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APRESENTAÇÃO
É com imenso prazer que apresentamos esse ebook,
focado em facilitar o entendimento sobre legislação
do SUS e saúde pública. Nosso objetivo é tornar o seu
aprendizado mais prazeroso, uma vez que a leitura
de leis, decretos e resoluções na íntegra pode se
tornar cansativa. Para isso, acreditamos no uso de
cores, figuras e esquemas ilustrados para facilitar o
aprendizado.

Agradecemos a aquisição desse material, ele foi


desenvolvido com muito carinho e dedicação.
Esperamos que seja de grande valia na sua jornada, e
que, de alguma forma, te aproxime mais dos seus
objetivos.

Tenha bons estudos!

Atenciosamente, Aprova Saúde =)


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ATENÇÃO
Este conteúdo destina-se exclusivamente a exibição
privada. É proibida toda forma de reprodução,
distribuição ou comercialização do conteúdo sem a
autorização dos autores. A violação de direitos sobre
este documento é crime (art. 184 do código penal
brasileiro, com pena de 3 meses a 4 anos de reclusão
ou multa).
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SUMÁRIO

I. HISTÓRIA DA SAÚDE PÚBLICA NO BRASIL 6

• Brasil Colônia 8
• Brasil Império 11
• República Velha 12
• Era Vargas 17
• Autoritarismo 19
• Nova República 23
• Regulamentação do SUS 24
• Resumo do Capítulo 25

II. SUS NA CONSTITUIÇÃO FEDERAL DE 1988 29

• Art. 194 e 195 - Seguridade Social 31


• Art. 196 - Universalidade 38
• Art. 197 - Saúde pelo Estado e pela Iniciativa Privada 39
• Art. 198 - Diretrizes do SUS; Aplicação Mínima de 40
Recursos; ACS/ACE
• Art. 199 - Participação da Iniciativa Privada 44
• Art. 200 - Competências do SUS 46

III. LEI 8.080 DE 19 DE SETEMBRO DE 1990 48

• Disposições Gerais do SUS - Arts. 1º ao 4º 49


• Objetivos e Atribuições – Arts .5º e 6º 53
• Vigilância em Saúde – Art. 6º (§ 1º a §3º) 55
• Princípios e Diretrizes – Art. 7º 59
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SUMÁRIO

• Da Organização, da Direção e da Gestão– Arts. 8º ao 14 64


• Das Atribuições Comuns – Art. 15 71
• Da Competência – Arts. 16, 17 e 18 73
• Leis que Alteram a Lei 8.080 83
• Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena – Art. 19 84
• Do Subsistema de Atendimento e Internação 87
Domiciliar – Art. 19
• Do Subsistema de Acompanhamento Durante o 88
Trabalho de Parto, Parto e Pós-parto Imediato – art. 19
• Da Assistência Terapêutica e da Incorporação de 89
Tecnologia em Saúde – art. 19
• Dos Serviços Privados de Assistência à Saúde (Arts. 20 91
a 26)
• Dos Recursos Humanos (Arts. 27 a 30) 93
• Do Financiamento (Arts. 31 a 38) 94
• Das Disposições Finais e Transitórias (Arts. 39 a 55) 97

IV. LEI 8.142 DE 28 DE DEZEMBRO DE 1990 99

• Conferências de Saúde 101


• Conselhos de Saúde 102
• Fundo Nacional de Saúde 105

V. DECRETO 7.508 DE 28 DE JUNHO DE 2011 107

• Disposições gerais 108


• Região de Saúde 110
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SUMÁRIO

• Redes de Atenção à Saúde 112


• Hierarquização 113
• Planejamento da Saúde 115
• Assistência à Saúde 117
• RENASES 117
• RENAME 118
• Comissões Intergestores 121
• Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde 123
• Disposições Finais 124

VI. RESOLUÇÃO 453 DE 10 DE MAIO DE 2012 126

• Diretrizes da Resolução 453 127


• Primeira Diretriz: Definição do Conselho de Saúde 128
• Segunda Diretriz: Da Instituição e Reformulação dos 129
Conselhos de Saúde
• Terceira Diretriz: A Organização dos Conselhos de 130
Saúde
• Quarta Diretriz: Estrutura e Funcionamento dos 134
Conselhos de Saúde
• Quinta Diretriz: Competências do Conselho de Saúde 139
História da Saúde
Pública no Brasil
CAPÍTULO I
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História da Saúde Pública no Brasil

A História da Saúde Pública no Brasil tem sido marcada por sucessivas


reorganizações administrativas e edições de muitas normas. Da
instalação da colônia até a década de 1930, as ações eram
desenvolvidas sem significativa organização institucional. A partir daí
iniciou-se uma série de transformações, ou melhor, foram criados e
extintos diversos órgãos de prevenção e controle de doenças.

No que concerne à saúde preventiva, ao longo de toda a


existência, o Brasil enfrentou diversas dificuldades
institucionais e administrativas decorrentes do limitado
desenvolvimento científico, tecnológico e industrial, bem como
pela expansão da assistência médica, atrelada à lógica do
mercado. Mas, também, principalmente, pelo lento processo
de formação de uma consciência dos direitos de cidadania.

Nesse capítulo, será abordado os 6 períodos que marcaram a evolução


dos modelos de saúde, do início até os dias atuais, são eles:

Brasil Colônia (1500 – 1822)

Brasil Império (1822 – 1889)

República Velha (1889 – 1930)

Era Vargas (1930 – 1964)

Autoritarismo (1964 – 1985)

Nova República (1985 – 1988)

História da Saúde Pública no Brasil


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Brasil Colônia (1500 – 1822)

Antes da chegada dos portugueses, o território era ocupado por povos


indígenas, a colonização trouxe diversas doenças da Europa que não
existiam por aqui. Como consequência, milhares de nativos morreram.
Nessa época, a preocupação com a saúde era praticamente nula. Não
havia infraestrutura e quem precisava buscar auxílio geralmente
recorria a pajés, curandeiros ou boticários. Durante o período do Brasil
Colônia, destacamos a seguintes características em relação às ações
de saúde:

As doenças eram interpretadas pelos índios,


como castigo ou provação, cujas causas
eles reconheciam como reflexo da vontade
de um ser sobrenatural, ação de astros e
dos agentes climáticos.
Doenças

O pajé era um misto de profeta e médico


que estabelecia o contato entre o mundo
dos homens e o dos espíritos. Era um grande
conhecedor das ervas curativas que,
frequentemente, eram utilizadas em casos
Curandeirismo de doenças.

Os cirurgiões barbeiros faziam todas as


cirurgias da época, realizavam atividades
como a sarjação, a aplicação de ventosas e
de sanguessugas. Incluíam igualmente entre
suas atividades, arrancar os dentes, barbear
Cirurgiões e cortar o cabelo.
Barbeiros

Os padres jesuítas tiveram papel importante


na assistência aos doentes, levavam
medicamentos e alimentos, introduzindo a
prática médica do isolamento para o
tratamento dos doentes. Aproveitavam o
atendimento para realizar a catequese, uma
Padres Jesuítas prática de colonização bastante criticada.

História
História da
da Saúde
Saúde Pública
Pública no
no Brasil
Brasil
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Brasil Colônia (1500 – 1822)

A fundação das casas de misericórdia no


Brasil, se deu ao mesmo tempo da
colonização para o atendimento médico-
hospitalar, a medida que os territórios foram
ganhando importância econômica elas
foram sendo fundadas. A primeira foi em
Santas Casas de
Santos, no ano de 1543.
Misericórdia

Com a chegada da Família Real portuguesa


ao Brasil, no ano de 1808, o Brasil começou a
desenvolver seu comércio com a
exportação de produtos. Muitos escravos
eram trazidos nos navios para trabalhar, o
que acabou gerando aglomeração e
consequentemente epidemias. Com isso, a
política médica passou ter o foco na
intervenção da condição de vida e de saúde
da população, com ênfase em controlar as
Chegada da epidemias e melhorar o saneamento das
Família Real ao cidades, em especial as portuárias. No
Brasil entanto, o objetivo dessas ações visavam
não atrapalhar o comércio, uma vez que a
assistência ao trabalhador, se resumia em
isolamento, para evitar a propagação da
doença.

Teoria Miasmática
No período do Brasil Colônia, devido a todas as
doenças, a teoria miasmática foi bastante
difundida. O miasma, é quando acontece a
exalação de substâncias advindas de animais Matéria em
ou vegetais em decomposição. Além disso, decomposição
também se refere ao que é fétido, ou seja,
odores que têm sua origem em matérias ou
locais pútridos. Sendo assim, o miasma era
considerado como o causador de doenças. Doença

História da Saúde Pública no Brasil


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Brasil Colônia (1500 – 1822)

Teoria Miasmática

Elementos do meio físico eram responsáveis pelas


doenças, porque ainda não se conhecia a existência dos
microrganismos.

Considerava-se que o ar era o principal causador de


doenças, pois carregava gases oriundos da matéria
orgânica em putrefação

A matéria em decomposição resultaria de águas


estagnadas em pântanos, para onde seriam carregadas
substâncias animais e vegetais de cemitérios
localizados, na maioria das vezes, no centro das cidades,
“infeccionando o ar”.

Alvará de 22 de Janeiro de 1810


Com o alvará, deu-se a criação de um lazareto
(estabelecimento para controle sanitário) para o
isolamento de escravos e viajantes portadores de
doenças.

A autoridade sanitária poderia conceber o visto de


entrada de pessoas na cidade

Tratou-se de um dos primeiros regulamentos para o


controle sanitário de pessoas, mercadorias e
embarcações nos portos no Brasil. Foi o nascimento da
vigilância em saúde nos portos e fronteiras, com medidas
de controle para doenças contagiosas.

História da Saúde Pública no Brasil


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Brasil Império (1822 – 1889)

Com a chegada da família real portuguesa e de sua corte


em 1808, o Brasil começou a receber mais investimento em
infraestrutura. Uma das primeiras medidas foi a criação dos
cursos universitários de Medicina, Cirurgia e Química.

Profissionais começaram a se graduar no Brasil, substituindo médicos


estrangeiros. A Escola de Cirurgia do Rio de Janeiro e o Colégio Médico-
Cirúrgico no Real Hospital Militar de Salvador foram pioneiros no
período.

A época do Brasil Império é marcada pelas ações de combate a


doenças transmissíveis

ERA BACTERIOLÓGICA

Com o desenvolvimento da bacteriologia e da utilização de


recursos que possibilitaram a descoberta de microrganismos, foi
identificado o agente etiológico da doença. Essa era foi
concretizada na segunda metade do século XIX e início do século
XX

Teoria da Unicausalidade
O modelo unicausal de doença baseava-se na existência de
apenas uma causa (agente etiológico) para uma doença.
Essa concepção fez sucesso na prevenção de diversas
doenças infecciosas, mas apresentou uma visão única em
relação ao combate as doenças em geral.

Superação da Teoria Miasmática

A concepção da teoria da unicausalidade estimulou as ações


de prevenção de diversas doenças infecciosas, trazendo
sucesso no controle de doenças como a cólera.

História da Saúde Pública no Brasil


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República Velha (1889 – 1930)

Neste período, acontecia no Brasil a introdução da


indústria e da lógica capitalista de produção. Com a
chegada da indústria, as cidades começaram a ser
planejadas e a concentrar as pessoas, que moravam
próximo às fábricas onde trabalhavam. Isso mudou o
contexto de saúde, pois o crescimento populacional foi
acompanhado de condições precárias de higiene e
saneamento, dando destaque internacional ao Brasil
pelos surtos de doenças infecciosas.

As seguintes características marcaram a época da República Velha no


Brasil:

AVANÇO NA BACTERIOLOGIA

Começou-se a estudar a história natural das doenças e quais


fatores poderiam influenciar para o aparecimento das mesmas

MEDICINA HIGIENISTA

Começou-se a entender que o ambiente também influenciava no


aparecimento de doenças. Além disso, havia preocupação em
cuidar e ensinar novos hábitos para a população. No entanto, muitas
das medidas tomadas eram impositivas, o governo obrigava a
população a ter determinadas medidas de higiene para impedir a
propagação de doenças

PLANEJAMENTO DAS CIDADES

Ocorreu pensando não apenas na questão de saúde, mas também


na economia, uma vez que o cenário brasileiro causava certo receio
ao tripulantes estrangeiros, devido aos surtos de doenças. Isso
causava grande impacto no comércio para o país.

Doenças de destaque da época: cólera, peste bubônica,


febre amarela, varíola, tuberculose, hanseníase e febre
tifoide

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República Velha (1889 – 1930)

O SANEAMENTO FOI A SOLUÇÃO ENCONTRADA PARA MELHORAR A


IMAGEM DO BRASIL NO EXTERIOR
Como medida de enfrentamento à crise, foi intensificado o
planejamento das cidades, com adoção de medidas de
saneamento e a adoção da medicina higienista como
modelo de saúde.

MEDIDAS JURÍDICAS IMPOSITIVAS

O governo obrigava a população a cumprir certas medidas para


melhorar a saúde no Brasil e a imagem no exterior.

Notificação de Vacinação Vigilância


doenças obrigatória Sanitária em geral

Quando um navio
Imposta por Principalmente nos
chegava nos portos
Oswaldo Cruz e portos, para não
era necessário
gerou a Revolta da prejudicar o
avaliar se haviam
Vacina comércio
doentes

Nomeação de Oswaldo Cruz como Diretor de Saúde


Pública
Em 1903, Oswaldo Cruz foi nomeado diretor geral de Saúde Pública
(cargo que corresponde ao Ministro da Saúde atualmente). Em 1904,
enfrentou um de seus maiores desafios: devido a uma grande
incidência de surtos de varíola, ele tentou promover a vacinação da
população, de forma obrigatória. Os profissionais entravam na casa
das pessoas e vacinavam todos. Essa forma de agir, indignou a
população, gerando um fato conhecido como Revolta da Vacina.

Quem foi Oswaldo Cruz?

Oswaldo Cruz foi um sanitarista que fez grande contribuição para a saúde
pública no Brasil. Ele foi o responsável por campanhas que erradicaram a
febre amarela do Rio de Janeiro e promoveu a desratização da cidade
como forma de combater a peste bubônica.

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República Velha (1889 – 1930)

Modelo Campanhista
Era um modelo de assistência à saúde, seu objetivo era prevenir as
doenças através de campanhas de vacinação e higiene, bem como
intervenções sobre os espaços urbanos de cunho estatal. Liderado por
Oswaldo Cruz, baseou-se em campanhas sanitárias para combater as
epidemias de febre amarela, peste bubônica e varíola, implementando
programas de vacinação obrigatória, desinfecção dos espaços
públicos e domiciliares e outras ações de medicalização do espaço
urbano, que atingiram, em sua maioria, as camadas menos
favorecidas da população. Esse modelo predominou no cenário das
políticas de saúde brasileiras até o início da década de 1960.

Durante o modelo campanhista, não havia tanto entendimento da


população sobre o que realmente estava acontecendo e a
importância das medidas de prevenção, isso gerou revolta na
população.

A Revolta da Vacina

A Revolta da Vacina foi um motim popular ocorrido entre 10 e 16 de


novembro de 1904 na cidade do Rio de Janeiro, então capital do Brasil.
Foram apenas cinco dias, mas marcaram a história da saúde pública
no Brasil. A Revolta da Vacina deixou um saldo de 945 prisões, 110
feridos e 30 mortos, segundo o Centro Cultural do Ministério da Saúde.
O estopim da rebelião popular foi uma lei que determinava a
obrigatoriedade de vacinação contra a varíola. Mas havia um
complexo e polêmico panorama social e político por trás da revolta.

Elementos das Ações de Saúde na República Velha


Em 1920, a Diretoria Geral de Saúde Pública foi extinguida,
dando lugar ao Departamento Nacional de Saúde Pública
(DNSP), sob direção do médico, pesquisador e sanitarista
Carlos Chagas.

O DNSP foi o resultado das demandas por maior centralização e


uniformização dos serviços de saúde do governo federal, que trouxe
para o campo de atuação do Estado novos objetos, como o combate à
lepra e às doenças venéreas.

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República Velha (1889 – 1930)

Ao DNSP coube, conhecer e realizar:

REGISTRO DEMOGRÁFICO DA POPULAÇÃO

Para conhecer a composição e os fatores relevantes para a


saúde da população, e a partir disso, planejar ações de saúde.

INTRODUÇÃO DO LABORATÓRIO

Com o objetivo de auxiliar no diagnóstico de doenças, o que


possibilitou um maior entendimento sobre as doenças.

FABRICAÇÃO DE PRODUTOS PROFILÁTICOS

Para serem usados pela população, como soros, vacinas e


medicamentos. Assim, deu-se o início da indústria farmacêutica

PROPAGANDA E EDUCAÇÃO SANITÁRIA

Houve uma maior disseminação de informações para a


população, diferente de antes, que as medidas eram impostas
sem um conhecimento adequado por parte das camadas
populares

EXPANSÃO DAS ATIVIDADES DE SANEAMENTO

Houve uma expansão do saneamento para outros estados e


interiores. Até então, as atividades eram centradas nas capitais e
em cidades dos portos, que era onde o comércio predominava

CRIAÇÃO DE ORGÃO ESPECIALIZADOS

Tuberculose, hanseníase e doenças sexualmente transmissíveis.

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República Velha (1889 – 1930)

Lei Eloy Chaves


Em 1923, foi celebrado o convênio entre o Brasil e a Fundação
Rockefeller, numa iniciativa de capacitar profissionais de
saúde e pesquisadores para atuarem como sanitaristas.
Além disso, foi promulgada a Lei Eloy Chaves, considerada o
marco da previdência social no Brasil e que criou as Caixas
de Aposentadoria e Pensões (CAP).

As CAPs deram início a assistência médico-previdenciária

As revoltas populares da época pressionavam o Estado por


ações mais efetivas na saúde. Em 1923, o deputado federal, Eloy
Chaves, propôs uma lei que regulamentava a formação de
CAPs para algumas organizações trabalhistas, como os
ferroviários e os marítimos. Com essa lei, a saúde continuava
restrita aos que podiam pagar e aos assegurados por ela.

Características das CAPS

Organizada
Financiamento Benefícios
por empresas

Geralmente
Era financiada e Aposentadoria,
empresas de grande
administrada por pensão e assistência
porte do setor
empregados e médica e
ferroviário e
empregadores farmacêutica
marítimo

Cada empresa tinha seu próprio sistema de previdência social e


assistência médica.

A criação de uma CAP não era automática, dependia do


poder de mobilização dos trabalhadores para reivindicar a
sua criação. A primeira CAP foi a dos ferroviários, o que
pode ser explicado pela importância que este setor
desempenhava na economia do país naquela época.

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Era Vargas (1930 – 1964)

No campo da saúde, foi um período marcado pelo início da transição


demográfica e epidemiológica. A expectativa de vida aumentou,
principalmente pela redução da mortalidade por doenças infecciosas, e
havia prevalência de doenças da pobreza, além do surgimento de
doenças crônicas, como problemas cardíacos e neoplasias, e o
aumento de acidentes e da violência.

O Estado assumia o papel regulador da economia,


investindo em setores de energia, siderurgia e transporte,
alavancando a economia nacional

Em 1930 houve a criação do Ministério da Educação e Saúde


Pública (MESP)

A saúde pública passou a ser responsabilidade do MESP, tudo que


fosse relacionado à saúde da população e que não se encontrava
na área da medicina previdenciária era desenvolvido por esse
ministério. o MESP assumia a responsabilidade da prestação de
serviços ao chamados pré-cidadãos: pobres, desempregados e
trabalhadores informais, pessoas que não eram asseguradas pela
previdência social e, portanto, não estavam cobertos pela medicina
previdenciária.

CAP MESP

Responsável pela saúde de


Responsável pela saúde
dos trabalhadores formais e
x todas as outras pessoas
que não eram asseguradas
seus dependentes.
pela CAPs

Em provas de concursos, algumas bancas consideram o período


de 1930 a 1964 como Era Vargas. Alguns autores dividem em dois
períodos: Era Vargas (1930 - 1945) e Repúblicas Populistas (1945
- 1964). Os principais presidentes que governaram o Brasil nessa
época foram: 1930 - 1945 (Getúlio Vargas); 1946 - 1951 (Eurico
Gaspar Dutra); 1951 - 1954 (Getúlio Vargas); 1956 - 1961 (Juscelino
Kubitschek); 1961 (Jânio Quadros) e 1961 - 1964 (João Goulart)

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18

Era Vargas (1930 – 1964)

1933: Criação IAPs


Com a criação do Ministério do Trabalho, teve início o sindicalismo e a
organização dos trabalhadores por classes funcionais. Na área da
saúde, foi criado o Instituto de Aposentadoria e Pensões (IAP).

Os IAPS substituíram as CAPs

Características das IAPs

Dividido por Financiamento Benefícios


categorias

Cada categoria tinha Empregados, Aposentadoria,


seu próprio sistema empregadores e o pensão e
de previdência social governo assistência médica
e assistência médica contribuíam e farmacêutica

Principais diferenças entre as CAPs e as IAPs


CAP 1923 – 1933 IAP 1933 – 1966
(República Velha) (Era Vargas)

• Cada empresa tinha sua • Cada categoria profissional


própria previdência
x tinha sua própria previdência
• Empregados e patrões • Empregados, patrões e governo
contribuíam (bipartite) contribuíam (tripartite)

1953: Desmembramento do MESP


Em 1953 houve uma “divisão” do MESP que era responsável pela saúde e
pela educação. Com sua divisão, foram criados: Ministério da Saúde
(MS) e o da Educação e Cultura (MEC). O objetivo foi de estruturar
melhor as respostas aos muitos problemas sanitários nacionais.

Ministério da Saúde (MS)

MESP Ministério da Educação e Cultura (MEC)

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Autoritarismo (1964 – 1985)

O período do autoritarismo foi marcado por uma forte


crise burocrática administrativa. As condições de saúde
eram precárias e coexistiam as doenças da pobreza e as
doenças da modernidade, ganhando destaque as
doenças cardiovasculares.

A Saúde Pública era limitada e de baixa qualidade

Houve redução das verbas destinadas à saúde pública, nessa


época, a saúde ficou como segundo plano. Apenas os
trabalhadores formais tinham acesso a assistência médica
previdenciária

1966: Fusão dos IAPs (Criação do INPS )


No ano de 1966, houve uma fusão dos Institutos de
Aposentadoria e Pensão (IAPs) do setor privado então
existentes, dando origem então ao Instituto Nacional de
Previdência Social (INPS) .

Principal diferença dos IAPs para o INPS

IAPs 1933 – 1966 INPS 1966 – 1977


(Era Vargas) (Autoritarismo)

Todas as categorias
Cada categoria
x
profissionais passaram a
profissional tinha sua
ter apenas um sistema de
própria previdência e
previdência e assistência
assistência médica
médica

Nesse período do autoritarismo a atenção à saúde era


centrada na doença e nos procedimentos.

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Autoritarismo (1964 – 1985)

Importante!
O INPS dava prioridade a contratação de serviços de
terceiros, em detrimento dos serviços próprios,
privilegiando a compra de serviços de grandes
corporações médicas privadas, notadamente hospitais e
multinacionais fabricantes de medicamentos.

Em 1975 o INPS enfrentou grave crise financeira,


resultado de:

Aumento de gastos Aumento da demanda

Maneira como se dava o contrato com a rede médica


privada, possibilitando fraudes

Falta de fiscalização dos serviços de terceiros (privados).

