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Microbiologia (5)

Fungos
CARACTERÍSTICAS DOS FUNGOS
Os fungos são encontrados em quase todos os lugares da
Terra e são organismos eucariontes.
Diversos tipos de fungos
Cont.
Os fungos são um grande grupo e heterogéneo de
organismos eucariotas que inclui microrganismos
como leveduras e bolor de pão, assim como
cogumelos de grande tamanho.
Estrutura dos fungos
Os fungos possuem parede celular, membrana celular,
citoplasma com organelos (mitocôndria, aparelho de
Golgi, retículo endoplasmático rugoso), núcleo com
membrana nuclear.
Células fúngicas
 Mitocôndria
 Vacúolo de broto
 Vesículas secretoras

 Broto
 Núcleo
 Complexo de Golgi
 Poros na membrana nuclear

 Vacúolo
 Reto endoplasmático
 Membrana vacuolar

 Grânulos de lipídeos
 Cicatriz de broto
 Membranas celulares

 Grânulos vacuolares

 Grânulos de armazenamento

 Mitocôndria
Cont. Células fúngicas

 Leveduras: a) formação; b) Fissão c) Pseudo-hifa

 d) Hifa asseptada; e) Hifa septada f) Hifa septada

 http://www.atsu.edu/faculty/chamberlain/Website/Lects/fungi1.jpg
Classificação dos fungos
Os fungos são classificados em 5 filos (Ascomicetes,
Basidiomicetes, Zigomicetes, Citridiomicetes e
Deuteromicetes ou Fungos Imperfeitos).

O ciclo de vida dos fungos


O ciclo de vida dos fungos é variado, e incluí uma
reprodução sexuada e assexuada (com a excepção dos
Fungos Imperfeitos que não se conhece a fase de
reprodução sexuada) com formação de esporos sexuais e
assexuais (também chamados de conídeos).
Ciclo de vida dos ascomicetos (a fase sexuada e
assexuada e formação de esporos sexuais e assexuais)
Cont.

No geral, os fungos de interesse clínico são fungos


microscópicos, mas que em muitos casos podem
produzir lesões facilmente visíveis.
Características

Os fungos possuem algumas características


semelhantes à dos animais, como a ausência de
cloroplastos e a alimentação heterotrófica.
Apresentam características semelhantes à dos
vegetais, como a presença de parede celular,
reprodução sexuada e assexuada, e produção de
esporos.
Aplicações
Os fungos são utilizados como fonte directa de
alimentação (por exemplo, alguns cogumelos), e como
fermentos na elaboração de outros produtos
alimentares (por exemplo, as leveduras). Desde
aproximadamente 1940, eles são utilizados na
produção de antibióticos (por exemplo, fungos do
género Penicillum), e para o controlo de pragas
agrícolas.
Placa de Petri com fungos Penicillum.

Alguns fungos podem


produzir compostos
tóxicos. Também podem
decompor matéria orgânica,
materiais artificiais e
construções.
CLASSIFICAÇÃO DAS
MICOSES
De uma forma geral, as doenças produzidas por fungos

são conhecidas como micoses. As micoses podem


ocorrer ao nível do aparelho respiratório, olhos, unhas,
cabelo, pele. Os esporos produzidos por alguns fungos
podem produzir alergias.
As micoses podem ser classificadas atendendo aos

tecidos que são inicialmente colonizados, em:


Micoses superficiais

Afectam às camadas mais superficiais de pele e do

cabelo. Por exemplo, a Tinha versicolar, que provoca

áreas hipopigmentadas ou manchas escuras na pele.

Factores que favorecem ao aparecimento de micoses

superficiais são a elevada humidade ou deficiências na

imunidade.
Micoses cutâneas

 Afectam mais profundamente a epiderme, e incluem doenças

invasivas de cabelo e unhas. Estão limitadas as camadas

queratinizadas da pele, cabelo e unhas. As micoses cutâneas podem

provocar resposta imune do hospedeiro, com mudanças patológicas

nas áreas afectadas.

 Os fungos que produzem micoses cutâneas são chamados

dermatófitos.
Micoses subcutâneas

Afectam tecidos subcutâneos, como músculo. O

fungo entra normalmente através de feridas ou

aberturas da barreira dérmica.

São de tratamento complicado, requerendo

muitas vezes cirurgia.


Micoses sistémicas
Patógenos primários. Normalmente se originam nos

pulmões, disseminando-se a partir deles. Os

microrganismos que as produzem são virulentos. Um

exemplo é o histoplasma.

Patógenos oportunistas. Desenvolvem-se em pacientes

afectados por alguma imunodeficiência. Entre os fungos

oportunistas estão Cândidas, Cryptococcos, e Aspergillus.


DERMATÓFITOS

• Os dermatófitos são um grupo de fungos que

produzem as micoses cutâneas, também


conhecidas como tinhas.
• Na sua maior parte, os fungos dermatófitos

pertencem aos géneros Microsporum,


Trichophyton e Epidermophyton.
Dermatófitos: imagem microscopic à
esquerda. Lesoes no pé à direita (Tinea pedis)

 http://hardinmd.lib.uiowa.edu/pictures22/cdc/  http://botit.botany.wisc.edu/toms_fungi/images/tped.jpg
PHIL_4207_lores.jpg
Cont.
Dependendo da sua localização, se podem
considerar diferentes tipos de tinha:
Tinha corporis, é a tinha mais frequente no ser

humano. Afecta as partes sem pelo do corpo.


Tinha pedis, também chamada “pé de atleta”.

Começa normalmente nos espaços interdigitais,


estendendo depois para o resto do pé.
Cont.

