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Ministério da Educação

Secretaria de Educação Básica - SEB


Diretoria de Apoio à Gestão Educacional - DAGE
Coordenação-Geral de Materiais Didáticos - CGMD
Programa Nacional do Livro e do Material Didático - PNLD

Ficha de Avaliação
PNLD 2024-2027 - ANOS FINAIS - Ensino Fundamental (Anos Finais) - Objeto: 03 -
Obras Literárias destinadas aos Anos Finais

Código FNDE: 0156 P24 03 02 000 000


Categoria: Categoria 2
Área do conhecimento: Nenhuma
Componente: Nenhuma
Resultado: Aprovada

Blocos
Bloco 1 - Dos Critérios Eliminatórios Específicos (ANEXO VI)
Bloco 2 - Da Adequação Temática (ANEXO VI)
Bloco 3 – Do Projeto Gráfico-Editorial
Bloco 4 – Da Qualidade do Livro Digital do Professor
Bloco 5 – Dos critérios específicos para obras inscritas em Língua Inglesa
Bloco 6 - Marco Legal e Princípios Éticos
Bloco 7 - Falhas Pontuais
Bloco 9 -Parecer

Bloco 1 - Dos Critérios Eliminatórios Específicos (ANEXO VI)

1.1 - Qualidade do Texto

1.1 - Qualidade do Texto

1.1.1 O Livro Literário contribui para ampliar o repertório cultural, artístico e linguístico, o letramento crítico e o letramento
literário dos estudantes? (Anexo VI, 2.1.1.1)

Sim Sim, parcialmente Não


Justificativa:

O Livro Literário contribui sobremaneira para ampliar o repertório cultural, artístico e linguístico dos
estudantes, bem como ampliar o letramento crítico e o letramento literário deles. A contribuição do livro
para promover tamanha aprendizagem se deve tanto aos temas abordados na poesia de Amanda
Lovelace, quanto aos recursos linguísticos utilizados por ela na elaboração do gênero literário. Quebre os
seus sapatinhos de cristal é uma releitura do clássico conto de fadas Cinderela em que a história da
princesa é reescrita em versos, sem preocupações com rima e métrica, mas com o propósito de
ressignificar a trajetória da protagonista. Contrariando o enredo tradicional da órfã ajudada pela fada
madrinha para encontrar seu príncipe e viver com ele feliz para sempre, aqui a Cinderela é outra, menos
ficcional e mais factual: a princesa alegoriza todas as jovens-adolescentes-mulheres que já sofreram
algum tipo de violência, seja verbal, psíquica ou física, em algum tipo de relacionamento: na família, na
escola, entre amigas, no namoro. Tais situações existenciais conflituosas tematizadas na primeira parte
do livro conduzem as/os leitoras/es por um fio narrativo-poético que as/os colocam frente a frente com as
angústias da protagonista – e, por extensão delas/es próprias/os –até que, na segunda parte, o foco
passa a ser o processo doloroso, mas necessário, de amadurecimento, de autoaceitação e de
rompimento com as causas de tanto sofrimento. Os repertórios cultural, artístico e linguístico das/os
leitoras/es podem ser ampliados a partir do momento em que é exigida uma maior atenção delas/es no
ato de leitura para produção de sentidos, visto que se trata de um texto poético nada convencional como
o conto de fadas: "deixe-me contar uma história triste / há uma garota que / só canta quando / todas as
janelas / estão fechadas." (LLI, p. xvii). Ao mesmo tempo, ao abordar temas relevantes, como abusos,
relacionamentos tóxicos, assédios, gordofobia, saúde mental, suicídio, entre outros, o livro possibilita
discussões importantes em sala de aula (e fora dela) que ampliam, consequentemente, o letramento
crítico e literário das/os jovens leitores.

1.1.2 O Livro Literário explora o uso singular da linguagem de modo a propiciar a fruição literária? (Anexo VI, 2.1.1.2 adaptada)

Sim Sim, parcialmente Não

Justificativa:

O Livro Literário explora o uso singular da linguagem de modo a propiciar a fruição literária. Quebre os
seus sapatinhos de cristal explora recursos poéticos da linguagem ao apresentar um texto em versos
curtos e sintéticos, em semelhança à linguagem concisa das redes sociais. Dispostos de maneira esparsa
nas páginas, os versos estão organizados de maneira irregular, sem um padrão definido a cada situação
ou cena projetada, apresentando períodos inteiros em itálico. Além disso, a poesia parece simular um
diálogo entre Cinderela e sua fada madrinha, haja vista o uso de travessões. Tais recursos de linguagem
explorados exigem atenção do leitor para compreender a história, instigando assim, sua fruição
literária. Além dessa organização do texto poético, a autora faz uso constante de linguagem figurada, o
que contribui para ampliar os efeitos de sentido da sua poesia. Uma passagem metafórica que
exemplifica o uso singular e literário da linguagem está em: “diz a fada madrinha / em certos dias, / seu
corpo vai parecer uma gaiola. / nesses dias, / prenda flores nas grades.” (LLI, p. 15). Com efeito, o LLI faz
uso singular da linguagem e propicia a fruição literária.

1.1.3 O Livro Literário apresenta natureza polissêmica? (Anexo VI, 2.1.2.a)

Sim Sim, parcialmente Não


Justificativa:

O Livro Literário apresenta natureza polissêmica. Quebre os seus sapatinhos de cristal ressignifica a
história de Cinderela, uma vez que, nessa história narrada em versos, a protagonista representa todas as
jovens adolescentes que sofrem ou já sofreram violências físicas e psíquicas diversas, geralmente
causadas por diferentes agentes: família, amigas, namorado e sociedade em geral. Tal alegoria se
constrói a partir de elementos emprestados dos contos de fadas clássicos que são usados aqui para
simbolizar situações que, certamente, muitas/os das/os jovens leitoras/es enfrentam ou já enfrentaram.
Portanto, a natureza polissêmica do livro reside tanto na linguagem conotativa empregada
constantemente na poesia, como também na proposta alegórica: a princesa Cinderela representa as
jovens leitoras da contemporaneidade que se identificam com os conflitos existenciais experimentados
por ela ao longo de todo o texto poético. Como exemplo, destacam-se os versos que sugerem que
Cinderela está pensando em se suicidar, então a fada madrinha argumenta demonstrando a importância
da vida dela para todo o universo: “diz a fada madrinha / sem você aqui, / a lua & as estrelas
despencariam. / as montanhas rachariam / ao meio. / os castelos / virariam pó. / os livros arderiam / em
chamas. / ainda não é hora de partir.” (LLI, p. 25) Tal momento-clímax é tratado com extrema sutileza,
sem o uso direto da palavra suicídio, entretanto, a cena capta e retrata o grande conflito existencial
vivido pela protagonista: “às vezes sua mente vai até o recôndito mais escuro – aquele lugar onde ela se
pergunta se alguém perceberia se ela uma noite desaparecesse de vez.” (LLI, p. 24).

1.1.4 O Livro Literário explora recursos expressivos da linguagem verbal e visual? (Anexo VI, 2.1.2.)

Sim Sim, parcialmente Não

Justificativa:

O Livro Literário explora parcialmente recursos expressivos das linguagens verbais e visuais, uma vez
que, apesar de explorar recursos expressivos da linguagem verbal, não explora tanto a linguagem visual,
conforme justificativa a seguir. A linguagem verbal é intrinsecamente explorada no livro literário por se
tratar de um texto poético em versos. A autora usa figuras de linguagem, algumas rimas, sem métrica
definida, faz arranjos inesperados e criativos, apela visualmente no uso de itálicos e travessões, ou seja,
Amanda Lovelace aposta nos aspectos formais de seu texto verbal e poético. Entretanto, a linguagem
visual, em específico as ilustrações do livro, não é tão explorada ou o é pontualmente e, na maior parte
das vezes, de modo apenas representativo. O Livro Literário apresenta uma imagem recorrente (que se
repete sete vezes): a ilustração de um céu noturno (com meia-lua, poucas nuvens e estrelas) ocupando
página dupla. Além disso, após alguns versos são adicionadas ilustrações monocromáticas (em azul) que,
quase sempre, apenas representam um detalhe da cena ou da personagem projetada(s) em versos, ou
algum objeto que acabou de ser mencionado na poesia, o que sinaliza um uso superficial, apenas
ornamental da linguagem visual empregada no livro. Dois exemplos demonstram isto: o primeiro:
“descobri que a maioria das histórias do tipo do lixo ao luxo tem pouquíssima coisa a ver com dinheiro ou
bens materiais & tudo a ver com quem continua ao seu lado depois que você descobre seu próprio
valor.” (LLI, p. 113). Ao final da página há o desenho de uma pilha de moedas. O segundo: “você é a
única chave / que abre o seu castelo. / as outras não passam de / cópias malfeitas.” (LLI, p. 122). Logo
depois dos versos, uma imagem de uma fechadura com uma chave. Como se vê, são ilustrações
ornamentais que dialogam superficialmente com a poesia. Merece destaque, contudo, a proposta poética
da página 60 em que há a ilustração de um celular com uma mensagem de texto, do tipo WhatsApp , em
que alguém (a personagem Cinderela) escreve para o seu amor (o falso príncipe) sinalizando saudades e
não há resposta síncrona. A ideia sugerida pela imagem dialoga intertextualmente com o texto em: “ele
sempre a deixa esperando & ela finge que não se importa, mas no fundo, no fundo, se importa, sim.”
(LLI, p. 60). Destaca-se também a proposta poética da página 85, em: “todas nós temos que cuidar /
mais de nós mesmas” (LLI, p. 85). Ali a imagem ganha sentido: trata-se de versos que sugerem uma
checklist. O texto é todo emoldurado em uma ilustração de prancheta, o que reforça mais ainda a ideia
de checklist da poesia.

1.1.5 O Livro Literário apresenta coerência com o gênero literário proposto? (Anexo VI, 2.1.2.b adaptado)

Sim Sim, parcialmente Não


Justificativa:

O Livro Literário apresenta coerência com o gênero literário proposto, no caso, a poesia, em específico, a
Instapoesia. O livro apresenta diversos poemas que conduzem o leitor por um fio narrativo para que
acompanhe a história da jovem Cinderela que, na primeira parte do livro, enfrenta conflitos emocionais
extremos, quase a levando ao suicídio. Na segunda parte, a princesa ganha autonomia emocional e
amadurece num processo de autoaceitação: "nunca mais vou escolher / uma paixão tóxica em vez de
uma amizade / bem-intencionada" (LLI, p. 110). Vale explicar que o gênero poesia trabalhado no livro
apresenta um caráter híbrido, pois respeita as características do texto poético – embora não siga
esquemas rímicos e métricos padronizados – , misturando-se à linguagem de postagens (os conhecidos
posts) das redes sociais. Nesse sentido, o Livro Literário não se limita a um único gênero discursivo, mais
do que isso, a sua proposta é ampliada ao hibridizar a poesia e a postagem, criando assim os
versos-posts, ou melhor, a Instapoesia. Tal inovação provoca, por um lado, estranhamento aos leitores,
por outro, possibilita a produção de diversos efeitos de sentido. De todo modo, a coerência é sempre
mantida e justificada no Livro Literário.

1.1.6 O Livro Literário faz uso da linguagem adequada aos(às) estudantes, considerando a natureza do texto literário? (Anexo VI,
2.1.2.c)

Sim Sim, parcialmente Não

Justificativa:

O Livro Literário faz uso de uma linguagem adequada aos estudantes do 8º e 9º anos do Ensino
Fundamental (Categoria 2), considerando a natureza do texto literário. O texto está estruturalmente
organizado em versos curtos, com estrofes dispostas de maneira esparsa em cada página, o que garante
a fluidez e rapidez da leitura: "forte é aquela / que sabe quando / precisa encerrar / suas batalhas." (LLI,
p. 108). A linguagem adotada é pouco formal, mas muito íntima do universo juvenil, pois que se
aproxima da linguagem de posts publicados no Instagram. A proposta do texto literário é simular um
diálogo, em versos-posts, entre Cinderela e sua fada madrinha. A proposta é muito sedutora aos jovens
leitores, sobretudo às leitoras, que se veem, subjetivamente, como reflexo, na princesa Cinderela. Tal
organização que aproxima a poesia ao ambiente das redes sociais, com textos curtos, objetivos e sem
linearidade, além de os temas abordados tratarem de conflitos adolescentes; tudo isso apresentado em
linguagem coerente e condizente com o público-alvo (jovens entre 13 e 15 anos) favorece sobremaneira
a fruição literária.

