diferencial

A placa móvel P1 é deslocada entre as duas armaduras fixas P2 e P3 constituindo


assim dois condensadores independentes C1 e C2.

Para um deslocamento no sentido horário relativamente ao ponto de equilíbrio:


εr 2

C = ⋅ (α − α )
2d α =α 2
1 o

onde o T

εr 2

C = ⋅ (α + α )
2d
2 o
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 36

Z C1 1⎛ α ⎞
V (t ) = ⋅ V (t ) =
C2
⋅ V (t ) = ⎜1 − ⎟ ⋅ V (t )
Z +Z C1 + C 2 2⎝ α ⎠
o i i i

C2 C1 o

A relação entrada/saída é uma função linear do deslocamento !!!

Vantagens da montagem diferencial:


• Linearidade
• Aumento da Sensibilidade
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 37

Condensadores de Distância Variável

O sensor é baseado numa variação da distância entre placas sendo uma fixa e a
outra solidária com o processo a medir.

Uma variação infinitesimal do deslocamento reflecte-se numa variação da


capacidade do condensador da seguinte forma:
1
dC = −ε A dx
(d + x)
2

Linear???
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 38

A impedância é agora uma função linear do deslocamento x :

d+x
Z ( x) =
C
ωε A

A não-linearidade da variação da capacidade relativamente à variação do


deslocamento pode ser contornada recorrendo a uma montagem diferencial:

A A
Numa situação de desequilíbrio: C ( x) = ε C ( x) = ε
d+x d−x
1 2
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 39

⎛ C2 C1 ⎞ x
Vo (t ) = V1 (t ) − V2 (t ) = Vi (t ) ⎜ − =
⎟ i V ( t )
⎝ C1 + C 2 C1 + C 2 ⎠ d

A tensão de saída é proporcional ao deslocamento relativo das placas !!!


Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 40

Medidas de Deslocamento: Superfície Vs. Distância


• Variação da distância entre placas possui uma sensibilidade muito maior.
• A variação da distância apenas pode ser aplicada para medir deslocamentos
muito pequenos (da ordem dos mm).
• Recorrendo à variação da área consegue-se quantificar deslocamentos da ordem
dos centímetros.

Condensadores de Dieléctrico Variável

Possuem a vantagem de não exigir qualquer contacto físico entre o processo a


medir e o sensor.
EXEMPLO

Variação desta grandeza podem ser usadas directamente na:


• medida da humidade (onde o dieléctrico é constituído por óxido de alumínio)
• medida do nível em líquidos .
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 41

SENSORES PASSIVOS
• RESISTIVOS
• CAPACITIVOS
• INDUTIVOS

SENSORES INDUTIVOS

• Um indutor consiste num enrolamento condutor, com ou sem núcleo, em que a


passagem de uma corrente eléctrica variável no tempo produz um campo
magnético também ele variável.

• Associado a este tipo de dispositivos aparece o conceito de relutância.

• A relutância indica a quantidade de fluxo magnético susceptível de ser capturada


por um dado dispositivo devido a uma corrente eléctrica.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 42

• Num indutor com forma helicoidal composta por n espiras o coeficiente de auto-
indução L está relacionado com a relutância R da seguinte forma:
n2
L=
R
Para uma bobina cuja hélice possui secção transversal φ e comprimento l a
relutância é dada por:
1 l
R= µ - permeabilidade magnética do núcleo
µφ
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 43

Substituindo na primeira expressão o resultado da segunda obtém-se:

n2
L = µφ
l
Pode dizer-se que uma determinada grandeza física capaz de modificar qualquer
uma das variáveis independentes pode ser mensurada recorrendo a sensores
indutivos.

• Variações no número de espiras


• Da permeabilidade magnética ou
• Da geometria do dispositivo

podem ser traduzidas em variações da auto-indutância da bobina.

No universo dos sensores indutivos, podem estabelecer-se dois grandes grupos:


• Aqueles que utilizam apenas um indutor.
• Aqueles que utilizam dois ou mais.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 44

• Tanto para uns como para outros, o seu campo de aplicação está praticamente
circunscrito à medida de deslocamentos.

Essa sensorização é feita primordialmente com base na variação de µ ou l.

• Aqueles que modificam l são chamados de sensores indutivos de entreferro


variável.
• Os que modificam µ são designados por sensores de núcleo móvel.

Relativamente ao primeiro grupo, a grandeza de excitação provoca uma variação


da auto-indução L
Para o segundo grupo a entrada provoca uma variação na indução mútua M

A indução mútua é uma propriedade que está associada a duas ou mais


bobinas que se encontram fisicamente próximas e resulta da presença de um
fluxo magnético comum.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 45

• As variações do coeficiente de auto-indução ou de indução mútua em função do


deslocamento do núcleo possuem, em geral, uma linearidade medíocre.

• Pode ser melhorada consideravelmente associando duas bobinas em oposição


onde os coeficientes M e L variam em sentidos contrários para um mesmo
deslocamento – Montagem Diferencial.

• Uma montagem diferencial é também menos afectada pelos campos magnéticos


parasitas devido à inerente rejeição de sinais em modo comum da montagem.

• A adaptação deste tipo de dispositivos ao circuito de medida, este faz-se


colocando o sensor indutivo num circuito alimentado por uma fonte de tensão
sinusoidal com uma determinada frequência.

A tensão de medida resulta da modulação em amplitude da tensão de


alimentação pelo deslocamento.

Vm (t ) = k ⋅ x(t ) ⋅ V p ⋅ sin (ωt + ϕ )


Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 46

Qual a Frequência Mínima e Máxima do sinal de alimentação?!!

• A aplicação de sensores de indutância variável estão restritos por diversas


limitações entra as quais devidas a campos magnéticos parasitas que afectam o
valor da indução.

Solução: Dotar este tipo de dispositivos de isolamento magnético de forma a


assegurar que qualquer variação da saída é devida apenas ao fenómeno a medir

Estudo de dois dispositivos distintos:


• O sensor de entreferro variável
• O transformador diferencial linear

Sensor de Entreferro Variável

Trata-se de um sensor composto por uma bobina e uma armadura ferromagnética


móvel que pode ser usado na medição de pequenas distâncias.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 47

• Considerando que as secções da bobina e do entreferro são idênticas, a auto-


indutância da bobina é dada pela expressão:

n2
L = µoφ
lo
• Um deslocamento infinitesimal da armadura implica uma variação do entreferro
igual a dlo=2dx. Desta forma, o incremento relativo na auto-indutância devido ao
deslocamento da armadura toma a seguinte forma:

dL dx lo  2dx dL dx
= −2 = −2
L lo + 2dx L lo
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 48

Transformador Diferencial Linear

• O transformador diferencial linear (LVDT – Linear Variable Diferential


Transformer) é um dos sensores indutivos mais comuns para a medida de
deslocamentos lineares sendo conhecido pelas sua sensibilidade, resolução e
repetibilidade.

• Em termos de construção, um LVDT possui três enrolamentos independentes


espaçadas ao longo de um tubo isolador: um primário e dois secundários idênticos
e colocados simetricamente relativamente ao primário.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 49

• Um núcleo de material ferromagnético (liga de ferro e níquel) movimenta-se ao


longo do tubo central com atrito desprezável.

• O princípio de funcionamento deste tipo de sensores assenta na variação da


indutância mútua que se verifica entre um enrolamento primário e cada um dos
dois enrolamentos secundários quando o núcleo se move no seu interior por acção
de um deslocamento.

• Esquema simplificado, negligenciando as capacitâncias parasitas e indutâncias


de fugas.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 50

• Normalmente os secundários são ligados em série e em oposição de fase pelo


que a tensão de saída é a diferença das tensões em cada secundário.
• Considerando que a resistência de carga é infinita e as resistências dos
indutores são nulas:

dii (t )
V1 (t ) = M 1 M1 − M 2
dt Vo (t ) = V1 (t ) − V2 (t ) = ⋅ Vi (t )
LP
dii (t )
V2 (t ) = M 2
dt
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 51

M1 − M 2 = α x

αx
Vo (t ) = ⋅ Vi (t )
LP

• A magnitude do sinal de saída aumenta quando o deslocamento do núcleo


aumenta.
• Tanto para um deslocamento feito no sentido positivo como negativo
relativamente à posição de equilíbrio, a amplitude do sinal de saída é o mesmo.
• Para distinguir os sentidos do deslocamento é necessário considerar a fase do
sinal de saída relativamente ao sinal de entrada.

No sentido negativo do deslocamento, o sinal de saída apresenta um


desfasamento de 180º relativamente ao sinal de entrada.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 52

• Os sistemas de condicionamento devem combinar informação tanto da


magnitude como da fase de forma a ser conhecida a dimensão e o sentido do
deslocamento.

• Tipicamente, o sinal de excitação do primário é sinusoidal com amplitude entre


0.5 e 10V (eficazes) e frequências que podem ir dos 50Hz aos 20KHz.

• Gama de Medidas: 100um a 25cm


• Linearidade: 0.25%
• Resolução: 0.1%

Vantagens do LVDT sobre outros tipos de sensores de deslocamento:

• Robustez (MTBF aprox. 300 anos)


• Isolamento Galvânico
• Sensorização em Ambientes Hostis
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 53

SENSORES ACTIVOS
• ELECTROMAGNÉTICOS
• PIEZOELÉCTRICOS
• TERMOELÉCTRICOS
• PIROELÉCTRICOS
SENSORES ACTIVOS

• Os sensores activos comportam-se como geradores.


• Produzem um sinal eléctrico a partir do fenómeno físico sem requererem fontes
externas de alimentação.
• Nem sempre a energia que produzem é suficiente para, por si só, excitar o
elemento da cadeia de medida que se segue.
• Os sensores activos necessitam, tal como os passivos, de fontes de energia
auxiliares.
• Possibilidade de possuírem dois regimes de funcionamento.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 54

SENSORES ELECTROMAGNÉTICOS
• Variações de uma determinada quantidade física reflectem-se numa variação de
campo magnético sem que seja implicada, de uma forma directa, qualquer
variação de indutância do sensor.
• A maior parte dos sensores electromagnéticos existentes assenta sobre a lei de
Faraday.

