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Review

RESENHA
http://dx.doi.org/10.1590/0101-6628.253

O Serviço House. In this perspective, this essay focuses


in balancing the profession and its grounds
Social e suas in the midst of the countries’ historical
peculiarities, which give a distinctive and
particularidades particular badge to the profession, in view
of its organic relationship with reality.
histórico­ Keywords: Social Work. Fundamentals. His-
tory.
‑profissionais ao
redor do mundo Introdução
Social Work and its
historical-professional
diversity around the world
A abordagem acerca da emergência
do Serviço Social no mundo não
está consensuada na literatura profis-
sional e, tampouco, é tratada de forma
Marileia Goina convergente entre pesquisadores/as. En-
https://orcid.org/0000-0003-4859-3098
quanto uns/umas a entendem no bojo
das respostas da ação social às relações
produtivas oriundas da Revolução In-
Resumo: Este artigo objetiva dialogar com
o Serviço Social ao redor do mundo, a partir
dustrial, na Inglaterra, outros/as a de-
de uma interlocução profícua com as produ- marcam a partir da mirada para a ciên-
ções reunidas na coletânea Serviço Social na cia ocorrida do outro lado do Atlântico,
história, publicada pela Cortez Editora. Nessa
perspectiva, a produção privilegia sintoni- em solo estadunidense — efetivamente
zar a profissão e seus fundamentos no bojo deslocada do caráter assistencial e do
das peculiaridades históricas dos países, as voluntariado inglês.1
quais imprimem selo distinto e particular à
profissão, em face da sua relação orgânica Embora soem como emblemáticas,
com a realidade. tais divergências tornam-se palatáveis
Palavras-chave: Serviço Social. Fundamentos. quando nos aproximamos da diversidade
História. profissional ao redor do mundo e, con-
secutivamente, das distintas concepções
Abstract: This article aims to dialogue
with Social Work around the world, based
on a fruitful dialogue with the productions 1
Para adensar tais perspectivas, consultar:
gathered in the collection Social Work in Goin (2019a); Miranda Aranda (2009); e Mar-
History, published by Cortez Publishing tinelli (2003).

a
Universidade de Brasília (UnB), Brasília/DF, Brasil.
Recebido: 28/2/2021  Aprovado: 12/3/2021

Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 141, p. 339-352, maio/ago. 2021 339
Goin, M.

acerca dos Fundamentos do Serviço So- Sem a pretensão de esgotar o deba-


cial em cada país. São com “essas vozes te, o horizonte é possibilitar a aproxi-
nem sempre consensuais” (Iamamoto e mação à profissão em diferentes países
Yazbek, 2019, p. 12) que nos propomos a e demonstrar, por meio desta resenha, o
dialogar nessa produção, a partir de uma quão necessária é a ultrapassagem das
revisão respeitosa e cuidadosa com a fronteiras geográficas brasileiras, para
obra Serviço Social na história: América entendermos o quanto avançamos desde
Latina, África e Europa, publicada pela a constituição da profissão no Brasil, as
Cortez Editora, no ano de 2019, a qual conquistas históricas (coletivas) da cate-
ocupa de maneira seminal “uma lacuna goria e as lutas que permanecem sendo
na produção acadêmica brasileira quan- travadas para continuarmos disputando
to ao conhecimento do Serviço Social no esse árdua trilha histórico-profissional.
circuito mundial nas últimas décadas”
(Iamamoto e Yazbek, 2019, p. 11).
Nela não só encontramos a repre-
O ato de resenhar o Serviço
sentação de três continentes (america- Social ao redor do mundo:
no, africano e europeu), mas também configurações histórico-
as particularidades nacionais que são -profissionais
terreno privilegiado para sintonizar o
No bojo da heterogeneidade mun-
Serviço Social, seu significado social
dial, as particularidades não são dis-
e suas metamorfoses ao longo do seu
pensadas. Aliás, elas são constitutivas
processo sócio-histórico. Aliás, do início
de uma universalidade complexa, per-
ao fim, o livro privilegia a diversidade
meada de peculiaridades nacionais e de
como “marca decisiva do Serviço Social trajetórias concernentes às suas meta-
nesse universo” (Iamamoto e Yazbek, morfoses. É nesse sentido diverso que a
2019, p. 12). profissão se insere nos países e, por essa
Nessa esteira introdutória, o ar- via, conduz ao seu significado social, ao
tigo objetiva aproximar-se do Serviço seu modo de ser, à sua legitimidade e aos
Social (e seus fundamentos) e de suas traços que a caracterizam, assim como
particularidades histórico-profissionais a sua/s concepção/ões.
ao redor do mundo, a partir dos textos Indispensável sintonizar que, sob a
reunidos na coletânea em questão, ten- ótica brasileira — marcos geográficos
do como radares de análise a gênese, a e territoriais onde nos inserimos —, o
formação em Serviço Social, o trabalho entendimento do Serviço Social e de
profissional, as perspectivas teórico-me- seus Fundamentos2 perpassa: (1) o seu
todológicas e o projeto profissional, as-
sim como o protagonismo das entidades 2
Entende-se por Fundamentos “os elementos
organizativas da categoria. que (a) alicerçam e assentam as bases da

