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O PBQP- H E A IMPORTÂNCIA DA QUALIDADE NA CONSTRUÇÃO CIVIL. ¹

Edclécia Silva de Lima ²


Flauber Demetrios de Souto ³
Juarez Quadros Barbosa Junior 4

RESUMO

Devido a competitividade existente hoje no segmento da Construção Civil, as


empresas procuram investir em programas de qualidade e uso de novas tecnologias,
visando benefícios como a redução de custos, ganho de tempo, maior produtividade,
além de estarem prestando um melhor serviço à população. O PBQP-H (Programa
Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat) é um instrumento do governo
federal que tem como meta organizar o setor da Construção Civil em torno da melhoria
da qualidade do habitat e da modernização produtiva, através da qualificação de
construtoras, mão de obra, fornecedores de materiais e serviços, entre outros. O
presente trabalho procura salientar a importância e as vantagens para as empresas
do setor da Construção Civil se adequarem a um sistema de qualidade, mais
especificamente ao PBQP-H.

Palavras-chave: Produtividade, ISO 9001, PBQP-H.

ABSTRACT

Due to the competitiveness that exists today in the Civil Construction segment,
companies seek to invest in quality programs and the use of new technologies, aiming
at benefits such as cost reduction, time gain, greater productivity, in addition to
providing a better service to the population. The PBQP-H (Brazilian Habitat Quality and
Productivity Program) is a federal government instrument whose goal is to organize
the Civil Construction sector around the improvement of habitat quality and productive
modernization, through the qualification of builders, hand workers, suppliers of
materials and services, among others. The present work seeks to emphasize the
importance and advantages for companies in the Civil Construction sector to adapt to
a quality system, more specifically to the PBQP-H.

Keywords: Productivity, ISO 9001, PBQP-H.

¹ Artigo apresentado à Universidade Potiguar, como parte dos requisitos para obtenção do Título de
Bacharel em Engenharia Civil, em 2023.
² Graduanda em Engenharia Civil pela Universidade Potiguar – eng.edclecia@gmail.com
3
Graduando em Engenharia Civil pela Universidade Potiguar – fdsouto2015@gmail.com
4
Professor Orientador. Mestre. Docente DNS-II do curso de Engenharia Civil da Universidade
Potiguar - juarez.barbosa@animaeducacao.com.br

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1 INTRODUÇÃO

O Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat, também


conhecido como PBQP-H é um programa do Governo Federal cujo objetivo é garantir
qualidade e produtividade na habitação social. Os programas que foram
desenvolvidos por acadêmicos e profissionais da Construção Civil são adaptações ao
setor de requisitos da norma ISO 9001 (ABNT, 2000). Assim, permitindo que o gestor
do empreendimento obtenha resultados eficientes e eficazes, como, por exemplo, o
controle de prazos, custos e qualidade na construção.

O PBQP-H é um método reconhecido, cujo objetivo principal passa por guiar a


gestão e os colaboradores a uma melhoria contínua nos processos organizacionais.
Com o grande aumento de concorrentes neste ramo, a área de planejamento vem
crescendo cada vez mais, visando economia de material e de custo, assim como a
redução de atraso em cronogramas e gerando com isso um maior lucro. (FAGUNDES,
2013).

Atualmente observa-se os clientes cada vez mais exigentes, com isso as


empresas têm se preocupado em adequar seus serviços e produtos frente a essas
exigências, pois um cliente insatisfeito ou um produto fora das normas pode gerar
danos e prejuízos não só a empresa, entretanto aos seus clientes e funcionários.

Vale ressaltar que as exigências para os aspectos da qualidade determinam a


padronização das instruções de trabalho, sequenciar os fluxos do processo
construtivo, transparências nas informações pertinentes a obra a todos os
funcionários, adoções de técnicas que visam apoiar a qualidade dentro da obra,
medição das partes interessadas, entre outras adoções de técnicas e ferramentas
integradas aos aspectos da qualidade.