• Quando se verifica um movimento relativo entre um condutor e um campo


magnético surge uma f.e.m. no condutor.

• Para o caso de um indutor de n espiras, a f.e.m. induzida é dada por:


e = −n
dt
• O fluxo magnético pode ser intrinsecamente variável como aquele que é
produzido, por exemplo, devido a uma corrente variável no tempo.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 55

Resolvers e Synchros

• Um resolver é semelhante a um motor eléctrico possuindo um estator e um rotor


que pode rodar livremente no interior do estator.

• São conversores electro-mecânicos que, através de princípios electromagnéticos,


fornecem um sinal eléctrico que é função da sua posição rotórica.

• Convertem a posição de um eixo numa diferença de fase de uma tensão


alternada em relação a outra tomada como referência .

• Um resolver é composto por dois enrolamentos estatóricos desfasados


mecanicamente de 90º excitados por tensões alternadas sinusoidais também elas
desfasadas de 90º.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 56

A tensão de saída do rotor devido à influência de ambas as tensões induzidas é


dada como sendo a soma das tensões parciais induzidas.

Vo (t ) = V sin(ωt + θ )
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 57

• A tensão de saída vem afectada de uma diferença de fase relativamente ao


estator de referência que é igual ao ângulo mecânico que o rotor faz com esse
estator.

• A detecção de movimentos de translação também é possível recorrendo a


sensores que assentam no mesmo princípio mas que empregam enrolamentos
planos.

• Os synchros obedecem ao mesmo princípio de funcionamento dos resolvers.

• Os synchros podem ser usados em processos onde seja necessária uma


precisão adicional.

Vantagens:
•Robustez
•Precisão
•Resolução
•Pequena Dimensão
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 58

Sensores de Caudal
• Para o caso de um condutor rectilíneo de comprimento l deslocando-se a uma
velocidade v transversalmente a um campo magnético B, a tensão induzida nesse
condutor pode ser calculada como:

e = B ⋅v ⋅l
•Esta expressão mantém-se independentemente do tipo de material que compõe o
condutor.
• O sensor de caudal electromagnético resulta da aplicação directa da expressão
anterior
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 59

•Um fluido desloca-se ao longo de um tubo não metálico e não magnético com
uma velocidade v no interior de um campo magnético B criado por duas bobinas
externas.
•Do movimento do líquido perpendicularmente ao campo magnético gerado resulta
uma força electromotriz induzida detectada por dois eléctrodos colocados
transversalmente em relação ao campo magnético e à direcção do movimento do
líquido.

•O campo magnético deve ser constante podendo ser gerado por uma corrente
contínua ou alternada
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 60

• Permite medir, de uma forma não invasiva, o fluxo de um líquido não


necessitando portanto de qualquer contacto directo com a quantidade a medir.

• Este tipo de dispositivos pode ser aplicado para medir, por exemplo
líquidos corrosivos ou com matéria sólida em suspensão .
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 61

Sensores de Efeito Hall

• Tem como base um efeito electromagnético descoberto em 1879 pelo cientista


E.H. Hall.

• Submeteu um condutor eléctrico a um campo magnético perpendicular à direcção


da corrente eléctrica e verificou que uma diferença de potencial eléctrico aparecia
nas laterais deste condutor.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 62

• Actualmente os materiais semicondutores constituem a base da construção dos


sensores de efeito Hall.

• Sensores efeito Hall aparecem normalmente sob a forma


integrada com encapsulamento de três terminais.

• Estes componentes incluem o gerador de tensão de Hall e


circuitos analógicos necessários para processamento de sinal.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 63

Tacómetros Geradores
• Um tacómetro gerador é similar, no seu princípio de funcionamento, a um gerador
de energia eléctrica.

• É constituído por num enrolamento rotor que roda em torno de um campo


magnético gerado por um íman permanente.

• Devido ao movimento relativo do enrolamento rotor face ao campo magnético,


uma f.e.m. é induzida nele cuja amplitude ou frequência pode ser usada como
medida da velocidade angular.

• Não-linearidade da ordem de ± 0.15% do fim de escala.


• Gama de medida de aproximadamente 10 000 rpm
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 64

SENSORES TERMOELÉCTRICOS

• Os sensores termoeléctricos têm por princípio de funcionamento dois fenómenos


térmicos que se verificam sobre condutores:
- O efeito Thomson
- O efeito Seebeck.
O efeito Thomson refere-se à força electro-motriz que se verifica num condutor
sujeito a um gradiente de temperatura.

O efeito Seebeck diz respeito ao fenómeno eléctrico (f.e.m) que se verifica quando
se mantém as duas junções de um circuito fechado, formado por dois condutores
de diferentes metais, a temperaturas diferentes.

• Este último efeito é reversível e possui algumas aplicações no domínio da


actuação (efeito Peltier).

• Uma das aplicações mais comuns destes fenómenos térmicos é em sensores de


temperatura mais concretamente os TERMOPARES.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 65

Termopares
• Estes dispositivos têm por base o efeito Seebeck sendo constituídos por dois
metais distintos ligados por uma união de soldadura.

• Se dois metais diferentes A e B são unidos, uma diferença de potencial ocorre


através da junção de A com B cuja magnitude depende do tipo de metais usados e
da temperatura da junção (T1) relativamente a uma temperatura de referência (T2).

• Quando a junção de medida é aquecida relativamente a uma segunda junção de


referência, a f.e.m. produzida pode ser caracterizada pela equação:

e(∆T ) = α1 (T1 − T2 ) + α 2 (T12 − T22 )


Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 66

• Verifica-se assim uma relação não-linear entre a f.e.m produzida e a temperatura


das junções.
• A medição da temperatura com estes dispositivos recorre a curvas ou tabelas de
calibração fornecidas pelos construtores.
• Para um determinado par específico de junções, estas tabelas são determinadas
com precisão para um conjunto vasto de temperaturas relativamente a uma
temperatura de referência de 0ºC.

Ref. Material Gama (ºC) uV/ºC


B Platina 30% Ródio/Platina 6% Ródio [0,1800] 3
E Cromel/Constantan [-200,1000] 63
J Ferro/Constantan [-200,900] 53
K Cromel/Alumel [-200,1300] 41
N Nirosil/Nisil [-200,1300] 28
R Platina/Platina 13% Ródio [0,1400] 6
S Platina/Platina 10% Ródio [0,1400] 6
T Cobre/Constantan [-200,400] 43
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 67

• Os termopares são estruturas frágeis devendo ser protegidos por um invólucro


que os salvaguarde de deformações mecânicas e químicas.

• O termopar é primeiro colocados no interior de um isolador eléctrico por forma a


evitar qualquer contacto fora das junções de medida.

• Posteriormente o conjunto é envolto num encapsulamento que lhe fornece


robustez mecânica e boa condução térmica (normalmente o aço inoxidável).
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 68

• A utilização de um termopar como sensor de temperatura requer que uma das


junções seja mantida a uma temperatura constante, fixa e conhecida.

limitação importante: qualquer incerteza na temperatura da junção de referência


reflecte-se em incerteza no valor da temperatura medida.
• A manutenção de uma temperatura de referência estável pode ser uma tarefa
difícil e dispendiosa.

• Os fabricantes fornecem tabelas com as tensões obtidas como função da


temperatura na junção de medida quando a junção de referência é mantida a
0ºC.

• Uma das formas de manter a junção de


referência a essa temperatura consiste em imergi-
la numa solução de gelo e água.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 69

• Não é conveniente visto que, por exemplo num ambiente industrial, a


manutenção da mistura de água e gelo constitui uma impossibilidade.

• Outra solução: manter, através de sistemas artificiais de controlo da


temperatura, a junção de referência do termopar a uma temperatura estável (na
prática diferente de 0ºC).

• Se a gama de variação da temperatura ambiente é menor do que a resolução


requerida, é possível deixar a segunda junção exposta à temperatura ambiente.

Se a junção de referência não está submetida a uma temperatura de 0ºC, as


tabelas fornecidas pelos fabricantes não podem ser usadas directamente.

• Deve ser aplicado um factor de correcção com base na lei das temperaturas
intermédias para se obter o valor da temperatura efectivamente medido.

e0T = eRT + e0R


Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 70

• A partir da equação anterior é possível desenvolver uma estratégia de compensação


automática.

Outra estratégia: Compensação de Junção Fria (através de um circuito composto


por um segundo sensor de temperatura colocado junto da junção de referência)

• Fornece uma f.e.m. que varia com a temperatura da junção de referência.


• Quando adicionada à f.e.m do termopar, gera uma f.e.m igual aquela que seria
gerada se a junção fria estivesse a 0ºC.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 71

• Ligação deste tipo de dispositivos ao circuito detector ou de condicionamento.

• Na prática, essa interface é realizada através de condutores eléctricos cujo


material é normalmente diferente dos materiais usados na concepção do sensor.

eT = e1 + e2 + e3

Este efeito pode ser facilmente eliminado se for garantido que a temperatura das
duas junções adicionais se mantém a temperaturas idênticas.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 72

Lei dos Metais Intermédios:

A soma algébrica de todas as f.e.m. num circuito composto por metais diferentes é
nula desde que o circuito esteja a uma temperatura uniforme

Vantagens:
• Elevada estabilidade,
• Robustez,
• Pequenas dimensões,
• Elevada gama de medida disponíveis.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 73

• Devido às suas pequenas dimensões e logo baixa inércia térmica, o tempo de


resposta desta classe de dispositivos (já contando com o encapsulamento) é
relativamente baixo (da ordem dos milisegundos).

Uma estimativa desse tempo pode ser obtido através da seguinte expressão:

mc
tr =
kA

m – Massa do sensor
c – Capacidade Calorífica
k – Coeficiente de transferência de calor
A – Área de Contacto
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 74

SENSORES PIEZOELÉCTRICOS

• Os sensores piezoeléctricos têm por princípio físico de funcionamento um efeito


que se verifica em determinados materiais a que se dá o nome de efeito
piezoeléctrico.

