Um homem despreza e ameaça uma mulher por sua independência e valores de igualdade. Ela o mata em legítima defesa para sobreviver, relatando sua história às autoridades sem arrependimentos.
Um homem despreza e ameaça uma mulher por sua independência e valores de igualdade. Ela o mata em legítima defesa para sobreviver, relatando sua história às autoridades sem arrependimentos.
Um homem despreza e ameaça uma mulher por sua independência e valores de igualdade. Ela o mata em legítima defesa para sobreviver, relatando sua história às autoridades sem arrependimentos.
Uma mulher conta a sua história de vida e desprezo de um
homem que ela assassinou para permanecer viva.
Disseram-me puta, eu não quis ser puta. Perguntara-me, o que é
ser puta? Respondi diretamente a ele, ser puta é adotar os valores morais dos homens. Recebi um tapa no rosto, dei um tapa no rosto, ele perguntou se eu não tinha medo de morrer, disse-lhe com voz firme, nunca tive medo de morrer, porque eu também aprendi a matar sem remorsos. Ele parou, assustou-se, ninguém nunca tinha enfrentado a sua tirania de homem que bate em mulher e todas as outras baixavam a cabeça ou fugiam. Comigo é diferente, eu disse três vezes, antes de tocar a mão em mim, pense duzentas vezes. Ele perguntou-me de novo, o que é ser puta? Repeti a mesma resposta. Ele insistiu, quer dizer que mulher tem que fazer as mesmas coisas que homens fazem? Eu insisti, exatamente, direitos iguais e comportamentos iguais. Ele retrucou, mulher que bate na cara de homem vai pro cemitério mais cedo. Confirmei, concordo com você, quanto mais cedo enterrar o marido, mas cedo se esquece a viuvez... O quê? Tem coragem de repetir, perguntou- me. Sim, quem gosta de bater e de matar, um dia apanha e morre também. Acreditou na minha fragilidade e insistiu, como você me mataria? Respondi impávida, não se ensina ao mal feitor as estratégias de sobrevivência. Revoltado, isso é uma ameaça? Respondi com ar de religiosa, não, é uma promessa! Ele assustou-se, ficou ali circulando por um tempo, olhou-me dos pés a cabeça e prometeu, na hora que você deitar comigo, você aprende a respeitar homem valente. Não contei conversa, homem valente morre antes que a ameaça torne-se fato. Ainda assim, ele tentou me intimidar, você sabe que eu tenho uma arma de fogo, não sabe? Respondi com olhos fixos nos dele, você sabe que eu tenho o fogo de todas as armas e te digo macho, a partir de hoje você não toca mais a mão em mim, essa foi a primeira e a última vez. Ele valente, não vou esquecer que você me deu um tapa no rosto. Eu disse com a calma de um lago sereno, na próxima tentativa da sua mão tocar em mim, ela nem vai conseguir fugir, você perderá a mão e o desprezo que tem por mulheres, isso é misoginia, você sabe, não é? Disfarçando, não entendo esse linguajar moderno, mas sei que a sua hora vai chegar, respondi decidida, a sua hora já chegou, puxei a arma da cintura dele, numa rapidez de gato, disparei cinco tiros, ele caiu com os olhos arregalados no chão, joguei a arma ao lado do corpo, dei as costas e saí como se estivesse num desfile de modas, tudo ficou gravado nas câmeras da rua, ninguém me denunciou, mesmo assim, esperei passar o flagrante, procurei as autoridades e contei tudo, não escondi nenhum detalhe. A Delegada me disse que se eu não me defendesse, seria a sexta mulher que seguiria para o mundo da invisibilidade machista, não me glorifico por isso, nem quero que o meu exemplo sirva de modelo para ninguém, mas agora preciso ir embora, esse não é o meu lugar...