Apostila - Tce-Mt - Etp e TR

TCE-MT - Escola Superior de Contas Curso: Estudo Técnico Preliminar &
Termo de Referência
Curso:
Estudo Técnico Preliminar

& Termo de Referência
NILSON FERNANDO GOMES BEZERRA
Secretário do Gabinete de Inovação e
Transformação Digital do TCE-MT
Agenda
Tópicos Abordados no Painel
 Planejamento da Contratação
 Estudo Técnico Preliminar
 Contexto Histórico do TR
 O Que É Termo de Referência?
Agenda
 Atores Envolvidos
 Licitação do Termo de Referência
 Elaboração do Termo de Referência
 Termo de Referência Digital
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2024-1 1
Planejamento
da Contratação
Planejamento
O PLANEJAMENTO é primordial, visto que compõe as diversas etapas do

procedimento licitatório, sendo medida que legalmente se impõe ao
administrador público. É deste planejamento que deriva o cumprimento dos
princípios da legalidade, assim como o da economicidade, da razoabilidade,
Planejamento da Contratação
da moralidade, da igualdade, da impessoalidade, da publicidade, do

julgamento objetivo e da vinculação ao instrumento convocatório, bem como
se evita contratações indevidas mediante dispensa de licitação sob a alegação
de emergência e/ou urgência, tão combatidas pelos Tribunais de Contas. Daí
advém a relevância do planejamento.
Planejamento
Embora o planejamento, a licitação e a execução do contrato sejam fases

independentes, é importante planejar adequadamente a instrução do processo
de licitação, de forma a contemplar a satisfação das necessidades
demandadas pela Administração Pública no contexto oferecido pelo mercado
e em conformidade com as normas e dispositivos legais relativos ao objeto

licitado. Esse planejamento visa a minimizar possível comprometimento por
eventos inesperados, mas previsíveis.
2024-1 2
Planejamento
O planejamento está relacionado com o princípio constitucional da

eficiência, e está previsto como princípio fundamental no art. 5º da Lei 14.133,
deixando claro sua aplicabilidade nas licitações e contratos administrativos.
A eficiência só pode ser avaliado por meio das diretrizes e metas fixadas
pelo planejamento, pois evita a prática de gestão ineficiente e contrária aos

ditames da Lei, como:
 necessidade de prorrogação de contrato, cuja manutenção já não se
apresenta vantajosa;
 contratar emergencialmente se se tratar de serviços de natureza contínua
imprescindível e não houver a possibilidade de prorrogação do contrato
vincendo;
 atrasar o atendimento à necessidade interna da Administração ou mesmo
comprometendo a prestação de serviço essencial à sociedade.
Visão do TCU Sobre Planejamento
O TCU vem se manifestando reiteradamente sobre a necessidade do

planejamento. Por exemplo, no Acórdão 1.603/2008-Plenário, o TCU
recomendou aos órgãos normatizadores federais que atuem no sentido de
disseminar a importância do planejamento estratégico institucional e do
planejamento de TI, de maneira a garantir que os gastos sejam decorrentes de

ações planejadas.
As falhas que ocorrem no processo de aquisição de produtos e no de
contratação de serviços, em decorrência da ineficiência ou ausência de
planejamento, são tidas pelo TCU como procedimentos irregulares, podendo,
inclusive, acarretar em prejuízos aos cofres públicos.
Planejar a aquisição de materiais e a contratação de serviços é essencial
para uma gestão efetiva da máquina pública, onde a qualidade do
planejamento ditará os rumos para uma boa ou má gestão.
Visão do TCU Sobre Planejamento
Desse modo, seguindo essas diretrizes, o legislador incluir na Lei 14.133/21

diversas diretrizes de planejamento traçadas pelo Tribunal de Contas da
União.
Acórdão 872/2010 – Plenário
7. [...] observo que o prosseguimento da licitação ora examinada, que se

encontra, atualmente, em fase de análise das propostas técnicas, representa
risco iminente de grave lesão ao erário, porquanto a deficiência no
planejamento da contratação [...] podem resultar, efetivamente, em prejuízos
efetivos ao erário.
8. É que, sem planejamento adequado, a contratação resultante da referida
licitação corre sérios riscos de sofrer substanciais alterações de valor durante
sua vigência, uma vez que os riscos inerentes à execução do seu objeto não
foram mitigados previamente.
2024-1 3
Responsabilização
A falta de planejamento poderá, dependendo da situação, acarretar na

apuração de responsabilidade a quem deu causa, conforme se observa na
Orientação Normativa n° 11/2009 da Advocacia Geral da União.
Orientação Normativa/AGU nº 11, de 01.04.2009

“A contratação direta com fundamento no inc. IV do art. 24 da Lei nº 8.666,
de 1993, exige que, concomitantemente, seja apurado se a situação
emergencial foi gerada por falta de planejamento, desídia ou má gestão,
hipótese que, quem lhe deu causa será responsabilizado na forma da lei”.
REFERÊNCIA: art. 24, inc. IV, da Lei nº 8.666, de 1993; Acórdão TCU
1.876/2007-Plenário
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Metaprocesso de Aquisições
Podemos afirmar que o sucesso da contratação está ligado a um bom, ou

no mínimo razoável, Termo de Referência (TR) ou Projeto Básico (PB).
Quando falamos em “sucesso da contratação” por certo nos referimos à
materialização de todos os programas e políticas governamentais que se
desenham debaixo de um determinado marco legal.

E, em tal sentido, estamos considerando que as licitações e as contratações
públicas são ferramentas e instrumentos postos à disposição de uma
determinada finalidade pública.
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Não há como compreender as diversas realidades de qualquer

procedimento de aquisição pública caso se distancie de uma visão
amplificada, porque, ao final, sabe-se que dito fenômeno (a aquisição em si)
não é uma estrela solitária sem interconexões com os resultados finalísticos
que justificam a sua essência e existência.

Somente essa visão amplificada do processo de aquisição pública é que
permitirá a governança das aquisições brasileiras. Neste sentido, vale registrar
que, desde 2007, o TCU vem realizando um importante trabalho mediante as
FOCs (Fiscalizações Orientativas Centralizadas), iniciadas sobre as
aquisições de TIC (Tecnologia da Informação e da Comunicação) e que
resultaram na edição da antiga IN SLTI nº 04/2008.
Após, tal trabalho foi estendido para o âmbito das contratações em geral.
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2024-1 4
O planejamento de cada contratação consiste em uma série de atividades

realizadas internamente pelo órgão ou entidade, que permitem identificar a
necessidade da Administração, indicar a solução mais adequada para atendê-
la, verificar a viabilidade da contratação, e definir como essa solução será
contratada (caso seja viável), executada e fiscalizada.
O nível de detalhamento das informações produzidas em cada

artefato do planejamento deve ser proporcional ao nível de risco
associado ao objeto contratado.
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Para a maioria dos doutrinadores esse metaprocesso é dividido em 3 fases:

Entretanto, alguns autores entendem que na verdade das fases da

contratação pública são 4 (quatro):
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Primeira Etapa
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Plano de Contratações Anual

(PCA)
O Plano de Contratações Anual (PCA) é o instrumento que consolida
todas as compras e contratações que o órgão ou entidade pretende realizar ou
prorrogar, no ano seguinte, e contempla bens, serviços e obras.
Seguindo os ditames do art. 18, caput, da NLLC, a fase preparatória do
processo licitatório é caracterizada pelo planejamento e deve compatibilizar-

se com o Plano de Contratações Anual (opcional), que deverá ser divulgado
e mantido à disposição do público em sítio eletrônico oficial e será observado
pelo ente federativo na realização de licitações e na execução dos contratos.
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Documento de Formalização de Demanda

(DFD)
Desde a aprovação do documento “RCA - Riscos e Controles nas Aquisições”,
aprovado pelo Acórdão nº 1.321/2014-TCU-Plenário, é possível perceber uma
crescente preocupação do TCU com o momento da demanda no metaprocesso de
aquisições públicas.
Neste sentido, no Acórdão Plenário 2.622/2015, o TCU reconhece o DOD

(Documento de Oficialização da Demanda) ou o DFD (Documento de Formalização
da Demanda) como ponto inicial do Metaprocesso das Aquisições Públicas.
Em resumo, o DFD refere-se a um documento que serve para oficializar e registrar
de maneira organizada e formal uma solicitação, demanda ou proposta em diferentes
contextos.
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Equipe de Planejamento da Contratação
Ao receber o DFD, a autoridade competente do setor de licitações poderá, se

necessário, indicar servidor ou servidores que atuam no setor para compor a Equipe
de Planejamento da Contratação.
A equipe de Planejamento da Contratação é o conjunto de servidores, que reúnem
as competências necessárias à completa execução das etapas de Planejamento da

Contratação, o que inclui conhecimentos sobre aspectos técnicos (setor técnico) e
de uso do objeto (setor demandante), licitações e contratos (equipe de
contratação), dentre outros.
Os integrantes da equipe de Planejamento da Contratação devem ter ciência
expressa da indicação das suas respectivas atribuições antes de serem formalmente
designados.
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Primeira Etapa
Na primeira etapa da preparação/planejamento, a equipe de

planejamento da contratação será constituída para realizar o Estudo
Técnico Preliminar (ETP) e a Análise de Riscos. Se não for constituída a
equipe de planejamento, o ETP deverá ser elaborado por representantes da
área requisitante e da área técnica.
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Estudo Técnico Preliminar - ETP
O Estudo Técnico Preliminar (ETP) é o documento constitutivo da primeira

etapa do planejamento de uma contratação que caracteriza o interesse público
envolvido e a sua melhor solução e dá base ao anteprojeto, ao termo de
referência ou ao projeto básico a serem elaborados caso se conclua pela
viabilidade da contratação (art. 6º, XX, da Lei nº 14.133/2021).

