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Rota Cultural
Discentes: Ana Carolina Rosa, Cláudia Pedrosa, Daniela Fernandes, Leonor Florindo
Grupo 5, Currículo e Avaliação T4
8 de janeiro 2024
Índice
Índice........................................................................................................................................... i
Índice de Figuras ........................................................................................................................ii
Índice de Quadros ......................................................................................................................ii
Introdução .................................................................................................................................. 1
Parte I - Contextualização normativo-curricular e Planificação da proposta educativa ............ 3
1.1 - Contextualização ........................................................................................................................ 3
1.2 - Planificação da proposta ............................................................................................................. 8
Parte II - Fundamentação teórica da proposta educativa ......................................................... 26
Parte III - Reflexão crítica sobre o trabalho realizado ............................................................. 30
Referências Bibliográficas ....................................................................................................... 32
i
Índice de Figuras
Figura 1 - Esquema cronológico do planeamento das atividades ................................................... 6
Índice de Quadros
Quadro 1 - Síntese da Proposta para a Atividade "Rota Cultural". ................................................ 9
Quadro 2 - Sessão n.º1 da Proposta. .................................................................................................... 10
Quadro 3 - Sessão n.º2 da Proposta. .................................................................................................... 12
Quadro 4 - Sessão n. º3 e n.º6 da Proposta. ......................................................................................... 15
Quadro 5 - Sessão n. º4 da Proposta. ................................................................................................... 16
Quadro 6 - Sessão n.º5 da Proposta. .................................................................................................... 17
Quadro 7 - Sessão n.º7 da Proposta. .................................................................................................... 18
Quadro 8 - Sessão n.º8 da Proposta. .................................................................................................... 19
Quadro 9 - Sessão n.º9 da Proposta. .................................................................................................... 21
Quadro 10 - Sessão n.º10 da Proposta. ................................................................................................ 23
Quadro 11 - 5º semana da Proposta. .................................................................................................... 25
ii
Introdução
No âmbito da Unidade Curricular de Currículo e Avaliação dos Mestrados em Ensino,
foi-nos proposta a realização de um relatório com base na elaboração e fundamentação de uma
proposta de articulação curricular focada num domínio de Educação para a Cidadania, a pedido
da docente Ana Sofia Pinho. Para tal, constituímos um grupo de trabalho multidisciplinar,
envolvendo as disciplinas de Geografia e Informática.
O presente relatório encontra-se estruturado em três partes cruciais, que fundamentam
a nossa proposta, pesquisa e ideias. Numa primeira parte, irá surgir a contextualização
normativo-curricular, seguida da planificação da proposta educativa, onde serão apresentadas
as tabelas de planificação da proposta, quer em síntese, quer de forma detalhada.
Seguidamente, a proposta será fundamentada teoricamente, recorrendo a bibliografia e
referências teóricas trabalhadas na Unidade Curricular, com a finalidade de justificar e
sustentar as ideias e opções tomadas na elaboração da proposta educativa.
Por último, será apresentada uma reflexão crítica, abordando fragilidades, desafios,
dificuldades sentidas ao longo da realização do projeto, assim como potencialidades da
proposta.
Após uma breve pesquisa e discussão relativamente aos temas de Educação para a
Cidadania, foi escolhido o tema Interculturalidade. Assim, foi criado o projeto “Rota Cultural”,
tendo por base três disciplinas do ensino básico regular - Geografia, Tecnologias da Informação
e Comunicação (TIC) e Cidadania e Desenvolvimento - que, multidisciplinarmente, fortalecem
e desenvolvem diversas competências e capacidades dos alunos (Reis & Marques, 2016). Esta
proposta terá como base o Decreto-Lei 55/2018 de 6 de julho, Capítulo I, artigo 4°, ao
representar uma elevada potencialidade no que diz respeito à valorização e gestão da
interdisciplinaridade entre as disciplinas de Geografia e TIC tendo em vista o desenvolvimento
de projetos que aglutinem aprendizagens das duas disciplinas, planeados, realizados e avaliados
pelos docentes das mesmas.
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De seguida, procurámos situar a nossa proposta, de forma a efetivar a concretização de
uma atividade. Assim, considerámos uma turma pertencente a uma escola frequentada por
alunos de várias culturas.
A nossa proposta de atividade, que será apresentada detalhadamente nas seções
seguintes, centra-se, de forma resumida, na criação de um jogo, através de um mapa interativo
com questões culturais elaboradas pelos alunos e expostas por um robô, programado pelos
mesmos.
De forma a enriquecer a proposta e atribuir-lhe ainda maior significado, decidimos que
a mesma deveria fazer parte das atividades de celebração do Dia Mundial da Diversidade
Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento, que se celebra a dia 21 de maio.
Assim, a ideia seria que a turma e os professores se deslocassem à associação “Casa de
Acolhimento para Crianças Refugiadas” (CACR), localizada em Lisboa, (ou, na
impossibilidade disso, os membros da associação se deslocarem à escola) para partilhar os
jogos desenvolvidos com as crianças da mesma, e incentivar o diálogo acerca de questões
relacionadas com a diversidade e inclusão.
