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Instrumentação

8a edição

Marco Antônio Ribeiro


Instrumentação
8a edição

Marco Antônio Ribeiro

Dedicado a Marcelina e Arthur, meus pais, sem os quais este trabalho não
teria sido possível, em todos os sentidos.

Quem pensa claramente e domina a fundo aquilo de que fala, exprime-se


claramente e de modo compreensível. Quem se exprime de modo obscuro e
pretensioso mostra logo que não entende muito bem o assunto em questão ou então,
que tem razão para evitar falar claramente (Rosa Luxemburg)

© 1978, 1982, 1986, 1989, 1992, 1995, 1997, 1999, Tek Treinamento & Consultoria Ltda
Salvador, Verão 1999
Prefácio
Qualquer planta nova, bem projetada para produzir determinado produto, sempre requer
sistemas de instrumentação para fazer a medição, controle, monitoração e alarme das
variáveis. A escolha correta dos sistemas pode ser a diferença entre sucesso e fracasso para
uma unidade, planta ou toda a companhia. Também, como há uma rápida evolução das
tecnologias e conseqüente obsolescência, periodicamente toda planta requer ampliações e
modificações radicais que incluem a atualização dos seus instrumentos e seus sistemas de
controle.
Assim, técnicos e engenheiros que trabalham com o projeto, especificação, operação e
manutenção de plantas de processo devem estar atualizados com a instrumentação e as
recentes tecnologias envolvidas. O presente trabalho foi escrito como suporte de um curso
ministrado a engenheiros e técnicos ligados, de algum modo, a estas atividades. Este trabalho
de Instrumentação e um outro de Controle de processo constituem um conjunto completo para
estudo e consulta.
Neste trabalho, dá-se ênfase aos equipamentos e instrumentos e são apresentados três
grandes temas: Fundamentos, Funções dos Instrumentos e Medição das Variáveis.
Na primeira parte, de Fundamentos de Instrumentação, são apresentados os
conceitos relacionados com Instrumentação, Terminologia, Símbolos e Identificação
dos instrumentos analógicos e digitais; vistos os instrumentos sob a óptica de
sistemas; mostradas a evolução e as ondas da instrumentação. São apresentados os
parâmetros para a Especificação correta do instrumento individual, considerando o
processo, ambiente, risco e corrosão.
Na parte de Funções de instrumentos, são estudados individualmente os
instrumentos, tais como sensor, transmissor, condicionador de sinal, indicador,
registrador, totalizador, controlador e válvula de controle.
Finalmente na terceira parte, são mostradas as tecnologias empregadas para
medir as principais Variáveis de Processo, como pressão, temperatura, vazão nível,
pH, condutividade e cromatografia, que são as variáveis mais encontradas nas
indústrias químicas, petroquímicas e de petróleo.
Sugestões e críticas destrutivas são benvidas, no endereço: Rua Carmen
Miranda 52, A 903, CEP 41820-230, Fone (071) 452-3195 e
Fax (071) 452-3058 e no e-mail: marcotek@uol.com.br .

Marco Antônio Ribeiro


Salvador, verão 1999
Autor

Marco Antônio Ribeiro se formou no ITA, em 1969, em Engenharia de


Eletrônica blablablá, blablablá, blablablá, blablablá, blablablá, blablablá, blablablá,
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Durante quase 14 anos foi Gerente Regional da Foxboro, em Salvador, BA,
período da implantação do polo petroquímico de Camaçari blablablá, blablablá,
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Fez vários cursos no exterior e possui dezenas de artigos publicados nas
áreas de Instrumentação, Controle de Processo, Automação, Segurança, Vazão e
Metrologia e Incerteza na Medição blablablá, blablablá, blablablá, blablablá,
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Desde 1987, é diretor da Tek Treinamento & Consultoria Ltda. blablablá,
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blablablá, blablablá, blablablá, blablablá, blablablá, blablablá, firma que presta
serviços nas áreas de Instrumentação e Controle de Processo.
Conteúdo
Fundamentos

1. Instrumentação 3. Sistemas de Instrumentação


Objetivos de Ensino 2 1. Classes de Instrumentos 1
1. Instrumentação 2 2. Manual e Automático 1
1.1. Conceito e aplicações 2
3. Alimentação dos Instrumentos 1
1.2. Disciplinas relacionadas 2
4. Pneumático ou Eletrônico 2
2. Vantagens e Aplicações 3
4.1. Instrumento pneumático 3
2.1. Qualidade do Produto 3
4.2. Instrumento eletrônico 3
2.2. Quantidade do Produto 3
2.3. Economia do Processo 4 5. Analógico ou Digital 4
2.4. Ecologia 4 5.1. Sinal 4
2.5. Segurança da Planta 4 5.2. Display 5
2.6. Proteção do Processo 4 5.3. Tecnologia 5
5.4. Função Matemática 5
2. Símbolos e Identificação 5.5. Analógica Versus Digital 6

1. Introdução 1 6. Burro ou inteligente 7

2. Aplicações 1 7. Campo ou sala de controle 8


7.1. Instrumento de campo 8
3. Roteiro da identificação 1 7.2. Instrumentos na sala 9
3.1. Geral 1
3.2. Número de tag típico 1 8. Modular ou integral 11
3.3. Identificação funcional 1 8.1. Painel de leitura 11
3.4. Identificação da malha 2 8.2. Instrumentos cegos 12

4. Simbologia de Instrumentos 3 9. Dedicado ou compartilhado 13


4.1. Parâmetros do Símbolo 3 10. Centralizado ou distribuído 13
4.2. Alimentação 3
4.3. Linhas entre os Instrumentos 6 11. Real ou Virtual 14
4.4. Balão do Instrumento 6 11.1. Instrumento real 14
11.2. Instrumento virtual 15
5. Malha de controle 13 11.3. Controlador virtual comercial 15
6. Sistemas completos 13
7. Referências bibliográficas 16

i
4. Evolução da Instrumentação
1. Introdução 1
2. Tipos de sinal 1
2.1. Analógica Pneumática 1
2.2. Analógica Eletrônica 2
3. Topologia 3
3.1. Centralizada Compartilhada 3
3.2. Distribuída Compartilhada 4
3.3. Distribuída Dedicada 5
4. Computador no Processo 6
4.1. Justificativas do computador 6
4.2. Aplicações típicas 7
4.3. Otimização do controle 9
4.3. Configurações 9
4.4. Aquisição de dados 12
4.5. Sistemas digitais 18
5. Instrumentação inteligente 21
5.1. Conceito de microprocessador
21
5.2. Microprocessador 22
5.3. Vantagens e limitações 22
5.4. Função do Microprocessador 23
5.5. Multifuncionalidade 23
5.6. Exatidão melhorada 24
5.7. Capacidades expandidas 24
5.8. Controle simplificado 24
5.9. Operações matemáticas 25
5.10. Análise estatística 25
5.11. Desempenho metrológico 25
5.12. Vantagens e desvantagens 25
6. Protocolo de comunicação 26
6.1. Fieldbus 27
6.2. Protocolo HART 29

5. Terminologia
5.1. Introdução
5.2. Definições e Conceitos

6. Efemérides
Jornada através do tempo 2
Funções dos Instrumentos

3. Transmissor e manutenção 11
0. Funções dos Instrumentos 3.1. Transmissor descartável 11
1. Instrumentos de Medição 3.2. Transmissor convencional 12
3.3. Transmissor digital 12
1.1. Introdução 1
3.4. Transmissor híbrido 14
1.2. Tipos de Medição 1
4. Receptores associados 14
2. Aplicações da Medição 3
4.1. Instrumentos associados 14
2.1. Controle 3
4.2. Alimentação 14
2.2. Monitoração 4
4.3. Transmissor como controlador
2.3. Alarme 4
15
3. Sistema de Medição 4
5. Serviços associados 15
5.1. Especificação 15
1. Elemento Sensor 5.2. Instalação 15
1. Conceito 1 5.3. Configuração 16
5.4. Operação 16
2. Terminologia 1 5.5. Calibração 16
5.6. Manutenção 18
3. Modificadores 2
3. Princípios de transdução 3 3. Condicionadores de Sinal
4. Sensores Mecânicos 3
1. Conceito 1
5. Sensores Eletrônicos 3
2. Aplicações 1
5.1. Sensor capacitivo 4
5.2. Sensor indutivo 4 3. Funções desenvolvidas 2
5.3. Sensor relutivo 5
4. Linearização da Vazão 4
5.4. Sensor eletromagnético 5
4.1. Introdução 4
5.5. Sensor piezoelétrico 5
4.2. Lineares e Não-lineares 5
5.6. Sensor resistivo 5
5.7. Sensor potenciométrico 6 5. Compensação 6
5.8. Sensor strain-gage 6 5.1. Introdução 6
5.9. Sensor fotocondutivo 6 5.2. Condições normal, padrão e real
5.10. Sensor fotovoltáico 6 7
5.11. Sensor termoelétrico 6 5.3. Compensação da Temperatura 8
5.12. Sensor iônico 7 5.4. Tomadas 8
6. Escolha do sensor 7 6. Totalização da Vazão 9
7. Características Desejáveis 7 7. Serviços associados 10

2. Transmissor 4. Indicador
1. Conceitos básicos 1 1. Conceito 1
1.1. Introdução 1
2. Variável Medida 1
1.2. Justificativas do Transmissor 1
1.3. Terminologia 2 3. Local de Montagem 2
1.4. Transmissão do sinal 4
1.5. Sinais padrão de transmissão 4 4. Tipo da Indicação 2

2. Natureza do transmissor 5. Rangeabilidade da Indicação 3


5 6. Associação a Outra Função 4
2.1. Transmissor pneumático 5
2.2. Transmissor eletrônico 7 7. Serviços Associados 5
5. Registrador 4. Controlador Microprocessado 14
4.1. Conceito 14
1. Introdução 1 4.2. Características 14
2. Topografia 1 4.3. Controladores comerciais 15
4. Controlador SPEC 200 16
3. Acionamento do Gráfico 2
4.1. Descrição e Funções 16
4. Penas 2
5. Estação Manual de Controle 18
5. Gráficos 3 5.1. Estação Manual 18
5.2. Estação de Chaveamento A/M
6. Associação a Outra Função 4
18
7. Serviços Associados 5 5.3. Estação A/M e Polarização 19
5.4. Serviços Associados 20
6. Computador de Vazão
1. Conceito 1
8. Válvula de Controle
1. Introdução 1
2. Programáveis 1
2. Elemento Final de Controle 1
3. Dedicado 2
3. Válvula de Controle 2
4. Aplicações Clássicas 2
4.1. Vazão de liquido 2 4. Corpo 3
4.2. Vazão de gás 3 4.1. Conceito 3
4.3. Sistema com 2 transmissores 3 4.2. Sede 3
4.5. Vazão de massa de gás 3 4.3. Plug 3
5. Seleção do Computador 4 5. Castelo 4
6. Planímetro 4 6. Atuador 4
6.1. Histórico 4 6.1. Operação 4
6.2. Cálculo matemático 5 6.2. Atuador Pneumático 5
6.3. Método do corte e peso 5 6.3. Ações do Atuador 5
6.4. Método do planímetro 5 6.4. Escolha da Ação 6
6.5. Gráficos Circulares Uniformes6 6.5. Mudança da Ação 7
6.6. Seleção e Especificação 6 6.6. Dimensionamento 7
6.7. Outro Elemento Final 7
7. Controlador 7. Acessórios 8
7.1. Volante 8
1. Conceito 1
7.2. Posicionador 8
2. Componentes Básicos 1 7.3. Booster 9
2.1. Medição 1
8. Característica da Válvula
2.2. Ponto de Ajuste 1
10
2.3. Estação Manual Integral 2
8.1. Conceito 10
2.4. Balanço Automático 2
8.2. Válvula e Processo 10
2.5. Malha Aberta ou Fechada 3
8.3. Escolha de Características 12
2.6. Ação Direta ou Inversa 3
9. Operação da Válvula 13
3. Especificação do Controlador 5
9.1. Aplicação da Válvula 13
3.1. Controlador Liga-Desliga 5
9.2. Desempenho 13
3.2. Controlador com Intervalo Diferencial
9.3. Rangeabilidade 14
5
3.3. Controlador Proporcional 6 10. Vedação e Estanqueidade 15
3.4. Controlador P + I 7 10.1. Classificação 15
3.5. Controlador P + D 8 10.2. Fatores do Vazamento 15
3.6. Controlador P + I + D 10 10.3. Válvulas de Bloqueio
3.7. Controlador Tipo Batelada 10 15
3.8. Controlador Analógico
12 11. Dimensionamento 16
3.9. Controlador Digital 13 11.1. Filosofia 16
11.2. Válvulas para Líquidos 17
11.3. Válvulas para Gases 17
11.4. Queda de Pressão 17
12. Instalação 18 9. Balança Industrial
12.1. Introdução 18
12.2. Localização da Válvula 18 1. Conceito de pesagem 1
12.3. Comissionamento 18 1.1. Introdução 1
12.4. Tensões da Tabulação 19 1.2. Massa, Força e Peso 1
12.5. Redutores 19 1.3. Considerações históricas 2
12.6. Instalação da Válvula 19 1.4. Princípios de pesagem 2
1.5. Aplicações de pesagem 3
13. Parâmetros de Seleção 20
13.1. Função da Válvula 20 2. Balanças com células de carga tipo
13.2. Fluido do Processo 20 strain gage 3
13.3. Perdas de Atrito do Fluido 20 2.1. Princípio de Operação
13.4. Condições de Operação 21 3
13.5. Vedação 21
3. Variações de Projeto 4
13.6. Materiais de Construção 21
3.1. Sensores 4
13.7. Elemento de Controle 21
3.2. Desempenho da célula 5
14. Tipos de Válvulas 22 3.3. Strain gage a semicondutor 5
14.1. Válvula Gaveta 23 3.4. Linearização da Célula 6
14.2. Válvula Esfera 24 3.5. Células de carga e temperatura 6
14.3. Válvula Borboleta 25 3.6. Avanços na Tecnologia 6
14.4. Válvula Globo 27 3.7. Células com microprocessador 7
14.5. Válvula Auto-regulada 28 3.8. Avanços na Eletrônica
7
15. Válvulas Especiais 30 3.9. Calibração, Teste e Aplicações8
15.1. Válvula Retenção 30 3.10. Invólucro e Segurança 8
15.2. Tipo Levantamento 31
15.3. Retenção Esfera 31 4. Desempenho do sistema 9
15.4. Retenção Borboleta 31 4.1. Temperatura 9
15.5. Retenção e Bloqueio 4.2. Balanças mecânicas 9
32 4.3. Sistema com célula de carga 10
4.4. Vibração 10
16. Válvula de Alívio de Pressão 32 4.5. Condições ambientais
16.1. Função do Equipamento 32 10
16.2. Definições e Conceitos 32 4.6. Manutenção 11
16.3. Sobrepressão 33 4.7. Calibração 11
16.4. Válvula de Segurança 34
17. Válvulas Solenóides 36
17.1. Solenóide 36
17.2. Válvula Solenóide 36
17.3. Operação e Ação 37
18. Válvula Redutora de Pressão 38
18.1. Conceito 38
18.2. Precisão da Regulação 38
18.3. Sensibilidade 38
18.4. Seleção 39
18.5. Instalação 39
18.6. Operação 40
5. Especificação de
Instrumentos
1. Informação do Produto 1
1.1. Propriedade (feature) 1
1.2. Especificação 1
1.3. Característica 2
2. Propriedades do Instrumento 2
2.1. Funcionalidade 2
2.2. Estabilidade 6
2.3. Integridade 6
2.4. Robustez 10
2.5. Confiabilidade
11
2.6. Disponibilidade 15
2.7. Calibração 16
2.8. Manutenção 17
2.9. Resposta dinâmica 18
3. Especificações do instrumento 20
3.1. Especificações de Operação 20
Característica 20
3.2. Especificação de desempenho
20
3.3. Especificações funcionais 30
3.4. Especificações físicas 31
3.5. Especificação de segurança 32
4. Corrosão dos Instrumentos 41
4.1. Tipos de Corrosão 41
4.2. Corrosão nos instrumentos 41
4.3. Partes molhadas 42
4.4. Materiais de revestimento 42
4.5. Partes expostas ao ambiente 43
4.6. Instrumentos pneumáticos 43
4.7. Instrumentos eletrônicos 43
4.8. Processos Marginais 45
5 Terminologia
2.1. Introdução 1
2.2. Definições e Conceitos 1
2.3. Referências Bibliográficas 31
Medição das Variáveis
2.5. Enchimento Termal 8
Objetivos de Ensino 1
2.6. Termopar 9
1. Variáveis de Processo 2 2.7. Resistência detectora de temperatura
1.1. Introdução 2 (RTD) 14
1.2. Conceito 2 2.8. Pirômetros de radiação 16
1.3. Dimensões 2
3. Acessórios 27
2. Tipos das Quantidades 3 3.1. Bulbo 27
2.1. Energia e Propriedade 3 3.2. Capilar 28
2.2. Extensivas e Intensivas 3 3.3. Poço de temperatura 29
2.3. Pervariáveis e Transvariáveis 3 4. Referências Bibliográficas 30
2.4. Variáveis e Constantes 4
2.5. Contínuas e Discretas 4 3. Vazão
2.6. Mecânicas e Elétricas 4
1. Fundamentos 1
3. Faixa das Variáveis 6 1.1. Conceito de vazão 1
3.1. Faixa e Amplitude de Faixa 6 1.2. Unidades 2
3.2. Limites de Faixa 6 1.3. Funções Associadas 2
3.3. Faixa e Desempenho 6 1.4. Dificuldades da Vazão 3
4. Função Matemática 7 2. Medidores de Vazão 4
4.1. Conceito 7 2.1. Sistema de Medição 4
4.2. Notação 7 2.2. Tipos de Medidores 4
4.3. Função Linear 7 2.3. Quantidade ou Instantânea 4
4.4. Correlação 8 2.4. Relação Matemática 5
2.5. Diâmetros Totais e Parciais 5
1. Pressão 2.6. Com e Sem Fator K 5
2.7. Volumétricos ou Mássicos 6
1. Conceitos Básicos 1
2.8. Energia Extrativa ou Aditiva 6
1.1. Definição 1 2.9. Medidor Universal Ideal 6
1.2. Unidades 1
2.10. Medidores Favoritos 7
1.3. Tipos 2
3. Geradores de ∆p 8
2. Medição da Pressão 3
3.1. Elemento Gerador 9
2.1. Objetivos da medição 3
2.2. Padrões de calibração 4 4. Placa de Orifício 9
2.3. Sensores Mecânicos 6 4.1. Conceito 9
2.4. Sensores Elétricos 9 4.2. Características Físicas 9
2.5. Seleção do Sensor 9 4.3. Tomadas da Pressão 10
4.4. Dimensionamento 10
3. Acessórios 9
4.5. Vantagens 11
3.1. Selo Químico 9
4.6. Desvantagens e Limitações 11
3.2. Pressostato 10
4.7. Orifício Integral 12
4.8. Tubo Venturi 12
2. Temperatura 4.9. Outros Geradores da Pressão13
4.10.Seleção do Elemento 13
1. Conceitos Básicos 1
1.1. Definições 1 4.11. Medidor do ∆p 13
1.2. Unidades 2 5. Medidor Tipo Alvo (Target) 14
1.3. Escalas 2
1.4. EPIT 3 6. Rotâmetro de Área Variável 15

2. Medição da Temperatura 5 7. Deslocamento Positivo 16


2.1. Introdução 5
2.2. Sensores 5
2.3. Termômetros de vidro 6
2.4. Bimetal 7
8. Medidor Magnético 17 5. pH
8.1. Princípio de funcionamento 17 1. Introdução 1
8.2. Sistema de Medição 17 2. Base Teórica 1
8.3. Tubo Medidor 17 3. Soluções Buffer (Tampão) 3
8.4. Transmissor de Vazão 18 4. Métodos de Medição de pH 3
8.5. Vantagens 18 5. Projeto do Sistema de Medição 7
8.6. Desvantagens e limitações 19 6. Medição de Redox 9
9. Turbina 19 7. Analisadores de pH em Linha 11
9.1. Princípio de funcionamento 19
9.2. Construção 19 6. Condutividade
9.3. Vantagens 20 1. Introdução 1
9.4. Desvantagens e limitações 20 2. Base teórica 2
10. Medidor tipo Vortex 21 3. Fatores da condutividade 3
4. Métodos de Medição 3
11. Medidor Coriolis 23 5. Célula de Condutividade 4
11.1. Introdução 23 6. Configurações 5
11.2. Efeito Coriolis 23
11.3. Calibração 24
11.4. Medidor Industrial 24 7. Cromatografia
11.5. Características 25 1. Introdução e Histórico 1
11.6. Aplicações 25
11.7. Limitações 26 2. Tipos de Cromatografia 2

12. Medidor termal 26 3. Cromatografia Gás-Líquido 2


12.1. Princípio de Funcionamento 26 4. Teoria Básica da Cromatografia 2
12.2. Medidor a Calor 26 4.1. Modelo da Cromatografia 3
13. Medidor ultra-sônico 28 4.2. Relação com a Teoria 4
13.1. Introdução 28 4.3. Obtenção da Separação 5
13.2. Diferença de Tempo 28 4.4. Cromatografia Gás-Sólido 5
13.3. Diferença de Freqüência 29 5. Cromatografia Líquida 6
13.4. Efeito Doppler 29 5.1. Cromatografia Líquida 6
6. Equipamentos da CG 6
4. Nível 6.1. Caixas Termais 7
1. Conceitos Básicos 1 6.2. Sistemas do Gás de Arraste 9
1.1. Introdução 1 6.3. Sistemas de Injeção 10
1.2. Conceito 1 6.4. Tipos de Colunas 14
1.3. Unidades 2 6.5. Detectores 15
1.4. Aplicações 2 7. Engenharia das Colunas 19
2. Medição de Interface 3 7.1. Interferência de Pico 19
7.2. Eficiência da Fase Líquida 20
3. Medição de Nível 4 7.3. Eficiência da Coluna 21
4. Visor de nível 4 7.4. Sistemas de Chaveamento 23
4.1. Medidor com Bóia 5 8. Cromatografia Gasosa 29
4.2. Pressão Diferencial 6 8.1. Avanços da Tecnologia 29
4.3. Medição a borbulhamento 9
4.4. Medição com Deslocador 11 9. Cromatografia Líquida 31
4.5. Medição Radioativa 13 9.1. Desenvolvimento Histórico 31
4.6. Sistema com radar 20 9.2. Líquida x Gasosa 32
4.7. Medidor sônico e ultra-sônico 25 9.3. Laboratório x Processo 32
Instrumentação
1. Fundamentos
2. Funções
3. Variáveis
1.
Fundamentos

1. Instrumentação
2. Símbolos e Identificação
3. Sistemas de Instrumentação
4. Evolução da Instrumentação
5. Terminologia
6. Efemérides
1.1
Instrumentação

Fig. 1.1.1. Operador de campo, sala de controle centralizada e arrea industrial

1.1
Instrumentação

Objetivos de Ensino 2. a transferência de calor, para a


determinação da remoção do calor dos
1. Definir o significado de instrumentação e reatores químicos, pré-aquecedores,
listar as disciplinhas correlatas. caldeiras de recuperação e o
2. Descrever as aplicações e as vantagens dimensionamento dos condensadores.
do controle e da automação industrial. 3. a cinética das reações químicas, para o
3. Informar acerca do histórico e da dimensionamento dos reatores, para a
evolução das tecnologias aplicadas: escolha das condições de operação
analógica e digital, pneumática e (pressão, temperatura e nível) e dos
eletrônica, centralizada e distribuída, catalizadores,
dedicada e compartilhada, real e virtual.. 4. a termodinâmica, para o calculo da
transferência de massa, do número e da
1. Instrumentação relação das placas de refluxo e das
condições de equilíbrio do reator.
Esses conhecimentos auxiliam na
1.1. Conceito e aplicações escolha e na aplicação do sistema de
controle automático associado ao processo.
A instrumentação é o ramo da engenharia que trata Os modelos matemáticos, as analogias e a
do projeto, fabricação, especificação, montagem, simulação do processo são desenvolvidos e
operação e manutenção dos instrumentos para a dirigidos para o entendimento do processo e
medição, alarme, monitoração e controle das sua dinâmica e finalmente para a escolha
variáveis do processo industrial. As variáveis tipicas do melhor sistema de controle.
incluem mas não se limitam a pressão, temperatura, A especificação dos instrumentos requer
vazão, nível e análise. o conhecimento dos catálogos dos
As indústrias que utilizam os fabricantes e das funções a serem
instrumentos de medição e de controle do executadas, bem como das normas, leis e
processo, de modo intensivo e extensivo regulamentações aplicáveis.
são: química, petroquímica, refinaria de A manutenção dos instrumentos exige o
petróleo, têxtil, borracha, fertilizante, conhecimento dos circuitos mecânicos,
herbicida, papel e celulose, alimentícia, pneumáticos e eletrônicos dos instrumentos,
farmacêutica, cimento, siderúrgica, geralmente fornecidos pelos fabricantes dos
mineração, vidro, nuclear, hidrelétrica, instrumentos. Para a manutenção da
termelétrica, tratamento d'água e de instrumentação pneumática exige-se a
efluentes. habilidade manual e uma paciência bovina
Os instrumentos estão associados e para os ajustes de elos, alinhamento de
aplicados aos seguintes equipamentos: foles, estabelecimento de ângulos retos
caldeira, reator, bomba, coluna de entre alavancas, colocação de parafusos em
destilação, forno, queimador, refrigerador, locais quase inacessíveis. A manutenção
aquecedor, secador, condicionador de ar, dos instrumentos eletrônicos requer o
compressor, trocador de calor e torre de conhecimento da eletrônica básica, do
resfriamento. funcionamento dos amplificadores
operacionais e atualmente das técnicas
1.2. Disciplinas relacionadas digitais. O fabricante honesto fornece os
O projeto completo do sistema de circuitos eletrônicos e os diagramas de
controle de um processo envolve vários bloco esquemáticos dos instrumentos.
procedimentos e exige os conhecimentos Para a sintonia do controlador e o
dos mais diversos campos da engenharia, entendimento dos fenômenos relativos ao
tais como: amortecimento, à oscilação e à saturação é
1. a mecânica dos fluidos, para a útil o conhecimento rigoroso dos conceitos
especificação das bombas, o matemáticos da integral e da derivada. A
dimensionamento das tabulações, a analise teórica da estabilidade do processo
disposição de bandejas da coluna de requer uma matemática transcendental,
destilação, o tamanho dos trocadores de envolvendo a função de transferência, os
calor, a potência dos compressores. zeros e os pólos de diagramas, as equações

2.2
Instrumentação

diferenciais, a transformada de Laplace e os propriedades físicas e químicas. Quanto


critérios de Routh-Hurwitz. melhor a qualidade do produto, menores
devem ser as tolerâncias de suas
2. Vantagens e Aplicações propriedades. Quanto menor a tolerância,
maior a necessidade dos instrumentos para
Nem todas as vantagens da a medição e o controle automático.
instrumentação podem ser listadas aqui. As Os fabricantes executam testes físicos e
principais estão relacionadas com a químicos em todos os produtos feitos ou,
qualidade e com a quantidade dos produtos, pelo menos, em amostras representativas
fabricados com segurança e sem tomadas aleatoriamente das linhas de
subprodutos nocivos. Há muitas outras produção, para verificar se as
vantagens. O controle automático possibilita especificações estabelecidas foram
a existência de processos extremamente atingidas pela produção. Para isso, são
complexos, impossíveis de existirem apenas usados instrumentos tais como
com o controle manual. Um processo densitômetros, viscosímetros,
industrial típico envolve centenas e até espectrômetros de massa, analisadores de
milhares de sensores e de elementos finais infravermelho, cromatógrafos e outros.
de controle que devem ser operados e Os instrumentos possibilitam a
coordenados continuamente. verificação, a garantia e a repetibilidade da
Como vantagens, o instrumento de qualidade dos produtos.
medição e controle Atualmente, o conjunto de normas ISO
1. não fica aborrecido ou nervoso, 9000 exige que os instrumentos que
2. não fica distraído ou atraído por pessoas impactam a qualidade do produto tenham
bonitas, um sistema de monitoração, onde estão
3. não assiste a um jogo de futebol na incluídas a manutenção e calibração
televisão nem o escuta pelo rádio, documentada deles.
4. não pára para almoçar ou ir ao banheiro,
5. não fica cansado de trabalhar,
6. não tem problemas emocionais,
7. não abusa seu corpos ou sua mente,
8. não tem sono,
9. não folga do fim de semana ou feriado,
10. não sai de férias,
11. não reivindica aumento de salário.
Porém, como desvantagens, o instrumento
1. sempre apresenta erro de medição
2. opera adequadamente somente quando
estiver nas condições previstas pelo
fabricante,
3. requer calibrações periódicas, para se
manter exato requer manutenção Fig. 1.1.2. Instrumentos de medição de nível
preventiva ou corretiva, para que sua
precisão se mantenha dentro dos limites
estabelecidos pelo fabricante e se essa 2.2. Quantidade do Produto
manutenção não for correta, ele se
degrada ao longo do tempo, As quantidades das matérias primas,
4. é provável que algum dia ele falhe e pela
dos produtos finais e das utilidades devem
lei de Murphy, esta falha geralmente ser medidas e controladas para fins de
acontece na pior hora possível e pode balanço do custo e do rendimento do
acarretar grandes complicações. processo. Também é freqüente a medição
de produtos para venda e compra entre
2.1. Qualidade do Produto plantas diferentes.
Os instrumentos de indicação, registro e
A maioria dos produtos industriais é totalização da vazão e do nível fazem a
fabricada para satisfazer determinadas

2.3
Instrumentação

aquisição confiável dos dados através das 2.5. Segurança da Planta


medições de modo continuo e preciso.
Muitas plantas possuem uma ou várias
Os instrumentos asseguram a
áreas onde podem estar vários perigos, tais
quantidade desejada das substâncias.
como o fogo, a explosão, a liberação de
produtos tóxicos. Haverá problema, a não
ser que sejam tomados cuidados especiais
na observação e no controle destes
fenômenos. Hoje são disponíveis
instrumentos que podem detectar a
presença de concentrações perigosas de
gases e vapores e o aparecimento de
chama em unidades de combustão. Os
instrumentos protegem equipamentos e
vidas humanas.

2.6. Proteção do Processo


O processo deve ter alarme e proteção
associados ao sistema de medição e
controle. O alarme é realizado através das
mudanças de contatos elétricos,
monitoradas pelos valores máximo e mínimo
Fig. 1.1.3. Instrumentação aplicada à indústria das variáveis do processo. Os contatos dos
alarmes podem atuar (ligar ou desligar)
equipamentos elétricos, dispositivos sonoros
2.3. Economia do Processo e luminosos.
Os alarmes podem ser do valor absoluto
O controle automático economiza a
do sinal, do desvio entre um sinal e uma
energia, pois elimina o superaquecimento
referência fixa e da diferença entre dois
de fornos, de fornalhas e de secadores. O
sinais variáveis.
controle de calor está baseado geralmente
É útil o uso do sistema de desligamento
na medição de temperatura e não existe
automático ou de trip do processo. Deve-se
nenhum operador humano que consiga
proteger o processo, através de um sistema
sentir a temperatura com a precisão e a
lógico e seqüencial que sinta as variáveis do
sensitividade do termopar ou da resistência.
Instrumentos garantem a conservação processo e mantenha os seus valores
da energia e a economia do processo . dentro dos limites de segurança, ligando ou
desligando os equipamentos e evitando
2.4. Ecologia qualquer seqüência indevida que produza
condição perigosa.
Na maioria dos processos, os produtos Os primeiros sistemas de
que não são aproveitáveis e devem ser intertravamento utilizavam contatos de reles,
jogados fora, são prejudiciais às vidas contadores, temporizadores e integradores.
animal e vegetal. A fim de evitar este Hoje, são utilizados os Controladores
resultado nocivo, devem ser adicionados Lógicos Programáveis (CLP), a base de
agentes corretivos para neutralizar estes microprocessadores, que possuem grande
efeitos. Pela medição do pH dos efluentes, eficiência em computação matemática,
pode se economizar a quantidade do agente seqüencial e lógica, que são os parâmetros
corretivo a ser usado e pode se assegurar básicos do desligamento.
que o efluente esteja não agressivo. Os Alguns instrumentistas fazem distinção
instrumentos garantem efluentes limpos e entre o sistema de desligamento (trip) e o de
inofensivos. intertravamento (interlock), enquanto outros
consideram os dois conceitos idênticos.


 Apostilas\Instrumentação. 11 Introdução.doc 23 MAR 01 (Substitui 03 SET 00)

2.4
1.2
Símbolos e Identificação

1. Introdução 3. Roteiro da identificação


A simbologia de instrumentação
analógica e digital, compartilhada e 3.1. Geral
integral, distribuída e centralizada se
Cada instrumento ou função a ser
baseia nas seguintes normas americanas
identificada é designado por um conjunto
(geralmente traduzidas para o português) :
alfanumérico ou número de tag. A parte de
1. ISA S5.1, Instrumentation Symbols
identificação da malha correspondente ao
and Identification, 1984
número é comum a todos os instrumentos
2. ISA S5.3, Graphic Symbols for
da mesma malha. O tag pode ainda ter
Distributed Control/Shared Display
sufixo para completar a identificação.
Instrumentation, Logic and Computer
Systems, 1983
3.2. Número de tag típico
2. Aplicações
Os símbolos de instrumentação são Identificação do instrumento ou tag
encontrados principalmente em TIC 103 do instrumento
1. fluxogramas de processo e de Identificação da malha (malha de
engenharia, T 103 temperatura, número 103)
2. desenhos de detalhamento de Identificação funcional Controlador
instrumentação instalação, TIC Indicador de temperatura
diagramas de ligação, plantas de T Primeira letra (variável da malha)
localização, diagramas lógicos de
Letras subsequentes (função do
controle, listagem de instrumentos,
IC instrumento na malha
3. painéis sinópticos e semigráficos na
sala de controle,
4. diagramas de telas de vídeo de
estações de controle. O número da malha do instrumento pode incluir o
código da informação da área . Por exemplo, o TIC
500-103, TIC 500-104, aos dois controladores
indicadores de temperatura, ambos da área 500 e os
números seqüenciais são 103 e 104.

3.3. Identificação funcional


A identificação funcional do instrumento
ou seu equivalente funcional consiste de
letras da Tab. 1 e inclui uma primeira letra,
que é a variável do processo medida ou de

2.1
Símbolos e Identificação

inicialização. A primeira letra pode ter um As funções de computação (+. -, x, ÷,


modificador opcional. Por exemplo, PT é o √), seleção (<, >), lógica e covnersão (i/p,
transmissor de pressão e PDT é o p/i) deve ter os símbolos ao lado do balão,
transmissor de pressão diferencial. para esclarecer a função executada.
A identificação funcional do instrumento
é feita de acordo com sua função e não de 3.4. Identificação da malha
sua construção. Assim, um transmissor de
pressão diferencial para medir nível tem o A identificação da malha geralmente é
tag LT (transmissor de nível) e não o de feita por um número, colocado ao final da
PDT, transmissor de pressão diferencial. identificação funcional do instrumento
Embora o transmissor seja construído e associado a uma variável de processo. A
realmente meça pressão diferencial, seu numeração pode ser serial ou paralela.
tag depende de sua aplicação e por isso Numeração paralela começa de 0 ou para
pode ser LT, quando mede nível ou FT, cada variável, TIC-100, FIC-100, LIC-100 e
quando mede vazão. Outro exemplo, uma AI-100. Numeração serial usa uma única
chave atuada por pressão ligada à saída seqüência de números, de modo que se
de um transmissor pneumático de nível tem TIC-100, FIC-101, LIC-102 e AI-103. A
tem tag LS, chave de nível e não PS, numeração pode começar de 1 ou
chave de pressão. qualquer outro número conveniente, como
O tag também não depende da variável 101, 1001, 1201.
manipulada, mas sempre da variável Quando a malha tem mais um
inicializada ou medida. Assim, uma válvula instrumento com a mesma função,
que manipula a vazão de saída de um geralmente a função de condicionamento,
tanque para controlar nível, tem tag de LV deve-se usar apêndice ou sufixo ao
ou LCV e não de FV ou FCV. número. Por exemplo, se a mesma malha
A segunda letra tipicamente é a função de vazão tem um extrator de raiz quadrada
do instrumento. FT é o tag de um e um transdutor corrente para pneumático,
transmissor (T) de vazão (F). Também a o primeiro pode ser FY-101-A e o segundo
segunda letra pode ter um ou mais FY-101-B. Quando se tem um registrador
modificadores. FIA é o tag de um indicador multiponto, com n pontos, é comum
de vazão, com alarme. Alarme é o numerar as malhas como TE-18-1, TE-18-
modificador da função indicação. Também 2, TE-18-3 até TE-18-n.
pode se detalhar o tipo de alarme, p. ex., Quando um registrador tem penas
FIAL é o tag de um indicador de vazão dedicadas para vazão, pressão,
com alarme de baixa. temperatura, seu tag pode ser FR-2, PR-5
O tag pode ter modificador da variável e TR-13. Se ele registra três temperaturas
(primeira letra) e da função (segunda letra). diferentes, seu tag pode ser TR-7/8/9.
Por exemplo, PDIAL é um indicador de Acessórios de instrumentos, como
pressão diferencial (modificador de medidores de purga, regulador de pressão,
pressão) com alarme (modificador do pote de selagem e poço de temperatura,
indicador) de baixa (modificador do que às vezes nem é mostrado
alarme). explicitamente no diagrama, precisam ser
Quando o tag possuir várias letras, identificados e ter um tag, de acordo com
pode-se dividi-lo em dois tags. O sua função e deve ter o mesmo número da
instrumento é simbolizado por dois balões malha onde é utilizado. Esta identificação
se tangenciando e o tag por ser, por não implica que o acessório deva ser
exemplo, TIC-3 para o controlador representado no diagrama. Também pode
indicador de temperatura e usar o mesmo tag da malha e colocando-
TSH-3 para a chave manual associada ao se a palavra de sua função, como SELO,
controlador. POÇO, FLANGE, PURGA. Há acessório
Todas as letras de identificação de que possui letra correspondente, como W
instrumentos são maiúsculas. Por isso, para poço termal.
deve-se evitar usar FrC para controlador Pode haver diferenças de detalhes de
de relação de vazões e usar FFC, identificação. Por exemplo, para a malha
controlador de fração de vazões.

2.2
Símbolos e Identificação

301 de controle de temperatura, pode-se 4.1. Parâmetros do Símbolo


ter a seguinte identificação:
A simbologia correta da instrumentação
deve conter os seguintes parâmetros
TE-301 sensor de temperatura
1. identificação das linhas de
TT – 301 transmissor de temperatura
interligação dos instrumentos, p.
TIC-301 controlador de temperatura
ex.., eletrônica física , eletrônica por
TCV-301 válvula controladora (ou de
configuração, pneumática.
controle) de temperatura
2. determinação do local de instalação
dos instrumentos, acessível ou não
Porém, há quem prefira e use:
acessível ao operador de processo.
3. filosofia da instrumentação, quanto
TIC-301-E sensor de temperatura
ao instrumento ser dedicado a cada
TIC – 301-T transmissor de temperatura malha ou compartilhado por um
TIC-301-C controlador de temperatura conjunto de malhas de processo
TIC-301-V válvula controladora (ou de 4. identificação (tag) do instrumento,
controle) de temperatura envolvendo a variável do processo,
a função do instrumento e o numero
Também é possível encontrar em da malha do processo.
diagramas o tag de TIC ou TC para o 5. outras informações adicionais.
controlador de temperatura. Como
praticamente todo controlador é também 4.2. Alimentação dos instrumentos
indicador, é comum simplificar e usar TC.
Alguns projetistas usam pequenas A maioria absoluta dos instrumentos de
diferenças de tag para distinguir válvulas medição e de controle requer alguma fonte
auto controladas (reguladoras) de válvulas de alimentação, que lhe forneça algum tipo
convencionais que recebem o sinal do de energia para seu funcionamento.
controlador. Assim, a válvula auto Os tipos mais comuns de alimentação
controlada de temperatura tem tag de TCV são a elétrica e a pneumática, porém há
e a válvula convencional de TV. muitas outras disponíveis.
As seguintes abreviações são
4. Simbologia de Instrumentos sugeridas para denotar os tipos de
alimentação. Opcionalmente, elas podem
A normalização dos símbolos e indicar também tipos de purga.
identificações dos instrumentos de
medição e controle do processo, que inclui AS Suprimento de ar (Air supply)
símbolos e códigos alfa numéricos, torna
possível e mais eficiente a comunicação do ES Suprimento elétrico (Electric supply)
pessoal envolvido nas diferentes áreas de GS Suprimento de gás (Gas supply)
uma planta manutenção, operação, projeto
e processo. Mesmo os não especialistas HS Suprimento hidráulico
em instrumentação devem saber a NS Suprimento de Nitrogênio
identificação dos instrumentos.
SS Suprimento de Vapor (Steam supply)
WS Suprimento de água (Water supply)

O nível de alimentação pode ser


adicionado à linha de alimentação do
instrumento. Por exemplo, AS 100 kPa
(alimentação pneumática de 100 kPa), ES
24 V cc (alimentação de 24 V cc para
instrumento elétrico).

