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O ADVENTISMO NO BRASIL
Organizadores
Francisco Luiz Gomes de Carvalho
Karina Kosicki Bellotti
Diagramação: Marcelo A. S. Alves
Capa: Lucas Margoni
O Adventismo no Brasil [recurso eletrônico] / Francisco Luiz Gomes de Carvalho; Karina Kosicki
Bellotti (Orgs.) -- Porto Alegre, RS: Editora Fi, 2023.
579 p.
ISBN: 978-65-5917-659-5
DOI: 10.22350/9786559176595
CDD: 200
Índices para catálogo sistemático:
1. Religião 200
SUMÁRIO
PREFÁCIO 11
Afonso Ligório Cardoso
APRESENTAÇÃO 15
Os Organizadores
1 25
ADVENTISMO NA REGIÃO NORDESTE: DOS PRIMÓRDIOS AOS TEMPLOS
METROPOLITANOS (1906-1952)
Alan Gracioto Alexandre
Francisco Alves de Pontes
Rodolfo Figueiredo de Sousa
Elder Hosokawa
2 59
A IGREJA ADVENTISTA E O PROSELITISMO ENTRE (I)MIGRANTES
Bernadete Alves de Medeiros Marcelino
3 80
LABIRINTO MISTO DE SELVA E ÁGUA: A AMAZÔNIA NA OBRA DE LEO B. HALLIWELL
Diogo Gonzaga Torres Neto
4 122
CENTRO DE MEMÓRIA: UNASP, CAMPUS SÃO PAULO
Douglas Menslin
Emily Bertazzo
Francisco Ribeiro
Gabriela Abraços
Mariana Cavalcanti Pessoa
Rosane Keppke
5 140
TRADIÇÕES GASTRONÔMICAS: DA ESCOLA À FÁBRICA
Emily Kruger Bertazzo
6 163
A EXPERIÊNCIA RELIGIOSA DE OBREIROS ADVENTISTAS JUBILADOS
Francisco Luiz Gomes de Carvalho
7 185
A OBRA DAS PUBLICAÇÕES ADVENTISTAS NO BRASIL: INSTRUMENTALIZAÇÃO NA
FORMAÇÃO DE OBREIROS
Francisco Luiz Gomes de Carvalho
8 221
A EDUCAÇÃO ADVENTISTA NO BRASIL: UMA ESTRATÉGIA MISSIONÁRIA
Francisco Luiz Gomes de Carvalho
Dayse Karoline S. S. de Carvalho
9 270
APONTAMENTOS SOBRE O CRIACIONISMO NO BRASIL: UM BREVE OLHAR ACERCA DA VISÃO
DOS ADVENTISTAS
Francisco Luiz Gomes de Carvalho
Kédima Ferreira de Oliveira Matos
10 292
O HOSPITAL NA IGREJA, A IGREJA NO HOSPITAL: PRÁTICAS ESPIRITUAIS/
TERAPÊUTICAS COMO ESTRATÉGIAS DE EVANGELIZAÇÃO ADVENTISTA NO PARÁ (AMAZÔNIA)
Ismael Fuckner
11 323
O VERBO SE FEZ CÂNTICO: A TRANSFIGURAÇÃO DA TEOLOGIA ADVENTISTA EM MÚSICA
Joêzer Mendonça
12 349
“OITO DÉCADAS DE SAÚDE PARA DIFERENTES GERAÇÕES” – ASPECTOS HISTÓRICOS
DA REVISTA “VIDA E SAÚDE” NO BRASIL (1939-2019)
Karina Kosicki Bellotti
13 397
O DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO E A TEOLOGIA ADVENTISTA: APROXIMAÇÕES E
POSSIBILIDADES
Kevin Willian Kossar Furtado
14 424
A EDUCAÇÃO AFETIVA E SEXUAL DA JUVENTUDE ADVENTISTA: UM ESTUDO DA REVISTA
MOCIDADE
Luanna Fernanda da Cruz Bach
15 452
EXEGESE BÍBLICA ADVENTISTA NA PÓS-GRADUAÇÃO NÃO ADVENTISTA
BRASILEIRA: METODOLOGIA E VIABILIDADE
Petterson Brey
16 482
EVANGELIZAÇÃO ADVENTISTA NA CONTEMPORANEIDADE: O CASO DAS TRIBOS URBANAS
Robson Romero de Sousa
17 501
OBRA SOCIAL ADVENTISTA NO BRASIL: ALGUNS APONTAMENTOS
Tiago Cesar Santos
18 522
PANDEMIA NO SÉCULO XX: O DISCURSO RELIGIOSO E CIENTÍFICO EM PERIÓDICO
DENOMINACIONAL
Francisco Luiz Gomes de Carvalho
19 548
ADVENTISMO E MEIO AMBIENTE
Alesi Teixeira Mendes
Gislye Angelli Montin
Lucio Henrique Pereira
Rosane Segantin Keppke
SOBRE OS ORGANIZADORES 573
Boa leitura.
APRESENTAÇÃO
Os Organizadores
INTRODUÇÃO
1 Vendedor itinerante, neste caso de livros religiosos um método missionário (SOUZA, 2008).
26 • O Adventismo no Brasil
2 Bandos de homens e mulheres armados em busca de vingança que passaram a saquear e a cometer atos de
violência no sertão do Brasil (PITA, 2018, p. 13-14).
Alan G. Alexandre; Francisco A. de Pontes; Rodolfo F. de Sousa; Elder Hosokawa • 27
3 Em sua autobiografia (As Aventuras do Capitão José Bates), Bates relata suas experiências como capitão e
também seu contato com o movimento milerita.
30 • O Adventismo no Brasil
E continua:
Nas minhas relações com aquele povo, todos católicos, não encontrei
ninguém com quem pudesse conversar sobre religião. Eu sempre pensava
no privilégio que seria poder encontrar um cristão, e de como ficaria
encantado em passar uma hora em uma congregação de cristãos em oração,
ou pelo menos ouvir a voz de outra pessoa orando que não fosse a minha
(BATES, 2017, p. 181).
4 A apreciação pela literatura distribuída pelos chamados colportores é uma herança herdada dos puritanos,
sendo esse um método missionário adotado pelos adventistas (SOUZA, 2008).
5 GREENLEAF, F. Terra de Esperança: o crescimento da Igreja Adventista na América do Sul. 2011, p. 23 e 24.
Alan G. Alexandre; Francisco A. de Pontes; Rodolfo F. de Sousa; Elder Hosokawa • 31
No último trimestre atenção considerável tem sido dada este setor da obra.
Em Southampton, Inglaterra, os navios visitados tinhas os seguintes
destinos: 18 rumando para a Índias Orientais, 16 para as Índias Ocidentais,
32 • O Adventismo no Brasil
6A Associação do Brasil, fundada em 1902, abrangia todo o território brasileiro. Posteriormente, a Associação
do Brasil foi dividida em quatro sedes: Rio Grande do Sul, Santa Catarina, São Paulo e o Campo Norte. Esta última
abrangendo os demais Estados brasileiros (SANTOS; SILVA, 2019).
7 CUNHA, Euclides. Os Sertões. São Paulo: Martin Claret Ltda, 2017.
8 SPIES, F. W. “Viagem à Bahia” in Revista Trimestral. Ano 02, n°. 09, janeiro de 1908.
Alan G. Alexandre; Francisco A. de Pontes; Rodolfo F. de Sousa; Elder Hosokawa • 35
9 SANTOS, N. J.; SILVA, N. F. Contando nossa História. Salvador, BA: EGBA, 2019; SCHOFIELD, C.E., “Distribuição
de trabalho,” Revista Adventista 15, no. 12 (dezembro de 1920): 5; “Bahia Mission,” Seventh-day Adventist
Yearbook (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing Association, 1920), 187.
36 • O Adventismo no Brasil
17 Tiago Santos Pereira e Jeandson Vasconcelos, A Chegada do Adventismo nos Estados de Sergipe e
Alagoas. (Monografia, Centro Universitário Adventista de São Paulo, 2006), 14-15.
18 SPIES F. W. “Brazil,” Review and Herald 92, no. 51 (14 de outubro de 1915): 13.
19 Tiago Santos Pereira e Jeandson Vasconcelos, A Chegada do Adventismo nos Estados de Sergipe e
Alagoas. (Monografia, Centro Universitário Adventista de São Paulo, 2006), 14-15.
20 SPIES F. W. “A Obra em Maceió,” Revista Mensal, no. 8 (agosto 1915): 4.
38 • O Adventismo no Brasil
25 Idem.
26 SPIES F. W. “Brazil,” Review and Herald 92, no. 51 (14 de outubro de 1915): 13.
40 • O Adventismo no Brasil
Além das vendas que pude fazer, recebi mais 20 encomendas de Vida de
Jesus no Palácio, no Tesouro (Secretaria da Fazenda e na Prefeitura, de que
me regozijo. O Prefeito de Recife, ele mesmo encomendou um livro.
Posteriormente, "no dia 8 de agosto, em hora e meia recebi 11 encomendas
na Intendência. Pela graça do Senhor, em 5 horas e meia de trabalho recebi
44 encomendas de Vida de Jesus dos funcionários mais graduados do Estado
de Pernambuco e da cidade de Recife (REDACÇÃO, 1910, p. 5).
27“East Brazil Mission,” Seventh-day Adventist Yearbook (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing
Association, 1911), 126.
28 “Pernambuco Mission,” Seventh-day Adventist Yearbook (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing
Association, 1917), 163.
Alan G. Alexandre; Francisco A. de Pontes; Rodolfo F. de Sousa; Elder Hosokawa • 41
29 “Pernambuco Mission,” Seventh-day Adventist Yearbook (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing
Association, 1920), 188.
30 Associação Pernambucana, “História dos Adventistas em Pernambuco,” acessado em 20 de janeiro de 2020,
https://bit.ly/3aswexh.
31 OLIVEIRA, S. M. “E por Falar em Pioneiros...” Revista Adventista ano 66, nº 10, p. 14, out. 1968.
32 PITA, P. R. Por que Mudei de Exército: a saga do homem que caçava Lampião e encontrou a verdadeira Luz
(Santo André, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1985), 13-14.
33 STORCH, G. S. Venturas e Aventuras de um Pioneiro. 1 ed. Santo André: Editora dos Adventistas do Sétimo
dia, 1982.
42 • O Adventismo no Brasil
34GREENLEAF, F. Terra de Esperança: o crescimento da Igreja Adventista na América do Sul (Tatuí, SP: Casa
Publicadora Brasileira, 2011), 298-303.
35 WESTCOTT, H. B. “União Este-Brasileira,” Revista Adventista 27, no. 3 (março de 1932): 10.
36“East Brazil Mission,” Seventh-day Adventist Yearbook (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing
Association, 1911), 126.
Alan G. Alexandre; Francisco A. de Pontes; Rodolfo F. de Sousa; Elder Hosokawa • 43
39 STORCH, G. S. “Conferências Públicas,” Revista Adventista 38, no. 1 (janeiro de 1943): 12; STREITHORST, O. S.,
Leo Halliwell na Amazônia (Santo André, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1979), 79; SARAIVA, E. J., A História do
Adventismo no Maranhão: 80 Anos de História e Milagres (São Luís, MA: Gráfica e Editora Maia, 2002), 53.
40 STREITHORST, W. J., Minha Vida na Amazônia (Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 1993), 20.
Alan G. Alexandre; Francisco A. de Pontes; Rodolfo F. de Sousa; Elder Hosokawa • 45
43“North Coast Mission,” Seventh-day Adventist Yearbook (Washington, D.C.: Review and Herald Publishing
Association, 1948), 165; “North Coast Mission,” Seventh-day Adventist Yearbook (Washington, D.C.: Review
and Herald Publishing Association, 1956), 149.
44 Carolina Vaz (secretária da Missão Piauiense), mensagem de e-mail em 28 de Junho de 2019.
48 • O Adventismo no Brasil
45 STORCH, G. S. “Vitórias e Derrotas no Evangelismo Público,” Revista Adventista 66, no. 7 (julho de 1971): 12.
46 STORCH, G. S. “Vitórias e Derrotas no Evangelismo Público,” Revista Adventista 66, no. 7 (julho de 1971): 13.
Alan G. Alexandre; Francisco A. de Pontes; Rodolfo F. de Sousa; Elder Hosokawa • 49
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BATES, José. As Aventuras do Capitão José Bates. 1. ed. Oregon: Adventist Pioneer
Library, 2017.
BECKEDORFF, R. Notícias. Revista Adventista. São Paulo, SP, Vol. 28, Nº 9, p. 14,
setembro, 1933.
HARDER, Palmer. 62 anos missionário no Brasil. São Paulo, SP: Centro Nacional da
Memória Adventista, 1995.
INGS, William. “Ship Labour in England”. Advent Review and Sabbath Herald. v. 57, n.
18, p. 284, may. 1881a. Disponível em: <http://documents.adventistarchives.
org/Periodicals/RH/RH18810503-V57-18.pdf> Acesso em 12 out. 2020.
LIPKE, John. “Missão Este Brasileira,” Revista Mensal. 6, no. 9 e 10 (Setembro e Outubro
de 1911): 11.
MAIOR, Euvaldo Souto. “Secretariado Nacional de Defesa da Fé,” Maria 28, no. 319
(Junho de 1940): 105.
NEUFELD, Don F. SDA Encyclopedia. M-Z Hagerstown, MD: Review and Herald
Publishing Association, 1996. v. 11.
NOTÍCIAS 94. “Bahia celebra 75 anos de Adventismo”. Revista Adventista. Tatuí, SP, vol.
90, nº 12, p. 13, Dez. 1994.
OLIVEIRA, S. M. “E por Falar em Pioneiros...” Revista Adventista ano 66, nº 10, p. 14, out.
1968.
PEDROZA, Alfredo Xavier. “Alerta, Católicos,” Maria 33, no. 8-9 (Agosto – Setembro de
1945): 143-144.
REVISTA ADVENTISTA. Novas Igrejas Organizadas. Santo André, SP, Ano 37, Nº 9, p.
32, setembro, 1942.
SANTOS, N. J.; SILVA, N. F. Contando nossa História. Salvador, BA: EGBA, 2019.
SCHWARCZ, Lilia M.; STARLING, Heloisa. M. Brasil: uma biografia. São Paulo, SP:
Companhia das Letras, 2018.
SKIDMORE, Thomas E. Brasil: de Getúlio a Castelo. São Paulo: Companhia das Letras,
2010.
SPIES Frederick W. “Brazil,” Review and Herald. 92, no. 51 (14 de outubro de 1915): 13.
__________ “Viagem à Bahia” in Revista Trimestral. Ano 02, n°. 09, janeiro de 1908.
56 • O Adventismo no Brasil
STORCH, Gustavo S. “A Obra na Bahia,” Revista Mensal 21, no. 3 (março de 1926): 7-8.
STREITHORST, Olga S., Leo Halliwell na Amazônia. Santo André, SP: Casa Publicadora
Brasileira, 1979).
STREITHORST, Walter J., Minha Vida na Amazônia. Tatuí, SP: Casa Publicadora
Brasileira, 1993.
WILCOX, Elmer H. “Notas da União Éste-Brasileira,” Revista Mensal 24, no. 3 (março de
1929): 13.
INTRODUÇÃO
elas são feitas. [...] como as religiões são parte desse mundo, é na natureza
que deveremos procurar a fonte ou as fontes da vida religiosa. Ora as únicas
forças morais superiores àquelas do indivíduo, que se encontram no mundo
observável, são as que resultam do agrupamento de forças individuais, da
síntese delas na e pela sociedade: as forças coletivas (DURKHEIM, 2012, p.
27- 28).
algo recente, mas este sempre caminhou de mãos dadas com a ação
proselitista (MARCELINO, 2019).
Segundo Stott (2008) em uma concepção mais tradicional,
evangelização seria exclusivamente a missão de toda igreja cristã. A
esperança da humanidade estaria em sua conversão aos princípios de
Cristo. Mas nesse sentido as estruturas sociais não necessitariam passar
por mudanças, pois estas já estariam condenadas a destruição final.
Entretanto, uma visão ecumênica que surgiu em meados de 1960,
acreditava em um outro papel da igreja. Caberia a esta a
responsabilidade de apontar as obras que Deus realizou, mas também
aquelas que ainda estaria realizando, e atuar por meio do serviço ao
mundo, atendendo suas necessidades sociais.
Ainda de acordo Stott (2008), com esse pressuposto, a visão
ecumênica estaria focada apenas na preocupação social e não daria
espaço para realização do evangelismo. No entanto, ao observarmos a
compreensão que a IASD tem sobre a ação evangelística, foi possível
verificar que esta entende ser a missão da igreja levar um pouco de
alívio para os sofrimentos das pessoas, somado ao dever de
compartilhar ou ensinar a história de Cristo. Para o movimento, essa
estrutura de pensamento - trabalho social como parte do evangelismo -
e acrescentamos, proselitismo, estaria respaldada na Bíblia
(MARCELINO, 2019).
Esse quesito é relevante quando levamos em consideração o
resgate das concepções apresentadas no início do texto, a partir de
Bourdieu (2015). Uma vez que o capital a ser adquirido é o fiel, as
estratégias tornam-se cada vez mais relevantes nas disputas
estabelecidas nesse campo. Assim, objetivos bem traçados em relação a
quem pretende-se alcançar, quando, como e onde, são questões que se
Bernadete Alves de Medeiros Marcelino • 73
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
BERGER, Peter L. O Dossel Sagrado: Elementos para uma Teoria Sociológica da Religião.
Tradução de José Carlos Barcellos. São Paulo: Paulus, 1985.
BOURDIEU, Pierre. A economia das trocas simbólicas. 8 ed. São Paulo: Perspectiva, 2015.
CUNHA, Filipe Brum. Imigração aos Estados Unidos da América: Análise histórica e
tendências no início do século XXI. Dissertação de mestrado em Estudos
estratégicos internacionais, Universidade Federal do Rio Grande do Sul, 2012.
