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As Políticas Públicas sobre Inclusão – BEATRIZ CARDOSO CORREA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS

BEATRIZ CARDOSO CORREA

AS POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE INCLUSÃO

Rio Brilhante/MS
2021
As Políticas Públicas sobre Inclusão – BEATRIZ CARDOSO CORREA

CENTRO UNIVERSITÁRIO DA GRANDE DOURADOS

BEATRIZ CARDOSO CORREA

Artigo Científico elaborado na


disciplina de TRABALHO DE
CONCLUSÃO DO CURSO, como
requisito parcial para obtenção do
grau de LICENCIADO no curso de
PEDAGOGIA, orientado pela
Professora Me. Ana Paula Pachega

Rio Brilhante/MS
2021
As Políticas Públicas sobre Inclusão – BEATRIZ CARDOSO CORREA

AGRADECIMENTOS

Agradeço primeiramente a Professora Me. Ana Paula Pachega, por ter sido
minha orientadora e ter desempenhado tal função com dedicação.
À instituição de ensino Unigran EAD, essencial no meu processo de formação
profissional, e por tudo o que aprendi ao longo dos anos do curso. E por último a
Divany Nascimento Cardoso, minha mãe que sempre me apoio nos meus estudos.
As Políticas Públicas sobre Inclusão – BEATRIZ CARDOSO CORREA

AS POLÍTICAS PÚBLICAS SOBRE INCLUSÃO

CORREA, BEATRIZ CARDOSO


PACHEGA, ANA PAULA

RESUMO

A temática abordada nessa pesquisa foi as Políticas Públicas sobre Inclusão, refere-
se a medidas criadas pelo governo para garantir direitos, assistência e prestações
de serviços para alunos com deficiências, como leis que asseguram o direito a
educação no ensino regular, foram expostos documentos e normas sobre as
Políticas de inclusão nas escolas públicas. O objetivo da pesquisa foi compreender
como é feito o processo educacional de alunos com deficiências no ensino regular e
a aplicabilidade das políticas de inclusão, realizada por meio de estudo e
levantamento bibliográfico sobre as políticas públicas de inclusão, analisando
periódicos e pesquisas em sites como Google acadêmico, Scielo e Portal do MEC. O
referencial teórico teve como foco as leis sobre inclusão escolar, enfatizando a
igualdade, o direito a educação a todos os cidadãos e respeito as diferenças.
Apresentou como base de interlocução, autores como Garcia (2004), Lasta (2012),
Pletsch (2014), MEC (2018) e CNE (2010). O aprofundamento teórico trouxe como
reflexão a importância das políticas públicas inclusivas para que o processo de
inclusão seja efetivado. Os princípios resultados vemos que para ser efetivada essas
políticas envolvem vários indivíduos como professores, família, instituições, a união,
estado e municípios, a partir da análise dos dados, pode-se perceber que educação
inclusiva precisa de infraestrutura adequada e profissionais qualificados para
proporcionar uma educação de qualidade para estes alunos.

Palavras-chaves: Políticas Públicas. Inclusão escolar. Pessoa com Deficiência.

ABSTRACT

The theme addressed in this research was Public Policies on Inclusion, it refers to
measures created by the government to guarantee rights, assistance and provision
of services for students with disabilities, such as laws that ensure the right to
education in regular education, documents and norms on Inclusive Education
Policies. Thus, it presented as a problem the main policies related to inclusion in
public schools. The objective of the research was to understand how the educational
process of students with disabilities in regular education is carried out and the
applicability of inclusion policies, carried out through a study and bibliographic survey
on public inclusion policies, analyzing journals and research on sites such as Google
academic, Scielo and Portal of the MEC. The theoretical framework focused on the
laws on school inclusion, emphasizing equality, the right to education for all citizens
and respect for differences. Presented as a basis for dialogue, authors such as
Garcia (2004), Lasta (2012), Pletsch (2014), MEC (2018) and CNE (2010). The
theoretical deepening brought as a reflection the importance of inclusive public
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policies for the inclusion process to be carried out. The principles and results we see
that to be effective these policies involve several individuals such as teachers, family,
institutions, the union, state and municipalities, from the analysis of data, it can be
seen that inclusive education needs adequate infrastructure and qualified
professionals to provide a quality education for these students.

Keywords: Public Policy. School Inclusion. Disabled Person.