1.1.7 O Livro Literário desenvolve o tema no qual foi inscrita em consonância com o gênero literário em questão? (Anexo VI,
2.1.2.d)

Sim Sim, parcialmente Não

Justificativa:

O Livro Literário desenvolve o tema em que foi inscrito em consonância com o gênero literário em
questão. O tema para o qual a obra foi inscrita, “Conflitos da adolescência”, é logo identificado na
primeira parte do livro quando é descrita a personalidade da protagonista: a jovem Cinderela, que sofre
com sua insegurança emocional ao ter que lidar com situações de violência em sua vida, seja o desprezo
da madrasta, as críticas das amigas e, principalmente, os abusos do namorado: "se eles não / me amam,
/ então quem / vai me amar? / ela pensa / consigo mesma. /– a primeira decepção." (LLI, p. 10). As
angústias da princesa refletem a sensação de fragilidade, comum na adolescência, o que pode gerar
empatia e identificação com o jovem-leitor, principalmente, com as meninas-moças-fãs de contos de
fadas. Na segunda parte do livro, Cinderela parece superar suas crises existenciais graças à ajuda da sua
fada madrinha. Os versos desatacam seu amadurecimento emocional, sua autoaceitação, seu
empoderamento feminino, o que muito dialoga com as adolescentes em seus conflituosos processos de
autodescoberta. Um exemplo desse momento de superação vivenciado pela protagonista se verifica em:
“a princípio, conquistar o amor-próprio pode parecer uma tarefa tão impossível quanto tentar capturar
um raio dentro de uma garrafa. eu não acreditava que um dia conseguiria ter tanto poder nas mãos, até
o dia em que consegui. desde então, me tornei um verdadeiro furacão, uma garota que nunca vai se
contentar com nada menos do que merece.” (LLI, p. 100). Desse modo, o tema de inscrição é
desenvolvido de forma apropriada com o gênero poesia.
1.1.8 O Livro Literário explora a intertextualidade existente entre recursos visuais (e/ou midiáticos) e recursos textuais
empregados na obra? (Anexo VI, 2.1.2.e)

Sim Sim, parcialmente Não Não se aplica

Justificativa:

O Livro Literário explora parcialmente a intertextualidade existente entre recursos visuais e recursos
textuais. Quebre os seus sapatinhos de cristal é um texto poético cujos versos estão dispostos e
dispersos em cada página do livro. Ao final de algumas das páginas, logo abaixo dos versos, há
ilustrações monocromáticas (em azul) representando algum elemento mencionado nos versos
supracitados. Essas imagens apenas reproduzem o que já foi dito no texto poético, sem ampliar a
expressividade dele nem propor uma releitura visual que ressignifique artisticamente o que está sendo
narrado em versos. Por isso, é possível afirmar que a relação intertextual entre texto visual e texto
verbal é pouco explorada no Livro Literário. Como exemplos, a ilustração da página 12, logo abaixo dos
seguintes versos: “dentro do minúsculo provador, ela enfia um vestido atrás do outro como se tentasse
se enfiar na vida de outra pessoa. – para seu desalento, o reflexo no espelho continua igual .” (LLI, p. 12 –
grifos da autora). A imagem de um espelho trincado apenas ornamenta a página. Outro exemplo, na
página 95, lê-se o verso: “meu valor não diminui quando meu peso aumenta.” (LLI, p. 95). Logo abaixo,
a ilustração de uma balança quebrada. Há, contudo, duas exceções: a proposta poética da página 60 em
que há a ilustração de um celular contendo uma mensagem de texto, do tipo WhatsApp , o que visa
simular que alguém (a personagem Cinderela) está escrevendo para o seu amor (o falso príncipe) e essa
pessoa, indiferente à declaração de saudades da princesa, não lhe responde. A ideia sugerida pela
imagem dialoga intertextualmente com o texto em: “ele sempre a deixa esperando & ela finge que não
se importa, mas no fundo, no fundo, se importa, sim.” (LLI, p. 60). Destaca-se também a proposta poética
da página 85, em: “todas nós temos que cuidar / mais de nós mesmas” (LLI, p. 85). Ali a imagem ganha
sentido: trata-se de versos que sugerem uma checklist. O texto é todo emoldurado em uma ilustração de
prancheta, o que reforça mais ainda a ideia de checklist da poesia. Salvo essas duas exceções
supracitadas, todas as outras ilustrações do Livro Literário têm função mais ornamental, explorando
pouco a intertextualidade.

1.1.9 No caso de texto narrativo, o Livro Literário apresenta coerência e consistência narrativa, bem como verossimilhança do
enredo? (Anexo VI, 2.1.3.a)

Sim Sim, parcialmente Não Não se aplica

Justificativa:

O Livro Literário apresenta coerência e consistência narrativa, bem como verossimilhança do enredo. O
texto, embora narrativo, está estruturado em versos, seguindo também as convenções do texto poético.
Portanto, a coerência e a consistência são estabelecidas levando-se em conta a proposta de narrativa
poética nada tradicional do Livro Literário: "deixe-me contar uma história triste / há uma garota que / só
canta quando / todas as janelas / estão fechadas." (LLI, p. xvii). A ideia é recontar a história de Cinderela
sob a óptica contemporânea, em versos-posts, tal qual a Instapoesia, o que é, de fato, muito inovador
sem deixar de ser verossímil. A verossimilhança do texto narrativo e poético se constrói aqui justamente
pela atualidade dos temas que aborda: conflitos da/na adolescência. Ao discutir questões emocionais que
afetam as/os jovens leitoras/e adolescentes, tais como: relacionamentos tóxicos, pressões da família e da
sociedade, desentendimentos com amigas/os, saúde mental abalada, etc., o texto evidencia sua
coerência, consistência e verossimilhança.

1.1.10 No caso de texto narrativo, o Livro Literário aborda temáticas de relevância para o público visado? (Anexo VI, 2.1.3.b)

Sim Sim, parcialmente Não Não se aplica


Justificativa:

O Livro Literário aborda temáticas de extrema relevância para o público visado. A proposta da narrativa
poética é recontar a história de Cinderela a fim de ressignificar o conto de fada para o público leitor
juvenil do século XXI. Assim, Cinderela é retratada como uma adolescente que está passando por
situações conflituosas que desestabilizam o seu emocional, seja em razão dos abusos do namorado, da
falta de empatia das amigas, da cobrança familiar, da ditadura da beleza, enfim, conflitos diversos que
aproximam a princesa da vida real, colocando-a em total sintonia com o público leitor visado. Vale
esclarecer que essas situações angustiantes e que geram pensamentos autodepreciativos são
devidamente sinalizados no “alerta de gatilho” presente no início do livro, na parte pré-textual, em que
se lê: “Este livro contém material sensível relacionado a abuso infantil, amizades tóxicas,
relacionamentos tóxicos, assédio sexual, transtornos alimentares, gordofobia, suicídio, trauma & talvez
mais.” (LLI, p. vii). Tais temas dialogam com o público visado, qual seja, jovens na faixa dos 13 aos 15
anos, pois são conflitos que muitos deles podem sentir ou mesmo podem estar passando por alguma
situação semelhante. Essa possibilidade que o livro literário propõe de refletir subjetivamente a partir da
experiência do outro, ou seja, da personagem da história literária é fundamental para o processo de
educação literária.

1.1.11 No caso de texto narrativo, o Livro Literário garante a possibilidade de a temática abordada propor diálogo com questões
contemporâneas? (Anexo VI, 2.1.3.c)

Sim Sim, parcialmente Não Não se aplica

Justificativa:

O Livro Literário garante a possibilidade de a temática abordada propor diálogo com questões
contemporâneas o tempo todo. A temática em que o livro foi inscrita, “Conflitos na adolescência”,
dialoga com as vivências dos jovens leitores que podem estar experimentando conflitos semelhantes, tão
comuns nessa etapa da vida. O texto poético narra a história de uma nova Cinderela, no caso, uma
princesa-adolescente que está enfrentando diversas situações de violência (física, psíquica e verbal) e
por isso precisa de apoio (da fada madrinha), não só para denunciar os abusos sofridos, como também
para se libertar da opressão e angústia que sente. Esses temas fraturantes abordados no livro literário
são mencionados no início dele, como uma espécie de aviso, em uma seção pré-textual intitulada: “alerta
de gatilho”, no qual se lê: “este livro contém material sensível relacionado a: abuso infantil, amizades
tóxicas, relacionamentos tóxicos, assédio sexual, transtornos alimentares, gordofobia, suicídio, trauma &
talvez mais. lembre-se de praticar o autocuidado antes, durante & depois da leitura. (LLI, p.vii). De fato,
são temas muito angustiantes, mas também muito contemporâneos, sobretudo em tempos atuais, pós-
pandemia, em que a saúde mental dos jovens se tornou motivo de preocupação global.

1.1.12 No caso de texto narrativo, o Livro Literário apresenta complexidade da ambientação, coerência da articulação temporal
na construção do enredo e postura mediadora do narrador? (Anexo VI, 2.1.3.d)

Sim Sim, parcialmente Não Não se aplica


Justificativa:

O Livro Literário apresenta parcialmente complexidade da ambientação, coerência da articulação


temporal na construção do enredo e postura mediadora do narrador. Parcialmente, visto que o Livro
Literário em questão não se configura tradicionalmente com um texto narrativo. Quebre os seus
sapatinhos de cristal é uma narrativa poética que, como tal, narra uma história (da Cinderela)
estruturada em versos, configurando-se como um gênero contemporâneo batizado de Instapoesia. Nesse
sentido, foge ao que se entende por texto narrativo tradicional: não há uma ambientação propriamente
construída, no sentido de descrição física de cenário e personagens; diferente disso, há uma
ambientação psíquica que se preocupa em demonstrar os conflitos adolescentes e a angústia existencial
experimentados pela protagonista Cinderela. Também não há uma articulação de tempo cronológico
linear do enredo. O tempo é psicológico – eis a complexidade de leitura do Livro Literário proposto.
Tempo de angústia e de superação da princesa Cinderela, que viveu em um ambiente de opressão e
abusos até conquistar seu equilíbrio psíquico e maturidade, sempre contando com a ajuda de sua fada
madrinha. Tampouco há uma postura de poeta-narradora que se possa nomear como mediadora. A
mediação é feita pela personagem da fada madrinha, que orienta e encoraja Cinderela, dialogando com a
protagonista o tempo todo na história. Por fim, o livro apresenta versos dispostos e dispersos em suas
páginas, acompanhados ou não por ilustrações, sem pretensão de estabelecer uma linearidade entre
eles. A coerência interna é estabelecida no exercício da leitura que, por sua vez, requer a compreensão
do que se passa internamente com a protagonista. Já a coerência externa é estabelecida nos temas
abordados ora em versos curtos e sintéticos (versos-posts), ora em períodos narrativos pouco extensos
(de um parágrafo apenas), como se captassem uma cena instantânea.

1.1.13 No caso de texto narrativo, o Livro Literário apresenta, quando pertinente ao gênero, caracterização multidimensional dos
personagens e cuidado com a correção e adequação do discurso dos personagens às variáveis de natureza situacional e
dialetal? (Anexo VI, 2.1.3.e)

Sim Sim, parcialmente Não Não se aplica

Justificativa:

O Livro Literário apresenta uma caracterização multidimensional da protagonista Cinderela e demonstra


cuidado com a correção e adequação do discurso das personagens, especialmente da fada madrinha, às
variáveis de natureza situacional e dialetal. Cinderela pode ser caracterizada como uma personagem
multidimensional no sentido em que se projeta para as/os jovens adolescentes que se identificam com a
dor e a angústia experimentadas por ela. Trata-se de uma protagonista-princesa que enfrenta situações
de conflito e violência ao longo de sua adolescência. Configura-se, portanto, como uma personagem
complexa, de profundidade psicológica, dada a crise existencial pela qual está passando nessa fase
transitória da vida. As falas ou os pensamentos atribuídos a ela, transpostos em versos, estão adequados
com sua faixa-etária, bem como à natureza situacional e dialetal em que se encontra. Cita-se, como
exemplo, a seguinte passagem: "o amor / da família / não deveria/ ser / incondicional? / indestrutível?"
(LLI, p. 10). O mesmo se pode dizer da personagem da fada madrinha, cujas orientações e conselhos,
também transpostos em versos, às vezes com destaque em itálico e/ou travessões, são apresentados por
meio de uma linguagem informal, respeitosa à situação de diálogo com Cinderela e em dialeto juvenil, de
acordo com a faixa-etária leitora do Livro Literário: "não sei se alguém / já falou isso para você, mas: / a
ausência de amor da parte deles / não torna você nem um pouco / menos amável." (LLI, p. 11). Assim, a
obra atende ao item em avaliação.

1.1.14 No caso de texto narrativo, o Livro Literário apresenta linguagem adequada à faixa etária dos(as) estudantes? (Anexo VI,
2.1.3.f)

Sim Sim, parcialmente Não Não se aplica


Justificativa:

O Livro Literário apresenta linguagem adequada à faixa etária dos estudantes. O livro está inscrito na
Categoria 2 do edital, que agrupa obras voltadas para estudantes do 8º e 9º anos do Ensino
Fundamental, ou seja, jovens de aproximadamente 13 a 15 anos. A linguagem utilizada é adequada a
esse grupo etário, pois não apresenta complexidade sintática nem lexical, sendo, nesse sentido,
compatível com o gênero literário proposto. Cita-se, como exemplo, o seguinte trecho: "quando você
passa / o tempo todo / se imaginando / na pele de outra pessoa" (LLI, p. 13). Faz-se importante explicar
que a linguagem utilizada por Amanda Lovelace não tem intenção alguma de simplificar a história
narrada, ao contrário, o gênero Instapoesia exige atenção dos leitores por se tratar de uma narrativa
estruturada em versos. No caso de Quebre os seus sapatinhos de cristal a inovação se faz presente no
gênero híbrido e na linguagem juvenil, como também na proposta de abordar temas que subvertem
totalmente ao tradicional gênero conto de fadas. Portanto, tanto linguagem quanto temática estão adequadas à
faixa etária das/dos estudantes.

1.1.15 Nos textos em versos, o Livro Literário faz uso da inventividade da linguagem, caracterizada pelo uso inovador de recursos
linguísticos e pelo predomínio da conotação e da polissemia? (Anexo VI, 2.1.4.b)

Sim Sim, parcialmente Não Não se aplica

Justificativa:

O Livro Literário faz uso da inventividade da linguagem, caracterizada pelo uso inovador de recursos
linguísticos e pelo predomínio da conotação e da polissemia. Escrito todo em versos, o texto poético
procura produzir uma narrativa que reconte a história de Cinderela ressignificando o conto de fadas para
as/os jovens leitoras/es do século XXI. Para isso, Amanda Lovelace se vale de uma estrutura narrativa
inovadora, bem fora do padrão tradicional do gênero conto de fadas: narra em versos irregulares, ou
seja, sem rima e métrica fixas, em uma linguagem concisa, sintética, mas densa, que simula suas
postagens do Instagram. Assim, é possível batizar sua narrativa em versos-posts de Instapoesia. Um
exemplo dessa linguagem direta e concisa, bem ao gosto juvenil de leitores das redes sociais, encontra-
se nos conselhos dados a Cinderela pela sua fada madrinha, como em: “diz a fada madrinha: pouco
importa quem você queira beijar desde que haja consentimento.” (LLI, p. 19). Ao longo da narrativa
poética, a autora também utiliza uma linguagem conotativa, explorando, sempre que possível, a
polissemia do texto literário. Um exemplo de metáfora, em tom de ditado popular, está em outro
conselho da fada madrinha à Cinderela: “não se preocupe com todas as pessoas que andam por aí
caçando vaga-lumes enquanto você está aqui caçando galáxias inteiras.” (LLI, p. 121). Enfim, a
linguagem de Quebre os seus sapatinhos de cristal é inventiva, inovadora e criativa, faz uso figuras de
linguagem que valorizam a polissemia do texto literário – um convite à leitura atenta das/dos jovens para
que possam compreender a proposta do livro e frui-lo subjetivamente.