GAARDER, Jostein; HELLERN, Victor; NOTAKER, Henry. O livro das religiões. Tradução
de Isa Mara Lando. São Paulo, Campanha das Letras, 2005.
NUNES, Maria José Rosado. A sociologia da religião. In. USARSKI, Frank. (Org.). O
espectro disciplinar da Ciência da Religião. São Paulo: Paulinas, 2007.
ROSA, Edson. (Org.). Esperança viva: Nossa missão é servir. Tatuí: Casa Publicadora
Brasileira, 2009.
SILVA, André Luiz Reis da. A nova ordem europeia no século XIX: os efeitos da dupla
revolução na história contemporânea. Ciências & Letras, Porto Alegre, n. 47, p. 11-
24, jan./jun. 2010 Disponível em: http://seer1.fapa.com.br/index.php/arquivos.
Acesso em: 18/08/2020.
SOARES, Afonso Maria Ligorio. A teologia em diálogo com a ciência da religião. In.
USARSKI, Frank. (Org.). O espectro disciplinar da Ciência da Religião. São Paulo:
Paulinas, 2007.
STOTT, Jhon. A missão cristã no mundo. Tradução de Roselene Sant’Anna. São Paulo:
Editora Candeia, 2008.
TUCKER, Ruth A. Missões até os confins da terra: uma história biográfica. São Paulo:
Shedd Publicações, 2010.
USARSKI, Frank. História da Ciência da Religião. In. PASSOS. João Décio; USARSKI,
Frank. (Orgs.). Compêndio de Ciência da Religião, São Paulo: Paulinas: Paulus, 2013.
WHITE, G. Ellen. Serviço Cristão: Como servir a Deus com prazer e alcançar resultados.
Tatuí: Casa Publicadora Brasileira, 2007.
Bernadete Alves de Medeiros Marcelino • 77
SITE:
http://www.adventistas.org/pt/institucional/missao-e-servico/acao-social/ Visitado
em: 01/10/2015.
3
LABIRINTO MISTO DE SELVA E ÁGUA: A AMAZÔNIA
NA OBRA DE LEO B. HALLIWELL
Diogo Gonzaga Torres Neto
1. INTRODUÇÃO
48 Nome dado, no âmbito administrativo dos adventistas, a um convite para trabalhar para a organização,
passando o mesmo a possuir status de missionário (ou obreiro) e posteriormente de aspirante ao ministério
(nome dado aos missionários que não eram ordenados como pastores).
49 Missão é o nome dado à estrutura administrativa de pequeno porte, no âmbito da Igreja Adventista, que
serve de suporte aos missionários e pastores. É a representação da pessoa jurídica da igreja na localidade.
50Hábitos e costumes derivados dos ensinos dos pajés e outras formas de curandeirismo muito comuns nas
descrições entre os diversos relatos missionários na região.
80 • O Adventismo no Brasil
2. UMA VOZ
seis meses de chuva; “as chuvas [que] caíam à hora certa cada dia e os
encontros eram marcados tomando-se como base a vinda da chuva –
antes ou depois dela”; sem contar a umidade intensa e o calor
respeitável.
A população possui a pele “amorenada” porque foi “tostada pelo
sol”; cabelos e olhos negros, estes em formato amendoado, em virtude
da mestiçagem com índios de incontáveis tribos indígenas. Costumam
usar redes para dormir em vez de cama; por existirem muitos rios, não
há necessidade de infraestrutura por parte do Governo,
[…] porque a população vive às margens dos rios e usa a canoa como meio
de transporte e comunicação. As famílias possuem canoas de tipos e
tamanhos diferentes, em lugar de carros e caminhões, as grandes avenidas
para transitarem são os rios. As ruas são os paranás, as vielas são os furos,
pois não tem saída; os lagos são as praças. (STREITHORST, 1979, p. 46).
pois sem ele o vale se estiolaria no vazio inexpressivo dos desertos. Esses
oásis fabulosos tornaram possível a conquista da terra e asseguraram a
presença humana, embelezaram a paisagem, fazem girar a civilização –
comandam a vida no anfiteatro amazônico. (TOCANTINS, 2001, p. 278).
[…] teriam ainda que beber água do rio, infestada de impurezas, e comer a
farinha de mandioca com peixe, principalmente o pirarucu salgado;
possivelmente teria encontros inesperados com animais ferozes e
traiçoeiros; trocaria a cama pela rede, onde até agora lhe parecia ser
impossível dormir, suportaria o calor escaldante dos trópicos; estaria
sujeito a tempestades inclementes durante as travessias em frágeis canoas;
encontraria oposição por parte do catolicismo e da pajelança.
(STREITHORST, 1979, p. 47).
Diogo Gonzaga Torres Neto • 89
certa noite, em meio aos rios, Halliwell teve um insight que sua esposa
achou extravagante e inviável: construir uma lancha exclusivamente
capaz de viajar tanto pelos grandes rios quanto pelos pequenos; assim
poderiam levar a pregação do Evangelho, pelo lado espiritual, e os
medicamentos, para tratar as doenças do corpo de forma gratuita a
quem precisasse.
Halliwell era engenheiro e com seu conhecimento científico
desenhou e projetou cada detalhe da embarcação. Em 1930 viajou para
os Estados Unidos, onde proferiu diversas conferências e palestras,
angariando fundos suficientes para a construção da Luzeiro I, que
possui 11 metros de cumprimento, por 3,5 metros de largura, e um
calado de 85 centímetros; a parte externa do fundo possui um formato
de VV, o que lhe permitia na baixa das marés ficar firme e fazer os
devidos reparos no casco quando necessário. A descrição da embarcação
é feita, aqui, no presente em virtude de esta, após mais de oitenta anos,
estar no museu da Faculdade Adventista da Amazônia, ainda intacta
desde sua viagem inaugural. Mestre Afonso foi contratado por ser o
maior construtor naval da localidade e um expert em madeiras da região.
Para sua construção, encomendavam-se em “árvores”, em virtude do
transporte, que era feito em “jangadas”: um tronco amarrado ao outro,
puxados por um “motor” até o estaleiro, onde seriam serradas em
tábuas. Para a quilha foi usada pau-d’arco; as falcas seriam de oito
árvores de itaúba; doze árvores de piquiá para o cavername; para o
acabamento interno foram encomendadas seis árvores de cedro. A
itaúba teve que ser cerrada no local, por ser muito pesada e não flutuar.
Cabe destacar que Mestre Afonso nunca tinha construído um barco tão
grande e diferente; chegou a duvidar se flutuaria, pois tinha uma proa
94 • O Adventismo no Brasil
[…] uma enorme sala tendo ao centro uma grande e forte coluna de madeira,
ou seja, um esteio que ia do chão ao teto. Havia vinte e uma redes presas a
este esteio, no centro, e as outras pontas das redes estavam presas às
paredes laterais, dando a ideia de uma roda com seus raios. Dentro de cada
rede estava um doente, e algumas delas balançavam, impulsionadas pela
febre elevada que fazia os doentes tremerem “como vara verde”, diziam
eles. Outros estavam molhados de suor frio que denunciavam estarem
5livres da febre por aquele dia, ao menos. Porque, se não fossem medicados,
ela voltaria com maior veemência no dia seguinte, ou dois dias depois, ou
mesmo três dias após. (STREITHORST, 1979, p. 66-67).
52 As obras da EFMM foram executadas entre 1907 e 1912. Estendeu-se por 366 quilômetros na Amazônia,
ligando Porto Velho a Guajará-Mirim, cidades fundadas pela EFMM, com a finalidade de escoamento das
borrachas boliviana e brasileira. Teve papel estratégico durante a II Guerra Mundial, mas decaiu seu uso com o
armistício. Em 25 de maio de 1966 foi desativada, sendo o trajeto substituído por duas rodovias federais, as
atuais BR-425 e BR-364.
96 • O Adventismo no Brasil
53 Por seu formato e habitat, o boto é descrito pela autora como um peixe; no entanto, trata-se de um mamífero
cetáceo.
Diogo Gonzaga Torres Neto • 97
Antes de partirem, com cuidado reparou que era uma ave que, antes de
voar, cantou mais uma vez “doeu, doeu, doeu”. Provavelmente um
papagaio ouvira o choro das crianças durante a vacinação (HALLIWELL,
1945, p. 13).
Ainda na década de 1930, quando procuravam um ponto de
pregação, escolheram uma casa. Na região grassava uma epidemia de
varíola, e vacinaram 250 pessoas, além de tratarem de outros doentes
naquele mesmo dia. Atuaram com medicamentos no combate ao
tracoma, um tipo de conjuntivite causada por bactéria, que pode levar à
cegueira e era tratado à época com sufatiazol, medicamento indicado
apenas para minorar o sofrimento, mas que na maioria das vezes curava
totalmente.
A natureza era feroz, na visão de Halliwell. Jacarés, cobras e onças
ganharam destaque em suas memórias, ao lado da beleza das aves da
Amazônia, dentre elas araras e tucanos. Certa vez, quando navegavam
pelo Estreito de Breves, que mais parece um labirinto de correntezas
que banham centenas de ilhas, relata que podiam ouvir o canto das
araras, que descreve como grandes pássaros de coloridos brilhantes,
que voam entre as palmeiras; encontraram também garças, que
cruzavam os rios em frente à lancha; e tucanos, com seus enormes bicos,
voando próximo à beira do rio; e aproximando-se mais podia-se avistar
um bando de macacos, que se assustavam com o barulho da embarcação
e se escondiam entre os arbustos, enquanto os missionários se dirigiam
a alguma comunidade.
98 • O Adventismo no Brasil
Fig. 3A. Galo-da-serra (Rupicola rupicola). Fig. 3B. Macaco-aranha (Ateles geoffroyi).
Foto: Günter Engel,00202015. Foto: Günter Engel, 2015.
Muitas vezes enquanto viajava pela Amazônia, percebi que algumas pessoas
vinham para as reuniões e faltava um de seus pés. Um homem contou-me
sua triste e dolorosa experiência. Ele foi picado por uma bushmaster, que é
considerada a mais temida cobra no Brasil. Ela é chamada de surucucu na
língua portuguesa. Como eles não possuíam antídoto na ocasião, fizeram
uma fogueira e amarraram com uma corda o pé que fora picado colocando-
o em seguida sobre a chama até ficar completamente carbonizado. Este é o
tratamento comum para as picadas de cobra entre aqueles que vivem nos
lugares mais longínquos. Se a vítima não morrer pelo alto grau da
queimadura ou outra infecção, não sentirá mais o efeito do veneno.
(HALLIWELL, 1945, p. 18, tradução nossa).
[…] para grande espanto de todos, viram a cobra enrolada, formando uma
enorme pilha como se fossem pneus, um em cima do outro, perto de 60 cm
de diâmetro. Ela media mais de três metros. A dona da cobra disse ser ela “o
gato da casa”, porque a jiboia pegava e comia todos os ratos que apareciam
dentro de casa. O pastor Leo quis pegar um pedaço de madeira para mexer
com ela, mas a senhora disse que não a molestasse porque era muito velha
e rabugenta. Acrescentou ainda que já tinha nove anos de idade e que
quando seus netinhos corriam ou faziam barulho em casa, a jiboia levantava
lentamente a cabeça uns 30 cm e emitia um som semelhante a “psiu, psiu,
psiu”. Estas cobras são tidas nas casas com muito cuidado e estimação,
porque são deveras úteis. E são respeitadas até pelas crianças!
(STREITHOSRT, 1979, p. 129).
[…] a silenciosa escuridão foi quebrada por milhares de sons comuns à noite
amazônica, a estranha sinfonia que tinha se tornado tão familiar para nós,
geralmente nós não ouvíamos em todo o seu detalhe. Percebemos uma vasta
mistura de sons do gigante sapo-boi e barulho de peixe saltando, o som de
um macaco ou de pássaro, o grunhido repentino de jacaré que mais parecem
roncos ao respirar […] A melodia da escuridão sobre o rio era uma coisa
impressionante […] Um inseto cessa seu som, um pássaro se agita, o barulho
das folhas tropicais. O som alto ou baixo da floresta pode significar vida ou
morte. Viver neste grande rio (Amazonas) é aprender a viver pelos sons
instintivamente, antes mesmo de ouvi-los. (HALLIWELL, 1959, p. 5,
tradução nossa).
coleta da borracha ou uma boa pesca. A oferenda dava tão certo, que em
certas vezes do ano os peixes pulavam dentro das embarcações, sem
precisar de anzóis. Halliwell muitas vezes testemunhou a piracema –
período que os peixes sobem o rio até a nascente para desovar – e
saboreou vários tambaquis que se jogavam dentro da Luzeiro I.
Um dos vegetais em abundância na Amazônia é um tipo de abóbora
local. A própria Sra. Halliwell podia preparar diferentes pratos de
abóboras para cada dia da semana devido à falta de alimentos de origem
animal em certos lugares mais distantes das comunidades, quando os
peixes ficavam escassos. Halliwell (1945; 1959) relembra que muitas
vezes, em agradecimento, as pessoas tratadas davam provavelmente o
único ovo que possuíam; outra vezes, por sorte, eram presenteados com
um cacho de banana. Certa vez ganharam um pedaço de carne de veado
e, mesmo não comendo carne de caça, aceitaram para não fazer desfeita;
mais à frente encontraram uma mulher que trazia em sua canoa um
cacho de bananas bem maduras e lhe propuseram a troca; a mulher
achou vantajosa a troca da carne pela fruta, pois a carne renderia muitos
dias de alimento para seus filhos, que estavam passando fome. Assim
como os seringueiros, os Halliwell tiveram que se adaptar ao ambiente
quente e ao pouco alimento, aprenderam a conhecer as plantas que se
podiam comer, entre elas a cassava (mandioca), que deveria ser
processada para ficar livre das substâncias venenosas e com a qual se
podiam depois preparar dois tipos de farinhas (seca e d’água) e uma
iguaria deliciosa, a tapioca, cuja goma era misturada com a noz da
Amazônia; a castanha-do-brasil (ou castanha-do-pará), que se comia
com uma bebida chamada açaí, geralmente em uma tigela de cuia.
Halliwell (1945) tomava o açaí misturado com farinha ou açúcar, às vezes
misturado com banana.
104 • O Adventismo no Brasil
54 Um antigo tuxaua levou o látex extraído da seringueira para vender em uma cidade mais próxima. Ao pesar
a mercadoria, o comerciante disse: “Cinco quilos”. O índio, que não tinha noção do peso, ficou feliz ao receber
a soma em dinheiro e, ao voltar para casa, por achar bonito o som aos seus ouvidos, mudou o nome da vila
para Cinco Quilos (STREITHORST, 1979, p. 118).
Diogo Gonzaga Torres Neto • 107
5. O DESCANSO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
agora um mundo com novo significado: “em muitos lugares onde não
havia nada, agora há igrejas e escolas. Jovens que teriam morrido de
alguma doença tropical e que sobreviveram em meio à superstição,
violência e crimes, hoje estão indo às nossas escolas” (HALLIWELL,
1959).
Quanto aos aspectos infernais da Amazônia de Halliwell, trata-se
na verdade de um discurso etnocêntrico e político, que atravessa o foco
narrativo. Além dos traços descritivos, percebe-se mediante exercício
hermenêutico em Gadamer e Ricoeur, que o discurso sociopolítico se
mistura com o discurso missionário presente na obra. Nesse ponto é
possível até mesmo fazer uma aproximação com Euclides da Cunha (À
Margem da História) com o projeto literário de Rangel consultado por
Halliwell.
Ao longo do Rio Amazonas segundo Halliwell (1959), o trato com
higiene, limpeza, valor da água, novos métodos de viver e cozinhar, bem
como novos estilos de alimentação, mudaram a qualidade de vida de
muitos. Não mais era um mundo de epidemias de malária; no entanto,
a “dama da noite” assola e tira algumas vidas na região ainda hoje. As
doenças mencionadas nos relatos de Halliwell deixaram de ser o terror
no interior; ficando relativamente nos anos 1960 sob controle
governamental e tratamentos mais acessíveis e com o Estado mais
atuante.
Halliwell deixa para a posteridade dois livros nos quais contam
suas crônicas e outras narrativas, frutos de décadas de trabalho
voluntário. Quanto aos seus feitos administrativos, começou com duas
clínicas – uma em Manaus, outra em Belém – que se transformaram em
dois grandes hospitais, hoje referência nos Estados do Amazonas e do
Pará. Das vinte igrejas implantadas, hoje são mais de três mil templos
Diogo Gonzaga Torres Neto • 115
REFERÊNCIAS
HALLIWELL, Leo B. Light Bearer to the Amazon. Nashville: The Southern Publishing
Association, 1945.
________________. Light in the Jungle. New York: David McKay Company, 1959.
KRÜGER, Thomas. Panthera Onca. Disponível em: < www.1zoo.me > ; acesso em 28.
Jan.2016.
PINTO, Renan Freitas. Viagem das idéias. 2ª.ed. Manaus: Valer, 2008.
Placa de entrada do
D. Menslin; E. Bertazzo; F. Ribeiro; G. Abraços; M. Tonasso; R. Keppke • 133
56 Sigla de Instituto Adventista de Ensino, nomenclatura utilizada até 1999 do atual UNASP São Paulo.
134 • O Adventismo no Brasil
BIBLIOGRAFIA
DOUGLAS, Mary. Como as instituições pensam. São Paulo, SP: EDUSP, 1998.
GUARDA, M. D. Unasp, muito além do ensino: 100 anos de história (1915- 2015).
Hortolândia: Multicomm, 2015.
LUDTKE. Daniel. Esperança e Futuro. In.: GUARDA, M. D. UNASP: Muito além do Ensino.
