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CARRINHO MOVIDO AO

QUE SUA IMAGINAÇÃO


PERMITIR!

Catalise uma escola// 2021


01. Começando
SUMÁRIO 02.

03.
Materiais básicos
Mão na massa
- Conversa inicial
- Construção; Chassi e carrinho com balão
- Testes e compartilhamento
04. Novos desafios de propulsão
- Conversa inicial
- Construção; carrinho com vela
- Testes e compartilhamento
05. Ampliando as ideias de projetos
06. Catalisando
07. Reflexões
08. Quem somos
09. Referências
INTRODUÇÃO
Um carrinho sempre foi um dos brinquedos infantis mais populares.
Utilizando materiais reaproveitados e de baixo custo, estes clássicos
brinquedos podem promover uma experimentação “mão na massa” de
conteúdos curriculares dos campos das Ciências e Tecnologia.

Assim, os estudantes são envolvidos em uma prática brincante e investigativa,


na qual se engajam na criação de algo significativo. De acordo com o contexto
e as intenções do educador, esta atividade pode ser proposta de diferentes
formas. Apesar da nossa sugestão, não existe um jeito único para se construir
o chassi-base desse carrinho proposto - afinal, com experimentações e
criatividade, cada um pode inventar o seu.

O intuito desse bloco de atividades é, por meio do lúdico , refletir, testar e


demonstrar algumas Leis de Newton, em especial a sua Terceira Lei, a
famosa lei da Ação e Reação - A toda ação corresponde uma reação com a
mesma intensidade, mesma direção e sentido contrário”.

Mais que discutir, ensinar e aprender conceitos de física, também pretende-


se neste módulo iterar com materiais não estruturados, brincar com itens de
baixo custo, tentar, errar e se divertir!

O projeto e construção de formas de propulsão de um carro, além de


estimular a aplicação de conceitos de forma dinâmica e interativa, podem ser
extrapolados de acordo com o tempo e intencionalidade que tivermos, para
participar de uma corrida final, por exemplo. Os estudantes podem ir além,
criando outras formas de propulsão além das indicadas, tais como reações
químicas com bicarbonato e vinagre, combustão álcool e faísca etc.

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01.

COMEÇANDO
Em primeiro lugar, o educador precisa refletir a respeito de suas
intenções e propósitos pedagógicos para decidir de que forma
irá propor e conduzir a atividade. O carrinho pode ser usado
como disparador ao se trabalhar determinado tema, como
recurso de aprofundamento de temas curriculares científicos,
como estratégia para se desenvolver habilidades
socioemocionais ou como um projeto que se encerra em si,
entre outras possibilidades.

O carrinho pode ser feito individualmente, ainda que sugerimos


preferencialmente grupos de no máximo 4 alunos.
Planeje a atividade considerando o tempo necessário para que
aconteça um ciclo com começo, meio e fim em uma mesma
sessão. Estimamos um tempo de 50 minutos para que isso
aconteça sem correria.

Antes de realizar a atividade com o grupo, é importante testar a


montagem pelo menos uma vez, para ter a oportunidade de
vivenciar as possíveis dificuldades e dúvidas que os alunos
possam ter. Se possível, também, conte com algum educador
assistente e/ou monitores (que podem ser estudantes de
outras séries, por exemplo).

É interessante que se prepare o ambiente onde a atividade


ocorrerá, deixando os materiais que serão utilizados em
exposição ou divididos em kits. Ao final deste documento,
encontra-se uma folha de planejamento. Separe com
antecedência todo o material necessário, se possível
organizando kits de cada grupo.

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02.

MATERIAIS
BÁSICOS
Para o CHASSI-BASE, pode-se usar materiais recicláveis limpos, como 3
palitos de picolé, 2 palitos de churrasco, 1 canudo, prego com martelo,
quatro tampinhas de garrafa pet e cola quente. É recomendado deixar
alguns alicates disponíveis para facilitar o corte dos palitos, mas, caso
não seja possível, tesouras fazem esta função.

Para as diferentes montagens de modos de propulsão, os materiais


necessários serão melhor descritos adiante.

