UNIVERSIDADE DO VALE DO ITAJAÍ – UNIVALI

ESCOLA CIÊNCIAS DA SAÚDE

CURSO DE FONOAUDIOLOGIA
ESTÁGIO SUPERVISIONADO EM FONOAUDIOLOGIA CLÍNICA
AMBULATÓRIO DE MOTRICIDADE ORAL

ESTAGIÁRIO (A): CLAUDINÉA DA SILVA E LIANE SILVA

PACIENTE: GABRIELA BUSANA BIANCHI
DATA DE NASCIMENTO DO PACIENTE: 11/03/2016
DATA: 17/09/2022
SEMESTRE: 4º SEMESTRE – 2022/2
ORIENTADOR: PROFESSORA DEISE BAIXO DUARTE FURTADO

1. PROTOCOLO MBGR HISTÓRIA CLÍNICA

Nos dias 23 e 30 de agosto, Gabriela Busana Bianchi, 6 anos e 5 meses, foi

submetida á triagem fonoaudiológica, na clínica do curso de fonoaudiologia da
Universidade do Vale do Itajaí (UNIVALI), para a disciplina de estágio
supervisionado em Motricidade Orofacial.
A paciente compareceu, acompanhada da mãe que trouxe como queixa
principal o fato de a filha possuir respiração oral.
Durante a entrevista, a criança interagiu com a professora e com as
estagiárias, foi comunicativa e atenta as solicitações. Apresentou boa postura,
locomoção e equilíbrio preservados.
Gabriela mora com a mãe o pai e o irmão gêmeo em um apartamento. Tanto
o pai quanto o irmão possuem histórico de respiração oral.
Referente a gestação e o nascimento a mãe informou que não houve
intercorrências, informou também que a criança possui rinite alérgica, coriza
frequente, utiliza medicamento e durante os dias de avaliação procurou
otorrinolaringologista, o mesmo solicitou alguns exames que irão ser realizados.
 A mãe relatou sono agitado e fragmentado, boca aberta e mão apoiada sobre
o rosto bilateralmente ao dormir (dependendo do lado em que dorme). Relatou
também que a paciente faz tratamento odontológico e utiliza aparelho removível.
Quanto a mastigação a paciente tem dificuldade de comer alimentos sólidos,
a carne foi um dos exemplos citados, como consequência, a mastigação desses
alimentos é mais lenta. Legumes, come somente processados e gosta de doces
em geral.
Quanto aos hábitos orais paciente utilizou chupeta comum até os nove
meses, possui atualmente hábitos de bruxismo noturno, apertamento dentário,
interposição de lábio e prostração de mandíbula.
Foi amamentada até os cinco meses no peito intercaladamente com fórmula.
Utilizou mamadeira até os três anos.
Em relação a fala foi observada somente infantilização na pronúncia de
algumas palavras, porém a paciente consegue pronunciar de forma correta se
solicitado.

2. PROTOCOLO DE AVALIAÇÃO

Em relação ao exame miofuncional orofacial constatou-se que a paciente

possui padrão facial convexo, postura de cabeça anteriorizada, lábios
entreabertos na posição habitual, e mucosa externa ressecada.

Nas bochechas foram observadas marcas dentárias bilateralmente. A

posição habitual de língua é no assoalho, fixação do fênulo na parte média e
crista alveolar. A paciente possui palato duro aumentado e classe II quanto ao
teste de Mallampati.

Referente a dentição a paciente Gabriela possui dentição mista, e não possui

os incisivos superiores no momento por conta da transição da dentição decídua
para permanente.

Sobre a respiração o tipo é médio/superior, paciente respira de forma

oronasal e tem possibilidade de uso nasal de dois minutos ou mais.
 Na avaliação de mastigação e deglutição foi observada incisão lateral, por
conta da falta dos dentes incisivos superiores centrais, padrão mastigatório
bilateral simultâneo, e contração do mentual ao deglutir.

Paciente é acompanhada pelo Dr. Lenine Passos filho, professor do curso de

odontologia da UNIVALI, o mesmo relatou a constatação de mordida cruzada
posterior unilateral falsa do lado esquerdo e classe II de Angle com
sobressalência (overjet) aumentada. Gabriela utiliza aparelho ortodôntico
removível com objetivo de corrigir a mordida cruzada.

Não foi possível realizar a avaliação das medidas de oclusão e mandíbula por
conta da falta de parâmetros dos incisivos superiores ausentes.

3. ANÁLISE CONCLUSIVA

Durante a aplicação dos protocolos de anamnese e avaliação, foi observado

que a paciente possui alteração na respiração. “Quando a respiração nasal é
substituída pela oral ou predominantemente oral, deve-se considerá-la uma
condição patológica, por acarretar importantes alterações morfofuncionais no
sistema estomatognático” (RODRIGUES; FARIA; PAULA; MOTTA, 2005, p.357).
Destaca-se também o fato da classificação de Angle II, que pode favorecer
um padrão de respiração oral e posição de língua baixa. Ainda como
consequência disto podem ocorrer alterações no crescimento ósseo craniofacial
como a profundidade aumentada do palato duro presente na paciente (SILVA et
al., 2019).
Observou-se também alteração na mastigação que atualmente acontece de
forma bilateral simultânea e segundo Silva et al. (2019), considera-se este um
padrão alterado visto que a mastigação deve ocorrer de forma bilateral alternada
para não desencadear sobrecarga da musculatura. Ainda de acordo com Silva et
al. (2019) a necessidade de manter a respiração oral pode resultar também na
alteração da mastigação, pela necessidade de abrir a boca para respirar como
observado na avaliação da paciente Gabriela.
Não menos importante, é necessário entender e orientar a família quanto a
infantilização da criança, quando se percebe que ela sabe pronunciar palavras
corretamente, mas não o faz por hábito. De acordo com Magalhães (2019), a
infantilização pode estar associada com um conceito de superproteção, estudos
ainda citam que estes comportamentos podem resultar em dificuldades na
expressão afetiva e no desenvolvimento de autonomia da criança
3.1 HIPÓTESE DIAGNÓSTICA:
Distúrbios miofuncionais em decorrência de respiração oral.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS:

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Acadêmico(a) de Fonoaudiologia Professora Responsável