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14/03/24, 20:09 Educação formal e não formal

Educação formal e não formal


Profª. Inês Barbosa de Oliveira

Descrição

Estudo de diferentes processos de educação e suas características.

Propósito

Apresentar modos de educar, reconhecendo as especificidades de cada


um em suas relações e as influências mútuas, sendo central na atuação
do profissional em educação conhecer os processos educacionais e
suas características.

Objetivos

Módulo 1

Os diferentes processos
educativos na sociedade
Identificar os espaços e os tempos em que ocorre cada tipo de
educação e de que modo contribuem para os processos
educacionais na sociedade.

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Módulo 2

Educação Formal
Reconhecer as normatizações que regulam os processos de
escolarização, os processos de ensino e a aprendizagem formal de
conteúdos.

Módulo 3

Educação informal e não formal


Distinguir a educação informal da educação não formal,
reconhecendo as principais características.

Módulo 4

O currículo oculto
Identificar a noção de currículo oculto e o modo como é percebido na
atualidade.

Introdução
A educação não começa quando a criança chega à sala de aula, a
partir dos quatro anos, ou mesmo antes, para aqueles que
frequentam creches. Se assim fosse, não existiria uma
responsabilidade de educação enquanto a criança não entrasse em
uma sala de aula! A responsabilidade da família começa bem
antes, quando a criança nasce. É ilógico exigir das escolas a
responsabilidade por todo o processo de educação, com as
consequentes aprendizagens que ele traz; como também é muito
pouco querer que somente o que se passa em sala de aula possa
ser chamado de educação.

Além da família e da escola, a educação pode envolver instituições


e entidades com as quais as crianças convivem, que possuem

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regras e formas de atuar próprios, em função de seus objetivos.

Há, portanto, ligados à educação, processos, ações, procedimentos,


conteúdos e modos de fazer diferentes, conforme falamos de uma
ou outra perspectiva de compreensão da educação. E é a
combinação entre elas que caracteriza os diferentes processos
educativos.

Nosso tema para este conteúdo é a educação em suas diferentes


formas: a educação formal, a educação não formal e a educação
informal, as especificidades e características que possuem e como
podemos identificá-las e compreendê-las.

Primeiramente, trazemos um panorama geral, depois, módulos que


as esmiúçam e detalham e, finalmente, como, a partir dessa
compreensão ampliada das diferentes educações, podemos pensar
a questão do currículo oculto, que poderá ser mais bem
compreendido a partir das aprendizagens dos módulos que o
antecedem.

1 - Os diferentes processos educativos na


sociedade
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar os espaços e
tempos em que ocorre cada tipo de educação e de que modo
contribuem para os processos educacionais na sociedade.

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Introdução aos tipos de


educação

Introdução às múltiplas formas de


educação
Quando se fala em educação, o primeiro pensamento que pode vir à
tona são as horas, dias e anos passados dentro da sala de aula.
Eventualmente, pensamos em pessoas, que consideramos bem ou mal-
educadas. Indo além, colocamos também como parte da educação os
momentos ocupados com a execução de tarefas extraclasse, ou de
broncas quando fomos considerados mal-educados, em família ou na
escola.

O processo educativo tem, na verdade, uma amplitude


maior, possuindo papel fundamental na sociedade, e
envolve não só essas questões, mas muitas outras.

Quando limitamos a noção de educação a um conjunto de atividades


e/ou conteúdos de sala de aula, referimo-nos somente à educação em
seu aspecto formal. Sem desmerecer a escola, a educação é muito mais
do que os anos escolares que as crianças e os jovens passam em sala
de aula. A própria Constituição brasileira (1988), ao tratar do tema, traz
embutida em seu conceito essa amplitude da educação.

A educação, direito de
todos e dever do
Estado e da família,
será promovida e
incentivada com a
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colaboração da
sociedade, visando ao
pleno
desenvolvimento da
pessoa, seu preparo
para o exercício da
cidadania e sua
qualificação para o
trabalho.
(CF, 1988, art. 205)

De acordo com o professor José Carlos Libâneo (1994), o objetivo da


educação é prover os indivíduos de conhecimentos e experiências
culturais, que os tornem aptos para atuarem no meio social e a
transformá-los em função de necessidades econômicas, sociais e
políticas da coletividade. Ou seja, a educação não é um processo que se
inicia com a matrícula da criança-jovem na escola, concluído quando
esse jovem-adulto sai da escola para a sociedade — até porque,
enquanto está na escola, ele também está na sociedade.

Esse pensamento traz dois equívocos:

error_outline Equívoco
Responsabilizar a escola pelo fracasso na
educação.

error_outline Equívoco 2
Ao assim se posicionar, esquecer-se de que a
escola também faz parte da mesma sociedade na
qual o aluno está inserido.

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A educação é um processo que faz parte “da vida toda e de toda uma
vida” de cada ser humano. Desde o nascimento, a criança-bebê é
inserida em um grupo social, passando a ter contato com uma cultura
que norteará os rumos de sua vida. A educação se dá, pois, ao longo da
vida do ser humano, principalmente nesse mundo globalizado e on-line.

Comentário
Em uma retrospectiva rápida da velocidade das informações e das
transformações, entende-se como é absolutamente necessária uma
constante atualização e uma busca constante de conhecimento, o que
significa que nosso processo educativo é um processo de
aprendizagem ao longo da vida (PAIVA, 2019).

Quando muitos dos professores hoje em dia, atuando em escolas e


universidades, começaram a trabalhar em sala de aula, possivelmente
não existia a internet, os celulares, a comunicação on-line. Atualmente,
tais elementos são tão impregnados no dia a dia, que as crianças já
chegam à escola sabendo operar um celular ou mesmo um computador.

Tido como nocivo à atenção das crianças e jovens às aulas, até dois
anos passados, o celular era interditado em salas de aula em todo o
país. Nos dias atuais, tornou-se um instrumento de trabalho e
aprendizagem, inclusive em sala de aula. Com a pandemia, o celular se
tornou tão útil que chegou a substituir, provisoriamente, as salas de
aula.

Sem entrar em detalhes sobre o tanto que se perdeu com essa


obrigatoriedade social das atividades on-line, passada a pandemia, o
uso do celular na sala de aula representará um novo desafio, visto que,
depois desse período, não será possível nem correto simplesmente
dispensá-lo. A comunicação on-line já se tornou um instrumento de
ensino. A educação formal terá que se adaptar ao uso desses
dispositivos de comunicação dentro e fora da sala de aula.

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Assim, pode-se pressupor que o objetivo geral da educação seja:

[...] propiciar o
crescimento do que é
próprio de cada
indivíduo em cada ser
humano, ao mesmo
tempo em que
harmoniza a
individualidade assim
desenvolvida com a
unidade orgânica do
grupo social ao qual
esse indivíduo
pertence.
(READ, 2001, p. 9)

Conclui-se, pois, que a educação, em sentido amplo, não é de


responsabilidade integral e exclusiva da escola. A escola é um dos
principais eixos que compõem o processo educativo e ou formativo.
Esse tema é bastante atual, considerando-se os conflitos entre essas
instâncias, como a discussão entre os limites dessas responsabilidades,
escolar e familiar. Em outras palavras: sobre quando começa e termina
a responsabilidade dos pais e a reponsabilidade da escola.

Classificação da educação

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Classificando a educação: formal,


informal e não formal
Estamos diante de dois grupos diferentes de educação: uma a partir da
sala de aula, uma educação formal, e outra fora da sala de aula, dentro
de um contexto social: a educação informal.

Além da educação informal, temos a educação não formal, assim


chamada exatamente porque acontece fora da formalidade, ou seja,
ocorre fora da sala de aula sendo diferente da informal por estar ligada a
instituições não familiares.

Temos, então, três tipos de educação: a que se dá dentro da sala de


aula, a educação formal; e outras duas que se dão fora da sala de aula:
a educação informal e a educação não formal. De acordo com o MEC, a
educação formal é aquela que ocorre nos sistemas de ensino
tradicionais. As outras duas formas ocorrem fora da sala de aula: a
educação não formal corresponde às iniciativas organizadas de
aprendizagem que acontecem fora dos sistemas de ensino. A educação
informal é aquela que ocorre ao longo da vida, de forma contínua,
podendo ser, inclusive, imperceptível ou até mesmo diligenciada como
tal.

Para Libâneo (1994, p. 16), “educação é um fenômeno social e universal,


sendo uma atividade humana necessária à existência e funcionamento

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de toda a sociedade”. Nesse contexto, a educação deve ser perseguida


como um requisito para que o ser humano se integre e faça parte de um
grupo social. Seus costumes e valores devem estar de acordo com os
valores e costumes desse grupo, sempre dinâmicos e provisórios, mas
coerentes com os processos sociais internos.

Comentário
A educação segue uma evolução histórica e é transmitida de geração a
geração, sendo pouco a pouco, também, adaptada conforme as
necessidades de cada grupo.

De qualquer forma, a educação começa nos primeiros minutos ou


segundos de vida da criança. Portanto, o processo de educação
também começa nesses primeiros momentos. E a família se torna a
principal instituição responsável pela educação informal, por meio da
qual são aprendidos os costumes de cada grupo social humano, como
falar, andar, comer, bem como hábitos e crenças religiosos, traços
culturais e valores daquele grupo, entre outras coisas relacionadas à
vida cotidiana. Nessa perspectiva, não se depende apenas de
ensinamentos, são aprendizagens que advêm do convívio social, dos
próprios hábitos daqueles com quem a criança convive e dos modos
como ela os compreende e assimila.

