1) O documento discute as portas de entrada de patógenos no corpo humano, incluindo membranas mucosas, pele e via parenteral.
2) As membranas mucosas dos tratos respiratório, gastrintestinal e urogenital são portas comuns de entrada, assim como a conjuntiva.
3) Fatores como número de micróbios, porta de entrada preferencial e características do hospedeiro influenciam se uma infecção irá ocorrer.
1) O documento discute as portas de entrada de patógenos no corpo humano, incluindo membranas mucosas, pele e via parenteral.
2) As membranas mucosas dos tratos respiratório, gastrintestinal e urogenital são portas comuns de entrada, assim como a conjuntiva.
3) Fatores como número de micróbios, porta de entrada preferencial e características do hospedeiro influenciam se uma infecção irá ocorrer.
1) O documento discute as portas de entrada de patógenos no corpo humano, incluindo membranas mucosas, pele e via parenteral.
2) As membranas mucosas dos tratos respiratório, gastrintestinal e urogenital são portas comuns de entrada, assim como a conjuntiva.
3) Fatores como número de micróbios, porta de entrada preferencial e características do hospedeiro influenciam se uma infecção irá ocorrer.
Como os microrganismos infectam o hospedeiro dedos contaminados. O trato urogenital é a porta de
entrada de patógenos que são sexualmente Como observado anteriormente, a patogenicidade é a transmissíveis. Alguns micróbios que causam doenças capacidade de um organismo em causar doença por sexualmente transmissíveis (DSTs) podem entrar no meio da superação das defesas do hospedeiro, ao organismo através das membranas mucosas íntegras. passo que a virulência é o grau de patogenicidade. Outros requerem a presença de cortes ou abrasões de Para causar doença, a maioria dos patógenos deve algum tipo. Exemplos de DSTs incluem a infecção pelo obter acesso ao hospedeiro, aderir-se aos tecidos, HIV, verrugas genitais, clamídia, herpes, sífilis e penetrar ou escapar das defesas e danificar os tecidos gonorreia. Pele A pele é o maior órgão do corpo do hospedeiro. Entretanto, alguns micróbios não humano em termos de área de superfície e peso, causam doença pelo dano direto aos tecidos do constituindo uma importante barreira defensiva hospedeiro. Em vez disso, a doença ocorre em contra doenças. A pele íntegra é impenetrável para a decorrência do acúmulo de excretas microbianas. maioria dos microrganismos. Alguns micróbios podem Alguns micróbios, como aqueles que causam as cáries ter acesso ao corpo através de aberturas na pele, dentárias e a acne, podem causar doenças sem como folículos pilosos e ductos sudoríparos. As larvas penetrar no organismo. Os patógenos podem de ancilóstomo podem perfurar a pele intacta e penetrar no corpo humano ou em outros hospedeiros alguns fungos podem crescer na queratina da pele ou com a ajuda de várias vias, chamadas de portas de infectar a pele em si. A conjuntiva é uma membrana entrada. mucosa delicada que reveste as pálpebras e cobre a parte branca dos globos oculares. Embora seja uma barreira relativamente eficiente contra infecções, Portas de entrada As portas de entrada para os certas doenças, como a conjuntivite, o tracoma e a patógenos incluem as membranas mucosas, a pele e a oftalmia neonatal, podem ser adquiridas pela deposição direta sob a pele ou as membranas (via conjuntiva. Via parenteral Outros microrganismos parenteral). Membranas mucosas Muitas bactérias e podem ter acesso ao corpo quando são depositados vírus têm acesso ao corpo pela penetração das diretamente nos tecidos sob a pele ou nas membranas mucosas que revestem os tratos membranas mucosas, quando essas barreiras são respiratório, gastrintestinal, urogenital e a conjuntiva, penetradas ou danificadas. Essa rota é chamada de via a membrana delicada que recobre o globo ocular e parenteral. Perfurações, injeções, mordidas, cortes, reveste as pálpebras. A maioria dos patógenos entra ferimentos, cirurgias e rompimento da pele ou das no hospedeiro via mucosas dos tratos gastrintestinal e membranas mucosas por edemas ou ressecamentos respiratório. O trato respiratório é a porta de entrada podem estabelecer vias parenterais. O HIV, os vírus mais fácil e frequentemente utilizada pelos que causam hepatites, e as bactérias que causam microrganismos infecciosos. Micróbios são inalados tétano e gangrenas podem ser transmitidos para dentro da cavidade nasal ou boca em gotículas parenteralmente. Mesmo após entrarem no corpo, os de umidade e partículas de pó. As doenças mais microrganismos não