Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
net/publication/340232224
CITATIONS READS
0 2,040
4 authors, including:
SEE PROFILE
All content following this page was uploaded by Anselmo Cordeiro de Souza on 27 March 2020.
https://www.unasp.br/ec/enaic/
INTRODUÇÃO
O termo capelão vem do latim, pode significar “padre que tem a seu encargo
uma capela particular ou que exerce funções sacerdotais num hospital, numa prisão,
num regimento”. (CAMARGO, 2007, p. 6). Na perspectiva criacionista é possível
observar que desde o lapso ocorrido no episódio bíblico da criação o ser humano
carece da orientação de Deus. A própria função dos profetas e sacerdotes bíblicos
1 Bacharel em Teologia pelo Seminário Latino Americano de Teologia – SALT/IAENE, Pós graduado em Missiologia
Cristã Contemporânea pela Faculdade Unida de Vitoria. Atua como Pastor do distrito de Jardim da Penha, em
Vitoria, ES, Brasil. E-mail: lucas.viana@adventistas.org.br;
2 Bacharel em Teologia pelo Seminário Latino Americano de Teologia – SALT/IAEN. Atua como Pastor Distrital na
Desportiva pela Pontifícia Universidade Católica de Minas Gerais – PUC-MG e Mestre em Políticas Sociais e
Cidadania pela Universidade Católica do Salvador – UCSAL. Diretor do Sênior Saúde 360° , Brasil.
4 Bacharel em Teologia pelo Seminário Latino Americano de Teologia – SALT/IAENE, Licenciado em Pedagogia
pela Faculdade Paulista São José – FPSJ, MBA em Gestão de Pessoas e Mestre em Promoção da Saúde pelo Centro
Universitário Adventista de São Paulo – UNASP. Atua na equipe de capelania na Clinica Retiro da Saúde na cidade
de Itapecerica da Serra, SP, Brasil. E-mail: anselmo.vivamelhor@hotmail.com;
–1–
CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO – CAMPUS ENGENHEIRO COELHO (UNASP-EC)
XX ENCONTRO ANUAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
(2018) ISSN: 2237-3470
https://www.unasp.br/ec/enaic/
https://www.unasp.br/ec/enaic/
Guerra Mundial onde por sua atuação neste período de crise, pôde legar a sociedade
brasileira, uma visão de maior importância, a respeito do trabalho desenvolvido por
um capelão. Até então, estas iniciativas estavam submersas a religiões particulares
que davam apoio apenas a seus fiéis (CHAMPLIN, 1995). O desenvolvimento
histórico da capelania no Brasil, não surgiu do acaso, mas esta deriva de uma série
de processos sociológicos, culturais, políticos e religiosos, que passo a passo deram
margem para seu desenvolvimento.
Há pelos menos três ramificações comuns de capelania. A primeira delas é
denominada capelania militar. Este tipo de trabalho é muito forte na América do Norte,
tendo muitos pastores adventistas atuando nas forças armadas americanas.
Atualmente, a Igreja Adventista denomina alguns ministros para estarem à disposição
de trocar o terno pelo uniforme militar. Fardados, os capelães trabalham diretamente
nos quartéis generais, nos serviços de resgate e até mesmo em operações especiais,
oferecendo amparo espiritual e aconselhamento, além de prestar todo o suporte de
um militar no momento em que é designado. “Há um catálogo de capelães adventistas
designado exclusivamente para a área do serviço militar, bombeiros e resgate, área
de guarda municipal, ou o capelão prisional, com objetivo de prestar auxílio aos
detentos”. (COUNCELL, 2013, p. 2).
O segundo ramo da capelania é de cunho educacional. Mais comum em
escolas confessionais, o capelão que muitas vezes também atua como professor
exerce seu ministério com crianças e adolescentes, com o objetivo de possibilitar um
ambiente de espiritualidade na escola, proporcionando cuidado pastoral aos alunos.
Diferentemente das outras áreas da capelania, o capelão educacional tem como um
dos objetivos lecionar na área de Bíblia, educação cristã, valores cristãos e ética cristã.
A escritora Ellen White (1996, p. 188) afirma que “a Bíblia tem uma inesgotável
plenitude, força e profundidade de sentido. Animem as crianças e os jovens a
descobrirem seus tesouros, tanto de pensamentos como de expressões.”