100 anos de história (1915-2015). Multicomm. Hortolândia, SP. 2015.
flow.page/memoriaunaspsp
5
TRADIÇÕES GASTRONÔMICAS:
DA ESCOLA À FÁBRICA
Emily Kruger Bertazzo
INTRODUÇÃO
57 Exemplos de alimentos impuros citados nestes trechos: camelo, lebre, coelho, porco, pato, peixes sem
escama, frutos do mar, insetos etc.
138 • O Adventismo no Brasil
Um dos grandes erros nos quais muitos insistem, é que a força muscular
depende da alimentação cárnea. Mas os simples cereais, frutas das árvores
e verduras têm todas as propriedades nutritivas necessárias para produzir
um bom sangue. Isto um regime de carne não pode fazer (WHITE, 2008, p.
316).
58 Já comentadas com mais profundidade em outras publicações, vide BERTAZZO, Emily Kruger. Tradições
Gastronômicas: origens e legados. In: MENSLIN, Douglas; BERTAZZO, Emily Kruger; RIBEIRO, Francisco; ABRAÇOS,
Gabriela (org.). UNASP no Tempo. São Paulo: UNASPRESS, 2021. cap. 4, p. 71-87 e OLIVEIRA, C. B. K.; BERTAZZO,
E. K.; LISBOA, D. Unasp Gourmet: Receitas inesquecíveis da doce vida na Colina. São Paulo: Centro de Memória
Unasp São Paulo, 2017.
142 • O Adventismo no Brasil
DA ESCOLA À FÁBRICA
Foto tirada antes de 1920, acervo de Elder Hosokawa, doado pela família Steen
59 Os fundadores da instituição tinham origem alemã, e muitos alunos eram filhos de famílias alemãs
adventistas, portanto a língua alemã era comum nos primórdios do Seminário.
148 • O Adventismo no Brasil
60O "café de cerais” era feito de grãos de cevada ou de milho, e tinha o objetivo de substituir o café e o chá
preto, bebidas estimulantes amplamente difundidas nos costumes brasileiros e norte-americanos, porém
condenadas por Ellen White como maléficas para a saúde (WHITE, 2020, p. 420).
150 • O Adventismo no Brasil
Foi o diretor Ellis Maas que mais uma vez incentivou a retomada
da produção do suco de uva e o feitio de outros produtos ainda nos anos
1930. A princípio, o suco foi comercializado como Suco de Uva Excelsior
mas, por já existirem outros produtos no mercado brasileiro com este
nome, foi preciso alterar a nomenclatura. (HOSOWAKA, 2001, P. 125)
Uma parte curiosa da história da Superbom é a origem de seu
nome. Fontes orais indicam que o nome teria origem em uma visita feita
pelo Pr. Domingos Peixoto à seu amigo de infância Getúlio Vargas, no
início dos anos 1940. Ao oferecer o suco de uva produzido no colégio,
Getúlio teria dito que o suco não era bom, era “superbom”, e desta
ocasião os líderes do colégio teriam tido a ideia de colocar este nome em
sua fábrica de produtos alimentícios (RENTFRO, 1997).
A primeira vez que o termo “superbom” é encontrado no acervo
online da Revista Adventista é em novembro de 1942 “Este ano
fabricamos 55.000 garrafas de suco de uva "Superbom" e já precisamos
controlar as vendas, afim de que o referido produto não venha a faltar
antes da próxima safra”. Neste período, a fábrica já produzia também
“suco de tomate, suco de amora, geleias de uva e amora, creme de
amendoim, mel especial, flor de trigo, arroz e milho, etc” (SILVA, 1942,
p. 16).
Era costume do diretor do colégio Domingos Peixoto enviar
produtos do colégio de presente para autoridades brasileiras. O registro
escrito de que alguma autoridade teria mencionado a palavra
“superbom” veio desta mesma edição da revista, na mensagem do
General Boanerges Lopes de Souza:
grande júbilo cívico, por verificar que a orientação seguida pelo Colégio
Adventista se tem concretizado por realizações de cunho prático, com
aspecto industrial, o que é de grande proveito para os alunos. Além da
educação intelectual, espiritual e moral, recebem os alunos ensino prático
que os encaminhará no futuro. Oxalá os demais estabelecimentos de ensino
do País seguissem análoga orientação (SILVA, 1942, p. 16).
LEGADOS
61 que em 1963 passou a se chamar Instituto Adventista de Ensino, atual UNASP São Paulo.
62 Formato empregado desde os primórdios do Seminário, no qual alunos com condições financeiras limitadas
trabalhavam nos departamentos do colégio em troca de desconto no valor das mensalidades.
154 • O Adventismo no Brasil
REFERÊNCIAS
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2077-1444/9/9/251. Acesso em: 8 jun. 2021.
65 Lista organizada por HOSOKAWA, 2002, e atualizada com informações da secretaria da Superbom.
Emily Kruger Bertazzo • 157
GNUTZMANN, João. Missão: África & Amazônia. Rio de Janeiro: Golden Star
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SILVA, Domingos Peixoto da. O Colégio Adventista Brasileiro: de São Paulo. Revista
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STEEN, Thomas W. A Vida Dum Alumno Interno. Revista Mensal, Estação de São
Bernardo, v. 21, ed. 12, p. 1-16, dez. 1926. Disponível em: https://acervo.cpb.
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VASCONCELOS, Edson. Uma visita à fabrica Superbom. O Colegial, Santo Amaro - São
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WHITE, Ellen G. Conselhos Sobre o Regime Alimentar. Tatuí, 2020. Disponível em:
http://ellenwhite.cpb.com.br/livro/index/17/419/440/bebidas. Acesso em: 1 jul. 2021.
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Disponível em: http://www.centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/Fundamentos%
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WHITE, Ellen G. Medicina e Salvação. Washington D. C.: Ellen G. White Estate, 2008. 382
p. Disponível em: http://www.centrowhite.org.br/files/ebooks/egw/Medicina%20
e%20Salva%C3%A7%C3%A3o.pdf. Acesso em: 8 jun. 2021.
6
A EXPERIÊNCIA RELIGIOSA DE OBREIROS
ADVENTISTAS JUBILADOS
Francisco Luiz Gomes de Carvalho
66A utilização da nomenclatura “obreiro jubilado” significa dizer que o mesmo faz parte do grupo daqueles
que, depois de anos dedicados ao ministério adventista encontram-se nos anos de aposentadoria.
Francisco Luiz Gomes de Carvalho • 161
Concluindo, quero deixar muito claro que [...] para um pastor ter êxito em
seu ministério é a unção do Espírito Santo. Com esta unção ele fará um
ministério Cristocêntrico e poderoso (Anísio Chagas, apud SARLI, 2007, p.
61).
Aos novos pastores que estão nas lides da seara de Deus hoje, nós dizemos:
Consagrem-se ao trabalho de Deus de todo o coração. Dediquem-se a buscar
os perdidos e a alimentar e confortar a igreja até a volta de Jesus. E no Reino,
terão a eterna recompensa (Alcides Campolongo apud SARLI, 2007, p. 51).
[...] aos que têm convicção do chamado divino eu diria: Não cometam a
loucura de não aceitar. [...] Se Deus chamou, lembrem-se de que é a maior
honra concedida a mortais: ser representantes, porta-vozes do Senhor do
Universo e Único e Supremo Deus. Aguardemos, portanto, com ânimo e fé,
o dia em que pudermos esgotar o tempo aqui na terra, e einvadir a
eternidade (Gerson Pires de Araújo apud SARLI, 2007, p. 187).
ambições pessoais e seguir um caminho que nem sempre será fácil, mas que
terá recompensas eternas (Osmar Reis apud SARLI, 2007, p. 372).
Bem cedo aprendi a orar com minha mãe, e à medida que crescia e me
desenvolvia, passei a orar cada vez mais (Orlando Ruben Ritter apud SARLI,
2007, p. 390).
Minha comunhão com Deus, desde a minha mocidade, tem sido contínua,
pois Ele é a força que impele a minha vida e de toda a minha família. Desde
o princípio nossa militância, tanto na igreja como no ministério, foi
respaldada por uma constante ligação com o Senhor. Nosso costume
familiar tem sido, religiosamente, realizar o culto matinal, cooperar com a
igreja em tudo que nos seja possível, e estar sempre presente em todas as
atividades congregacionais (Claudomiro Franco Fonseca apud SARLI, 2007,
p. 97).
Minha mãe era muito devota, e sempre foi a minha inspiração na vida
espiritual. Lembro-me bem de que, às vezes, ao levantar-me de madrugada
para ir ao sanitário, passando pelo seu quarto a via de joelhos orando em
favor dos filhos. Este episódio nunca saiu de minha mente. [...] Já estudando
no colégio, nunca duvidei da presença de Deus em minha vida. É bem
Francisco Luiz Gomes de Carvalho • 173
verdade que surgiram muitas provações, porém, todas foram vencidas, não
só nos estudos, mas principalmente, no campo missionário. Isto durante 38
anos de trabalho (Olival Moreira da Costa apud SARLI, 2007, p. 340).
que eles entendem por comunhão com o ser divino. A grande maioria
dos relatos apresenta que tais obreiros acabaram por seguir um plano
que envolvia estudo da Bíblia, leitura dos livros da escritora Ellen G.
White, além de literatura denominacional. A experiência religiosa do
tipo fascinante e tremenda é aspecto secundarizado e minimamente
indiciado na escrita autobiográfica de tais obreiros, dadas as marcações
racionalizadoras que balizaram tal experiência.
Se por um lado, a incidência dessas marcações racionalizadoras e
sistemáticas revelam um componente característico do protestantismo,
por outro podemos perceber as marcas institucionais adventistas na
conformação da experiência religiosa de seus obreiros, posto que pela
leitura de obras de Ellen G. White e de literatura denominacional esses
obreiros mantinham-se alinhados à teologia adventista que, em muito
se nutre dos escritos whiteanos e que atualiza o interesse na
manutenção identitária denominacional que considera que os escritos
de Ellen G. White constituem uma contínua fonte de autoridade.
Acerca dessa relação que o crente adventista, neste caso o obreiro,
estabelece com a Bíblia afirmamos que a mesma não se dá de forma
estritamente direta, nem mesmo espontânea, pois a intervenção de
leituras de apoio termina por indicar restrições sobre o que se lê e,
especialmente a respeito do que se deve entender da leitura. Enfim, se
estabelece um controle referente o discurso ou saber evocado a partir
da leitura da Bíblica (BRAVO PEÑA, 2016).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERENCIAS
GUSDORF, Georges. Lignes de vie 1. Les écriture du moi. Paris: Odile Jacob, 1991.
SARLI, Tercio (Org.). Minha Vida de Pastor. Campinas: Certeza Editorial, 2007.
SMART, Ninian. The Religious Experience. 5th ed. Prentice-Hall. Inc. Simon &
Schuster/ A Viacom Company Upper Saddle River, New Jersey, 1996.
67 Texto original: “All the world must hear the tidings of the "gospel of the kingdom," Carried to remotest nations
by the heralds of the cross”.
68 O termo é tomado neste capítulo com o sentido de informar que se refere àqueles que atuariam nas mais
diversas frentes missionárias do adventismo, neste caso atuando como pastores, obreiros bíblicos, colportores,
professores e administradores.
Francisco Luiz Gomes de Carvalho • 183
[..] o único meio de viver que agrada a Deus não está em suplantar a
moralidade intramundana pela ascese monástica, mas sim, exclusivamente,
em cumprir com os deveres intramundanos, tal como decorrem da posição
do indivíduo na vida (WEBER, 2004, p. 72).
69 O periódico tornou-se a revista oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia, no entanto, teve seu nome mudado
várias vezes, sendo a última para Adventist Review. É comumente chamada de Review e seus números
encontram-se eletronicamente disponíveis em: <https://documents.adventistarchives.org/
default.aspx>. Acesso em: 20 mar. 2022.
188 • O Adventismo no Brasil
70 No original o texto é como segue: “[...] became an essential instrument to consolidate the faith of hundreds
of Adventists believers and to propagate their beliefs”.
71“[...] the journal became a Messenger of hope and salvation and was often the only reliable means of
comunication. The paper nourished their spiritual life, placed them in contact with other Adventists who
encountered the same experiences as they, and warned them against erroneous teachings”.
Francisco Luiz Gomes de Carvalho • 189
que ela continue firme nos princípios bíblicos e como um farol na escuridão
circundante (ORROCK, 1847, p. 46 apud FORTIN, 2004) 72.
72 John M. Orrock to Joshua V. Himes, Advent Herald, march 17, 1847. O original apresenta-se da seguinte
forma: “I feel that the ‘Herald’ is needed at the present time, while darkness is covering the land, and gross
darkness the people. I hope it will still continue on Scriptural principles, and stand as a beacon in the
surrounding darkness”.
73 O texto original é: “[...] it was around these periodicals that the emerging denominations coalesced. Indeed,
at the beginning, it was the publication societies that were the denominations even though technically the
papers were agents of larger overall parent bodies”.
190 • O Adventismo no Brasil
74 No original: “Writing and publishing were means of spreading the truth from the very beginning of the
message”.
75 A emergência das sociedades missionárias é tida como um fenômeno notavelmente iluminista que
inicialmente caracterizou o cenário dos países protestantes, mas que alcançou seu ápice por volta dos anos
1880 por ocasião da política imperialista do século XIX. BOSCH, David J. Missão transformadora: mudanças
de paradigma na teologia da missão. Tradução: Geraldo Kornodörfer e Luis M. Sander. São Leopoldo, RS: Sinodal,
2002.
Francisco Luiz Gomes de Carvalho • 191
Haja visto que, por volta do das últimas décadas do século XIX já
havia vários núcleos de adventistas na América do Sul, a Comissão de
Missões Estrangeiras da Associação Geral da Igreja Adventista do
Sétimo Dia em reunião realizada em 3 de janeiro de 1890 sugeriu a
imigração de obreiros de sustento próprio para o continente
(GREENLEAF, 2011). Um dos membros da Comissão de Missões
Estrangeiras, Percy T. Magan aconselhou que a obra adventista no
continente sul-americano deveria trabalhar o território a partir de três
línguas – francês, espanhol e italiano, indicando a importância de se
começar
[...] com aqueles cujos modos e costumes são mais semelhantes aos nossos
e então, por etapas, à medida que a providência de Deus abrir caminho,
Francisco Luiz Gomes de Carvalho • 193
trabalhar com aqueles separados de nós por hábitos de vida, sem mencionar
a língua e suas formas de governo (Percy T. Magan apud GREENLEAF, 2011,
p. 28).
Não podemos fechar sem antes trazer de o valor do povo alemão neste
grande país. Estamos seguros em dizer que há mais de 200.000 dessa
nacionalidade espalhados em diferentes Estados [...] Colônias de vários
milhares de almas no Estado do Espírito Santo [...]. Depois, há as grandes
colônias nos três Estados do Sul, Paraná, Santa Catarina e Rio Grande do
Sul, com muitas boas aberturas, e em uma das quais ouvimos há núcleos de
guardadores do sábado (STAUFFER, 1894, p. 116) 76.
76 O original apresenta o texto da seguinte forma: “We cannot close without bringing before you the worth of
the German people in this great country. We are safe in saying there are more than 200,000 of this nationality
scattered through different States […] Colonies of several thousand souls in the State of Espirito Santo [...].Then
there are the large colonies in the three southern States, Parana, Santa Catharina, and Rio Grande do Sul, with
many good openings, and in one of which we hear there is a company of Sabbath-keepers already”.
194 • O Adventismo no Brasil
[...] a grande maioria das Igrejas Evangélicas do Brasil deve sua existência à
Sociedade Bíblica, e, com igual certeza pode ser asseverado que a pessoa
mais temida pelos sucessores da linhagem dos Padres Jesuítas, é o colportor
da Bíblia (GLASS, s. d., p. 298, 43, 97-98).
77 Texto original: “In our printing-office, which is located in the main building of our school, we are quite busy
now. We print one German and two Portuguese journals every month. Next month we expect to print an extra
number of our paper O Arauto da Verdade (Herald of Truth). About seven thousand copies have already been
ordered, so we probably can print an edition of ten thousand. Besides that, we now print "His Glorious
Appearing", our second book in the Portuguese language, on our own press”.
Francisco Luiz Gomes de Carvalho • 197
Se bem que o plano não era algo inédito, visto que tal já era aplicado
em outros países (MARRONI, 2000), no entanto, no Brasil ele é aplicado
quase que imediatamente ao inicio do funcionamento da instituição de
formação dos obreiros, o que contribui para asseverar uma clara
diretriz da intencionalidade da liderança administrativa para atuação
dos estudantes enquanto frequentavam o Seminário. Neste esteio
tornamos conhecido o testemunho de um egresso da instituição em
1922, Luiz Waldvogel que informa em sua autobiografia um pouco da
atuação do colportor estudante no período das férias, indicando que o
trabalho abrangia além da venda de publicações. Diz ele:
78 Texto original: “Door-to-door selling, loaning, or giving away of Adventist books and pamphlets provided an
introduction. As these canvassers found interested persons, they made appointments for Bible instruction. […].
In this way Adventist churches were established in many major cities where there had been none before”.
202 • O Adventismo no Brasil
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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214 • O Adventismo no Brasil
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Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2004.
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8
A EDUCAÇÃO ADVENTISTA NO BRASIL:
UMA ESTRATÉGIA MISSIONÁRIA
Francisco Luiz Gomes de Carvalho
Dayse Karoline S. S. de Carvalho
BREVE OLHAR
Latina era pagã e que “[...] o catolicismo praticado aqui havia se afastado
demais do cristianismo” (BELLOTTI, 2010, p. 61).