O ETP deverá evidenciar o problema a ser resolvido e a sua melhor
solução, de modo a permitir a avaliação da viabilidade técnica e econômica da
contratação.
É no ETP que define que se declara que o objeto licitatório é de

natureza comum para efeito de utilização da modalidade pregão!
(vide Orientação Normativa nº 54 da AGU)
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Estudo Técnico
Preliminar
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Introdução
Na primeira etapa, a equipe de planejamento da contratação será

constituída para realizar o estudo técnico preliminar (ETP) e a análise de
riscos. Se não for constituída a equipe de planejamento, o ETP deverá ser
elaborado por representantes da área requisitante e da área técnica.
O planejamento da contratação tem início a partir da identificação de uma

necessidade ou de um problema da Administração, a ser evidenciado no
estudo técnico preliminar (ETP), que consiste no planejamento preliminar da
contratação.
O ETP possibilitara a indicação da solução mais adequada, entre as
possíveis, para atender a necessidade da Administração, avaliando a
viabilidade técnica e econômica da contratação ou das contratações
necessárias para compor a solução (inclusive para os casos de contratação
direta).
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Referência Legal
O Estudo Técnico Preliminar (ETP) deverá evidenciar o problema a ser

resolvido e a sua melhor solução, de modo a permitir a avaliação da
viabilidade técnica e econômica da contratação, e conterá 13 (treze)
elementos, conforme preceitua o art.18, § 1º, da NLLC.
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Descrição da Necessidade da Contratação

(art. 18, § 1º, I, da NLLC)
A área requisitante deve justificar a necessidade da contratação com base
no DFD e indicar a possível solução, descrita em termos de bens, serviços
e/ou obras.
Para demandas complexas, pode ocorrer que a Administração identifique a
sua necessidade, mas precise de uma maior interação com a iniciativa privada
para estabelecer a melhor solução. Nesses casos, o ETP poderá, inclusive,
recomendar o emprego do diálogo competitivo, da contratação integrada ou do
procedimento de manifestação de interesse.
A equipe de planejamento da contratação deve elaborar a necessidade da
contratação de forma a relacionar o objeto da contratação com as atividades-
fim da organização pública.
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Demonstração da Previsão da Contratação

no PCA (art. 18, § 1º, II, da NLLC)
O ETP deve indicar se a contratação está prevista no PCA, demonstrando
assim o seu alinhamento ao planejamento da Administração.
O PCA fundamenta a proposta orçamentaria da organização e deve ser
elaborado de forma alinhada aos planos de ações ou diretores das áreas
administrativas e finalísticas, os quais suportam o plano estratégico

institucional (PEI). Assim, a previsão da contratação no PCA pressupõe o
alinhamento do futuro contrato com as prioridades e objetivos organizacionais
e a existência dos recursos orçamentários necessários ao pagamento das
despesas decorrentes.
Lembre-se de que o PCA pode ser alterado!!!
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Requisitos da Contratação
(art. 18, § 1º, III, da NLLC)
São os elementos necessários ao objeto a ser contratado, para que atenda
adequadamente a necessidade que originou a contratação. Não devem
contemplar especificações excessivas, desnecessárias ou irrelevantes.
As áreas requisitante e técnica devem atuar na definição desses requisitos,
considerando as necessidades e as expectativas dos requisitantes e dos

potenciais usuários da solução.
É importante observar se o objeto a ser contratado está cadastrado no
catálogo eletrônico de padronização, disponível no PNCP. A não utilização do
catálogo eletrônico de padronização deverá ser justificada por escrito e
anexada ao respectivo processo licitatório.
Recomendo que utilizem o catálogo eletrônico do TCE-MT (código

do APLIC)!!!
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Estimativas da Quantidades
(art. 18, § 1º, IV, da NLLC)
A estimativa das quantidades e elemento obrigatório do ETP e, juntamente
com a estimativa de preços, forma a versão inicial do orçamento estimado, o
qual tem o propósito de avaliar a viabilidade econômica da futura contratação.
Deve ser apresentada a relação entre a demanda prevista e os quantitativos
a serem contratados, com as respectivas memorias de cálculo, nos autos do

processo de contratação, acompanhadas dos documentos que lhes dão
suporte. O detalhamento dos quantitativos deverá ser divulgado ainda que o
orçamento estimado tenha caráter sigiloso.
O cálculo da estimativa também deve considerar as

interdependências com outras contratações planejadas, de forma a
avaliar a possibilidade de compra conjunta, com vistas a ganhos de
escala!!!
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Levantamento de Mercado
(art. 18, § 1º, V, da NLLC)
Consiste em realizar pesquisa de mercado, a fim de identificar as soluções
disponíveis que atendam a necessidade da contratação e aos requisitos
estabelecidos, bem como conhecer as condições usuais de aquisição ou de
execução do objeto.
Essa pesquisa possibilita a equipe de planejamento identificar o que o

mercado tem a oferecer para atender a necessidade da Administração, e ter
uma noção dos custos envolvidos, comparando o custo-benefício de cada tipo
de solução cogitado para a resolução do problema.
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Estimativa do Valor da Contratação

(art. 18, § 1º, VI, da NLLC)
Para a comparação entre as diversas alternativas estudadas no ETP, a
equipe de planejamento da contratação deve estimar o valor de cada
solução.
O objetivo dessa estimativa e apoiar a análise de viabilidade da contratação
e avaliar a adequação das despesas futuras aos recursos disponíveis para a

organização.
Não e o objetivo principal, neste momento, definir o valor que constara do
edital de licitação, mas sim possibilitar a escolha da solução mais vantajosa e
o pronunciamento conclusivo sobre a viabilidade da contratação.
O valor estimado em nível de ETP deverá ser reavaliado, posteriormente,
por meio de pesquisas de preços e outras técnicas estimativas, para aumentar
sua precisão e possibilitar servir como parâmetro ao termo de referência.
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Descrição da Solução Como Um Todo

(art. 18, § 1º, VII, da NLLC)
Uma solução e o conjunto de todos os elementos (bens, serviços e outros)
necessários para, de forma integrada, gerar os resultados que atendam a
necessidade que ocasionou a contratação.
A solução pode ser composta por partes que serão contratadas e outras
que não serão contratadas, seja porque a organização já as possui ou porque

não são passiveis de contratação (p. ex., publicação de normas internas).
Ademais, alguns elementos de uma solução podem ser objeto de
parcelamento em contratações diversas. Ou seja, um único ETP pode
resultar em mais de uma licitação ou processo de contratação direta.
Assim, e importante apresentar a solução como um todo para assegurar,
em todas as contratações relacionadas a uma mesma solução, o pleno
entendimento acerca do objeto e da finalidade da contratação pelos potenciais
fornecedores e das demais partes interessadas.
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Justificativas para o Parcelamento ou Não

da Contratação (art. 18, § 1º, VIII, da NLLC)
O parcelamento consiste em dividir a solução em itens ou os itens em lotes,
em que cada parte será um objeto de licitação autônomo, a ser, portanto,
licitado separadamente.
O objetivo do parcelamento e ampliar a competição com vistas a
economicidade, devendo ser realizado desde que seja tecnicamente viável e

economicamente vantajoso.
O objetivo é possibilitar a participação de maior número de
licitantes!!!
Se a solução for divisível, a equipe de planejamento deve analisar a
viabilidade técnica e a vantajosidade econômica do parcelamento para fins de
contratação, e fundamentar a decisão no ETP. Cabe lembrar que os requisitos
de habilitação devem ser adequados e proporcionais aos itens, grupos ou
lotes resultantes do parcelamento. Assim, os licitantes podem habilitar-se para
uma ou mais partes licitadas.
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Demonstrativo dos Resultados Pretendidos

(art. 18, § 1º, IX, da NLLC)
Uma solução deve ser planejada e contratada para o atendimento de uma
necessidade pública. Nesse sentido, o ETP deve conter o demonstrativo dos
resultados pretendidos em termos de economicidade e de melhor
aproveitamento dos recursos humanos, materiais e financeiros disponíveis.
Trata-se de esclarecer quais serão os benefícios diretos

esperados com a contratação, que justifiquem o dispêndio
envolvido.
Assim, os resultados pretendidos indicam os parâmetros que serão
utilizados pela Administração para avaliar se a contratação atingiu seus
objetivos, ou seja, se atendeu adequadamente a necessidade que a originou.
Essa avaliação constara do relatório final da contratação, com “informações
sobre a consecução dos objetivos que tenham justificado a contratação e
eventuais condutas a serem adotadas para o aprimoramento das atividades da
Administração”.
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Providências a Serem Adotadas pela

Administração (art. 18, § 1º, X, da NLLC)
Trata-se das medidas que a Administração precisa tomar para viabilizar a
execução contratual. Essas medidas devem ser descritas no ETP, a fim de
que sejam concluídas antes de iniciada a execução do contrato.
Os custos das providencias devem ser considerados na análise
que determina a solução que será escolhida!!!
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Contratações Correlatas e/ou

Interdependente (art. 18, § 1º, XI, da NLLC)
A descrição da solução como um todo permite identificar todos os
elementos que integram a solução e os objetos de contratação decorrentes,
considerando o ciclo de vida desses objetos.
A conciliação com contratações correlatas e/ou interdependentes, por sua
vez, complementa as análises supramencionadas, identificando as

contratações planejadas, em andamento ou já realizadas pela organização
que possam impactar a solução escolhida ou serem por ela impactadas.
Objetiva o tratamento integrado das contratações. Por exemplo, no
levantamento de providencias para ajuste de infraestrutura que a organização
terá que fazer para implementar determinada solução, a equipe de
planejamento poderá identificar contratações já realizadas ou planejadas que
suprem esses ajustes.
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Descrição de Possíveis Impactos

Ambientais (art. 18, § 1º, XII, da NLLC)
O desenvolvimento nacional sustentável e um dos princípios a observar na
aplicação da NLLC (art. 5º) e um dos objetivos do processo licitatório (art. 11,
IV). Apresenta três dimensões principais: econômica, social e ambiental.
A análise dos possíveis impactos ambientais deve considerar

todo o ciclo de vida do objeto a ser contratado (art. 11, I c/c art. 34, §
1º), pois uma solução inicialmente mais onerosa poderá mostrar-se
mais vantajosa ao longo do tempo. Além disso, e importante
considerar a logística reversa para a reciclagem e descarte
adequado de bens e resíduos.
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Adequação da Contratação
(art. 18, § 1º, XIII, da NLLC)
A partir das informações levantadas no ETP, a equipe de planejamento conclui
sobre a adequação da contratação para o atendimento da necessidade a que se
destina, que inclui, de forma fundamentada, a avaliação se a contratação e ou não
viável técnica e economicamente.
Deve-se propor pelo prosseguimento ou pela desistência da

contratação “antes que investimentos maiores sejam feitos”.
Se a contratação for viável técnica e economicamente, a equipe de planejamento

prosseguira com as demais etapas de planejamento da contratação, elaborando o
termo de referência (ou nortear o desenvolvimento ou contratação do projeto básico,
ou anteprojeto), para subsequente elaboração do edital ou do instrumento de
contratação direta.
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Contexto
Histórico do TR
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Decreto-Lei nº 200, de 1967
Antes de refletirmos sobre a definição de Termo de Referência e de Projeto