• O efeito piezoeléctrico consiste no aparecimento de uma polarização eléctrica


(d.d.p.) entre faces opostas de um dado material quando este é submetido a uma
tensão mecânica entre essas mesmas faces.

• O fenómeno piezoeléctrico também é reversível, i.e. se for aplicada uma tensão


entre faces opostas do material este deforma-se.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 75

• O princípio de piezoelectricidade pode ser aplicado tanto em sensores como em


actuadores.

• A nível microscópico, a piezoelectricidade de um material está relacionada com o


facto de, na sua composição, possuírem moléculas com distribuição assimétrica da
carga eléctrica.

• O efeito piezoeléctrico é predominante em materiais de estrutura cristalina tais


como o quartzo, o sal de Rochelle, alguns tipos de cerâmicas e polímeros.

• O efeito piezoeléctrico depende também da orientação relativa em que as


deformações são efectuadas.

Aplicações:
• Sensores de força
• Pressão
• Aceleração
• Humidade
• Ultra-sons , etc.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 76

Concepção Básica deste tipo de sensores:


Um par de eléctrodos de metal são depositados em faces opostas do cristal
piezoeléctrico formando um “condensador” piezoeléctrico.

• Por acção de uma força no cristal cria-se, proporcionalmente, uma carga efectiva
à sua superfície que pode ser avaliada por:

Q = F ⋅ S xtal

• Sensibilidade do cristal em Coulomb/Newton dependente do tipo de material e da


sua orientação.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 77

• O conjunto eléctrodos e material piezoeléctrico constitui um condensador de


placas paralelas.
A
CP = ε
d
Atendendo a que a carga num condensador é:

Q = CP ⋅ VP

Relação de proporcionalidade entre a força aplicada e a tensão produzida pelo


material piezoeléctrico:

CP F ⋅ S xtal
VP = = −1
= Sv ⋅ d ⋅ P
Q εAd
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 78

• Um sensor piezoeléctrico, em torno da sua banda passante útil, pode ser


modelado de uma forma simplista pelo seguinte circuito equivalente.

• Num sensor Piezoeléctrico, o deslocamento de cargas por acção de uma força


mecânica aplicada origina uma corrente eléctrica.

• Em paralelo com o gerador de cargas aparece uma impedância composta pelo


paralelo da sua capacidade com uma resistência de fugas.

• Considerando que o sensor está ligado a um circuito de condicionamento com


impedância de entrada finita.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 79

No domínio das frequências, a função de transferência do conjunto possui a


seguinte representação matemática.

Vo( s ) sRL RPCP


=
Vp ( s ) RL + R p + sRL RP (CL + CP )

Considerando RL>>RP

Vo( s ) sRLC P
=
Vp ( s ) 1 + sRL (C L + CP )
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 80

Que não é mais do que a função de transferência de um filtro passa-alto de 1ª ordem.

S xtal
Como VP = F
CP

sRL
Vo( s ) = S xtal F ( s )
1 + sRL (CL + C P )
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 81

Para valores de frequência do sinal de entrada muito superiores à frequência de


corte:

S xtal F ( s )
Vo( s ) =
CL + CP

Será possível medir qualquer tipo de solicitação?


Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 82

SENSORES PIROELÉCTRICOS
• Tal como o efeito piezoeléctrico, o efeito piroeléctrico verifica-se em materiais
cristalinos que geram cargas quando sujeitas a uma determinada grandeza física.

• Ao contrário do fenómeno piezoeléctrico, não é uma deformação mecânica que


causa o aparecimento de uma carga eléctrica superficial mas sim a variação da
temperatura.

• Um sensor piroeléctrico consiste num cristal piroeléctrico polarizado sobre o qual


são depositados dois eléctrodos metálicos em faces opostas.

Esta estratégia de concepção constitui uma espécie


de condensador que opera como sensor de
temperatura.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 83

Para este tipo de dispositivos, a variação térmica da polarização P em torno de


uma dada temperatura T é definida por:

dP
ρ=
dT

Onde ρ é designado por coeficiente piroeléctrico (sensibilidade).

Radiação Infravermelha => Modificação da Temperatura => Alteração da polarização.

• Essa alteração reflecte-se no aparecimento de uma carga de superfície nas


placas do condensador.

A variação da carga nas armaduras é dada por:

dQ = A ⋅ dP

Atendendo a que:
C =ε ⋅
A e Q = C ⋅ Vc
d
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 84

A ρd
Q =ε ⋅ Vc => dVc = ⋅ dT
d ε
• Tal como o sensor piezoeléctrico, o sensor piroeléctrico comporta-se como um
gerador de cargas.

• Estas cargas são originadas por uma modificação na sua temperatura resultante
de radiação infravermelha incidente.

• A corrente gerado por este dispositivo por efeito da temperatura pode ser medida
recorrendo, por exemplo, a um conversor corrente-tensão.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 85

• A aplicação mais comum para o efeito piroeléctrico é a detecção de radiação


térmica à temperatura ambiente.

Este tipo de dispositivos tem sido aplicado em:


•Pirómetros (medição da temperatura sem contacto),
•Sistemas de alarme, etc.

A um nível doméstico, este tipo de sensores têm vindo a ser cada vez mais
utilizado sob a forma de um interruptor piroeléctrico.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 86

Estes interruptores aparecem no mercado com:


• Três terminais de ligação
• Saída tudo/nada
• Ajuste externo de sensibilidade.

À frente do detector é aplicado um elemento de focagem cujo objectivo primordial é


o de direccionar a radiação infravermelha para o sensor servindo também como
protecção.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 87

SENSORES FOTOVOLTAICOS

• Num material semicondutor do tipo p os portadores majoritários são as lacunas.

• Num material semicondutor do tipo n os portadores majoritários são os electrões.

• Quando estes dois tipos de semicondutores são unidos dá-se na região de


junção uma recombinação dos electrões em excesso do material n com as lacunas
em excesso do material p.

• Redução da concentração dos portadores


de carga livres.

• Os iões positivos na região n e os iões


negativos na região p produzem um campo
eléctrico que se opõe à difusão de cargas
adicionais.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 88

Desta forma obtém-se um equilíbrio entre a corrente de difusão e a corrente


induzida por esse campo eléctrico não se verificando, em regime estático, a
passagem de portadores de carga de um material para outro.

O efeito fotovoltaico consiste no aparecimento de um potencial eléctrico numa


junção p-n quando radiação electromagnética de comprimento de onda adequada
(designadamente na região referente à luz visível) ioniza a região de deplecção.

A incidência de radiação electromagnética na


junção cria pares adicionais de electrões/lacunas
traduzindo-se numa diferença de potencial que
pode ser avaliada aos terminais do dispositivo.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 89

• A tensão em circuito aberto aumenta com o aumento da intensidade da radiação


electromagnética incidente.

Será que essa tensão pode aumentar indefenidamente?

Os sensores fotovoltáicos são usados em aplicações onde:


• Se pretende medir a intensidade luminosa
• Em aplicações onde a luz é usada para medir uma quantidade diferente. (ex.)

•Fotodíodos
•Fototransístores
•Optoacopladores
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 90

FOTODÍODOS

Relativamente aos díodos normais, os fotodíodos possuem:


• Uma área de exposição da zona de junção mais elevada.
• Um encapsulamento especialmente concebido para ser permissivo à luz.

• A resposta espectral dos fotodíodos depende do tipo de material e do


encapsulamento.

Material utilizado: Silício (800nm) e Germânio (co inferior IV)

Ip - Corrente de Origem Fotoeléctrica


I p = αqΦA
Id – Corrente no díodo
⎛ qV ⎞

I d = I o e − 1⎟
d

kT
⎜ ⎟
⎝ ⎠
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 91

• A resistência Rp corresponde à resistência dinâmica da junção.

• A resistência Rs representa a resistência dos elementos semicondutores entre os


terminais de acesso ao díodo e região de deplecção.

• A capacidade C traduz o comportamento da junção em regime transitório.

O fotodíodo pode ser usado em dois modos de funcionamento distintos:


• Modo fotovoltaico
• Modo fotocondutor
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 92

Modo Fotocondutor

Os fotodíodos em vez de serem usados como geradores, são sujeitos a uma


tensão de polarização reversa.

⎛ qV
⎞ • Para este modo de funcionamento a relação entre
I r = I o ⎜1 − e kT ⎟ + Id
d

a tensão de saída e o fluxo incidente é linear.


⎜ ⎟
⎝ ⎠ • Assiste-se a uma diminuição do tempo de
resposta e do um aumento da largura de banda do
Ir ≈ Io + Id
fotodíodo.
Vo = RL I p
• Para fluxos de radiação baixos, a corrente
reversa de saturação introduz um erro de medida.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 93

Modo Fotovoltaico

• Nenhuma polarização externa é associada ao díodo que funciona como


conversor de energia.
• A intensidade da radiação incidente é medida através da avaliação da tensão em
circuito aberto aos terminais do díodo.
• Um aumento da corrente dos portadores minoritários devido ao fluxo incidente
implica um aumento da corrente dos portadores majoritários.
Ir = 0
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 94

⎛ qV ⎞ • Ao contrário do modo fotocondutor, a relação entre a



I d = I o e − 1⎟
d

kT tensão em circuito aberto e o fluxo de radiação incidente é


⎜ ⎟
⎝ ⎠ não-linear.

kT ⎛ I p ⎞ • A sensibilidade térmica é também mais elevada assim


Vd = ln⎜⎜1 + ⎟⎟ como o valor da capacidade C.
q ⎝ Io ⎠
Menor largura de banda e tempos de resposta mais elevados!

• É possível com este método a medição de fluxos


luminosos mais baixos do que com a montagem em
fotocondução
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 95

FOTOTRANSÍSTORES

• Consiste num conjunto organizado de três camadas semicondutoras em que o


fenómeno de condução é dependente da radiação electromagnética que incide na
junção base/colector.

