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CONTABILIDADE FINANCEIRA I

Autor: MMT 1
Área: Contabilidade
Fundamentos e Conceitos da Contabilidade_ CF I 2

1. Acréscimos e diferimentos
2. Imparidade de activos (IAS 36)
3. Provisões, passivos contingentes e activos contingentes (IAS 37)

1. Acréscimos e Diferimentos

Aplicação do regime do ACRÉSCIMO:

Os rendimentos e os gastos são reconhecidos quando obtidos ou incorridos

Independentemente do seu recebimento ou pagamento.

Devem ser levados às DR TODOS

SÓ os rendimentos e gastos desse exercício.

Deve-se colocar os rendimentos e os gastos no “período certo”.

Autor: MMT
Ano Académico: 2023_2024
Fundamentos e Conceitos da Contabilidade_ CF I 3

Aplicação do regime do ACRÉSCIMO:


DIREITO
Acréscimos e Diferimentos: Activo
Acréscimos de proveitos:
Proveitos a reconhecer no próprio exercício;
O serviço / venda foi realizado
Sem documentação vinculativa.
 A contrapartida é sempre uma conta de proveitos.

Ex: Serviços prestados e ainda não facturados

Custos diferidos:
Facturas recebidas relativa a serviços que só irão ser “consumidos” nos exercícios seguintes;
Não podem ser reconhecidos como custos deste exercício.

Ex: Seguro anual pago em 1/Set/n :


4/12 é custo de n, e 8/12 será custo em n+1
Autor: MMT
Ano Académico: 2023_2024
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Aplicação do regime do ACRÉSCIMO:

OBRIGAÇÃO
Acréscimos e Diferimentos: Passivo
Acréscimos de Custos:
Custos a reconhecer no próprio exercício.

O “consumo/ utilização/ desgaste” foi realizado no exercício


Sem documentação vinculativa.
A contrapartida é sempre uma conta de custos.

Ex: FSE
Água, Electricidade, Comunicações, etc.
(antes da chegada da factura do fornecedor);
Remunerações a liquidar
 (férias e subsídio de férias, vencidos num ano à serem pagos no ano seguinte)

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Aplicação do regime do ACRÉSCIMO:

OBRIGAÇÃO
Acréscimos e Diferimentos: Passivo

Proveitos Diferidos:
Facturas emitidas e provável recebimento relativas a serviços que só irão ser prestados nos
exercícios seguintes;
Que não podem ser reconhecidos como proveito deste exercício.

Ex: Subsídios para investimentos (opcional nas IFRS), carregamento de telemóveis

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2. Imparidade de activos (IAS 36)

O conceito de imparidade resulta da tradução da palavra inglesa impairment.


O termo é influenciado pelos Normativos Internacionais.

 A utilização da imparidade manifesta especificações da contabilidade que se pratica actualmente.

 Com a imparidade as entidades passam a comparar se o valor recuperável é igual ao valor contabilístico.

 Em relação ao termo imparidade pode haver uma perda por imparidade como também pode haver
um ganho.

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2. Imparidade de activos (IAS 36)


A IAS 36 refere que o valor de uso, é o valor presente dos fluxos de caixa futuros que se espera obter de
um activo.
Teste de imparidade
O teste de imparidade pode ser executado em qualquer momento do ano, mas terá que ser executado na
mesma ocasião todos os anos.
Os testes de imparidade devem ser realizados quando:

 Haja evidências de que o activo está em obsolescência ou com danos físicos;


 Exista conhecimento de que o desempenho económico do activo está abaixo do que tinha sido planejado;
 Existe informação que o valor de mercado reduziu mais do que o desejado nesse período;
 Ocorram variações nas taxas de mercado, que levem a que as taxas de desconto sofram alterações
levando a que o valor de uso também se alter.
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2. Imparidade de activos (IAS 36)

Segundo a IAS 36 uma perda por imparidade deve ser reconhecida como um gasto, na
demonstração dos resultados. Isso só não ocorre se o activo tiver sido reconhecido de acordo com
outra IAS.

“Com a imparidade as entidades passam a comparar se o valor recuperável é igual ao valor contabilístico.
Em relação ao termo imparidade há quem diga que se pode haver uma perda por imparidade também
pode haver um ganho.”

IAS 36, Pár. 6: ...