Problemas nas definições dos tipos


da educação
Existe hoje em dia uma forte crítica a pais que, supostamente, abrem
mão para a escola de suas responsabilidades educativas com seus
filhos. Por outro lado, cresce a defesa da não obrigatoriedade escolar

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por parte de grupos sociais que defendem a escolarização em casa, o


chamado homeschooling, palavra inglesa que expressa essa defesa.

Comentário
Ou seja, as fronteiras vêm perdendo nitidez e há defesas distintas de
interpenetração entre ambas, inclusive quando, cada vez com mais
frequência e com mais defensores, as escolas contam com a
participação de responsáveis familiares em suas atividades.

De qualquer forma, percebe-se o quanto as crianças chegam cada vez


mais cedo às salas de aula. Assim, muitos entendem que princípios que
deveriam ter sido assimilados na convivência familiar estão sendo
negligenciados e incumbidos à escola. Na verdade, essa realidade em
que pai e mãe têm necessidade de trabalhar fora, de famílias
monoparentais ou mesmo em situações sociais — de violência local, de
abandono, de falta de teto, entre outras — que comprometem a
educação doméstica, transfere-se para a escola muito das
responsabilidades outrora assumidas pela família.

A escola reclama que tais crianças chegam à sala de aula sem um


conhecimento prévio de hierarquia, de limites, de sociabilidade,
conceitos que deveriam ter sido praticados dentro da família. Muito do
que os pais cobram da escola seria, talvez, responsabilidade da própria
família, mas também é certo de que essas famílias estão cada vez mais
“entrando” na escola.

É comum ouvir reclamações tanto de educadores quanto de pais de que


as crianças e os adolescentes não foram educados para conhecerem os
limites impostos pela própria sociedade. Muitos desses obstáculos
deveriam, segundo educadores, ser resolvidos naturalmente com as
crianças.

Para Aguino (1996), a indisciplina é um sintoma que


aflora no ambiente escolar, afetando a relação
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educativa, gerando um desnorteamento do trabalho


escolar.

As escolas responsabilizam as famílias, mas nem sempre refletem


sobre o que, no ambiente escolar, contribui para essa indisciplina. Da
mesma forma, também apresentam dificuldades de compreender as
inserções sociais de alunos que a potencializam, como pobreza
extrema, violência social, fome, entre outras. São, portanto, conflitos
entre responsáveis e docentes, ou mesmo com a gestão escolar, que
não podem ser pensados como uma oposição, mas como um
enredamento de fatores, muitos deles acima das capacidades de ação
de pais e professores, já que são problemas sociais (OLIVEIRA, 2016).

Definição de educação

Breves conceitos instrumentais


Vamos buscar de modo simples entender o que é educação formal, não
formal e informal. A diferença entre formal, não formal e informal é
estabelecida tomando por base o espaço escolar. Dessa forma, ações
educativas escolares seriam formais e aquelas realizadas fora da escola
não formais ou informais.

Educação formal

A educação formal é aquele ensino institucionalizado, desenvolvido nas


escolas, com conteúdos e currículos previamente demarcados. Tem
como objetivo o ensino e a aprendizagem de conteúdos sistematizados,
que preparam o indivíduo para o exercício da cidadania, porque o forma
de modo crítico e lhe dá acesso aos conhecimentos sistematizados que
circulam na sociedade.

A educação formal está voltada para o aprender a conhecer. Para tal, a


educação formal tem diretrizes curriculares a orientar a formação dos
alunos, normas comportamentais e conteudinais, regras, níveis de
ensino e faixas etárias definidas para os diferentes níveis, além de um
conjunto de leis que a regulam.

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Educação informal

A educação informal é aquela em que os indivíduos aprendem durante


os processos de socialização, na família, nos grupos sociais, nas
comunidades de entorno etc., e é carregada de valores e culturas
próprias. Por isso mesmo, a educação informal pode ocorrer em
espaços distintos, não necessariamente familiares e não
necessariamente com culturas e valores iguais. Em cada ambiente há
valores e perspectivas culturais próprios em inter-relação.

Nesse contexto, o principal objetivo da educação informal é a


socialização de indivíduos e sua inclusão nos contextos sociais. Trata-
se de uma educação aprendida e incorporada fora das salas de aula ou
em centros oficiais de educação, mas que é reconhecida política e
socialmente. Sua denominação advém do fato de ela se dar fora do
contexto da formalidade (do sistema educacional propriamente dito) e
para além de questões explícitas de ensino. É caracterizada por sua
irregularidade e por não seguir um programa estabelecido, já que se tece
nas interações cotidianas dos sujeitos sociais com seu entorno.

Resumindo
A educação informal é espontânea, aleatória, ocorre à medida que a
pessoa cresce dentro de seu grupo social. Ela se reveste de uma forte
amplitude, uma vez que se dá em qualquer espaço, ao longo da vida.
Muito das aprendizagens realizadas ao longo da vida têm lugar em
contextos informais.

Observe as imagens abaixo que retratam situações corriqueiras do


cotidiano:

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Escovando os dentes.

Amarrando os sapatos.

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Dirigindo.

Nas imagens, vemos aprendizagens que transcendem a escola e os


processos formais, uma vez que, na maioria das vezes, não advêm de
“aulas sistemáticas”, e sim de observações e pequenas intervenções.
São conhecimentos que todos constroem em seu próprio processo de
vida, sem a necessidade de serem ensinados.

Em linhas gerais, podemos dizer que, ao longo de nossas vidas, vivemos


um processo de aprendizagem constante e permanente, e, em geral, tais
conhecimentos nos chegam de maneira desestruturada e sem
planejamento didático ou curricular, por isso, não devem ser
confundidos com a educação formal.

Educação não formal

O termo educação não formal — a terceira abordagem da educação —


aparece na história da educação no final da década de 1960. Nesse
período surgem discussões pedagógicas, vários estudos sobre a crise
na educação, críticas radicais à instituição escolar e formulação de
novos conceitos e paradigmas sobre os modos de aprender e sobre a
possibilidades de se educar fora das escolas.

A educação não formal é aquela que, como o nome indica, se dá fora da


formalidade, e, portanto, fora das escolas e dos cursos regulares das
universidades. Ela não é, todavia, uma negação da escola. Somente é

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caracterizada como desprovida dos aspectos formais próprios da


instituição escolar.

A educação não formal é, pois, um processo de


aprendizagem social focado no indivíduo e em suas
possibilidades de efetivar aprendizagens relevantes,
por meio do desenvolvimento de atividades fora do
ambiente escolar.

A educação não formal é uma modalidade sistematizada e organizada,


porém, com flexibilidade quanto ao tempo e ao espaço que podem ser
utilizados para essa educação, bem como com a previsão de atividades
que não se relacionam com conteúdos formais de ensino.

Veja abaixo alguns exemplos de espaços de educação não formal:

Bibliotecas

Museus

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Clubes de ciências

Zoológicos

Jardins botânicos

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Planetários
Essa é uma modalidade de educação que acontece paralelamente à
educação formal, sem um compromisso curricular institucionalizado e
sem uma seriação ou certificação curricular, podendo ser oferecida por
instituições de trabalho, ou mesmo por organizações ou grupos da
sociedade civil. Caracteriza-se, também, por não ter objetivos
educacionais específicos ou duração específica.

De qualquer forma, educação formal, informal e não formal têm


características diferenciadas, mas são, certamente, complementares e
não concorrentes, e uma não substitui a outra. Portanto:

school Educação formal


A educação formal promove diretamente a
aprendizagem a partir de conteúdos didático-
pedagógicos definidos e tem como objetivo
preparar o indivíduo para atuar como cidadão ativo.

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school Educação informal


A educação informal produz e desenvolve
aprendizagens cotidianas daquilo que não se
ensina oficialmente, promovendo a inserção social.
Tem como objetivo socializar os indivíduos e
desenvolver hábitos e atitudes para a vida
cotidiana.

school Educação não formal


A educação não formal se dá via processos de
compartilhamentos e de experiências em locais e
ações coletivas organizadas em espaços não
escolares. Tem como objetivo proporcionar
conhecimentos sobre o mundo que envolve os
indivíduos e suas relações sociais.

video_library
O olhar relacional da
educação
Neste vídeo, serão abordadas as pesquisas mais realizadas na internet
sobre o que é educação formal, não formal e informal

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

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Questão 1

A educação é um fenômeno humano e fundamental que se


transformou ao longo dos séculos e tem uma notoriedade no
século XXI. Como podemos definir o objetivo geral da educação?

Construir e fortalecer o indivíduo como humano e,


A
por isso, é um direito.

Hierarquizar as pessoas na sociedade, explicando o


B
papel individual de cada um.

Explicar como se vive em sociedade, as regras, e


C
como é fundamental se integrar a ela.

Organizar o trabalho de formação para atender as


D
demandas do mercado de trabalho.

Desenvolver o uso da tecnologia para que a


E
sociedade possa progredir.

Parabéns! A alternativa A está correta.

O objetivo da educação é propiciar o crescimento do que é próprio


de cada indivíduo em cada ser humano, ao mesmo tempo em que
harmoniza a individualidade assim desenvolvida com a unidade
orgânica do grupo social ao qual esse indivíduo pertence. Não é
funcionalista ou preparatória, não ao menos no século XXI.