O trabalho no capelão se intensifica e toma maior responsabilidade, já que
nesta fase da vida, o aluno tem muitas dificuldades com escolhas, sendo nesse
período que eles possivelmente decidirão se o evangelho é relevante ou não para
suas vidas.
No serviço da capelania hospitalar, o capelão tem por objetivo confortar as
–3–
CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO – CAMPUS ENGENHEIRO COELHO (UNASP-EC)
XX ENCONTRO ANUAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
(2018) ISSN: 2237-3470
https://www.unasp.br/ec/enaic/
https://www.unasp.br/ec/enaic/
outras denominações religiosas), até onde se sabe não existem disciplinas que
norteiem o desenvolvimento desta atividade em suas matrizes curriculares. Esta
ausência em certos momentos deixa o profissional que exerce a atividade de capelão
despreparado para enfrentar situações cotidianas existentes no ambiente hospitalar.
Este despreparo, dentre outros fatores, constroem uma barreira entre a assistência
espiritual e as atividades dos profissionais de saúde
É válido ressaltar que até 1850, a assistência médica e de enfermagem era
considerada em grande parte uma responsabilidade da igreja. Os religiosos estavam
sempre próximos da equipe médica e muitas vezes cuidavam da administração dos
hospitais. (LEMOS, 1992, p. 10).
É no mínimo curioso a dificuldade para entrelaçamento destas duas áreas (a
medicina e a espiritualidade), visto que ambas por tanto tempo caminharam juntas.
Os frutos desta união quando possível, tornam-se um poderoso arsenal de
contribuições para o bom andamento da instituição, tanto em relação aos profissionais
quando ao paciente. No entanto este muro de separação entre medicina e
espiritualidade está cada vez menor (EPPERLY, 2000).
Teóricos científicos têm dado valor fundamental à espiritualidade como
ferramenta para a cura do paciente. Pesquisas realizadas recentemente apontam o
fator espiritualidade/religiosidade como essenciais no tratamento de doenças. Como
afirma Panzini, Rocha e Bandeira (2007, p. 136).
Há indícios consistentes de associação entre qualidade de vida e
espiritualidade/religiosidade, por meio de estudos com razoável rigor metodológico,
utilizando diversas variáveis para avaliar espiritualidade (por exemplo: afiliação
religiosa, oração e coping religioso/espiritual). Também existem vários instrumentos
de qualidade de vida válidos e fidedignos que avaliam a dimensão espiritual/religiosa.
Assim neste trabalho objetivamos traçar o perfil do capelão e atividades
desenvolvidas nos Hospitais Adventistas do Brasil.
MÉTODO
https://www.unasp.br/ec/enaic/
RESULTADOS E DISCUSSÃO
https://www.unasp.br/ec/enaic/
https://www.unasp.br/ec/enaic/
vocação para este serviço. A obra de aconselhamento, como vocação especial, foi
atribuída particularmente ao pastor. Ele deve estar disposto a assumir a tarefa que
Deus o comissionou, ministrando homens e mulheres que sofrem das dores e misérias
que surgem no decorrer da vida (ADAMS, 1982).
Conforme observado na pesquisa, outro fator interessante na vida pessoal do
Capelão é sua ordenação ao ministério pastoral. Dos entrevistados, apenas 25%
afirmaram não serem ordenados. A ordenação constitui o reconhecimento oficial da
Igreja Adventista do Sétimo Dia de que o candidato recebeu o divino chamado para
dedicar sua vida ao ministério como um compromisso para toda a vida. Após
concluírem o curso de Teologia, os candidatos à ordenação passam a seguir para a
segunda etapa, com o objetivo de completar sua preparação ministerial. Nessa fase
ser-lhes-á confiada a direção de uma tarefa designada pela igreja, para permitir-lhes
desenvolver os dons da administração, da liderança, do apostolado e da
responsabilidade ministerial. Nesse período, que terá uma duração de 2 a 4 anos, os
candidatos serão conhecidos como "pastores autorizados" e continuará a ser-lhes
outorgada uma "licença ministerial". (DSA, 2013).