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SUMÁRIO

INTRODUÇÃO...........................................................................................................7
1. Marco histórico das políticas públicas sobre inclusão...........,,,,,....................8
2. Aplicabilidade da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) na rede de
ensino.......................................................................................................................11
4. CONSIDERAÇÕES FINAIS..................................................................................13
5. REFERÊNCIAS....................................................................................................14
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INTRODUÇÃO

Há alguns anos as formações para professores e os documentos


educacionais vêm falando sobre a política de inclusão. Contudo, ao falar sobre
educação inclusiva, o primeiro pensamento nos leva para a pessoa com deficiência
(PcD) ou que possuem algum transtorno. Ao relacionarmos com o ambiente escolar
os educadores já começam a pensar em estratégias pedagógicas para garantir a
aprendizagem destes alunos.
Entretanto, é importante compreender que a exclusão dentro da escola não
ocorre apenas com crianças com deficiência ou transtorno, mas também com
aquelas que não se encaixam nos padrões impostos pela sociedade.
Nesse sentido, deve haver a necessidade de falar sobre a exclusão que ataca
tanto as crianças com deficiência, quanto as que não são vistas como “iguais” por
muitos na comunidade escolar. Afirmar que uma pessoa faz parte de uma minoria
social é estar colocando a mesma em um patamar na qual a mesma se encontra
inferior aos demais sendo algo errôneo de se aplicar a uma pessoa com
necessidades especiais. “Debates com tais finalidades têm focalizado as chamadas
“minorias” ou “grupos excluídos” que, numericamente, representam a maior parte da
população mundial” (GARCIA, 2004, p. 1).
Temos que entender qual é o impacto da comunidade escolar sobre a
inclusão e exclusão, e então entender e trabalhar novos horizontes na luta contra os
fatores negativos.
O aluno excluído acaba perdendo a oportunidade de usufruir da educação
que é direito, conforme assegurado no Artigo 205 da Constituição Federal de 1988,
que declara:
Art. 205 – A educação, direito de todos e dever do Estado e família,
será promovida e incentivada com a colaboração da sociedade,
visando ao pleno desenvolvimento da pessoa, seu preparo para o
exercício da cidadania e sua qualificação para o trabalho (BRASIL,
1988).

Para Lasta e Hillesheim (2014), as políticas públicas abordadas na lei sobre a


inclusão escolar, enfatizam a questão da igualdade e o uso de argumentos de
direitos humanos, superando as desigualdades, na democratização de
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oportunidades, respeitando a diferença e reconhecimento de assuntos relacionados


à inclusão. Diante disto, é mais que crucial conhecer sobre políticas sobre inclusão,
pois, é uma maneira de se estar a par de tal conhecimento.
Para que esta pesquisa seja satisfatória, pretende-se usar como método o
estudo e levantamento bibliográfico sobre as políticas públicas de inclusão,
analisando periódicos e pesquisas em sites como Google acadêmico, Scielo e Portal
do MEC.
Para compreender como organizado essas políticas e diretrizes em uma
realidade escolar, será analisado os documentos de orientações e práticas
pedagógicas da BNCC atualizado em 2018.
Espera-se entender sobre o conceito, compreender o processo educacional
de alunos com deficiências e a importância das políticas públicas inclusivas para que
esse processo de inclusão seja efetivado.
Portanto, este trabalho está dividido em 2 capítulos. No primeira será exposto
leis que asseguram o direito a educação, documentos e normas sobre as Políticas
de Educação Inclusiva. No segundo capítulo as discussões e normas aplicadas para
a rede de ensino com base na BNCC.

1. Marco histórico das políticas públicas sobre inclusão

As instituições de ensino durante anos privilegiaram alguns grupos e


excluíram outros pelo simples fato de não se encaixar nos padrões imposto pela
sociedade. Por meio da educação especial foi possível colocar esses sujeitos no
meio social para exerce sua cidadania e desfrutar do ensino regular através de
programas educacionais que foram grandes marcos na história da educação
inclusiva como as políticas públicas sobre inclusão, que tem como objetivo promover
a construção de um sistema educacional inclusivo, orientando alunos, professores e
instituições como colocar em prática.
Na Espanha entre dia 7 (sete) e 10 (dez) de junho de 1994 na Conferência
Mundial de Educação Especial com delegações de vários governos e organizações
internacionais foi criada a Declaração de Salamanca, com o intuito prover a
educação regular para todos, levando em consideração a diversidade dos alunos
criando estratégias de ensino e um currículo apropriado que se adapte a diversidade
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dessas necessidades, assegurando uma educação de qualidade centrado na


criança, e o princípio fundamental é que todos aprendam juntos. Com esta educação
inclusiva sendo colocada em prática nas escolas pouco a pouco será combatido a
discriminação construindo uma sociedade inclusiva mostrando que a diferença é
algo normal. Alguns países que não tem escolas especiais é aconselhado que
forneça treinamento aos professores em educação especial e escolas adequadas
para atender estas crianças e jovens, conforme aponta a Declaração de Salamanca:

Além disso, a experiência sugere que escolas inclusivas, servindo a


todas as crianças numa comunidade são mais bem sucedidas em
atrair apoio da comunidade e em achar modos imaginativos e
inovadores de uso dos limitados recursos que sejam disponíveis.
(SALAMANCA, 1994, p. 6)

Em algumas comunidades as escolas inclusivas são bem mais sucedidas do


que as escolas especiais pois atende um número maior de alunos e atinge o máximo
progresso educacional, criando oportunidades e direitos iguais para todos
potencializando o desenvolvimento da própria autonomia.
Neste sentido, O Tratado de Salamanca tem o objetivo de orientar no
planejamento de ações em educação especial informando sobre políticas e guias,
citando um exemplo é a orientação dada aos Estados, a adesão do Acordo de
Florença que tem como intuito facilitar a circulação de materiais educacionais para
pessoas com deficiência física, sensorial, intelectual ou mental. Um dos pontos
indicados é:

[...] a falta de modelos para tais estudantes. Alunos de educação


especial requerem oportunidades de interagir com adultos portadores
de deficiências que tenham obtido sucesso de forma que eles
possam ter um padrão para seus próprios estilos de vida e
aspirações com base em expectativas realistas (SALAMANCA, 1994,
p.10 – 11).

Com modelos de profissionais dentro do sistema educacional mostrara a


estes estudantes que é possível atingir seus objetivos independente de suas
diferenças.
A partir disso, foram criados vários documentos que discutem o valor e a
importância da inclusão no ambiente escolar. O primeiro Plano Nacional de
Educação surgiu em 1962, não como uma lei e sim como um conjunto de metas a
serem alcançadas no prazo de 8 (oito) anos, somente alguns anos depois em 10 de
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fevereiro de 1998 com o Deputado Ivan Valente, apresentando ao Plenário da


Câmara dos Deputados o Projeto de Lei n° 4.155/1998 que aprova o PNE (Plano
Nacional de Educação). O Plano tem como objetivo assegurar o ingresso obrigatório
e permanência na escola e a conclusão deste ensino de crianças dos 7 (sete) aos
14 (quatorze) anos, correspondendo as necessidades dos alunos e a um ensino
socialmente significativo, com uma alfabetização que envolva uma formação de
cidadãos responsáveis e conscientes de seus direitos e deveres. Na Constituição
Federal estabelece o direto as pessoas a educação, o que não seria diferente na
PNE (Plano Nacional de Educação) como uma lei além de garantir educação a
pessoas com necessidades especiais este indivíduos tem “o direito de receber essa
educação sempre que possível junto com as demais pessoas nas escolas
“regulares” [...]” (PNE, 2000, p. 62), contudo levando em consideração as
necessidades de cada aluno em que alguns casos exigem outras formas de
atendimento como “as classes de comuns, de recursos, sala especial e escola
especial. Todas as possibilidades tem por objetivo a oferta de educação de
qualidade” (PNE, 2000, p. 62).
Através de uma intervenção educacional cedo, mais eficaz será o
desenvolvimento das crianças, por este motivo o atendimento deve começar
precocemente como uma forma de prevenção, além do envolvimento da escola deve
ter a cooperação entre setores da saúde, assistência e psicólogos e a colaboração
de diferentes órgãos do Poder Público que serão fundamentais na aprendizagem
das crianças, jovens e adultos. O PNE tem por finalidade apontar:

As diretrizes para gestão e financiamento da educação; as diretrizes


e metas para cada nível e modalidade de ensino e as diretrizes e
metas para a formação e valorização do magistério e demais
profissionais da educação (PNE, 2000, p. 8 – 9).