Na própria escola, também no âmbito das comemorações do Dia Mundial da
Diversidade Cultural para o Diálogo e o Desenvolvimento e, tendo em vista a partilha e a
comunicação entre alunos e a comunidade escolar, serão realizadas sessões de demonstração
do jogo a outras turmas e respetiva comunidade escolar. Posteriormente, se possível e mediante
organização e articulação com a Biblioteca Escolar, os jogos seriam expostos, sob supervisão
da equipa bibliotecária e/ou professores envolvidos na atividade, de forma a possibilitar, aos
restantes alunos, o acesso e a oportunidade de usufruir e desfrutar do mesmo.
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Parte I - Contextualização normativo-curricular e Planificação da proposta educativa
1.1 - Contextualização
A nossa proposta gira em torno do tema “Interculturalidade”, um dos domínios de
Educação para a Cidadania. A Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania (ENEC) é
um instrumento importante para a construção sólida da formação humanística dos alunos, que
os impulsiona a assumirem uma posição na sociedade garantido o respeito pelos valores
democráticos básicos, serem participativos e altruístas, principalmente numa época de
crescente diversidade social e cultural (DGE, 2017).
Este projeto vai ser trabalhado com uma turma de oitavo ano do ensino regular e estarão
envolvidas as unidades curriculares de Geografia, Tecnologias de Informação e Comunicação
(TIC) e Cidadania e Desenvolvimento. A nossa proposta de atividade, intitulada “Rota
Cultural”, centra-se na construção de um mapa interativo com questões preparadas pelos alunos
e expostas por um robô, programado pelos mesmos. Estas questões serão elaboradas, pelos
alunos, consoante informação recolhida pelos mesmos, face às diferentes culturas presentes na
sua comunidade escolar e/ou familiar, quer por formato de pesquisa, quer por formato de
entrevista presencial a pessoas da comunidade escolar.
A proposta reflete os princípios de autonomia e flexibilidade curricular que visam
promover aprendizagens que incentivem o desenvolvimento de competências previstas no
Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória (PASEO). A autonomia e flexibilidade
curricular permite às escolas fazer escolhas adequadas ao contexto e ao interesse dos alunos no
que diz respeito ao currículo, e também combinar parcial ou totalmente componentes
curriculares e áreas disciplinares através de domínios de autonomia curricular, que promovem
o trabalho interdisciplinar, como previsto no Decreto-Lei n.º 55/2018. Procurámos alinhar a
nossa proposta com alguns dos objetivos direcionados aos alunos do ensino básico, conforme
estabelecidos na Lei de Bases do Sistema Educativo. No desenvolvimento deste projeto, demos
ênfase à promoção da participação ativa dos alunos na construção do conhecimento,
incentivando a pesquisa, a criatividade e a colaboração entre alunos e alunos e professores.
Acreditamos que o nosso projeto vai totalmente ao encontro do objetivo específico para o
terceiro ciclo que visa “fomentar a consciência nacional aberta à realidade concreta numa
perspetiva de humanismo universalista, de solidariedade e de cooperação internacional.”. (Lei
de Bases do Sistema Educativo, 1986, Art. 7.º)
No que toca à dimensão curricular da nossa proposta, regemo-nos por documentos
orientadores relevantes para a mesma: Perfil dos Alunos à Saída da Escolaridade Obrigatória
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(PASEO), Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania (ENEC), as Aprendizagens
Essenciais (AEs) das disciplinas. Do mesmo modo, foram consultados documentos
orientadores para o ensino da robótica, com vista ao desenvolvimento e enriquecimento da
nossa proposta.
Consultando as Aprendizagens Essenciais previstas para o oitavo ano de escolaridade
das disciplinas de Geografia e Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC).
Em Geografia, são trabalhados vários subtemas do tema principal: População e
Povoamento. A nossa proposta tem como objetivo que os alunos absorvam este tema de forma
mais dinâmica e envolvente. Neste contexto, é essencial que os alunos sejam capazes de
reconhecer aspetos que conferem singularidade a uma dada região, comparando características
culturais e do povoamento. É igualmente importante que conheçam os fluxos migratórios,
assim como as causas e consequências dos mesmos, desde a migração interna até às migrações
transnacionais. Desta forma, pretendemos proporcionar uma compreensão mais profunda sobre
os fatores que influenciam estes movimentos populacionais e as implicações destes nas regiões
de origem e destino. Adicionalmente, abordamos a importância do diálogo, da inclusão e da
cooperação internacional na preservação da diversidade cultural. Os alunos devem
compreender como a interação entre diferentes culturas contribui para o enriquecimento da
sociedade global, promovendo a tolerância e o respeito mútuo. No que diz respeito à
distribuição dos fluxos migratórios, procuramos que os alunos identifiquem padrões à escala
nacional, europeia e mundial. Isso inclui enunciar os fatores responsáveis por essa distribuição,
como económicos, políticos e ambientais. Esta análise mais aprofundada permitirá aos alunos
uma compreensão mais abrangente das dinâmicas migratórias. (DGE, 2018)
Relativamente à disciplina de Tecnologias de Informação e Comunicação (TIC), as
Aprendizagens Essenciais estão organizadas em quatro domínios, dos quais várias AEs serão
exploradas no decorrer da atividade proposta. Face ao domínio “Segurança, Responsabilidade
e Respeito em Ambiente Digitais” será trabalhada, com os alunos, a sua capacidade de
reconhecer e utilizar as normas relacionadas com direitos de autor, propriedade intelectual e
licenciamento, relativas aos recursos e aos conteúdos que mobilizam nos seus trabalhos,
nomeadamente, nas fases da atividade que envolvam a pesquisa de informação. Inerente a essas
tarefas de pesquisa, estaremos a trabalhar AEs referentes ao domínio “Investigar e pesquisar”,
nomeadamente no que diz respeito à formulação de questões que permitam orientar a recolha
de informação e na definição de palavras-chave para localização da mesma, utilizando
mecanismos simples de pesquisa. AEs do domínio “Criar e Inovar” serão as mais abordadas
no âmbito desta atividade, pois abrangem a exploração de ideias e desenvolvimento do
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pensamento computacional, o desenvolvimento de ideias e planos de trabalho de forma
colaborativa, utilizando, de forma autónoma e responsável, as tecnologias digitais mais
adequadas para a concretização dos projetos desenhados e, por último, a produção, modificação
e gestão de artefactos digitais criativos, de forma autónoma e responsável e de acordo com o
planeado. Por último, o domínio “Comunicar e Colaborar” que aborda aprendizagens na esfera
da comunicação e colaboração e consistirá na mobilização de estratégias e ferramentas para
tais efeitos.
