Você está na página 1de 37

Economia

As atividades econômicas de São Gonçalo são marcadas pela


diversidade. Atualmente temos em nossas terras o funcionamento de
importantes fábricas, a produção de diferentes produtos agrícolas e
muitas empresas de comércio e prestação de serviços. A história nos
revela quão intensa já era economia gonçalense ainda nos tempos de
fundação do que viria a ser uma grande cidade.

O pau-brasil foi o primeiro produto explorado, seguido da cana-de-açúcar


e do café. Na primeira metade do século XX, nosso setor agrícola
direcionou seu foco para a fruticultura, horticultura e floricultura. Já na
segunda metade do mesmo século, São Gonçalo ganha destaque na
economia regional pelo seu robusto parque industrial. Neste período a
agricultura e a indústria eram, juntas, as responsáveis pela metade da
arrecadação de taxas e impostos para a economia do estado do Rio de
Janeiro, auxiliadas também pela pesca, pecuária e avicultura.

Agricultura

No início do século XIX, a economia gonçalense era predominantemente


agrícola. Além do açúcar, principal produto gonçalense, havia também a
produção de aguardente, frutas (principalmente a laranja), pau-brasil,
café, especiarias e alguns produtos manufaturados. Neste período
começam a surgir algumas indústrias de produção em pequena escala.

A primeira década do século XX foi particularmente importante para a


agricultura gonçalense, sendo considerado pela inspeção do Ministério da
Agricultura como um dos municípios com maior desenvolvimento agrícola
e como o primeiro no setor de fruticultura. Em 1909 e 1910 a colheita de
grãos como feijão e milho era intensa; em 1920 fomos um dos maiores
produtores de laranja, goiaba e abacaxi.

O café e depois a laranja assumiram na economia gonçalense o papel que


antes tivera o açúcar, e tornaram-se os principais produtos de
exportação. Cabe destacar aqui o êxito na produção desses dois
produtos.

A Laranja

Introduzido no Brasil em 1531 por Martim Afonso de Souza, o cultivo da


laranja foi bem sucedido em São Gonçalo. Nesta aspecto a cidade
competia com Nova Iguaçu, conhecida na época como “Califórnia
Brasileira”. Em 1924 a Associação de Fruticultores de São Gonçalo
construiu o primeiro Pavilhão para a Seleção de Laranjas, cujo destino era
a Argentina e Europa. Havia também o Pavilhão de Beneficiamento de
Laranjas, onde atualmente encontramos o Quartel do 7º Batalhão da
Polícia Militar, em Alcântara. Este pavilhão realizava a lavagem, a seleção e
o encaixotamento das diversas espécies de laranjas que seriam venidas
para outros municípios do estado. De forma geral, a citricultura teve
grande importância, sendo durante muito tempo o maior mercado de
exportação de São Gonçalo; no entanto a dificuldade de realizar
exportações durante a II Guerra Mundial resultou no declínio deste
mercado.

Importantes figuras históricas deixaram depoimentos sobre o impacto do


cultivo da laranja em terras gonçalenses. Segue abaixo alguns trechos:

Palavras do botânico francês Auguste de Saint-Hilaire que passou por São


Gonçalo em agosto de 1818:

“Nos arredores da Praia Grande vê-se um grande número de plantações


de laranjeiras. O terreno quente e arenoso dessa zona convém
perfeitamente a esses vegetais que estavam na ocasião cobertos de
frutos, dos quais saboreei deliciosos da espécie chamada seleta. Vi
também, nessa zona, alguns campos de mandioca e muita hortaliça, tal
como couves, feijões e melancias”

Palavras do Dr. Luiz Palmier presentes na página 118 do livro “São


Gonçalo Cinquentenário”:

“A laranja é para São Gonçalo o que o cacau é para a Bahia, o café para
São Paulo, o algodão para o Nordeste, a cana-de-açúcar para
Pernambuco ou Campos e a própria laranja para a Califórnia ou Nova
Iguaçu. Por isso mesmo, tanto quanto o Município de Nova Iguaçu, o
Município de São Gonçalo pode ser chamado de a Califórnia Brasileira.”

O Café

Maior riqueza do Brasil desde o século XIX até a metade do século XX, o
café não teve sua capacidade produtiva explorada logo de início. Em 1731
o sargento-mor Francisco de Mello Palheta levou ao Pará, vinda da Guiana
Francesa, algumas mudas da rubiácea para enfeitar jardins, e esta foi sua
finalidade durante décadas. Em 1762, o desembargador João Alberto de
Castello Branco trouxe mudas de café para o Rio de Janeiro, vindo do
Maranhão, e as plantou na Chácara dos Barbadinhos, na rua dos
Barbonos (atual rua Evaristo da Veiga), no Centro do Rio de Janeiro. Desta
chácara saíram as primeiras sementes de café para Resende e São
Gonçalo. De São Gonçalo o café espalhou-se pela Província Fluminense,
despertando preocupação entre os senhores de engenhos de açúcar e a
consequente luta entre estes e os cafeicultores. O cultivo do café de fato
se manteve em São Gonçalo nas duas últimas décadas do século XVIII e
início do século XIX, no entanto, os produtores de cana-de-açúcar foram
aos poucos “empurrando” o cultivo do café, que passou para Itaboraí e
Magé, subindo a Serra do Mar, dominando o Vale do Paraíba e fixando-se
definitivamente em São Paulo, tendo passado também por Minas Gerais.
Eis aqui trechos de relatos feitos sobre o cultivo do café:

Palavras de Costa Neves, em “Histórias Singelas do Café”

“De São Gonçalo o café se espalhou por todo o interior do Estado do Rio
de Janeiro (Friburgo, Bom Jardim, Cantagalo, Cordeiro, etc…), e de
Resende irradiou-se, seguindo o vale do rio Paraíba, pelo sul de Minas
Gerais, Em 1780, pelo nordeste de São Paulo, em 1782.”

Palavras de Figura de Almeida, em seu livro “História Fluminense” (página


97, primeiro volume).
“Tão logo ali chegou o café vindo de São Gonçalo, sesmaria de certo
Gonçalo Coelho, às margens do Guaxindiba, onde edificou igreja em hora
do Santo de seu nome e veio a ser sucessivamente paróquia
(10/02/1647), Vila (22/09/1890) e finalmente cidade.”

É válido destacar que Figueira de Almeida equivocou-se ao falar de


Gonçalo Coelho como fundador da cidade em lugar de Gonçalo
Gonçalves.

No século XX a produção de verduras e flores nas chácaras da cidade


também era abundante – São Gonçalo foi o lugar que mais fornecedor de
rosas para o Rio de Janeiro. Esse fenômeno durou apenas duas décadas,
e na década de 60 as chácaras não davam conta sequer do
abastecimento do mercado local.