Uma das grandes responsabilidades de um profissional que se propõe a atuar


no setor da Construção Civil é dedicar-se, no entendimento das características
particulares e fundamentais desse setor. Ele estabelece o caminho pelo qual passará
a ter uma sólida condição de seguir com atenção o avanço tecnológico, que tem a sua
importância dentro do atual quadro em que se encontra nesse setor de atividade no
Brasil.

Salienta-se ainda que o Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade do


Habitat (PBQP-H) tem como finalidade auxiliar as empresas no quesito qualidade
favorecendo o setor da Construção Civil visando a melhoria da qualidade das
habitações e da modernização da produção, mão de obra e materiais controlados.
(VIEIRA et al., 2019).

Esse trabalho tem como objetivo apresentar a importância da qualidade no


ramo da Construção Civil e do envolvimento de todos os campos da empresa e dos

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resultados positivos que os métodos da qualidade podem agregar a uma empresa de


Construção Civil.

2 REFERENCIAL TEÓRICO

Neste capítulo serão abordados os conhecimentos teóricos significativos à


realização deste trabalho.

2.1 Qualidade na Construção Civil

As edificações e as obras de Engenharia e Arquitetura, sejam elas com as mais


diversas funções e portes, estão obrigatoriamente presentes no cotidiano das
pessoas. O aumento da competitividade se faz cada vez mais presente e isto gera
diretamente maior exigência de mão de obra qualificada, materiais e ferramentas, que
unidos representam a conquista da qualidade durante a fase de construção e no
produto final.
Indiferente ao porte das empresas no ramo de Construção Civil, os seus
interesses convergem para o mesmo ponto, ou seja, a maior redução de custos e
prazos e para a melhor qualidade do produto. Segundo Melichar (2013), buscando um
diferencial, as construtoras tendem a adotar práticas e novas técnicas, visando a
qualidade, que irão garantir uma melhoria no desempenho das diversas etapas
construtivas.
E, por esses motivos, o planejamento é essencial para evitar elevados graus
de incertezas. Quaisquer erros ou imperfeições no projeto e na execução das diversas
etapas da Construção exigem como consequência adaptações não previstas
no orçamento, consertos com custos complementares e até a necessidade de
dispendiosas reconstruções, e às vezes, os prejuízos podem aparecer mais tarde. Se
as atividades fossem executadas em conformidade com as normas técnicas, todos
esses ônus imprevistos e adicionais poderiam ser evitados (RIPPER, 1986 apud
MORO, 2010).
Os programas que foram desenvolvidos por acadêmicos e profissionais da
Construção Civil são adaptações ao setor de requisitos da norma ISO 9001 (ABNT,
2000). Em dezembro de 1998, o Governo Brasileiro estabeleceu o Programa Brasileiro
de Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H) visando desenvolver ferramentas
de apoio à gestão, melhorando a formação dos profissionais, apoiando na redução de
desperdícios, adequando às normas técnicas, além de possibilitar o acesso a projetos,
materiais e componentes de melhor qualidade.
Portanto, diante deste cenário com tantos desafios que compõem o setor da
Construção Civil, afirma-se que é necessário atender, pelo menos, aos princípios
mínimos da qualidade para nas edificações.

2.2 Sistemas de Gestão da Qualidade (SGQ)

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O Sistema de Gestão da Qualidade (SGQ), é um conjunto de processos de


