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ACÇÃO GEOLÓGICA DOS GLACIARES

Existem regiões na Terra onde a neve caída durante a estação fria não é totalmente fundida na estação
quente. Esta neve acumulada vai-se compactando gradualmente em virtude do seu próprio peso.

À medida que o peso aumente, as camadas inferiores vão se recristalizando, formando massas sólidas de
gelo.

Floco de Neve Neve Granular Gelo não-compactado Gelo glaciar

GLACIAR OU GELEIRA

As designações Glaciares e geleiras são sinónimas, conforme poderemos ver a seguir através dos seguintes
conceitos.

Glaciares são enormes massas de gelo, constituído por neve recristalizada, que se deslocam por acção da
gravidade. Normalmente, o gelo se acumula nas regiões altas dos continentes em baixas latitudes ou nas
regiões polares (Groenlândia, Antártica, etc.).

Este processo é análogo ao que ocorre com os sedimentos que, afundando-se na crosta,
experimentam metamorfismo de afundimento, recristalizando para formar rochas metamórficas.

Quando a acumulação de neve e gelo se torna tão espessa que a força da gravidade permite o seu
movimento, “nasce” um glaciar.

O glaciar que se forma numa zona de acumulação do nevado pode deslocar-se em virtude do seu próprio
peso, por acção da gravidade.

Em consequência do movimento do gelo, podem abrir-se, no glaciar, fendas transversais, também


denominadas crevasses, e fendas longitudinais, que ultrapassam, por vezes, a profundidade de 100 metros.

As fendas transversais ou crevasses formam-se quando se verifica um aumento brusco do declive do leito
e as longitudinais ocorrem quando se dá um alargamento do leito.

Os glaciares encontram-se nas regiões onde as temperaturas médias são tão baixas que a água só pode
existir no estado sólido. Esta situação tanto ocorre em regiões de latitude elevada, próximo dos círculos
polares Árctico e Antárctico, como nas regiões de menor latitude, mas onde as temperaturas em altitude
são suficientemente baixas para que a água se mantenha no estado sólido,como nos Alpes, Andes,
Montanhas Rochosas, etc.

TIPOS DE GELEIRAS OU DE GLACIARES

Os glaciares apresentam grande variedade nas suas características físicas, podendo, por esse facto,
distinguir-se vários tipos.

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A sua morfologia é condicionada pela topografia da região, onde se constituem e se movimentam.
Podemos considerar quatro tipos fundamentais de glaciares:

Alpino ou de vale – a neve acumula-se em bacias de recepção, que são depressões de terreno onde se
junta a neve que aí cai directamente e também aquela que, lentamente ou em avalanches, cai dos altos
cumes.

Quando a pressão exercida pelas camadas de neve é suficiente, constitui, a partir da bacia de recepção,
uma língua glaciária, qual avança pela encosta a termina quando a temperatura não permite a existência
de água no estado sólido.

Pirenaico, suspenso ou de circo – O glaciar é de pequenas dimensões e ocupa depressões em


semicírculo, rodeadas pelas paredes rochosas, quase verticais, da montanha. Não se forma língua glaciária
e as alterações de temperatura podem originar lagos por fusão do gelo.

Polar ou inlandesis – encontram-se sobretudo na Gronelândia e no continente antárctico. São extensas


calotes glaciárias que recobrem aquelas regiões e que, deslizando pelos terrenos inclinados, acabam por
vezes por se fragmentar no mar, originando os icebergues.

Os icebergues antárcticos são tabulares e de grandes dimensões e os árcticos são, em regra, irregulares e
de menor tamanho.

Calotes locais: São de muito menores dimensões que os inlandsis. As calotes revestem as montanhas e
podem emitir línguas divergentes para a periferia.

Fiorde – constitui-se a partir de uma língua glaciária, que forma um vale, cujo leito atinge profundidade
inferior à do nível do mar com que contacta. Por fusão do glaciar, o seu leito é penetrado pelo mar. Os leitos
glaciares abandonados e invadidos pelo mar têm o mesmo nome – fiorde.

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