2.3
Símbolos e Identificação

Tab. 1.2.1. Válvulas de controle Tab. 1.2.2. Válvulas manuais

(*) Válvula gaveta


Válvula de controle com (*) Pode ser acoplado
atuador pneumático atuador ao corpo
(*)
Válvula globo
Válvula atuada por
cilindro (ação dupla)
Válvula retenção

Válvula auto regulada ou


reguladora Válvula plug

Reguladora com tomada Válvula controle manual


de pressão externa
(*)
Válvula esfera

Reguladora de vazão
autocontida
(*)
Válvula borboleta ou
damper
S
Válvula solenóide com Válvula de retenção e
R três vias com reset bloqueio

Válvula de blowdown

Atuada por diafragma


(*)
Válvula diafragma
com pressão balanceada

(*)
Válvula ângulo

Válvula com atuador a (*)


diafragma e posicionador Válvula três vias

Válvula quatro vias


Ação da válvula
FC – Falha fechada
FO – Falha aberta Corpo de válvula isolado
FO ou FC
IhV
Válvula agulha
Válvula de controle com NV
atuador manual
Outras válvulas com
abreviatura sob o corpo
TSO

2.4
Símbolos e Identificação

Tab. 1.2.3. Miscelânea

PSV Válvula de segurança de Filtro tipo T


pressão, ajuste em 100
kPa FE

Placa de orifício com flange


PSV Válvula de segurança de
vácuo, ajuste em 50 mm
H2O vácuo
FQI Totalizador indicador de
vazão a DP
PSE Disco de ruptura
(pressão) FI Indicador de vazão tipo área
variável

PSE Disco de ruptura (vácuo) FE Tubo venturi ou bocal


medidor de vazão

C = selo químico
P = amortecedor de FE Turbina medidora de vazão
pulsação ou elemento propelente
C S = sifão

FE Placa de orifício em porta


Plug placa

Mangueira FE
Tubo pitot ou Annubar

Filtro, tipo Y
Espetáculo cego instalado
com anel em linha
LSV Purgador de vapor (passagem livre)

T Espetáculo cego instalado


com disco em linha
(bloqueado)
LSV
Dreno contínuo
T
Transmissor de nível a
pressão diferencial
LT
Código item #1234

o Funil de dreno
(Ver abreviaturas)

Instrumento de nível tipo


LT deslocador, montado
externamente ao tanque

2.5
Símbolos e Identificação

4.3. Linhas entre os Instrumentos


As linhas de ligações entre os instrumentos devem ser mais finas que as linhas de
processo e são simbolizadas como mostrado a seguir.

Sinal indefinido: conexão com processo, elo mecânico ou


alimentação do instrumento
Sinal pneumático, típico de 20 a 100 kPa (3 a 15 psi)
Sinal eletrônico, típico de 4 a 20 mA cc
Sinal de ligação por programação ou elo de comunicação
Elo mecânico
~ ~ ~ Sinal eletromagnético ou sônico (guiado)
~ ~ ~ Sinal eletromagnético ou sônico (não guiado)
L L L Sinal hidráulico
Tubo capilar
Linha de processo

4.4. Balão do Instrumento


O instrumento completo é simbolizado por um pequeno balão circular, com diâmetro
aproximado de 12 mm. Porem, os avanços nos sistemas de controle com instrumentação
aplicando microprocessador, computador digital, que permitem funções compartilhadas em
um único instrumento e que utilizam ligações por programação ou por elo de comunicação,
fizeram surgir outros símbolos de instrumentos e de interligações.

Tab. 1.2.4. Representação dos instrumentos em Diagramas P&I

Sala de Controle Central Local Auxiliar Campo


Acessível ao Atras do painel Acessível ao Atras do painel Montado
operador ou inacessível operador ou inacessível no campo
ao operador ao operador
Equipamento
Instrumento
discreto

Equipamento
compartilhado
Instrumento
compartilhado
Software
Função de
computador

Lógica
compartilhada
Controle Lógico
Programável
Instrumentos compartilhando o mesmo invólucro. Não é
mandatório mostrar uma caixa comum.

Tab. 1.2.5. Letras de Identificação

2.6
Símbolos e Identificação

Primeira letra Letras subsequentes


Variável Modificador Função display Função saída Modificador
A Análise (5,19) Alarme

B Queimador Escolha (1) Escolha (1) Escolha (1)

C Escolha (1) Controle (13)

D Escolha (1) Diferencial

E Tensão (f.e.m.) Elemento sensor

F Vazão (flow) Fração ou relação (4)

G Escolha (1) Visor (9) ou


indicador local
H Manual (hand) Alto (high)
(7, 15, 16)
I Corrente Indicação (10)

J Potência Varredura (scan) (7)

K Tempo Tempo de mudança Estação controle


(4, 21) (22)
L Nível (level) Lâmpada (11) Baixo (low)
(7, 15, 16)
M Escolha (1) Momentâneo Médio (7, 15)

N Escolha (1) Escolha (1) Escolha (1) Escolha (1)

O Escolha (1) Orifício ou


Restrição
P Pressão, Vácuo Ponto de teste

Q Quantidade Integral, Total (4)

R Radiação Registro (17)

S Velocidade ou Segurança (8) Chave (13)


Freqüência
T Temperatura Transmissão (18)

U Multivariável (6) Multifunção (12) Multifunção (12) Multifunção (12)

V Vibração, Análise Válvula, damper


mecânica (13)
W Peso, Força Poço (well)

X Não classificado (2) Eixo X Não Não classificado (2) Não


Variável a definir classificado (2) classificado (2)
Y Evento, Estado Eixo Y Relé, computação
Função a definir (13, 14, 18)
Z Posição ou Dimensão Eixo Z Elemento final

2.7
Símbolos e Identificação

Notas para a Tabela das Letras de Identificação


1. Uma letra de escolha do usuário tem o objetivo de cobrir significado não listado que é necessário em uma determinada aplicação. Se usada, a letra
pode ter um significado como de primeira letra ou de letras subsequentes. O significado precisa ser definido uma única vez em uma legenda. Por exemplo,
a letra N pode ser definida como módulo de elasticidade como uma primeira letra ou como osciloscópio como letra subsequente.
2. A letra X não classificada tem o objetivo de cobrir significado não listado que será usado somente uma vez ou usado em um significado limitado.
Se usada, a letra pode ter qualquer número de significados como primeira letra ou como letra subsequente. O significado da letra X deve ser definido do
lado de fora do círculo do diagrama. Por exemplo, XR pode ser registrador de consistência e XX pode ser um osciloscópio de consistência.
3. A forma gramatical do significado das letras subsequentes pode ser modificado livremente. Por exemplo, I pode significar indicador, ou indicação;
T pode significar transmissão ou transmissor.
4. Qualquer primeira letra combinada com as letras modificadoras D (diferencial), F (relação), M (momentâneo), K (tempo de alteração) e Q
(integração ou totalização) representa uma variável nova e separada e a combinação é tratada como uma entidade de primeira letra. Assim, os
instrumentos TDI e TI indicam duas variáveis diferentes: diferença de temperatura e temperatura. As letras modificadoras são usadas quando aplicável.
5. A letra A (análise) cobre todas as análises não descritas como uma escolha do usuário. O tipo de análise deve ser especificado fora do circulo de
identificação. Por exemplo, análise de pH, análise de O2. Análise é variável de processo e não função de instrumento, como muitos pensam principalmente
por causa do uso inadequado do termo analisador.
6. O uso de U como primeira letra para multivariável em lugar de uma combinação de outras primeiras letras é opcional. É recomendável usar as
primeiras letras especificas em lugar da letra U, que deve ser usada apenas quando o número de letras for muito grande. Por exemplo, é preferível usar
PR/TR para indicar um registrador de pressão e temperatura em vez de UR. Porém, quando se tem um registrador multiponto, com 24 pontos e muitas
variáveis diferentes, deve-se usar UR.
7. O uso dos termos modificadores alto (H), baixo (L), médio (M) e varredura (J) é opcional.
8. O termo segurança se aplica a elementos primários e finais de proteção de emergência. Assim, uma válvula auto atuada que evita a operação de
um sistema de fluido atingir valores elevados, aliviando o fluido do sistema tem um tag PCV (válvula controladora de pressão). Porém, o tag desta válvula
deve ser PSV (válvula de segurança de pressão) se ela protege o sistema contra condições de emergência, ou seja, condições que são perigosas para o
pessoal ou o equipamento e que são raras de aparecer. A designação PSV se aplica a todas as válvulas de proteção contra condições de alta pressão de
emergência, independente de sua construção, modo de operação, local de montagem, categoria de segurança, válvula de alívio ou de segurança. Um
disco de ruptura tem o tag PSE (elemento de segurança de pressão).
9. A função passiva G se aplica a instrumentos ou equipamentos que fornecem uma indicação não calibrada, como visor de vidro ou monitor de
televisão. Costuma-se aplicar TG para termômetro e PG para manômetro, o que não é previsto por esta norma.
10. A indicação normalmente se aplica a displays analógicos ou digitais de uma medição instantânea. No caso de uma estação manual, a indicação
pode ser usada para o dial ou indicador do ajuste.
11. Uma lâmpada piloto que é parte de uma malha de instrumento deve ser designada por uma primeira letra seguida pela letra subsequente L. Por
exemplo, uma lâmpada piloto que indica o tempo expirado deve ter o tag KQL (lâmpada de totalização de tempo). A lâmpada para indicar o funcionamento
de um motor tem o tag EL (lâmpada de voltagem), pois a voltagem é a variável medida conveniente para indicar a operação do motor ou YL (lâmpada de
evento) assumindo que o estado de operação está sendo monitorado. Não se deve usar a letra genérica X, como XL
12. O uso da letra U para multifunção, vem vez da combinação de outras letras funcionais é opcional. Este designador não específico deve ser usado
raramente.
13. Um dispositivo que liga, desliga ou transfere um ou mais circuitos pode ser uma chave, um relé, um controlador liga-desliga ou uma válvula de
controle, dependendo da aplicação. Se o equipamento manipula uma vazão de fluido do processo e não é uma válvula manual de bloqueio liga-desliga, ela
é projetada como válvula de controle. É incorreto usar o tag CV para qualquer coisa que não seja uma válvula de controle auto atuada. Para todas as
aplicações que não tenham vazão de fluido de processo, o equipamento é projetado como:
a) Chave, se for atuada manualmente.
b) Chave ou controlador liga-desliga, se for automático e for o primeiro dispositivo na malha. O termo chave é geralmente usado se o dispositivo é
aplicado para alarme, lâmpada piloto, seleção, intertravamento ou segurança. O termo controlador é usado se o dispositivo é aplicado para o controle de
operação normal.
c) Relé, se for automático e não for o primeiro dispositivo na malha, mas atuado por uma chave ou por um controlador liga-desliga.
14. As funções associadas com o uso de letras subsequentes Y devem ser definidas do lado de fora do circulo de identificação. Por exemplo, FY
pode ser o extrator de raiz quadrada na malha de vazão; TY pode ser o conversor corrente para pneumático em uma malha de controle de temperatura.
Quando a função é evidente como para uma válvula solenóide ou um conversor corrente para pneumático ou pneumático para corrente a definição pode
não ser obrigatória.
15. Os termos modificadores alto, baixo, médio ou intermediário correspondem aos valores da variável medida e não aos valores do sinal. Por
exemplo, um alarme de nível alto proveniente de um transmissor de nível com ação inversa deve ser LAH, mesmo que fisicamente o alarme seja atuado
quando o sinal atinge um valor mínimo crítico.
16. Os termos alto e baixo quando aplicados a posições de válvulas e outras dispositivos de abrir e fechar são assim definidos:
a) alto significa que a válvula está totalmente aberta
b) baixo significa que a válvula está totalmente fechada
17. O termo registrador se aplica a qualquer forma de armazenar permanentemente a informação que permita a sua recuperação por qualquer modo.
18. Elemento sensor, transdutor, transmissor e conversor são dispositivos com funções diferentes, conforme ISA S37.1.
19. A primeira letra V, vibração ou análise mecânica, destina-se a executar as tarefas em monitoração de máquinas que a letra A executa em uma
análise mais geral. Exceto para vibração, é esperado que a variável de interesse seja definida fora das letras de tag.
20. A primeira letra Y se destina ao uso quando as respostas de controle ou monitoração são acionadas por evento e não acionadas pelo tempo. A
letra Y, nesta posição, pode também significar presença ou estado.
21. A letra modificadora K, em combinação com uma primeira letra como L, T ou W, significa uma variação de taxa de tempo da quantidade medida
ou de inicialização. A variável WKIC, por exemplo, pode representar um controlador de taxa de perda de peso.
22. A letra K como modificador é uma opção do usuário para designar uma estação de controle, enquanto a letra C seguinte é usada para descrever
controlador automático ou manual.

2.8
Símbolos e Identificação

C-#2
PAH (PI)
dp/dt AO-21
AI- PIC
211
S.P.
PY AS
0-300 211
PT
211
AS P
½"

FC
PCV
211

(a) Representação detalhada

PIC
211

(b) Representação simplificada

Fig. 1.2.1. Representação detalhada de uma malha de controle de pressão (a) e a equivalente, simplificada
(b).

2.9
Símbolos e Identificação

FR PR
1 2

FY Fluido do
1 trocador de
calor

FT PT
1 2

RTD
TV
3 TRC
3
TAL TSL
3 3

Fig. 1.2.2. Simbologia total

Fluido do
trocador de calor
TAL
4
FR PR
1 2

TV
3 TRC
3

Fig. 1.2.3. Simbologia de modo simplificado

2.10
Símbolos e Identificação

ELEMENTO DE VAZÃO FE

TRANSMISSOR DE VAZÃO FT
CAMPO

PAINEL
REGISTRADOR FR
EXTRATOR DE RAIZ QUADRADA
MEDIÇÃO

CONTROLADOR
PONTO DE AJUSTE
DIFERENÇA (ERRO) ∆
AÇÃO INTEGRAL
AÇÃO PROPORCIONAL K ∫
SOMADOR
FEEDFORWARD K Σ
TRANSFERÊNCI
RELÉ TRANSFERÊNCIA A/M Τ A
LIMITADOR AJUSTÁVEL H e L <> MANUAL

SAÍDA
ESTAÇÃO AUTO-MANUAL I T A I

MANUAL EMERGÊNCIA
PAINE
L
CAMPO

TRANSDUTOR I/P I/P

VÁLVULA COM ATUADOR PNEUMÁTICO

Fig. 1.2.4. Diagrama funcional detalhado típico de malha de controle

2.11
Símbolos e Identificação

Tab. 1.2.6. Elementos do Diagrama Funcional Polarização, adição ou subtração

FT Transmissor de vazão
∆ Comparador, diferença

LT Transmissor de nível
Σ Adicionador, somador

PT Transmissor de pressão
Σ/n Tirador de média

TT Transmissor de temperatura
Σ/t Integrador

AT Transmissor de análise
Contato normalmente aberto

Lâmpada de painel Contato normalmente fechado

XI Indicador da variável X A Gerador de sinal analógico

XR Registrador da variável X Gerador de sinal manual

T S
Bobina de relé Atuador solenoide

T Chave de transferência
> Limitador de sinal alto
T Relé de transferência ou trip

> Seletor de sinal alto < Limitador de sinal baixo

Seletor de sinal baixo


< P/I Transdutor ar pneumático para corrente
Válvula com atuador pneumático
A/D Conversor analógico/digital

D/A Conversor digital/analógico


K Ação de controle proporcional

MO Operador motorizado
∫ Ação de controle integral

f(x) Operador não especificado


d/dt Ação de controle derivativa

Extrator de raiz quadrada 5. Malha de controle


× Multiplicador
A Fig. 1.2.1 (a). ilustra como os
símbolos anteriores são combinados para
descrever uma determinada malha de
÷ Divisor
controle. Há vários níveis de
detalhamento. À esquerda, tem-se a
malha com todos os detalhes e à direita,
± a malha simplificada.

2.12
Símbolos e Identificação

Esta malha de controle e indicação de instrumentação. As Fig. 1.2.2. e Fig. 1.2.3


pressão (PIC) é controlada por um mostram o mesmo sistema de controle
sistema de controle distribuído com diferentes graus de detalhamento.
compartilhado O ponto de ajuste deste Na Fig. 1.2.3 todos os elementos são
controlador é estabelecido por um mostrados.
computador supervisório através de um O registro da vazão é obtido de
highway de dados compartilhados que 1. uma placa de orifício (elemento de
fornece o elo de programação entre o vazão, FE-1, não mostrado),
computador e o sistema de controle 2. transmissor de vazão, montado no
compartilhado. O número da malha de campo, FT-1,
controle é único e igual a 211, que pode 3. extrator de raiz quadrada, montado
indicar a 11a malha da área 200. Todos atrás do painel do operador
os componentes da malha possuem este 4. registrador com duas penas, uma
mesmo número, ou seja, para a vazão (FR-1) e outra para a
1. transmissor PT 211 pressão (PR-2), montado no painel
2. transdutor i/p PY 211 de leitura.
3. controlador PIC 211 O registro da pressão é obtido de
O transmissor PT 211 está ligado ao 1. transmissor de pressão, PT-2,
processo através de uma válvula de montado no campo. A tomada da
bloqueio de ½ " (13 mm) e sente a pressão usa a tomada de alta ou de
pressão de 0 a 300 psi e gera na saída o baixa da placa de orifício.
sinal padrão de corrente eletrônica de 4 a Todos os sinais envolvidos são
20 mA cc. O sinal de saída do pneumáticos, padrão de 20 a 100 kPa.
transmissor é recebido e identificado no A temperatura da saída do gás é
multiplexador do sistema compartilhado medida por um detector de temperatura a
como a entrada analógica #17 (AI- 17). O resistência (RTD), montada em um poço,
controlador PIC 211 se encontra no ligado diretamente ao registrador e
console #2 (C-2) do sistema controlador de temperatura (TRC-3). A
compartilhado e tem as funções de saída elétrica do controlador (4 a 20 mA
controle PI. O sistema compartilhado cc) modula a abertura de uma válvula
também fornece um sinal de alarme de esfera (TV-3), com atuador a cilindro. O
alta e uma variação de pressão de alta controlador registrador de temperatura
(dP/dt) desta medição (PAH). No lado da tem uma chave de temperatura
saída do controlador, o sinal que deixa o (termostato TSL-3), que atua um alarme
multiplexador do sistema é identificada no painel (TAL-3), com a temperatura
como a saída analógica (AO-21), que baixa.
ainda é o sinal de 20 mA cc que é A Fig. 1.2.3 usa uma simbologia
recebido por um transdutor i/p, que o simplificada para mostrar que um gás é
converte para o sinal pneumático de 20 a aquecido e sua temperatura é controlada
100 kPa (0,2 a 1,0 kgf/cm2 ou 3 a 15 por um controlador de painel. O fluido de
psi), que está montado na válvula de aquecimento é modulado por uma válvula
controle PCV 211. A válvula em si é de controle e registra a vazão do gás,
linear, em falha ela fecha (fail close - FC) pressão e temperatura de saída e há um
e possui um posicionador (P). O alarme que atua com temperatura baixa.
transdutor i/p requer a alimentação
pneumática (AS - air supply), típica de
140 kPa (22 psi).
O diagrama da Fig. 1.2.1 (b) mostra
uma malha de controle de pressão, digital
e compartilhada, PIC.

6. Sistemas completos
A seguir são mostrados outros
exemplos com símbolos de

2.13
Alimentação

Fig. 1.2.5. Instrumentação para um sistema de distilação

2.14
Símbolos e Identificação

Fig. 1.2.6. Instrumentação para um sistema de reação

2.15
A Fig. 1.2.5. mostra a descrição é atuado por nível baixo do reator (LSL-3 e
simbólica completa de um processo de LAL3). A reação é exotérmica e a
distilação. temperatura é controlada (T4) modulando a
A vazão de alimentação é medida (FE-3, pressão do refrigerante na jaqueta do
FT-3) e registrada (FR-3), mas não reator. Isto é feito pelo controlador de
controlada A taxa de entrada de calor é temperatura do reator ajustando o ponto de
proporcional à taxa de alimentação vezes ajuste do controlador de pressão da jaqueta
um ganho de relé (FY-3B), que ajusta o (PRC-5), que controla a pressão do vapor
ponto de ajuste do controlador de vazão do gerado pela transferência de calor para a
óleo quente (FRC-1). água de refrigeração. A temperatura do
O produto leve da torre é condensado, reator, se alta, atua um alarme. Se a
com a temperatura do condensado temperatura fica muito alta, ela fecha as
controlada mantendo-se constante a válvulas de alimentação A (FV-1) e B (FV-2)
pressão da coluna (PRC-11). A saída do e a de pressão (PV-5), enquanto abre a
produto leve tem vazão controlada (FRC-4). alimentação d'água e as válvulas de retorno
O ponto de ajuste do controlador é ajustado através de válvulas piloto solenóides de
por um relé divisor (UY-6), cujas entradas intertravamento (UY-7A, B, C, D). Estas
são a vazão de alimentação, como válvulas de alta temperatura podem também
modificada pelo relé função (FY-3A) e a ser atuadas por uma chave manual (HS-6).
saída do controlador de análise dos Um nível constante do refrigerante é
produtos leves (ARC-5). O controlador de mantido na jaqueta modulando a
análise recebe a análise do produto de seu alimentação de água e o nível baixo da
transmissor, que também transmite o sinal jaqueta atua um alarme (LSL-11 e LAL-11).
para uma chave de análise dual (alta/baixa), A pressão do reator é controlada modulando
que por sua vez, atua em alarmes o venting dos não condensáveis formados
correspondentes. na reação enquanto um disco de ruptura
O nível do acumulador é mantido protege o reator contra altas pressões
constante (LIC-7) através da manipulação perigosas (PSE-10).
da vazão de refluxo (LV-7), que é uma
válvula com falha aberta (FO). Uma chave 7. Referências bibliográficas
de nível separada atua um alarme de nível
do acumulador em alta e baixa (LSH/L 9). 1. ISA S5.1, Instrumentation Symbols
Há uma indicação de nível local através de and Identification, 1984
visor (LG 10). 2. ISA S5.3, Graphic Symbols for
São medidas temperaturas em vários pontos do Distributed Control/Shared Display
processo e os valores são registrados (6 pontos - TJR Instrumentation, Logic and Computer
8-1 a 8-6) e indicados (3 pontos - TJI 9-1 a 9-3). Systems, 1983
Alguns dos pontos de registro possuem chaves de 3. Mulley, R., Control System
acionamento de temperatura baixa e alta (por Documentation – Applying Symbols
exemplo, TJSH 8-2, TAH 8-2 e TJSL 9-5 e TAL 8-5), and Identification, Research Triangle
com respectivos alarmes Park, ISA, 1994.
A Fig. 1.2.6. ilustra o sistema de controle

para um reator químico. O reagente A é
alimentado com vazão controlada (FC-1). As
vazões de A e B são controladas com razão
constante, através do relé de ganho (FY-1),
ajustando o ponto de ajuste do controlador
de vazão B (FIC-2). O nível do reator é
mantido constante (LIC-3) modulando a
saída dos produtos pesados (LC-3). Se o
nível é alto, ele automaticamente fecha as
válvulas de alimentação dos reagentes (FV-
1 e FV-2) através de válvulas solenóides
(UY-7A e UY-7B) e atua um alarme de nível
alto (LSH-3 e LAH-3). Um alarme separado  Apostilas\Automação SimbologiaISA.DOC 24 NOV 98 (Substitui 01 SET 96)

2.16
1.3
Sistemas de Instrumentação
instrumento e faz a leitura. Também neste caso, ele
1. Classes de Instrumentos pode anotar a leitura feita para uso posterior.
Quando se necessita do registro continuo da variável,
Os instrumentos de medição e controle usa-se um registrador, que opera continuamente.
de processo podem ser classificados de Atualmente é possível, num sistema de aquisição de
acordo com a seguinte dialética: dados, a medição contínua de muitas variáveis e a
1. manual ou automático emissão de relatórios de medição através de
2. alimentado ou sem alimentação impressoras de computador.
externa
3. pneumático ou eletrônico
4. analógico ou digital
5. burro ou inteligente Fig. 1.3.1. Instrumentos portáteis (HP)
6. montado no campo ou na sala de
controle
7. modular ou integral
8. dedicado ou compartilhado 3. Alimentação dos
9. centralizado ou distribuído

2. Manual e Automático
Com relação à intervenção humana, a
medição instrumento pode ser manual ou
automática.
A medição mais simples é feita
manualmente, com a interferência direta de
um operador. A medição manual geralmente Instrumentos
é feita por um instrumento portátil. Exemplos
de medição manual: medição de um A energia está associada aos
comprimento por uma régua, medição de instrumentos de dois modos: através da
uma resistência elétrica através de um alimentação e do método de transdução.
ohmímetro, medição de uma voltagem com Qualquer instrumento para funcionar
um voltímetro. As medições feitas necessita de uma fonte de energia. Esta
manualmente geralmente são anotadas pelo fonte de energia pode ser externa e
operador, para uso posterior. explícita, quando o instrumento é
A medição pode ser feita de modo automático e alimentado. As duas fontes clássicas de
continuo, sem interferência humana direta. O alimentação de instrumentos são a
instrumento fica ligado diretamente ao processo, eletrônica e a pneumática.
sentindo a variável e indicando continuamente o seu Instrumentos eletrônicos são
valor instantâneo. Quando o operador quiser saber o alimentados por uma fonte externa de
valor medido, ele se aproxima adequadamente do voltagem, típica de 24 V cc. Esta
alimentação geralmente é feita por um único

3.1
Sistemas de Instrumentação

par de fios que simultaneamente conduz a


informação e a alimentação. Por questão
econômica e de segurança, raramente se
usa um instrumento de medição no campo
alimentado com uma bateria integral
(colocado no seu interior).
Fig. 1.3.3. Manômetro, sem alimentação externa

4. Pneumático ou Eletrônico
Os instrumentos de medição e controle
necessitam de uma fonte de energia externa
para o seu funcionamento adequado.
Dependendo da natureza desta fonte de
energia, os instrumentos podem ser
Fig. 1.3.2. Alimentação do transmissor eletrônico classificados em:
1. pneumáticos, onde estão incluídos os
puramente mecânicos.
Instrumentos pneumáticos são 2. eletrônicos, ou também chamados de
alimentados por uma fonte externa de ar elétricos.
comprimido, típica de 140 kPa (20 psi). Ambos os tipos de instrumentos podem
Cada instrumento pneumático montado no executar as mesmas funções, apresentando
campo é alimentado individualmente através vantagens e desvantagens, quando
de um conjunto filtro-regulador ajustável ou comparados. Esta comparação já foi
fixo. O filtro elimina, num estágio final, as clássica, na década de 1970, mas hoje há
impurezas, umidade e óleo contaminantes uma predominância da instrumentação
do ar comprimido. O regulador, ajustável ou eletrônica sobre a analógica.
fixo, geralmente abaixa a pressão mais A escolha entre pneumático ou
elevada de distribuição para o valor típico eletrônico não é apenas a escolha de um
de 140 kPa. O sinal padrão de transmissão instrumento isolado, mas de todo um
pneumática é de 20 a 100 kPa. sistema de instrumentação de controle do
Existem ainda instrumentos de processo. A escolha pode depender do tipo
montagem local que não necessitam de de processo e das variáveis envolvidas.
nenhuma alimentação externa para seu A escolha do sistema de instrumentação
funcionamento. Eles são chamados de auto- influi e implica na definição de outros
alimentados. Eles utilizam a própria energia equipamentos e sistemas. Ou seja, quando
do processo para seu funcionamento. se escolhe uma instrumentação pneumática,
Exemplos de indicadores e registradores há a necessidade de se ter um compressor
que não necessitam de alimentação externa de ar de instrumento, de capacidade
são: adequada à quantidade de instrumentos,
1. indicador local de pressão, com com filtros, secadores, estágios de redução
elemento sensor tipo bourdon C, e todo um sistema de interligações e
helicoidal, espiral, helicoidal ou fole. distribuição através de tubos plásticos ou de
2. indicador local de temperatura com cobre. Quando se escolhe uma
elemento sensor tipo bimetal. instrumentação eletrônica, deve-se
3. indicador ou registrador local de vazão considerar o sistema de alimentação
com elemento sensor de pressão elétrica, com eventual opção de reserva de
diferencial (diafragma). bateria para suprir a energia na falta da
alimentação alternada principal. Mesmo com
toda a instrumentação eletrônica, deve ser
considerado o uso do compressor de ar de
instrumento, para alimentar, no mínimo, os
transdutores I/P, pois as válvulas de
controle são atuadas pneumaticamente.

3.2
Sistemas de Instrumentação

4.1. Instrumento pneumático adequado para grandes distancias, pois a


resistência parasita da fiação atenua o sinal
O instrumento pneumático é aquele que
transmitido.
necessita, para seu funcionamento, da
A alimentação dos instrumentos
alimentação de ar comprimido, pressão
eletrônicos de campo é feita através do
típica de 120 kPa (20 psig). O sinal padrão
mesmo par de fios que conduz o sinal
de informação pneumática é o de 20 a 100 padrão de informação. Tais transmissores
kPa (0,2 a 1,0 kgf/cm2 ou 3 a 15 psi).
são chamados de 2-fios. Pretendeu-se
O dispositivo para gerar o sinal padrão é
diminuir o sinal padrão para faixa menor que
o conjunto bico palheta. A distância entre o
4 a 20 mA, para que a alimentação fosse de
bico que sopra e a palheta que se move em
5 V cc, porém, isso não se realizou.
função da variável medida modula o sinal de
saída entre 20 e 100 kPa. O dispositivo para
detectar o sinal padrão é o fole receptor.

Fig. 1.3.5. Medidor vortex, eletrônico (Foxboro)


Fig. 1.3.4. Transmissor pneumático (Foxboro)
Atualmente, quando se tem todo o
sistema digital, a transmissão é feita
Mesmo com o uso intensivo e extensivo digitalmente. Ainda não há um protocolo
de instrumentos eletrônicos, ainda hoje se padrão de transmissão digital e os
usa muito a válvula de controle com atuador fabricantes usam os seus protocolos
pneumático. Por sua simplicidade, proprietários, como HART, da Fisher-
confiabilidade e economia, a válvula de Rosemount, FOXCOM, da Foxboro. Em
controle com atuador pneumático ainda será outubro de 1996 deverá ser assinado uma
usada como elemento final de controle tentativa de padronização do Fieldbus.
padrão por muitos anos. O instrumento eletrônico pode ser uma
fonte de energia e por isso ele não é
4.2. Instrumento eletrônico seguro, a não ser que sejam tomados
O instrumento eletrônico é alimentado cuidados especiais de fabricação e
por energia elétrica, geralmente de 24 V cc. instalação. Ele deve possuir uma
Mesmo quando ele é alimentado pela linha classificação elétrica especial, compatível
alternada de 120 V ca, seus circuitos com a classificação de área do local onde
internos a semicondutores necessitam de ele vai operar.
corrente contínua para sua polarização e Há basicamente dois tipos de
portanto todos os instrumentos possuem instrumentos eletrônicos: à base de corrente
uma fonte de alimentação integralizada. e à base de tensão.
O sinal padrão para a transmissão de
corrente eletrônica é 4 a 20 mA cc. Já foi
usado o sinal de 10-50 mA cc, porém, por
causa da segurança e compatibilidade com
computadores digitais, ele desapareceu.
Existe também o sinal padrão de
transmissão de 1 a 5 V cc, porém ele não é

3.3
Sistemas de Instrumentação

instrumentos do sistema não interferem


no seu funcionamento normal.
3. como os instrumentos possuem
altíssimas impedâncias de entrada (MΩ)
as correntes circulantes são baixíssimas
(µA ou pA). O nível de energia dissipada
é baixo e o calor dissipado é desprezível.
Como recomendação: utiliza-se instrumento
Fig. 1.3.6. Instrumentos eletrônicos à base de corrente para a transmissão de
sinais, pois não há problemas de atenuação
com as distancias envolvidas e utiliza-se o
As características dos instrumentos à sistema com instrumentos à base de tensão
base de corrente são: para a manipulação local dos sinais, dentro
1. todos os instrumentos devem ser ligados do painel, para usufruir das vantagens de
em serie. Para garantir a integridade do baixo consumo, baixa dissipação de calor,
sistema, devem existir dispositivos de facilidade de ligações, flexibilidade de
proteção que possibilitem a retirada ou conexões.
colocação de componentes da malha,
sem interrupção ou interferência de 5. Analógico ou Digital
funcionamento. Caso não haja essa
proteção, quando um instrumento da O conceito de analógico e digital se
malha é retirado, ou mesmo se estraga, refere a
toda a malha fica desligada. 1. sinal
2. a ligação em serie também influi no valor 2. tecnologia
máximo da impedância da malha. A 3. display
malha de instrumentos à base de 4. função matemática.
corrente, onde todos são ligados em
serie, a soma das impedâncias de 5.1. Sinal
entrada de todos os instrumentos é Sinal é uma indicação visual, audível ou
limitada por um valor máximo, que é de outra forma que contem informação.
função geralmente do nível de Sinal analógico é aquele que vária de
alimentação da malha. Desse modo, é modo continuo, suave, sem saltos em
limitado o número de instrumentos degrau. O parâmetro fundamental do sinal
ligados em serie numa malha. Quando analógico é sua amplitude. Medir um sinal
esse limite é ultrapassado, a solução é analógico é determinar o valor de sua
usar o instrumento repetidor de corrente, amplitude. São exemplos de sinal analógico:
também chamados, casadores de 1. Sinal padrão pneumático de 20-100
impedância. kPa, onde o 20 kPa corresponde a 0% e
3. as impedâncias de entrada dos 100 kPa a 100%.
instrumentos são baixas (dezenas a 2. Sinal padrão eletrônico de 4-20 mA
centenas de ohms) e portanto as cc, onde o 4 mA cc corresponde a 0% e
correntes circulares são relativamente 20 mA a 100%.
elevadas (mA). Isso eqüivale a dizer que 3. As variáveis de processo são
o consumo de energia é elevado e há analógicas. Uma temperatura pode
grande dissipação de calor. variar de 20 a 50 oC, assumindo todos
As características dos instrumentos à base os infinitos valores intermediários. Uma
de tensão são: pressão de processo pode variar de 20 a
1. todos os instrumentos são ligados em 100 kPa, de modo contínuo.
paralelo. Os diagramas de ligação, como Sinal binário ou discreto é aquele que só
conseqüência, são mais simples, pois pode assumir valores descontínuos. O sinal
podem ser unifilares. digital é constituído de pulsos ou de bits.
2. os componentes apresentam alta Pulsos só podem ser contados; bits podem
impedância de entrada, de modo que a ser manipulados.
retirada, colocação ou defeito dos

3.4
Sistemas de Instrumentação

A saída de pulsos da turbina medidora para polarizar os circuitos. Os componentes


de vazão, onde cada pulso escalonada ativos (transistores, amplificadores
pode corresponder, por exemplo, a 1 operacionais) operam na região de
litro/segundo de vazão é um sinal binário. amplificação linear.
Um sinal digital de 8 bits pode ser Instrumento digital usa circuitos e
10011101. técnicas lógicas para fazer a medição ou
para processar os dados. Basicamente, um
5.2. Display instrumento digital pode ser visto como um
arranjo de portas lógicas que mudam os
O display ou readout é a apresentação
estados em velocidades muito elevadas
visual dos dados. Ele pode ser analógico ou
para fazer a medição. A base dos circuitos
digital.
digitais são os circuitos integrados digitais,
Display analógico é aquele constituído,
constituídos de portas lógicas (AND, OR,
geralmente, de uma escala fixa e um
NAND, NOR, NOT), multivibradores (flip-
ponteiro móvel (pode haver escala móvel e
flop), contadores e temporizadores.
ponteiro fixo). O ponteiro se move
Atualmente, todos estes circuitos e lógicas
continuamente sobre a escala graduada,
estão integradas no microprocessador. Os
possibilitando a leitura do valor medido.
circuitos digitais podem também executar as
Display digital é aquele constituído por
tarefas analógicas de amplificar e filtrar.
números ou dígitos. Os números variam de
Necessariamente, eles devem ter um
modo discreto, descontinuo, possibilitando a
estágio de conversão analógico-digital e
leitura do valor medido.
eventualmente, de digital-analógico.
O fator mais importante favorecendo o
instrumento digital, quando comparado com
o analógico, é a facilidade de leitura.
Quando o operador lê um instrumento
analógico, ele deve se posicionar
corretamente, fazer interpolação, usar
espelho da escala, ou seja, ter um bom
olho. A leitura analógica é suscetível a erro,
subjetiva e demorada.

Fig. 1.3.8. Totalização (digital) por meio analógico

5.4. Função Matemática


(a)
Há funções ou tarefas que são
tipicamente analógicas, como registro e
controle de processo. Só é possível registrar
um sinal analógico. Por exemplo, quando se
quer registrar a vazão, tendo-se uma turbina
(b) medidora com saída de pulsos, deve-se
Fig. 1.3.7. Display (a) analógico e (b) digital converter o sinal de pulsos em analógico. O
controle é também uma função analógica. O
seu algoritmo fundamental, PID, é
5.3. Tecnologia matematicamente analógico e continuo. O
controle liga-desliga é um caso particular,
A tecnologia eletrônica pode ser com uma saída discreta (digital). Um
analógica ou digital. controlador digital envolve uma tecnologia
A base dos circuitos analógicos é o digital para executar a função analógica de
amplificador operacional, que manipula e controle.
computada variáveis analógicas (corrente e Funções tipicamente digitais são alarme,
voltagem). Os componentes passivos contagem de eventos e totalização de
(resistência, capacitor e indutor) servem vazão. Quando se totalizam pulsos

3.5
Sistemas de Instrumentação

escalonados de medição de vazão, basta Porém, a leitura de instrumento


contá-los. Quando se totaliza um sinal analógico é de mais rápida e fácil
analógico proporcional à vazão, é interpretação, principalmente quando se tem
necessário converter o sinal para digital e comparações entre duas medições. Por
depois contar os pulsos correspondentes. isso, mesmo a instrumentação eletrônica
Um exemplo relacionando todos estes sofisticada com tecnologia digital possui
conceitos é a medição do tempo pelo medidores que simulam indicações
relógio. O tempo é uma grandeza analógica. analógicas. Por exemplo, o controlador
O tempo pode ser medido por um relógio single loop possui indicações da medição e
mecânico, com tecnologia analógica e do ponto de ajuste feitas através de gráfico
mostrador analógico. Tem-se engrenagens, de barras. Os relógios digitais foram muito
molas, pinos acionando um ponteiro que populares na década de 80, porque eles
percorre uma escala circular graduada. O eram novidade e mais baratos. Atualmente,
ponteiro se move continuamente. Este há o reaparecimento de relógios com
mesmo tempo pode ser medido por um display analógico, com ponteiros e escala,
relógio eletrônico, com tecnologia digital porque sua leitura é mais rápida e fácil, pois
mas com mostrador analógico. A tecnologia se sabe o significado de certas posições dos
do relógio é digital pois tem um ponteiros das horas e dos minutos.
microprocessador e um cristal oscilante. A A precisão é uma segunda vantagem do
indicação é analógica, pois é constituída de instrumento digital sobre o analógico.
escala e ponteiro. Porem, o ponteiro se Embora a precisão dependa da qualidade e
move com pequenos saltos, mostrando que do projeto do instrumento, em geral, o
está sendo acionado por pulsos. instrumento digital é mais preciso que o
Finalmente, o tempo pode ser indicado por analógico de mesmo custo. Tipicamente, a
um relógio digital. A tecnologia do relógio é precisão do digital é de 0,1% e do analógico
digital e o indicador é também digital. O é de 1%.
display são números que variam A exatidão de qualquer instrumento está
discretamente. Resumindo: a variável relacionada com a calibração. Como a
analógica tempo pode ser indicada através precisão de um instrumento digital depende
de relógio analógico (mecânico) ou digital da percentagem do valor medido e de mais
(eletrônico) com display analógico (escala e ou menos alguns dígitos menos
ponteiro) ou digital (números). significativos (erro de quantização), o
instrumento digital requer calibrações mais
5.5. Comparação Analógica Versus freqüentes que o instrumento analógico,
Digital cuja precisão depende apenas da
percentagem do fundo de escala.
Deve-se diferenciar um instrumento Os instrumentos digitais fornecem melhor
digital e um instrumento com display digital. resolução que os analógicos. A maior
Instrumento digital é aquele em que o resolução dos instrumentos digitais reduz o
circuito necessário para obter a medição é número de faixas necessárias para cobrir a
de projeto digital. Um instrumento com faixa de medição.
display digital é aquele que o circuito de
medição é de projeto analógico e somente a
indicação é de projeto digital.
Um instrumento analógico com leitura
digital geralmente não é mais preciso que o
mesmo instrumento analógico com leitura
analógica.
A principal vantagem do display digital é
a conveniência de leitura, quando não se
tem a preocupação de cometer erro de
paralaxe, quando se posiciona erradamente
em relação ao instrumento de leitura. Os
psicólogos garantem que se cansa menos Fig. 1.3.9. Instrumentos inteligentes (Foxboro)
quando se fazem múltiplas leituras digitais.