Em 1972 os bairros de Monjolos, Laranjal, Vista Alegre, Santa Isabel,


Sacramento, Rio do Ouro, Maria Paula e Colubandê ainda mantinham uma
produção permanente de banana, laranja, limão e manga, e outra
temporária de mandioca, milho, abacaxi, tomate e cana-de-açúcar.

O Censo do ano 2000 constatou que as lavouras permanentes da cidade


eram aquelas produtoras de banana, laranja, limão, maracujá, caqui, coco-
da-baía, mamão, manga e tangerina, e as temporárias eram de cana-de-
açúcar, feijão, milho e mandioca.

Pecuária e Avicultura

A pecuária teve uma contribuição pequena para o índice de produtividade


do município. Concentravam-se no 2º e no 3º distrito os rebanhos
existentes em São Gonçalo, tendo destaque o rebanho bovino para
produção de leite.

Já a avicultura teve um desempenho melhor. Em 1940 recebemos o título


de “Primeiro Produtor de Aves e Ovos do País” durante a exposição
avícola realizada em Petrópolis. Participaram da premiação as granjas
Alcântara, Pará, Nazaré e Marajó.
Pesca

A venda do pescado encontrado no litoral gonçalense contribuiu


amplamente para produção de divisas para a cidade. O sucesso do setor
pesqueiro foi tamanho que motivou a construção, em 1916, do Mercado
Público Cônego Goulart, ao lado da Estrada de Ferro Maricá, em Neves. O
mercado era local de compra e venda dos mais diversos produtos, porém,
acabou ficando conhecido como pela venda do peixe por ser o produto
mais vendido em suas “barracas”. Mesmo com sua transferência para a
Avenida Presidente Kennedy, o mercado permaneceu como “Mercado de
Peixe” (atual Centro Popular de São Gonçalo)

Foram muitas as indústrias de conserva de peixes instaladas em nossa


cidade, das quais destacaram-se: Rubi, Piracema, União, Galo, Pescado,
Netuno, Ondina, Orleans (situadas nos bairros Gradim e Neves), e a
Coqueiro (situada no bairro Porto Velho). Esta última foi a que mais se
destacou, tendo seus produtos comercializados em diversos estados do
Brasil. Foi vendida na década de 1990 para a Indústria Quaker, mantendo
as atividades bem sucedidas da tradicional Coqueiro.

Indústria

São Gonçalo vivenciou na década de 1930 o início da construção de seu


pujante parque industrial e nas duas décadas seguintes foi considerado o
mais importante município do estado e um dos mais bem conceituados do
país, uma vez que era responsável por mais da metade da arrecadação
total dos impostos do Rio de Janeiro.

As décadas de 40 e 50 marcaram o auge da produção industrial na


cidade. Nos anos 40 predominavam as cerâmicas de telhas e tijolos, em
especial nos distritos de São Gonçalo (sede) e Ipiíba. Quanto à década de
50, dados estatísticos de 1954 revelam que a cidade manteve seu lugar
de destaque possuindo setenta fábricas com atividades das mais
diversificadas: metalurgia, transformação de materiais não-metálicos
(cimento, cerâmica e outros), farmacêutica; além da produção de papel e
produtos alimentícios.
A quantidade e pluralidade de suas indústrias que possuía na época
conferiu a São Gonçalo o imponente apelido de “Manchester Fluminense”,
em referência à importante cidade industrial da Inglaterra. Dentre elas
destacaram-se as seguintes:

Acieira Martins

Situada em Neves. Contava com um forno aquecidos a gás e dois outros


aquecidos a óleo, e fabricava produtos para o Exército Brasileiro, dentre
eles barras, rebites, vigamentos e perfis (peças) especiais.

Balprensa Comércio e Indústria de Ferro

Localizada no Porto Novo (rua João Manoel, 803).

Café Serrador

Situava-se na rua Coronel Serrado. Era uma indústria de moagem e


empacotamento de café. Suas atividades foram encerradas na década de
1960.

Cerâmica Esperança

Fundada em 10 de maio de 1942. Propriedade do Sr. José Maria Nanci.

Cerâmica Eureca

Construída no bairro Zé Garoto (rua Doutor Francisco Portela).

Cerâmica Porto do Rosa

Situava-se no Porto do Rosa, próxima ao litoral. Fundada em 20 de janeiro


de 1941, a famosa “Cerâmica do Rosa” era a mais antiga das cerâmicas e
a maior em produção.

Cerâmica Rio do Ouro

Fábrica de manilhas, de propriedade do Sr. J.P. Pinheiro.


Cerâmica Santa Emília

Situava-se no Rodo de São Gonçalo. Era responsável pela fabricação de


telhas, manilhas, tijolos comuns, furados e refratários.

Cerâmica Vista Alegre

Localizava-se em Rio do Ouro. Produzia louças, ladrilhos e mosaicos.

Companhia Brasileira Produtos de Pesca S.A.

Situada no Gradim (rua Cruzeiro do Sul, 01). Atua no ramo da conserva de


sardinhas.

Companhia Brasileira de Fósforos

Construída em Neves. Responsável pela fabricação do fósforo Sol, foi


vendida posteriormente para a Indústria HIME.

Companhia Brasileira de Usinas Metalúrgicas (CBUM)

Situada em Neves; criada após a transferência de concessão da famosa


Usina de Neves, propriedade do Loyde Brasileiro, ao grupo HIME em 1920.
A usina possuía dois fornos de aço, uma laminação de ferro e uma
caldeiraria de ferro e cerâmica, que produziam produtos como
vergalhões, cantoneiras, barras de ferro, ferro guza e rebites, vendidos no
Brasil e no exterior. Inovou, sendo a primeira a produzir parafusos na
América Latina.

Companhia Eletroquímica Fluminense

Situada em Alcântara (rua Dr Alfredo Backer, 566, às margens do rio


Alcântara). Fundada em 20 de junho de 1933 a Eletroquímica Fluminense
era a única do país no setor. Produzia cloro, hidrogênio e soda cáustica,
matérias-primas específicas para fábricas de sabão, tecidos e inseticidas
– estas fábricas eram abastecidas com produtos importados, porém, com
a escassez dos mesmos, fez-se necessária a construção de uma indústria
como a Eletroquímica Fluminense para atender a demanda nacional. É
importante destacar seu pioneirismo no uso do processo hidroelétrico no
ambiente fabril; atualmente está desativada.

Companhia Fiat Lux

Situava-se em Neves (rua Padre Marcelino, 106 e 109, quando esta ainda
fazia parte do território gonçalense). Fabricante de fósforos das marcas
Fiat-Lux e Olho, contava também com fábricas em São Paulo e
Pernambuco.

Companhia Industrial de Papéis Alcântara

Fundada em 13 de março de 1945. Possuía filial em Magé, reflexo de sua


grande expansão. Hoje está desativada.

Companhia Mabra de Importação e Exportação

Criada em 1947.