negócios que são implementados para ajudar uma organização a entregar produtos
que alcançam consistentemente a satisfação do cliente.
Tendo em vista que as teorias e as ferramentas para a melhoria da qualidade
existem e estão disponíveis, é preciso analisar como aplicá-las e adaptá-las ao setor
da Construção Civil, principalmente dada a natureza e as características únicas da
indústria da Construção, onde há necessidade de se desenvolverem estratégias que
permitam às empresas não só sobreviver, mas principalmente competir. (FORMOSO,
1994).
Os primeiros passos do controle da qualidade na Construção Civil Brasileira
somente ocorreram a partir de 1995 quando em São Paulo foi lançado pela CDHU –
Companhia de Desenvolvimento Habitacional e Urbano do Estado de São Paulo o
Programa QUALIHAB cujo objetivo principal era a melhoria da qualidade das obras
de edificações e de infraestrutura dos conjuntos habitacionais construídos sob o
financiamento do governo do Estado de São Paulo (SANTOS, 2005).
Segundo Santos (2011), a Construção Civil, no que tange principalmente ao
enfoque habitacional, tem um antes e um depois ao surgimento do Programa
Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H). A participação do
programa é voluntária, mas as exigências do mercado e a competição, em constante
crescimento dão muita evidência para a adesão (BAUER, 2005).
O Governo Federal Brasileiro instituiu o denominado “Programa Brasileiro de
Qualidade e Produtividade na Habitação” (PBQP-H), como um desdobramento do
projeto estratégico da indústria no que foi elaborado em 1991, pelo Governo Collor,
mas aplicado em 1998 na Construção Civil, pela Portaria MPO n° 134, do Ministério
do Planejamento e Orçamento, cujo objetivo primordial é melhorar a qualidade e
produtividade das organizações brasileiras que estão ligadas ao setor (FRAGA, 2011).
De acordo com o apresentado na Portaria nº 134/1998, que institui o PBQP-H,
os objetivos específicos do programa são:
1. Fomentar o desenvolvimento e a implementação de instrumentos e
mecanismos de garantia de qualidade de projetos, obras, materiais,
componentes e sistemas construtivos;
2. Estruturar e animar a criação de programas específicos visando à formação e
a requalificação de mão-de-obra em todos os níveis;
3. Promover o aperfeiçoamento da estrutura de elaboração e difusão de normas
técnicas, códigos de práticas e códigos de edificações;
4. Coletar e disponibilizar informações do setor e do PBQP-H;
5. Estimular o inter-relacionamento entre agentes do setor;
6. Apoiar a introdução de inovações tecnológicas;
7. Promover a articulação internacional;
A implantação do sistema de qualidade nas empresas da Construção Civil tem
como objetivo, portanto: regulamentar e documentar; controlar e planejar as atividades
do projeto; controlar e planejar as atividades de construção; assegurar a adequação
dos recursos necessários à construção que incluem equipes, materiais, equipamentos

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e outros insumos; melhorar a produtividade e a qualidade dos serviços; reduzir os


custos do empreendimento; otimizar as relações com os clientes; melhorar a imagem
da empresa, obtendo maiores e melhores participações no mercado.
A qualidade pode ser definida por uma palavra: mudança. A empresa que
pretende implementá-la, deverá ter a vontade de mudar, como se pode analisar no
conceito de (SOUZA, 2001): “Qualidade é adequação ao uso”. Ou seja, ou a empresa
muda ou ela fica defasada em relação ao mercado, perdendo assim competitividade.
Pode-se analisar também outro conceito da qualidade, como o de (SOUZA,
2001) que diz que “um produto ou serviço de qualidade é aquele que atende
perfeitamente, de forma confiável, de forma acessível, de forma segura e no tempo
certo às necessidades do cliente”.