1.1.16 Nos textos em versos, o Livro Literário apresenta construção coerente do eu-lírico, tendo em vista a intencionalidade do
texto, o engajamento/a identificação do leitor, assim como variáveis de natureza contextual e dialetal? (Anexo VI, 2.1.4.c)

Sim Sim, parcialmente Não Não se aplica


Justificativa:

O Livro Literário apresenta construção coerente do eu-lírico-narradora, tendo em vista a intencionalidade


do texto, o engajamento e a identificação do leitor, assim como variáveis de natureza contextual e
dialetal. O texto está escrito em versos e se propõe a narrar, não linearmente, a história de Cinderela,
ressignificando-a para as/os leitoras/as do século XXI. Nessa nova história, a princesa-protagonista passa
por uma série de violências que vão de abusos infantis (da madrasta) a relacionamentos tóxicos (com o
primeiro namorado). A intencionalidade do texto é engajar as/os leitoras/as nessa narrativa
contemporânea que subverte os padrões clássicos dos contos de fadas, proporcionando a identificação
delas/deles com a protagonista-adolescente Cinderela. Ainda assim é possível afirmar que há coerência
no livro literário, tendo em vista a intenção discursiva da autora – na construção proposta, eu-lírico-
narradora – de subverter a representação de uma princesa de contos de fadas para assim engajar as/os
leitoras/es, que se identificam com os conflitos experimentados por Cinderela. Esse texto poético-
narrativo, do gênero Instapoesia, atrai o público mais jovem, habituado à leitura nas redes sociais, assim
como os temas abordados também o seduzem. Cita-se, como exemplo, trecho em que se discute a
necessidade de consentimento em relações amorosas de beijo: "pouco importa / quem você queira beijar
/ desde que / haja consentimento." (LLI, p. 19). Desse modo, contexto e linguagem se constituem como
características fundamentais para o Livro Literário em questão.

1.1.17 Nos textos em versos, o Livro Literário prioriza poemas com médio grau de complexidade e inventividade na linguagem
artística, a fim de proporcionar experiência estética e contribuir para a formação do leitor literário? (Anexo VI, 2.1.4.d)

Sim Sim, parcialmente Não Não se aplica

Justificativa:

O Livro Literário Quebre os seus sapatinhos de cristal, uma narrativa em versos do gênero Instapoesia,
apresenta uma construção textual com médio grau de complexidade e inventividade na linguagem
artística, a fim de proporcionar experiência estética e contribuir para a formação do leitor literário. A
título de exemplo, destacam-se dois poemas que demonstram grau médio de complexidade e que são
criativos uma vez que reinventam a linguagem artístico-literária empregada no livro. São os poemas da
página 60 e da página 85, respectivamente. No primeiro, os versos: “ele sempre a deixa esperando & ela
finge que não se importa, mas no fundo, no fundo, se importa, sim.” (LLI, p. 60). A ilustração amplia os
sentidos do texto escrito ao apresentar a imagem de um celular com uma mensagem de texto – como as
que enviamos via WhatsApp – em que a personagem Cinderela escreve para o seu namorado
confessando as saudades que sente dele, mas o seu falso príncipe não lhe responde. Retomando os
versos, ela finge não se importar, mas na verdade, essa indiferença a machuca e muito. O segundo são
os versos: “todas nós temos que cuidar / mais de nós mesmas” (LLI, p. 85). A poesia vem emoldurada na
ilustração de uma prancheta que, mais uma vez, amplia o sentido do texto: trata-se de versos que
sugerem uma checklist. Tal inventividade poética, certamente, proporciona experiência estética,
contribuindo assim para a formação do leitor literário.

1.1.18 Nos livros de imagem, histórias em quadrinhos e romances gráficos, a obra materializa a imagem e sua tradução como
proposta artística? (Anexo VI, 2.1.5.a)

Sim Sim, parcialmente Não Não se aplica

Justificativa:

1.1.19 Nos livros de imagem, histórias em quadrinhos e romances gráficos, considerando a potência da narrativa e dos recursos
gráficos na produção de enredos criativos, abertos, a obra explora com ludicidade a linguagem plástica e a forma compositiva
da narrativa verbal e visual? (Anexo VI, 2.1.5.b)

Sim Sim, parcialmente Não Não se aplica

Justificativa:
1.1.20 No caso das traduções e adaptações, o Livro Literário mantém a qualidade literária da obra original, ou seja, é preservada
a linguagem literária e a criação de soluções criativas na elaboração do texto? (Anexo VI, 2.1.6)

Sim Sim, parcialmente Não Não se aplica

Justificativa:

O Livro Literário mantém a qualidade literária da obra original, preservando a linguagem literária e a
criação de soluções criativas na elaboração do texto. Escrito em inglês por Amanda Lovelace, o livro
literário foi traduzido para o português por Débora Fleck, que buscou seguir a mesma discursividade
objetiva e concisa do texto original, com construções sintáticas e usos lexicais compatíveis com o
português brasileiro. A preocupação com a tradução é, inclusive, explicada no material de apoio
complementar, presente ao final do livro, na seção “a palavra que viaja e o trabalho de tradução”. Esse
trabalho minucioso e desafiador que é o de tradução procurou atender às seguintes exigências da
língua/linguagem: “Débora, como todos os tradutores, terá que responder à seguinte charada quando for
ler e traduzir cada verso de amanda em inglês: como é que amanda diria esse verso em português? E
como é que amanda diria isso na língua portuguesa falada no Brasil por mulheres que se expressam de
forma muito parecida com a de amanda, que são mulheres jovens, amantes de literatura, que moram e
trabalham em grandes centros urbanos e são engajadas na luta pelos seus direitos? Que imagens e
expressões temos na língua portuguesa que querem dizer a mesma coisa que essas outras palavras,
usadas pela autora, em inglês? Quando a autora usa uma gíria em inglês, qual é a melhor gíria ou
expressão popular que cobre o mesmo sentido?” (LLI, p. 149). Dessa forma, preserva-se as qualidades
linguísticas e literárias da obra original.

1.1.21 No caso das adaptações, o Livro Literário considera a dimensão conotativa da linguagem e preserva a riqueza semântica,
sintática, vocabular e outras qualidades literárias das obras originais? (Anexo VI, 2.1.6.1)

Sim Sim, parcialmente Não Não se aplica

Justificativa:

Bloco 2 - Da Adequação Temática (ANEXO VI)

2.1 - Adequação Temática

2.1 - Adequação Temática

2.1.1 A obra possui coerência interna, capacidade de motivar a leitura e exploração artística dos temas? (Anexo VI, 2.2.2)

Sim Sim, parcialmente Não


Justificativa:

A obra possui coerência interna, capacidade de motivar a leitura e exploração artística dos temas. A
coerência interna de Quebre os seus sapatinhos de cristal se constrói em torno da protagonista-
adolescente Cinderela, que enfrenta diversos conflitos, tais como os seguintes: relacionamentos
abusivos, pressão familiar, amizades tóxicas, assédio sexual, transtorno alimentar etc. A princesa chega
a pensar em suicídio, mas é desencorajada pela sua fada madrinha e assim reexiste. Ao fim, Cinderela
vive um processo de autoaceitação e amadurecimento emocional. São justamente essas temáticas que
motivam as/os jovens adolescentes à leitura da obra literária. Certamente, as/os leitoras/os se
identificam com esses conflitos e se projetam no movimento de sofrimento e superação de Cinderela. Um
exemplo, é o conflito familiar que gera angústia na protagonista: “o amor da família não deveria ser
incondicional? indestrutível? se eles não me amam, então quem vai me amar? ela pensa consigo
mesma.” (LLI, p. 10). Outros temas fraturantes são abordados, como o namorado cafajeste, anti-príncipe,
como revelam os versos: “depois de dizer a ela exatamente o que sabe que ela quer ouvir, ele vai
embora & sussurra as mesmas palavras no ouvido de outra garota ingênua. – ‘príncipe encantado’.” (LLI,
p. 64). Ou ainda a autoestima abalada em razão da gordofobia, como nos versos-comentários da
madrasta: “‘ninguém jamais vai querer uma garota gorda como você.’– a madrasta.” (LLI, p. 6). Nota-se,
portanto, a importância dos temas tratados nessa releitura de Cinderela. A exploração artística, por sua
vez, é identificada na estrutura narrativa em versos irregulares, organizados em estrofes curtas,
concisas. Os versos sintéticos se assemelham aos posts das redes sociais e é também essa linguagem
enxuta, informal e juvenil da Instapoesia que motiva a leitura das/dos jovens.

2.1.2 O Livro Literário amplia as referências estéticas, culturais e éticas do leitor, bem como evita conduzir a opinião e o
comportamento do leitor, proporcionando abertura que convide à participação criativa na leitura, instigando-o a estabelecer
relações com suas experiências anteriores e com outros textos, culturas e linguagens? (Anexo VI, 2.2.3)

Sim Sim, parcialmente Não

Justificativa:

O Livro Literário amplia as referências estéticas, culturais e éticas do leitor, convidando-o à participação
criativa e subjetiva da leitura literária. Quebre os seus sapatinhos de cristal reconta a história de
Cinderela, um dos clássicos dos contos de fadas infantis, ressignificando a narrativa ao tratar de temas
contemporâneos importantes de serem debatidos na atualidade. O público leitor, de 13 a 15 anos de
idade, se identifica com as temáticas ali abordadas, uma vez que as situações violentas pelas quais
Cinderela passa, muitas vezes, se relacionam com experiências vivenciadas por adolescentes. O livro
desenvolve, portanto, sentimentos de alteridade e empatia, além de educar as/os jovens leitoras/es para
um mundo mais ético e feminista, em que as moças quebrem seus sapatinhos de cristal e não esperem
por príncipes encantados. O livro literário não tem pretensão de conduzir a opinião e/ou o
comportamento do leitor, ao contrário, a proposta é justamente fazê-lo discutir e refletir sobre os temas
propostos, praticando o autocuidado sempre, como bem adverte o pré-texto: “alerta de gatilho: abuso
infantil, amizades tóxicas, relacionamentos tóxicos, assédio sexual, transtornos alimentares, gordofobia,
suicídio, trauma & talvez mais. lembre-se de praticar o autocuidado antes, durante & depois da leitura.”
(LLI, p. vii). Com efeito, o LLI atende ao item em avaliação.

2.1.3 Há presença de protagonistas e sujeitos líricos de diferentes raças e etnias, gêneros, origens geográficas, classes sociais,
faixas etárias, orientações sexuais etc.? (Anexo VI, 2.2.1.1)

Sim Sim, parcialmente Não Não se aplica


Justificativa:

Há parcialmente presença de protagonistas e sujeitos líricos de diferentes raças e etnias, gêneros,


origens geográficas, classes sociais, faixas etárias, orientações sexuais etc. Parcialmente, visto que não
são explicitadas a raça ou etnia da protagonista, nem a origem geográfica dela, tampouco se sabe sua
classe social ou sua idade precisa. Entretanto, é possível concluir que Cinderela é uma jovem adolescente
(faixa etária), cisgênero (gênero) e heterossexual (orientação sexual), que está em processo de
autoaceitação enquanto lida com os efeitos de relacionamentos abusivos (da madrasta, do namorado,
das amigas etc.). Há ainda a personagem da fada madrinha, que também não é identificada em termos
de raça, etnia, origem geográfica, classe social, faixa etária e orientação sexual. Portanto, além das
identificações da protagonista, não há no livro literário diversidade de origens geográficas, classes
sociais, faixas etárias e orientações sexuais.

2.1.4 A obra está isenta de preconceitos, estereótipos ou discriminação de ordem racial, regional, social, sexual e de gênero,
entre outros, tampouco de incitação à violência entre seres humanos ou contra outros seres vivos, em qualquer uma de suas
diversas manifestações? (Anexo VI, 2.2.4)

Sim Sim, parcialmente Não

Justificativa:

A obra está isenta de preconceitos, estereótipos ou discriminação de ordem racial, regional, social,
sexual e de gênero, entre outros, tampouco incita a violência entre seres humanos ou contra outros
seres vivos, em qualquer uma de suas diversas manifestações. Ao contrário, ao expor as situações
conflituosas por que passa Cinderela, a autora está buscando incentivar o autocuidado, a
autodescoberta, a superação de conflitos, a alteridade, a empatia, a sororidade. É o que Amanda
Lovelace deixa claro no início do livro, na seção intitulada “alerta de gatilho”, em que adverte que o livro
contém temas que denunciam “abuso infantil, amizades tóxicas, relacionamentos tóxicos, assédio sexual,
transtornos alimentares, gordofobia, suicídio, trauma & talvez mais. lembre-se de praticar o autocuidado
antes, durante & depois da leitura.” (LLI, p. vii). Assim, a obra atende ao item em avaliação, não
propagando preconceitos, estereótipos ou discriminação de quaisquer tipos.