Básico, é importante fazer uma retrospectiva a respeito do tema.
A existência de uma prévia e completa especificação do objeto a ser
contratado pela Administração Pública como requisito essencial à licitação foi
Contexto Histórico do TR
introduzida na legislação brasileira com a edição do Decreto-Lei nº 200, de

1967:
Art. 139. A licitação só será iniciada após definição suficiente do seu objeto e, se
referente a obras, quando houver anteprojeto e especificações bastantes para perfeito
entendimento da obra a realizar.
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Decreto-Lei nº 2.300, de 1986
Já o Decreto-Lei nº 2.300, de 1986, manteve a exigência, referindo-se à

necessidade da especificação completa e suficiente do objeto para obras e
serviços (art. 6º) e para compras(art. 13):
Art. 6º As obras e os serviços só podem ser licitados, quando houver projeto básico
aprovado pela autoridade competente, e contratados somente quando existir previsão
de recursos orçamentários.
[...]
Art. 13. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de seu objeto e
indicação dos recursos financeiros para seu pagamento.
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2024-1 13
Lei nº 8.666, de 1993
A Lei Geral de Licitações de 1993 (LGL – Lei nº 8.666/93),seguindo na

mesma esteira, exigiu que o objeto da contratação pública fosse prévia e
suficientemente especificado, mantendo a exigência da existência do Projeto
Básico para as obras e serviços e referindo-se somente à especificação
adequada do objeto no caso das aquisições:

Art. 7º As licitações para a execução de obras e para a prestação de serviços
obedecerão ao disposto neste artigo e, em particular, à seguinte sequência:
I - projeto básico;
II - [...]
§2º As obras e os serviços somente poderão ser licitados quando:
I - houver projeto básico aprovado pela autoridade competente e disponível para
exame dos interessados em participar do processo licitatório;
[...]
§9º O disposto neste artigo aplica-se também, no que couber, aos casos de dispensa
e de inexigibilidade de licitação.
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40
Lei nº 8.666, de 1993
Não obstante o §2º do art. 7º tenha recomendado a utilização do Projeto

Básico como instrumento apto a formalizar o objeto a ser licitado para todos os
tipos de serviços (sobretudo por não ter especificado a quais serviços se
referia), a Lei de Licitações, ao definir a expressão Projeto Básico em seu art.
6º, deixou muito clara sua intenção de tornar obrigatório o instrumento para
este tipo de serviço:
Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:
[...]
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de
precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou
serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos
preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto
ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a
definição dos métodos e do prazo de execução, [...]
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41
Lei nº 8.666, de 1993
Não obstante o §2º do art. 7º tenha recomendado a utilização do Projeto

Básico como instrumento apto a formalizar o objeto a ser licitado para todos os
tipos de serviços (sobretudo por não ter especificado a quais serviços se
referia), a Lei de Licitações, ao definir a expressão Projeto Básico em seu art.
6º, deixou muito clara sua intenção de tornar obrigatório o instrumento para
este tipo de serviço:
Art. 6º Para os fins desta Lei, considera-se:
[...]
IX - Projeto Básico - conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de
precisão adequado, para caracterizar a obra ou serviço, ou complexo de obras ou
serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos
preliminares, que assegurem a viabilidade técnica e o adequado tratamento do impacto
ambiental do empreendimento, e que possibilite a avaliação do custo da obra e a
definição dos métodos e do prazo de execução, [...]
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Lei nº 8.666, de 1993
Bem examinado o art. 12 do referido diploma, observa-se que os requisitos

ali contidos podem perfeitamente ser exigidos para a contratação de outras
espécies de serviços (tais como os serviços terceirizados de natureza
continuada, v.g.: portaria, limpeza, vigilância):
Art. 12. Nos projetos básicos e projetos executivos de obras e serviços serão
considerados principalmente os seguintes requisitos:
I -segurança;
II - funcionalidade e adequação ao interesse público;
III - economia na execução, conservação e operação;
IV - possibilidade de emprego de mão-de-obra, materiais, tecnologia e matérias-
primas existentes no local para execução, conservação e operação;
V - facilidade na execução, conservação e operação, sem prejuízo da durabilidade
da obra ou do serviço;
VI - adoção das normas técnicas, de saúde e de segurança do trabalho adequadas;
VII - impacto ambiental.
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Lei nº 8.666, de 1993
Na especificação do objeto das aquisições, embora a lei a considere um

requisito para a licitação de compras não se definiu uma forma ou um
documento específico para tanto:
Art. 14. Nenhuma compra será feita sem a adequada caracterização de seu objeto
e indicação dos recursos orçamentários para seu pagamento, sob pena de nulidade do
ato e responsabilidade de quem lhe tiver dado causa.

Art. 15. [...]
§7º Nas compras deverão ser observadas, ainda:
I - a especificação completa do bem a ser adquirido sem indicação de marca;
II - a definição das unidades e das quantidades a serem adquiridas em função
do consumo e utilização prováveis, cuja estimativa será obtida, sempre que possível,
mediante adequadas técnicas quantitativas de estimação;
III - as condições de guarda e armazenamento que não permitam a deterioração
do material. [...]
Parágrafo único. O disposto neste artigo não se aplica aos casos de dispensa de
licitação previstos no inciso IX do art. 24.
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Lei nº 10.520, de 2002
Até o advento da Lei do Pregão (no ano de 2000, via Medida Provisória), a
legislação nacional nunca tinha mencionado o documento chamado Termo de
Referência. Somente com a regulamentação da Lei nº 10.520/02 é que esse
documento passou a ser exigido para instruir aquela modalidade,
documentando pormenorizadamente a especificação do que se pretende

contratar.
No entanto, a definição normativa de Termo de Referência não está
expressa na Lei nº 10.520/02.
Tal definição consta dos comandos regulamentares que explicitam o pregão
presencial e o pregão eletrônico (Decretos nº 3.555/00 e nº 5.450/05, este
revogado pelo Decreto nº 10.024/19)
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2024-1 15
Lei nº 10.520, de 2002
Com efeito, diz a norma (pregão presencial):

[...] termo de referência é o documento que deverá conter elementos capazes de
propiciar a avaliação do custo pela Administração, diante de orçamento detalhado,
considerando os preços praticados no mercado, a definição dos métodos, a estratégia
de suprimento e o prazo de execução do contrato (art. 8º, II, Decreto nº 3.555/00).
Do Decreto nº 10.024/19, por sua vez, consta (pregão eletrônico):

Art. 3º [...]
XI - termo de referência - documento elaborado com base nos estudos técnicos
preliminares, que deverá conter:
[...]
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46
Lei nº 14.133, de 2021
A nova lei de licitações e contratos administrativos consolidou a diferença

entre Termo de Referência e Projeto Básico e delimitou que ambos serão
precedidos de Estudo Técnico Preliminar:
Art. 6º [...]
XX - estudo técnico preliminar: documento constitutivo da primeira etapa do
planejamento de uma contratação que caracteriza o interesse público envolvido e a sua

melhor solução e dá base ao anteprojeto, ao termo de referência ou ao projeto
básico a serem elaborados caso se conclua pela viabilidade da contratação; [...]
XXIII - termo de referência: documento necessário para a contratação de bens e
serviços, que deve conter [...]
XXV - projeto básico: conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível
de precisão adequado para definir e dimensionar a obra ou o serviço, ou o complexo de
obras ou de serviços objeto da licitação, elaborado com base nas indicações dos
estudos técnicos preliminares, que assegure a viabilidade técnica e [...]
47
47
O Que É Termo
de Referência?
48
2024-1 16
Análise Semântica
É curioso como as palavras servem para designar inúmeras realidades. O

fenômeno se passa com a expressão “Termo de Referência”.
“Termo”, segundo nos ensinam os dicionários (do latim terminu),é palavra
O Que É Termo de Referência?
que expressa fim, remate ou conclusão no espaço ou no tempo. É limite ou

marco divisório que estrema uma área circunscrita, lugar afastado, longínquo;
confim, extensão limitada; espaço, ponto terminal.
“Referência” por sua vez, dizem-nos os léxicos, provém do latim
(referentia) e denota a fonte de onde podem ser colhidas informações, alusão
ou indicação.
A expressão em análise, Termo de Referência, possui, assim, significado
comum que nos mostra tratar-se de um documento que circunscreve
limitadamente um objeto e serve de fonte para fornecimento das informações
existentes sobre ele.
49
49
Sentido Jurídico
Para nós, no entanto, importa o viés mais jurídico da definição. E em tal

dimensão, logo se vê que o Termo de Referência tem análogo significado ao
sentido comum.
De fato, tanto num quanto noutro caso, a expressão Termo de Referência
está a expressar aquele ponto de condensação de informações diversas

levantadas em torno de um dado objeto que – traduzido num documento –
servirá de fonte para guiar a aquisição.
Em suma: o Termo de Referência é o documento mediante o qual a
Administração explicita o objeto, documentando de forma sistemática,
detalhada e cabal o objeto da contratação que pretende realizar,
permitindo, de tal modo, dimensionar a decisão e o poder do respectivo
gasto público.
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50
TR ou PB?
 Termo de Referência (TR) é sinônimo de Projeto Básico (PB)?