A grande descoberta a ser feita nesta atividade é que para o carrinho


andar bem e longe é necessário eliminar ao máximo o atrito dos eixos
das rodas, além de atentar-se para a massa total do protótipo!

Vale prestar atenção à largura do palito de churrasco e dos canudos


escolhidos para a atividade, além de ser necessário que as tampinhas
utilizadas para as rodas sejam do mesmo tamanho atrás e na frente,
sendo possível que as rodas traseiras sejam maiores que as dianteiras.

Outros materiais importantes:


Fita métrica e algo para marcar o chão, como por exemplo pedaços de
fita crepe, para que as distâncias percorridas pelos carrinhos sejam
anotadas. Recomendamos canetas hidrográficas para que os carrinhos
tenham o nome de cada grupo e ano/turma correspondente.

Além disso, se quiser, podem ser usados materiais decorativos, como


fitas coloridas, lantejoulas, limpadores de cachimbo, canetinhas
coloridas e pompons para caracterizar o carrinho e transformá-lo em #Ficaadica: Quanto mais pesado
um veículo mais personalizado. estiver o chassi do carro, mais força
propulsora ele precisará para se
locomover!

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03.

MÃO NA
MASSA
Esta atividade conta com uma estrutura de projeto bastante
completa. Passaremos pelas etapas:
Apresentação do desafio
Definição da solução
Fabricação
Compreensão
Remix

Os estudantes, por meio da investigação, deverão avançar


seguindo seu ritmo pessoal de aprendizagem, alguns
construirão mais rápido, outros mais devagar e é importante
que sintam que podem seguir assim.

Conversa Inicial
Pode-se iniciar a conversa questionando os alunos sobre
carrinhos, fazendo alusão as suas memórias infantis, com
perguntas como “O que faz um carrinho ir pra frente?” ou
ainda com um exercício imaginativo, como por exemplo
propor aos estudantes: “Pense em um carro ou qualquer meio
de transporte que você gosta, acha legal, sonha em andar ou
ter. Quais as características que ele tem?”

Apresentar, então, os materiais aos alunos, eventualmente até


mostrar um chassi pronto, sem explicar previamente como
montar o próprio carrinho. Nesse momento, pode trazer
novos questionamentos para a turma, do tipo “ O que vocês
veem nesse carrinho? O que vocês acham que faz esse
carrinho andar? Como será que ele anda? Quais as partes
essenciais para ele funcionar?”.

Assim que a turma começar a conseguir montar os próprios


chassis, propor o desafio: construir com os materiais
disponíveis um modelo de propulsão que faça com que os
carrinhos andem de forma independente e autônoma.

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03.
MÃO NA
MASSA

Construção
O que se segue aqui é um passo-a-passo básico. Ele pode ser
modificado a critério do educador, que deve avaliar o nível de
conhecimento prévio e maturidade dos estudantes em relação
aos materiais utilizados para apresentar uma atividade mais ou
menos guiada.

1⁰ passo - Montagem do chassi


A ideia é montar um chassi com palitos de picolé grudados
formando algo similar a um retângulo. Por baixo dessa estrutura
retangular, indicar aos estudantes para fixar transversalmente
com cola quente pedaços de canudo cortados.

Essa estrutura de canudos que permite que o eixo gire


livremente é a grande aprendizagem dessa etapa. Em muitos
momentos vimos que não é obvio para os estudantes que o eixo
precisa estar livre para girar. Não necessariamente antecipar isso
aos estudantes é o melhor caminho, talvez deixar que eles
experimentem livremente para que através das muitas iterações
eles próprios se deem conta disso. Mas essas diferentes
abordagens dependendo muito do tempo que o educador tem
disponível com sua turma, assim como sua intencionalidade
pedagógica com a proposta. Enquanto isso, com o prego, oriente
que façam um furo no centro de cada tampinha (serão as rodas
do carrinho).