Questão 2

A educação pode ser classificada e organizada de forma diversa


em termos estruturais. Dessa forma, podemos definir que os três
tipos de educação são?

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A Educação formal, não formal e informal.

B Educação básica, média e superior.

C Educação tradicional, moderna e contemporânea.

D Educação tradicional, tecnológica e artística.

E Educação formalista, complementar e formativa.

Parabéns! A alternativa A está correta.

Em linhas gerais, temos dois grandes grupos de educação: a que


acontece dentro da sala de aula, e outro grupo que ocorre fora da
sala de aula. A educação dentro da sala de aula é chamada de
educação formal, ocorre nos sistemas de ensino tradicionais. As
outras duas formas ocorrem fora da sala de aula: a educação não
formal corresponde às iniciativas organizadas de aprendizagem
fora dos sistemas de ensino; já a educação informal ocorre ao
longo da vida, de forma contínua, podendo ser, inclusive,
imperceptível ou até mesmo diligenciada como tal.

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2 - Educação formal
Ao final deste módulo, você será capaz de reconhecer as normatizações
que regulam os processos de escolarização, os processos de ensino e a
aprendizagem formal de conteúdos.

Apresentação da educação
formal

Identificando a educação formal


Quando estudamos o tema da educação, precisamos, em primeiro lugar,
especificar de que tipo de educação estamos falando. No caso
específico da educação formal, não podemos negligenciar o fato de que,
internamente, ela também pode ser dividida em níveis e modalidades,
sendo cada um e uma diferente dos demais, por exemplo, a educação
universitária e a educação infantil.

No seu sentido mais amplo, educação significa o meio


em que os hábitos, costumes e valores de uma
comunidade são transferidos de uma geração para a
geração seguinte.

O conceito de educação engloba, nas sociedades ocidentais


contemporâneas, o nível de cortesia, delicadeza e civilidade
demonstrada por um indivíduo nas relações que estabelece com outros
e a sua capacidade de socialização, além de estar relacionado com os
conhecimentos que a pessoa constrói ao longo da vida, tarefa precípua
da educação formal.

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Atenção!
Assim, a educação formal é aquela que se desenvolve em instituições
próprias — notadamente escolas e universidades — e envolve, também,
as noções de ensino e aprendizagem e dos processos que caracterizam
essa relação entre os diferentes sujeitos. O estudo da educação formal
sugere ser importante diferenciar docentes de discentes em relação à
sua função e papel formal nos processos de escolarização e de
formação profissional, a partir de certa idade. É, também, a forma de
educação estruturada legalmente em seus diferentes níveis e
modalidades.

Isso significa que, quando se fala em ensino e aprendizagem, fala-se da


relação estabelecida entre professores e alunos. É por meio da
educação formal que professores e alunos aprendem e ensinam juntos,
levando em consideração a realidade que ambos vivenciam, e, com isso,
tecem um relacionamento que é idealmente construído como de afeto e
confiança mútuos. Assim, é sempre bom ter em mente o que afirmava
Paulo Freire (2017): docentes e discentes ensinam e aprendem
mutuamente.

A educação formal, o processo educativo


escolar/profissionalizante/universitário em sentido amplo, possui um
papel fundamental para o desenvolvimento da sociedade. Quando se
limita a noção de educação a um conjunto de atividades e conteúdos
vivenciados dentro da sala de aula, estamos nos referindo somente à
educação no seu aspecto formal.

Neste módulo, o que interessa é a educação formal. Segundo


professora Maria da Glória Gohn (2006), a educação formal é aquela
desenvolvida nas escolas, com conteúdos previamente demarcados,
com espaço próprio e bem definido. Para que a educação formal ocorra,
ela precisa ser institucionalizada, trabalhando com conteúdo
previamente determinado e normas que contribuem para que esse
trabalho seja efetivado.

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Objetivos da educação
formal
Para Danilo Gandin (1995), a educação formal escolar possui três
objetivos basilares, elementos indispensáveis para que o ser humano se
inscreva na sociedade de modo digno e completo:

accessibility_new
A formação da pessoa humana
science
O desenvolvimento da ciência
assignment_turned_in
O domínio da técnica
Para além dos diferentes conflitos já referidos em torno das
responsabilidades das famílias, escolas e comunidades pela educação
formal, há definições relativamente claras que ajudam a compreendê-la.

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Para o Ministério da Educação (MEC), a educação formal é aquela que


ocorre dentro dos sistemas de ensino, respeitando a legislação vigente
e buscando assegurar o exercício do direito à educação e à
aprendizagem. É o ensino institucionalizado, desenvolvido nas escolas e
universidades, com conteúdos e currículos previamente demarcados,
selecionados e organizados conforme normas dos sistemas e
instituições de ensino, visando à aprendizagem de conteúdos
sistematizados que preparam o indivíduo para o exercício da cidadania,
por meio do ensino.

A educação formal está voltada para o


aprender a conhecer, ocupando-se menos do
aprender a fazer, mais próximo de outros
processos de educação.

A educação formal é metódica e hierarquicamente organizada, segue


uma base curricular, é dividida em disciplinas — ou unidades temáticas
em algumas escolas —, com regras e leis específicas.

Nesse contexto, a educação formal normalmente segue diretrizes


curriculares que orientam os professores em seu trabalho de formação
dos alunos. Sistemas e escolas precisam possuir regras de ensino e de
avaliação, níveis de ensino e faixas etárias que lhes são
correspondentes, além de normas curriculares com conteúdos e
proposta de métodos também definidos.

Assim, o que se espera da escola é que ela transmita conhecimentos, ou


seja, que os conteúdos selecionados sejam aprendidos pelos alunos.
Para isso, a escola precisa acompanhar os processos, tanto por
avaliações daquilo que propõe quanto por avaliações daquilo que os
alunos aprendem a partir do trabalho realizado.

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Comentário
A escola não pode se contentar com simplesmente ensinar sem se
preocupar se seus alunos estão aprendendo de fato.

A educação formal tem, pois, seu espaço próprio para ocorrer, é


institucionalizada e prevê conteúdos de ensino para níveis e
modalidades diferentes. Para Gohn, a educação formal tem como
objetivo “o ensino e a aprendizagem de conteúdos historicamente
sistematizados” (UNESCO/MEC, 1999, pg.90), com o objetivo de
preparar o aluno para atuar em sociedade como cidadão ativo. Isto é, a
educação formal é metodicamente organizada.

A Comissão Internacional sobre Educação da Unesco (1999) afirma que


a educação deve se organizar em torno de quatro aprendizagens:

auto_stories
Aprender a conhecer
build
Aprender a fazer
groups
Aprender a viver juntos
accessibility_new
Aprender a ser

Legislação da educação
formal
A educação é um direito de todos assegurado pela Constituição Federal
como competência comum dos entes públicos (União, Estado, Distrito
Federal e Municípios). É, sem dúvida, um dos deveres mais importantes
do Estado, e, por isso mesmo, há uma significativa legislação visando ao
cumprimento de tais obrigações. Além da Constituição Federal, a
educação formal é regulamentada por outras leis que tratam de

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14/03/24, 20:09 Educação formal e não formal

questões mais específicas. Entre essas leis, destacam-se a Lei de


Diretrizes e Bases da Educação (LDB/1996) e o Plano Nacional de
Educação (PNE).

O PNE está previsto no art. 214 da Constituição Federal, com o objetivo


de “articular o sistema nacional de educação em regime de colaboração
e definir diretrizes, objetivos, metas e estratégias de implementação
para assegurar a manutenção e desenvolvimento do ensino em seus
diversos níveis etapas e modalidades por meio de ações integradas dos
poderes públicos das diferentes esferas federativas” (CF, art. 214).

No século XXI, o Brasil já teve três PNEs, em 2001, em 2011, e o atual,


formulado em 2014, cujas metas teriam que ser atingidas até 2024.

Seis são as metas e os objetivos enumerados pela Constituição Federal


para a educação (CF, art. 214, incisos I-VI):

looks_one erradicação do analfabetismo;

looks_two universalização do atendimento escolar;

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looks_3 melhoria da qualidade do ensino;

looks_4 formação para o trabalho;

looks_5 promoção humanística científica e tecnológica do


país; e

looks_6 estabelecimento de meta de aplicação de recursos


e educação como proporção do produto interno
bruto.

A Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, mais conhecida como


LBD/1996, em seu art. 2º, em consonância com o art. 205 da
Constituição Federal, dispõe:

A educação, dever da
família e do Estado,
inspirada nos
princípios de
liberdade e nos ideais
de solidariedade
humana, tem por
finalidade o pleno
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desenvolvimento do
educando seu preparo
para o exercício da
cidadania e sua
qualificação para o
trabalho.
(LEI 9.394/1996, art. 2º)

No seu capítulo 4º, a LDB estrutura a educação escolar pública do


seguinte modo:

Educação infantil
I. Educação básica Ensino fundamental
Ensino médio

II. Educação superior

Esta divisão é mencionada no artigo 22: “A educação básica tem por


finalidade desenvolver o educando assegurar-lhe a formação comum
indispensável para o exercício da cidadania e fornecer-lhes meios para
progredir no trabalho e em seus estudos posteriores.” (LDB, 1996).

