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FÁRMACOS

ANTIFÚNGICOS
• Prof. Dr. Ricardo Hakime
Para você pensar:
O que são FUNGOS?

Os FUNGOS causam doenças?

Como tratar as doenças


causadas por FUNGOS?
O pensador de Rodin
Fungos
Os fungos são heterotróficos e eucariontes que podem ser unicelulares ou
multicelulares.

A grande maioria das espécies é filamentosa, sendo esses filamentos (CÉLULAS)


denominados de hifas.
Basidiomicetos (Filo Basidiomycota): apresentam hifas
septadas. Sua estrutura típica de reprodução são os basídios.
Alguns fungos são formados por várias hifas densamente unidas, que Nesse grupo de fungos estão os cogumelos e o orelha-de-
pau.
formam o chamado micélio.

Os septos são paredes


transversais perfuradas por
um poro que permite a
comunicação entre as células,
garantindo a passagem até
mesmo de organelas
celulares.
Zigomicetos (Filo Zygomycota):
Ascomicetos (Filo Ascomycota): fungos
possuem hifas cenocíticas. Nesse grupo
As hifas que não apresentam com hifas septadas ou unicelulares. São
temos os mofos, que crescem, por
septos são denominadas exemplo, sobre pães e frutas.
considerados o maior grupo de fungos.
Espécies do gênero Penicillium são utilizadas
cenocíticas. Nelas o que se na fabricação de queijos especiais, como
observa é um grande o camembert, e na fabricação da penicilina.
citoplasma contínuo com
vários núcleos espalhados.

http://www.unisalesiano.edu.br/salaEstudo/materiais/p200792d8208/material8.pdf https://www.youtube.com/watch?v=TFMHT6mPguo
Estrutura celular (Hifas) dos fungos
Leveduras
São fungos unicelulares.

As leveduras de gemulação, frequentemente usadas pelo homem na indústria alimentar, são conhecidas
como "leveduras verdadeiras" e são classificadas no filo Ascomycota, na ordem Saccharomycetales.

Saccharomyces serevisae

https://www.youtube.com/watch?v=ZjxIDIi3XAE
Principais doenças de origem fúngica
Pele e tecidos moles:
• Tineas Infecções pulmonares:

• Pitiríase versicolor • Aspergilose (Aspergilus ssp.)

• Pano Branco • Blastomicose (Blastomyces dermatidis)


• Criptocose (Cryptococcus ssp)
• Coccidoidomicose (Coccidoides ssp.)
Onicomicoses
• Paracoccidoidomicose (Paracoccidoides ssp.)
• Pneumonia por Pneumocystis carinii
Trato Urinário:
• Histoplasmose (Histoplasma capsulatum)
• Candidíase vuvovaginal

Adaptado de: Veronesi - tratado de infectologia / editor científico Roberto Focaccia. 5. ed. São Paulo : Editora Atheneu, 2015.
Fármacos antifúngicos
Principais fatores predisponentes Infecções
Fúngicas:
• transplantes de órgão;
• quimioterapia - tumores sólidos e
mielogênicos;
• Imunodeprimidos:
- infectados c/ HIV
- Tratamento com imunossupressores

Os fungos e células dos mamíferos apresentam grande semelhança na morfologia = problemas


farmacológicos e Efeitos Adversos.

MB celular fúngica contém Ergosterol, enquanto que a Mb celular humana contém Colesterol
Fármacos antifúngicos:
mecanismo de ação Inibe a síntese do ergosterol
Alilaminas (Amorolfina)
Imidazólicos (Cetoconazol)
Triazólicos (Fluconazol)

Inibe os mucrotúbulos Inibe a parede celular.