Embora o ensino da Programação e Robótica não esteja explicitamente previsto nas AE
da disciplina de TIC, é fortemente encorajado, dado que competências como o pensamento
computacional, o raciocínio lógico e a resolução de problemas, entre outras, são bastante
desenvolvidas em atividades desta natureza, competências estas que “têm vindo a ser
apresentadas como competências essenciais para os cidadãos do séc. XXI” (Pedro et al.,
2017,p. 23). Assim, procurou-se aliar a robótica e programação à disciplina de Geografia e à
temática da Interculturalidade. O documento Linhas Orientadoras para a Probótica -
Programação e Robótica no Ensino Básico realça a importância da:
articulação de saberes das várias disciplinas ou áreas disciplinares [que] deverá ser
professores da turma (da turma ou da escola), privilegiando as áreas onde possam vir a
Com esta atividade, desejamos alcançar alguns objetivos previstos no PASEO. Através
da elaboração das perguntas relacionadas a diferentes culturas, pretendemos sensibilizar os
alunos para a diversidade cultural existente no mundo, promovendo a compreensão e o respeito
pela diferença. A utilização do mapa como suporte para o jogo, permitirá aos alunos explorar
e ampliar o seu conhecimento sobre diferentes regiões do mundo. Aliando este conhecimento
com as aulas teóricas e pesquisa feita autonomamente, acreditamos que os alunos irão adquirir
uma compreensão mais ampla das características sociais e culturais, que contribuirá para a
promoção de uma visão mais abrangente da Interculturalidade e mais inclusiva. Estimulamos
o pensamento crítico e criativo através da construção do mapa pelos alunos e das perguntas que
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têm de ser pensadas por eles. Este processo obriga-os a arranjar soluções para os problemas
que existem durante o processo de criação do jogo.
Consideramos que a integração da tecnologia no projeto proporcionou uma experiência
de aprendizagem dinâmica e atrativa, demonstrando o potencial das TIC como ferramenta para
a promoção da Interculturalidade.
Por fim, este projeto fomenta o trabalho colaborativo e em equipa, uma vez que os
alunos têm de trabalhar em grupos em várias fases do projeto e colaborar na programação dos
robôs e na construção do mapa. Esta colaboração é essencial pois permite que compartilhem
habilidades e conhecimentos e aprendam uns com os outros. Além disso, o trabalho em equipa
também ajuda a desenvolver a comunicação, negociação e gestão de conflitos, fundamentais
para a vida em sociedade.
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asilo, de forma que se consigam integrar na sociedade portuguesa. A CACR procura
proporcionar autonomia e desenvolvimento às crianças, ensinando-lhes a língua portuguesa e
expondo a cultura e território portugueses, e por essas razões, reconhecemos a importância do
contacto, convivência e diálogo entre alunos e estes jovens, otimizando a partilha de
experiências, culturas e saberes.
Ainda nessa semana, a turma irá apresentar o seu jogo à comunidade escolar, que irá
envolver uma organização no que diz respeito à reserva de espaços para a apresentação, que
podem passar pela Biblioteca Escolar, ou uma sala Polivalente ou Auditório, por exemplo, e à
inscrição de turmas/elementos com interesse em participar. O intuito desta sessão de
apresentação é, também, fomentar o diálogo e a convivência entre todos os elementos da escola,
assim como a partilha de experiências e a promoção do respeito pela diversidade.
Tal como já foi referido na introdução, se possível, os jogos ficariam expostos durante
o resto da semana para dar oportunidade a quem não teve possibilidade de estar presente na
sessão de apresentação, de desfrutar dos mesmos.
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1.2 - Planificação da proposta
Síntese da Proposta
Título: Rota Cultural
Grupo(s) alvo: Turma do 8º ano do Ensino Regular, disciplinas de Geografia, TIC e Cidadania e Desenvolvimento
Objetivos gerais de aprendizagem:
● Demonstrar competências geográficas, interculturais e tecnológicas, através da criação de um jogo comandado por robôs, focado em perguntas sobre
a Interculturalidade;
● Reconhecer as diversidades culturais presentes a seu redor (comunidade escolar e familiar);
● Colaborar em todas as diferentes fases da atividade: pesquisa, recolha de informação, planeamento, desenho e desenvolvimento do jogo;
● Participar em diálogos relacionados com o fenómeno de globalização, migrações, etnias e inclusão;
● Utilizar corretamente técnicas de pesquisa e de referenciação de direitos de autor;
● Aplicar conhecimentos básicos em programação e tecnologias relacionadas à movimentação e manipulação de robôs;
● Compreender o envolvimento da tecnologia em questões sociais e culturais;
● Utilizar o equipamento informático (robôs) de forma segura e responsável;
Dialogar, de forma respeitosa, acerca de questões inerentes à Interculturalidade, Diversidade, Inclusão e Comunidade.
