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2ª FASE OAB | TRABALHO | 36º EXAME

Medicina e Segurança do Trabalho e


Força Maior
Prof. Luiz Henrique Dutra

SUMÁRIO
1. Medicina e Segurança do Trabalho 3

1.1 Considerações Iniciais 3

1.2 Da inspeção prévia, embargo ou interdição 3

1.3 Do equipamento de proteção individual 4

1.4 Das medidas de proteção 4

2. Força Maior 6

Olá, aluno(a). Este material de apoio foi organizado com base nas aulas do curso preparatório para
a 2ª Fase OAB e deve ser utilizado como um roteiro para as respectivas aulas. Além disso,
recomenda-se que o aluno assista as aulas acompanhado da legislação pertinente.

Bons estudos, Equipe Ceisc.


Atualizado em setembro de 2022.

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1. Medicina e Segurança do Trabalho

Prof. Luiz Henrique Dutra


@prof.luiz.henrique

1.1 Considerações Iniciais


A segurança do trabalhador é um dever do empregador, desdobrando em quatro deveres
específicos:

► Organização racional do trabalho;


► Higiene e segurança dos locais de trabalho;
► Preservação de acidentes;
► Reparação de sinistro ou incapacidades

Prevê a Constituição Federal:

Art. 7º - São direitos dos trabalhadores urbanos e rurais, além de outros que visem à
melhoria de sua condição social:
XXII – Redução dos riscos inerente ao trabalho, por meio de normas de saúde, higiene e
segurança;
XXIII – Adicional de remuneração para as atividades penosas, insalubres ou perigosas, na
forma da lei;
XXVIII – Seguro contra acidentes de trabalho, a cargo do empregador, sem excluir a
indenização a que este está obrigado, quando incorrer em dolo ou culpa.

1.2 Da inspeção prévia, embargo ou interdição


Art. 160 da CLT - Nenhum estabelecimento poderá iniciar suas atividades sem prévia
inspeção e aprovação das respectivas instalações pela autoridade regional competente
em matéria de segurança e medicina do trabalho.
§ 1º - Nova inspeção deverá ser feita quando ocorrer modificação substancial nas
instalações, inclusive equipamentos, que a empresa fica obrigada a comunicar,
prontamente, à Delegacia Regional do Trabalho.
§ 2º - É facultado às empresas solicitar prévia aprovação, pela Delegacia Regional do
Trabalho, dos projetos de construção e respectivas instalações.

Art. 161 da CLT - O Delegado Regional do Trabalho, à vista do laudo técnico do serviço
competente que demonstre grave e iminente risco para o trabalhador, poderá interditar
estabelecimento, setor de serviço, máquina ou equipamento, ou embargar obra, indicando
na decisão, tomada com a brevidade que a ocorrência exigir, as providências que deverão
ser adotadas para prevenção de infortúnios de trabalho.
§ 1º - As autoridades federais, estaduais e municipais darão imediato apoio às medidas
determinadas pelo Delegado Regional do Trabalho.

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§ 2º - A interdição ou embargo poderão ser requeridos pelo serviço competente da
Delegacia Regional do Trabalho e, ainda, por agente da inspeção do trabalho ou por
entidade sindical.
§ 3º - Da decisão do Delegado Regional do Trabalho poderão os interessados recorrer, no
prazo de 10 (dez) dias, para o órgão de âmbito nacional competente em matéria de
segurança e medicina do trabalho, ao qual será facultado dar efeito suspensivo ao recurso.
§ 4º - Responderá por desobediência, além das medidas penais cabíveis, quem, após
determinada a interdição ou embargo, ordenar ou permitir o funcionamento do
estabelecimento ou de um dos seus setores, a utilização de máquina ou equipamento, ou
o prosseguimento de obra, se, em consequência, resultarem danos a terceiros.
§ 5º - O Delegado Regional do Trabalho, independente de recurso, e após laudo técnico
do serviço competente, poderá levantar a interdição.
§ 6º - Durante a paralisação dos serviços, em decorrência da interdição ou embargo, os
empregados receberão os salários como se estivessem em efetivo exercício.

1.3 Do equipamento de proteção individual


O EPI deve ser adequado ao risco, estar em perfeito estado de conservação e
funcionamento, bem como ter certificado de aprovação no Ministério do Trabalho.
A regulamentação dos EPIs encontra-se na NR-6 da Portaria do Ministério do Trabalho n.
3.214/78, segundo o qual se considera equipamento de proteção individual todo dispositivo ou
produto, de uso individual, utilizado pelo trabalhador, destinado à proteção de riscos suscetíveis
de ameaçar a segurança e saúde no trabalho.

Art. 166 da CLT - A empresa é obrigada a fornecer aos empregados, gratuitamente,


equipamento de proteção individual adequado ao risco e em perfeito estado de
conservação e funcionamento, sempre que as medidas de ordem geral não ofereçam
completa proteção contra os riscos de acidentes e danos à saúde dos empregados.