2.1.5 A obra respeita as legislações presentes no edital, particularmente, as determinações dos artigos 78 e 79 do Estatuto da
Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1990)? (Anexo VI, 2.2.4.1)

Sim Sim, parcialmente Não

Justificativa:

A obra respeita as legislações presentes no edital, sobretudo as determinações dos artigos 78 e 79 do


Estatuto da Criança e do Adolescente (Lei nº 8.069/1990). Assim, Quebre os seus sapatinhos de cristal
não contém material impróprio ou inadequado a crianças e adolescentes (Artigo 78), nem tampouco
contém ilustrações, fotografias, legendas, anúncios de bebidas alcoólicas, tabaco, armas e munições
(Artigo 79), uma vez que respeita os valores éticos e sociais da pessoa e da família.

2.1.6 A obra está isenta de viés didático ou de teor doutrinário, panfletário ou religioso? (Anexo VI, 2.2.5)

Sim Sim, parcialmente Não


Justificativa:

A obra está isenta de viés didático ou de teor doutrinário, panfletário ou religioso. Tal isenção reside na
ausência total de qualquer menção a orientações religiosas, doutrinárias ou políticas, de quaisquer
espécies, bem como à ausência de conteúdo de viés didático, uma vez que a narrativa poética não se
presta a mediar ou encaminhar nenhum conteúdo programático curricular. A obra, de fato, subverte as
expectativas de leitura de um conto de fadas clássico ao tratar de Cinderela vivenciando conflitos atuais,
ou seja, sendo vítima de um relacionamento abusivo ou em processo de autoaceitação do corpo. Os
temas contemporâneos abordados têm um tom de denúncia e de empoderamento, não abrindo espaço,
dessa forma, para viés didático ou teor doutrinário, panfletário ou religioso.

2.1.7 A obra está vinculada a um ou mais temas especificados no edital ou apresenta outro tema com adequada especificação?
(Anexo VI, 2.2.6 e 2.2.6.1)

Sim Sim, parcialmente Não

Justificativa:

A obra está vinculada a dois temas especificados no edital de modo adequado. O tema principal ao qual
a obra se vincula é “Conflitos da adolescência”, o que é facilmente identificado a partir das situações
conflituosas vivenciadas pela protagonista em seu processo de amadurecimento e autoaceitação. Há,
inclusive, no início do livro literário, um “alerta de gatilho” informando sobre os temas sensíveis contidas
no livro e seus possíveis efeitos sobre o jovem leitor: “este livro contém material sensível relacionado a:
abuso infantil, amizades tóxicas, relacionamentos tóxicos, assédio sexual, transtornos alimentares,
gordofobia, suicídio, trauma & talvez mais. lembre-se de praticar o autocuidado antes, durante & depois
da leitura.” (LLI, p. vii). O segundo tema ao qual a obra se vincula é “Sociedade, Política e Cidadania” se
leva-se em conta as descobertas da adolescente Cinderela em suas relações pessoais nas esferas mais
amplas, sobretudo, suas relações com o mundo a sua volta, sua atuação e interação com a sociedade. O
Livro Literário escancara a complexidade das relações humanas e as dificuldades para a tomada de
decisões frente à sociedade. Um exemplo disso está no fato de Cinderela aceitar seu corpo tal como ele
é, vencendo a ditadura da beleza, que exige das mulheres corpos magros, quase esqueléticos, como as
de modelos em desfiles. A proposta temática encoraja a valorizar os diferentes corpos, sem se prender a
padrões estéticos impostos pela sociedade contemporânea, afinal: “ser chamada de gorda não é um
insulto. ser chamada de magra não é um elogio. – são apenas tamanhos.” (LLI, p. 93). Dessa forma, a
obra atende ao item em avaliação, vinculando-se adequadamente a temas do edital.

2.1.8 O Livro Literário privilegia a dimensão artística e estética da linguagem, potencializando entre os(as) estudantes a
capacidade de reflexão quanto a si próprios, aos outros e ao mundo que os cerca, e proporciona o contato com a diversidade
em suas múltiplas expressões, por meio de uma interação eficiente – e gradativamente crítica – com a cultura letrada?
(Introdução, Anexo VI)

Sim Sim, parcialmente Não


Justificativa:

O Livro Literário privilegia a dimensão artística e estética da linguagem. Quebre os seus sapatinhos de
cristal é uma poesia narrativa, estruturada em versos irregulares, dispersos em cada página do livro, às
vezes acompanhados de uma ilustração em tons de azul. Tal estrutura poética é, por si só, um desafio
para o leitor que se vê enredado nos sofrimentos de Cinderela ali narrados. Não há um padrão na
organização dos versos, bem como não há um esquema de rimas e métrica que prevaleça em todo livro.
As passagens que merecem destaque são sinalizadas com letras em itálico e os diálogos entre Cinderela
e sua fada madrinha ora são acompanhados de travessão, ora aparecem entre aspas, ora são usados os
dois recursos. Tal configuração do gênero Instapoesia é parte da dimensão artística e estética da
linguagem empregada pela autora: versos curtos, concisos, que simulam postagens nas redes sociais.
Por exemplo, toda a página 6 é ocupada por um único verso: “ ‘ninguém jamais vai querer uma garota
gorda como você.’ – a madrasta.” (LLI, p. 6). Outro momento que privilegia a dimensão artística e
estética da linguagem empregada no livro literário, ampliando o repertório do leitor e sua cultura letrada,
está na página 85. Ali os versos estão dispostos na página de modo a configurar uma lista de afazeres –
uma espécie de checklist –, leitura essa reforçada pela ilustração de uma prancheta que emoldura a
página, em que se lê: “você já fez uma pausa? / já se alongou? /já deu uma volta? / já comeu? / já bebeu
um copo d’água / já ignorou as mensagens dele? / já reconheceu o seu próprio valor? / já endireitou sua
coroa?” (LLI, p. 85). Tal configuração de página lembra muito as estratégias narrativas de Machado de
Assis, em capítulos como “O velho diálogo de Adão e Eva” ou “Epitáfio”, em Memórias Póstumas de Brás
Cubas. Com relação aos temas abordados no livro, é evidente que potencializam a capacidade de
reflexão e de crítica dos/das estudantes quanto a si próprios, aos outros e ao mundo que os cerca. Os
estudantes são jovens adolescentes, na faixa de 13 a 15 anos de idade, que provavelmente se
identificam com as dores de Cinderela e tomam para si os conselhos da fada madrinha à princesa.
Compreendem os conflitos que geram tanta angústia na protagonista a ponto de ela pensar em suicídio;
identificam-se com ela, num movimento de compreensão de si (autodescoberta), mas também do outro
(alteridade, empatia, sororidade) e do mundo (sociedade machista e misógina que precisa ser
enfrentada). A superação e o empoderamento finais de Cinderela são também, por reflexo e projeção,
das/dos estudantes.

Bloco 3 – Do Projeto Gráfico-Editorial

3.1 - Projeto Gráfico-Editorial

3.1 - Projeto Gráfico-Editorial

3.1.1. A obra apresenta equilíbrio entre texto principal, textos complementares e intervenções gráficas, como as ilustrações,
quando houver? (Anexo VI, 2.3.1)

Sim Sim, parcialmente Não

Justificativa:

A obra apresenta equilíbrio entre texto principal, textos complementares e intervenções gráficas, como
as ilustrações. O texto principal é a narrativa em versos de Cinderela, uma princesa contemporânea,
bem diferente daquela do clássico conto de fadas. O texto é escrito em versos curtos, dispostos de modo
bem disperso ao longo das páginas, como se fossem posts da Instapoesia, assim, há poucos versos por
página, que pode vir acompanhada ou não de ilustrações. As ilustrações, por sua vez, são bem pontuais,
aparecem em algumas páginas apenas, mas são sempre monocromáticas (na cor azul) e representam
algum elemento e/ou personagem e/ou cena que foram tratados nos versos. Como exemplo, os versos da
página 27: “você é ilimitada / pode ter o batom. / pode ter a espada.” (LLI, p. 27). Em seguida, a
ilustração de uma mulher (Cinderela) segurando uma espada enquanto passa um batom. Além dessas
ilustrações pontuais que acompanham a poesia narrativa, há também uma ilustração que se repete sete
vezes ao longo das páginas do Livro Literário. Trata-se da imagem de um céu noturno, azul, com poucas
nuvens, uma meia-lua e estrelas. Com relação aos textos complementares, eles ocupam as últimas 18 páginas do
livro, que somam 152 páginas no total. São paratextos que ampliam o entendimento da obra literária, uma vez que
apresentam informações sobre a autora, a tradutora, a ilustradora e o gênero ( Insta)poesia. Nota-se, portanto, o
equilíbrio entre texto principal, textos complementares e ilustrações.
3.1.2. A obra apresenta informações paratextuais que enriquecem o projeto gráfico-editorial e oferece subsídios que permitam a
compreensão dos modos de produção, circulação e recepção das obras e do desvelamento dos interesses e dos conflitos que
permeiam suas condições de produção e, por outro lado, garantam a análise dos recursos linguísticos e semióticos necessária à
elaboração da experiência estética? (Anexo VI, 2.3.2.1)

Sim Sim, parcialmente Não

Justificativa:

A obra apresenta informações paratextuais que enriquecem o projeto gráfico-editorial e oferecem


subsídios que permitam a compreensão dos modos de produção, circulação e recepção da obra. Nas
últimas 18 páginas do Livro Literário, há uma seção intitulada “um pouco mais sobre Quebre os seus
sapatinhos de cristal e amanda lovelace (LLI, p. 133). Essa parte está organizada nas seguintes
subseções: “as redes sociais trabalhando a favor do livro, da leitura e da cidadania”, “a comunicação
rápida das redes e a força da poesia”, “a palavra que viaja e o trabalho de tradução”, “todo trabalho,
toda ação é social” e, por fim, “sobre a autora”. Nesse material paratextual, de apoio ao leitor e ao
professor, a produção do livro e a trajetória literária da autora são devidamente contextualizados, dando-
se ênfase à atuação de Amada Lovelace como instapoeta. Nessa direção, o paratexto apresenta
reflexões sobre a rápida circulação social da literatura produzida em redes sociais e a boa recepção que
as poesias da autora sempre tiveram nesse espaço. Destacam-se, ainda, as especificidades da linguagem
literária para a produção de sentidos em diferentes gêneros, ou seja, a riqueza dos recursos linguísticos e
semióticos necessários à experiência estética dos jovens leitores, além de explicações sobre a
complexidade do processo de tradução de um texto literário para que se mantenha a literariedade do
texto poético em questão. Vale destacar a preocupação da autora com o processo editorial para a
produção do livro, o que é contextualizado na subseção “a palavra que viaja e o trabalho de tradução”,
em que há uma longa explicação sobre o percurso envolvendo tanto as estratégias na transposição da
linguagem das redes sociais para um livro impresso, quanto os desafios presentes no trabalho de traduzir
e adaptar uma obra para que o impresso pareça o mais natural possível: “As empresas editoriais se
responsabilizam pela conferência das informações e pela qualidade que elas têm. Da mesma forma, elas
procuram organizar os textos dando a eles um caminho de leitura que faça o leitor, aos poucos, entrar na
mensagem que o autor quis compartilhar.” (LLI, p. 147). Nesse sentido, é possível concluir que o material
desvela os interesses e os conflitos que permeiam as condições de produção da obra literária em
questão.

3.1.3. A obra garante condições de legibilidade do ponto de vista tipográfico quanto ao formato e tamanho da(s) fonte(s)
utilizada(s); do espaçamento entre letras, palavras e linhas e do alinhamento do texto? (Anexo VI, 2.3.1.1)

Sim Sim, parcialmente Não

Justificativa:

A obra garante condições de legibilidade, seja do ponto de vista tipográfico, seja quanto ao formato e
tamanho da fonte utilizada; bem como com relação ao espaçamento entre letras, palavras e linhas, e o
alinhamento do texto. O texto está em fonte palatino, tamanho 12, o que permite uma leitura
confortável. Há pouco texto por página, com espaçamento adequado entre as estrofes e entre os versos,
sempre respeitando as margens e as ilustrações. Os elementos gráficos presentes em algumas páginas
não entram em conflito com o texto principal, servindo apenas para ilustrar pontualmente algum
elemento, personagem ou situação que foram mencionados na narrativa poética.

3.1.4. A obra apresenta material de apoio paratextual, em formato de anexo, no mesmo volume da obra principal, contendo
informações que: (1) contextualizem o autor e a obra; (2) motivem o(a) estudante para leitura e (3) justifiquem a pertença da obra
ao seu respectivo tema? (Anexo VI, 2.3.2)

Sim Sim, parcialmente Não


Justificativa:

A obra apresenta material de apoio paratextual, em formato de anexo, no mesmo volume da obra
principal. Tal material encontra-se nas últimas 18 páginas do Livro Literário e apresenta, de início,
informações que contextualizam a trajetória literária da autora, caracterizam a sua produção poética
divulgada na rede social Instagram (@ladybookmad) e a sua decisão de publicar as instapoesias em um
livro impresso, pois que “quando ela já era lida e compartilhada por milhões de pessoas, as editoras
perceberam a força e a qualidade da sua escrita e procuraram por ela, para que a sua poesia fosse
reunida e editada em livro.” (LLI, p. 136). Em seguida, o material oferece informações sobre a circulação
social da literatura produzida em redes sociais e sobre as especificidades da linguagem literária em
diferentes gêneros para a produção de sentidos: “a poesia, o gênero literário praticado por amanda
lovelace, é mesmo a expressão máxima da síntese. Na poesia, em frases curtas (os versos), um autor
reúne todas as ideias, imagens e conceitos que quer passar.” (LLI, p. 139). Já a subseção “a palavra que
viaja e o trabalho de tradução” destaca a força da poesia na rede social e a complexidade do processo
de tradução de um texto literário, trabalho esse desenvolvido pela tradutora Débora Fleck. Todas essas
curiosidades sobre a autora, a instapoesia e a tradução da obra certamente motivam os estudantes
convidando-os à leitura literária. Além disso, os temas tratados em Quebre os seus sapatinhos de cristal
sob o propósito de ressignificar a história de Cinderela atraem mais ainda as/os jovens leitoras/es. Ao
final, na subseção “todo trabalho, toda ação é social”, as reflexões focam a importância do uso
responsável das redes sociais, haja vista os perigos das fake news . Nesse sentido, a publicação dos
textos poéticos de Amanda Lovelace no Instagram implica o uso mais consciente do meio digital:
“Compartilhar a leitura de livros como o de amanda, que surgiram na rede e com a força positiva e
transformadora da palavra, é uma promessa de que não, não seremos a geração da fake news . Seremos
conhecidos como a geração que domou o poder destruidor da rede e das mídias sociais através da ação
responsável, a partir da certeza absoluta de que o nosso maior dever, como cidadãos, é preservar o
direito de todos: o meu, ou seja, o de cada um de nós individualmente, e o de todos, em conjunto.” (LLI,
p. 151, grifo da autora). Quanto à pertença da obra ao seu respectivo tema, “Conflitos da adolescência”,
só é mencionada no Livro Digital do Professor. Nele, os temas fraturantes presentes na narrativa poética
d e Quebre os seus sapatinhos de cristal são devidamente explicados tanto no Material de Apoio ao
Professor, quanto nas Propostas de Atividades. Assim, a obra apresenta material de apoio paratextual,
em formato de anexo, no mesmo volume da obra principal, contendo informações que: (1)
contextualizam o autor e a obra; (2) motivam o(a) estudante para leitura e (3) justificam a pertença da
obra ao seu respectivo tema.