A persistência da crise promoveu um movimento que


tentou reordenar o sistema, dividindo as atribuições da
Previdência em órgãos especializados. Assim, criou-se
em 1977, o Sistema Nacional de Previdência Social
(SINPAS), composto pelos seguintes órgãos:

SINPAS
Sistema Nacional de Previdência Social

INPS IAPAS INAMPS


Responsável pelos Responsável pela
benefícios aos administração Responsável pela
trabalhadores financeira da Assistência médica
segurados. previdência

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Autoritarismo (1964 – 1985)

1977: Criação do INAMPS

Em 1977, a partir do desmembramento do INPS, surgiu o Instituto


Nacional de Assistência Médica e Previdência Social (INAMPS)

O INAMPS prestava assistência médica previdenciária


restritamente aos trabalhadores que exerciam
atividade remunerada e aos seus dependentes, assim
como o INPS, sendo a atenção à saúde centrada na
doença e em procedimentos.

Qual a diferença do INPS para o INAMPS?

INAMPS 1977 – 1993


INPS 1966 – 1977
(Autoritarismo – Nova
(Autoritarismo)
República)

• Desdobramento do INPS
Responsável pela assistência
médica e previdência social x • Responsável apenas pela
dos trabalhadores formais assistência médica dos
trabalhadores formais

A partir da criação do INAMPS, o INPS continuou a existir (até


1990), no entanto, a partir de 1977 o INPS já não era mais
responsável pela assistência médica, como anteriormente. Sua
responsabilidade passou a ser apenas a previdência social

1970: Reforma Sanitária


O movimento pela Reforma Sanitária surgiu da indignação de setores
da sociedade sobre o dramático quadro do setor de saúde. O
movimento atingiu sua maturidade a partir do fim da década de 1970, e
mantém-se mobilizado até o presente. Ele é formado por técnicos e
intelectuais, partidos políticos e diferentes correntes. Um dos seus
marcos foi a realização da 8º Conferência Nacional de Saúde, que será
vista adiante.

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Autoritarismo (1964 – 1985)

1978: Conferência de Alma-Ata


A realização da Conferência de Alma-Ata, em 1978,
ampliou mundialmente o debate sobre os modelos de
atenção à saúde, discutindo a importância da Atenção
Primária à Saúde, o que repercutiu também no Brasil.

1981: Instituição do Plano CONASP


O Conselho Consultivo de Administração da Saúde
Previdenciária (CONASP), foi criado para fiscalizar
rigorosamente a prestação de conta dos prestadores de
serviços privados, ligado ao INAMPS, com objetivo de
conter fraudes. O plano se dividia em 3 grandes grupos de
programas, um deles eram as Ações Integradas de Saúde
(AIS)

Ações Integradas de Saúde

Consistiram em uma estratégia de reorientação da política de


saúde que priorizava o setor público por meio da descentralização
das ações e serviços de saúde para os estados e municípios:
postos e centros de saúde passaram a oferecer assistência médica
além dos programas de saúde pública

O CONASP, deveria operar como organizador e racionalizador


da assistência médica e procurou instituir medidas
moralizadoras na área da saúde

1983: Implementação das AIS


A Ações Integradas de Saúde foram uma das primeiras
experiências com um sistema de saúde mais integrado e
articulado, que revelou ser a estratégia mais importante
para a universalização do direito à saúde, antes do SUS.

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23

Nova República (1985 – 1988)

Foi um período com diversas modificações na saúde pública do Brasil.


Esse período antecedeu a criação do SUS e da Constituição Federal

Um marco histórico foi a realização da 8º Conferência Nacional de


Saúde.

(1986) 8º Conferência Nacional de Saúde

Pela primeira vez na história do Brasil, essa Conferência permitiu a


participação da sociedade civil no processo de construção de um
novo ideário para a saúde. Foi norteada pelo princípio da "Saúde
como direito de todos e dever do Estado". Suas principais
deliberações foram a base para a instituição do SUS na
Constituição Federal de 1988. Nela foram tratados 3 temas
principais: a saúde como direito, a reformulação do sistema
nacional de saúde e o financiamento setorial.

As Conferências Nacionais de Saúde (CNS) representam um


importante momento de avaliação da situação da saúde no
país e de formulação de diretrizes para as políticas públicas no
setor. A 8º conferência foi considerada um marco histórico pelo
seu caráter democrático, pois, até então, não havia participação
da sociedade.

1987: Criação do Sistema Unificado e


Descentralizado de Saúde (SUDS)

Em 1987, enquanto se aprofundavam as discussões sobre o


financiamento e a operacionalização do Sistema Único de Saúde (SUS),
o Governo cria o Sistema Único Descentralizado de Saúde (SUDS), que
tinha como princípios a universalização, a equidade, a
descentralização, a regionalização, a hierarquização e a participação
da comunidade. O SUDS apresentou um avanço na gestão do Estado
sobre um Sistema de Saúde nacional, principalmente ao descentralizar
as ações para o âmbito dos estados e municípios.

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Nova República (1985 – 1988)

1988: Institucionalização do SUS


Em 1988, a Constituição Federal define a saúde como um
direito de todos os cidadãos e dever do Estado, criando o
Sistema Único de Saúde (SUS) através dos artigos 194 a 200.

Mas afinal, o que é o SUS?

O Sistema Único de Saúde (SUS) é um dos maiores e mais


complexos sistemas de saúde pública do mundo, abrangendo
desde o simples atendimento para avaliação da pressão arterial,
por meio da Atenção Primária, até o transplante de órgãos,
garantindo acesso integral, universal e gratuito para toda a
população do país. Com a sua criação, o SUS proporcionou o
acesso universal ao sistema público de saúde, sem discriminação.
A atenção integral à saúde, e não somente aos cuidados
assistenciais, passou a ser um direito de todos os brasileiros, desde
a gestação e por toda a vida, com foco na saúde com qualidade
de vida, visando a prevenção e a promoção da saúde.

1990: Regulamentação do SUS

O SUS foi regulamentado pelas Leis Orgânicas da Saúde: Lei


nº 8.080/1990, que dispões sobre as condições para a
promoção, a proteção e a recuperação da saúde, a
organização e o funcionamento dos serviços
correspondentes e dá outras providências; e a Lei nº
8.142/1990, que dispões sobre a participação da
comunidade na gestão do SUS e sobre as transferências
intergovernamentais de recursos financeiros na área da
saúde e dá outras providências.

A partir do SUS a saúde passou a ser um direito de todos, e não


apenas dos trabalhadores contribuintes com a previdência,
como ocorreu nos outros sistemas (CAPs, IAPs, INPS e INAMPS).

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Em resumo

Evolução da Medicina Previdenciária no Brasil

CAP (1923 – 1933)


Caixa de Aposentadoria e Pensão

• Cada empresa tinha seu próprio sistema de previdência social


e assistência médica.
• Quem contribuía: empregados e patrões (bipartite).

IAP (1933 – 1966)


Instituto de Aposentadoria e Pensão

• Cada categoria profissional tinha seu próprio sistema de


previdência social e assistência médica.
• Quem contribuía: empregados e patrões e o governo (tripartite).

INPS (1966 – 1977)


Instituto Nacional de Previdência Social

• Fusão das IAPs


• Todas as categorias profissionais passaram a ter apenas um
sistema previdenciário e de assistência médica

INAMPS (1977 – 1993)


Instituto Nacional de Assistência Médica e Previdência Social

• Desdobramento do INPS
• Responsável apenas pela assistência médica dos trabalhadores

SUS (1988 – Atualidade)


Sistema Único de Saúde

Saúde como direito de todos e dever do Estado, e não apenas dos


trabalhadores que contribuíam com a previdência

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Em resumo

Principais Características de Cada Período

Brasil Colônia (1500 – 1822)

• Colonização trouxe diversas doenças para os indígenas


• Não havia infraestrutura para saúde
• Doenças entendidas como castigo divino ou provação
• Pajés, cirurgiões barbeiros e padres jesuítas eram os
responsáveis pelo atendimento aos doentes
• Santas Casas da Misericórdia surgiram para oferecer
atendimento médico
• Chegada da família real no ano de 1808: Brasil começou a
desenvolver seu comercio através da exportação de produtos.
• Teoria miasmática: "ar contaminado" causava doenças

Brasil Império (1822 – 1889)

• Superação da Teoria Miasmática


• Era bacteriológica: descoberta dos agentes etiológico das
doenças
• Teoria da Unicausalidade: apenas um agente era o responsável
pela doença

República Velha (1889 – 1930)

• A assistência à saúde pública e privada era de baixa qualidade


e resolutividade
• Ênfase em campanhas de prevenção de combate a algumas
doenças transmissíveis
• Criação das Caixas de Aposentadorias e Pensões (CAPs), em
1923, que deram início à assistência médica previdenciária,
restrita a trabalhadores de determinadas empresas

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Em resumo

Principais Características de Cada Período

Era Vargas (1930 – 1964)

• Saúde pública a cargo do Ministério da Saúde e Educação


Pública (MESP), e, posteriormente, do Ministério da Saúde (MS),
de baixa qualidade e limitada
• Assistência médica prestada por meio dos IAPs somente aos
trabalhadores de determinadas categorias profissionais que
exerciam atividade remunerada
• Os IAPs substituíram as CAPs a partir de 1933

Autoritarismo (1964 – 1985)

• Saúde pública a cargo do Ministério da Saúde, de baixa


qualidade e limitada;
• Unificação dos IAPs, que originou o INPS em 1966;
• Criação do INAMPS, em 1977, que desmembrou as ações de
assistência médica do INPS;
• As políticas de saúde privilegiavam o setor privado;
• Assistência médica previdenciária (INPS e INAMPS) restrita aos
trabalhadores que exerciam atividade remunerada e
respectivos dependentes;
• Assistência médica previdenciária centrada na doença e nos
procedimentos, de baixa qualidade e alto custo.
• Início do movimento da Reforma Sanitária na década de 1970;
• Criação do plano CONASP, em 1981, e implantação das Ações
Integradas de Saúde (AIS), em 1983

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Em resumo

Principais Características de Cada Período

Nova República (1985 – 1988)

• Fortalecimento do Movimento da Reforma Sanitária;


• 8º Conferência Nacional de Saúde, em 1986;
• Início do processo de descentralização das ações de saúde
para estados e municípios;
• Criação do Sistema Único Descentralizado de Saúde (SUDS),
em 1987, e do SUS em 1988

Pós Constituinte

• Adoção dos princípios e das diretrizes do SUS;


• Universalização da Saúde: "Saúde, direito de todos e dever do
Estado";
• Enfrentamento de muitos problemas para a implantação do
SUS;
• Extinção do INAMPS por meio da Lei nº 8.689/1993;
• Enfrentamento de grupos corporativistas e empresariais que
são contrários ao SUS, por questões econômicas e financeiras;
• Entraves na consolidação do SUS, em decorrência da gestão
ineficaz e fragmentada, da corrupção, do subfinanciamento e
da hegemonia do modelo centrado na doença e no hospital
(biomédico)

Os principais marcos da saúde, a partir de 1990, serão


aprofundados nos próximos capítulos

História da Saúde Pública no Brasil


SUS na Constituição
Federal de 1988
CAPÍTULO II
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SUS na Constituição de 1988

No contexto brasileiro, o direito à saúde foi uma conquista do


movimento da Reforma Sanitária, refletindo na criação do Sistema
Único de Saúde (SUS) pela Constituição Federal de 1988, cujo artigo 196
dispõe que “A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido
mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do risco
de doença e de outros agravos e ao acesso universal e igualitário às
ações e serviços para a promoção, proteção e recuperação”.

No entanto, direito à saúde não se restringe apenas a poder ser


atendido no hospital ou em unidades básicas. Embora o acesso a
serviços tenha relevância, como direito fundamental, o direito à saúde
implica também na garantia ampla de qualidade de vida, em
associação a outros direitos básicos, como educação, saneamento
básico, atividades culturais e segurança.

Nesse capítulo serão abordados os artigos 194 e 195 da Constituição


Federal, que discorre sobre os aspectos gerais da Seguridade Social, e
os artigos 196 ao 200, que estão relacionados a saúde na Constituição.

Arts. 194 e 195 Seguridade Social

Art. 196 Universalidade, conceito ampliado de saúde

Saúde pelo Estado e pela iniciativa privada;


Art. 197 regulamentação, fiscalização e controle de
saúde

Diretrizes do SUS; aplicação mínima de


Art. 198 recursos; ACS/ACE

Art. 199 Participação da iniciativa privada

Art. 200 Competências do SUS

SUS na Constituição Federal de 1988


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SUS na Constituição de 1988

Arts. 194 e 195 (Seguridade Social)


A Ordem Social está presente na Constituição Federal de 1988 (CF/88) e
é formada por diversas áreas, dentre elas, destaca-se a Seguridade
Social, que é composta por um conjunto de ações integradas de saúde,
de assistência e de previdência social.

Art. 193. A ordem social tem como base o primado do trabalho, e


como objetivo o bem-estar e a justiça social.

ORDEM SOCIAL
CF/88, art. 193

BASE OBJETIVO

Promover o bem estar e


Primado do trabalho
a justiça social

O bem estar e a justiça social


O primado do trabalho significa dependem de um sistema que
que a ordem social, econômica assegure a todos a existência
e financeira do país dependem digna e cobertura de riscos
da valorização do trabalho sociais, tratamento de saúde
humano. universal e assistência aos
pobres necessitados.

Seguridade Social

A seguridade social compreende um conjunto integrado e ações de


iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas a assegurar
os direitos relativos à saúde, à previdência e à assistência social. É um
conceito estruturante das políticas sociais, cuja principal característica
é prezar pela garantia universal da prestação de benefícios e serviços
de proteção social pelo Estado.

Mas por que esse sistema surgiu? Bom, basicamente ele surgiu da
necessidade de estabelecer proteção contra os variados riscos ao ser
humano.

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SUS na Constituição de 1988

Seguridade Social
As ações de saúde, de assistência e de previdência social
devem ser promovidas de forma integrada, sem relação
de subordinação. Ou seja, elas atuam em conjunto e todas
tem o mesmo nível de importância, cada uma faz o seu
papel de proteção da sociedade.

Artigo 194

Art. 194. A seguridade social compreende um conjunto integrado de


ações de iniciativa dos Poderes Públicos e da sociedade, destinadas
a assegurar os direitos relativos à saúde, à previdência e à
assistência social.

Saúde

• Direito de todos e dever do Estado.


• Independe de contribuição, ou seja, todos tem direito à saúde,
até mesmo os que não contribuem com a previdência.

Previdência Social

• Direito do trabalhador e de seus dependentes.


• Caráter contribuitivo e compulsório, ou seja, apenas os que
trabalham e contribuem tem esse benefício, além disso, todos
os trabalhadores são obrigados a contribuir com a previdência.

Assistência Social

• Direito de todos os que necessitarem, ex. de programas: bolsa


família, bolsa verde, auxílio emergencial, entre outros.
• Independe de contribuição

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SUS na Constituição de 1988

Seguridade Social

Para facilitar o entendimento acerca da Seguridade Social,


memorize o mnemônico a seguir:

Seguridade Social = PAS (Previdência; Assistência social e Saúde)

Não confunda!
Previdência social: direito apenas dos que contribuírem;
Assistência social: direito de todos que necessitarem,
independentemente de contribuição.
Saúde: direito de todos;

SEGURIDADE SOCIAL
CF/88, art. 194

FORMADA ORGANIZADA

Por um conjunto integrado de


ações de iniciativa dos poderes Pelo poder público
públicos e da sociedade

Objetivos da Seguridade Social


Compete ao Poder Público, nos termos da lei, organizar a
seguridade social, com base nos seguintes objetivos:

I - Universalidade da cobertura e do atendimento

Trata-se da proteção do maior número de problemas sociais


(universalidade de cobertura) e que todas as pessoas que
necessitarem são “aceitas” na seguridade social (universalidade de
atendimento).

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SUS na Constituição de 1988

II - Uniformidade e equivalência dos benefícios e


serviços às populações urbanas e rurais;

A uniformidade significa que o plano de proteção social será o


mesmo para trabalhadores urbanos e rurais. Pela equivalência, o
valor das prestações pagas a urbanos e rurais dever ser
proporcionalmente igual. Os benefícios devem ser os mesmos
(uniformidade), mas o valor da renda mensal é equivalente, não
igual.

III - seletividade e distributividade na prestação dos


benefícios e serviços;

Deve-se selecionar os benefícios e serviços de maior prioridade


(seletividade) para os que mais precisam (distributividade), afinal
os recursos são limitados.

IV - irredutibilidade do valor dos benefícios;

A proposta do Principio da irredutibilidade do valor dos benefícios é


de que o beneficio não seja alterado no decorrer do tempo em seu
valor real, ou seja, é a garantia de que o beneficio não será
reduzido pela inflação, mantendo-se assim inalterado,
conservando o poder aquisitivo inicial.

V - equidade na forma de participação no custeio;

Este princípio estipula que, a participação no custeio será de


acordo com os rendimentos do cidadão brasileiro, assim, por
exemplo, a contribuição dos trabalhadores recai sobre a folha de
pagamento, ou seja quem ganha mais contribui mais.

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SUS na Constituição de 1988

VI - diversidade da base de financiamento,


identificando-se, em rubricas contábeis específicas para
cada área, as receitas e as despesas vinculadas a ações
de saúde, previdência e assistência social, preservado o
caráter contributivo da previdência social

Deve-se buscar o maior número de fontes de financiamento para a


seguridade social, afinal a seguridade social será financiada por
toda a sociedade

VII - caráter democrático e descentralizado da


administração, mediante gestão quadripartite, com
participação dos trabalhadores, dos empregadores, dos
aposentados e do Governo nos órgãos colegiados.

Esse princípio garante a participação dos trabalhadores e


empregadores nos colegiados dos órgãos públicos que
administram a seguridade social, pois o objeto desse sistema é de
grande interesse para eles, e não apenas ao poder público, por isso
a Constituição Federal permite suas participações em deliberações
e discussões atinentes ao sistema, tanto nas áreas da saúde,
assistência social e previdência social.

Artigo 195

O artigo 195 da CF/1988 prevê que a seguridade seja financiada por


toda sociedade. O custeio é feito por meio de recursos orçamentários
da União, dos Estados, do Distrito Federal e dos municípios, além, das
contribuições pagas pelo empregador, pela empresa ou entidade a ela
equiparada.

Art. 195. A seguridade social será financiada por toda a sociedade,


de forma direta e indireta, nos termos da lei, mediante recursos
provenientes dos orçamentos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios, e das seguintes contribuições sociais:
[páginas seguintes]

SUS na Constituição Federal de 1988


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SUS na Constituição de 1988

Financiamento da Seguridade Social

FINANCIAMENTO DA SEGURIDADE SOCIAL


CF/88, art. 195

Por toda a sociedade, mediante


recursos provenientes:

Do orçamento da União Do orçamento dos estados

Do orçamento dos municípios Do orçamento do DF

Das contribuições sociais

Das contribuições sociais

As contribuições sociais, que fazem parte do financiamento da


Seguridade Social, estão sintetizadas nos quadros abaixo:

I - do empregador, da empresa e da entidade a ela equiparada na


forma da lei, incidentes sobre:

a) a folha de salários e demais rendimentos do trabalho


pagos ou creditados, a qualquer título, à pessoa física que lhe
preste serviço, mesmo sem vínculo empregatício;
b) a receita ou o faturamento;
c) o lucro;

De forma resumida, as empresas devem contribuir com a


Seguridade Social pagando uma porcentagem do salário de
funcionários, dos prestadores de serviços para aquela empresa
(mesmo que não seja um empregado), ou de qualquer receita
gerada por ela (por meio da prestação de serviços ou venda de
produtos). Cabe às empresas efetuar a retenção e o recolhimento
dessas contribuições previdenciárias.

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SUS na Constituição de 1988

Financiamento da Seguridade Social

Das contribuições sociais

II - do trabalhador e dos demais segurados da previdência social,


podendo ser adotadas alíquotas progressivas de acordo com o
valor do salário de contribuição, não incidindo contribuição sobre
aposentadoria e pensão concedidas pelo Regime Geral de
Previdência Social;

Todos os trabalhadores devem contribuir com a Seguridade


Social. De forma objetiva, o imposto arrecadado é de acordo com o
salário daquele trabalhador. Ou seja, quanto mais aquele
empregado ganha, mais ele paga de imposto. Além disso, os
aposentados e os pensionistas da Previdência Social não precisam
contribuir

III - sobre a receita de concursos de prognósticos.

Concursos de prognósticos são jogos autorizados pelo Poder


Púbico, como por exemplo: apostas, loterias, sorteios, entre
outros. Uma parte dos recursos arrecadados devem ir para a
Seguridade Social

IV - do importador de bens ou serviços do exterior, ou de quem a lei


a ele equiparar.

Uma parte da receita advinda de importação deve ir para a


Seguridade Social

De forma resumida: o Poder Público arrecada dinheiro para


financiar a Seguridade Social de diversas fontes, as principais
são: empresas, trabalhadores, jogos autorizados e importação.

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SUS na Constituição de 1988

Art. 196 (Universalidade)

O artigo 196 afirma que o direito à saúde deve ser


viabilizado por políticas que garantam “acesso universal e
igualitário”, mais “promoção e proteção”, ao lado da
“recuperação” da saúde. Nessa construção, em especial no
que diz respeito aos termos “promoção e proteção”, está
embutido o conceito ampliado de saúde, formulado em
1986, na 8ª Conferência Nacional de Saúde, e que entende
a saúde como algo mais amplo do que a ausência de
doença. O conceito relaciona-se ao que chamamos de
determinantes sociais da saúde, e inclui a garantia de
alimentação, habitação, educação, renda, meio ambiente,
trabalho, transporte, emprego, lazer, liberdade e acesso e
posse da terra e acesso a serviços de saúde, apontando
para o caráter multidimensional da saúde.

Art. 196. A saúde é direito de todos e dever do Estado, garantido


mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução do
risco de doença e de outros agravos e ao acesso universal e
igualitário às ações e serviços para sua promoção, proteção e
recuperação.

A saúde é um direito de todos e dever do Estado


CF/88, art. 196

Objetiva o acesso
universal e
Garantido mediante Visa reduzir o risco igualitário as ações e
políticas sociais e de doenças e outros serviços para sua
econômicos agravos promoção, proteção
e recuperação

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SUS na Constituição de 1988

Art. 197 (Saúde pelo Estado e pela iniciativa privada)

O artigo 197 afirma que as ações e serviços de saúde (sejam


eles públicos ou privados) são de relevância pública. Ou
seja, o Poder Público deve regulamentar, fiscalizar e
controlar todas as ações, tanto de iniciativa pública como
privada. Além disso, a regulamentação, fiscalização e
controle das ações e serviços de saúde podem ser feitos
diretamente pelo Estado, ou através de terceiros (iniciativa
privada, pessoa jurídica ou física).

Art. 197. São de relevância pública as ações e serviços de saúde,


cabendo ao Poder Público dispor, nos termos da lei, sobre sua
regulamentação, fiscalização e controle, devendo sua execução ser
feita diretamente ou através de terceiros e, também, por pessoa
física ou jurídica de direito privado.

Ações e serviços de saúde


CF/88, art. 197

Devem ser
executados:
• Pelo Estado
Cabe ao Poder (diretamente ou
São de relevância Público dispor sobre através de terceiros)
pública sua regulamentação, • Por pessoa física ou
fiscalização e jurídica de direito
controle privado

Para facilitar o entendimento acerca do dever do Poder Público sobre as


ações e serviços de saúde, memorize o mnemônico a seguir:

Cabe ao Poder público


REFICO (Regulamentação; Fiscalização; Controle)

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SUS na Constituição de 1988

Art. 198 (Diretrizes do SUS; aplicação mínima de


recursos; ACS/ACE)

A Constituição Federal de 1988, em seu Art. 198, estabelece


como diretrizes do Sistema Único de Saúde a
descentralização, o atendimento integral (integralidade) e
a participação da comunidade.