Com a estrutura do chassi pronta e as tampinhas furadas, falta


montar os dois eixos do carrinho. Isso é feito passando-se um
palito de churrasco por dentro dos canudos colados aos palitos
de picolé e passando uma tampinha de garrafa furada em cada
extremidade dos dois palitos de churrasco. Uma alternativa aos
furos nas tampinhas é simplesmente colá-las com cola quente às
extremidades dos palitos de churrasco.

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03.
MÃO NA
MASSA

2⁰ passo - Mover o carrinho com o ar.


Para mover o carrinho é preciso juntar tudo o que foi
fabricado até agora com o “motor a ar/bexiga”. Permita e
incentive que a turma experimente diferentes jeitos de fazer
essa composição.
Uma sugestão simples e eficiente para isso, é prender com fita
crepe uma bexiga à extremidade de um canudo. Logo, fixar
esse dispositivo montado ao chassi, de tal modo que a
extremidade livre do canudo ultrapasse a parte de trás do
chassi, conforme a imagem abaixo.

Para impulsão, os estudantes têm tanto a opção de soprar


pelo canudo, como usar um enchedor manual de bexigas. O
intuito é que encham o balão de ar e fechem o canudo com o
dedo para evitar que o ar saia. Por fim, deixe que posicionem o
carrinho numa superfície o mais plana possível e liberem a
saída do ar.

Uma possibilidade muito legal e cheia de aprendizados é fazer


com que cada grupo tenha 2 ou 3 chances de testar seu
carrinho. Cada grupo de uma vez coloca seu carrinho na
“pista” com uma linha de largada predeterminada e anota-se
em um papel a distância percorrida ou marca-se no chão com
um pedaço de fita crepe com o nome de um integrante do
grupo além do número da rodada (1, 2 ou 3). Após todos os
grupos terem feito sua primeira tentativa, faz-se a segunda e
a terceira. Dessa forma, o foco sai de quem ganha e sim das
melhorias que podem ser realizadas entre as rodadas. É
comum que os carrinhos não funcionem logo na primeira
tentativa e olhar com atenção sua construção, entender o que
prejudicou o desempenho e o que pode ser melhorado pode
ser uma estratégia valiosa para que os estudantes reflitam
sobre seu protótipo, suas partes, conexões e funcionamento.

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03.
MÃO NA
MASSA

Para isso, sugerimos a utilização da Rotina de Pensamento


Partes, Propósitos e Complexidades, disponível nesse
link.

Também pode ser uma ótima oportunidade de conversar


sobre como é potente se inspirar no trabalho dos outros.
Na escola, na maior parte do tempo, somos ensinados de
que “colar” á algo ruim, mas quando estamos trabalhando
com a abordagem da aprendizagem criativa e mão na
massa, se inspirar no trabalho dos outros, compartilhar
seus desafios e aprendizados é parte essencial do
processo!

#Ficaadica: a 3ª Lei de Newton: Princípio


da Ação e Reação, diz que: “A toda ação
corresponde uma reação com a mesma
intensidade, mesma direção e sentido
contrário”. Com isso, as forças sempre
ocorrem aos pares, ou seja, para toda ação
sempre haverá uma reação
correspondente. Assim, quando você
libera o fluxo de ar, o balão empurra o ar
para trás e este, por sua vez, empurra o
balão para frente. Pelo fato de o balão
estar preso ao carrinho, este acompanha o
seu movimento.
Fonte: Resnick, 2020

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03.
MÃO NA
MASSA

3º passo: Testes e Compartilhamento


Antes dos compartilhamentos, sugere-se que os
estudantes possam brincar com seus carrinhos em uma
“corrida”, como sugerimos acima, para verem até onde
suas propulsões podem levar seus protótipos. Após esse
momento de descontração e validação das hipóteses,
recomendamos garantir um momento para o
compartilhamento das produções, para que os estudantes
possam falar sobre as aprendizagens que aconteceram ao
longo da montagem do carrinho. Esse momento pode ser
logo após a finalização dos trabalhos ou no encontro
seguinte.

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04.