Saiba mais
Essa modalidade de educação é organizada em séries anuais, períodos
semestrais, ciclos, alternância regular de períodos de estudos, grupos
não seriados, com base na idade, na competência e em outros critérios,
ou por forma diversa de ação, sempre que o interesse do processo de
aprendizagem assim o recomendar.

Nesse aspecto, e como forma de organizar a educação formal, o Estado


estabelece algumas regras comuns, como uma carga horária anual,
critérios de avaliação de desempenho do aluno, currículo mínimo
obrigatório, entre outros. Ao se referir ao ensino fundamental, por
exemplo, a LDB determina no artigo 32 que “O ensino fundamental
obrigatório, com duração de 9 anos, gratuito na escola pública,

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14/03/24, 20:09 Educação formal e não formal

iniciando-se aos seis anos de idade, terá por objetivo a formação básica
do cidadão, mediante (LDB, 1996):

looks_one
o desenvolvimento da capacidade de aprender, tendo como meio básico
o pleno domínio da leitura, da escrita e do cálculo;

looks_two
a compreensão do ambiente natural e social, do sistema político, da
tecnologia, das artes e dos valores em que se fundamentam a
sociedade;

looks_3
o desenvolvimento da capacidade de aprendizagem, tendo em vista à
aquisição de conhecimentos e habilidades e a formação de atitudes e
valores;

looks_4
o fortalecimento dos vínculos de família, dos laços de solidariedade
humana e de tolerância recíproca em que se assenta a vida social.

Com relação à educação infantil e ao ensino fundamental, desde 2017


foi aprovada a Base Nacional Comum Curricular (BNCC) para esses
níveis educativos. A BNCC substituiu as diretrizes nacionais
anteriormente vigentes para ambos e está em processo nacional de
implementação, a partir das formulações curriculares estaduais e
municipais com base na BNCC e não mais nas diretrizes nacionais. A
pandemia da covid-19 não facilitou a tarefa, que vem sofrendo atrasos e
dificuldades.

Mais recentemente, o governo apostou na formulação da Base Nacional


Comum Curricular (BNCC) voltada para o ensino médio, etapa final da
educação básica, a partir da aprovação de uma lei anterior que trouxe
mudanças, algumas delas consideradas inconstitucionais por
educadores e legisladores. A lei, que modificou a LDB, preconiza novos

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direitos e objetivos de aprendizagem (LEI 9.394/1996, art. 35-A) e


mudou os currículos dessa etapa da educação básica.

A lei, que modificou a LDB, preconiza novos direitos e


objetivos de aprendizagem (LEI 9.394/1996, art. 35-A)
e mudou os currículos dessa etapa da educação
básica.

O currículo do ensino médio passou a ser composto pela Base Nacional


Comum Curricular e por itinerários formativos, que deverão ser
organizados por meio de oferta de diferentes arranjos curriculares,
conforme a relevância para o contexto local e a possibilidade dos
sistemas de ensino.

Dentro do ensino médio, destaca-se também a educação profissional


técnica (LDB, art. 36, seção IV-A), que, como o nome indica, tem a
função de preparar o aluno para o exercício de profissões técnicas,
conforme está indicado nos artigos 39 e 40 da LBD.

Artigos 39 e 40 da LDB
Art. 39. A educação profissional e tecnológica, no cumprimento dos
objetivos da educação nacional, integra-se aos diferentes níveis e
modalidades de educação e às dimensões do trabalho, da ciência e
da tecnologia. [...]

Art. 40. A educação profissional será desenvolvida em articulação


com o ensino regular e por diferentes estratégias de educação
continuada, em instituições especializadas ou no ambiente de
trabalho.

(LDB, 1996)

Singularidades na educação
formal

Aspectos singulares na educação


formal

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14/03/24, 20:09 Educação formal e não formal

Além desses diferentes níveis da educação básica escolar, outra


modalidade de ensino que ficou incorporada à educação básica é a
educação de jovens e adultos, também conhecida como EJA. Trata-se
de uma modalidade de educação destinada àqueles que não tiveram
acesso ou continuidade de estudos nos ensinos fundamental e médio
na idade própria.

Cabe frisar que, anteriormente, essa modalidade de ensino não fazia


parte das modalidades reconhecidas como educação formal. Sua oferta
se dava de maneira não formal, muitas vezes, sob responsabilidade de
instituições religiosas ou de cunho social.

Também fazem parte da educação básica, a educação especial (LEI


9.394/1996, arts. 58-60), educação bilingue de surdos (LEI 9.394/1996,
arts. 60A e 60b), além de garantias de atendimento a populações
indígenas e quilombolas, por meio de modalidades também próprias de
educação formal.

Saiba mais
Quanto a esta última modalidade, foi incluída recentemente, nos termos
da Lei 14.191/2021.

A educação especial é o ramo da educação voltado para o atendimento


e educação de pessoas com alguma deficiência, preferencialmente em

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14/03/24, 20:09 Educação formal e não formal

instituições de ensino regulares ou ambientes especializados (por


exemplo, escolas para surdos, escolas para deficientes visuais ou
escolas que atendem pessoas com deficiência intelectual).

São também considerados público-alvo dessas escolas crianças com


transtornos globais de desenvolvimento ou com altas
habilidades/superdotação. Sobre este tema a LDB esclarece: “Entende-
se por educação especial, para os efeitos desta Lei, a modalidade de
educação escolar oferecida preferencialmente na rede regular de ensino,
para educandos com deficiência, transtornos globais do
desenvolvimento e altas habilidades ou superdotação.” (LEI 9.394/1996,
art. 58).

Nesse contexto, competem aos sistemas de ensino assegurar aos


educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades ou superdotação currículos, métodos, técnicas,
recursos educativos e organização específicos, para atender às suas
necessidades (LEI 9.394/1996, art. 59, inciso I).

Quanto à educação de surdos, a LDB dispõe:

Nesse contexto, competem aos sistemas de ensino assegurar aos


educandos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento e
altas habilidades ou superdotação currículos, métodos, técnicas,
recursos educativos e organização específicos, para atender às suas
necessidades (LEI 9.394/1996, art. 59, inciso I).

Quanto à educação de surdos, a LDB dispõe: ”Entende-se por educação


bilingue de surdos, a modalidade de escolar oferecida em Língua
Brasileira de Sinais (Libras), Como primeira língua, em português escrito
como segunda língua em escolas bilíngues de surdos, classes bilíngues
de surdo, escolas comuns ou em polos de educação bilingue de surdos,
para educandos surdos, surdo-cegos, com deficiência auditiva
sinalizantes, surdos com altas habilidades ou superdotação ou com

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14/03/24, 20:09 Educação formal e não formal

outras deficiências associadas, optantes pela modalidade de educação


de língua e de surdos.” (LEI 9.394/1996, art. 60).

Finalmente, as modalidades de educação indígena e quilombola devem


assegurar: “O Sistema de Ensino da União, com a colaboração das
agências federais de fomento à cultura e de assistência aos índios,
desenvolverá programas integrados de ensino e pesquisa, para oferta de
educação escolar bilíngue e intercultural aos povos indígenas [...]. (LEI
9.394/1996, art. 78).

Esse artigo da lei tem como objetivo proporcionar aos povos indígenas a
recuperação de suas respectivas memórias históricas, a reafirmação de
suas identidades étnicas e, ainda, a valorização de suas línguas, por
esse motivo é proposto o ensino bilíngue.

Saiba mais
Para além da educação básica, a LDB também normatiza a educação
superior, conforme o disposto nos arts. 43-60 (LEI 9.394/1996, capítulo
4, título V).

Para além da legislação aqui referida — a mais básica e universal —, há


outros conjuntos de normas que regulam as atividades da educação
formal, formuladas por estados e municípios, por redes privadas
diversas, por escolas e faculdades isoladas.

Em todas elas estão elencadas as regras de funcionamento da


educação formal dentro das especificidades institucionais, locais e
culturais, assegurando que as instituições sigam as normas nacionais
emanadas da Constituição Federal e da LDB, bases da regulação do
sistema nacional de educação, que seria mais bem chamado de
Sistema Nacional de Educação Formal, pois responde e atende a essas
normas.

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video_library
A educação formal
Neste vídeo, será abordada a importância da educação formal.

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14/03/24, 20:09 Educação formal e não formal

Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

A educação formal é algo que se tornou parte da sociedade


brasileira — se não mundial —, sendo foco de políticas públicas e
ações sociais, mas é necessário saber do que estamos falando.
Assinale a alternativa que apresenta uma definição possível de
educação formal.

A educação formal é aquela que se desenvolve em


A instituições próprias — notadamente escolas e
universidades.

A educação formal é a cotidiana, feita em todos os


B
lugares, por família, amigos e sociedades diversas.

A educação formal é aquela que é exercida pelas


C
escolas dos sujeitos, sua formação e cursos.

A educação formal é a feita na escola,


D exclusivamente, em sala de aula com professores
passando conteúdos definidos pela sociedade.

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14/03/24, 20:09 Educação formal e não formal

A educação formal é aquela de base filosófica,


E
pensada no sujeito, desenvolvida de forma genérica.

Parabéns! A alternativa A está correta.