• Os pares electrão/lacuna gerados pelo efeito fotovoltaico constituem uma


pequena corrente injectada na base que é responsável por colocar o transístor na
região activa.
• O fototransístor pode ser visto como sendo um fotodíodo em paralelo com a
junção base colector de um transístor bipolar normal.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 96

• A corrente reversa do fotodíodo transforma-se na corrente de base do transístor


sendo amplificada por uma quantidade que depende do ganho em corrente do
dispositivo:

⎛ qVkTd ⎞
I C = I B (1 + hFE ) onde I B = I R = − I o ⎜ e − 1⎟ + I p
⎝ ⎠

• Em termos de encapsulamento, estes dispositivos possuem dois ou três terminais


estando a junção base/colector exposta à luz através de uma pequena janela
transparente implantada no invólucro.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 97

O fototransístor pode ser utilizado em dois regimes de funcionamento:


• Regime de comutação.
• Regime linear.

• No regime de comutação o dispositivo é utilizado apenas para a detecção da


existência (ou não) de fluxo luminoso.

• O seu modo de funcionamento é restringido a dois pontos de funcionamento:


corte e saturação.

• O fototransístor pode assegurar o


comando directo de, por exemplo, um
relé ou uma porta lógica.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 98

•Em regime linear não é muito utilizado pois a sua característica possui uma
elevada não-linearidade.

•Para fototransístores com base electricamente acessível, é possível escolher um


ponto de funcionamento onde a característica seja aproximadamente linear.

Vantagens e Desvantagens (em relação


aos fotodíodos)
•Maior Sensibilidade
•Menor Largura de Banda
•Maior Tempo de Resposta (~10us)
•Não-Linearidade
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 99

OPTOACOPLADORES

• Constituem uma importante aplicação dos díodos emissores de luz e dos


detectores fotosensíveis.

• Na sua forma mais simples, um isolador óptico é composto por um díodo emissor
de infravermelhos opticamente ligado a um fotodíodo ou fototransístor.

• Oferecem isolamento galvânico entre a entrada e a saída que pode atingir 5KV.

• São elementos ideais para aplicações de interface sempre que seja necessário
isolar electricamente dois circuitos.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 100

• Podem ainda ser utilizados para a transmissão de sinais analógicos ou digitais


proporcionando uma excelente imunidade ao ruído.

• Factor de rejeição de sinais em modo comum.

• Um isolador óptico usando um único díodo emissor e um fototransístor possui


uma razão de transferência DC de, no mínimo, 20%

• Maiores ganhos de corrente são possíveis usando um par Darlington,


aumentando assim a razão de transferência para valores superiores a 300%
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 101

SENSORES DIGITAIS

• “Métodos digitais de sensorização”.

• O processo usual é o de converter uma dada quantidade contínua no tempo num


sinal digital por intermédio de um sensor sem a exigência explicita da conversão de
uma tensão analógica na sua equivalente digital.

• Técnicas de medida baseadas na medida da frequência de um sinal modulado


pelo processo a medir recorrendo (ou não) a um qualquer elemento primário.

• Tacómetro de Relutância Variável


• Codificador Óptico Incremental
• Codificador Óptico Absoluto
• Efeito Doppler
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 102

TACÓMETRO DE RELUTÂNCIA VARIÁVEL

• É um dispositivo que pode ser utilizado para a medição da velocidade angular ou


posição de um veio.

• Consiste numa roda dentada feita de um material ferromagnético solidária com o


eixo cuja velocidade angular ou posição se pretende medir.

• O sensor consiste num enrolamento condutor disposto em torno de um íman


permanente.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 103

• Devido à rotação da roda dentada, o intervalo de ar entre o sensor e o material


ferromagnético é alterado traduzindo-se numa modificação da relutância do circuito
magnético.

• O fluxo magnético na bobina varia resultando numa variação da força


electromotriz induzida no enrolamento.

Se a roda possuir N dentes e rodar à velocidade ângular ω então a variação do


fluxo com o tempo pode escrever-se como:

Φ(ω) = Φ + Φ cos ( N ωt )
0 a

A f.e.m. induzida num enrolamento composto por n espiras é:


eo = − n => eo = N Φ a nω ⋅ sin( N ωt )
dt
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 104

A velocidade angular ou posição relativa do eixo pode ser medida avaliando:


• A amplitude da tensão de saída.
• Medida da frequência do sinal de saída.

• Um sistema de condicionamento de sinal poderia ser usado para transformar a


f.e.m. induzida numa sequência de impulsos.

• O número de impulsos contabilizados num determinado intervalo de tempo seria


uma medida da posição ou velocidade angular.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 105

CODIFICADOR INCREMENTAL DE POSIÇÃO

• Trata-se de um dispositivo mecânico que permite converter, de forma imediata, a


posição de um eixo numa informação binária.

• Este tipo de dispositivo consiste num disco com uma escala composta por
segmentos alternadamente transparentes e opacos.

• Possui em posições diametralmente opostas relativamente a cada uma das faces


do disco um ou mais emissor de luz e um conjunto de dispositivos sensíveis a essa
mesma grandeza.

• Estes pares emissor/receptor são


responsáveis pela ‘leitura’ da posição
angular do disco.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 106

• O codificador é composto por um disco com 12 aberturas igualmente espaçadas


e por um par emissor e receptor de luz mecanicamente isolados do disco.
• O emissor fornece radiação luminosa constante no tempo e o receptor recebe
essa radiação modulada pela velocidade angular do disco.
• Com o movimento do disco, sempre que um feixe de luz passa através das
aberturas no disco e é detectado pelo receptor este gera um impulso eléctrico.
• O número de impulsos produzidos desde uma dada posição de referência é
directamente proporcional à posição angular do disco.

A cada impulso de saída corresponde um deslocamento angular de pi/6 radianos


Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 107

• O processo de contagem é efectuado normalmente através de um contador


digital em que, por exemplo, o sinal de relógio é fornecido pela saída do detector.

• Ao fim de cada revolução completa do disco o contador é reinicializado a zero.

PROBLEMA: NÃO É POSSÍVEL DETECTAR O SENTIDO DO MOVIMENTO

SOLUÇÃO:
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 108

• A pista mais interior é opcional sendo composta por apenas uma abertura.

Vantagens:
• Relativamente a outros sensores de posição possui a vantagem de ser menos
sensível a grandezas de influência.

• Simplicidade

Desvantagens:
• Resolução Finita
• Robustez do processo de medida
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 109

CODIFICADOR ABSOLUTO DE POSIÇÃO

• O codificador absoluto consiste num disco fendido ao qual é adaptado um


sistema de leitura que, para o caso de codificadores ópticos, consiste num par
emissor de luz e num dispositivo sensível a essa mesma grandeza.

• O codificador incremental fornece a posição angular com base no número de


impulsos gerados desde uma dada posição de referência.

• O codificador absoluto fornece, não um conjunto de impulsos mas uma palavra


binária que define sem necessidade de qualquer referência a posição angular do
eixo.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 110

• O disco do codificador axial absoluto está dividido em n pistas e em 2n sectores


idênticos nos quais se encontram materializadas, por intermédio de troços opacos
e transparentes, as palavras binárias associadas à posição que se pretende
traduzir segundo uma qualquer estratégia de codificação.

• O número de dispositivos de leitura tem que ser tantos quanto o número de pistas
do disco.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 111

• A codificação recorrendo ao código binário natural oferece a vantagem de poder


ser directamente utilizado por um dispositivo de tratamento de dados.

• Possui a desvantagem de apresentar a alteração de mais do que um bit para


posições angulares consecutivas.

• Teoricamente isto não seria um problema, mas na prática se os dispositivos de


leitura não estão alinhados com precisão.

• Durante a transição de posição, é possível que a modificação dos valores dos


bits não sejam simultâneos podendo das origem a erros de medida elevados.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Tipos de Sensores e sua Aplicação 112

• Para contornar este problema recorre-se, entre outras técnicas, à utilização de


códigos binários reflectidos como é o caso do código Gray.

• Para este tipo de codificação, entre posições angulares consecutivas apenas um


bit é alterado assim, e em caso de erro por alinhamento, o erro máximo é apenas
igual à resolução do codificador.

• Contudo este tipo de codificação requer a sua transposição para binário natural
de forma a ser usado por computadores.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 1

TÉCNICAS DE CONDICIONAMENTO DE SINAL


Objectivos do Condicionamento de Sinal:
• Amplificação
• Compensação
• Linearização
• Casamento de Impedância
• Aumento da Sensibilidade
• Filtragem
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 2

Compensação de grandezas de influência.

• Se o sensor é sensível a outras grandezas além da grandeza que se pretende


medir, é importante poder eliminar do sinal de medida a sua contribuição.

• Esta estratégia é normalmente conseguida


utilizando um condicionador de sinal que
comporta dois sensores idênticos sujeitos às
mesmas grandezas de influência mas onde
apenas um é sujeito à entidade a medir.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 3

Conversão Impedância/Tensão

• As variações de impedância de um sensor passivo só pode ser traduzida sobre a


forma de um sinal eléctrico associando ao sensor uma fonte de tensão e outras
impedâncias.

• A informação contida no sinal eléctrico obtido do condicionamento pode estar


contida quer na sua amplitude quer na sua frequência.

• Revisão de algumas técnicas de condicionamento de sinal aplicadas a sensores


passivos em que a informação proveniente do processo a medir está embebida na
amplitude da tensão de saída.

• Montagem Potenciométrica
• Pontes
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 4

Montagens Potenciométricas: medida de resistências

• A forma mais óbvia de converter resistência em tensão é a partir de um simples


divisor de tensão.

• Três casos distintos para R1

1º Caso: Montagem potenciométrica com resistência de polarização fixa.

• A resistência Rs refere-se à resistência exibida pelo sensor


• A resistência R1 é fixa.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 5

Desta forma, a função de transferência do circuito é simplesmente:

RS RS
Vo = Vi R1  Rs Vo = Vi
RS + R1 R1

Relação Não-Linear!!!!!

