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Ministério DramArt
Um par de mãos com unhas pintadas, uma saia curta, um cabelo exótico, um estilo irreverente
ou o comportamento de quem pensa diferente de nós... Quando julgar o próximo se tornou
mais importante do que falar do amor de D-s? Fundamos então o "padrão" da igreja, o
"cristão" pré-formatado de fábrica com carimbo de fariseu na testa. O "cristão" da Lei sem a
Graça. Tudo isso diluído na impaciência e intolerância. Jesus fez o oposto. Lutou contra o
isolamento, posicionou-se contra a hipocrisia, não acusou a mulher adúltera, expulsou do
templo quem fazia da casa de D-s uma bagunça, andou com pecadores e demostrou amor por
cada um deles. Por que então nós fazemos diferente? Reflita em cada frase dessa música e
preste atenção em qual personagem você se encaixa. Essa peça é um desabafo, uma crítica,
um grito.
MÚSICA Entrega
3 anos
Guia de Profissões | Música
Sequência didática
Tópico 1
Atividade 1 : Leitura do poema, audição da música e comentários
Música: “Geração Coca-Cola” – Legião Urbana
Poema: “Ode ao Burguês” – Mário de Andrade[1]
O professor inicia a atividade lendo o poema com os alunos, em voz alta, em voz
baixa, uma, duas, três vezes, até ele se tornar mais familiar, até ele ser “sentido”. Para
a música, é sempre bom reservar um bom aparelho e pedir silêncio para que as
condições da audição sejam adequadas.
Antes de qualquer análise do poema ou da música, é imprescindível que se comente
[2] ambas as obras.
É importante situar o poema no momento histórico para que, mais adiante, na
conclusão, possamos apresentar o movimento literário, o Modernismo. Também será
a ocasião de discutir palavras e imagens estranhas, tudo devendo ser explicado pelo
professor, mas partindo da percepção dos alunos, de suas dificuldades, perguntas,
estranhezas. Pode-se dizer que se trata de uma “vivência” do poema, um contato
maior com matéria (o assunto do poema) e com o material (a forma do poema).
Só num segundo momento é que o poema sairá da vivência dos alunos para o plano da
análise do texto propriamente, situado no seu momento da história.
“Ao lado da economia agrícola que até então dominara, se desenvolve a mobiliária: o
comércio e o crédito”[3] e, com isso, passa a haver uma “disputa” entre os
proprietários rurais em crise e a burguesia crescente. Ambos pertencem à classe
dominante, defendendo seus próprios interesses e explorando o povo cada vez mais
pobre, ou seja, nessa disputa pelo poder, político e econômico, quem perde é a classe
menos favorecida. Conforme afirmou Alfredo Bosi, em Dialética da Colonização, na
poesia de Gregório de Matos “o que está em jogo (...) é (...) uma rija oposição
estrutural entre a nobreza, que desce, e a mercancia, que sobe”.
O Brasil de Cazuza, por sua vez, saía de um longo ciclo ditatorial e vivia um clima de
democracia ainda incipiente, mas suficiente para liberar as energias contidas. Cazuza
desempenhou um papel importante nesse processo.
Lembrar que o poema se insere no sistema colonial, onde cada passo da seqüência
corresponde a instituições que organizam a sociedade. Há várias vozes no poema
contestando e questionando, compondo um debate. Para que os alunos percebam
esse tom de debate, propor a eles a leitura alternada em voz alta.
“Brasil” – Cazuza – Uma das músicas de maior sucesso de Cazuza, “Brasil” está inserida
no disco Ideologia. O Brasil encontrava-se, mais uma vez, afundado na recessão e com
um presidente não eleito pelo povo após anos de ditadura militar. “Brasil” retrata de
forma contundente o novo (ou velho?) cenário político que se configurava.
Ambos deixam bem claro que o capital/dinheiro é que determina a “hora e a vez” do
indivíduo: “o meu cartão de crédito é uma navalha” (“Brasil”); “Quem causa tal
perdição?..... Ambição.” (“Epílogos”). O povo, alienado e ignorante, é incapaz de
mudar esse quadro, aceitando a situação passivamente: “Será que é meu fim ver TV a
cores na taba de um índio programada só para dizer sim?” (“Brasil”) ou em: “a pagar
sem ver toda essa droga que já vem malhada antes d'eu nascer” (“Epílogos”)
Tópico 3
Atividade 1 – Leitura, audição, interpretação e produção de texto
Música: Homem na estrada – Racionais MC's.
Poema: Operário em construção – Vinicius de Moraes
O objetivo deste primeiro momento é despertar os alunos para a reflexão sobre os
problemas atuais; utilizar o debate tanto para este momento como para a seqüência
das próximas aulas, uma vez que este gênero possibilita o desenvolvimento da
capacidade de argumentação:
Tendo posições diferentes em relação à questão colocada, porém não
necessariamente contraditórias, cada participante do debate pressupõe nos outros,
participantes ou ouvintes, a faculdade da razão e a vontade de encontrar através do
raciocínio uma solução coletivamente aceitável para a questão. (...) O debate aparece,
assim, como a construção conjunta de uma resposta complexa à questão, como
instrumento de reflexão que permite a cada debatedor (e a cada ouvinte) precisar e
modificar sua posição inicial (Schneuwly, Dolz, 1999, p. 12) Além dessa qualidade
intrínseca ao gênero, acreditamos que haverá maior participação dos alunos e a aula
será mais dinâmica.
Ao ouvir a música, o aluno poderá reconhecer nela fatos comuns ao seu cotidiano,
porém, em uma realidade “inventada ou recriada” pelo autor. Em primeiro lugar,
discute-se a biografia dos autores da música, cuja pesquisa deverá ter sido
previamente solicitada aos alunos, já que são eles que conhecem e sabem como
procurar as informações sobre os integrantes da banda. Cabe ao professor organizar e
selecionar, para efeito do trabalho escolar, as informações que os alunos trouxerem.
Por se tratar de um grupo muito popular na periferia, os alunos têm muitas
informações e isso já os estimularia a emitir suas opiniões. O mesmo ocorreria com a
leitura e audição (por possuir uma gravação com Vinicius de Moraes) do poema O
operário em construção e, logo após este momento, fazer uma breve exposição da
biografia do autor. Para a biografia do grupo de rap Racionais, selecionamos um texto
eletrônico. Clique aqui para ter acesso.
Outras sugestões
1.Música: “Índios” – Legião Urbana
Poema: “Romance I ou da Revelação do Ouro” – Cecília Meireles