necessariamente causam comumente adquiridas através do trato respiratório doenças. A ocorrência de doença depende de vários incluem o resfriado comum, pneumonia, tuberculose, fatores, e a porta de entrada é apenas um deles. gripe (influenza) e sarampo. Os microrganismos podem ter acesso ao trato gastrintestinal através de As portas de entrada preferenciais Muitos patógenos água, alimentos ou dedos contaminados. A maioria têm uma porta de entrada preferencial, a qual é um dos micróbios que entra no corpo por essa via é pré-requisito para serem capazes de causar doença. destruída pelo ácido clorídrico (HCl) e pelas enzimas Se eles entrarem no organismo por outra porta de presentes no estômago, ou pela bile e enzimas no entrada, a doença talvez não ocorra. Por exemplo, a intestino delgado. Aqueles que sobrevivem podem bactéria que causa a febre tifoide, Salmonella typhi, causar doença. Os micróbios no trato gastrintestinal produz todos os sinais e sintomas da doença quando podem causar poliomielite, hepatite A, febre tifoide, engolida (via preferencial), mas se a mesma bactéria é disenteria amebiana, giardíase, shiguelose (disenteria esfregada na pele, não ocorre reação (talvez apenas bacilar) e cólera. Esses patógenos são então uma leve inflamação). Os estreptococos que são eliminados nas fezes e podem ser transmitidos a inalados (via preferencial) podem causar pneumonia. outros hospedeiros pela água e por alimentos ou Já aqueles que são engolidos geralmente não produzem sinais ou sintomas. Alguns patógenos, determinados tecidos do hospedeiro (Figura 15.1). As como a bactéria Yersinia pestis, o microrganismo adesinas podem estar localizadas no glicocálice ou em causador da peste, e Bacillus anthracis, o agente outras estruturas da superfície microbiana, como pili, causador do antraz, podem iniciar um processo de fímbrias e flagelos (ver Capítulo 4). A maioria das doença por mais de uma porta de entrada. adesinas nos microrganismos estudados até hoje é constituída por glicoproteínas ou lipoproteínas. Em Números de micróbios invasores Se apenas alguns geral, os receptores nas células do hospedeiro são micróbios penetrarem o corpo, eles provavelmente açúcares, como a manose. As adesinas em diferentes serão eliminados pelas defesas do hospedeiro. linhagens de uma mesma espécie podem variar em Entretanto, se um grande número de micróbios sua estrutura. Diferentes células de um mesmo obtiver acesso ao organismo, o cenário está pronto hospedeiro também podem ter diferentes receptores para o desenvolvimento de doença. Assim, a que variam em sua estrutura. Se as adesinas, os possibilidade de ocorrência de uma doença aumenta à receptores ou ambos podem ser alterados para medida que o número de patógenos também interferir na aderência, infecções podem ser evitadas aumenta. A virulência de um microrganismo (ou pelo menos controladas). frequentemente é expressa como DI50 (dose infectante para 50% de uma amostra da população). O Os micróbios apresentam a capacidade de se agrupar número 50 não é um valor absoluto; ele é usado para em massas, aderir a superfícies e captar e comparar a virulência relativa sob condições compartilhar os nutrientes disponíveis em experimentais. O Bacillus anthracis pode causar comunidades, denominadas biofilmes (discutidos mais infecções por três diferentes portas de entrada. A detalhadamente no Capítulo 6, p. 156). Exemplos de DI50 via pele (antraz cutâneo) é de 10 a 50 biofilmes incluem a placa dentária, as algas nas endósporos; a DI50 para o antraz por inalação é de paredes de piscinas e a escuma que se acumula em 10.000 a 20.000 endósporos; e a DI50 para o antraz portas de chuveiros ou azulejos. Um biofilme forma-se gastrintestinal é a ingestão de 250.000 a 1.000.000 quando microrganismos se aderem a uma superfície endósporos. Esses dados demonstram que o antraz específica, geralmente úmida e que contém matéria cutâneo é significativamente mais fácil de ser orgânica. Os primeiros microrganismos a realizarem a adquirido do que as formas inalatória ou adesão normalmente são bactérias. Uma vez aderidas gastrintestinal. Um estudo de Vibrio cholerae à superfície, elas multiplicam-se e secretam o demonstrou que a sua DI50 é de 108 células; contudo, glicocálice, que intensifica ainda mais a ligação de se o ácido estomacal é neutralizado com bicarbonato, uma bactéria à outra e à superfície (ver Figura 6.5, p. o número de células necessárias para causar uma 157). Em alguns casos, os biofilmes podem apresentar infecção diminui significativamente. A