Companhia Matadouro São Gonçalo

Construída no Gradim (rua Visconde de Itaúna). Criada em 1915, pelo


governo municipal, a companhia era responsável pela matança de bovinos
e suínos; prestava seus serviços ao comércio privado através de contrato.
Deixou de pertencer à Prefeitura em 1933.

Companhia Nacional de Cimento Portland de Lone Star Cement


(Cimento Portland)

Situada na Fazenda Guaxindiba, à margem da Baía de Guanabara.


Fundada em 1933 e com uma produção diária de 800 toneladas, a
companhia era responsável pelos produtos das marcas Mauá e Incor.
Possuía excelentes instalações; um exemplo disso era a usina
termoelétrica movida a óleo, construída para que não houvesse alguma
paralisação das máquinas em caso de falta de energia elétrica. Com o
objetivo de facilitar o escoamento e o transporte de seus produtos a
empresa também construiu uma linha férrea e um canal, diretamente do
rio Guaxindiba: a Estrada de Ferro Industrial e o Canal Guaxindiba,
respectivamente. O calcário utilizado na produção do cimento era retirado
da Bacia Calcária de São José; quando esta matéria-prima tornou-se
escassa na localidade a produção de cimento foi transferida para o
município de Cantagalo e São Gonçalo era responsável apenas pela
produção de argamassa.

Companhia Nacional de Explosivos de Segurança S.A.

Situada na Fazenda Monte Raso; fabricava dinamite.

Companhia S.A. Internacional do Brasil

Localiza-se em Neves (avenida Paiva). Fundada em 1927, a companhia


produzia tintas e vernizes a serem utilizados como proteção contra
corrosão em embarcações. Passou por um processo de modernização e
atualmente se chama Indústria de Tintas Internacional.

Companhia Vidreira do Brasil (COVIBRA)

Condal Indústria e Comércio

Construída em Neves (rua Floriano Peixoto, 2370) em 1959, a Condal era


uma fábrica de brinquedos e máscaras de propriedade de Armando Valles
Castanye.

Curtume Zoológico São Sebastião

Localizava-se no Gradim (atual avenida Washington Luiz). De propriedade


do Sr. Rosendo Rica Marcos, produzia em 1930 couro de primeira
qualidade, após o couro curtido. Foi extinto em 1937.

Custódio Rangel Pires Cia. Ltda.

Construída em Monjolos; produzia material plástico.

Estâncias Hidrominerais

São Gonçalo e Itaí.


Fábrica Estrela

Localizava-se na travessa Rocha,80. Fundada em 16 de março de 1941,


por Eugênio Simões, produzia ombreiras e entretela.

Fábrica de Ampolas

Situava-se em Neves (rua Oliveira Botelho).

Fábrica de Artefatos em Cimento Armado

Foi fundada em 9 de fevereiro de 1941. Fabricava muros de cimento


armado, paralelepípedos e meios-fios.

Fábrica de Artigos Pirotécnicos

Seu dono era o Sr. João Pinto dos Santos; suas atividades foram
encerradas em 1937

Fábrica de Bebidas Ron Merino

Localizava-se em Neves (travessa São Gonçalo).

Fábrica de Bebidas e Doces Benvindo Torres Brandão

Situava-se no Gradim (rua Visconde do Itaúna, números 7 e 9). Foi criada


em 1913 pelo Sr. Benvindo Torres Brandão.

Fábrica de Brinquedos Fama, Fênix e Wite

Fábrica de Chocolate Guanabara

Fábrica de Conservas Ondina

Construída em Neves (rua Barão de São Gonçalo, 311).

Fábrica de Conserva de Peixes Piracema

Fundada em 1940 pela família Galego, ficava na rua Manoel Duarte.


Fábrica de Doces (outras)

Triunfo (Neves), Regina, São Gonçalo (Gradim) e Neves.

Fábrica de Doces Sublime

Situava-se no bairro Sete Pontes (rua Carlos Magno Barreto). Fundada em


8 de junho de 1941.

Fábrica de Goiabada

Situava-se em Neves (rua Floriano Peixoto).

Fábrica de Fogos Santo Antônio

Situava-se em Neves (rua Oliveira Botelho, 1.638).Fundada em 10 de maio


de 1942, fabricava fogos de artifício.

Fábrica de Formicidas

Localizava-se em Neves. Era uma indústria de pequeno porte, produtora


do inseticida Tank.

Fábrica de Manufaturados de Chumbo

Localizava-se em Neves e pertencia ao Coronel Serrado.

Fábrica de Móveis

Construída em Neves (rua Maurício de Abreu) por José Garcia.

Fábrica de Papelão Fluminense

Situava-se em Tribobó (avenida Fued Moisés).

Fábrica de Produtos Farmacêuticos

Fábrica de Silicato de Sódio S.A.

Localizava-se no Porto da Madama (rua Comandante Ari Parreiras, 1.381).


Firmas (outras)

Muniz Moreira e A. Martins Mendes.

Firma Irmãos Seves

Construída em Neves (rua Floriano Peixoto,105). Era uma fabrica de


massas alimentícias e foi fundada em ano anterior a 1938.

Fundição Francisco Rocha

Situava-se no 1º Distrito. Criada antes de 1930, foi a primeira indústria no


município a fabricar caldeiras.

Fundição Palmares

Localizada em Neves (rua Oliveira Botelho). Era uma indústria do setor


metalúrgico.

Gesso Fluminense

Localizava-se onde atualmente é o bairro Barracão.

Hermógenes Liare e Filhos

Produtora de tijolos refratários construída em Neves (travessa Fatori).

Indústria Eduardo Duvivier e Dagoberto LeweK.

Indústrias Reunidas

Construída na localidade de Calaboca. De propriedade do Sr. Antônio


Magalhães, a fábrica realizava a moagem de feldspato.

Indústrias Reunidas Mauá

Localizava-se em Neves (rua Oliveira Botelho, 67). Fundada em 5 de


outubro de 1941, a fábrica de vidros e porcelanas também produzia vidro
neutro, sendo a única do ramo em toda a América do Sul.
Indústrias Reunidas de Pesca S.A. Netuno

Situava-se no Gradim ( rua Visconde de Itaúna, 545). Fundada em 22 de


novembro de 1941, foi a primeira indústria do município no ramo da
conserva de peixes.

Indústria de Adubos Fertilimar Ltda

Localizava-se no Jardim Catarina. Fechou as portas na década de 1950


diante da acusação de poluição ambiental.

Indústria de Cerâmica Fatore

Localiza-se no Vila Lage. Fundada em 29 de junho de 1941 por Sr. J.


Maulliac, a indústria produzia tijolos, telhas, filtros de barro e refratários.
Anos mais tarde passou às mãos da Firma Hermógenes Luiz e Filhos.