A educação formal é determinada por instituições regulares de


ensino previstas nos sistemas educacionais brasileiros. Envolve,
também, as noções de ensino e aprendizagem e de processos que
caracterizam essa relação entre os diferentes sujeitos. O estudo da
educação formal sugere ser importante diferenciar docentes de
discentes em relação à sua função e papel formal nos processos de
escolarização e de formação profissional, a partir de certa idade. É,
também, a forma de educação estruturada legalmente em seus
diferentes níveis e modalidades.

Questão 2

A educação formal tem previsibilidade legal no Brasil afirmada ao


longo das constituições brasileiras. Na atual, são definidos alguns
aspectos fundamentais para a educação. São exemplos dessa
definição de objetivos

a erradicação do analfabetismo e a universalização


A
do atendimento escolar.

a garantia de emprego aos educados e a formação


B
meritocrata.

a valorização científica para o futuro e a garantia de


C
ensino público, gratuito e de qualidade.

a promoção da tecnologia de informação e a


D
valorização dos ideais nacionalistas.

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14/03/24, 20:09 Educação formal e não formal

a educação de qualidade internacional e o fim da


E
distorção idade/série.

Parabéns! A alternativa A está correta.

De acordo com a Constituição Federal, são definidos seis metas e


os objetivos para a educação, no art. 214 da Constituição Federal:
“I. erradicação do analfabetismo; II. universalização do atendimento
escolar; III. melhoria da qualidade do ensino; IV. formação para o
trabalho; V. promoção humanística científica e tecnológica do país;
e VI. estabelecimento de meta de aplicação de recursos e educação
como proporção do produto interno bruto”.

3 - Educação informal e não formal


Ao final deste módulo, você será capaz de distinguir a educação
informal da educação não formal, reconhecendo as principais
características.

Princípios da educação
informal

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14/03/24, 20:09 Educação formal e não formal

Para além da escolarização


O processo educativo tem um sentido mais amplo do que a
escolarização. Isso significa que, quando limitamos a noção de
educação a um conjunto de atividades e conteúdos relacionados ao que
se passa dentro das salas de aula, estamos nos referindo somente à
educação formal.

Sem desmerecer a escola e sua importante função,


como visto no módulo anterior, a educação é muito
mais do que o processo de escolarização e a
aprendizagem dos conteúdos formais de ensino.

Quando falamos em educação, de uma maneira geral nos referimos a


um processo amplo que envolve aprendizagens cotidianas — derivadas
ou não de ensino — e outras mais sistemáticas em diferentes cenários
de convívio social, ou, ainda, em instituições de ensino-aprendizagem. É
o enredamento entre esses diferentes processos que faz com que
tenhamos comportamentos e conhecimentos que nos constituem. Isso
significa que o processo educativo começa quando nascemos, segue
em andamento dentro e fora das escolas, na infância, na adolescência e
na vida adulta, e segue depois do último diploma. É um processo que se
dá “ao longo da vida” (PAIVA, 2019).

Já vimos, nas palavras do professor José Carlos Libâneo (1994, p. 17),


que o objetivo da educação é o de prover os indivíduos de
conhecimentos e experiências culturais, tornando-os aptos para
atuarem no meio social e transformando-os em função de necessidades
econômicas, sociais e políticas da coletividade. É nesse contexto que se
deve conceber e estudar a educação informal e a educação não formal.

Atenção!
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14/03/24, 20:09 Educação formal e não formal

A educação informal é aquela que se realiza fora da sala de aula, e sem


qualquer relação com a diplomação ou com a cientificidade do que se
aprende — a não ser nos momentos em que ela vem em socorro da
educação formal, o que pode acontecer. A educação, nesse contexto,
segue um processo de aculturação, é transmitida de geração em
geração, sendo pouco a pouco também adaptada conforme as
necessidades de cada grupo e as dinâmicas da sociedade.

É um processo que se inicia quando a criança nasce e, em geral, a


família é a principal instituição responsável pela sua transmissão.
Entretanto, com ou sem a família, toda criança, ao nascer, está inscrita
em uma cultura, segundo a qual aprenderá a falar, andar, comer, assumir
uma ou outra relação com a religiosidade, com as tradições culturais do
seu grupo social.

Assim, é correto afirmar que a educação informal ocupa um papel


fundamental nas diferentes sociedades, incluindo aquelas que não
dispõem de sistemas de educação formal acessíveis a todos. É ela
quem norteia o relacionamento entre os indivíduos e grupos sociais.

A educação que sempre existiu


Para Cristiano Siqueira (2004, p. 43), “a pessoa se educa e se constrói
em diversos ambientes — a escola é mais um ambiente que se soma a
outros — e a partir de diversas experiências”. Ou seja, a educação
informal seria aquela em que os indivíduos aprendem durante o
processo de socialização.

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14/03/24, 20:09 Educação formal e não formal

Por muito tempo, na história educacional brasileira, a maioria da


população contou basicamente com a educação informal. Segundo
aponta a mais recente pesquisa do IBGE, ainda existe no Brasil um
número bem elevado de analfabetos — 11 milhões de brasileiros acima
dos 15 anos. Isso significa que os jovens estão conseguindo ir à escola,
pelo menos nas séries iniciais. Mesmo assim, como herança histórica
de descasos e pouco investimento na educação formal, o analfabetismo
ainda está presente, revelando uma triste realidade de exclusão social.

Assim, é correto afirmar que o principal objetivo da educação informal é


a socialização de indivíduos e sua inclusão nos contextos sociais. Trata-
se de uma educação vivida em espaços privados ou comunitários, fora
dos centros oficiais de educação.

Relembrando
Como já vimos, a educação formal é desenvolvida nas escolas, com
conteúdos, currículos e didáticas definidos. A educação informal ocorre
durante o processo de socialização, em grupos sociais como a família,
amigos, até mesmo em grupos de amigos da escola, mas fora daquilo
que se assume como objetivos da escolarização.

É interessante destacar que há estudos demonstrando que a maioria


das amizades que perduram no tempo se inicia dentro da escola, com
amizades entre colegas. Comum também é observar aprendizagens
informais que ocorrem dentro das escolas — ou seja, para além dos
conteúdos e da docência, apenas advindas do convívio entre colegas.

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14/03/24, 20:09 Educação formal e não formal

O que se observa, nesse caso e em outros, é que não é preciso haver


ensino para aprender, sendo a comunicação entre iguais uma boa forma
de efetivação de aprendizagens informais. Desse modo, em linhas
gerais, podemos dizer que a educação informal inclui ações, noções,
valores e crenças tecidos por meio de atividades da vida cotidiana.

Disciplina e indisciplina:
entre a família e a escola

Entre pais e filhos


Na relação entre a educação formal e a informal, são frequentes as
reclamações de pais e professores, a respeito dos comportamentos ou
dos processos de ensino-aprendizagem das crianças e adolescentes.
Da parte da escola, diz-se que os alunos chegam sem noções de limite e
sem disciplina. Da parte dos pais, há reclamações sobre a eficácia da
proposta pedagógica e, sobretudo na atualidade, a respeito dos valores
subliminares aos processos ensino-aprendizagem.

Avaliando de modo racional as questões, pode-se conceber que talvez


os pais não tenham condições ou não percebam tais situações dentro
de casa. No entanto, a convivência crescente entre famílias e escolas
vem ampliando desejos de pais de interferirem mais fortemente nos
processos pedagógicos, inclusive nos valores que os inspiram. São
conflitos de certo modo inevitáveis, que precisam ser enfrentados com
ética e respeito mútuo.

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14/03/24, 20:09 Educação formal e não formal

Shutterstock.com

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A reação violenta fragiliza, o acolhimento recupera.

Avaliar melhor sintomas ou situações de indisciplina ou de aparente


negligência parental é fundamental, do mesmo modo que é preciso não
confundir a esfera privada da educação informal familiar com a esfera
pública – e, portanto, com a necessidade de se atender diferentes
grupos culturais e sociais e seus valores na escola pública, que é para
todos.

De qualquer modo, a educação, seja ela formal ou informal, tem como


objetivos proporcionar aos indivíduos aprendizagem de conhecimentos
e comportamentos que os tornem aptos a atuarem em todos os setores
da sociedade.

Pressupõe-se,
portanto, que o
objetivo geral da
educação seja
propiciar o
crescimento do que é
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14/03/24, 20:09 Educação formal e não formal

individual em cada ser


humano, ao mesmo
tempo em que
harmoniza a
individualidade assim
desenvolvida com a
unidade orgânica do
grupo social ao qual o
indivíduo pertence.
(READ, 2001, p. 9)

Dentro desse contexto, pode-se concluir que a educação informal de


uma pessoa será definida pelo ambiente em que ela vive, ou seja,
estamos falando de uma herança cultural e social, nem sempre vivida
positivamente, fazendo com que, em muitos ambientes, a educação
informal produza aprendizagens nocivas aos sujeitos em seus direitos
de ser, de fazer e de saber.

O educador e psicopedagogo Içami Tiba (1988, p. 15) afirma que “a


educação de nossas crianças, que tradicionalmente competia aos pais,
hoje está sendo totalmente repassada à escola”. Sem concordar
necessariamente com essa perspectiva, aceitando os limites impostos
aos responsáveis pelas próprias características da sociedade
hipercompetitiva e pouco solidária na qual vivemos ou, ainda, pelo
abismo gerado pela gravidade das desigualdades sociais, faz-se
necessário assumir, com o autor, que cada vez mais, famílias e escolas
interferem umas nas outras.