Saída em Função da Resistência Rs Saída em Função da Resistência Rs


3.5 0.1

0.09
3
0.08

2.5 0.07

0.06
2

Vo
Vo

0.05
1.5
0.04

1 0.03

0.02
0.5
0.01

0 0
0 1000 2000 3000 4000 5000 6000 7000 8000 9000 10000 0 10 20 30 40 50 60 70 80 90 100
Rs Rs
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 6

Deverá então a resistência R1 possuir um valor o mais elevado possível?

• Este tipo de montagem apesar de simples por si só não possui a capacidade de


compensar os erros de medida por variáveis de influência.

2º Caso: Montagem potenciométrica com resistência de polarização sensível às


grandezas de influência.

• A resistência fixa do caso anterior é substituída por uma resistência sensível às


grandezas de influência parasitas.

• Na prática o divisor de tensão é feito recorrendo a dois sensores exactamente


idênticos colocados sobre as mesmas condições ambientais mas em que apenas
um é sujeito a entidade a medir.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 7

• A resistência superior é sujeita apenas às grandezas


de influência.

∆Rm
Vo = VA − VB = Vi
2 Ro + 2∆Ri + ∆Rm

Ro  ∆Ri + ∆Rm

• A tensão de saída depende apenas da


∆Rm
componente de resistência imposta pela Vo = Vi
entidade que se pretende medir. 2 Ro

Exemplo da aplicação desta estratégia


Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 8

• Uma das grandezas que mais influencia o valor da resistência de um


extensómetro é a temperatura.

• De forma a compensar o sinal condicionado desta grandeza de influência um par


de extensómetros são montados sobre a mesma base deformável mas com
sentidos de deformação perpendiculares.

Ambos estão sujeitos às mesmas grandezas de influência!


Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 9

3º Caso: A resistência de polarização possui uma variação contrária à do sensor.

• A resistência de polarização do sensor possui uma variação idêntica em módulo


e oposta em sinal ao incremento de resistência devido à grandeza a medir.

∆Rm ∆Rm
Vo = VA − VB = Vi Ro  ∆Ri Vo = Vi
Ro + ∆Ri Ro

• Aumento da Sensibilidade
• Linearização
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 10

Exemplo de Aplicação

Medida de Impedâncias Complexas

• O conceito de condicionamento de sinal por divisão de tensão pode também ser


extrapolado para o caso em que os sensores possuam como saída impedâncias
complexas.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 11

Estratégia subjacente ao condicionamento de sinal por montagem potenciométrica.

• O par de impedâncias é alimentado por uma fonte de tensão sinusoidal cuja


impedância interna considera-se negligenciável.

• O sinal de medida consistirá numa modulação em amplitude do sinal de entrada


devido a variações da impedância do sensor.

• Por forma a remover a informação contida na amplitude do sinal normalmente é


levada a cabo uma operação de desmodulação e filtragem.

QUAL DEVERÁ SER A FREQUÊNCIA DO SINAL DE ENTRADA?


Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 12

Segundo a natureza da impedância de polarização é possível caracterizar entre


outras, duas situações distintas.

• Z1 é puramente ohmica

R1 ⋅ ∆Z c
∆Vo (t ) = Vi (t )
( R1 + Z o + ∆Z c )( R1 + Z o )
∆Z c
R1  Z o ∆Vo (t ) = Vi (t )
R1

• Z1 é uma impedância idêntica à do sensor

Compensação das grandezas de influência, melhora-se a linearidade,aumento da


sensibilidade.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 13

As montagens potenciométricas para o condicionamento de sensores passivos


possuem a vantagem de serem simples no entanto este tipo de montagens são
altamente sensíveis a tensões parasitas.
DEMO.

Solução: Pontes
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 14

PONTES

• Uma ponte consiste num circuito eléctrico composto por uma montagem
potenciométrica dupla.
• Essa montagem pode ser efectuada com apenas elementos resistivos e uma
fonte de tensão contínua.

• As impedâncias são complexas e a fonte de tensão é sinusoidal.


Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 15

Ponte de Wheatstone

• Pode ser usada em duas situações distintas.

- medida do valor de uma resistência desconhecida por comparação com


valores padrão das restantes resistência.
- usada para detectar pequenas variações na resistência por exemplo de um
sensor.

Vo = VA − VB

R 2 R3 − R1 R4
Vo = Vi
( R1 + R2 )( R3 + R4 )
A saída será nula se o numerador for nulo!

Condição de Equilíbrio…
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 16

• Quando o valor das resistências varia com referência à ponte equilibrada,


verifica-se que a variação da tensão de saída é proporcional à variação das
resistências.

Se determinarmos a sensibilidade da ponte à variação das resistências obtém-se

∂Vo − R2 ∂Vo R4
= Vi = Vi
∂R3 ( R3 + R4 )
2
∂R1 ( R1 + R2 )2
∂Vo R1 ∂Vo − R3
= Vi = Vi
∂R2 ( R1 + R2 ) ∂R4 ( R3 + R4 )
2 2

Variação global da tensão de saída devido à variação parcial de cada resistência.


⎡⎛ R R ⎞ ⎛ ∆R2 ∆R1 ⎞ ⎛ R3 R4 ⎞ ⎛ ∆R3 ∆R4 ⎞ ⎤
∆Vo = Vi ⎢⎜ − +⎜ − ⎟⎥
⎜ ( R + R )2 ⎟⎟ ⎜⎝ R2 2 ⎟
1 2
⎟ ⎜ ⎟ ⎜
⎣⎢⎝ 1 2 ⎠ R1 ⎠ ⎝ ( R3 + R4 ) ⎠ ⎝ 3R R4 ⎠⎥

a tensão de desequilíbrio, apesar de proporcional, não é uma função linear da
variação das resistências
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 17

R1 = R2 = R3 = R4 = Ro
a variação de apenas uma das resistências de um dado ramo conduz a:

⎛ ⎞
V⎜ ∆R ⎟
Vo = i ⎜
4 R + 1 ∆R ⎟
claramente não linear!!!
⎜ o ⎟
⎝ 2 ⎠

para variações de resistência muito menores do que a resistência do dispositivo

Vi ⎛ ∆R ⎞
Vo = ⎜
4 ⎝ Ro ⎟⎠

Tal como para a montagem potenciométrica estudada anteriormente a não


linearidade da ponte (assim como do sensor) pode ser melhorada recorrendo a
configurações que incluem mais do que um sensor.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 18

1º Caso Vi ⎛ ∆Rm ⎞
Vo =
4 ⎜⎝ Ro + 0.5∆Rm ⎟⎠
Sem Compensação
Baixa Sensibilidade
Baixa Linearidade
Simplicidade

2º Caso
Vi ⎛ ∆Rm ⎞
Vo =
2 ⎜⎝ Ro + 0.5∆Rm ⎟⎠

Sem Compensação
Maior Sensibilidade
Baixa Linearidade
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 19

3º Caso Vi ⎛ ∆Rm ⎞ Vi ⎛ ∆Rm ⎞


Vo = ⎜ =
⎟ o 4 ⎜ R + 0.5∆R ⎟
V
4 ⎝ Ro + 0.5 ( ∆Rm + ∆Ri ) ⎠ ⎝ o m ⎠

Baixa Linearidade
Baixa Sensibilidade
Compensação

4º Caso Vi ⎛ ∆Rm ⎞
Vo =
2 ⎜⎝ Ro + ∆Ri ⎟⎠

Maior Sensibilidade
Melhor Linearidade
Compensação
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 20

5º Caso
⎛ ∆Rm ⎞
Vo = Vi ⎜ ⎟
⎝ Ro + ∆Ri ⎠

Linearidade
Sensibilidade
Compensação
Complexidade

Normalmente o sensor está afastado da ponte. O que acontece


nessa situação????
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 21

Compensação das resistências dos condutores ???????


Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 22

Tensão de desequilibro independente da variação da resistência dos condutores:


montagem a tês fios

Tal como as montagens potenciométricas as pontes também podem ser usadas


para medir variações em impedâncias complexas.

-Ponte de Sauty
-Ponte de Maxwell
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 23

Ponte de Sauty

Condição de equilíbrio: Cv=Co

Vi (t ) CV − CS
Vo (t ) = ⋅
2 CV + CS

Ponte de Maxwell
Condição de equilíbrio ZsZv=KR2

K = 1 e R = Zo

Vi (t ) R + ∆Z s
Vo (t ) = ⋅
2 ( R + Z o )2
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 24

Conversão Impedância/Frequência

• Um método alternativo consiste na observação não da amplitude mas da


frequência do sinal de saída face a uma variação da impedância de um
determinado sensor passivo.

• Como base neste tipo de circuitos de condicionamento encontram-se os


osciladores.

• Fornecem um sinal cuja frequência é modulada pela informação proveniente do


processo a medir por variação da impedância do sensor.

Codificando a informação na frequência possui a vantagem de:


- Melhor imunidade às interferências electromagnéticas
- A conversão da informação sobre a forma numérica é facilitada (contagem
de períodos)
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 25

• Contudo, para este tipo de condicionamento de sinal a relação entre a frequência


de saída e a variação da impedância do sensor é não-linear

Existem basicamente dois tipos de osciladores:


- Os osciladores sinusoidais.
- Os osciladores de relaxação.

• Os primeiros tem por base a variação da frequência de uma onda sinusoidal


provocada por variações de impedância.

Exemplos: oscilador Colpitts e o oscilador Hartley

• O oscilador de relaxação têm por base um multivibrador astável que não é mais
do que um gerador de sinais rectangulares.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 26

Alguns exemplos:
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 27

Pré-Amplificadores

Qualquer sensor pode ser visto, a partir dos seus terminais de saída, como sendo
equivalente a um circuito composto por uma fonte e uma impedância interna.

• O circuito de condicionamento que se lhe segue deve possuir uma impedância de


entrada de acordo com o tipo de comportamento que se pretende que este exiba.