Posto que caracteristicamente marcada como protestantismo de
missão, visto que considerava o Brasil como campo missionário devido
à sua maioria populacional católica (SCHUNEMANN, 2002), a IASD
tendo se instalado no Brasil estabeleceu escolas paroquiais de educação
elementar avançando a duras provas na oferta educacional em outros
níveis. Ao considerar os fatores denominacionais internos, bem como o
momento histórico do Brasil, Hosokawa (2001) indica que a inserção da
IASD
79 Para informações mais detalhadas acerca desta instituição consultar: BENCOSTTA, Marcus L. A. Educação
escolar norte-americana no Brasil do século XIX: trajetórias históricas de um colégio protestante em São Paulo
(1869-1892). In: BENCOSTTA, Marcus L. A, etall. Memórias da educação; Campinas (1850-1960). Campinas:
Unicamp, 1999; BENCOSTTA, Marcus L. A. Ide por todo mundo: a província de São Paulo como campo de
missão presbiteriana (1869-1892). Campinas: Unicamp/CMU, 1996.
Francisco Luiz Gomes de Carvalho; Dayse Karoline S. S. de Carvalho • 223
80Texto original: “[…] work to better advantage than those who came from abroad. […] And some would,
perhaps, never so fully adapt themselves to all these things that they could be a blessing to the people of Brazil.
Francisco Luiz Gomes de Carvalho; Dayse Karoline S. S. de Carvalho • 227
81 Texto original: “[…] planning a small industrial school on a self-supporting basis in the state of Rio Grande
do Sul for the training of workers. A school in Santa Catharine has already been doing good work. The results
are seen principally in the number of church schools established in the conference, a most necessary thing in
a country where but few have any educational advantages whatever”.
82 O texto original apresenta: “This institution offers a two years' course in German and Portuguese. The Bible
takes the first place in the studies. Instruction is also given in nature study, physiology, grammar, geography,
arithmetic, writing, singing, music, dress cutting, sewing, hand-work”.
228 • O Adventismo no Brasil
83 O original apresenta: “Our school has a well-defined purpose. Its mission is to train workers to carry the gospel
to the inhabitants of Brazil. […] In educating the youth of both sexes we hope to turn out able canvassers, who
can spread a knowledge of present truth with success, and to prepare Bible workers, teachers, and ministers
who can proclaim to the world the last warning message […]”
Francisco Luiz Gomes de Carvalho; Dayse Karoline S. S. de Carvalho • 229
fins do século XIX e início do XX. Especialmente por ter em seu território
grandes lavouras de café, abrigar uma diversidade de imigrantes
europeus e ser cortado por extensas estradas de ferro, o estado de São
Paulo deteve grande parte do monopólio do desenvolvimento nacional
e do incipiente mercado interno (GOMES, 2000). Além do que, cabe aqui
afirmar que nas terras paulistas, dentre outras denominações
protestantes, o Presbiterianismo gozou de grande crescimento nos anos
finais do século XIX, especialmente
[...] por conta de sua ação evangelizadora na trilha do café, conseguido pela
forma de inserção escolhida por esse grupo, aproveitando os grandes
períodos de ausência de atendimento pastoral católico em regiões
interioranas [...] (BELLOTTI, 2010, p. 60, 61).
84Para maiores detalhes acerca do pensamento educacional da época, ver: ROCHA, Marlos B. M. Matrizes da
modernidade republicana: cultura política e pensamento educacional no Brasil. Brasília: Ed. Plano; Campinas:
Autores Associados, 2004.
236 • O Adventismo no Brasil
85Para informações a respeito desta educadora consulte: LAGUNA, Shirley Puccia. Reconstrução histórica do
curso normal da Escola Americana de São Paulo (1889-1933): internato de meninas: uma leitura de seu
cotidiano e da instrução e educação feminina aí ministradas. Dissertação de Mestrado. São Paulo: Pontifícia
Universidade Católica de São Paulo, 1999, 354f.
86 Importantes informações que destacam a obra de missionárias norte-americanas no Brasil ao longo do
século XIX podem ser obtidas em: ALMEIDA, Jane Soares de. Missionárias norte-americanas na educação
brasileira: vestígios de sua passagem nas escolas de São Paulo no século XIX. Revista brasileira de educação,
vol.12, n.35, 2007, pp. 327-342. Disponível em: <http://www.scielo.br/scielo.php?
script=sci_issuetoc&pid=1413-247820070002&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 24 ago. 2014; NICACIO, Jamilly
da Cunha; RIBEIRO, Arilda Inês M. Educadoras norte‐americanas solteiras: disponibilidade para o trabalho
missionário presbiteriano no Brasil. Anais Eletrônicos IX Seminário nacional de estudos e pesquisas
“história, sociedade e educação no Brasil”. Disponível em: <http://www.histedbr.fae.
unicamp.br/acer_histedbr/seminario/seminario9/PDFs/4.11.pdf>. Acesso em: 24 ago. 2014.
Francisco Luiz Gomes de Carvalho; Dayse Karoline S. S. de Carvalho • 237
87 A atenção dos líderes adventistas a respeito da importância de São Paulo para o investimento
denominacional no Brasil pode ser identificada em diversos artigos publicados na Review and Herald da década
de 1910. Dentre eles, destaco: SPIES, F. W. Conditions in Brazil. The Advent review and sabbath herald. vol.
83, n. 16. Battle Creek, Michigan, 19 April, 1906, p. 15. Disponível em:
<http://www.adventistarchives.org/doc_info.asp?DocID=90887>. Acesso em: 15 jan. 2014.
SPICER, W. A. In newer Brazilian fields. The Advent review and sabbath herald. vol. 83, n. 31.Battle Creek,
Michigan, 2 August, 1906, p. 4-5. Disponível em: <http://www.adventistarchives.org/
doc_info.asp?DocID=92273>. Acesso em: 16 jan. 2014.
238 • O Adventismo no Brasil
88 O texto original: “The provinces of Parana and Sao Paulo are ripe for the harvest, as is also all Brazil [...] the
great and perplexing question will be, What can we do to meet the demands of the hour? There are so few to
enter the many openings that it makes one feel sad”.
89 Texto original: “[…] the province of Sao Paulo, in which there is no worker, and the province of Parana, in
which there is only one, also call for more workers […]”.
Francisco Luiz Gomes de Carvalho; Dayse Karoline S. S. de Carvalho • 239
90 Texto original: “We find the Brazilians ready to study God's Word, the greatest drawback being that but few
of them are able to read. But as the glory of the third angel's message enlightens the world, it is also dispelling
the darkness of the benighted minds in Brazil, even of those who can not read”.
240 • O Adventismo no Brasil
91 Texto original: “In fact, so far as the work among the Portuguese-speaking Brazilians is concerned, the most
promising fields are these States of the middle south Atlantic seaboard. […] It is in these very portions of the
country that the Bible Society colporteurs have had most success in selling the Bible. This splendid effort of the
colporteurs is placing about sixty thousand copies of the Book of books in priest-ridden Brazil every year”.
92 Acerca da obra dos colportores como instrumentalização de inserção da mensagem protestante no Brasil
maiores informações podem ser obtidas em: GIRALDI, Luiz Antônio. A Bíblia no Brasil República: como a
liberdade religiosa impulsionou a divulgação da Bíblia no país de 1889 a 1948. Barueri, SP: Sociedade Bíblica do
Brasil, 2012.
Francisco Luiz Gomes de Carvalho; Dayse Karoline S. S. de Carvalho • 241
93 Texto original: “The city of Sao Paulo, with over a quarter of a million, is perhaps the most modern and
European city in South America. It is an educational center in Brazil, and all the appointments of the city seem
quite up to date. About half the population is Italian, and as soon as we have Portuguese literature to sell, such
cities as these ought to be worked with Portuguese, Italian, and German literature together”.
94Texto original: “The situation appeals to us to seek somehow to supply workers for these needy fields. […]
The harvest truly is great, and the laborers are few. Here against the call to prayer to the Lord of the harvest”
242 • O Adventismo no Brasil
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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AUTOBIOGRAFIAS
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PERIÓDICOS ESTUDANTIS
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9
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BRASIL: UM BREVE OLHAR ACERCA DA
VISÃO DOS ADVENTISTAS
Francisco Luiz Gomes de Carvalho
Kédima Ferreira de Oliveira Matos
95Informação extraída literalmente do site da ABPC, disponível no link: <IMPACTO.ORG.BR - index - portal>.
Acesso em: 02 mar. 2022.
Francisco Luiz Gomes de Carvalho; Kédima Ferreira de Oliveira Matos • 273
CRIACIONISMO-CIENTÍFICO
96 https://www.icr.org/tenets
Francisco Luiz Gomes de Carvalho; Kédima Ferreira de Oliveira Matos • 277
ESTRATÉGIAS DE DIVULGAÇÃO
Disponível em:<https://bityli.com/BgXrOK>.
Acesso em: 01 Abr. 2022.
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SILVA, Wellington dos S.; SILVA, Danielle Palma A. Silva; MACHADO, Márcio Fraiberg.
Casa Publicadora Brasileira. In: SILVA, Wellington dos S. (Org.) Uma Introdução à
História do Criacionismo Adventista no Brasil. Brasília: Sociedade Criacionista
Brasileira, 2017.
SILVA, Wellington dos S.; MEDEIROS, Augusto. Sociedade Criacionista Brasileira: Ruy
Carlos de Camargo Vieira. In: SILVA, Wellington dos S. (Org.) Uma Introdução à
História do Criacionismo Adventista no Brasil. Brasília: Sociedade Criacionista
Brasileira, 2017.
INTRODUÇÃO
101 Localizada na Travessa Barão do Triunfo - entre a Av. Almirante Barroso e a Av. João Paulo II -, no Bairro do
Marco, em Belém do Pará. Inaugurada em 1979, na época da minha pesquisa contava com aproximadamente
2.200 membros, sendo a maior do estado.
290 • O Adventismo no Brasil
102 Organizada formalmente em 2013, é resultado de um trabalho iniciado por dois capelães do HAB,
atualmente é uma igreja organizada e instalada em um amplo templo no 5º andar do estacionamento do
referido hospital.
103 A saga empreendida por Leo Halliwell com suas lanchas denominadas de LUZEIRO foi analisada na recente
tese de Diogo Torres Neto (2019), defendida junto à Universidade Federal do Amazonas.
Ismael Fuckner • 291
104 Em minha opinião, Ellen White apresentou as características apontadas por Weber para a definição de um
profeta (no caso dela, uma profetisa), como pode ser confirmada a partir da seguinte afirmativa do autor: “Por
‘profeta’ queremos entender o portador de um carisma pessoal, o qual, em virtude de sua missão, anuncia uma
doutrina religiosa ou um mandado divino”. (WEBER, 2009, p. 303)
105 Utilizo aqui o conceito de Modernidade construído por Pierre Sanchis (1997: 104): “... a representação ideal
do indivíduo portador de uma razão única, de uma decisão soberana, que se exerce nos quadros de uma lógica
universal”.
292 • O Adventismo no Brasil
106 Este é o tema da tese defendida por Prestes Filho (2006). O autor informa que no ano de 1926 veio ao Brasil
o pastor Alvin Nathan Allen, inicialmente para ser professor no Colégio Adventista Brasileiro (atual Universidade
Adventista de São Paulo). “No ano seguinte ele iria realizar uma viagem para conhecer o Araguaia e sua
população com a finalidade de definir um local para estabelecer uma missão indígena” (PRESTES FILHO, 2006,
p.79).
Ismael Fuckner • 297
Enquanto trabalhei nessa área de saúde, extraí mais de 20.000 dentes. Nosso
trabalho era árduo. Durante o dia atendíamos as pessoas, por que além de
nosso dever para com a Obra adventista, tínhamos que prestar relatórios
aos governos dos Estados do Maranhão e Piauí. À noite, minha esposa
contava histórias bíblicas e educativas para as crianças. Ministrávamos
aulas sobre higiene, e também estudávamos as Sagradas Escrituras. (SARLI,
2007, p. 291)
107 Não é minha intenção aprofundar esse tema de grande relevância para os ASD, pois reconhecem seu
legado na assistência, médica, dentária e social desenvolvido nessas embarcações. Para maiores informações,
incluindo fotos e dados pormenorizados, sugiro a leitura da tese de Torres Neto (2019).
300 • O Adventismo no Brasil
Nos rios encontramos os peixes dos mais variados tipos, a começar pelo
boto que é lindo; ele sai da água e faz piruetas no ar. (...) Dentre as centenas
de espécies de peixes, cito apenas alguns que servem como alimento:
pirarucu, tambaqui, curumatá, cará, pacu [e conclui: a] Amazônia é a maior
reserva florestal do mundo. Deus a dotou com muitas coisas boas. O que de
mau existe, não resta dúvida, é uma obra do inimigo (STREITHORST, 1993,
p. 61).
108 https://www.facebook.com/photo.php?fbid=535499963163047&set=a.535499956496381.107374182
8.174311295948584&type=1&theater (acesso em 21.ago.2013).
306 • O Adventismo no Brasil
109 Tapioca é uma espécie de pizza pequena, chamada também de tapioquinha, preparada a partir da farinha
de tapioca, que é totalmente integral e que pode ser servida salgada ou doce e esta última, geralmente é
coberta com coco ralado.
110 Pupunha é uma fruta amarela e, as vezes avermelhada, em formato pequeno e arredondado que precisa
ser cozida com sal para se ingerir.
111 Expressão utilizada para indicar que um alimento é mais substancioso (nutritivo) do que outro.
310 • O Adventismo no Brasil
112 Ao incorporarem essa ideia de pioneirismo, meus interlocutores demonstrar ignorar a tradição milenar dos
hindus. Destaca-se, neste caso particular, os conselhos de sua profetisa, valorizando assim a tradição
estadunidense.
Ismael Fuckner • 311
113 O uso da soja e do glúten em receitas variadas com a intenção de substituir a carne; assim como a
versatilidade das donas de casa no preparo de diversos pratos vegetarianos, foi apresentado por mim de forma
detalhada em outro artigo. (FUCKNER, 2012)
312 • O Adventismo no Brasil
114 Prefiro usar essa expressão, pois minha relação com os ASD de Belém sempre foi próxima. Usei o termo
informante ao me referir a respostas objetivas apresentadas em questionários.
Ismael Fuckner • 313
115 Há uma grande variedade de farinhas facilmente encontradas em vários estabelecimentos da capital e do
interior do estado. As mais utilizadas entre os paraenses são: a farinha de tapioca, a farinha seca (com mandioca
ralada) e a farinha d’água (fina e grossa).
314 • O Adventismo no Brasil
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
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Pará (1870 a 1907)”. In: RICCI, Magda; VALENTIM, Rodolfo. História, Loucura e
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médico-missionário dos adventistas na Amazônia. Trabalho de Conclusão de Curso
de Graduação em História. Belém: UFPA, 2005.
Ismael Fuckner • 319
FONTES ELETRÔNICAS
Embora a igreja não tenha formulado nenhuma doutrina estética, uma certa
relação da arte com a vida pode estar implícita nos seus ensinos e explícita
nos seus efeitos. Ela [a igreja] não disse: a arte é tal coisa, a vida é tal coisa e
tal é a relação entre elas. Ela define a natureza do homem e, até onde é
possível, a natureza de Deus, bem como o relacionamento do homem com
116 Não pretendo conceder à ideia de habitus o poder de fixar um ponto único e inalterável onde estaria fincada
a raiz das explicações causais diretas. Wacquant (2007, p. 66) esclarece que o habitus não é uma aptidão natural,
mas social, que é, por esta mesma razão, variável através do tempo, do lugar e, sobretudo, das distribuições de
poder e que o habitus é transferível a diversos domínios de prática, do esporte a comportamentos
matrimoniais, e que pode fundamentar diversos estilos de vida. Ver BOURDIEU (2007), p. 162-211.
324 • O Adventismo no Brasil
O estudo de Eric Gill aborda a Igreja Católica Romana como um modelo de campo religioso que opera sob
117
uma crença em valores absolutos.
Joêzer Mendonça • 325
118 Ver também Ángel M. Rodriguez. Stewardship roots: toward a theology of stewardship, tithe, offerings (Silver
Spring: Stewardship Ministries, General Conference of Seventh-day Adventists, 1994).
119 Apocalipse 14:7: “Temei a Deus e dai-lhe glória, pois é chegada a hora do Seu juízo. E adorai Aquele que fez
o céu, a terra, o mar e a fonte das águas”. Trecho bíblico fundamental à exegese adventista que agrega a Criação
ao juízo escatológico.
326 • O Adventismo no Brasil
120 Cf. Ellen White, Conselhos Sobre Mordomia, versão e-book, 2007, 205-6.
121 Vale lembrar que a raiz do termo “mordomo” utilizado no Novo Testamento é oikonomos, sendo que os
encargos do mordomo, segundo a parábola bíblica relatada no livro de Lucas (16:2-4) é denominada de
oikonomia. “Em 1 Coríntios 9:17, Paulo fala de oikonomia como a responsabilidade de despenseiro que lhe foi
confiada. Efésios 1:10 usa a palavra oikonomia para se referir ao plano de Deus de fazer ‘convergir’ em Cristo
todas as coisas” (BRADFORD, 2011, p. 723).
Joêzer Mendonça • 327
Nos hinários jovens dos anos 1950 e 1960, como Melodias de Vitória
e Louvores do Coração, entre a maioria de composições estrangeiras
vertidas para o português, registrava-se uma minoria de cânticos
compostos por adventistas brasileiros, como Jonas Monteiro de Souza,
Raimundo Martins e Alexandre Reichert Filho. Somente nos anos 1970
é que as canções sacras de autores nacionais viriam a ser
predominantes. Duas coletâneas oficiais, Vamos Cantar (1973) e Vamos
Cantar, vol. 2 (1979), destacaram compositores brasileiros e
apresentaram duas inovações significativas: a presença de muitos
cânticos constituídos de apenas uma estrofe (às vezes, de uma estrofe e
um refrão curtos), conhecidos no meio evangélico como “corinhos”; e,
uma faceta melódica e harmônica com maior aproximação em relação à
música popular nacional.
Os “corinhos” se tornaram muito populares nas igrejas evangélicas
a partir da década de 1950. A princípio utilizados por organizações
paraeclesiásticas, que desenvolviam programas específicos para a
juventude, os corinhos possuem determinadas características:
apresentam letras curtas para facilitar o aprendizado e o envolvimento;
“falam de salvação individual, piedade pessoal e esperança para o
porvir, não dando importância a questões contextuais” (LIMA, 1991, p.