3.6
Sistemas de Instrumentação

6. Burro ou inteligente do que o sinal analógico. O principal


obstáculo é a falta de padronização deste
Os instrumentos convencionais de leitura sinal digital e seu respectivo protocolo.
apresentam os resultados para o operador, Algum dia isto será resolvido.
que deve interpretá-los. Esta interpretação 2. Todos os instrumentos de medição
envolve o uso da unidade de engenharia industriais contem componentes como
apropriada, linearização, alguma foles, diafragmas e elos que exibem
computação matemática e a conclusão final. comportamento não linear ou cujo
Obviamente, para isso se requer um comportamento pode ser alterado por
operador esperto ou inteligente. variações de temperatura, umidade,
Com o uso intensivo e extensivo do pressão, vibração, alimentação ou outros
microprocessador na instrumentação, efeitos externos. Em outros casos, os
tornou-se possível passar para o efeitos não lineares aparecem por causa
instrumento esta capacidade humana de dos princípios de medição, como a
computação matemática e interpretação de medição de vazão com placa de orifício.
resultados. Em 1983 apareceu o primeiro A estratégia, até hoje, era usar outros
transmissor microprocessado, lançado pela instrumentos para compensar estes
Honeywell e foi chamado de inteligente. efeitos.
Este é outro de muitos exemplos de nomes Como os instrumentos inteligentes
escolhidos estupidamente para instrumentos possuem uma grande capacidade
de processo. Não há nada particularmente computacional, estas compensações,
inteligente nos medidores inteligentes. correções e linearizações são mais
Porém, eles possuem características acima facilmente conseguidas através de
e além das de seus predecessores e estas circuitos embutidos no microprocessador.
capacidades devem ser entendidas. Como 3. Além de transmitir a informação, o
estes instrumentos foram chamados de transmissor inteligente pode também
inteligentes, por contraposição, os já ouvir. Um benefício prático disto é em
existentes são considerados burros (dumb). verificação de pré partida. Da sala de
Atualmente, há o sabido (smart) e o controle, o instrumentista pode perguntar
inteligente (intelligent), onde o inteligente ao transmissor que está no campo qual é
tem maiores recursos que o sabido, embora o seu número de identificação.
ambos sejam microprocessados. 4. Um transmissor inteligente pode ter sua
Atualmente, quando se fala indistintamente faixa de calibração facilmente alterada
que um instrumento é inteligente quer se através de comandos de reprogramação
referir a um instrumento a base de em vez de ter ajustes mecânicos locais.
microprocessador, com a capacidade Na medição de vazão com placa de
inerente de computação matemática, lógica, orifício, as verificações de zero do
seqüencial, intertravamento. instrumento requerem a abertura e
A capacidade adicional tornou-se fechamento das válvulas do distribuidor
possível pelo desenvolvimento da no transmissor.
microprocessador e a inclusão deste
componente admirável nos instrumentos de
medição. Isto significa que um transmissor
inteligente possui um pequeno computador
em seu interior que geralmente lhe dá a
habilidade de fazer duas coisas:
1. modificar sua saída para compensar
os efeitos de erros
2. ser interrogado pelo instrumento
receptor da malha.
As capacidades peculiares dos
instrumentos inteligentes são:
1. habilidade de transmitir medições do Fig. 1.3.10. Área externa
processo, usando um sinal digital que é
inerentemente um método mais preciso

3.7
Sistemas de Instrumentação

7. Campo ou sala de controle


Os primeiros instrumentos de medição e
controle, desenvolvidos até a década de
1940, eram de montagem local ou no
campo, próximos ao processo. Apenas com
o advento do transmissor, pneumático ou
eletrônico, que possibilitou o envio das
informações até distancias de centenas de
metros (pneumático) ou alguns kilômetros Fig. 1.3.11. Instrumentos em área industrial
(eletrônico), tornou-se possível a opção de
se montar os indicadores, registradores e
controladores em painéis centralizados e De um modo simplista, um instrumento
localizados em salas de controle. especificado e construído para ser montado
Outro fato que concorreu para o uso de no campo é mais robusto, mais resistente à
painéis centralizados em salas de controle corrosão e maior do que o seu
foi a complexidade crescente dos correspondente montado no painel da sala
processos, que requer a leitura e a de controle. A sua pintura e o seu
monitorização simultânea de muitas acabamento são normalmente especiais e
variáveis simultâneas. específicos para cada atmosfera.
Com o uso cada vez mais intensivo da Atualmente, se aplicam cada vez mais
instrumentação eletrônica, até com técnicas materiais plásticos (p. ex., epoxy) e fibra de
digitais de controle distribuído, a tendência é vidro, que são altamente resistente e não
a de se usar instrumentos centralizados em sofrem corrosão nem ferrugem.
salas de controle, distribuídas em toda a A montagem padrão dos instrumentos
extensão da planta. de campo é em tubo de 2" (50 mm) de
diâmetro. Os instrumentos de medição ou
7.1. Instrumento de campo registro de vazão, que utilizam o diafragma
Há instrumentos, que pela sua própria de pressão diferencial (câmara Barton) são
função desempenhada, só podem ser montados em pedestal (yoke), que é
montados no campo, próximos ou em levemente diferente da montagem em tubo
contato direto com o processo. Os sensores de 2". Na montagem em tubo, o instrumento
(parte dos instrumentos) e as válvulas de é preso lateralmente ao tubo, através de
controle são necessariamente montados no uma braçadeira. Na montagem em pedestal,
campo. Na maioria dos casos mas nem o instrumento é colocado sobre o tubo, pois
sempre, o transmissor é montado no campo. não há espaço lateral para ser fixado.
Em uma minoria dos casos, por questão de Os instrumentos de campo que
segurança ou de integridade, o transmissor apresenta portas, geralmente são trancados
é montado no painel cego da sala de com chave, de modo que apenas as
controle. Os outros instrumentos, tais como pessoas categorizadas lhe tenham acesso
indicadores, registradores, controladores, ao interior.
totalizadores, transdutores e conversores As portas e janelas de vidro,
podem ser montados tanto no campo como normalmente, são anti estilhaço, ou seja,
no painel da sala de controle. quando se quebram não produzem
Embora funcionalmente os instrumentos estilhaços, que seriam perigosos aos
sejam os mesmos, suas características operadores.
externas, relacionadas com robustez, Quando não há restrições de segurança,
segurança, funcionamento são diferentes. E por causa da presença de gases inflamáveis
como conseqüência, também os custos são no meio circundante, os instrumentos são
diferentes. iluminados internamente. As luzes são
acesas manualmente pelo operador ou pelo
instrumento de manutenção, facilitando a
operação noturna.

3.8
Sistemas de Instrumentação

Os instrumentos de campo devem ser


montados em lugares de fácil acesso, para
possibilitar abertura, troca de gráficos,
calibração e manutenção.

(a) Instrumentos soltos

Fig. 1.3.12. Instrumentos montados no campo

(b) Instrumentos montados nas estantes


Os instrumentos de campo são
Fig.4.13. Instrumentos em painel de leitura (Foxboro)
chamados também de "caixa grande". São
tipicamente de formato retangular. Os
registradores tem o formato retangular,
2. Os instrumentos de painel são mais
porém, seus gráficos são circulares, com
padronizados, pois manipulam sinais
diâmetro de 12".
padronizados provenientes dos
transmissores de campo. A maioria
7.2. Instrumentos montados na sala
dos instrumentos de painel recebe o
de controle sinal de transmissores do campo, por
Com a complexidade dos processos questão de padronização, de
industriais, apareceu a necessidade de segurança e de técnica. Não seria
maior número de instrumentos para a seguro nem praticável trazer, por
manipulação dos sinais de informação. Para exemplo, um sinal de pressão de 100
que os painéis não se tornassem kg/cm2 do campo para o painel
proibitivamente grandes, o que implicaria diretamente. Como conseqüência,
em maiores custos e maiores dificuldades usa-se um transmissor, eletrônico ou
para os operadores, os fabricantes foram pneumático, de pressão para trazer
forcados a diminuir os tamanhos dos essa informação para a sala de
instrumentos. Esta miniaturização dos controle. E o sinal recebido pelo
instrumentos foi auxiliada pelo advento da instrumento de painel é um sinal
eletrônica e pelo uso de circuitos impressos padrão, de 4 a 20 mA se eletrônico ou
pneumáticos. 20 a 100 kPa se pneumático.
As características comuns aos 3. A padronização maior dos
instrumentos montados em painel são: instrumentos implica em menor
1. Os instrumentos são montados em número de instrumentos reservas.
estantes padronizadas, através de cabos Como conseqüência dessa
de engate rápido. Esta filosofia, valida padronização, por exemplo, todos os
para os instrumentos pneumáticos e controladores são iguais, quaisquer
eletrônicos, torna fácil a substituição a que sejam as variáveis controladas. O
manutenção dos instrumentos. controlador do painel recebe um sinal
padrão do transmissor de campo e
remete para a válvula de controle outro
sinal padrão. Para facilitar ainda mais,
os instrumentos de painel são
fornecidos com escalas

3.9
Sistemas de Instrumentação

intercambiáveis, de fácil substituição. uma industria cuja área do campo


Assim, em vez de se ter um seja perigosa por manipular produtos
controlador para cada variável de com gases inflamáveis e explosivos,
processo, tem-se um único controlador ela é um local seguro.
para todas as variáveis. Apenas são 7. Os tamanhos físicos dos instrumentos
trocadas as escalas dos instrumentos de painel são menores, para que os
painéis sejam menores, as salas de
controle sejam menores. A diminuição
do tamanho dos instrumentos não
prejudica a operação, pois na sala de
controle os operadores podem se
aproximar facilmente dos
instrumentos de leitura.

(a) Portátil (b) Painel

(c) Área industrial Fig. 13.15. Painel de leitura e armário cego


Fig. 1.3.14. Locais de montagem

4. Os únicos instrumentos de painel que


recebem sinais diretamente do
processo são os indicadores e
registradores de temperatura, com
elementos sensores a termopar ou a
bulbo de resistência. Também nessa
situação, os instrumentos continuam
sendo padronizados. Obviamente um
registrador de temperatura, com
termopar, não poderá receber sinal de
um transmissor eletrônico de pressão.
Porém, poderá ser ajustado para
receber sinal de outro termopar,
desde que sejam modificadas as
junções de compensação.
5. Os instrumentos de painel são
estruturalmente mais frágeis que os
instrumentos de campo, pois suas
condições ambientais são mais
favoráveis e porque as estantes de
montagem os protegem.
6. Os instrumentos elétricos montados
nos painéis são de uso geral. Ou seja,
mesmo que a sala de controle seja de

3.10
Sistemas de Instrumentação

8. Modular ou integral 8.1. Painel de leitura

Os primeiros instrumentos agrupavam A parte frontal do painel é o espaço nobre e


em seu invólucro todos os circuitos portanto deve ser ocupada apenas por
funcionais e são chamados de integrais. instrumentos que apresentem indicação em
Como resultado, eram pouco flexíveis e escalas, mostradores, gráficos e
praticamente não era possível fazer contadores. Na parte da frente do painel
modificações em sua operação. devem ser montados apenas os
instrumentos que exijam leitura ou cuidados
do operador: indicador, registrador,
controlador, estação manual de controle,
anunciador de alarme e contador-
totalizador.
Os indicadores são lidos e
eventualmente, suas leituras anotadas. Os
registradores informam os valores
registrados. Os seus gráficos são
periodicamente trocados. Tipicamente um
gráfico tipo tira, de rolo, tem duração de 30
dias; os gráficos tipo tira, sanfonados, tem
duração de 16 dias. Raramente há gráficos
Fig. 1.3.15. Instrumento integral
circulares de registradores caixa grande na
sala de controle, cuja duração típica é de 24
horas, ou menos comum, de 7 dias.
Ainda na instrumentação analógica
Os controladores apresentam a situação
apareceu a filosofia de separar os
do processo, mostrando o valor da medição,
instrumentos em módulos independentes
do ponto de ajuste e do sinal de saída e
fisicamente e separados geograficamente;
como conseqüência, a abertura da válvula
tem-se a instrumentação modular. Nesta
de controle. O operador pode variar o ponto
configuração, um controlador era constituído
de ajuste, conforme orientação do processo.
por:
Quando requerido, deve atuar direta e
1. módulo de entrada, que recebe o sinal de
manualmente no processo, através da
medição da variável de processo, vindo
estação manual de controle acoplada ao
do campo,
controlador automático, depois de fazer a
2. módulo de processamento de sinal, que
conveniente transferência auto-manual.
pode opcionalmente alterar o sinal
recebido, por exemplo, linearizando-o,
3. módulo de controle, onde está alojados
os circuitos de controle, com pontos de
teste e ajuste de sintonia,
4. módulo de saída, que envia o sinal de
controle de volta para o campo, para o
elemento final de controle,
5. estação de controle, que constitui a
interface com o operador de processo,
6. cabo de ligação entre o módulo e a
estação de controle.
Todos estes instrumentos são montados
Fig. 1.3.16. Sistema modular (Foxboro)
na sala de controle. Porém, somente as
estações de controle tem informação para o
Além dos instrumentos de indicação,
operador. Os instrumentos de painel foram
registro e controle, na parte frontal do painel
divididos em duas grandes categorias e
de leitura, estão colocadas as botoeiras de
segregados, para economia de espaço e
liga-desliga ou de múltiplas posições, que
para simplificação da operação:
podem ser acionadas pelo operador,
1. instrumentos de leitura (display)
dependendo da situação do processo.
2. instrumentos cegos (rack)

3.11
Sistemas de Instrumentação

processam os sinais de informação:


extratores de raiz quadrada (linearizam o
sinal quadrático proveniente do transmissor
de vazão, associado à placa de orifício),
multiplicador/divisor de sinais (associado à
medição de vazão com compensação de
temperatura ambiente e pressão estática),
integrador (cuja saída pulsada alimenta o
contador, que está localizado na parte
frontal do painel, porque possui uma
indicação digital) somador, seletor de sinais.
Esses instrumentos, geralmente chamados
de computadores analógicos, são montados
Fig. 1.3.17. Estação de operação de SDCD ou atras do painel de leitura ou em outro
Na parte superior do painel, logo acima painel, colocado atras do painel de leitura.
dos instrumentos convencionais de leitura Quando montados em outro painel, esse
está localizado o painel anunciador de painel é chamado de armário (ou rack). Os
alarme. Esse painel consiste de uma operadores de processo não necessitam ter
associação de som (buzina) e luzes e seu acesso a esse armário, desde que não há
objetivo é o de informar ao operador quando nenhuma informação a ser lida nesses
os níveis de segurança e funcionamento do instrumentos. Como esses instrumentos não
processo estão sendo alcançados. Quando apresentam nenhuma leitura são chamados
ocorre uma situação de alarme, a buzina de instrumentos cegos.
soa e a luz se acende. Nessa situação, o
operador deve acionar o botão de
conhecimento do alarme, de modo a
desligar o som (que é irritante, de
propósito). A luz continua acesa, podendo
ficar piscando, para indicar que a situação
do processo que provocou o alarme
continua ocorrendo. O operador deve
providenciar uma atuação no processo,
através da manipulação manual da estação
de controle, através do ligamento ou
desligamento de algum equipamento, de
modo que a variável alarmada retorne à sua
condição normal. Quando ocorre a
normalidade, a luz de alarme se apaga.
Ainda acima do anunciador, há o painel Fig. 1.3. Painel cego de instrumentos
sinóptico, onde está esquematizado em um
fluxograma, o processo da planta. Ela
facilita a tarefa do operador pois mostra as
ligações lógicas dos instrumentos e indica
os tags de identificação dos instrumentos
envolvidos. Há painéis semigráficos que
possuem lâmpadas de sinalização de
alarme.

8.2. Armário de instrumentos cegos


Há instrumentos na sala de controle que
executam funções inteligentes, porém não
apresentam nenhuma informação em forma
de indicação ou registro. São os
instrumentos auxiliares que condicionam e

3.12
Sistemas de Instrumentação

Em sistema de arquitetura modular ou


arquitetura dividida, a separação e o
conceito de painel de leitura e armário de
instrumentos cegos são mais nítidos.
Atualmente existe um consenso que todas
as funções de leitura podem e devem ser
separadas fisicamente das funções de
processamento e computação matemática.
Essa separação ocorre não apenas na
instrumentação eletrônica, mas também na
instrumentação pneumática.
Fig. 1.3.20. Registro compartilhado de temperatura

Porém, o mais comum, é o


compartilhamento do instrumento eletrônico
digital. A interface para o compartilhamento
é o multiplexador, que é o instrumento que
converte várias entradas em uma única
saída. Depois de multiplexar os sinais, há a
conversão dos sinais analógicos para digital;
(A/D). Quando há controle, o sinal digital
deve ser reconvertido para analógico e
Fig. 1.3.19. Registrador de 4 penas (Foxboro) voltar para o elemento final de controle.
Usam-se o conversor digital-para-analógico
e o de-multiplexador. O conjunto destas
9. Dedicado ou compartilhado funções de multiplexar, converter e
Instrumento dedicado é aquele que demultiplexar é feito por um único
executa uma função relacionada com uma instrumento chamado de modem
única variável de processo. Um instrumento (MODulador-DEModulador).
corresponde a uma malha e uma malha
corresponde a um instrumento. Os primeiros 10. Centralizado ou distribuído
instrumentos analógicos eram dedicados.
Atualmente, há instrumentos digitais O sistema de controle centralizado é
microprocessados que também são aquele que converte todas as funções de
dedicados a uma ou duas malhas de interface com o campo (unidades de E/S),
controle; são os instrumentos single loop. interface com operador, unidades de
Instrumento compartilhado é aquele que controle analógico e digital e gerenciamento
executa a mesma função, (indicação, em um único instrumento.
registro ou controle), de um grande número O sistema de controle distribuído
de variáveis, simultaneamente. executa as funções de controle
É possível se ter o compartilhamento de estabelecidas e permite a transmissão dos
várias malhas com um único instrumento sinais de controle e de medição. As
mecânico analógico, como o registrador diferentes funções de interface com o
multiponto, quando um instrumento registra campo (unidades de E/S), interface com
até 24 pontos de temperatura (tag TJR . operador, unidades de controle analógico e
digital, gerenciamento são distribuídas
geograficamente e interligadas pelo elo de
comunicação.
Os primeiros sistemas de
instrumentação analógico possuíam uma
sala de controle centralizada, para onde
convergiam todos os sinais de informação
do processo. Na sala de controle havia

3.13
Sistemas de Instrumentação

ainda a tomada de decisão do controle. As comportamento do processo, para que ele


primeiras aplicações de controle digital possa intervir na operação, nas situações de
incluíam um único computador centralizado emergência, de modo mais eficiente e
para fazer a coleta de dados e o controle do seguro. O ênfase é colocado no
processo. O alto custo do equipamento desenvolvimento dos equipamentos de
permitia a existência de apenas um (ou dois comunicação homem-máquina, com
computadores, quando havia reserva). aquisição de dados e telas de vídeo dando
O uso intensivo e extensivo de a possibilidade de estabelecer um dialogo
microprocessadores devido a grande entre os operadores e o processo.
redução de seu custo e do equipamento de Atualmente, os sistemas de controle
processamento de dados permitiu a distribuído proporcionam uma grande
distribuição da inteligência entre as quantidade de informação que deve ser
diferentes fases do processo de coletar passada gradualmente aos computadores
dados, condicionar sinais, tomar decisões e periféricos com o fim de prover controles
fornecer informação ao operador. avançados, otimizar o controle da planta e
Inicialmente houve a aplicação com gerenciar a sua eficiência. O êxito e
muitos pontos de controle indo para um eficiência destas decisões, independente
painel centralizado, depois com o sistema do seu nível, se baseiam na informação
digital distribuído, voltou-se a distribuir as exata disponível e na existência de um
funções de controle na área industrial. A sistema padronizado de comunicação entre
distribuição de equipamentos de controle o sistema de controle distribuído e os
diminui o número e o custo das fiações computadores que se acoplam a rede.
entre cada sensor e a sala de controle e
requer um sistema de multiplexagem 11. Real ou Virtual
confiável e um sistema de comunicação de
dados.
No controle digital distribuído, as funções 11.1. Instrumento real
de monitoração e controle são distribuídas
Instrumento real ou convencional é o
em vários painéis locais, cada um com seu
equipamento físico que executa a função
próprio sistema digital, todos interligados por
para o qual ele foi projetado, construído e
um sistema de comunicação. As operações
instalado. Ele deve ser especificado com
são distribuídas funcional e fisicamente
detalhe para a função a ser executada, pois
entre os vários processos da planta.
ele é pouco flexível.
Um controlador convencional deve ser
especificado e comprado com as ações de
controle necessárias. É muito difícil e quase
impossível fazer atualização (upgrade) de
um controlador convencional, para
acrescentar alguma característica opcional,
não prevista na época de sua compra.
Como já visto, o instrumento real pode
ser montado no campo ou na sala de
controle, pode ser pneumático ou eletrônico,
pode ser dedicado ou compartilhado por
várias malhas de medição e controle.
Atualmente, por causa do uso intensivo
e extensivo do computador pessoal na
Fig. 1.3.21. Estação de Operação Centralizada medição e controle de processo, há uma
tendência universal de substituir o
instrumento real de painel pelo instrumento
A tendência atual não é mais a de virtual. Porém, nem tudo pode ser virtual. Os
eliminar o operador, mas assisti-lo melhor, sensores e transmissores, que são a
fornecer-lhe ferramentas mais eficientes e interface com o processo, certamente
dar-lhe mais informações acerca do

3.14
Sistemas de Instrumentação

continuarão a ser físicos, reais, A única diferença entre o instrumento


convencionais. convencional e o virtual é o software e por
isso tem se a idéia que o software é o
11.2. Instrumento virtual instrumento.
Através do monitor de vídeo, teclado e
Um instrumento virtual é definido como
mouse, o operador pode fazer tudo no
uma camada de software, hardware ou de
processo industrial que é feito com o
ambos, colocada em um computador de uso
instrumento convencional, como:
geral, de modo que o usuário possa
1. alterar ponto de ajuste do
interagir com o computador como se fosse
controlador,
um instrumento eletrônico tradicional
2. passar de automático para manual e
projetado pelo próprio usuário.
vice-versa e em modo manual, atuar
Controlador virtual é aquele construído
diretamente no elemento final de
dentro de um computador pessoal.
controle
Atualmente, são disponíveis aplicativos para
3. estabelecer pontos de alarme de
desenvolver a face do controlador
máximo e de mínimo
(template), seu bloco funcional PID e os
4. alterar os parâmetros da sintonia
programas intermediários para interligar
(ganho, tempo integral e tempo
imagens, layouts, blocos e sinais externos.
derivativo)
Do ponto de vista do operador usuário, é
Adicionalmente, como o instrumento
muito difícil ver rapidamente as diferenças
dentro do computador possui muito mais
entre um instrumento virtual, constituído de
recursos, o operador pode:
programa e equipamento e um real, que é
5. ver a curva de resposta do
apenas equipamento. O que se vê na tela
controlador para atestar o resultado
do computador não dá imediatamente um
da sintonia
entendimento da filosofia de base. Diferente
6. ver a curva de tendência histórica
de um hardware, em que se pode abrir a
caixa e olhar dentro, a arquitetura no
software é abstrata e não é imediatamente
visível para um olho nu.

Fig. 1.3.23. Vista frontal de um controlador virtual

Fig. 1.3.22. Controlador virtual na tela do monitor

Para dar um exemplo, quando se tem 11.3. Controlador virtual comercial


um computador pessoal com um circuito de
aquisição de dados embutido, para um Como visto, o controlador é um
instrumentista ou operador de processo, o instrumento que recebe um sinal de
instrumento pode funcionar como indicador, medição da variável controlada (PV), recebe
registrador, controlador ou chave de um ponto de ajuste estabelecido pelo
atuação. operador (SP) e gera um sinal de saída
(MV), que é uma função matemática
específica da diferença entre a medição e o

3.15
Sistemas de Instrumentação

ponto de ajuste. Tipicamente, o sinal de aparece a mãozinha vermelha. Quando ele


saída vai para uma válvula de controle. clica sobre o balão, aparece ao lado e
O ponto de ajuste pode ser acima do balão a face frontal do controlador,
1. local, estabelecido pelo operador permitindo ao operador ter mais
2. remoto, determinado por um outro informações sobre o controlador e atuar no
sinal, por exemplo saída de outro processo através do controlador.
controlador A face do controlador virtual é similar a
3. remoto ou local, selecionado por de um controlador convencional, possuindo:
uma chave 1. barra gráfica verde da variável
Todo controlador possui uma chave medida (PV)
seletora para definir o modo de operação: 2. barra gráfica azul do ponto de ajuste
1. automático, quando a saída é (SP)
determinada apenas pelo 3. barra gráfica vermelha da saída do
controlador, em função das ações e controlador (MV),
da diferença entre a medição e o 4. chave seletora A/M
ponto de ajuste (automático/manual). Quando está
2. manual, quando a saída é gerada em automático, aparece a chave
diretamente pelo operador Auto e quando está em manual, a
O controlador pode ter ou não ter chave Manual.
alarme. O alarme pode ser de baixa, de alta 5. Chaves (4) de atuação manual da
ou ambos. Como nos indicadores, o saída do controlador, atuável
controlador sem alarme possui uma linha do somente quando o controlador está
balão preta e o controlador com alarme, em modo manual: uma lenta e outra
linha vermelha. Todo controlador possui um rápida, uma subir e outra para
balão com cinza escuro, para permitir a descer. Estas chaves não estão
chamada da sua face frontal, através de um habilitadas quando o controlador
gatilho. está em automático.
A seqüência do alarme do controlador é 6. Chave seletora Remoto ou Local do
idêntica à do indicador. ponto de ajuste (chave opcional)
7. Chaves (4) de atuação manual do
ponto de ajuste local, atuável
somente quando o controlador está
com ponto de ajuste local: uma lenta
e outra rápida, uma subir e outra
para descer. Esta chave não está
habilitada quando o controlador está
em ponto de ajuste remoto.
8. Indicações digitais dos valores do
ponto de ajuste (SP), variável
medida (PV) e saída do controlador
(MV), logo abaixo das barras
gráficas.
9. Botão (ícone parecido com gráfico)
para chamar a tela de tendência da
variável controlada.
10. Indicação do status da abertura da
válvula: A para aberta e F para
Fig. 1.3.24.Face frontal do controlador, com ponto de fechada.
ajuste apenas local 11. Botão para chamado das telas de
sintonias P, I e D.
Face frontal do controlador Ação Automática ou Manual
O balão cinza escura do controlador Todos os controladores possuem a
indica que há um gatilho nele. Quando o opção de modo Automático ou Manual.
operador coloca o cursor sobre este balão,

3.16
Sistemas de Instrumentação

Ponto de ajuste Remoto ou Local


Há controladores com ponto de ajuste
local e controladores com ponto de ajuste
local ou remoto (p. ex., controlador de
relação de vazões).
Em modo Manual, a chave de alteração
do ponto de ajuste não está habilitada. Em
modo automático (Auto) e com o ponto de
ajuste selecionado para Local, a chave de
alteração do ponto de ajuste fica habilitada:
o operador pode alterar o ponto de ajuste
local, atuando nas chaves à esquerda (SP),
para aumentar ou diminuir, de modo rápido
ou lento. Enquanto o controlador estiver em
modo Auto e com a chave de ponto de
ajuste em Remoto, as chaves de alteração
do ponto de ajuste desaparecem. Neste
Fig. 1.3.25. Frontais do controlador: operação do caso, o ponto de ajuste é alterado
controlador em modo Automático ou Manual automaticamente, através de algum sinal
externo que chegue ao controlador
(tipicamente é a saída de outro controlador,
Em modo automático (Auto), a chave de quando os dois estão em controle cascata).
alteração da saída não está habilitada. O
operador pode alterar o ponto de ajuste
local, atuando nas chaves à esquerda (SP),
para aumentar ou diminuir, de modo rápido
ou lento. Em modo Manual, a chave de
alteração do ponto de ajuste não está
habilitada. Através das chaves de atuação
da saída, o operador pode atuar
diretamente no processo, para aumentar ou
diminuir, de modo rápido ou lento.
Quando o operador clica na chave virtual
Manual ou Auto do frontal, aparece uma
janela para confirmar ou cancelar a
mudança.

Fig. 1.3.27. Frontais do controlador Local ou Remoto

Fig.1.3.26. Imagem que aparece para confirmar ou


canelar a transferência Auto-Manual da saída do
controlador

Se o operador clicar em Auto, a ação


muda ou continua em automático; se clicar
em Manual, a ação muda ou continua em
manual e se clicar em Cancel, a ação
continua como está (nada é alterado).

3.17
Sistemas de Instrumentação

Fig. 1.3.28. Frontais do controlador Local ou Remoto

Fig.1.3.30. Frontal de controlador com ponto de ajuste


Quando o operador clica na chave virtual Remoto ou Local e modo de operação Manual e
Local ou Remoto do frontal do controlador, Automático. O controlador está em modo manual e o
aparece uma janela para confirmar ou ponto de ajuste em local. Clicando nas chaves à
cancelar a mudança. esquerda (SP), o ponto de ajuste é alterado. Clicando
nas chaves à direita (MV), a saída do controlador é
determinada manualmente pelo operador.

Quando o operador clica na janela da


indicação digital da Relação, aparece a
janela para a alteração desta relação.
Fig. 1.3.29. Imagem que aparece para confirmar ou
canelar a transferência Local-Remoto do ponto de
ajuste
Se o operador clicar em Local, a ação
muda ou continua em local; se clicar em
Remoto, a ação muda ou continua em
remoto e se clicar em Cancel, a ação
continua como está (nada é alterado).
Controle de relação Fig. 1.3.31. Janela para entrar com novo valor da
Há malhas com controle de relação de relação
vazões de HCN e Propanona.
A saída do controlador de vazão de
Propanona vai para o ponto de ajuste do
Sintonia do Controlador
controlador de vazão de HCN, passando por
uma estação de relação (FFC). Esta relação Quando o operador clica na tecla virtual
pode ser ajustada pelo controlador, que PID aparece uma nova face frontal dos
clica no botão Relação ajustes de sintonia do controlador.

3.18
Sistemas de Instrumentação

Fig. 1.3.32. Janela para sintonia do controlador

Clicando no botão X, na parte superior


direita da janela de sintonia, ela é fechada
(desaparece da tela).
Quando o operador clica na janela com a
indicação digital do ganho proporcional (kp),
aparece a tela para ajuste do ganho do
Fig. 1.3.35. Janela para entrar com novo valor do
controlador.
ganho derivativo

A sintonia do controlador (ajustes do


ganho proporcional, ganho integral e ganho
derivativo) é relativamente complexa e por
isso, por enquanto, é feita apenas pelo
Supervisor ou por instrumentista experiente.
Clicando no botão X, na parte superior
direita da imagem, a face frontal do
Fig. 1.3.33. Janela para entrar com o novo valor do controlador é fechada (desaparece da tela).
ganho
Tela de ajuda
Quando operador clica na tecla virtual
Quando o operador clica na janela com a ATUALIZA, o novo valor entra e foi feita a
indicação digital do ganho integral (ki), alteração. Quando o operador clica na tecla
aparece a tela para ajuste do ganho do virtual AJUDA, aparece a tela de ajuda.
controlador.
Janelas de modificação de ajustes
Em todas as telas de modificação de
ajustes (Modify Tag Value), há as seguintes
informações:
1. Nome do tag (Tag Name)
2. Descrição do parâmetro alterado
3. Valor corrente
4. Novo valor a ser ajustado
5. Janela com o novo valor
6. Teclas para confirmar (OK), Cancelar
(Cancel) ou de Ajuda (Help).
Fig. 1.3.34. Janela para entrar com novo valor do Se operador clica em OK, o novo valor é
ganho integral confirmado; se clica em Cancel, o antigo
valor é mantido. Quando ele clica em Help,
aparece a janela de ajuda.
Quando o operador clica na janela com a Se o valor entrado está fora da faixa
indicação digital do ganho derivativo (kd), aceitável, aparece uma janela informando o
aparece a tela para ajuste da ação fato e o operador tem que entrar com um
derivativa do controlador. valor aceitável.

3.19
Sistemas de Instrumentação

Fig. 1.3.36. Janela de alerta para entrada de valor


inválido de qualquer parâmetro

Tendência do controlador
Quando o operador clica na chave virtual
com um ícone de gráfico, aparece a tela
com a tendência (real ou histórica) da
variável controlada.

Fig. 1.3.37. Imagem do gráfico de tendência do


controlador FQC-210-1A

No menu e em Modes, pode-se escolher


a tendência real ou tendência histórica. Em
tendência real, o gráfico mostra a variável
em tempo real, a partir do instante zero. Em
tendência real, o gráfico mostra o histórico
da variável controlada. Clicando na barra de
rolamento, pode-se andar para trás ou para
frente no tempo.

 Apostila\Instrumentação Sistemas.doc 03 SET 00 (Substitui 10 DEZ 98)

3.20
1.4
Evolução da Instrumentação
As principais ondas seriam:
1. Introdução 1. pneumática analógica dedicada
2. eletrônica analógica dedicada
A automação na história da 3. eletrônica digital centralizada
humanidade percorreu um longo e compartilhada
demorado caminho, começando do 4. eletrônica digital distribuída
controle manual, feito através do esforço compartilhada
muscular, passando pelo uso da máquina 5. eletrônica digital dedicada
para executar o controle manual, pela
malha fechada para executar o controle 2. Tipos de sinal
automático, que evoluiu do controle
convencional PID, passando pelo controle
adaptativo, indutivo, heurístico, criativo e 2.1. Analógica Pneumática
terminando (hoje) no controle expert, que
A primeira onda aconteceu no inicio da
utiliza conceitos de inteligência artificial.
instrumentação, cerca de 1940, com a
A instrumentação requerida para
instrumentação pneumática. A
realizar os diferentes tipos de controle e
instrumentação analógica pneumática foi
automação também evoluiu paralelamente.
uma evolução natural da instrumentação
Os primeiros instrumentos eram analógicos
mecânica. Os primeiros instrumentos
e faziam a medição de cada variável e o
mecânicos eram de uso local, ligados
observador processava os dados. Os
diretamente ao processo e serviam apenas
últimos tipos de instrumentação são
para fornecer indicações e registros locais
inteligentes, usando um sistema de
para a (difícil) monitorização do processo,
medição para avaliar a variável e
pelos operadores espalhados por toda a
simultaneamente executando todos (ou
área da planta.
quase todos) processamentos da
Com a criação do sinal padrão de 3 a
informação através de técnicas digitais.
15 psig (20 a 100 kPa), foi possível a
A instrumentação teve pontos de
centralização do controle, em salas
inflexão bem nítidos em seu
específicas. Todas as funções necessárias
desenvolvimento e houve várias ondas
para o operador eram facilmente
distintas em sua evolução. O conceito de
disponíveis, tais como indicação, registro,
onda é bem real, pois em sua evolução há
transmissão, computação analógica,
refluxo, repetição periódica e retorno de
alarme e controle. As distâncias envolvidas
filosofias passadas.
tipicamente não excediam a 300 metros,
Os parâmetros envolvidos são:
porém se obteve o controle satisfatório
eletrônica ou pneumática
para as exigências da época da maioria
analógica ou digital
absoluta dos processos industriais.
compartilhada ou dedicada
centralizada ou distribuída

4.1
Evolução da Instrumentação

algoritmos de controle, como o clássico


PID.

Fig. 1. Instrumentos pneumáticos

Os instrumentos pneumáticos, com a


exceção das plantas de pequeno porte e
das que já os utilizam, deixaram de ser
usados intensamente. A sua fabricação Fig. 1. Instrumentação eletrônica analógica
tornou-se muito cara, quando comparada
com a dos instrumentos eletrônicos
digitais, principalmente por causa de sua Os resultados obtidos eram
demanda cada vez mais reduzida. satisfatórios e estes tipos de
instrumentação, analógica pneumática e
2.2. Analógica Eletrônica eletrônica, foram aplicados intensivamente
na indústria petroquímica, nas refinarias de
Esta onda aconteceu entre 1945 e
petróleo e nas plantas de papel e celulose.
1965 e é devida ao aparecimento do sinal
Porém, alguns limites foram também
padrão eletrônico de 4 a 20 mA cc (o
reconhecidos:
primeiro sinal de 10 a 50 mA cc teve vida
1. a precisão e os recursos dos
curta) e ao aparecimento dos instrumentos
equipamentos analógicos são
eletrônicos analógicos miniaturizados, que
limitados,
efetivamente possibilitaram o uso definitivo
2. a instrumentação analógica é pouco
da sala de controle centralizada, com
flexível; sua reconfiguração requer
grande densidade de instrumentos.
mudança de fiação (hardwire) ou de
Todas as funções necessárias de
equipamento (hardware), de
indicação, registro, transmissão,
engenharia (mindware), leva tempo
computação analógica, alarme e controle
e custa caro.
foram aperfeiçoadas, o tempo de resposta
3. há problemas com a estabilidade do
diminuiu sensivelmente, a flexibilidade
sistema, quando existem
aumentou, a distância de transmissão
perturbações ou variações de carga
passou para até 3 000 m. Embora seja
freqüentes no sistema controlado.
tecnicamente possível distancias maiores,
4. há problemas com a linearidade dos
na prática, esta é a máxima distância para
sistemas de controle; a maioria dos
transmissão com fio; distâncias maiores
processos apresenta ganhos
envolvem a técnica de telemetria. Com o
variáveis com a carga e com o ponto
sinal padrão eletrônico tornou-se possível
de trabalho.
a manipulação de até quatro ou cinco
Todos os problemas e dificuldades
sinais simultâneos, quando no pneumático
referentes ao controle implicaram no
só se manipulavam dois sinais de cada
desenvolvimento de teorias matemáticas
vez.
para diminui-los ou elimina-los, como os
Sob o ponto de vista de controle, as
critérios de estabilidade de Routh, Hurwitz,
instrumentações analógicas pneumática e
Liapunov, transformada de Laplace e
eletrônica foram caracterizadas pela
transformada Z. Estas teorias matemáticas
analise do comportamento dinâmico da
envolviam equações transcendentais, que
malha de controle, cujo principal objetivo
eram pouco entendidas pelo pessoal de
era a determinação das condições de
instrumentação, mesmo com formação
estabilidade e a implementação dos
acadêmica.

4.2
Evolução da Instrumentação

3. Topologia computador, este era discretamente


escondido sob uma cobertura e a operação
feita manualmente pelo operador, com
3.1. Centralizada Compartilhada meios inadequados, desde que a planta
inteira foi projetada para um controle
A terceira onda se situa entre 1960 e
totalmente automático. Em 99% dos casos,
1980 e se refere à instrumentação
esta caixa agia satisfatoriamente, mas no
eletrônica digital compartilhada, ligada à
1% dos casos inesperados, o computador
grande esperança do desenvolvimento dos
não era capaz de resolver o problema.
computadores digitais.
O uso do computador digital de controle
Foi assumido, neste período, que o
direto provocou uma avalanche de papeis
homem era um elemento imprevisível e
para os operadores, que ficavam
incerto que precisava ser eliminado do
confundidos e não sabiam como
processo industrial, o máximo possível e
restabelecer a operação segura do
deveria ser substituído pelo computador
processo.
digital, que foi eleito o cérebro real do
processo. Todas as informações
relacionadas com o processo deveriam
convergir para o computador, que iria
elaborar as ações de controle. Nesta
época, a capacidade e o custo deste
computador digital eram relativamente
altas e pareceu prudente e econômico usa-
lo de modo compartilhado (time-sharing):
um único computador digital era usado
para as diferentes tarefas envolvidas com
a operação das centenas ou milhares de
variáveis do processo.
Esta terceira onda é caracterizada pelo Fig. 1. Esquema de controle digital
uso do computador digital, não somente direto
como ferramenta de controle, mas como
ferramenta de analise, o que levou ao uso A operação totalmente automatizada
das equações de fase do estado. Este muitas vezes não corresponde aos desejos
enfoque permite uma exorbitância da dos operadores, cujas presenças e ações
função de controle, possibilitando a ficaram restritas somente para casos de
implementação da otimização do controle, distúrbios inesperados e para a
da programação linear e dinâmica. Estes manutenção da planta. Com a exceção de
enfoques também levaram ao alguns casos especiais, uma planta
desenvolvimento de métodos de estimativa totalmente automatizada é uma utopia. O
dos parâmetros das equações de fase dos cérebro centralizado é um dispositivo
estados. delicado. Quando ele fica perturbado, a
Deve ser reconhecido que os planta toda é afetada. De fato, a
resultados desta terceira onda não foram experiência tem mostrado que, muitas
tão importantes como as expectativas vezes, em uma planta automatizada
colocadas na sua implantação. completa e centralizadamente, a
Os critérios de otimização eram confiabilidade da operação do processo
selecionados, considerando a sua era pequena. A solução de usar outro
habilidade para uma formulação computador digital, como reserva do
matemática, mas os resultados finais nem primeiro; era uma solução técnica mas
sempre corresponderam às necessidades com um agravante econômico.
reais e praticas.
O computador de processo era
considerado pelo operador como uma
caixa preta imprevisível e misteriosa. Em
alguns casos de plantas controladas por

4.3
Evolução da Instrumentação

3.2. Distribuída Compartilhada exata disponível e na existência de um


sistema padronizado de comunicação
Esta quarta onda começou em 1975 e
entre o sistema de controle distribuído e os
ainda não acabou de todo. Ela é
computadores que se acoplam a rede.
caracterizada pelo uso intensivo e
Os fornecedores de sistemas de
extensivo de microprocessadores devido a
controle distribuído se tornaram
tremenda redução de custo da memória e especialistas na tecnologia de
do equipamento de processamento de
comunicações entre os instrumentos de
dados. A redução destes custos abriu o
campo e a sala de controle e realmente
caminho para a distribuição da
satisfazem todas as necessidades dos
"inteligência" entre as diferentes fases do
usuários. Agora os usuários exigem que os
processo e para a seleção de cada tarefa fornecedores abram os seus sistemas, que
do processador mais apropriado.
tantos esforços e tantas horas lhes
Inicialmente houve uma evolução do
custaram desenvolver, para que eles
controle, de muitos pontos de controle para
possam interligar instrumentos de outros
um painel centralizado. Agora com o
fornecedores.
sistema digital distribuído, voltou-se a
A habilidade de exercer funções além
distribuir as funções de controle na área
do clássico controle de processo PID foi
industrial. A distribuição de equipamentos desenvolvida, possibilitando a
de controle diminui o numero e o custo das
programação da produção, a otimização
fiações entre cada sensor e a sala de
das operações, incluindo praticas de
controle. Em vez disso, tem-se um sistema
laboratório, pesquisa e desenvolvimento e
de multiplexagem confiável e um sistema
o gerenciamento do processo.
de comunicação de dados. Esta tendência conduziu ao
No controle digital distribuído, as
desenvolvimento de sistemas com a
funções de monitorização e controle são
simulação do processo integrada ao
distribuídas em vários painéis locais, cada
controle, onde as medições das variáveis
um com seu próprio sistema digital, todos
de estado são transmitidas, em uma via,
ligados por um circuito que se comunica para o painel de controle e, em outra via,
com uma estação central. As operações
para um simulador. Antes de atuar no
são distribuídas funcional e fisicamente
processo, os operadores tem a
entre os vários processos da planta.
possibilidade de transmitir as ordens de
A tendência atual não é mais a de
controle para o simulador, que reage e
eliminar o operador, mas assisti-lo melhor, permite que se vejam os resultados da
fornecer-lhe ferramentas mais eficientes e
aplicação do controle e de analisar o futuro
dar-lhe mais informações acerca do
comportamento do processo. As principais
comportamento do processo, para que ele
variáveis de estado são armazenadas
possa intervir na operação, nas situações
permanentemente e apagadas depois de
de emergência, de modo mais eficiente e alguns minutos, em caso de operação
seguro. O ênfase é colocado no
normal. Em caso de perturbações, este
desenvolvimento dos equipamentos de
cancelamento não é feito. É assim possível
comunicação homem-máquina, com
ser informado do comportamento do
aquisição de dados e telas de vídeo dando
processo antes e durante a perturbação.
a possibilidade de estabelecer um dialogo
Uma das aplicações mais recentes
entre os operadores e o processo, através
desta quarta onda de controle automático é
do computador de processo. o controle estatístico do processo, que se
Atualmente, os sistemas de controle
baseia na teoria de conjuntos aleatórios e
distribuído proporcionam uma grande
que estabelece a diferença entre variáveis
quantidade de informação que deve ser
certas, prováveis e aleatórias. O sistema
passada gradualmente aos computadores
trabalha em tempo real com leis da
periféricos com o fim de prover controles probabilidade das variáveis para os valores
avançados, otimizar o controle da planta e
não aleatórios e apresenta os resultados
gerenciar a sua eficiência. O êxito e
na forma de gráficos de tendência, de
eficiência destas decisões, independente
tabelas e de gráficos comuns. Este tipo de
do seu nível, se baseiam na informação
controle, mediante visualizações especiais,

4.4
Evolução da Instrumentação

alerta o operador para atuar sobre o


processo. A tendência do controle
distribuído é a de incorporar este tipo de
controle, extraindo a informação da base
de dados dos históricos do sistema.
O controle digital distribuído embora
menos decepcionante que o controle digital
direto, também não foi a solução definitiva
para os problemas do controle de
processo, principalmente por causa do seu
alto custo, com aplicação justificável
apenas para grandes sistemas e a falta de
padronização de interfaces e dos sistemas
de comunicação. Fig. 11. Sistema digital de medição de
nível
3.3. Distribuída Dedicada
Também nesta época e nesta onda foi
A quinta onda da instrumentação é um incorporado ao circuito do controlador a
refluxo de ondas anteriores, ocorreu na
inteligência artificial, ou os sistemas
década de 1980 e é constituída pelos experts, capazes de também tomar
instrumentos dedicados digitais. Ela utiliza decisões auxiliando o operador na
a filosofia da instrumentação analógica (um
detecção e solução dos casos em que o
instrumento, uma malha de controle) e a processo sai fora de controle. O sistema
tecnologia da instrumentação digital. expert detecta e diagnostica os problemas
O microprocessador ficou tão poderoso potenciais que possam aparecer no
e barato que se tornou economicamente controle de processos de uma planta
viável usa-lo dedicado a uma única malha
industrial. A elaboração do pacote expert é
de controle; assim apareceu o controlador trabalhosa. É necessário adquirir o
single loop.
conhecimento do processo que os
A maioria dos fabricantes de controle operadores da planta e os engenheiros
de processo oferece algoritmos padrões projetistas possuem, para incorpora-lo ao
disponíveis dentro do processador como sistema expert. Este conhecimento se
blocos, que podem ser especificados e baseia fundamentalmente nos sinais de
ligados como elementos de hardware.
alarme que o operador humano capta
Mesmo os controladores digitais "single antes de apresentar as situações anormais
loop" tem a capacidade de construção de no processo, situações que dão lugar a
uma configuração com vários blocos
toda classe de fenômenos prejudiciais, tais
selecionados de uma biblioteca de como: parada da planta, destruição de
funções. Funções de bloco típicas incluem:
produto, explosões, desprendimento de
escalonamento e linearização da entrada, produtos tóxicos. Para a elaboração das
extração de raiz quadrada, multiplicação,
bases do conhecimento se faz um uso
divisão, soma, subtração, tempo morto,
amplo das telas e menus que permitem ao
compensação dinâmica (lead/lag), PID, usuário, sem ter experiência nos sistemas
caracterizador de curva, seletor de sinal,
experts e com a ajuda do programa,
lógica, temporizador, rampa e saída. Um construir os modelos do processo, entrar
bloco calculador genérico é também
os parâmetros do sistema, especificar as
disponível e pode ser programado como variáveis criticas e outros dados do
uma calculadora de bolso. conhecimento.