Mas afinal, o que são diretrizes?

As diretrizes do SUS são, o conjunto de recomendações técnicas e


organizacionais voltadas para problemas específicos, funcionam
como orientadores da configuração geral do sistema em todo o
território nacional. As diretrizes, apesar de parecerem uma coisa
técnica demais, acabam tendo bastante influência no modo como
os sistemas municipais de saúde são organizados, até mesmo
porque, de uma maneira geral, elas são acompanhadas de
recursos financeiros para a sua execução.

Art. 198. As ações e serviços públicos de saúde integram uma rede


regionalizada e hierarquizada e constituem um sistema único,
organizado de acordo com as seguintes diretrizes:

I - descentralização, com direção única em cada esfera de governo;


II - atendimento integral, com prioridade para as atividades
preventivas, sem prejuízo dos serviços assistenciais;
III - participação da comunidade.

Hierarquização Regionalização

Os serviços devem ser organizados Objetiva garantir o direito à saúde


em níveis crescentes de da população, reduzindo as
complexidade (primário, secundário, desigualdades sociais e territoriais
terciário). Isso significa que o por meio da identificação e
paciente deve entrar no sistema por reconhecimento das regiões de
meio da atenção primária, e, se saúde. Distribuindo as ações e
houver necessidade, o paciente deve serviços de saúde através das
ser encaminhado a um centro de regiões e organizando-os de modo
maior complexidade. eficiente.

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SUS na Constituição de 1988

Art. 198 (Diretrizes do SUS; aplicação mínima de


recursos; ACS/ACE)

Diretrizes do SUS
CF/88, art. 198

Atendimento Participação da
Descentralização comunidade
integral
Com prioridade para as
Com direção única
atividades preventivas, Conselhos e
em cada esfera de
sem prejuízo dos conferências
governo;
serviços assistenciais;

Descentralização

Descentralizar é redistribuir poder e responsabilidade entre os três níveis de


governo (federal, estadual e municipal). Objetivando uma prestação de
serviços com mais eficiência e qualidade. A partir do conceito do comando
único, cada esfera de governo é autônoma e soberana em suas decisões e
atividades, respeitando os princípios gerais e a participação da sociedade

Atendimento integral (Integralidade)

A integralidade enquanto princípio do Sistema Único de Saúde busca


garantir ao indivíduo uma assistência à saúde que transcenda a prática
curativa, contemplando o indivíduo em todos os níveis de atenção e
considerando o sujeito inserido em um contexto social, familiar e cultural.

Participação da comunidade

A sociedade deve participar no dia-a-dia do sistema. Para isto, devem ser


criados os Conselhos e as Conferências de Saúde, que visam formular
estratégias, controlar e avaliar a execução da política de saúde.

Para facilitar o entendimento, memorize o mnemônico a seguir:

DIP (Descentralização; Integralidade; Participação da


comunidade)

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SUS na Constituição de 1988

Art. 198 (Diretrizes do SUS; aplicação mínima de


recursos; ACS/ACE)

§ 2º A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios aplicarão,


anualmente, em ações e serviços públicos de saúde recursos mínimos
derivados da aplicação de percentuais calculados sobre:

I - no caso da União, a receita corrente líquida do respectivo


exercício financeiro, não podendo ser inferior a 15% (quinze por
cento);
II - no caso dos Estados e do Distrito Federal, doze por cento do
produto da arrecadação dos impostos...
III - no caso dos Municípios e do Distrito Federal, quinze por cento
do produto da arrecadação dos impostos...

De forma resumida: após o pagamento das dívidas da União,


Estados e Municípios, uma parte do lucro arrecadado deve ir
para a saúde.

Recursos mínimos para a saúde


CF/88, art. 198

Estados Municípios Distrito


União
Federal

Não pode ser 12% da receita 15% da receita 12% e 15% das
inferior a 15% de sua de sua receitas dos estados
do lucro competência competência e municípios,
respectivamente

§ 4º Os gestores locais do sistema único de saúde poderão admitir


agentes comunitários de saúde e agentes de combate às
endemias por meio de processo seletivo público, de acordo com a
natureza e complexidade de suas atribuições e requisitos
específicos para sua atuação.

De forma resumida: os agentes comunitários de saúde (ACS)


e os agentes de combate às endemias (ACE) só podem ser
contratados através de processo seletivo, não existe
concurso público para essas profissões.

SUS na Constituição Federal de 1988


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SUS na Constituição de 1988

Art. 198 (Diretrizes do SUS; aplicação mínima de


recursos; ACS/ACE)

§ 5º Lei federal disporá sobre o regime jurídico, o piso salarial


profissional nacional, as diretrizes para os Planos de Carreira e a
regulamentação das atividades de agente comunitário de saúde e
agente de combate às endemias, competindo à União, nos termos da
lei, prestar assistência financeira complementar aos Estados, ao
Distrito Federal e aos Municípios, para o cumprimento do referido piso
salarial.

De forma resumida: caso o salário do ACS ou do ACE seja


menor do que o piso salarial previsto, a União deve
complementar o valor, para que seja pago de forma integral.

§ 9º O vencimento dos agentes comunitários de saúde e dos agentes


de combate às endemias não será inferior a 2 (dois) salários
mínimos, repassados pela União aos Municípios, aos Estados e ao
Distrito Federal.

Os ACS e ACE deverão receber salário superior a 2 (dois)


salários mínimos.

§ 10. Os agentes comunitários de saúde e os agentes de combate às


endemias terão também, em razão dos riscos inerentes às funções
desempenhadas, aposentadoria especial e, somado aos seus
vencimentos, adicional de insalubridade.

Mas afinal, o que fazem os ACS e ACE?

• Agente Comunitário de Saúde: exerce atividades de prevenção de


doenças e promoção da saúde, mediante ações domiciliares ou
comunitárias, desenvolvidas em conformidade com as diretrizes do SUS.
Ex.: realização de visitas domiciliares periódicas para monitoramento de
situações de risco à família.
• Agente de Combate às Endemias: exerce atividades de vigilância,
prevenção e controle de doenças e promoção da saúde, desenvolvidas
em conformidade com as diretrizes do SUS.

SUS na Constituição Federal de 1988


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44

SUS na Constituição de 1988

Art. 199 (Participação da iniciativa privada)

O artigo 199 da Constituição Federal aborda a possibilidade


de participação da iniciativa privada na assistência à saúde.
Dessa forma, o cidadão que necessita de atendimento
especializado terá seu tratamento custeado pelo SUS, mesmo
sendo atendido em um hospital ou clínica particular.

Art. 199. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.

§ 1º As instituições privadas poderão participar de forma


complementar do sistema único de saúde, segundo diretrizes deste,
mediante contrato de direito público ou convênio, tendo
preferência as entidades filantrópicas e as sem fins lucrativos.

Quando há participação da iniciativa privada (empresas e hospitais


particulares) no SUS, a sua participação será de forma complementar,
ou seja, como uma parte integrante do SUS. Além disso, a iniciativa
privada deve seguir as mesmas normas e diretrizes do SUS para que
consiga atuar na saúde pública.

Participação da iniciativa privada


CF/88, art. 199

Complementar Entidades filantrópicas

Com preferência para:


Entidades sem fins lucrativos

A importância da parceria público-privada

O SUS sofre principalmente pela falta de recursos para atendimento à


população. Isso provoca a falta de medicamentos e estruturas adequadas.
Na ponta, sofrem os pacientes mais carentes. Nesse sentido, a participação
do setor privado no SUS por meio de parceria, com a destinação de
recursos às empresas, para que prestem atendimento como credenciadas,
é uma alternativa para melhoria da saúde pública no Brasil.

SUS na Constituição Federal de 1988


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45

SUS na Constituição de 1988

Art. 199 (Participação da iniciativa privada)

§ 2º É vedada a destinação de recursos públicos para auxílios ou


subvenções às instituições privadas com fins lucrativos.

Por exemplo: se um hospital privado precisa de uma reforma


ou de recursos para comprar equipamentos, o SUS não pode
contribuir auxiliando essa instituição, mesmo que ela faça
parte da rede complementar de iniciativa privada do SUS.

§ 3º É vedada a participação direta ou indireta de empresas ou


capitais estrangeiros na assistência à saúde no País, salvo nos
casos previstos em lei.

Isso significa que a assistência à saúde no Brasil, deve ser


prestada apenas pelo poder público, por empresas e capitais
brasileiros. Porém, poderá haver algumas exceções
determinadas por lei.

Atenção
Vale ressaltar que a Lei 8.080 (que será vista em capítulos
adiante) foi alterada em 2015, permitindo a participação
direta ou indireta de capital estrangeiro em algumas
situações (artigo 23 da Lei 8.080). Fique atento(a) na hora de
responder questões de prova, verifique se o enunciado da
questão se refere a Constituição Federal ou a Lei 8.0.80

§ 4º A lei disporá sobre as condições e os requisitos que facilitem a


remoção de órgãos, tecidos e substâncias humanas para fins de
transplante, pesquisa e tratamento, bem como a coleta,
processamento e transfusão de sangue e seus derivados, sendo
vedado todo tipo de comercialização.

De forma resumida, é proibido a comercialização de


qualquer parte humana, onde a lei regulamentará todas as
condições de transplantes, pesquisa e tratamento

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SUS na Constituição de 1988

Art. 200 (Competências do SUS)

O artigo 200 trata das competências e atribuições do Sistema


Único de Saúde

Art. 200. Ao sistema único de saúde compete, além de outras


atribuições, nos termos da lei:

I - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e


substâncias de interesse para a saúde e participar da
produção de medicamentos, equipamentos,
imunobiológicos, hemoderivados e outros insumos;

Essa primeira competência é de responsabilidade da vigilância sanitária


(órgão do SUS). Sua competência é de controlar e fiscalizar qualquer
produto ou procedimento de interesse para a saúde. Além disso, devem
seguir as normas da vigilância sanitária, que abrange todas as etapas e
processos, desde a produção até o consumo.

II - executar as ações de vigilância sanitária e


epidemiológica, bem como as de saúde do trabalhador;

Além da vigilância sanitária, o SUS tem a competência de realizar vigilância


epidemiológica que fornece orientação técnica para os profissionais de
saúde, e têm a responsabilidade de decidir sobre a execução de ações de
controle de doenças e agravos. Além disso, a saúde do trabalhador, que tem
como objetivo avaliar o impacto das medidas adotadas para a eliminação,
atenuação e controle dos fatores determinantes e agravos à saúde

III - ordenar a formação de recursos humanos na área de


saúde;

Ou seja, o SUS deve organizar a composição e distribuição da força de


trabalho, formação, qualificação profissional, organização do trabalho,
regulação do exercício profissional, relações de trabalho, além da tradicional
administração de pessoal.

SUS na Constituição Federal de 1988


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SUS na Constituição de 1988

Art. 200 (Competências do SUS)

IV - participar da formulação da política e da execução das


ações de saneamento básico;

Os riscos à saúde pública estão ligados a alguns fatores possíveis e


indesejáveis de ocorrerem em áreas urbanas e rurais, os quais podem ser
minimizados ou eliminados com o uso apropriado de serviços de
saneamento. O SUS participa das ações de saneamento e formulação de
políticas, pois, a questão ambiental está inserida no contexto de saúde.

V - incrementar, em sua área de atuação, o desenvolvimento


científico e tecnológico e a inovação;

De forma simplificada, o SUS deve investir em pesquisa na área da saúde,


pois entende-se a sua importância para a evolução do saúde como um
todo.

VI - fiscalizar e inspecionar alimentos, compreendido o


controle de seu teor nutricional, bem como bebidas e águas
para consumo humano;

Essa também é um competência da vigilância sanitária para promover as


boas práticas na produção e manipulação de alimentos, possibilitando
assim, minimizar ou eliminar os potenciais riscos a saúde da população.

VII - participar do controle e fiscalização da produção,


transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos
psicoativos, tóxicos e radioativos;

Esses produtos tem alto potencial para prejuízo da população, e essa


também é uma competência da vigilância sanitária, que deve participar e
fiscalizar desde a produção até a utilização dessas substâncias e produtos.

VIII - colaborar na proteção do meio ambiente, nele


compreendido o do trabalho.

Uma vez entendido que o ambiente está inserido no contexto de saúde, o SUS
deve colaborar com a sua proteção.

SUS na Constituição Federal de 1988


de Setembro de 1990
Lei 8.080 de 19
CAPÍTULO III
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Lei 8.080

Disposições Gerais do SUS – Arts. 1º ao 4º

A Lei 8.080, de 19 de setembro de 1990, também conhecida como Lei


Orgânica da Saúde, que define as diretrizes para organização e
funcionamento do Sistema de Saúde brasileiro. Trata-se do eixo
principal de compreensão da política de saúde no Brasil. Para efeito de
provas de concursos não há outro documento sobre o qual se pergunte
mais. Trata-se de um texto de lei bastante denso e extenso, e não
poderia ser diferente, uma vez que esta lei é a coluna vertebral de toda
a legislação do SUS.

A Lei 8.080/1990 dispõe sobre as condições para:

a promoção a proteção

a recuperação da a organização e o funcionamento


saúde dos serviços correspondentes

e dá outras providências

Art. 1º Esta lei regula, em todo o território nacional, as ações e


serviços de saúde, executados isolada ou conjuntamente, em
caráter permanente ou eventual, por pessoas naturais ou jurídicas de
direito Público ou privado.

Essa lei regulamenta toda e qualquer atividade de saúde no Brasil e não


apenas as promovidas pelo poder público, mas também as da iniciativa
privada.

Art. 2º A saúde é um direito fundamental do ser humano, devendo o


Estado prover as condições indispensáveis ao seu pleno exercício.

A saúde é um direito de todos e dever do Estado, como já citado


anteriormente no capítulo da Constituição Federal, em seu artigo 196

Lei 8.080 de 1990


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Lei 8.080

Disposições Gerais do SUS – Arts. 1º ao 4º

§ 1º O dever do Estado de garantir a saúde consiste na formulação e


execução de políticas econômicas e sociais que visem à redução de
riscos de doenças e de outros agravos e no estabelecimento de
condições que assegurem acesso universal e igualitário às ações e
aos serviços para a sua promoção, proteção e recuperação.

§ 2º O dever do Estado não exclui o das pessoas, da família, das


empresas e da sociedade.

Saúde Direito fundamental

• Garantir a saúde
• Formulação e execução de
políticas econômicas e sociais
Estado
• Acesso universal e igualitário às
ações e aos serviços
• Promoção, proteção e recuperação

• Das pessoas
Seu dever • Da família
não exclui • Das empresas
• Da sociedade

Art. 3º Os níveis de saúde expressam a organização social e


econômica do País, tendo a saúde como determinantes e
condicionantes, entre outros, a alimentação, a moradia, o
saneamento básico, o meio ambiente, o trabalho, a renda, a
educação, a atividade física, o transporte, o lazer e o acesso aos
bens e serviços essenciais.

Os determinantes sociais da saúde estão relacionados às condições em


que uma pessoa vive e trabalha. Também podem ser considerados os
fatores sociais, econômicos, culturais, étnicos/raciais, psicológicos e
comportamentais que influenciam a ocorrência de problemas de saúde e
fatores de risco à população, tais como moradia, alimentação,
escolaridade, renda e emprego.

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Lei 8.080

Disposições Gerais do SUS – Arts. 1º ao 4º

Determinantes e condicionantes de saúde

Alimentação Meio ambiente Educação

Moradia Trabalho Renda Transporte

Acesso aos bens e


Saneamento básico Lazer
serviços essenciais

Na lista de leis que alteraram o texto original, consta o acréscimo neste artigo,
que inclui a atividade física como um determinante de saúde. (Lei nº 12.864, de
24 de setembro de 2013)

Atividade Física

Art. 4º O conjunto de ações e serviços de saúde, prestados por


órgãos e instituições públicas federais, estaduais e municipais, da
Administração direta e indireta e das fundações mantidas pelo Poder
Público, constitui o Sistema Único de Saúde (SUS).

§ 1º Estão incluídas no disposto neste artigo as instituições públicas


federais, estaduais e municipais de controle de qualidade, pesquisa
e produção de insumos, medicamentos, inclusive de sangue e
hemoderivados, e de equipamentos para saúde.

§ 2º A iniciativa privada poderá participar do Sistema Único de


Saúde (SUS), em caráter complementar.

Nesse artigo procura-se esclarecer quais instituições e órgãos fazem parte


do SUS. O primeiro grupo é das instituições públicas, mais fácil de se
distinguir, pois são aquelas geridas diretamente pelos órgãos competentes
da saúde (secretarias de saúde e Ministério da Saúde). Já o segundo
grupo, da administração indireta, está dividido em diferentes modalidades
como como autarquias, fundações, empresas públicas, sociedades de
economia mista. Há também a possibilidade de atuação de empresas
privadas que podem vender serviços ao SUS.

Lei 8.080 de 1990


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Lei 8.080

Disposições Gerais do SUS – Arts. 1º ao 4º

Saúde

Conjunto de ações e serviços de saúde

Federais Estaduais Municipais

Participação da Caráter
iniciativa privada complementar

Objetivos e Atribuições – Arts .5º e 6º

Art. 5º São objetivos do Sistema Único de Saúde SUS:

I - a identificação e divulgação dos fatores condicionantes e


determinantes da saúde;
II - a formulação de política de saúde destinada a promover, nos
campos econômico e social, a observância do disposto no § 1º do art.
2º desta lei;
III - a assistência às pessoas por intermédio de ações de promoção,
proteção e recuperação da saúde, com a realização integrada das
ações assistenciais e das atividades preventivas.

Este artigo resume as missões designadas ao SUS (e que de certa forma


justificam a necessidade de sua existência).
I - identificar as necessidades de saúde de sua população, considerando
as condições em que as pessoas nascem, crescem, vivem, trabalham e
envelhecem;
II - formular políticas que sejam compatíveis ao atendimento das
Necessidades da população;
III - executar ações para evitar e tratar doenças, de forma integrada, ou
seja, de forma articulada entre si, focada na prevenção e resolução do
problema de saúde

Não confunda: os objetivos são diferentes das diretrizes, e


diferentes dos princípios do SUS (que serão vistas adiante)

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Lei 8.080

Objetivos e Atribuições – Arts .5º e 6º

Objetivos do SUS

Identificar e divulgar os fatores condicionantes e


determinantes de saúde

Formular a política de saúde

Promover a assistência às pessoas por meio da


promoção, proteção e recuperação de saúde

Art. 6º Estão incluídas ainda no campo de atuação do Sistema Único


de Saúde (SUS):

I - a execução de ações:

De vigilância De vigilância
sanitária epidemiológica

De assistência
De saúde do
terapêutica integral,
trabalhador
inclusive farmacêutica;

A vigilância sanitária busca intervir nos problemas sanitários


decorrentes do meio ambiente, da produção e circulação de bens e da
prestação de serviços de interesse da saúde. A vigilância
epidemiológica tem a finalidade de recomendar e adotar as medidas
de prevenção e controle das doenças ou agravos. A saúde do
trabalhador visa à promoção e proteção da saúde dos trabalhadores.
Já a assistência terapêutica integral está relacionada à ideia de
cuidado por meio da oferta de tratamentos aos doentes e
fornecimento de medicamentos.

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Lei 8.080

Campo de Atuação do SUS

II – a participação na formulação da política e na execução


de ações de saneamento básico;

III - a ordenação da formação de recursos humanos na área


de saúde;

IV – a vigilância nutricional e a orientação alimentar;

V - a colaboração na proteção do meio ambiente, nele


compreendido o do trabalho;

VI - a formulação da política de medicamentos, equipamentos,


imunobiológicos e outros insumos de interesse para a saúde e
a participação na sua produção;

VII - o controle e a fiscalização de serviços, produtos e


substâncias de interesse para a saúde;

VIII - a fiscalização e a inspeção de alimentos, água e bebidas


para consumo humano;

IX - a participação no controle e na fiscalização da produção,


transporte, guarda e utilização de substâncias e produtos
psicoativos, tóxicos e radioativos;

X - o incremento, em sua área de atuação, do desenvolvimento


científico e tecnológico;

XI - a formulação e execução da política de sangue e seus


derivados.

Perceba que o campo de atuação do SUS presente no artigo 6º


da Lei 8.080 traz alguns elementos das competências do SUS no
artigo 200 da Constituição Federal

Lei 8.080 de 1990


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Lei 8.080

Vigilância em Saúde – Art. 6º (§ 1º a §3º)

Ainda de acordo com o Art. 6º...


§ 1º Entende-se por vigilância sanitária um conjunto de ações capaz
de eliminar, diminuir ou prevenir riscos à saúde e de intervir nos
problemas sanitários decorrentes do meio ambiente, da produção e
circulação de bens e da prestação de serviços de interesse da
saúde, abrangendo:
I - o controle de bens de consumo que, direta ou indiretamente, se
relacionem com a saúde, compreendidas todas as etapas e
processos, da produção ao consumo; e
II - o controle da prestação de serviços que se relacionam direta ou
indiretamente com a saúde.

A Vigilância Sanitária abrange o controle de produtos e da prestação de


serviços que se relacionem com a saúde humana. A vigilância sanitária
também pode ser concebida como um espaço de exercício da cidadania e
do controle social, por sua capacidade transformadora da qualidade dos
produtos, dos processos e das relações sociais.

Vigilância Sanitária
Conjunto de ações para diminuir riscos a saúde e
intervir nos problemas sanitários decorrentes:

Da prestação de
Do meio Da produção e da
serviços de
ambiente circulação de bens
interesse da saúde

A Vigilância Sanitária abrange

O controle dos bens de O controle da prestação


consumo que se de serviços que se
relacionam com a saúde relacionam com a saúde

A Vigilância Sanitária exerce uma importante função para a


estruturação do SUS, principalmente no que diz respeito às ações
regulatórias e de monitoramento de produtos e ações normativas e
fiscalizatórias sobre os serviços prestados à população que se
relacionam com a saúde

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Lei 8.080

Vigilância em Saúde – Art. 6º (§ 1º a §3º)

Ainda de acordo com o Art. 6º...


§ 2º Entende-se por vigilância epidemiológica um conjunto de ações
que proporcionam o conhecimento, a detecção ou prevenção de
qualquer mudança nos fatores determinantes e condicionantes de
saúde individual ou coletiva, com a finalidade de recomendar e
adotar as medidas de prevenção e controle das doenças ou
agravos.

O propósito da Vigilância Epidemiológica é fornecer orientação técnica


permanente para os que têm a responsabilidade de decidir sobre a
execução de ações de controle de doenças e agravos. Tem como funções,
dentre outras: coleta e processamento de dados; análise e interpretação
dos dados processados; divulgação das informações; investigação
epidemiológica de casos e surtos; análise dos resultados obtidos; e
recomendações e promoção das medidas de controle indicadas.

Vigilância Epidemiológica
Conjunto de ações que proporcionam:

Conhecimento, detecção e prevenção de


mudança nos fatores determinantes e
condicionantes de saúde

Finalidade
Recomendar e adotar medidas de prevenção
e controle das doenças ou agravos.