NOVOS
DESAFIOS DE
PROPULSÃO
Com o chassi pronto, o desafio é estimular os estudantes a
seguirem pensando em novas formas de propulsão para o
carrinho. Um modo bem divertido é convidá-los a pensar
sobre o vento como uma maneira interessante de fazer o
carrinho se movimentar.

Conversa Inicial
Pode-se iniciar a conversa questionando os alunos sobre
carrinhos movidos a ar realizados no encontro anterior,
com perguntas como “O que fez o carrinho ir pra frente?
Será que há outras formas de movimentar o carrinho?
Como foi possível que grandes embarcações cruzassem
oceanos séculos atrás?”
Apresentar, então, os novos materiais aos alunos e propor
o desafio: construir com os materiais disponíveis um
modelo de propulsão que use o vento como
“combustível”.

Construção - Carrinho com vela


O que se segue aqui é um passo-a-passo básico. Ele pode
ser modificado a critério do educador, que deve avaliar o
nível de conhecimento prévio e maturidade dos
estudantes em relação aos materiais utilizados para
apresentar uma atividade mais ou menos guiada.

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04.
NOVOS
DESAFIOS DE
PROPULSÃO
1⁰ passo - Montagem da vela
A ideia é aproveitar o mesmo chassi utilizado na propulsão
a ar. Para isso, sugere-se primeiramente retirar o
dispositivo montado com canudo preso na bexiga. Em
seguida, disponibilize aos alunos palitos de churrasco,
canudos e tecidos/tnt. Permita e incentive que a turma
experimente diferentes jeitos de fazer essa composição
da vela!

#Ficaadica: Para evitar acidentes, depois que os


estudantes conseguirem montar as velas, é
recomendado instruí-los a cortar a pontinha do palito
de churrasco.
2° passo - Testes e compartilhamento
Antes dos compartilhamentos, sugere-se que os
estudantes possam brincar com seus carrinhos em uma
“corrida”, para verem até onde suas propulsões podem
levar seus protótipos. Uma sugestão é usar um ventilador
para gerar o vento suficiente para as velas produzidas.
Após esse momento de descontração e validação das
hipóteses, recomendamos garantir um momento para o
compartilhamento das produções, para que os estudantes
possam falar sobre as aprendizagens que aconteceram ao
longo da montagem do carrinho. Esse momento pode ser
logo após a finalização dos trabalhos, ou no encontro
seguinte.

É muito interessante explorar com os estudantes os


diferentes tipos de velas que foram construídas!
Tamanhos, formatos e quantidade por carrinho. Pensar,
mais uma vez, em como o design de cada tipo de vela
funciona e qual a diferença disso na performance do
carrinho é muito importante e faz parte do processo de

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NOVOS
DESAFIOS DE
PROPULSÃO
desenvolvimento da sensibilidade do design, como proposto pelo Project Zero/Agency by Design. Para
saber mais sobre essa abordagem, você pode acessar o link: http://www.pz.harvard.edu/ e para
conhecer as Rotinas de pensamento já traduzidas para o português, clique aqui.

Fonte: Traduzido de Clapp et al. (2017)

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05.

AMPLIANDO
AS IDEIAS DE
PROJETOS
Com o chassi pronto, o desafio é estimular os estudantes a
seguirem pensando em novas formas de propulsão para o
carrinho. Segue abaixo algumas sugestões que podem
inspirar essas montagens alternativas:

Carrinho movido a elásticos:


Um chassi com elásticos, para conseguir movimentar o
carrinho por meio da fricção. Para mover o carrinho é
preciso juntar o chassi fabricado com o elástico. Para isso,
a ideia é colar um pedacinho de aproximadamente 1 a 2
cm de tamanho verticalmente no centro do eixo traseiro e
outro pedaço similar também vertical no centro da parte
frontal do carrinho. Permita e incentive que a turma
experimente diferentes jeitos de fazer essa composição.