 Ditas expressões (TR e PB) refletem a mesma realidade?
Em regra, seguindo os ditames da Lei nº 14.133/2021 o Projeto Básico deve
ser utilizado para obras e serviços de engenharia e o Termo de Referência

deve ser utilizado para as demais contratações.
O Manual da Legislação Federal sobre Convênios da União esclarece que o
Projeto Básico e o Termo de Referência destinam-se a assegurar uma maior
precisão no tocante às atividades que serão desenvolvidas e destaca que o
Projeto Básico se aplica mais às obras e aos serviços de engenharia e o
Termo de Referência, aos serviços e compras em geral.
51
51
2024-1 17
TR ou PB?
O TCU já se manifestou a respeito da utilização dos dois instrumentos,

demonstrando que há que se levar em consideração o procedimento licitatório
que será realizado, para definir o documento que será elaborado. No caso de
contratação por meio da modalidade pregão, deverá ser produzido o Termo de
Referência em detrimento do Projeto Básico. A propósito, cite-se o Acórdão nº

5.865/2005:
5. Tal recomendação decorreu da constatação da ocorrência de impropriedade
formal, caracterizada pela utilização da denominação projeto básico em lugar do
termo de referência de que tratam as normas legais e regulamentares do pregão.
6. Embora constasse do projeto básico anexado ao edital do Pregão Eletrônico nº
460/2009 os elementos que devem integrar o termo de referência, concordei com [...],
uma vez que a Administração deve utilizar os termos peculiares à modalidade de
licitação que estiver processando, evitando o uso indevido da denominação projeto
básico em substituição a termo de referência, por ser esta a nomenclatura empregada
pelo decreto regulamentador do pregão.
52
52
TR ou PB?
A extremo rigor, tanto um quanto outro documento cuidam de especificar o

objeto do contrato, com todas as suas nuances. Na realidade, não existe uma
diferença de fundo entre um e outro. Ambos(TR e PB) têm a função de
caracterizar o objeto ou o serviço fruto da aquisição, devendo conter detalhes
relevantes que norteiem o julgamento durante o certame, bem assim a fase

contratual.
Ou seja, TR e PB se destinam, grosso modo, à caracterização do objeto em
todas as suas dimensões, servindo, a um só tempo, tanto para atender às
necessidades da Administração Pública quanto aos interesses dos
particulares, especialmente no que toca à elaboração de suas propostas.
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53
TR ou PB?
É claro que não se pode minimizar a discussão relacionada ao emprego das

expressões “Termo de Referência” e “Projeto Básico” ao simples plano da
homonímia.
Ambos os instrumentos (TR e PB) possuem finalidades que, se não idênticas, ao
menos podem ser consideradas similares. Mas intrinsecamente trazem conteúdos

diversos se homenagearmos os conceitos normativos do Projeto Básico e do Termo
de Referência.
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54
2024-1 18
Obras e Serviços Comuns de Engenharia
Nos dizeres do art. 18, § 3º, da Lei nº 14.133/2021, no caso de obras e

serviços comuns de engenharia e que, consequentemente, podem ser
licitados por Pregão, é possível usar Projeto Básico ou Termo de Referência.
Senão vejamos:
Art. 18. [...]

§ 3º Em se tratando de estudo técnico preliminar para contratação de obras e
serviços comuns de engenharia, se demonstrada a inexistência de prejuízo para a
aferição dos padrões de desempenho e qualidade almejados, a especificação do
objeto poderá ser realizada apenas em termo de referência ou em projeto básico,
dispensada a elaboração de projetos.
55
55
Atores
Envolvidos
56
Quem É Competente?
Valemo-nos da expressão “atores da especificação e da elaboração do

Termo de Referência” para designar aquelas pessoas que têm um papel a
cumprir em relação a esses atos.
Pensamos ser importante investigar o assunto porque, às vezes, depara-se
com o desconhecimento em relação ao “quadro de alçadas decisórias” de uma
Atores Envolvidos
unidade administrativa e não se sabe quem é quem.

Na prática: quem requisita a aquisição e deflagra o procedimento? Quem
cota ou orça? Quem define o objeto? Quem aprova o procedimento? Quem
elabora o TR? Quem pratica os atos subsequentes, como o edital?
57
57
2024-1 19
Segregação de Funções
A contratação pública é uma sucessão concatenada de atos, que devem ser

praticados por diversos agentes que detém atribuição para tal homenageando,
sempre, todos os parâmetros previstos no Sistema Legal correspondente,
onde se inclui a regra da segregação de funções.
No regime jurídico anterior não havia a menção expressa da necessidade
Atores Envolvidos
de “segregação de funções” entre os diversos agentes públicos que

desempenham funções diversas no certame licitatório.
Já na Lei nº 14.133/2021 a “segregação de funções” é um princípio (art. 5º,
caput) e o art. 7º, § 1º, define que:
Art. 7º [...]
§ 1º A autoridade [...] deverá observar o princípio da segregação de funções,
vedada a designação do mesmo agente público para atuação simultânea em funções
mais suscetíveis a riscos, de modo a reduzir a possibilidade de ocultação de erros e de
ocorrência de fraudes na respectiva contratação.
58
58
Elaboração de TR Pelo Pregoeiro
Por vezes a lei (ou o regulamento) não é explícita e clara em relação ao

exercício de certas atribuições. E ocorre ainda, em tais casos, que a matéria
não é alvo de disciplina interna na Administração Pública.
Em face disso, tem-se o cenário propício para que não se saiba “quem faz o
quê”, criando-se – não raro – um panorama de atribuições impertinentes ou
Atores Envolvidos
uma clara zona de tensão quanto à assunção de uma das mais complexas
atribuições do processo de suprimentos.
Exemplo do que falamos (impertinência de atribuição) ocorre quando se
imputa ao Agente de Contratação (Pregoeiro) a realização dessa tarefa
(elaborar o Termo de Referência).
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59
Elaboração de TR Pelo Pregoeiro
A elaboração do TR não é papel típico ou tarefa a ser acometida

primariamente ao Agente de Contratação (Pregoeiro).
E o tema não é desconhecido dos órgãos de controle externo, como se vê

Atores Envolvidos
do posicionamento firme do TCU que considera irregular a falta de segregação

de funções do pregoeiro em sua atuação múltipla de solicitar o
serviço/licitação, elaborar o termo de referência, estimar os preços e elaborar
o edital, julgando o certame (Acórdão nº 2.908/16-Plenário).
Não deveria existir cenário como esse narrado onde se imputa
indevidamente a quem não detém atribuição legal para a prática de atos.
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60
2024-1 20
Licitação do Termo
de Referência
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61
Possibilidade
Da mesma forma que é possível (porque necessário em certas

circunstâncias) licitar um Projeto Básico, igualmente pode ser necessário (e é
possível) instaurar procedimento de aquisição que vise à
Licitação do Termo de Referência
confecção(elaboração com todas as suas dimensões) de um Termo de

Referência ou vários Termos de Referência.
E se a tarefa (elaborar TR) se materializa na rubrica “serviços”, facilmente
se compreende que a atividade pode ser delegada a terceiros, uma vez que
estejam respeitados os parâmetros legais incidentes, a exemplo do
assessoramento técnico e da consultoria especializada.
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62
Licitar em Qual Modalidade?
De toda forma, ao se exigir processo licitatório pode não ser recomendável

a realização da modalidade Pregão, que se presta à contratação de bens e
serviços comuns, enquanto a produção de Projeto Básico e Termo de
Referência é trabalho em que poderá predominar a intelectualidade, assim

considerados aqueles que podem apresentar diferentes metodologias,
tecnologias e níveis de desempenho e qualidade, sendo necessário avaliar as
vantagens e desvantagens de cada solução.
Mas em regra, a contratação de elaboração de Projeto Básico e/ou Termo
de Referência deve ocorrer por intermédio da modalidade de licitação
Concorrência (art. 28, II, da NLLC).
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63
2024-1 21
Critério de Julgamento
Com efeito, se forem diferentes as soluções técnicas que possam ser

produzidas pelo autor do Projeto Básico ou do Termo de Referência, sugere-
se a adoção do critério de julgamento melhor técnica (art. 33, III, da Lei nº
14.133/2021) ou técnica e preço (art. 33, IV, da Lei nº 14.133/2021), já que a

técnica a ser empregada na prestação dos serviços passará a ter papel de
destaque na busca da proposta mais vantajosa para a Administração,
merecendo, pois, a devida pontuação no certame licitatório.
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64
Contratação Direta
De tal modo, bem é possível que se contrate (diretamente ou não) apenas

para elaborar esse Projeto Básico e/ou Termo de Referência.
Em tal caso, a Administração estará contratando serviços, em princípio
técnicos especializados de natureza predominantemente intelectual.

E, consequentemente, a princípio, essa contratação poderia ser feita
diretamente, por inexigibilidade de licitação, com fundamento no art. 74, III,
“a”, da Lei nº 14.133/2021.
65
65
Confidencialidade
Finalmente, cabe registrar que, na contratação de terceiros para produção

de instrumentos como o Projeto Básico ou Termo de Referência, o profissional
ou empresa contratada poderá estar debaixo da confidencialidade dos
dados e informações que sejam produzidas, o que deve estar previsto e

amparado em cláusula contratual, pois isso é um ponto sensível que norteia as
estratégias do Poder Público. E estas nem sempre podem ser reveladas antes
do instante da publicação dos avisos da aquisição ou da contratação direta
que venham a ser feitas.
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66
2024-1 22
Vedação na Participação na Licitação

ou na Execução do Contrato
O autor do anteprojeto, do projeto básico ou do projeto executivo, pessoa
física ou jurídica, quando a licitação versar sobre obra, serviços ou
fornecimento de bens a ele relacionados não poderá disputar licitação ou
participar da execução de contrato, direta ou indiretamente (art. 14, I, da Lei

nº 14.133/2021).
A lógica é a mesma para quem elaborou ou participou da

elaboração do Termo de Referência!
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67
Elaboração do Termo
de Referência
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68
Modelos de Termo de Referência

Elaboração do Termo de Referência
https://bit.ly/modelos-lei14133
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2024-1 23
Conceituação
O Termo de Referência é um documento utilizado em processos licitatórios

para estabelecer as diretrizes e requisitos básicos da contratação de produtos,
serviços ou obras e serviços de engenharia (desde que comuns - licitados por
Pregão). Ele fornece informações claras sobre características, especificações

técnicas, prazos, condições de pagamento e critérios de avaliação, garantindo
igualdade de condições entre os concorrentes e contribuindo para a
transparência e eficiência do processo.
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70
Parâmetros e Elementos Descritivos
De acordo com a Lei nº