3.1.5. A obra apresenta informações paratextuais relevantes e consistentes, porém, em linguagem apropriada à faixa etária
esperada para os(as) estudantes dos Anos Finais? (Anexo VI, 2.3.3)

Sim Sim, parcialmente Não

Justificativa:

A obra apresenta informações paratextuais relevantes e consistentes em linguagem adequada aos


estudantes dos Anos Finais do Ensino Fundamental, ou seja, jovens de 13 a 15 anos. Todo o texto
complementar, presente ao final dos três volumes da obra, está escrito com uma linguagem acessível,
direta e objetiva, bem ao gosto dos interlocutores (estudantes e professores). As informações, discussões
e reflexões feitas nesses materiais estão absolutamente equilibradas e condizentes com o perfil e faixa
etária de seus leitores. Há perguntas retóricas, retomadas de conceitos, comparações com outros
autores e letras poéticas, exemplos, enfim, tudo o que ajuda a tornar o texto mais palatável, contribuindo
para que a leitura possa fluir sem dificuldade, sem que seja necessário simplificar o conteúdo. Como
exemplo de linguagem utilizada no material de apoio, destaca-se o seguinte trecho que comenta o difícil
trabalho de um tradutor: “Acho que você já percebeu que Débora, assim como todos os tradutores, para
fazer o seu trabalho, tem que conhecer a sua língua, o português, tão bem ou ainda melhor do que a
língua que está traduzindo, não? Pois é, é isso mesmo. Os tradutores têm que ser grandes estudiosos da
língua e da literatura do idioma que querem traduzir na mesma medida (ao menos) em que estudam e
leem a literatura do seu idioma.” (LLI, p. 149-150). Com efeito, afirma-se que a obra apresenta, em
linguagem adequada, informações paratextuais relevantes e consistentes.

3.1.6. A obra é isenta de erros de revisão? (Anexo VI, 2.3.4)

Sim Sim, parcialmente Não


Justificativa:

A obra é isenta de erros de revisão. O caráter poético da obra permite a subversão a convenções
ortográficas, como, por exemplo, o uso constante de letras minúsculas em nomes próprios ou mesmo
após o ponto final. O próprio nome da autora é grafado com iniciais minúsculas, respeitando-se a
vontade da poeta: amanda lovelace. Tais usos são recorrentes, compondo assim uma unidade discursiva,
ou seja, a autora opta por usar apenas letras minúsculas em todo o seu texto literário. Essa decisão é,
inclusive, justificada no início do material complementar, no qual lemos: “Não sei se você percebeu que a
nossa autora sempre escreve o seu nome todo em letras minúsculas, o que também chamamos de caixa-
baixa. Tanto nas suas redes sociais quanto em seus livros, ela escreve o seu nome assim: amanda
lovelace. Bom, provavelmente, essa decisão revela muito de si, de como ela se coloca no mundo, e nós,
aqui neste texto, vamos seguir a sua vontade. Então, à exceção de quando o nome dela iniciar uma
frase, vamos sempre escrevê-lo em letra minúscula, ok?” (LLI, p. 135). Levando em conta essa coerência
interna da obra, portanto, é possível afirmar que não há erros de revisão.

Bloco 4 – Da Qualidade do Livro Digital do Professor

4.1 - Qualidade do Livro Digital do Professor

4.1 - Qualidade do Livro Digital do Professor

4.1.1. O Livro Digital do Professor contempla subsídios para a abordagem da obra literária em sala de aula em consonância com o
gênero e com a natureza artística inerente à obra (com destaque para os recursos de linguagem empregados e especificidades
da sua proposta estética)? (Anexo VI, 2.4.2)

Sim Sim, parcialmente Não

Justificativa:

O Livro Digital do Professor contempla subsídios para a abordagem da obra literária em sala de aula em
consonância com o gênero e com a natureza artística inerente à obra. No Material de Apoio ao Professor,
elaborado por Fernanda Neves Lobo Caldeira, há cinco propostas de atividades que exploram de
diferentes modos a leitura do Livro Literário. Nessas atividades, há sugestões de produções textuais,
pesquisas, debates e diálogos interdisciplinares com outros saberes curriculares. A natureza artística
inerente à obra literária é contemplada especificamente no terceiro capítulo do material de apoio ao
docente, em que há uma explicação aprofundada do livro, destacando-se as particularidades de sua
proposta estética, tais como: gênero híbrido, estrutura textual, produção e recepção. Cita-se, com
exemplo, a passagem: “Quebre os seus sapatinhos de cristal com seu gênero híbrido, reunindo a poesia,
o texto em verso, e a narrativa sequencial típica dos textos em prosa, pede aos leitores calma e atenção
para que todos os seus significados sejam percebidos e explorados, numa compreensão ampla, a partir
do texto, tanto do processo de criação da autora quanto da interpretação possível de cada leitor ou
leitora, que construirá seus novos significados a partir da própria experiência e conhecimento.” (LDP, p.
7). Desse modo, o LDP atende ao item em avaliação.

4.1.2 - O Livro Digital do Professor está em consonância com a BNCC, com as peculiaridades da obra literária e é composto por
um único material de apoio ao professor? (Item 2.3.18)

Sim Sim, parcialmente Não


Justificativa:

O Livro Digital do Professor está em consonância com a BNCC, com as peculiaridades da obra literária e é
composto por um único material de apoio ao professor, o qual está dividido em capítulos que
aprofundam a compreensão do Livro Literário. São propostas cinco atividades, todas estruturadas em
tema, conteúdo, objetivo, justificativa e metodologia. Em todas essas seções há menção específica às
habilidades da BNCC que embasam cada prática. As referências à BNCC aparecem sempre em destaque,
num quadro informativo em que se enumeram as habilidades que serão trabalhadas em cada uma das
cinco atividades. Em um quadro maior, são apresentadas as habilidades específicas de Língua
Portuguesa; em um quadro menor, logo após o tópico “objetivo”, são apresentadas as habilidades
vinculadas a outros componentes curriculares, o que também comprova a preocupação em promover
atividades interdisciplinaridades em todas as propostas. Como exemplo, a Proposta de Atividade II, que
trata do tema “Conflitos da adolescência ligados à autoimagem”. A atividade elenca as seguintes
habilidades específicas de Língua Portuguesa: EF89LP24, EF89LP27, EF89LP33. Em seguida, as
habilidades específicas de Artes: EF69AR31 e EF69AR33. (LDP, p. 11). Como demonstrado, o LDP está em
consonância com a BNCC, com as peculiaridades da obra literária e é composto por um único material de
apoio ao professor.

4.1.3 - O Livro Digital do Professor contém subsídios para a abordagem da obra literária (abordagem didática do professor), que
contemplem os seguintes elementos: carta ao professor; apresentação do autor, ilustrador, tradutor e contexto de produção da
obra no que tange a aspectos sociais, culturais, temporais e geográficos; contexto de recepção da obra; natureza artística da
obra, vinculada ao gênero de inscrição, composição; e articulação com habilidades e competências indicadas na Base Nacional
Comum Curricular? (Características das obras, 2.3.18.1)

Sim Sim, parcialmente Não

Justificativa:

O Livro Digital do Professor contém subsídios para a abordagem da obra literária. Tal abordagem didática
do professor vem em forma de material complementar, composto por quatro capítulos, quais sejam:
“Carta ao Professor” (LDP, p. 03), “Apresentação da autora, ilustradora, tradutora e contexto de produção
da obra” (LDP, p. 04), “Contexto de recepção da obra” (LDP, p. 06) e “Natureza artística da obra” (LDP, p.
07). Em seguida, as Propostas de Atividades I, II, II, IV, V (LDP, p. 08, p. 11, p. 13, p. 15, p. 17,
respectivamente). As cinco propostas de atividades, por sua vez, vêm organizadas em tema, conteúdo,
objetivo, justificativa e metodologia. Cada uma das propostas faz referência às competências e
habilidades da BNCC que embasam a atividade em questão. As habilidades vêm sempre destacadas em
um quadro de borda azul. São apontadas as habilidades específicas de Língua Portuguesa e as
habilidades de outras disciplinas, tais como: Artes, Geografia, História e Ensino Religioso. Por fim, o
material traz um capítulo de aprofundamento teórico e uma bibliografia comentada, cumprindo assim
com todas as exigências do item 2.3.18.1 do Edital.

4.1.4 - O Livro Digital do Professor contém três propostas de atividades que contemplem, em cada uma, orientações para as
aulas de língua portuguesa ou língua inglesa (conforme idioma da obra literária) que preparem os estudantes antes da leitura
das respectivas obras (apoio na pré-leitura), assim como para a sua retomada e problematização (apoio na pós-leitura)?
(Características das obras, 2.3.18.2)

Sim Sim, parcialmente Não


Justificativa:

O Livro Digital do Professor contém parcialmente três propostas de atividades que contemplem, em cada
uma, orientações para as aulas de língua portuguesa que preparem os estudantes antes da leitura das
respectivas obras (apoio na pré-leitura), assim como para a sua retomada e problematização (apoio na
pós-leitura). Parcialmente, pois o Livro Digital do Professor contém propostas de atividades que
contemplam orientações para as aulas de Língua Portuguesa, porém, as etapas Pré-leitura, Durante a
leitura e Pós-leitura não são assim organizadas em cada proposta. O LDP apresenta cinco propostas de
atividades com diversas sugestões: de pesquisa sobre diferentes versões de contos de fadas, de debates
em torno de temas como estereótipos de beleza, violência de gênero e cátedra docente, além de propor
produções de poesias na rede e trabalhos artísticos a partir da leitura do livro literário. Entretanto, em
vez de estruturar cada uma das cinco propostas com atividades de preparo dos estudantes (Pré-leitura),
exploração da obra em si (Durante a leitura), e retomada do que foi lido (Pós-leitura), o LDP considera
que cada uma dessas etapas já é, por si só, uma atividade. Dito de outro modo, toda a Proposta de
Atividade I é uma atividade de “Pré-leitura”, toda a Proposta de Atividade II é uma atividade a ser
realizada “Durante a leitura”, e todas as Propostas de Atividades III, IV e V são atividades de “Pós-
leitura”. Desse modo, embora as cinco sugestões estejam bem organizadas em tópicos e embasadas nos
princípios da BNCC, elas não apresentam, “em cada uma”, as três etapas de exploração do Livro
Literário.

4.1.5. O Livro Digital do Professor apresenta consistência e coerência no que diz respeito às orientações para pré-leitura, durante
a leitura e para pós-leitura? (Anexo VI, 2.4.1)

Sim Sim, parcialmente Não

Justificativa:

O Livro Digital do Professor apresenta consistência e coerência parciais no que diz respeito às
orientações para pré-leitura, durante a leitura e para pós-leitura.. Parcialmente, pois o Livro Digital do
Professor apresenta cinco propostas de atividades, contudo, não dispõe de orientações para pré-leitura,
durante a leitura e para pós-leitura em cada uma dessas atividades propostas. Por exemplo, a Proposta
de Atividade I, que trata do tema “Literatura e Cultura: as modificações históricas das narrativas orais”,
considera apenas o trabalho de pré-leitura. Nessa atividade, há indicação para que os estudantes
pesquisem “acerca da origem dos contos de fadas, bem como o contexto histórico e social de produção
dessas narrativas.” (LDP, p. 09) e depois compartilhem com o restante das turmas o que encontraram a
respeito, as principais diferenças nas adaptações modernas dessas histórias e por que acreditam que tais
mudanças ocorreram. O objetivo é que essa atividade de pré-leitura funcione como uma preparação para
a recepção da obra literária. Em seguida, a Proposta de Atividade II é dedicada inteiramente à etapa
“Durante a leitura”, com a intenção de abordar o tema “Conflitos da adolescência ligados à
autoimagem”. Para isso a Atividade sugere uma atenção específica à leitura dos versos: “ diz a fada
madrinha / você não precisa ter determinada aparência / para merecer o coração de alguém. / pouco
importa sua forma – / pouco importa seu tamanho – / orgulhe-se do espaço / que seu corpo se atreve a
ocupar.” (LDP, p. 12). A Proposta de Atividade III, por sua vez, sugere uma atividade de “Pós-leitura” em
que se discutam questões em torno de “machismo na sociedade”, “violência contra a mulher”,
“igualdade de gênero”, “feminismo” etc. para a produção de um artigo de opinião ou um episódio de
podcast. Não se pode dizer que não haja coerência e consistência em cada uma das atividades
propostas. Entretanto, elas se restringem a cada proposta isoladamente, não havendo uma progressão
das atividades para maior exploração dos temas antes, durante e depois da leitura.