55); e sua melodia está mais relacionada com ritmos e melodias
populares de seu tempo.
Éber Lima (1991, p. 53) avalia que o êxito musical dos corinhos
mobilizou novas tensões no campo simbólico do sagrado, gerando
polarizações entre tradicionalistas e “mudancistas”, eruditos e
populares, jovens e adultos. Nesse cenário, as coletâneas protestantes
Joêzer Mendonça • 329
122 Em 1972, foi lançada a coletânea Cânticos Palavra de Vida, com oito corinhos de autores brasileiros dentre
os 72 cânticos do total. Em 1975, o grupo Vencedores por Cristo lançou o LP Louvor I e, em 1979, lançou De
Vento em Popa, que continha corinhos em ritmo de samba e bossa nova.
330 • O Adventismo no Brasil
Ao final de uma longa fala, Fernanda Lara pede ao público que aplauda
cada um dos componentes da Trindade, o que também representa uma
novidade na prática de adoração musical dos adventistas. Após
declamações laudatórias da realeza divina, a cantora entoa a canção “Eu
Preciso de um Milagre” (Fernanda Lara / Giovani Vidal).
Vemos, assim, que alguns cantores adventistas em interação com
o estilo neopentecostal de adoração, embora reduzam a longa duração
original das canções e evitem os temas da cura e da prosperidade, têm
reencenado algumas características dos shows ao vivo dos bem-
sucedidos Ministérios de Louvor & Adoração do meio evangélico. São
elas:
a) O reprocessamento da vocalidade da adoração gospel nos
momentos de “ministração”: o estilo de adoração neopentecostal tem
apresentado uma nítida teatralização da contrição em que se reitera
uma fala sobreposta a um fundo musical instrumental e um discurso
que enuncia a intercessão pela congregação ou a exaltação da soberania
divina. Esses aspectos são reencenados nos templos ou outros espaços
destinados à adoração pública, ainda que de forma suavizada. As
cantoras adventistas Fernanda Lara e Melissa Barcelos costumam
permear alguns trechos de suas canções de adoração com frases
recitadas de forma emocionada e em intensidade crescente até atingir
um ápice vocal em tons que podem expressar desde a postura contrita
até a atitude laudatória, lembrando as inflexões das cantoras Ana Paula
Valadão e Aline Barros, dois ícones do estilo de adoração
contemporâneo.
Por outro lado, no DVD Salmos, a performance de Fernanda Lara
faz contraste com as falas emocionalmente abrandadas do pastor e
cantor Daniel Lütdke, autor das canções dessa produção audiovisual.
Joêzer Mendonça • 341
Levanto as mãos
Em oração
Pra alcançar Teu trono ó Pai
Toque minhas mãos
Meu ser sorrir ao imaginar
Tuas mãos a me encontrar
O Deus de toda a glória vindo me abraçar.
fechados e mão erguida (embora não por muito tempo). Sua fala
sobreposta à entoação do cântico pelos vocalistas não está alterada tal
como na prática dos ministros de adoração neopentecostal. Os
vocalistas se dividem entre aqueles que manifestam maior
exteriorização gestual (com mãos levantadas e olhos fechados),
enquanto outros cantam de olhos abertos.
Por sua vez, ao contrário da participação física geral do público das
produções neopentecostais, somente uma pequena parte do público
demonstra maior envolvimento com a coreografia sugerida pelo
cântico, sendo bem poucos os que levantam as mãos ou fecham os olhos,
enquanto muitos se restringem a acompanhar cantando e, outros,
apenas assistem sem participar vocalmente.
Percebe-se, assim, que o hábito adventista da contenção da euforia
física e emocional impediu a adoção da característica neopentecostal de
forte expressividade gestual e exteriorização das emoções.
noção. Jon Michael Spencer (p.1989, 158) considera que “artistas não
necessitam ser conscientes de estarem expressando uma realidade
particularmente teológica, pois são inevitavelmente parte de uma
tradição religiosa”.
O habitus mental adventista se verifica, na prática musical, no
modo como a identidade religiosa torna-se depositada nos fiéis sob a
forma de disposições mentais, habilidades treinadas e propensões
estruturadas para compor, cantar e selecionar cânticos de
determinados modos. Vemos, então, que o pensar teológico coordena a
visão de mundo adventista, que é espelhada na liturgia e na música,
visto que os produtores de música são guiados por esse “hábito mental”.
Desse modo, a prática musical é modelada pelo sistema de crenças que
estrutura o habitus mental dos grupos adventistas.
Os cânticos adventistas sinalizam para a transfiguração da teologia
adventista em música, incluindo a incorporação de novas crenças
ajustáveis ou não ao escopo doutrinário, e para o habitus mental dos
adventistas modelado pela mentalidade da mordomia. Nesse sentido, a
música que acompanha um determinado movimento dentro do
adventismo é utilizada para transmitir didaticamente conceitos
teológicos, mas ela também transfere ou transfigura musical e
textualmente os elementos do pensamento teológico e das concepções
a respeito da divindade.
Apesar da crítica de que a adoração contemporânea tem concedido
aos gestos e expressões faciais o status de sinais visíveis de aparência de
santidade e, ainda, de que tem havido uma ambivalência entre a ênfase
pentecostal no Espírito Santo e a noção de “chuva serôdia”, o estilo
neopentecostal de adoração não se mostrou intacto no sistema
344 • O Adventismo no Brasil
REFERÊNCIAS
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WACQUANT, L. “Esclarecer o Habitus”. Educação & Linguagem, São Paulo, v. 10, n. 16,
jul./dez. 2007.
12
“OITO DÉCADAS DE SAÚDE PARA DIFERENTES
GERAÇÕES” – ASPECTOS HISTÓRICOS DA REVISTA
“VIDA E SAÚDE” NO BRASIL (1939-2019)
Karina Kosicki Bellotti
123 Este capítulo traz resultados de pesquisa de pós-doutorado realizada no Departamento de Sociologia da
Universidade Federal de São Carlos (UFSCar) entre fevereiro de 2019 e janeiro de 2020, em que analisamos os
80 anos da revista Vida e saúde a partir de amostragens coletadas a partir da assinatura que mantivemos desde
2019, e a partir no Centro de Memória Ellen G. White da Universidade Adventista de São Paulo, campus
Engenheiro Coelho-SP. Agradecemos ao Prof. Dr. André Ricardo de Souza, supervisor da pesquisa, à equipe do
Centro White pelo acesso aos materiais, e ao Departamento de História da UFPR pela licença concedida para
realizar a pesquisa. Todas as referências a periódicos adventistas norte-americanos foram retiradas de Office of
Archives, Statistics, and Research – Online Archives, Seventh-Day Adventist Church, disponível em:
https://documents.adventistarchives.org/
default.aspx. Acesso em: 13 nov.2020.
348 • O Adventismo no Brasil
124 Essas informações podem ser encontradas nos arquivos digitalizados da Revista Adventista, disponíveis para
consulta gratuita na internet, no site: https://acervo.cpb.com.br/ra. Acesso em: 13 nov.2020.
350 • O Adventismo no Brasil
125 Como exemplo citamos as seções da edição de setembro de 2020: Editorial; Leitores e Sala de Espera (este
último é de novidades na área da medicina); Grande seção “Descomplique” – Compare e Escolha (comparação
de opções de alimentos por critérios de calorias e valores nutricionais); Emergência (primeiros socorros), Dicas
e Soluções; Receitas; Grande Seção “Corpo” – Clínica Geral; Corpo Humano; Odonto; Nutrição; Alimentos;
Plantas; Beleza Saudável; Em forma; Grande Seção “Mente” – Psiquiatria, Autoestima (esta coluna já aparecia
como artigo recorrente desde 1996, mas somente nos anos 2010 tornou-se coluna), Teste (referente aos
assuntos abordados na coluna Psiquiatria), Sexualidade, Turbine sua imunidade; Grande Seção “Espírito” – Vida
Plena. As seções ocuparam 25 páginas, enquanto os quatro artigos ocuparam 15 páginas, e a publicidade –
somente de livros da CPB e do site da internet de Vida e Saúde, 8 páginas (contando contra capa e quarta capa).
A subdivisão das seções tem ocorrido desde 2017.
126 Em outro trabalho (BELLOTTI, 2020) analisamos em detalhe os elementos constitutivos da revista – filosofia
editorial e formas de distribuição, público-alvo, slogans, capas, seções e artigos. Por essa razão, nesse texto nos
concentraremos nos temas mais abordados, e em determinados aspectos das capas da revista.
354 • O Adventismo no Brasil
serve para deixar uma impressão marcante no/a leitor/a – tanto para
quem termina de ler quanto para quem começa a ler a revista pela
última página, o que nos faz pensar que este posicionamento seja
estratégico para esta seção.
Assim como a espiritualidade tornou-se mais pronunciada a partir
dos anos 1970, nesse mesmo período observamos um interesse maior da
revista em abordar temas de saúde mental e emocional, seguindo uma
tendência de maior popularização de temas da psicologia e psiquiatria
na imprensa e na opinião pública. A atenção quanto ao estresse, à
ansiedade e à depressão cresce dos anos 1970 para cá, e atualmente
recebe a atenção de duas colunas – “Psiquiatria”, do psiquiatra Cesar
Vasconcellos de Souza e “Autoestima”, do psicólogo Belisário Marques.
A coluna “Sexualidade”, da neurocientista Rosana Alves também é
classificada como pertencente à seção maior de saúde mental da revista.
Na parte de publicidade, a revista atualmente traz anúncios
somente de produtos da própria Casa Publicadora Brasileira. Porém, já
trouxe anúncios da Maisena Duryea e dos enlatados Peixe (anos 1940-
1950), além de produtos da fábrica de alimentos e restaurantes
vegetarianos Superbom, distribuidores de produtos naturais, de mel,
além de casas de saúde (CEVISA), clínicas e hospitais adventistas,
produtos magnéticos, fabricantes de colchões e travesseiros –
localizamos nos anos 1970 a 2000 uma quantidade considerável e
variada de anunciantes. Vale ressaltar que a revista não fez prática de
recomendação de remédios ou produtos medicinais em suas matérias 127,
nem recomendou tratamentos médicos.
127 Uma prática comum em revistas femininas, por exemplo, é a seção de testagem de produtos de beleza e
cosmética, que servem como propaganda destes produtos (BUENO, 2013).
356 • O Adventismo no Brasil
128 Observamos pelas imagens pesquisadas que boa parte da revista era composta por imagens e ilustrações
sem créditos aos seus autores, sendo uma boa parte das fotos retiradas de bancos de imagens. Sabemos dessa
informação porque algumas delas foram utilizadas na Life and Health, e nela os créditos das imagens foram
devidamente atribuídos. À medida que o tempo avança, observamos um maior uso de imagens em preto e
Karina Kosicki Bellotti • 357
branco e coloridas para ilustrar as seções e os artigos, com a incorporação de pessoal especializado em arte e
diagramação nos anos 1970. A partir de então, a revista passará a criar suas capas, e progressivamente, ilustrará
algumas matérias com produção própria. Isso ocorre de maneira significativa nos anos 1990 e 2000. Na década
de 2010, somente as capas, as fotos e os infográficos são ainda feitos pela equipe de arte da revista, havendo
maior uso de banco de imagens para ilustrar boa parte da revista.
129 Por exemplo, em levantamento feito nas edições do ano de 1996, 29 autores brasileiros escreveram 91
artigos para a revista, enquanto 20 autores estrangeiros foram responsáveis por 31 artigos. Dois autores não
puderam ter sua nacionalidade confirmada por falta de dados, e assinaram 4 artigos ao todo – 2 de cada. Por
fim, 11 matérias não tiveram autoria identificada – caso siga o padrão das revistas mais recentes, esses artigos
podem ter sido escritos pelos redatores. Dessa forma, podemos afirmar que a Vida e Saúde distancia-se, inclusive
no layout e no design, de Life and Health, passando a dialogar mais diretamente com seu público-alvo, sem
deixar os preceitos adventistas de saúde para trás.
358 • O Adventismo no Brasil
natureza contido nos escritos de Ellen G. White – ainda que ela não fosse
explicitamente mencionada na revista.
Figura 2 – (esquerda para direita) Capa de outubro de 1956; Capa de Life and Health
de janeiro de 1950; Capas de Vida e Saúde de dezembro de 1960. Fontes: Online
Archives – IASD (Life and Health) e Centro de Memória Ellen G. White – Unasp (Vida e
Saúde)
Figura 3 – Capa de abril de 1974, com o tema “A cafeína no banco dos réus...”;
capa de dezembro de 1976 – “Olha o olho”; dezembro de 1980 – Boas férias em
segurança
(sobre a necessidade do descanso semanal e anual); e dezembro de 1990 –
“Segredos dietéticos dos vencedores”. Fonte: Centro de Memória Ellen G. White – Unasp
130 Em 2019 as revistas passam a trabalhar com paleta de cores, e o fundo das fotos é de uma das cores
predominantes na foto.
Karina Kosicki Bellotti • 365
Em outubro de 2018, uma leitora reclama que 99% das capas trazem
mulheres, a despeito de Vida e Saúde não ser uma revista feminina. Sua
reclamação é interessante, pois um dos indícios de saúde inscreve-se no
corpo:
Uma coisa que me intriga: por que em 99% das capas aparecem modelos
femininos? A revista não é feminina. Sugiro variar. De vez em quando leio
366 • O Adventismo no Brasil
também outras revistas de saúde e percebo que capa é bem atraente, sem
necessidade de colocar pessoas. Enfim, fica aí a dica. – Ester de Souza, por
e-mail.
[Resposta:] Olá, Ester! Primeiramente, muito obrigada por se preocupar
com a apresentação de Vida e Saúde e obrigado, também, por ser assinante
e acompanhar nosso trabalho. No que diz respeito às nossas capas
procuramos variar entre capas temáticas e capas com modelos. Dê uma
olhada nas edições deste ano, por exemplo. Praticamente intercalamos um
e outro tipo de capa. Além disso, mesmo quando colocamos fotos de
modelos elas são usadas para “contar uma história”, não meramente para
decorar a capa. Grande abraço! (LEITORES, 2018b, p. 5)
131 Tal informação foi possível rastrear porque a Folha da Manhã está disponível na Hemeroteca Digital da
Biblioteca Nacional (https://bndigital.bn.gov.br/hemeroteca-digital/). Esse jornal possuía desde 1936 um
Suplemento Médico, de oito páginas, que publicava artigos sobre higiene, medicina, farmácia e odontologia.
370 • O Adventismo no Brasil
Abaixo (fig. 8), vemos o artigo de 1985 sobre o leite de soja (LUCA,
1985, p. 21-22). O título pode causar curiosidade pela imagem inusitada,
reforçada pela própria ilustração em destaque – uma vaca metalizada.
Porém, a leitura do artigo e as imagens nas páginas seguintes mostram
374 • O Adventismo no Brasil
Figura 8 – Artigos: “Leite de vaca mecânica – saudável e barato” (LUCA, 1985, p. 21);
“Drogas na cozinha” (BOGANHA, 2018b, p. 46). Fonte: Centro de Memória Ellen G.
White – Unasp.
Figura 9 – Artigos: “Por que aprendemos a fumar e como deixamos esse hábito”
(CASTANHO, 1960, p. 10); “Efeitos do fumo no organismo” (DALE, 1971, p.2). Figura 39 -
Artigo
"Como parar de beber" (SILVEIRA, 1985, p. 34); capa de Vida e Saúde de novembro de
2018. Fonte: Centro de Memória Ellen G. White – Unasp.
132 Desde 2002 no Brasil os fabricantes de cigarro são obrigados a estampar imagens aversivas ao consumo de
cigarro nas embalagens destes produtos (SOUZA; CAMPOS, 2001, p. 38-44).
Karina Kosicki Bellotti • 377
Figura 10 – Artigos: "O acabrunhamento e como se livrar dele" (BATTEN, 1940, p. 4);
“Sete formas de acalmar os nervos” (HOLLENBECK, 1956, p. 10); "Como compreender a
380 • O Adventismo no Brasil
saúde mental" (EVANS, 1976, p. 9); “Você pode ser um viciado!” (SOUZA, 1985b, p. 24).
Fonte: Centro de Memória Ellen G. White – Unasp.
Figura 11 – Artigos: "Vida real" (MARQUES, 1999, p. 30), sobre medo e ansiedade;
“Triste realidade” (CANALIS, 2018, p. 46), sobre aumento na taxa de suicídio.
Fonte: Centro de Memória Ellen G. White – Unasp.
retratada como missão da mulher, para a qual ela foi destinada, tendo
incumbência de manter o lar funcionando adequadamente,
encontrando forças “na Providência” (BEACH, 1982, p.10).
Figura 13 – Artigo “As relações sexuais fora do casamento – uma nova análise”
(PARNELL, 1982, p. 33) e capa de Vida e Saúde de dezembro de 2017.
Fonte: Centro de Memória Ellen G. White – Unasp.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
(...) a eliminação das distinções entre são e enfermo, corpo normal e corpo
anormal, da relação entre a vida e a morte em uma sociedade medicalizada
de ponta a ponta; o afrouxamento de coerções e disciplinas herdadas do
passado, a legitimidade outorgada ao prazer, e ao mesmo tempo, a
emergência de novas normas e de poderes novos, biológicos e também
políticos; a saúde que agora se tornou um direito e a ansiedade face ao risco,
a procura do bem-estar individual e a extrema violência de massa, o contato
das epidermes na vida íntima e a saturação do espaço público pela frieza
dos simulacros sexuais (COURTINE, 2011, p.11).
(...) o corpo do homem do século XX – que vai ser durante muito tempo, em
primeira linha, um corpo de mulher – será submetido às incertezas de um
tríplice regime, cosmético, dietético e plástico, considerado aqui em uma
ordem crescente de novidade em comparação com as práticas antigas (ORY,
2011, p. 159).