14.133/2021 (NLLC), é o documento
necessário para contratação de bens

e serviços (inciso XXIII, art. 6º), que
conterá as seguintes informações: Para compras, o TR ainda
Definição Objeto
Modelo de Gestão de
Contrato
deve conter (art.40, § 1º):
Fundamentação da Critérios de Medição e Especificação do produto
Contratação Pagamento
Indicação de locais de entrega e regras
Forma e Critério de de recebimento
Descrição da Solução
Seleção do fornecedor
Especificação da garantia e condições
Requisitos da Estimativa do Valor da de manutenção/assistência
Contratação Contratação
Modelo de Execução Adequação Orçamentária
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71
Parâmetros e Elementos Descritivos

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72
2024-1 24
Transferências Voluntárias
Quando forem utilizados recursos oriundos de “transferências

voluntárias” da União ou do Estado, devem ser observadas as
normativas federais ou estaduais, conforme o caso!
Segundo dispõe o art. 184, § 3º, da Lei nº 14.133/2021, são permitidos

ajustes nos instrumentos celebrados com recursos de transferências
voluntárias, para promover alterações em seu objeto, desde que:
 isso não importe transposição, remanejamento ou transferência de recursos
de uma categoria de programação para outra ou de um órgão para outro;
 seja apresentada justificativa objetiva pelo convenente; e
 quando se tratar de obra, seja mantido o que foi pactuado quanto a suas
características.
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73
Definição do Objeto
A definição do objeto da futura licitação ou contratação direta deve ser

precisa (até mesmo seu ciclo de vida), incluindo sua natureza e os
quantitativos, com a indicação dos valores estimados e forma de entrega (se
integral ou parcelada).
Além disso, deve haver definição do prazo de contratação (art.

105 a 114 da NLLC) e, se for o caso, a possibilidade de sua
prorrogação.
Também deverá haver a indicação de como será a formalização da

contratação (instrumento contratual ou documento equivalente) - art. 95 da
NLLC.
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74
Definição do Objeto
No caso de adoção do Sistema de Registro de Preços (SRP), o critério de

julgamento de menor preço por grupo de itens somente poderá ser adotado
quando for demonstrada a inviabilidade de se promover a adjudicação por item
e for evidenciada a sua vantagem técnica e econômica, e o critério de

aceitabilidade de preços unitários máximos deverá ser indicado no edital (art.
82, § 1º).
Também deverá haver a definição de lotes exclusivos para

ME/EPP!!! (art. 48, I, da NLLC)
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75
2024-1 25
Fundamentação da Contratação
A Fundamentação da Contratação é uma seção crucial do TR em um

processo de licitação. Essa parte do documento apresenta as razões e
justificativas que embasam a necessidade de contratação do bem, serviço ou
obra.
Os principais conceitos relacionados à fundamentação da contratação são:
justificativa; alinhamento com objetivos institucionais; diagnóstico de
necessidades; adequação às leis e normativas; urgência e necessidade
imediata; razões técnicas e especialização; riscos e impactos da não
contratação; consulta ao mercado; etc.
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76
Objetivos e Finalidades:
 Explicação clara dos objetivos a serem alcançados com a contratação.
 Definição das finalidades específicas que a solução deve atender.
Especificações Técnicas:
 Detalhamento técnico da solução proposta.
 Requisitos mínimos e específicos que a solução deve atender.
 Normas e padrões aplicáveis à solução.
Funcionalidades:
 Enumeração das funcionalidades e características necessárias.
 Descrição de como essas funcionalidades atendem aos requisitos do órgão
contratante.
Compatibilidade e Integração:
 Informações sobre a compatibilidade da solução com sistemas existentes.
 Requisitos de integração com outras soluções ou plataformas.
Desempenho e Qualidade:
 Critérios para avaliação do desempenho da solução.
77  Parâmetros de qualidade que devem ser atendidos.
77
Prazos e Cronograma:
 Estabelecimento de prazos para implementação da solução.
 Cronograma detalhado das atividades relacionadas à solução.
Critérios de Avaliação:
 Indicação dos critérios que serão utilizados para avaliar as propostas recebidas.
 Ponderações atribuídas a cada critério.
Requisitos Legais e Regulamentares:
 Consideração de requisitos legais, regulamentares e normativos aplicáveis à
solução.
 Garantia de conformidade com as leis vigentes.
Riscos e Mitigações:
 Identificação de possíveis riscos relacionados à implementação da solução.
 Estratégias para mitigar esses riscos.
78
78
2024-1 26
(Consórcio)
Salvo vedação devidamente justificada no processo licitatório, pessoa
jurídica poderá participar de licitação em consórcio, observadas as
seguintes normas (art. 15):
 comprovação de compromisso público ou particular de constituição de

consórcio, subscrito pelos consorciados
 indicação da empresa líder do consórcio, que será responsável por sua
representação perante a Administração
 admissão, para efeito de habilitação técnica, do somatório dos
quantitativos de cada consorciado e, para efeito de habilitação econômico-
financeira, do somatório dos valores de cada consorciado
 impedimento de a empresa consorciada participar, na mesma licitação,
de mais de um consórcio ou de forma isolada
 responsabilidade solidária dos integrantes do consórcio, tanto na fase de
licitação quanto na de execução do contrato
79
79
(Consórcio)
O edital deverá estabelecer para o consórcio acréscimo de 10%

a 30% sobre o valor exigido de licitante individual para a habilitação
econômico-financeira, salvo justificação.
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80
(Cooperativa)
Os profissionais organizados sob a forma de cooperativa poderão participar
de licitação quando (art. 16):
 a constituição e o funcionamento da cooperativa observarem as regras
estabelecidas na legislação aplicável

 a cooperativa apresentar demonstrativo de atuação em regime cooperado,
com repartição de receitas e despesas entre os cooperados
 qualquer cooperado, com igual qualificação, for capaz de executar o objeto
contratado, vedado à Administração indicar nominalmente pessoas
 o objeto da licitação referir-se, em se tratando de cooperativas enquadradas
na Lei nº 12.690/2012, a serviços especializados constantes do objeto
social da cooperativa, a serem executados de forma complementar à sua
atuação
81
81
2024-1 27
(Subcontratação)
Na execução do contrato e sem prejuízo das responsabilidades contratuais
e legais, o contratado poderá subcontratar partes da obra, do serviço ou do
fornecimento até o limite autorizado, em cada caso, pela Administração
(art. 122 da NLLC). Entretanto, no caso de permissão, deve constar

justificativa e indicação das parcelas passíveis de subcontratação.
Nas contratações de “serviços técnicos especializados de

natureza predominantemente intelectual com profissionais ou
empresas de notória especialização” é vedada a subcontratação!
(art. 74, § 4º, da NLLC)
Poderá haver subcontratação pela seguradora nas obras e

serviços de engenharia com seguro-garantia no contrato! (art. 102,
III, da NLLC)
82
82
(Sustentabilidade - Ciclo de Vida)
A Lei 14.133/2021 incorpora, de forma definitiva, o ciclo de vida do objeto
da licitação/contrato como importante variável de sustentabilidade das
licitações. A avaliação do ciclo de vida do produto tem aptidão para repercutir
na vantajosidade de dada solução. Produtos e serviços mais baratos, quando

analisados ao longo de todo seu percurso na cadeia, podem se revelar ao final
mais dispendiosos por serem menos eficientes e duráveis.
A opção encartada na nova lei é de autorizar a consideração do ciclo de
vida dos produtos como critério de aferição do MENOR DISPÊNDIO (art. 34 da
NLLC), “sempre que objetivamente mensuráveis”. Ainda assim, objetivamente
mensurável ou não, o ciclo de vida deve ser considerado na elaboração do
termo de referência.
83
83
(Sustentabilidade - Margem de Preferência)
No art. 26 da NLLC são instituídas 2 modalidades de margem de
preferência:
 para bens manufaturados e serviços nacionais que atendam a normas
técnicas brasileiras (art. 26, I).

 para bens reciclados, recicláveis ou biodegradáveis (art. 26, II). Ainda
depende de regulamentação!!!
Em ambos os casos, o art. 27 dispõe que a relação de empresas

favorecidas em decorrência das aludidas preferências deve ser
divulgada anualmente em sítio eletrônico oficial!!!
84
84
2024-1 28
(Sustentabilidade - Certificações Ambientais)
A Lei 8.666/93 não permitia a possibilidade de se exigir certificações de
qualidade ou conformidade do produto ou do processo de fabricação. Como a
certificação privada não é, via de regra, obrigatória para o exercício de
atividades econômicas, ninguém deveria ser impedido de participar de

licitação em virtude de não dispô-la. Agregando-se a isso o entendimento de
que o rol de documentos exigíveis em habilitação é taxativo, a conclusão que
se consolidou foi no sentido de ser vedada a exigência de certificação privada
(inclusive ambiental) em sede de habilitação.
85
85
A Lei 14.133/2021 atribuiu tratamento distinto. Admite, além da
certificação, que a qualidade ou conformidade seja atestada por “certificado,
laudo laboratorial ou documento similar”. A possibilidade de apresentação de
um laudo laboratorial ou documento similar teria espaço, portanto, nos casos

em que a qualidade/conformidade do produto ou processo não é atestada por
processos de certificação ou certificados. Além disso, se admite a
comprovação de qualidade ou conformidade por documento equivalente,
similar à certificação, mesmo nos casos de existir(em) certificação(ões)
privada(s).
86
86
O objetivo de que a prova da qualidade ou conformidade possa ser feita por
“certificado, laudo laboratorial ou documento similar”, contida no art. 41, III, da
NLLC, parece ser no sentido de viabilizar a exigência mesmo nos casos em
que o produto/serviço não seja objeto de uma certificação própria, na acepção

restrita da palavra. No entanto e ainda assim, a Administração Pública deve ter
o cuidado para não instituir preferências injustificadas por um tipo ou entidade
certificadora específica em detrimento de outras possíveis, o que pode
restringir indevidamente a competição.
87
87
2024-1 29
(Sustentabilidade - Impactos Ambientais)
Na Lei 8.666/93 não existe determinação acerca da necessidade de se
considerar a eficiência energética, normas de acessibilidade, proteção do
patrimônio cultural, tampouco de se estipular exigências e obrigações
relacionadas ao adequado endereçamento dos impactos ambientais e

