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06/03/2024

ORIGEM, EVOLUÇÃO E
EMBRIOLOGIA DO SISTEMA
NERVOSO

ORIGEM DO SISTEMA NERVOSO


- Sistema nervoso: Diferentes escalas de complexidade nos diversos grupos
de animais
- Seres mais primitivos: Funções do sistema nervoso são voltadas a conferir
adaptação ao meio em que se inserem - Sobrevivência
- Lógica do Funcionamento:
- Unidades receptoras dos diferentes estímulos (interno ou externo)
- Propriedades de irritabilidade, condutibilidade e contratilidade do
organismo

Estímulo Receptor Reação Resposta

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ORIGEM DO SISTEMA NERVOSO


Organismos Unicelulares
- Ausência de sistema nervoso
- Resposta aos estímulos do meio
externo: Atividade das estruturas
de superfície da membrana da
célula
- Modelo inicial de mecanismo
sensorial: Receptores proteicos
- Exemplos:
- Movimentação ciliar e pseudópodes em protozoários
- Endósporo em bactérias

ORIGEM DO SISTEMA NERVOSO


Organismos Pluricelulares
- Poríferos: Esponjas do mar
- Ausência de sistema nervoso e de simetria
corpórea
- Invertebrados aquáticos fixos em substratos
- Interação com o meio e modo de vida se dá
pela atividade das suas estruturas celulares
- Abertura e fechamento dos poros conforme
a condição da água
- Gemulação: Sobrevivência em condições
adversas

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ORIGEM DO SISTEMA NERVOSO


Surgimento das primeiras redes nervosas
- Invertebrados
- Cnidários: Hidras, corais, água-viva,
anêmona-do-mar (...)
- Simetria radial e bidirecionalidade do
estímulo: Respondem igualmente bem à
estímulos vindos de qualquer direção
- Rede de neurônios que intermedeiam
respostas aos estímulos do meio
- Sistema difuso: Não há uma centralização

SISTEMA NERVOSO DOS INVERTEBRADOS


Surgimento das primeiras redes nervosas:
Cnidários
- Rede difusa de neurônios que intermedeiam as
respostas dos tentáculos
- Estímulos sensoriais são captados na superfície
e distribuídos pelos motoneurônios aos miócitos
- Miócito: Acarretam uma resposta motora
- Motoneurônios: Irradiação dos efeitos para as
diversas partes do animal possibilitando uma
ação coordenada

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SISTEMA NERVOSO DOS INVERTEBRADOS


Surgimento do “Pré-Cérebro Rudimentar”
- Platelmintos: Vermes de corpos achatados
- Surgimento da simetria bilateral
- Agrupamento de células sensoriais em gânglios
cerebroides
- Surgimento dos cordões nervosos ventrais que se
projetam pelo corpo do organismo em forma de
escada
- Sistema que antes era em rede e difuso começa a
apresentar outra configuração

SISTEMA NERVOSO DOS INVERTEBRADOS


Surgimento do “Pré-Cérebro Rudimentar”
- Plano de organização:
- Existência de extremidades anterior e
posterior
- Existência de porção frontal e dorsal
- Interneurônios: Intermediários na
transmissão da porção sensorial e motora
- Organismos passam a ter a possibilidade
de emissão de comportamentos
complexos como caça, perseguição,
localização de alimento

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SISTEMA NERVOSO DOS INVERTEBRADOS


Surgimento dos Gânglios Corporais
- Anelídeos: Minhocas, sanguessugas (...)
- Vermes segmentados e com formato
corpóreo anelar
- Cordão nervoso aparece disposto
ventralmente com pares bilaterais de
gânglios em cada segmento
- Projeções nervosas para a porção dorsal
- Maior quantidade de locais para
recepção de estímulos e interpretação
respostas

SISTEMA NERVOSO DOS INVERTEBRADOS


Surgimento do “Cérebro Organizado”, dos Gânglios
Estrelados e de Diferença nos Neurônios:
- Cefalópodes: Polvos e lulas
- “Cérebro Organizado”: Centro de agrupamento
de células nervosas para decodificação dos
estímulos
- Gânglios Estrelados: Regiões fora do “cérebro”
que reúnem as informações trazidas pelos
feixes nervosos
- Diferença entre os Neurônios: Especialização da
célula nervosa

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SISTEMA NERVOSO DOS INVERTEBRADOS


Surgimento do “Cérebro Organizado”, dos Gânglios
Estrelados e de Diferença nos Neurônios:
- Níveis de organização de neurônios: Aumento no
repertório das funções possíveis
- 1ª ordem: Compõe o “cérebro organizado”
- 2ª ordem: Ligação entre o “cérebro
organizado” e o gânglio estrelado
- 3ª ordem: Ativadores do sistema de propulsão
(responsáveis pela resposta)
- Vantagem evolutiva: Alta velocidade na condução
dos estímulos possibilita rapidez em estratégias
(ataque e fuga)