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O Serviço Social e suas particularidades histórico­‑profissionais ao redor do mundo

reconhecimento na divisão social e téc- que não sabem aonde querem chegar
nica do trabalho, (2) a sua inserção em e, por isso, centradas no “como fazer”
processos de trabalho coletivos, (3) a profissional.
existência de um objeto profissional — Ademais, é na relação entre profis-
“questão social” —, (4) a conquista de um são e realidade que se evidenciam as
conjunto de atividades exclusivas (atri-
particularidades nacionais e as distintas
buições privativas), que pecualiarizam
requisições profissionais, uma vez que
a inserção e o trabalho do/a assistente
as profissões são construções históri-
social no âmbito das instituições que o/a
cas e sociais que ganham significado e
contratam; (5) as dimensões teórico-me-
inteligibilidade quando analisadas no
todológicas e ético-políticas que, reuni-
das, conduzem a uma dimensão técni- âmbito do movimento das sociedades
co-operativa qualificada, combativa do nas quais se inserem (Raichelis, 2009)
imobilismo, do pragmatismo e do obs- e, por isso, “a história da sociedade é
curantismo — tão presentes em inter- terreno privilegiado para apreensão das
venções desprovidas de direcionamento, particularidades do Serviço Social: seu
modo de atuar e de pensar incorporados
e construídos ao longo de seu desenvol-
formação e do trabalho profissional ao longo
de sua trajetória sócio-histórica e (b) confe- vimento” (Yazbek e Iamamoto, 2019,
rem configuração particular à profissão em p. 514, grifos das autoras).
face da processual e orgânica relação com
a realidade, interpondo-lhes a necessária Em face disso, a profissão se encon-
apropriação das matrizes de conhecimento tra estreitamente atrelada aos desafios
do social e do movimento da sociedade para
conjunturais, dentre os quais auferem
prover de direção social e política o traba-
lho profissional, seja por viés conservador, evidência as transformações observadas
seja emancipatório” (Goin, 2019a, p. 31). nas últimas décadas no âmbito da acu-
Eles afirmam “[...] a matriz explicativa da
sociedade burguesa e da profissão na inter-
mulação capitalista, com interfaces na
locução entre o Serviço Social e a sociedade, reestruturação produtiva e na financei-
abrangendo múltiplas dimensões: históri- rização da economia, com impactos no
cas, teórico-metodológicas, ético-políticas e
técnico-operativas. Eles também englobam mundo do trabalho, nas políticas sociais
a abordagem histórico-crítica, fundada na e nas relações contraditórias entre os/as
teoria social marxiana, incorporando o mo-
que detêm os meios de produção e os/as
vimento d[a] história. São, assim, elementos
essenciais dessa abordagem a concepção de que dispõem única e exclusivamente da
profissão no movimento histórico da socie- sua força de trabalho; a desqualificação
dade capitalista; a ‘questão social’ e suas
e a despolitização da esfera da política; e
expressões, âmbito privilegiado do exercício
profissional; e o trabalho como categoria o avanço do conservadorismo sem pre-
fundante para analisar o exercício do Servi- cedentes (Yazbek, 2019), com alicerces
ço Social na sociedade capitalista” (Yazbek,
2009, 2018, apud Yazbek e Iamamoto, 2019, protofascistas, que refletem externa e
p. 516). internamente no Serviço Social.

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Historicamente, o Serviço Social não a regular as relações sociais de forma


fica fora de tais determinações, motivo suprema e a profissão, como constitutiva
pelo qual é necessário constituir media- dessa sociedade de mercado, se meta-
ções que o relacionem com as diferentes morfoseia para manter sua necessidade
esferas da vida social no mundo hege- e existência social.
monizado pelo capital (Ávila e Londoño, Em tempos diferentes — e de modo
2019). Desde a gênese da profissão, ao especial no cenário atual, de crise estru-
redor do mundo, não é incomum encon- tural do capital e de interferências nas
trar a interferência da Igreja Católica. diversas esferas da vida social, em que
Apesar de amplamente conhecida sua se engendram novas crises e uma socia-
incidência na constituição da escola chi- bilidade conservadora (Yazbek, 2019) —,
lena,3 em 1929 — primeira escola cató- a formação em Serviço Social, atrelada
lica da América Latina e do Caribe —, ao trabalho assalariado, é requisitada a
e seu espraiamento pela região latino- dialogar com o “emaranhado de contra-
-americana, a Igreja Católica atravessa dições e correlações de forças que se es-
mares e oceanos, em tempos, décadas e tabelece em torno da riqueza socialmen-
conjunturas distintas — França (1907),
te produzida, apropriada privadamente
Suécia (1910), Chile (1929), Argentina
pelo capital para fins de acumulação”
(1930), Portugal (1935), Brasil (1936),
(Raichelis, 2019, p. 70).
Colômbia (1936) e Angola (1962) — para
Brasil, Colômbia e Portugal, por
asseverar sua hegemonia e buscar me-
exemplo, cada um a seu modo, conta-
canismos de proteção e ampliação dos
bilizam mais de oito décadas desde a
espaços de difusão do seu pensamen-
constituição da profissão. Diferentemen-
to, em um cenário de perda de poder e
te dos dois primeiros, que são historica-
privilégios sustentados durante o feu-
mente marcados por traços coloniais e
dalismo.
de exploração, subjugados à periferia do
Apesar dessa característica que
capital, Portugal tem suas marcas na
unifica os países indicados, os rumos
conquista e no domínio de territórios,
profissionais pouco a pouco refutam os
dentre eles Brasil e Angola.
“problemas morais”, relativos à gênese
católica, e constituem caminhos peculia- A formação da primeira escola de
Serviço Social em Portugal, em 1935,
res à sua inserção no circuito capitalista
ocorre em meio à ditadura conduzi-
mundial, ao passo que o mercado passa
da, em grande parte, por António de
O. Salazar, que foi deposta apenas em
3
Escola Elvira Matte de Cruchaga, primeira 1974. Durante esse período, o mundo foi
escola denominadamente católica da Amé-
rica Latina e do Caribe. Para mais informa- atravessado pela II Guerra Mundial em
ções, consultar Goin (2019a). que Portugal, após adotar uma política

