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OBS. 3: Será de noventa (180) dias o prazo de validade das certidões, salvo se
outro prazo constar expressamente do documento, segundo norma adotada pelo
órgão expedidor.
4. CERTIDÕES DO IMÓVEL:
Folha preliminar e Quadros I, II, III, IV-A, IV-B, V, VI, VII e VIII da ABNT - NBR
12.721/2006 e assinado pelo profissional responsável e pelo proprietário (com
firmas reconhecidas). Necessária a apresentação da Anotação de
Responsabilidade Técnica - ART do engenheiro responsável pela elaboração
dos quadros.
Patrimônio de Afetação
Pelo sistema vigente, o incorporador pode adotar o chamado regime de
afetação. Por este sistema, o bem que está sendo incorporado será afastado
dos bens (patrimônio) do incorporador. Isto permite, por exemplo, que as dívidas
do incorporador não poderão atingir o empreendimento, oferecendo deste modo
uma garantia aos adquirentes do condomínio de que não perderão o bem que
estão adquirindo durante o curso do negócio, da construção, etc.
Para ter efeito a afetação necessita ser registrada no Cartório de Registro de
Imóveis.
Feita essa etapa inicial, o próximo passo é ter em mãos uma pesquisa de
mercado que viabilize a operação e a torne rentável.
5. EXECUÇÃO DA OBRA
Em paralelo às vendas, a captação de recursos já possibilita o andamento da
obra em si. Feita a contratação da construtora (no caso de terceirização), que
definirá os fornecedores e equipe técnica responsáveis por dar andamento às
obras dentro do cronograma estipulado.
Incorporar, como a própria palavra indica, significa tomar corpo, inserir, aderir,
construir algo em um terreno.
Na acepção jurídica do termo, a incorporação imobiliária nada mais é do que
construir e vender antecipadamente um imóvel que ainda não existe, o
popularmente conhecido “vender na planta”.
Não é obrigatório registrar uma incorporação para construir conjuntos de casas
ou edifícios, mas, sem tal registro, é expressamente proibido vender as
unidades autônomas do empreendimento antes da conclusão da obra.
Em outras palavras, a incorporação imobiliária é a construção de um ou mais
empreendimentos imobiliários, que possuam unidades autônomas (em geral,
apartamentos) em regime condominial, com a finalidade da
venda antecipada de tais unidades, total ou parcialmente.
Permuta física
A permuta física consiste na aquisição do terreno, pela incorporadora, em
contrapartida à cessão de unidades imobiliárias futuras ao proprietário, que são
dadas em pagamento do terreno.
A permuta física pode ser integralmente física, sem que envolva o pagamento
em dinheiro, ou pode envolver o pagamento de uma torna, ou seja, a
transferência de uma parte do valor do terreno em espécie, em condições
negociadas pelas partes, e o restante do seu valor pago com a transmissão da
propriedade de algumas das unidades futuras ao dono do terreno.
A permuta física com torna é, ao lado da permuta financeira, que explicaremos
no tópico seguinte, o modelo de negócio mais comum no mercado de
incorporações atualmente.
A operacionalização dessa permuta física pode ocorrer de duas formas:
1) a incorporadora recebe formalmente a propriedade de apenas parcela do
terreno, remanescendo a fração ideal correspondente às unidades futuras
prometidas ao proprietário sob a titularidade dele; ou
2) a incorporadora recebe a propriedade da íntegra do terreno e, após edificadas
as unidades autônomas, transmite ao proprietário aquelas unidades que lhe
foram prometidas.
A adoção de uma ou outra opção da permuta física será mais ou menos
vantajosa à incorporadora, a depender de particularidades do caso.
Isso porque a transmissão da propriedade envolve o registro em cartório,
implicando em pagamento de emolumentos e, também, o pagamento de
tributos, despesas que podem variar caso a caso, de acordo com a opção
escolhida.
A contratação de uma boa assessoria jurídica é importante também para que
seja seguida a estratégia menos onerosa à incorporadora e demais partes
envolvidas.
Permuta financeira
Diferentemente da permuta física, na permuta financeira, o proprietário do
terreno, em contrapartida à alienação do bem à incorporadora, receberá
participação financeira nas vendas das unidades autônomas.
Dessa forma, ao invés de imóveis físicos, o proprietário do terreno obterá, nas
condições estabelecidas entre as partes envolvidas, um percentual, em dinheiro,
do Valor Geral de Vendas – VGV das unidades.
Geralmente, a base de cálculo da permuta financeira corresponde ao valor da
receita bruta obtida com a venda das unidades autônomas, descontado de taxa
de administração e outros encargos a serem definidos caso a caso.
Espécies de garantia
A compra de um imóvel na planta ou ainda em construção pode trazer receios
aos consumidores, devido ao alto montante de investimento necessário à
realização das obras e, também, aos dilatados prazos envolvidos na entrega de
chaves das unidades.
Nesse sentido, é importante que as incorporadoras ofereçam garantias a esses
consumidores, a fim de que obtenham sucesso no mercado.
As garantias à incorporação são importantes, portanto, para todas as partes
envolvidas, seja a incorporadora, o proprietário do terreno ou os consumidores
finais.
Uma das principais garantias da incorporação imobiliária é o regime do
patrimônio de afetação, que explicaremos logo abaixo.
Para além dele, existem algumas modalidades de garantia ao empreendimento
disponíveis no mercado e autorizadas pela lei de incorporação.
Por exemplo, a incorporadora pode contrair o financiamento do negócio junto
a instituição financeira, caso em que o terreno e construções serão entregues
em alienação fiduciária à instituição financiadora.
Uma outra importante forma de se garantir a execução do empreendimento, a
entrega de chaves das unidades aos consumidores finais e se conferir maior
segurança à operação é a constituição de uma Sociedade de Propósito
Específico – SPE.
Esta consiste em pessoa jurídica com um único objetivo social, no caso,
justamente, a incorporação imobiliária pretendida.
Sob esse formato, a empresa interessada, que, inicialmente, assumiria o papel
de incorporadora, poderá ser apenas uma sócia da SPE, juntamente com o
proprietário do terreno, de maneira que a SPE, esta sim, assuma a titularidade
da incorporação.
Isso permite com que o terreno e todo o capital envolvido na realização das
obras seja integrado à SPE e apenas os ativos dessa empresa sejam destinados
e afetados ao empreendimento, proporcionando uma desvinculação de
patrimônio em relação aos bens das partes envolvidas no negócio.
Podemos destacar, ainda, os seguros. A lei autoriza que se contrate seguro de
obra ou seguro de incorporação, tendo como segurados os adquirentes das
unidades autônomas, em garantia a eventual inadimplemento da incorporadora
na entrega dos bens.
Sendo contratado seguro, tal aquisição deverá ser informada aos consumidores
nos contratos individuais de compra e venda das unidades.
Por fim, a lei confere uma outra garantia, esta à incorporadora, ao lhe facultar a
determinação de um prazo de carência da incorporação imobiliária, durante o
qual poderá haver a desistência do empreendimento, com a consequente
denúncia da incorporação e desfazimento dos negócios até então firmados.