urbanísticos e ao adequado manejo de recursos ambientais.
88
88
(Sustentabilidade - Impactos Ambientais)
O art. 45 da NLLC basicamente incorpora as previsões havidas no RDC e
da Lei das Estatais, em referência às obras e serviços de engenharia, acerca
da:
 disposição adequada dos resíduos sólidos gerados nas obras

 mitigação por condicionantes e compensação ambiental definidas nas
licenças ambientais
 utilização de produtos, equipamentos e serviços ecologicamente eficientes
 avaliação do impacto de vizinhança
 proteção do patrimônio cultural, histórico, arqueológico e imaterial
 acessibilidade
89
89
(Sustentabilidade - Contrato de Eficiência)
Na figura do “contrato de eficiência” (art. 39 da NLLC) e a possibilidade,
genérica, do estabelecimento de remuneração variável vinculada ao
desempenho do contratado, inclusive com base em critérios de
sustentabilidade ambiental tem-se uma sofisticação em relação ao modelo

estático de remuneração, que agora pode ser vinculada e proporcional aos
resultados apresentados pelo contratado.
Nesse tipo de contrato, “o contratado assume a obrigação de reduzir as
despesas da Administração, sendo que sua remuneração corresponderá a um
percentual da economia gerada”.
90
90
2024-1 30
(Sustentabilidade - Contrato de Eficiência)
No julgamento por maior retorno econômico, celebrado exclusivamente no
contrato de eficiência, considerar-se-á “a maior economia para a
Administração, e a remuneração deverá ser fixada em percentual que incidirá
de forma proporcional à economia efetivamente obtida na execução do

contrato” (art. 39).
Trata-se de importante previsão comparativamente em relação aos critérios
até então vigentes na lei 8.666/93, em que a remuneração pela maior
economia gerada decorria de um exercício de interpretação do critério de
menor preço.
91
91
(Indicação de Marca e Modelo)
No caso de licitação que envolva o fornecimento de bens, a Administração
poderá excepcionalmente (art. 41):
I - indicar uma ou mais marcas ou modelos, desde que formalmente justificado,
nas seguintes hipóteses:

a) em decorrência da necessidade de padronização do objeto;
b) em decorrência da necessidade de manter a compatibilidade com plataformas e
padrões já adotados pela Administração;
c) quando determinada marca ou modelo comercializados por mais de um
fornecedor forem os únicos capazes de atender às necessidades do contratante;
d) quando a descrição do objeto a ser licitado puder ser mais bem compreendida
pela identificação de determinada marca ou determinado modelo aptos a servir
apenas como referência;
II - exigir amostra ou prova de conceito do bem no procedimento de pré-
qualificação permanente, na fase de julgamento das propostas ou de lances, ou no
período de vigência do contrato ou da ata de registro de preços, desde que previsto
92 no edital da licitação e justificada a necessidade de sua apresentação;
92
(Indicação de Marca e Modelo)
(continuação ...)
III - vedar a contratação de marca ou produto, quando, mediante processo
administrativo, restar comprovado que produtos adquiridos e utilizados anteriormente
pela Administração não atendem a requisitos indispensáveis ao pleno adimplemento

da obrigação contratual;
IV - solicitar, motivadamente, carta de solidariedade emitida pelo fabricante, que
assegure a execução do contrato, no caso de licitante revendedor ou distribuidor.
Parágrafo único. A exigência prevista no inciso II do caput deste artigo restringir-
se-á ao licitante provisoriamente vencedor quando realizada na fase de julgamento
das propostas ou de lances.
93
93
2024-1 31
(Carta de Solidariedade)
No caso de licitação que envolva o fornecimento de bens, a Administração
poderá excepcionalmente solicitar, motivadamente, carta de solidariedade
emitida pelo fabricante, que assegure a execução do contrato, no caso de
licitante revendedor ou distribuidor (art. 41, IV, da NLLC).
94
94
(Garantia de Licitação)
Poderá ser exigida, no momento da apresentação da proposta, a
comprovação do recolhimento de quantia a título de garantia de proposta,
como requisito de pré-habilitação (art. 58 da NLLC).
A garantia de proposta não poderá ser superior a 1% (um por cento) do

valor estimado para a contratação e será devolvida aos licitantes no prazo de
10 (dez) dias úteis, contado da assinatura do contrato ou da data em que for
declarada fracassada a licitação.
A garantia não será devolvida no caso de recusa em assinar o contrato ou
não apresentação dos documentos para a contratação.
A garantia de proposta poderá ser prestada:
 caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública;
 seguro-garantia ou fiança bancária.
95
95
(Garantia da Contratação)
Outro poder conferido à Administração nos contratos administrativos é a
exigência de garantia, que poderá ser financeira e/ou técnica.
96
96
2024-1 32
(Garantia Financeira da Contratação)
A garantia financeira (art. 96 da NLLC), tem por objetivo assegurar o
cumprimento das obrigações assumidas pela contratada. Esta prerrogativa é
opcional, ou seja, a Administração poderá não exigí-la caso entenda ser
desnecessária; porém, caso a exija, deverá prevê-la no instrumento

convocatório, cabendo à contratada optar por uma das modalidades previstas:
 caução em dinheiro ou títulos da dívida pública;
 seguro-garantia ou fiança bancária.
Conforme o art. 98 da NLLC, nas contratações de obras, serviços e
fornecimentos, a garantia poderá ser de até 5% (cinco por cento) do valor
inicial do contrato, passível de majoração para até 10% (dez por cento), desde
que justificada mediante análise da complexidade técnica e dos riscos
envolvidos.
97
97
(Garantia Financeira da Contratação)
Já nas contratações de obras e serviços de engenharia de grande vulto
(valor estimado acima de R$ 200 milhões), poderá ser exigida a prestação de
garantia, na modalidade seguro-garantia em percentual equivalente a até 30%
(trinta por cento) do valor inicial do contrato (art. 99 da NLLC).
O Decreto n° 11.871, de 2023, atualizou o valor das obras de grande

vulto (art. 6º, caput, XXII, da Lei nº 14.133, de 2021) para
R$ 239.624.058,14 (duzentos e trinta e nove milhões seiscentos e vinte e
quatro mil cinquenta e oito reais e quatorze centavos)
98
98
(Cláusula de Retomada)
Outra novidade trazida pela NLLC se refere à possibilidade do seguro-
garantia prever cláusula de retomada, que prevê a possibilidade dos
financiadores e garantidores do projeto procederem à assunção do controle ou
da administração temporária da concessionária para promover sua

reestruturação financeira e assegurara continuidade da prestação dos
serviços.
Na contratação de obras e serviços de engenharia de grande vulto (art. 99)
passou a determinar que, caso opte-se pela prestação de garantia, na
modalidade seguro-garantia, este deverá conter cláusula de retomada.
Para as demais contratações de obras e serviços de engenharia, o art. 103
da NLLC torna facultativa a inclusão no edital de previsão de obrigação de a
seguradora, em caso de inadimplemento pelo contratado/garantido, assumir a
execução e concluir o objeto do contrato.
99
99
2024-1 33
(Garantia Técnica do Contrato)
A garantia técnica poderá ser exigida do contratado para o bem fornecido,
para obra realizada ou para o serviço prestado, por certo período de tempo.
Não se confunde com a garantia financeira, porquanto está estritamente
relacionada ao objeto do contrato, o qual estará garantido contra eventuais

imperfeições, defeitos e incorreções durante o período da vigência da garantia,
ficando a contratada obrigada a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou
substituir, às suas expensas, no total ou em parte, o objeto do contrato em que
se verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou de
materiais empregados, nos termos do art. 119 da NLLC.
100
100
(Obrigações Previdenciárias e Trabalhistas)
A empresa contratada é responsável pelos encargos trabalhistas e
previdenciários resultantes da execução do contrato. Entretanto, os entes
públicos podem vir a responder solidariamente nas obrigações previdenciárias.
Para tanto, basta que fique evidenciada sua conduta culposa na fiscalização
contratual e legal originariamente atribuíveis à empresa contratada pela Lei
8.212/91 e pelas demais normas de direito previdenciário e trabalhista.
Dois institutos de direito previdenciário devem ser obrigatoriamente
conhecidos pelo gestor do contrato: a retenção (art. 30, VI) e a solidariedade
(art. 48).
O art. 15, I, da Lei 8.212/91 define “empresa” como a firma individual ou
sociedade que assume o risco de atividade econômica (urbana ou rural), com
fins lucrativos ou não, bem como os órgãos e entidades da Administração
Pública (direta, indireta e fundacional).
101
101
A empresa contratante de serviços executados mediante cessão de mão de
obra, até mesmo em regime de trabalho temporário, deverá reter 11% (onze
por cento) do valor bruto da nota fiscal ou fatura de prestação de serviços e
recolher, em nome da empresa cedente da mão de obra, a importância retida

até o dia 20 (vinte) do mês subsequente ao da emissão da respectiva nota
fiscal ou fatura, ou até o dia útil imediatamente anterior se não houver
expediente bancário naquele dia, (art. 31 da Lei 8.212/91, observado o
disposto no § 5º do art. 33).
102
102
2024-1 34
Nas hipóteses em que ocorrer a contratação de serviços não sujeitos à
retenção, a Administração Pública contratante deverá fiscalizar os
recolhimentos que sejam feitos pela empresa contratada, para evitar tornar-se
solidária na obrigação de pagamento à Previdência Social, uma vez que, se a

contratada não recolher os valores devidos à Previdência Social, a
responsabilidade pelo pagamento daqueles valores não recolhidos será
compartilhada com a Administração Pública contratante. Para evitar esse
risco, o gestor do contrato deve exigir da empresa contratada o comprovante
de pagamento da Guia da Previdência Social.
103
103
(Conta Depósito Vinculada)
Para garantia do pagamento de obrigações trabalhistas (férias e abono de
férias, 13º salário, multa do FGTS por dispensa sem justa causa, entre outros),
ao longo da execução do contrato que envolva alocação de empregados de
empresa contratada nas dependências da Administração, o órgão poderá