Griseofulvina Equinocandinas (caspofungina, micofungina)
Inibe a síntese de DNA
5-Flucitosina Inibe a Membrana Plasmática
Polienos (anfotericina B, nistatina)
Indicação: Dermatomicoses
AGENTES ANTIFÚNGICOS • Pé de atleta (tinea pedis);
• Micose corporal (tinea corporis);
• Micose da virilha (tinea cruris);
Imidazólicos: inibe a enzima lanosterol 14 α-demetilase • Dermatite seborreica;
• Cetoconazol • Micose do sol (Tinea versicolor ou pitiríase versicolor);
• Miconazol • Candidíase cutânea
(uso Vo/tópico)
• Clotrimazol Infecções fúngicas sistêmicas, blastomicose, coccidioidomicose, histoplasmose,
• Econazol cromomicose, e paracoccidioidomicose
• Oxiconazol
• Sertaconazol
• Tioconazol Indicação:
• Candidíase oral e vaginal
• Aspergillus
Triazólicos: inibe a enzima lanosterol 14 α-demetilase • Fusarium
• Fluconazol • Mucor indicus
Azólicos • Itraconazol (uso VO/IV) • Dermatófitos
• Isavuconazol
• Posaconazol
• Voriconazol Indicação: Dermatomicoses
• Pé de atleta (tinea pedis);
• Micose corporal (tinea corporis);
Tiazólicos: inibe a esterol 24-C-metiltransferase
• Micose da virilha (tinea cruris);
• Abafungina • Dermatite seborreica;
(uso tópico) • Micose do sol (Tinea versicolor ou pitiríase versicolor);
• Candidíase cutânea
Efeitos adversos:
Mecanismo de ação: Inibem enzima do sistema citocromo P-450, a Lanosterol 14 alfa-desmetilase - • Alergia; Distúrbios gastrintestinais dosedependentes:
responsável pela conversão do Lanosterol em Ergosterol. Ocorre o acúmulo de vários esteróis metilados e náuseas, anorexia e emese;
depleção do ergosterol da célula fúngica, promovendo o rompimento da estrutura e função Mb, inibindo o • Efeitos endócrinos: Ginecomastia, diminuição da libido,
crescimento da célula fúngica. Possui atividade fungistática. impotência e irregularidades menstruais, c/o resultado
bloqueio da síntese de androgênios e esteróides
IMIDAZOIS não apresenta seletividade, pois inibem a síntese de esteróis suprarrenais e gonadais humanos, suprarrenais;
com isso diminui a produção de cortisol e testosterona. Inibe também enzimas CYP-450 hepáticas. • Teratogênico – NÃO administrar em gestantes
TRIAZOIS
AGENTES ANTIFÚNGICOS

EQUINOCANDINAS Inibem síntese beta - 1,3- Glucanas, que são constituintes da parede celular e agem na divisão e
crescimento celular fúngico. Interferem na atividade osmótica e na seletividade da parede celular, levando a
• Caspofungina lise e morte da célula fúngica.
• Micofungina
• Anidulafungina Drogas disponíveis p/ administração IV uma vez ao dia
• Aminicandina
Ação contra: Candida spp. (Fluconazol Resist.), Aspergillus spp.
Não agem: Fusarium spp., Zigomicetos e Cryptoccocus spp. • Caspofungina, Micafungina e Anidulafungina.

Indicação: Dermatomicoses
• Pé de atleta (tinea pedis);
• Micose corporal (tinea corporis);
ALILAMINAS: inibe a enzima escaleno epoxidase, inibindo a biossíntese de ergosterol • Micose da virilha (tinea cruris);
• Dermatite seborreica;
• Amorolfina* • Micose do sol (Tinea versicolor ou pitiríase versicolor);
• Onicomicoses
• Butenafina
• Naftifina
• Terbinafina Terbinafina: é ativa contra todos os dermatófitos, Aspergillus ssp, Candida ssp e em menor grau a fungos dimórficos como Sporothrix schenckii.
• Tonaftato Indicado para onicomicose causada por Trichophyton.

(uso tópico e *em esmalte) Tolnaftato: tem uma ação predominante sobre dermatófitos (Microsporum, Trichophyton e Epidermophyton), com pouca afinidade pela de
enzima de leveduras (Candida) e fungos dimórficos.
AGENTES ANTIFÚNGICOS

POLIÊNICOS: ligam ao ergosterol e causam poros na membrana


celular = fungicida

• Anfotericina B (nefrotóxico - uso tópico/IV)


• Natamicina (uso oftalmológico)
• Nistatina (uso tópico)

Indicação:
• Aspergilose,
• Blastomicose,
• Candidíase disseminada (oral e vuvovaginal),
• coccidioidomicose,
• criptococose,
• histoplasmose,
• mucormicose,
• esporotricose disseminada,
• doença causada pelo parasita unicelular Leishmania, a leishmaniose.