Indústrias de Conserva Coqueiro

Localizada no bairro Porto Velho, a “Coqueiro” foi fundada em 1937 e sua


marca ganhou projeção no estado do Rio de Janeiro e no Brasil. Iniciou
suas atividades produzindo sardinhas em conservas, evoluindo para a
produção de farinha de peixe e atum em conserva. Posteriormente passou
a produzir também as próprias embalagens de seus produtos – sendo a
única no ramo, na época. Foi vendida para a Indústria Quaker Produtos
Alimentícios na década de 1990; no entanto seus produtos em conservas
permanecem com suas marcas de origem e são vendidos em todo o país.

Indústria de Conservas de Peixe (outras)

Orleans e União.

Indústria de Conserva Tagore

Situava-se em Neves, no porto da Vala. Foi fundada em 12 de janeiro de


1941.

Loyde Brasileiro
Situada em Neves (antiga rua do Prado, atual rua Oliveira Botelho). A
então maior empresa de navegação da América Latina foi fundada em 22
de novembro de 1988. Seu proprietário era o Sr. Artur Silveira da Mota, o
Barão de Jaceguai, que precisou de autorização do governo imperial para
manter a empresa. Com o fim da monarquia (15/11/1989), a autorização foi
mantida pelo governo Republicano através de decreto assinado pelo
Presidente Marechal Deodoro da Fonseca.

Olaria Manoel Gaspar

Fabricava tijolos maciços e foi fechada em 1942.

Olaria Poliese

Situava-se no bairro Camarão (travessa Maria Fonseca).Fabricava tijolos e


pertencia ao Sr. Camilo Poliese.

Pedreira Anhanguera

Indústria de pedra britada. Funcionou até 1997 no bairro Rocha.

Pedreira Estrela

Localizava-se no bairro Anaia e foi extinta em 1970.

Pedreiras Fluminense e Carioca

Produziam pedra de brita e derivados, como o pó-de-pedra.

Pedreira Galo Branco

Construída no bairro Galo Branco e funcionou até 1996.

Pedreiras Setenco e Viúva Amazonas

Foi construída no lugar onde atualmente fica o bairro Novo México.

Polindústria S.A.
Construída na rua Nilo Peçanha. Era uma fábrica de produtos químicos e
óleos cítricos essenciais, fundada antes de 1938.

Marinho e Ferreira

Situada no bairro Porto da Pedra (rua Abílio José de Matos, 101). Fundada
em 5 de janeiro de 1941, atuava como refinadora e distribuidora de sal
grosso e refinado.

Tamancaria Couto

Localizava-se em Neves (rua Oliveira Botelho).

Tarragó, Martinez e Cia. Ltda.

Situava-se no Porto Velho (avenida Cândido de Faria, 195, próximo a Praia


do Coqueiro). Fundada por José Emílio Tarragó, iniciou suas atividades
produzindo sucos e licores; mudou de ramo posteriormente, criando a
Indústria de Conserva de Sardinha Coqueiro.
História de São Gonçalo
A região onde está situado o município era primitivamente habitada por
índios tamoios que foram surpreendidos pelos primeiros conquistadores,
portugueses e franceses. São Gonçalo foi fundado em 6 de abril de 1579
pelo colonizador Gonçalo Gonçalves. Seu desmembramento, iniciado no
final do século XVI, foi efetuado pelos jesuítas, que instalaram uma
fazenda na zona conhecida como Colubandê no começo do século XVII,
às margens da atual rodovia RJ-104.

Em 1646, foi alçada à categoria de paróquia, já que, segundo registros da


época, a localidade-sede ocupava uma área de 52 km², com cerca de seis
mil habitantes, sendo transformada em freguesia. Visando à facilidade de
comunicação, a sede da sesmaria foi posteriormente transferida para as
margens do rio Imboaçu, onde foi construída uma capela, monumento
atualmente restaurado. O conjunto de marcos históricos remanescentes
do século XVII inclui a fazenda Nossa Senhora da Boa Esperança, em
Ipiíba, a propriedade do capitão Miguel Frias de Vasconcelos, no Engenho
Pequeno, a capela de São João, o porto do Gradim e a Fazenda da Luz,
em Itaóca; todos lembranças do passado colonial de São Gonçalo.

No século XVIII, o progresso econômico atingiria proporções maiores e, ao


lado das fazendas, não eram poucos os engenhos de açúcar e
aguardente, da mesma forma que prosperavam as lavouras de mandioca,
feijão, milho e arroz. O comércio desenvolvia-se na mesma proporção das
atividades agrícolas, e as dezenas de barcos de transporte de gêneros e
passageiros davam maior movimento ao litoral, em constante intercâmbio
com outros portos das diversas freguesias e com os do Rio de Janeiro.

Em 22 de setembro de 1890, o Distrito de São Gonçalo é emancipado


politicamente e desmembrado de Niterói, através do decreto estadual nº
124. Em 1892, o decreto nº 1, de 8 de maio, suprime o município de São
Gonçalo, reincorporando-o a Niterói pelo breve período de sete meses,
sendo restaurado pelo decreto nº 34, de 7 de dezembro do mesmo ano.
Em 1922, o decreto 1797 concede-lhe novamente foros de cidade,
revogada no em 1923, fazendo a cidade baixar à categoria de vila.
Finalmente, em 1929, a Lei nº 2335, de 27 de dezembro, concede a
categoria de cidade a todos as sedes do município.

QUADRO SINÓTICO

1579 06 de Abril Sesmaria


26 de
1644 Criação da Freguesia
Outubro
1645 22 de Janeiro Freguesia (pedido de jurisdição)
1647 10 de Janeiro Freguesia (confirmação)
Suspensão da condição de Freguesia; passa a distrito
1819 10 de Maio
de Niterói
22 de
1890 Elevação à Vila e Município
Setembro
12 de
1890 Instalação do Município
Outubro
1892 08 de Maio Supressão do Município
17 de
1892 Restauração do Município
Dezembro
20 de
1922 Elevação à Cidade
Novembro
Suspensão da condição de Cidade; retorno à condição
1923
de Vila
27 de
1929 Restauração da condição de Cidade
Dezembro

A partir de então (1929), o Município de São Gonçalo, inicia, de forma


mais tranqüila, sua trajetória rumo ao progresso e ao sucesso.

Em 1943, ocorre nova divisão territorial no Estado do Rio de Janeiro e


desta vez, São Gonçalo perde o Distrito de Itaipú para o município de
Niterói, restando-lhe apenas cinco distritos, quais sejam: São Gonçalo
(sede), Ipiíba, Monjolo, Neves e Sete Pontes que permanecem até os dias
atuais.
Neste mesmo período, décadas de 40 e 50, inicia-se a instalação, em
grande escala, de grandes fábricas e indústrias em São Gonçalo. Seu
parque industrial era o mais importante do Estado, o que lhe valeu o
apelido de Manchester Fluminense (uma referência à cidade de
Manchester, na Inglaterra, caracterizada pelo seu grande
desenvolvimento industrial).