A operacionalização da vigilância epidemiológica compreende um


ciclo de funções específicas e complementares, desenvolvidas de
modo contínuo, permitindo conhecer, a cada momento, o
comportamento da doença ou agravo selecionado como alvo das
ações, de forma que as medidas de intervenção pertinentes possam
ser desencadeadas em tempo oportuno e com eficácia. O objetivo
principal é fornecer orientação para os profissionais de saúde, para
decidir sobre a execução de ações de controle, tornando disponíveis
informações atualizadas sobre a ocorrência dessas doenças, bem
como dos fatores que a condicionam, numa área geográfica ou
população definida.

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Lei 8.080

Vigilância em Saúde – Art. 6º (§ 1º a §3º)

Ainda de acordo com o Art. 6º...

§ 3º Entende-se por saúde do trabalhador, para fins desta lei, um


conjunto de atividades que se destina, através das ações de
vigilância epidemiológica e vigilância sanitária, à promoção e
proteção da saúde dos trabalhadores, assim como visa à
recuperação e reabilitação da saúde dos trabalhadores submetidos
aos riscos e agravos advindos das condições de trabalho,
abrangendo:

I - assistência ao trabalhador vítima de acidentes de trabalho


ou portador de doença profissional e do trabalho;

II - participação, no âmbito de competência do Sistema Único


de Saúde (SUS), em estudos, pesquisas, avaliação e controle
dos riscos e agravos potenciais à saúde existentes no
processo de trabalho;

III - participação, no âmbito de competência do Sistema Único


de Saúde (SUS), da normatização, fiscalização e controle das
condições de produção, extração, armazenamento,
transporte, distribuição e manuseio de substâncias, de
produtos, de máquinas e de equipamentos que apresentam
riscos à saúde do trabalhador;

IV - avaliação do impacto que as tecnologias provocam à


saúde;

V - informação ao trabalhador e à sua respectiva entidade


sindical e às empresas sobre os riscos de acidentes de
trabalho, doença profissional e do trabalho, bem como os
resultados de fiscalizações, avaliações ambientais e exames
de saúde, de admissão, periódicos e de demissão, respeitados
os preceitos da ética profissional;

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Lei 8.080

Vigilância em Saúde – Art. 6º (§ 1º a §3º)

VI - participação na normatização, fiscalização e controle


dos serviços de saúde do trabalhador nas instituições e
empresas públicas e privadas;

VII - revisão periódica da listagem oficial de doenças


originadas no processo de trabalho, tendo na sua elaboração
a colaboração das entidades sindicais

VIII - garantia ao sindicato dos trabalhadores de requerer ao


órgão competente a interdição de máquina, de setor de
serviço ou de todo ambiente de trabalho, quando houver
exposição a risco iminente para a vida ou saúde dos
trabalhadores.

A saúde do trabalhador se destina

Através das ações de vigilância


sanitária e vigilância epidemiológica

A promoção e a A recuperação e a
proteção da saúde reabilitação da saúde
dos trabalhadores dos trabalhadores

Entendemos que o processo saúde-doença dos trabalhadores tem


relação direta com o seu trabalho; e não deve ser reduzido a uma
relação monocausal entre doença e um agente específico; ou
multicausal, entre a doença e um grupo de fatores de riscos (físicos,
químicos, biológicos, mecânicos), presentes no ambiente de trabalho.
Saúde e doença estão condicionados e determinados pelas condições
de vida das pessoas e são expressos entre os trabalhadores também
pelo modo como vivenciam as condições, os processos e os ambientes
em que trabalham.

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Lei 8.080

Princípios e Diretrizes – Art. 7º


O artigo 7º é o “coração e alma“ da lei 8.080, a expressão maior dos
valores defendidos nos primórdios do movimento da reforma sanitária
Brasileira. Os princípios e diretrizes do SUS constituem as bases para o
funcionamento e organização do sistema de saúde em nosso país.

Art. 7º As ações e serviços públicos de saúde e os serviços privados


contratados ou conveniados que integram o Sistema Único de Saúde
(SUS), são desenvolvidos de acordo com as diretrizes previstas no
art. 198 da Constituição Federal, obedecendo ainda aos seguintes
princípios:

I - universalidade de acesso aos serviços de saúde em todos


os níveis de assistência;

II - integralidade de assistência, entendida como conjunto


articulado e contínuo das ações e serviços preventivos e
curativos, individuais e coletivos, exigidos para cada caso em
todos os níveis de complexidade do sistema;

III - preservação da autonomia das pessoas na defesa de sua


integridade física e moral;

IV - igualdade da assistência à saúde, sem preconceitos ou


privilégios de qualquer espécie;

V - direito à informação, às pessoas assistidas, sobre sua


saúde;

VI - divulgação de informações quanto ao potencial dos


serviços de saúde e a sua utilização pelo usuário;

VII - utilização da epidemiologia para o estabelecimento de


prioridades, a alocação de recursos e a orientação
programática;

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Lei 8.080

Princípios e Diretrizes – Art. 7º

VIII - participação da comunidade;

IX - descentralização político-administrativa, com direção


única em cada esfera de governo:

a) ênfase na b) regionalização e
descentralização hierarquização da
dos serviços para os rede de serviços de
municípios; saúde;

X - integração em nível executivo das ações de saúde, meio


ambiente e saneamento básico;

XI - conjugação dos recursos financeiros, tecnológicos,


materiais e humanos da União, dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios na prestação de serviços de
assistência à saúde da população;

XII - capacidade de resolução dos serviços em todos os níveis


de assistência;

XIII - organização dos serviços públicos de modo a evitar


duplicidade de meios para fins idênticos.

XIV – organização de atendimento público específico e


especializado para mulheres e vítimas de violência
doméstica em geral, que garanta, entre outros, atendimento,
acompanhamento psicológico e cirurgias plásticas
reparadoras, em conformidade com a Lei nº 12.845, de 1º de
agosto de 2013.

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Lei 8.080

Princípios e Diretrizes – Art. 7º


É comum dividir os princípios do SUS em 2 grupos: doutrinários e
organizativos.

Doutrinários Organizativos

São mais conceituais, ou seja,


Embasa efetivamente a
são a base ideológica que
maneira com que o sistema se
representa os valores que
organiza, por isso recebem esse
defendemos em um sistema que
nome.
deve garantir o direito à saúde.

Princípios Doutrinários

Universalidade

Significa que o SUS deve atender a todos por meio de sua estrutura e
serviços, sem distinções ou restrições, oferecendo toda a atenção
necessária, sem qualquer custo. Não importando, por exemplo, se a
pessoa possui um plano de saúde privado.

Equidade

É o direito das pessoas a serem atendidas de acordo com as suas


necessidades de saúde, sem privilégios ou preconceitos. O SUS deve
disponibilizar recursos e serviços de forma justa, de acordo com as
necessidades de cada um. Portanto, não é sinônimo de igualdade,
apesar de o texto da lei colocar nesses termos e esses conceitos terem
muito em comum.

Integralidade

Preconiza a garantia ao usuário de uma atenção que abrange as


ações de promoção, prevenção, tratamento e reabilitação, com
garantia de acesso a todos os níveis de atenção do Sistema de Saúde.

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Lei 8.080

Princípios e Diretrizes – Art. 7º

Princípios Organizativos

Regionalização

Trata-se de uma forma de organização do Sistema de Saúde, com base


territorial e populacional, adotada por muitos países na busca por uma
distribuição de serviços que promova equidade de acesso, qualidade,
otimização dos recursos e racionalidade de gastos.

Hierarquização

Diz respeito à possibilidade de organização dos níveis de atenção do


Sistema conforme o grau de densidade tecnológica dos serviços, isto é, o
estabelecimento de uma rede que articula os serviços dos diferentes níveis
de atenção.

Descentralização

É o processo de transferência de responsabilidades da gestão e recursos


para os municípios, atendendo às determinações constitucionais e legais
que embasam o SUS e que definem atribuições comuns e competências
específicas à União, estados, Distrito Federal e municípios.

Participação da comunidade

Também conhecida como controle social, é um mecanismo


institucionalizado pelo qual se procura garantir a participação social,
com representatividade, no acompanhamento da formulação e
execução das políticas de saúde. Ele se concretiza primordialmente por
meio dos Conselhos e Conferências de Saúde (que serão vistos no
capítulo da Lei 8.080), mas se dá também em outras instâncias.

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Lei 8.080

Princípios e Diretrizes – Art. 7º

Para facilitar o aprendizado dos princípios e diretrizes do SUS, memorize


o mnemônico a seguir:

Princípios Doutrinários

Universalidade

Equidade Terminam em ADE

Integralidade

Princípios Organizativos

Regionalização

Hierarquização

Terminam em AÇÃO
Descentralização

Participação da
comunidade

Atenção: as bancas de provas podem acabar alterando o sufixo


das palavras, como exemplo: universalidade / universalização. O
mnemônico apresentado serve apenas para facilitar a
memorização.

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Lei 8.080

Da Organização, da Direção e da Gestão– Arts. 8º ao 14


No artigo 8º ficam reiteradas a regionalização e hierarquização como
princípios estruturantes para a organização do SUS. Essa necessidade
de reafirmar estes princípios decorre da longa história de centralização
do sistema de saúde em estruturas federais como principais
prestadores de serviços de saúde aos trabalhadores que possuíam
cobertura previdenciária.

Art. 8º As ações e serviços de saúde, executados pelo Sistema Único


de Saúde (SUS), seja diretamente ou mediante participação
complementar da iniciativa privada, serão organizados de forma
regionalizada e hierarquizada em níveis de complexidade crescente.

Regionalização e Hierarquização: os serviços devem ser organizados


em níveis crescentes de complexidade, circunscritos a uma
determinada área geográfica, planejados a partir de critérios
epidemiológicos e com definição e conhecimento da população a ser
atendida

A organização dos serviços é


hierárquica, de forma crescente, ou
seja, a porta de entrada do SUS é a
atenção básica, que é responsável
Alta por coordenar o cuidado do usuário
Média Complexidade na rede. Dependendo das
necessidades do paciente, a atenção
Complexidade
básica direciona-o para outros níveis
Atenção de complexidade, como o de média
Básica e alta complexidade

Art. 9º A direção do Sistema Único de Saúde (SUS) é única, de acordo


com o inciso I do art. 198 da Constituição Federal, sendo exercida em
cada esfera de governo pelos seguintes órgãos:

I - no âmbito da União, pelo Ministério da Saúde;


II - no âmbito dos Estados e do Distrito Federal, pela respectiva
Secretaria de Saúde ou órgão equivalente; e
III - no âmbito dos Municípios, pela respectiva Secretaria de Saúde ou
órgão equivalente.

Lei 8.080 de 1990


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Lei 8.080

Da Organização, da Direção e da Gestão– Arts. 8º ao 14

No art. 9º observa-se a declaração de que o SUS deve ter comando


único em cada instância, e identifica o Ministério da Saúde e as
Secretarias Estaduais e Municipais como responsáveis por esse
comando em suas respectivas esferas. Isso significa que seus
representantes são a autoridade que determina os rumos das políticas
de saúde em seus territórios. Isso também deflagra o caráter
independente de cada um dos poderes ou instâncias de governo.

Direção do SUS

União Estados/DF Municípios

Ministério da SES ou órgão SMS ou órgão


Saúde equivalente equivalente

Art. 10. Os municípios poderão constituir consórcios para


desenvolver em conjunto as ações e os serviços de saúde que lhes
correspondam.
§ 1º Aplica-se aos consórcios administrativos intermunicipais o
princípio da direção única, e os respectivos atos constitutivos
disporão sobre sua observância.
§ 2º No nível municipal, o Sistema Único de Saúde (SUS), poderá
organizar-se em distritos de forma a integrar e articular recursos,
técnicas e práticas voltadas para a cobertura total das ações de
saúde.

Em resumo, trata-se de uma sociedade constituída entre os municípios


interessados na tentativa de otimizar recursos por meio de entidade que
juridicamente é de direito privado e que, portanto, permite facilidades
operacionais. O conjunto de municípios pode realizar provimentos de
serviços de saúde para a região e ratear proporcionalmente tais despesas.
No 2º parágrafo coloca-se a possibilidade de um mesmo município
(sobretudo os de grande porte) estabelecer unidades gestoras para
determinadas áreas geográficas do município. Comumente esses
territórios são chamados de distrito sanitário. A depender do arranjo
organizativo pode haver maior ou menor autonomia para o gestor local
designado, mas nunca se sobrepõe ao princípio de comando único do
Secretário Municipal de Saúde

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Lei 8.080

Da Organização, da Direção e da Gestão– Arts. 8º ao 14

Art. 11. (Vetado).

Art. 12. Serão criadas comissões intersetoriais de âmbito nacional,


subordinadas ao Conselho Nacional de Saúde, integradas pelos
Ministérios e órgãos competentes e por entidades representativas da
sociedade civil.
Parágrafo único. As comissões intersetoriais terão a finalidade de
articular políticas e programas de interesse para a saúde, cuja
execução envolva áreas não compreendidas no âmbito do Sistema
Único de Saúde (SUS).

Art. 13. A articulação das políticas e programas, a cargo das


comissões intersetoriais, abrangerá, em especial, as seguintes
atividades:

I - alimentação e nutrição;

II - saneamento e meio ambiente;

III - vigilância sanitária e farmacoepidemiologia;

IV - recursos humanos;

V - ciência e tecnologia;

VI - saúde do trabalhador.

As comissões intersetoriais são formadas para articular áreas que não


são abrangidas pelo SUS, pois, mesmo que não sejam, influenciam de
forma direta e indireta na saúde da população

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Lei 8.080

Da Organização, da Direção e da Gestão– Arts. 8º ao 14

Art. 14. Deverão ser criadas Comissões Permanentes de integração


entre os serviços de saúde e as instituições de ensino profissional e
superior.
Parágrafo único. Cada uma dessas comissões terá por finalidade
propor prioridades, métodos e estratégias para a formação e
educação continuada dos recursos humanos do Sistema Único de
Saúde (SUS), na esfera correspondente, assim como em relação à
pesquisa e à cooperação técnica entre essas instituições.

Comissões permanentes de integração entre

As instituições de ensino
Os serviços de saúde
profissional e superior

Finalidade: propor prioridades, métodos e estratégias

Para a formação e educação continuada dos


recursos humanos do SUS

Em relação à pesquisa e à cooperação técnica entre


essas instituições

Foi tratada de maneira diferenciada a importância de se


instituir Comissões que formulem estratégias que
promovam melhor interação de benefício mútuo entre
serviços de saúde e instituições formadoras de
profissionais de saúde em nível superior. Um exemplo
clássico disso sãos as Comissões Permanentes que
regulamentam os programas de residência médicas e
multiprofissionais.

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Lei 8.080

Da Organização, da Direção e da Gestão– Arts. 8º ao 14

Art. 14-A. As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são


reconhecidas como foros de negociação e pactuação entre
gestores, quanto aos aspectos operacionais do Sistema Único de
Saúde (SUS).
Parágrafo único. A atuação das Comissões Intergestores Bipartite e
Tripartite terá por objetivo:

I - decidir sobre os aspectos operacionais, financeiros e


administrativos da gestão compartilhada do SUS, em
conformidade com a definição da política consubstanciada
em planos de saúde, aprovados pelos conselhos de saúde;

II - definir diretrizes, de âmbito nacional, regional e


intermunicipal, a respeito da organização das redes de ações
e serviços de saúde, principalmente no tocante à sua
governança institucional e à integração das ações e serviços
dos entes federados;

III - fixar diretrizes sobre as regiões de saúde, distrito sanitário,


integração de territórios, referência e contrarreferência e
demais aspectos vinculados à integração das ações e
serviços de saúde entre os entes federados.

Desde que foram instituídas, as Comissões Intergestores Tripartite (na


dreção nacional) e Bipartite (na direção estadual) vem se constituindo
em importantes arenas políticas de representação nos processos de
formulação e implementação das políticas de saúde. Todas as
iniciativas intergovernamentais de planejamento integrado e
programação pactuada na gestão descentralizada do SUS estão
apoiadas no funcionamento dessas comissões.

Comissão Intergestores Tripartite (CIT)

Constituída (em nível federal) paritariamente por representantes do


Ministério da Saúde (MS), do Conselho Nacional de Secretários de
Saúde (Conass) e do Conselho Nacional de Secretarias Municipais
de Saúde (Conasems).

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Lei 8.080

Da Organização, da Direção e da Gestão– Arts. 8º ao 14

Comissão Intergestores Bipartite (CIB)

Constituída (em nível estadual) paritariamente por representantes


da Secretaria Estadual de Saúde (SES) e das Secretarias Municipais
de Saúde, indicados pelo Conselho de Secretários Municipais de
Saúde (Cosems). Incluem, obrigatoriamente, o Secretário de Saúde
da capital do estado.

Comissão Intergestores Tripartite (CIT)

Representantes Representantes Representantes


do MS do CONASS do CONASEMS

Comissão Intergestores Bipartite (CIB)

Representantes da Representantes do
SES COSEMS

Art. 14-B. O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o


Conselho Nacional de Secretarias Municipais de Saúde (Conasems)
são reconhecidos como entidades representativas dos entes
estaduais e municipais para tratar de matérias referentes à saúde e
declarados de utilidade pública e de relevante função social, na
forma do regulamento.

§ 1º O Conass e o Conasems receberão recursos do orçamento


geral da União por meio do Fundo Nacional de Saúde, para auxiliar
no custeio de suas despesas institucionais, podendo ainda celebrar
convênios com a União.

§ 2º Os Conselhos de Secretarias Municipais de Saúde (Cosems)


são reconhecidos como entidades que representam os entes
municipais, no âmbito estadual, para tratar de matérias referentes à
saúde, desde que vinculados institucionalmente ao Conasems, na
forma que dispuserem seus estatutos.

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Lei 8.080

Da Organização, da Direção e da Gestão– Arts. 8º ao 14

Entidades representativas do SUS

CONASS

Representa as Secretarias Estaduais de Saúde dos 26 estados e do


Distrito Federal

CONASEMS

Representa todas as Secretarias Municipais de Saúde do Brasil

COSEMS

Representa todas as Secretarias Municipais de Saúde do Brasil, no


âmbito de cada estado

Papeis de cada esfera

Federal

Coordenar o sistema de saúde, formular políticas e diretrizes


nacionais, fomentar programas, fiscalizar a execução de recursos
federais.

Estadual

Articular as regiões de saúde, mediar o acesso à alta complexidade,


planejar no âmbito estadual, apoiar técnica e financeiramente as
ações dos municípios.

Municipal

Administrar os serviços de saúde, garantir acesso ao sistema,


executar ações de saúde

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Lei 8.080

Das Atribuições Comuns – Art. 15

Art. 15. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios


exercerão, em seu âmbito administrativo, as seguintes atribuições:

I - definição das instâncias e mecanismos de controle,


avaliação e de fiscalização das ações e serviços de saúde;

II - administração dos recursos orçamentários e financeiros


destinados, em cada ano, à saúde;

III - acompanhamento, avaliação e divulgação do nível de


saúde da população e das condições ambientais;

IV - organização e coordenação do sistema de informação de


saúde;

V - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de


padrões de qualidade e parâmetros de custos que
caracterizam a assistência à saúde;

VI - elaboração de normas técnicas e estabelecimento de


padrões de qualidade para promoção da saúde do
trabalhador;

VII - participação de formulação da política e da execução


das ações de saneamento básico e colaboração na proteção
e recuperação do meio ambiente;

VIII - elaboração e atualização periódica do plano de saúde;

IX - participação na formulação e na execução da política de


formação e desenvolvimento de recursos humanos para a
saúde;

X - elaboração da proposta orçamentária do Sistema Único de


Saúde (SUS), de conformidade com o plano de saúde;

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Lei 8.080

Das Atribuições Comuns – Art. 15

XI - elaboração de normas para regular as atividades de


serviços privados de saúde, tendo em vista a sua relevância
pública;

XII - realização de operações externas de natureza financeira


de interesse da saúde, autorizadas pelo Senado Federal;

XIII - para atendimento de necessidades coletivas, urgentes e


transitórias, decorrentes de situações de perigo iminente, de
calamidade pública ou de irrupção de epidemias, a
autoridade competente da esfera administrativa
correspondente poderá requisitar bens e serviços, tanto de
pessoas naturais como de jurídicas, sendo-lhes assegurada
justa indenização;

XIV - implementar o Sistema Nacional de Sangue,


Componentes e Derivados;

XV - propor a celebração de convênios, acordos e protocolos


internacionais relativos à saúde, saneamento e meio
ambiente;

XVI - elaborar normas técnico-científicas de promoção,


proteção e recuperação da saúde;

XVII - promover articulação com os órgãos de fiscalização do


exercício profissional e outras entidades representativas da
sociedade civil para a definição e controle dos padrões éticos
para pesquisa, ações e serviços de saúde;

XVIII - promover a articulação da política e dos planos de


saúde;

XIX - realizar pesquisas e estudos na área de saúde;

XX - definir as instâncias e mecanismos de controle e


fiscalização inerentes ao poder de polícia sanitária;

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Lei 8.080

Das Atribuições Comuns – Art. 15

XXI - fomentar, coordenar e executar programas e projetos


estratégicos e de atendimento emergencial.

Da Competência – Arts. 16, 17 e 18

Art. 16. A direção nacional do Sistema Único da Saúde (SUS)


compete:

I - formular, avaliar e apoiar políticas de alimentação e


nutrição;

II - participar na formulação e na implementação das


políticas:

c) relativas às
a) de controle das b) de saneamento condições e aos
agressões ao meio básico; ambientes de
ambiente;
trabalho;

III - definir e coordenar os sistemas:

a) de redes integradas de
b) de rede de laboratórios de
assistência de alta
saúde pública;
complexidade;

c) de vigilância epidemiológica d) vigilância sanitária;

IV - participar da definição de normas e mecanismos de


controle, com órgão afins, de agravo sobre o meio ambiente
ou dele decorrentes, que tenham repercussão na saúde
humana;

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Lei 8.080

Da Competência – Arts. 16, 17 e 18

V - participar da definição de normas, critérios e padrões para


o controle das condições e dos ambientes de trabalho e
coordenar a política de saúde do trabalhador;

VI - coordenar e participar na execução das ações de


vigilância epidemiológica;

VII - estabelecer normas e executar a vigilância sanitária de


portos, aeroportos e fronteiras, podendo a execução ser
complementada pelos Estados, Distrito Federal e Municípios;

VIII - estabelecer critérios, parâmetros e métodos para o


controle da qualidade sanitária de produtos, substâncias e
serviços de consumo e uso humano;

IX - promover articulação com os órgãos educacionais e de


fiscalização do exercício profissional, bem como com
entidades representativas de formação de recursos humanos
na área de saúde;

X - formular, avaliar, elaborar normas e participar na execução


da política nacional e produção de insumos e equipamentos
para a saúde, em articulação com os demais órgãos
governamentais;

XI - identificar os serviços estaduais e municipais de referência


nacional para o estabelecimento de padrões técnicos de
assistência à saúde;

XII - controlar e fiscalizar procedimentos, produtos e


substâncias de interesse para a saúde;

XIII - prestar cooperação técnica e financeira aos Estados, ao


Distrito Federal e aos Municípios para o aperfeiçoamento da
sua atuação institucional;

XIV - elaborar normas para regular as relações entre o


Sistema Único de Saúde (SUS) e os serviços privados
contratados de assistência à saúde;

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Lei 8.080

Da Competência – Arts. 16, 17 e 18

XV - promover a descentralização para as Unidades


Federadas e para os Municípios, dos serviços e ações de
saúde, respectivamente, de abrangência estadual e
municipal;

XVI - normatizar e coordenar nacionalmente o Sistema


Nacional de Sangue, Componentes e Derivados;

XVII - acompanhar, controlar e avaliar as ações e os serviços


de saúde, respeitadas as competências estaduais e
municipais;

XVIII - elaborar o Planejamento Estratégico Nacional no âmbito


do SUS, em cooperação técnica com os Estados, Municípios e
Distrito Federal;

XIX - estabelecer o Sistema Nacional de Auditoria e coordenar


a avaliação técnica e financeira do SUS em todo o Território
Nacional em cooperação técnica com os Estados, Municípios e
Distrito Federal.

