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(...)
O Tribunal apurou a data por relação à qual devia determinar se o direito invocado
existia ou não. Dado que o caso se tinha colocado ao Tribunal em relação com a
controvérsia referente aos obstáculos colocados pela Índia a dita passagem, o Tribunal
considerou que a data para determinar se existia ou não esse direito deveria ser o dia
anterior à data em que se puseram tais obstáculos. (...)
O Tribunal considerou que a situação tinha sofrido uma mudança com a chegada
dos britânicos como soberanos daquela parte do país em substituição dos máratas: a
soberania portuguesa sobre as aldeias tinha sido reconhecida pelos ingleses de facto e
implicitamente, e posteriormente tinha sido reconhecida tacitamente pela Índia. Como
consequência disso, as aldeias tinham adquirido o carácter de enclaves portugueses dentro
do território da Índia, e se tinha implantado uma prática entre os portugueses e o país
soberano do território em relação com a passagem aos enclaves, prática na qual se apoiava
Portugal para estabelecer o direito de passagem reivindicado. Tinha-se objetado, em nome
da Índia, que não se podia estabelecer nenhum costume local entre dois Estados
unicamente, mas o Tribunal não viu razões para que o número de Estado entre os quais
se podia estabelecer-se um costume local baseado numa prática contínua tivesse de ser
necessariamente maior do que dois.
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que não fossem armas ou munições, com a sujeição unicamente, em certos momentos,
aos regulamentos aduaneiros e a outras disposições e fiscalizações exigidas por
considerações de segurança ou de política fiscal. Por conseguinte, o Tribunal chegou à
conclusão de que, em relação com os particulares, os funcionários civis e as mercadorias
em geral, tinha existido uma prática contínua e uniforme que permitia a livre passagem
entre Damão e os enclaves. Em vista de todas as circunstâncias do caso, o Tribunal estava
convencido de que a referida prática se tinha aceitado pelas partes como sendo o Direito
e dado nascimento a um direito e a uma obrigação correspondente.
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1. Qual o âmbito do direito de passagem reconhecido pelo Tribunal?