Competências transversais: (de acordo com o Perfil dos Alunos)
Sensibilidade estética e artística;
Informação e comunicação;
Relacionamento interpessoal;
Saber científico, técnico e tecnológico;
Pensamento crítico e pensamento criativo;
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Raciocínio e resolução de problemas;
Desenvolvimento pessoal e autonomia;
Componentes curriculares e/ou extracurriculares envolvidas: Geografia, TIC, Cidadania e Desenvolvimento e Trabalho autónomo
N.º de sessões /aulas: 20 sessões (90min + 45min)
Quadro 1 - Síntese da Proposta para a Atividade "Rota Cultural".
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Planificação detalhada
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Sessão / Aula n.º 2
Duração: 90 minutos
Componentes curriculares e/ou extracurriculares envolvidas: Geografia
Objetivos de aprendizagem específicos Conteúdos temáticos
● Ler e interpretar mapas temáticos simples dos fluxos migratórios; Mobilidade: migração, emigração e imigração;
● Distinguir emigração de imigração; Globalização
● Compreender o conceito de Globalização; Culturas
● Reconhecer aspetos que conferem singularidade a cada região, Etnias
comparando características culturais, etnias, do povoamento e das Singularidades de cada região, que contribuem para a construção da
atividades económicas;
identidade regional/nacional.
● Explicar a importância do diálogo, da inclusão e da cooperação
internacional na preservação da diversidade cultural.
Descrição detalhada dos passos e atividades
1. Introdução ao tema “População e Povoamento”:
a. Atividade lúdica de questões que traduzam de forma simples os conteúdos temáticos abordados – incentivar a participação dos alunos e discussão,
com partilha de experiências e opiniões. Por exemplo: “Para onde emigravam e porquê?” - metodologia ativa;
b. Através das respostas e do contributo de todos, os alunos, individualmente, tentam desenhar um mapa que represente os fluxos migratórios
relatados;
c. Os alunos apresentam os seus mapas brevemente e, em turma, há discussão sobre os mapas elaborados e quais os fluxos comuns identificados –
metodologia interativa;
2. Elucidação, por parte do professor, relativa aos temas da Mobilidade (conceitos de migração, emigração e imigração): quais as suas causas,
consequências e quais os principais países de origem e de destino – e Globalização - exposição oral através de apresentação eletrónica;
3. Visionamento de um vídeo que aborda a singularidade regional e consequente discussão sobre de que forma se pode construir uma identidade
regional/nacional – metodologia expositiva e interativa;
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4. Exploração do tema relacionado com cultura e etnias:
a. O professor proporciona um momento de discussão sobre as experiências e conhecimentos prévios dos alunos acerca de diferentes etnias;
b. Exibição de um vídeo que retrata a riqueza cultural de diferentes etnias;
c. O professor apresenta o mapa étnico de Portugal (disponível em https://www.myheritage.com.pt/ethnicities/portugal/country-ethnicity-
distribution) de forma a fomentar a discussão acerca da distribuição étnica no país;
d. Utilizando o mesmo website, mediante as sugestões dos alunos, o professor apresenta o mapa étnico de outras regiões, de forma a contribuir ainda
mais para a discussão;
5. Os alunos deverão elaborar um texto onde reflitam sobre a importância da inclusão social, evocando a diversidade étnica, cultural e social no seu
quotidiano – avaliação sumativa – o professor irá avaliar de forma sumativa esta tarefa, de acordo com os objetivos definidos para a mesma;
6. No final da aula, os alunos devem aceder à plataforma colaborativa e realizar a sua autoavaliação da aula: indicar os aspetos principais que retiveram (3
ideias) e quais as dúvidas que ainda têm.
Recursos
- Projetor;
- Computador do professor (com acesso à Internet);
- Apresentação eletrónica (Powerpoint ou outro);
- Materiais de escrita;
- Plataforma colaborativa de comunicação da turma (por exemplo Classroom ou Microsoft Teams);
Para o professor:
- Na plataforma colaborativa:
- abrir um espaço para os alunos realizarem a sua autoavaliação da aula
Quadro 3 - Sessão n.º2 da Proposta.
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Sessão / Aula n.º 3 e 6
Duração: 90 min + 90 min
Componentes curriculares e/ou extracurriculares envolvidas: TIC
Objetivos de aprendizagem específicos Conteúdos temáticos
● Pesquisar na Internet, de forma segura e responsável, utilizando Pesquisar na Internet;
mecanismos e funções de pesquisa; Normas de segurança na utilização de equipamentos
● Formular questões para recolher a informação necessária de forma informáticos/robóticos;
eficaz, consoante o objetivo da pesquisa; Movimentação de robôs;
● Citar, de forma correta, as fontes de onde foi recolhida a informação; Manipulação de luzes/sons dos robôs;
● Manusear, de forma segura, os robôs e acessórios; Ciclos e condições de execução;
● Movimentar um robô, consoante os critérios estabelecidos; Funções matemáticas;
● Utilizar os sensores do robô para se desviar de obstáculos; Sensores ultrassónicos e de deteção de cores.