2.3 Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Habitat – PBQP-H

O surgimento do PBQP-H teve início em decorrência de uma das maiores


crises do setor da Construção Civil, em particular o subsetor habitacional, na década
de 80, fazendo com que a concorrência entre as empresas aumentasse. Para
enfrentar a crise as empresas começaram a analisar seu sistema de produção, com o
intuito de reduzir custos e desperdícios e aumentar a produtividade (CARDOSO,
2003).
A construção civil recebeu um grande impulso com o movimento e a criação,
em nível nacional, do Programa Brasileiro de Qualidade e Produtividade no Habitat
(PBQP-H), nos anos 1990. O programa visa apoiar o esforço brasileiro de
modernização, por meio da melhoria da qualidade, do aumento da produtividade e
redução de custos na Construção habitacional (BENNETI e JUNGLES, 2006).
O setor da Construção Civil, em parceria com o governo federal, busca
consolidar nacionalmente, as experiências bem-sucedidas na área da qualidade, de
forma a trazer benefícios para empresas, governos e consumidores. Busca
proporcionar ganhos de eficiência ao longo de toda a cadeia produtiva, por meio de
um conjunto de ações para a qualificação de empresas de serviços e obras, produção
de materiais e componentes em conformidade com as normas técnicas, formação e
requalificação de recursos humanos, aperfeiçoamento da normalização técnica e
melhoria da qualidade de laboratórios (BRASIL, 2007).
Dentre os diversos programas brasileiros de qualidade e produtividade, o do
setor de habitação tomou rumos próprios, tendo sido instituído, a partir da Portaria nº
134 de 18.12.1998, do então Ministério do Planejamento e Orçamento, chamado de
Programa Brasileiro da Qualidade e Produtividade no Habitat (BRASIL, 2007).

2.4 Implantação da ISO 9001

A ISO 9001 apresenta os requisitos necessários para se ter um sistema de


gestão de qualidade de sucesso e sua aplicação é genérica. Ou seja, é aplicável a
diversos tipos de organização, independentemente do seu porte e do produto ou
serviço fornecido (ABNT NBR ISO 9001, 2008).

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Para Fortes (2012), o modelo de implementação da norma consiste de 5


etapas:
• Decidir implantar: nesta etapa, a alta direção deve definir o escopo da
organização, analisar seus ganhos e estipular quais processos devem ser certificados
de modo a agregar valor ao negócio;
• Diagnosticar: neste momento, as seções 4 a 8 da norma devem ser
analisadas a fim de cumprir todas as obrigatoriedades exigidas;
• Implementar: esta é a etapa mais longa do processo, deve ser feito o
treinamento dos funcionários, devem ser elaborados planos de ação com análises
críticas, feitas pela Alta Direção e resolvidas todas as pendências relacionadas as não
conformidades. Além disso, devem ser formados auditores internos, assim como um
programa de auditoria, contendo uma auditoria interna pré-certificação;
• Certificar: nesta fase, a organização deve passar por uma auditoria de
avaliação, por uma certificadora;
• Perenizar: finalmente, após a certificação, o sistema de gestão deve ser
mantido com análises críticas da direção, plano de melhoria contínua e plano de
auditoria interna.

Já Mello et. al (2009) propõem um outro modelo de estratégia de


implementação do sistema de gestão da qualidade, que foi baseado no documento
Guidance on the concept and use of the process approach foi management systems,
que pode ser encontrado no site do comitê técnico 176 da ISO. Este modelo segue
cinco etapas, que serão descritas a seguir:
• Definição da unidade de negócio: Nesta etapa a missão deve ser definida e
os fornecedores, insumos, processo, produtos e clientes são representados (MELLO
et. al, 2009).
• Definição da política e dos objetivos da qualidade: Nesta etapa, os autores
afirmam que a política da qualidade deve ser formulada levando em consideração a
visão, a missão e a estratégia da organização em relação aos seus concorrentes e a
sua posição no mercado. Devem ser estipulados objetivos da qualidade que sejam
mensuráveis, compreensíveis, abrangentes, aplicáveis, atingíveis, mantidos com
facilidade e econômicos, e a partir dos objetivos, definir as metas, que possuem
informações quantitativas para se alcançar os objetivos.

• Gerenciamento e mapeamento de processos: Mello et. al (2009) destacam


que a norma ISO 9001 afirma que uma organização deve identificar, implementar,
gerenciar e melhorar de forma contínua a eficácia dos processos do sistema de gestão
da qualidade. E a ferramenta mais adequada para o diagnóstico dessa eficácia é o
Ciclo PDCA.
• Padronização dos processos: Escolher a atividade, mapear o processo,
através de um fluxograma e elaborar um procedimento, selecionando as atividades
críticas (MELLO et. al, 2009).