Se for objectivo a medição da corrente de um sensor electricamente equivalente a


uma fonte de corrente:
ZS
im (m) = iS ( m)
Zi + Z S
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 28

Se a informação correspondente à entidade a medir é fornecida sobre a forma de


uma f.e.m.
Zi
Vm (m) = VS (m)
Zi + Z S

Conclui-se que o dispositivo de condicionamento de sinal deve possuir uma


impedância apropriada ao modelo de funcionamento do sensor adoptado.

• Devido ao baixo nível de potência fornecido pelos sensores um dos papéis do


circuito de condicionamento passa, sem dúvida, pela amplificação.

Necessidade de elevar o nível dos sinais provenientes do sensor?

A base da maior parte dos sistemas de condicionamento de sinal é o amplificador


operacional (AMPOP).
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 29

AMPOP’s

• Amplificador de corrente contínua do tipo diferencial com elevado ganho.

• Possui duas entradas uma inversora e uma não-inversora.

• O comportamento deste tipo de dispositivos é regulado por uma malha de


realimentação.

Características Ideais:
• Ganho de tensão em malha aberta infinito.
• Impedância de entrada infinita.
• Impedância de saída nula.
• Largura de banda infinita.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 30

Linearização

Vi ⎛ ∆R ⎞
Vo = − ⎜ ⎟
2⎝ R ⎠

Fontes de Erro

Amplificador Ideal <> Modelo


Entre outros, os erros de aproximação ao modelo ideal devem-se a:

- Tensões de Offset
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 31

- Correntes de Polarização
- Deriva
- Erros de Ganho

Quando um amplificador operacional é usado na sua configuração diferencial


admite-se que este possui ganhos idênticos para ambas as entradas !

(D.)
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 32

Amplificador de Instrumentação

Amplificador diferencial optimizado relativamente aos seus parâmetros DC

⎛ Rf ⎞⎛ R1 ⎞
Vo (t ) = (V2 (t ) − V1 (t ) ) ⎜ ⎟ ⎜1 + 2 R ⎟
⎝ R2 ⎠⎝ g ⎠

Permite o ajuste do ganho diferencial por variação de apenas uma resistência.


- Não Altera CMRR
- Não Altera Zi
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 33

Amplificador Chopper

- Problema de Deriva

- Amplificador Estabilizado por Chopper

Consiste em separar do sinal de entrada as


componentes de alta frequência das componentes
de baixa frequências.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Técnicas de Condicionamento de Sinal 34

Amplificador de Carga
Um amplificador sensível à carga é um amplificador operacional inversor com uma
capacidade como impedância de realimentação

V (t ) =
∫ i (t )dt q
=
o
C C

Este dispositivo de condicionamento de sinal fornece uma tensão proporcional à


carga podendo ser usado em duas situações distintas:

• A grandeza a traduzir é proporcional à carga que aparece nos eléctrodos do


sensor (ex. sensor piezoeléctrico).
• O sinal que aparece aos terminais do sensor é função da capacidade do sensor.
Instrumentação Electrónica e Medidas: Sistemas de Aquisição de Dados 1

TÉCNICAS DE CONDICIONAMENTO DE SINAL: Conversão de Dados

“Sistema destinado a codificar e transmitir para um sistema digital (computador,


uC ou Data Logger) diversos sinais analógicos, presentes nas respectivas
entradas, pelo processo de divisão temporal (Time Division Multiplexing).”

Aplicação
• Medição de temperaturas em pontos diversos de uma máquina;
• Medição de vibrações mecânicas numa estrutura complexa (estudos
sísmicos, estrutura metálica ou de betão);
• Medição de grandezas envolvidas em processos físico-químicos (indústria
ou laboratório);
• Medição de grandezas que permitam caracterizar a qualidade ambiental;
• Caracterização de grandezas bioeléctricas;
• Sistemas de controlo de diversa natureza;

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Existem dois tipos mais comuns:


Divisão temporal analógica (Time Division Analog Multiplexing) – É o mais típico e
mais usado nos sistemas de aquisição de dados de maior complexidade
Composto por:
• Multiplexer Analógico;
• Contador e Descodificador de Endereço Relativo;
• Amplificador de Instrumentação;
• Circuito S&H (Sample & Hold);
• Conversor Analógico Digital;
• Gerador de Tensão DC de Referência;
• Lógica de Controlo;
• Gerador de Tempo de Atraso (Delay);
• Conversor Digital Analógico;

• Divisão temporal digital (Time Division Digital Multiplexing) – Na sua versão


mais simples é um multiplexer digital e é usado em sistemas simples;

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Aspectos mais Importantes


• Número de entradas analógicas disponíveis (Diferenciais ou Single-Ended) e
possibilidade de expansão;
• Nível e tipo das entradas analógicas (presença ou não do amplificador);
• Resolução, precisão e TOC do Conversor A/D;
• Erro de linearidade especificado;
• Tipo de barramento do sistema (Paralelo, Série, USB, PCI, etc.);

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Conversão de Dados: Digital para Analógico


- uP e uC são utilizados, de modo rotineiro, para o controlo de tarefas.
- Necessidade de interacção com o mundo físico analógico: a maior parte dso
fenómenos físicos é CONTÍNUA naturalmente.
- Os sistemas de processamento digital são projectados para trabalhar com dados em
forma DISCRETA.
- Níveis de tensão que representam estados (números binários).
Função de uma DAC
- Conversor D/A ou DAC aceita uma string de bits e converte esse padrão num nível
de tensão (corrente) “equivalente”
- Por norma a sequência de bits é interpretada como um número binário.
- O mapeamento deve ser unívoco.
- O número de níveis distintos capazes de serem produzidos por uma DAC são
portanto:
N = 2n

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Exemplo:
Um D/A aceita números binários de 10 bit. Qual o número de saídas diferentes
possíveis para este dispositivo?

O número de níveis de saída é usado para


definir a resolução. Em termos percentuais a
resolução é obtida por: 1
n
× 100% símbolo de uma DAC de n-bit
2

No exemplo anterior a resolução é de 0.098%. Este valor indica que o menor valor
que pode ser colocado à entrada de modo a que a saída comute é de quase 0.1%
do VALOR DE FIM-DE-ESCALA.

O valor de fim-de-escala da saída é a tensão ou nível de corrente que uma DAC


ideal (n inf.) debitaria quando a string à sua entrada fosse composta apenas por ‘1’

A gama dinâmica numa DAC real é sempre inferior à ideal, i.e. a sua saída nunca
atinge o valor de fim-de-escala.

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EXEMPLO
Considerar uma DAC de 2 bit => Resol=25% com Vfs=5V
[0 0] >(0V) - [0 1] >(5*.25) - [1 0] >(5*0.5) - [1 1]>(5*0.75)

A saída da DAC é Vfs/2 quando apenas


o MSB = ‘1’

Idealmente a altura dos degraus é constante.


Esta altura está ligada à resolução e ao valor
de fim-de-escala por:
VFS
1 LSB = N
2

EXEMPLO
Determine a tensão de saída de uma DAC de 4-bit com uma Vfs=10.00V dada as
entradas:
i) 00012 ii) 01002 iii) 11112

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Exactidão
- Exactidão e resolução não são sinónimos!
- Uma DAC de 16 bit possui elevada resolução o que não significa que a saída seja
um representação exacta de uma dada entrada.
- Em operação normal a exactidão de uma DAC é de ±1/2 LSB
- Existem diversas fontes de erro que podem aumentar esse valor:
- Offset
- Ganho
- Não-Linearidade
Tempo de Estabelecimento
-Uma DAC é suposta ter uma BW infinita
- Na prática requer um intervalo de tempo para executar a conversão. Este tempo é
designado por tempo de estabelecimento.
- Tipicamente o tempo de estabelecimento é definido como o tempo necessário para
atingir ± ½ LSB

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-O tempo de estabelecimento limita a razão de conversão
Exemplo: Uma DAC com Ts=1ms implica que esta apenas fornece uma saída com
sentido se a sua entrada não mudar a uma taxa superior a 1ms

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•Precisão Absoluta: É especificada como sendo o erro máximo na saída,


expresso em volts, relativo a um valor absoluto externo padrão (valor fim-de-
escala). É afectada pela variação da tensão de referência;
• Precisão Relativa: É especificada como sendo o erro máximo expresso em
percentagem do valor fim-de-escala. Não é afectada pela variação da tensão de
referência;

• Erro de Ganho: Também denominado por Erro de Factor de Escala. É visto como
sendo a diferença entre a curva de transferência ideal (nominal) e a real (média),
expressa em percentagem do valor fim-de-escala.

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• Erro de Offset: É medido na situação de código nulo na entrada. Nesta situação a


saída deverá ser nula também. Caso contrário a diferença é o erro de offset.
• Linearidade: É vista como a aproximação entre a curva de transferência real à
curva (recta) que liga os códigos terminais. A diferença máxima entre as duas curvas
é designada por Erro de Linearidade Terminal ou Integral. Outro aspecto importante
tem a ver com a variação não linear da tensão de saída com a variação crescente dos
códigos de entrada, denominado Erro de Linearidade Diferencial. No caso em que a
saída decresce quando a entrada é crescente então diz-se que o conversor é Não-
Monótono.

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Circuitos
Circuitos de
de Conversão
Conversão D/A
D/A
Conversor de Resistências Ponderadas
- Utiliza uma rede resistiva cujos valores das resistências são ponderadas em
função do bit que representam.
- O resultado é a soma ponderada de cada uma das linhas e está dependente do
código binário de entrada.
VREF

R 2R 4R 8R 2(N-1)R

- Resultados satisfatórios para MSB LSB R

conversores de 6 bit’s. S1 S2 S3 S4 SN
2

- Resoluções superiores implicam


muitos valores de resistências: -
iO
vO
+
vO =
( 1
2
S1 +
1
4
S2 +
1
8
S3 + ... +
1
2N
SN ) VREF

- uso de valores extremamente elevados relativamente às fugas


- uso de valores muito baixos confundem-se com o valor da resistência ON do
interruptor.