Tinha cruris, lesões escamosas avermelhadas


localizadas nas zonas inguinais.
Tinha capitis, caracteriza-se por lesões crostosas com
lesões claras (hipopigmentadas), com descamação.
Os cabelos são infectados, quebrando-se na sua base.
Provoca queda do cabelo com alopécia definitiva.
Tinha unguium, também chamada por onicomicose.
São lesões que ocorrem nas unhas, de aspecto
variável, desde manchas esbranquiçadas a destruição
da lâmina ungueal.
CÂNDIDAS
 As cândidas são um género de
leveduras, que vivem em simbiose com
animais, incluindo os seres humanos.
Várias espécies são integrantes das
floras normais no intestino e na vagina.
Candida albicans em coloração de gram

 http://pathmicro.med.sc.edu/mycology/candid4.jpg
Cont.
Algumas espécies de Cândida têm a
capacidade de provocar doença,
especialmente em situações de debilidade ou
quando a imunidade é baixa. Portanto, são
consideradas patógenos oportunistas.
Cont.
• As infecções por Cândida, ou candidíases,

podem ter apresentações clínicas muito


diferentes, desde infecções superficiais na
boca e na vagina até infecções sistémicas
potencialmente fatais.
• Estas últimas estão limitadas a indivíduos

com imunodeficiência grave (por exemplo,


Cont.
Entre as apresentações clínicas mais frequentes,

podem ser indicadas as seguintes:


Candidíase oral. É a infecção das membranas

mucosas da boca. É comum em recém-nascidos, e


também aparece em diabetes mal controladas e
infecção pelo HIV. As vezes, as cândidas podem
produzir lesão nos vértices da boca, chamada
queilite angular.
Candidíase Oral

 http://hardinmd.lib.uiowa.edu/pictures22/cdc/PHIL_1217_lores.jpg
Cont.
Vulvovaginite por cândida. É a infecção das

membranas mucosas da vagina. Produz irritação e


ardor, com secreção esbranquiçada espessa. É
questionável se esta infecção é ou não infecção de
transmissão sexual.
A vulvovaginite por cândida persistente é típica
na infecção pelo HIV. No homem pode-se produzir
também infecção genital, com irritação e inchaço
da glande e prepúcio.
Cont.
Candidíase cutânea. É a infecção da pele em

áreas localizadas, especialmente nas zonas com


muita humidade, como virilhas ou pregas
abdominais.
Candidíase esofágica. É uma infecção
oportunista do esófago, muito habitual em
estadios avançados da infecção pelo HIV.
Cont.
Candidíase sistémica. É a disseminação da

infecção por Cândida em todo o organismo,


provocando sépsis (infecção generalizada
com falência dos mecanismos
homeostaticos hemodinâmicos que pode
levar a morte).
Unicamente se produz em indivíduos com
MICOSES SISTÉMICAS
Pneumocystis jirovecii

É um fungo normalmente encontrado nos pulmões de

indivíduos saudáveis. Porém, em indivíduos com


imunodeficiências pode provocar pneumonia,
especialmente nos estádios avançados da infecção pelo
HIV.
O Pneumocystis jirovecii pode ser visualizado ao
microscópio em escarro ou lavado bronco-alveolar,
corados de azul de toluidina.
Cistos de Pneumocystis Jiroveci

 http://faculty.ccbcmd.edu/courses/bio141/labmanua/lab9/images/pcpcysta.jpg
Cont.
Cryptococcus neoformans

É um patógeno oportunista, que é responsável

por infecções em pacientes


imunocomprometidos. Principalmente, pode
provocar pneumonia e meningite (criptococose).
O Cryptococcus pode ser visualizado em LCR

ou escarro com coloração com tinta de China.


Cryptococcus neoformans em
coloração com tinta da china

 http://sequence-www.stanford.edu/group/C.neoformans/images/cneoindiaink3.jpg
Aspergillus spp
É também um patógeno oportunista, que causa a

pneumonia (Aspergilose) em indivíduos com


imunodeficiências. Pode também provocar reacções
alérgicas.
O aspergillus pode ser visualizado ao microscópico

em preparações com tinta de prata.


Aspergillus

 http://www.deanza.edu/faculty/mccauley/6a_site_images/fungi-images/aspergillus-400.jpg
Histoplasma capsulatum
Patógeno oportunista, que causa
pneumonia e septicemia em indivíduos
com imunodeficiência.
O histoplasma pode ser visualizado ao

microscópio em amostras de escarro,


sangue ou outros órgãos infectados.
Histoplasma capsulatum

 http://pathmicro.med.sc.edu/mycology/hist11.jpg
PONTOS-CHAVE
 Os fungos são um grupo heterogéneo de organismos eucariontes. Grande parte deles é parasita de

plantas, animais ou de outros fungos.

 7.2 Micoses são doenças em seres humanos provocadas pelos fungos.

 7.3 As micoses podem ser classificadas em 4 grupos: superficiais, cutâneas, subcutâneas e sistémicas.

 7.4 Os dermatófitos são um grupo de fungos que produzem as micoses cutâneas, também conhecidas

como tinhas.

 7.5 As infecções por Cândida, ou candidíases, podem ter apresentações clínicas muito diferentes, desde

infecções superficiais na boca e na vagina (as mais frequentes na prática clínica) até infecções sistémicas

potencialmente fatais. Estas últimas estão limitadas a indivíduos com imunodeficiência grave (por

exemplo, em indivíduos HIV positivos).

 7.6 As micoses sistémicas aparecem particularmente em indivíduos imunodeprimidos, e podem ser

fatais.

 7.7 As micoses sistémicas mais frequentes em Moçambique são a pneumonia por Pneumocystis jirovecii

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