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• Delineamento do sistema de gestão da qualidade: Nesta última etapa, Mello


et. al (2009) apresentam os documentos que devem ser registrados segundo exige a
norma ISO 9001 de 2008.

3 METODOLOGIA

Para o desenvolvimento deste trabalho foi elaborada uma revisão de literatura


em monografias de graduação, dissertações de mestrado, livros, artigos e pesquisas
em sites especializados para contribuir o entendimento conceitual do tema.

A estrutura do trabalho apresentado será composta por uma revisão da


literatura relacionada com os sistemas de gestão da qualidade, descrevendo os
procedimentos de controle implantados nos métodos de funcionalidade de empresas
atendendo às suas especificidades, demonstrando a notabilidade e resultados
positivos que o sistema de gestão da qualidade pode agregar a seus
empreendimentos.

A pesquisa realizada apresenta uma forma de melhoria dentro de cada


empresa que atua na Construção Civil, fazendo com que venha proporcionar soluções
de qualidade adequadas para assim buscar conforto e qualidade a sociedade
brasileira. Tratando-se assim de avanços tecnológicos dentro da empresa, que
venham conceder um fortalecimento e fazendo com que seja destaque das
concorrentes.

4 RESULTADOS E DISCUSSÕES

Neste capítulo, são apresentados e discutidos os dados coletados nas duas


etapas da pesquisa proposta na metodologia do trabalho.

4.1 Importância e vantagens na adesão ao PBQP-H

Segundo Santos (2011), a Construção Civil, no que tange principalmente ao


enfoque habitacional, tem um antes e um depois ao surgimento do Programa
Brasileiro da Qualidade e Produtividade do Habitat (PBQP-H). A participação do
programa é voluntária, mas as exigências do mercado e a competição, em constante
crescimento dão muita evidência para a adesão (BAUER, 2005).
O PBQP-H gera alguns benefícios para as empresas de Construção Civil, que
aderiram aos programas da qualidade, assim conforme dados mencionados pelo
PBQP-H (2017) destaca-se esses benefícios sendo: Moradia e infraestrutura urbana
de melhor qualidade: um dos indutores que afetam a qualidade no seguimento da
Construção Civil seria a baixa qualidade dos materiais e obras, especialmente nos
seguimentos de baixa renda. Deste modo o programa tende a melhorar a
infraestrutura urbana inadequada, oferecendo uma melhor qualidade de vida;
Redução do custo com melhoria da qualidade: o PBQP-H colabora para com as

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empresas na redução de desperdício de materiais e na melhoria com a qualificação


das empresas construtoras, induzindo os recursos que são empregados nos
financiamentos, para que possibilite o atendimento de um número maior da
população; Aumento da produtividade: este benefício procede para a empresa
melhoria nos processos tais como de produção e de materiais de Construção e na
execução de obras; Modernização tecnológica e gerencial: em relação a este
benefício o PBQP-H (2017) tende a [...] “criar um ambiente propício à inovação e
melhoria tecnológica, por meio do fortalecimento da infraestrutura laboratorial e de
pesquisa”; Defesa do consumidor e satisfação do cliente: entretanto este benefício
favorece políticas sistêmicas de qualidade, ao qual protege todos os direitos do
consumidor de materiais de Construção e dos compradores de unidades
habitacionais, com fim de garantir a confiabilidade desses produtos e satisfazer as
necessidades dos clientes. Além desses benefícios, com o PBQP-H a empresa pode
obter:

• Aprovação dos projetos junto aos agentes financiadores


1

• Participação no programa Minha Casa, Minha Vida


2
• Habilitar a empresa para participação de licitações
municipais e/ou estaduais
3 • Obtenção de benefícios junto ao BNDES