4.5
Evolução da Instrumentação

Qualquer pessoa razoável percebe que


4. Computador no Processo este argumento é idiota.
Computadores em linha são caros para
se obter e se manter. Instalações de
4.1. Justificativas do computador processo com computadores envolvem
milhões de dólares, requerem pessoas
Na década de 1950, apareceu o primeiro
com alto salário para manterem e
computador digital aplicado ao controle de
atualizarem o sistema. Um computador
processo. As primeiras instalações foram
não necessariamente faz um melhor
consideradas uma revolução virtual na
trabalho de monitorar, avaliar e
tecnologia de controle e aqueles que não
controlar do que um ser humano. O
pensaram assim foram considerados
objetivo é operar de um modo mais
pensadores negativos ou até técnicos
lucrativo e não ter um negócio de
obsoletos.
ponta que as revistas publicam artigos
Uma nova tecnologia é usualmente
sobre ele.
desenvolvida para eliminar os problemas
2. O segundo argumento é mais sutil mas
associados com o modo antigo de fazer as
ainda inválido. Se um computador
coisas. Porém, esta nova tecnologia
digital faz algum trabalho de controle, o
inevitavelmente traz com ela seu conjunto
computador digital faz todos os
próprio de problemas peculiares. A questão
trabalhos de controle. A primeira parte
atual que se apresenta é: as coisas estão
deste argumento é 99% correta. A
melhores hoje, considerando-se todos os
segunda parte é errada. Ela exige que
fatores, do que antes de se fazer a
o projetista do controle de processo
mudança? Esta é a questão que tem de ser
consiga o melhor equipamento ou
respondida quando se quer mudar um
sistema para o trabalho.
controle de local para a sala de controle, de
O campo de controle de processo parece
pneumático para eletrônico, de painéis de
atrair regras de bolo. Elas são usadas
instrumentos para consoles de vídeo, de
extensivamente por pessoas que são
analógico para digital, de sistema digital
desinformadas ou que não estão inclinadas
centralizado para distribuído.
a gastar esforço ou dinheiro para fazer o
A questão a ser avaliada pelo projetista
trabalho certo. Todas as regras de bolo
do controle de processo é: as coisas hoje
devem ser tratadas com restrição, todas
estão melhores com o novo método e seus
exceto uma, que é provada ser verdade
problemas do que antes, do modo antigo
sempre: Simplicidade e confiabilidade
com seus problemas que já eram entendidos
andam juntas. Assim, a melhor decisão do
e já estavam sob controle? A resposta a esta
projetista é optar pelo modo mais simples de
pergunta nem sempre é absolutamente
conseguir os resultados desejados na
verdadeira. O fato que alguém tem um bom
medição e no controle. Computadores
resultado em sua aplicação não significa que
digitais não são os equipamentos mais
isso irá acontecer em outra aplicação. As
simples.
circunstâncias tem uma grande influência.
Especialistas em controle de processo
Entre as justificativas para se usar um
com computador afirmam que o computador
computador digital no controle de processo,
opera em tempo real. Que tipo de tempo é
há dois argumentos que não são válidos:
este?, é a reação de muitos instrumentistas.
1. argumento do estado da arte da
Este é apenas um exemplo de um jargão de
revista, que se não se tem um
computador que caracteriza a chegada dos
computador em linha controlando seu
computadores digitais no controle da planta.
processo ou se não tem um plano
Muito instrumentista tem dúvida do
definitivo para instalar um, então se
significado de tempo real. Um sistema que
está na rabeira da tecnologia e se está
funciona em tempo real processa sua
perdido para seu concorrente.
informação de entrada tão rapidamente

4.6
Evolução da Instrumentação

quanto a informação entra no sistema. 4.2. Aplicações típicas


Lembrando que o computador de processo
Há algum benefício real a ser obtido de
tem entradas que são medições do processo
e que regularmente altera seus valores, o computadores de controle de processo
quando eles são aplicados em
sistema do computador age sobre um novo
circunstâncias certas. As aplicações bem
valor de qualquer entrada imediatamente.
Ele não põe o novo valor na memória até sucedidas geralmente incluem: lógica,
controle avançado, monitoração de alta
que ele possa tratar dele.
Às vezes, é fácil justificar a viabilidade velocidade, partida e desligamento com
econômica do uso do computador. Por computador e otimização do controle.
exemplo, seja uma planta que produz 10 Lógica
milhões de litros de um produto por dia, com
Uma das mudanças mais significativas
um valor de $0,20 por litro. O valor da
que ocorreram em controle de processo é o
produção diária da planta é de $2 milhões
aumento do uso de lógica programada. O
por dia. Os proponentes do projeto do
termo lógica significa aqui:
computador podem dizer, corretamente, que
1. Matemática em linha: adição,
o uso do computador otimiza o processo e
multiplicação (escalonamento),
haverá um rendimento de 1%, logo o
extração da raiz quadrada, elevação
computador irá ganhar $20.000 por dia.
ao quadrado e geração de função para
Nesta proporção, se o custo do computador
linearizar relações não lineares. A
for de $1.000.000 (bem conservador), ele se
habilidade de fazer matemática em
paga em 50 dias. Qualquer gerente irá
linha tem um grande vantagem em que
aprovar um investimento com este tipo de
ela torna possível monitorar e até
retorno e o projeto do computador se torna
controlar variáveis de processo que
uma realidade.
não podem ser medidas diretamente
O problema é que depois que o
mas que podem ser computadas de
computador está finalmente em
outras variáveis medidas. Exemplos
funcionamento, depois de ter sido debugado,
são circulação catalítica e eficiências
vários meses mais tarde, ninguém vai
de caldeiras e queimadores
verificar se a promessa de 1% da produção
2. Estabelecimento de limites em
se realizou. Raramente isto pode ser
variáveis e sinais que as representam.
demonstrado, desde que a produção na
Isto significa medições, saídas de
maioria das plantas com grande saída é
controlador, pontos de ajustes,
mais sensível a falhas mecânicas e erros de
diferenças entre o valor real de uma
operação do que a qualquer otimização que
variável de processo e seu ponto de
um computador possa oferecer.
ajuste.
3. Seleção de variáveis. Selecionando
valor maior e o menor ou médio de
mais de um sinal determinado para
indicação, registro, alarme ou controle.
4. Movimentos condicionais. Se uma
variável particular é maior ou menor
que outra variável, então uma chave
muda sua saída para fins de alarme ou
controle.
Quando se observa um diagrama P&I de
um sistema de controle de caldeira é fácil ver
Fig. 2 - Planta com computador que se tem muito controle lógico e pouco
controle PID. A lógica é mais fácil de ser
feita por circuitos digitais do que por cadeias

4.7
Evolução da Instrumentação

de módulos analógicos. A lógica é mais de disponíveis antes. Desde que tais esquemas
ser estabelecida e alterada, quando é feita sejam corretamente projetados e
por programação. Alterações de lógica feita sintonizados, tem-se uma melhora
por módulos analógicos requerem a adição considerável no desempenho dos sistemas
ou retirada de módulos, com modificação da de controle.
fiação correspondente. Finalmente e o mais Uma estratégia útil de controle,
importante: a lógica em um sistema digital é especialmente no caso de controle de
mais confiável porque ela nunca perde sua fracionadores, é usar o computador para
precisão. fazer balanço de materiais e energia do
Desde que o controle PID pode ser feito processo. Quando este método é usado, o
digitalmente e quando a lógica predomina computador é fornecido com um modelo do
sobre o controle analógico em todo o processo, do qual o computador pode
esquema da planta, então um sistema calcular as alterações necessárias das
totalmente digital é provavelmente a melhor variáveis manipuladas, em função dos
escolha. distúrbios que afetam as variáveis
controladas. As variáveis distúrbios e as
Controle Avançado manipuladas são todas medidas e se tornam
O sistema de controle com realimentação entradas para o computador. Este esquema
negativa não pode manter a variável de controle é chamada de preditivo
controlada sempre igual ao ponto de ajuste. antecipatório (feedfoward).
Ele pode apenas trazer a medição de volta
ao ponto de ajuste depois que o sistema Monitoração de Alta Velocidade
teve um distúrbio. Um sistema de controle a Por razões de rendimento, o tamanho
realimentação negativa dá resultado ótimo das plantas tem aumentado e,
satisfatório se paralelamente, o tamanho e custo das
1. Os distúrbios são mínimos em máquinas usadas nestas plantas. A
tamanho e número ou se eles se produção contínua de produtos de alto valor
distribuem sobre um longo período de muitas vezes depende do desempenho de
tempo. Isto é outro modo de dizer de grandes e caras bombas, compressores,
que os distúrbios não são grandes ou motores, esteiras e outras máquinas de
repentinos. operação contínua. Outros equipamentos de
2. O sistema de controle tem um curto processo podem não se mover mas também
período de oscilação e portanto um consomem grandes quantidades de energia
pequeno tempo de recuperação. Sob cara. Algumas máquinas são tão caras que
estas circunstâncias, os distúrbios não não é prático ter uma sobressalente como
são realmente um problema porque o reserva.
sistema de controle pode rapidamente Para evitar paradas e perdas resultantes
compensá-los. de produção, a operação do equipamento
Porém, quando está ausente uma destas deve ser continuamente monitorada. Esta
condições, o sistema de controle à monitoração é conseguida pelo ser humano
realimentação negativa tem um desempenho através da ajuda de indicadores e
ruim e é necessário usar um esquema de registradores. Esta monitoração deve ser
controle mais elaborado. Estes esquemas constante, contínua e embora pareça inútil
mais elaborados de controle são chamados ela é necessária para conseguir a
genericamente de controle avançado. sobrevivência de equipamentos caríssimos.
Uma característica de todos esquemas Um sistema de monitoração baseado em
de controle avançado é que eles requerem a computador digital é uma solução prática,
capacidade de computação em linha. Pode- porque pode-se observar variáveis
se dizer, portanto, que o advento do importantes na base de segundo a segundo.
computador digital em linha tornou possível Seus valores podem ser comparados com
o uso de métodos de controle que não eram limites de segurança programados e alarme

4.8
Evolução da Instrumentação

pode ser acionado para chamar a atenção Quando a operação de partida se


do operador para qualquer ocorrência completa e a unidade está em linha, o
anormal. Mais ainda, os valores passados computador contem a documentação
podem ser armazenados e uma tendência completa do que aconteceu. Se poderia
pode ser computada como guia para a concluir que um procedimento assistido por
seriedade do desenvolvimento de uma computador produz partidas e desligamentos
situação ruim. Finalmente, se ocorrer algum mais seguros.
acidente, o computador irá conter dados que
podem levar à determinação da causa real. Otimização do controle por
Computador
Partida e desligamento com computador
Enquanto as capacidades de otimização As primeiras aplicações de
de computadores supervisórios em linha computadores digitais para controle de
para otimização do controle do processo plantas de processo em tempo real foram
foram bem desenvolvidas e aplicadas, pouca tentativas ingênuas para mover
atenção parece ser dada ao uso possível em computadores projetados para negócios de
supervisão de partidas e paradas de plantas. escritório em um ambiente industrial. Os
Isto parece curioso, especialmente porque esforços não foram bem sucedidos. Os
durante a partida e parada da planta, quando computadores que eram usados por
as variáveis estão em transitórios, há delicadas e lindas secretárias, com um toque
ocorrência dos maiores problemas e porque gentil do teclado em um escritório limpo e
os computadores são usados para partida e com ar condicionado não ficaram muito
lançamento de foguetes espaciais. As felizes quando colocados na área industrial,
refinarias e plantas petroquímicas ainda para serem operados por pessoas com
parecem partir e desligar seus processos grandes dedos sujos, às vezes dentro de
confiando apenas no conhecimento e luvas mais sujas ainda e escutando
habilidade seus operadores de processo, impropérios porque as coisas não
assistidos por manuais de instruções que aconteciam como deviam. Estes
estão guardados nas gavetas da mesa do computadores também não gostaram de
operador. serem sujeitos a pó ou traços de ácido
Um computador em linha pode visualizar sulfídrico, cloro ou outros contaminantes que
um procedimento de partida em que toda a estavam presentes na atmosfera. Como
seqüência de partida é programada, passo a resultado, o controle do processo feito pelo
passo. O computador pode mostrar os computador se deteriorava em curto
passos a serem tomados, em sua intervalo de tempo.
seqüência, um passo por vez. Nenhum
passo é indicado até que o precedente tenha 4.3. Configurações com o computador
sido feito corretamente e verificado por uma
entrada manual do operador ou por um sinal Computador fora da linha do processo
que o computador recebe diretamente do A aplicação mais simples e prosaica do
processo. computador é desligado do processo, como
Além disso, o computador na Fig. 1. O computador recebe todos os
constantemente verifica o processo, não dados pertinentes ao processo através de
apenas os valores das temperaturas, um operador humano e os resultados de
pressões, vazões e níveis do processo, mas suas computações são também aplicados ao
também as posições corretas das válvulas processo através de um operador humano.
críticas e as operações de equipamentos Os dados do processo são lidos dos
críticos. No caso de algo não acontecer instrumentos, transcritos em folhas de
como o programado, o computador relatórios e são armazenados em
supervisório alerta o operador ou mesmo dispositivos manipuláveis pelo computador,
aborta a partida.

4.9
Evolução da Instrumentação

como disquetes flexíveis, fitas magnéticas ou Computador com entrada em linha e


cartões perfurados. saída manual
Nesta aplicação, os dados entram no
computador de modo continuo, porém, ainda
Manual através do operador, por meio do teclado
Processo Computador inteligente do console do computador, Fig.3.
Manual Ainda não se quer ou não se pode entrar
com os dados do processo diretamente ao
computador. Ou seja, não há elementos
Fig. 1. Modo off-line, coleta manual de dados (linha sensores, não há equipamento para
pontilhada indica atraso ou manipulação humana) converter os sinais analógicos em digitais ou
é necessário o sensor humano.

Uma versão mais evoluída, Fig.2, seria o


recebimento direto dos dados em um Manual
equipamento que os complicasse e os Processo Computador
transformasse numa forma aceitável pelo Manual
computador. Mesmo assim, a alimentação
dos dados ao computador é feita
manualmente. De qualquer modo, a Fig. 3. Computador com entrada em linha do processo
operação fora de linha do processo envolve e com saída manual
a acumulação dos dados, que são levados e
processados no computador, após um
atraso. Em linguagem que os instrumentistas É uma aplicação de tempo real, ou seja,
entendem, é um processo descontinuo, tipo há uma relação estreita entre as atividades
batelada. do computador e do processo. Nesta
aplicação, o computador deve ser
interruptível, de modo que a informação
gerada o seja de modo aleatório, assim
como são aleatórios os eventos do processo.
Manual O processamento do computador é
Processo Computador
instantâneo e a saída do computador é
Manual
usualmente apresentada em forma de
relatórios impressos ou leituras de painel
Fig. 2. Off-line, coleta automática de dados (linha através de tubos de vídeo.
solida indica transmissão direta sem atraso ou
intervenção humana)

Embora aparentemente essa aplicação


possa ser considerada pouco útil, ela é muito
usado. Ela é justificada quando as
considerações de tempo de resposta o
permitem e a manipulação manual dos
dados é uma operação simples e barata.
As aplicações típicas de computador
digital fora de linha do processo são:
simulação de processo, analise de processo,
investigação de projeto, relatórios de
produção e testes de aplicações novas.

4.10
Evolução da Instrumentação

MATERIAL
PRODUTO
ENERGI
PROCESSO

Informação
Informação do do produto
Informação Sinais de
de entrada processo controle

SISTEMA DE CONTROLE COM


COMPUTADOR

Objetivos e informação
de gerenciamento
Registros e Alarmes e guias
relatórios para operador

Fig. 8. Sistema de processo controlado por computador

Entradas
Analógicas
Outros
Entradas sistemas
Analógicas

Memória de
Entradas Armazenamento massa
Digitais trabalho

Elementos de
Saídas Impressoras
controle
Digitais
Lógica e
Canal de Arimétrica
Telemetria Console
Operação
CPU
Interrupção

Fig. 1. Sistema de controle com computador

4.11
Evolução da Instrumentação

diferentes partes do processo. Quando


Computador com entrada e saída em aplicável, o computador deve executar
linha todas as funções de controle e de
As aplicações que não podem tolerar computação matemática, com os dados
os atrasos e erros dinâmicos inerentes à condicionados em módulos de
manipulação manual dos dados de entrada entrada/saída (I/0).
requerem um modo de controle mais
automático. Nesta configuração, o 4.4. Aquisição de dados (data
computador está totalmente em linha com logging)
o processo. (Fig. 4.) Suas entrada e saída
estão ligadas direta e fisicamente ao O computador serve apenas para
processo, para receber e transmitir sinais receber e armazenar dados do processo.
de informação, sem a intervenção humana Os sinais provenientes do campo,
ou com atrasos. Isto significa que o geralmente vindo dos transmissores
computador digital tem a capacidade analógicos, são multiplexados e
necessária de receber sinais analógicos convertidos em digitais., Os sinais de
dos instrumentos do processo. As ações controle são gerados convencional e
de controle, calculadas e recomendadas continuamente pelos controladores
pelo computador, são aplicadas analógicos, cujos pontos de ajuste são
diretamente ao processo. determinados pelo operador.
São periféricos do computador: painel
de alarme, maquina impressora, console
com teclado inteligente de maquina de
Processo Computador escrever e com tubo de vídeo e sistema de
Manual memória de massa. As saídas do
computador são em forma de alarmes no
Fig. 4. Modo on-line, malha aberta respectivo painel, relatórios impressos e
indicações no tubo de vídeo.
Adicionalmente e separado do
computador, há ainda o painel com os
Processo Computador
instrumentos convencionais. O operador se
comunica com o computador através de
Fig. 5. Modo on-line, malha fechada seu console, pelo teclado de escrever
inteligente. Obviamente, o operador pode
utilizar informações coletadas e elaboradas
Controle com computador centralizado pelo computador para modificar pontos de
As aplicações de computadores digitais ajuste dos controladores convencionais.
para controle e em linha com o processo (Fig. 5).
também percorreram o mesmo caminho Embora seja aplicação mais simples e
feito pela própria instrumentação. a primeira a ser empregada, é aquela que
Historicamente, o primeiro uso do é usada largamente ainda na atualidade.
computador foi para a simples aquisição de Controle do ponto de ajuste (SPC)
dados do processos, sem intervenção
direta no controle, Posteriormente, o Alem de continuar fazendo o
computador foi usado para estabelecer e armazenamento e registro de todos os
modificar o ponto de ajuste dos dados importantes do processo, o
controladores. computador também faz contas
Finalmente, o computador fazia parte matemáticas, baseando se nos dados de
integrante da malha de controle, atuando processo recebidos e em dados fornecidos
diretamente nos elementos finais de pelo operador, para estabelecer os pontos
controle. de ajustes dos controladores. Os pontos de
O uso do computador centralizado só ajustes dos controladores analógicos são
pode ser economicamente justificado pela determinados e modificados
sua capacidade de executar diferentes continuamente pelo computador de
tarefas ou a de compartilhar o controle de controle do processo. Por isso, alem do

4.12
Evolução da Instrumentação

nome de controle supervisório, tem 2. A decisão final de verificar se o


também o de controle de ponto de ajuste computador estava fazendo a coisa
(Set point control). (Fig. 6) certa de alterar o ponto de ajuste era
Como todas as malhas de controle do do operador. Por meio de uma chave
processo são analógicas, todos os sinais em cada controlador do painel, o
que saem e entram no processo devem ser operador podia selecionar a geração
analógicos. Porém, o computador só pode do ponto de ajuste, se feita pelo
receber ou gerar sinais digitais. Desse computador ou pelo próprio
modo, são necessários os seguintes operador.
dispositivos: 3. Podia-se usar o controle supervisório
1) um multiplexador na entrada do do computador digital em uma planta
computador, para passar de várias com instrumentação analógica
entradas para uma única saída, pneumática. Esta aplicação requeria
2) um conversor A/D, para transformar apenas alguns componentes
cada sinal analógico em digital, para adicionais para fazer a conversão
uso do computador digital, pneumática para digital e vice-versa.
3) um conversor D/A, para transformar É interessante notar que estas
cada sinal digital em analógico, para vantagens são ainda consideradas
uso do processo analógico, válidas hoje, mesmo no ambiente de
4) um demultiplexador na saída, para controle sofisticado que atualmente
passar de um sinal para vários. prevalece.
O conjunto de multiplexação,
conversão A/D, conversão D/A e de
multiplexação é chamado de modem
(MODulador-DEModulador).
Os periféricos do sistema supervisório
são exatamente os mesmos da
configuração de Aquisição de Dados:
painel de alarme, console com teclado e
vídeo, sistema de memória de massa.
Também há o painel com instrumentação
convencional.
Tendo acesso a todas as informações
de medição da planta, o computador,
através de suas rotinas de otimização,
estabelecia os pontos de ajuste ótimos de
modo que as malhas de controle tivessem Fig. 1. Sistema com computador para
o melhor desempenho possível e como aquisição de dados
conseqüência, a planta tivesse o maior
rendimento possível. Estes pontos de
ajustes eram então devolvidos e indicados Considerando seus méritos, porque
nos controladores de painel via interface, esta fase foi abandonada? Principalmente
que agora convertia sinal digital para por duas razões:
analógico. 1. A operação bem sucedida de todo o
Embora esta etapa tenha sido sistema com computador dependia
abandonada, ela teve três virtudes: do desempenho da interface. Nesta
1. Se o computador parasse, o que época, os instrumentos eram obtidos
realmente acontecia freqüentemente, de um fabricante e o computador de
a planta continuava operando através outro diferente. Cada um achava que
dos controladores analógicos. Assim, o outro devia aceitar a
a parada do computador não era responsabilidade de projetar e
catastrófica. Simplesmente, na para construir a interface. Como resultado,
as rotinas de otimização não eram a interface que era produzida
usadas. geralmente era de qualidade

4.13
Evolução da Instrumentação

questionável e isto afetava a 5. periféricos do computador: painel de


confiabilidade de todo o sistema. alarme, tubos de vídeo, console com
2. Havia uma filosofia de teclado inteligente, painel
desenvolvimento para operar a convencional opcional, impressoras,
planta que era ineficiente. O modo memória de massa.
correto era ter o operador sentado
em frequente do console, com todas
as informações importantes
disponíveis para ele na tela, em vez
de ter o operador andando em frente
de um painel que podia ter até 50
metros de comprimento. Por causa
dos painéis de instrumentos, o
controle supervisório com
computador não foi aceitável.
A principal crítica a esse sistema de
controle a computador digital é que o
estabelecimento e modificação dos pontos
de ajustes dos controladores são tarefas
Fig. 2. Filosofia de sistema DDC
simples e geralmente desnecessárias em
grandes períodos de tempo e portanto
feitas adequadamente pelos operadores de
modo manual. Ou seja, é pouco
O objetivo da segunda aplicação do
convincente e justificável a colocação de
computador em controle de processo
um sistema de saída de dados, através, de
industrial era eliminar os painéis de
multiplexador, apenas para estabelecer
instrumentos analógicos e a interface com
novos pontos de ajustes dos controladores.
do computador com o processo. Assim,
No sistema de Aquisição de Dados,
todos os sinais de medição vinham
anteriormente mostrado, o computador
diretamente para o computador, com a
poderia informar aos operadores quais e
função de conversão analógica-digital e
quando os pontos de ajuste deveriam ser
digital-analógico embutida no próprio
modificados, sem a necessidade do
computador. Tendo as medições do
sistema de conversão digital/analógica.
processo na forma digital, o computador
Controle digital direto (DDC) aceitava os pontos de ajuste como
No sistema com Controle Digital Direto entradas manuais através do teclado e
o computador digital em si age como um calculava digitalmente a resposta de
controlador e seu sinal de saída vai controle PID para cada malha de controle
diretamente para o elemento final de usando os algoritmos que estavam
controle. (Fig. 7). No controle digital direto, programados nele.
o computador desempenha as funções de O computador também gerava gráficos
controle ou alternativamente, o computador que eram mostrados na tela, ao longo de
tem o propósito principal, mas não qualquer informação que o operador
exclusivo, de substituir um grande número chamava pelo teclado. Os sinais de saída
de controladores convencionais. que deviam ir para os elementos finais de
O sistema completo é constituído de: controle eram convertidos da forma digital
1. processo, com transmissores e
para analógica também pelo computador.
elementos finais de controle. Assim o painel instrumentos e a interface
2. sistema de aquisição de dados do
desapareceram e tudo importante era
processo, com um multiplexador e operado no modo digital. Este arranjo foi
um conversor analógico/digital. chamado de controle digital direto ou DDC.
3. sistema de saída dos dados, com
Basta uma rápida olhada na estratégia
um de-multiplexador e um conversor de controle DDC para perceber um grande
digital/analógico. problema potencial. Como o computador
4. computador de controle digital. faz todo o trabalho de controle para todas

4.14
Evolução da Instrumentação

as malhas, então um defeito no A principal desvantagem desse sistema


computador faz com que todas as malhas é que, como o computador funciona como
de controle sejam passadas para controle o controlador, pode-se perder todo o
manual ao mesmo tempo. Além disso, controle da planta, em caso de falha do
nenhuma indicação do processo fica computador. Mesmo que o computador
disponível para o operador. seja muito confiável, é muita
Mesmo assim, em alguns casos responsabilidade para um único
notáveis, os usuários do DDC usavam um equipamento. As soluções lógicas desse
segundo computador como reserva do problema, com o uso de dois
primeiro. A filosofia era ter 20% das computadores, um como reserva do outro,
malhas de controle mais importantes embora possa satisfazer parcialmente,
ligadas aos dois computadores de modo eleva duplamente os custos. E
que na falha de qualquer um dos dependendo do tipo e local da falha, os
computadores, o outro imediatamente dois computadores podem falhar
assumia o controle destas malhas críticas. simultaneamente. A outra solução, também
Em outros casos, as malhas críticas tinham com a redundância das funções de
backup de controladores analógicos controle, é o uso de painéis com
montados em painéis auxiliares. controladores convencionais e é também
Estas despesas extras de backup eram onerosa.
difíceis de justificar. O que realmente Outra desvantagem do computador
acontecia é que as mesmas malhas de centralizado - portanto valida também para
controle a realimentação negativa agora o controle supervisório - é o seu alto custo.
eram controladas digitalmente em vez de O computador, por sua função de tempo
analogicamente. Ainda era um controle a real e seus múltiplos propósitos, deve ser
realimentação negativa básico, com o muito rápido e possuir grande memória,
mesmo processo em cada uma das para poder controlar sozinho centenas ou
malhas e o mesmo tempo de recuperação milhares de malhas. Resposta rápida e
dos mesmos distúrbios. memória grande, para um computador, são
A estratégia do DDC foi o resultado da sinônimos de altíssimo custo.
intuição (errada) de que se alguma coisa é A estratégia do DDC desapareceu
feita digitalmente, ela é feita do melhor quando apareceu o microprocessador, que
modo possível. O especialista em tornou possível a terceira fase do
instrumentação e controle de processo tem computador, o sistema de controle a
como tarefa e trabalho aplicar o computador digital distribuído.
equipamento e sistema de controle que
faça o máximo para melhorar o Sistema de controle digital distribuído
desempenho de uma planta onde eles (SDCD)
estão instalados. Em um sistema de controle digital
Quando se deve usar um computador distribuído, chamado abreviadamente de
digital para melhorar o lucro de um SDCD, é separado em módulos discretos,
negócio, então deve-se colocar o cada um tendo uma função específica. Um
computador para fazer aquilo que faz módulo de controle pode controlar várias
melhor: computar. O computador que malhas PID, além de fazer uma quantidade
gasta a maioria de seu tempo fazendo de lógica, como linearizar sinais não
tarefas simples como converter sinais de lineares ou gerar um alarme quando
uma forma para outra, gerar figuras para alguma medição do processo atingir
serem mostradas na tela do monitor, valores limites. Outro módulo pode gerar
mostrar se uma válvula de controle deve as telas necessárias para a operação da
ser fechada ou aberta ou se um alarme planta (interface Homem-Máquina). Outros
deve ligar ou desligar, ele não está módulos regulam o fluxo de informação
justificando sua aquisição. Todas estas através de todo o sistema. Uma coisa que
funções são muito simples e poderiam ser é comum a todos os módulos, porém, é
feitas por meios e equipamentos mais que todos eles podem operar
simples e baratos, como um Controlador independentemente, por que a potência de
Lógico Programável. processamento necessária para fazer suas

4.15
Evolução da Instrumentação

funções está embutida em cada um deles. Filosofia


Isto é o que o microprocessador tornou A filosofia do sistema de controle digital
possível. Antes da aplicação do distribuído é a de dividir os equipamentos
microprocessador, a inteligência em vários módulos funcionalmente
necessária para fazer estas funções distintos: processo, controle, operação,
requeria circuitos eletrônicos muito gerenciamento e comunicação.
grandes, com numerosos componentes,
gabinetes muito grandes e altíssimo custo. Interface com o processo
Um sistema distribuído consiste de Foram desenvolvidos equipamentos
vários módulos, todos ligados juntos por para manipular diretamente os sinais
meio de um barramento de dados ou provenientes do processo, inclusive com
highway. Uma falha de componente em habilidade de gerar sinais de saída.
cada um dos módulos prejudica o sistema, As principais características desses
no máximo, somente naquele módulo que equipamentos são: padronização,
fica perdido. No mínimo, a falha pode flexibilidade e altíssima densidade dos
resultar na pede de apenas uma função sinais manipulados simultaneamente. Um
dentro do módulo. único equipamento pode manipular
Um ponto importante que não pode ser simultaneamente até varias centenas do
exagerado é que, desde que o sistema do mesmo tipo padronizado de sinais. Os
computador é distribuído deste sinais típicos são: fechamento e abertura
funcionalmente, ele também pode ser de contatos secos, sinais analógicos de
distribuído geograficamente. Isto significa corrente (4 a 20 mA), tensão (1 a 5 V),
que agora há uma alternativa para o milivoltagem de termopares dos tipos J, K,
conceito de uma grande sala de controle R, S, T, E, sensores RTD, pulsos de
centralizada. Agora pode se ter várias freqüência variável e até o prosaico sinal
pequenas salas de controle para cada pneumático de 20 a 100 kPa (3-15 psi).
unidade de operação. Todas as salas são
interligadas juntas e os dados de processo Interface com o controle
de cada uma podem ser enviados, via O controle do sistema pode ser
barramento de dados, para um centro desempenhado por dois modos distintos:
principal de operações para toda a planta. a) malhas críticas são controladas
As decisões de fazer o que deve ser convencionalmente por meios analógicos,
feito para o bem da planta como um todo incorporando estações de controle e
podem ser tomadas pelo centro principal painéis clássicos.
(host), possivelmente suportado por um b) malhas que envolvem computação
computador supervisório que também está matemática, intertravamento, lógica e
ligado ao highway. Os resultados destas seqüencial são controladas por
decisões, em termos de ação de controle, controladores a microprocessadores. Os
podem ser enviados de volta para o centro algoritmos matemáticos e as interligações
de controle apropriado e a malha de são feitas por configurações de blocos,
controle sobre o mesmo highway de através de programação do controlador
dados, desde que o fluxo de informação digital. Isto torna o controle extremamente
seja bidirecional e ele o é, no SDCD. flexível e há uma grande economia de
cabeamento.
Interface com o operador
A estação de trabalho centralizada para
a operação é constituída de:
a) tubos de raios catódicos (CRT),
coloridos e de alta resolução, onde o
operador pode ter acesso ao
processo em vários níveis: planta
inteira, unidade parcial, grupo de
malhas de controle e malha
individual. Na tela podem ser

4.16
Evolução da Instrumentação

simuladas as faces frontais dos Sistema de comunicação


"controladores", análogas às dos Para interligar todas as áreas
controladores convencionais, funcionais anteriores: interface de
através de barras gráficas. Também entradas/saídas (I/O) do processo,
através do tubo de vídeo o operador controle, operação e gerenciamento deve
pode ver o diagrama esquemático haver um sistema de comunicação. Tal
do processo, com os equipamentos sistema de comunicação estabelece e
e instrumentos e ligações (P&I), arbitra as prioridades de comunicação e de
como se fosse um painel semi- comando. Adicionalmente detecta
gráfico. Finalmente e muito automaticamente as falhas de interligação
importante, na tela podem ser e comunicação.
mostradas as malhas em estado de O sistema de comunicação é
alarme. Os tubos de vídeo podem constituído de cabos coaxiais, fios comuns
estar localizados em painéis e estações de comunicação. Certamente é
fisicamente separados e os números no sistema de comunicação que há as
típicos são de 1, 4, 8, 16 e 32. maiores diferenças e falta de padronização
b) impressora, onde são feitos dos sistemas SDCD dos vários fabricantes.
relatórios, avisos de alarme.
c) copiadora, tipo Xerox ou térmica, Vantagens e limitações do SDCD
para fazer reproduções das telas de Baseando-se no que está acontecendo
vídeo. no mundo, o sistema digital de controle
d) console do computador, com teclado ainda não é a solução ideal aos principais
de maquina de escrever e tubo de problemas do controle de processo.
vídeo. Atualmente, já não se utiliza muito o
e) console do controlador sistema de controle digital distribuído
(microprocessador) digital, onde são convencional nos grandes e novos projetos
configuradas as malhas de controle, de instrumentação.
através de blocos integrais aos Os benefícios gerais do SDCD somente
circuitos eletrônicos do controlador. agora começam a ser descobertos. Este
f) quando há painéis com tipo de controle ainda serão usados por um
instrumentação convencional, como longo tempo. O que se faz atualmente é
alternativa ou como reserva do padronizar a comunicação entre os
controle a microprocessador ou módulos e abrir os sistemas operacionais
computador, eles também estão dos seus programas aplicativos.
localizados na estação de trabalho. A maior desvantagem do SDCD é o
seu altíssimo curto, raramente menor que
Gerenciamento do controle de US$ 1M. Há ainda problemas com falta de
processo. padronização de linguagem, de protocolos
Hierarquicamente acima do controle de comunicação, do sistema de
convencional do processo, que cuida de interligação. O SDCD é um sistema imenso
manter as variáveis iguais ou próximas de pouco flexível, pesado. Enfim, só se
pontos de ajuste, o processo pode ser justifica sua aplicação em grandes
gerenciado e otimizado. O gerenciamento complexos industriais e com grande
do processo cuida da definição de valores suporte econômico. Nos EUA, as tropas
e quantidades da produção, tipos de regulares do SDCD, com canhões,
produtos e especificações dos produtos. artilharia são fustigadas pelas ações de
A otimização se relaciona com o guerrilha dos microprocessadores
aumento da eficiência do controle, distribuídos.
modificação dos pontos de ajuste,
modificação dos parâmetros de controle e Conclusões
economia no uso da energia. Embora atrasada, a tecnologia do
O gerenciamento e a otimização do computador digital para controle de
processo são feitos por um computador processo está entre nos. Inevitavelmente e
digital, que não é, necessariamente, o por causa das técnicas de "marketing", há
responsável pelo controle do processo. um entusiasmo inicial com a nova

4.17
Evolução da Instrumentação

tecnologia, que abrange as áreas de um fator na decisão de painéis de


programação e de equipamentos. Através instrumentos versus consoles.
da literatura técnica tem-se a (falsa) Quem acredita ainda que o último
impressão que o novo desenvolvimento é sistema é aquele que opera totalmente
uma solução universal para todos os digital é um sonhador, pois isto nunca
problemas conhecidos de controle e de acontece. A maioria dos sensores usados
computação. Quando o desenvolvimento para as medições de processo é analógica
amadurece e é melhor entendido, suas e nada pode ser feito para mudar isto. As
limitações se tornam conhecidas, novos tentativas de se construir válvulas que
problemas aparecem com os novos operem digitalmente tem sido sem sucesso
equipamentos e se vê que ainda não se até agora. As válvulas de controle que
tem a resposta de todos os problemas. funcionem de modo analógico, com
Deve ser encontrado um ponto de atuadores a diafragma e mola ainda
equilíbrio entre usuários e fabricantes, continuarão a ser usadas por longo tempo.
onde o uso do computador para controle No mundo físico, há mais coisas
de processo traga vantagens para todos os acontecendo de modo analógico que de
envolvidos. Não é conveniente nem modo digital. Os planetas executam órbitas
inteligente o uso do computador apenas analógicas e não por degraus. Tudo que
para duplicar funções já feitas cresce, cresce de modo analógico. O
adequadamente por instrumentos tempo avança para frente de modo
convencionais, simplesmente por que é analógico. A temperatura de fervura da
moda ou há verba disponível. água varia de modo analógico entre a
Há sistema com computadores e sem temperatura ambiente e 100 oC, à pressão
computadores. Há sistemas com atmosférica normal. O crescimento de uma
computadores centralizados e distribuídos. pessoa se dá de uma forma analógica,
Todos eles tem vantagens e desvantagens atingindo 50% da altura final aos dois anos
inerentes e por isso todos continuarão a de idade.
existir. As virtudes dos equipamentos
O computador deve ser um suplemento analógicos são evidenciadas claramente
a técnicas de controle existentes e deve nas medições. Uma medição feita de modo
desempenhar um trabalho que o sistema analógico é uma medição contínua. Nunca
convencional não possa fazer. Ele não há qualquer perda de informação de
deve e nem pode ser usado para substituir medição. Às vezes, há um fator
todo o trabalho humano, mas deve exigir a significativo na qualidade do controle. Um
inteligência do operador de modo que o sistema digital, por sua vez, faz uma
trabalho penoso e cansativo se torne amostragem da medição em um intervalo
vaidoso e digno. Finalmente, o ser humano programado. A informação da medição que
é o mais sensível e adaptável controlador acontece durante os pontos de medição
imaginável. E insubstituível! nunca é considerada.
Os defensores dos sistemas digitais
4.5. Sistemas digitais podem argumentar que os intervalos entre
as amostras são muito curtos,
Antes de se tomar qualquer decisão
possivelmente da ordem de 10-1 segundo e
com relação à filosofia de operação de
que o método digital efetivamente duplica
uma planta, principalmente com relação à
uma medição analógica. A hipótese aqui é
escolha dos painéis e consoles de
que não exista processo industrial que
instrumentos de controle, há um ponto
mude mais rápido que 10-1 segundo.
fundamental que deve ser considerado.
Entendidos de controle de processo, que já
Mesmo havendo controladores PID single-
viram alguns equipamentos operando de
loop que operam digitalmente, os painéis
modo rápido, provavelmente não
de instrumento usualmente tem
concordam com isto.
controladores automáticos que operam no
Há ainda pessoas que dizem que a
modo analógico usando o sinal de 4 a 20
amostragem digital dos dados de medição
mA cc. Assim, os méritos de operar de
é realmente melhor que a analógica por
modo digital em vez de analógico pode ser
que o método digital filtra os ruídos