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externa de neutralidade, manteve o diá- com o tempo de duração e com a natu-


logo bilateral com ambas as forças beli- reza pública ou privada da instituição de
gerantes. Tal posição, no plano externo, ensino;5 e (3) no cômputo de 17 cursos de
refletia internamente a necessidade de a 1o ciclo, dos quais dez são públicos, con-
ditadura salazarista fomentar mecanis- forme dados de 2019 (Martins e Tomé,
mos ideológicos de hegemonia que esti- 2019). Apesar de a população portugue-
mulassem um sentimento de consenso sa passar pouco mais de 10 milhões de
de classes, característica transversal habitantes (2019) e de o Brasil contabili-
nas principais ditaduras fascistas em zar mais de 210 milhões (2018), é fulcral
todo o mundo. Sobretudo, é a partir do apontar que, em termos quantitativos,
término da ditadura salazarista, ininter- o Serviço Social brasileiro possui uma
rupta por mais de quatro décadas, que oferta aproximadamente 30% maior que
o Serviço Social, assim como abordam a portuguesa, considerando os dados do
Martins e Tomé (2019), se envolve nas Instituto Anísio Teixeira (Inep), de 2018,
lutas sociais e na construção de um pro- que indicavam 451 cursos no Brasil.6
jeto profissional. Em cooperação com a Pontifícia Uni-
A adesão à Declaração de Bolonha4 versidade Católica de São Paulo, é criado
impacta no Serviço Social, assim como o primeiro mestrado (1987) e doutorado
na educação como um todo, e resulta (1) (1997) na área que, além de prodigiosos
na formação em ciclos, sendo o primeiro na qualificação acadêmica, rebateram
voltado à formação para “o mercado de diretamente no trabalho profissional.
trabalho, o segundo, conducente ao grau São sob estes auspícios que
de mestre, para aprofundamento dos
conhecimentos já obtidos e para espe- [...] a categoria profissional inicia o de-
cializar para a investigação e para a pro- bate e a proposta de criação da Ordem
fissão” (Martins e Tomé, 2019, p. 390), e dos Assistentes Sociais (OAS), configu-
o terceiro, por sua vez, correspondente rando a construção de um projeto pro-
ao doutoramento; (2) no aumento dos fissional, regulador da formação e do
custos da formação, que varia de acordo exercício da profissão, norteado por va-
lores éticos e políticos de compromisso

4
A Declaração de Bolonha foi assinada em
1999 entre ministros da Educação de di- 5
Dados de 2005 revelam que enquanto as
versos países da Europa e, a partir da cons- mensalidades nas instituições privadas gi-
trução de um Espaço Europeu de Educação ravam em torno de sete salários mínimos
Superior, constitui-se em um marco de re- portugueses, nas públicas esse montante
ferência para as reformas universitárias, estava em torno de dois salários (Martins e
pelas quais a educação superior passa a ser Tomé, 2019).
dimensionada por interesses não só econô- 6
Para maiores informações, consultar Goin
micos, mas também políticos. (2019b).