O Desenvolvimento

São Gonçalo teve sua ocupação originária em consequência do processo


brasileiro de surgimentos de núcleos iniciais, ligados aos ciclos
econômicos em que se desdobra a história do Brasil.

Engenhos de açúcar, associados à lavoura de milho e criação de gado, e


exploração de minérios explicam as ocupações (europeias) em núcleos
iniciais, apesar de ter a Coroa Portuguesa (governo) dividido o Brasil em
Capitanias Hereditárias. As Capitanias, por sua vez eram divididas em
Sesmarias. Pertencíamos a Capitania de São Vicente e a nossa Sesmaria
ganhou o nome de São Gonçalo.

No século XVIII, a capela de São João, no Porto do Gradim e a Fazenda da


Luz na ilha de Itaóca são lembranças de um passado colonial em São
Gonçalo onde predominava um modelo primário exportador que
beneficiava as zonas portuárias da então cidade do Rio de Janeiro. Neste
século a freguesia de Itaipú às margens das lagoas de Itaipú e Piratininga
completava a expansão de São Gonçalo.

Em São Gonçalo, cerca de 30 engenhos operavam em 1860. Portos como


o de Guaxindiba, Boaçú, Porto Novo, Porto Velho e Porto de São Gonçalo
viveram dias de grande movimentação e hoje passam à história do
município, dando nomes a bairros da cidade na atualidade. Desta época,
as Fazendas do Engenho Novo e Jacaré (1800), ambas de propriedade do
Barão de São Gonçalo, o Cemitério de Pachecos (1842) e a propriedade
do Conde Beaurepaire Rohan na Covanca (1820).

Neste século então se inicia a difusão da produção cafeeira e ela é


responsável pelo povoamento do planalto fluminense. Algumas mudas de
café chegaram ao Brasil, vindo da Guiana Francesa. O primeiro lugar a ser
plantado café foi São Gonçalo, porém o plantio não vingou devido ao tipo
do solo; apesar disso o cultivo do café se expandiu pela Serra do Mar,
indo em direção a terras mineiras e paulistas. Tivemos em nossas terras
uma fraca expansão cafeeira, mas a experiência nos trouxe benefícios,
como a ampla construção de ferrovias, o que facilitou o escoamento e o
recebimento de produtos. O trecho da ferrovia Porto das Caixas (em
Itaboraí – cidade vizinha) até o Distrito de Neves em São Gonçalo foi o
responsável pela formação de aglomerações humanas e vilas que
utilizavam as estações de Guaxindiba, São Gonçalo e Porto da Madama.

Em 1890, o distrito de São Gonçalo, correspondendo às primitivas


freguesias, é desmembrado de Niterói. Em 1895, inaugura-se uma ferrovia
que fazia o trajeto de São Gonçalo (Neves) a Cidade vizinha de Maricá.
Eram duas as estradas de ferro que possuíamos nesta época: Leopoldina
e Maricá.

Os dois vetores ferroviários acima mencionados definiram e foram


responsáveis pelo seu desenho urbano de ocupação observado na
cidade, que se inicia em torno das estações dos trens e segue por suas
margens. Posteriormente houve um processo de ocupação urbana nas
proximidades das estradas que cortam a cidade.

Atualmente a cidade cresce mais amplamente em todas as direções. O


primeiro vetor ferroviário, que se iniciava em Niterói (RFFSA – Rede
Ferroviária Fluminense Sociedade Anônima) se estendeu na direção da
região serrana e o vetor São Gonçalo (1ª Estação em Neves) Marica se
desenvolve quase paralelo ao interior, ate encontrar o Rio Guaxindiba e
deste segue em direção do vale do rio Aldeia em direção sul, deixando o
município na altura da Serra do Calaboca, no caminho da região dos lagos
Fluminenses ou Baixada Litorânea. A partir de 1929 passaram a fazer
parte da cidade os pitorescos bondes a vapor. Pequenos trens da
“Tramway Rail fluminense”, que faziam o trecho de Neves a Alcântara. Por
curto período, na década de 1930, um novo produto agrícola para
exportação aparece em São Gonçalo e outras cidades: a citricultura
(laranjas e limões).

No período da II Guerra Mundial (1939-1945) São Gonçalo cresce de


forma meteórica. Suas grandes fazendas vão aos poucos sendo
desmembradas em sítios, chácaras e terrenos de uso urbano e nos
tornamos solo fértil para o desenvolvimento.

No governo de Joaquim de Almeida Lavoura, o município teve sua grande


arrancada para a urbanização com o calçamento e asfaltamento das
principais vias que atualmente ligam Niterói à Alcântara.

Lavoura, como é mais conhecido, governou São Gonçalo por três vezes, a
saber: de 31/01/1955 à 20/01/1959; de 31/01/1963 à 30/01/1967 e de
31/01/1973 à 12/08/1975.

Primeiros Bairros

São Gonçalo possui atualmente 92 bairros e outros tantos sub-bairros,


originados, em sua maioria, a partir do loteamento de terras que outrora
foram fazendas, sítios ou chácaras. Jaime dos Santos Figueiredo foi um
dos primeiros a realizar o loteamento das terras; seu empreendimento deu
origem ao que hoje é o bairro Paraíso. Segue abaixo um breve resumo
sobre o surgimento de alguns dos principais bairros de São Gonçalo¹.

Barro Vermelho

A região onde o bairro foi fundado possuía um barro de cor avermelhada,


muito utilizado na produção de tijolos e telhas; ali foi construída um olaria
que explorava a potencialidade local.

Brasilândia

O local foi inicialmente uma fazenda. Seu dono, Alberto Paiva, a vendeu
para Sr. Coimbra, que a loteou para a construção de casas populares. O
bairro, construído por José Rodrigues Amorim, foi fundado em 20 de maio
de 1945, data em que a Pedra Fundamental foi colocada. Seus primeiros
logradouros foram rua Minas Gerais, rua Rio Grande do Norte e rua Santa
Catarina, onde havia 48 casas.

Camarão

Sua ocupação foi iniciada após o loteamento das terras do Sr. Alfredo
Camarão, realizado por suas filhas Luiza e Ana Camarão. No ano de 1950
mais de 300 lotes foram colocados a venda pela Imobiliária São Gonçalo.
No passado as terras em que foi fundado o bairro faziam limite com a
propriedade dos Srs. Ismael Branco e Amilce Branco; atualmente seus
limites são as ruas Rodrigues da Fonseca, Zélio de Morais, Capitão João
Manoel, e rua Abílio José de Mattos.

Covanca

O que antes era conhecido como Estrada do Pião, recebeu o nome de


Covanca pela forma do seu terreno (covanca significa “ terreno cercado
de morros com apenas uma entrada natural”).