4.18
Evolução da Instrumentação

espúrios que podem aparecer na medição podem falhar para alguma das seguintes
real. Quando se pensa assim, a resposta é razões:
que se a informação da medição que é 1. Falta de estabelecer os objetivos
rejeitada por que ela está entre os pontos claros e específicos do projeto desde
de amostragem é má informação, então a o início e depois apontá-los.
medição é melhorada. Se a informação 2. Falta de realizar o que os
que é rejeitada é uma boa informação, especialistas da companhia do
então a medição fica pior. sistema de computador, para quem o
O problema real com os componentes projetista foi apresentado quando o
analógicos é que eles requerem projeto estava ainda no estágio de
calibrações periódicas para terem suas cotação, O pessoal do computador
exatidões asseguradas em determinados deve conhecer o projeto para o qual
intervalos. Se esta calibração não é feita o computador vai ser aplicado e o
como devia, então os erros aumentam. pessoal do processo deve conhecer
Sistemas digitais para processar e as funções de operação do sistema
transmitir dados retém melhor sua exatidão do computador.
e neste aspecto, eles são definitivamente 3. Falha de reconhecer o fornecedor
melhores. Além disso, quando uma que não pode satisfazer suas
medição é apresentada em forma digital especificações pelo preço que ele
(display de números) em vez da forma cotou o sistema.
analógica (ponteiro e escala), a chance de 4. Falha de reconhecer que em muitas
erro humano é reduzida, quando se faz plantas a qualidade das medições
uma leitura. críticas do processo devem ser
consideravelmente atualizadas se o
Aspectos psicológicos computador deve usá-las
Os vários efeitos do corpo humano de efetivamente.
sentar várias horas em frente de um 5. Falha de entender, em seu
monitor de vídeo, diferente de andar em entusiasmo, que ninguém irá amar o
frente de um painel de instrumentos computador. Computadores em linha
analógicos, hoje já são totalmente com o processo geralmente
estudados. Há estudos publicados acerca aumentam muito o trabalho do
de cansaço de vista, dor de cabeça, pessoal de manutenção de
problemas de coluna e de braços e outras instrumentos. Alguns operadores
desordens de saúde associadas com tão podem se sentir desafiados. O ponto
pouca atividade física e de permanecer de referência é que pode haver
longos períodos olhando monitores de aqueles que realmente esperam que
vídeo. Hoje já existem bicicletas o projeto não dê certo.
ergométricas e esteira para correr em
grandes salas de controle. Perigo desconhecido
Instrumentistas já detectaram uma
Perigos do computador de processo correlação entre a adoção de sistemas
É óbvio que os computadores que baseados em computador de controle de
estão agora operando plantas com processo e um aumento do número de
sucesso tem recebido sua dose de grandes acidentes nas plantas. Percebe-se
publicidade. Porém, pouca publicidade ou que há uma fraqueza inesperada na
nenhuma recebem os projetos que nunca monitoração da planta por computador, em
satisfizeram suas expectativas e que foram que as condições inseguras não estão
abandonados, depois de muita perda de sendo reconhecidas tão rapidamente como
tempo e dinheiro. eram sob monitoração humana.
Antes de entrar em um projeto de Esta observação, se verdadeira,
computador de controle de processo, é contradiz o conceito que, como o
prudente considerar algumas dicas que computador pode processar os dados mais
outros já encontraram e agiram, para a rapidamente que uma pessoa e ele nunca
proteção do projeto e do projetista. cansa, então ele pode monitorar as
Projetos de computador de processo condições da planta mais efetivamente do

4.19
Evolução da Instrumentação

que uma pessoa pode. É possível, eliminou de fato os velhos problemas,


portanto, que quando funções de como ele trouxe consigo um conjunto de
monitoração importantes que eram feitas novos problemas que devem ser
por pessoas são transferidas para o resolvidos. Assim, de novo aparece a
computador, as pessoas se tornam mais questão: estamos melhor com o novo
complacentes? Já foram relatados em modo que nos livra dos velhos problemas
relatórios de investigações de certos mas traz com ele uma batelada inteira de
acidentes de plantas que um computador novos ou teria sido melhor com o velho
gerou um aviso de perigo que o operador sistema com seus problemas que já eram
não considerou como importante. Se os entendidos e a gente sabia como conviver
novos relatórios forem corretos, as plantas com eles?
em Three Mile Island e Chernobyl foram
monitoradas por computadores em linha Controle centralizado e segurança
com o processo. Estatísticas mostram (Mackay, R.,
Se esta tendência continuar, então InTech, April 1990, p. 25) que, antes de
mais e maiores desastres de plantas 1940, o número e a escala dos incidentes
acontecerão. Precisa-se saber mais acerca de planta eram aproximadamente o
dos efeitos psicológicos de passar todo o mesmo, cada ano. Durante os anos 1950 e
controle para o computador. A divisão das 60, o número de incidentes tendeu a
responsabilidades entre as pessoas e as diminuir cada ano, com nenhum grande
máquinas necessita ser cuidadosamente aumento em tamanho do prejuízo. Na
pensada. década de 1970 a 80 houve um aumento
constante no número e tamanho dos
Monitor de Vídeo incidentes.
A discussão dos méritos relativos dos A razão para os aumentos, de acordo
consoles de vídeo versus painéis de com a maioria dos sumários dos
instrumento é principalmente orientada bombeiros, é que há mais plantas e estas
para apontar que esta é uma decisão que plantas estão usando mais materiais
é geralmente tomada muito perigosos. Porém, isto tem sido uma
superficialmente. Há muitos aspectos tendência constante. Se o crescimento nas
relacionados e que devem ser plantas fosse a razão completa, o número
considerados. de incidentes durante os anos 1950 e 60
Desenvolvimentos em instrumentos de também teria tido um aumento.
medição e controle e sistemas tem tornado Associando-se estas datas com o
possível outra alternativa, a de distribuir o desenvolvimento da instrumentação, tem-
sistema de controle por toda a planta em se conclusões interessantes. Antes de
numerosas pequenas salas de controle 1940, a instrumentação era basicamente
mas com painéis de instrumentos nas pneumática e mecânica. Os anos 1950 e
salas de controle em vez de monitores de 60 viram a introdução da instrumentação
vídeo. As várias salas de controle podem eletrônica em grande escala. Os anos
ser ligadas via sistema de comunicação de 1970 e 80 tiverem um crescimento
dados como antes e a operação de constante em equipamento digital
supervisão feita por um computador em centralizado.
linha localizado em uma sala de controle O fato que as duas curvas parecem ter
principal. Os controladores automáticos uma mesma correspondência não é
individuais no painel de instrumentos surpreendente.
operam em modo digital, mas como eles A introdução da instrumentação
amostram apenas uma medição, a eletrônica trouxe melhor, diferente e mais
conversão analógico-digital seria feita com informação para a sala de controle, o que
pouca perda da informação da medição. ajudou o operador. Mas, quando a sala de
Esta questão inteira é um exemplo controle ainda estava dentro da planta, o
gráfico do axioma básico, quando se muda operador ainda ia na área industrial, para
para um novo sistema para se livrar dos acordar e esticar as pernas. Andando em
velhos problemas, inevitavelmente torno de uma bomba, ele podia entender o
descobre-se que o novo sistema não seu ruído, batendo um martelo em uma

4.20
Evolução da Instrumentação

tubulação fazia o lembrar de um registro operações normais mas introduzem um


anormal no gráfico e ele podia mandar grande fator de perigo. Para resolver isto,
alguém engraxar uma válvula. Um bom ainda é uma boa prática de engenharia de
operador tem um feel de sua planta, que é controle, garantir que as malhas críticas
cada vez menos considerado hoje. tenham seus registradores, alarmes e
chaves de desligamento separados do
Dilema da Visão Janela Sistema Digital de Controle Distribuído
A tendência atual em separar a planta (SDCD) e Controlador Lógico Programável
da sala de controle elimina a capacidade (CLP).
do operador entender seu processo. Não
há dúvida que, quando uma planta está 5. Instrumentação inteligente
operando normalmente, há vantagens
óbvias com o controle com computador,
como otimização, facilidade de balanço, 5.1. Conceito de microprocessador
controle total e computação. Porém, com a
O prefixo micro significa que o
visão de janela do homem de controle e
processador é fabricado em um chip
nenhum contato direto com a planta, um
semicondutor, onde há um circuito
pequeno incidente pode rapidamente se
eletrônico com larga escala de integração
tornar mais sério. Se uma vazão aumentar
(LSI), ou seja, há milhões de componentes
muito, o homem de controle não pode
passivos e ativos eletrônicos dentro de um
saber imediatamente que o operador local
extrato semicondutor medindo alguns
bloqueou a válvula de controle por causa
poucos centímetros. Não há um
de vazamento no engaxetamento e está
computador no chip, mas uma unidade de
tentando estabelecer um bypass para
processamento central (CPU). Interligados
evitar um desligamento total do processo.
à CPU há circuitos de entrada/saída (I/O),
Tomar uma ação corretiva do teclado do
memórias de vários tipos e os periféricos.
computador pode tornar isto mais difícil
O microprocessador é barato para
para o operador local. Se o operador
comprar. Geralmente, os periféricos, que
espera para informar o homem do controle
são eletromecânicos, são muito mais caros
deste problema, o vazamento pode
que o próprio micro.
flashear e causar um incêndio.
O microprocessador é barato para
Mesmo na sala de controle, um
funcionar, pois o consumo de energia é
problema pode aumentar e não ser
baixíssimo. A manutenção do
percebido na visão da janela. Uma malha
microprocessador é fácil, pois geralmente
pode se tornar instável, mas ainda não
ele é auto-testável. Cada
alarmar até que a oscilação atinja o nível
microprocessador pode incluir um detector
de alarme. Se o operador está navegando
de erro, que o testa a cada segundo e não
entre vários displays para rastrear todas as
uma vez por semana. Os
malhas, uma oscilação lenta não será
microprocessadores são de tamanho
observável. Porém, em um painel
pequeno podendo ser embutido e
convencional, o operador teria esta
incorporados a circuitos convencionais.
indicação. Também, uma variação lenta
pode não ser observada rapidamente, mas
5.2. Microprocessador como
pode ser um pré aviso de um problema.
Deve ser enfatizado que estão sendo controlador
consideradas situações anormais raras. Desde que o microprocessador é um
Mas os incidentes da planta são, em geral, processador, ele pode ser associado a
o resultado de circunstâncias raras e não circuitos adicionais de I/O e outros
operações rotineiras do dia a dia. Árvores periféricos para formar um controlador,
de falha de alarme, programas de conceitualmente equivalente a um grande
inteligência artificial e equipamentos computador digital.
semelhantes tratam de variações de Em instrumentação, o
operações normais, e não com o microprocessador está integralizado a
imprevisível. Sistemas de controle digital circuitos de cromatógrafos e analisadores
centralizados certamente melhoram as de composição. Mesmo os instrumentos

4.21
Evolução da Instrumentação

convencionais utilizam microprocessadores 3. microprocessadores de otimização e


para otimizar seu funcionamento, p. ex., comunicação, com as tarefas mais
controladores com transferencia A/M. A genéricas de estabelecer a política
mais fascinante a atraente aplicação do de longo prazo e utilização de
microprocessador em instrumentação está energia. A resposta dinâmica dos
na estação de auto-sintonia da malha de microprocessadores deste nível é da
controle. ordem de horas.
No controle digital a microprocessador 4. microprocessador mestre (host) ou
distribuído, cada processo é controlado por principal, cuja função é a de
um microprocessador. Por causa de seu gerenciar o controle no mais alto
baixíssimo custo, o microprocessador pode nível. Pode ser responsável pela
ser abundantemente distribuído para analise financeira e o gerenciamento
monitorar as diferentes partes do processo. da produção. Os tempos envolvidos
Cada microprocessador pode controlar são da ordem de semana.
simultaneamente algumas dezenas de Nem todos os sistemas possuem todos
malhas convencionais. Os sinais os quatro níveis. Por preconceito, às
analógicos do processo são convertidos vezes, os microprocessadores dos níveis 3
em digitais pelo microprocessador, que e 4 são chamados de computadores. Sob
tem embutida em seu circuito a função de o ponto de vista do controle de processo,
multiplexagem. Depois de efetuar os pelas constantes de tempo envolvidas e
cálculos e computações matemáticas necessidades de memória, mesmo um
necessárias, o microprocessador gera um microprocessador convencional pode
sinal digital, que é convertido de volta em exercer as funções de gerenciamento e
analógico para atuação dos elementos otimização. Como o microprocessador
finais de controle. Cada microprocessador central delega parte de suas
se dedica ao controle de um conjunto de responsabilidades aos micros distribuídos,
malhas. Para o controle de todo o ele não precisa ser nem tão rápido e nem
processo são usados vários tão sofisticado.
microprocessadores, que devem ser
interligados a um outro microprocessador 5.3. Vantagens e limitações
supervisório. Vários microprocessadores
Há varias vantagens obvias no sistema
supervisórios, por sua vez, podem ser
de controle com microprocessadores
assistidos por um outro microprocessador
distribuídos:
gerente. Através do raciocínio de
1. Divisão de trabalho e funções.
computadores serem associados em
Mesmo que o sistema operacional
diferentes níveis de cooperação e função,
final seja centralizado em um único
pode se obter um sistema hierarquizado,
microprocessador mestre, as
análogo a um organograma da própria
funções são distribuídas
planta.
geograficamente no processo e
Tem-se os seguintes níveis, com
hierarquicamente entre os vários
funções cada vez menos específicos:
microprocessadores. O grau de
1. microprocessadores distribuídos e
multiprogramação é diminuído,
responsáveis por tarefas e funções
desde que algumas funções podem
muito especificas, tais como alarme,
ser desempenhadas diretamente
controle, intertravamento e
por unidades remotas. Alarme e
segurança. Seus tempos de
intertravamento, p. ex., podem ser
resposta são pequenos, da ordem
feitos pelas unidades locais, sem
de frações de segundos.
esperar a disponibilidade do
2. microprocessadores supervisórios,
sistema central.
com a finalidade de aumentar a
2. Grau de modularidade e
eficiência do controle, através da
flexibilidade. As unidades remotas
modificação de pontos de ajuste dos
podem ser aumentadas, retiradas
microprocessadores responsáveis
ou substituídas, sem interferência
pelo controle (nível 1). Tempo de
no resto do sistema. O sistema
resposta: cerca de minutos.

4.22
Evolução da Instrumentação

pode começar pequeno e crescer, 1. procedimentos computacionais


como ocorre na maioria absoluta mais eficientes
das plantas de processo industrial. 2. analise estatística dos resultados
3. Maior integridade e confiabilidade. 3. resultados linearizados e corrigidos
Quando previsto na programação e 4. funções programáveis.
nas ligações dos equipamentos, a Houve uma mudança radical na filosofia do projeto
retirada ou falha de uma unidade do instrumento. Como o microprocessador se tornou
não interfere e nem interrompe o uma parte integral do instrumento, os enfoques são
funcionamento de outras unidades. totalmente diferentes com relação à estrutura,
Ou seja, não há interferência nem circuito e controle do instrumento. As principais
horizontal e, com algumas vantagens do instrumento microprocessado são:
restrições, nem vertical. A falha do 1. multi funcionalidade estendida e
microprocessador principal pode expandida em programas flexíveis,
degradar e fazer desaparecer 2. consumo de energia foi reduzido
algumas funções, porém, as drasticamente,
funções mais críticas devem ser 3. adaptação fácil a interfaces padrão
preservadas, como controle, alarme de bus para sistemas integrados de
e segurança. medição
4. Baixo custo dos equipamentos. 4. facilidade de controle por causa da
Quando comparado com o sistema interface
SDCD, este é o grande trunfo. Na 5. operação e uso mais simples,
prática, o controle pode ser feito por economizando tempo.
microprocessadores do tipo 6. tamanho miniaturizado
pessoal, cujo custo é da ordem de 7. confiabilidade maior, por ter poucos
poucos milhares de dólares. componentes, componentes mais
5. Não há necessárias linguagens confiáveis por causa do
especiais. As dificuldades de encapsulamento que o torna imune à
implantação do sistema estão no umidade e temperatura.
desenvolvimento para ele
desenvolver os algoritmos 5.5. Multifuncionalidade
específicos de controle, como PID.
A idéia de instrumento multifuncional
Os altos custos relativos dos
não é nova. Porém, sem o uso do
periféricos não são restritos a esta
microprocessador, um instrumento
configuração mas são comuns a
multifuncional era, na prática, a montagem
todas aplicações com controle
de várias sub-unidades funcionais em um
digital.
único invólucro. Em serviço, o usuário
escolhia sua função através de chaves
5.4. Função do Microprocessador
convenientes. Deste modo, ele montava as
O microprocessador revolucionou a várias sub-unidades em uma configuração
instrumentação eletrônica. O uso de adaptada para medir a função escolhida. O
microprocessador em instrumentos algoritmo de projeto do instrumento ficava
aumentou drasticamente sua exatidão, inalterado. O instrumento multifunção
expandiu suas capacidades, melhorou sua convencional usava lógica fixa com todos
confiabilidade e forneceu uma ferramenta os circuitos e fios físicos soldados (hard-
para desempenhar tarefas não imagináveis wired). Esta forma de lógica contradiz a
até então. multifuncionalidade e eficiência. Sempre
O instrumento a microprocessador se havia problemas para controlar e chavear
tornou extremamente versátil, onde os as várias funções do instrumento.
procedimentos de medição se tornaram O microprocessador, como parte
mais facilmente administráveis, ajustes, integrante do instrumento, tornou a lógica
calibração e teste se tornaram automáticos fixa do instrumento multifuncional em
e o seu desempenho metrológico foi programável. O programa que executa
melhorado. O microprocessador fornece suas múltiplas funções fica armazenado
em memórias eletrônicas (ROM ou

4.23
Evolução da Instrumentação

PROM). Por este motivo, o instrumento seu teclado, o microprocessador pega a


microprocessador é também chamado de técnica de medição certa, armazena os
programa armazenado. A lógica resultados das várias medições diretas, faz
armazenada torna o instrumento fácil de os cálculos e apresenta o resultado final
ser programado e de ser atualizado, sem condicionado no display. A medição é
mudanças significativas no circuito. A indireta, porém ela parece direta para o
lógica programável tornou o preço do operador.
instrumento muito menor, por causa da Por exemplo, na medição da vazão de
padronização e simplicidade dos gases, um computador de vazão
componentes. microprocessado recebe os sinais
correspondentes ao medidor de vazão
(transmissor associado à placa, turbina,
vortex), pressão, temperatura e
composição. Todos estes sinais são
computados internamente e o totalizador
pode apresentar o valor da vazão
instantânea compensada em massa ou
volume, o valor do volume ou massa
acumulado e a densidade do gás. Para o
operador, tudo parece como se o
computador estivesse fazendo a medição
diretamente da vazão mássica.
Em outro exemplo, seja a medição da
Fig. 11. Instrumento inteligente, configurável pelo potência dissipada através de um resistor
terminal portátil ou microcomputador (Foxboro) por um voltímetro microprocessado. O
operador diz ao voltímetro para medir a
5.6. Exatidão melhorada resistência do resistor, armazenar o
resultado e depois medir a voltagem
A exatidão do instrumento
através do resistor e finalmente computar a
microprocessado foi muito melhorada. Os
potência.
erros sistemáticos podem ser diminuídos
por vários motivos:
5.8. Controle simplificado
1. um ajuste de zero automático no
início de cada medição, Inicialmente, se pensa que o
2. uma auto-calibração automática instrumento multifunção programável é
3. auto-teste e auto-diagnose. mais complicado. O instrumento inteligente
4. medição replicada do valor e a possui um conjunto de teclas (teclado)
computação estatística para dar o externo e na sua parte frontal. Através das
resultado mais esperado. teclas diretas ou combinação de teclas se
5. apresentação do resultado em pode selecionar as funções, faixas e
display de modo que os resultados modos de medição. Por exemplo, um
estranhos são descartados. voltímetro digital tem um teclado com 17
teclas e pode fornecer um total de 44
5.7. Capacidades expandidas combinações de funções, faixas e modos.
O instrumento ainda pode ter alarmes que
O microprocessador estende e
operam quando o operador faz
expande as capacidades do instrumento,
movimentos errados e aperta teclas
tornando-o adaptável a várias formas de
incompatíveis.
técnicas de medição, como medição
inferencial (indireta) e acumulativa.
5.9. Operações matemáticas do
O instrumento microprocessado pode
fazer várias medições simultâneas e fazer resultado
computações matemáticas complexas É possível que o operador queira uma
destes sinais, para compensar, linearizar e função matemática de um resultado e não
filtrar os resultados finais. Em resposta a somente no resultado em si. O instrumento
um simples comando entrado através de

4.24
Evolução da Instrumentação

microprocessado pode fornecer várias medições, o instrumento microprocessado


transformações funcionais, como: faz comparações e usa um fator de
1. multiplicar o resultado por um fator correção para aplicar nas novas medições.
constante O instrumento pode ainda fazer
2. apresentar o erro absoluto da correções para os erros devidos a variação
medição da freqüência do sinal (o ganho do
3. apresentar o erro percentual da condicionador de sinal em uma dada
medição freqüência é diferente do ganho em sua
4. subtrair uma constante do resultado freqüência de referência.) O instrumento
5. dividir o resultado por uma constante armazena na memória a sua freqüência de
6. apresentar o resultado em unidades referência e corrige as medições para as
logarítmicas diferentes freqüências.
7. linearizar resultados Os erros aleatórios não podem ser
antecipados e evitados. O máximo que o
5.10. Análise estatística operador pode fazer é minimizar seus
efeitos, fazendo um tratamento estatístico
Os instrumentos microprocessados
de todas as medições replicadas. Deste
podem gerar o valor médio, valor eficaz
modo, o instrumento microprocessado
(root mean square), a variância, o desvio
armazena os resultados das medições
padrão de uma variável aleatória sendo
repetidas e faz o seu processamento em
analisada e o coeficiente de correlação de
algoritmos apropriados para determinar
duas variáveis aleatórias. Há instrumentos
média, desvio padrão e erro aleatório
microprocessados projetados
relativo. O instrumento pode, por exemplo,
especificamente para fazer a analise
determinar a média esperada, testar a
estatística dos sinais.
hipótese que as probabilidades do erro
aleatório são normalmente distribuídas e
5.11. Melhoria do desempenho
computar os limites de erros aleatórios.
metrológico
As características metrológicas do 5.12. Vantagens e desvantagens
instrumento são aquelas diretamente Um instrumento microprocessado é a
relacionados com seu desempenho, em melhor solução quando:
geral e com sua precisão, em particular. 1. o instrumento deve ser
Todo instrumento está sujeito a erros multifuncional, programável e
sistemáticos, aleatórios e acidental. Todos versátil
estes erros podem ser minimizado nos 2. o sistema de medição deve ser
instrumentos a microprocessador. expandido acomodar várias funções
Geralmente, os erros sistemáticos são 3. o sistema de medição deve ser
provocados por desvio do zero, desvio do interfaceado com um sistema digital
fator de ganho do circuito condicionador de 4. os dados devem ser armazenados
sinal e não linearidades internas do em memória
instrumento. 5. um grande número de estados
O microprocessador incorporado no lógicos devem se mantido na
instrumento pode eliminar os erros memória
sistemáticos. 6. as medições feitas por técnicas
Ele elimina o erro de desvio de zero, indiretas e cumulativas e o
armazenando o valor correspondente ao procedimento devem ser
zero do instrumento e subtraindo automatizados
automaticamente este valor das leituras do 7. é especificado um alto desempenho
instrumento. metrológico, impossível de ser
Ele elimina o erro de ganho do obtido por métodos convencionais
instrumento, armazenando um número 8. são essenciais a auto-calibração e
quando o instrumento é desligado e que auto-diagnose
corresponde a um valor definido da 9. o processamento estatístico dos
voltagem de entrada. Quando o dados deve ser parte do
instrumento é religado para fazer novas

4.25
Evolução da Instrumentação

procedimento de medição e feito usuário a entenda. Mesmo complexo, o


automaticamente microprocessador é estável e confiável,
10. as incertezas das medições devem muito mais que qualquer circuito com
ser determinadas e apresentadas componentes discretos. Embora a maioria
no display, em linha do processo utilize somente uma pequena parte da
11. há necessidade de transformações capacidade total do microprocessador,
funcionais matemáticas, como ainda assim a sua aplicação é
linearização, conversão de economicamente vantajosa. O software
resultados, compensação através associado ao microcomputador é também
de cálculos complexos complexo e pode ter os seus besouros
Por causa de todas estas vantagens, o (bugs), porém o usuário não precisa
microprocessador chegou e vai ficar por conhece-lo. Geralmente o software está
muito tempo nos campos da medição e gravado em uma memória ROM (ou
instrumentação. Ele é a base do progresso PROM) e as eventuais modificações ou
que a ciência e a tecnologia tiveram nos melhorias são feitas pelo fabricante e os
últimos e nos próximos anos. benefícios são do usuário final.
Há também várias razões para
questionar o uso do instrumento 6. Protocolo de comunicação
microprocessado, algumas subjetivas e
outras objetivas. As mais importantes são: Em uma malha de medição e controle
Há a barreira psicológica, de algumas de processo, os instrumentos necessitam
pessoas que desconhecem o se comunicar entre si. Quando o sinal era
microprocessador ainda duvidam e não analógico, esta compatibilidade foi
aceitam os benefícios transparentes do conseguida com a padronização dos
microprocessador. Muitos acham que o sinais: pneumático em 20 a 100 kPa (3 a
microprocessador é muito complicado e 15 psi) e eletrônico (4 a 20 mA cc). O sinal
economicamente não é atraente. Muitos analógico continha apenas uma
acham que não necessitam de toda a informação, que estava na amplitude do
capacidade do microprocessador e por sinal proporcional ao valor da medição.
isso a sua aplicação seria ociosa e Com o sinal digital, as coisas se
exagerada. Outros acham que o complicam porque se quer usar a
microprocessador está associado a um capacidade digital de comunicação de
programa (software) que é outro motivo de transmitir vários sinais simultaneamente
repulsa, pois o seu custo é maior que o do em um único meio (fio trançado, cabo
microprocessador. coaxial, cabo de fibra óptica), que é
compartilhado por todos os sinais de
informação. Protocolo é o conjunto de
regras semânticas e sintáticas que
determina o comportamento dos
instrumentos funcionais interligados para
se ter uma comunicação entre eles. Na
arquitetura OSI (Open Systems
Interconnection), é o conjunto de regras
que determina o comportamento de
entidades na mesma camada para se
comunicarem.
Há muitos protocolos alternativos tais
como Fieldbus Foundation, WordFIP/FIP,
Fig. 1. Iinstrumentos inteligentes (Rosemount) Profibus, ISP, LonWorkds, P-NET, CAN,
HART, BIT-BUS, Modbus e Ethernet. A
Todas estas questões são facilmente maioria é proprietária, ou seja, o protocolo
resolvidas. Embora internamente o foi desenvolvido por determinado
microprocessador tenha milhares (e até fabricante isolado ou em conjunto com
milhões) de componentes, esta outros fabricantes. A razão mais óbvia para
complexidade não requer que o seu a variedade de protocolos é que eles tem

4.26
Evolução da Instrumentação

sido projetados para diferentes aplicações os equipamentos de vários fabricantes


em mente e otimizados para sejam intercambiáveis e interoperáveis.
características específicas tais como Isto enfatiza a importância de se ter uma
segurança, baixo custo, alto número de norma internacional de fieldbus
dispositivos conectados. Portanto, cada estabelecida que permita se tirar proveito
norma pode ter vantagens para atender das vantagens dos sistemas abertos.
prioridades de uma determinada aplicação.
A não ser que uma única norma se torne
um líder claro, pode ser necessário para os
fabricantes fornecerem interfaces para os
outros protocolos em uso.

6.1. Fieldbus

Histórico
Atualmente, a maioria dos
transmissores smart e inteligente operam
com o circuito convencional de 4 a 20 mA
cc mas é inevitável que as vantagens a
serem ganhas de sinais multiplexados dos
sensores, atuadores e controladores serão Fig. 10. Instalação de medição de gás natural
características de novas plantas de (Spectra-Tek)
processo e de plantas atualizadas. Porém,
para implementar isto, deve-se
implementar um sistema de comunicação Tecnologia correntes
de campo ou fieldbus. Os protocolos e sistemas de fieldbus
Há muitas vantagens do fieldbus sobre foram desenvolvidos em linha com o
os sistemas analógicos convencionais, modelo de sete camadas da ISO/OSI
como (International Standards
1. custo reduzido de instalação e Organization/Open System
manutenção, Interconnection), mostrado na Fig. 31 e
2. aumento de flexibilidade similar às normas MAP/TOP. O modelo
3. melhoria de funcionalidade, tais divide as características de qualquer
como auto diagnose, monitoração da protocolo de comunicação em sete
calibração e das condições camadas distintas:
4. expansão do uso de sensores e dos 1. física
sistemas de controle. 2. link de dados
3. circuito
Conceito 4. transporte
Os transmissores convencionais, 5. sessão
atuadores, chaves de alarme e de limites e 6. apresentação
controladores são ligados diretamente para 7. aplicação.
uma sala de controle através de cabos
individuais, como mostrado na Fig. 29.
Fieldbus é baseada em uma tecnologia
que permite os dispositivos compartilharem
um meio comum de comunicação, tais
como um cabo coaxial, de modo que estes
transmissores podem multiplexar seus
dados com outros dispositivos, como na
Fig. 30. A redução na cablagem e nos
custos de instalação é evidente.
Para o sistema encontrar aceitação nas
indústrias de processo, é importante que

4.27
Evolução da Instrumentação

especificações diferentes para permitir


variações nas exigências de desempenho,
tais como diferentes velocidades de
transmissão de dados.

Fig. 11. Método tradicional de interligar


transmissores, atuadores e controladores

Fig. 13. Modelo das 7 camadas da ISO/OSI

O ponto chave é o da
intercambiabilidade e interoperabilidade.
Intercambiabilidade significa que um
transmissor de um fabricante pode ser
substituído por um transmissor de outro
fabricante sem qualquer reconfiguração do
sistema. Isto é desejável para o usuário
que quer manter em no mínimo o custo
dos componentes padrão e quer evitar de
Fig. 12. Arranjo correspondente à Fig. fazer retreinamento do seu pessoal de
11, baseado no uso de um fieldbus. manutenção. Porém, os usuários com
necessidades além das características da
norma podem ter dificuldade de satisfazer
Vários conceitos de fieldbus tem sido estas exigências com componentes
escolhidos para implementar somente três padrão.
destas camadas: Interoperabilidade significa que um
1. camada 1, a camada física especifica transmissor de um fabricante pode ser
o meio de ligação usado para substituir um transmissor de
2. camada 7, a camada de aplicação outro fabricante mas alguma
especifica a interface entre o reconfiguração do sistema é necessária.
protocolo e a aplicação que o roda Ou seja, o sistema deve ser informado do
3. camada 2, a camada de link de tipo de equipamento que está em uso de
dados especifica a interligação entre modo a se comunicar com o outro com
as duas. sucesso. O ISP planeja projetar seu
Tem sido reconhecido que, para um protocolo de modo que um novo
protocolo ser útil para os usuários finais é equipamento no circuito informe
necessário uma oitava camada a ser automaticamente ao sistema o seu tipo e
projetada para permitir uma interação características, fazendo assim qualquer
amigável ao usuário com o sistema de reconfiguração necessária. Os fabricantes
comunicação, efetivamente tornando-a a favor desta filosofia acreditam que deste
transparente para o usuário. modo a intercambiabilidade seria um
A camada física pode ter várias formas, subconjunto da interoperabilidade. Ou seja,
como par de fios trançados, cabo coaxial, as características especiais incorporadas
link de radio, infravermelha ou fibra óptica. não seriam de uso para todas as
Cada meio podem então ter várias aplicações, pois elas são opcionais.

4.28
Evolução da Instrumentação

A interoperabilidade permite um sinal FSK é sempre zero, o sinal de 4 a 20


fabricante competir no mercado na base de mA cc não é afetado pelo sinal digital.
características exclusivas para seu
produto, o conteúdo do valor agregado ao
seu equipamento, em vez de simplesmente
o custo inicial do equipamento. Porém, os
usuários sabem que isto complica a Outros
situação e que se uma característica
DCS
especial está presente, ela pode ser usada proprietärio
em qualquer estágio e pode deixar os Atuador pro
usuários sujeitos ao monopólio do
fornecedor. HART

6.2. Protocolo HART


O uso de transmissores inteligentes
aumentou muito desde que a Rosemount
introduziu seu protocolo HART (Highway Fig. 11. Percetagem de uso
Addressable Remote Transducer) , em
1986.
As vantagens do HART incluem: Isto produz comunicação simultânea
1. protocolo de comunicação com genuína com um tempo de resposta de
aceitação mundial, com cerca de 600 aproximadamente 500 ms para cada
equipamentos instalados (padrão de equipamento de campo, sem interromper
facto), qualquer sinal analógico de transmissão
2. padrão industrial aceito pelo usuário, que possa estar ocorrendo.
50.8% dos equipamentos de campo Até dois equipamentos principais
inteligentes com protocolo de (master) podem ser ligados a cada malha
comunicação. HART. O primário é geralmente um
3. independente do fabricante sistema de gerenciamento ou um PC,
4. gerenciado pela Fundação de enquanto o secundário pode ser um
Comunicação HART terminal hand-held ou um computador
5. possui um terminal portátil universal laptop. Um terminal padrão hand-held
para todos os equipamentos HART. (chamado comunicador HART) é
6. possui a capacidade digital de disponível para tornar uniformes as
acessar todos os parâmetros do operações de campo. As opções adicionais
instrumento e fazer diagnóstico, de circuito são fornecidas por gateways.
7. possui a compatibilidade analógica,
comunicando também com o sinal
padrão de 4 a 20 mA cc, usando a
instrumentação existente.
Método de operação
O protocolo HART opera usando o
princípio de frequency shift keying (FSK),
que é baseada na Norma de Comunicação
Bell 202 (Bell, 1976). O sinal digital é Fig. 14. Comunicações analógica e digital
constituído de duas freqüências: (1200 Hz simultâneas
e 2200 Hz), representando os bits 1 e 0,
respectivamente. Ondas senoidais destas
freqüências são superpostas sobre um Ponto a ponto
sinal analógico cc, transmitido por cabos, Nesta configuração, o sinal analógico
para dar simultaneamente comunicações de 4 a 20 mA cc continua sendo usado
analógica e digital. Como o valor médio do para a transmissão analógica enquanto a
medição, ajuste e dados do equipamento

4.29
Evolução da Instrumentação

são transferidos digitalmente. O sinal Máximo número de dispositivos


analógico permanece inafetado e pode ser secundários (slaves) em modo multidrop:
usado para controle de modo normal. Os 15.
dados HART dão acesso para Máximo número de dispositivos
manutenção, diagnóstico e outros dados principais (masters): 2.
operacionais. Máximo número de variáveis: 256 por
secundário. Máxima distância: típica de
Multidrop 1900 m, dependendo do tipo de cabo.
Este modo requer somente um par de
fios e, se aplicável, barreiras de segurança Terminal portátil
intrínseca e uma fonte de alimentação Há um único terminal portátil (hand held
auxiliar para até 15 equipamentos de terminal) para todos os equipamentos,
campo. A configuração multidrop é representando uma única interface para
particularmente útil para instalações de todos e com as seguintes características
supervisão muito espaçadas, como em desejáveis:
tubulaçoès, estações de alimentação e 1. pequeno e robusto,
tancagem. 2. alimentado por bateria,
Os instrumentos HART podem ser 3. podendo ser intrinsecamente seguro,
usados de qualquer modo. Na quando necessário uso em locais de
configuração ponto a ponto, o instrumento Divisão 1 ou não incenditivo para
de campo tem endereço 0, estabelecendo locais de divisão 2, com aprovações
a corrente de saída em 4 a 20 mA cc. Na do FM e CSA
configuração multidrop, todos os 4. programa é atualizável (upgradeable)
endereços de equipamento sãomaiores do no campo, com módulo de memória
que 0 e cada equipamento estabelece sua reprogramável substituível.
corrente de saída para 4 mA. Para este O terminal universal é fácil de aprender
modo de operação, os controladores e e usar. Ele possui
indicadores devem ser equipados com um 1. um display com 8 linhas e 21
modem HART. caracteres em cristal líquido (LCD)
Os equipamentos HART podem se 2. chaves funcionais e
comunicar usando linhas de telefone das 3. chaves de ação, para mover através
concessionárias (Bell, 1973). Nesta da estrutura do menu
situação, somente uma fonte de 4. um teclado alfanumérico.
alimentação local é necessária pelo
equipamento de campo e o master pode

estar muitos kilômetros distante. Porém, a
maioria dos países europeus não permite
sinais Bell 202 usados com equipamentos
portadores nacionais, de modo que os
produtos HART não podem ser usados
deste modo.
Camada física HART
A transmissão de dados é feita através
do sistema FSK - Frequency Shift Keying,
com as seguintes características físicas:
bit 0 = 2200 Hz
bit 1 = 1200 Hz
A taxa de transferência é de 1200
bits/s.
A taxa de transferência para variáveis
simples: 2 por segundo.
Segurança dos dados: checking de erro
bi dimensional.
 APOSTILA\INSTRUMENTAÇÃO COMPUTADOR.DOC 19 AGO 96

4.30
1.5
Terminologia
(função) da variação da saída provocada
2.1. Introdução pela entrada. A saída pode ser um sinal ou
um valor da variável manipulada. A entrada
Deve haver uma uniformidade de pode ser o sinal de realimentação negativa
termos e nomenclatura no campo da da malha quando o ponto de ajuste é
instrumentação de processo. Aqui estão constante, um sinal de erro real ou a saída
definidos os principais termos de outro controlador. Ação é também
especializados da Instrumentação, que chamada de modo.
podem ser levemente ou totalmente Ação Derivativa (Rate) é a ação de
diferentes do uso comum. controle em que a saída é proporcional à
Os termos definidos são convenientes taxa de variação da entrada. A ação
para o uso do pessoal envolvido de algum derivativa é expressa em tempo (s).
modo com a Instrumentação, incluindo Ação Flutuante(Floating) é a ação de
projeto, fabricação, montagem, operação, controle em que a taxa de variação da
manutenção, teste e venda. saída é uma função pré determinada da
Os tipos de indústrias de processo entrada. Um erro na variável controlada faz
incluem: química, petróleo, gás e óleo, a saída do controlador variar em uma taxa
petroquímica, geração de energia, constante. O erro deve exceder limites
siderúrgica, metalúrgica, alimentícia, têxtil, predeterminados antes do controlador
farmacêutica, papel e celulose e começar a variar.
mineração. Ação Integral (Reset) é a ação de
controle em que a saída é proporcional à
2.2. Definições e Conceitos integral no tempo da entrada. A taxa de
variação da saída é proporcional à entrada.
A ação integral é expressa em repetições
Ação do Controlador por tempo (s).
Modo como a saída do controlador Ação Liga-Desliga é a ação de
varia em função da variável medida. controle em que a saída é 0 ou 100% e o
O controlador possui ação direta elemento final de controle está ligado ou
quando o valor do sinal de saída aumenta desligado.
quando o valor da entrada (variável Ação Proporcional é a ação de
medida) aumenta. controle em que há uma relação linear
O controlador possui ação inversa contínua entre a saída e a entrada.
quando o valor do sinal de saída aumenta
quando o valor da entrada (variável Acessível
medida) diminui. Instrumento visível pelo operador de
processo, que apresenta sinais visuais de
Ação de Controle indicação e registro de valores da variável
Ação do controlador ou de um sistema de processo ou requer a atuação do
de controle é a natureza matemática operador, para estabelecer ponto de

5.1
Terminologia

ajuste, transferir de automático para Alarme


manual e vice-versa, atuar manualmente
Alarme é a indicação da existência de uma condição
no processo, acionar chaves liga-desliga.
normal ou anormal através de um sinal sonoro,
Instrumento acessível ao operador é
visual ou ambos. A condição anormal geralmente
montado no painel de leitura ou display;
consiste em o valor de uma variável de processo
instrumento não acessível é montado em
atingir um valor limite, alto ou baixo, predeterminado.
armário cego ou rack.
O alarme geralmente requer a atuação ou atenção
do operador.

Amortecimento
Redução progressiva ou supressão da
oscilação em um instrumento ou sistema.
A resposta a um degrau é chamada de
criticamente amortecida quando o tempo
de resposta é tão rápido quanto possível
sem overshoot. É sub amortecida quando
ocorre overshoot ou superamortecida
quando a resposta é mais lenta que a
crítica.
Amortecimento viscoso usa a
viscosidade dos fluidos para fazer o
amortecimento.
Amortecimento magnético usa a
corrente induzida nos condutores elétricos
pelas variações no fluxo magnético para
fazer o amortecimento.

Amplificador
Dispositivo que possibilita um sinal de
entrada controlar a potência de uma fonte
independe de sinal e assim ser capaz de
entregar uma saída que suporta alguma
relação com, e é geralmente maior que o
sinal de entrada.

Fig. 1.5.1. Conceitos de Display e Armário Analisador


(Rack)
Nome incorreto atribuído a instrumento
usado para medir pH, concentração,
Ajuste composição, condutividade ou densidade.
Os nomes corretos são sensor de análise,
Operação no instrumento para torná-lo transmissor de análise, indicador de
exato ou eliminar seus erros sistemáticos. análise ou registrador de análise.
Geralmente o ajuste é feito depois da
calibração. Quando o instrumento não fica Análise
exato depois de vários ajustes, ele requer
manutenção. Cfr. calibração. Variável de processo que consiste na
Os principais ajustes de calibração do determinação da composição de uma
instrumento são o de zero e o de substancia, em percentagem (%) ou partes
amplitude de faixa (span). por milhão (ppm). Também é incluída
como análise o pH (potencial de H+), pIon
(potencial de íon), ORP (potencial de óxido
redução), condutividade elétrica,
densidade. Análise é uma quantidade

5.2
Terminologia

física e não uma função de instrumento e haver ou não controle automático de


por isso deve ser preferida a forma de temperatura e umidade. As áreas da sala
sensor de análise (AE), transmissor de de controle são comumente apropriadas
análise (AT), indicador de análise (AI) ou para a operação do sistema de controle,
registrador de análise (AR) havendo a presença continua de
operadores.
Analógico Área externa é um local em que o
equipamento está exposto a condições
Propriedade que se refere ao sinal,
ambientais sem proteção, incluindo
função, tecnologia e display.
temperatura, umidade, raio de sol direto,
Sinal analógico é aquele que pode
vento, chuva e sereno.
assumir infinito número de níveis, entre 0 a
Área protegida é um local de processo
100%. O sinal de comunicação de 4 a 20
industrial com proteção contra exposição
mA cc é exemplo de um sinal analógico.
direta dos elementos, como luz do sol
Função analógica é aquela que envolve
direta, chuva, vento e sereno. As
medição, como controle ou registro.
temperatura e umidade podem ser as
Tecnologia analógica é a baseada no
mesmas da área externa. Pode haver
amplificador operacional (amp op).
condensação. A ventilação é natural.
Display analógico é baseado em escala
e ponteiro, onde um é móvel e outro é fixo.
O instrumento que manipula sinais
analógicos na sua entrada ou saída é
chamado de analógico. Cfr. Digital.

Aquecimento (warm up)


Período de tempo necessário para o
instrumento eletrônico se estabilizar e
operar normalmente, depois de ligado. O
instrumento pode apresentar erros
grosseiros ou não operar corretamente
durante o período de aquecimento.

