É visto a partir do artigo, que as mães que exercem a
monoparentalidade feminina na família, sentem-se sobrecarregadas, inseguras e desamparadas. Isso, pelo fato de realizarem as tarefas domésticas, sustentarem a casa, participarem ativamente da educação dos filhos e com isso sentem falta da presença do pai para tais cuidados. Também, foi evidenciado a visão destas mães de que a família é composta por pai, mãe e filhos, vendo a necessidade da participação do responsável para a constituição de família, o que possibilita observar a percepção de tais mulheres sobre a família nuclear. Com isso, a maioria das mulheres comentaram sobre o papel do pai ser relacionado a parte econômica do filho e arcar com as despesas da família, enquanto a mulher realiza as tarefas domésticas e a criação dos filhos. Assim, tais falas representam uma visão arcaica e patriarcal, visto nesse desejo de tais mães em ter o modelo de família tradicional visto no imaginário de diversos indivíduos. Portanto, a dupla jornada vivida pelas mulheres acarreta diversas dificuldades, o que acarreta em inseguranças, sobrecarga e exaustão para as mães solo. Este tema não traz apenas sobre as dificuldades práticas enfrentadas pelas mães que vivem essa realidade, mas também destaca questões sociais e de gênero subjacentes que permeiam as expectativas tradicionais em torno do papel das mulheres na família. O tema nos convida a refletir a respeito das desigualdades de gênero e a dinâmica das famílias tradicionais, além de sermos desafiados a questionar e repensar sobre os estereótipos que estão enraizados na nossa sociedade.
Referência Cúnico, S., D., & Arpini, D., M. (2014). Família e monoparentalidade feminina sob a ótica de mulheres chefes de família. Aletheia, 43-44, 37-49.