Ainda de acordo com o artigo 16:

§ 1º A União poderá executar ações de vigilância epidemiológica e


sanitária em circunstâncias especiais, como na ocorrência de
agravos inusitados à saúde, que possam escapar do controle da
direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) ou que
representem risco de disseminação nacional.

§ 2º Em situações epidemiológicas que caracterizem emergência em


saúde pública, poderá ser adotado procedimento simplificado para a
remessa de patrimônio genético ao exterior, na forma do
regulamento.

§ 3º Os benefícios resultantes da exploração econômica de produto


acabado ou material reprodutivo oriundo de acesso ao patrimônio
genético de que trata o § 2º deste artigo serão repartidos nos termos
da Lei nº 13.123, de 20 de maio de 2015.

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Lei 8.080

Da Competência – Arts. 16, 17 e 18

Art. 17. À direção estadual do Sistema Único de Saúde (SUS) compete:

I - promover a descentralização para os Municípios dos


serviços e das ações de saúde;.

II - acompanhar, controlar e avaliar as redes hierarquizadas do


Sistema Único de Saúde (SUS);

III - prestar apoio técnico e financeiro aos Municípios e


executar supletivamente ações e serviços de saúde;

IV - coordenar e, em caráter complementar, executar ações e


serviços:

a) de vigilância epidemiológica; b) de vigilância sanitária;

c) de alimentação e nutrição; d) de saúde do trabalhador;

V - participar, junto com os órgãos afins, do controle dos


agravos do meio ambiente que tenham repercussão na saúde
humana;

VI - participar da formulação da política e da execução de


ações de saneamento básico;

VII - participar das ações de controle e avaliação das


condições e dos ambientes de trabalho;

VIII - em caráter suplementar, formular, executar, acompanhar


e avaliar a política de insumos e equipamentos para a saúde;

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Lei 8.080

Da Competência – Arts. 16, 17 e 18

IX - identificar estabelecimentos hospitalares de referência e


gerir sistemas públicos de alta complexidade, de referência
estadual e regional;

X - coordenar a rede estadual de laboratórios de saúde


pública e hemocentros, e gerir as unidades que permaneçam
em sua organização administrativa;

XI - estabelecer normas, em caráter suplementar, para o


controle e avaliação das ações e serviços de saúde;

XII - formular normas e estabelecer padrões, em caráter


suplementar, de procedimentos de controle de qualidade para
produtos e substâncias de consumo humano;

XIII - colaborar com a União na execução da vigilância


sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;

XIV - o acompanhamento, a avaliação e divulgação dos


indicadores de morbidade e mortalidade no âmbito da
unidade federada.

Art. 18. À direção municipal do Sistema de Saúde (SUS) compete:

I - planejar, organizar, controlar e avaliar as ações e os


serviços de saúde e gerir e executar os serviços públicos de
saúde;

II - participar do planejamento, programação e organização


da rede regionalizada e hierarquizada do Sistema Único de
Saúde (SUS), em articulação com sua direção estadual;

III - participar da execução, controle e avaliação das ações


referentes às condições e aos ambientes de trabalho;

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Lei 8.080

Da Competência – Arts. 16, 17 e 18

IV - executar serviços:

a) de vigilância epidemiológica; b) de vigilância sanitária;

c) de alimentação e nutrição; d) de saneamento básico

e) de saúde do trabalhador;

V - dar execução, no âmbito municipal, à política de insumos e


equipamentos para a saúde;

VI - colaborar na fiscalização das agressões ao meio


ambiente que tenham repercussão sobre a saúde humana e
atuar, junto aos órgãos municipais, estaduais e federais
competentes, para controlá-las;

VII - formar consórcios administrativos intermunicipais;

VIII - gerir laboratórios públicos de saúde e hemocentros;

IX - colaborar com a União e os Estados na execução da


vigilância sanitária de portos, aeroportos e fronteiras;

X - observado o disposto no art. 26 desta Lei, celebrar


contratos e convênios com entidades prestadoras de serviços
privados de saúde, bem como controlar e avaliar sua
execução;

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Lei 8.080

XI - controlar e fiscalizar os procedimentos dos serviços


privados de saúde;

XII - normatizar complementarmente as ações e serviços


públicos de saúde no seu âmbito de atuação.

Art. 19. Ao Distrito Federal competem as atribuições reservadas aos


Estados e aos Municípios.

Tabela comparativa de responsabilidades das 3 esferas governo


FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL
Art. 16 Art. 17 Art. 18

Política de insumos, equipamentos e hemoderivados


• Formular, avaliar, • Em caráter • Dar execução, no
elaborar normas e suplementar, formular, âmbito municipal, à
participar na execução executar, acompanhar política de insumos e
da política nacional e e avaliar a política de equipamentos para a
produção de insumos e insumos e saúde;
equipamentos para a equipamentos para a
saúde, em articulação saúde; • Gerir laboratórios
com os demais órgãos públicos de saúde e
governamentais; • Coordenar a rede hemocentros;
estadual de
• Normatizar e coordenar laboratórios de saúde
nacionalmente o pública e hemocentros,
Sistema Nacional de e gerir as unidades que
Sangue, Componentes permaneçam em sua
e Derivados; organização
administrativa;

Participação complementar da iniciativa privada


• Elaborar normas para • Apesar de não estar • Celebrar contratos e
regular as relações expresso no art. 17 convênios com
entre o Sistema Único dessa Lei, os estados entidades prestadoras
de Saúde (SUS) e os podem exercer as de serviços privados de
serviços privados mesmas funções dos saúde, bem como
contratados de municípios com relação controlar e avaliar sua
assistência à saúde; a participação execução;
complementar da
iniciativa privada no • Controlar e fiscalizar os
SUS, em âmbito procedimentos dos
estadual e regional serviços privados de
saúde;

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Lei 8.080

Tabela comparativa de responsabilidades das 3 esferas governo

FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL


Art. 16 Art. 17 Art. 18

Alimentação e nutrição
• Formular, avaliar e • Coordenar e, em • executar serviços de
apoiar políticas de caráter complementar, alimentação e nutrição
alimentação e nutrição; executar ações e
serviços de
alimentação e nutrição;

Vigilância sanitária, epidemiológica e saúde do trabalhador


• Definir e coordenar os • Coordenar e, em • Executar serviços:
sistemas: caráter complementar, a) de vigilância
a) de redes integradas de executar ações e epidemiológica;
assistência de alta serviços: b) vigilância sanitária;
complexidade; a) de vigilância c) de alimentação e
b) de rede de laboratórios epidemiológica; nutrição;
de saúde pública; b) de vigilância sanitária; d) de saúde do
c) de vigilância c) de alimentação e trabalhador;
epidemiológica; e nutrição; e
d) vigilância sanitária; d) de saúde do
trabalhador;
• Coordenar e participar
na execução das ações • O acompanhamento, a
de vigilância avaliação e divulgação
epidemiológica; dos indicadores de
morbidade e
mortalidade no âmbito
da unidade federada.

Vigilância sanitária
• Estabelecer critérios, • Formular normas e • Executar serviços de
parâmetros e métodos estabelecer vigilância sanitária
para o controle da padrões, em caráter
qualidade sanitária de suplementar, de
produtos, substâncias e procedimentos de
serviços de consumo e uso controle de
humano; qualidade para
• controlar e fiscalizar produtos e
procedimentos, produtos e substâncias de
substâncias de interesse consumo humano;
para a saúde;
• A União poderá executar
ações de vigilância
epidemiológica e...

Lei 8.080 de 1990


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Lei 8.080

FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL


Art. 16 Art. 17 Art. 18
• (...) sanitária em
circunstâncias
especiais, como na
ocorrência de agravos
inusitados à saúde, que
possam escapar do
controle da direção
estadual do Sistema
Único de Saúde (SUS)
ou que representem
risco de disseminação
nacional.
• Estabelecer normas e • Colaborar com a União • Colaborar com a União
executar a vigilância na execução da e os Estados na
sanitária de portos, vigilância sanitária de execução da vigilância
aeroportos e fronteiras, portos, aeroportos e sanitária de portos,
podendo a execução fronteiras; aeroportos e fronteiras;
ser complementada
pelos Estados, Distrito
Federal e Municípios;

Saúde do trabalhador
• Participar da definição • Participar das ações de • Participar da
de normas, critérios e controle e avaliação das execução, controle e
padrões para o controle condições e dos avaliação das ações
das condições e dos ambientes de trabalho; referentes às
ambientes de trabalho condições e aos
e coordenar a política ambientes de
de saúde do trabalho;
trabalhador;

Meio ambiente
• Participar na formulação e na • Participar, junto • Colaborar na
implementação das políticas: com os órgãos fiscalização das
a) de controle das agressões ao afins, do controle agressões ao meio
meio ambiente; dos agravos do ambiente que
b) relativas às condições e aos meio ambiente tenham repercussão
ambientes de trabalho; que tenham sobre a saúde
repercussão na humana e atuar,
• Participar da definição de saúde humana; junto aos órgãos
normas e mecanismos de municipais, estaduais
controle, com órgão afins, de e federais
agravo sobre o meio ambiente competentes, para
ou dele decorrentes, que tenham controlá-las;
repercussão na saúde humana;

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FEDERAL ESTADUAL MUNICIPAL


Art. 16 Art. 17 Art. 18

Saneamento básico
• Participar na formulação e • Participar da formulação • Executar serviços
na implementação da da política e da execução de saneamento
política de saneamento de ações de saneamento básico
básico básico

Financiamento da saúde
• Prestar cooperação • Prestar apoio técnico e • Participar do
técnica e financeira aos financeiro aos financiamento do
Estados, ao Distrito Municípios e executar SUS
Federal e aos Municípios supletivamente ações e
para o aperfeiçoamento serviços de saúde;
da sua atuação
institucional;

Gestão em saúde
• Promover a descentralização • Promover a • Participar do
para as Unidades Federadas e descentralização planejamento,
para os Municípios, dos para os Municípios programação e
serviços e ações de saúde, dos serviços e das organização da
respectivamente, de ações de saúde;. rede regionalizada
abrangência estadual e e hierarquizada do
municipal; • Acompanhar, Sistema Único de
controlar e avaliar Saúde (SUS), em
• Identificar os serviços as redes articulação com
estaduais e municipais de hierarquizadas do sua direção
referência nacional para o Sistema Único de estadual;
estabelecimento de padrões Saúde (SUS);
técnicos de assistência à • Formar consórcios
saúde; • Identificar administrativos
estabelecimentos intermunicipais;
• Acompanhar, controlar e hospitalares de
avaliar as ações e os serviços referência e gerir • Planejar, organizar,
de saúde, respeitadas as sistemas públicos de controlar e avaliar
competências estaduais e alta complexidade, as ações e os
municipais; de referência serviços de saúde e
estadual e regional; gerir e executar os
• Elaborar o Planejamento serviços públicos
Estratégico Nacional no • Estabelecer normas, de saúde;
âmbito do SUS, em em caráter
cooperação técnica com os suplementar, para o
Estados, Municípios e Distrito controle e avaliação
Federal; das ações e serviços
de saúde;

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Lei 8.080

Leis que alteram a Lei 8.080


Algumas leis foram acrescentadas na Lei 8.080 a partir do artigo 19-A,
essas leis acrescentam e alteram alguns pontos da Lei 8.080, são elas:

Lei 9.836 de
Do subsistema de atenção à saúde indígena
1999

Lei 10.424 de Do subsistema de atendimento e internação


2002 domiciliar

Lei 11.108 de Do subsistema de acompanhamento durante o


2005 trabalho de parto, parto e pós-parto imediato

Lei 12.401 de Da assistência terapêutica e da incorporação de


2011 tecnologia em saúde

Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena – Art. 19

Art. 19-A. As ações e serviços de saúde voltados para o atendimento


das populações indígenas, em todo o território nacional, coletiva ou
individualmente, obedecerão ao disposto nesta Lei.
Art. 19-B. É instituído um Subsistema de Atenção à Saúde Indígena,
componente do Sistema Único de Saúde – SUS, criado e definido por
esta Lei, e pela Lei no 8.142, de 28 de dezembro de 1990, com o qual
funcionará em perfeita integração.
Art. 19-C. Caberá à União, com seus recursos próprios, financiar o
Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.
Art. 19-D. O SUS promoverá a articulação do Subsistema instituído por
esta Lei com os órgãos responsáveis pela Política Indígena do País.

O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena – SASI, passa a integrar o


SUS, tanto na forma de organização quanto o que tange ao Controle
Social, devendo seguir os princípios de diretrizes definidos nas Leis
Orgânicas. Diferente de outras ações e serviços, onde todas as esferas
de governo devem participar de forma obrigatória do custeio e
execução das ações, a União é a responsável pelo financiamento do
SASI. O SUS, como responsável pelo SASI, articulará as ações
intersetoriais, deverá promover ações conjuntas com outros órgãos de
diferentes setores, que direcionem ações para a população indígena.

Lei 8.080 de 1990


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Lei 8.080

Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena – Art. 19

A união, através do Ministério da Saúde, será responsável


pelo financiamento do subsistema de atenção a saúde
indígena. Os estados, municípios, outras instituições
governamentais e não governamentais poderão atuar de
forma complementar no custeio e execução das ações.

Art. 19-E. Os Estados, Municípios, outras instituições governamentais e


não-governamentais poderão atuar complementarmente no custeio
e execução das ações.

Financiamento do subsistema de atenção à saúde indígena

Obrigatório Facultativo

Estados, municípios, outras


União instituições governamentais
e não governamentais

Para fins de questão de prova, fica a dica: caso a banca


pergunte se o financiamento é exclusivo da União, considere
errado, pois a própria lei deixa claro a participação
complementar das outras esferas de governo.

§ 1º A União instituirá mecanismo de financiamento específico para os


Estados, o Distrito Federal e os Municípios, sempre que houver
necessidade de atenção secundária e terciária fora dos territórios
indígenas.
§ 2º Em situações emergenciais e de calamidade pública:
I - a União deverá assegurar aporte adicional de recursos não
previstos nos planos de saúde dos Distritos Sanitários Especiais
Indígenas (Dseis) ao Subsistema de Atenção à Saúde Indígena;
II - deverá ser garantida a inclusão dos povos indígenas nos planos
emergenciais para atendimento dos pacientes graves das
Secretarias Municipais e Estaduais de Saúde, explicitados os fluxos e
as referências para o atendimento em tempo oportuno.

Lei 8.080 de 1990


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Lei 8.080

Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena – Art. 19

Art. 19-F. Dever-se-á obrigatoriamente levar em consideração a


realidade local e as especificidades da cultura dos povos indígenas e
o modelo a ser adotado para a atenção à saúde indígena, que se
deve pautar por uma abordagem diferenciada e global,
contemplando os aspectos de:

Assistência a saúde Saneamento básico Nutrição

Habitação Meio ambiente Educação sanitária

Demarcação de terras Integração institucional

O artigo 19-F traz o princípio da equidade e integralidade: A população


indígena deve ser tratada de forma diferenciada – possuem
características e cultura diferente, logo as ações devem ser diferentes
para alcançar as “diferenças”. Além disso, o atendimento deve ser
global – como um todo, observando os determinantes e condicionantes
da saúde e ofertando as ações e serviços em todos os níveis de
atenção, quando houver necessidade.

Art. 19-G. O Subsistema de Atenção à Saúde Indígena deverá ser,


como o SUS, descentralizado, hierarquizado e regionalizado.

§ 1º O Subsistema de que trata o caput deste artigo terá como base


os Distritos Sanitários Especiais Indígenas.
§ 1º-A. A rede do SUS deverá obrigatoriamente fazer o registro e a
notificação da declaração de raça ou cor, garantindo a identificação
de todos os indígenas atendidos nos sistemas públicos de saúde.
(Incluído pela Lei nº 14.021, de 2020)
§ 1º-B. A União deverá integrar os sistemas de informação da rede do
SUS com os dados do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena.

Lei 8.080 de 1990


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Lei 8.080

Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena – Art. 19

§ 2º O SUS servirá de retaguarda e referência ao Subsistema de


Atenção à Saúde Indígena, devendo, para isso, ocorrer adaptações
na estrutura e organização do SUS nas regiões onde residem as
populações indígenas, para propiciar essa integração e o
atendimento necessário em todos os níveis, sem discriminações.
§ 3º As populações indígenas devem ter acesso garantido ao SUS, em
âmbito local, regional e de centros especializados, de acordo com
suas necessidades, compreendendo a atenção primária, secundária
e terciária à saúde.

O SASI, operacionaliza o princípio da descentralização/regionalização,


através dos Distritos Especiais Indígenas – DSEIs. Nos DSEIs, as ações e
serviços de saúde são ofertados pela Atenção Primária, através das
unidades de saúde nas comunidades indígenas. Havendo necessidade
de referenciar algum indivíduo para outro nível de atenção, a
articulação de referência deve ser feita através dos Polos-base e o SUS,
que servirá de retaguarda para os outros níveis de atenção, garantindo
a integralidade e continuidade da assistência. Os DSEIs são
organizados da seguinte forma:

Unidade de Saúde Unidade de Saúde

Comunidade Comunidade
indígena indígena

Pólo-base

Casa de saúde do
Referência SUS índio

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Lei 8.080

Do Subsistema de Atenção à Saúde Indígena – Art. 19

Art. 19-H. As populações indígenas terão direito a participar dos


organismos colegiados de formulação, acompanhamento e
avaliação das políticas de saúde, tais como o Conselho Nacional de
Saúde e os Conselhos Estaduais e Municipais de Saúde, quando for o
caso.

Por seguirem os princípios e diretrizes do SUS, nos territórios onde há


população indígena – a participação da comunidade (diretriz e
princípio do SUS), deverá ser garantido a esta população, através dos
Conselhos e Conferências de Saúde.

Do Subsistema de Atendimento e Internação


Domiciliar – Art. 19

Art. 19-I. São estabelecidos, no âmbito do Sistema Único de Saúde, o


atendimento domiciliar e a internação domiciliar.

§ 1º Na modalidade de assistência de atendimento e internação


domiciliares incluem-se, principalmente, os procedimentos:

De enfermagem Fisioterapêuticos Psicológicos e


Médicos

Entre outros necessários ao


De assistência
cuidado integral dos pacientes
social
em seu domicílio.

§ 2º O atendimento e a internação domiciliares serão realizados

Preventiva,
Por equipes Que atuarão nos
Terapêutica e
multidisciplinares níveis da medicina
Reabilitadora

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Lei 8.080

Do Subsistema de Atendimento e Internação


Domiciliar – Art. 19

§ 3º O atendimento e a internação domiciliares só poderão ser


realizados por:

Com expressa concordância


Indicação médica
do paciente e de sua família

Esse outro Subsistema buscar promover o cuidado integral de pessoas


beneficiadas pelo atendimento e internação domiciliar. Para tanto, as
equipes que prestam esse serviço precisam ser multidisciplinares e
adotar práticas profissionais integradoras. Tal qual não devem ser
considerados serviços que atuam apenas na reabilitação de pessoas
“desospitalizadas”, mas também no campo da promoção e prevenção,
de modo a evitar complicações e novas internações.

Do Subsistema de Acompanhamento Durante o


Trabalho de Parto, Parto e Pós-parto Imediato – art. 19

Art. 19-J. Os serviços de saúde do Sistema Único de Saúde – SUS, da


rede própria ou conveniada, ficam obrigados a permitir a presença,
junto à parturiente:

trabalho de parto

De 1 (um) acompanhante parto


durante todo o período de

pós-parto imediato

Esta lei adicional trabalha um aspecto essencial na humanização do


cuidado a gestante, o direito de escolher quem vai acompanhá-la. Para
se fazer cumprir essa lei é necessário investir em infraestrutura e
reorganização das maternidades. Isso porque já não se pode, por
exemplo, negar à mulher o direito de que seu marido a acompanhe sob
a alegação de que isso restringirá a privacidade das outras mulheres.

Lei 8.080 de 1990


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Lei 8.080

Da Assistência Terapêutica e da Incorporação de


Tecnologia em Saúde – art. 19
Em um mundo cada vez mais dinâmico quanto a produção de novos
recursos tecnológicos é preciso que o poder público estabeleça
diretrizes para um uso seguro deles. A Comissão Nacional de
Incorporação de Tecnologias no SUS – CONITEC tem como missão
assessorar o Ministério da Saúde nas atribuições relativas à
incorporação, exclusão ou alteração de tecnologias em saúde pelo SUS,
bem como na constituição ou alteração de Protocolos Clínicos e
Diretrizes Terapêuticas – PCDT. Isso vale para tecnologias que são
aplicadas em qualquer serviço de saúde, seja ele público ou privado.

Mas afinal, o que é uma tecnologia em saúde?

A tecnologia em saúde se refere à aplicação de conhecimentos com


objetivo de promover a saúde, prevenir e tratar as doenças. São exemplos
de tecnologias em saúde: medicamentos, produtos para a saúde,
procedimentos, sistemas organizacionais, educacionais, de informação e
de suporte e os programas e protocolos assistenciais por meio dos quais a
atenção e os cuidados com a saúde são prestados à população.

Art. 19-M. A assistência terapêutica integral a que se refere a alínea


d do inciso I do art. 6º consiste em:
I - dispensação de medicamentos e produtos de interesse para a
saúde, cuja prescrição esteja em conformidade com as diretrizes
terapêuticas definidas em protocolo clínico para a doença ou o
agravo à saúde a ser tratado ou, na falta do protocolo, em
conformidade com o disposto no art. 19-P;
II - oferta de procedimentos terapêuticos, em regime domiciliar,
ambulatorial e hospitalar, constantes de tabelas elaboradas pelo
gestor federal do Sistema Único de Saúde - SUS, realizados no
território nacional por serviço próprio, conveniado ou contratado.

Dispensação de medicamentos e
produtos de interesse para a saúde
Assistência Terapêutica
Integral do SUS
Oferta de procedimentos terapêuticos, em
regime domiciliar, ambulatorial e hospitalar

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Lei 8.080

Da Assistência Terapêutica e da Incorporação de


Tecnologia em Saúde – art. 19

Art. 19-P. Na falta de protocolo clínico ou de diretriz terapêutica, a


dispensação será realizada:
I - com base nas relações de medicamentos instituídas pelo gestor
federal do SUS, observadas as competências estabelecidas nesta Lei,
e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada na Comissão
Intergestores Tripartite;
II - no âmbito de cada Estado e do Distrito Federal, de forma
suplementar, com base nas relações de medicamentos instituídas
pelos gestores estaduais do SUS, e a responsabilidade pelo
fornecimento será pactuada na Comissão Intergestores Bipartite;
III - no âmbito de cada Município, de forma suplementar, com base
nas relações de medicamentos instituídas pelos gestores municipais
do SUS, e a responsabilidade pelo fornecimento será pactuada no
Conselho Municipal de Saúde.