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com a efetividade dos direitos sociais e do contingente profissional é absorvida


humanos e a defesa de uma sociedade pelos serviços públicos, com melhores
justa sem discriminação de qualquer salários, direito a férias e horário de
natureza (Martins e Tomé, 2019, p. 388). trabalho reduzido, a outra está vincu-
lada aos serviços privados, de natureza
Promulgada a lei que cria a OAS lucrativa ou sem fins lucrativos, nos
em 2019, igualmente significativa nesse quais prevalecem a flexibilização e a
mesmo ano é a constituição da Socie- desregulamentação das relações de tra-
dade Científica em Serviço Social, que balho, contratos precários, polivalência,
tem o intuito de contribuir com a con- trabalho aos fins de semana e feriados,
solidação acadêmica do Serviço Social folgas rotativas, baixos salários, múlti-
português e com a produção do conhe- plos vínculos, estímulo à pejotização e
cimento científico na área. Entretanto, ao empreendedorismo, num cenário de
a tardia regulamentação profissional crescente destituição de direitos e de
ainda constitui um dos mais significa- “incorporação da ‘ideologia gerencialis-
tivos desafios aos/às assistentes sociais ta’ [que] esvazia conteúdos reflexivos
portugueses, na medida em que não só e criativos do trabalho, enquadrando
fragiliza a articulação entre formação, processos e dinâmicas institucionais
trabalho e organização política (Martins às metas de controle de qualidade e de
e Tomé, 2019), como também relega ao produtividade a serem alcançadas” (Rai-
segundo plano a constituição de um pro- chelis, 2019, p. 71).
jeto profissional ética e politicamente O cenário de crise do capitalismo
referenciado. contemporâneo e de mundialização fi-
Na envergadura da diplomação na nanceirizada dos capitais impacta dire-
área, a profissão não só registrou seu tamente na gestão e na organização do
crescimento exponencial — que, entre trabalho, pois gera
acréscimo e decréscimo, registra aumen-
to significativo nas últimas décadas —, [...] processos continuados de informali-
como também a ampliação dos espaços zação e flexibilização dos contratos de
sócio-ocupacionais, sendo a carreira trabalho por meio de trabalhos terceiri-
Técnica Superior de Serviço Social na zados, subcontratados, temporários, em
domicílio, em tempo parcial ou por ta-
administração pública, em 1991, seu
refa/projeto, para citar apenas algumas
principal exemplo.7 Como evidenciam
das diferentes formas de precarização a
Martins e Tomé (2019), se uma parte que estão submetidos os trabalhadores
no “novo e (precário) mundo do trabalho”
7
Carreira que foi extinta com a reforma da (Alves, 2000). Essas metamorfoses atin-
administração pública, em 2008. gem duramente o trabalho assalariado,

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sua realização concreta e as formas de e reprodução social que, inserido no sis-


(des)subjetivação na consciência dos tema mundo, apresenta altos níveis de
trabalhadores, com impactos nas di- superexploração e pauperismo (Ávila e
nâmicas associativas, organizativas e Londoño, 2019, p. 244).
na afirmação de identidades coletivas
(Raichelis, 2019, p. 71). Como produto das condições e de-
mandas oriundas do desdobramento das
Independentemente da natureza relações sociais, a criação da primeira
institucional (pública ou privada), a des- escola de Serviço Social na Colômbia,
valorização salarial dos/as assistentes em 1936, combinou as requisições do
sociais tem sido uma constante — che- Estado, em face do avanço do capita-
gando a aproximadamente dois salários lismo monopolista, e as orientações da
mínimos portugueses — juntamente ao
hierarquia católica. Dessa maneira, o
processo de desprofissionalização de-
Serviço Social colombiano é encarregado
sencadeado pela privatização dos ser-
de atender às requisições de seu maior
viços públicos (Martins e Tomé, 2019).
empregador, o Estado, com respostas
Nessa via, é notório que fazem parte “especializadas” às demandas do capi-
da realidade histórico-profissional dos/ tal e das classes trabalhadoras (Ávila e
as assistentes sociais portugueses as Londoño, 2019).
mudanças formativas a partir de Bo-
Nos limites de uma economia peri-
lonha, a ampliação dos custos de for-
férica e dependente, a luta de classes na
mação, a fragilização dos vínculos de
Colômbia se intensifica no decorrer das
trabalho, os baixos salários e o conse-
primeiras décadas da segunda metade
cutivo escamoteio da centralidade das
do século XX, assim como na América
discussões sobre projeto profissional.
Latina como um todo, e promove não só
Em terras latino-americanas, por
a organização da classe trabalhadora,8
sua vez, as particularidades históri-
co-profissionais diferem em relação à
portuguesa, uma vez que sua inserção
8
“A classe trabalhadora se manifesta por
meio da luta sindical; partidos políticos
no circuito mundial se opera a partir do como o Comunista fortalecem sua incidên-
metabolismo do capital monopolista na cia em algumas regiões; acrescenta-se a luta
periferia mundial. camponesa com organização como a ANUC
(Associação Nacional de Usuários Campo-
neses); há visibilidade e capacidade de luta
O desenrolar de uma economia depen- dos povos indígenas, representados pela
dente com pouco desenvolvimento das ONIC (Organização Nacional de Indígenas
da Colômbia); os estudantes propiciam um
forças produtivas, regulada por relações
novo contexto na área da educação através
de subordinação ao capital transnacio- da FUN (Federação Universitária Nacional),
nal, constitui um sistema de produção principalmente nas universidades públicas;