O primeiro tipo de ocupação foi uma vila, com cerca de 20 casas, próxima
ao casarão da fazenda Covanca, propriedade da família Beaurepaire
Rohan. A vila foi construída a mando da própria família e tempos depois
passou a ser chamada Avenida Aragão.

Engenho Pequeno

O bairro, rico em fontes naturais e recursos minerais, recebeu este nome


devido à existência do engenho da propriedade do Sr. João de Araújo
Caldeira, a Fazenda do Engenho.

Galo Branco

Assim como o bairro Zé Garoto, a história deste bairro está associada ao


sucesso e popularidade de um comerciante local. O fazendeiro em
questão, do qual não se sabe o nome, foi um dos primeiros proprietários e
moradores da região; possuía um comércio na rua São Pedro em Niterói, a
“Casa de Ferragens Galo Branco”. Para se chegar a localidade, conhecida
atualmente como Chumbada, seus vizinhos passaram a usar sua porteira
como ponto de referência, que ficou conhecida por eles como Homem do
Galo Branco. O comerciante por sua vez resolveu colocar na porteira a
estátua de um galo de louça na cor branca, objeto que virou referência
para aqueles que almejavam chegar a sua fazenda ou que seguiam para
propriedades vizinhas. Assim surgiu o bairro Galo Branco.

Gradim

Logo no início da história do município foi construído na localidade um


porto pesqueiro. Muito concorrido, o Porto da Ponte, que ficava próximo
ao Porto de Neves, possuía um intenso comércio, fruto da frequente
presença de barcos pesqueiros que ali atracavam para deixar a pesca.

Guaxindiba

O nome deste bairro tem como origem o rio Guaxindiba, o principal rio da
cidade de São Gonçalo. A localidade recebeu seu nome ainda no século
XVII. O processo de ocupação do futuro bairro veio com a instalação da
Fábrica de Cimento Portland, em 1933, numa área que hoje pertence ao
bairro Bom Retiro.

Jockey (Jóquei)

A história do bairro está atrelada ao Jockey Club de São Gonçalo. Após


sua construção a localidade foi rapidamente habitada e recebeu muitas
melhorias. Com o fechamento do Jockey, findaram as melhorias, mas os
moradores permaneceram no local e mantiveram o nome da localidade e
futuro bairro.

Jurumenha

Dr. Antônio Pinheiro M. L. Jurumenha era um dos proprietários da fazenda


que deu origem ao bairro. A propriedade, que possuía duas olarias e
realizava também a exploração de rocha para extração de pedra britada,
foi loteada, e seus empregados a ocuparam. A ocupação foi então iniciada
na parte baixa, em meados do século XX. Durante a década de 90, com o
avanço das invasões, foi loteada também a parte alta da antiga fazenda –
boa parte do seu morro, que faz parte dos bairros Santa Catarina e Parada
40, ainda está preservada.

Parada 40

O nome tem influência do uso de um meio de transporte comum na


cidade durante muitos anos: o bonde. Contando a partir do ponto de
saída (Niterói), o passageiro tinha um total de 40 paradas (pontos)
exatamente naquela localidade, daí o nome “Parada 40”.

Porto da Madama

Nas terras do atual bairro havia um porto muito importante responsável


pelo recebimento da lenha proveniente do município de Cachoeiras de
Macacu. O ilustre comerciante Paulo José Leroux, que morava próximo ao
porto, teve como colaboradora a avó, Maria Margarida Bazim Desmarest.
Muito popular na comunidade, a avó do comerciante era chamada de
Madama (como os brasileiros entendiam a pronuncia francesa). O porto
passou então a se chamar “Porto da Madama”; quando fundado, o bairro
que compreendia esta localidade assim foi chamado também.

Porto da Pedra e Porto Velho

O surgimento de ambos os bairros está relacionado aos portos que as


localidades abrigavam. Estes portos, abastecidos por burros de carga e
cargueiro de bois, levavam a produção agrícola até os barcos que neles
atracavam.

Monjolos

O local tem em abundância um tipo de vegetal chamado monjolo.

Trindade

Surgiu após o loteamento da Fazenda Santíssima Trindade, que data de 11


de dezembro de 1951. A proprietária, D. Leonor Corrêa e seus filhos foram
os responsáveis pelo loteamento, realizado através da Imobiliária
Trindade, que pertencia a seus herdeiros.

Venda da Cruz

A área do bairro foi definida a partir da junção das terras dos Beaurepaire
Rohan, do Tenente Juvenal Jardim (Tenente Jardim), da Baronesa de
Goitacazes e do comerciante Antônio Cruz. A Fazenda Paraíso,
propriedade do Conde de Beaurepaire, é considerada ainda hoje um
marco da fundação do bairro; ali nasceram seus filhos, em especial o
Visconde Henrique Pedro Carlos de Beaurepairre Rohan. Uma das
versões que justificam o nome conferido ao bairro fala de uma grande
cruz que foi incrustada no Morro do Cruzeiro.

Rio do Ouro

O surgimento de bairros ao longo das margens de vias e ferrovias que


cortam a cidade é uma marca do processo de ocupação do solo
gonçalense, e Rio do Ouro é um exemplo disso. Seu desenvolvimento
começou à margem esquerda da estrada, onde funcionava a cerâmica Rio
do Ouro, produtora de manilhas. Com a ida de Itaipu para Niterói o bairro
passou fazer parte tanto do município de Niterói quanto de São Gonçalo.

Tribobó

A localidade que deu origem ao bairro era composta por vários riachos,
além da lagoa do Capote. Tornou-se o mais importante centro de
avicultura do estado do Rio de Janeiro, o que levou a criação da
Cooperativa Avícola de São Gonçalo. Todo esse progresso fez com que o
lugarejo, chamado Tribobó, ficasse popular e fosse elevado a bairro.

Várzea das Moças

Surgiu com a construção das casas dos operários de uma fábrica de


manilhas e telhas, do tipo Marselhesa, instalada na Fazenda Ipiíba de
Malheiros. Com as posteriores alterações nos limites de Niterói e São
Gonçalo, o bairro passou a fazer parte de ambas as cidades.
Vista Alegre

Seu processo de ocupação foi iniciado com a construção da Vila Operária


para os empregados da Cerâmica Vista Alegre; antes de se tornar bairro, a
localidade era caracterizada pela produção de louças e mosaicos.

Porto do Rosa

O nome do bairro é herança da antiga Olaria Porto do Rosa, localizada na


fazenda do Capitão Antônio José de Souza Rosa. A porteira de sua
propriedade ficava próxima ao local onde eram empilhadas as
mercadorias que chegavam e partiam do porto, o que a transformou em
ponto de referência para os moradores da redondeza e para os barqueiros
e comerciantes. A localidade ficou assim conhecida como Porto do Rosa,
e assim foi reconhecida pela Câmara de Vereadores.

Neves

Outro bairro cuja origem remete ao funcionamento no local de um porto.