Art. 19-Q. A incorporação, a exclusão ou a alteração pelo SUS de


novos medicamentos, produtos e procedimentos, bem como a
constituição ou a alteração de protocolo clínico ou de diretriz
terapêutica, são atribuições do Ministério da Saúde, assessorado
pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS.
§ 1º A Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS,
cuja composição e regimento são definidos em regulamento, contará
com a participação de 1 (um) representante indicado pelo Conselho
Nacional de Saúde e de 1 (um) representante, especialista na área,
indicado pelo Conselho Federal de Medicina.

Atribuições da
Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS.

Incorporação, a exclusão ou a alteração


pelo SUS de:

Novos
Produtos Procedimentos
medicamentos
Assessoria na
Constituição ou a alteração de protocolo
clínico ou de diretriz terapêutica

Lei 8.080 de 1990


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Lei 8.080

Dos Serviços Privados de Assistência à Saúde (Arts.


20 a 26)

Art. 20. Os serviços privados de assistência à saúde caracterizam-se


pela atuação, por iniciativa própria, de profissionais liberais,
legalmente habilitados, e de pessoas jurídicas de direito privado na
promoção, proteção e recuperação da saúde.
Art. 21. A assistência à saúde é livre à iniciativa privada.
Art. 22. Na prestação de serviços privados de assistência à saúde,
serão observados os princípios éticos e as normas expedidas pelo
órgão de direção do Sistema Único de Saúde (SUS) quanto às
condições para seu funcionamento.

Lembre-se de que o SUS pode contratá-los em caráter complementar,


dando prioridade às instituições filantrópicas e sem fins lucrativos, mas
aquelas que não participam do SUS também serão observadas quanto
à forma de funcionamento e princípios éticos.

Art. 23. É permitida a participação direta ou indireta, inclusive


controle, de empresas ou de capital estrangeiro na assistência à
saúde nos seguintes casos:

I - doações de organismos internacionais vinculados à


Organização das Nações Unidas, de entidades de cooperação
técnica e de financiamento e empréstimos;

II - pessoas jurídicas destinadas a instalar, operacionalizar ou


explorar:

a) hospital geral, inclusive filantrópico,


b) ações e pesquisas de
hospital especializado, policlínica,
planejamento familiar;
clínica geral e clínica especializada;

III - serviços de saúde mantidos, sem finalidade lucrativa, por


empresas, para atendimento de seus empregados e
dependentes, sem qualquer ônus para a seguridade social;

IV - demais casos previstos em legislação específica.

Lei 8.080 de 1990


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Lei 8.080

Dos Serviços Privados de Assistência à Saúde (Arts.


20 a 26)

Art. 24. Quando as suas disponibilidades forem insuficientes para


garantir a cobertura assistencial à população de uma determinada
área, o Sistema Único de Saúde (SUS) poderá recorrer aos serviços
ofertados pela iniciativa privada.
Parágrafo único. A participação complementar dos serviços
privados será formalizada mediante contrato ou convênio,
observadas, a respeito, as normas de direito público.
Art. 25. Na hipótese do artigo anterior, as entidades filantrópicas e as
sem fins lucrativos terão preferência para participar do Sistema
Único de Saúde (SUS).

Participação da iniciativa privada no SUS

Entidades filantrópicas
Complementar
com preferência para
Entidades sem fins lucrativos

Art. 26. Os critérios e valores para a remuneração de serviços e os


parâmetros de cobertura assistencial serão estabelecidos pela
direção nacional do Sistema Único de Saúde (SUS), aprovados no
Conselho Nacional de Saúde.
§ 1° Na fixação dos critérios, valores, formas de reajuste e de
pagamento da remuneração aludida neste artigo, a direção nacional
do Sistema Único de Saúde (SUS) deverá fundamentar seu ato em
demonstrativo econômico-financeiro que garanta a efetiva
qualidade de execução dos serviços contratados.
§ 2° Os serviços contratados submeter-se-ão às normas técnicas e
administrativas e aos princípios e diretrizes do Sistema Único de
Saúde (SUS), mantido o equilíbrio econômico e financeiro do contrato.
§ 4° Aos proprietários, administradores e dirigentes de entidades ou
serviços contratados é vedado exercer cargo de chefia ou função de
confiança no Sistema Único de Saúde (SUS).

Lei 8.080 de 1990


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Lei 8.080

Dos Recursos Humanos (Arts. 27 a 30)

Art. 27. A política de recursos humanos na área da saúde será


formalizada e executada, articuladamente, pelas diferentes esferas
de governo, em cumprimento dos seguintes objetivos:
I - organização de um sistema de formação de recursos humanos
em todos os níveis de ensino, inclusive de pós-graduação, além da
elaboração de programas de permanente aperfeiçoamento de
pessoal;
II - (Vetado); III - (Vetado)
IV - valorização da dedicação exclusiva aos serviços do Sistema
Único de Saúde (SUS).
Parágrafo único. Os serviços públicos que integram o Sistema Único
de Saúde (SUS) constituem campo de prática para ensino e
pesquisa, mediante normas específicas, elaboradas conjuntamente
com o sistema educacional.

O parágrafo único faz o reconhecimento do espaço dos


serviços de saúde para o aprendizado. Isso nos permite inferir
que todo profissional de saúde, em tese, é um preceptor/tutor
em potencial, mesmo se não for formalmente designado para
isso. Especialmente se atuar numa unidade certificada como
hospital de ensino por exemplo.

Art. 28. Os cargos e funções de chefia, direção e assessoramento, no


âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS), só poderão ser exercidas
em regime de tempo integral.
§ 1° Os servidores que legalmente acumulam dois cargos ou
empregos poderão exercer suas atividades em mais de um
estabelecimento do Sistema Único de Saúde (SUS).
§ 2° O disposto no parágrafo anterior aplica-se também aos
servidores em regime de tempo integral, com exceção dos ocupantes
de cargos ou função de chefia, direção ou assessoramento.

Profissionais de saúde com profissões regulamentadas

Quando houver compatibilidade de horários

Podem acumular Exceto os ocupantes de cargos ou função


até dois cargos de chefia, direção ou assessoramento.

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Lei 8.080

Dos Recursos Humanos (Arts. 27 a 30)


Art. 29. (Vetado).
Art. 30. As especializações na forma de treinamento em serviço sob
supervisão serão regulamentadas por Comissão Nacional, instituída
de acordo com o art. 12 desta Lei, garantida a participação das
entidades profissionais correspondentes.

Do Financiamento (Arts. 31 a 38)


Art. 31. O orçamento da seguridade social destinará ao Sistema
Único de Saúde (SUS) de acordo com a receita estimada, os recursos
necessários à realização de suas finalidades, previstos em proposta
elaborada pela sua direção nacional, com a participação dos órgãos
da Previdência Social e da Assistência Social, tendo em vista as
metas e prioridades estabelecidas na Lei de Diretrizes Orçamentárias.

Art. 32. São considerados de outras fontes os recursos provenientes


de: I – Vetado;

II - Serviços que possam ser prestados sem prejuízo da


assistência à saúde;

III - ajuda, contribuições, doações e donativos;

IV - alienações patrimoniais e rendimentos de capital;

V - taxas, multas, emolumentos e preços públicos arrecadados


no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS); e

VI - rendas eventuais, inclusive comerciais e industriais.

§ 2° As receitas geradas no âmbito do Sistema Único de Saúde (SUS)


serão creditadas diretamente em contas especiais, movimentadas
pela sua direção, na esfera de poder onde forem arrecadadas.

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Lei 8.080

Do Financiamento (Arts. 31 a 38)


§ 5º As atividades de pesquisa e desenvolvimento científico e
tecnológico em saúde serão co-financiadas pelo Sistema Único de
Saúde (SUS), pelas universidades e pelo orçamento fiscal, além de
recursos de instituições de fomento e financiamento ou de origem
externa e receita própria das instituições executoras.

Art. 33. Os recursos financeiros do Sistema Único de Saúde (SUS)


serão depositados em conta especial, em cada esfera de sua
atuação, e movimentados sob fiscalização dos respectivos
Conselhos de Saúde.

Os recursos da saúde são depositados em uma conta


especial – fundo de saúde, existente em cada esfera de
governo. O gestor de cada esfera de governo movimenta esta
conta sob a fiscalização do respectivo conselho de saúde. O
financiamento do SUS é compartilhado, ou seja, obrigação de
todas as esferas de governo.

§ 1º Na esfera federal, os recursos financeiros, originários do


Orçamento da Seguridade Social, de outros Orçamentos da União,
além de outras fontes, serão administrados pelo Ministério da Saúde,
através do Fundo Nacional de Saúde.
§ 2º (Vetado). § 3º (Vetado).
§ 4º O Ministério da Saúde acompanhará, através de seu sistema de
auditoria, a conformidade à programação aprovada da aplicação
dos recursos repassados a Estados e Municípios. Constatada a
malversação, desvio ou não aplicação dos recursos, caberá ao
Ministério da Saúde aplicar as medidas previstas em lei.

O Fundo Nacional de Saúde (FNS) é o gestor financeiro dos recursos


destinados ao SUS na esfera federal, cujos recursos destinam-se a
financiar as despesas correntes e de capital do Ministério da Saúde, de
seus órgãos e de entidades da administração direta e indireta
integrantes do SUS.

Recursos financeiros advindos da Seguridade Aplicados


Social, orçamentos da União e outras fontes no SUS

Administrados pelo Através do Fundo


Ministérios da Saúde Nacional de Saúde

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Lei 8.080

Do Financiamento (Arts. 31 a 38)


Art. 34. As autoridades responsáveis pela distribuição da receita
efetivamente arrecadada transferirão automaticamente ao Fundo
Nacional de Saúde (FNS), observado o critério do parágrafo único
deste artigo, os recursos financeiros correspondentes às dotações
consignadas no Orçamento da Seguridade Social, a projetos e
atividades a serem executados no âmbito do Sistema Único de Saúde
(SUS).
Parágrafo único. Na distribuição dos recursos financeiros da
Seguridade Social será observada a mesma proporção da despesa
prevista de cada área, no Orçamento da Seguridade Social.

Art. 35. Para o estabelecimento de valores a serem transferidos a


Estados, Distrito Federal e Municípios, será utilizada a combinação
dos seguintes critérios, segundo análise técnica de programas e
projetos:

I - perfil demográfico da região;

II - perfil epidemiológico da população a ser coberta;

III - características quantitativas e qualitativas da rede de


saúde na área;

IV - desempenho técnico, econômico e financeiro no período


anterior;

V - níveis de participação do setor saúde nos orçamentos


estaduais e municipais;

VI - previsão do plano qüinqüenal de investimentos da rede;

VII - ressarcimento do atendimento a serviços prestados para


outras esferas de governo.

§ 2º Nos casos de Estados e Municípios sujeitos a notório processo de


migração, os critérios demográficos mencionados nesta lei serão
ponderados por outros indicadores de crescimento populacional, em
especial o número de eleitores registrados.

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Lei 8.080

Do Financiamento (Arts. 31 a 38)

Art. 36. O processo de planejamento e orçamento do Sistema Único


de Saúde (SUS) será ascendente, do nível local até o federal, ouvidos
seus órgãos deliberativos, compatibilizando-se as necessidades da
política de saúde com a disponibilidade de recursos em planos de
saúde dos Municípios, dos Estados, do Distrito Federal e da União.
§ 1º Os planos de saúde serão a base das atividades e programações
de cada nível de direção do Sistema Único de Saúde (SUS), e seu
financiamento será previsto na respectiva proposta orçamentária.
§ 2º É vedada a transferência de recursos para o financiamento de
ações não previstas nos planos de saúde, exceto em situações
emergenciais ou de calamidade pública, na área de saúde.

O plano de saúde é o maior instrumento de planejamento do


SUS. Ele é composto por programações anuais, nas quais são
descritas: objetivos, metas, ações e a proposta orçamentária.
Ele deve ser aprovado pelo respectivo conselho. Ao final de
cada ano, deverá ser elaborado o relatório de gestão.

Art. 37. O Conselho Nacional de Saúde estabelecerá as diretrizes a


serem observadas na elaboração dos planos de saúde, em função
das características epidemiológicas e da organização dos serviços
em cada jurisdição administrativa.
Art. 38. Não será permitida a destinação de subvenções e auxílios a
instituições prestadoras de serviços de saúde com finalidade
lucrativa.

Das Disposições Finais e Transitórias (Arts. 39 a 55)


Nas disposições finais, é possível observar que elas foram projetadas
para orientar o processo de mudanças de alguns dispositivos que
operavam em uma lógica anterior, de modo geral relacionadas a
órgãos cujas ações eram bastante centralizadas no âmbito do governo
federal. Boa parte destas transições foram concluídas, em tese.

Art. 45. Os serviços de saúde dos hospitais universitários e de


ensino integram-se ao Sistema Único de Saúde (SUS), mediante
convênio, preservada a sua autonomia administrativa, em relação ao
patrimônio, aos recursos humanos e financeiros, ensino, pesquisa e
extensão nos limites conferidos pelas instituições a que estejam
vinculados.

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Lei 8.080

Das Disposições Finais e Transitórias (Arts. 39 a 55)

§ 1º Os serviços de saúde de sistemas estaduais e municipais de


previdência social deverão integrar-se à direção correspondente do
Sistema Único de Saúde (SUS), conforme seu âmbito de atuação,
bem como quaisquer outros órgãos e serviços de saúde.

§ 2º Em tempo de paz e havendo interesse recíproco, os serviços de


saúde das Forças Armadas poderão integrar-se ao Sistema Único
de Saúde (SUS), conforme se dispuser em convênio que, para esse
fim, for firmado.

Forças armadas

Em tempos de paz Poderão Integrar-se ao SUS

Art. 46. o Sistema Único de Saúde (SUS), estabelecerá mecanismos


de incentivos à participação do setor privado no investimento em
ciência e tecnologia e estimulará a transferência de tecnologia das
universidades e institutos de pesquisa aos serviços de saúde nos
Estados, Distrito Federal e Municípios, e às empresas nacionais.
Art. 47. O Ministério da Saúde, em articulação com os níveis estaduais
e municipais do Sistema Único de Saúde (SUS), organizará, no prazo
de dois anos, um sistema nacional de informações em saúde,
integrado em todo o território nacional, abrangendo questões
epidemiológicas e de prestação de serviços.
Art. 52. Sem prejuízo de outras sanções cabíveis, constitui crime de
emprego irregular de verbas ou rendas públicas (Código Penal, art.
315) a utilização de recursos financeiros do Sistema Único de Saúde
(SUS) em finalidades diversas das previstas nesta lei.

Utilizar verbas do SUS

Para finalidades diversas


É crime previstas em lei

Lei 8.080 de 1990


de Dezembro de 1990
Lei 8.142 de 28
CAPÍTULO IV
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Lei 8.142/90

A Lei nº 8.142/90 dispões sobre a participação da


comunidade na gestão do Sistema Único de Saúde (SUS) e
sobre as transferências intergovernamentais de recursos
financeiros na área da saúde dá outras providências.

Essa lei resultado da luta pela democratização dos serviços de saúde e


representa uma vitória significativa. A partir deste marco legal, foram
criados os Conselhos e as Conferências de Saúde como espaços vitais
para o exercício do controle social do Sistema Único de Saúde (SUS),
que serão abordados mais a frente.

O termo participação da comunidade também é conhecido e


interpretado como controle social.

Mas afinal, o que é controle social?

O controle social é um processo no qual a população participa, por meio de


representantes, na definição, execução e acompanhamento de políticas
públicas, as políticas de governo. O controle social traz a possibilidade de a
sociedade civil interagir com o governo para estabelecer prioridades e
definir políticas de saúde que atendam às necessidades da população,
tendo como estratégia para sua viabilização os canais de participação
institucional, tais como os conselhos de saúde e as conferências de saúde.

Relembrando

LEIS ORGÂNICAS DA SAÚDE

Lei 8.080 Lei 8.142

Dispõe sobre as condições para a Dispõe sobre a participação da


promoção, proteção e comunidade na gestão do
recuperação da saúde, a Sistema Único de Saúde (SUS) e
organização e o funcionamento sobre as transferências
dos serviços correspondentes intergovernamentais de recursos
financeiros na área da saúde

Lei 8.142 de 1990


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101

Lei 8.142/90

Art. 1° O Sistema Único de Saúde (SUS), de que trata a Lei n° 8.080, de


19 de setembro de 1990, contará, em cada esfera de governo, sem
prejuízo das funções do Poder Legislativo, com as seguintes
instâncias colegiadas:

I - a Conferência de Saúde; e
II - o Conselho de Saúde.

Conferências de Saúde
As Conferências de Saúde se iniciaram há 70 anos, a
obrigatoriedade da realização das Conferências de Saúde
foi mantida, em 1990, quando a Lei n.º 8.142 as consagrou
como instâncias colegiadas de representantes dos vários
segmentos sociais, com a missão de avaliar e propor
diretrizes para a formulação da política de saúde nos
níveis municipais, estaduais e nacional.

As deliberações das Conferências devem servir para orientar os


governos na elaboração dos planos de saúde e na definição de ações
que sejam prioritárias nos âmbitos estaduais, municipais e nacional.

É nos espaços das Conferências que a sociedade se articula para


garantir os interesses e as necessidades da população na área da
Saúde e assegurar as diversas formas de pensar o SUS, assim como
para ampliar, junto à sociedade, a disseminação de informações sobre
o Sistema, para fortalecê-lo.

§ 1° A Conferência de Saúde reunir-se-á a cada quatro anos com a


representação dos vários segmentos sociais, para avaliar a situação
de saúde e propor as diretrizes para a formulação da política de
saúde nos níveis correspondentes, convocada pelo Poder Executivo
ou, extraordinariamente, por esta ou pelo Conselho de Saúde.

Convocada pelo Poder Executivo


ou pelo Conselho de Saúde

Conferência de Saúde Se reunirá a cada quatro anos

Avaliar a situação de saúde e propor as diretrizes


para a formulação da política de saúde

Lei 8.142 de 1990


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102

Lei 8.142/90
Conselho de Saúde
Os Conselhos de Saúde são os órgãos de controle do SUS
pela sociedade nos níveis municipal, estadual e federal. Eles
foram criados para permitir que a população possa
interferir na gestão da saúde, defendendo seus interesses
para que estes atendidos pelas ações governamentais.

O legítimo representante dos cidadãos usuários do SUS defende os


interesses e necessidades da população e usa os serviços do SUS,
exercendo o controle social ao lutar para garantir, na prática, o direito
constitucional à saúde.

§ 2° O Conselho de Saúde, em caráter permanente e deliberativo,


órgão colegiado composto por representantes do governo,
prestadores de serviço, profissionais de saúde e usuários, atua na
formulação de estratégias e no controle da execução da política de
saúde na instância correspondente, inclusive nos aspectos
econômicos e financeiros, cujas decisões serão homologadas pelo
chefe do poder legalmente constituído em cada esfera do governo.

INSTÂNCIAS COLEGIADAS DO SUS

Conferência de Saúde Conselho de Saúde

• Avalia a situação de saúde do • Atua na formulação de


País e propõe diretrizes para a estratégias e no controle da
formulação das políticas de execução da política de saúde,
saúde inclusive nos aspectos
• Composição: vários segmentos econômicos e financeiros
sociais • Composição: usuários,
• Reunião de 4 em 4 anos trabalhadores da saúde,
prestadores de serviço e
• Convocada pelo poder
representantes do governo
executivo ou
extraordinariamente, pelo • Caráter permanente e
Conselho de Saúde deliberativo

O termo "colegiado" diz respeito à forma de gestão na qual a


direção é compartilhada por um conjunto de pessoas com igual
autoridade, que reunidas, decidem. Órgãos colegiados, portanto,
são aqueles em que as decisões são tomadas em grupo.

Lei 8.142 de 1990


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103

Lei 8.142/90

VIII Conferência Nacional de Saúde


A 8ª Conferência Nacional de Saúde, realizada entre 17 e
21 de março de 1986, foi um dos momentos mais
importantes na definição do Sistema Único de Saúde
(SUS) e debateu três temas principais: ‘A saúde como
dever do Estado e direito do cidadão’, ‘A reformulação do
Sistema Nacional de Saúde’ e ‘O financiamento setorial’.

A 8ª foi a primeira conferência que contou com a participação de


usuários. Antes dela, os debates se restringiam à presença de
deputados, senadores e autoridades do setor. As conferências eram
“intraministério”. O Ministério da Saúde convidava pessoas das
secretarias e intelectuais, mas os eventos não tinham a dimensão
atual.

§ 3° O Conselho Nacional de Secretários de Saúde (Conass) e o


Conselho Nacional de Secretários Municipais de Saúde (Conasems)
terão representação no Conselho Nacional de Saúde.

De acordo com o § 3° os secretários de saúde do estado (Conass) e os


secretários do município (Conasems), farão parte do Conselho de Saúde
para formular estratégias e controlar a execução da política de saúde.

§ 4° A representação dos usuários nos Conselhos de Saúde e


Conferências será paritária em relação ao conjunto dos demais
segmentos.

O § 4° define que a representação dos usuários e dos demais segmentos


será paritária, ou seja, divididas em partes iguais. Portanto, o usuários terão
50% de representação nos Conselhos e Conferências de Saúde, assim como
os demais segmentos, que também será de 50%

E quem são os “demais segmentos”?

Os demais segmentos citado no § 4° são: representantes do governo,


prestadores de serviço e profissionais de saúde.

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104

Lei 8.142/90

Conselhos e
Composição paritária
Conferências de Saúde

Representantes do governo

Profissionais de saúde
Usuários Demais segmentos
50% 50% Prestadores de serviço

Resolução 453 de 2012


A resolução 453, estabelecida no ano de 2012, definiu algumas
diretrizes para o funcionamento dos Conselhos de Saúde. Nessa
resolução está definida a forma como deve ser a composição das
Conferências e Conselhos de Saúde de maneira mais específica.
Sendo 50% usuários, 25% profissionais de saúde e 25%
representantes do governo e prestadores de serviço.

Essa resolução será abordada em um capítulo posterior.

Composição dos Conselhos e Conferências


segundo a Resolução 453

Profissionais de
25% saúde

Usuários Demais segmentos Governantes e


50% 50% 25% Prestadores de
serviço

§ 5° As Conferências de Saúde e os Conselhos de Saúde terão sua


organização e normas de funcionamento definidas em regimento
próprio, aprovadas pelo respectivo conselho.

Isso significa que o Conselho de Saúde será o responsável por aprovar e


definir o seu próprio regimento interno e o regimento das Conferências de
Saúde.

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105

Lei 8.142/90

Fundo Nacional de Saúde


O Fundo Nacional de Saúde (FNS) é o gestor financeiro dos
recursos destinados a financiar as despesas correntes e de
capital do Ministério da Saúde bem como dos órgãos e
entidades da administração direta e indireta, integrantes do
SUS. O capital alocado junto ao FNS são transferidos para os
estados, municípios e o Distrito Federal para que estes
entes realizem de forma descentralizada ações e serviços de
saúde, bem como investirem na rede de serviços e na
cobertura assistencial e hospitalar, no âmbito do SUS.

Art. 2° Os recursos do Fundo Nacional de Saúde (FNS) serão


alocados como:

I - despesas de custeio e de capital do Ministério da Saúde,


seus órgãos e entidades, da administração direta e indireta;

II - investimentos previstos em lei orçamentária, de iniciativa


do Poder Legislativo e aprovados pelo Congresso Nacional;

III - investimentos previstos no Plano Qüinqüenal do Ministério


da Saúde;

IV - cobertura das ações e serviços de saúde a serem


implementados pelos Municípios, Estados e Distrito Federal.

Parágrafo único. Os recursos referidos no inciso IV deste artigo


destinar-se-ão a investimentos na rede de serviços, à cobertura
assistencial ambulatorial e hospitalar e às demais ações de saúde.