Mecanismo de Ação da ANFOTERICINA B


• As moléculas de Anfo B se ligam ao ergosterol nas Mb. plasmáticas das células fúngicas formando poros ou canais, promovendo extravasamento de
eletrólitos (K+, Na+) e outras moléculas, resultando na morte do fungo.
• Antibióticos poliênicos se ligam ao ergosterol - em vez de colesterol e possuem certa especificidade.
Nistatina

Antimicótico poliênico, semelhante à Anfo B (na estrutura química, mecanismo


de ação e perfil de resistência)

Uso restrito - tópico em infecções causadas por Candida spp., devido à


toxicidade sistêmica.

Administrada VO - bochechar e engolir, ou cuspir


Excreção quase completa pelas fezes
Absorção do TGI – desprezível
Não deve ser usada por via parenteral
NUCLEOSÍDEOS PIRIMIDÍNICOS
5-Flucitosina
Ação fungistática.

A 5-flucitosina é incorporada ao RNA do fungo, inibindo a


transcrição do RNAm e a síntese proteica.

5FC entra na célula fúngica por uma permease citosina-


específica, inexistente nas células de mamíferos.

• Antimetabólito pirimidina sintético e deve ser usado em


associação c/ Anfoterecina B, p/ tto micoses sistêmicas e
meningites ocasionadas por Cryptococcus spp., Aspergillus
spp., Torulopsis spp. e Candida albicans.

• Quando associada ao Itraconazol é eficaz no tratamento


da Cromomicose
Inibidores do fuso mitótico
MECANISMO DE AÇAO
Impede interação entre alfa e beta-tubulinas, afeta a montagem e funcionamento dos
microtúbulos citoplasmáticos e nucleares das células fúngicas e desfaz o fuso mitótico da
célula fúngica, impedindo o processo de multiplicação do fungo.

GRISEOFULVINA

Usado no tratamento de Tinea ssp., onicomicoses,


Epidermophyton sp., Microsporum spp. e Trichosporum spp.

BUTENAFINA
Ativa contra: Tinea rubrum, T. mentagrophytes, T. tonsurans, E. floccosum e
Malassezia

Creme de butenafina a 1% é usado topicamente contra: tineas corporis, cruris,


pedis interdigital e tinea versicolor
Derivados Morfolínicos
Ciclopirox
Amorolfina Inibe transporte de elementos essenciais na
célula fúngica, desregulando a síntese de DNA,
RNA e proteínas.
Age na 14-alfa-redutase e 7-8–Isomerase e impede
transformação do Fecosterol em Ergosterol Ativo contra: T. rubrum, E.floccosum e M. canis,
T.mentagrophytes, C. albicans e M. furfur.
Uso tópico - esmalte
• Xampu a 1% usado em dermatite
Tratamento contra:
seborreica.
• Candida, Malassezia spp.
• Trichophyton,
• Gel a 0,77% - usado na tinea pedis
• Microsporum, interdigital, tinea corporis e dermatite
• Epidermophyton seborreica.
• Scopulariopsis sp, • Solução a 8% uso em onicomicoses c/
• Scytallidium spp. envolvimento da lúnula.
• Alternaria, • Creme e suspensão a 0,77% usado nas
• Fonsecaea,
dermatofitoses (pitiríase versicolor),
• Cladosporium,
• Vangiella spp.,
candidíase e tinea versicolor
• Sporothrix,
• Coccidioides,
• Histoplasma spp.
Tolnaftato

Age distorcendo as hifas e interrompendo o crescimento micelial

Ativo contra Epidermophyton, Microsporum e Malassezia spp.


Usado p/ tratar tinea pedis, cruris e corporis
Não age contra Candida ssp.

Disponível como pó, creme e solução a 1%

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