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ANTIFÚNGICOS
INTRODUÇÃO
Os fungos estão presentes no nosso dia, como na cerveja, nos pães, queijos e etc. No entanto, também já
presenciamos a ação dos fungos nas patologias, como a micose de praia, micose das unhas e demais doenças.
Também é comum presenciamos na mídia notícia como surto de esporotricose no RJ, doença do pombo,
infecção sistêmica por conta de infecção de fungos e, especialmente agora, a descoberta d euma espécie de
Aspergillus latus muito mais infecciosa do que as que já conhecíamos, causando, além de todos os problemas
A classificação dos fungos está dentro do domínio Eukarya, junto com as plantas e os animais. Na prática clínica
Fungos não são plantas, não possuem clorofila, não possuem tecidos verdadeiros, não apresentam celulose e
não apresentam amido. Portanto, fungos não são plantas. Os fungos fazem parte da nossa microbiota, mas
em situações nas quais o paciente é imunocomprometido ou quando o fungo é patogênico, esse equilíbrio é
quebrado e, caso o organismo não seja capaz de combatê-lo, surgem as doenças relacionadas aos fungos.
A micologia médica e diagnóstica tem por fundamento a combinação de dados clínicos, epidemiológicos e
laboratoriais para elucidação dos processos infecciosos. É muito importante nos atentarmos a suspeita clínica,
para criar uma hipótese diagnóstica e indicar a coleta correta do material representativo.
CÉLULA FÚNGICA
Fungos apresentam células procarióticas, muito parecidas com as nossas. Isso significa que a terapêutica
geralmente é muito toxica, o que nos leva a buscar alternativas em estruturas que existem apenas nas células
medicamentos que atuam inibindo a produção da parede celular do fungo, como as equinocandinas,
produzindo a parede do fungo. Na parede celular dos fungos também existem biomarcadores que são
pacientes suscetíveis.
▪ Membrana celular: a maioria dos antifúngicos estão voltados para inibir a síntese ou se ligar
diretamente ao ergosterol, um componente muito importante da membrana celular. Nas células do ser
humano não existe ergosterol, mas sim colesterol. Existem diversos problemas nos quais os antifúngicos
se ligam as membranas células das hemácias e não dos fungos. A anfoterecina B foi o primeiro
antifúngico a agir desta maneira, se ligando ao ergosterol e permitindo a formação de poros, de maneira
que a membrana celular seja destruída. Apesar da toxicidade e do antigo uso, a anfoterecina ainda é o
antifúngico mais utilizado devido ao seu amplo espectro de ação. No entanto, atualmente utilizamos
também os azólicos como itraconazol, fluconazol, voriconazol e posaconazol. Estes antifúngicos inibem
a 14-alfa-demitilase, uma enzima da biossíntede do ergosterol. Assim, a cada geração, este fungo terá
menos ergosterol na sua membrana, perdendo sua permeabilidade seletiva. Como estes medicamentos
não agem imediatamente, estes são antifúngicos fungistaticos. Portanto, são medicamentos com grande
Os fungos possuem um tempo de reprodução maior do que o das bactérias, por exemplo. E esse tempo difere
entre leveduras e fungos filamentosos. Os antifúngicos polienicos são capazes de atuar em qualquer fase do
crescimento. No entanto, azolicos e equinocandinas funcionam apenas na fase II, que é a fase exponencial.
Os principais gêneros de fungos leveduriformes Candida e Cryptococcus, que são os principais envolvidos em
A espécie Candida albicans é a principal dentro do gênero Candida, porque é a que causa uma maior proporção
das infecções. Uma forma simples de identificação, que apresenta resultados em 2h, dessa espécie é a presença
do tubo germinativo, um fator de virulência que permite que esse fungo seja capaz de adentrar nossas células.
O teste de filamentação é um outro método que permite identificação morfológica de Candida albicans e outras
espécies de Candida. Esse teste consiste em colocar uma colônia da espécia a ser investigada em um substrato
para o fungo sobreviver mas em condições limitadas, a fim de que ele produza estruturas de sobrevivência
(cada espécie possui uma estrutura diferente). No caso da cândida albicans, essa estrutura é construída em
até 72h. A estrutura formada são pseudohifas, snedo que na extremidade ou entre estas estruturas há a
O ágar cromogênico é um composto mais atual, que permite identificação direta de algumas espécies de
Candida. Nesse teste, cada espécie fica de uma cor diferente, de acordo com a bula. Nesse caso existem
limitações, muitas vezes ele não consegue separar e distinguir as espécies, como em casos nos quais há mais
na macromorfologia, na forma mucoide. A tinta da china permite a identificação do fungo porque as células
Para a identificação da espécie dos fungos leviduriformes existem diversos testes bioquímicos para
▪ Assimilação de carboidratos
tonalidade amarronzada. A fenoloxidase permite que os cryptococcus cresçam durante muito tempo
no cérebro.
▪ Sequênciamento de DNA
▪ Espectometria de massas (detecção de proteínas e lipídeos em crescimento controlado até 15h e mais
2h para extração)
FUNGOS DIMÓRFICOS
São fungos filamentosos (PREDOMÍNIO DE LIGAÇÃO B-1-3 glicana) e leveduras (PREDOMINIO DE A-1-3
glicana sobre B-1-3 glicana). São agentes causais de micoses sistêmicas/profundas. A temperatura é um
fator decisivo na expressão do fungo dimórfico, que altera sua forma entre filamentosa e levedura.