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O Passo a Passo do Estudo

Técnico Preliminar
Um bom planejamento é um dos primeiros passos para se alcançar a eficiência
nas compras públicas, e para planejar bem as licitações é preciso criar um
estudo técnico preliminar bem fundamentado.

Mas antes de falar da importância desse documento, vamos começar lá do


início, respondendo a perguntas básicas, porém, primordiais para um bom
entendimento, como:

O que é o estudo técnico preliminar?

O estudo técnico preliminar, também conhecido como ETP, é um documento


elaborado para descrever a necessidade de contratação do ente público, bem
como, para apresentar as possíveis soluções para aquela necessidade.

O ETP, vem logo após a etapa da criação do documento de oficialização da


demanda (DOD ou DFD), que quando aprovado, segue então para o início do
processo de contratação.

Para exemplificar melhor, vamos te contar uma história.

João é um chefe de cozinha que está realizando o menu de um casamento,


para isso precisa realizar as compras de todos os alimentos que precisará
utilizar.

Então, ele cria um documento com tudo que é necessário para a criação do
menu e apresenta ao responsável por autorizar.

Após autorizado o menu pela autoridade do seu restaurante, ele parte para a
criação de um documento colocando tudo que é necessário para a realização
do menu, descrevendo como será realizada essa demanda.
O documento precisa conter como serão feitas as compras, quando, onde e
quantidade, além de fazer uma comparação entre as melhores possibilidades
para realização de demanda com economia e qualidade.

Nesse caso, o documento com tudo que é necessário para criação do menu
seria o DOD e o segundo documento que ele apresenta com descrição de
como será realizada a demanda é o ETP.

Realizar o ETP traz mais transparência, além de viabilizar procedimentos mais


econômicos.

Quer saber como criar o estudo técnico preliminar, então continue a leitura e
não perca nenhum detalhe importante! Vamos lá?!

Comece a realizar as compras da sua cidade agora!

Primeiro passo para a construção de um Estudo Técnico


Preliminar

O planejamento pode começar por estabelecer os objetivos a serem


alcançados,
as estratégias e os melhores caminhos e recursos para chegar lá.

O grande problema em não se planejar é não estabelecer esses objetivos e um


plano de ação para alcançá-los, gerando muitas vezes um tempo e um esforço
desnecessário e possivelmente chegando a um lugar diferente do desejado.

Com o estudo técnico preliminar é possível definir a maneira mais assertiva


para atingir o resultado, com os recursos certos e sendo possível observar
também a viabilidade da contratação.

De acordo com a Instrução Normativa nº 40 de maio de 2020, os estudos


técnicos preliminares deverão ser realizados para aquisição de bens, serviços
e obras.

