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Aula 5 – Micologia e virologia 1

Patogenia das infecções virais

 Patógeno: agente infeccioso capaz  No geral as infecções podem ser


de causar a doença rápidas (agudas) ou de longa
 Patologia: estudo das modificações duração (persistentes)
produzidas por doenças no
organismo
 Patogenicidade: capacidade de o
agente infectar o hospedeiro e causar
doença  Infecções agudas/autolimitadas
 Patogenia: define as etapas  Produção rápida de vírus, seguida de
envolvidas no desenvolvimento de eliminação rápida da infecção pelo
hospedeiro
 São infecções relativamente
passageiras
 Estratégia eficiente de manutenção
de alguns vírus, visto que sua
progênie estará disponível para
infectar outro hospedeiro antes da
infecção ser debelada

uma doença  Infecções persistentes


 Partículas virais continuam sendo
produzidos por longos períodos –
Padrões de infecção meses ou anos
 A infecção pode ser:  São fonte de infecção constante e
 Abortiva: improdutiva ou sem algumas possuem potencial
produção de vírus (vírus defectivo, oncogênico
genoma viral destruído, quantidade
nsuficiente de PI para estabelecer a  Latentes
infecção)  Vírus persiste no hospedeiro em
 Produtiva: tem produção de novos uma forma não infecciosa, com
vírus períodos intermitentes de
 Inaparente ou assintomática: fonte reativação
de infecção  Reativação normalmente decorre
 Aparente: sintomas da doença de traumas, estresse
presentes (branda, moderada ou
severa)  Crônicas
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 Vírus é continuamente propagado mecanismos de evasão, modulação e


e excretado desarme das defesas do hospedeiro
 Pode possuir ou não sintomas

 Lentas
Rotas de entrada dos vírus
 Ocorre um longo período de  Mucosas
tempo entre a infecção aguda  As mucosas estão em contato com o
primaria e o surgimento de ambiente externo, e portanto, em
sintomas contato frequente com antígenos
 Há produção continua de vírus estranhos
durante o período sem sintomas  Por conta disso, esses tecidos são
 Há aumento gradual do número imunologicamente ativos
de vírus após longo período de  Esses tecidos evitam entrada de
latência - doença progressiva e patógenos por meio da barreira
letal epitelial e/ou destruição de
patógenos e células infectadas –
células efetoras (linfócitos, células
Estabelecimento da infecção
NK, macrófagos)
 Inoculo viral
 Impõe barreira substancial à  Mucosa do sistema respiratório
infecção, ou seja, a infecção pode  Barreiras mecânicas: camada de
não ocorrer devido à baixa células ciliadas, células e
concentração de partículas glândulas secretoras de muco –
 As partículas virais passam a sofrer partículas estranhas são
uma pressão de um ambiente hostil capturadas pelo muco e
(afim de mata-las) e também sofrem carreadas para a garganta, onde
diluições são expelidas
 Tamanho da partícula: partículas
 Local de entrada menores que 5nm alcançam
 Agora os vírus dependem da alvéolos
acessibilidade física das células na  Macrófagos alveolares fagocitam
porta de entrada, da suscetibilidade muitas partículas virais ao
(presença de receptores celulares) e chegarem no pulmão
da permissividade (produtos  A infecção pode ficar restrita no
intracelulares para biossíntese viral) sistema respiratório ou pode se
 disseminar pelo organismo
 Defesa local do hospedeiro  Ex.: adenovírus, rhinovírus,
 Por fim, a infecção resultante é ortomixovírus e paramixovírus
determinada pela cinética da
biossíntese do vírus frente as defesas  Mucosa do trato gastrointestinal
do hospedeiro  Barreiras: pH, sais biliares,
 Há indícios que nos processos enzimas digestivas, muco,
evolutivos os vírus desenvolveram anticorpos IgA, células
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fagocitárias (vírus que  Vírus que iniciam a infecção na


conseguem infectar devem ser derme podem atingir vasos
resistentes a essas barreiras) sanguíneos e se disseminar pelo
 Ao atravessar a mucosa os vírus organismo
ganham vasos linfáticos e
capilares, se disseminando pelo  Placenta
organismo  Vírus alcançam o embrião ou feto
 Ex.: Vírus ácido-bile-resistente passando pela placenta, podendo
como rotavírus, norovírus, causar infecções congênitas
astrovírus, adenovírus entéricos,  Ex.: vírus da rubéola, CMV, HIV,
hepatite A e E, poliovírus, etc parvovírus B19, Zikavírus, etc...