● Utilizar os sensores do robô para seguir uma linha;
● Manipular as luzes e sons do robô.
Descrição detalhada dos passos e atividades
1. Breve revisão das técnicas e fases de pesquisa na Internet - o professor inicia a aula com uma revisão dos mecanismos de pesquisa eficaz na Internet
(que já foram abordados em anos/aulas anteriores), assim como as normas de direitos de autor e utilização de trabalhos de outros - método expositivo,
2. Professor fornece a apresentação aos alunos, assim como o guião de orientação ao trabalho autónomo durante essa semana (com data-limite até à
próxima aula de Cidadania e Desenvolvimento, na semana seguinte) - o guião apresenta alguns tópicos/questões para orientar a pesquisa dos alunos
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a. Os alunos, após completarem a sua pesquisa, devem entregar ao professor, via plataforma colaborativa, os resultados das suas pesquisas, bem como a
indicação das técnicas e palavras-chave que utilizaram para obter cada resultado, e tendo em atenção o respeito pelas normas de direitos de autor.
b. O professor irá avaliar de forma sumativa, os alunos individualmente, não o conteúdo das pesquisas, mas sim a correção das técnicas utilizadas e
3. Introdução à Robótica - O professor apresenta, aos alunos, o equipamento (placas Micro:bit e Base para o robô Micro:Maqueen) que será utilizado
4. Introdução ao ambiente de programação “Makecode” e à linguagem de programação que será utilizada - breve explicação, pelo professor, dos
6. Realização de exercícios - metodologia ativa - nesta etapa o professor irá expor o objetivo do exercício (por exemplo, mover o robô para a frente
durante 3 segundos e um vídeo explicativo), com apoio da apresentação eletrónica, e os alunos irão tentar executá-lo. Nesta fase, é incentivada a
pesquisa por parte dos alunos e a tentativa e erro, ao invés da explicação do professor. O professor irá adotar uma postura passiva, permitindo que os
alunos, que adotam uma postura ativa na aprendizagem, através da exploração, desenvolvam a capacidade de pensamento computacional, resolução de
problemas e pensamento crítico e criativo. Exercícios a trabalhar: movimentação do robô: andar para a frente e para trás, virar, desviar de obstáculos,
seguir uma linha; manipulação das luzes: acender/desligar as luzes; manipulação de sons: tocar um som/uma nota; utilizar ciclos e condições de
execução; realizar cálculos matemáticos.
Recursos
- Projetor;
- Plataforma colaborativa de comunicação da turma (por exemplo Classroom ou Microsoft Teams);
- Apresentação eletrónica (Powerpoint ou outro) das técnicas de pesquisa na Internet;
- Guião de acompanhamento ao trabalho autónomo da semana;
Apresentação eletrónica (Powerpoint ou outro) dos exercícios a desenvolver;
- Computadores/Tablets com acesso à Internet *;
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- Placas Micro:bit (+ cabo de conectividade e bateria) *;
- Base para o robô Micro:Maqueen *;
* suficientes para permitir que os alunos trabalhem individualmente ou em pares.
Para o professor:
- Na plataforma colaborativa:
Abrir uma tarefa para entrega dos resultados das pesquisas efetuadas.
Quadro 4 - Sessão n. º3 e n.º6 da Proposta.
Nota: Na tabela acima estão descritas as aulas nº3 e nº6, que correspondem às aulas de TIC das duas primeiras semanas da atividade, pois a
primeira aula tem continuação para a segunda. Ou seja, o passo 5 terá continuação na segunda semana da atividade, na aula de TIC.
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Sessão / Aula n.º 4
Duração: 45 minutos
Componentes curriculares e/ou extracurriculares envolvidas: Cidadania e Desenvolvimento
Objetivos de aprendizagem específicos Conteúdos temáticos
● Selecionar, organizar e tratar informação relevante; Diversidade cultural;
● Formular questões objetivas, que recaiam sobre aspetos culturais do
entrevistado. Seleção e tratamento de informação.
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Sessão / Aula n.º 5
Duração: 90 minutos
Componentes curriculares e/ou extracurriculares envolvidas: Geografia
Objetivos de aprendizagem específicos Conteúdos temáticos
● Recolher, tratar e interpretar informação geográfica e mobilizar a Diversidade cultural;
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Sessão / Aula n.º 7
Duração: 45 minutos
Componentes curriculares e/ou extracurriculares envolvidas: Cidadania e Desenvolvimento
Objetivos de aprendizagem específicos Conteúdos temáticos
● Formular questões para o jogo, intrínsecas às entrevistas e pesquisas Diversidade Cultural;
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Sessão / Aula n.º 8
Duração: 90 minutos
Componentes curriculares e/ou extracurriculares envolvidas: Geografia
Objetivos de aprendizagem específicos Conteúdos temáticos
● Dialogar sobre as questões elaboradas, fomentando o espírito crítico; Diversidade Cultural;
Seleção de informação.
● Selecionar, de forma criteriosa, as questões integrantes nos jogos.
Descrição detalhada dos passos e atividades
1. Discussão, em turma, sobre as questões formuladas a partir da informação recolhida;
2. Seleção de questões para o jogo;
b. Os alunos irão co avaliar-se de acordo com as questões formuladas e os critérios de avaliação estabelecidos;
c. Os alunos, através de voto, moderado pelo docente, irão selecionar as questões que, efetivamente, farão parte do jogo.