Comentário
Assim, em acordo com o autor, pode-se concluir que, “não adianta a
escola atribuir a educação de seus alunos aos respectivos pais, nem os
pais exigiram da escola tal função. A situação é conflitiva e temos de
ajudar a resolvê-la, para o benefício de uma geração” (TIBA, 1988, p. 15).

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Para o professor de psicologia Yves de La Taille (1996), a indisciplina em


sala de aula não deve ser essencialmente creditada a falhas
psicopedagógicas. O que precisa ser avaliado é bem mais amplo, como
o lugar que a escola e a família ocupam dentro da sociedade, da mesma
forma que também está em jogo o lugar que a criança e o jovem
ocupam na sociedade.

Considerando sempre as salas de aula como


espaçostempos de criação curricular e de
conhecimentos, bem como de produção de
soluções para os problemas que se
apresentam aos seus membros, entendo
serem elas o ponto de partida e de chegada
de toda e qualquer ação ou argumentação
sobre os problemas nelas enfrentados e as
soluções pensadas e praticadas para eles. O
desafio que proponho é, assim, o de darmos
‘uma volta maior’ na busca de compreensão
das questões que se nos colocam, de modo a
não isolar os cotidianos das escolas do
mundo social no qual se inscrevem, refletindo
sobre eles e encarando-os de modo situado
socialmente.

(OLIVEIRA, 2016, 2013, p. 31-32)

Esse chamado é, de alguma forma, uma convocação para o uso de


possibilidades e estratégias da educação não formal dentro desse
espaço formal que é a escola. Com isso, poderia surgir, nas escolas,

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diálogos entre as partes em conflito que poderiam produzir


aprendizagens de todos a respeito dos problemas enfrentados no
embate entre educadores informais e educadores formais.

Conceito de educação não


formal

Educação não formal


A educação não formal é aquela que se dá fora do eixo
institucionalizado, de modo paralelo à formal, mas sem um
compromisso curricular estruturado e sem uma seriação ou certificação
curricular, podendo ser oferecida por instituições de trabalho,
organizações ou grupos da sociedade civil.

Caracteriza-se, também, por não ter objetivos educacionais específicos


ou duração específica. É uma forma de educar presente na sociedade,
mantida por organizações não governamentais e instituições da
sociedade civil.

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Diferentemente da educação informal — marcada pelo não ensino e pelo


caráter cotidiano das aprendizagens —, a educação não formal é
deliberada e algo sistemática, mas não há roteiros e definições oficiais
de aprendizagens obrigatórias, visto que sua especificidade é uma certa
irregularidade, sem planejamentos didáticos, pedagógicos e
institucionais estruturados.

Por isso, mesmo quando busca aprendizagens específicas, não fornece


diplomas ou certificados.

Comentário
Isso significa dizer que a educação não formal até pode ter um
planejamento e uma organização, mas se distingue da formal por se
desenvolver fora do espaço escolar obrigatório e não estar sujeita a
diretrizes curriculares progressivas, nem a divisões formais de
conteúdos ou grupos.

Nos processos de compartilhamento de experiências, principalmente


em espaços e ações coletivas, a educação não formal ocorre a partir da
troca de experiências entre membros de um grupo ou da sociedade em
geral, com ou sem a intervenção de alguém preparado para promover
essa troca e produzir aprendizagem, à maneira de um animador, um
tutor ou uma autoridade reconhecida como tal pelos demais envolvidos.
Nesse contexto, é correto afirmar que o principal objetivo da educação
não formal é proporcionar conhecimentos sobre o mundo, que envolve
os indivíduos em suas relações sociais, em sua inserção social no
mundo, contribuindo para que esses sujeitos capacitem sua atuação

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sobre ele, sem que isso implique dialogar com conhecimentos escolares
ou científicos.

A educação não formal é essencialmente um


processo de aprendizagem social voluntário e
não hierarquizado, com formatos altamente
diferenciados.

Para finalizar este módulo, pode-se afirmar que muitas das


aprendizagens realizadas ao longo da vida têm lugar em contextos
informais e, ainda que não ocorra em uma instituição formal da
sociedade, a aprendizagem informal não é desprovida de estrutura. Por
outro lado, a aprendizagem não formal apresenta um caráter intencional,
sendo constituída por atividades organizadas e estruturadas, com
objetivos dirigidos a um público devidamente identificado e tem lugar
em instituições externas ao sistema educativo.

Educação não formal é


um processo
sociopolítico, cultural e
pedagógico de formação
para a cidadania,
entendendo o político
como a formação do
indivíduo para interagir
com o outro em
sociedade. Ela designa
um conjunto de práticas
socioculturais de
aprendizagem e produção
de saberes, que envolve
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organizações/instituições,
atividades, meios e
formas variadas, assim
como uma multiplicidade
de programas e projetos
sociais.
(GOHN, 2014, p. 6)

Como exemplos de atividades não formais, podem-se citar vários


processos participativos de movimentos populares em ONGs,
fundações, associações, cooperativas e outros grupos e sociedades
organizadas, com objetivos diversos e criados a partir da sociedade
civil. Na esfera política, destaca-se a criação de conselhos, câmaras e
fóruns de discussão, com articulação de representantes da sociedade e
dos organismos públicos. Cabe ressaltar que o chamado método Paulo
Freire de alfabetização foi criado e posto em prática em contexto não
formal de educação (FREIRE, 2017).

O método Paulo Freire


de alfabetização e
educação de adultos
realiza-se em sua
geometria didática
com pessoas ao redor
de um círculo de
cultura. E ele se inicia
com um diálogo em
que, através de
sucessões de imagens
sugestivas, os
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14/03/24, 20:09 Educação formal e não formal

educandos se
descobrem como
seres do mundo da
cultura.
(BRANDÃO, 2019, p. 121)

Brandão (2019, p. 121) afirma, ainda, que “Paulo Freire foi sempre um
defensor da ideia de que existe uma dimensão política na cultura e,
portanto, na educação”.

Foi assim que a experiência de Angicos — em que 300 trabalhadores


foram alfabetizados em 40 dias — foi tecida por convênio entre o estado
do Rio Grande do Norte e o Serviço de Extensão Cultural da Universidade
do Recife. Atualmente, em todas as universidades públicas do Brasil — e
mesmo em algumas privadas —, os departamentos de extensão são
responsáveis por processos educativos não formais, pela socialização
de conhecimentos úteis à sociedade ou pela oferta de cursos não
relacionados aos níveis e às modalidades de educação formal.

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Assim, pode-se afirmar que muitos movimentos sociais como


associações, cooperativas e sindicatos, bem como espaços de
educação formal, quando utilizados para além de sua função precípua,
contribuíram para o desenvolvimento social, político e econômico do
país com suas ações de educação não formal, semelhantes à de Freire.
Talvez seja o que falta neste momento à nossa sociedade: recuperar o
ativismo dos movimentos sociais para potencializar processos
educativos que transcendam o formal e o informal.

video_library
Exemplos e vivências:
pensando a disciplina e a
indisciplina
Neste vídeo, a professora aborda a indisciplina e discute sobre a
educação não escolar, informal e não formal.

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Para distinguir a educação não escolar, é necessário reconhecer


suas individualidades. Nesse sentido, podemos afirmar que

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a educação informal é aquela que se realiza fora da


sala de aula, e sem qualquer relação com a
diplomação ou com a cientificidade do que se
A
aprende — a não ser nos momentos em que esta
vem em socorro à educação formal, o que pode
acontecer.

a educação informal é aquela organizada por meio


B
de cursos e projetos fora do ambiente da escola.

a educação informal é aquela feita fora do curso


C regular da escola, como projetos de vida e projetos
integradores.

a educação informal é a do jogo de bola, da rua, a


D sem ordem e sem preocupação de uma lógica ou
sistematização.

a educação informal é a recebida pelos pais, e a


E criança deve receber e já chegar preparado por essa
modalidade.

Parabéns! A alternativa A está correta.

A educação, nesse contexto, segue um processo de aculturação, é


transmitida de geração em geração, sendo pouco a pouco também
adaptada conforme as necessidades de cada grupo e as dinâmicas
da sociedade. É marcada pela troca, pelas vivências. Não confundir
com a não formal, com projetos de educação formal, como aparece
em outras opções.

Questão 2

Para reconhecer a educação não formal, é preciso notar que ela tem
peculiaridades que não podem ser confundidas. O que é educação
não formal?

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A educação não formal é aquela que se dá fora do


A
eixo institucionalizado, de modo paralelo à formal.

A educação não formal é feita com um


B compromisso curricular institucionalizado e uma
seriação ou certificação curricular.

A educação não formal só pode ser oferecida por


C ambientes formais de educação, fora de sua
estrutura regular.

A educação não formal deve ser oferecida por


D instituições de trabalho, organizações ou grupos da
sociedade civil, fora de ambientes educacionais.

A educação não formal é a exercida pelos pais no


E
cotidiano de maneira a formar o sujeito para vida.

Parabéns! A alternativa A está correta.

Caracteriza-se, também, por não ter objetivos educacionais


específicos ou duração específica. É uma forma de educar presente
na sociedade, mantida por organizações não governamentais e
instituições da sociedade civil.

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4 - O currículo oculto
Ao final deste módulo, você será capaz de identificar a noção de
currículo oculto e o modo como é percebido na atualidade.