Art. 3° Os recursos referidos no inciso IV do art. 2° desta lei serão


repassados de forma regular e automática para os Municípios,
Estados e Distrito Federal, de acordo com os critérios previstos no
art. 35 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de 1990.

Os critérios para a transferência definidos no art. 35 da Lei 8.080 são: perfil


demográfico da região, perfil epidemiológico da população, características
quantitativas e qualitativas da rede de saúde na área, entre outros...

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Lei 8.142/90

§ 2° Os recursos referidos neste artigo serão destinados, pelo menos


setenta por cento, aos Municípios, afetando-se o restante aos
Estados.

Pelo menos 70% dos recursos da saúde

Transferido para Restante aos


os municípios estados

Art. 4° Para receberem os recursos, de que trata o art. 3° desta lei, os


Municípios, os Estados e o Distrito Federal deverão contar com:

I - Fundo de Saúde;

II - Conselho de Saúde, com composição paritária de acordo


com o Decreto n° 99.438, de 7 de agosto de 1990;

III - plano de saúde;

IV - relatórios de gestão que permitam o controle de que


trata o § 4° do art. 33 da Lei n° 8.080, de 19 de setembro de
1990;

V - contrapartida de recursos para a saúde no respectivo


orçamento;

VI - Comissão de elaboração do Plano de Carreira, Cargos e


Salários (PCCS), previsto o prazo de dois anos para sua
implantação.

Parágrafo único. O não atendimento pelos Municípios, ou pelos


Estados, ou pelo Distrito Federal, dos requisitos estabelecidos neste
artigo, implicará em que os recursos concernentes sejam
administrados, respectivamente, pelos Estados ou pela União.

Ou seja, caso o município não consiga fazer a gestão da atenção à saúde, o


estado em que o município está inserido ou a união ficarão responsáveis
por esse papel.

Lei 8.142 de 1990


Decreto 7.508 de 28
de Junho de 2011
CAPÍTULO V
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Decreto 7.508/11

O Decreto 7.508/2011 é uma das partes de Legislação do SUS mais


importantes e costuma ser bastante cobrado em provas. Esse decreto
regulamenta a Lei nº 8.080/90 e dispões sobre a organização do SUS, o
planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação
interfederativa, e dá outras providências.

Art. 1º Este Decreto regulamenta a Lei nº 8.080, de 19 de setembro de


1990, para dispor sobre a organização do Sistema Único de Saúde -
SUS, o planejamento da saúde, a assistência à saúde e a articulação
interfederativa.

O que é um decreto?

Decreto é um dos tipos de normas que serve para regulamentar lei


existente. Quando o presidente emite um deles, ele cria regras mais
específicas para uma norma jurídica geral, e essas regras começam a valer
imediatamente

Este Decreto apresenta alguns conceitos importantes e recorrentes em


provas, além de serem indispensáveis para o entendimento da
organização do SUS como um todo, são eles:

Contrato Organizativo da Ação


Regiões de Saúde
Pública da Saúde

Comissões Mapa da Rede de Atenção


Intergestores Saúde à Saúde

Porta de entrada Protocolo Clínico e Diretriz


do SUS Terapêutica

Serviços Especiais de Acesso Aberto

O Decreto 7.508/11 estabelece a organização do SUS em Regiões de


Saúde, sendo estas instituídas pelo Estado em articulação com os seus
municípios e que representam o espaço da gestão compartilhada da
rede de ações e serviços de saúde.

Decreto 7.508 de 2011


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Decreto 7.508/11

Art. 2º Para efeito deste Decreto, considera-se:

I - Região de Saúde - espaço geográfico contínuo constituído


por agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado a partir
de identidades culturais, econômicas e sociais e de redes de
comunicação e infraestrutura de transportes compartilhados,
com a finalidade de integrar a organização, o planejamento e
a execução de ações e serviços de saúde;

II - Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde - acordo


de colaboração firmado entre entes federativos com a
finalidade de organizar e integrar as ações e serviços de saúde
na rede regionalizada e hierarquizada, com definição de
responsabilidades, indicadores e metas de saúde, critérios de
avaliação de desempenho, recursos financeiros que serão
disponibilizados, forma de controle e fiscalização de sua
execução e demais elementos necessários à implementação
integrada das ações e serviços de saúde;

III - Portas de Entrada - serviços de atendimento inicial à


saúde do usuário no SUS;

IV - Comissões Intergestores - instâncias de pactuação


consensual entre os entes federativos para definição das
regras da gestão compartilhada do SUS;

V - Mapa da Saúde - descrição geográfica da distribuição de


recursos humanos e de ações e serviços de saúde ofertados
pelo SUS e pela iniciativa privada, considerando-se a
capacidade instalada existente, os investimentos e o
desempenho aferido a partir dos indicadores de saúde do
sistema;

VI - Rede de Atenção à Saúde - conjunto de ações e serviços


de saúde articulados em níveis de complexidade crescente,
com a finalidade de garantir a integralidade da assistência à
saúde;

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Decreto 7.508/11

VII - Serviços Especiais de Acesso Aberto - serviços de saúde


específicos para o atendimento da pessoa que, em razão de
agravo ou de situação laboral, necessita de atendimento
especial;

VIII - Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica - documento que


estabelece: critérios para o diagnóstico da doença ou do
agravo à saúde; o tratamento preconizado, com os
medicamentos e demais produtos apropriados, quando
couber; as posologias recomendadas; os mecanismos de
controle clínico; e o acompanhamento e a verificação dos
resultados terapêuticos, a serem seguidos pelos gestores do
SUS.

Região de Saúde
A região de saúde é essencial para integrar as ações e
serviços de saúde dos entes federativos, qualificar a
gestão do SUS e garantir a integralidade. Ela precisa ser
capaz de resolver se não a totalidade, a quase totalidade
das necessidades de saúde da população regional.

Espaço geográfico contínuo Tem a finalidade de integrar a


constituído por agrupamentos organização, o planejamento e a
de Municípios limítrofes execução de ações e serviços de saúde

Art. 4º As Regiões de Saúde serão instituídas pelo Estado, em


articulação com os Municípios, respeitadas as diretrizes gerais
pactuadas na Comissão Intergestores Tripartite - CIT
§ 1º Poderão ser instituídas Regiões de Saúde interestaduais,
compostas por Municípios limítrofes, por ato conjunto dos
respectivos Estados em articulação com os Municípios.

Municípios vizinhos localizados em estados diferentes podem formar


uma região de saúde, desde que tenham identidades semelhantes e os
estados entrem em ato conjunto para formar a região de saúde.

Regiões de Saúde Devem respeitar as


situadas em fronteiras normas que regem as
com outros países relações internacionais

Decreto 7.508 de 2011


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Decreto 7.508/11

Região de Saúde

Art. 5º Para ser instituída, a Região de Saúde deve conter, no mínimo,


ações e serviços de:

I - atenção primária II - urgência e emergência;

IV - atenção ambulatorial
III - atenção psicossocial
especializada e hospitalar

V - vigilância em saúde

Parágrafo único. A instituição das Regiões de Saúde observará


cronograma pactuado nas Comissões Intergestores.

O que são as Comissões Intergestores?


As Comissões Intergestores Bipartite e Tripartite são espaços
intergovernamentais, políticos e técnicos em que ocorrem o
planejamento, a negociação e a implementação das políticas de saúde
pública. As decisões se dão por consenso (e não por votação), o que
estimula o debate e a negociação entre as partes.

Desde que foram instituídas, no início dos anos 90, as Comissões Inter-
gestores Tripartite (na direção nacional) e Bipartite (na direção
estadual) vem se constituindo importantes arenas políticas de
representação federativa nos processos de formulação e
implementação das políticas de saúde.

Art. 6º As Regiões de Saúde serão referência para as transferências


de recursos entre os entes federativos.

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112

Decreto 7.508/11

Redes de Atenção à Saúde

Art. 7º As Redes de Atenção à Saúde estarão compreendidas no


âmbito de uma Região de Saúde, ou de várias delas, em
consonância com diretrizes pactuadas nas Comissões Intergestores

Rede de Atenção à Saúde (RAS) é conjunto de ações e


serviços de saúde articulados em níveis de complexidade
crescente, com a finalidade de garantir a integralidade da
assistência à saúde.
As redes são formas de organização que articulam serviços e sistemas
de saúde, com equipes multidisciplinares, unindo cada ponto da rede.
Dessa forma o sistema é capaz de responder às necessidades da
população, encaminhando aos serviços especializados quando houver
necessidade.

Parágrafo único. Os entes federativos definirão os seguintes


elementos em relação às Regiões de Saúde:

I - seus limites geográficos;

II - população usuária das ações e serviços;

III - rol de ações e serviços que serão ofertados

IV - respectivas responsabilidades, critérios de acessibilidade e


escala para conformação dos serviços.

As RAS são sistematizadas para responder a


condições específicas de saúde, por meio de
um ciclo completo de atendimentos. Todos os
pontos de atenção à saúde são igualmente
importantes e se articulam (atenção
primária, secundária e terciária).

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Decreto 7.508/11

Hierarquização

Art. 8º O acesso universal, igualitário e ordenado às ações e serviços


de saúde se inicia pelas Portas de Entrada do SUS e se completa na
rede regionalizada e hierarquizada, de acordo com a complexidade
do serviço.

Portas de Entrada Serviços de atendimento inicial


à saúde do usuário no SUS

Basicamente, a porta de entrada é por onde um usuário do serviço de


saúde começa a ser atendido no SUS.

Art. 9º São Portas de Entrada às ações e aos serviços de saúde nas


Redes de Atenção à Saúde os serviços:

I - de atenção primária;

II - de atenção de urgência e emergência;

III - de atenção psicossocial

IV - especiais de acesso aberto.

Serviços Especiais de Acesso Aberto – São serviços de saúde específicos


para o atendimento da pessoa que, em razão de agravo ou de situação
laboral, necessita de atendimento especial

Parágrafo único. Mediante justificativa técnica e de acordo com o


pactuado nas Comissões Intergestores, os entes federativos
poderão criar novas Portas de Entrada às ações e serviços de
saúde, considerando as características da Região de Saúde.

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Decreto 7.508/11

Hierarquização

Art. 10. Os serviços de atenção hospitalar e os ambulatoriais


especializados, entre outros de maior complexidade e densidade
tecnológica, serão referenciados pelas Portas de Entrada de que
trata o art. 9º .

Atenção primária Referenciam usuários

Atenção de urgência
e emergência

Atenção psicossocial Serviços de atenção hospitalar e os


ambulatoriais especializados, entre
Serviços especiais outros de maior complexidade e
de acesso aberto densidade tecnológica

Art. 11. O acesso universal e igualitário às ações e aos serviços de


saúde será ordenado pela atenção primária e deve ser fundado na
avaliação da gravidade do risco individual e coletivo e no critério
cronológico, observadas as especificidades previstas para pessoas
com proteção especial, conforme legislação vigente.
Parágrafo único. A população indígena contará com regramentos
diferenciados de acesso, compatíveis com suas especificidades e
com a necessidade de assistência integral à sua saúde, de acordo
com disposições do Ministério da Saúde.

A atenção básica deve reconhecer as necessidades de saúde da


população, organizando as necessidades em relação aos outros pontos de
atenção à saúde, contribuindo para que a programação dos serviços de
saúde parta das necessidades dos usuários.

Art. 12. Ao usuário será assegurada a continuidade do cuidado em


saúde, em todas as suas modalidades, nos serviços, hospitais e em
outras unidades integrantes da rede de atenção da respectiva
região.

A continuidade do cuidado é um ideal no qual os cuidados são fornecidos


de maneira coordenada e sem interrupções independentemente de todas
as complexidades do sistema de saúde e do envolvimento de diferentes
profissionais em diferentes instituições de cuidados.

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Decreto 7.508/11

Hierarquização

Art. 13. Para assegurar ao usuário o acesso universal, igualitário e


ordenado às ações e serviços de saúde do SUS, caberá aos entes
federativos, além de outras atribuições que venham a ser
pactuadas pelas Comissões Intergestores:

I - garantir a transparência, a integralidade e a equidade no


acesso às ações e aos serviços de saúde

II - orientar e ordenar os fluxos das ações e dos serviços de


saúde

III - monitorar o acesso às ações e aos serviços de saúde

IV - ofertar regionalmente as ações e os serviços de saúde.

Art. 14. O Ministério da Saúde disporá sobre critérios, diretrizes,


procedimentos e demais medidas que auxiliem os entes federativos
no cumprimento das atribuições previstas no art. 13.

Planejamento da Saúde

Art. 15. O processo de planejamento da saúde será ascendente e


integrado, do nível local até o federal, ouvidos os respectivos
Conselhos de Saúde, compatibilizando-se as necessidades das
políticas de saúde com a disponibilidade de recursos financeiros.

Obrigatório Será indutor de


Planejamento
para os entes políticas para a
de saúde
públicos iniciativa privada

O planejamento é obrigatório, ou seja, os gestores devem ter metas de


saúde e os serviços privados (sejam eles complementares ou não)
serão induzidos pelo planejamento

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Decreto 7.508/11

Planejamento da Saúde

Art. 16. No planejamento devem ser considerados os serviços e as


ações prestados pela iniciativa privada, de forma complementar ou
não ao SUS, os quais deverão compor os Mapas da Saúde regional,
estadual e nacional.

É uma ferramenta que deve ser utilizada para


apontar, geograficamente, a distribuição de
Mapa de recursos humanos e das ações e serviços
Saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada.

Art. 17. O Mapa da Saúde será utilizado na identificação das


necessidades de saúde e orientará o planejamento integrado dos
entes federativos, contribuindo para o estabelecimento de metas de
saúde.

Art. 18. O planejamento da saúde em âmbito estadual deve ser


realizado de maneira regionalizada, a partir das necessidades dos
Municípios, considerando o estabelecimento de metas de saúde.

Não confunda!

Redes de Conjunto de ações e serviços de saúde articulados


em níveis de complexidade crescente, com a
atenção a
finalidade de garantir a integralidade da
saúde assistência à saúde.

Espaço geográfico contínuo constituído por


Região agrupamentos de Municípios limítrofes, delimitado
de Saúde a partir de identidades culturais, econômicas e
sociais

Descrição geográfica da distribuição de recursos


Mapa de humanos e de ações e serviços de saúde
Saúde ofertados pelo SUS e pela iniciativa privada

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Decreto 7.508/11

Assistência à Saúde

Art. 20. A integralidade da assistência à saúde se inicia e se


completa na Rede de Atenção à Saúde, mediante referenciamento
do usuário na rede regional e interestadual, conforme pactuado nas
Comissões Intergestores.

A rede de atenção à saúde deve se articular de forma a garantir a


integralidade, ou seja, o atendimento de todas as necessidades de saúde
um indivíduo, incluindo a promoção da saúde, a prevenção de doenças, o
tratamento e a reabilitação.

RENASES

Compreende todas as ações e


serviços que o SUS oferece ao usuário
Relação Nacional de para atendimento da integralidade da
Ações e Serviços de assistência à saúde.
Saúde - RENASES

Art. 22. O Ministério da Saúde disporá sobre a RENASES em âmbito


nacional, observadas as diretrizes pactuadas pela CIT.
Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saúde
consolidará e publicará as atualizações da RENASES.
Art. 23. A União, os Estados, o Distrito Federal e os Municípios
pactuarão nas respectivas Comissões Intergestores as suas
responsabilidades em relação ao rol de ações e serviços constantes
da RENASES.
Art. 24. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão adotar
relações específicas e complementares de ações e serviços de
saúde, em consonância com a RENASES, respeitadas as
responsabilidades dos entes pelo seu financiamento, de acordo com
o pactuado nas Comissões Intergestores.

O RENASES é a lista de ações e serviços que o SUS oferece à


população na atenção básica, na urgência e emergência,
na atenção psicossocial, na atenção especializada e
hospitalar, e na vigilância em saúde. Ela é detalhada da
seguinte forma: nome da ação ou serviço; descrição de
como funciona cada uma; e seus respectivos códigos.

Decreto 7.508 de 2011


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Decreto 7.508/11

RENAME

Compreende a seleção e a
padronização de medicamentos
Relação Nacional de indicados para atendimento de
Medicamentos doenças ou de agravos no âmbito do
Essenciais - RENAME SUS.

A RENAME será acompanhada do Formulário Terapêutico


Nacional - FTN que subsidiará a prescrição, a dispensação
e o uso dos seus medicamentos.

O FTN contém informações científicas sobre os fármacos


constantes da RENAME, visando auxiliar profissionais de saúde
para a prescrição, dispensação e uso dos medicamentos
indispensáveis à posologia prevalente.

Art. 26. O Ministério da Saúde é o órgão competente para dispor


sobre a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas em
âmbito nacional, observadas as diretrizes pactuadas pela CIT.
Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saúde
consolidará e publicará as atualizações da RENAME, do respectivo
FTN e dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas.

Protocolo Clínico e Diretriz Terapêutica

É o documento que estabelece:


• Critérios para o diagnóstico da doença ou do agravo à saúde
• O tratamento preconizado, com os medicamentos e demais produtos
apropriados, quando couber; as posologias recomendadas
• Os mecanismos de controle clínico;
• O acompanhamento e a verificação dos resultados terapêuticos, a
serem seguidos pelos gestores do SUS.

Art. 27. O Estado, o Distrito Federal e o Município poderão adotar


relações específicas e complementares de medicamentos, em
consonância com a RENAME, respeitadas as responsabilidades dos
entes pelo financiamento de medicamentos, de acordo com o
pactuado nas Comissões Intergestores.

Decreto 7.508 de 2011


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Decreto 7.508/11

RENAME

Art. 26. O Ministério da Saúde é o órgão competente para dispor


sobre a RENAME e os Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas em
âmbito nacional, observadas as diretrizes pactuadas pela CIT.
Parágrafo único. A cada dois anos, o Ministério da Saúde
consolidará e publicará as atualizações da RENAME, do respectivo
FTN e dos Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas.

Da RENASES, do RENAME, do
respectivo FTN e...

A cada dois anos o MS


consolidará e publicará Dos Protocolos Clínicos e
as atualizações Diretrizes Terapêuticas

O Ministério da Saúde estabelecerá mecanismos que permitam a


contínua atualização da Relação Nacional de Medicamentos Essenciais
- RENAME, imprescindível instrumento de ação do SUS, na medida em
que contempla um elenco de produtos necessários ao tratamento e
controle da maioria das patologias prevalentes no País.

A lista da RENAME deve ser construída a partir de uma


avaliação de eficácia, efetividade, segurança, custo,
disponibilidade, entre outros aspectos, obtidas a partir das
melhores evidências científicas disponíveis.

Art. 27. O Estado, o Distrito Federal e o Município poderão adotar


relações específicas e complementares de medicamentos, em
consonância com a RENAME, respeitadas as responsabilidades dos
entes pelo financiamento de medicamentos, de acordo com o
pactuado nas Comissões Intergestores.

Estado Distrito Federal Municípios

Poderão adotar relações específicas e complementares de


medicamentos e de ações e serviços de saúde em
consonância com a RENAME e RENASES

Decreto 7.508 de 2011


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120

Decreto 7.508/11

RENAME

Art. 28. O acesso universal e igualitário à assistência farmacêutica


pressupõe, cumulativamente:

I - estar o usuário assistido por ações e serviços de saúde do


SUS

II - ter o medicamento sido prescrito por profissional de saúde,


no exercício regular de suas funções no SUS

III - estar a prescrição em conformidade com a RENAME e os


Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou com a relação
específica complementar estadual, distrital ou municipal de
medicamentos

IV - ter a dispensação ocorrido em unidades indicadas pela


direção do SUS.

§ 1º Os entes federativos poderão ampliar o acesso do usuário à


assistência farmacêutica, desde que questões de saúde pública o
justifiquem.

§ 2º O Ministério da Saúde poderá estabelecer regras diferenciadas


de acesso a medicamentos de caráter especializado.

A RENAME e a relação Somente poderão conter


específica complementar produtos com registro na
estadual, distrital ou Agência Nacional de
municipal de medicamento Vigilância Sanitária - ANVISA.

ATENÇÃO: observe que tanto o RENASES quanto o RENAME são


de nível nacional, estando sob responsabilidade do Ministério
da Saúde.

Decreto 7.508 de 2011


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121

Decreto 7.508/11

Comissões Intergestores

Art. 30. As Comissões Intergestores pactuarão a organização e o


funcionamento das ações e serviços de saúde integrados em redes
de atenção à saúde, sendo:

Âmbito da União

Vinculada ao Ministério da Saúde para


efeitos administrativos e operacionais
CIT
Comissão Intergestores Representantes: Ministério da Saúde,
Tripartite Conass e Conasems

Âmbito do Estado

Vinculada à Secretaria Estadual de Saúde


para efeitos administrativos e operacionais
CIB
Comissão Intergestores Representantes: Secretaria Estadual de
Bipartite Saúde e Secretaria Municipal

Âmbito Regional

CIR 0
Vinculada à Secretaria Estadual de Saúde
Comissão Intergestores para efeitos administrativos e operacionais,
Regional devendo observar as diretrizes da CIB

As Comissões Intergestores (CIT, CIB e CIR) são instâncias de pactuação


consensual entre os entes federativos para definir as regras da gestão
compartilhada do SUS.

Art. 31. Nas Comissões Intergestores, os gestores públicos de saúde


poderão ser representados pelo Conselho Nacional de Secretários de
Saúde - CONASS, pelo Conselho Nacional de Secretarias Municipais
de Saúde - CONASEMS e pelo Conselho Estadual de Secretarias
Municipais de Saúde - COSEMS.

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Decreto 7.508/11

Comissões Intergestores

Art. 32. As Comissões Intergestores pactuarão:

I - aspectos operacionais, financeiros e administrativos da


gestão compartilhada do SUS, de acordo com a definição da
política de saúde dos entes federativos, consubstanciada nos
seus planos de saúde, aprovados pelos respectivos conselhos
de saúde;

II - diretrizes gerais sobre Regiões de Saúde, integração de


limites geográficos, referência e contrarreferência e demais
aspectos vinculados à integração das ações e serviços de
saúde entre os entes federativos;

III - diretrizes de âmbito nacional, estadual, regional e


interestadual, a respeito da organização das redes de atenção
à saúde, principalmente no tocante à gestão institucional e à
integração das ações e serviços dos entes federativos

IV - responsabilidades dos entes federativos na Rede de


Atenção à Saúde, de acordo com o seu porte demográfico e
seu desenvolvimento econômico-financeiro, estabelecendo as
responsabilidades individuais e as solidárias

V - referências das regiões intraestaduais e interestaduais de


atenção à saúde para o atendimento da integralidade da
assistência.

Parágrafo único. Serão de competência exclusiva da CIT a


pactuação:

I - das diretrizes gerais II - dos critérios para o planejamento integrado


para a composição da das ações e serviços de saúde da Região de
RENASES; Saúde, em razão do compartilhamento da gestão

III - das diretrizes nacionais, do financiamento e das questões operacionais


das Regiões de Saúde situadas em fronteiras com outros países, respeitadas,
em todos os casos, as normas que regem as relações internacionais.

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Decreto 7.508/11

Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde


O Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde (COAP) é um
acordo de colaboração firmado entre os entes federativas, com a
finalidade de organizar e integrar as ações e os serviços de saúde na
rede regionalizada e hierarquizada, com definição de
responsabilidades, indicadores e metas de saúde, critérios de avaliação
de desempenho, recursos financeiros que serão disponibilizados, forma
de controle e fiscalização de sua execução e demais elementos
necessários à implementação integrada das ações e serviços de
saúde.