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mas também cria condições objetivas de os pressupostos doutrinários e as


para repensar a relação entre profissão técnicas elaboradas em outras latitu-
e realidade. Nesse período, o processo des demonstrarem inoperância diante
renovador colombiano se inscreve no das reais demais do “homem concreto”
(Goin, 2019a, p. 89).
bojo do Movimento de Reconceituação
na América Latina, que teve como prin-
cipais vetores, segundo Netto (2007): Apesar do atrelamento ao movimen-
(1) a crise das ciências sociais, que pas- to crítico de nível regional, no Serviço
sam por um processo de renovação; (2) o Social colombiano, contemporanea-
fortalecimento do movimento estudan- mente, ainda prevalece uma formação
til; e (3) a renovação da Igreja Católica. instrumental, utilitarista e pragmática,
Mais do que fatores externos à profissão, cuja dimensão prática impera sobre a
eles levantam indagações político-ideo- teórica — não dispõe de uma unidade,
lógicas acerca da condução profissional, mas de sobreposição e do desprestígio
em face das transformações políticas, da dimensão teórica e do caráter político
econômicas e sociais da realidade latino- em detrimento do operativo. Esses “pro-
-americana. Indistintamente, o processo cessos que reforçam a formação prag-
então instaurado constitui um dos mar- mática e utilitarista do conhecimento,
cos fundamentais do Serviço Social na na qual a teoria deve estar a serviço de
América Latina, por meio de sua aplicabilidade imediata, que despre-
za o cultivo às abstrações e à apreensão
[...] um movimento de denúncia e con- da totalidade histórica e reproduz a falsa
testação ao “Serviço Social Tradicional”, dicotomia entre conhecimento teórico
com o consecutivo rechaçamento exe- e prática social” (Raichelis, 2019, p. 79)
cutivo e a valorização do estatuto inte- tornam o discurso pós-moderno mais
lectual, na metade da década de 1960. permeável, “considerando ainda, a au-
Longe de se revelar como um conjunto sência, em grande parte, dos(as) jovens
monolítico, o processo então iniciado
que ingressam na universidade, de so-
canalizou esforços para (re)pensar a
cialização da política em movimentos
profissão no âmbito das mudanças da
sociais, sindicatos, partidos e/ou cole-
sociedade latino-americana, em face
tivos de luta da classe trabalhadora”
(Raichelis, 2019, p. 79). Ademais, com
criam-se fortes movimentos sociais, como o expressivos componentes tradicionais
Frente Unido, liderado por Camilo Torres, e a
ANAPO (Aliança Nacional Popular), ao mes-
— que, por sua vez, tornam diminutas
mo tempo em que surgem distintos grupos as pesquisas sobre a mercantilização do
guerrilheiros, como as Forças Armadas Re- ensino e sobre a formação a distância,
volucionárias da Colômbia (FARC), Exército
de Libertação Nacional (ELN) [...]” (Ávila e existentes há vários anos no país (Ávila
Londoño, 2019, p. 249). e Londoño, 2019) —,

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[...] reativa-se o pensamento conserva- consecutivamente, pelo zelo ao traba-


dor, restaurador e defensor da ordem lho profissional. Além disso, a profissão
instituída e o pensamento reacionário, dispõe de Código de Ética10 que somado
que confronta valores democráticos e à regulamentação se constituem em
propõe a eliminação de direitos. Emerge elementares instrumentos jurídicos no
uma sociabilidade e uma nova política
âmbito da categoria profissional na Co-
inscritas na agenda neoliberal, pois as
lômbia, apesar da ausência de um explí-
transformações em andamento correm
cito projeto profissional ético e político
não apenas em relação à ordem eco-
hegemônico — o que não quer dizer que
nômica, mas constituem um conjunto
de mudanças e processos assimétricos não exista, pois desde o Movimento de
e desiguais que atingem múltiplas di- Reconceituação a suposta neutralida-
mensões da vida social. [...] A nova so- de profissional vem sendo colocada em
ciabilidade e a nova política, inscritas xeque.
na agenda neoliberal, vêm provocando Em outras latitudes, o Serviço Social
metamorfoses no campo da subjetivi- angolano se particulariza do português
dade, expressas no individualismo com- e do colombiano. No caso de Angola, que
petitivo exacerbado, pressionado pelo
se independentiza em 1975 e tem sua
consumo e que vive com um grau de
sociedade historicamente marcada pelo
incerteza e ansiedade sem precedentes.
colonialismo e pelos processos sócio-
Fragmentam-se as diferentes esferas
-históricos externos — fim da II Guerra
da vida social e referências culturais e
Mundial; mundo dividido em face da
simbólicas que tornavam o mundo re-
conhecível são colocadas em questão
busca de hegemonia mundial, sobretu-
(Yazbek, 2019, p. 94). do dos países periféricos e emergentes;
surgimento de países não alinhados com
É indispensável apontar que, di- os blocos em conflito; florescimento da
ferentemente do português, o Serviço classe operária na Europa e do avanço
dos ideais socialistas; independência de
Social colombiano é regulamentado pela
países africanos sob a inspiração socia-
Lei n. 53, de 1977, com Decreto Regula-
lista (Monteiro, 2019) —, o Serviço Social
mentar n. 2.833, de 1981, o qual também
que nasce em face do alargamento do
cria o Conselho Nacional de Trabalho
Estado tem suas características “mo-
Social,9 instância político-organizativa
dernas” constituídas sob as bases do
que reúne diferentes entidades profis-
“arcaico”, sem rupturas com as relativas
sionais e é responsável, em território
nacional, pela carteira profissional e,
10
Conforme Ávila e Londoño (2019), no decor-
rer da história, o Serviço Social colombiano
9
Assemelha-se ao Conselho Federal de Ser- teve aprovados três Códigos de Ética, data-
viço Social (CFESS), no Brasil. dos de 1981, 2002 e o vigente, de 2015.