4.1.6 - O Livro Digital do Professor contém orientações gerais para aulas de outros componentes ou áreas para a utilização de
temas e conteúdos presentes na obra, com vistas a uma abordagem interdisciplinar? (Características das obras, 2.3.18.3)

Sim Sim, parcialmente Não


Justificativa:

O Livro Digital do Professor contém orientações gerais para aulas de outros componentes ou áreas para a
utilização de temas e conteúdos presentes na obra, com vistas a uma abordagem interdisciplinar. No
material complementar de apoio docente há cinco propostas de atividades que exploram, em certa
medida, as etapas pré-leitura, durante a leitura e pós-leitura. Em cada proposta, em alguns dos tópicos,
há sinalizações sobre possíveis diálogos interdisciplinares com outros componentes curriculares e, após a
indicação, um quadro informando as habilidades específicas da BNCC para cada uma das respectivas
disciplinas a serem contempladas na atividade proposta. Como exemplo, a Proposta de Atividade I, que
trata do tema “As modificações históricas das narrativas orais”, sugere, no tópico objetivo que: “A
investigação acerca da origem dos contos de fadas, bem como o contexto histórico e social de produção
dessas narrativas, pode ser uma oportunidade para explorar diálogos com outras disciplinas, como
história e geografia” (LDP, p. 09). Em seguida, são indicadas as habilidades de geografia e história da
BNCC (EF09GE01, EF09HI33 e EF09HI36) abertas ao diálogo com Língua Portuguesa nesta Proposta de
Atividade, especificamente. Em todas as outras atividades, há também indicações de diálogos
interdisciplinares. A Proposta de Atividade II indica o trabalho com o componente Artes, a Proposta de
Atividade III, com o componente Ensino Religioso, a Proposta de Atividade IV, com o componente Artes, e
a Proposta de Atividade V, com o componente Geografia.

4.1.7 O Livro Digital do Professor contempla orientações para professores de outros componentes ou áreas, para a exploração de
temas e conteúdos presentes na obra, com vistas a uma abordagem inter/multi/transdisciplinar, sempre em consonância com
o disposto pela BNCC? (Anexo VI, 2.4.3)

Sim Sim, parcialmente Não

Justificativa:

O Livro Digital do Professor contempla, de modo parcial, orientações para professores de outros
componentes ou áreas, para a exploração de temas e conteúdos presentes na obra, com vistas a uma
abordagem inter/multi/transdisciplinar, sempre em consonância com o disposto pela BNCC..
Parcialmente, pois se pode dizer que o Livro Digital do Professor contempla orientações, ainda que
pontuais, para professores de outros componentes ou áreas para a exploração de temas e conteúdos
presentes na obra, sempre em consonância com o disposto pela BNCC, mas não necessariamente com
vistas a uma abordagem inter/multi/transdisciplinar. Prevalece nesse diálogo uma abordagem
interdisciplinar. O LDP apresenta cinco propostas de atividades que exploram diversos temas do Livro
Literário Quebre os seus sapatinhos de cristal. São atividades que envolvem pesquisa, leitura específica
de alguns versos, debates polêmicos, produção de poesias e trabalho artístico. Em cada atividade, há a
indicação das habilidades da BNCC condizentes com um trabalho interdisciplinar. A Proposta de
Atividade I indica um trabalho com História e Geografia; a Proposta de Atividade II indica um trabalho
com Artes, a Proposta de Atividade III, com Ensino Religioso, a Proposta de Atividade IV, com Artes, e a
Proposta de Atividade V, com Geografia. Entretanto, não há orientações específicas para os professores
das respectivas disciplinas supracitadas, nem sugestões de encaminhamentos para além do que é
proposto nas habilidades da BNCC. A menção às disciplinas de História, Geografia, Artes, Ensino Religioso
em cada proposta de atividade é muito pontual e pouco desenvolvida. Por exemplo, na Proposta de
Atividade I, há somente uma singela menção às disciplinas Geografia e História no final do tópico
“Objetivo”, em: “A investigação acerca da origem dos contos de fadas, bem como o contexto histórico e
social de produção dessas narrativas, pode ser uma oportunidade para explorar diálogos com outras
disciplinas, como história e geografia.” (LDP, p. 09). O mesmo ocorre na Proposta de Atividade II, no
tópico “Objetivo”: “Esta atividade tem como fim a realização de uma leitura crítica e transversal do texto
literário, levantando o debate sobre o tema dos padrões de beleza e sua relação com transtornos
alimentares. A atividade conta com a possibilidade de interdisciplinaridade com artes.” (LDP, p. 11). E na
Proposta de Atividade IV: “Objetivo: Esta atividade tem como fim a ativação da autonomia no campo das
mídias digitais, a percepção de que a passividade não é a única opção nesse espaço. Possibilidade de
interdisciplinaridade com artes.” (LDP, p. 15). Já na Proposta de Atividade III, a disciplina Ensino Religioso
é citada no final do tópico “Conteúdo”: “Produzir artigo de opinião ou um episódio de podcast após
pesquisar aspectos do machismo na sociedade, por meio de documentos, notícias e livros, e identificar
esses aspectos nos contos de fadas. Possibilidade de interdisciplinaridade com Ensino Religioso.” (LDP, p.
13), assim como na Proposta de Atividade V, “Conteúdo: Checagem de fatos e desconstrução de senso
comum sobre os feminismos. Possibilidade de interdisciplinaridade com geografia.” (LDP, p.
18). Portanto, há menção a outras disciplinas em todas as atividades, com a indicação das respectivas
habilidades da BNCC contempladas em cada proposta, mas não há muito além do que apenas uma
menção, pois não há orientações mais específicas para professores de outros componentes ou áreas.
Nesse sentido, não caberia dizer, enfim, que há uma abordagem inter/multi/transdisciplinar.
4.1.8 O Livro Digital do Professor apresenta abordagem articulada com o estabelecido pela BNCC em relação, particularmente, à
prática da Leitura para os Anos Finais dos respectivos idiomas? (Anexo VI, 2.4.2.1)

Sim Sim, parcialmente Não

Justificativa:

O Livro Digital do Professor apresenta abordagem articulada com o estabelecido pela BNCC em relação à
prática da Leitura para os Anos Finais em Língua Portuguesa. A BNCC estabelece que é importante
oportunizar momentos de fruição literária, em que os jovens possam, criticamente, reconhecer os
sentidos produzidos durante a leitura e ampliar seu repertório cultural através do compartilhamento de
interpretações sobre a obra trabalhada, em um processo subjetivo, mas também coletivo de exploração
do Livro Literário. Essa perspectiva é identificada nas propostas de atividades presentes no LDP. Nas
diferentes atividades de leitura (Pré, Durante e Pós), há sempre a instrução para que o Livro Literário seja
retomado em sala de aula. É a partir da leitura literária de Quebre os seus sapatinhos de cristal que são
propostas todas as discussões em torno de suas temáticas e de seu gênero poético híbrido. Evita-se, com
isso, que o livro seja apenas um pretexto para a elaboração de alguma proposta pedagógica. Como
exemplo, tem-se a Proposta de Atividade II, a qual sugere que, após a leitura integral do livro, a/o
docente encaminhe um debate com a turma sobre padrões de beleza na sociedade contemporânea: “É
essencial incorporar os aprendizados para que seja possível apropriar-se deles, e, aqui, iremos ao ponto
central desse processo: o corpo. Após a leitura, destaque versos em que a fada madrinha ou a
personagem se refira ao próprio corpo (...) Peça aos alunos que tragam de casa imagens de pessoas
consideradas bonitas. Questione que pessoas se parecem realmente com aquelas que atendem aos
padrões de beleza, onde elas geralmente nascem e em qual contexto socioeconômico.” (LDP, p. 12). Em
seguida, a instrução para que as/os estudantes produzam representações artísticas de si mesmos,
sistematizando assim, em um diálogo interdisciplinar com o componente Artes, aquilo que foi discutido
anteriormente. Além dos encaminhamentos em torno da leitura presentes nas propostas de atividades,
há ainda as orientações do capítulo “Aprofundamento teórico”, em que também se identifica uma
compreensão da leitura alinhada aos princípios da BNCC, pois reconhece a importância a mediação
docente na aproximação do aluno com gêneros textuais mais distantes de seu cotidiano, como é o caso
dos textos em verso: “O ensino de poesia na escola demanda alguns procedimentos específicos para que
os estudantes realmente se envolvam nessa leitura. A poesia é um texto que vem com a demanda da
leitura oral, o que se chama de tom de voz, de entonação na leitura, e que pode modificar totalmente a
recepção do texto e todo o trabalho que irá se desenvolver. A leitura oral é um instrumento de
aproximação do texto e, quando praticada sem pressa e nos tons adequados, pode se sintonizar com a
experiência que a poesia oferece.” (LDP, p. 20). O LDP, assim, atende ao item em avaliação.

4.1.9 O Livro Digital do Professor, no caso de obras literárias que apresentem temas sensíveis e/ou fraturantes, disponibiliza
situações pedagógicas que abordem esses temas de forma ética e crítica? (Anexo VI, 2.4.4)

Sim Sim, parcialmente Não Não se aplica


Justificativa:

O Livro Digital do Professor disponibiliza situações pedagógicas que abordam os temas fraturantes
presentes no Livro Literário de forma ética e crítica. Quebre os seus sapatinhos de cristal subverte a
estrutura e a temática clássicas dos contos de fadas ao abordar temas fraturantes em versos. O gênero é
poético, mais especificamente, trata-se de instapoesias. E os temas abordados são bastante sensíveis,
especialmente aos adolescentes: abuso infantil, assédio sexual, relacionamentos tóxicos, gordofobia,
suicídio, dentre outros. Tudo é tratado de forma ética e crítica no Material de Apoio ao
Professor. Algumas das propostas de atividades, por exemplo, abordam diretamente alguns desses
temas, como a Proposta de Atividade II, que trata do tema “Conflitos da adolescência ligados à
autoimagem”, ou a Proposta de Atividade III, que discute o tema da “violência contra a mulher”. Nessas
propostas, há orientações sobre a necessidade de manter um olhar sensível para os efeitos da narrativa
sobre os jovens leitores e de como aproveitar as oportunidades pedagógicas de sala de aula para refletir
criticamente sobre esses assuntos. Para ilustrar com um exemplo, tem-se a justificativa da Proposta de
Atividade II: “Como pedagogos, entendemos o momento específico da adolescência como um período
sensível, cheio de mudanças e transições biológicas e sociais. Um dos aspectos fundamentais desse
momento é a relação do jovem com o próprio corpo, aspecto que aparece de maneira notória no livro
Quebre os seus sapatinhos de cristal. Com esta atividade, pretendemos ampliar a formulação simbólica
do adolescente sobre o tema, abrindo espaço à autopercepção pela qual a protagonista do livro também
passa em sua trajetória.” (LDP, p. 12). Ainda sobre essa mesma atividade, a proposta é que os alunos
produzam artisticamente uma representação do próprio corpo por meio de desenhos em tecido, colagens
ou outros elementos para que visualizem, para além dos padrões estéticos impostos no ambiente virtual,
a pluralidade das formas de ser, e assim reflitam sobre suas características, sem pré-julgamentos. Nessa
etapa, o material explica que: “Saindo do modo virtual e construindo o próprio corpo com um trabalho
manual, haverá uma sensibilização importante para aprofundar a leitura desse livro.” (LDP, p. 12). Com
efeito, afirma-se que o LDP disponibiliza situações pedagógicas que abordam os temas fraturantes
presentes no Livro Literário de forma ética e crítica.

4.1.10 - O Livro Digital-Digital Interativo do Professor e o Livro Digital Interativo do Estudante incluem no próprio volume,
informações paratextuais que contextualizem o autor e a obra em linguagem e formato adequados ao estudante visado pelo
Edital. (Características das obras, 2.3.17)

Sim Sim, parcialmente Não

Justificativa:

Tanto o Livro Digital do Professor quanto o Livro Digital do Estudante incluem, no próprio volume,
informações paratextuais que contextualizam o autor e a obra em linguagem e formato adequados ao
professor e ao estudante dos Anos Finais do Ensino Fundamental. Em ambos os materiais, o conteúdo
complementar é apresentado ao final. A linguagem é sempre acessível e dialogada, o que garante a fácil
compreensão do leitor. Um exemplo disso, é a explicação metalinguística da autora de Quebre os seus
sapatinhos de cristal no que diz respeito ao uso não-normativo das letras minúsculas: “Não sei se você
percebeu que a nossa autora sempre escreve o seu nome todo em letras minúsculas, o que também
chamamos de caixa-baixa. Tanto nas suas redes sociais quanto em seus livros, ela escreve o seu nome
assim: amanda lovelace. Bom, provavelmente, essa decisão revela muito de si, de como ela se coloca no
mundo, e nós, aqui neste texto, vamos seguir a sua vontade. Então, à exceção de quando o nome dela
iniciar uma frase, vamos sempre escrevê-lo em letra minúscula, ok?” (LLI, LDE, p. 135). No material
específico do LDP, essa linguagem que simula um diálogo permanece – tal como em “Carta ao Professor”
(LDP, p. 03) –, mas ganha profundidade, tendo em vista o interlocutor esperado. Há no material
referências teóricas e históricas, nomenclaturas, exemplos de outros autores e obras, contemporâneos
ou não, enfim, informações e explicações importantes para conduzir o trabalho do professor. Como
exemplo, a seguinte orientação presente no capítulo de aprofundamento teórico, em que se comenta
sobre a especificidade do texto poético e sobre as estratégias para que o trabalho com esse gênero em
sala de aula possa ocorrer de maneira produtiva: “é essencial que você se prepare para a mediação,
entendendo sobretudo que a leitura da poesia é, sim, uma experiência, se não de entretenimento, pelo
menos lúdica. A dimensão lúdica do gênero não deve ser perdida de vista para que se alcance sucesso
na mediação da leitura em sala de aula e na condução da turma à experiência estética. No âmbito da
poesia, é importante que se leia o poema de modo a envolver os estudantes na leitura. Se você,
professor(a), estiver entusiasmado(a) com a partilha dessa experiência de leitura, é inevitável que o
estudante se inquiete e busque a própria comunicação com essa obra. Do contrário, as aulas podem se
tornar burocráticas e acabar reforçando estereótipos complicados em relação à leitura.” (LDP, p. 20).
Esses volumes, então, atendem ao item em avaliação, apresentando material paratextual adequado.
4.1.11 - A obra, ao tratar sobre o autor, apresenta informações detalhadas sobre as características de seu estilo literário, inclusive
em comparação com outros? (Características das obras, 2.3.17.2)