SISTEMA NERVOSO DOS INVERTEBRADOS


Desenvolvimento das Sensibilidades Táteis, Olfativas e
Térmicas
- Artrópodes: Insetos, crustáceos, aracnídeos (...)
- Representantes presentes em todos os ambientes:
Necessidade de adaptações para avaliação
detalhada do meio ambiente
- Estruturas corpóreas compostas por células
sensoriais especializadas
- O maior processamento nervoso permite que
sejam emitidos comportamentos mais complexos e
diversificados (corte, acasalamento, emboscada,
vida em grupo)

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SISTEMA NERVOSO DOS INVERTEBRADOS


Desenvolvimento das Sensibilidades Táteis, Olfativas e
Térmicas
- Cérebro complexo formado por gânglios cerebroides,
torácicos e abdominais interligados e distribuído por
cordões nervosos que se estendem na porção ventral
do corpo
- Estruturas especializadas: olhos, patas, pinças,
antenas, asas e estatócitos (posição, movimento e
equilíbrio)
- Integração das modalidades sensoriais: Responsáveis
pelo aprendizado e memória rudimentar

SISTEMA NERVOSO DOS INVERTEBRADOS


Diferentes Arquiteturas de
Funcionamento
As mudanças nos arranjos
corpóreos e neuronais
possibilitaram a organização
e formação de diferentes
circuitos nervosos,
aperfeiçoando os
organismos e os tornando
evolutivamente viáveis
(sobrevivência e
reprodução)

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SISTEMA NERVOSO DOS VERTEBRADOS


Evolução do Sistema Nervoso dos
Vertebrados
- Espécies filogeneticamente mais
próximas possuem sistemas
nervosos mais parecidos
- Cordão nervoso dorsal (medula
espinhal) contido por rígida
estrutura de sustentação
- Disposição dos órgãos dos
sentidos
- Simetria bilateral e locomoção
unidirecional do estímulo

SISTEMA NERVOSO DOS VERTEBRADOS


Evolução do Sistema Nervoso dos
Vertebrados
- Cérebros dos embriões dos vertebrados
tendem a ser mais semelhantes do que
quando adultos
- Organização: Os cérebros tentem a
mudar sua organização interna à
medida que mudam de tamanho
- O tamanho do cérebro não é um fator
relevante para seu potencial de
processamento, mas sim o grau dos
arranjos celulares que ele possui

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SISTEMA NERVOSO DOS VERTEBRADOS


Sistema Nervoso – Seres Humanos

- Cérebro
- Cerebelo
- Tronco Encefálico
- Medula Espinhal
- Nervos
- Gânglios
- Receptores sensoriais

CONSIDERAÇÕES SOBRE A EVOLUÇÃO DO


SISTEMA NERVOSO
Aspectos determinantes no decorrer dos
processos evolutivos:
- Agregação da massa neuronal no encéfalo
(centralização e integração do controle
nervoso)
- Existência e posicionamento do cordão nervoso
- Hábito de vida e simetria corpórea
- Diferenciação das células nervosas: Aumento
na velocidade de condução e interpretação dos
estímulos

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EMBRIOLOGIA HUMANA
Por que estudar a embriologia do sistema
nervoso?

- Entender aspectos geradores da anatomia


dos órgãos deste sistema
- Compreender as causas de algumas
malformações em recém-nascidos e como
isso pode comprometer seu
desenvolvimento neurológico
- Compreender os achados científicos em
matéria de neurociências que tenham na
embriologia do sistema nervoso a sua base

EMBRIOLOGIA HUMANA
Estágios iniciais da formação do embrião

Implantação
na parede
uterina
5º dia

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EMBRIOLOGIA HUMANA
Após passar por diversas divisões e transformações celulares
o embrião apresenta:
- 3 folhetos embrionários: Endoderma, Mesoderma e Ectoderma
- Notocorda: Bastão de cartilagem formado na
região dorsal do embrião que inicialmente
serve de guia do seu eixo e posteriormente
servirá de base para a formação dos corpos
das vértebras Notocorda

- Neurulação: O desenvolvimento do sistema nervoso no embrião se inicia


no 20º dia da gestação a partir do espessamento da ectoderma situada na
região acima da notocorda

EMBRIOLOGIA HUMANA
3 folhetos embrionários

Placa Neural
Fases da Neurulação

Sulco Neural

Goteira Neural

Tubo e Crista Neural

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EMBRIOLOGIA HUMANA
Tubo Neural
- Originará os órgãos do Sistema Nervoso Central
(cérebro, cerebelo, tronco encefálico e medula
espinhal)
- O encontro dos lábios da ectoderme da goteira
neural ocorre inicialmente na porção central do
tubo, sendo mais lento nas suas extremidades
- Com o decorrer do desenvolvimento do embrião
passa-se a ter o neuróporo rostral e o
neuróporo caudal, as últimas partes do sistema
nervoso a se fechar