A educação para além do


discurso formal

O segredo
Currículo vem do latim currere, que significa rota, caminho. Representa,
então, a proposta de organização de uma trajetória de escolarização,
envolvendo conteúdos de ensino estudados, atividades realizadas,
competências desenvolvidas, com vistas ao desenvolvimento pleno do
estudante.

Saiba mais
Dento do sistema de educação formal, entende-se por currículo aquilo
que é estabelecido pelos sistemas de ensino ou por instituições
educacionais. É o currículo legal, expresso em diretrizes curriculares,
objetivos de aprendizagem, conteúdos das áreas ou disciplinas de
estudo, e, em alguns casos, competências e habilidades a serem
desenvolvidas.

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No entanto, também como já visto, as aprendizagens ao longo da vida


envolvem processos informais e, em alguns casos, não formais de
educação, inclusive dento do espaço escolar. Essas outras
aprendizagens, não previstas formalmente nos currículos oficiais, estão
diretamente ligadas ao que se chama de currículo oculto, uma vez que
envolvem saberes não formalmente ensinados, que são aprendidos nos
cotidianos.

Currículo oculto é o termo usado para denominar as


influências de valores e práticas sociais que afetam a
aprendizagem dos alunos e o trabalho dos
professores. O currículo oculto representa tudo o que
os alunos aprendem diariamente em meio às várias
práticas, atitudes, comportamentos, gestos,
percepções, que vigoram no meio social e escolar.

De acordo com o pesquisador Tomaz Tadeu da Silva, o currículo oculto


pode ser definido dentro da análise crítica do currículo como:

[...] todos os aspectos


do ambiente escolar
que, sem fazer parte
do currículo oficial,
explícito, contribuem,
de forma implícita,
para aprendizagens
sociais relevantes.
Precisamos
especificar melhor,
pois, quais são esses
aspectos e quais são
essas aprendizagens.
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Em outras palavras,
precisamos saber ‘o
que’ se aprende por
meio do currículo
oculto e através de
quais ‘meios’.
(SILVA, 2004, p. 78)

Nesse contexto, o currículo oculto representa uma dimensão do


processo educacional não mensurável e informal, implícita e não
formulada oficialmente, mas faz parte do cotidiano escolar, transmitindo
experiências que reforçam o aprendizado de valores e conteúdos
socioculturais, não constantes das propostas curriculares.

A concretização do currículo formal no espaço dinâmico que é a escola


produz simultaneamente diferentes formas de funcionamento no
cotidiano escolar, habitado por dinâmicas que transcendem a
oficialidade das propostas curriculares e incorporam diferentes valores
sociais em disputa, culturas distintas e conhecimentos não curriculares.
Além do formal, portanto, o currículo oculto está presente na escola, por
meio de exemplos, normas sociais, diálogos e embates, de modo
implícito, e perpassa as atividades escolares o tempo todo.

O currículo oculto é, pois, um conjunto de ações não


formais e informais, baseadas em conhecimentos
presentes nos cotidianos — notadamente valores e
lógicas hegemônicas — expressos em práticas,
atitudes, comportamentos e percepções geradas no
meio social e escolar. A importância da noção de
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currículo oculto para a compreensão dos processos de


escolarização formal está em reconhecer que essas
percepções e ações espontâneas influenciam e afetam
não só o processo de ensino e aprendizagem dos
alunos como também a prática docente.

Portanto, o currículo oculto é uma dimensão implícita no processo


educacional, ligado aos modos de acontecer da educação informal, mas
parte integrante do cotidiano escolar, colaborando, e muito, com a
transmissão de valores e experiências ligados ao aprendizado
sociocultural. A crítica que lhe fazem alguns educadores é a de que esse
currículo oculto serve para a transmissão dos valores sociais
hegemônicos, ampliando as desvantagens de alunos oriundos das
classes sociais mais pobres e de culturas distanciadas da cultura
escolar.

Entre outras coisas, o


currículo oculto
ensina, em geral, o
conformismo, a
obediência, o
individualismo. Em
particular, as crianças
das classes operárias
aprendem as atitudes
próprias de seu papel
de subordinação,
enquanto as crianças
das classes
proprietárias
aprendem os traços
sociais apropriados ao
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seu papel de
dominação.
(SILVA, 2003, p. 79)

Currículo oculto: conceito


Antes mesmo que o conceito fosse formulado, muitos foram os autores
que acusaram o modelo capitalista de escola de reproduzir essa relação
dominante-dominado por meio de valores implícitos aos currículos
oficiais, que levariam a escola a favorecer os já beneficiados pelo
capitalismo, as chamadas classes proprietárias.

Destacam-se, aqui, as obras de Bourdieu e Passeron (1971) La


reproduction e dos norte-americanos Bowles e Gintis (1981), La
instrucción escolar en la América capitalista.

Em outra perspectiva de compreensão dos processos de aprendizagem


que extrapolam os currículos oficiais, os representantes do campo de
estudos dos cotidianos em currículo entendem que, junto a esse
currículo oculto denunciado pelos autores críticos, outros muitos
currículos ocultos circulam nas escolas.

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São exemplos disso o aprendizado de crianças e jovens quanto a colar e


a dar cola, apesar da interdição, ou mesmo os debates sobre gênero que
as divisões no ambiente escolar suscitam — uma vez que as escolas
são habitadas por processos de educação informal, nos quais valores
sociais e culturais distintos, até mesmo opostos, operam.

Em primeiro lugar,
podemos afirmar que,
diferentemente do
pensamento
hegemônico, que
percebe o cotidiano
como espaçotempo de
repetição e do senso
comum, no qual não
há reflexão e,
portanto, não há
criação de
conhecimentos,
entendemos o
cotidiano como
espaçotempo rico de
criações, reinvenções
e ações.
(OLIVEIRA, 2016, p. 42)

Em outras palavras, ao mesmo tempo em que podem reforçar valores


hegemônicos, os currículos efetivados nas escolas, nessa
interpenetração entre conteúdos oficiais e valores socioculturais, podem
trazer para a realidade conhecimentos e culturas antes invisibilizados
pelas propostas curriculares oficiais. Assim, afirma-se que essas

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criações curriculares cotidianas podem, também, contribuir para o


questionamento do sistema de dominação no qual a escola se inscreve.
Isso ocorre porque o aprendizado do aluno no ambiente escolar não se
restringe somente aos aspectos formais materializados no currículo
institucional ou formal.

Além disso, na perspectiva dos estudos dos cotidianos, não existe


somente um único currículo oculto. Cada lugar e cada tempo tem o seu,
cada turma, cada escola, cada docente. E isso torna o processo
educacional complexo, mutável e diferente em cada organização de
ensino.

O currículo oculto se dá a partir de sua


contingência de cada região.

A expressão currículo oculto, referindo-se às características subjetivas e


estruturais do ambiente de aula que contribuem ou influenciam o
processo de educação como socialização, torna evidente a coexistência
de aprendizagem colateral ao currículo explícito formalmente. No
processo de educação, o currículo escolar é desempenhado
indissociavelmente em seus aspectos explícitos e implícitos.

A escola não ensina apenas o aluno a ler, escrever, calcular e demais


conteúdos, mas também ensina outras práticas não correlacionadas
que são agentes de socialização. Assim, pode-se afirmar que a
realidade dos currículos ocultos é inerente ao processo de educação.

A dimensão implícita e processual dos currículos constitui assunto de


fundamental importância, uma vez que a consciência dela permite
melhor desenvolver e otimizar os processos educacionais, permitindo
(re)refletir sobre o papel do educador e (re)desenhar sua atuação como
facilitador das aprendizagens e como detentor de um conjunto de
responsabilidades pedagógicas, que transcendem os conteúdos que
ensina e adentram o campo de sua consciência social.

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Assim, por um lado, a escola está atrelada a um conjunto de atividades


relacionadas a conteúdos formais de ensino e valores explícitos e
assumidos pelas normas comportamentais que emanam. Por outro
lado, há possibilidades sociais e subjetivas não tão evidentes nos
currículos ou na normatização e na legislação educacional, mas que
habitam as atividades desenvolvidas nas escolas, em diálogo com os
valores sociais múltiplos e plurais presentes nas sociedades.

É esse lado oculto que dá dinamicidade à escola e aos processos


sociais em geral. Assim, podemos dizer que os currículos ocultos estão
presentes na educação formal, na informal e na não formal, visto que
são valores relacionados a diferentes práticas sociais, diferentes
formações culturais e perspectivas de compreensão de mundo.

Não existe educação livre de currículos


ocultos.

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Do ponto de vista da educação formal escolar, é isso que renova e


movimenta a escola, independentemente da vontade de educadores,
educandos, comunidade escolar e legisladores.

Currículo implícito e cultura

Currículo cultural
Seria pertinente considerar que, nas práticas curriculares cotidianas, há
a criação de currículos que obedecem mais à noção de circularidade
entre culturas do que de reprodução social.

Segundo essa noção, as relações interculturais promovem


interpenetração entre elas e mudanças em ambas, como um processo
de influências mútuas, não sendo, portanto, a reprodução daquela tida
como superior sobre a outra. Essa noção contribui para a compreensão
de que:

[...] os modos por meio dos quais


ideias, documentos e debates
criados em determinado
espaçotempo social e cultural
dialogam permanentemente com
outros espaçostempos, sendo
apropriados e modificados pelos

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14/03/24, 20:09 Educação formal e não formal

sujeitos sociais, [...]. Mais do que os


consumir, estes [os sujeitos da
escola] os criam e recriam, usando-
os de modos próprios, enredando-os
aos seus conhecimentos, valores,
ideias, crenças e trajetórias
pessoais e profissionais anteriores
[...].