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ao tempo colonial, cujas bases estiveram questão psicológica e, por essa via, sua
ancoradas em “vertentes teórico-meto- aceitação perpassaria a via terapêuti-
dológicas positivistas fundadas numa ca, individual e familiar; e (3) a assis-
sociologia empirista e de inspiração fun- tencialização da barbárie do capital e a
cionalista-sistêmica, com forte pendor criminalização de suas manifestações,
doutrinal católico de inspiração tomista que reiteram repressão e assistência no
ou neotomista” (Monteiro, 2019, p. 372). trato das contradições de classes.
Num cenário de crescimento da eco- Passados 28 anos de “luto e congela-
nomia, em que: “agravam-se as condi- mento” da profissão em território ango-
ções de vida da população, as taxas de lano12 —termos utilizados por Monteiro
inflação atingem níveis elevadíssimos, (2019) —, sua reinstituição em 2005 —
não permitem poupanças e as taxas sob mando católico, institucionalizado
de desemprego são igualmente altíssi- na atual Universidade Católica de An-
mas” (Santo, 2019, p. 353), a formação gola — se dá em nível superior, “com
é demandada e legitimada pelo Estado duração de quatro anos e proporciona
capitalista,11 ao vislumbrar reformas uma formação científica, técnica, moral
dentro da mesma ordem que a deman- e doutrinária” (Monteiro, 2019, p. 371),
da, e a legitima como profissão a partir da gênese aos dias atuais. Entretanto, é
de princípios norteadores que tratam na virada da primeira década do século
os processos sociais isolados e respon- XXI que a formação graduada (para os/
sabilizam os sujeitos pela sua condição as angolanos/as, licenciada) aufere re-
individual — a chamada psicologização forço de caráter estatal e pós-graduada,
do social. Nessa esteira, ao referir as ten- esta sob colaboração direta do Programa
dências que interferem decisivamente de Estudos Pós-Graduados da Pontifícia
nas respostas institucionais à “questão Universidade Católica de São Paulo, as-
social”, Iamamoto (2019) assevera: (1) o sim como ocorreu em Portugal.
reforço ao individualismo e a responsa- Ao sistematizar as características
bilização da família pela superação da
profissionais contemporâneas, Monteiro
pobreza, ao transferir para os sujeitos
(2019, p. 372, grifos nossos) indica que
e sua família a responsabilidade pelo
enfrentamento às desigualdades; (2) a [...] a formação do Assistente Social em
moralização da “questão social”, em que Angola está voltada para a intervenção;
a tendência é encarar a pobreza como

12
Logo após proclamada a independência de
11
Nos termos de Monteiro (2019, p. 370), o Angola (1975), a única escola de formação
“novo” Estado não é “mais colonialista, nem em Serviço Social é extinta e, assim, a for-
socialista, mas capitalista, aberto à econo- mação é retomada apenas nos idos de 2005
mia de mercado e ao pluripartidarismo”. (Monteiro, 2019).

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O Serviço Social e suas particularidades histórico­‑profissionais ao redor do mundo