aplicar os percentuais constantes da planilha de formação de preços sobre a
folha de salários mensais dos empregados das empresas contratadas e
promoverá o depósito do respectivo valor em uma conta-depósito vinculada
aberta em banco público, em nome da empresa contratada (art. 121, § 3º, III,
da NLLC).
Esta conta estará bloqueada para movimentação. Os valores depositados
na conta-depósito vinculada deixarão de compor o valor do pagamento mensal
à empresa contratada.
104
104
(Conta Depósito Vinculada)
Na ocorrência de indenizações trabalhistas ou de cumprimento das
obrigações com pagamento de 13º salário, férias e abono de férias, a
contratada deverá apresentar os documentos comprobatórios e solicitar
autorização para movimentação da conta-depósito vinculada, com vistas à

liberação de valores para pagamento direto aos empregados da empresa
contratada alocados no contrato.
Cabe ao fiscal do contrato orientar a empresa contratada a apresentar os
documentos comprobatórios, analisar os referidos documentos, informar o
período de vínculo do prestador de serviços com a Administração, indicar qual
o posto de trabalho ocupado no momento do fato gerador e encaminhá-los
para que seja calculado do valor a ser liberado e o processo seja
encaminhado para decisão.
105
105
2024-1 35
(Ocupação Provisória)
A ocupação provisória está prevista no art. 104, V, da NLLC, e se refere
aos casos em que seja necessário à Administração acautelar apuração
administrativa de faltas cometidas pelo contratado, bem como na hipótese de
rescisão do contrato.
Nesses casos, a Administração pode ocupar provisoriamente instalações,
materiais, pessoal e serviços, a fim de assegurar o atendimento do interesse
público.
106
106
(Exceção ao Contrato Não Cumprido)
O princípio da exceção ao contrato não cumprido está previsto no art. 476
do Código Civil, que reza: “nos contratos bilaterais, nenhum dos contratantes,
antes de cumprida a sua obrigação, pode exigir o implemento da do outro”.
Segundo Di Pietro, “no Direito Administrativo, o particular não pode

interromper a execução do contrato, em decorrência dos princípios da
continuidade do serviço público e da supremacia do interesse público sobre o
particular (...)”.
Pode-se perceber a aplicabilidade prática desse conceito no art. 137, § 2º,
IV, da NLLC, que prevê, para a contratada, a obrigação de cumprimento de
suas obrigações por até 2 (dois) meses, mesmo sem ter recebido os
pagamentos devidos pela Administração.
107
107
(Retenção de Créditos)
O art. 193, IV, da NLLC, prevê outra prerrogativa peculiar aos contratos
administrativos: a retenção de créditos decorrentes do contrato até o limite dos
prejuízos causados à Administração Pública e das multas aplicadas. Nesse
caso, fica a Administração autorizada a reter os créditos a que a contratada

teria direito, a fim de dar cobertura aos prejuízos causados por esta durante a
execução do contrato.
108
108
2024-1 36
Modelo de Execução do Objeto
O "modelo de execução do objeto" é parte essencial do TR. Essa seção

detalha como o objeto do contrato será executado, descrevendo os processos,
etapas e requisitos necessários para a implementação bem-sucedida da
solução proposta. Subitens que podem conter essa seção do TR: metodologia
de execução; fases do projeto; responsabilidades das partes; recursos
necessários; padrões e normas; controle de qualidade; comunicação e
relatórios; gerenciamento de riscos; treinamento e capacitação; manutenção e
suporte pós-implementação; avaliação de desempenho; adaptações e
modificações. etc.
Ao detalhar o modelo de execução do objeto, o TR fornece uma visão
abrangente de como a solução proposta será implementada, garantindo que
as partes envolvidas tenham uma compreensão clara das expectativas e
responsabilidades ao longo do projeto.
109
109
Modelo de Gestão do Contrato
O "modelo de gestão do contrato" é uma parte crucial do "termo de

referência" em um processo de licitação. Essa seção detalha como o contrato
será gerenciado após a sua assinatura, incluindo aspectos relacionados ao
acompanhamento da execução, fiscalização, comunicação entre as partes e

resolução de eventuais problemas. A seguir, descrevo os principais conceitos
relacionados ao modelo de gestão do contrato: gestão ou fiscalização do
futuro contrato; mecanismos de comunicação; relatórios de acompanhamento;
indicadores de desempenho; avaliação de resultados; mecanismos de
pagamento; gestão de mudanças contratuais; penalidades e sanções;
resolução de conflitos; encerramento do contrato; garantias contratuais; etc.
110
110
Critérios de Medição
Devem ser definidos os critérios e a periodicidade da medição, quando for o

caso, e o prazo para liquidação e para pagamento (art. 92, VI), além dos
prazos de início das etapas de execução, conclusão, entrega, observação e
recebimento definitivo, quando for o caso (art. 92, VII).
111
111
2024-1 37
Critérios de Pagamento
(Imposição de Ordem Cronológica)
O art. 141, caput, da NLLC determina que os pagamentos devidos aos
contratados deve ser efetivado em estrita ordem cronológica para cada fonte
diferenciada de recursos, e que os valores corrigidos por critérios previstos no
ato convocatório, sob pena da configuração da responsabilização do agente

responsável, a ser instrumentalizada, inclusive, por atividade fiscalizatória
desenvolvida pelos órgãos de controle (art. 141, §2º). Como forma de
fiscalização do cumprimento dessa regra, o contratante disponibilizará
mensalmente, na seção específica de acesso à informação de seu sítio da
internet, a ordem cronológica de seus pagamentos (art. 141, §3º).
112
112
(Pagamento em Conta Vinculada)
Os pagamentos também poderão ser feitos em conta vinculada ou
como contrapartida da efetiva comprovação do fato gerador, desde que
exista previsão expressa no edital ou no contrato (art. 142, caput, da NLLC).
113
113
(Pagamento de Parcela Incontroversa)
Outro ponto de destaque quanto aos pagamentos é que, nos precisos
termos da lei, eventual controvérsia sobre a execução do objeto, quanto à
dimensão, qualidade e quantidade, não impedirá a liberação da parcela
incontroversa no prazo previsto para pagamento (art. 143, caput, da NLLC).
114
114
2024-1 38
(Remuneração por Desempenho)
Na contratação de obras, fornecimento de serviços (inclusive de
engenharia), poderá ser estabelecida remuneração variável vinculada ao
desempenho do contratado, com base em metas, padrões de qualidade,
critérios de sustentabilidade ambiental e prazos de entrega definidos no edital

e/ou no contrato (art. 144, caput).
Quando adotado em contrato que tenha por objeto a implantação de
processo de racionalização, o pagamento poderá ser ajustado em base
percentual sobre valor economizado (art. 144, §1º).
Porém, a utilização de remuneração variável deverá ser motivada e
respeitar o limite orçamentário fixado pela Administração para a contratação
(art. 144, §2º).
A remuneração por desempenho NÃO pode ser adotada nas

compras!!!
115
115
(Pagamento Antecipado)
A NLLC proíbe o pagamento antecipado, parcial ou total (art. 145, caput).
Porém, excepcionam-se dessa regra:
 a execução de obras e a prestação de serviços, quando puder propiciar
sensível economia de recursos; e

 as situações em que a antecipação do pagamento representar condição
indispensável para a obtenção do bem ou para a prestação do serviço,
hipótese que deverá ser previamente justificada no processo licitatório e
expressamente prevista no edital ou no instrumento formal de contratação
direta.
A Administração poderá exigir garantia adicional como condição para

o pagamento antecipado (art. 145, §2º). E, caso o objeto não seja
executado no prazo contratual, o valor antecipado deverá ser devolvido
pelo contratado (art. 145, §3º).
116
116
Forma e Critérios de Seleção
Deve haver a justificativa para a escolha da modalidade de

licitação e do critério de julgamento; ou para a seleção do
fornecedor em caso de contratação direta e os critérios para
definição do preço do fornecedor escolhido!!!
Deve ser informado se haverá a necessidade de apresentação de

amostras, exame de conformidade e prova de conceito, entre outros
testes de interesse da Administração, de modo a comprovar sua
aderência às especificações definidas no TR ou no PB (art. 17, § 3º).
Também definir a condição de aceitabilidade da proposta,

certificação de qualidade do produto por instituição credenciada
pelo Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade
Industrial (Conmetro). - art. 42, § 1º
117
117
2024-1 39

(Qualificação Técnica)
Descrita no art. 67 da nova lei, a qualificação técnica é uma das etapas que
compõe a habilitação das empresas nas licitações públicas. Ela se divide
em qualificação técnico-profissional e qualificação técnico-operacional.
A qualificação técnico-profissional relaciona-se ao profissional que atua

naquela empresa licitante, referenciando especificamente o profissional
detentor do respectivo atestado.
Já a qualificação técnico-operacional corresponde à capacidade
da empresa, referindo-se a aspectos típicos da estrutura organizacional da
empresa licitante, como instalações, equipamentos e equipe.
118
118

(Qualificação Econômico-Financeira)
A habilitação econômico-financeira será restrita à apresentação da seguinte
documentação (art. 69):
 balanço patrimonial, demonstração de resultado de exercício e demais
demonstrações contábeis dos 2 (dois) últimos exercícios sociais

 certidão negativa de feitos sobre falência expedida pelo distribuidor da
sede do licitante
O balanço patrimonial limitar-se-á ao último exercício no caso de a PJ ter
sido constituída há menos de 2 anos (art. 69, § 6º) e as empresas criadas no
exercício financeiro deverão atender a todas as exigências da habilitação e
ficarão autorizadas a substituir os demonstrativos contábeis pelo balanço de
abertura (art. 65, § 1º).
Essa qualificação não se aplica às compras!!!
119
119

(Orçamento)
Após a definição e especificação do objeto é necessário dispor de
“orçamento estimado, com as composições dos preços utilizados para sua
formação” (art. 18, IV).
O processo inicia com o ETP, depois TR e, na sequência, o orçamento

estimado, no entanto, o art. 18, § 1º, VI, exige que o ETP já apresente
“estimativa do valor da contratação, acompanhada dos preços unitários
referenciais, das memórias de cálculo”.
O art. 6º, XXIII, alínea “i”, exige que o TR também “aponte as estimativas do
valor da contratação, acompanhadas dos preços unitários referenciais, das
memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão suporte, com os
parâmetros utilizados para a obtenção dos preços e para os respectivos
cálculos, que devem constar de documento separado e classificado;”.
120
120
2024-1 40