4.2 Dificuldades e desvantagens

Benetti e Jungles (2006) estudaram a implantação do PBQP-H em nove


empresas do sudoeste do Paraná, onde as principais dificuldades apontadas quanto
à implantação, tanto do PBQP-H, quanto de qualquer programa de qualidade são as
mesmas, como a resistência às mudanças, e a falta de pessoal qualificado,
dificuldades presentes em várias construtoras do país.
A falta de comprometimento das pessoas é vista como a principal dificuldade
na manutenção de sistemas de qualidade em construtoras. Souza e Mekbekian (1995)
comentam que muitos gerentes não cumprem suas atividades de implantação do
programa por estarem ocupados com as tarefas rotineiras. Assim, consideram o

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sistema como um empecilho, ao invés de auxílio na realização de suas tarefas.


Observa-se dificuldade de as pessoas aceitarem e colaborarem com o sistema, pois
isso interfere na maneira como estão habituadas a realizar seus serviços.
Considera-se a baixa escolaridade dos funcionários como a principal
dificuldade durante a implantação de SGQ, pois torna-se complicado sensibilizar estes
funcionários. No entanto, observa-se que a maior preocupação é com a auditoria e
não com os resultados. Desta forma os programas de treinamento apenas atendem
aos requisitos mínimos da norma.
Souza e Mekbekian (1995) observam que existe uma ansiedade por resultados
imediatos, o que acaba gerando frustrações nos envolvidos na implantação uma vez
que se leva algum tempo para que o SGQ implantado apresente resultados. Os
primeiros resultados são pequenos, mas a soma de pequenos resultados traz
melhorias para a empresa. A implantação de SGQ gera uma burocracia excessiva,
uma vez que as principais não-conformidades e observações referem-se à falta de
algum tipo de registro ou documento, a burocracia também é gerada pelo grande
número de documentação exigida pelo sistema.
Depexe (2006) concluiu em sua pesquisa que existe um foco maior na
certificação do que no SGQ, ou seja, tudo é feito com o intuito obter a certificação. Em
geral, as empresas atendem aos requisitos mínimos exigidos pela norma.

4.3 Etapas para implantação de um programa de qualidade


A implantação de sistemas de gestão da qualidade no setor da Construção
Civil tem impactos importantes em toda a cadeia produtiva, pois envolve desde os
fornecedores de materiais, quanto ao fornecedor de mão-de-obra para serviços
terceirizados.
Para obtenção do PBQP-H, as empresas devem implementar os requisitos da
norma SiAC, que se divide em três níveis: Nível de Adesão, Nível B e Nível A. Cada
nível atende a uma série de requisitos da norma. As empresas que podem realizar a
certificação do PBQP-H são organismos de avaliação de conformidade, credenciados
pelo INMETRO e autorizados pela Comissão Nacional.
A auditoria em canteiros de obras do escopo pretendido é essencial para a
atribuição de uma certificação a uma empresa construtora. Uma das mudanças
ocorridas nas empresas que estão em implantação ou certificadas é ter de que seguir
o roteiro dos procedimentos impostos. Portanto para se conseguir obter êxito nas
tarefas realizadas a forma mais fácil de controlar é ter tudo documentado (BAUER,
2005). Dentre os itens a serem elaborados para o alcance das certificações de
qualidade encontra-se o plano de qualidade e obras, que objetiva a qualidade na
execução da obra e no atendimento das exigências dos clientes, associados a
indicadores.
Entre os itens contemplados encontra-se a definição dos destinos adequados
dados aos resíduos sólidos e líquidos produzidos pela obra (entulhos, esgotos, águas
servidas), que respeitem o meio ambiente, estejam em consonância com a Política
Nacional de Resíduos Sólidos (Lei 12.3050) (BRASIL, 2010) e com as legislações
estaduais e municipais aplicáveis. Todo fornecedor de materiais para a obra em