Localizado num ponto estratégico por estar próximo as cidades de Niterói
e Rio de Janeiro, o Porto de Neves promovia um escoamento facilitado de
toda a produção oriunda de São Gonçalo. Ali foi construído o Mercado
Público Cônego Goulart, criado para atender à demanda de mercadorias
de diversos setores. Porém o grande volume de peixe trazido de todo o
litoral gonçalense e revendido no mercado fazia com que o mesmo
parecesse um local exclusivo de venda de peixes.

Patronato

Inicialmente a localidade era conhecida pelo nome da fazenda que ali


havia: “Fazenda Jacaré”, propriedade do Barão de São Gonçalo. Em 1948,
foi denominada Vila Éden. Mais tarde, após a construção do Patronato de
Menores, foi denominada Patronato.

Porto Novo

Assim como o bairro Patronato, Porto Novo originou-se a partir do


desmembramento da Fazenda Jacaré, do Barão de São Gonçalo.

Vila Lage

Antes de ser conhecida pelo nome “Vila Lage”, a área em que se


consolidou o futuro bairro era chamada de “Vila Operária”. A vila de casas
geminadas foi construída a mando de uma fábrica local para que ali seus
funcionários pudessem morar. Posteriormente, em 1942, a comunidade
recebeu o Clube Social Vila Lage, trazendo consigo grande prestígio e
orgulho aos habitantes locais. As reformas diferenciadas das casas
promoveu a descaracterização da vila, processo iniciado ao final do
século XX.

Zé Garoto

Sua história está vinculada à existência de uma pessoa em particular, o


imigrante português José Alves de Azevedo, que aos dez anos de idade
chegou à São Gonçalo. Muito popular entre a população local, o
português era carinhosamente chamado de “Zé Garoto” (Zé por causa de
seu nome, José, e Garoto porque era comum chamar meninos desta
forma). Já adulto, Zé Garoto trabalhava como comerciante. Possuía um
armazém onde hoje é o prédio do Antigo Fórum da cidade; suas terras
englobavam a área em que hoje encontramos a Escola Estadual Nilo
Peçanha e a principal praça da cidade, a Praça Professora Estephania de
Carvalho, conhecida popularmente como Praça do Zé Garoto. Entre o
armazém e o espaço onde hoje ficam a escola e a praça havia o Largo (do
Zé Garoto), ponto obrigatório do bonde com destino à Alcântara.

Curiosidades

As histórias do Santo “São Gonçalo”

Texto do Historiador Gonçalense Prof. Salvador Mata e Silva

Primeira História

São Gonçalo é um santo português com culto permitido pelo papa Júlio III
em 24 de abril de 1551. Nascido em Tagilde no ano de 1187, estudou
rudimentos com um devoto sacerdote. Depois, freqüentou a escola arqui-
episcopal em Braga. Após ordenado sacerdote, foi nomeado pároco de
São Paio de Vizela. foi a Roma e Jerusalém.

No regresso, São Gonçalo passou por um período de busca interior e


encontrou na experiência popular a maneira de converter pecadores. Para
converter as prostitutas, ele se vestia de mulher, tocava viola e dançava
alegremente, apesar de pregos no sapato, o que feria seus pés. O santo
zelava pela virtuosidade das mulheres; organizava, para elas, danças nos
dias de sábado até se cansarem. Ele entendia que as mulheres que
participassem dessas danças aos sábados não cairiam em tentação no
domingo.

Quando vigário de São Paio de Vizela, fez vários casamentos de mulheres


que perderam a virgindade. Pregou e operou supostos milagres por todo
o norte de Portugal. Sobre o rio Tâmega construiu uma ponte. São
Gonçalo morreu no dia 10 de janeiro de 1259 em Amarante, no Douro, à
margem direita do rio Tâmega, em Portugal. Após sua morte, passou a ser
protetor dos violeiros, remédio contra as enchentes, além de
casamenteiro.

Diz a lenda que a mulher que tocar com alguma parte do corpo o túmulo
do santo, em Portugal, terá casamento garantido dentro de, no máximo,
um ano. A dança inventada por ele continuou sendo realizada por diversos
grupos que além de festejar o santo, pagam promessas feitas a ele. A
devoção ao santo no povoado Mussuca, na cidade de Laranjeiras,
Sergipe, é feita de maneira alegre, ao som de duas violas; dois
cavaquinhos; uma caixa (tocada pelo patrão do grupo, Sr. Sales, 59 anos
e 20 de São Gonçalo) e dois pulés (instrumento musical feito de bambu).

Além dos tocadores, participam os dançadores (em número de oito em


pagamento de promessa, poddo aumentar, dependendo da ocasião) e a
mariposa, mulher que segura a imagem do santo em um barco, visto que
na Mussuca, acredita-se que o santo tenha sido marinheiro em virtude da
vinculação de sua vida ao mar ou a rio Tâmega.
Segunda História

Beato Gonçalo de Amarante São Gonçalo é o santo português que,


sobretudo no Norte de Portugal, goza da maior devoção, logo depois de
Santo Antônio de Lisboa. Na sua História Eclesiástica de Portugal, o Padre
Miguel de Oliveira diz apenas o seguinte: «S. Gonçalo de Amarante que se
supõe falecido a 10 de Janeiro de 1259; o seu culto foi permitido pelo
Papa Júlio III (24 de Abril de 1551) e confirmado por Pio IV (1561);
Clemente X estendeu o ofício e a Missa a toda a Ordem dominicana
(1671).

Terá sido São Gonçalo uma invenção posta ao serviço de uma qualquer
ideia ou propósito, ou podemos perceber o percurso da sua devoção ou
do seu culto? O mais antigo documento que se refere a São Gonçalo, é
um testamento de 18 de Maio de 1279 em que uma tal Maria Johannis
lega os seus bens à Igreja de São Gonçalo de Amarante. Quer dizer, uns
20 anos depois da morte de São Gonçalo existia uma igreja dita «de São
Gonçalo de Amarante». E há outros documentos… e escritos sobre a
figura de São Gonçalo e o seu culto.

Na biografia oficial de São Gonçalo, apresentada como tal a partir do Flos


Sanctorum de 1513, não há dúvidas: Gonçalo, nasceu em Tagilde, estudou
rudimentos com um devoto sacerdote e frequentou depois a escola arqui-
episcopal de Braga. Ordenado sacerdote foi nomeado pároco de São Paio
de Vizela. Depois foi a Roma e Jerusalém; no seu regresso vendo-se
desapossado do seu benefício prosseguiu um caminho de busca interior
já anteriormente encetado, depois foi a experiência da vida eremítica, a
pregação popular, e logo caiu na ambiência mendicante da época, após o
que se faria dominicano.

As coisas não são assim tão lineares. De qualquer modo, tenha sido padre
diocesano, cónego de Santa Maria em Guimarães, beneditino ou
dominicano, tenha – quase por certo – passado de uma a outra condição,
nenhuma destas hipóteses esbate a riqueza e o vigor da sua figura.