(OLIVEIRA, 2016, p. 10)

Nesse contexto, o currículo oculto refere-se ao processo de


aprendizagem processual concreto, com seus aspectos implícitos de
socialização junto ao currículo escolar formal, que permeia as normas
de comportamento social (valores, mensagens de natureza afetiva, entre
outros) e suas transgressões possíveis.

Gapriglia (2004) afirma que o currículo implícito é processualmente


desenvolvido nas relações pedagógicas, muitas vezes sem que o
professor perceba, caracterizado pelo lançar mão de suas experiências
para transmitir, facilitar e reforçar a troca de informações e
conhecimentos ao desempenhar suas atividades pedagógicas, repletas
de dimensões subjetivas, relacionais e objetivas e, por isso, levam para o
fazer pedagógico cotidiano o currículo formal e o não formal. Nesse
sentido, o currículo implícito está centrado na experiência do ensino-
aprendizagem e não somente nas normas e nos valores como para o
currículo oculto.

Portanto, pode-se concluir que a ação educativa está carregada de


valores (aspectos atitudinais na educação formal), além dos conteúdos
de ensino, e isso significa que o ser humano se educa, também, pelo
exemplo das ações do outro, para além daquilo que o outro diz em aulas
formais estruturadas.

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Nesse sentido, é importante considerar que, em seus processos de


formação, os educadores devem ser alertados para essa permanente
interpenetração entre conhecimentos e valores sociais plurais nos
cotidianos escolares. Essa interpenetração deveria, logo, ser pautada no
reconhecimento dos valores que ultrapassam os currículos formais,
considerando as múltiplas dimensões políticas, culturais, históricas,
morais, ambientais, entre outras, que habitam as práticas curriculares
reais.

Comentário
O currículo, por mais burocrático que seja, é uma estrada caracterizada
pela multiplicidade, na qual existe o currículo formal e as aprendizagens
das lições ocultas, que exercem um papel socializador, pois “muito do
que se aprende no âmbito escolar não está declarado no conteúdo
formal, essas prerrogativas evidenciam que não há neutralidade no
âmbito educacional” (CANDAU, 1996, p. 43).

Finalizando, cabe dizer que o conhecimento não é algo dado, acabado


ou tampouco isolado, com fim em si mesmo. Trata-se de um conjunto
complexo de saberes. Uma via de mão dupla, em que ora um ensina e o
outro aprende, ora o que aprende também ensina. Todos ensinaram e
todos aprenderam. São as multidimensões da educação que requerem
docentes formados adequadamente e aptos para o constante aprender-
ensinar.

De acordo com Vera Candau (1996), a relação de conhecimento é uma


relação entre sujeito e objeto; tem de haver um sujeito que conhece e
um objeto que é conhecido, mas a verdade não está nem no polo do
sujeito, nem no polo do objeto, mas na relação entre eles. Essa relação
com o mundo não é individual, mas coletiva, social, daí a inevitabilidade
dos currículos ocultos nos processos educativos.

video_library
Um currículo que ninguém
vê?
Neste vídeo, será abordado o absurdo que é esse tema de uma forma
descontraída.

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14/03/24, 20:09 Educação formal e não formal

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Falta pouco para atingir seus objetivos.

Vamos praticar alguns conceitos?

Questão 1

Os currículos ocultos dialogam com todas as formas de educação.


Na sua relação com a educação formal, podemos definir que eles

são a força motriz que renova e movimenta a


escola, independentemente da vontade de
A
educadores, educandos, comunidade escolar e
legisladores.

são conteúdos transdisciplinares, por isso não


B
cobrados em avaliação.

são as vivências dos alunos, desordenadas, mas


C
servem de exemplo e proximidades.

são o bastião do conhecimento popular com que a


D
escola deve lidar, como aspectos folclóricos.

são uma tentativa de atualização parcial dos


E
conteúdos formais, complementando-os.

Parabéns! A alternativa A está correta.

É esse lado oculto que dá dinamicidade à escola e aos processos


sociais, em geral. Assim, podemos dizer que os currículos ocultos
estão presentes na educação formal, na informal e na não formal,
visto que são valores relacionados a diferentes práticas sociais,

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formações culturais e perspectivas de compreensão de mundo.


Não existe educação livre de currículos ocultos.

Questão 2

Ao analisar o currículo oculto e a necessária formação do sujeito da


educação, entendemos seu peso. Como se dá a relação de
conhecimento entre sujeito e objeto? Avalie as afirmativas a seguir.

I. Relação de conhecimento é uma relação entre sujeito e objeto.

II. Tem que haver um sujeito que conhece e um objeto que é


conhecido, mas a verdade não está nem no polo do sujeito, nem no
polo do objeto, e sim na relação entre eles.

III. A relação com o mundo não é individual, mas coletiva, social, daí
a inevitabilidade dos currículos ocultos nos processos educativos.

Estão corretos os itens

A I, II e III.

B I e II apenas.

C I e III apenas.

D II e III apenas.

E I apenas.

Parabéns! A alternativa D está correta.

A formação educacional é uma função humana e, no século XXI,


metrificada pelo papel do sujeito e dos seus interesses, logo, propor
e pensar o currículo nas demandas e trocas com seus
conhecimentos é algo vital.

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14/03/24, 20:09 Educação formal e não formal

Considerações finais
O estudo dos diferentes tipos de educação — formal, não formal e
informal — ajuda a perceber que, socialmente, todas cumprem um papel
na formação cidadã e nas aprendizagens sociais e cognitivas
necessárias à formação dos sujeitos sociais.

Mesmo sabendo que, quando se fala em educação, tratando da


legislação educacional, o que está em pauta é a educação formal, é
preciso lembrar sempre que a interlocução entre esses diferentes tipos
de educação é o que caracteriza os nossos processos de aprendizagem.
A educação formal e informal não são momentos estanques de nossas
vidas, e a participação em processos não formais de educação também
é frequente, visto que é comum frequentarmos clubes, igrejas e
diferentes organizações da sociedade civil, nas quais também ocorrem
processos de aprendizagem.

headset
Podcast
Confira, neste podcast, um resumo de todo o assunto abordado neste
conteúdo.

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14/03/24, 20:09 Educação formal e não formal

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Todo estudo relacionado a programas educacionais promovidos pelo
Estado, por organizações não governamentais e por outras entidades da
sociedade civil pode ser útil à compreensão de instâncias de educação
não formal. Destacam-se, nesse grupo, os estudos relacionados aos
círculos populares de cultura e à Pastoral da Terra, contemporâneos de
Paulo Freire.

Sugere-se, assim, a leitura da obra Círculos de cultura: teorias,


práticas e práxis, de C. Campos e N. Spigolon, publicada pela CRV,
em 2016.

Com relação à educação formal, os estudos de aprofundamento podem


ser feitos em torno da evolução da legislação educacional.

Destacam-se os Parâmetros Curriculares Nacionais, de 1996, as


Diretrizes Curriculares Nacionais, de 2002, e a atual Base Nacional
Comum Curricular, de 2017.

Conheça a Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, que


estabelece as diretrizes e bases da educação nacional. Disponível
na internet.

Leia o livro LDB dez anos depois: reinterpretações sob diversos


olhares, organização de Iria Brzezinski, publicado pela editora
Cortez, em 2008.

Com relação ao currículo oculto, muito já se disse e escreveu, mas


busque ler:

As origens do currículo oculto, na obra El Curriculum Oculto, de


Jurjo Torres Santomé, publicada pela editora Morata, em 1995.

Currículo, conhecimento e cultura, de A. F. Moreira e T. T. Silva,


publicado pela editora Cortez, em 1997.

Entre muitos autores do campo do currículo, que abordam o tema


ou as reflexões críticas que antecederam sua criação, como as já
citadas obras e Bourdieu e Passeron e Bowles e Gintis, leia o livro
Escola Capitalista na França, de Christian Baudelot e Roger
Establet, de 1971.

https://stecine.azureedge.net/repositorio/00212hu/03218/index.html# 70/72
14/03/24, 20:09 Educação formal e não formal

Referências
BOURDIEU, P.; PASSERON, J. C. La reproduction. Paris: Les Éditions de
Minuit, 1971.

BOWLES, S.; GINTIS, H. La instrucción escolar en la América capitalista.


Madrid: Siglo XXI, 1981.

BRANDÃO, C. R. Cultura. In: STRECK, D. R.; REDIN, E.; ZITKOSKI, J. J.


Dicionário Paulo Freire. Belo Horizonte: Autêntica, 2019, p. 120-121.

CANDAU, V. M. (org.). A Didática em questão. Petrópolis: Vozes,1996.

CORAZZA, S.; ZORDAN, P.; SILVA, T. T. Um plano de imanência para o


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GRAPIGLIA, J. M. O curso de Pedagogia da UFRGS: reformulações e


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14/03/24, 20:09 Educação formal e não formal

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TIBA, I. Ensinar aprendendo. Como superar os desafios do


relacionamento professor aluno em tempos de globalização. São Paulo:
Gente, 1988.

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