Outro documento é a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Brasileira (LDB


9394/96) é lei a brasileira mais importante que se refere a educação, estabelecendo
as diretrizes e bases da educação nacional, regulamentando um sistema
educacional (público ou privado) para toda a população garantido pela Constituição
Federal e assegurando atendimento aos educandos com necessidade especiais no
ensino regular.
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Como o decreto n° 3.298, de dezembro de 1999 que regulamenta a Lei n°


7.853, de 24 de outubro de 1989, sobre a Política Nacional para a Integração da
Pessoa Portadora de Deficiência, “cabe aos órgãos e às entidades do Poder Público
assegurar a pessoas portadora1 de deficiência o pleno exercício de seus direitos
básicos, inclusive dos direitos a educação [...]” (DECRETO Nº 3.298, p. 1), no ensino
regular continuando até ensino mais elevados como a educação superior atendendo
todas as suas especificações. Proporcionar um ambiente acessível, eliminando
barreiras físicas e sociais, disponibilizando materiais pedagógico adaptados,
professores e instrutores especializados atendendo a demanda da pessoa portadora
de deficiência.
A partir destes documentos outros foram criados para assegurar a cidadania
das pessoas com deficiência. Sabemos que ainda não é o bastante precisa-se de
muito estudo e políticas eficazes que possam garantir saúde, bem estar e educação
para todos.

2. Aplicabilidade da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) na rede


ensino

A BNCC disponibiliza propostas pedagógicas a instituições escolares,


orientado pelos princípios éticos, políticos e estéticos que visam a formação humana
integral, com uma construção de sociedade justa, democrática e inclusiva (BRASIL,
2018, p. 7). Este documento normativo disponibiliza indicações para elaboração de
conteúdos educacionais nas redes escolares, com competências e diretrizes,
garantindo acesso e permanência na escola de todos os alunos. “Nesse sentido,
espera-se que a BNCC ajude a superar a fragmentação das políticas educacionais,
enseje o fortalecimento do regime de colaboração entre as três esferas de governo e
seja balizadora da qualidade da educação” (BRASIL, 2018, p. 8).
As competências gerais estão ligadas ao desenvolvimento do aluno tanto
intelectual, social, físico, emocional e cultural, analisando as competências número 9

1 O termo “portador”, como deduz, quer dizer que a pessoa carrega algo consigo, e a deficiência é uma condição
da própria pessoa, atualmente com a Lei Federal n° 13.146/2015 que é considerado um marco da inclusão no
Brasil, é denominado de “Estatuto da Pessoa com Deficiência”, consagrando, portanto, a terminologia “pessoa
com deficiência” como a forma correta.
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e 10, é visível que devesse dentro de sala exercitar a empatia e cooperação,


resolver conflitos coordenando pontos de vistas, promovendo o respeito ao próximo
e a si mesmo, propiciando a valorização do direito de todos, do ambiente
democrático que vivemos, valorizando a diversidade dos indivíduos sem
preconceitos, enfrentando e superando as adversidades e mostrando a
responsabilidade que cada indivíduo tem, em suas ações individuais e coletivas
tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos,
sustentáveis e solidários (BRASIL, 2018, p. 10).
A aplicação deste documento nas instituições escolares deve levar em
consideração a realidade do local em que a escola está inserida, social e individual
da escola e do aluno, conforme ressalta no Artigo 26 da LBD (Leis de Diretrizes e
Bases da Educação):

Os currículos da Educação Infantil, do Ensino Fundamental e do


Ensino Médio devem ter base nacional comum, a ser
complementada, em cada sistema de ensino e em cada
estabelecimento escolar, por uma parte diversificada, exigida pelas
características regionais e locais da sociedade, da cultura, da
economia e dos educandos (BRASIL, 1996).

Outro marco que embasa a BNCC é o Conselho Nacional de Educação


(CNE) que em 2010 promulgou novas Diretrizes curriculares como “a inclusão, a
valorização das diferenças e o atendimento à pluralidade e à diversidade cultural
resgatando e respeitando as várias manifestações de cada comunidade”, conforme
destaca o Parecer CNE/CEB nº 7/2010. Esta resolução é de grande validade
mostrando a globalidade das pessoas, deve ser respeitado as especificações de
cada sujeito, garantindo um padrão de qualidade na educação, buscando equidade
no acesso à educação com inclusão e permanência na escola possibilitando a
formação de um cidadão com direitos civis, políticos e sociais.
Portanto a BNCC afirma a importância da educação integral, confirmando
seu compromisso com o desenvolvimento individual e em todas as dimensões do
aluno. Com uma Educação Básica que visa garantir igualdade com oportunidades
para todos, diversidade com inclusão cultural e valorização do multiculturalismo e
equidade levando a necessidades de cada indivíduo em consideração e “além disso,
a escola, como espaço de aprendizagem e de democracia inclusiva, deve se
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fortalecer na prática coercitiva de não a discriminação, não preconceito e respeito”


