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O TRAUMA PSICOLÓGICO
É A MAIOR EPIDEMIA
INVISÍVEL DA HISTÓRIA
DA HUMANIDADE
Um quadro comparativo com outras
condições de saúde
• Registrou-se que ao menos cerca de 10% da população mundial teve covid, segundo o
painel epidemiológico da OMS¹.
• Segundo a OMS e o Centro de Oncologia do Hospital Oswaldo Cruz, 1 a cada 5 pessoas tem
ou vai desenvolver câncer. Isso equivaleria a 20% da população mundial².
MAIS
e se recuperar de um acidente grave, mudar-se com frequência,
estar envolvido com o sistema de adoção e assistência social,
envolvimento com o sistema de justiça juvenil, etc.
• Segundo esse estudo, uma pessoa que tenha vivido pelo menos 4 experiências traumáticas é 3,7x
mais propensa a ter ansiedade, 4,4x mais propensa a ter depressão crônica, 4,5x mais propensa
a desenvolver Alzheimer, 5,6x mais propensa a fazer abuso de drogas ilícitas e 15x mais
propensa a cometer suicídio.
• Enquanto 38% das pessoas desse estudo tinham vivido ao menos 4 tipos de trauma, na
população carcerária americana esse número sobe para 78,1% das pessoas.
• Segundo um dos maiores autores sobre Trauma do mundo, O Phd Bessel Van Der Kolk:“Se você
for um menino que presenciou violência doméstica entre os seus pais você será algo em torno de 50% mais
propenso a engajar em violência doméstica com uma parceira(o) na vida adulta.”
(Potential reduction
of negative outcomes
in adulthood. SOURCE:
BRFSS 2015-2017,
25 states, CDC Vital
Signs, November
2019.)
2ª REVELAÇÃO:
AS PESSOAS ESTÃO
DESESPERADAS POR
UM PROFISSIONAL QUE
ENTENDA DE TRAUMA
3ª REVELAÇÃO:
O TRATAMENTO DO
TRAUMA É A SEGURANÇA
• O Phd Bruce Perry, que escreveu um livro com a Oprah Winfrey sobre trauma, disse: “Quando se
está lidando com um trauma intenso, descobrimos que a dose tolerável é de apenas segundos. Então, o cérebro
entra em ação para protegê-la da sua dor”.
• Segundo o Phd Peter Levine, o trauma é uma sobrecarga no sistema nervoso que não
conseguimos ou não temos ferramentas para lidar.
• Quando essa sobrecarga ocorre, nosso sistema de alarme do cérebro se liga e nosso corpo vai
entrar em modo sobrevivência, em modo de defesa. Ou seja, diante de um trauma, diante de um
perigo, todo o nosso corpo vai reagir para lidar com aquela ameaça, através das respostas de
defesa ao Trauma, entre elas Fuga, Luta, Congelamento, Colapso e Resposta por agradar.
• Segundo Peter Levine uma das principais razões pelas quais ficamos traumatizados é que após
essa sobrecarga nós não conseguimos voltar ao estado de normalidade anterior. Portanto, se
expusermos a pessoa traumatizada a elementos do seu trauma que ela não possa ou não tenha
condições de lidar, estaremos recriando uma nova sobrecarga.
• Não há como resolver um trauma com a mesma “receita” que o criou.
• A nova sobrecarga de emoções intensas pode acionar novamente o sistema de alerta da pessoa
e ela então fica presa no looping do Trauma. Essa sobrecarga pode levar a pessoa a reviver o
trauma ao invés de processá-lo e liberá-lo.
• Sobre a catarse nesse processo, a depender da intensidade desta, uma nova sobrecarga será
gerada e sobrecarga é praticamente a mesma definição do que é trauma.
• Bessel Van Der Kolk disse: “Reviver o trauma reativa o sistema de alarme do cérebro e desliga áreas
cerebrais críticas, necessárias à integração do passado, o que torna mais provável que o paciente reproduza o
trauma em vez de resolvê-lo.” (O corpo guarda as marcas, Bessel Van der Kolk, 2020, p. 262)
• “Os pacientes só se beneficiam ao reviver o trauma quando não se sentem esmagados pela
experiência.” (O corpo guarda as marcas, Bessel Van der Kolk, 2020, p. 264)
• Bruce Perry diz o seguinte: “É através de visitas breves e controláveis ao passado que o sistema sensibilizado
pode lenta e dolorosamente ser reconfigurado. O que de fato leva à cura é a dosagem terapêutica.”
• Segundo Peter Levine, a exposição imediata e intensa aos aspectos mais perturbadores do
trauma pode levar a retraumatização e piorar os sintomas.
• O sistema nervoso autônomo é o responsável pela nossa resposta aos desafios e, portanto, ele é
quem fica desregulado depois de um trauma.
• Baseado nos seus estudos, Stephen Porges fala que ou funcionamos na fisiologia do perigo, ou
funcionamos na fisiologia da segurança. Ou seja, ou estamos com o nosso alerta do cérebro
ligado, ou estamos nos sentindo em segurança. Não dá pra se sentir em perigo e em segurança
ao mesmo tempo.
• O tratamento do trauma é baseado na segurança porque a sensação de segurança é essencial
para regular o sistema nervoso autônomo, desativar as respostas de luta, fuga ou congelamento
e promover um estado emocional onde a cura do trauma é realmente possível.
• Quando processamos o Trauma com o sistema de alarme do cliente ligado ele tende a se fixar ao
invés de se resolver, podendo até mesmo chegar a piorar o quadro da pessoa e é aí que abrimos
margem para a retraumatização.
REFERÊNCIAS
1. Coronavírus (COVID-19) Dashboard. Organização Mundial da Saúde. Disponível em: https://covid19.who.
int/
3. Hogg, B., Gardoki-Souto, I., Valiente-Gómez, A. et al. Trauma psicológico como fator de risco
transdiagnóstico para transtorno mental: uma meta-análise abrangente. Eur Arch Psychiatry Clin Neurosci
(2022). Disponível em: https://doi.org/10.1007/s00406-022-01495-5
4. Adverse Childhood Experiences (ACEs). Centro de Controle e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos.
Disponível em: https://www.cdc.gov/vitalsigns/aces/
6. Na América Latina, Brasil é o país com maior prevalência de depressão. Ministério da Saúde. Disponível
em: https://www.gov.br/saude/pt-br/assuntos/noticias/2022/setembro/na-america-latina-brasil-e-o-
pais-com-maior-prevalencia-de-depressao#:~:text=Na%20Am%C3%A9rica%20Latina%2C%20o%20
Brasil,que%20a%20depress%C3%A3o%20%C3%A9%20multifatorial.