3. Formação de grupos, consoante as questões escolhidas – os alunos, quer consoante as questões que elaboraram, quer consoante a sua preferência,
elaboram grupos equilibrados.
Recursos
- Materiais de escrita;
Quadro 8 - Sessão n.º8 da Proposta.
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Sessão / Aula n.º 9
Duração: 90 minutos
Componentes curriculares e/ou extracurriculares envolvidas: TIC
Objetivos de aprendizagem específicos Conteúdos temáticos
● Selecionar pontos de interesse, no mapa, consoante as questões Seleção e organização de informação;
escolhidas;
Planos de trabalho;
● Delinear um percurso entre os pontos de interesse, consoante os mapas
respetivos.
Mapas geográficos.
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Pode ser necessário requisitar uma sala de Artes Visuais (preferencialmente), ou a Biblioteca Escolar, para a construção do mapa.
É necessário, antes desta aula, coordenar com a Biblioteca Escolar, de forma a dinamizar um espaço onde os grupos possam guardar os seus mapas em
construção entre aulas.
Quadro 9 - Sessão n.º9 da Proposta.
Nota: A construção do mapa irá continuar nas próximas aulas/sessões de Cidadania e Desenvolvimento e Geografia, respetivamente, em que as
atividades e objetivos serão os mesmos da sessão n.º9 da Proposta.
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Sessão / Aula n.º 10
Duração: 90 minutos
Componentes curriculares e/ou extracurriculares envolvidas: TIC
Objetivos de aprendizagem específicos Conteúdos temáticos
● Aplicar conhecimentos de programação de robôs (movimentação,
Movimentação de robôs;
utilização de sensores, manipulação de luzes e sons), num caso real.
Manipulação de luzes/sons dos robôs;
Funções matemáticas;
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4. Nos últimos 20 minutos da aula, o professor irá pedir aos grupos para visitarem a solução de todos os outros grupos e fazerem uma avaliação da
mesma, consoante os objetivos e critérios que todos conhecem;
4. Após este exercício de avaliação entre pares, o professor irá fazer uma exposição à turma sobre a atividade no geral, quais os aspetos positivos e a
melhorar para atividades futuras (feed forward). Irá pedir também aos alunos para realizarem uma autoavaliação posteriormente na plataforma
colaborativa. O professor irá utilizar esse espaço também para fornecer feedback individualmente a cada aluno.
Recursos
- Mapa finalizado;
- Plataforma colaborativa de comunicação da turma (por exemplo Classroom ou Microsoft Teams);
- Computadores/Tablets com acesso à Internet *;
- Placas Micro:bit (+ cabo de conectividade e bateria) *;
- Base para o robô Micro:Maqueen *.
* pelo menos um por grupo.
Para o professor:
- Grelha de observação (coincidente com os critérios de avaliação) para registo durante a aula;
- Na plataforma colaborativa:
- Abrir uma tarefa para entrega da solução final;
- Preparar um espaço para os alunos realizarem uma autoavaliação (registarem aspetos positivos e negativos da atividade, informação que retiveram
e que ainda têm dificuldades).
Quadro 10 - Sessão n.º10 da Proposta.
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Sessão / Aula n.º 11 (5º semana da atividade)
Duração: Dia 21 de Maio e restante semana
● Dialogar, de forma respeitosa, sobre tópicos inerentes às questões que Inclusão e Aceitação;
fazem parte dos jogos;
● Desenvolver espírito de colaboração, comunidade e convivência. Diálogo Intercultural.
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- Transporte para a associação (caso se concretize a visita).
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Parte II - Fundamentação teórica da proposta educativa
Atualmente, a sociedade exige cada vez mais “novas competências para tornar os
jovens capazes para uma ação sobre si próprios, e os outros: a capacidade de resolver
problemas, de pensar crítica e criativamente, de trabalhar em autonomia e cooperativamente”
(Costa, 2014, p.15). A Escola desempenha, assim, um papel fundamental na educação e no
desenvolvimento dos alunos, membros, não só da comunidade escolar, como, principalmente,
da sociedade. Segundo Costa (2014, p. 15), “a promoção do sucesso escolar está
necessariamente associada à educação para a cidadania e ao desafio da inclusão”. Assim,
justificamos a escolha da nossa temática de Educação para a Cidadania recair sobre o tema da
Interculturalidade que, cada vez mais, representa um desafio para as Escolas.
A Estratégia Nacional de Educação para a Cidadania (ENEC) organiza um conjunto de
domínios temáticos, em função da sua prioridade, a serem tratados nas escolas, ao longo dos
vários ciclos de escolaridade. A temática Interculturalidade encontra-se inserida no primeiro
grupo, “obrigatório para todos os níveis e ciclos de escolaridade (porque se trata de áreas
transversais e longitudinais)” (DGE, 2018, p. 4). É de elevada importância que a disciplina de
Cidadania e Desenvolvimento, lecionada no segundo e terceiro ciclo do ensino básico, como
disciplina autónoma e no ensino secundário como disciplina transversal, desenvolva práticas e
atividades, tal como esta nossa proposta, pois “a Cidadania não se aprende simplesmente por
processos retóricos, por ensino transmissivo, mas por processos vivenciais” (ENEC, 2017, p.
5).