Área de ambiente
Fig. 1.5.2. Diferentes áreas de processo
Local qualificado na planta com
condições ambientais especificadas de
conformidade com a severidade. As áreas Armário (Rack)
possíveis são: área de ar condicionado,
Painel sem indicações que não fornece
área de sala de controle, área externa e
informação e nem requer atenção do
área protegida
operador. Pode ser considerado, também,
Área de ar condicionado é um local
a parte traseira de um painel de leitura. Cfr.
com temperatura mantida constante em
Painel.
um valor nominal dentro de uma tolerância
estreita e igual a um valor confortável
Atenuador
típico. A umidade é também mantida
dentro de uma faixa estreita. Áreas com ar Dispositivo que diminui o tamanho do
condicionado possuem circulação de ar sinal entre dois pontos ou entre duas
limpo e são tipicamente usadas para freqüências. Atenuação é o inverso do
instrumentação como computador ou outro ganho. A atenuação pode ser expressa
equipamento requerendo ambiente como uma relação adimensional, relação
controlado. escalar ou em decibel (dB).
Área de sala de controle é um local Atenuação 4:1 é um critério de sintonia
com facilidade de aquecer ou resfriar o de controlador de processo onde a
ambiente. As condições são mantidas amplitude do desvio (erro) da variável
dentro de limites especificados. Pode controlada, seguindo um distúrbio, é

5.3
Terminologia

cíclica, de modo que a amplitude de cada controlador, então é banda proporcional é


pico é ¼ do pico anterior. de 10.
Banda proporcional é a relação da
Atraso (delay) variação de entrada sobre a da saída.
Banda proporcional é o inverso do
O intervalo de tempo entre um sinal
ganho.
variando e sua repetição para alguma
Banda proporcional é a região onde há
duração especificada em um ponto a
controle automático.
jusante do caminho do sinal.
Bourdon C
Atuador
Um sensor de pressão que converte a
Parte do elemento final de controle que
pressão em um pequeno deslocamento
translada o sinal de controle em ação do
aproximadamente linear. Ele é chamado
equipamento final de controle no processo.
de bourdon por causa de seu inventor e C,
A válvula de controle geralmente possui
por causa de seu formato encurvado. Seu
um diafragma acionado pneumaticamente
funcionamento se baseia na deformação
como atuador.
elástica do elemento. Outros elementos
similares são: diafragma, fole, espiral e
Auto – aquecimento
helicoidal.
Aquecimento interno resultante da
dissipação da energia elétrica no sensor.
Fenômeno indesejável que ocorre na Fig. 1.5.3. Bourdon C
medição de temperatura com resistência.

Auto - regulação
A propriedade de algumas variáveis no
processo adotarem um valor estável sob
dadas condições de carga, mesmo sem
um sistema de controle. Por exemplo, a Banda morta
temperatura de fervura da água é de 100
o
C, à pressão atmosférica padrão (103,1 A faixa através da qual uma entrada
kPa) pode ser variada sem provocar resposta
detectável. A banda morta é geralmente
Auto - sintonia expressa em percentagem da amplitude de
faixa.
A propriedade de alguns controladores
microprocessados adotarem Base de numeração
automaticamente os melhores valores de
sintonia (ganho, tempo integral e tempo O número cujas potências determinam
derivativo), sempre que as condições de o valor de cada posição no número. O
carga do processo variarem. mais usado no dia a dia é o decimal ou
base 10. Em computação, o sistema
Backlash padrão é o binário ou base 2. Em
configuração de sistemas digitais, é
Um movimento relativo entre partes comum se encontrar as bases octal (base
mecânicas que interagem, resultando em 8) e hexadecimal (base 16). A base
folga, quando o movimento é invertido. hexadecimal é útil em casos onde as
palavras são compostas de múltiplos de 4
Banda Proporcional bits (palavras de 4, 8, 16, 32 bits). A base
A variação na entrada de um octal é mais útil onde as palavras são
controlador Proporcional requerida para compostas de múltiplos de 3 bits (3, 6, 9 ou
produzir uma variação total na saída. 12 bits)
Assim, se 10% de variação no erro causa
uma variação de 100% na saída do

5.4
Terminologia

Binário Bypass
Um sistema de representação de Caminho alternativo em torno de outro
números de base 2, onde só existem os componente, tubulação, ligação ou
dígitos 0 e 1. É o sistema de trabalho dos sistema, usado principalmente para
computadores digitais. O binário pode ser permitir a manutenção do equipamento
considerado um caso especial de digital, colocado no caminho principal.
quando se tem apenas um bit. A saída de
uma chave é um sinal binário, pois a chave
só pode estar ligada ou desligada. Cfr.
Digital.

Bico-Palheta
Peça fundamental de todo instrumento
pneumático que transmite, manipula ou
controla sinais. Basicamente, o conjunto
converte um pequeno deslocamento da
palheta no sinal padrão pneumático de 20
a 100 kPa (0,2 a 1,0 kgf/cm2 ou 3 a 15 psi). Fig. 1.5.5. Calibração a seco

Bocal
Calibração
Tipo especial de restrição usada para
medir vazão de fluidos, gerando uma Operação de verificar a exatidão de um
pressão diferencial proporcional ao instrumento através da comparação com
quadrado da vazão. É usado em sistema outro padrão rastreado. Determinação dos
de calibração de medidores de vazão de pontos em que as graduações da escala
gases, pois ocorre nele o fenômeno da estão colocados. Também chamada de
vazão crítica. aferição ou verificação. Cfr. Ajuste.
Calibração a seco de transmissor é
aquela feita contornando o seu elemento
sensor; gerando valores internos como
padrão, não requerendo o padrão da
variável sendo medida.
Ciclo de Calibração é a aplicação de
valores conhecidos da variável medida e o
Fig. 1.5.4. Bocal de vazão registro dos valores correspondentes das
leituras de saída, sobre a faixa do
Bode, Diagrama de instrumento, nos sentidos de subida e
descida.
Um gráfico de função de transferência Curva de Calibração é a
versus freqüência, onde o ganho representação gráfica do relatório de
(geralmente em dB) e fase (em graus) são calibração.
plotados contra a freqüência em uma Rastreabilidade da Calibração é a
escala logarítmica. relação da calibração de um instrumento
com um instrumento calibrado e certificado
Bulbo por um Laboratório Nacional, através de
Parte sensível do elemento primário de um processo passo a passo.
temperatura. Invólucro que protege o Relatório de Calibração é a tabela ou
termopar ou o fio de resistência detectora gráfico da relação medida de um
de temperatura ou que contem o fluido de instrumento comparado com um padrão,
enchimento do elemento termal. O bulbo em toda sua faixa.
não é o elemento sensor.

5.5
Terminologia

Campo
Área industrial, off site limit bateries,
área externa, local. Cfr. Sala de controle.

Fig. 1.5.7. Operador em Centro de


Controle

Fig. 1.5.6. Estado de instrumento de campo Chave


Dispositivo que liga, desliga ou
seleciona um determinado circuito elétrico.
Carga A chave pode ser manual ou automática.
Carga do processo expressa os valores Chave automática é acionada quando a
nominais de todas as variáveis em um variável de processo atinge um valor
processo que afetam a variável controlada, predeterminado. Chaves automáticas
exceto a variável manipulada e a clássicas são: pressão (pressostato),
controlada. temperatura (termostato), nível, vazão,
posição (chave fim de curso).
Cavitação
Choque mecânico
Fenômeno indesejável da evaporação
do líquido e a implosão de bolhas quando Aplicação momentânea de uma força
o vapor volta ao estado líquido, que ocorre de aceleração a um equipamento. É
em interior de tubulações quando há geralmente expresso em número de
diminuição da pressão ou aumento da acelerações da gravidade (g).
temperatura. A cavitação pode ocorrer no
interior de elementos sensores de vazão, Cíclico
bombas, restrições e válvulas.
Uma condição de estado permanente
A cavitação pode destruir internos de
ou oscilação transiente de um sinal em
válvulas e sensores colocados na
relação ao valor nominal
tubulação. Cfr. flacheamento (flashing).
Condições de Operação
Célula de carga
Condições em que um instrumento ou
Sensor elétrico para medição de
equipamento está sujeito, não incluindo a
pressão ou peso. A ação é baseada em
variável medida por ele. As condições de
strain gauges montados dentro da célula
operação incluem: temperatura ambiente,
em uma barra de força. Também chamada
pressão ambiente, força gravitacional,
de célula extensiométrica. É o elemento
campos eletromagnéticos, inclinação,
sensor padrão da balança eletrônica. Cfr.
variações da alimentação (tensão,
cristal piezoelétrico e strain gauge.
freqüência, harmônicas), choque e
vibração.
Centro de Controle As condições de operação normais
Uma estrutura de equipamentos para são a faixa de condições de operação
medir, controlar ou monitorar um processo. dentro da qual o instrumento é projetado
Também pode se referir à sala de para operar e para a qual são
controle da planta. estabelecidas as influências de operação.
As condições de operação de
referência são a faixa de condições de
operação dentro da qual as influências de

5.6
Terminologia

operação são desprezíveis. As condições Condutância


de referência são usualmente estreitas.
Em circuito de corrente contínua, é o
Por exemplo, a condição de referência de
inverso da resistência e portanto é a
operação típica de um instrumento é de 24
medida da habilidade de um circuito
± 2 oC .
conduzir a corrente. Em corrente alternada,
é a parte real da admitância, quando a
impedância não contem reatância.
Transporte e Armazenamento Sua unidade SI é o siemens (S) e não
é mho.
Limites de operação
Operação normal Condutividade (elétrica)
Variável de processo ou grandeza
Limites de referência física que consiste na relação da
Condição de referência densidade de corrente elétrica para o
Limites de referência campo elétrico no material. Também
conhecida como condutância específica.
Condutividade é diferente de condutância.
Operação normal Também existe condutividade termal,
condutividade acústica
Limites de operação
Confiabilidade
Transporte e Armazenamento
Probabilidade que uma parte componente,
instrumento ou sistema funcione
Fig. 1.5.8. Diagrama das condições de operação satisfatoriamente, sob condições,
determinadas sem manutenção, durante
As condições de transporte e determinado período de tempo.
armazenamento são a faixa de condições
em que um instrumento ou equipamento Conhecimento (Acknowledgement)
está sujeito entre o tempo de construção e Chave do sistema de intertravamento
o tempo de instalação, incluindo o tempo ou alarme utilizada para silenciar o sistema
em que ele estiver desligado. Não deve sonoro, depois que o sistema é acionado.
ocorrer nenhum dano físico ou defeito de
operação durante este período, porem, Compartilhado
pode ser necessário se fazer pequenos
ajustes e calibração para restaurar sua Um único instrumento executa a
condição de operação normal. mesma função, geralmente indicação,
registro ou controle, de um grande numero
de variáveis, simultaneamente; é o
instrumento associado a muitas malhas.
Cfr. Dedicado.

Compensação
Provisão de uma construção especial,
equipamento suplementar, circuito ou
materiais especiais para contrabalançar
fontes de erro devidas às variações em
condições de operação específicas.
Eliminação de erros variáveis provocadas
por modificação.
Fig. 1.5.9. Instrumento montado no campo

5.7
Terminologia

Compensador
Equipamento que converte um sinal em
alguma função que direciona o elemento
final de controle para reduzir desvios na
variável diretamente controlada.

Computador Analógico Fig. 1.5.11. Instrumento configurável


Computador analógico é o instrumento Conformidade
que
1. faz operações matemáticas (soma, Conformidade é o grau de aproximação
multiplicação, divisão e integração) de uma curva a outra específica (e.g.,
2. seleciona sinais de máximo ou linear, logarítmica, parabólica, cúbica).
mínimo Geralmente é medida em conformidade e
3. lineariza sinais, p. ex.., extração da expressa em não conformidade. É um dos
raiz quadrada e caracterização de parâmetros da exatidão especificada do
sinal. instrumento. A conformidade pode ser
O computador analógico é também independente, baseada no terminal e
chamado de relé pneumático ou pelo nome baseada no zero.
específico, p. ex., somador, extrator de raiz
quadrada. Constante de Tempo
Um número caracterizando o tempo
necessário para a saída de um
equipamento atingir aproximadamente
63% do valor final, em resposta a um
degrau aplicado na entrada. A constante
de tempo é também chamada de tempo
característico.

Fig. 1.5.10. Computador analógico pneumático Consumo de ar


A máxima taxa em que o ar comprimido
é consumido por um instrumento
Computador Digital pneumático, dentro de sua faixa de
Sistema baseado no circuito integrado operação e durante condições de sinal
microprocessador. O computador inteiro constante. Geralmente expressa em m3/hr,
geralmente está embutido em uma única a temperatura e pressão especificadas.
placa de circuito impresso e trabalha com
palavras de dados com 8, 16 e 32 bits. Controlador
Instrumento que opera
Configuração automaticamente para regular uma variável
Seleção através de comandos do controlada. O controlador a realimentação
teclado da estrutura básica do algoritmo de negativa recebe um sinal proporcional à
controle, do formato da leitura e das variável medida, compara-o com um valor
terminações de entrada e saída. de referência estabelecido pelo operador e
Configurar por programação é fazer gera um sinal padrão na saída que é
as ligações de blocos funcionais através de função matemática da diferença entre a
programação de computador (software). A medição e a referência. O sinal de saída
configuração por programação é lógica e tende a manter a variável controlada igual
não física. Cfr. Fiação física ou em torno do valor desejado.
O controlador pode ter o nome das
ações de controle embutidas; tem-se
controlador liga-desliga (on-off),
controlador proporcional (P), controlador

5.8
Terminologia

proporcional mais integral (PI), controlador desliga pode ser realizado através de
proporcional mais derivativa (PD), chave.
controlador mais integral mais derivativa No controle liga-desliga convencional
(PID). um único ponto serve para ligar e desligar
o sistema. O Controle com Intervalo
(Gap) Diferencial é um controlador liga-
desliga, com dois pontos de atuação: um
para ligar e outro para desligar. A
vantagem é que o elemento final de
controle atua menor número de vezes e a
desvantagem é que a amplitude de
variação da variável é maior.

Controle Lógico Programável


Sistema digital, compartilhado, aplicado
principalmente para controle lógico de
processos com muita operação de liga-
Fig. 1.5.12. Controladores single loop desliga. Como não possui interface
Homem-Máquina, geralmente é associado
Controlador Single Loop é um a um sistema de computador onde roda
instrumento microprocessado, configurável um aplicativo para controle supervisório. É
e dedicado ao controle de uma, duas ou chamado abreviadamente de CLP.
até quatro malhas de controle. Alguns
modelos podem ser reconfigurados para Controle Multivariável
computador de vazão.
O controlador pode também ser auto- Sistema de controle mais elaborado,
operado; chama-se regulador. onde estão envolvidas duas ou mais
malhas de controle ou duas ou mais
Controle Compartilhado variáveis de processo.
Controle Adaptativo é aquele em que
Controle em que um único controlador os meios automáticos são usados para
divide seu tempo de computação e variar o tipo ou influência (ou ambos) dos
controle entre várias malhas de controle. parâmetros de controle, de modo a
Em vez de ser dedicado a uma única melhorar o desempenho do sistema de
malha, ele é compartilhado por todas as controle.
malhas da planta e assume o controle de Controle Auto-seletor é um sistema de
cada malha, uma por vez, de modo cíclico, controle com dois ou mais controladores,
em uma varredura predeterminada. em que apenas um é selecionado para
executar o controle, enquanto todos os
Controle Digital Direto outros ficam em espera. É mandatório o
Controle feito por um dispositivo digital uso de um seletor de sinais. É também
que executa todas as funções de detecção chamado de controle override.
de erro e atuação no elemento final de Controle Cascata é um sistema de
controle. controle com duas malhas fechadas, em
que a saída de um controlador (primário) é
Controle Liga-Desliga o ponto de ajuste de outro controlador
(secundário).
Um sistema de controle com duas Controle Faixa Dividida é um sistema
posições, em que um dos dois valores de controle em que o controlador atua em
discretos é zero. É um sistema simples de dois ou mais elementos finais de controle.
controle onde a saída do controlador só É também chamado de split range.
pode estar ligada (alta) ou desligada
(baixa) e consequentemente o elemento
final de controle está totalmente aberto
(100%) ou fechado (0%). O controle liga-

5.9
Terminologia

Controle Relação de Vazões é um Controle Realimentação Negativa


sistema de controle em que o controlador
recebe n medições de vazão e atua em Controle em que a variável medida é
(n – 1) elementos finais de controle para comparada com seu valor desejado para
manter constante a relação entre as produzir um sinal de erro de atuação que
age de tal modo a reduzir o tamanho do
vazões.
erro.
Controle Processo
Controle Supervisório
O controle de processo é a regulação
ou manipulação das variáveis que afetam a Controle em que as malhas de controle
operação do processo, de modo a obter operam independentemente, sujeitas a
um produto com qualidade desejada em ações corretivas intermitentes. Exemplo de
quantidade eficiente. É o balanço dos controle supervisório é o sistema com os
fluxos de energia (pressão e temperatura) pontos de ajustes variados por uma fonte
e de material (vazão e nível). externa.

Conversor
Variável não Variável Instrumento que transforma uma forma
controlada controlada
TC TT de energia elétrica em outra.
Conversor A/D que transforma um a
Temperatura
ambiente tensão ou corrente de entrada analógica
em um sinal digital proporcional.
Conversor D/A que transforma um sinal
Saída
Vapor digital, geralmente de um computador, em
uma tensão ou corrente de saída analógica
Variável Carga proporcional.
manipulada
Coriolis
Produto Força Coriolis é uma pseudoforça
TE dependente da velocidade em relação a
Condensado um sistema que está em rotação com
Distúrbio relação a um sistema inercial de
referência; é igual e oposta ao produto da
Fig. 1.5.13. Terminologia da malha de controle massa da partícula onde a forma age e sua
aceleração de Coriolis.
Efeito Coriolis é a deflexão relativa à
Controle Preditivo Antecipatório superfície da terra a qualquer objeto
movendo acima da terra, causada pela
Controle em que a informação referente força Coriolis. Um objeto se movendo
a uma ou mais condições que podem horizontalmente é defletido para a
afetar a variável controlada são esquerda, no hemisfério Sul.
convertidas, fora de qualquer malha de O medidor de vazão tipo Coriolis
realimentação negativa, em ação corretiva determina a vazão mássica a partir do
para minimizar os desvios da variável torque em um tubo que sofre uma vibração
controlada. externa.
O uso do controle preditivo
antecipatório não afeta a estabilidade do
sistema, pois ele não é parte da malha de
realimentação negativa que determina a
estabilidade.

Fig. 1.5.14. Medidor de vazão Coriolis

5.10
Terminologia

Correção características mais comuns são: linear,


abertura rápida e igual percentagem.
Diferença algébrica entre o valor ideal e
a indicação do valor medido. É a
Dedicado
quantidade que adicionada algebricamente
à indicação dá o valor ideal. Um instrumento executa uma função
Correção positiva denota que a relacionada com uma única variável de
indicação do instrumento é menor que o processo; um instrumento corresponde a
valor ideal. uma malha e uma malha corresponde a
correção = valor ideal – indicação um instrumento. Cfr. Compartilhado.

Corpo Negro Default


Um corpo ideal que absorve toda a Um valor automaticamente usado, a
radiação incidente e não emite nenhuma. não ser que seja especificado outro
(Conceito utilizado na medição de diferente.
temperatura com radiação)
Densidade
Correlação Variável de processo ou grandeza
A interdependência ou associação física que consiste na relação da massa
entre duas variáveis de natureza sobre volume. A unidade SI é kg/m3 .
quantitativa ou qualitativa. A correlação Embora exista instrumento que meça
pode variar de –1 (correlação inversa), 0 diretamente densidade, na prática de
(não há) a 1 (correlação total). Instrumentação é mais comum medir
densidade através da pressão e
Corrosão temperatura do fluido do processo.
Destruição gradual de um metal ou liga
Desvio (drift)
devido a processos químicos como
oxidação ou a ação de agente químico. A Uma variação indesejável na relação
corrosão pode ser eliminada ou diminuída saída-entrada durante um período de
pela escolha criteriosa dos materiais em tempo. O ponto de desvio é a variação na
contato. saída durante um período especificado de
Erosão é a perda de material ou tempo para uma entrada constante, em
desgaste de uma superfície provocada determinada condição de operação de
pela alta velocidade de um fluido. referência. Os pontos de desvio clássicos
A corrosão é de origem química; a são os de zero e de amplitude de faixa.
erosão é física. Expressão típica: o desvio no meio da
escala para a temperatura ambiente (24 ±
Cristal piezoelétrico 1 oC ), para um período de 48 horas, é de
Um sensor elétrico de pressão que ±0,1% da amplitude de faixa da saída.
Desvio permanente (offset) é a
gera uma tensão proporcional à pressão
aplicada na entrada. Cfr. strain gage. diferença estável entre o ponto de ajuste e
a medição de um controlador Proporcional,
quando há alteração da carga do processo
Característica, Curva
ou do ponto de ajuste do controlador. O
Uma curva (gráfico) que mostra os desvio permanente pode ser eliminado
valores ideais em regime ou uma saída de manualmente ou automaticamente, através
um sistema como função de uma entrada, da ação integral.
com as outras entradas sendo mantidas
em valores constantes especificados. Detector
Dispositivo para usado para sentir a
Característica de Válvula
presença de um objeto, radiação ou
Relação em percentagem da vazão e composto químico; chamado de elemento
abertura correspondente da válvula. As sensor.

5.11
Terminologia

Dew Point Digital


A temperatura e pressão em que um Propriedade que se refere ao sinal, função,
gás começa a se condensar em líquido. A tecnologia e display.
temperatura de dew point é aquela em que Sinal digital é aquele que só pode
o ar se torna saturado quando resfriado assumir determinados níveis, geralmente
sem adição de umidade ou mudança de dois: 0 ou 1. O sinal digital de comunicação
pressão; qualquer resfriamento adicional (protocolo) é um conjunto de bits (0 ou 1).
causa a condensação. HART é exemplo de um sinal digital.
Função digital é aquela que envolve
Diafragma contagem ou manipulação de pulsos.
Tecnologia digital é a baseada em
Um sensor de pressão que converte a
portas lógicas.
pressão em um pequeno deslocamento
Display digital é baseada em dígitos,
aproximadamente linear.
que substitui a escala e o ponteiro.
O instrumento que manipula sinais
Diagrama ladder
digitais na sua entrada ou saída é
Diagrama consistindo de combinação chamado de instrumento digital. Cfr.
de entradas (contatos NA e NF de chaves Analógico.
manuais, chaves automáticas, relés) e de
saídas (bobinas de relés e de solenóides, Display
lâmpadas piloto, sirenes) colocados em
Representação visível da informação,
forma de degraus de uma escada,
em palavras, números, desenhos,
mostrando uma seqüência lógica de
monitores ou consoles de computador.
eventos e para ser rodado em um CLP.
Imagem da informação. Instrumento ou
Cfr. CLP.
painel acessível ao operador, para
apresentar alguma indicação, registro ou
contagem. Também chamado de read out.
Partida Parada

CR1 saída 1 Distúrbio


CR1-1 Uma variação indesejável que ocorre
em um processo que tende a afetar
CR1-2 LSH Vout-1 nocivamente o valor da variável controlada.
Vin saída 2
dp Cell
Vin-1 Vout-2
Um sensor de pressão que responde à
S saída 3 diferença na pressão entre duas fontes,
Vin-2 geralmente usado para medir vazão pela
pressão diferencial através de uma
TR1 saída 4
1800
restrição na tubulação. O transmissor d/p
CR1-3 Vin-3 TR1-2 cell possui um diafragma dp cell.
T
H saída 5

LSL TR1-2
Vout saída 6

Fig. 1.5.15. Diagrama ladder típico

Fig. 1.5.16. Aplicação típica do d/p cell

5.12
Terminologia

Driver Erro ambiental é o causado pela


variação na condição de operação
Uma seqüência de instruções de
especificada da condição de referência .
programa que controla um equipamento de Erro de amplitude de faixa é a
entrada-saída, como um acionador de
diferença entre a amplitude real e a ideal.
disco. Às vezes, chamado de interface.
Um instrumento apresenta erro de
amplitude de faixa quando sua curva de
Elemento Final calibração tem inclinação diferente da
Elemento que varia diretamente o valor ideal.
da variável manipulada. Equipamento da Erro de atrito é devido à resistência ao
malha de controle que está em contato movimento apresentado pelas superfícies
com o processo, recebendo o sinal do em contato.
controlador. Normalmente, é a válvula de Erro de inclinação é a mudança na
controle com atuador pneumático; pode saída causada somente pela inclinação do
ser, também, cilindro, damper, válvula instrumento de sua posição normal de
solenóide. Cfr. Elemento sensor. operação.
Erro de tensão de montagem é
Eletrônico resultante da deformação de um
instrumento causada pela montagem e
Instrumento cuja alimentação é a conexões do instrumento.
tensão elétrica e cujo sinal padrão de Erro sistemático é aquele constante
transmissão de corrente é padronizado de em valor absoluto e sinal, quando se faz
4 a 20 mA cc. Cfr. Analógico, Digital e um grande número de medições nas
Pneumático mesmas condições e do mesmo valor de
uma dada quantidade. O erro sistemático
Elo de Comunicação pode ser eliminado ou diminuído pela
Circuito físico para ligar equipamentos calibração.
com a finalidade de transmitir e receber Erro de zero é o apresentado pelo
dados. instrumento operando sob condições
determinadas de uso quando sua saída
Equipamento está no valor inferior da faixa. instrumento
apresenta erro de zero quando sua curva
Um aparato para fazer uma de calibração não passa pela origem.
determinada função. Também chamado de
dispositivo.

Erro
A diferença algébrica entre o valor
medido de uma variável e seu valor ideal.
Neste caso é também chamado de
incerteza, desvio ou tolerância.
Um erro positivo denota que a
indicação do instrumento é maior que o
valor ideal.
erro = indicação – valor ideal
Em controle de processo, é o sinal de Fig. 1.5.17. Sensores de pressão
diferença entre a medição e o ponto de
ajuste do controlador. Espiral
Erro aleatório é aquele que varia seu
pequeno valor e sinal, quando se faz um Um sensor de pressão que converte a
grande número de medições nas mesmas pressão em um pequeno deslocamento
condições e do mesmo valor de dada aproximadamente linear. Elemento sensor
quantidade. O erro aleatório nunca pode mecânico que funciona sob deformação
ser eliminado e o seu tratamento elástica.
estatístico determina seus limites.

5.13
Terminologia

Estação Automático-Manual a) percentagem do valor medido real.


A expressão típica é ±1% do valor
Dispositivo que possibilita ao operador
medido.
selecionar um sinal automático ou um sinal
b) percentagem do fundo de escala. A
manual, como a entrada para um elemento
de controle. O sinal automático é expressão típica é ±1% do fundo da
escala ou limite superior da escala
normalmente a saída do controlador,
(URL – upper range limit).
enquanto o sinal manual é saída de um
dispositivo operado manualmente pelo c) percentagem da amplitude de faixa
operador. É também chamada pelo seu (span). A expressão típica é ±1%
tag: HIC. amplitude de faixa.
d) percentagem do comprimento da
Estação Manual de Controle escala. A expressão típica é ±1%
o
C.
Instrumento cujo sinal de saída é Exatidão Medida é o desvio máximo
gerado arbitrariamente pelo operador. positivo e negativo observado no teste de
Pode ser independente do controlador um equipamento sob condições
automático ou pode estar acoplado a ele. especificadas e por um procedimento
Cfr. Controlador. específico. Geralmente é medida como
uma inexatidão e expresso como exatidão.
É tipicamente expressa em termos da
percentagem do valor medido ou
percentagem do fundo de escala.

Excitação
Alimentação externa aplicada a um
equipamento para sua operação. A
excitação sempre tem valores máximo e
Fig. 1.5.18. Estação manual de controle (HIC) mínimo, acima e abaixo do qual pode se
danificar ou degradar o desempenho do
instrumento.
Exatidão (accuracy)
Grau de conformidade de um valor Faixa
indicado com um valor padrão aceito Faixa é a região entre os limites dentro
reconhecidamente (valor ideal). Cfr. da qual uma variável é medida. A faixa é
Precisão definida por dois números: limite inferior e
Exatidão Especificada é o número limite superior. Assim, a temperatura é
que define um limite que os erros não para ser medida entre 20 e 100 oC , define
excederão quando um equipamento é a faixa da medição de temperatura.
usado sob condições de operação Amplitude de faixa é a diferença
especificadas. algébrica entre o limite superior e o inferior.
Quando as condições de operação não Assim, a temperatura na faixa de 10 a 100
são especificadas, devem ser assumidas o
C possui amplitude de faixa de 80 oC.
as condições de operação de referência. Faixa com zero elevado é aquela cujo
Como especificação de desempenho, a início (valor inferior) é menor que zero
exatidão (ou a exatidão de referência) deve (negativo); por exemplo de –20 a 100 oC,
ser assumida para significar a exatidão -100 a 0 oC ou -100 a –20 oC.
especificada do instrumento, quando Faixa com zero suprimido é aquela
usado nas condições de operação de cujo início é maior que zero (positivo); por
referência. exemplo de 20 a 100 oC.
A exatidão especificada inclui os efeitos
combinados de conformidade, histerese,
banda morta e repetitividade.
A inexatidão pode ser expressa por:

5.14
Terminologia

Falha Na medição de temperatura com RTD é


comum se usar três fios de ligação.
Condição causada pelo colapso,
quebra ou encurvamento, de modo que o
Flacheamento (flashing)
instrumento ou equipamento não mais
desempenhe sua função. Fenômeno indesejável da evaporação
Sistema de falha segura (failsafe) é do líquido (formação de bolhas de vapor),
aquele que vai naturalmente para uma que ocorre em interior de tubulações
condição segura, quando há falha no quando há diminuição da pressão ou
sistema. aumento da temperatura. O flacheamento
Válvula com falha fechada (FC - fail pode ocorrer no interior de elementos
close) é aquela com ação ar para abrir; em sensores de vazão, bombas, restrições e
caso de falha a válvula fica totalmente válvulas. Cfr. cavitação.
fechada.
Válvula com falha aberta (FO - fail Fole
open) é aquela com ação ar para fechar;
Um sensor de pressão que converte a
em caso de falha a válvula fica totalmente
pressão em um pequeno deslocamento
aberta.
aproximadamente linear.
Fator de Escala Foreground/background
O fator pelo qual o número de divisões
Um sistema de controle que usa dois
da escala do indicador ou do registrador
computadores, uma para fazer as funções
deve ser multiplicado para se obter o valor
de controle e o outro para aquisição de
da variável medida.
dados, avaliação do desempenho off-line,
operações financeiras, programações de
Fibra óptica produção. Qualquer um dos dois
Cabo (fio) de comunicação longo, fino, computadores pode fazer as funções de
de sílica fundida ou de outra substancia controle.
transparente, usado para transmitir a luz.
Também conhecido como guia de luz. Freqüência
Sensor de fibra óptica é um dispositivo
Número de ciclos completados por uma
em que a quantidade física a ser medida é
quantidade periódica na unidade de tempo.
feita para modular a intensidade, espectro,
A unidade SI de freqüência é hertz, que
fase ou polarização da luz de um diodo
é o inverso de segundo. Período é o
emissor de luz (LED) ou diodo laser
inverso de freqüência.
viajando através de uma fibra óptica. A luz
Freqüência também é o número de
modulada é detectada por um fotodiodo.
vezes um evento ocorre, durante
determinado intervalo de tempo. Por

Fieldbus exemplo, a freqüência de calibração de um
Protocolo digital para comunicação de instrumento é de duas vezes por ano.
instrumentos de campo, atualmente
suportado pela Fieldbus Foundation. Função
Uma regra matemática entre duas
Fio grandezas físicas, de modo que um valor
Condutor elétrico com resistência da primeira grandeza corresponda
teoricamente zero usado para interligar exatamente um valor da segunda. Por
instrumentos ou componentes de circuito. exemplo, a saída de um sensor deve ser
Também chamado de cabo. função de sua entrada (variável medida).
A configuração mais usada em Em instrumentação, a função do
Instrumentação é com dois fios trançados, instrumento está relacionada com seu
onde são transportados simultaneamente o objetivo na malha de medição. As funções
sinal analógico, a alimentação e o digital. clássicas são: detecção, transmissão,
condicionamento, indicação, registro,

5.15
Terminologia

contagem, alarme, intertravamento e Hot Standby (Reserva a quente)


controle.
Função de Transferência é a resposta Sistema onde um equipamento digital é
reserva do outro, onde o reserva
de um elemento da malha de controle de
processo que especifica como a saída do acompanha o status do principal, podendo
assumir a função imediata e
equipamento é determinada pela entrada.
automaticamente. Embora apenas um dos
equipamentos esteja na função, o outro
Ganho
está idêntico ao primeiro, podendo assumir
Ganho é a relação da variação da o comando a qualquer momento.
saída sobre a variação da entrada. Pode-
se definir ganho de instrumento individual, Impedância
do processo, da malha fechada ou fechada
de controle. Impedância elétrica é a oposição total
Um sistema linear possui ganho que um circuito apresenta a uma corrente
constante; o ganho é variável no sistema alternada; possui uma parte resistiva
(resistência) e outra reativa (que pode ser
não linear.
Ganho é o inverso da banda capacitiva ou indutiva).
proporcional Em circuito de corrente contínua,
impedância equivale à resistência.
O ganho pode ser adimensional ou ter
qualquer dimensão.
Um controlador possui ganhos Indicador
ajustáveis das ações Proporcional, Integral Instrumento que sente uma variável de
e Derivativa processo e mostra o seu valor através do
conjunto escala e ponteiro (analógico) ou
Hardware (HD) de dígitos (digital). No indicador, apenas o
valor instantâneo da variável medida é
No contexto da informática, hardware
visualmente mostrado. Tag do indicador da
se refere ao equipamento físico associado
variável X é XI.
com o computador, como CI (circuito
integrado), placa de circuito impresso,
cabos, terminais. Cfr. software (SW).


HART
Acróstico de Highway Adressable
Remote Transducer. É um protocolo de
comunicação digital para instrumentos de
campo.

Hidrômetro
Fig. 1.5.19. Indicadores analógicos
Genericamente, instrumento que mede
vazão de líquidos. Em instrumentação, se
aplica geralmente a indicador local de Interface
vazão de água; às vezes o líquido não é
água. Alguma forma de dispositivo que
permite dois instrumentos incompatíveis se
Histerese comunicarem um com o outro.
Instrumentos compatíveis são ligados
A tendência de um instrumento dar diretamente, sem interface. Interfaces
uma saída diferente uma dada entrada, clássicas: transdutor i/p, e transdutor p/i,
dependendo se a entrada resulta de um que permitem a ligação de um instrumento
aumento ou diminuição do valor anterior. pneumático a um eletrônico. Também
Histerese é diferente de banda morta. chamada de driver.

5.16
Terminologia

Interferência eletromagnética
Qualquer efeito espúrio produzido no
circuito por campos eletromagnéticos
externos. A interferência pode ser
eliminada ou diminuída pela nova posição
dos equipamento ou por blindagem
elétrica.

Intertravamento
Fig. 1.5.20. Face de um instrumento virtual
Sistema lógico implementado em
hardware ou software para coordenar a
atividade de dois ou mais dispositivos,
Invólucro
onde a ocorrência de um evento depende
da existência prévia de outros eventos, de Estrutura que envolve os circuitos
ações do operador e da lógica instalada. constituintes de um instrumento,
O intertravamento deve garantir a garantindo sua integridade física e
operação segura da planta. O funcional. Há normas relacionadas com a
intertravamento é feito por controle lógico. escolha do invólucro, relacionadas com
Cfr. Alarme. sua integridade e a segurança do local.

Instrumentação IPTS
Coleção de instrumentos ou sua Escala Prática Internacional de
aplicação com objetivo de observação, Temperatura é a escala baseada em seis
medição ou controle. Área da Engenharia pontos, tomados em oC :
que trata dos equipamentos usados na a) Ponto triplo da água
detecção, transmissão, indicação, registro, b) ponto de ebulição da água
controle, alarme e intertravamento das c) ponto de ebulição do oxigênio
variáveis de processo. d) ponto de ebulição do enxofre
e) ponto de solidificação da prata
Instrumento inteligente f) ponto de solidificação do ouro
Instrumento a base de
Isolação
microprocessador, assim chamado porque
condiciona e manipula os sinais e Separação física entre partes de um
apresenta os resultados numa forma circuito ou sistema. A isolação evita a
amigável. A inteligência é aplicada a interação entre as duas partes. A isolação
sensores, transmissores, controladores e pode ser galvânica (transformador), relé ou
posicionadores de válvula. óptica (isolador óptico). Por exemplo, o
módulo de entrada do CLP possui isolação
Instrumento virtual entre sua entrada e sua saída.
Instrumento configurado e construído
Junta
dentro de um computador através de um
programa aplicativo específico. Sua Ponto de ligação entre dois fios ou dois
operação e características são idênticas a caminhos condutores de corrente. O
de um instrumento convencional, porém termopar possui duas juntas:
ele só existe dentro do computador. 1. junta de medição ou junta quente,
que é o ponto onde quer medir a
temperatura desconhecida.
2. junta de compensação, referência
ou junta fria, que deve estar em uma
temperatura constante e conhecida e
onde os fios estão ligados ao
instrumento de display.

5.17
Terminologia

Lâmpada Piloto Local de Risco (classificado)


Dispositivo que indica os estados de Porção da planta onde líquidos
operação de um sistema parado, combustíveis ou flamáveis, vapores, gases
operação, alarme, automático, manual . ou pós podem estar presentes no ar em
quantidades suficientes para provocar
LASER misturas explosivas ou ignitáveis.
Classificar uma área é lhe atribuir atributos
Acróstico de Amplificação de Luz por
relacionados com a Classe, Grupo e Zona.
Emissão de Radiação Estimulada (Light
Classe está relacionada com o tipo
Amplification by Stimulated Emission of
físico do material:
Radiation). Fonte de radiação, geralmente
1. Gás
nas faixas infravermelho, visível e
2. Pó
ultravioleta, caracterizada pela pequena
3. Fibra
divergência, coerência, monocromacidade
Grupo está relacionado com as
e alta colimação e potência.
características químicas do material. Por
exemplo, a Classe 1 possui os Grupos A,
Linear
B, C e D.
Instrumento é linear quando sua saída Zona está relacionada com
varia na proporção direta da entrada. probabilidade de ocorrência do material no
Grandeza linear possui apenas uma local.
dimensão. Curva linear é aquela que se 1. Zona 0 é 100% de probabilidade
aproxima ou é igual a uma linha reta, 2. Zona 1 é alta probabilidade relativa
definida por dois pontos. Sistema linear 3. Zona 2 é baixa probabilidade
possui um desempenho uniforme. Escala relativa.
linear é aquela com divisões distribuídas
uniformemente. LVDT
Transformador Diferencial Variável
Linearidade
Linear que mede deslocamento pela
Proximidade de uma curva relacionada conversão para uma tensão linearmente
com duas variáveis com uma linha reta. A proporcional.
linearidade é expressa em não linearidade.
É um dos parâmetros da exatidão Malha
especificada do instrumento. A linearidade
Conjunto de instrumentos interligados,
pode ser independente, baseada no
fisicamente ou por programação.
terminal e baseada no zero.
A malha pode aberta ou fechada, ativa
ou passiva.
A malha aberta é sem realimentação.
Exemplos: indicação ou registro de uma
variável (passivas). Outro exemplo:
atuação manual no processo (ativa).
A malha fechada tem um caminho de
sinal que inclui a malha de instrumentos e
o processo, onde o processo fecha a
malha. A malha de realimentação negativa
é sempre fechada.

Magnético, Medidor de Vazão


Sistema de medição de vazão de fluido
eletricamente condutor baseado na
Fig. 1.5.21. Área de risco ou classificada geração de uma força eletromotriz com
amplitude linearmente proporcional à
vazão volumétrica. O sistema consiste em
um tubo medidor e um transmissor de

5.18
Terminologia

vazão. O tubo medidor metálico possui um Modulação


revestimento isolante, bobinas de
O processo ou resultado do processo,
excitação e eletrodos de detecção.
onde alguma característica de uma onda é
variada de acordo com alguma
característica de outra onda.

Módulo
Um conjunto de peças interligadas que
constitui um equipamento ou instrumento
identificável. Um módulo pode ser
desligado, removido como uma unidade e
substituído por um reserva. O módulo
possui uma característica de desempenho
definida, que permite que ele seja testado
Fig. 1.5.22. Medidor magnético de vazão como unidade. Às vezes, o módulo é
chamado de cartão. Exemplos de módulos:
módulo de entrada e saída (I/O) de CLP ou
Manômetro de SDCD.
Genericamente, instrumento que mede
Multiplexador
pressão. Em instrumentação, se aplica
geralmente a indicador local de pressão. Instrumento, circuito ou dispositivo que
permite a seleção de um de vários canais
de dados analógicos sob o controle do
computador ou do sistema digital. O
multiplexador é parte integrante de um
sistema de aquisição de dados. O
multiplexador é também chamado de
modulador. O conjunto modulador-
demodulador é chamado de MODDEM.
Fig. 1.5.23. Manômetro
Não incenditivo
Medição Equipamento que em sua condição
Medição é a aquisição de informação normal de operação não provoca a ignição
na forma de resultado, acerca de estado, de uma atmosfera perigosa específica em
característica ou fenômeno do mundo sua concentração mais facilmente
externo, observado com auxílio de ignitável. Equipamento com classificação
instrumentos. A medição deve ser de não incenditivo só pode ser usado em
descritiva, seletiva e objetiva. A medição área segura e de Zona 2; não pode ser
pode ser quantitativa ou qualitativa. A usado em local de Zona 0 e Zona 1.
medição pode se aplicar à quantidade Também chamado de não faiscador (no
física e não física. sparking) Esta classe de proteção é
Em Instrumentação, o termo medir é simbolizada como ex-n.
vago e deve ser usado um termo mais
preciso como indicar, registrar ou totalizar. Nível
Variável de processo ou grandeza
Microprocessador física que consiste na altura da coluna
Um circuito integrado em larga escala liquida ou de sólido no interior de um
que tem todas as funções de um tanque ou vaso. O nível pode ser expresso
computador exceto memória e sistemas de em altura (m) ou percentagem.
entrada e saída, tais como: conjunto de
instrução, unidade lógica aritmética,
registros e funções de controle.