#Ficaadica: A força elástica é aquela que surge a partir


da deformação (compressão ou distensão) de uma
mola, ou de algum outro corpo com propriedades
elásticas. Trata-se de uma força restauradora, isto é, #Ficaadica: Por conta das tampinhas serem de
procura sempre compensar, desfazer, a deformação plásticos e em geral muito lisas, uma sugestão
que foi imposta. Quando enrolamos o elástico no eixo, a para melhorar o atrito com a superfície e
energia potencial elástica está ali, aguardando ser aproveitar melhor a fricção gerada pelo elástico
liberada, já que o elástico quer sempre voltar ao enrolado é colocar elásticos também ao redor
tamanho original. Isso que faz o carrinho andar. das rodas traseiras do carrinho. Nesse modelo o
principal ponto de atenção é pensar que o
pedaço de palito de churrasco que é colado
diretamente no eixo precisa ter espaço
suficiente para rodar.

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05.
AMPLIANDO
AS IDEIAS DE
PROJETOS
Carrinho movido a imãs:
Fixar imãs na parte traseira do carrinho. Montar uma vareta com outro imã em sua extremidade, voltado
para fora com a mesma polaridade do ímã do carrinho. Ao aproximarmos ambos os imãs, entra em ação
uma força de repulsão que move o carrinho.

#Ficaadica: Formado por uma movimentação contínua de elétrons, o ímã é um objeto capaz de
gerar um campo magnético na área que o cerca. Seus pólos (sul e norte) são inseparáveis e são as
áreas em que a força magnética atua de forma mais intensa.
Uma alternativa à vareta é colocar dois carrinhos com a mesma massa preparados com os imãs, um
de costas pro outro, e notar que percorrem a mesma distância. Se um carrinho for mais pesado que
o outro: a aceleração muda! Quanto maior a massa sob mesma força, menor a aceleração. As três
Leis de Newton podem ser trabalhadas nessa atividade!

Carrinho movido à combustão: Há algumas alternativas aqui, mas duas que sugerimos consideram a
necessidade de um recipiente acoplado ao chassi do carrinho, com sua “boca” aberta voltada para trás,
onde se produzirá uma reação química que impulsionará o carrinho para frente, também relacionado à
3° Lei de Newton.
Combustão de álcool promovida por uma faísca elétrica;
Reação do vinagre em contato com o bicarbonato de sódio.

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06.

CATALISANDO
Acreditamos que todas as atividades podem - e devem! -
ser caracterizadas pelo educador que a propõe, seja
personalizando-a para que faça sentido dentro da
proposta pedagógica da escola ou do espaço, adequando-
a ao grupo à que ela se destina, ou para um
aprofundamento dos aprendizados envolvidos. Seguem
aqui algumas sugestões:

Depois de montado o chassi e a forma de propulsão


escolhida, os aprendizes podem decorar seu carrinho
.
Caso queira levar o desafio além, tenha mais aulas ao
dispor da atividade ou grupos que terminam muito
cedo, pode-se aumentar o desafio, propondo coisas
como melhorar a performance para que o carrinho vá
mais longe ou mais rápido, mudar o design do
protótipo ou tentar produzir o mesmo efeito com
materiais diferentes.

A construção de um carrinho funciona também


como uma oportunidade para dar início a discussões
mais subjetivas. Um exemplo disso é propor aos
aprendizes pensar nos meios de transporte criados
pela Humanidade e se as formas que conhecemos
atualmente são as únicas possíveis...será que
podemos pensar em novas e alternativas maneiras de
nos deslocar?

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07.