No que respeita à temática Educação para a Interculturalidade, procura-se compreender
quais as principais “causas e formas de discriminação, racismo e xenofobia”, de forma a ser
possível a “construção de um diálogo intercultural e o fenómeno da globalização e a sua relação
com migrações, etnicidade e inclusão” (Direção Geral da Educação). Esta temática pretende
motivar os jovens e dar a conhecer alguns conceitos como: pertença, cultura(s), pluralismo e
diversidade cultural (Direção Geral da Educação). Com a nossa proposta de atividade,
esperamos fomentar o espírito de pertença e inclusão nos alunos e o diálogo entre todos,
aproximando-os das diversas culturas presentes na sua comunidade escolar e familiar.
Consideramos que a nossa proposta vai ao encontro de alguns dos objetivos
estabelecidos na ENEC (2017, p.6), nomeadamente:
Envolve o trabalho em parceria com as famílias e as comunidades;
Envolve alunos e alunas em metodologias ativas e oferece oportunidades de
desenvolvimento de competências pessoais e sociais;
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Assenta em práticas educativas que promovem a inclusão;
Promove o bem-estar e a saúde individual e coletiva;
Está alinhada com as especificidades de alunos/as e as prioridades da comunidade
educativa.
Para culminar, a nossa atividade requer de cada aluno “uma leitura atenta da realidade
social de que faz parte, para que tenha vontade de participação activa nessa realidade” (Santos,
2012, p. 53). Pode-se aferir que a nossa proposta segue uma abordagem curricular da Educação
para a Cidadania tanto ao nível da turma, como também ao nível global da escola.
A nossa proposta educativa centra-se na implementação de uma Aprendizagem
Baseada em Projeto (ABP). Esta metodologia de aprendizagem, tendo por base o Referencial
do Ministério de Educação Trabalho por Projetos na Educação de Infância: Mapear
Aprendizagens, Integrar Metodologias, pode ser considerada como “uma metodologia
assumida em grupo que pressupõe uma grande implicação de todos os participantes,
envolvendo trabalho de pesquisa no terreno, tempos de planificação e intervenção com a
finalidade de responder aos problemas encontrados” (Leite, Malpique e Santos, 1989, p.140).
Para Katz (2004), o trabalho de projeto realizado por jovens “investigadores”, entre os dez e os
catorze anos, tem-se revelado como uma metodologia bastante eficaz, capaz de fornecer aos
alunos as respostas que eles pretendem obter. Decidimos que esta seria a metodologia mais
adequada a adotar no contexto da nossa proposta pois, para além das razões anteriormente
referidas, esta permite que os alunos adquiram conhecimento e sejam capazes de desenvolver
competências de identificação de informação, de pensamento crítico e resolução de problemas,
competências estas que vão ao encontro do PASEO. Assim, através desta metodologia, os
alunos têm um papel mais ativo no processo de ensino-aprendizagem, enquanto os professores
assumem um papel de mentores da aprendizagem.
Tendo em conta que a nossa proposta de atividade consiste na construção de um mapa
interativo com perguntas, preparadas pelos alunos e expostas por um robô, programado pelos
mesmos, estamos perante “uma experiência que surge como alternativa à rotina pedagógica, à
à incomunicabilidade entre professor e aluno, entre a escola e a realidade envolvente” (Mateus,
2011, p. 5 - p. 6). Este projeto revela-se como um “importante contributo para uma escola ativa,
inserida na realidade e aberta à inovação” (Mateus, 2011, p. 6). O facto de as perguntas serem
elaboradas conforme o resultado das entrevistas, que os próprios alunos realizaram a elementos
da comunidade escolar, permitem uma aproximação das atividades escolares com a realidade
dos alunos e da própria escola. Estes aspetos vão ao encontro da teoria curricular crítica, ao
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posicionarem o foco na escola como comunidade, nos alunos e nos professores envolvidos.
Segundo Pacheco (2001), a teoria curricular crítica “oferece visões críticas do currículo,
podendo este definir-se como interesse emancipatório, resultante dos interesses e das
experiências desejadas por todos quantos participam nas atividades escolares” (p.40). Posto
isto, decidimos incorporar também atividades como o debate em turma para a discussão acerca
das questões elaboradas e a decisão de quais destas questões integrarão o jogo.
No decorrer do desenvolvimento do projeto, o professor tem o papel de “não só́ garantir
o produto da actividade dos alunos, a aquisição de conhecimentos e a solução de um problema,
mas deverá garantir, igualmente, o desenrolar do processo de produção dos conhecimentos e
das soluções dos problemas” (Mateus, 2011 p.6).
O desenvolvimento desta proposta realizou-se ao nível micro, ou seja, foi uma decisão
tomada pelos professores da turma, e especificamente, das disciplinas envolvidas, que, face ao
contexto e posição da turma em relação às temáticas abordadas, elaboraram o plano desta
atividade. Segundo Gaspar & Roldão (2007), o desenvolvimento baseia-se na:
curriculares claras, que seja pensado como o mais adequado à população de alunos em
causa, de modo a que se apropriem dos saberes e se tornem competentes nas diferentes
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Ao longo das diferentes fases do projeto, “deve sempre estar presente um forte espírito
de equipa e uma firme liderança rumo aos objectivos. Uma preocupação permanente com a
qualidade e com a avaliação é também um factor muito importante” (Ramos, 2008, p.8).