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Conversor R-2R
- Utiliza uma rede resistiva com apenas dois valores de resistência (R
ou 2R).
- Permite uma escolha de R que minimiza o problema de fugas e da
resistência ON do interruptor.
- O seu principio de funcionamento é semelhante ao anterior.

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Obter a FT de cada um para


conversores de 2 bit!

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Conversor de Capacidades Ponderadas


Em IC’s é mais natural a conversão de dados usando apenas MOSFET’s e
Condensadores.

Opera em duas fases: Reset e Sample


Reset: Todos os interruptores são ligados à massa para garantir a descarga dos
condensadores;
Sample: SO é aberto enquanto que cada um dos restantes condensadores ou é
colocado à massa ou a VREF, dependendo do bit correspondente. Isto resulta numa
redistribuição da carga cujo efeito é conduzir a uma saída dependente do código
binário de entrada.

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“Quad“

A figura apresenta um QUAD (escada resistiva ponderada de 4 bit’s). É habitual a


associação de diversos QUAD’s para aumento de resolução.
Se uma entrada lógica está a 1 então o Zener conduz e a tensão emissor do
transístor é superior à tensão da base pelo que o transístor está no corte. Se o nível
lógico de um bit é 0 então o Zener está reversamente polarizado e o circuito
funciona como se não existisse díodo. Os transístores proporcionam fontes de
corrente constantes.

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“Quad“
O circuito anterior coloca à sua saída uma corrente que é o resultado da ponderação
de cada um dos ramos. No entanto quando se pretende o aumento do número de
bit’s devem--se usar circuitos específicos que efectuem a ponderação de cada Quad
em função da posição que ocupam. A figura seguinte mostra a associação de 3
Quad’s por forma a constituir um conversor D/A de 12 bit’s.

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Instrumentação Electrónica e Medidas: Sistemas de Aquisição de Dados 17

Implementação Prática de um D/A

O circuito anterior utiliza BJT’s para gerar correntes pesadas constantes que são
alternadas entre a massa e a massa virtual de um AMPOP (Somador).
Supondo os transístores como sendo “matched”, as tensões VBE serão iguais em
todos eles e ainda as correntes serão do tipo I1=2I2=4I3=...=2N-1IN, com I1=IREF.
Assim a saída é uma soma pesada das contribuições de cada um dos ramos, os
quais se relacionam com a corrente IREF.

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Conversor D/A “Timesharing”

O contador é configurado para uma contagem contínua. Quando o contador atinge


uma contagem a zeros Q=1. Quando o contador iguala o valor digital de entrada a
saída do comparador vai a 1 e o flip-flop faz o reset (Q=0). O flip-flop faz desta
forma o controlo dos interruptores de saída por forma a termos ou VREF ou massa
(podendo ser uma tensão negativa). Para obtermos uma saída d.c. é necessário
colocar à saída um Filtro Passa-Baixo (LPF), por este motivo é raramente usado em
aplicações de medida.

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Comutação Analógica

A Comutação Analógica consiste em ligar ou desligar um determinado sinal de


dinâmica contínua e conhecida a uma carga através do uso de interruptores
normalmente constituídos por transístores bipolares ou de efeito de campo (BJT ou
FET) comandados por sinal(is) digital(is).

Na figura:
RON – Resistência de Condução; IOFF – Corrente de Fugas; Pelo facto de não ser ideal (ZON≠0,
ROFF – Resistência de Bloqueio; Ls – Indutância Série; ZOFF≠∞, VOS≠0 e IOFF≠0) um
VOS – Desvio de Tensão; Cp – Capacidade Paralelo;
interruptor introduz erros estáticos e
dinâmicos.

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Comutação Analógica : Erros Estáticos e Dinâmicos


Considere-se um interruptor analógico com fonte de sinal e carga.

- No estado ON ao erro de
ganho K1 e ao erro de offset
serão acrescidos erros de 2ª
ordem resultantes da
variação de RON em função
de VIN.

- Capacidades internas e parasitas, à massa, alteram as impedâncias a altas


frequências (INPUT & OUTPUT CAPACITANCES);
- Acoplamento capacitivo e resistivo do sinal de comando (CROSSTALK
CONTROL INPUT TO OUTPUT);
- Acoplamento capacitivo e resistivo dos sinais de outros interruptores vizinhos
(CROSSTALK TO ADJACENT CHANNEL);

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Instrumentação Electrónica e Medidas: Sistemas de Aquisição de Dados 21
Tipos de interruptores analógicos:
Os FET’s são os transístores mais usados na comutação analógica pelo
facto de não introduzirem offset. No estado ON a queda de tensão aos seus
terminais é muito baixa. Por outro lado a resistência de condução é
constante, ou seja não depende do valor do sinal.

- Quando VGS é zero a corrente iD é


elevada e a resistência RON (RDS) é
baixa;
- A resistência RON é independente de
VSIG; O seu valor é da ordem das
dezenas de ohm’s (canal n);
- Se a tensão de controlo é zero ou
positiva o interruptor está ON;

- Quando a tensão é negativa a gate fica negativa e o interruptor está OFF. Nesta situação o valor da
resistência RDS (ROFF) é elevado;

- O díodo impede que a tensão de controlo faça com que a gate seja seja positiva em relação à source;

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Sample & Hold: Função e Aplicação

O circuito de S&H não é mais que uma associação de um interruptor analógico com
um circuito adicional de manutenção do valor de tensão amostrado.
Os circuitos de S&H podem ser utilizados em:
• Retenção do sinal de entrada de um A/D;
• Permitir a amostragem simultânea de sinais;
• Remoção de glitches da saída de um D/A;
• Desmultiplexagem da saída de D/A;
• Retém o sinal na entrada do A/D durante A representação da amplitude de um
o processo de comutação de um Mux; sinal num dado instante específico
requer que a magnitude do sinal não
varie mais do que 1 LSB

Caso esta condição não seja seguida a


variação da tensão de entrada durante o
tempo de conversão (δt, que pode ser o
tempo de abertura) é designada por erro
de incerteza de abertura na amplitude.

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Instrumentação Electrónica e Medidas: Sistemas de Aquisição de Dados 23

Apesar de existirem diversos tipos de


circuitos S&H, todos eles possuem 4
componentes básicas:
1. Amplificador de entrada;

2. Dispositivo de armazenamento de energia;

3. Amplificador de saída;

4. Circuito de comutação;

As arquitecturas de malha aberta


têm a vantagem da rapidez . O
circuito inicial tem a desvantagem
de o condensador funcionar como
carga dinâmica à fonte (Efeito de
Carga).

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Sample & Hold: Arquitecturas Típicas

As arquitecturas de malha fechada


apresentam boa precisão, ganho flexível e
baixo drift, no entanto o tempo de aquisição
e o tempo de estabelecimento são piorados.
O segundo circuito usa uma configuração
integradora, permitindo o interruptor a operar
à massa , melhorando o problema de fuga.

Sample & Hold: Especificações

•Aperture Time – O tempo de abertura é uma das principais propriedades dinâmicas


de um S&H e representa a capacidade de o condensador de HOLD se desligar da
entrada. O tempo necessário à acção é designado por tempo de abertura.

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Instrumentação Electrónica e Medidas: Sistemas de Aquisição de Dados 25
te

Tensão no
Condensador
de Hold

Sinal de tda = Analog Delay


ta
Entrada
tde = Control Delay
ta = Aperture Time
te = Effective
Aperture Delay Time

tda t = tde + ta/2 -tda

Sinal de
Controlo

tde
Interruptor

Effective Aperture Delay Time – É visto como o intervalo de tempo visto entre o
instante em que é dada a ordem de HOLD e o instante em que o sinal de entrada
atinge o valor guardado no condensador. Inclui os efeitos dos atrasos de propagação
e o tempo de abertura.
Acquisition Time – O tempo de aquisição é visto como o intervalo necessário para
que o S&H deve permanecer no modo SAMPLE por forma a que o condensador
adquira um degrau de entrada em full-scale.

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Sample & Hold:Aliasing


O fenómeno de aliasing pode ser visto no
domínio dos tempos da seguinte forma:

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Conversores Analógico-Digital: “Classificação”

Podemos classificar os conversores A/D (ADC) de duas formas:


1 – Integradores ou Não Integradores;

2 – Com ou Sem utilização de DAC’s (D/A);

De acordo com a classificação 1 e 2 podemos distribuir da seguinte forma os


conversores:
Integradores Não Integradores
- Rampa (Simples, Dupla e Tripla); - Contador (Up, Up-Down);
- Sigma-Delta (Σ-∆); - Flash ou Paralelo;
- Aproximações Sucessivas;
- Redistribuição de Carga;

Com DAC’s Sem DAC’s


- Contador (Up, Up-Down); - Flash ou Paralelo;
- Aproximações Sucessivas; - Rampa (Simples, Dupla e Tripla);
- Redistribuição de Carga;
- Sigma-Delta (Σ-∆);

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Conversores Analógico-Digital: Contador

• Simplicidade;
• Precisão compatível elevada;
• Lentidão;
• Tempo de conversão depende da amplitude de vI;

Conversor A/D contador (UP).

• Simplicidade;
• Precisão compatível elevada;
• Pode ser mais rápido que o anterior;
• Tempo de conversão depende da amplitude de vI; Conversor A/D contador (UP/DOWN, Tracking).

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Instrumentação Electrónica e Medidas: Sistemas de Aquisição de Dados 29

Conversores Analógico-Digital:Aproximações Sucessivas


A técnica de conversão, algo semelhante às
anteriores, consiste numa comparação da
tensão de entrada com uma tensão gerada
pelo conversor D/A resultante de um código
binário do RAS (Registo de Aproximações
Sucessivas). Quando é dado inicio a uma
conversão o MSB do RAS é colocado a 1 (1/2
do valor fim-de-escala do D/A). A tensão
então gerada pelo D/A é comparada com a
tensão de entrada. Conversor A/D de aproximações sucessivas.