(BRASIL, 2018, p. 14).
Um país como Brasil observamos uma grande diversidade de pessoas de
cultura, e com estas diversidades em que as redes de ensino devem elaborar
propostas pedagógicas que considerem as necessidades dos estudantes,
construindo um currículo com base na BNCC que mostra aprendizagens essenciais
para cada faixa etária e adaptá-las a cada aluno superando as desigualdades. “Para
isso, os sistemas e redes de ensino e as instituições escolares devem se planejar
com um claro foco na equidade, que pressupõe reconhecer que as necessidades
dos estudantes são diferentes” (BNCC, 2018, p 15).
Está igualdade que é tanto comentada na BNCC e em outros documentos,
é o compromisso que escola tem com os alunos com suas diferenças,
particularidades e deficiência, colocando em primeiro lugar estas necessidades na
criação das práticas pedagógicas inclusivas, com o empenho na formação e
desenvolvimento humano global, nas dimensões intelectual, física, afetiva, social,
ética, moral e simbólica. A BNCC e seus currículos sugerem algumas ações que
asseguram as aprendizagens essenciais, mas enfatizando que deve aplicar com as
adequações a realidade de cada instituição de ensino e características dos alunos,
com participação da família e da comunidade, algumas dessas ações são:

Selecionar e aplicar metodologias e estratégias didático-pedagógicas


diversificadas, recorrendo a ritmos diferenciados e a conteúdos
complementares, se necessário, para trabalhar com as necessidades
de diferentes grupos de alunos, suas famílias e cultura de origem,
suas comunidades, seus grupos de socialização etc.; conceber e pôr
em prática situações e procedimentos para motivar e engajar os
alunos nas aprendizagens; [..] (BRASIL, 2018. p. 17)

Estas ações precisam ser consideradas na construção do currículo escolar,


buscando soluções para as necessidades dos alunos para que eles acompanhem o
ritmo da escola e aprendam o que precisam em cada etapa de ensino, e cabe aos
sistemas e redes de ensino incorporar aos currículos e as propostas pedagógicas a
abordagem necessária.

3. CONSIDERAÇÕES FINAIS
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A questão das políticas pública é sempre muito discutida, mas ainda falta um
longo caminho para garantir cidadania a todas as pessoas que necessitam. Inclusão
é um conceito amplo, pois envolve mais do que somente pessoa com deficiência.
Incluir significa deixar participar, tornar natural o que foge do que é considerado
“padrão”. Embora esse padrão nem sempre caracteriza a maior parte da
comunidade, ele é imposto e massificado de tal forma que passa a ser verdadeiro.
Pensar e pôr em prática as políticas públicas, principalmente nas escolas, é garantir
que crianças possam ter acesso a uma educação integral e possam, também, olhar
ao seu entorno e respeitar a diferença do outro.
Sendo assim, para que tais processos aconteçam antes de mais nada
devemos levar em consideração que muito do que se observa nas políticas públicas
para ser realmente efetivado, depende da vontade dos indivíduos, primeiramente
para proporcionar tal efetivação. Segundo Pletsch, “[...] o processo educacional de
alunos com deficiências, particularmente intelectual, acaba sendo impactado pelas
percepções e estigmas ainda presentes em nossa cultura sobre o desenvolvimento
desses sujeitos” (PLETSCH, 2014, p. 17). Para tanto, nosso olhar enquanto
educadores e estudantes é o de proporcionar uma melhor qualidade de ensino para
essas crianças, através das possibilidades que temos em auxiliá-los.
Tratar das políticas de inclusão é discutir formas de melhorar a educação
como um todo, pois não somente sobre a pessoa com deficiência, mas sim sobre a
conscientização de uma comunidade, sobre cultura, sobre quebra de paradigmas
que afetam social e psicologicamente crianças e adolescentes, é ensino,
aprendizado e ética.

REFERÊNCIAS

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