 Mucosa do sistema urogenital


 Barreiras: muco, pH ácido,
Mecanismos de disseminação do
hormônios vírus pelo organismo
 Atividade sexual pode resultar  A interação do vírus com a célula
em abrasoes que possibilitam a hospedeira pode ocorrer: sem
entrada dos vírus alterações morfológicas, com
 Podem causar infecções locais ou alterações morfológicas e
sistêmicas consequente perda da função celular,
 Ex.: HSV, HPV → lesões locais levando à morte celular por lise ou
na genitália e períneo promovendo a transformação celular
 Ex: HBV, HIV, HTLV → sem e consequente formação de tumores
manifestação local, infecções (vírus oncogênicos)
sistêmicas
 Liberação das partículas virais
 Mucosa da conjuntiva  Após a biossíntese, os vírus podem
 Barreira: secreção ocular e ser liberados pela face apical ou
movimento das pálpebras basolateral
 Risco de infecção por essa via é  Os vírus liberados pela face apical
baixo e a raramente resulta em retornam ao ponto inicial da
infecção sistêmica infecção, onde irão infectar células
 Ex.: adenovírus, herpesvírus e vizinhas ou ser eliminadas –
enterovírus (conjuntivites) espalhamento local
 Já os vírus liberados pela face
basolateral é o principal
 Pele determinante do padrai de infecção –
 Epiderme é protegida pelos podem ter acesso aos tecidos
ceratinócitos que impermeabilizam a subjacentes (infecção sistêmica)
pele, além dos melanócitos que  Disseminação local pela superfície
fazem defesa imunológica – devido do epitélio
a isso, as infecções só ocorrem se a
pele tiver abrasões
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 Penetração –propagação – invasão  Viremia – presença de partículas


de células vizinhas pelos novos vírus virais infecciosas no sangue
formados
 Disseminação que causa infecção
localizada na pele e mucosas
Excreção do vírus pelo organismo
 Mucosas do trato alimentar ou  É o ultimo estagio da patogênese,
respiratório: pela superfície do necessária para a manutenção da
epitélio, com auxilio do movimento infecção na população
mucociliar local.  Superfície da pele ou mucosas: nas
infecções localizadas - porta de
 Disseminação pelos nervos entrada = superfície de saída
periféricos  Secreções respiratórias: liberados no
 Pode ser característica definitiva da muco, saliva, tosse, espirro, fala –
patogênese de alguns vírus, ou ser infecções sistêmicas como caxumba,
um desvio de seu sitio de biossíntese rubéola, também excretam por esse
 São transportados pelos feixes sistema
nervosos até o SNC, onde podem  Fezes: todos os vírus que infectam o
causar consequências variadas trato gastrointestinal são excretados
 Ex: herpevírus, poliovírus, vírus da por esse meio
raiva  Pele: contato com lesões
 Sistema urogenital: excreção de
 Disseminação linfática vírus transmitidos pela via sexual
 Capilares linfáticos são mais  Leite materno: via de excreção de
permeáveis que os capilares do diversos vírus
sistema circulatório, o que facilita a  Sangue: veiculação de vírus pelos
entrada de vírus artrópodes, transfusão sanguínea,
 Capilares → linfonodos → agulhas contaminadas, feto
macrófagos/linfócitos →
processamento e início da resposta
imune porém, em alguns casos →
replicação e disseminação pelo
organismo (aumenta a patogenia da
doença)
 Ex: Dengue, Sarampo

 Disseminação pelo sangue (viremia)


 Podem entrar na corrente sanguínea
pelos capilares, após biossíntese
viral nas células endoteliais – rápido
e efetivo
 Uma vez no sangue, os vírus
ganham acesso a todos os tecidos do
hospedeiro – infecção sistêmica

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