Se a entrada apresenta um valor superior então o MSB é mantido a 1 e é também colocado a 1 o bit
seguinte (1/4 do valor fim-de-escala) sendo feito um novo teste com este bit. Se a entrada é inferior então o
MSB é colocado a 0 e o bit seguinte é testado. Este processo é repetido até terem sido encontrados todos
os bit’s.
Características principais:
- Usados para interface a computadores;
- Elevada resolução (cerca dos 16 bit’s);
- Alta velocidade (1 MHz, não depende da amplitude do sinal de entrada);

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Conversores Analógico-Digital: Redistribuição de Carga

Conversor A/D de redistribuição de carga, fase de sample.

Este conversor executa uma conversão de aproximação sucessiva usando um conversor D/A baseado numa
escada capacitiva ponderada. A conversão envolve três fases distintas: Sample (Amostragem), Hold
(Retenção) e Redistribution (Redistribuição de Carga).

Na fase de Sample os interruptores são combinados por forma a colocar todos os condensadores com a
tensão vI (SO massa, S1,...,ST ligados à linha e SA a vI).

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Instrumentação Electrónica e Medidas: Sistemas de Aquisição de Dados 31

Na fase de Hold o interruptor SO é aberto e


os interruptores S1,..,ST são comutados para
a massa provocando uma inversão da tensão
aos terminais dos condensadores (-vI). Desta
forma na entrada não inversora do
comparador (vp) teremos a tensão -vI.

Conversor A/D de redistribuição de carga, fase de hold.

Durante a fase de Redistribution SO é mantido em aberto, SA é comutado para VREF e os interruptores


S1,...,ST são sequencialmente comutados para VREF (e possivelmente novamente para massa) por forma a
encontrar por aproximação sucessiva o código desejado. A comutação de cada interruptor vai provocar um
acréscimo de vp de VREF2-k. Se este aumento provocar a alteração do comparador então esse interruptor
volta à massa caso contrário mantém o estado. O processo será repetido até ser encontrado o último bit.

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Instrumentação Electrónica e Medidas: Sistemas de Aquisição de Dados 32

Conversores Analógico-Digital:Redistribuição de Carga Modificado

Conversor A/D de redistribuição de carga modificado.

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Instrumentação Electrónica e Medidas: Sistemas de Aquisição de Dados 33

Conversores Analógico-Digital “Flash” ou Paralelo


VREF
• Consiste em criar 2N-1 níveis distintos de
R
+
2 2N-1 referência separados entre si por 1 LSB.
- • Níveis criados por intermédio de uma rede
R +
resistiva, que são comparados com o sinal de
2N-2
entrada vI.
-
• O resultado da comparação é convertido pelo
D
R +
2N-3 E b1 descodificador num código binário adequado.
S b2
-
C
O b3
D b4 O conversor Flash ou Paralelo é usado em
I
R + N
2 -4 F
I bN-3
aplicações de alta velocidade, podendo atingir
C
-
A
bN-2 taxas de conversão na ordem dos Msps.
D bN-1
O
bN
Devido à arquitectura requerida torna-se
R
impraticável para aplicações de elevada
R +
2
1
resolução. Por exemplo um conversor de 8 bit’s
-
necessita de 255 comparadores (2N-1).
R +
Este tipo de conversores surge geralmente para
20
resoluções de 6, 8 e 10 bit’s, taxas de conversão
-

vI que podem ir das dezenas às centenas de Msps,


dependendo da resolução.
R
2

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Instrumentação Electrónica e Medidas: Sistemas de Aquisição de Dados 34

Conversores Analógico-Digital Rampa Simples

•É feita uma amostragem do sinal de referência o qual é integrado.


•A integração do sinal VREF é depois comparada com a tensão do sinal de
entrada.
•Durante o período de tempo em que VIN seja superior à integração de VREF o
contador conta.
•Assim que o resultado da comparação seja alterado o contador pára a
contagem.

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Instrumentação Electrónica e Medidas: Sistemas de Aquisição de Dados 35

Conversores Analógico-Digital Dupla Rampa

τ1 τ2


0

τ1

1- Interruptor S1 é colocado em VIN para integração (tempo de contagem constante);


2- Interruptor S1 é colocado em VREF para “desintegração” (VREF com polaridade contrária a
VIN). Durante este período é feita uma contagem (duração dependente de VIN);
3- Período de ajuste do zero. S1 é colocado à massa e S2 é fechado;

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Instrumentação Electrónica e Medidas: Sistemas de Aquisição de Dados 36

Conversores Analógico-Digital: Tripla Rampa

Resulta de pequenas alterações ao de dupla rampa por forma a reduzir os erros introduzidos pelos atrasos do
comparador e absorção do dieléctrico.
A fase de integração é igual ao de dupla rampa e dura τ1. A fase de “desintegração” é dividida em duas
partes:
1- A tensão VREF1 é aplicada. Esta é geralmente maior do que a usada pelo conversor de dupla
rampa por forma a garantir que a carga é retirada do condensador tão rapidamente quanto possível. Esta
fase dura o tempo τ2, até que v1 atinja VREF/k;
2- Quando este nível for detectado a tensão de referência é reduzida de VREF1 para VREF2=VREF1/k e a
frequência do clock aplicado ao contador é reduzida na mesma razão (num conversor de 12 bit’s a mudança
pode ocorrer após 6 bit’s o que faria k=64 ou no caso de 8 bit’s k=256). Quando o comparador detectar uma
passagem por zero, v1 está a ser alterado lentamente e o tempo de passagem por zero pode ser determinado
com precisão. O tempo necessário para esta tarefa é τ3.

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Instrumentação Electrónica e Medidas: Sistemas de Aquisição de Dados 37

Conversores Analógico-Digital: “Quad Slope”

A técnica Triple Slope (rampa tripla) não é frequentemente usada em conversores A/D. Contudo o seu
princípio de funcionamento é usado pelos conversores MULTISLOPE, com a finalidade de se obterem
medidas de elevada precisão (no entanto lentos). O exemplo que se segue é designado por “Quad Slope”
(rampa quadrúpla).

1
t=
fCLK
S2 VREF1
START VREF2 = >0
2
VREF1
S1 VFS =
2.125
C
VIN
R CLOCK
VREF1 - LÓGICA
v1
DE
AGND
- C
CONTROLO O
+ CMP
N
+ T
A
VREF2 D
O
R

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Instrumentação Electrónica e Medidas: Sistemas de Aquisição de Dados 38
k1, k2 e k3 são os valores máximos de contagem de 3 contadores, com k1=4352, k2=17408 e k3=25600

N – Contagem final correspondente à conversão de VIN

v1 Reset
S1 VREF1 Integra Integra Integra Integra
AGND-VREF2 VREF1-VREF2 VIN-VREF2 VREF1-VREF2 Totalização
S1 Massa S1 VREF1 S1 VIN S1 VREF1

VIN=-FS

VIN=0

VIN=FS

t
k1t k3t
k2t=4k1t

t0=RC t1=k1t t2=(k1+n)t t3=(2k1-n)t t4=(k3-2k1+n-2N)t t5=2Nt t6=2t

A contagem final corresponde a:

VIN k3 2VREF2-VREF1
N =
( VREF1
- 1 ) 2k1 +
2
+ ( VIN
VREF1
- 1 )[ AGND
VREF1
(1+2 )- 2
] 2k1 =
VREF1
Contagem sem Erros Termo de Erros (AGND≠0, VREF2≠VREF1/2 “offset”...)

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Instrumentação Electrónica e Medidas: Sistemas de Aquisição de Dados 39

Conversores Analógico-Digital Conversor Σ-∆ (Sigma-Delta)

São baseados numa técnica de sobreamostragem o que contribui para:

- Simplificação dos filtros analógicos de entrada pelo facto de a banda de transição


aumentar;
- O ruído de quantificação é disperso por uma largura de banda maior o que contribui
para uma redução da sua densidade espectral;

Contudo estes benefícios obrigam à utilização de um filtro digital na saída para:


- Supressão de componentes espectrais e ruído acima de fs/2;
- Redução da taxa de dados de kfs para fs (decimação);

q kf s 2

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Instrumentação Electrónica e Medidas: Sistemas de Aquisição de Dados 40

Conversores Analógico-Digital Conversor Σ-∆ (Sigma-Delta)

• O conversor consiste num digitalizador de 1 bit que converte o sinal vI numa sequência de
bit´s de alta frequência (modulador).
• O filtro digital e decimador tem por função converter esta sequência de bit’s numa
sequência de n-words de valor binário fraccionário, DO, a uma taxa de fs word’s por
segundo.
• O modulador é constituído por um integrador que integra (S) a diferença (D) entre o sinal vI
e o sinal de saída da DAC, um comparador (ADC de 1 bit) que fornece a sequência de bit´s
e que é controlado (com latch) a uma frequência kfs sps, onde k é uma potência de 2.

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Instrumentação Electrónica e Medidas: Sistemas de Aquisição de Dados 41

Conversores Analógico-DigitalConversor Σ-∆ (Sigma-Delta)

SAÍDA DIGITAL
Integrador
Comparador
Clock

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Instrumentação Electrónica e Medidas: Sistemas de Aquisição de Dados 42

Conversores Analógico-DigitalConversor Σ-∆ (Sigma-Delta)

O conversor da figura anterior funciona da seguinte forma:

• A tensão de entrada está permanentemente ligada ao integrador carregando o condensador e


conduzindo a uma tensão de saída (integrador) negativa a uma taxa que depende da amplitude
do sinal de entrada.

• Quando a saída do integrador é inferior a zero o comparador coloca o nível alto em D.

• O próximo pulso de clock faz com que o interruptor S1 fique ON. Esta corrente é superior a
VINmax/R, pelo que o condensador inicia a descarga.
• O próximo pulso de clock desliga S1.

• A duração do pulso de corrente é de 1/fC e a carga entregue ao condensador é iREF/fC.


• Quando VIN tiver substituído a carga removida pela corrente de referência o comparador
dispara o biestável novamente e o processo é repetido novamente.

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Instrumentação Electrónica e Medidas: Sistemas de Aquisição de Dados 43

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