uma formação com clara preocupação de trabalho do Assistente Social em An-


com a tecnificação do profissional, ca- gola, sobretudo através dos setores de
racterizada por um aparato de discipli- saúde, de políticas voltadas à proteção
nas voltadas ao domínio da informática,
e de educação de crianças, seguindo os
gestão de projetos sociais, entre outras;
setores de ordem, de defesa e de segu-
inexistência de uma corrente ou teo-
rança”, embora parcela significativa não
ria social como privilegiada ou “hege-
mônica”, o que coloca fronteiras muito exerça a função de assistente social pro-
tênues entre um ecletismo desavisado priamente dita, pois não existe o cargo
e um pluralismo inconsciente; presen- no quadro orgânico das instituições.
ça das noções de Serviço Social com Assim como Portugal e Colômbia,
“casos”, “grupos” e “comunidades”; forte o Serviço Social angolano também não
presença da visão católica e moderna
dispõe de um projeto profissional cole-
sobre a “questão social” e seus modos de
tivo, que dirige e norteia ética, política e
enfrentamento, constantes pelo menos
conscientemente a profissão.13 Apesar da
nos documentos oficiais que orientam
a prática formativa [...]. indefinição de um projeto dessa magni-
tude, não significa dizer que a profissão
Apesar da inexistência de Código de se desenvolva destituída de orientação
Ética — vale lembrar que, dependendo teleológica. Aliás, essa dimensão está
dos valores que inspiram as intervenções impressa em toda intervenção, seja ela
socioinstitucionais do Assistente Social, inspirada em qualquer tendência teóri-
podem “ser mecanismo de violações vo- co-metodológica ou doutrinária. O que
luntárias ou inconscientes dos sujeitos estamos enfatizando é que a ausência de
que são demandantes e/ou usuários do um projeto profissional coletivo — que
trabalho profissional do Assistente So- não é corporativo porque é dotado de ca-
cial” (Monteiro, 2019, p. 377) —, o Servi- ráter ético e político e, por isso, elevado
ço Social angolano dispõe da Associação a uma dimensão de universalidade —,
dos Assistentes Sociais que, juntamente
às Escolas de Serviço Social, reconhece 13
“[...] construir o projeto ético-político da
como usuários/as os sujeitos que utili- profissão em Angola constitui [um] desafio
zam as políticas sociais, considerando que, entre outras coisas, pressupõe investir
em mediações políticas capazes de superar
que a luta pelos direitos é conquista dos heranças e presenças conservadoras que
movimentos sociais organizados, dos alimentam gestões autoritárias e integra-
quais a profissão participa (Monteiro, listas por um lado, e, por outro, possam dar
uma direção política ao quadro da ‘relativa
2019). autonomia’ da profissão que, em Angola,
Em relação ao trabalho profissional, sob pena de simplesmente abraçar de modo
quase ‘natural’ o ideário conservador que
Monteiro (2019, p. 374) elucida que “o lhe deu origem, quer no tempo colonial como
Estado é o principal consumidor da força na atualidade” (Monteiro, 2019, p. 377).

Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 141, p. 339-352, maio/ago. 2021 349
Goin, M.

como dispõe Iamamoto (2019), dificulta Considerações finais


a articulação entre o dever ser profissio-
nal e o exercício concreto da profissão Uma obra de contribuição inestimá-
no contexto das condições contraditórias vel. Rigor científico, diversidade e inter-
de realização, mediadas pelo estatuto nacionalização, como vimos nas linhas
assalariado e pela organização política resenhadas, são características orgânicas
das classes. Ademais, amplia, em escala dessa coletânea, que sob os olhos nati-
vos permite o diálogo entre realidades
vertiginosa, as seduções ao imobilismo,
ao redor do mundo tão particulares e,
ao trabalho repetitivo, à centralidade
ao mesmo tempo, reveladoras de eixos
da técnica, à premência do quantitativo
convergentes, marcas de sua história.
em detrimento do qualitativo e ao pro-
vimento de uma razão instrumental, Assim como o título da coletânea
embebida de irreflexão e praticismo. anuncia, a “viagem profissional” entre o
continente americano, africano e europeu
No bojo das linhas escritas, ficam
é inspiradora, ao passo que nos aproxi-
nítidas as particularidades histórico-
ma de regiões geograficamente distan-
-profissionais dos países abordados — e
tes, mas ao mesmo tempo próximas em
que não se limitam a eles, mas são uma
termos profissionais, porque as particu-
amostra promissora para sintonizar o
laridades profissionais relativas a cada
Serviço Social ao redor do mundo —, as
país revelado não destoam de um feroz
quais resultam em instigante e profícuo
capitalismo contemporâneo, capitaneado
desocultamento da inserção da profissão pelo capital produtivo internacional, pelo
no circuito internacional, tão necessário capital que rende juros e pela radicaliza-
na trama da (re)produção do capitalismo ção de raiz liberal e privatista.
contemporâneo.
As “reveladas dimensões do processo
Esse revigorante livro se insere e de institucionalização e desenvolvimento
nos brinda com análises e reflexões no do Serviço Social na história dos paí-
“[...] solo movente, imprevisível e prenhe ses e suas metamorfoses — o que já é
de possibilidades, contradições e limites uma contribuição exemplar e inédita”
para esta profissão/área do conhecimen- (Yazbek e Iamamoto, 2019, p. 514, grifos
to, cujas requisições societárias e inscri- das autoras) — não param por aí. Seu
ção no processo social são fortemente ineditismo permite que o/a leitor/a seja
sensíveis ao contexto” (Behring, 2019, interlocutor/a no circuito internacional,
s. p.). Ademais, permite reconhecer a ao possibilitar a apreensão dos desafios
diversidade do Serviço Social no mun- imensuráveis colocados à profissão, em
do e os seus desafios históricos frente termos de formação, trabalho ou direcio-
às condições prementes deste início de namento profissional, no contexto desse
século no universo espelhado. tempo histórico.