No que toca à avaliação, é importante, antes que qualquer atividade seja desenvolvida,
os professores envolvidos se reúnam de forma a planificar a atividade em pleno e definam os
objetivos concretos de aprendizagem e os critérios de avaliação que traduzam “o que se
considera ser importante avaliar nos processos de aprendizagem” (Fernandes, 2020, p.13). No
início da realização de cada atividade é importante que os professores sejam capazes de
clarificar os alunos pois “o grau de compreensão em relação aos objetivos de aprendizagem
constitui um preditor do sucesso ou insucesso dos alunos” (Machado, 2020, p. 4).
Ao longo do projeto os alunos serão avaliados de forma formativa. Esta prática de
avaliação, segundo Fernandes (2021), “tem um papel fundamental na transformação e melhoria
das realidades escolares e, em particular, na plena integração de todos os alunos nas tarefas
escolares” (p. 4). Através desta avaliação, os professores irão proceder à recolha de informação
sobre o desenvolvimento de aprendizagem dos alunos. Será efetuada observação direta em sala
de aula durante a realização das tarefas, serão preenchidas grelhas de observação e, em todas
as fases do projeto, será dado aos alunos feed back do respetivo trabalho desenvolvido. A
relação pedagógica entre professor e aluno deve ser “um elemento essencial para a criação de
um clima favorável ao desenvolvimento das aprendizagens dos alunos" (Fernandes, 2021, p.5).
Os alunos serão, também, avaliados de forma sumativa. Para Fernandes (2021), “este tipo de
avaliação ocorre normalmente após os processos de ensino e aprendizagem” e “permite
recolher informação no sentido de formular um juízo acerca do que os alunos aprenderam,
atribuindo-lhes, ou não, uma classificação” (p.3). Haverá ainda momentos de avaliação entre
pares, em que os alunos, face aos objetivos de aprendizagem e aos critérios de avaliação que
foram apresentados pelos professores, irão avaliar criticamente os trabalhos dos colegas.
Desta forma, tendo por base a descrição acima e o Artigo 23.º do Decreto-Lei 55/2018,
de 6 de julho, a avaliação interna das aprendizagens que preside à recolha de informação será
realizada através das modalidades formativa e sumativa, “mobilizando técnicas, instrumentos
e procedimentos diversificados e adequados”.
Segundo Santos (2002), “situações que levem os alunos a apoiar os outros e a receber
ajuda dos pares constituem experiências ricas na reestruturação dos seus próprios
conhecimentos, na regulação das suas aprendizagens, e no desenvolvimento da
responsabilidade e da autonomia” (p. 79). Ou seja, o aluno desenvolve a sua capacidade de
avaliação, que lhe irá auxiliar na avaliação do seu próprio trabalho. No final do projeto, os
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alunos irão proceder à realização da autoavaliação, com o objetivo de “que o aluno seja ele
próprio capaz de fazer a sua autocorreção” (Santos, 2002, p.80).
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Outro desafio que a nossa proposta apresenta é o estabelecimento do contacto com o
meio familiar do aluno. Reconhecemos que o contexto familiar e económico de muitos alunos
nem sempre é a melhor e, estando a nossa proposta relacionada com a recolha de informação
sobre várias culturas presentes nas vidas dos alunos, adicionámos elementos de pesquisa online
e a realização de entrevistas a membros da comunidade escolar, dentro do horário letivo, de
forma a garantir que alunos cujo ambiente familiar não é o mais favorecido possam participar
na elaboração de questões.
Na eventualidade de se realizar esta proposta numa escola, o envolvimento da disciplina
de Artes Visuais poderia enriquecer o projeto, no âmbito da construção dos mapas de jogo. As
disciplinas de língua estrangeira (inglês, francês ou espanhol) poderiam, igualmente, estar
envolvidas, no contexto da elaboração das perguntas nesses idiomas, de forma a facilitar a
comunicação com os jovens da associação CACR.
Após a realização deste trabalho podemos afirmar que o mesmo contribuiu de forma
significativa para o nosso enriquecimento profissional enquanto futuros professores. Este
projeto permitiu experienciar o planeamento de uma articulação curricular e compreender a
complexidade e os desafios inerentes ao trabalho nas diferentes disciplinas de forma
colaborativa.
Outro aspeto relevante que contribuiu para a nossa aprendizagem profissional foi a
exploração de diferentes estratégias de ensino-aprendizagem, através da leitura de bibliografia
facultada pela docente. Ao longo do projeto prevê-se a implementação de estratégias que, de
certa forma, se afastam do que chamamos ensino tradicional, dando aos alunos a oportunidade
de serem o principal elemento ativo das suas próprias aprendizagens e os professores meros
orientadores. Durante a elaboração da proposta, sentimos dificuldades em definir critérios e
metodologias de avaliação claros e objetivos. Além disso, a gestão do tempo e a articulação
entre as diferentes etapas do projeto também representaram desafios significativos.
Por último, outro desafio que importa realçar foi a exploração de diferentes modelos de
avaliação, como por exemplo a avaliação formativa e a avaliação sumativa. Desta forma, foi
possível adquirir mais conhecimentos sobre estratégias de avaliação no processo ensino-
aprendizagem, tendo em vista o melhoramento das aprendizagens dos alunos. A exploração de
diferentes estratégias de ensino-aprendizagem e modelos de avaliação ampliaram o nosso
repertório pedagógico, preparando-nos para enfrentar os desafios da prática docente de forma
mais eficaz.
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