potência de várias camadas e podem ser constituídos por diversos uma toxina frequentemente é expressa como DL50 tipos de microrganismos. Os biofilmes representam (dose letal para 50% de uma amostra da população). outro método de aderência muito importante, pois Por exemplo, a DL50 para a toxina botulínica em são resistentes a desinfetantes e antibióticos. Essa camundongos é de 0,03 ng/kg;1 para a toxina Shiga, característica é significativa, principalmente quando 250 ng/kg; e para a enterotoxina estafilocócica, 1.350 os biofilmes colonizam estruturas como dentes, ng/kg. Em outras palavras, comparada às outras duas, cateteres médicos, endopróteses expansíveis, válvulas uma quantidade muito menor da toxina botulínica é cardíacas, próteses e lentes de contato. A placa suficiente para causar os sintomas. Aderência Quase dentária é, na verdade, um biofilme que se todos os patógenos apresentam algum mecanismo de mineralizou ao longo do tempo, criando aquilo que é adesão aos tecidos do hospedeiro em sua porta de conhecido como tártaro. Estima-se que os biofilmes entrada. Para a maioria dos patógenos, esse estejam envolvidos em cerca de 65% de todas as fenômeno, chamado de aderência (ou adesão), é uma infecções bacterianas em seres humanos. etapa necessária à patogenicidade. (Naturalmente, os microrganismos não patogênicos também possuem estruturas de fixação.) A aderência entre um Como os patógenos bacterianos ultrapassam as patógeno e seu hospedeiro é realizada através de defesas do hospedeiro moléculas de superfície presentes no patógeno, denominadas adesinas ou ligantes, que se ligam Embora alguns patógenos possam causar dano especificamente a receptores de superfície quando na superfície dos tecidos, a maioria precisa complementares, encontrados nas células de entrar nos tecidos para causar doenças. Nesta seção, consideraremos diversos fatores que contribuem para Enzimas a capacidade das bactérias de invadir o hospedeiro. Os microbiologistas acreditam que a virulência de algumas bactérias é auxiliada pela produção de enzimas extracelulares (exoenzimas) e substâncias Cápsulas relacionadas. Essas substâncias químicas podem algumas bactérias produzem substâncias no digerir o material entre as células e induzir a formação glicocálice que formam cápsulas ao redor de sua ou a degradação de coágulos sanguíneos, entre outras parede celular; essa propriedade aumenta a virulência funções. As coagulases são enzimas bacterianas que das espécies. A cápsula resiste às defesas do coagulam o fibrinogênio no sangue. O fibrinogênio, hospedeiro por impedir a fagocitose, o processo proteína plasmática produzida no fígado, é convertido utilizado por certas células do organismo para em fibrina pela ação das coagulases, gerando a malha englobar e destruir microrganismos (ver Capítulo 16, que forma o coágulo sanguíneo. Os coágulos de p. 452). A natureza química da cápsula parece impedir fibrina podem proteger a bactéria da fagocitose e que a célula fagocítica se ligue à bactéria. Entretanto, isolá-la de outras defesas do hospedeiro. As o corpo humano pode produzir anticorpos contra a coagulases são produzidas por alguns membros do cápsula e, quando esses anticorpos estiverem gênero Staphylococcus, podendo estar envolvidas no presentes na superfície da cápsula, as bactérias processo de isolamento de abscessos produzidos por encapsuladas são facilmente destruídas por estafilococos. Contudo, alguns estafilococos que não fagocitose. produzem coagulases ainda podem ser virulentos. Nesses casos, as cápsulas podem ser mais importantes para a sua virulência. As cinases bacterianas são Componentes da parede celular enzimas que degradam a fibrina e, assim, digerem coágulos formados pelo organismo para isolar uma A parede celular de certas bactérias contém infecção. Uma das cinases mais conhecidas é a substâncias químicas que contribuem para a fibrinolisina (estreptoquinase), produzida por virulência. Por exemplo, Streptococcus pyogenes estreptococos, como o Streptococcus pyogenes. Ver produz uma proteína resistente ao calor e à acidez, quadro Aplicações da microbiologia. Outra cinase, a chamada de proteína M (ver Figura 21.6, p. 585). Essa estafilocinase, é produzida por Staphylococcus aureus. proteína é encontrada tanto na superfície celular A hialuronidase é outra enzima secretada por certas quanto nas fímbrias. Essa proteína faz o intermédio da bactérias, como os estreptococos. Ela hidrolisa o ácido aderência da bactéria às células epiteliais do hialurônico, de polissacarídeo