Uma perda por Imparidade é a quantia pela qual o valor escriturado de um activo ou
unidade geradora de caixa excede a sua quantia recuperável.

A quantia recuperável de um activo ou unidade geradora de caixa é:


O valor mais elevado entre:
O justo valor menos os custos de venda e o seu valor de uso.
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2. Imparidade de activos (IAS 36)

Autor: MMT
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2. Imparidade de activos (IAS 36)

Caso Prático: Cálculo do valor de uso


A entidade Metais, S.A., produz e comercializa chapas de metal.
Em 2007 adquiriu, pelo valor de 450.000,00 Kz., uma máquina a qual é utilizada na produção das
chapas, tendo-lhe sido atribuída uma vida útil de 8 anos e um valor residual irrelevante.
A referida máquina é depreciada de acordo com o método da linha recta.
Dada a inexistência de qualquer acordo de venda vinculativo e de um mercado activo para aquela
máquina ou máquina semelhante, não é possível determinar com fiabilidade o seu justo valor menos
custos de vender.

Para calcular o valor de uso da máquina para determinar se aquela está ou não em imparidade, a
entidade determinou, com base nos orçamentos financeiros aprovados pelo Órgão de Gestão em
Junho/2011, os seguintes fluxos de caixa para a vida útil remanescente da máquina
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2. Imparidade de activos (IAS 36)

Caso Prático: Cálculo do valor de uso

Valor de Uso
Caso Prático: Cálculo do valor de uso
Ano 2011: 95.000,00 Kz.
Ano 2012: 70.000,00 Kz. A taxa de desconto estimada é de 7%.
Ano 2013: 45.000,00 Kz.
Ano 2014: 15.000,00 Kz.

Valor de uso = 95.000,00 + 70.000,00 + 45.000,00 + 15.000,00


(1+7%) (1+7%)2 (1+7%)3 (1+7%)4

Valor de uso = 198.104,72 Kz.

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2. Imparidade de activos (IAS 36)

Justo Valor
 O preço que seria recebido ao vender um activo ou que seria pago pela transferência de um passivo
 O calculo pode ser realizado por meio de 3 técnicas de avaliação:
-- mercado;
-- custo;
-- receita.

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Mensuração de quantia recuperável e da perda por imparidade
2. Imparidade de activos (IAS 36)
Maior
Cus to
entre:
-
1. Jus to
Depreci a ção
va l or
a cumul a da s
menos
-
cus tos de
Perda s
vender
i mpa ri da de
a cumul a da
2. Va l or de

Quantia Escriturada Quantia Recuperável

Activo com Imparidade

JV
menos
custos
vender
<
Valor de

Quantia escriturada Quantia escriturada


- -
JV menos custos de vender Valor de uso
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2. Imparidade de activos (IAS 36)


Caso Prático: Cálculo do justo valor menos custos de venda de um activo

A entidade Tswata, S.A., cuja actividade é a produção de vestuário de senhora, adquiriu, no ano de
2010, uma máquina de grande capacidade a qual pretende alienar.

Para o efeito, solicitou a um avaliador especializado que efetuasse uma avaliação da máquina de
modo a poder indicar o preço a praticar num acordo de venda.

Após a devida avaliação, o avaliador determinou que o preço seria de 95.000,00 Kz.

É conhecimento da entidade que, para poder ser transportada, a máquina terá de ser desmontada e
novamente montada no cliente, sendo a respetiva despesa no valor de 3.500,00 Kz.

A potencial alienação será realizada com a intervenção de um terceiro o qual está encarregue de
toda a negociação com o cliente, pelo que, lhe será paga uma comissão no valor de 1.000,00 Kz.

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Ano Académico: 2023_2024
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2. Imparidade de activos (IAS 36)


Caso Prático: Cálculo do justo valor menos custos de vender de um activo

O transporte da máquina para o cliente, efetuado por camião, terá o custo de 2.500,00 Kz.
Esta alienação vai obrigar a empresa a efetuar uma pequena reorganização na entidade cujos
gastos assumem o valor de 2.500,00 Kz.

O justo valor menos os custos de vender seria:

 Preço no acordo de venda 95.000,00 Kz.


 Gasto de desmontar/montar - 3.500,00 Kz.
 Comissão - 1.000,00 Kz.
 Gastos de transporte - 2.500,00 Kz.
-------------------------
88.000,00 Kz.