Sim Sim, parcialmente Não

Justificativa:

A obra, ao tratar sobre o autor, parcialmente apresenta informações detalhadas sobre as características
de seu estilo literário, inclusive em comparação com outros. Parcialmente, pois a obra, ao tratar sobre a
autora, apresenta informações detalhadas sobre as características de seu estilo literário, mas não faz
comparação com outros autores. O segundo capítulo do Material de Apoio ao Professor, intitulado “Apresentação da
autora, ilustradora, tradutora e contexto de produção da obra”, há uma seção dedicada exclusivamente à autora,
contendo informações biográficas e bibliográficas sobre ela. Falam-se dos prêmios que Amanda Lovelace recebeu, dos
traumas de infância e adolescência sofridos, de seu gosto musical, de sua trajetória até se tornar autora literária. Um
exemplo dessa intimidade com o leitor está no trecho em que a poeta fala de suas inspirações: “A autora é fã da banda
‘emo’ Evanescence e conta que se inspirou em letras de música quando começou a escrever poemas. Em Quebre os
seus sapatinhos de cristal, Amanda nos apresenta uma poesia simples e didática, que subverte o ambiente fantástico e
o submete à prova, numa linguagem tão direta quanto a da música.” (LDP, p. 04). No capítulo “Natureza artística
da obra”, há mais informações sobre o estilo literário da autora e, especificamente, do livro em questão:
“Quebre os seus sapatinhos de cristal com seu gênero híbrido, reunindo a poesia, o texto em verso, e a
narrativa sequencial típica dos textos em prosa, pede aos leitores calma e atenção para que todos os
seus significados sejam percebidos e explorados, numa compreensão ampla, a partir do texto, tanto do
processo de criação da autora quanto da interpretação possível de cada leitor ou leitora, que construirá
seus novos significados a partir da própria experiência e conhecimento.” (LDP, p. 07). Entretanto, não há
informações, em nenhum capítulo, indicando comparações entre o estilo da autora e outros autores.

4.1.12 - A obra, quando contextualizada, caracteriza o gênero literário a qual pertence, inclusive explicitando a diferença com
outros gêneros? (Características das obras, 2.3.17.2)

Sim Sim, parcialmente Não

Justificativa:

A obra caracteriza o gênero literário a qual pertence, inclusive explicitando a diferença com outros
gêneros. Na seção intitulada “A comunicação rápida das redes e a força da poesia” (LLI, p.138), explica-
se o caráter híbrido do gênero textual da obra literária: o texto poético de Amanda Lovelace é composto
por fragmentos de situações, apresentadas em curtos versos, que tecem uma narrativa ampla sobre o
percurso da personagem principal (Cinderela) em seu processo de autoaceitação e superação de relações
abusivas. Nessa seção, são apresentadas as especificidades do texto em verso, a importância da atenção
para os usos das palavras e para a disposição do texto no curto espaço disponível, seja na página do
livro, seja no post do Instagram. A força da poesia é exemplificada a partir de trechos da música “João e
Maria”, de Chico Buarque: uma poesia é capaz de expressar de modo condensado e sintético
sentimentos profundos. Mais adiante, há uma explicação sobre o modo como diferentes gêneros textuais
se relacionam com o espaço, chamando, novamente, a atenção para as particularidades do texto em
verso: “os gêneros literários são diferenciados, também, na relação que cada um tem com o tamanho de
texto usado para contar uma história ou transmitir uma mensagem. Na literatura temos, sob esse ponto
de vista do mais sintético para o mais extenso, a seguinte ordem: poesia, conto, novela, romance. É
muito importante entendermos que um escritor pode fazer um poema que seja maior, em número de
páginas, do que um conto, por exemplo. No entanto, cada verso do poema dará ao leitor uma imagem,
uma informação fechada, direta.” (LLI, LDP, LDE, p. 140-141). Especificamente no LDP, no Material de
Apoio ao Professor, há mais informações sobre o estilo literário da autora e, especificamente, do livro em
questão: “Quebre os seus sapatinhos de cristal com seu gênero híbrido, reunindo a poesia, o texto em
verso, e a narrativa sequencial típica dos textos em prosa, pede aos leitores calma e atenção para que
todos os seus significados sejam percebidos e explorados, numa compreensão ampla, a partir do texto,
tanto do processo de criação da autora quanto da interpretação possível de cada leitor ou leitora, que
construirá seus novos significados a partir da própria experiência e conhecimento.” (LDP, p. 07). Assim,
garante-se a caracterização adequada e comparativa do gênero da obra.

Bloco 5 – Dos critérios específicos para obras inscritas em Língua Inglesa


5.1 - Critérios específicos para obras inscritas em Língua Inglesa

5.1 - Critérios específicos para obras inscritas em Língua Inglesa

5.1.1 No caso de textos narrativos, o livro literário de língua inglesa apresenta proficiência linguística parametrizada pelo Quadro
Europeu Comum de Referências para Línguas (Common European Framework of Reference – CEFR)? (Anexo VI, 2.1.3.g)

Sim Sim, parcialmente Não Não se aplica

Justificativa:

5.1.2 O Livro Literário inscrito em Língua Inglesa se atenta para o nível de proficiência dos(as) estudantes e faz uso de recursos
visuais e inter midiáticos para facilitar a assimilação e compreensão do texto em língua inglesa apresentando-se em linguagem
acessível e respeitando o seguinte perfil de proficiência do Quadro Europeu Comum de Referências para Línguas (Common
European Framework of Reference – CEFR): Categoria 1: A1; Categoria 2: A2? (Introdução, Anexo VI)

Sim Sim, parcialmente Não Não se aplica

Justificativa:

5.1.3 - A obra literária em língua inglesa possibilita ao(à) estudante desenvolver o eixo Dimensão Intercultural por meio da leitura
literária, seja por conta "do convívio, o respeito, a superação de conflitos e a valorização da diversidade entre os povos” (BRASIL,
2017, p. 248-260) ou através das literaturas de minorias anglófonas nacionais e as de outros países anglófonos situados nos mais
diversos continentes, como África, Ásia, América, Europa e Oceania? (Introdução, Anexo VI)

Sim Sim, parcialmente Não Não se aplica

Justificativa:

Bloco 6 - Marco Legal e Princípios Éticos

6.1 Respeito à Legislação, às Diretrizes e às Normas Oficiais Relativas à Educação

6.1 Respeito à Legislação, às Diretrizes e às Normas Oficiais Relativas à Educação

6.1.1 A obra respeita a Constituição Federal de 1988? (Anexo III - Item 2.1.1, a)

Sim Não

Justificativa:

Este item não fere o edital.

6.1.2 A obra respeita a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional - LDB (Lei nº 9.394/1996)? (Anexo III - Item 2.1.1, b)

Sim Não

Justificativa:

Este item não fere o edital.


6.1.3 A obra respeita o Estatuto da Criança e do Adolescente - ECA (Lei 8.069/1990)? (Anexo III - Item 2.1.1, c)"

Sim Não

Justificativa:

Este item não fere o edital.

6.1.4 A obra respeita o Plano Nacional de Educação PNE - 2014-2024 (Lei 13.005/2014)? (Anexo III - Item 2.1.1, d)

Sim Não

Justificativa:

Este item não fere o edital.

6.1.5 A obra respeita o Estatuto da Pessoa com Deficiência (Lei 13.146/2015)? (Anexo III - Item 2.1.1, e)

Sim Não

Justificativa:

Este item não fere o edital.

6.1.6 A obra respeita o Código de Trânsito Brasileiro (Lei 9.503/1997)? (Anexo III - Item 2.1.1, f)

Sim Não

Justificativa:

Este item não fere o edital.

6.1.7 A obra respeita a Política Nacional de Educação Ambiental (Lei 9.795/1999)? (Anexo III - Item 2.1.1, g)

Sim Não

Justificativa:

Este item não fere o edital.

6.1.8 A obra respeita o Estatuto do Idoso (Lei 10.741/2003)? (Anexo III - Item 2.1.1, h)

Sim Não

Justificativa:

Este item não fere o edital.

6.1.9 A obra respeita a Lei de Alimentação Escolar (Lei 11.947/2009)? (Anexo III - Item 2.1.1, i)
Sim Não

Justificativa:

Este item não fere o edital.

6.1.10 A obra respeita o Programa Nacional de Direitos Humanos PNDH-3 (Decreto 7.037/2009)? (Anexo III - Item 2.1.1, j)

Sim Não

Justificativa:

Este item não fere o edital.

6.1.11 A obra respeita os objetivos e diretrizes do Programa Nacional do Livro e do Material Didático, dispostas no decreto nº
9.099/2017? (Anexo III - Item 2.1.1, k)

Sim Não

Justificativa:

Este item não fere o edital.

6.1.12 A obra respeita o Decreto nº 7.611/2011, que dispõe sobre o Atendimento Educacional Especializado (AEE)? (Anexo III -
Item 2.1.1, l)

Sim Não

Justificativa:

Este item não fere o edital.

6.1.13 A obra respeita as Diretrizes Curriculares Nacionais Gerais para a Educação Básica (Parecer CNE/CEB nº7/2010 e
Resolução CNE/CEB nº 4/2010)? (Anexo III - Item 2.1.1, m)

Sim Não

Justificativa:

Este item não fere o edital.

6.1.14 A obra respeita as Diretrizes Curriculares Nacionais para o Ensino Fundamental de Nove Anos (Resolução CNE/CEB nº
7/2010)? (Anexo III - Item 2.1.1, n)

Sim Não

Justificativa:

Este item não fere o edital.


6.1.15 A obra respeita as Diretrizes Operacionais para a Educação Básica nas Escolas do Campo (Parecer CNE/CEB nº 36/2001,
Resolução CNE/CEB nº 1/2002, Parecer CNE/CEB nº 3/2008 e Resolução CNE/CEB nº 2/2008)? (Anexo III - Item 2.1.1, o)

Sim Não

Justificativa:

Este item não fere o edital.

6.1.16 A obra respeita as Diretrizes Operacionais para o Atendimento Educacional Especializado na Educação Básica (Resolução
CNE/CEB nº 4/2009 e Parecer CNE/CEB nº 13/2009)? (Anexo III - Item 2.1.1, p)

Sim Não

Justificativa:

Este item não fere o edital.

6.1.17 A obra respeita as Diretrizes Nacionais para a Educação Escolar Quilombola (Resolução CNE/CEB nº 8/2012)? (Anexo III -
Item 2.1.1, q)

Sim Não

Justificativa:

Este item não fere o edital.

6.1.18 A obra respeita as Diretrizes Nacionais para a Educação em Direitos Humanos (Resolução CNE/CP nº 1/2012)? (Anexo III -
Item 2.1.1, r)

Sim Não

Justificativa:

Este item não fere o edital.

6.1.19 A obra respeita as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação Ambiental (Resolução CNE/CEB nº 2/2012)? (Anexo
III - Item 2.1.1, s)

Sim Não

Justificativa:

Este item não fere o edital.

6.1.20 A obra respeita as Diretrizes Operacionais para a Educação de Jovens e Adultos – EJA (Parecer CNE/CEB nº 23/2008)?
(Anexo III - Item 2.1.1, t)

Sim Não
Justificativa:

Este item não fere o edital.

6.1.21 A obra respeita as Diretrizes Curriculares Nacionais para a Educação das Relações Étnico-Raciais e para o Ensino de
História e Cultura Afro-Brasileira e Africana (Parecer CNE/CP nº 3/2004 e Resolução CNE/CP nº 01/2004)? (Anexo III - Item
2.1.1, u)

Sim Não

Justificativa:

Este item não fere o edital.

6.1.22 A obra respeita a Resolução relativa à pertinência do uso de imagens comerciais nos livros didáticos (Parecer CNE/CEB nº
15/2000)? (Anexo III - Item 2.1.1, v)

Sim Não

Justificativa:

Este item não fere o edital.

6.1.23 A obra respeita a Resolução que institui e orienta a implementação da Base Nacional Comum Curricular (CNE/CP Nº
02/2017)? (Anexo III - Item 2.1.1, w)

Sim Não

Justificativa:

Este item não fere o edital.

6.1.24 A obra respeita a Portaria nº 451, de 16 de maio de 2018, que define critérios e procedimentos para a produção, recepção,
avaliação e distribuição de recursos educacionais abertos ou gratuitos voltados para a educação básica em programas e
plataformas oficiais do Ministério da Educação? (Anexo III - Item 2.1.1, x)

Sim Não

Justificativa:

Este item não fere o edital.