REFLEXÕES
Tomar consciência dos aspectos relacionados ao design e ao funcionamento de suas produções são
aprendizados valiosos. Por isso, propomos algumas Rotinas de Pensamento, que auxiliam os
aprendizes a olhar o todo de suas construções e ao mesmo tempo se atentar para cada parte e
função.
Uma sugestão é pedir aos aprendizes que façam um esquema com os desenhos de cada
componente que utilizaram, com questões como “por que cada parte tem determinado formato?”,
“como as partes se conectam?”, “o posicionamento de cada item no objeto influencia o resultado
final da montagem?”. Esta dinâmica irá ajudá-los a entender o funcionamento e o porquê de cada
item nesses carrinhos e pode ser interessante para quando forem construir outros protótipos.
Uma outra Rotina de Pensamento que gostamos de utilizar é propor aos aprendizes a dinâmica do
“Imagina se…” (Disponível aqui). Ao olhar para cada carrinho, devem imaginar outras maneiras e
propósitos para ele, com perguntas como “De que maneira ele poderia ser feito para andar mais
rápido e ir mais longe?” “De que maneira ele poderia ser feito para estar mais equilibrado?” “De que
maneira ele poderia ser feito para ser divertido?” “De que maneira ele poderia ser feito para ser mais
resistente?...”. Você, educador, pode sugerir estas perguntas de acordo com a sua intenção
pedagógica nessa atividade.
Outra Rotina de Pensamento que utilizamos para a parte de compartilhamento foi a “Vejo, Penso,
Pergunto” (disponível traduzida aqui ). Os protótipos finalizados foram dispostos em uma mesa
grande, ou, no nosso caso, sobre várias carteiras escolares juntas e então os estudantes foram
convidados a olharem com atenção todos eles e a responderem de uma vez: Eu vejo…. Isso me faz
pensar que…. E então eu me pergunto se…..
INTEGRAÇÃO? INTERAÇÃO? Não! ITERAÇÃO! Trata-se do ato de repetir! Fazer de novo, para fazer
melhor! Ficou claro nestas oficinas o quão importante é testar e dar a oportunidade para os
estudantes tentarem muitas vezes, validando suas hipóteses e ajustando detalhes para melhorar o
desempenho do carrinho. A chance deles poderem comparar suas produções com as dos colegas,
inspirando-se por melhorias e celebrando cada novo avanço é uma oportunidade única de
aprendizagem!
Acreditamos ser importante incentivar o compartilhamento das criações dos estudantes, valorizando
assim a importância de seus projetos. Esta atitude pode estimular toda a comunidade escolar a
colocar as mãos na massa para aprender fazendo, o que pode até resultar na invenção de soluções
inesperadas para problemas e necessidades pessoais ou coletivas.

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08.

QUEM SOMOS
Criado em 2015, o Catalisador é uma Organização da
Sociedade Civil, sem fins lucrativos, que idealiza e
implementa ações na área de Educação, com
Tecnologia e Criatividade. Nosso compromisso é
trabalhar para que estudantes da rede pública - na
escola ou em espaços não formais de educação -
possam resgatar a curiosidade pelo conhecimento e a
confiança para aprender.

Este material foi construído a partir da nossa


experiência catalisadora realizando oficinas através do
Projeto Catalise uma Escola, na Escola Estadual Fernão
Dias Paes, em São Paulo - SP, que conta com a
parceria do Instituto MRV.

Essas práticas são fundamentadas em três eixos


teóricos práticos:
- Aprendizagem Criativa (Projetos, Paixão, Parceria,
Postura do Brincar): Creative Learning, Lifelong
Kindergarten-Media Lab, MIT;
- Tinkering: Tinkering Studio/Exploratorium;
- Rotinas de Pensamento: Agency by Design, Project
Zero.

Para saber mais sobre nosso trabalho, fundamentação


teórica e práticas, baixe o Caderno do Educador Mão na
Massa, gratuitamente aqui.

Ou acesse gg.gg/cadernodoeducador

Nossos contatos:
contato@catalisador.org.br
www.catalisador.org.br
Instagram @institutocatalisador
Facebook https://www.facebook.com/institutocatalisador

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REFERÊNCIAS
Clapp et al. (2017) Maker-centered learning: empowering young people to shape their
worlds / Edward P. Clapp, Jessica Oxman Ryan, Shari Tishman - San Francisco,
Publicado por Jossey-Bass.

Resnick, Mitchel (2020) Jardim de Infância para a Vida Toda: Por uma Aprendizagem
Criativa, Mão na Massa e Relevante para Todos. Tradução: Mariana Casetto Cruz, Lívia
Rulli Sobral - Porto Alegre: Penso.

Equipe do Catalise uma Escola


E.E Fernão Dias Paes
Franciele Gomes
Michael Filardi
Simone K. Lederman
Rita Camargo

OBRIGADO
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