O fato do Capelão ser ordenado ou não, de forma alguma significa que há
limitações ou deficiências em seu trabalho com relação aos ministros ordenados. De
acordo com a pesquisa apresentada, a obra tende a recomendar ministros ordenados
pelo seu tempo como pastor. Porém, Lopes (2009), os conselheiros muitas vezes
descobrem que existe um hiato entre sua formação acadêmica e experiência autêntica
de ajudar uma pessoa a resolver um problema real. Demonstrando dessa forma que
o capelão deve sempre se atualizar, no que diz respeito ao conceito acadêmico, ao
mesmo tempo em que deve procurar se aprofundar em sua experiência prática como
conselheiro, seguindo o padrão de contexto cultural, social, religioso, entre outros. Até
mesmo conselheiros experientes às vezes se veem lutando com muitas dúvidas e
sentimentos de inadequação sobre a eficácia de seu aconselhamento. (COLLINS,
2011).
Em relação a outras áreas de atuação na obra adventista, é válido frisar que o
capelão não se reserva apenas ao trabalho de Capelania, mas se dedica a outras
áreas. Destas, 75% dos Capelães afirmam já ter trabalhado anteriormente em distrito
com período superior a 10 anos de trabalho. Além disso, 50% já haviam trabalhado
–8–
CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO – CAMPUS ENGENHEIRO COELHO (UNASP-EC)
XX ENCONTRO ANUAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
(2018) ISSN: 2237-3470
https://www.unasp.br/ec/enaic/
https://www.unasp.br/ec/enaic/
https://www.unasp.br/ec/enaic/
EVANGELÍSTICA
• Cursos de estudos da bíblia
• Distribuição de literatura e panfletos evangelísticos
PROMOÇÃO DA ESPIRITUALIDADE
• Cultos
• Momentos de oração
• Seminários
• Programações temáticas
SOCIALIZAÇÃO
• Cursos de saúde
– 11 –
CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO – CAMPUS ENGENHEIRO COELHO (UNASP-EC)
XX ENCONTRO ANUAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
(2018) ISSN: 2237-3470
https://www.unasp.br/ec/enaic/
Para esta atividade o ideal é que toda a equipe de Capelania esteja envolvida,
pois assim a assistência prestada pelo capelão será potencializada. Uma sugestão
para a execução desta atividade é que se divida o hospital por setores ou por unidades
e se designe um integrante da Capelania para atender os pacientes e colaboradores
em setores e regiões específicas do hospital atendendo aos colaboradores e
pacientes que lá se encontram. Conforme o tempo passa, alternar os membros da
equipe, remanejando-os para outros setores planejadamente. Para que isso aconteça
organizadamente, pode ser feita uma escala onde cada um fique por um período de
tempo determinado: Uma semana, quinzena ou ainda, um mês.
Por conseguinte, é indispensável que antes de visitar o enfermo ou um
funcionário para fins de conforto emocional, aconselhamento ou outras razões, o
responsável se informe da situação em que a pessoa se encontra antecipadamente.
Uma vez que já saiba o seu nome muitas barreiras são superados no primeiro contato.
Não é incomum pessoas buscaram um conselheiro que as oriente e as
incentive a buscar seus objetivos de vida segundo a vontade de Deus. Neste processo
tanto o capelão, quanto a equipe de Capelania e os profissionais cristãos tem muito a
contribuir. (SILVA, 2001). O capelão inspirado por Deus, agirá tal qual um leme
direcionando as pessoas a se volverem para o curso natural de suas vidas.
Logicamente nesta tarefa ele apenas levará as pessoas por meio de reflexões e
conselhos, deixando-as livres para tomar suas próprias decisões.
Embora sejam muitos os males que afligem as pessoas em seu dia-a-dia a
capelania deve olhar para as aflições e atuar como um bálsamo curador e restaurador,
pelo poder de Deus. (SILVA, 2001). Esta atuação evangelizadora deve ser algo que
contemple os profissionais de saúde independente de seu credo religioso. Estes
podem promover a humanização no hospital, levando a todos os que se localizam no
mesmo a vivenciar uma busca pelo bem estar. Estes serviços podem ser realizados
na prática através de: Aconselhamento individual, distribuição de mensagens e
– 12 –
CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO – CAMPUS ENGENHEIRO COELHO (UNASP-EC)
XX ENCONTRO ANUAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
(2018) ISSN: 2237-3470
https://www.unasp.br/ec/enaic/
https://www.unasp.br/ec/enaic/
pacientes com a equipe de capelães. Esta aproximação abre caminho para pregação
da palavra e reduz a resistência à religiosidade. Entretanto, os cursos são um meio e
não um fim. Meio este para abrir as portas para a introdução de Cristo na vida das
pessoas. Seu tom é sutil, mas ainda assim são muito eficazes.