6.2 Observância aos Princípios Éticos Necessários à Construção da Cidadania e ao Convívio Social Republicano em
Prol da Democracia

6.2 Observância aos Princípios Éticos Necessários à Construção da Cidadania e ao Convívio Social Republicano em
Prol da Democracia

6.2.1 A obra está livre de estereótipos ou preconceitos de condição socioeconômica, regional, étnico-racial, de gênero, de
orientação sexual, de idade, de linguagem, de religiosidade, de condição de deficiência, assim como de qualquer outra forma
de discriminação, violência ou violação de direitos humanos? (Anexo III - Item 2.1.2, a)

Sim Sim, parcialmente Não


Justificativa:

A obra está livre de estereótipos ou preconceitos de condição socioeconômica, regional, étnico-racial, de


gênero, de orientação sexual, de idade, de linguagem, de religiosidade, de condição de deficiência, assim
como de qualquer outra forma de discriminação, violência ou violação de direitos humanos. Embora
diversos temas fraturantes sejam abordados no livro literário, tais como: relacionamentos tóxicos,
assédio sexual, abuso infantil, gordofobia, suicídio etc., a proposta da obra é justamente criticar e
desconstruir esses atos de violência e preconceitos. Nesse sentido, todo o material de apoio ao professor
promove discussões aprofundadas acerca desses temas, bem como as atividades propostas aos
estudantes. Para ilustrar com um exemplo, tem-se a justificativa da Proposta de Atividade II: “Como
pedagogos, entendemos o momento específico da adolescência como um período sensível, cheio de
mudanças e transições biológicas e sociais. Um dos aspectos fundamentais desse momento é a relação
do jovem com o próprio corpo, aspecto que aparece de maneira notória no livro Quebre os seus
sapatinhos de cristal. Com esta atividade, pretendemos ampliar a formulação simbólica do adolescente
sobre o tema, abrindo espaço à autopercepção pela qual a protagonista do livro também passa em sua
trajetória.” (LDP, p. 12). A obra não reforça essas visões, ao contrário, as questiona, visando a uma
formação que respeita os direitos humanos.

6.2.2 A obra está livre de doutrinação religiosa, política ou ideológica, respeitando o caráter laico e autônomo do ensino público?
(Anexo III - Item 2.1.2, b)

Sim Sim, parcialmente Não

Justificativa:

A obra está livre de doutrinação religiosa, política ou ideológica, respeitando o caráter laico e autônomo
do ensino público. Quebre os seus sapatinhos de cristal não faz nenhuma referência, sequer implícita, a
elementos religiosos, políticos ou ideológicos. A narrativa poética trata de temas relevantes para a
formação de jovens estudantes (seu público-alvo), com o propósito de promover uma leitura crítica sobre
comportamentos abusivos, tóxicos e preconceituosos, sem, contudo, enviesar a discussão para fins
religiosos, políticos e/ou ideológicos. É o que Amanda Lovelace deixa claro no início do livro, na seção
intitulada “alerta de gatilho”, em que adverte que o livro contém temas que denunciam “abuso infantil,
amizades tóxicas, relacionamentos tóxicos, assédio sexual, transtornos alimentares, gordofobia, suicídio,
trauma & talvez mais. lembre-se de praticar o autocuidado antes, durante & depois da leitura.” (LLI, p.
vii). Dessa forma, a obra atende ao item em avaliação.

6.2.3 A obra promove o pluralismo de ideias que impeça qualquer forma de doutrinação, dogmatismo, reducionismo e
anticientificismo? (Anexo III - Item 2.1.2, c)

Sim Sim, parcialmente Não

Justificativa:

A obra promove o pluralismo de ideias impedindo qualquer forma de doutrinação, dogmatismo,


reducionismo e anticientificismo, na medida em que problematiza comportamentos abusivos, tóxicos e
preconceituosos em torno da protagonista Cinderela: o livro contém temas que denunciam “abuso
infantil, amizades tóxicas, relacionamentos tóxicos, assédio sexual, transtornos alimentares, gordofobia,
suicídio, trauma & talvez mais. lembre-se de praticar o autocuidado antes, durante & depois da leitura.”
(LLI, p. vii). A proposta de Quebre os seus sapatinhos de cristal é colocar em xeque o lugar-comum dos
contos de fadas, lidos unilateralmente na infância: a história da princesa que espera se casar com um
príncipe para ser feliz para sempre. Ao contrário disso, o livro literário em questão busca explorar
temáticas plurais e contemporâneas, bastante relevantes para o público adolescente, como por exemplo:
a discussão em torno da violência contra a mulher, o machismo, a gordofobia, a saúde mental, os
relacionamentos (amizades e namoros) tóxicos etc. Além disso, na trajetória de Cinderela, não é possível
identificar quaisquer formas de doutrinação, dogmatismo, reducionismo e anticientificismo.

6.2.4 A obra promove positivamente a imagem de afrodescendentes, considerando sua participação em diferentes trabalhos,
profissões e espaços de poder, valorizando sua visibilidade e protagonismo social? (Anexo III - Item 2.1.2, d)
Sim Sim, parcialmente Não Não se aplica

Justificativa:

6.2.5 A obra promove positivamente a imagem da mulher, considerando sua participação em diferentes trabalhos, profissões e
espaços de poder, valorizando sua visibilidade e protagonismo social, com especial atenção para o compromisso educacional
com a agenda da não-violência contra a mulher? (Anexo III - Item 2.1.2, e)

Sim Sim, parcialmente Não Não se aplica

Justificativa:

A obra promove positivamente a imagem da mulher, considerando sua participação em diferentes


espaços de poder, valorizando sua visibilidade e protagonismo social, com especial atenção para o
compromisso educacional com a agenda da não-violência contra a mulher. Em Quebre os seus
sapatinhos de cristal, a protagonista Cinderela relata situações de violência e abuso (da madrasta, das
amigas e do namorado) que muito afetaram o seu emocional. Sempre aconselhada pela sua fada
madrinha, a princesa consegue lidar com suas dores e superá-las, num processo de autoaceitação e
autocuidado que reflete seu amadurecimento emocional. Nessa parte da obra, o amor próprio da
personagem é destacado tanto em ações que ela realiza, assumindo espaços de poder, quanto nas
reflexões que vai desenvolvendo (imagem positiva e empoderada de si mesma) ao longo de sua
trajetória. Como exemplo, há um trecho em que se compreende o conceito de feminismo: “não tem nada
de não feminista a garota que escolhe o vestido de baile & o príncipe. tem tudo de não feminista o
discurso de quem tenta humilhá-la por suas escolhas.” (LLI, p. 89). Em outro, Cinderela se convence de
que: “ser chamada de gorda não é um insulto. ser chamada de magra não é um elogio. – são apenas
tamanhos.” (LLI, p. 93). Assim, a obra garante a valorização da imagem da mulher.

6.2.6 A obra promove positivamente a cultura e a história afro-brasileira, quilombola, dos povos indígenas e dos povos do
campo, valorizando cada um desses segmentos sociais em suas tradições, organizações, saberes, valores e formas de
participação social? (Anexo III - Item 2.1.2, f)

Sim Sim, parcialmente Não Não se aplica

Justificativa:

6.2.7 A obra representa a diversidade social, histórica, política, econômica, demográfica e cultural do Brasil, com o intuito
explícito de subsidiar a análise crítica, criativa e propositiva da realidade brasileira? (Anexo III - Item 2.1.2, g)

Sim Sim, parcialmente Não Não se aplica

Justificativa:

6.2.8 A obra representa as diferenças sociais, históricas, políticas, econômicas, demográficas e culturais de outros povos e países
com o intuito explícito de desvelar a existência de múltiplas realidades em suas semelhanças, diferenças e antagonismos?
(Anexo III - Item 2.1.2, h)

Sim Sim, parcialmente Não Não se aplica

Justificativa:
6.2.9 O Livro do professor promove práticas (orais e escritas) de argumentação fundamentada em dados científicos a respeito
dos princípios éticos necessários à construção da cidadania e ao convívio social republicano em prol da democracia? (Anexo III -
Item 2.1.2, i)

Sim Sim, parcialmente Não Não se aplica

Justificativa:

O Livro Digital do Professor promove práticas (orais e escritas) de argumentação fundamentada em


princípios éticos necessários à construção da cidadania e ao convívio social republicano em prol da
democracia. Ao final do LDP, há cinco propostas de atividades, entre elas há propostas que incentivam o
debate oral sobre temas socialmente relevantes, como padrões de beleza e transtornos alimentares
(Proposta de Atividade II, LDP, p. 11), machismo e violência de gênero (Proposta de Atividade III, LDP, p.
13), o que demanda argumentação fundamentada. Um exemplo dessa proposta de debate: “Questione a
turma sobre o significado do conceito de violência de gênero, desde as formas mais sutis até as mais
visíveis. Você pode se apoiar na palestra de Chimamanda Ngozi Adichie: “Sejamos todos feministas” e/ou
apresentar dados de violência doméstica no país.” (LDP, p. 14). As propostas de atividades também
solicitam produção de textos escritos argumentativos, como a Proposta de Atividade II, cuja orientação
solicita: “Produzir artigo de opinião ou um episódio de podcast após pesquisar aspectos do machismo na
sociedade, por meio de documentos, notícias e livros, e identificar esses aspectos nos contos de fadas.”
(LDP, p. 13). Como se vê, ambas propostas de atividades do LDP promovem práticas orais e escritas de
argumentação. Nelas, os estudantes devem se colocar como cidadãos éticos e democráticos, a fim de
argumentarem contra a violência de gênero, por exemplo.

6.2.10 O Livro do professor promove práticas e vivências que possibilitem, de forma sistemática, o desenvolvimento da empatia
e da cooperação entre os estudantes, bem como da sua relação com o corpo docente e a comunidade escolar? (Anexo III - Item
2.1.2, j)

Sim Sim, parcialmente Não Não se aplica

Justificativa:

O Livro Digital do Professor promove práticas e vivências que possibilitam o desenvolvimento da empatia
e da cooperação entre os estudantes, bem como da sua relação com o corpo docente e a comunidade
escolar. Nas cinco atividades propostas ao final do livro, há orientações incentivando o compartilhamento
de opiniões e produções de textos, o debate e o trabalho coletivo entre os estudantes no processo de
pesquisa e elaboração dos trabalhos. Um exemplo é a Proposta de Atividade II que propõe o trabalho
com o tema “Conflitos da adolescência ligados à autoimagem”. Como objetivo, a proposta indica que
“tem como fim a realização de uma leitura crítica e transversal do texto literário, levantando o debate
sobre o tema dos padrões de beleza e sua relação com transtornos alimentares.” (LDP, p. 11). Em
seguida, na metodologia, é proposto um debate sobre padrões de beleza e uma produção que consiste
em uma representação artística dos próprios corpos dos estudantes: “Peça aos alunos que tragam de
casa imagens de pessoas consideradas bonitas. Questione que pessoas se parecem realmente com
aquelas que atendem aos padrões de beleza, onde elas geralmente nascem e em qual contexto
socioeconômico. Depois, organize uma oficina para que o estudante produza uma peça que represente o
próprio corpo: pode ser uma colagem, um boneco de papel machê, uma boneca de pano, um desenho
em tecido etc. Nesse corpo, que pode ter qualquer formato, ele deve inserir as marcas próprias: suas
cicatrizes, marcas e pintas, seu formato e tudo o que possa identificar esse corpo como próprio.” (LDP, p.
1 2 ) . Trata-se de uma atividade que, certamente, promove a empatia, a troca de saberes, o
autoconhecimento coletivo de seus corpos – uma atividade que pode envolver não apenas os estudantes,
mas também os professores e toda a comunidade escolar. É sugerido ainda, que tal atividade seja
interdisciplinar com a o componente de Artes, o que pode favorecer a relação entre diferentes saberes,
de diferentes professores, mediados na escola a partir de um tema comum. Portanto, é possível afirmar
que o LDP promove práticas e vivências que possibilitem o desenvolvimento da empatia e da cooperação
entre os estudantes, professore e comunidade escolar como um todo.

6.2.11 A obra está isenta de imagens e textos que contenham violência sem a devida justificativa pedagógica (de forma
homóloga à isenção de publicidade, de marcas, produtos ou serviços comerciais, sem a devida justificativa pedagógica,
conforme disposto no parecer, CEB nº 15/2000)? (Anexo III - Item 2.1.2, k)
Sim Sim, parcialmente Não

Justificativa:

A obra está isenta de imagens e textos que contenham violência sem a devida justificativa pedagógica.
Em Quebre os seus sapatinhos de cristal, a protagonista Cinderela relata situações de violência (verbal,
física, psíquica) e abusos (da madrasta, das amigas e do namorado) que sofreu e que muito afetaram o
seu emocional, porém, tais situações são contextualizadas na história, e visam a provocar um
posicionamento crítico das/dos leitoras/es em relação a elas: o livro contém temas que denunciam
“abuso infantil, amizades tóxicas, relacionamentos tóxicos, assédio sexual, transtornos alimentares,
gordofobia, suicídio, trauma & talvez mais. lembre-se de praticar o autocuidado antes, durante & depois
da leitura.” (LLI, p. vii).. Após passar por angústias e crises existenciais que a fizeram pensar em suicídio,
Cinderela amadurece, desenvolvendo sua autonomia emocional e fortalecendo sua autopreservação. Tais
situações violentas descritas na obra são, portanto, condizentes com a narrativa poética de Amanda
Lovelace, e são igualmente justificadas pedagogicamente nos materiais de apoio ao professor e nos
paratextos do Livro Literário.

Bloco 7 - Falhas Pontuais

7.1 - Falhas Pontuais - Livro do Estudante Impresso

7.2 - Falhas Pontuais - Livro Digital do Estudante

7.3 - Falhas Pontuais - Livro Digital do Professor

Bloco 9 -Parecer

9.1 - Parecer

9.1 - Parecer

9.1 - Parecer

Aprovada Aprovada condicionada à correção de falhas pontuais Reprovada

Justificativa:

De acordo com a análise descrita no decorrer deste instrumento avaliativo, a obra está aprovada em
conformidade com o Edital de Convocação nº 01/2022 – CGPLI – PNLD 2024-2027.

Assinado por CLECIO DOS SANTOS BUNZEN JÚNIOR COORDENADOR PEDAGÓGICO em 02/10/2023 - 10:20.

Assinado por CRISTIANE RENATA DA SILVA CAVALCANTI MEMBRO DA COMISSÃO TÉCNICA em 03/10/2023 - 15:49.

Assinado por FLÁVIA DE OLIVEIRA MAIA PIRES MEMBRO DA COMISSÃO TÉCNICA em 03/10/2023 - 09:35.

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