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Faculdade de Medicina

Departamento de Microbiologia

PATOGENIA DA INFECÇÃO
VIRAL

Tufária  Mussá  
OBJECTIVOS

•Descrever como os vírus entram no hospedeiro.

•Explicar como é que os vírus se disseminam no hospedeiro.

•Descrever as defesas do hospedeiro físicas específicas e não


específicas.

•Descrever as defesas do hospedeiro celular específicas e não


específicas.

•Identificar as infecções virais auto - limitadas.

•Descrever o mecanismo da perda viral.

•Descrever como é que se pode combater a patogenia viral.

•Comparar uma infecção viral localizada com uma infecção viral


sistémica.
DEFINIÇÕES

Tropismo: atraccão (predilecto).

Factores de Virulência: moléculas, proteínas, estruturas que fazem com


que o microrganismo possa infectar o hospedeiro e induzir a doença.

Atenuação: redução da capacidade de causar doença.

Virémia: disseminação do vírus pela corrente sanguínea.

Virémia Secundária: disseminação do vírus a partir de um órgão onde


tenha estado a replicar-se.

Período de incubação: Período em que o vírus esta a replicar-se mas


ainda não alcançou o órgão alvo ou ainda não causou lesão suficiente para
se observarem sintomas clínicos.
PORTA DE ENTRADA DOS VÍRUS NO
ORGANISMO
PORTA DE ENTRADA DOS VÍRUS NO
ORGANISMO
VIAS DE TRANSMISSÃO
INFECÇÕES LOCAIS X INFECÇÕES
SISTÉMICAS
Disseminação local (Superfície do epitélio)
Após a penetração dos vírus nas células do epitélio, ocorre a
replicação, com invasão das células vizinhas pelos novos
vírus formados.
Essa é a forma de disseminação dos vírus que causam infecção
localizada na pele e mucosas.
DISSEMNIÇÃO NERVOSA
DISSEMINAÇÃO LINFÁTICA

• Os capilares linfáticos são consideravelmente mais


permeáveis do que os capilares do sistema circulatório,
facilitando a entrada de vírus.

• Os vasos linfáticos terminam por se juntar ao sistema


venoso, as partículas virais na linfa têm livre acesso à
circulação sanguínea.

• Os vírus que entram nos capilares são transportados para


os linfonodos, onde encontram células migratórias do
sistema imunológico (Macrófagos e linfócitos).
DISSEMINAÇÃO HEMATÓGENA

• Os vírus que escapam das defesas locais podem atingir a


circulação sanguínea e produzir infecção disseminada.

• Os vírus entram na corrente sanguínea de diferentes


maneiras: através dos capilares, após a replicação viral nas
células endoteliais, inoculação através da picada de um
vector.

• Uma vez no sangue, os vírus ganham acesso a todos os


tecidos do hospedeiro.

• No sangue, os vírus podem circular livres no plasma ou


podem estar associados a leucócitos, plaquetas ou
eritrócitos.
DISSEMINAÇÃO HEMATÓGENA

• Virémia primária: libertação de partículas virais no


sangue após a replicação inicial no sítio de entrada.

• Virémia secundária: surgimento subsequente de grande


concentração de partículas infecciosas no sangue após a
virémia primária.
INFECÇÕES LOCAIS X INFECÇÕES
SISTÉMICAS

COMPARAÇÃO ENTRE DOENÇAS VIRAIS AGUDAS


LOCALIZADAS OU SISTÊMICAS

Infecções Infecções
localizadas sistêmicas
Local da patologia Porta de entrada Distante da porta de
entrada
Período de incubação Curto Mais longo
Viremia Ausente Presente
Imunidade Variável Usualmente longa
Papel da IgA Importante Usualmente pouco
secretória importante
DANOS TECIDUAIS INDUZIDOS POR VÍRUS

Em última instância, os distúrbios das funções do corpo que


são observadas como sinais e sintomas das infecções
virais podem ser resultado de:
• Lise celular
• Apoptose
• Bloqueio da síntese de proteínas celulares, do transporte
de substancias através da membranas
• Formação de sincícios
• Interrupção do ciclo mitótico
• Transformação celular - proliferação celular (Tumores)
EXCREÇÃO VIRAL

• Secreções respiratórias
• Fezes
• Pele
• Trato genitourinário
• Leite materno
• Sangue
BARREIRAS CONTRA À INFECÇĀO POR
VIRUS
BARREIRAS CONTRA À INFECÇÃO POR
VIRUS
BARREIRAS CONTRA À INFECÇÃO POR
VÍRUS
DE QUE DEPENDE A SUSCEPTIBILIDADE E
SEVERIDADE DO HOSPEDEIRO