(cf. ARLINDO DE MAGALHÃES, São Gonçalo, História ou lenda, Ed.


Amarante Magazine – Paróquia de São Gonçalo 1995, 62 pp.)

¹ Fonte: Braga, Maria Nelma Carvalho. O município de São Gonçalo e sua


história. Niterói:Edição Independente, 2006.
Prefeitura Municipal de São Gonçalo

O município de São Gonçalo, no Estado do Rio de Janeiro, tem investido


na mudança socioeconômica da região e por isso é hoje uma das
principais cidades do Estado. A proximidade com a cidade do Rio de
Janeiro, da qual distam apenas 20 km e a ligação com outros municípios,
fazem de São Gonçalo um ponto estratégico para negócios, além de
passagem, quase obrigatória, para as áreas turísticas do Estado, como a
Região dos Lagos, e as culturais, como a cidade do Rio de Janeiro e a
cidade de Niterói.

Com uma área total de 248,4 km² (correspondentes a 5% da área da


Região Metropolitana do Rio de Janeiro), e uma população de 999.728
habitantes, São Gonçalo encontra-se no lado oriental da Baía de
Guanabara – chamado também de leste Guanabarino – e é atravessado
por três grandes vias de acesso: RJ-106 (estrada litorânea – direção
Região dos Lagos Fluminenses), RJ-104 (indo até Magé em direção as
cidades serranas) e BR-101.

Limita-se ao Norte, com Itaboraí e a Baía da Guanabara. Ao Sul, com


Maricá e Niterói. A Leste, com Itaboraí e Maricá a Oeste, com a Baía de
Guanabara e Niterói. Seu clima é ameno e seco, variando entre a
temperatura máxima anual de 33º e a mínima de 12º. Seu ponto
culminante é o Alto do Gaia com 500m, na serra de Itaitindiba. A Pedra do
Guaia fica na latitude 22º 52” 03.31’ Sul e longitude 42º 53’ 08.95” Oeste.

Capela Nossa Senhora da Luz

Fazenda Santa Edwiges


Igreja Matriz

A cidade de São Gonçalo é dividida por cinco distritos, que totalizam uma
área de 248km²; são eles:

1º Distrito: São Gonçalo (sede)

Delimitado pelos rios Imboaçú e Alcântara, este distrito deu origem a dois
outros a partir de seu desmembramento; o primeiro, em 1920, resultou na
criação do distrito de Neves, e o segundo, em 1938, na criação do distrito
de Monjolos. Enquanto sede do município, foi denominado como “Vila”
durante muitos anos, até que em 28 de janeiro de 1944, passou à 1º
Distrito pelo Decreto-Lei Estadual 1.063.

2º Distrito: Ipiíba

O referido distrito significa, em tupi, “planta de aipim”. Marcado pela


atividade agrícola tradicional, tem como origem a freguesia de Nossa
Senhora da Conceição de Cordeiro, criada pela Lei 311, de 4 de abril de
1844 e incorporada à São Gonçalo em 22 de setembro de 1890. No ano
de 1911, a freguesia passou a ser chamada de Cordeiro apenas, e de
Cordeiros a partir de março de 1938. Em dezembro do mesmo ano, o
Decreto-Lei Estadual 641 altera o nome para José Mariano. Por fim,
através do Decreto- Lei Estadual 1.056, de 31 de dezembro de 1943,
assume o corrente nome: Ipiíba (que torna-se segundo distrito através do
Decreto-Lei Estadual 1.063, de 28 de janeiro de 1944.

3º Distrito: Monjolos

Seu nome remete a árvore que há em abundância no local (monjolo). O


distrito foi criado pelo Decreto-Lei Estadual 641, em 15 de dezembro de
1938, após o desmembramento do Distrito de São Gonçalo, e passa à 3º
distrito através do Decreto-Lei Estadual 1063, de 28 de janeiro de 1944.
Componente deste distrito, o bairro Jardim Catarina é atualmente como o
maior loteamento da América Latina.

4º Distrito: Neves

Ilha de Jurubaíba
Fauna – Ilha do Pontal

Praia das Pedrinhas

Este importante distrito forma o corredor viário que liga os acessos às


cidades de Niterói e Rio de Janeiro à São Gonçalo. Foi criado através do
Decreto- Lei Estadual 1.679, de 20 de dezembro de 1920, após o
desmembramento do Distrito de São Gonçalo (sede), sendo designado
como 4º Distrito pelo Decreto – Lei Estadual1.063, de 28 de janeiro de
1944. Sua história é marcada por movimentação econômica, tendo em
vista que Neves era o centro comercial de São Gonçalo; em seu porto era
recebida a produção agrícola do município, que em seguida era
transportada para o Rio de Janeiro. Inicialmente o transporte era feito por
terra em burros de carga e cargueiros de bois,e por mar , em pequenos
barcos. Porém, na metade do século XX, com a introdução do bondinho,
Neves intensifica ainda mais suas atividades comerciais e industriais,
impulsionando assim sua expansão.

5º Distrito: Sete Pontes

Durante a Guerra Brasil-Paraguai, um engenheiro francês ficou


responsável por construir no local uma ponte. Ao falar dela usava o termo
francês “cette pont”, que significa “esta ponte”. Porém a população
incorporou a forma como o termo era entendido, passando assim a
denominar o futuro distrito de “Sete Pontes”. O local foi designado como
5º Distrito através do Decreto-Lei Estadual 1063, de 28 de janeiro de
1944. Bem como o Distrito de Neves, o 5º Distrito compõe o corredor
viário que nos liga ao Rio de Janeiro e à Niterói. Vale destacar que a ponte
construída, “Ponte Paraguai”, foi a primeira de concreto armado na
América Latina.

Quanto à quantidade de equipamentos urbanos São Gonçalo apresenta


09 agências de correios (localizadas nos seguintes bairros: Alcântara(2),
Arsenal, Barro Vermelho, Mutuá, Neves, Porto Novo, Rocha e Zé Garoto),
03 cinemas, 02 teatros e 01 biblioteca pública.

Vista da Baía

Vôo Livre – Parapente


Praça Zé Garoto

Principais atrações turísticas da região :

Fazenda Itaitindiba- construída em 1687.


Alto do Guaiá -(Pedra do Guaiá)
Praia da Luz
Praia da Beira
Praia de São João
Ilha de Jaturnaiba
Ilha de Itaoca
Ilha do Tavares (conhecidamente popularmente como ilha do Pontal)
Fazenda do Columbandê- construída em 1620.
Capela de Nossa Senhora da Luz – construída no século 17.
Gruta Azul
APA de Guapimirim
Serra de Itaúna
Piscinão de São Gonçalo.
Praça Esthefânia de Carvalho (conhecida popularmente como Praça
do Zé Garoto).

Você também pode gostar