Autor: MMT
Ano Académico: 2023_2024
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2. Imparidade de activos (IAS 36)


Caso Prático: Cálculo do justo valor menos custos de vender de um activo
2. Imparidade de activos
1 2 3 4

Custo Aquisição 10.000 10.000 10.000 10.000


Depreciações Acumuladas (4.000) (4.000) (4.000) (4.000)
Valor Contabilístico 6.000 6.000 6.000 6.000

Justo Valor 7.000 5.000 3.000 -


Valor de Uso 8.000 4.000 4.000 7.000

Valor Recuperável 8.000 5.000 4.000 7.000


Imparidade - 1.000 2.000 -
Valor Contabilístico após 6.000 5.000 4.000 6.000
Imparidade
Autor: MMT
Ano Académico: 2023_2024
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2. Imparidade de activos (IAS 36)


Caso Prático: Cálculo do justo valor menos custos de venda de um activo
2. Imparidade de activos

Valor bruto – (dep. + amort.) Max. (justo valor ; o valor de uso)


Valor contabilístico líquido < valor recuperável
 Não fazer nada

Valor contabilístico líquido > valor recuperável

 Perda por imparidade Por forma a que o valor contabilístico líquido = valor recuperável

Balanço Dem. Resultados

Activo Capital Próprio

Resultado líquido Gastos


Passivo

Autor: MMT
Ano Académico: 2023_2024
Fundamentos e Conceitos da Contabilidade_ CF I 18

2. Imparidade de activos (IAS 36)


Caso Prático: Cálculo do justo valor menos custos de vender de um activo
2. Imparidade de activos

Reversão de perda de imparidade


Se foi considerada uma perda de imparidade e o valor recuperável entretanto subiu deve-se fazer uma
reversão da perda de imparidade mas só até ao valor contabilístico que o bem teria se não tivesse
havido perda de imparidade.
Anteriormente houve perda de imparidade. Agora:
Valor contabilístico líquido < valor recuperável
A Reversão de perda por imparidade
Por forma a que o valor contabilístico líquido = mínimo (valor recuperável; VCL sem perda de imparidade)
Balanço Dem. Resultados

Activo Capital Próprio

Resultado líquido Gastos


Passivo
Autor: MMT
Ano Académico: 2023_2024
Fundamentos e Conceitos da Contabilidade_ CF I 19

2. Imparidade de activos (IAS 36)


2. Imparidade de activos

Activos que podem estar com imparidade:


Dívidas a receber
Inventários
Investimentos financeiros
Activos tangíveis
Activos intangíveis
 ...

 INSTRUTIVO N.º 05/16 de 08 de Agosto_PERDAS POR IMPARIDADE PARA A CARTEIRA DE CRÉDITO


 INSTRUTIVO N.º 08/2019
 IFRS 9 – Introdução e Enquadramento
 Os desafios da implementação da IFRS 9 no contexto angolano_Eliseu Vunge

Autor: MMT
Ano Académico: 2023_2024
Fundamentos e Conceitos da Contabilidade_ CF I 20

3. Provisões, passivos contingentes e activos contingentes (IAS 37)


1. Provisões
2. Passivos contingentes
3. Activos contingentes

 As provisões têm por objecto


Reconhecer as responsabilidades;
A natureza deve ser claramente definida;
À data do balanço sejam de ocorrência provável ou certa,
Incertezas quanto ao seu valor ou data de ocorrência.

Esses eventos, embora já tenham seu facto gerador contabilístico ocorrido, não podem ser
medidos com exactidão e têm portanto carácter estimativo.

Autor: MMT
Ano Académico: 2023_2024
Fundamentos e Conceitos da Contabilidade_ CF I 21

3. Provisões, passivos contingentes e activos contingentes (IAS 37)

As provisões podem apresentar-se em duas formas:

1 - Estimativas de perda em activos


2 - Aumentos do passivo

Passivo de tempestividade ou quantia incerta

Deve ser reconhecida quando:

 Uma empresa tenha uma obrigação legal presente em resultado de um acontecimento passado;

 seja provável (> 50%) uma saída de recursos para liquidar a obrigação,;

 e possa ser feita uma estimativa fiável da quantia da obrigação. As provisões devem ser reconhecidas nas D.F.