5.19
Terminologia

Normal P&I
Condições normal de temperatura e Acróstico de Process & Instruments (ou
pressão (CNTP) são: Piping & Instruments). É um diagrama
Temperatura = 0,0 oC esquemático que mostra os desenhos das
Pressão = 101,3 kPa tubulações e da instrumentação associada
para medição e controle.
Oscilação
Peso
Qualquer efeito que varia
periodicamente entre dois valores, subindo Variável de processo ou grandeza
e descendo. Oscilar é o mesmo que ciclar. física derivada igual ao produto da massa
Um controlador oscila ou entra em pela aceleração da gravidade local. Peso é
oscilação quando sua saída varia uma força, cuja unidade SI é o newton (N).
periodicamente entre dois valores O peso é medido através da balança.
extremos. Um pulso espúrio pode provocar Bomba de peso morto é um
a oscilação, que se mantém instrumento usado como padrão para
indefinidamente na malha fechada. calibrar instrumentos de pressão em que a
pressão hidráulica conhecida é gerada por
Otimização de Controle meio de pesos livremente balanceados
(mortos) colocados em um pistão
Controle que automaticamente procura
calibrado.
e mantém o valor mais vantajoso de uma
variável especificada, em vez de mantê-la
Pirômetro
igual ao ponto de ajuste.
Um sensor de temperatura baseado na
Padrão radiação eletromagnética emitida por um
objeto, que é função da temperatura.
Equipamento (instrumento), receita
(procedimento) ou material de referência
certificada usado como referência para a
calibração de uma quantidade física ou
outro instrumento.
Condição padrão (conforme ISO 5024):
Temperatura = 15,0 oC
Pressão = 760 mm Hg (101,3 kPa)
Condição padrão (conforme AGA –
American Gas Association):
Temperatura = 60 oF (15,6 oC)
Pressão = 762 mm Hg
Condição padrão (conforme CGI –
Compressed Gas Institute):
Temperatura = 68 oF (20 oC)
Pressão = 760 mm Hg
Célula padrão (Weston): fornece uma
tensão de 1,018 636 V, @ 20 oC
Gravidade padrão: 9,806 65 m/s2

Painel de Leitura (Display)


Painel frontal, com acesso ao operador,
com as escalas de indicações, registros e Fig. 1.5.25. Exemplo de um P&I
com os dispositivos de atuação, como
botoeiras, chaves e teclados.
Pitot
Tubo Pitot é um sensor que mede a
vazão volumétrica a partir da pressão de

5.20
Terminologia

estagnação e da estática de um fluido. Instrumento pneumático é alimentado


Chamado também de tubo de impacto. com ar comprimido (120 a 140 kPa) e
possui sinal padrão de transmissão de 20 a
pH 100 kPa (0,1 a 1,0 kgf/cm2 ou 3 a 15 psig).
Cfr. Eletrônico.
Atividade do íon H+ de um sistema. É
definido como –log aH+, onde aH+ é a
Poço termal
atividade do íon hidrogênio. Em solução
diluída, atividade é essencialmente igual à Receptáculo metálico onde é colocado
concentração. A solução de pH de 0 a 7 é o bulbo ou o elemento sensor de
ácida, igual a 7 é neutra e de 7 a 14 é temperatura, para possibilitar a sua
básica ou alcalina. colocação e retirada sem interrupção do
O potencial de óxido redução (ORP) ou processo. Tag: TW.
potencial redox é a diferença de tensão em
um eletrodo imerso em um sistema
reversível de oxidação e redução. É a
medição do estado de oxidação do
sistema.

Placa de orifício Fig. 1.5.27. Poços de temperatura


Tipo especial de restrição usada para
medir vazão de fluidos, gerando uma
pressão diferencial proporcional ao Ponto de Ajuste
quadrado da vazão. É o elemento sensor Valor da variável que o operador
de vazão mais usado, por causa da estabelece no controlador como referência
facilidade de calibração do sistema. Tag da ou ponto ideal de controle. O ponto de
placa: FE. ajuste é o valor desejado ou ideal para o
Quando a placa de orifício é tão controle. Também chamado de set point.
pequena (diâmetro menor que 2”), ela é Em controle a diferença entre o ponto
colocada diretamente na tomada de de ajuste e a medição é chamada de erro.
processo do transmissor, quando é
chamada de orifício integral. Posição
A placa de orifício pode ser usada para
diminuir vazão ou pressão em um sistema, Localização de determinado componente
quando é chamada de orifício de ou dispositivo. É comum a chave de
restrição (tag RO). posição ou chave fim de curso ou chave
limite, que é acionada quando determinada
peça mecânica atinge determinado ponto.
Em Automação, é comum usar chave de
posição para confirmar abertura ou
fechamento de válvula de controle.

Posicionador
Dispositivo acoplado à haste da válvula
de controle para garantir uma relação
Fig. 1.5.26. Placas de orifício biunívoca entre o sinal de saída do
controlador e a posição da válvula. Ele
recebe na entrada o sinal do controlador,
Pneumático gera um sinal padrão na saída e está
Sistema que emprega gas, geralmente mecanicamente ligado à válvula. O
ar comprimido, como portador da posicionador é um controlador de
informação e o meio para processar e posição.
avaliar a informação.

5.21
Terminologia

Pressão equipamento opera sob condições


normais.
Grandeza física ou variável de Pressão de processo é a pressão em
processo definida como força por área e
um ponto especificado no meio do
cuja unidade SI é o pascal (1 Pa = 1 N/1
processo.
m2) Pressão de projeto é a usada no
Pressão absoluta é a pressão cujo
projeto de um vaso ou instrumento para
ponto de referência (zero) é o vácuo total.
determinar a espessura mínima
Pressão ambiente é a pressão que
permissível ou característica física das
envolve um instrumento. peças para uma dada máxima pressão de
Pressão atmosférica é a pressão
trabalho (MWP), em uma dada
exercida na superfície da Terra pelos temperatura.
gases que a circundam. A pressão Pressão de ruptura, determinada por
atmosférica varia principalmente com a
teste, é aquela em que o equipamento se
altura. Também chamada de pressão
rompe. O teste consiste em fazer o
barométrica.
equipamento se romper.
Pressão diferencial é a diferença de
Pressão de suprimento é aquela
pressão entre dois pontos. São clássicas
aplicada à alimentação do instrumento
as medições de nível de líquido e de vazão pneumático para fazê-lo operar.
de fluidos através da pressão diferencial. Pressão de surge é um pico de
Pressão dinâmica é a pressão que um
pressão acima da pressão de operação
fluido móvel possui se ele é levado ao
que ocorre rapidamente em partidas de
repouso pela vazão isentrópica contra um
bombas, fechamentos de válvulas.
gradiente de pressão. Também conhecida Pressão de vapor de um líquido é
como pressão de impacto, pressão de
aquela em que o líquido começa a se
estagnação ou pressão total.
evaporar, a uma dada temperatura.
Pressão estática é a pressão em
Pressão de vazamento (leak) é aquela
regime permanente aplicada a um
em que ocorre algum escape detectável
equipamento ou tubulação. Na tubulação, em um equipamento.
é medida na parede interna, onde a
velocidade do fluido é zero. No elemento
de pressão diferencial, a pressão estática
está aplicada igualmente às duas Pressão manométrica
conexões.
Pressão manométrica é a pressão Pressão Atmosférica
cujo ponto de referência é a pressão Zero Relativo Pressão absoluta
atmosférica. Vácuo ou
Pressão máxima de trabalho (MWP –
maximum working pressure) é a máxima pressão manométrica negativa
Pressão atmosférica
permissível em um vaso ou equipamento,
sob qualquer circunstância durante a Pressão absoluta
operação, a uma dada temperatura. É a
máxima pressão que pode ser aplicada a
Zero Absoluto
um processo ou equipamento. Por norma,
se estabelece o limite seguro para uso
regular. Pode-se chegar à MWP por dois
Fig. 1.5.28. Terminologia da pressão
métodos:
1. Projetada – por análise adequada
do projeto, com um fator de
Pressurização
segurança.
2. Testada – por teste de ruptura de Classe de proteção aplicada a
amostras típicas. ambiente, instrumento e equipamento
Pressão de operação é a pressão real elétrico, onde se aplica um gás inerte em
(positiva ou negativa) em que um uma pequena pressão positiva. A pressão
positiva interna impede a entrada de gases

5.22
Terminologia

inflamáveis ou explosivos no interior. Reação ao Processo


Também chamada de purga e é
Um método de determinação dos
simbolizada por ex-p.
ajustes ótimos do controlador quando
sintonizando uma malha de controle de
Procedimento
processo. O método é baseado na reação
Uma seqüência de ações escritas que de uma malha aberta a um distúrbio tipo
coletivamente mostram como uma degrau.
determinada tarefa deve ser feita.
Procedimento clássico: para calibração. Regime permanente
Uma característica de uma condição,
Processo
como valor, periodicidade, amplitude ou
Qualquer sistema composto de taxa de variação constante (com variação
variáveis dinâmicas, usualmente desprezível), durante longo período de
envolvidas em operações de fabricação ou tempo. É o contrário de transiente.
produção. Qualquer mudança física ou Chamado steady-state.
química de matéria ou conversão de
energia. Na prática, diz-se também do local Registrador
onde ocorre a mudança ou conversão.
Instrumento que sente uma variável de
processo e imprime o seu valor histórico
Protocolo
em um gráfico. O registro pode ser
Um conjunto de regras semânticas e analógico ou digital e pode ser visualmente
sintáticas (procedimentos) que permitem a indicado ou não. XR é o tag do registrador
comunicação digital entre dois de X.
instrumentos.

Prova de explosão
Equipamento, invólucro ou instrumento
que evita que uma explosão ou chama
interna se propague para o ambiente
exterior, devido à sua estrutura mais
Fig. 1.5.30. Instrumentos de leitura (Foxboro)
robusta e a pequenos espaçamentos entre
peças criticas. Também chamado de prova
de chama. Classe de proteção tipo ex-d.
Regulador
Um controlador em que toda a energia
necessária para operar o elemento final de
controle é derivada do sistema controlado.
É um conjunto de válvula (elemento final)
com o mecanismo de controle (onde se
tem o ajuste do ponto desejado de
controle). Os reguladores clássicos são de
pressão (o mais comum), temperatura e
vazão.
Fig. 1.5.29. Invólucro à prova de explosão Relé
Conjunto de bobina e contatores: os
contatos se alteram quando a bobina é
Prover (lê-se prúver) energizada. Dispositivo que liga, desliga ou
transfere um ou mais circuitos elétricos. O
Prover (lê-se prúver) é um sistema relé serve para isolar sinais de alto e de
usado para calibrar medidor de vazão, in baixo nível de potência. Em
situ. Pode ser balístico ou esférico.

5.23
Terminologia

Instrumentação, relé é o nome alternativo Resposta


para o computador analógico pneumático.
O comportamento da saída de um
instrumento em função da entrada, ambas
Repetitividade
relativas ao tempo. As entradas clássicas
A proximidade entre um número para se observar a saída são: rampa,
consecutivo de medições do mesmo valor degrau e senóide. A saída pode ter
de uma grandeza, sob as mesmas componentes em regime permanente
condições de operação. É usualmente (steady state) e transiente.
medida como não repetitividade e
expressa como repetitividade, em Ressonância
percentagem da amplitude de faixa. É um
dos parâmetros da precisão do A ressonância de um sistema ou
instrumento. Na atual terminologia do elemento é uma condição evidenciada por
INMETRO, mesmo que precisão. grande amplitude de oscilação, que resulta
quando uma pequena amplitude de
entrada periódica tem uma freqüência se
Reprodutitividade
aproximando da freqüência natural do
A proximidade entre um número sistema.
consecutivo de medições do mesmo valor
de uma grandeza, sob as mesmas Reynolds, número de
condições de operação, durante um
Número adimensional que relaciona as
período de tempo. É medida como não
reprodutitividade e expressa como forcas inerciais e viscosas de um
escoamento de fluido. Está relacionado
reprodutitividade, em percentagem da
amplitude de faixa. É um dos parâmetros com o estado laminar ou turbulento da
da precisão do instrumento e inclui vazão. Na prática, é usado para verificar a
aplicabilidade de determinado medidor de
histerese, banda morta, desvio e
repetitividade. vazão.

Reset RTD

Reset (rearme) é a restauração de um Acróstico para Detector de


equipamento de memória ou estágio Temperatura a Resistência. Sensor de
temperatura de natureza elétrica que
binário para um estado prescrito,
usualmente zero. fornece informação da temperatura quando
Chave do sistema de intertravamento há variação na resistência de um fio
ou alarme que habilita o sistema para metálico como uma função da temperatura.
O metal default é a platina (Pt 100).
voltar a funcionar.
Nome alternativo para a ação integral,
que elimina o desvio permanente do
Fig. 1.5.31. Sensor tipo RTD dentro do bulbo
controlador.
A condição reset de um circuito flip flop
em que o estado interno é levado a zero.
O modo reset é considerado o modo de
condição inicial.

Resolução
A mínima variação detectável de
alguma variável em um sistema de
medição. O mínimo intervalo entre dois
detalhes discretos adjacentes que podem
ser distinguidos um do outro.

5.24
Terminologia

Rotâmetro intensidade luminosa (candela). A partir


destas unidades de base, pode-se criar
Um medidor de vazão baseado na
qualquer unidade derivada. O SI dá o
proporcionalidade da elevação de um
estado oficial e recomendado para uso
deslocador em uma tubo graduado cônico,
universal pela Conferência Geral de Pesos
arranjado verticalmente.
e Medidas.
Genericamente (e erradamente),
chama-se qualquer medidor de vazão de
Sinal
rotâmetro.
Rotâmetro de purga é um indicador de Variável física (visual, aural ou de outra
presença ou não de vazão de ar, usado em natureza) que contem a informação acerca
medição de nível de líquido de tanque com de outra variável. O sinal pode estar na
borbulhamento de ar comprimido. entrada ou na saída do instrumento.
Sinal analógico representa uma
variável que pode ser continuamente
observada e representada. O sinal
analógico é medido. O sinal de 4 a 20 mA
é analógico.
Sinal digital representa uma variável
através de um conjunto de valores
discretos, de acordo com uma regra
(protocolo). O protocolo HART é um sinal
digital.
Sinal binário representa uma variável
através de um bit, que pode ser 0 ou 1. A
saída de uma chave é um sinal binário,
Fig. 1.5.32. Rotâmetros de área variável pois ela só pode estar aberta ou fechada.
Sinal de pulsos representa uma
Ruído variável através de um conjunto de pulsos,
Um componente indesejável de um onde a informação pode estar na
sinal ou variável. O ruído deve ser da freqüência, amplitude, fase ou posição dos
mesma natureza que a do sinal. O ruído pulsos. Um pulso só pode ser contado e
pode ser expresso em unidades da saída não medido.
ou em percentagem da saída. A relação sinal/ruído (S/N – signal –
noise) expressa a qualidade do sinal;
Saturação quanto maior a relação, melhor é o sinal.
Em Instrumentação, existe um
A condição de um sistema em que o instrumento com a função de selecionar
aumento da entrada não produz mais sinal (e.g., o maior, o menor, o do meio).
aumento na saída, pois ela já atingiu seu
limite físico. A saturação pode ocorrer no Segurança intrínseca
máximo (mais comum) ou no mínimo. Em
controle de processo, um controlador com Classe de proteção em que o sistema e
ação integral pode saturar quando o erro a fiação são incapazes de liberar energia
da medição for muito demorado. elétrica ou termal, sob condições normais e
anormais, para causar ignição de uma
SI mistura atmosférica específica em sua
concentração mais facilmente ignitável. A
Símbolo do Sistema Internacional de segurança intrínseca se baseia em
Unidades, criado em 1960. SI é um colocação de barreiras de energia elétrica
sistema de unidades físicas em que as entre as áreas de risco e segura.
quantidades fundamentais são sete (com Equipamento intrinsecamente seguro
suas unidades): comprimento (metro), pode ser usado em área segura e de Zona
massa (kilograma), tempo (segundo), 0 a 2. Esta classe de proteção é
temperatura (kelvin), corrente elétrica simbolizada como ex-ia e ex-ib.
(ampere), quantidade de substância (mol),

5.25
Terminologia

Segurança aumentada aquisição de dados (geralmente feita por


Controladores Lógico Programáveis) e um
Equipamento ou instrumento que evita sistema de computador digital de uso geral
o aparecimento de faísca interna, através onde é rodado um programa aplicativo
de um projeto e montagem especiais. para o controle supervisório.
Classe de proteção simbolizada como ex-e
e só permitida em ambiente de Zona 2
SDCD (Sistema Digital de Controle
(não pode ser usado em Zona 0 ou 1).
Distribuído)
Sensitividade Sistema digital de instrumentação que
executa funções de controle estabelecidas
Relação da variação da saída sobre a
e permite a transmissão dos sinais de
variação da entrada que causa a saída,
controle e de medição. As diferentes
depois que se atinge o estado de regime.
funções:
Também conhecida com ganho.
1. interface com o campo,
2. interface com operador,
Sensor
3. unidades de controle
Um dispositivo que converte uma 4. gerenciamento do controle
variável física, como pressão, vazão, nível, são distribuídas geograficamente e
análise e temperatura em uma quantidade interligadas por um sistema de
analógica mais amigável, geralmente comunicação. Possui uma poderosa e
mecânica (deslocamento) ou elétrica amigável interface Homem-Máquina.
(tensão ou resistência elétrica). Aplicado principalmente para controle de
O sensor não é um instrumento, mas é processos contínuos complexos.
um componente do instrumento, p. ex.., do
indicador, registrador, transmissor e
controlador. Geralmente o sensor está em
contato com o processo para detectar o
valor da variável.
Também chamado de elemento sensor,
elemento primário, probe, detector e
transdutor. XE é o sensor da variável X.
A entrada e saída do elemento sensor
são ambas não padronizadas. Cfr.
Elemento final.

Servomecanismo
Um dispositivo de controle automático Fig. 1.5.33. Console de operação de um
em que a variável controlada é a posição Sistema Digital de Controle Distribuído
mecânica ou qualquer uma de suas
derivadas no tempo.
Sistema de Controle
Sistema de Aquisição de Dados Um sistema em que a manipulação ou
Um sistema que faz a interface de atuação é usada para conseguir uma valor
muitos sinais analógicos, chamados predeterminado de uma variável.
canais, para um computador. Todas as Sistema de Controle Automático é
chaves, controles e conversões estão um sistema de controle que opera sem
incluídas no sistema. intervenção humana.
Sistema de Controle Multivariável é
SCADA (Supervisory Control And um sistema de controle utilizando sinais de
entrada derivados de duas ou mais
Data Acquision)
variáveis de processo com o objetivo de
Acróstico para Controle Supervisório e afetar conjuntamente a ação do sistema de
Aquisição de Dados. Sistema digital para controle.

5.26
Terminologia

Sistema de Controle Não Interativo é Temperatura absoluta é aquela


um sistema de controle com vários mensurável em teoria na escala de
elementos projetado para evitar distúrbios temperatura termodinâmica. A unidade SI
em outras variáveis controladas por causa é o kelvin (K). É a escala cujo 0 K
de ajustes na entrada do processo que são corresponde a –273,16 oC.
feitos com o objetivo de controlar uma Temperatura ambiente é a temperatura
determinada variável de processo. do meio envolvendo um equipamento.
1. Para equipamento que não gera
Software (SW) calor, é a mesma que a temperatura
do meio envolvendo o equipamento
Em informática, o software se refere
quando o equipamento não está
aos programas que fornecem as instruções
presente.
para o computador nas operações e
2. Para equipamento que gera calor, é
cálculos a serem feitos. Geralmente os
a mesma que a temperatura do
softwares são disponíveis em disquete,
meio envolvendo o equipamento
disco rígido ou CD-ROM, de onde podem
quando o equipamento está
ser instalados e carregados no
presente e dissipando calor.
computador.
3. Os limites da máxima temperatura
Quando o programa está gravado
ambiente permissível são baseados
permanentemente em um circuito, ele é
na hipótese que o equipamento em
chamado de firmware.
questão não esteja exposto a fonte
de energia radiante significativa.
Solenóide
Temperatura do processo é a do meio
Bobina. A solenóide está geralmente do processo no elemento sensor.
associada a um conjunto de contatos (relé) Temperatura relativa é aquela obtida de
ou a um corpo de válvula (válvula pontos notáveis de mudança de estado de
solenóide). substância pura. As escalas clássicas são
a Celsius (não usar grau centígrado!) e a
Strain gage Farenheit. Estas escalas valem em relação
ao zero absoluto:
Ver Célula de Carga
0 K = -273,16 oC
0 oR = -459,69 oF
Tacômetro
Instrumento que mede a velocidade Tempo
angular de um eixo rotativo, em rotação
Dimensão do universo físico, em um dado
por minuto.
local, que ordena a seqüência de eventos.
É uma das sete unidades de base do SI,
Telemetria cuja unidade é o segundo (s).
Transmissão e recepção a distância de Tempo característico é o atraso de
sinais, através do ar, por meio de ondas de reposta de um sistema, quando a saída
rádio freqüência ou linha telefônica. leva para atingir aproximadamente 63% do
valor final, em resposta a um degrau
Temperatura aplicado na entrada. O tempo
característico é também chamado de
Uma propriedade de um objeto que constante de tempo do sistema.
determina o sentido do fluxo de calor Tempo derivativo é o tempo que a
quando o objeto é colocado em contato ação derivativa de um controlador PD se
termal com outro objeto: o calor flui de uma adianta da ação proporcional, quando se
região de mais alta temperatura para uma
aplica uma rampa na entrada. O tempo
de mais baixa. Pode ser medida por uma derivativo é igual à ação integral. Cfr.
escala experimental (baseada em alguma Controle, ação derivativa.
propriedade ou por um instrumento) ou por Tempo integral é o tempo que a ação
uma escala de temperatura absoluta. A integral de um controlador PI leva para
temperatura é uma das sete grandezas de repetir a ação proporcional, quando se
base do SI.

5.27
Terminologia

aplica um degrau na entrada. O tempo momento da força ou momento de rotação.


integral é o inverso da ação integral. Cfr. A unidade SI é newton x metro (N.m). O
Controle, ação integral. produto escalar força x distância = trabalho
Tempo morto é o intervalo de tempo (N x m = J)
entre uma variação no sinal de entrada
para um sistema de controle e a resposta Transdutor
para o sinal. Durante o tempo morto o
Em Engenharia, qualquer dispositivo
processo está incapaz de responder a
que converte um sinal de entrada em um
qualquer estímulo na entrada.
sinal de saída de forma diferente.
Em Instrumentação, é o instrumento
Termistor
que converte o sinal padrão pneumático
Sensor de temperatura a semicondutor, em sinal eletrônico (P/I) ou vice-versa (I/P).
que converte a temperatura em resistência, Incorretamente chamado de conversor. A
geralmente não linear e com coeficiente entrada e saída do transdutor são ambas
termal negativo. padrão. Tag: XY.

Termômetro Transferível
Genericamente, instrumento que mede Característica do sistema que permite
temperatura. Em instrumentação, se aplica ao operador canalizar ou dirigir um sinal de
geralmente a indicador local de um instrumento para outro, sem
temperatura. necessidade de alterar a fiação. A
transferência pode ser por chave ou por
Termopar teclado.
Sensor de temperatura de natureza
Transiente
elétrica que produz uma tensão
aproximadamente linear e proporcional à Comportamento de uma variável
diferença da temperatura medida e uma durante a transição entre dois estados em
temperatura de referência conhecida. regime. Geralmente, o transiente é rápido.

Transmissor
Instrumento que sente uma variável de
processo e gera um sinal padrão eletrônico
ou pneumático proporcional ao valor da
variável. A entrada do transmissor é não-
padrão e a saída é padrão. Tag XT
Fig. 1.5.37. Sensores tipo termopar Transmissão é a transferência à
distância de sinais padronizados, feita
Teste, Ponto de através de fio (eletrônico) ou tubo
(pneumático).
Pontos acessíveis para a instalação
Os sinais padrão de transmissão são:
temporária e intermitente de instrumento
1. pneumático: 20 a 100 kPa
de medição, para fins de manutenção.
2. eletrônico analógico: 4 a 20 mA
3. eletrônico digital: HART (de facto)
Teste, Chave de Transmissor inteligente é o
Chave do sistema de intertravamento e transmissor a base de microprocessador e
alarme que, quando acionada, evidenciam- cuja saída única é um protocolo digital,
se as falhas de lâmpadas e verifica a como HART, Fieldbus ou FoxCom.
lógica do sistema. Transmissor híbrido é aquele com
duas saídas simultâneas: um protocolo
Torque digital e o sinal padrão de 4 a 20 mA cc.
Produto vetorial de uma força por uma
distancia. Também conhecido como

5.28
Terminologia

Válvula de Controle
Equipamento usado para regular a
vazão de fluidos em tubulações e
máquinas, recebendo o sinal de saída do
controlador e atuando na variável
manipulada. É o elemento final de controle
mais utilizado. Tag XV ou XCV.
Fig. 1.5.35. Transmissor eletrônico

Tubo de vazão (flow tube ou meter run)


Tubo metálico, com acabamento
especial e dimensões criteriosamente
escolhidas, usado para alojar um elemento
sensor de vazão, para melhorar a precisão
da medição.

Fig. 1.5.38. Válvula de controle (Fisher)

Fig. 1.5.36. Tubo de vazão ou meter run Válvula de segurança


Válvula acionada por mola e atuada
Turbina medidora de vazão pela pressão que permite o fluido escapar
Instrumento medidor de vazão baseado do recipiente pressurizado em uma
na geração de um trem de pulsos cuja pressão ligeiramente acima do nível
freqüência é linearmente proporcional à seguro de trabalho. Chamada de válvula
vazão volumétrica. de seguranca para líquido, quando abre
continuamente ou válvula de alivio para
gás, quando abre repentinamente. Tag:
Fig. 1.5.37. Turbina medidora de vazão PSV.

Vapor
Vapor é um gás à temperatura abaixo
da temperatura crítica, de modo que ele
pode ser liqüefeito por compressão, sem
baixar a temperatura. Sob o ponto de vista
termodinâmico, gás e vapor possuem o
mesmo significado prático.
O vapor d'água, água no estado
Umidade gasoso, é o fluido de trabalho mais usado
Ar é uma mistura de oxigênio, na industria para aquecimento, limpeza e
nitrogênio e vapor d'água. Umidade é a reação de processo. O vapor d'água é
quantidade de vapor d'água na atmosfera. gerado na caldeira.
As unidades de umidade são:
1. umidade relativa, de 0 a 100% Variável de Processo
2. dew point (ponto de saturação) ou Qualquer grandeza física mensurável,
temperatura do bulbo seco e como pressão, temperatura, nível, vazão e
molhado análise. Pode ser classificada como
3. relação de volumes ou de massas controlada, manipulada e carga do
Genericamente, o medidor de umidade processo.
é chamado de higrômetro.

5.29
Terminologia

Variável controlada é a regulada pela as massas de sua posição de equilíbrio. A


malha de controle. vibração resultante é uma tentativa das
Variável manipulada é a atuada no forças agirem nas massas para equalizá-
elemento final de controle, através do las.
controlador, para regular a controlada.
Geralmente é a vazão de um fluido. Viscosidade
Variável medida é a quantidade,
Variável de processo ou grandeza
propriedade ou condição que é medida. É
física que consiste na resistência que um
também chamada de mensurando.
gás ou líquido oferece para fluir quando é
Carga do processo são todas as
submetido a uma tensão de cisalhamento.
variáveis envolvidas que afetam a
Também conhecida como resistência à
controlada, exceto a controlada e
vazão ou atrito interno.
manipulada.
Visor de nível
Vazão
Indicador local e direto de nível, através
Variável de processo associada com
de uma escala transparente graduada. Tag
volume ou massa de fluido que passa por
do visor é LG (level glass).
um ponto durante determinado intervalo de
tempo. Vazão é o movimento contínuo de
fluido (gás, vapor ou líquido) através de
Vortex
uma tubulação fechada ou canal aberto. Medidor de vazão baseado na
Vazão também pode ser o movimento formação e medição da freqüência de
discreto de objetos sólidos através de uma vórtices provocados por um sensor de
esteira. canto vivo colocado no fluxo do fluido.
Em Instrumentação, a vazão pode ser
detectada (FE), transmitida (FT), indicada
(FI), registrada (FR), totalizada (FQ),
alarmada (FA) ou chaveada (FS).

Venturi
Tubo venturi é um elemento sensor de
vazão, com geometria definida, que produz
uma pressão diferencial proporcional ao
quadrado da vazão volumétrica.

Fig. 1.5.40. Medidor de vazão tipo vortex

Wheatstone, ponte de
Circuito eletrônico consistindo de 4
Fig. 1.5.39. Tubo medidor de vazão venturi resistências, de modo que, quando
balanceado (corrente em D nula), são
Vibração iguais os produtos das duas resistências
opostas (R1 x R4 = R2 x R3). É o circuito
Movimento periódico ou oscilação de um default para medir resistências e pequenas
elemento, equipamento ou sistema. tensões desconhecidas.
Variável de processo que é medida e
monitorada em sistema de proteção de
grandes máquinas rotativas.
A vibração é causada por qualquer
excitação que desloca algumas ou todas

5.30
Terminologia


R1 R2

E
D

R3 R4

Fig. 1.5.41. Circuito da ponte de Wheatstone

Ziegler – Nichols
Método de sintonia do controlador,
onde a determinação dos ajustes ótimos se
baseia na determinação do ganho
proporcional que causa instabilidade na
malha fechada.

Decaimento 4:1

Fig. 1.5.42. Resposta de controlador bem


sintonizado

2.3. Referências Bibliográficas


1. Lipták, B. G., Process
Measurement and Analysis, 3a ed.,
Jordan Hill, Butterworth Heinemann,
1995.
2. ISA S5.1, Standards and Practices
for Instrumentation, Research
Triangle Park, ISA, 1986.
3. Parker, S. P., McGraw-Hill
Dictionary of Scientific and
Technical Terms, 5a. ed., New York,
McGraw-Hill, 1994.

 Apostilas\Instrumentação Terminologia.DOC 10 DEZ 98

5.31
1.6
Efemérides

Fig. 1.1. Área industrial, display e armários cegos da sala de controle (Foxboro)

6.1
Efemérides

Instrument Co. Seus primeiros produtos


Objetivos de Ensino foram: termômetros em invólucro de
madeira e barômetros de mercúrio. Em
4. Mostrar a evolução da 1866, Frank Taylor se juntou à empresa.
Instrumentação, dos instrumentos
mecânicos antes de 1800 até as 1.5. Circa 1855
ferramentas digitais de hoje. Edward Brown fundou a Brown
5. Apresentar a dependência da Instrument Co, considerada a primeira
civilização da medição e controle fábrica americana de instrumentos. A
para ajudar as indústrias produzirem empresa produziu o primeiro pirômetro
novos e melhores produtos – para medir temperatura, considerado o
farmacêuticos, químicos, alimentos, primeiro instrumento comercializado
combustíveis e muitos outros. industrialmente.
6. Biografar os profissionais e técnicos
que ajudaram a avançar a ciência e 1.6. 1866
crescer economias.
7. Destacar os pontos mais importantes E. Werner Siemens inventou o
e significativos da medição e controle dínamo, em 1866.
de variáveis de processo.
1.7. 1885
1. Jornada através do tempo Honeywell é fundada em 1885,
quando Alblert M. Butz patenteia seu
primeiro controle de temperatura. Ele
1.1. Circa 1750 funda a Butz Thermo-Electric Regulator
Muitos pioneiros e líderes de Co, que é reorganizada junto com William
Instrumentação se fixaram na área do R. Sweatt, em 1893.
Vale de Philadelphia e Delaware, como
Benjamim Franklin (1706-1790) cujas 1.8. 1888
invenções incluem um instrumento para
William Fisher funda a Fisher
mostrar a circulação do sangue. Franklin Governor Co., em Marshaltown, IA, em
também desenvolveu um higrômetro,
1888. Seu primeiro produto é um
uma máquina eletróstica e vários governador de bomba de pressão
instrumentos elétricos. constante, Tipo 1.
1.2. 1774 1.9. 1903
Muitos consideram a primeira
Lynde Bradley com Stanto Allen, em
invenção imporatne de controle, durante
1903, funda a empresa Compression
a Revolução Industrial, quando o
Rheostat Co., que daria origem à Allen-
engenheiro escocês James Watt inventou
Bradley Co. Um ano depois Harry
o governador flyball para caldeira, em
Bradley se junta à empresa.
1774. Este governador foi melhorado em
1778 e até hoje estes dispositivos
1.10. 1906
mecânicos ainda estão em uso.
Mark C. Honeywell funda a Honeywell
1.3. 1800-1850 Heating Sepecialty Co., em 1906, que
fabrica sistemas de aquecimento de água
O inventor alemão C. William
para residências. Esta empresa se
Siemens, com seu irmão E. Werner
transforma em Sweatt’s Minneapolis Heat
Siemens, inventou um governador
Regulator, em 1913.
cronométrico, em 1844.
1.11. 1908
1.4. 1850-1899
A família Bristol funda a Industrial
George Taylor e David Kendall
Instrument Co, em 1908, em Foxboro,
formaram em 1851 a empresa Taylor

6.2
Efemérides

MA. Em 1914, o nome é mudado para vazão na indústria de petróleo, onde a


The Foxboro Co. Foxboro tem uma grande presença.
Em 1910, a Foxboro lança o primeiro
registrador multiponto. 1.19. 1935
Em Out 1935, a revista National
1.12. 1913
Geographic mostra um gráfico da
Foxboro lança o indicador de pressão Foxboro registrando a temperatura de –
com bourdon triplo e o primeiro 65 oF, às 12:30 P.M., em 19 JUL. Às 3:30
instrumento com indicador de ajuste P.M., a temperatura subiu 1 oF.
calibrado, em 1913.
Em 1914, o primeiro controlador 1.20. 1937
pneumático com bico-palheta.
Em março de 1937, Kermit Fischer e
seu único empregado, George Porter,
1.13. 1915
fundam a Fischer & Porter Co, em
Foxboro lança o indicador de Philadelphia. Seus primeiros produtos
velocidade do ar, usando um elemento foram rotâmetros ou medidores de vazão
tipo Pitot, em 1915. instantânea com área variável.
Em 1915, Foxboro fabrica o primeiro
controlador-registrador industrial em uma 1.21. 1939
única caixa
O controlador Taylor Fulscope integra
Em 1915, Ervin G. Bailey inventa o
as três ações de controle, PID, pela
dispositivo que mostra e registra
primeira vez e é aplicado na indústria de
continuamente a quantidade de vapor
rayon viscose. O Modelo 56R é o
produzida por uma caldeira, a vazão de
primeiro a incorporar o controle
ar através da fornalha e as condições do
derivativo, que é chamado de Pre-Act.
combustível. Em 1916, a Bailey Meter
Co. é oficialmente inaugurada.
1.22. 1937
1.14. 1926 Coleman B. Moore funda a Moore
Products, em 1940. Em 1941, a empresa
Foxboro fabrica o primeiro controlador
produz o primeiro posicionador de
de temperatura.
válvula. Em 1948, a Moore emprega 90
pessoas.
1.15. 1913
Foxboro lança o registrador- 1.23. 1941
controlador duplex.
Em 1941, a Brown Instruments
introduz a registrador Modelo 15, muito
1.16. 1930
usado durante a Segunda Grande Guerra
Foxboro lança o Controlador de Faixa e depois da guerra, pelas indústrias
com Amplo Amortecimento, com reset petroquímicas, energia e nuclear.
automático (Controlador com ações PI). Em 1991, o registrador Classe 15 foi
homenageado com a celebração do 50o
1.17. 1931 aniversário, pela Honeywell, que adquiriu
a Brown, em 1934.
Bailey Meters lança o cartão
calendário.
1.24. 1945
1.18. 1932 Réguas de cálculo, mostrando todas
as maneiras de cálculos de controle,
No início da década de 1930, a
vazões e capacidades, quedas de
Foxboro comercializa o Modelo 40, o
pressão, tornam-se brindes promocionais
primeiro registrador e controlador com
das empresas, anos 40, 50 e 60.
ações Proporcional e Integral. É
principalmente aplicado em controle de

6.3
Efemérides

1.25. 1946 1.31. 1959


Moore Products introduz, em 1946, o Monsanto usa o primeiro sistema de
controlador Nullmatic, um sofisticado Controle Digital Direto (DDC).
instrumento a balanço de forças. Em A GE lança a primeira interface de
1947, a Moore lança o primeiro entrada e saída analógica para digital.
instrumento miniaturizado ainda com o
dispositivo de controle Nullmatic. 1.32. 1960
Ralph M. Parsons Co. instala o
1.26. 1948
primeiro sistema de telemetria.
Foxboro introduz o primeiro Neste ano, a Fischer & Porter diz que
transmissor pneumático a pressão fabricou o maior medidor magnético de
diferencial, conhecido como d/p cell, que vazão.
ainda está em uso, hoje, em algumas
aplicações. 1.33. 1965
Em 1965, a Digital Equipment Corp.
1.27. 1950
lança a linha PDP-8, o primeiro
Foxboro fornece instrumentos minicomputador produzido em massa.
pneumáticos de painel, miniaturizados, Este computador revoluciona o modo de
para uma planta de Union Carbide. projetar computadores, sendo muito
menor que os anteriores, mais barato
1.28. 1954 (abaixo de
US$ 100 000) e mais fácil de se
Instrumentos eletrônicos para controle
programar. A série PDP se tornou um
emergem de modo crescente, durante a
padrão virtual da indústria.
década de 1950.
A Moore Products introduz o
Em JAN 1954, é publicado o primeiro
SYNCHRO, uma estação de controle
número da revista ISA Journal,
pneumática, miniaturizada, auto-
antecessor da InTech.
sincronizante, que simplifica a operação
do processo.
1.29. 1955
Aparecem os primeiros sistemas de 1.34. 1969
aquisição de dados (Data Loggers).
É lançado o primeiro Controlador
Lógico Programável (CLP), com projeto
1.30. 1956 com lógica a laser, por Richard Morley,
É fundada a empresa Rosemount um engenheiro da Bedford Associates,
Engineering Co., em 1956, por Robert E. MA. Seu Modicon 084 é um resolvedor
Keppel, Vernon H. Heath e Frank D. lógico seqüencial a estado sólido para
Werner na pequena cidade de automação de fábrica e aplicação de
Rosemount, MN. processo contínuo. Foi aplicado na
Verifica-se, pela ISA, que a prática de General Motors, em 1969, e é
medição e controle, longe de substituir o considerado o primeiro controlador lógico
trabalho, é uma necessidade para programável prático.
suportar o trabalho e aumentar sua Quando os astronautas Neil
produtividade, estimada em 37%. Armstrong e Edwin Aldring pizaram na
Beckman Instruments comercializa o lua, em 20 JUL 1969, eles portavam
primeiro cromatógrafo a gás, quatro anos sensores Rosemount em suas mochilas,
depois do processo de cromatografia para monitorar pressão, temepatura e
gás-líquido ser desenvolvido por A. T. oxigênio.
James e A.J.P. Martin, em 1952. James e
Martin receberam o prêmio Nobel por 1.35. 1970
esta descoberta da técnica de separar
Computadores analógicos continuam
uma mistura.
sendo populares no início dos anos 1970.