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O Serviço Social e suas particularidades histórico­‑profissionais ao redor do mundo

Nesse sentido, a preocupação evi- Referências


denciada na introdução do presente ar-
ÁVILA, Roberth Salamanca; LONDOÑO, Ser-
tigo de resenhar de forma respeitosa e
gio Andrés Quintero. O Serviço Social na
cuidadosa, da primeira à última linha, Colômbia: história e contemporaneidade. In:
teve como pressuposto não comparar YAZBEK, Maria Carmelita; IAMAMOTO, Ma-
realidades tão distintas e diversas, no rilda Villela (org.). Serviço Social na história:
bojo de processos sócio-históricos dos América Latina, África e Europa. São Paulo:
Cortez, 2019. p. 242-268.
países aqui selecionados, mas dar “voz”
aos/às autores/as nativos/as, os quais BEHRING, Elaine. Orelha. In: YAZBEK, Ma-
são as veias que pulsam e movimentam ria Carmelita; IAMAMOTO, Marilda Villela
(org.). Serviço Social na história: América La-
a profissão nas fronteiras nacionais.
tina, África e Europa. São Paulo: Cortez, 2019.
“Esta publicação [que] oferece um
BOSCHETTI, Ivanete. Quarta capa. In: YAZ-
rico acervo de contribuições acerca dos
BEK, Maria Carmelita; IAMAMOTO, Maril-
fundamentos do Serviço Social com dis- da Villela (org.). Serviço Social na história:
tintas formas de explicar a profissão e América Latina, África e Europa. São Paulo:
área de conhecimento e para o exercí- Cortez, 2019.
cio de suas atividades no âmbito das GOIN, Marileia. Fundamentos do Serviço
relações entre o Estado e a sociedade Social na América Latina e no Caribe: con-
de classes” (Yazbek e Iamamoto, 2019, ceituação, condicionantes sócio-históricos
p. 511) preenche uma lacuna aberta en- e particularidades profissionais. São Paulo:
Papel Social, 2019a.
tre a interlocução da produção do conhe-
cimento de pesquisadores/as brasileiros/ GOIN, Marileia. Tendências atuais no ensino
dos Fundamentos do Serviço Social. Textos
as e internacionais, na medida em que
& Contextos, Porto Alegre, v. 18, n. 2, p. 1-12,
oferece um panorama da diversidade do jul./dez. 2019b.
Serviço Social no mundo e “revela que
IAMAMOTO, Marilda Villela. O Serviço So-
a pluralidade de formatos forjada nas
cial brasileiro em tempos de mundialização
condições históricas de cada país assen- do capital. In: YAZBEK, Maria Carmelita;
ta-se nas particularidades dos processos IAMAMOTO, Marilda Villela (org.). Serviço
de (re)produção do capital e da questão Social na história: América Latina, África
social (Boschetti, 2019, s. p.). e Europa. São Paulo: Cortez, 2019. p. 34-61.

As instigantes reflexões e análises IAMAMOTO, Marilda Villela; YAZBEK, Ma-


apresentadas na obra a tornam leitura ria Carmelita. Introdução. In: YAZBEK, Ma-
ria Carmelita; IAMAMOTO, Marilda Villela
obrigatória para todos/as que buscam
(org.). Serviço Social na história: América
aprofundar, sob a ótica dos Fundamentos Latina, África e Europa. São Paulo: Cortez,
do Serviço Social, a apreensão das múl- 2019. p. 11-30.
tiplas determinações que incidem sobre MARTINELLI, Maria Lúcia. Serviço Social:
a profissão e a sua diversidade histórico- identidade e alienação. 8. ed. São Paulo: Cor-
-profissional ao redor do mundo. tez, 2003.

Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 141, p. 339-352, maio/ago. 2021 351
Goin, M.

MARTINS, Alcina; TOMÉ, Maria Rosa. Neoli- IAMAMOTO, Marilda Villela (org.). Serviço
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tos de Bolonha e das políticas de austeridade e Europa. São Paulo: Cortez, 2019. p. 62-85.
na formação e no trabalho. In: YAZBEK, Ma-
SANTO, Felisbela A. Espírito. Serviço Social
ria Carmelita; IAMAMOTO, Marilda Villela
em Angola. In: YAZBEK, Maria Carmelita;
(org.). Serviço Social na história: América
IAMAMOTO, Marilda Villela (org.). Serviço
Latina, África e Europa. São Paulo: Cortez,
Social na história: América Latina, África e
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RAICHELIS, Raquel. O trabalho do assisten-


te social na esfera estatal. In: CONSELHO
FEDERAL DE SERVIÇO SOCIAL (CFESS);
Sobre a autora
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ENSINO E Marileia Goin – Assistente social,
PESQUISA EM SERVIÇO SOCIAL (ABEPSS). Mestre e Doutora em Serviço Social. Pro-
Serviço Social: direitos sociais e competên- fessora da Graduação e da Pós-Gradua-
cias profissionais. Brasília: CFESS/ABEPSS, ção do Departamento de Serviço Social.
2009. p. 377-392. Líder do Grupo de Estudos e Pesquisas
RAICHELIS, Raquel. O Serviço Social no Bra- sobre Fundamentos do Serviço Social e
sil: trabalho, formação profissional e projeto América Latina.
ético-político. In: YAZBEK, Maria Carmelita; E-mail: mari.goin84@gmail.com

352 Serv. Soc. Soc., São Paulo, n. 141, p. 339-352, maio/ago. 2021

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