Autor: MMT
Ano Académico: 2023_2024
Fundamentos e Conceitos da Contabilidade_ CF I 22

3. Provisões, passivos contingentes e activos contingentes (IAS 37)

EXEMPLO:
 A 31 de Dezembro de 20XX, o saldo em dívida do cliente Angofelix, Lda era de 500.000,00kz.
 Sabe-se que nesta data, esta entidade encontra-se em processo de falência apesar do tribunal ainda não a ter declarado.
 Como proceder? O plano geral de contabilidade permite que a divida seja reconhecida como de
Cobrança duvidosa e que a respectiva provisão seja constituída

1) Transformação da dívida em cobrança duvidosa


Este passo não é obrigatório, mas é recomendável 31.1.21 /Cr. 31.8.1 /Db

2) Reconhecimento da provisão de cobrança duvidosa 38.1.32 /Cr. 78.1.23 /Db.


(1) Registo da provisão como redução do Activo para efeitos de Balanço
(2) Registo da provisão como custo do exercício – Demonstração de Resultados

Autor: MMT
Ano Académico: 2023_2024
Fundamentos e Conceitos da Contabilidade_ CF I 23

3. Provisões, passivos contingentes e activos contingentes (IAS 37)

EXEMPLO:
 A empresa MMT1517 adquiriu, em Janeiro de 20XX, acções da empresa JÁCAIU, por 1.000.000,00 kz, com objectivo
de vender.
A 31 de Maio constatou que essas acções estavam a ser transacionadas no mercado a 750.000,00kz
 Como proceder?

“Perante a expectativa de apenas conseguir vender a um valor inferior ao valor de


aquisição, a MMT1517deverá constituir uma provisão para aplicações financeiras”

As Provisões para Investimentos Financeiros e Aplicações de Tesouraria são consideradas CUSTOS FINANCEIROS

49.1. /Cr. 76.5.2 /Db

Autor: MMT
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Fundamentos e Conceitos da Contabilidade_ CF I 24

3. Provisões, passivos contingentes e activos contingentes (IAS 37)

EXEMPLO:
O cliente EMAE moveu um processo judicial porque a empresa falhou na entrega do produto final.
 Os advogados da empresa acreditam que há forte possibilidade da empresa vir a pagar uma
indemnização de 3.500.000,00kz.
Como proceder?
Mesmo não havendo decisão final ainda, há indícios da empresa vir a ser obrigada a pagar a indemnização.
O PGC permite a constituição de uma provisão para a possível indemnização a pagar.

1) Reconhecimento da provisão para processo judicial em curso

39.2 /Cr. 78.1.3.2 /Db.

Autor: MMT
Ano Académico: 2023_2024
Fundamentos e Conceitos da Contabilidade_ CF I 25

3. Provisões, passivos contingentes e activos contingentes (IAS 37)


GARANTIAS:
 Certa empresa vendeu uma mercadoria por 1.500.000kz, dando garantia de 1 ano sobre a mesma.
 Segundo dados de anos anteriores, em média, os custos com garantias custam cerca de 2,5% do preço de
venda de cada produto.
 Como proceder?
Não havendo certeza se terá custos com esta garantia especificamente, existe uma forte possibilidade disso acontecer.
Devemos, constituir-se uma provisão para os possíveis custos com a garantia.
1) Reconhecimento da provisão para garantia de um produto vendido

39.4 /Cr. 78.1.3.4 /Db.


2) Anulação/Reposição da provisão para garantia de um produto vendido se, no final do período da garantia,
nenhum custo tiver ocorrido.

68.1.3.4 /Cr. 39.4 /Db.

Autor: MMT
Ano Académico: 2023_2024
Fundamentos e Conceitos da Contabilidade_ CF I 26

3. Provisões, passivos contingentes e activos contingentes (IAS 37)

GARANTIAS:
A dado momento, o cliente fez uma reclamação, de um defeito de fabrico do produto.
 A empresa foi obrigada a reparar o defeito, tendo tido um custo de 45.000,00kz, coberto pela garantia.
Como proceder?
O custo foi superior ao valor da provisão feita anteriormente.
Assim, utiliza-se a provisão e o restante será custo do exercício.

45/43 /Cr. 7XXX /Db. 39.4 /Db.

Autor: MMT
Ano Académico: 2023_2024
MUITO OBRIGADO PELA ATENÇÃO!

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Volenti Nihil Difficili -“A quem quer, nada é difícil”

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