!Mecanismos de exposição e sitio de infecção

!Estado imunológico, idade e condição geral


do hospedeiro

!Dose viral

!A genética do vírus e do hospedeiro


DISSEMINAÇÃO DOS VIRUS NO
ORGANISMO
DISSEMINAÇÃO DOS VIRUS NO
ORGANISMO
COMO O ORGANISMO COMBATE A
INFECÇÃO VIRAL
FACTORES DE RISCO À INFECÇAO VIRAL

•Idade
•Saúde
•Estado imunológico
•Profissão (contacto com agente ou vector)
•Historia de viagem
•Estilo de vida
•Crianças em creches
•Actividade sexual
ETAPAS DA DOENÇA CAUSADA POR VÍRUS

Assintomático: Não apresenta sintomas.

Pródromo: período de sintomas precoces não muito


específicos

Sintomático: apresentação dos sintomas clínicos

Convalescença: período de doença (recuperação).

Virémia: disseminação do vírus pela corrente sanguínea;

Virémia Secundária: disseminação do vírus a partir de um


órgão onde tenha estado a repliclar-se.
SEVERIDADE DOS SINTOMAS
Depende da função do órgão afectado e da extensão da resposta
imunopatologica.

Infecção inaparente
•O tecido infectado esta intacto
•A infecção é controlada antes de o vírus chegar ao órgão alvo
•O tecido alvo é renovável
•O tecido afectado é rapidamente restaurado
•A extensão da lesão é abaixo do limite de funcionalidade do
órgão

•Contudo há produção de anticorpos

A infecção assintomática ou inaparente são a maior fonte de


contagio (propagação dos vírus)
SEVERIDADE
DOS
SINTOMAS
TRANSMISSÃO DOS VIRUS
MODOS DE TRANSMISSÃO
E CARACTERÍSTICAS DO
VIRUS

Vírus sem envelope


•Via aérea (aerossol)
•Fecal-oral
•Fomites
(ex: Rinovirus, influenza)

Vírus com envelope


•saliva, sangue, secreções, sémen,
aerossol, órgãos transplantados
MANUTENÇÃO DO VÍRUS NA
POPULAÇÃO E SEU CONTROLE

Manutenção
Susceptibilidade
•Idade do hospedeiro
•Estado imunológico

Controle
•Quarentena
•Eliminação do vector
•Imunização (vacinação)
•Tratamento
RESULTADO DA INFECÇÃO VIRAL

!Infecção abortiva
!Infecção lítica
!Infecção persistente
•Crónica
•Latente
•Recorrente
•Transformada
DINÂMICA DA RESPOSTA IMUNE À
INFECÇÃO VIRAL
EXEMPLOS DE VIRUS E RESPECTIVAS
ROTAS DE INFECÇÃO
EXEMPLOS DE VIRUS E RESPECTIVAS
ROTAS DE INFECÇÃO
Desenvolvimento de uma Virose

Factores (condições necessárias):

a) penetrar no hospedeiro pela via adequada.

b) realizar replicação primária em tecidos próximos à entrada.

c) escapar dos mecanismos naturais de defesa do organismo.

e) replicar eficientemente nesses tecidos.

d) disseminar-se para os tecidos e órgãos-alvo.

f) produzir ou não lesão tecidual.

h) excreção viral
Disseminação dos vírus pelo organismo (Resumo)
INFECÇÕES LATENTES E PERSISTENTES
Mecanismos de escape dos virus
Inibição da apresentação via MHC-I
Ex. Adenovirus

Inibição da apresentação via MHC-II


Ex. Herpesvirus e Papilomavirus

Inibição da lise pelas células NK


Ex. Poxivirus, HH-5, CMV e Herpesvirus

Interferência com a Apoptose

Inibição da acção das citokinas


Competidores com receptores de citokinas: “Viroceptors” e
virokines
Ex. Adenovirus, EBV, VV, Poliovirus e Reovirus (inibem o
interferon)
OBJECTIVOS

•Descrever como os vírus entram no hospedeiro.

•Explicar como é que os vírus se disseminam no hospedeiro.

•Descrever as defesas do hospedeiro físicas específicas e não


específicas.

•Descrever as defesas do hospedeiro celular específicas e não


específicas.

•Identificar as infecções virais auto - limitadas.

•Descrever o mecanismo da perda viral.

•Descrever como é que se pode combater a patogenia viral.

•Comparar uma infecção viral localizada com uma infecção viral


sistémica.

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