O culto deve ser realizado de maneira regular em dias e horários fixos. Todavia,
isso não impede que em determinados momentos este seja feito em outros locais e
horários. Esta é uma regra que permite exceções. Geralmente são feitos nas capelas
e auditórios em dias previamente estabelecidos. Também nos setores específicos ao
iniciar ou findar o plantão.
Nesta atividade é de vital importância que além da equipe de Capelania haja
participação dos funcionários na organização e realização dos mesmos. Isso
influencia inclusive na própria qualidade dos cultos. Uma sugestão para esta
participação pode ser montada uma escala e cada culto seja realizado por um setor
específico do hospital. Dessa forma todo o hospital estará envolvido nas atividades
espirituais. Pode ser solicitado aos colaboradores que ministrem o louvor, e, ou a
pregação e que essa participação seja continua. Isso evita que o culto se torne
enfadonho e fornece dinamismo ao mesmo.
É conveniente a realização de semanas de pregação com temas específicos.
Esses programas impactam a vida das pessoas. Vale ressaltar que é necessário estar
ciente do público que se encontra no auditório, pois os temas devem ser
contextualizados de acordo com a necessidade desses grupos. Se houver pacientes,
temas direcionados ao amor e cuidado de Deus, confiança, fé [...], para os adventistas
utilizar às vezes temas mais profundos (profecias de Daniel, Apocalipse). Isto irá variar
conforme a necessidade.
Realizadas individualmente, as entrevistas admissionais fazem parte do
processo de admissão do candidato a colaborador. A partir da entrevista, o candidato
à admissão conhece a filosofia, os valores e a missão da instituição, pelo fato da
mesma ser confessional.
É positivo ver a participação dos colaboradores de outros setores do hospital
nas visitas a pacientes, nos cultos realizados aos sábados, nos mutirões, distribuição
de folhetos, livros e DVDs e nos programas de vida saudável. Não centralizando o
trabalho, o Capelão coordenará, dinamizará e unirá os talentos disponíveis ampliando
– 14 –
CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO – CAMPUS ENGENHEIRO COELHO (UNASP-EC)
XX ENCONTRO ANUAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
(2018) ISSN: 2237-3470
https://www.unasp.br/ec/enaic/
CONCLUSÃO
https://www.unasp.br/ec/enaic/
https://www.unasp.br/ec/enaic/
REFERÊNCIAS
ADAMS, J. E. Conselheiro capaz. Tradução de Odayr Olivetti. São Paulo: Editora Fiel,
1982.
https://www.unasp.br/ec/enaic/
CHAMPLIN. R.N. O Novo Testamento interpretado versículo por versículo. São Paulo:
Ed. E distribuidora Candeia, 1995.
COLLINS, G. R. Aconselhamento Cristão: Edição Séc. XXI. São Paulo: Vida Nova,
2004.
CRESWELL, J., & PLANO CLARK, V. Designing and Conducting Mixed Methods
Research. Thousand Oaks, CA: Sage, 2007.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 3. ed. São Paulo: Atlas, 1996.
HOFF, P.; COSTA, J. O Pastor Como Conselheiro. 2. imp. São Paulo: Vida, 1996.
PANZINI, R.; ROCHA, N.; BANDEIRA, RUSCHEL, D.; FLECK, M. Qualidade de vida
– 18 –
CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO – CAMPUS ENGENHEIRO COELHO (UNASP-EC)
XX ENCONTRO ANUAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA
(2018) ISSN: 2237-3470
https://www.unasp.br/ec/enaic/
ZITI, L. M.; FERREIRA, D. Capelania hospitalar Cristã. 3. ed. São Paulo: SOCEP,
2010.
– 19 –
CENTRO UNIVERSITÁRIO ADVENTISTA DE SÃO PAULO – CAMPUS ENGENHEIRO COELHO (UNASP-EC)