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questão a ser certificada deve ser qualificado. Poderá ser dispensada do processo de
qualificação a empresa considerada qualificada pelo Programa Setorial da Qualidade
(PSQ) do Sistema de Qualificação de Materiais, Componentes e Sistemas
Construtivos (SiMaC) do PBQP-H, para o produto-alvo do PSQ a ser adquirido. É
vedada à empresa construtora a aquisição de produtos de fornecedores de materiais
e componentes considerados não conformes nos PSQ.
Para obtenção da certificação em determinado nível, a empresa construtora
deve ter desenvolvido os procedimentos documentados tendo treinado os
colaboradores e gerado registros de sua aplicação para as porcentagens
estabelecidas (PBQP-H, 2010). A empresa deve garantir que sejam também
controlados todos os serviços de execução que tenham a inspeção exigida pelo
cliente. Deve ser incluída na lista de serviços de execução obrigatoriamente
controlados a produção de materiais e componentes em obra, tais como: concreto,
graute, blocos, elementos pré-moldados, argamassas, esquadrias, etc.
Serviços finais como testes de funcionamento, desinfecção de redes e
elaboração de cadastros devem ser tratados nas rotinas de inspeção final e entrega e
constar do plano da qualidade de obra. Além disso, os serviços de montagem elétrica,
hidromecânica e industrial devem ser tratados em rotinas específicas e também
constar do plano da qualidade de obra. A partir dessa lista de serviços de execução
controlados, a empresa construtora deve preparar uma lista de materiais que sejam
neles empregados, que afetem tanto a qualidade dos serviços, quanto a do produto
exigido pelo cliente.
Nota-se que, em qualquer nível, a empresa deve garantir que sejam também
controlados todos os materiais que tenham a inspeção exigida pelo cliente, como
também todos aqueles que considerou críticos em função de exigências feitas pelo
cliente quanto ao controle de outros serviços de execução (PBQP-H, 2010).
A empresa construtora deve preparar uma lista mínima de materiais que
devem ser controlados. Esta lista deve ser representativa dos sistemas construtivos
por ela utilizados e dela deverão constar, no mínimo, 20 materiais.

4.4 Processo de Certificação

Os principais passos em um processo de certificação no PBQP-H, segundo as


consultorias de mercado, para os níveis adesão, B e A são (PBQP-H, 2010): Definição
do escopo de certificação; Pré-auditoria (opcional): Gap Análises ou diagnóstico da
sua posição atual em relação à norma; Auditoria de Certificação Fase 1: Revisão
realizada para verificar se a organização está pronta para a certificação norma;
Auditoria de Certificação Fase 2: Avaliação da implementação, incluindo a eficácia do
sistema de gestão da organização; Emissão do Certificado Nível B: Um certificado é
emitido mediante resultados satisfatórios da auditoria; Auditorias de Manutenção: para
verificar se o sistema de gestão continua a cumprir com os requisitos da norma e
monitorar a melhoria contínua; Recertificação: após 3 anos (nível A) para confirmar a
continuidade da conformidade e eficácia do sistema de gestão como um todo.

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5 CONCLUSÕES

A implementação de um sistema de qualidade nas empresas, hoje é visto como


um investimento, em que o retorno pode ser certeiro e rápido. O menor desperdício e
a menor necessidade de manutenção de um produto da Construção Civil normalmente
têm justificado o esforço realizado.
Com isso, considera-se que o PBQP-H, facilita o entendimento, e encoraja
novas empresas a aderir ao referido programa. Porém, ponderando as limitações do
presente trabalho, pode-se apenas citar as principais vantagens, mas sem ainda a
aplicação e análise prática nas empresas.
Conclui-se que a empresa que possui o Certificado de Qualidade alcança
o diferencial dentre as demais, devido aos resultados referentes à melhoria contínua
em seus processos, o que faz com que seus produtos, além de serem entregues
dentro dos prazos pré-estabelecidos, também se destaquem em função da qualidade
obtida e reconhecida através do cliente.

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