EMBRIOLOGIA HUMANA
Crista Neural
- Com o espessamento da placa neural (A)
temos sua invaginação (B) e formação da
goteira neural (C)
- O encontro da ectoderma localizada nos
lábios da goteira neural desencadeia o
desenvolvimento de células que formam,
de cada lado do tubo neural, uma lâmina
longitudinal chamada crista neural (D)
- O desenvolvimento da crista neural dará origem aos elementos do sistema
nervoso periférico (gânglios e nervos), as meninges e células sensoriais dos
demais tecidos

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EMBRIOLOGIA HUMANA

Formação do
tubo neural e da
crista neural

EMBRIOLOGIA HUMANA
Tubo Neural - Dilatações

- Calibre não uniforme: Porção


rostral mais dilatada do que a
porção caudal
- Porção Rostral: Origina o encéfalo
primitivo do embrião (subdivide-
se em 3 dilatações: prosencéfalo,
mesencéfalo e rombencéfalo)
- Porção Caudal: Origina a medula
espinhal primitiva do embrião

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EMBRIOLOGIA HUMANA
Fechamento do
neuróporo rostral
formará as três vesículas
encefálicas primárias
que darão origem ao
encéfalo

Fechamento do
neuróporo caudal
formará a medula
primitiva que originará a
medula espinhal

EMBRIOLOGIA HUMANA
Tubo Neural - Dilatações

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EMBRIOLOGIA HUMANA
Tubo Neural - Dilatações

Vesículas Vesículas
Estruturas Anatômicas
Primitivas Secundárias
Telencéfalo Córtex Cerebral
Prosencéfalo
Diencéfalo Tálamo e Hipotálamo
Mesencéfalo Mesencéfalo Mesencéfalo
Metencéfalo Cerebelo e Ponte
Rombencéfalo
Mielencéfalo Bulbo
Medula
MP
Medula Primitiva Medula Espinhal
Primitiva

EMBRIOLOGIA HUMANA
Tubo Neural – Flexuras
- Acelerado crescimento do encéfalo do
embrião faz com que ele se dobre
ventralmente
- Flexura Mesoencefálica: 1ª Dobradura
na região do encéfalo médio
- Flexura Cervical: 2ª Dobradura na região do
encéfalo posterior com a medula cervical
- Flexura Pontina: O acelerado crescimento do
encéfalo do embrião entre a flexura
mesoencefálica e a flexura cervical faz com
que ele se dobre dorsalmente (3ª dobra)

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EMBRIOLOGIA HUMANA
Tubo Neural – Flexuras

Importância das flexuras:


- Produzem a
compartimentarização
dos órgãos que
compõe o encéfalo
- Ocasionam uma
variação na posição da
substância branca e
cinzenta

EMBRIOLOGIA HUMANA
Tubo Neural – Cavidades
- Cavidade: Luz do tubo neural
- Luz do Prosencéfalo e do
Rombencéfalo: Ventrículos
- Luz do Mesensáfalo: Arqueduto
cerebral
- Luz da Medula Primitiva: Canal central
da medula
- Todas estas cavidades são revestidas
por células ependimais que produzem
o LCR (líquido cefalorraquidiano)

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EMBRIOLOGIA HUMANA

MALFORMAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO


Crânio ou Espinha Bífida
- Decorrente da malformação do tecido
neural, meninges e ossos:
- Tecido neural: Fechamento anormal do
neuróporo rostral (crânio bífido) ou
caudal (espinha bífida)

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MALFORMAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO


Hidrocefalia
- Decorrente do acúmulo de líquido
cefalorraquidiano (LCR) nos ventrículos
cerebrais e entre as membranas das
meninges
- Pode ser causado por um desequilíbrio
entre a produção e a reabsorção do LCR
ou por algum tipo de obstrução que
impeça sua circulação e drenagem
- Causam compressão e danos nas
estruturas encefálicas podendo gerar uma
série de complicações neurológicas

MALFORMAÇÃO DO SISTEMA NERVOSO


Microcefalia
- Decorrente da redução de massa e perímetro encefálico
- Pode refletir em diferentes graus de alterações das estruturas cerebrais
a depender da porção reduzida ou ausente
- Geralmente causam comprometimento neuropsicomotor, bem como
problemas de visão e audição

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ORIENTAÇÕES PARA ESTUDO


BRUSCA, R. C.; MOORE, W.; SHUSTER, S. M. Invertebrados. 3ª ed. Rio
de Janeiro: Guanabara Koogan, 2018. (Capítulos 4, 6, 7, 10, 13, 14, 20,
21 – Partes que tratam sobre o sistema nervoso)

GARCIA, S. M. L.; FERNÁNDEZ, C. G. Embriologia. 3ª ed. Porto Alegre:


Artmed, 2012. (Capítulo 32)

MACHADO, A.; HAERTEL, L. M. Neuroanatomia Funcional. 3ª ed. São


Paulo: Atheneu, 2014. (Capítulos 1 e 2)

MOORE, K. L.; PERSAUD, T. V. N. Embriologia Básica. 7ª ed. Rio de


Janeiro: Elsevier, 2008. (Capítulos 5 e 16)

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