A lei de licitações nº 14.133/21 estabelece alguns objetivos gerais a serem


alcançados pelas compras públicas, vejamos:
I - assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de
contratação mais vantajoso para a Administração Pública, inclusive no
que se refere ao ciclo de vida do objeto;
II - assegurar tratamento isonômico entre os licitantes, bem como a
justa competição;
III - evitar contratações com sobrepreço ou com preços
manifestamente inexequíveis e superfaturamento na execução dos
contratos;
IV - incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional
sustentável.
Nova Lei de Licitações nº 14.133/21
A partir destes objetivos, é possível estabelecer metas e alinhar as intenções
das compras que precisam ser realizadas na sua cidade e começar então a
definir as suas estratégias.
Como vimos, um bom planejamento começa por um estudo técnico preliminar
bem elaborado, e para isso a lei nº 14.133/21, traz alguns dados que precisam
constar nesse documento, aproveite para anotar e criar a sua checklist do ETP,
confira:
1ª É necessário fazer uma descrição da necessidade da contratação, indicando
o problema a ser resolvido com o objetivo de atender o interesse público;
2º Lembre-se de apresentar a previsão da contratação no plano de
contratações anual alinhado com o planejamento da Administração;
3º Indique os requisitos da contratação;
4º As estimativas das quantidades para a contratação devem estar descritas e
acompanhadas das memórias de cálculo e dos documentos que lhes dão
suporte.
5º Faça o registro do levantamento de mercado com a análise das alternativas
possíveis, e justificativa técnica e econômica da escolha do tipo de solução a
contratar;
6º Aponte as estimativas do valor da contratação que devem estar
acompanhadas dos preços unitários referenciais, das memórias de cálculo e
dos documentos que lhe dão suporte, caso a Administração opte por preservar
o seu sigilo até a conclusão da licitação, poderá constar de anexo classificado.
7ª Traga a descrição da solução como um todo, inclusive das exigências
relacionadas à manutenção e à assistência técnica, quando for o caso;
8º Apresente as justificativas para o parcelamento ou não da contratação;
9º Os resultados pretendidos devem ser demonstrados em termos de
economicidade e de melhor aproveitamento dos recursos humanos, materiais e
financeiros disponíveis;
10º As providências a serem adotadas pela Administração antes da celebração
do contrato devem estar no documento, inclusive quanto à capacitação de
servidores ou de empregados para fiscalização e gestão contratual;
11º Descreva as contratações que podem acontecer de forma correlatas e/ou
interdependentes;
12º O possíveis impactos ambientais e respectivas medidas mitigadoras
deverão ser incluídos, bem como, os requisitos de baixo consumo de energia e
de outros recursos, e a logística reversa para desfazimento e reciclagem de
bens e refugos, quando aplicável;
13º Lembre-se de evidenciar o posicionamento conclusivo sobre a adequação
da contratação para o atendimento da necessidade a que se destina.
Essas são informações que darão base ao anteprojeto, ao termo de referência
e a construção do edital, além disso esses dados trazem mais clareza e
organização ao procedimento.
Existem algumas situações em que o estudo técnico preliminar não é exigido,
são os casos das compras por dispensa de licitação em alguns valores e
prorrogações contratuais relativas a objetos de prestação de natureza
continuada.

Gerenciamento de riscos no Estudo técnico preliminar


Todo caminho em direção a um objetivo possui riscos.
Isso acontece porque, como falamos, alguns imprevistos surgem e coisas
extraordinárias podem acontecer.
E para a prevenção de futuros problemas a lei nº 14.133/21 estabelece a
realização de uma análise de riscos.
Através dessa análise de riscos, que pode ser feita no estudo técnico
preliminar, é possível avaliar a probabilidade de problemas acontecerem nos
processos licitatórios e então definir diretrizes para solucionar o problema e
não comprometer o sucesso da licitação.

O Programa de Integridade Gestão de Riscos do Tribunal de Justiça do Distrito


Federal e dos territórios (TJDFT), propõe um modelo de registros de riscos,
com cada etapa do processo de aplicação da gestão de risco na contratação,
confira:

- Objeto de análise: produto ou serviço a ser contratado


- Objetivo a ser alcançado/propósito da contratação
- Gestor(a) de Riscos
- Ordem de criticidade por Nível de Risco Residual (NRR) ou por maior impacto
nos objetivos da contratação (a critério do Gestor de Riscos)
- Eventos de riscos identificados
- Causas e consequências de cada evento
- Controles existentes
- Probabilidade
- Impacto
- Classificação de Nível de Riscos Residual (NRR)
- Resposta ao evento de risco

É importante dizer que existem diferentes metodologias de aplicação de gestão


de riscos.

Por isso, é necessário saber qual é a melhor metodologia que pode ser
utilizada para a sua contratação específica, levando em consideração a
particularidade do órgão público.

O Governo Federal também disponibiliza uma ferramenta digital para a criação


desse documento no sistema Estudo Técnico Preliminar Digital.
Lá funciona como se fosse um formulário onde você pode preencher as
informações solicitadas e ao final obter o seu estudo técnico preliminar.

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