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392 • O Adventismo no Brasil
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13
O DIÁLOGO INTER-RELIGIOSO E A TEOLOGIA
ADVENTISTA: APROXIMAÇÕES E POSSIBILIDADES 133
1 INTRODUÇÃO
133 Este capítulo se constitui de um fragmento da tese de doutorado do autor (FURTADO, 2020).
134 Disponível em: <http://www.irla.org/>.
396 • O Adventismo no Brasil
135 Dizemos “a Igreja Adventista” em virtude da quase nula reflexão teológica da IASD sobre o diálogo inter-
religioso no Brasil. Consideramos que os materiais publicados na Revista Adventista – dado seu caráter de
períódico teológico-doutrinário-jornalístico oficial da denominação – que tratam do diálogo entre as religiões
se configuram em reflexões teológicas autorizadas da Igreja Adventista brasileira (FURTADO, 2020, p. 148-150).
398 • O Adventismo no Brasil
136 Símbolo, para os adventistas, de cidade maligna que desafia a Deus. “Ao longo de toda a Bíblia, a batalha
entre a cidade de Deus – Jerusalém – e a cidade de Satanás – Babilônia – ilustra o conflito entre o bem e o mal.”
(ASSOCIAÇÃO MINISTERIAL DA ASSOCIAÇÃO GERAL DOS ADVENTISTAS DO SÉTIMO DIA, 2016, p. 220).
404 • O Adventismo no Brasil
137 Fitzgerald (2008, p. 159) discorda do uso da expressão “as três religiões do livro” em referência indistinta ao
judaísmo, cristianismo e islamismo. “Os cristãos não são os adeptos de um livro, mas os discípulos de uma
pessoa, Jesus Cristo”.
Kevin Willian Kossar Furtado • 405
crença que entendem dever ser refletida nas interações com os adeptos
de todas as religiões. “Neste espírito, os adventistas buscam um
relacionamento cordial com os muçulmanos [e] acreditam que um
relacionamento baseado no respeito e compreensão mútuos, e não na
ignorância e no antagonismo, beneficia a todos.” (HÖSCHELE, 2010, p.
169, tradução nossa). 138 A IASD reconhece e lamenta “os mal-entendidos
que existiram como resultado de injustiças como as cruzadas e algumas
jihads. Em contraste, os adventistas do sétimo dia se opõem ao conflito,
violência, intolerância [...] e coerção. Somos um movimento de
reconciliação mundial” (HÖSCHELE, 2010, p. 169, tradução nossa). 139
Muçulmanos e adventistas estão convictos que a vida concentra-se
em Deus enquanto criador e sustentador da existência, permeando-a
em todos os seus aspectos. Ambos reconhecem que a humanidade
administra a criação divina. Os adventistas se enxergam e veem os
muçulmanos como herdeiros de Abraão. Visualizam na submissão a
Deus, significado do termo islã, um objetivo desejável a ser adotado por
todos. A IASD compartilha, também, o foco espiritual do islamismo na
preparação para o dia do juízo e respeita a piedade e devoção ao culto e
à oração encontradas no islã. Tanto adventistas como muçulmanos dão
grande valor à família, enfatizam a honestidade e integridade pessoal,
evitam consumir qualquer coisa que prejudique a saúde física ou a
qualidade de vida, como álcool, o tabaco e certos alimentos cárneos
(HÖSCHELE, 2010, p. 169). A consideração que os adventistas possuem
138 “In this spirit Adventists seek cordial relationship with Muslims [and] believe that a relationship based on
mutual respect and understanding rather than ignorance and antagonism benefits all.” (HÖSCHELE, 2010, p.
169).
139 “[...] the misunderstandings that have existed as a result of in injustices such as the crusades and some jihads.
In contrast, Seventh-day Adventists are opposed to conflict, violence, intolerance […] and coercion. We are an
[…] worldwide movement of reconciliation” (HÖSCHELE, 2010, p. 169).
414 • O Adventismo no Brasil
140 “Adventists encourage active dialogue [...] with Muslims particularly in those areas of common faith and
practice which can mutually encourage spiritual growth of all.” (HÖSCHELE, 2010, p. 170).
141 “A statement on Adventist-Muslim relations” (HÖSCHELE, 2010, p. 177).
142“[...] a represents a constructive Adventist approach toward interfaith relations and dialogue.” (HÖSCHELE,
2010, p. 177).
Kevin Willian Kossar Furtado • 415
143 “Within this group of sincere believers we see potential partners for further exploring our spiritual
understanding of the one true God.” (HÖSCHELE, 2010, p. 178).
416 • O Adventismo no Brasil
CONSIDERAÇÕES FINAIS
144 “His emphasis on God's oneness and uniqueness, and the call for preparation for the day of judgment shows
how much we have in common as well as the necessity to unify our efforts to proclaim these truths to the
world.” (HÖSCHELE, 2010, p. 179).
Kevin Willian Kossar Furtado • 417
145 Em 213 países, segundo dados do Escritório de Arquivos, Estatísticas e Pesquisa da Associação Geral da IASD
de 30 de junho de 2018. Disponível em: <https://noticias.adventistas.org/pt/noticia/
institucional/adventistas-ao-redor-do-mundo-ultrapassam-os-21-milhoes/>. Acesso em: 6 out. 2020.
418 • O Adventismo no Brasil
mas possuem dons diferentes e são chamadas a convergir, não para uma
uniformidade sem vida, mas para a confraternidade (AMALADOSS, 1995,
p. 191) e o bem de toda a criação.
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WHITE, Ellen G. Obreiros evangélicos. Silver Spring: Ellen G. White Estate, 2007c.
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v. 6.
Kevin Willian Kossar Furtado • 421
146 Aqui fazemos menção à edição publicada em 1988 (EUA)/1989 (Brasil), que foi traduzida por Hélio L.
Grellmann, revisada e publicada digitalmente pela Casa Publicadora brasileira em 2017.
424 • O Adventismo no Brasil
147 Inicialmente lançada sob o nome “Conexão JA” (em referência à Juventude Adventista), ela é mais voltada
para jovens adultos da própria denominação.
Luanna Fernanda da Cruz Bach • 425
Mocidade 148. Vale destacar, ainda, que Mocidade não foi o único espaço
na mídia impressa adventista que tinha como público-alvo a juventude.
A seção “Espaço Jovem” na Revista Adventista tinha como enfoque esse
público específico, bem como diversos livros publicados pela CPB, sejam
de autoria de Ellen G. White 149 ou de outros/as autores/as.
Ao longo de suas quase quatro décadas, a revista passou por
diversas fases, mudando algumas vezes a organização das capas, a
diagramação interna e variando também seu conteúdo. Partindo das
reflexões feitas por Bellotti (2020) sobre a revista Vida e Saúde,
observamos que Mocidade também teve uma primeira fase
“americanizada”, na qual diversos elementos que compõem a revista
eram importados dos periódicos adventistas estadunidenses, como
banco de imagens e textos em sua grande maioria produzidos por
autores/as estrangeiros/as. A segunda fase, observada a partir da
década de 1970, foi marcada pela crescente adaptação da revista ao
público brasileiro, com direção de arte, banco de imagens e textos
produzidos pela própria Casa Publicadora Brasileira.
No que diz respeito à divulgação da revista, ela ocorria de porta em
porta por missionários adventistas – os colportores – que vendiam
assinaturas das revistas e divulgavam os periódicos, os livros de Ellen
G. White e outras literaturas produzidas pela Casa Publicadora
Brasileira. Tomando como referência a tiragem de cada edição,
consideramos que a revista atingiu seu auge na década de 1980, quando
chegou a publicar mais de 100 mil exemplares em alguns meses de 1987.
148 Podemos destacar também a revista Diálogo Universitário, periódico produzido pela Comissão de Apoio
para Universitários e Profissionais Adventistas (Caupa) desde 1989, de caráter quadrimestral e com público-alvo
universitários e professores. Para saber mais: LIMA, 2007, p. 28-30.
149 “Carta aos jovens namorados”, “Mensagens aos jovens”, entre outros.
426 • O Adventismo no Brasil
De acordo com Lima (2007, p. 26) e Siqueira (2019, p. 79), após esse
período e em função dos 30 anos de publicação de Mocidade, a revista
começa a investir em conteúdo voltado aos jovens de 13 a 19 anos em
fase escolar, extinguindo algumas seções e variando seus conteúdos em
relação ao período anterior.
Seu auge na década de 1980 não foi por acaso. Como observado em
trabalho anterior (BACH, 2020) e na introdução do presente capítulo, foi
a partir da segunda metade da década de 1970 e ao longo de boa parte da
década de 1980 que a revista procurou se aproximar de temas latentes
ao contexto cultural e midiático brasileiro no período, especialmente os
voltados à juventude, dando maior atenção à sexualidade e aos
relacionamentos amorosos. Seus editores não só passam a privilegiar
esse eixo temático na revista, como também vão consolidando uma
proposta de educação afetiva e sexual para a juventude pautada na
moral cristã.
A educação afetiva e sexual proposta por Mocidade para a
juventude pautava-se por um modelo de sexualidade heterossexual,
monogâmica e vinculada sempre à condição matrimonial – considerado
um contrato vitalício. A preocupação da revista está em se posicionar
entre a repressão sexual e a liberalidade exacerbada, como apontou Ivo
Santos Cardoso em editorial anterior ao que destacamos no início do
texto. Para o editor, “entre tabu asfixiante e medieval e a corrosiva
liberalidade, nada melhor do que a opção oferecida por um cristianismo
lúcido, equilibrado, responsável” (CARDOSO, 1976, p. 03), que seria
encontrada em Mocidade. Desse modo, a revista se coloca como
alternativa não só para a juventude adventista, mas para todos e todas
que estivessem à procura de um caminho que não fosse a repressão
sexual, quando o sexo é visto como um algo “impuro e pecaminoso”
Luanna Fernanda da Cruz Bach • 427
150 De acordo com Ana Silvia Scott, o “desquite” passou a ser previsto no Código Civil brasileiro em 1942. Em
1943, as mulheres passam a ter a possibilidade exercerem trabalho remunerado fora de casa, mas apenas
mediante o consentimento expresso do marido. Foi apenas em 1977 que o Estado brasileiro instituiu a
chamada Lei do Divórcio (6515/1977), que previa não só a possibilidade de a mulher casar-se novamente, como
também desvinculou o casamento da noção de união indissolúvel.
151 A primeira edição foi publicada em 1983 e a segunda entre 1985 e 1987. Vale destacar essas edições
especiais eram utilizadas como “uma estratégia de divulgação da revista através da colportagem, [...] assim
como foram feitas com edições especiais de Vida e Saúde sobre vegetarianismo nos anos 1980” (BACH, 2020, p.
56-57), e por isso não continham informações precisas acerca de ano de publicação.
152 Colocamos a expressão entre aspas por entender que ela se trata de uma escolha editorial, tendo em vista
que o termo doenças sexualmente transmissíveis já vinha sendo adotado em alguns círculos como expressão
para se referenciar a esse grupo de doenças específicas. Atualmente, de acordo com o Ministério da Saúde,
recomenda-se a utilização da nomenclatura Infecções Sexualmente Transmissíveis (IST’s), pois esta “sublinha a
428 • O Adventismo no Brasil
possibilidade de uma pessoa estar contaminada e transmitir uma infecção, mesmo não apresentando
sintomas” (BACH, 2020, p. 165).
Luanna Fernanda da Cruz Bach • 429
153 Artigo traduzido. Arthur Whitefield Spalding (1877-1953) foi um importante escritor e educador adventista,
co-fundador da Fletcher Academy e participante da Associação Geral adventista. Consultado em:
https://encyclopedia.adventist.org/article?id=6A7D&highlight=spalding. Acesso em: 08/10/2020.
430 • O Adventismo no Brasil
momento deve ser reservado para o casamento. Uma jovem que recorre
a esse tipo de prática “desvaloriza-se a si mesma, renuncia a suas
convicções, trai a sua fé, e se rebaixa diante de seu companheiro a
conceder, sem nenhuma reserva, aquilo que é parte apenas de uma
totalização maior” (S. V. C., 1967a, p. 17). Tendo em vista a
responsabilidade que recai também sobre os jovens comprometidos com
os valores morais, o/a autor/a complementa sua opinião a respeito do
assunto afirmando que, “se o seu noivo a ama, de maneira alguma
quererá privá-la egoisticamente de sua pureza, e por conseguinte,
exercerá um perfeito domínio sôbre si mesmo, para salvaguardar-lhe os
interêsses” (idem).
A manutenção da virgindade é uma recomendação feita também
aos jovens rapazes, sob o signo da castidade. No mês anterior, em abril
de 1967, a mesma seção publicou o texto “É a castidade prejudicial?”.
Nele, a revista procura desmistificar a ideia de que a castidade causa
enfermidades. Pautando-se por informações cedidas pelo médico
adventista João Augustin Etchepareborda e outros profissionais da
saúde, o/a autor/a atesta que a “continência não é prejudicial e sim
benéfica” (S. V. C., 1967b, p. 17). Sendo assim, os jovens devem ser “donos
de si mesmo” e exercer o controle a “tôdas as tendências para viver a
paz serena do homem que se sabe forte e equilibrado” (idem). Contudo,
ainda que os médicos consultados estejam certos em relação ao fato de
que a castidade não acarreta nenhuma enfermidade, suas opiniões,
compartilhadas pelo/a autor/a e pela própria revista, são investidas de
uma forte carga moral. Como exemplo, o médico Marcial I. Quiroga
declara que toda relação sexual alheio ao âmbito conjugal tem potencial
de contágio por infecções sexualmente transmissíveis. Contudo, o
casamento e a relação monogâmica não garantem a proteção contra
Luanna Fernanda da Cruz Bach • 431
154 Com essas informações, podemos concluir que se trata de um artigo traduzido, ainda que não saibamos se
o mesmo foi produzido especialmente para Mocidade ou para outra mídia impressa adventista. Ainda de
acordo com essas informações, podemos considerar que a jovem é adventista, ou ao menos simpatizante da
mensagem cristã da denominação, afinal, a instituição de ensino a qual ela está vinculada é administrada pela
Igreja Adventista do Sétimo Dia.
155 Para saber como o tema do aborto foi trabalhado na revista Mocidade, ver BACH, 2020, p. 145-150.
432 • O Adventismo no Brasil
Ninguém casa para ser infeliz, mas há muitos casais infelizes. Essa é uma
triste realidade que invade o mundo inteiro. Há países onde um terço dos
matrimônios acabam em divórcio. No Brasil há milhares de separações
legais cada ano e outras tantas que não chegam ao conhecimento das
autoridades. Por detrás desses fatais enganos, há corações frustrados que
um dia anelaram sinceramente viver felizes “até que a morte os separe”. O
desentendimento conjugal veio antes e agora curtem o amargo sofrimento
reservado aos que não conseguem viver as promessas feitas diante do Juiz
de Paz. [...] (CARDOSO, 1974, p. 03).
Norma Mohn 156, afirma que o casamento é “um negócio sério”, que
requer bom senso e “o completo desejo e vê-lo bem realizado” (MOHN,
1974, p. 05). Sendo assim, ela elenca os “oito mandamentos” para um
casamento feliz, nos quais se destaca a necessidade de se respeitar a vida
particular do parceiro, ajudar um ao outro nos momentos de desânimo,
jamais provocar ciúmes, tolerar falhas e fraquezas e amar um ao outro
como a si próprio (idem, p. 06-08).
Outra matéria que deu especial atenção à prevenção do divórcio foi
“Afinal, o casamento está superado?” de Nancy Van Pelt 157, na edição de
maio de 1984. Partindo das reflexões da palestrante adventista Ruth
Peale, Van Pelt afirma que um casamento feliz “envolve duas pessoas
solucionando pequenas e grandes dificuldades” (VAN PELT, 1984, p. 26).
De acordo com o artigo, nem sempre as coisas saem como o esperado e
as dificuldades não devem ser obstáculos para a felicidade matrimonial,
muito menos para o divórcio. Para Van Pelt, o aumento no número de
divórcios no contexto da década de 1980 pode ser associado à crescente
facilidade em acessá-lo e à “deterioração da qualidade da vida familiar”
(idem, p. 07). Podemos associar este último ponto levantado pela autora
com o processo de deterioração da instituição familiar tradicional,
especialmente por conta do acesso cada vez maior das mulheres ao
trabalho assalariado e o declínio da noção de mulher apenas como dona-
de-casa.
No que tange ao aumento no número de divórcios citado por Van
Pelt, lembramos que foi no ano de 1977 que a Lei do Divórcio foi
instituída pelo Estado brasileiro, mas isso não evitou que, antes disso, o
156 Não foram encontradas informações consistentes sobre a autora que a identifique como adventista.
157Escritora recorrente nas revistas adventistas em matérias sobre aconselhamento familiar, conjugal e
amoroso.
Luanna Fernanda da Cruz Bach • 435
158 Entre a primeira e a segunda foi acrescentado apenas um artigo sobre a aids, que reproduzido na íntegra
da edição de julho de 1986.
438 • O Adventismo no Brasil
160 Ainda hoje, o discurso institucional da igreja não reconhece a legitimidade de relações homoafetivas,
considerando a heterossexualidade como orientação natural estabelecida por Deus. (NISTO CREMOS, 2017, p.
371).
161 As informações sobre Hoffmann foram cedidas pela própria revista. Segundo informa o editorial, o texto foi
extraído de uma palestra proferida por Hoffmann em um colégio adventista em São Paulo.
440 • O Adventismo no Brasil
principal aos jovens é que o sexo é uma relação interpessoal, que deve
ser vista como “questão social” – ainda mais em um contexto de
crescente preocupação com as infecções sexualmente transmissíveis.