Finalidade: organizar e integrar as ações e os


serviços de saúde

COAP Definirá: as responsabilidades individuais e solidárias


Contrato Organizativo dos entes federativos em relação às ações e serviços
da Ação Púbica da de saúde, aos indicadores e às metas de saúde e aos
Saúde critérios de avaliação de desempenho

Art. 34. O objeto do Contrato Organizativo de Ação Pública da Saúde


é a organização e a integração das ações e dos serviços de saúde,
sob a responsabilidade dos entes federativos em uma Região de
Saúde, com a finalidade de garantir a integralidade da assistência
aos usuários.

No COAP, os municípios, estados, DF e a União deixam clara a


responsabilidade de cada um em relação às ações e dos
serviços do SUS. Esse contrato determinará o que cada ente vai
fazer na Região de Saúde

Art. 36. O Contrato Organizativo da Ação Pública de Saúde conterá


as seguintes disposições essenciais:

I - identificação das necessidades de saúde locais e regionais;

II - oferta de ações e serviços de vigilância em saúde,


promoção, proteção e recuperação da saúde em âmbito
regional e inter-regional

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Decreto 7.508/11

Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde

III - responsabilidades assumidas pelos entes federativos


perante a população no processo de regionalização, as quais
serão estabelecidas de forma individualizada, de acordo com
o perfil, a organização e a capacidade de prestação das ações
e dos serviços de cada ente federativo da Região de Saúde

IV - indicadores e metas de saúde;

V - estratégias para a melhoria das ações e serviços de saúde;

VI - critérios de avaliação dos resultados e forma de


monitoramento permanente;

VII - adequação das ações e dos serviços dos entes


federativos em relação às atualizações realizadas na RENASES;

VIII - investimentos na rede de serviços e as respectivas


responsabilidades; e

IX - recursos financeiros que serão disponibilizados por cada


um dos partícipes para sua execução.

Parágrafo único. O Ministério da Saúde poderá instituir formas de


incentivo ao cumprimento das metas de saúde e à melhoria das
ações e serviços de saúde.
Art. 37. O Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde observará
as seguintes diretrizes básicas para fins de garantia da gestão
participativa:

I - estabelecimento de estratégias que incorporem a avaliação


do usuário das ações e dos serviços, como ferramenta de sua
melhoria;

Decreto 7.508 de 2011


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Decreto 7.508/11

Contrato Organizativo da Ação Pública da Saúde

II - apuração permanente das necessidades e interesses do


usuário; e

III - publicidade dos direitos e deveres do usuário na saúde em


todas as unidades de saúde do SUS, inclusive nas unidades
privadas que dele participem de forma complementar.

Art. 38. A humanização do atendimento do usuário será fator


determinante para o estabelecimento das metas de saúde previstas
no Contrato Organizativo de Ação Pública de Saúde.

Serão pactuados pelo Comissão


Intergestores Tripartite (CIT)

As normas de
Cabendo à Secretaria de Saúde Estadual
elaboração e fluxos
coordenar a sua implementação.
do COAP

O Sistema Nacional de Auditoria e Avaliação do SUS,


por meio de serviço especializado

Fará o controle e a fiscalização do Contrato Organizativo de


Ação Pública da Saúde.

Disposições Finais

Art. 42. Sem prejuízo das outras providências legais, o Ministério da


Saúde informará aos órgãos de controle interno e externo:

I - o descumprimento injustificado de responsabilidades na prestação de


ações e serviços de saúde e de outras obrigações previstas neste Decreto;
II - a não apresentação do Relatório de Gestão
III - a não aplicação, malversação ou desvio de recursos financeiros; e
IV - outros atos de natureza ilícita de que tiver conhecimento.

Decreto 7.508 de 2011


Resolução 453 de 10
de Maio de 2012
CAPÍTULO VI
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127

Resolução 453/12

A Resolução 453 trata das diretrizes para instituição,


reformulação, reestruturação e funcionamento dos
Conselhos de Saúde. Essa resolução está relacionada com a
Lei 8.142, que trata da participação da comunidade no SUS
através dos Conselhos e Conferências de Saúde.

É recomendado a leitura prévia do capítulo que trata sobre a


Lei 8.142, pois através dela é possível entender o funcionamento
e a composição dos Conselhos de Saúde.

O que é uma resolução?

Resolução é uma norma jurídica destinada a disciplinar assuntos do


interesse interno do Congresso Nacional, no caso do Brasil.

A Resolução 453 é composta por cinco diretrizes

Primeira diretriz Trata da definição do Conselho de Saúde

Trata da instituição e reformulação dos


Segunda diretriz
Conselhos de Saúde

Terceira diretriz Trata da organização dos Conselhos de


Saúde

Trata da estrutura e o funcionamento dos


Quarta diretriz
Conselhos de Saúde

Trata das competências do Conselho de


Quinta diretriz
Saúde

A resolução vem fortalecer o controle social, dada a sua importância


para a consolidação do SUS. Mas atente que sua disposição é apenas
para uma das instâncias de controle social: os Conselhos de Saúde!
Este marco é dividido em cinco diretrizes, o que facilita o entendimento.

Resolução 453 de 2012


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Resolução 453/12

Primeira Diretriz: Definição do Conselho de Saúde

Colegiada Conjunto de pessoas que reúnem

Deliberativa Poder de decisão através de votos

Conselho de Saúde
É uma instância: Permanente Deve existir e se reunir sempre

...do SUS, em cada esfera do governo

É integrante da estrutura organizacional do Ministério da


Saúde e da Secretaria de Saúde dos Estados, do Distrito
Federal e dos Municípios,

Com composição, Fixadas na Lei


organização e competência 8.142/90

Assim, os Conselhos de Saúde são espaços instituídos de participação


da comunidade nas políticas públicas e na administração da saúde.
Como subsistema da Seguridade Social, o Conselho de Saúde atua na
formulação e proposição de estratégias e no controle da execução das
Políticas de Saúde, inclusive nos seus aspectos econômicos e
financeiros.

O processo bem-sucedido de descentralização da saúde


promoveu o surgimento de:

Conselhos Distritais de
Conselhos Regionais Conselhos Locais
Saúde

Incluindo os Conselhos dos Distritos Sanitários Especiais Indígenas

Sob a coordenação dos Conselhos de Saúde da esfera


correspondente

Resolução 453 de 2012


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Resolução 453/12

Segunda Diretriz: Da Instituição e Reformulação dos


Conselhos de Saúde

A instituição dos Conselhos de Saúde


É estabelecida por lei

Do Distrito
Federal Estadual Municipal
Federal

Obedecida a Lei 8.142

Cada esfera além de ser regulamentada pela Lei 8.142, possuí lei
específica para instituição do seu próprio Conselho de Saúde.

Na instituição e reformulação dos Conselhos de Saúde:


O Poder Executivo, respeitando os princípios da democracia, deverá
acolher as demandas da população:

Aprovadas nas Em consonância com


Conferências de Saúde e a legislação

Vale lembrar que de acordo com a Lei 8.142 a população terá 50% de
representação nos Conselhos e Conferências de Saúde, onde, as suas
demandas devem ser acolhidas, respeitando a lei.

Terceira Diretriz: A Organização dos Conselhos de


Saúde

A participação da sociedade organizada, garantida na legislação


torna os Conselhos de Saúde uma instância privilegiada na:

• Proposição Da implementação da Política


• Discussão de Saúde
• Acompanhamento
• Deliberação
• Avaliação e Inclusive nos seus aspectos
• Fiscalização econômicos e financeiros

Resolução 453 de 2012


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Resolução 453/12

Terceira Diretriz: A Organização dos Conselhos de


Saúde
A legislação estabelece, ainda, a composição paritária de usuários em
relação ao conjunto dos demais segmentos representados.

Representantes de entidades, instituições e


movimentos representativos de usuários

Entidades representativas Do
de trabalhadores da saúde governo
O Conselho de Saúde
De entidades representativas de
será composto por: prestadores de serviços de saúde

O presidente será eleito entre os membros do Conselho, em


reunião plenária

Nos munícipios onde não existem:

• Entidades Organizados em número suficiente para


• Instituições compor o Conselho
• Movimentos

Realizada em plenária no município

A eleição da Promovida pelo Conselho Municipal de


representação será: maneira ampla e democrática

Cada Conselho definirá seus regimentos internos, ou seja, o número de


conselheiros de uma determinada cidade pode ser diferente de outra.
No entanto, a representatividade (percentual) é definida na lei 8.142.

O número de conselheiros será:

Definido pelos Conselhos de Saúde e Constituído em lei

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131

Resolução 453/12

Terceira Diretriz: A Organização dos Conselhos de


Saúde
As vagas deverão ser distribuídas da seguinte forma::

50% de entidades e 25% de entidades representativas


movimentos representativos dos trabalhadores da área de
de usuários saúde

25% de representação de governo e prestadores de serviços


privados conveniados, ou sem fins lucrativos.

A participação de órgãos, entidades e movimentos sociais terá como


critérios:

Representatividade Abrangência Complementaridade

Do conjunto da sociedade, no âmbito de atuação do Conselho


de Saúde.

De acordo com as especificidades locais, aplicando o princípio da


paridade, serão contempladas, dentre outras, as seguintes
representações:

Associações de pessoas Associações de pessoas


com patologias com deficiências

Entidades Movimentos sociais e populares,


indígenas organizados (movimento negro, LGBT...)

Movimentos organizados Entidades de aposentados e


de mulheres, em saúde pensionistas

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132

Resolução 453/12

Terceira Diretriz: A Organização dos Conselhos de


Saúde

Entidades congregadas de sindicatos, centrais sindicais,


confederações e federações de trabalhadores urbanos e rurais

Entidades de defesa do Organizações de


consumidor moradores;

Entidades Organizações
ambientalistas religiosas

Trabalhadores da área de saúde: associações, confederações,


conselhos de profissões regulamentadas, federações e
sindicatos, obedecendo as instâncias federativas

Comunidade Entidades
científica patronais

Entidades públicas, de hospitais universitários e hospitais


campo de estágio, de pesquisa e desenvolvimento

Entidades dos prestadores


Governo
de serviço de saúde

As entidades, movimentos e instituições eleitas no Conselho de Saúde,


terão os conselheiros indicados:

Por escrito De acordo com a sua organização

Conforme processos estabelecidos pelas respectivas entidades,


movimentos e instituições

Com a recomendação de que ocorra renovação de seus


representantes.

Resolução 453 de 2012


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133

Resolução 453/12

Terceira Diretriz: A Organização dos Conselhos de


Saúde

Quando não houver Conselho de Saúde constituído ou em


atividade no Município

Caberá ao Conselho Estadual de Saúde assumir, junto ao


executivo municipal, a convocação e realização da
Conferência Municipal de Saúde

Que terá como um de seus objetivos a estruturação e


composição do Conselho Municipal.

O mesmo será atribuído ao Conselho Nacional de Saúde,


quando não houver Conselho Estadual de Saúde
constituído ou em funcionamento.

As funções, como membro do conselho da Saúde:

Considerando-se o seu exercício de


relevância pública e, portanto, garante
a dispensa do trabalho sem prejuízo
Não serão para o conselheiro
remuneradas

Para fins de justificativa junto aos órgãos, entidades competentes e


instituições, o Conselho de Saúde emitirá declaração de
participação de seus membros durante o período das reuniões,
representações, capacitações e outras atividades específicas.

O conselheiro, no exercício de sua função, responde pelos


seus atos conforme legislação vigente.

Resolução 453 de 2012


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Resolução 453/12

Quarta Diretriz: Estrutura e Funcionamento dos


Conselhos de Saúde

As três esferas de Governo garantirão:

Autonomia administrativa para o pleno Dotação


funcionamento do Conselho de Saúde orçamentária

Organização da
Autonomia financeira
secretaria-executiva

Com a necessária infraestrutura e apoio técnico

Os Conselhos estão vinculados, em âmbito nacional, estadual e


municipal, respectivamente, ao Ministério da Saúde, Secretaria
Estadual de saúde e Secretaria Municipal de saúde. Mas, a
partir desta resolução eles passam a ter: autonomia
administrativa; dotação orçamentária; autonomia financeira e
organização da secretaria-executiva

Cabe ao Conselho de Saúde deliberar em relação à sua


estrutura administrativa e o quadro de pessoal

O Conselho de Saúde contará com uma secretaria-executiva

Coordenada: por pessoa preparada para a função

Função: suporte técnico e administrativo

Subordinada: ao Plenário do Conselho de Saúde, que


definirá sua estrutura e dimensão

Resolução 453 de 2012


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Resolução 453/12

Quarta Diretriz: Estrutura e Funcionamento dos


Conselhos de Saúde

O Conselho de Saúde decide sobre o seu orçamento

O plenário do Conselho de Saúde:

A pauta e o material de apoio às


Se reunirá, no reuniões devem ser encaminhados aos
mínimo, a cada conselheiros com antecedência mínima
mês de 10 (dez) dias

Se reunirá extraordinariamente, Terá como base o seu


quando necessário e, Regimento Interno.

As reuniões plenárias dos conselhos de saúde:

Deverão acontecer em espaços e


São abertas ao
horários que possibilitem a
público
participação da sociedade

Qualquer cidadão poderá participar das reuniões dos


Conselhos. Porém, o poder de votar cabe somente aos
membros do conselho

O Conselho de Saúde exerce suas atribuições mediante:

O funcionamento do Plenário que além das comissões


intersetoriais, estabelecidas na Lei no 8.080/90, instalará:

Outras comissões intersetoriais e Essas comissões poderão


grupos de trabalho de conselheiros contar com integrantes
para ações transitórias não conselheiros

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Resolução 453/12

Quarta Diretriz: Estrutura e Funcionamento dos


Conselhos de Saúde
O Conselho de Saúde constituirá uma Mesa Diretora eleita em Plenário,
respeitando a paridade expressa nesta Resolução:

As decisões do Conselho mediante quórum mínimo


de Saúde serão adotadas (metade+ 1) dos seus integrantes

Ressalvados os casos • Quórum especial


regimentais nos quais se exija: • Maioria qualificada de votos

O que é quórum?

É quantidade mínima obrigatória de membros presentes ou representados,


para que uma assembleia possa deliberar e tomar decisões válidas.

Entende-se por O número inteiro imediatamente superior à


maioria simples metade dos membros presentes

Entende-se por O número inteiro imediatamente superior à


maioria absoluta metade de membros do Conselho

Entende-se por 2/3 (dois terços) do total de membros do


maioria qualificada Conselho

Qualquer alteração na organização dos Conselhos de Saúde:

• Preservará o que está garantido em lei


• Deve ser proposta pelo próprio Conselho e
• Deve ser votada em reunião plenária, com quórum qualificado

Para depois ser alterada em seu Regimento Interno e homologada


pelo gestor da esfera correspondente

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Resolução 453/12

Quarta Diretriz: Estrutura e Funcionamento dos


Conselhos de Saúde

A cada três meses, deverá constar dos itens da pauta o


pronunciamento do gestor, das respectivas esferas de governo, para
que faça a prestação de contas, em relatório detalhado, sobre:

Andamento do plano de Agenda da saúde


saúde pactuada

Auditorias iniciadas e Dados sobre o montante e a


concluídas no período forma de aplicação dos recursos

Produção e a oferta de serviços na rede


Relatório
assistencial própria, contratada ou
de gestão
conveniada

De acordo com o art. 12 da Lei no 8.689/93 e com a Lei


Complementar no 141/2012

A cada três meses deverá constar na pauta da reunião do conselho o


pronunciamento do gestor. Qual a finalidade? Para que o gestor preste
contas através do relatório detalhado sobre o andamento do plano de
saúde, agenda e relatório de gestão.

Observe que o relatório de gestão é diferentes do relatório


detalhado. O relatório detalhado, como já citado anteriormente
é a prestação de contas do gestor. Já o relatório de gestão deve
ser feito anualmente, ele é um documento que mostra uma
prestação de contas à população e ao controle social sobre as
realizações anuais da pasta e as perspectivas para o SUS.

Os Conselhos de Saúde, com a devida justificativa,


buscarão auditorias externas e independentes sobre as
contas e atividades do Gestor do SUS

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Resolução 453/12

Quarta Diretriz: Estrutura e Funcionamento dos


Conselhos de Saúde

O Pleno do Conselho de Saúde deverá manifestar-se por meio de

Resoluções Recomendações Moções

e outros atos deliberativos

As resoluções serão obrigatoriamente homologadas pelo chefe do


poder constituído em cada esfera de governo, em um prazo de 30
trinta dias, dando-se-lhes publicidade oficial.

Decorrido este prazo e:

Não sendo homologada a resolução e nem enviada


justificativa pelo gestor ao Conselho de Saúde com proposta
de alteração ou rejeição a ser apreciada na reunião seguinte

As entidades que integram o Conselho de Saúde podem buscar a


validação das resoluções, recorrendo:

à justiça e ao Ministério Público, quando necessário.

Quinta Diretriz: Competências do Conselho de Saúde


Aos Conselhos de Saúde Nacional, Estaduais, Municipais e do Distrito
Federal, que têm competências definidas nas leis federais, bem como
em indicações advindas das Conferências de Saúde, compete:

I - fortalecer a participação e o Controle Social no SUS, mobilizar


e articular a sociedade de forma permanente na defesa dos
princípios constitucionais que fundamentam o SUS;

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Resolução 453/12

Quinta Diretriz: Competências do Conselho de Saúde

II - elaborar o Regimento Interno do Conselho e outras normas


de funcionamento;

III - discutir, elaborar e aprovar propostas de operacionalização


das diretrizes aprovadas pelas Conferências de Saúde;

IV - atuar na formulação e no controle da execução da política


de saúde:

incluindo os seus e propor estratégias para a


aspectos econômicos sua aplicação aos setores
e financeiros público e privado

V - definir diretrizes para elaboração dos planos de saúde e


deliberar sobre o seu conteúdo, conforme as diversas situações:

as diversas situações a capacidade


epidemiológicas e, organizacional dos serviços

VI - anualmente deliberar sobre a aprovação ou não do


relatório de gestão

VII - estabelecer estratégias e procedimentos de


acompanhamento da gestão do SUS, articulando-se com os
demais colegiados, a exemplo dos de:

seguridade meio criança e


justiça
social ambiente adolescente

educação trabalho agricultura idosos outros

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Resolução 453/12

Quinta Diretriz: Competências do Conselho de Saúde

VIII - proceder à revisão periódica dos planos de saúde

IX - deliberar sobre os programas de saúde e aprovar projetos


a serem encaminhados ao Poder Legislativo, propor a adoção
de critérios definidores de qualidade e resolutividade,
atualizando-os face ao processo de incorporação dos
avanços científicos e tecnológicos na área da Saúde

X - avaliar, explicitando os critérios utilizados, a organização e


o funcionamento do Sistema Único de Saúde do SUS

XI - avaliar e deliberar sobre:

• Contratos Conforme as diretrizes dos Planos de


• Consócios e Saúde Nacional, Estaduais, do Distrito
• Convênios Federal e Municipais

XII - acompanhar e controlar a atuação do setor privado


credenciado mediante contrato ou convênio na área de saúde

XIII - aprovar a proposta orçamentária anual da saúde, tendo


em vista as metas e prioridades:

Estabelecidas na observado o princípio do processo de


Lei de Diretrizes planejamento e orçamento ascendentes,
Orçamentárias conforme legislação vigente

XIV - propor critérios para programação e execução


financeira e orçamentária dos Fundos de Saúde e
acompanhar a movimentação e destino dos recursos

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Resolução 453/12

Quinta Diretriz: Competências do Conselho de Saúde

XV - fiscalizar e controlar gastos e deliberar sobre critérios de


movimentação de recursos da Saúde, incluindo o Fundo de
Saúde e os recursos transferidos e próprios do Município,
Estado, Distrito Federal e da União, com base no que a lei
disciplina

XVI - analisar, discutir e aprovar o relatório de gestão, com a


prestação de:

contas e informações financeiras,


garantia do devido
repassadas em tempo hábil aos
assessoramento
conselheiros , e

XVII - fiscalizar e acompanhar o desenvolvimento das ações e


dos serviços de saúde e encaminhar denúncias aos
respectivos órgãos de controle interno e externo, conforme
legislação vigente

XVIII - examinar propostas e denúncias de indícios de


irregularidades, responder no seu âmbito a consultas sobre
assuntos pertinentes às ações e aos serviços de saúde, bem
como apreciar recursos a respeito de deliberações do
Conselho nas suas respectivas instâncias

XIX - estabelecer a periodicidade de convocação e organizar


as Conferências de Saúde,

Propor sua convocação Estruturar a comissão


ordinária ou extraordinária organizadora

Submeter o respectivo Convocar a sociedade


regimento e programa ao para a participação nas
Pleno do Conselho de Saúde pré-conferências e
correspondente conferências de saúde

Resolução 453 de 2012


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Resolução 453/12

Quinta Diretriz: Competências do Conselho de Saúde

XX - estimular articulação e intercâmbio entre:

• Os Conselhos de Saúde,
• Entidades,
Para a promoção da Saúde
• Movimentos populares
• Instituições públicas e privadas;

XXI - estimular, apoiar e promover estudos e pesquisas sobre


assuntos e temas na área de saúde pertinente ao
desenvolvimento do Sistema Único de Saúde (SUS)

XXII - acompanhar o processo de desenvolvimento e


incorporação científica e tecnológica, observados os padrões
éticos compatíveis com o desenvolvimento sociocultural do
País;

XXIII - estabelecer ações de:

Informação Educação e Comunicação Em saúde

Divulgar as funções e competências do Conselho de Saúde,


seus trabalhos e decisões nos meios de comunicação,
incluindo informações sobre as agendas, datas e local das
reuniões e dos eventos;

XXIV - deliberar, elaborar, apoiar e promover a educação


permanente para o controle social, de acordo com as
Diretrizes e a Política Nacional de Educação Permanente para
o Controle Social do SUS

Resolução 453 de 2012


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Resolução 453/12

Quinta Diretriz: Competências do Conselho de Saúde

XXV - incrementar e aperfeiçoar o relacionamento


sistemático com:

Os poderes Ministério Judiciário e


constituídos Público Legislativo

Meios de Bem como setores relevantes não


comunicação representados nos conselhos

XXVI - acompanhar a aplicação das normas sobre ética em


pesquisas aprovadas pelo CNS

XXVII - deliberar, encaminhar e avaliar a Política de Gestão


do Trabalho e Educação para a Saúde no SUS

XXVIII - acompanhar a implementação das propostas


constantes do relatório das plenárias dos Conselhos de
Saúde, e

XXIX - atualizar periodicamente as informações sobre o


Conselho de Saúde no Sistema de Acompanhamento dos
Conselhos de Saúde (SIACS).

O que é o SIACS?

O Sistema de Acompanhamento dos Conselhos de Saúde é mais uma


ferramenta de comunicação e informação para contribuir com a
efetividade do Controle Social. Todos os conselhos devem realizar seu
cadastro, criando uma única rede de dados de todos os conselhos
municipais. O SIACS resultará em um retrato detalhado dos conselhos de
saúde de todo o País, mostrando a composição dos colegiados e o
cumprimento de normas legais relacionadas ao Sistema Único de Saúde.

Resolução 453 de 2012


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PARABÉNS
Parabéns por ter chegado até aqui, isso mostra o seu
real interesse em aprender!

Continue firme na sua caminhada e na busca por


seus objetivos, desejamos que consiga alcançar
todos! Conte conosco nos seus estudos, vamos
juntos!!!

Atenciosamente, Aprova Saúde.


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