(Orçamento)
Trocando-se em miúdos, o orçamento deve estar no ETP e também no
TR/PB.
A ideia é fazer um orçamento mais simples quando do ETP. Depois, como
uma das atividades necessárias para a elaboração do TR ou do PB, definida a

especificação do objeto a ser licitado e contratado, faz-se o orçamento
definitivo e mais rigoroso, de acordo com os critérios definidos no art. 23 da
NLLC.
Então, dois orçamentos, um preliminar e outro definitivo. O melhor é que
fosse só um, seria mais racional e simples, porém essa não foi a opção do
Legislador, apegado que foi ao modelo burocrático disfuncional.
121
121

(Orçamento Definitivo)
O art. 23, caput, prescreve que as regras gerais do preço estimado.
O art. 23, § 1º, trata do orçamento das licitações para aquisição de bens
e contratação de serviços em geral, estabelecendo que ele deve ser
definido com base nos valores iguais ou à mediana constante em painel para
consulta de preços ou no Banco de Preços em Saúde, que devem ser
disponibilizados no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP) (inc. I);
em contratações similares da Administração Públicas em execução ou
concluídas no prazo máximo de 1 (um) ano (inc. II); referências havidas em
mídias especializadas, tabelas ou sites (inc. III); pesquisa com, no mínimo, 3
(três) fornecedores (inc. IV); e pesquisa na base nacional de notas fiscais
eletrônicas, o que ainda deve ser regulamentado (inc. V).
122
122

(Orçamento Definitivo)
Não há qualquer ordem de preferência entre os parâmetros listados no art.
23, § 1º, para a orçamentação, tanto que se autoriza, expressamente, que eles
sejam “adotados de forma combinada ou não”. Daí que a Administração goza
de liberdade para eleger os parâmetros que lhe parecem mais adequados em

cada caso.
O preço estimado será o melhor preço obtido num dos parâmetros
referidos. A intenção é balizar para baixo o preço estimado, o que gera o risco
de induzir condições inexequíveis para a licitação. Isso pode refletir alguma
peculiaridade da empresa que ofereceu e não corresponder às práticas de
mercado. Nesse cenário, pode ser que empresas interessadas sejam
afastadas da licitação, em prejuízo à competitividade. Seria mais prudente que
o preço de referência fosse resultante de média ou mesmo da mediana, mas
essa não foi a opção do Legislador.
123
123
2024-1 41

(Orçamento de Obras e Serviços de Engenharia)
O art. 23, § 2º, aborda o orçamento de obras e serviços de engenharia, que
deve seguir a composição de custos unitários menores ou iguais à mediana do
item do Sistema de Custos Referenciais de Obras (Sicro), para serviços e
obras de infraestrutura de transportes, ou do Sistema Nacional de Pesquisa de

Custos e Índices de Construção Civil (Sinapi), para as demais obras e serviços
de engenharia (inc. I); referências havidas em mídias especializadas, tabelas
ou sites (inc. II); em contratações similares da Administração Públicas em
execução ou concluídas no prazo máximo de 1 (um) ano (inc. III); e pesquisa
na base nacional de NFEs (inc. IV).
Os parâmetros devem ser utilizados na ordem definida, como determina o
art. 23, § 2º, da Lei 14.133/2021. Logo, esses parâmetros devem ser
entendidos como subsidiários e não adicionais ou alternativas.
124
124

(Orçamento no Estado e Municípios)
O art. 23, § 3º, da NLLC reconhece que Municípios, Estados e Distrito
Federal, desde que em contratações que não envolvam recursos da União,
podem utilizar sistemas de custos, próprios ou fornecidos por outro
órgão.
Nesse caso, podemos utilizar a orçamento a partir do

RADAR/APLIC do TCE-MT!!!
125
125

(Orçamento Sigiloso)
O art. 24 prescreve que: “desde que justificado, o orçamento estimado da
contratação poderá ter caráter sigiloso [...]”. Entretanto, não pode haver sigilo para
os órgãos de controle.
O Legislador atribuiu competência discricionária à Administração para decidir se

divulga com o TR ou PB ou com o próprio edital os seus orçamentos.
Essa competência discricionária sobre o momento da divulgação do

orçamento precisa ser motivada. O art. 24, caput, condiciona o orçamento
sigiloso à motivação.
126
126
2024-1 42
Adequação Orçamentária
Deve haver a indicação da rubrica orçamentária que acobertará a

contratação e se o valor estimado da contratação está dentro dos limites
previstos no PPA e LOA, e não há vedação na LDO, além de atender aos
requisitos dos arts. 15 a 17 da LRF.
127
127
Termo de
Referência Digital
128
128
Regulamentação
Instrução Normativa SEGES/ME nº 81, de 2022, que dispõe sobre a

elaboração do Termo de Referência - TR, para a aquisição de bens e a
contratação de serviços, no âmbito da administração pública federal direta,
autárquica e fundacional, e sobre o Sistema TR digital.
Termo de Referência Digital
Acesso: https://www.gov.br/compras/pt-br/acesso-a-
informacao/legislacao/instrucoes-normativas/instrucao-normativa-seges-
me-no-81-de-25-de-novembro-de-2022
129
129
2024-1 43
Sistema TR Digital
O Sistema TR Digital é uma ferramenta informatizada integrante da

plataforma do Sistema Integrado de Administração de Serviços Gerais - Siasg
e pode ser utilizado voluntariamente por Estados e Municípios quando
utilizarem recursos próprios.
130
130
Transferências Voluntárias
Os órgãos e entidades da administração pública estadual, distrital ou

municipal, direta ou indireta, quando executarem recursos da União
decorrentes de transferências voluntárias, deverão observar as regras e os
procedimentos de que dispõe a IN SEGES/ME nº 81/2022 (art. 2º).
131
131
Acesso ao Sistema TR Digital
O acesso ao Sistema TR Digital, ocorre por intermédio de “Acesso ao

Sistema” pela Plataforma de Compras do Governo Federal (antigo
Comprasnet).
https://www.compras.gov.br
132
132
2024-1 44
Conclusão
133
133
Contato
Nilson Fernando Gomes Bezerra

nilsonf@tce.mt.gov.br
(65) 98402-1432
/nfgbezerra
/nfgbezerra
/nfgbezerra
134
134
2024-1 45

Apostila - Tce-Mt - Etp e TR

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TCE-MT - Escola Superior de Contas Curso: Estudo Técnico Preliminar &

Estudo Técnico Preliminar

Tópicos Abordados no Painel

O PLANEJAMENTO é primordial, visto que compõe as diversas etapas do

da moralidade, da igualdade, da impessoalidade, da publicidade, do

Embora o planejamento, a licitação e a execução do contrato sejam fases

e em conformidade com as normas e dispositivos legais relativos ao objeto

O planejamento está relacionado com o princípio constitucional da

pelo planejamento, pois evita a prática de gestão ineficiente e contrária aos

Visão do TCU Sobre Planejamento

O TCU vem se manifestando reiteradamente sobre a necessidade do

planejamento de TI, de maneira a garantir que os gastos sejam decorrentes de

Visão do TCU Sobre Planejamento

Desse modo, seguindo essas diretrizes, o legislador incluir na Lei 14.133/21

7. [...] observo que o prosseguimento da licitação ora examinada, que se

A falta de planejamento poderá, dependendo da situação, acarretar na

Orientação Normativa/AGU nº 11, de 01.04.2009

Podemos afirmar que o sucesso da contratação está ligado a um bom, ou

desenham debaixo de um determinado marco legal.

Não há como compreender as diversas realidades de qualquer

que justificam a sua essência e existência.

O planejamento de cada contratação consiste em uma série de atividades

contratada (caso seja viável), executada e fiscalizada.

O nível de detalhamento das informações produzidas em cada

Para a maioria dos doutrinadores esse metaprocesso é dividido em 3 fases:

Entretanto, alguns autores entendem que na verdade das fases da

Plano de Contratações Anual

processo licitatório é caracterizada pelo planejamento e deve compatibilizar-

Documento de Formalização de Demanda

Neste sentido, no Acórdão Plenário 2.622/2015, o TCU reconhece o DOD

Equipe de Planejamento da Contratação

Ao receber o DFD, a autoridade competente do setor de licitações poderá, se

as competências necessárias à completa execução das etapas de Planejamento da

Na primeira etapa da preparação/planejamento, a equipe de

área requisitante e da área técnica.

Estudo Técnico Preliminar - ETP

O Estudo Técnico Preliminar (ETP) é o documento constitutivo da primeira

viabilidade da contratação (art. 6º, XX, da Lei nº 14.133/2021).

É no ETP que define que se declara que o objeto licitatório é de

Na primeira etapa, a equipe de planejamento da contratação será

O planejamento da contratação tem início a partir da identificação de uma

O Estudo Técnico Preliminar (ETP) deverá evidenciar o problema a ser

Descrição da Necessidade da Contratação

Demonstração da Previsão da Contratação

administrativas e finalísticas, os quais suportam o plano estratégico

Lembre-se de que o PCA pode ser alterado!!!

considerando as necessidades e as expectativas dos requisitantes e dos

Recomendo que utilizem o catálogo eletrônico do TCE-MT (código

a serem contratados, com as respectivas memorias de cálculo, nos autos do

O cálculo da estimativa também deve considerar as

Essa pesquisa possibilita a equipe de planejamento identificar o que o

Estimativa do Valor da Contratação

e avaliar a adequação das despesas futuras aos recursos disponíveis para a

Descrição da Solução Como Um Todo

que não serão contratadas, seja porque a organização já as possui ou porque

Justificativas para o Parcelamento ou Não

economicidade, devendo ser realizado desde que seja tecnicamente viável e

Demonstrativo dos Resultados Pretendidos

Trata-se de esclarecer quais serão os benefícios diretos

Providências a Serem Adotadas pela

que determina a solução que será escolhida!!!

Contratações Correlatas e/ou

vez, complementa as análises supramencionadas, identificando as