A mesma preocupação é compartilhada por Belisário Marques,
psicólogo e conselheiro bastante conhecido pelo publico de Mocidade,
responsável pela seção “Você Pergunta”. Na edição especial, Marques
(1983, p. 20) publica um texto no qual defende que o “sexo não preenche
vazio existencial”. Criticando a propagação do sexo como produto de
mercado, um objeto de consumo, Belisário Marques frisa a falta de
dignidade que existe nessa expansão do sexo no âmbito público. O sexo
sem compromisso ou responsabilidade acarretaria um “sentimento de
inferioridade” e uma “auto-desvalorização” pessoal (idem, p. 21). O que
Marques aponta é que “a tríplice satisfação sexual: física, psicológica e
espiritual só é possível quando o indivíduo tem auto-conceito sadio,
positivo e otimista; quando o indivíduo entra no relacionamento com
respeito próprio e em nível de igualdade” (idem). Conhecendo de
antemão os princípios que norteiam o periódico, sabemos que esta é
uma mensagem em defesa do sexo como exercício exclusivamente
matrimonial.
Nessas edições especiais de Mocidade algumas páginas foram
dedicadas a duas infecções específicas: a sífilis e a gonorréia. Por se
tratarem de duas IST’s de incidência relativamente acentuada, seus
editores trouxeram informações sobre as mesmas de forma dinâmica e
atrativa para o público leitor, utilizando recursos visuais como gráficos
e imagens, além de trazer três páginas de testes para que os/as
leitores/as avaliassem seus conhecimentos sobre o assunto. Em
contrapartida, no que diz respeito a métodos contraceptivos, pouca
atenção foi despendida. As opções apresentadas pelos editores são
Luanna Fernanda da Cruz Bach • 441
162 É importante salientar que desde a década de 1970 homossexuais adventistas ou ex-adventistas têm
buscado se organizar e cobrar da instituição uma postura mais favorável à homossexualidade, como é o caso
da SDA Kinship International. Para saber mais: https://www.sdakinship.org/pt/. Acesso em: 09/10/2020.
442 • O Adventismo no Brasil
163 Publicada na edição de julho de 1986 e na segunda edição especial sobre “doenças venéreas”. Não é
identificado o autor ou autora do texto.
Luanna Fernanda da Cruz Bach • 443
CONSIDERAÇÕES FINAIS
164 Essa também é uma característica de outras revistas publicadas pela Casa Publicadora Brasileira, como a
Vida e Saúde e Nosso Amiguinho. Ainda que os valores morais religiosos estejam presentes no discurso desses
periódicos, a escolha por não apelar para um tom proselitista e confessional é considerada uma estratégia
editorial e missionária para se alcançar um publico mais amplo, e não apenas adventistas ou outros cristãos.
446 • O Adventismo no Brasil
de mundo. Por esse motivo, a mídia impressa se constitui como uma rica
fonte para a investigação dos mais diversos aspectos do universo
adventista.
Devemos visualizar essa relação entre mídia e religião não como
algo fixo e imutável, mas em constante transformação e atualização. No
caso de Mocidade, ainda que haja diversas zonas de silêncio ou
negligenciamento no discurso acerca da sexualidade (como a falta de
informações a respeito do controle de natalidade no casamento ou sobre
métodos contraceptivos eficazes para além da abstinência), podemos
ver um esforço em ser um periódico útil à juventude na época. A
abordagem das infecções sexualmente transmissíveis é um exemplo
disso. Mesmo que frequentemente associem a transmissão a uma vida
desregrada e promíscua – que não deveria ser vivenciada por uma
juventude comprometida com os valores morais defendidos pela igreja
–, a revista traz informações muito úteis sobre como identificar os
sintomas das doenças, incentivando a procura de ajuda médica a
qualquer suspeita. Num período em que nem sempre as informações e
o próprio atendimento médico eram de fácil acesso, ela cumpria a
função de informar e aconselhar a juventude que, também por medo ou
vergonha, poderiam não buscar ajuda e informações por outros meios.
REFERÊNCIAS
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15
EXEGESE BÍBLICA ADVENTISTA NA PÓS-
GRADUAÇÃO NÃO ADVENTISTA BRASILEIRA:
METODOLOGIA E VIABILIDADE
Petterson Brey
INTRODUÇÃO
166 A análise narrativa ganha maior aderência ao estudo do Antigo Testamento, em virtude da predominância
desse estilo literário. O Novo Testamento, no entanto, em razão de sua índole discursiva predominante,
favorece mais a aplicação de metodologias comuns à pragmalinguística. A respeito dessa última, por motivo
de delimitação, não se fará nenhum aprofundamento no presente texto, embora essa temática mereça, por si
só, um capítulo próprio.
167Esse processo de justificativa metodológica, entretanto, precisa levar em conta, também, a tendência
exegética de cada instituição. As instituições católicas brasileiras, por exemplo, são bastante heterogêneas
quanto a esse aspecto, tendo algumas bastante alinhadas aos métodos histórico-críticos, como é o caso da FAJE,
enquanto outras, tais como a PUC-SP e PUC-RIO, tem demonstrado bastante abertura à análise narrativa,
456 • O Adventismo no Brasil
embora essa última também possua uma forte tradição em estudos diacrônicos. No espectro protestante tem-
se, a título de exemplo, a UMESP com seu programa de estudos pós-graduados em Ciência da Religião bastante
consolidado na linha histórico-crítica, tendo como grande referencial teórico o arqueólogo Israel Finkelstein e
sua teoria sobre o Israel do Norte como verdadeiro berço da tradição literária do Antigo Testamento
(FINKELSTEIN, 2015). Além disso, outras instituições como a USP e Mackenzie que possuem abordagens bíblicas
dentro de programas pós-graduados na área de Letras, cujo enfoque se dirige às tradições literárias do Antigo
Israel. Outras instituições, tanto católicas quanto protestantes, com destaque à luterana EST, desenvolvem
exegese bíblica com bastante ênfase teológica, tendo uma abordagem metodológica mais sutil no que se
refere à preferência por estudos diacrônicos ou sincrônicos.
Petterson Brey • 457
1ª Centralidade do texto. A Bíblia convida a ler o texto tal como ele está, sem
ideias preconcebidas e sem mutilações. Somente o texto final, com toda sua
pureza e integridade, pode garantir ao estudioso um ponto de partida sólido
e confiável. Os passos sucessivos deverão conduzir a uma melhor
compreensão deste texto e se valorizará positivamente na medida em que o
desejarem. Está claro que, por maior rigor com que se aplique um método,
se não conduz ao esclarecimento do texto, para nada serve. 2ª Integração. Se
quisermos dar uma resposta adequada aos principais problemas suscitados
pelo Pentateuco, convém unir forças. Na medida do possível, deve-se
investigar as análises históricas e literárias, os estudos sincrônicos e os
diacrônicos, buscar o que tem de complementário. Nos últimos anos,
aumentou o número de exegetas da linha histórico-crítica que concordam
que os estudos literários podem ajudar a fertilizar o campo bíblico. Assim
mesmo, entre os defensores dos estudos literários, há aqueles que
começaram a sentir a necessidade de se abrir a uma dimensão histórica
para resolver certos problemas apresentados pelo texto. 3ª Uma leitura
teológica. A polarização dos métodos históricos ou literários levou a tratar
o Pentateuco como um livro de história ou como uma obra literária,
deixando relegado o seu componente religioso. O Pentateuco é o resultado,
não somente de uma composição literária ou de um suceder histórico, mas
também de um processo espiritual e canônico. Consequentemente, uma
leitura integral está pedindo que se valorize sua mensagem teológica. Além
de uma dimensão histórica e estética, a palavra bíblica tem uma dimensão
462 • O Adventismo no Brasil
religiosa e ética. Mas uma leitura teológica que se aprecie deverá apoiar-se
sobre pilares literários e históricos. 4ª Questões abertas. Seria ilusório
pretender conciliar todas as questões que neste momento a exegese tem
colocado sobre o Pentateuco. Algumas são muito discutidas e terá que
passar muito tempo antes de serem equacionadas. Não convém nos iludir e
nem as apresentar como resolvidas. O correto seria considerá-las abertas e
apresentá-las da forma em que se encontram (GARCIA LÓPEZ, 2016, p. 74-
75).
171 Lembrando que o objetivo do presente texto não é discutir acerca da legitimidade ou ilegitimidade daquilo
que se considera como fundamentalismo, mas sim tratar a respeito da viabilidade de se desenvolverem
pesquisas por exegetas adventistas em instituições não adventistas no Brasil.
172 Frank M. Hasel (2007, p. 27-46) também apresenta um estudo intitulado pressuposições na interpretação das
Escrituras, onde descreve os princípios que norteiam o uso do método gramático-histórico na interpretação
bíblica adventista. Além dos tópicos salientados por Davidson, Hasel, aditivamente, discorre acerca do
chamado princípio cristológico de interpretação da Bíblia, onde argumenta em favor da centralidade temática
das Escritura em torno de Cristo.
Petterson Brey • 465
173 Outro fator de grande importância acerca da análise narrativa é não a confundir com a pregação narrativa,
pois, em termos de categorização, essa última pertence à seara homilética. Segundo Grant R. Osborne (2009, p.
592-593), apesar da pregação narrativa demonstrar predileção pela análise de trechos narrativos da Bíblia, sua
principal vocação não é, necessariamente, a investigação literária desses como método exegético, mas sim
uma proposta alternativa à reputada retórica aristotélica da pregação tradicional, ou seja, o foco dessa questão
permanece prioritariamente no campo homilético. “Além disso, é importante se dar destaque ao texto do Dr.
Frank M. Hasel, intitulado “Recent Trends in Methods of Biblical Interpretation” (HASEL, 2021, p. 405-461). Tanto
nesse capitulo em específico, quanto em toda a obra editada pelo Dr. Hasel, há de se sublinhar o competente
esforço de se contrapor os métodos histórico-críticos, muito bem reputados como nocivos à teologia
adventista, pois, em última instância, essas metodologias acabam por promover um distanciamento entre o
exegeta e a fé cristã. Entretanto, a índole apologética empregada no combate a alta crítica remonta a uma
468 • O Adventismo no Brasil
argumentação que leva em conta questões de duzentos anos atrás, visto que, como salientado no presente
texto, os estudos diacrônicos já estão em processo de superação acadêmica desde meados do século XX.
Ademais, as objeções apresentadas pelo Dr. Hasel aos estudos literários giram em torno da questão de que não
há uma preocupação com as dimensões históricas do texto. Ora, fica nítido que a antipatia está relacionada ao
antagonismo com os métodos histórico-críticos, no entanto, desconectada dos avanços que a exegese bíblica
alcançou nas últimas décadas. Assim, é notória a sutil indução ao erro de se considerar a análise narrativa como
um método diacrônico, ao invés de sincrônico. Tal perspectiva deixaria em apuros alguns renomados teólogos
adventistas, como, por exemplo, o Dr. Richard M. Davidson, também citado no presente texto”.
Petterson Brey • 469
174 Robert Alter (2011, p. 1-24) desenvolve uma belíssima análise da história de Judá e Tamar em Gn 38, que,
segundo a alta crítica, é uma evidente ruptura que se constitui como prova da existência de outra fonte de
redação, pois tratar-se-ia de um relato desconexo inserido, quando da edição final do Pentateuco, bem no meio
(interrompendo o fluxo narrativo) da história de José: Gn 37 – José vendido pelos irmãos; Gn 38 – Judá e Tamar;
Gn 39 – José na casa de Potifar. O argumento de Alter, no entanto, é que ao invés disso ter sido uma inserção
aleatória, constituir-se como um recurso literário intencional. Pois, segundo o argumento dele, elementos
linguísticos empregados na configuração literária da narrativa evidenciam o arranjo retórico que faz a suposta
história inserida, de Judá e Tamar, potencializar a temática trabalhada na narrativa principal. Mais adiante (2011,
p. 55-78), Alter aprofunda a discussão acerca do que ele chama de o “limbo das fontes” versus “padrões
artísticos”. De acordo com ele, as reputadas rupturas diacrônicas, consideradas pela alta crítica como evidências
da existência de múltiplas fontes – porém, inabordáveis –, nada mais são que vestígios da configuração
artístico-retórica deixados pelos autores bíblicos, visando a fixação do ponto de vista acerca dos temas tratados
pelas narrativas.
Petterson Brey • 471
175 “Vós vistes o que fiz aos egípcios, e vos levantei contra as asas de abutres e a mim vos trouxe! Agora, se
ouvirdes atentamente a minha voz e observardes a minha aliança, sereis para mim propriedade peculiar dentre
todos os povos, porque toda a terra é minha! Vós sereis para mim um reino de sacerdotes e uma nação santa!”
(BREY, 2020, p. 230). A opção feita pelo autor pela tradução do hebraico נְ ָשׁ ִריםcomo abutres, ao invés de águias,
constitui-se como um bom exemplo de como ferramentas metodológicas diacrônicas podem ser utilizadas em
estudos sincrônicos sem prejuízo dos pressupostos que norteiam a pesquisa (GRENZER; BREY, 2017, p. 347-360).
472 • O Adventismo no Brasil
CONSIDERAÇÕES FINAIS
176 Como destaque, dentre os formalistas russos, tem-se o trabalho de Vladimir Propp, que desenvolveu uma
análise que identificou as distinções entre diferentes contos folclóricos heroicos e as narrativas etnopoéticas da
Bíblia Hebraica. Os resultados de seu trabalho abrangem esses três pontos: (1) a descrição da estrutura de
superfície de uma narrativa; (2) a comparação de narrativas umas com as outras, com base nas características
da estrutura superficial; (3) a classificação dos textos de acordo com o gênero (MILNE, 1988, p. 263-265). Assim,
somado aos esforços de Tzvetan Todorov (2013, p. 13-27) para desenvolver uma teoria da literatura, o trabalho
dos russos fundamentou a escola estruturalista francesa e a análise semiótica, cujo destaque pode ser dado à
Ferdinand de Saussure, com o seu desenvolvimento da ideia de significante e significado na literatura (2012, p.
110-119). Northrop Frye (2002, p. xi-xxiii), portanto, influenciado pelos resultados da escola estruturalista,
chegou a desenvolver o argumento de que a Bíblia é o grande código literário que formou todo o imaginário
ocidental.
474 • O Adventismo no Brasil
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INTRODUÇÃO
177 GIL, José. Monstros. 1. ed. Lisboa: Olhos D´água, 2006. 161 p.
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178REID, George W. Editor. Tratado de Teologia Adventista do Sétimo Dia. 1. ed. Tatuí, SP: Casa Publicadora
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179Sobre a disposição da sociedade medieval e suas características, ler: BLOCH, Marc. A Sociedade Feudal.
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180 BEIRÃO, Éder de Souza et al. As Contribuições da Teoria da Relatividade para a Sociedade e as Organizações.
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482 • O Adventismo no Brasil
diversidade 181. Assim, aquilo que era desejável pela maioria da sociedade
moderna 182 passa a ser contestado pelo direito de expressão da diferença
e da individualidade.
Com isso, há uma insatisfação geral com os velhos rótulos e a busca
pela afirmação do eu frente à massa social. As pessoas não se sentem
mais satisfeitas em serem cópias simples umas das outras no todo
populacional 183. Elas anseiam pela auto afirmação e o fazem através do
direito adquirido através do relativismo pós-moderno, de
simplesmente serem diferentes. Buscam, mesmo que
inconscientemente através desse novo patamar existencial, essa auto
afirmação e uma auto realização, se destacando do todo comum.
Esse ambiente favorece o fenômeno social identificado pelo
sociólogo francês Michel Maffesoli e sistematizado em sua obra "O
Tempo das Tribos". 184 Na publicação, Maffesoli observa que existe uma
subdivisão tão drástica na sociedade que beira ao tribalismo. A
comparação se deve ao fato de que em uma mesma floresta podem
habitar índios de etnias diferentes, que se reconhecem e se diferenciam
através de rituais e estilísticas comuns ao grupo, porém distintas entre
grupos. A questão é que esse novo tribalismo estava acontecendo na
chamada selva de pedra, a urbe.
Os grandes centros foram o ambiente propício para a formação
desse novo tipo de tribo. Além de serem fomentadoras e aplicadoras de
181 Sobre a construção social brasileira, ler: Ruben George. A Antropologia e a Diversidade Cultural no Brasil.
Revista de Antropologia, São Paulo, Sp, v. 33, p. 119-139, 1990. Semestral. Disponível em:
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182 GIDDENS, A. Modernidade e identidade. Rio de Janeiro: Zahar, 2002. 233 p.
183 CASTORIADIS, Cornelius. O Mundo Fragmentado: As Encruzilhadas do Labirinto. 2. Ed. São Paulo: Paz e
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184 MAFFESOLI, Michel. O Tempo das Tribos: declínio do individualismo nas sociedades de massa.. Rio de
Janeiro: Forense Universitária, 2014. 300 p.
Robson Romero de Sousa • 483
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Robson Romero de Sousa • 489
sua, na maior parte das vezes era necessário que ele viajasse centenas
de quilômetros.
Já na atualidade, essa barreira foi quebrada. A cultura do diferente
está ao lado, e às vezes, literalmente vizinha. Em grandes centros
brasileiros e até em pequenas cidades do interior é comum termos
diversas comunidades étnicas. Isso é verdade também levando-se em
consideração o fenômeno da cultura juvenil. Num mesmo bairro ou
condomínio podemos ter praticantes de diferentes estilos de vida,
relacionando-se virtualmente e presencialmente com outros adeptos
dos seus gostos e práticas.
Logo, precisamos resignificar o conceito de missão transcultural,
atrelando-o à disciplina de missão urbana. Dentro do contexto urbano,
a forma de se pensar e fazer missão deve levar em consideração a
filosofia da missão transcultural 199. A missão urbana no universo pós-
moderno é, em sua essência pragmática, transcultural.
Essa combinação de ideias trará mais êxito à ação missionária.