que une certas células hospedeiro e auxilia na resistência da bactéria à do corpo, particularmente em tecidos conectivos. fagocitose pelos leucócitos. Dessa forma, a proteína Acredita-se que essa ação digestória esteja envolvida M aumenta a virulência do microrganismo. A na necrose de ferimentos infectados e que ela auxilie imunidade ao S. pyogenes depende da produção pelo na dispersão do microrganismo a partir de seu sítio organismo de anticorpos específicos contra a proteína inicial de infecção. A hialuronidase também é M. A bactéria Neisseria gonorrhoeae cresce no produzida por alguns clostrídios que causam gangrena interior das células epiteliais e dos leucócitos gasosa. Para o uso terapêutico, a hialuronidase pode humanos. Essas bactérias usam suas fímbrias e outras ser misturada a um fármaco para promover a proteínas externas, denominadas Opa, para aderir às disseminação do fármaco por um tecido do corpo. células do hospedeiro. Após a aderência através das Outra enzima, a colagenase, produzida por diversas proteínas Opa e pelas fímbrias, as células do espécies de Clostridium, facilita a disseminação da hospedeiro captam as bactérias. (As bactérias que gangrena gasosa. A colagenase quebra a proteína produzem Opa formam colônias opacas em meio de colágeno, que forma os tecidos conectivos de cultura.) O lipídeo ceroso (ácido micólico) que músculos e de outros órgãos e tecidos. Como defesa constitui a parede celular de Mycobacterium contra a aderência de patógenos a superfícies tuberculosis também aumenta a virulência do mucosas, o organismo produz uma classe de organismo, conferindo resistência à digestão por anticorpos, chamados de IgA. Entretanto, alguns fagócitos e permitindo até mesmo que a bactéria se patógenos possuem a capacidade de produzir multiplique no interior desses fagócitos. enzimas, chamadas de proteases IgA, que podem destruir esses anticorpos. A bactéria N. gonorrhoeae tem essa habilidade, assim como a N. meningitidis, o agente causador da meningite meningocócica, e aparência da membrana plasmática semelhante a outros micróbios que infectam o sistema nervoso uma gota que se espalha ao atingir uma superfície central. sólida. Esse efeito, chamado de enrugamento da membrana, é o resultado da desorganização do citoesqueleto da célula hospedeira (Figura 15.2). O Variação antigênica microrganismo mergulha em uma das dobras da membrana e é englobado pela célula hospedeira A imunidade adaptativa refere-se às respostas de defesa específicas do corpo a uma infecção ou a antígenos (ver Capítulo 17). Na presença de antígenos, o organismo produz proteínas, denominadas anticorpos, que se ligam aos antígenos e os tornam inativos ou os destroem. No entanto, alguns patógenos podem alterar seus antígenos de superfície por meio de um processo denominado variação antigênica. Assim, quando o corpo monta uma resposta imune contra o patógeno, ele já alterou seus antígenos de forma a não ser mais reconhecido e afetado pelos anticorpos. Alguns micróbios podem ativar genes alternativos, o que resulta em mudanças antigênicas. A N. gonorrhoeae, por exemplo, tem em seu genoma diversas cópias do gene codificador da proteína Opa, resultando em células que apresentam diferentes antígenos que são expressos ao longo do tempo.
Penetração no citoesqueleto das células do
hospedeiro
Como previamente mencionado, os microrganismos
aderem-se às células dos hospedeiros através de adesinas. Essa interação desencadeia cascatas de sinalização no hospedeiro, as quais ativam fatores que resultam na entrada de algumas bactérias na célula. O mecanismo é fornecido pelo citoesqueleto da célula hospedeira. O citoplasma eucariótico tem uma estrutura interna complexa (o citoesqueleto), que consiste em filamentos proteicos, chamados de microfilamentos, filamentos intermediários e microtúbulos (ver Capítulo 4). Um dos principais componentes do citoesqueleto é uma proteína denominada actina, utilizada por alguns micróbios para entrar na célula hospedeira e por outros para se movimentar entre as diferentes células do hospedeiro. Linhagens de Salmonella e E. coli entram em contato com a membrana plasmática das células do hospedeiro. Isso causa uma alteração drástica na membrana no ponto de contato. Os micróbios produzem proteínas de superfície, chamadas de invasinas, que causam o rearranjo dos filamentos de actina do citoesqueleto celular próximos ao ponto de contato bacteriano. Por exemplo, quando S. typhimurium entra em contato com a célula hospedeira, as invasinas do micróbio tornam a