Art. 167 da CLT - O equipamento de proteção só poderá ser posto à venda ou utilizado
com a indicação do Certificado de Aprovação do Ministério do Trabalho.

Súmula nº 289 do TST. INSALUBRIDADE. ADICIONAL. FORNECIMENTO DO


APARELHO DE PROTEÇÃO. EFEITO (mantida) - Res. 121/2003, DJ 19, 20 e 21.11.2003
O simples fornecimento do aparelho de proteção pelo empregador não o exime do
pagamento do adicional de insalubridade. Cabe-lhe tomar as medidas que conduzam à
diminuição ou eliminação da nocividade, entre as quais as relativas ao uso efetivo do
equipamento pelo empregado.

1.4 Das medidas de proteção


A NR-7 da Portaria do Ministério do Trabalho n. 3.214/78, que estabelece a
obrigatoriedade dos empregadores elaborarem e implementarem um Programa de Controle
Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO), com o objetivo de promoção e preservação da saúde
do conjunto de seus trabalhadores.

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O PCMSO deve ter caráter de prevenção, rastreamento e diagnóstico precoce dos
agravos à saúde relacionados ao trabalho.
Art. 168 da CLT - Será obrigatório exame médico, por conta do empregador, nas condições
estabelecidas neste artigo e nas instruções complementares a serem expedidas pelo
Ministério do Trabalho:
I - a admissão;
II - na demissão;
III - periodicamente.
§ 1º - O Ministério do Trabalho baixará instruções relativas aos casos em que serão
exigíveis exames:
a) por ocasião da demissão;
b) complementares.
§ 2º - Outros exames complementares poderão ser exigidos, a critério médico, para
apuração da capacidade ou aptidão física e mental do empregado para a função que deva
exercer.
§ 3º - O Ministério do Trabalho estabelecerá, de acordo com o risco da atividade e o tempo
de exposição, a periodicidade dos exames médicos.
§ 4º - O empregador manterá, no estabelecimento, o material necessário à prestação de
primeiros socorros médicos, de acordo com o risco da atividade.
§ 5º - O resultado dos exames médicos, inclusive o exame complementar, será
comunicado ao trabalhador, observados os preceitos da ética médica.
§ 6º Serão exigidos exames toxicológicos, previamente à admissão e por ocasião do
desligamento, quando se tratar de motorista profissional, assegurados o direito à
contraprova em caso de resultado positivo e a confidencialidade dos resultados dos
respectivos exames.
§ 7º Para os fins do disposto no § 6o, será obrigatório exame toxicológico com janela de
detecção mínima de 90 (noventa) dias, específico para substâncias psicoativas que
causem dependência ou, comprovadamente, comprometam a capacidade de direção,
podendo ser utilizado para essa finalidade o exame toxicológico previsto na Lei no 9.503,
de 23 de setembro de 1997 - Código de Trânsito Brasileiro, desde que realizado nos
últimos 60 (sessenta) dias.

Competência para apreciar e julgar questões relacionadas ao meio ambiente do trabalho.

Súmula n. 736 do STF - Compete à Justiça do Trabalho julgar as ações que tenham como
causa de pedir o descumprimento de normas trabalhistas relativas à segurança, higiene e
saúde dos trabalhadores

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2. Força Maior

Art. 501 da CLT - Entende-se como força maior todo acontecimento inevitável, em relação
à vontade do empregador, e para a realização do qual este não concorreu, direta ou
indiretamente.
§ 1º - A imprevidência do empregador exclui a razão de força maior.
§ 2º - À ocorrência do motivo de força maior que não afetar substancialmente, nem for
suscetível de afetar, em tais condições, a situação econômica e financeira da empresa
não se aplicam as restrições desta Lei referentes ao disposto neste Capítulo.

Art. 502 da CLT - Ocorrendo motivo de força maior que determine a extinção da empresa,
ou de um dos estabelecimentos em que trabalhe o empregado, é assegurada a este,
quando despedido, uma indenização na forma seguinte:
I - Sendo estável, nos termos dos arts. 477 e 478:
II - Não tendo direito à estabilidade, metade da que seria devida em caso de rescisão sem
justa causa.
III - Havendo contrato por prazo determinado, aquela a que se refere o art. 479 desta Lei,
reduzida igualmente à metade.

Art. 503 da CLT - É lícita, em caso de força maior ou prejuízos devidamente comprovados,
a redução geral dos salários dos empregados da empresa, proporcionalmente aos salários
de cada um, não podendo, entretanto, ser superior a 25% (vinte e cinco por cento),
respeitado, em qualquer caso, o salário-mínimo da região.
Parágrafo único - Cessados os efeitos decorrentes do motivo de força maior, é garantido
o restabelecimento dos salários reduzidos.

Art. 504 da CLT - Comprovada a falsa alegação do motivo de força maior, é garantida a
reintegração aos empregados estáveis, e aos não-estáveis o complemento da indenização
já percebida, assegurado a ambos o pagamento da remuneração atrasada.

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