Uma vez que, quando o missiólogo ou o evangelista a fizerem, poderão
dialogar melhor com a cultura multiforme arraigada nos centros
urbanos. As frentes missionárias deverão ser especializadas,
multifocais e transcender a cultura comum. Precisarão encarar
múltiplas subculturas e aprender como levar o evangelho com eficácia
para cada segmento social.
199 A diversidade cultural urbana é a justificativa para a resignificação do conceito de missão urbana. Sobre essa
diversidade, ler: ORTIZ, Renato. Diversidade Cultural e Cosmopolitismo. Lua Nova: Revista de Cultura e Política,
São Paulo, Sp, v. 47, p. 73-90, 1999. Trimestral.
490 • O Adventismo no Brasil
200 Paul Hiebert propõe que o missionário deve ser educado nos princípios de sua fé para que ele consiga
distinguir o que é "negociável" do que é "inegociável", e levar isso em consideração no processo evangelístico.
O novo converso deve professar os princípios inegociáveis, porém não precisa ser convencido a aceitar aquilo
que é negociável. HIEBERT, Paul. O Evangelho e a Diversidade de Culturas: um guia de antropologia
missionária. São Paulo, SP: Vida Nova, 1999. 307 p.
Robson Romero de Sousa • 491
normas sociais (que pouco tem que ver com os princípios elementares
da fé) ou partirem para a hipocrisia.
A quarta questão é a mutabilidade. Como já nos referimos, a cultura
juvenil passa por um processo rápido e dinâmico de individualização.
Essa metamorfose faz com que o estudo para a identificação dos
elementos culturais cuja finalidade é a elaboração da abordagem
evangelística tenha um tempo drasticamente reduzido. Uma igreja pode
estar pensando em elaborar métodos para alcançar pessoas de uma
determinada tribo, enquanto aquela tribo possa nem mais existir.
Aversão particular ao cristianismo seria a quinta questão. Como
dissemos, o ambiente de formação da cultura juvenil é a pós
modernidade que, em essência relativista, tende a questionar os valores
comuns e perenes da sociedade. E qual o valor perene da sociedade
ocidental em vias religiosas? Obviamente o cristianismo.
Sendo assim, a cultura juvenil por base tende a rejeitar a expressão
de fé cristã, em especial os seus dogmas centrais. Pode-se perceber na
sociedade ocidental a expansão do fluxo migratório inter religioso,
enfraquecendo numericamente o cristianismo tradicional, e
fortalecendo vertentes espiritualistas, religiosas e anti religiosas que se
contrapõem ao tradicionalismo cristão.
Ao tentar evangelizar, a igreja deve quebrar os argumentos
preconceituosos, e ela não obterá o êxito esperado se o fizer através das
táticas naturais da apologia. A quebra se deve pela ação prática, uma vez
que o pragmatismo é valorizado nesses nichos. A apresentação de uma
fé coerente, que testifica frutos claros na experiência de vida dos seus
adeptos, passa a se tornar desejável.
Ao levarmos em consideração o leque de fatores acima, podemos
concluir que a evangelização de tribos urbanas deve ser feita através de
492 • O Adventismo no Brasil
201 Richard Niebhur traçou uma análise histórica sobre correntes de pensamento e relacionamento entre o
cristianismo e a cultura ao seu redor. Ele a subdivide em movimentos, sendo um deles o do cristianismo contra
a cultura, em oposição às manifestações sociais comuns da sociedade. NIEBHUR, H. Richard. Cristo e Cultura.
Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra, 1967. 296 p.
202 ACMS é a sigla para Adventist Church Management System, um "sistema administrativo usado por
tesourarias e secretarias da Igreja Adventista do Sétimo Dia". Disponível em <https://iatec.com/
pt/acms/> Acesso em 28/04/2021.
203 Do total de membros listados no ACMS em 2016 (1.637.437), foi checada a filiação religiosa anterior ao
batismo na IASD de 872.574 membros. Desses, 99% já eram religiosos e 98% já eram cristãos antes de entrarem
na igreja. De acordo com o IBGE, no mesmo período o percentual de cristãos brasileiros era de 86,8% e o grupo
sem religião era de 8,03%.
Robson Romero de Sousa • 495
204 As maiores populações adventistas são oriundas do: catolicismo (35%), do próprio adventismo (ex-
adventistas 32%) e protestantes/evangélicos (30%). Essas populações representam 97% dos membros
adventistas vindos de outras crenças (Fonte: ACMS IASD 2016).
205 A maior parte das entradas de membros da IASD no Brasil é composta de religiosos cristãos, sendo os
maiores grupos o de católicos, ex-adventistas e protestantes/evangélicos. Em sequência vem o grupo de outros
adventistas, espíritas, outros cristãos, religiões afro e orientais, gnosticismo, religiões indígenas, judaísmo,
islamismo maçonaria, esotéricos, satanismo, nazismo e outras religiões. Essa sequência traz números
percentuais em frações menores que 1%.
496 • O Adventismo no Brasil
REPENSANDO ESTRATÉGIAS
206 Ao analisarmos a geração Y (nascidos entre 1980 e 1995) brasileira, temos uma queda brusca no número
de protestantes/evangélicos (15%) e um aumento expressivo dos grupos que professam fé sem religião (6,7%),
espiritismo kardecista (9,4%), agnósticos (6,2%) e ateísmo (19%). Todos esses grupos que ganham
expressividade nessa geração são inexpressivos no adventismo. Ou seja, os grupos em que os batismos são
sustentados diminuem enquanto os grupos heterodoxos que não são alcançados aumentam expressivamente.
Sobre os dados da geração Y usados nessa comparação ver: VERZONI, André. Formas de subjetivação da
geração y. 2014. 32 p. Dissertação (Mestrado em Psicologia) – Psicologia, Pontifícia Universidade Católica do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2014.
207 Até 65% dos jovens abandonam a igreja. GANE, Barry. O Caminho de Volta: como reconquistar jovens que
abandonaram a igreja. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2014. p. 17.
208 O protestantismo norte americano vive uma crise de apostasia. As igrejas tradicionais dos estados
unidJONES, Robert P.. The End of White Christian America. Nova York: Simon & Schuster, 2017. 336 p.
Robson Romero de Sousa • 497
209 BOSCH, David. Missão Transformadora: mudanças de paradigma na teologia da missão. 2. ed. São
Leopoldo, RS: Sinodal, 2007. p. 17-19
498 • O Adventismo no Brasil
CONCLUSÃO
INTRODUÇÃO
212Para maiores informações sobre a teologia do evangelho Social e e Teologia da libertação ver:
RAUSCHENBUSCH, Walter. Uma teologia para o Evangelho Social. Vitória: Ed. Unida; São Paulo: Ed. Astes, 2019.
GUTIERREZ, G. Teologia da Libertação. São Paulo: Loyola, 2000.
Tiago Cesar Santos • 503
213 O termo aqui é usado para designar todos aqueles que passaram pela decepção de não ver o cumprimento
da profecia referente a volta de Jesus em 1844.
Tiago Cesar Santos • 505
com bons olhos essa solicitação, pois para eles essa obra de assistência
social estava consumindo muitos recursos e fazendo com que os
membros perdessem o foco na pregação do evangelho. Essa discussão,
em parte era um reflexo da proposta teológica do evangelho social, que
na época gerava muitos debates nas igrejas cristãs dos Estados Unidos
da América.
Como a Associação Médica Missionária não obteve todo o apoio que
desejava, aos poucos foi eliminando os projetos sociais das grandes
cidades. Isso provocou na denominação um arrefecimento do
entusiasmo que movia os projetos sociais. Aliado a isso, problemas
administrativos e doutrinários fizeram com que o Dr. Kellog fosse
afastado da denominação.
Embora o engajamento nos projetos sociais tenha diminuído, o
entusiasmo na expansão mundial aumentava, cada vez mais. A
princípio, a mensagem adventista se expandia por meio dos seus
periódicos e de famílias adventistas que se mudavam para diversas
regiões do país e do mundo. Mas desde 1974 a denominação já fazia
esforços para enviar missionários para outros continentes.
De modo geral, foi por meio das publicações, família de adventistas
e missionários que o adventismo do Sétimo dia chegou ao Brasil.
REFERÊNCIAS.
BÍBLIA, AT e NT. In Bíblia bilíngue. Nova tradução na linguagem de hoje. São Paulo:
Sociedade Bíblica do Brasil. 2020. P 1376, 1449.
MILLER, W. Letter from Mr. Miller. Midnight Cry, 23 de maio de 1844. Disponível em:
https://documents.adventistarchives.org/AdvRelated/Forms/AllItems.aspx. Acesso
em: 20/11/2020.
RAUSCHENBUSCH, Walter. Uma teologia para o Evangelho Social. Vitória: Ed. Unida;
São Paulo: Ed. Astes, 2019.
VINE, W. F; UNGER, M.F; JR, W.M. Dicionário Vine: O significado exegético e expositivo
das palavras do Antigo e do Novo Testamento. Rio de Janeiro: Casa Publicadora das
Assembléias de Deus, 2002.
18
PANDEMIA NO SÉCULO XX: O DISCURSO RELIGIOSO
E CIENTÍFICO EM PERIÓDICO DENOMINACIONAL
Francisco Luiz Gomes de Carvalho
INTRODUÇÃO
217 Esse periódico foi um dos primeiros a ser lançados pelos adventistas no Brasil. O mesmo veio para substituir
a Revista Trimestral que passou a ser veiculada desde 1906. Assim entre os anos de 1908 e 1929 o periódico
denominacional recebeu o nome Revista Mensal, tendo depois recebido o nome de Revista Adventista. Todas
as edições encontram-se disponibilizadas no site: <https://acervo.cpb.com.br>. Acesso em: 20 mai. 2020.
522 • O Adventismo no Brasil
trinta e seis edições num total de 626 páginas com 395.977 palavras
indexadas. Assim que, encontramos o seguinte quantitativo de
registros: pandemia (1), gripe hespanhola (16) e influenza hespanhola
(31). Cumpre-nos apresentar os registros assinalados referentes aos
termos pesquisados com intuito de perscrutar as posições indicadas no
que tange à relação ciência e religião exposta nos discursos científico e
religioso, nosso objeto de pesquisa.
PRIMEIRAS IDEIAS
não tendo havido nenhuma noticia de fallecimento, pelo que damos graças
a Deus (REVISTA MENSAL, 1919, p. 11).
218 Refere-se à obra realizada pela distribuição e/ou venda de publicações (livros, revistas, etc) religiosas.
528 • O Adventismo no Brasil
Meus irmãos, isto prova que nos achamos num tempo mui serio. Este não é
um tempo em que se devia estar á vontade, um tempo em que devíamos
permittir que os nossos corações fiquem sobrecarregados das coisas deste
mundo; antes é um tempo em que se deve trabalhar como nunca antes,
emquanto se nos der opportunidade para consummar a obra (SPIES, 1919,
p. 02).
Cai doente atacado por esta moléstia no mez de Novembro do anno findo,
sendo obrigado a abster-me do trabalho durante duas semanas. Depois
deste tempo assumi de novo o meu trabalho, mas ai, era demasiado cedo,
devido a que recai, e em consequência disto estou soffrendo até a presente
data (NEUMANN, 1919, p. 05).
de homens, depois, tendo nella a sua origem, uma fome calamitosa fazendo
succumbir um numero duplicado de victimas e após esta fez o seu
apparecimento da peste, ceifando outros milhões de seres humanos (SPIES,
1920, p. 1).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
FONTES
CARTER, R. M. Experiências de viagem. Revista Mensal. Vol. 14, Nº 01, Janeiro, 1919, p.
12 e 13.
MEYER, H. Conferencias locaes no Rio Grande do Sul. Revista Mensal. Vol. 14, Nº 01,
Janeiro, 1919, p. 6-10.
544 • O Adventismo no Brasil
NEUMANN, F. H. Porto Alegre. Revista Mensal. Vol. 14, Nº 03, Março, 1919, p. 05-06.
REVISTA MENSAL. Varias Noticias. Vol. 13, Nº 11, Novembro, 1918, p. 14.
REVISTA MENSAL. Minas Geraes. Vol. 14, Nº. 01, Janeiro, 1919, p. 11.
REVISTA MENSAL. Signaes dos Tempos. Vol. 14, Nº 10, Outubro, 1919, p. 16.
REVISTA MENSAL. Varias Noticias. Vol. 15, Nº 03, Março, 1920a, p. 14-15.
SPIES, Frederick W. 1919. Revista Mensal. Vol. 14, Nº 01, Janeiro, 1919, p. 01-02.
STEEN, Thomas W. O Seminario Adventista. Revista Mensal. Vol. 15, Nº 08, Agosto, 1920,
p. 13-14.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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pedagógicos”. In: SOUZA, Cynthia Pereira de e CATANI, Denice Bárbara. (org.).
História da educação: processos, práticas e saberes. São Paulo: Escrituras Editora,
pp. 31-40.
FORTIN, Denis. Adventism in Quebec: the dynamics of rural church growth 1830-1910.
Berrien Springs, MI: Andrews University Press, 2004.
KOLATA, Gina. Gripe: a história da pandemia de 1918. Rio de Janeiro: Record, 2002.
SANCHES, Mário Antonio; DANILAS, Sergio. Busca de harmonia entre religião e ciência
no Brasil: Reflexões a partir do ano de Darwin. Teocomunicação, Porto Alegre, v.
42, n. 1, jan./jun, 2012, p. 98-118. Disponível em: <http://revistaseletronicas.
pucrs.br/ojs/index.php/teo/issue/view/595>. Acesso em: 10 jun. 2020.
1. INTRODUÇÃO
219 https://www.ipcc.ch/about/preparingreports/
Alesi T. Mendes; Gislye A. Montin; Lucio H. Pereira; Rosane S. Keppke • 549
mais favorável será nossa posição para assegurar saúde ao corpo, espírito e
alma (WHITE, p. 364-365).
220 https://www.epa.gov/history/origins-epa
Alesi T. Mendes; Gislye A. Montin; Lucio H. Pereira; Rosane S. Keppke • 553
221 https://brasil.un.org/pt-br/sdgs
Alesi T. Mendes; Gislye A. Montin; Lucio H. Pereira; Rosane S. Keppke • 555
Low Impact
Alcançar um ambiente
Development (LID) Final da década Estados
com características
Low Impact Urban de 1970 (LID) e Unidos
próximas as das
Design and década de 1990 Nova
condições de pré-
Development (LIUDD) Zelândia
urbanização
(LIUDD)
Integrar a gestão do
Integrated Urban
Final da década abastecimento de água,
Drainage System Suíça
de 1970 esgoto sanitário e águas
(IUDS)
pluviais
Presente
implicitamente
Estados Melhorar as práticas de
Best Management no Clean Water
Unidos gestão a fim de reduzir a
Practices (BMPs) Act, redigido
Canadá poluição
originalmente em
1972
Integrar os dispositivos
Active Beautiful
de drenagem ao meio
Clean (ABC) 2006 Singapura
ambiente de forma
Waters Program
holística
Potencializar a infiltração
Sponge City’s 2012 China de água no espaço
urbano
Integrar soluções
Nature-based urbanas que
2015 Europa
Solutions (NbS) proporcionem a
conservação da natureza
A ordem divina foi dada não apenas para o benefício da humanidade, mas
para o bem da terra. Assim, o domínio da humanidade deve ser exercido
para que ela preserve a ordem criada. A humanidade deve ser tanto mestre
quanto serva da mesma forma que Cristo foi tanto mestre do universo
quanto servo da humanidade. Nosso domínio está no contexto de nossa
criação à imagem de Deus; somos representantes e não substitutos para Ele
(LOCKTON, 1991, p. 7).
Alesi T. Mendes; Gislye A. Montin; Lucio H. Pereira; Rosane S. Keppke • 559
222 É a única organização não governamental oficial da Igreja Adventista do Sétimo Dia.
Alesi T. Mendes; Gislye A. Montin; Lucio H. Pereira; Rosane S. Keppke • 565
CONSIDERAÇÕES FINAIS
REFERÊNCIAS
ADRA Wins Prestigious National Award for Sustainability in Mozambique. ADRA, 2021.
Disponível em: https://bit.ly/3As4RBd. Acesso em: 28 ago. 2022.
______. Manual da família e do aluno. São Paulo: Associação Paulista Sudoeste, 2020.
______. Manual da Igreja Adventista do Sétimo Dia. Tatuí, SP: Casa Publicadora
Brasileira, 2016.
JAMES, I-R. ADRA officially opens first water kiosk in Mozambique. Adventist News,
2018. Disponível em: https://bit.ly/3Atuq51. Acesso em: 28 ago. 2022.
KIS, M. M. Estilo de vida e conduta cristã. In: DEDEREN, R. (Ed.). Tratado de Teologia:
Adventista do Sétimo Dia. Tatuí, SP: Casa Publicadora Brasileira, 2011.
LOCKTON, H. A. Seeing Green: Adventists and the Environment. College and University
Dialogue, v. 4, n. 2, p. 5-7, 1992.
______. The neglected message of the creation story. Ministry, v. 64, n. 9, p. 9-11,
1991.
NEWBURGER, E. Europe is experiencing its worst drought in at least 500 years. CNBC,
2022. Disponível em: https://cnb.cx/3THg8qr. Acesso em: 31 ago. 2022.
572 • O Adventismo no Brasil
PREJUÍZO com chuvas na Bahia sobe para R$ 1,6 bi, segundo dados coletados pela CNM.
CNM, 4 jan. 2022. Disponível em: https://bit.ly/3GhjY2W .
TORETI, A. et al. Drought in Europe July 2022. Luxembourg: Publications Office of the
European Union, 2022.
UNITED NATIONS. Transforming our world: the 2030 Agenda for Sustainable
Development. Resolution adopted by the General Assembly on 25 September 2015.
WHITE JR, L. The Historical Roots of Our Ecologic Crisis. Science, v. 155, n. 3767, p. 1203-
1207, 1967.
www.editorafi.org
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