6.4
Efemérides

1.36. 1971 componente redundante, comparado a


outros controladores de Sistema de
O primeiro sensor de excesso de
Controle Distribuído que tem apenas os
oxigênio, in situ, é introduzido pela
componentes críticos duplicados.
combustion Control Division (ex-Hagan
A Honeywell lança o primeiro
Controls) da Westinghouse Electric. O
transmissor baseado em
desevolvimento prermite a medição do microprocessador, chamado
conteúdo de excesso de oxigênio
impropriamente de transmissor
diretamente dentro do gás de combustão.
inteligente: modelo ST 3000, que elimina
a necessidade das conversões de A/D e
1.37. 1972 D/A para melhorar a precisão do sistema
A Matriz de Função de Canal e da malha.
Diógenes, da Rosemount executa a
função de malha de controle e 1.41. 1986
capacidades de configuração com pinos Rosemount lança a Smart Family de
e marcações em um quadro gráfico de transmissores a microprocessador, para
pinos a diodos, ajudando a introduzir o medição de vazão, nível, temperatura e
conceito de sistema de controle pressão.
distribuído. USDATA introduz o FactoryLink, uma
das primeiras interfaces homem-
1.38. 1975 máquina, com aplicação baseada em
Aproximadamente na mesma época, computador pessoal, com as funções de
em meados da década de 1970, a Controle Supervisório e Aquisição de
Yokogawa e a Honeywell introduzem o Dados.
primeiro Sistema Digital de Controle
Distribuído (SDCD), marcando uma 1.42. Década de 1990
mudança significativa no modo de os
A Moore Products lança o
sistmas de controle serem configurados e transmissor-controlador STC,
aplicados. O Centum (Yokogawa) e TDC
considerado o primeiro instrumento
2000 (Honeywell) são baseados no
montado no campo a embutir as ações
conceito que vários controladores de
de controle PID.
malha a microprocessador podem ser
Nos anos da década de 1990, é
controlador por minicomputadores difundida a tecnologia de desktop para o
supervisórios, com um display baseado
chão de fábrica, com aplicativos da
em monitores e botoeiras para o
Wonderware, Intellution, USDATA,
operador em vez de um anunciador de
Iconics, Teledenken, entre outros.
alarme.
Comunicações e sistemas abertos
1.39. 1978 Enquanto os anos 70 e 80 foram
A USDATA introduz o REACT, a dominados por sistemas e programas
primeira estação de operação (hardware proprietários, a década de 90 foi
e software) configurável pelo usuário, testemunha de uma revolução em
com tela colorida, fornecendo a primeira pacotes independentes de
interface homem-máquina para equipamentos, levando a sistemas
Controladores Lógico Programáveis. abertos.
O valor de uma arquitetura de sistema
1.40. 1983 verdadeiramente aberto foi debatido por
muito tempo, entre vendedores, usuários,
Moore Products lança o Controlador considerando segurança e confiabilidade.
Multi Loop, MYCRO, que é o primeiro \porém, muitos vendedores hoje estão
controlador redundante de Sistema de investimento em R&D para desenvolver
Controle Distribuído com a capacidade arquiteturas abertas, garantindo
de ser tolerante e falha. Cada conectividade com outros sistemas,
componente no MYCRO tem um enquanto continuam suportando uma

6.5
Efemérides

base instalada decrescente (dwindling) termo cunhado pela Advanced


de sistemas proprietários. Manufacturing Research, é uma palavra
Um dos desenvolvimentos mais chave dos anos 90. Diferente de seus
significativos relacionados com sistemas predecessores, porém, MÊS é mais que
abertos é a programação orientada para uma filosofia teórica de como enfocar a
objeto, ou OOP. Este enfoque difere da integração da planta. É um enfoque para
programação tradicional em sua integrar um negócio de dados de
modularidade. OOP é estruturada de operação para gerenciamento de
modo que blocos de códigos podem ser negócios e informação do gerenciamento
usados de novo, economizando cerca de – áreas que até então eram separadas.
30 a 40% de tempo de desenvolvimento. Enquanto CIM focalizava ilhas
OOP serve para tornar o programa mais horizontais de integração de automação,
confiável porque são usados apenas MÊS é maisque um enfoque vertical (de
blocos consistentes. cima para baixo ou de baixo para cima).
As empresas modernas enfrentam um A habilidade de processos chaves e
grande dilema: cada vez mais elas se dados de negócios serem acessados e
tornam organizações baseadas em manipulados fornece vários beneficios,
informação, dependentes de um fluxo incluindo melhor programação de
continuo de dados para virtualmente recursos, melhor qualidade de produto,
cada aspecto de sua operação. Já sua melhor documentação, que é
habilidade de manipular os dados está principalmente útil em industria
prejudicada por causa do volume da farmacêutica e plantas com problemas
informação estar aumentando mais com OSHA. A independência do
rápido que a sua capacidade de equipamento é essencial para o sucesso
processa-lo. O resultado é empresas se ME de modo que esta informação pode
afogando em seus próprios dados. ser transmitida através de toda planta.
É necessário um novo enfoque para Outros desenvolvimentos técnicos
desenvolver programas, um que deixe importantes e tendências nos anos 1990
para trás as dificuldades da programação incluem:
convencional e ofereça um modo Evolução rápida de interfaces
verdadeiramente melhor de construir gráficas,
sistemas. Este novo enfoque deve ser Certificação ISSO 9000 de
capaz de manipular grandes sistemas fornecedores de controle de processo
bem como pequenos, e deve criar Crescente popularidade de auto-
sistemas confiáveis que sejam flexíveis, sintonia
mais fáceis de serem mantidos e Aparecimento de sintonia de controle
capazes de evoluir para satisfazer as adaptativa multi-algoritmo
necessidades variáveis. Desenvolvimento continuado da
Além da OOP, a Microsoft padronização de batelada
desenvolveu Windows e Windows NT, Atividade de circuitos neurais
sistemas operacionais que ajudam a Aparecimento de lógica fuzzy
promover sistemas abertos em Em 1987 a Wonderware introduziu o
aplicações de controle. Windows NT InTouch, o primeiro gerador de aplicação
apresenta e promete benefícios como de interface homem-máquina baseado
processamento em 32 bits, portabilidade, em Windows. O produto, que permite o
segurança, compatibilidade, operador gerenciar processos
escalabilidade, conectividade e controlados por computador de seus PCs
confiabilidade. É um sistema orientado competindo com os sistemas SCADA –
para objeto e fornece multitarefa de modo controle supervisório e aquisição de
que tarefas críticas tenham precedência dados.
sobre tarefas de rotina nas operações da Raytek introduziu seu Thermalertl 5
planta. plus, o primeiro termômetro infravermelho
Justo como MAP e CIM eram que permite o usuário salvar, chamar,
palavras de negócios dos anos 80, MÊS imprimir informação em forma gráfica.
(Manufacturing Execution Systems), um

6.6
Efemérides

Moore produziu em 1990 um Em Dez 94, foi publicada a primeira


transmissor inteligente combinado com parte da norma ISA SP 88 (BatchControl
controlador que oferece comunicação Standard). A segunda parte: Data
remota bidirecional usando HART Strutctures and Guidelilnes for
(Highway Addressable Remote Languages, foi depois publicada.
Transducer), protocolo de comunicação A norma define oficialmente a
digital, em uso desde 1986. Uma terminologia e modelos conceituais para
tecnologia de fieldbus nova para o controle batelada, mas pode também
comunicação simultânea de sinais ser tratada como um compêndio de
analógico e digital com instrumentos de funcionalidade de controle necessária
campo inteligentes. Em 1994 a tecnologia para uma grande faixa de controle de
foi transferida para a HART processo. A funcionalidade é descrita em
Communication Foundation. modelos que são independentes da
Moore anunciou em 1992 o sistema implementação e podem ser aplicados
APACS, que foi o primeiro sistema a para controle de processo continuo
fornecer capacidades de SDCD e CLP. simples, bem como para a automação
Ele incorporou a norma IEC 1131-3 para total de processos de batelada. É dado
configurar CLP, que permite o uso e ênfase à modularidade e hierarquia.
combinação de blocos de função do Avanços nas tecnologias de
SDCD, ladders CLP, cartas funcionais comunicação continuam a ter grande
seqüenciais e texto estruturado dentro de impacto na industria de processo. De
um único modulo de controle. acordo com a AT&T, os cabos de fibra
Em 1992, Emerson Electric comprou óptica em uso atualmente permitem até
a Fisher Controls. Em 1993 houve a 40 000 chamadas telefônicas
incorporação da Fisher e Rosemount, simultâneas por par de fibra. Em 1996,
aparecendo a Fisher-Rosemount sistemas de fibra óptica sob o mar
Systems, (Austin, TX). Emerson também permitiam 320 000 chamadas telefônicas
comprou a Intellution. simultâneas por par de fibra.
Outros desenvolvimentos Os futuros engenheiros de controle
significativos nesta década incluem a precisam ser mais literatos em
introdução do SIMATIC (pela Siemens, computador e flexíveis para suportar as
1992, sistema de controle integrado, demandas que a informação instantânea
projetado para ajudar o usuário fazer a cria nas operações. A competição entre
transformação de controle para os vendedores, principamente entre
automação. Tendo características de fornecedores baseados em computador e
SDCD e CLP, ambientes de programas deve intensificar. As grandes
comunicação e windowing, é um sistema companhias que dominavam o mundo no
de gerenciamento de database relacional início da década (Foxboro, Honeywell,
em tempo real, fornecendo uma Yokogawa) precisam continuar a dar
disponibilidade global da informação de espaço para vendedores mais flexíveis e
processo para varias discipinas através especializados.
da planta. Enquanto isso, a tecnologia avança e
Novos chips, como RISC (Reduced a prática e aplicação de medição e
Instruction Set Computer) baseado no controle continuam se tornando cada vez
chip Alpha, Pentium e Powerpc, tem a mais sofisticada e menos depende de um
habilidade de executar mais instruções único ou poucos vendedores. Hoje, o
que os anteriores. A arquitetura Cliente- usuário possui uma outra ferramenta
Servidor, concebida há vários anos atrás, poderosa: o serviço da informação on-
é agora presente no mundo do processo. line global emergente que pode ajuda-lo
Nesta arquitetura, a informação é a localizar as soluções de seus
compartilhada e distribuída igualmente problemas.
através de toda uma rede. A consolidação – grandes empresas
Em 1993, Sara Lee, lançou um engolindo as pequenas – é uma grande
programa SCADA na North Carolina tendência entre os fornecedores de
State UniversitySchool of Textiles. equipamentos e programas. O campo da

6.7
Efemérides

medição e controle está ficando cada vez


mais curioso.
Moore Products introduz a linha
APACS, o primeiro sistema de controle a
fornecer a capacidade combinada de
SDCD e CLP. Ele incorpora a norma IEC
1131-2 para configurar CLP, que permite
blocos de função do SDCD, ladders de
CLP, cartade função seqüencial e texto
estruturado para ser usado e combinado
dentro de um único módulo de controle.
Moore lança APACS, o primeiro
sistema de controle que fornece as
habilidades combinadas do SDCD e CLP.
Ele incorpora a norma IED 1131-3 para
configurar controladores programáveis,
que permite os blocos funcionais do
SDCD, diagramas ladder do CLP, cartas
de função seqüencial e texto estruturados
serem usados e combinados dentro de
um único modulo de controle.
Cabos telefônicos submarinos
convencionais antigos faziam 36
chamadas simultâneas (1950).Durante os
anos 60 e 70, cabos entre EUA e Europa,
aumentaram a capacidade do
equipamento de 138 a 845 para 4.200
chamadas simultâneas. Os primeiros
cabos de fibra óptica faziam até 40 000
chamadas telefônicas por par de fios. Em
1996, sistemas de fibra óptica
submarinos permitiam até 320 000
chamadas simultâneas por par de fibra.

 Apostilas\Instrumentação. Simbologia.doc 09 DEZ 98 (Substitui 01 SET 96)

6.8
2
Funções

0. Introdução
1. Elemento Sensor
2. Condicionadores de Sinal
3. Transmissor
4. Indicador
5. Registrador
6. Computador de Vazão
7. Controlador
8. Válvula de Controle
9. Balança

2.0.9
2.0
Funções dos Instrumentos
2. condicionar o sinal
Objetivos de Ensino 3. apresentar o valor da variável.
Estas funções podem ser feitas por um
1. Relacionar as necessidades e ou vários módulos.
aplicações das medições das
variáveis, em controle, monitoração e 1.2. Tipos de Medição
alarme de processos industriais.
2. Apresentar as principais funções da Há três procedimentos principais de
medição e controle: deteção da medição:
variável, condicionamento do sinal, 1. medição direta
apresentação dos dados e atuação no 2. comparação
processo. 3. substituição
3. Mostrar os principais tipos de Medição direta
instrumentos, pelo princípio de
Como o nome sugere, esta é a forma
funcionamento, atuação, alimentação,
mais simples de medição. Por exemplo, se
natureza do sinal.
mede a voltagem escolhendo um medidor
com a faixa correta de voltagem, ligando-o
1. Instrumentos de Medição nos terminais apropriados e lendo a
voltagem diretamente da posição do ponteiro
1.1. Introdução na escala ou nos dígitos do display.
O método equivalente na pesagem é
Em Instrumentação, o termo medir é tomar uma balança com mola, com a faixa
vago e ambíguo. Normalmente, quando se correta, colocar nela o peso desconhecido e
fala medir, se quer dizer indicar o valor de ler o deslocamento na escala calibrada.
uma variável. Porém, o mesmo termo medir Os dois métodos possuem várias coisas em comum.
se refere a sentir. Mais ainda, medir pode Ambos os métodos se baseiam no comportamento de
incluir transmitir, registrar, totalizar, alarmar algum sistema físico (sensor e processador do sinal)
ou controlar. Embora a instrumentação trate para converter a quantidade medida (sinal de entrada)
dos instrumentos medidores, não existe em uma quantidade observável (sinal de saída). Para
símbolo (tag) para o medidor, mas para o voltímetro, o processo físico é a rotação da bobina
indicador (I), transmissor (T), registrador (R), móvel quando a corrente passa por ela. O balanço da
totalizador (Q), alarme (A) e controlador (C) mola se baseia no deslocamento causado pela força
e condicionador (Y). da gravidade no peso. Para os dois instrumentos, é
Esta confusão aparece porque um necessária uma calibração inicial da posição do
sistema completo de medição envolve as ponteiro, como uma função da magnitude do sinal de
funções básicas de entrada. Isto é feito somente em
1. sentir a variável uma posição, tipicamente na deflexão de fundo de

2.0.1
Funções dos Instrumentos
escala e a precisão da leitura em outros pontos garante-se que as voltagens são exatamente iguais.
depende da linearidade da resposta do sistema. A Este método, chamado de balanço de nulo, é
precisão contínua do instrumento entre as calibrações extremamente preciso porque ele não se baseia em
depende do valor pelo qual a resposta do sistema qualquer outro sistema físico para se obter o valor da
pode variar, devido ao envelhecimento e outros quantidade medida.
efeitos. A precisão da medição direta depende
fundamentalmente do sistema físico escolhido como
transdutor e processador do sinal, do número de vezes
de calibração do sistema e da qualidade do
equipamento usado.

Fig. 2.1.2. Medição por comparação

É verdade que é necessário usar e se


usa um sistema de medição para indicar a
Fig. 2.1.1. Medição direta obtenção do balanço do nulo. O sistema
necessita apenas da leitura do zero; ele não
precisa ser calibrado nem precisa dar uma
Medição comparativa - balanço de nulo resposta linear. O sistema de medição deve
ser calibrado ou ajustado somente quando
O método comparativo de pesagem deve as leituras estiverem fora do equilíbrio.
ser muito familiar a todos. Usam-se dois
pratos da balança para comparar os pesos Medição por substituição
da massa desconhecida e da massa Como já visto, o método comparativo de
conhecida. Quando eles forem iguais, não medição é fundamentalmente mais preciso
haverá deflexão do ponteiro. Quando um for do que o método correspondente de
maior que o outro, haverá uma deflexão para medição direta, por que se elimina o sistema
algum dos lados da balança. Tudo se de medição como meio de interpretar o sinal
resume a uma questão de se ter pesos de entrada sendo medido. Foi visto também
calibrados conhecidos para que se tenha a que uma forma limitada de sistema de
pesagem exata de qualquer massa medição era usar o registro da posição do
desconhecida. balanço do nulo. Um método mais preciso
Não há necessidade de calibração. Em ainda de medição elimina qualquer efeito do
cada medição, a quantidade desconhecida é sistema de medição.
comparada diretamente com uma Como exemplo, seja a balança química
quantidade conhecida. com dois pratos, que fica balançada
Uma situação similar pode ocorrer na medição elétrica. exatamente quando há a massa de 200 g
Pode-se produzir uma voltagem conhecida e então em cada prato. Agora, se estes pesos forem
compará-la com uma voltagem desconhecida. A removidos e um peso de apenas 1 g for
comparação real é feita usando-se um galvanômetro colocado em cada prato, haverá ainda um
que detecta se há passagem ou não de corrente por balanço perfeito? Espera-se que sim. Porém,
ele. Quando as voltagens forem diferentes, haverá entre a primeira e a segunda medições
passagem de corrente em alguns dos dois sentidos, foram removidas 398 g do sistema e isto
dependendo do valor relativo das voltagens. Quando afetará as tensões e resistências presentes
elas forem iguais não haverá corrente pelo nos braços, suportes e ponteiro. É bem
galvanômetro. Quando se obtém a posição zero (nulo), possível que haja uma pequena variação no

2.0.2
Funções dos Instrumentos
comportamento do sistema, dando um erro 3. alarme.
na medição da 1 g. Em uma balança mais
precisa deveria haver uma garantia que o 2.1. Controle
peso total no sistema não variasse, mesmo
Controlar uma variável de processo é
se forem medidos pesos de diferentes
mantê-la constante e igual a um valor
valores. Isto pode ser feito pelo método da
desejado ou variando dentro de limites
substituição.
estreitos. Só se controla uma variável. Não
Uma balança perfeita é obtida com os pesos
se pode ou não há interesse em controlar
calibrados de 200 g no prato B. Um peso
grandeza que seja constante.
desconhecido M é colocado no prato A. Para se
O controle pode ser obtido manualmente,
consiga um novo balanço, agora é necessário remover
quando o operador atua no processo
pesos do prato B.
baseando-se nas medições e indicações de
grandezas do sistema. O controle manual é
de malha aberta e é matematicamente
estável.
Há várias técnicas e teorias para se obter
o controle automático de processos
industriais. A técnica básica e a mais usada
é através da malha fechada com
realimentação negativa (feedback), onde
Fig. 2.1.3. Medição por substituição 1. mede se a variável controlada na saída
do processo,
2. compara-a com um valor de referência
O peso removido de B é igual ao peso e
desconhecido colocado no prato A, de modo 3. atua na entrada do processo,
que este peso foi medido. Porem, o que é 4. de modo a manter a variável
significativo neste novo sistema é que o controlada igual ao valor desejado ou
peso total na balança não foi alterado. Tudo variando em torno deste valor.
que aconteceu foi a substituição de um peso O controle automático com realimentação
desconhecido por um peso conhecido e as negativa pode se tornar mais complexo,
condições do sistema de medição (balança) envolvendo muitas variáveis de processo
não foram alteradas. Assim, a medição por simultaneamente. São casos particulares de
substituição envolve a recolocação de algo controle a realimentação negativa multi
de valor desconhecido por algo de valor variável: cascata, faixa dividida (split range)
conhecido, sem alterar as condições de e auto-seletor.
medição. Outra técnica alternativa é o controle de
Por exemplo, seja a resistência de valor malha fechada preditivo antecipatório
desconhecido em um circuito. Se ela é (feedforward). Esta estratégia envolve
substituída por uma resistência de valor 1. a medição de todos os distúrbios que
conhecido, R, de modo que a voltagem e a afetam a variável controlada,
corrente no circuito continuem exatamente 2. um modelo matemático do processo
as mesmas, então o valor da resistência sob controle,
desconhecida é também igual a R. 3. a atuação em uma variável
manipulada,
2. Aplicações da Medição 4. no momento em que há previsão de
variação na variável controlada e
Os principais usos da medição em antecipando-se ao aparecimento do
processos industriais e operações são: erro.
1. controle 5. para manter a variável controlada
2. monitoração constante e igual ao valor desejado,

2.0.3
Funções dos Instrumentos
Um caso particular e elementar de Um sistema de monitoração é diferente
controle preditivo antecipatório é o controle de um sistema de controle automático
de relação de vazões. porque não há atuação automática no
Atualmente, com a aplicação intensiva e sistema, ou por incapacidade física de
extensiva de instrumentação digital a atuação ou por causa dos grandes atrasos
microprocessador e com computadores, há entre as amostragens, medições e atuações.
vários níveis de estratégias de controle, No sistema de monitoração, todas as
como: indicações e registros são avaliados
1. controle continuamente, analisam-se as condições do
2. coordenação processo e, em caso extremo, pode-se
3. otimização desligar o sistema, de modo automático ou
4. gerenciamento. manual, quando os limites críticos de
Ao nível do processo, no chão de fábrica, segurança são atingidos.
há o controle de regulação automática,
envolvendo as variáveis de processo, dados 2.3. Alarme
de engenharia e com alta freqüência de
Em sistemas de controle e de
atuações.
monitoração é comum se ter alarmes. Um
Acima do nível do controle de processo,
sistema de alarme opera dispositivos de
há o controle de coordenação, quando são
aviso (luminoso, sonoro) após a ocorrência
estabelecidos os pontos de ajustes dos
de uma condição indesejável ou perigosa no
controladores e é feita a supervisão do
processo. O sistema de alarme é usado para
controle. Acima deste nível, tem-se a
chamar a atenção do operador para
otimização do controle, quando são usados
condições anormais do processo, através de
e analisados os dados do processo, para o
displays visuais e dispositivos sonoros. Os
controle estatístico.
displays visuais geralmente piscam
Finalmente, no topo da pirâmide, tem-se
lâmpadas piloto para indicar condições
o controle de gerenciamento da planta.
anormais do processo e são codificados por
Quanto mais elevado o nível, maior o nível
cores para distinguir condições de alarme
de administração e de complexidade.
(tipicamente branca) e de desligamento
Quanto mais baixo e próximo do processo,
(tipicamente vermelha). Diferentes tons
mais engenharia e menos complexidade.
audíveis também podem ser usados para
diferenciar condições de alarme e de
2.2. Monitoração
desligamento.
Monitorar é supervisionar um sistema, Um sistema de alarme possui vários
processo ou operação de máquina, para pontos de alarme que são alimentados por
verificar se ele opera corretamente durante uma única fonte de alimentação. O
sua operação. Em instrumentação, é comum anunciador de alarme apresenta a
usar instrumentos para medir continuamente informação operando em seqüência. A
ou em intervalos uma condição que deve ser seqüência descreve a ordem dos eventos,
mantida dentro de limites pré determinados. incluindo as ações das chaves de alarme,
São exemplos clássicos de monitoração: lógica do anunciador, sinal sonoro, display
1. radioatividade em algum ponto de uma visual e ação do operador.
planta nuclear, Tipicamente, cada seqüência tem quatro
2. deslocamento axial ou vibração radial objetivos:
de eixos de grandes máquinas 1. alertar o operador para uma condição
rotativas, anormal,
3. reação química em reatores através da 2. indicar a natureza da condição anormal
análise de composição dos seus (alarme ou desligamento),
produtos. 3. requerer a ação de conhecimento pelo
operador

2.0.4
Funções dos Instrumentos
4. indicar quando o sistema retorna à humanos e facilitam o armazenamento da
condição normal. informação de situações complexas. Por
isso, a instrumentação se tornou um
3. Sistema de Medição componente importante das atividades
rotineiras da indústria e contribuiu
Embora haja vários tipos de controle, significativamente para o desenvolvimento
vários níveis de complexidade, vários da economia.
enfoques diferentes, há um parâmetro em Um sistema genérico de medição
comum no controle, monitoração e alarme consiste dos seguintes elementos básicos,
do processo: a medição das variáveis e que fazem parte de todos instrumentos:
grandezas do processo. A medição é 1. elemento sensor ou elemento transdutor,
fundamental. A base de um controle correto que detecta e converte a entrada
é a medição precisa da variável controlada. desejada para uma forma mais
conveniente e prática a ser manipulada
pelo sistema de medição. O elemento
sensor é também chamado de elemento
primário ou transdutor. Ele constitui a
interface do instrumento com o processo.
2. elemento condicionador do sinal, que
manipula e processa a saída do sensor
de forma conveniente. As principais
funções do condicionador de sinal são as
de amplificar, filtrar, integrar e converter
sinal analógico-digital e digital-analógico.
3. o elemento de apresentação do dado, que
(a) elemento sensor real desmontado dá a informação da variável medida na
forma quantitativa. O elemento de
apresentação de dado é também
chamado de display ou readout. Ele
constitui a interface do instrumento com o
operador do processo.
Os elementos auxiliares aparecem em alguns
instrumentos, dependendo do tipo e da técnica
envolvida. Eles são:
1. elemento de calibração para fornecer
uma facilidade extra de calibração
(b) elemento e transmissor embutida no instrumento. Os
Fig. 2.1.4. Transmissor de temperatura com transmissores inteligentes possuem
sistema de enchimento termal esta capacidade de autocalibração
incorporada ao seu circuito.
A instrumentação para fazer estas 2. elemento de alimentação externa para
medições é vital para a indústria. O uso de facilitar ou possibilitar a operação do
instrumentação em sistemas como casa de elemento sensor, do condicionador de
força, indústrias de processo, máquinas de sinal ou do elemento de display.
produção automática, com vários 3. elemento de realimentação negativa
dispositivos de controle, manipulação e para controlar a variação da
segurança revolucionou e substituiu velhos quantidade física que está sendo
conceitos. Os instrumentos tem produzido medida. Este elemento possibilita o
uma grande economia de tempo e mão de conjunto funcionar automaticamente,
obra envolvida. Os sistemas de instrumentos sem a interferência do operador.
agem como extensões dos sentidos

2.0.5
Funções dos Instrumentos

(a) instrumento desmontado (b) lateral

Fig. 2.1.6. Registro de temperatura a termopar ou RTD

Em outro exemplo, no registro de


(c) Vista frontal do instrumento temperatura com termopar ou RTD, o
Fig. 2.1.5. Indicador de pressão manométrica ou termopar ou o RTD (detector de temperatura
manômetro com bourdon C a resistência) é o elemento sensor que
detecta a temperatura a ser medida. A
temperatura medida gera uma pequena
Por exemplo, no indicador analógico de tensão ou varia a resistência elétrica do
pressão com bourdon C, o elemento sensor RTD. Esta pequena tensão ou resistência é
é o tubo metálico em forma de C. A pressão medida por um circuito eletrônico chamado
a ser medida é aplicada diretamente no de ponte de Wheatstone. A tensão ou a
sensor que sofre uma deformação elástica, variação da resistência é linearmente
produzindo um pequeno movimento proporcional à temperatura medida. A ponte
mecânico. A entrada do sensor é a pressão de Wheatstone é um condicionador de sinal.
e a saída é um movimento mecânico. Este Através de uma polarização externa e um
pequeno movimento é mecanicamente balanço de nulo, é possível determinar a
amplificado por meio de engrenagens e tensão gerada pelo termopar ou variação da
alavancas, que constituem os elementos resistência elétrica do RTD. O circuito da
condicionadores do sinal. Finalmente, um ponte também processa o sinal elétrico,
ponteiro é fixado na engrenagem e executa amplificando-o, filtrando-o de ruídos externos
uma excursão angular sobre uma escala e, no caso, convertendo-o para um sinal
graduada em unidade de pressão. O para o registro final da temperatura. Este
conjunto escala e ponteiro constitui o instrumento é eletrônico e a indicação é
elemento de apresentação de dados. Este digital. A apresentação de dados não é feita
instrumento é analógico e seu através do conjunto pena e gráfico do
funcionamento é mecânico. Ele não requer registrador.
alimentação externa, pois utiliza a própria
energia da pressão para funcionar. 


Apostilas\Instrumentação 20Ffunção.doc 11 DEZ 98 ( Substitui 26 ABR 97)

2.0.6
Sensor

2.1
Elemento Sensor
elemento que mede a pressão diferencial
1. Conceito gerada pela placa é o secundário.
Em alguns processos o elemento
O elemento sensor não é um sensor pode estar protegido por algum
instrumento mas faz parte integrante da outro dispositivo, de modo que ele não fica
maioria absoluta dos instrumentos. O em contato direto com o processo. O selo
elemento sensor é o componente do de pressão e o poço de temperatura são
instrumento que converte a variável física exemplos de acessórios que evitam o
de entrada para outra forma mais usável. A contato direto do sensor com o processo.
grandeza física da entrada geralmente é Os nomes alternativos para o sensor
diferente grandeza da saída. são: elemento transdutor, elemento
O elemento sensor depende primário, detector, probe, pickup ou pickoff.
fundamentalmente da variável sendo
medida. O elemento sensor geralmente 2. Terminologia
está em contato direto com o processo e dá
a saída que depende da variável a ser De um modo geral, transdutor é o
medida. elemento, dispositivo ou instrumento que
Exemplos de sensores são: recebe a informação na forma de uma
1. o tubo bourdon que se deforma quantidade e a converte para informação
elasticamente quando submetido a para esta mesma forma ou outra diferente.
uma pressão, Aplicando este definição, são transdutores:
2. o strain gauge que varia a elemento sensor, transmissor, transdutor
resistência elétrica em função da corrente para pneumático (i/p) e
pressão exercida sobre ele; pneumático para corrente (p/i), conversor
3. o sensor bimetal que varia o formato eletrônico analógico para digital (A/D) e
em função da variação da conversor digital para analógico (D/A).
temperatura medida, A norma ISA 37.1 (1982): Electrical
4. o termopar que gera uma militensão Transducer Nomenclature and Terminology
em função da diferença de padroniza a terminologia e recomenda o
temperatura entre dois pontos; seguinte:
5. a placa de orifício que gera uma 1. elemento sensor ou elemento transdutor
pressão diferencial proporcional ao para o dispositivo onde a entrada e a
quadrado da vazão volumétrica que saída são ambas não-padronizadas e de
passa no seu interior. naturezas iguais ou diferentes.
Se há mais de um elemento sensor no 2. transmissor para o instrumento onde a
sistema, o elemento em contato com o entrada é não-padronizada e a saída é
processo é chamado de elemento sensor padronizada e de naturezas iguais ou
primário, os outros, de elementos sensores diferentes.
secundários. Por exemplo, a placa de 3. transdutor para o instrumento onde a
orifício é o elemento primário da vazão; o entrada e a saída são ambas
padronizadas e de naturezas diferentes.

2.1.1
Sensor

4. conversor para o instrumento onde a 14. Posição


entrada e a saída são ambas de 15. Potência
natureza elétrica mas com 16. Pressão e vácuo
características diferentes, como o 17. Queima (combustão)
conversor A/D (analógico para digital), 18. Radiação nuclear
D/A (digital para analógico), conversor 19. Temperatura
I/F (corrente para freqüência), conversor 20. Tempo
i/v (corrente para voltagem). 21. Tensão elétrica
O nome correto e completo do elemento 22. Torque
transdutor recomendado pela norma ISA 23. Umidade
37.1 (1982) inclui: 24. Vazão
1. o nome transdutor, 25. Velocidade
2. variável sendo medida, 26. Vibração
3. modificadora restritiva da variável, 27. Viscosidade
4. princípio de transdução, O segundo modificador do sensor se
5. faixa de medição, refere ao tipo ou à restrição da quantidade
6. unidade de engenharia. medida. Os exemplos incluem:
Exemplos de elementos sensores: 1. Absoluta (temperatura, pressão)
1. Transdutor, pressão, diferencial, 0 a 2. Angular (velocidade)
100 kPa, potenciométrico 3. Diferencial (pressão, tensão)
2. Transdutor, pressão de som, 4. Escalar (velocidade)
capacitivo, 100 a 160 dB. 5. Gauge (pressão)
3. Transdutor, aceleração, relativa, ±3 g. 6. Infravermelha (luz)
4. Transdutor de pressão absoluta a 7. Intensidade
strain gauge amplificador, 0 a 500 8. Linear
MPa. 9. Mássica (vazão)
5. 0-300 oC, resistivo, superfície, 10. Radiante
temperatura, transdutor. 11. Relativa (densidade, pressão)
12. Superfície
3. Modificadores 13. Total
14. Vetorial (velocidade)
Há quatro modificadores do sensor: 15. Volumétrica (vazão)
1. mensurando O terceiro modificador é o princípio de
2. tipo do mensurando transdução elétrico envolvido, como:
3. princípio elétrico 1. Capacitivo
4. características especiais 2. Eletromagnético
O mensurando ou quantidade medida 3. Indutivo
determina o nome do elemento sensor. 4. Ionizante
Embora as principais variáveis de processo 5. Fotocondutivo
sejam nível, pressão, temperatura e vazão, 6. Fotovoltáico
as possíveis variáveis medidas são: 7. Piezoelétrico
1. Aceleração 8. Potenciométrico
2. Análise (composição, pH) 9. Relutante
3. Atitude 10. Resistivo
4. Condutividade elétrica 11. Strain gauge
5. Corrente elétrica 12. Termelétrico
6. Deslocamento O quarto modificador do sensor se
7. Densidade refere a alguma característica especial ou
8. Força (peso) propriedade relevante do sensor. Ele serve
9. Fluxo de calor para dar mais detalhe ao nome. Exemplos:
10. Freqüência 1. Amplificador
11. Luz 2. Autogerador
12. Nível de líquido 3. Cápsula
13. Número de Mach (velocidade 4. Chave
relativa) 5. Colado

2.1.2
Sensor

6. Dobrável
7. Elemento exposto
8. Fole
9. Giro
10. Incremento discreto
11. Integrante
12. Saída ca (corrente alternada)
13. Saída cc (corrente contínua) 1. Espiral (b) Enchimento termal
14. Saída digital
15. Saída dual
16. Saída freqüência
17. Semicondutor
18. Servo
19. Soldável
20. Tubo bourdon
21. Turbina
22. Ultra-sônico (c). Placas de orifício
23. Vibrante Fig. 1.1. Elemento sensores mecânicos

3. Princípios de transdução
O elemento sensor mecânico não necessita
Conforme a natureza do sinal de saída, de nenhuma fonte de alimentação externa
os sensores podem ser classificados como: para funcionar; ele é acionado pela própria
1. mecânicos energia do processo ao qual está ligado.
2. eletrônicos Exemplos de elementos sensores
Praticamente, toda variável de processo mecânicos:
pode ser medida eletronicamente e nem 1. Espiral, para a medição de pressão;
toda variável pode ser medida 2. Enchimento termal, para temperatura;
mecanicamente. Por exemplo, o pH só 3. Placa de orifício, para a vazão
pode ser medido por meio elétrico. As
principais vantagens do sinal eletrônico 5. Sensores Eletrônicos
sobre o mecânico são:
1. não há efeitos de inércia e atrito, O elemento sensor eletrônico recebe na
2. a amplificação é mais fácil de ser entrada a variável de processo e gera na
obtida saída uma grandeza elétrica, como tensão,
3. a indicação e o registro à distância corrente elétrica, variação de resistência,
são mais fáceis. capacitância ou indutância, proporcional a
Durante o estudo das variáveis de esta variável.
processo, serão vistos com profundidade Há elementos sensores eletrônicos
os princípios mais comuns descritos ativos e passivos.
adiante. Os elementos ativos geram uma tensão ou
uma corrente na saída, sem necessidade
4. Sensores Mecânicos de alimentação externa. Exemplos:
1. cristal piezelétrico para a pressão
O elemento sensor mecânico recebe na 2. termopar para a temperatura
entrada a variável de processo e gera na 3. eletrodos para a medição de pH.
saída uma grandeza mecânica, como Os circuitos que condicionam estes
movimento, força ou deslocamento, sinais necessitam de alimentação externa.
proporcional à variável medida. Os elementos passivos necessitam de
uma polarização elétrica externa para
poder medir uma grandeza elétrica passiva
para medir a variável de processo. As
grandezas elétricas variáveis são: a
resistência, a capacitância e a indutância.

2.1.3
Sensor

Exemplo de elementos sensores passivos 1. pelo movimento de um dos


eletrônicos: eletrodos (placas), alterando a
1. resistência detectora de distancia d
temperatura 2. pela variação da área das placas
2. célula de carga (strain gauge) para 3. pela variação do dielétrico entre as
a medição de pressão e de nível, duas placas fixas.
3. bobina detectora para a transdução Atualmente, a maioria dos
do sinal de corrente para o sinal transmissores eletrônicos usa cápsulas
padrão pneumático. capacitivas para a medição de pressão
manométrica, absoluta ou diferencial.

∆C

(a) Placas móveis, dielétrico fixo

Fig. 1.2. Elemento sensor eletrônico de pH


∆C
Os elementos sensores eletrônicos
podem ser dos seguintes tipos:
1. capacitivo
2. indutivo
3. relutante
4. eletromagnético
5. piezoelétrico
6. resistivo
7. potenciométrico
8. strain gauge
9. fotocondutivo (b) Placas fixas, dielétrico variável
10. fotovoltáico
11. termelétrico Fig. 1..3. Transdução capacitiva
12. ionizante
5.2. Sensor indutivo
5.1. Sensor capacitivo O sensor indutivo converte a variável de
O sensor capacitivo converte a variável processo medida em uma variação da
de processo medida em uma variação da auto-indutância elétrica de uma bobina. As
capacitância elétrica. Um capacitor consiste variações da indutância podem ser
de duas placas condutoras de área A causadas pelo movimento de um núcleo
separadas por um dielétrico (ε) pela ferromagnético dentro da bobina ou pelas
distância d, conforme a expressão variações de fluxo introduzidas
matemática seguinte: externamente na bobina com núcleo fixo.
Há transmissores eletrônicos, a balanço
A de forças, que utilizam (ou utilizavam)
C=ε bobinas detetoras para a medição da
d pressão.
Assim, a variação de capacitância pode
ser causada

2.1.4
Sensor

Fig. 1.6. Transdução eletromagnética

∆L 5.5. Sensor piezoelétrico


O sensor piezoelétrico converte uma
Fig.2.4. Transdução indutiva variável de processo medida em uma
variação de carga eletrostática (Q) ou
5.3. Sensor relutante voltagem (E) gerada por certos materiais
O sensor relutante converte a variável de quando mecanicamente estressados. O
processo medida em uma variação da stress é tipicamente de forças de
voltagem devida a uma variação na compressão ou tração ou por forças de
relutância entre duas ou mais bobinas entortamento exercida no cristal
separadas e excitadas por tensão alternada diretamente por um elemento sensor ou por
(ou de duas porções separadas de uma um elo mecânico ligado ao elemento
mesma bobina). Esta categoria de sensor.
sensores inclui relutância variável,
transformador diferencial e ponte de ∆E
ou
indutâncias. A variação na trajetória da ∆Q
relutância é usualmente feita pelo
movimento de um núcleo magnético dentro
da bobina.

∆E
ou
∆Q

Tap
central ∆E
Fig. 1.7. Transdução piezoelétrica
(a) compressão ou tensão
(b) força de entortamento
Fig. 1.5. Transdução relutiva por transformador
diferencial 5.6. Sensor resistivo
O sensor resistivo converte a variável
5.4. Sensor eletromagnético
de processo medida em uma variação de
O sensor eletromagnético converte a resistência elétrica. As variações de
variável de processo medida em uma força resistência podem ser causadas em
eletromotriz induzida em um condutor pela condutores ou semicondutores
variação no fluxo magnético, na ausência (termistores) por meio de aquecimento,
de excitação. A variação no fluxo feita é resfriamento, aplicação de tensão
usualmente pelo movimento relativo entre mecânica, molhação, secagem de certos
um eletromagneto e um magneto ou porção sais eletrolíticos ou pelo movimento de um
de material magnético. braço de reostato.

∆E

2.1.5
Sensor

∆R Wheatstone polarizada, de modo que a


saída é uma variação de voltagem.

∆R

Fig. 1.10. Transdução de strain gauge

A B
∆R
∆R Ex

∆E
C D

Fig. 1.8. Transdução resistiva 5.9. Sensor fotocondutivo


O sensor fotocondutivo converte a variável
5.7. Sensor potenciométrico
de processo medida em uma variação de
O sensor potenciométrico converte a resistência elétrica (ou condutância) de um
variável de processo medida em uma material semicondutor devido à variação da
variação de relação de voltagens pela quantidade de luz incidente neste material.
variação da posição de um contato móvel
(wiper) em um elemento resistivo, através
do qual é aplicada uma excitação. A
relação dada pela posição do elemento
móvel é basicamente uma relação de Luz ∆R
resistências.

Ex
+
- Ew L ∆
Ew
Ex

Luz ∆E

Fig. 1.11. Transdução foto condutiva


Fig. 1.9. Transdução potenciométrica

5.8. Sensor strain gauge 5.10. Sensor fotovoltáico


O sensor strain gauge converte a O sensor fotovoltáico converte a
variável de processo medida em uma variável de processo medida em uma
variação de resistência em dois ou quatro variação de tensão elétrica de um material
braços da ponte de Wheatstone. Este semicondutor devido à variação da
princípio de transdução é uma versão quantidade de luz incidente em junções de
especial da transdução resistiva, porém, certos materiais semicondutores.
ela envolve dois ou quatro sensores strain
gauges resistivos ligados em uma ponte de

2.1.6
Sensor

Fig. 1.12. Transdução fotovoltáica A qualidade da medição da variável


sendo controlada estabelece a linha de
referência do desempenho global do
5.11. Sensor termoelétrico sistema. É muito importante entender os
princípios físicos que permitem o sensor
O sensor termoelétrico converte a
converter a variável do processo em uma
variável de processo medida em uma
grandeza elétrica ou mecânica.
variação de força eletromotriz gerada pela
É fundamental estabelecer a exatidão,
diferença de temperatura entre duas
precisão, resolução, linearidade,
junções de dois materiais diferentes, devido
repetitividade e tempo de resposta do
ao efeito Seebeck.
sensor para as necessidades do sistema.
Um sensor especificado com precisão
insuficiente pode comprometer o
T1 T2 ∆E desempenho de todo o sistema. No outro
extremo, selecionar um sensor com
precisão exagerada e difícil de ser
conseguida na prática, não é justificado
para um controle que não requer tanta
Fig. 1.13. Transdução termelétrica
precisão.
5.12. Sensor iônico
O sensor iônico converte a variável de
processo medida em uma variação da
corrente de ionização existente entre dois
eletrodos.

(a) Esquemático

Fig. 1.14. Transdução ionizante

6. Escolha do sensor
O objetivo de um sistema de controle é
garantir uma correlação rigorosa entre a (b) Físico
saída real e a saída desejada. A saída real
é a variável de processo e a saída Fig. 1.15. Elemento de enchimento termal, com
desejada é chamada de ponto de ajuste. compensação de temperatura ambiente
Gasta se muita matemática, eletrônica e
dinheiro para se obter e garantir o
desempenho do sistema. Porém, por
melhor que seja o projeto matemático ou a
implementação eletrônica, o controle final
não pode ser melhor que a percepção da
variável do processo.

2.1.7
Sensor

7. Características Desejáveis do O sensor deve ser imune à


corrosão, erosão, pressão,
Sensor temperatura e umidade ambientes.
Em certos casos, o sensor do sinal de 10. o sensor deve ser facilmente
entrada pode aparecer discretamente em disponível e de preço razoável.
dois ou mais estágios, tendo-se o elemento 
primário, secundário e terciário. Em outros
casos, o conjunto pode ser integrado em
um único elemento.
Algumas características desejáveis de
um elemento sensor que devem ser
consideradas em sua especificação e
seleção para uma determinada aplicação
são:
1. o elemento sensor deve reconhecer
e detectar somente o sinal da
variável a ser medida e deve ser
insensível aos outros sinais
presentes simultaneamente na
medição. Por exemplo, o sensor de
velocidade deve sentir a velocidade
instantânea e deve ser insensível a
pressão e temperatura locais.
2. o sensor não deve alterar a variável
a ser medida. Por exemplo, a
colocação da placa de orifício para
sentir a vazão, introduz uma
resistência à vazão, diminuindo-a. A
vazão diminui quando se coloca a
placa para medi-la.
3. o sinal de saída do sensor deve ser
facilmente modificado para ser
facilmente indicado, registrado,
transmitido e controlado. Por isso,
atualmente os sensores eletrônicos
são mais preferidos que os
mecânicos, pois são mais
facilmente manipulados.
4. o sensor deve ter boa exatidão,
conseguida por fácil calibração.
5. o sensor deve ter boa precisão,
constituída de linearidade,
repetitividade e reprodutibilidade.
6. o sensor deve ter linearidade de
amplitude.
7. o sensor deve ter boa resposta
dinâmica, respondendo rapidamente
às variações da medição.
8. o sensor não deve induzir atraso
entre os sinais de entrada e de
saída, ou seja, não deve provocar
distorção de fase.
9. o sensor deve suportar o ambiente
hostil do processo sem se danificar
e sem perder suas características. D:\APOSTILA\INSTCONT 21Sensor.DOC 11 DEZ 98 (Substitui 15 ABR 95)

2.1.8
2.2
Transmissor

1. Conceitos básicos 1.2. Justificativas do Transmissor


Antes do aparecimento do transmissor
pneumático, circa 1930, o controlador era
1.1. Introdução
conectado diretamente ao processo. O
Rigorosamente o transmissor não é controlador e o painel de controle deviam
necessário, nem sob o ponto de vista de estar próximos ao processo. O transmissor
medição, nem sob o ponto de vista de oferece muitas vantagens em comparação
controle. A transmissão serve somente com o uso do controlador ligado
como uma conveniência de operação para diretamente ao processo, tais como a
tornar disponíveis os dados do processo segurança, a economia e a conveniência.
em uma sala de controle centralizada, num 1. os transmissores eliminam a
formato padronizado. Na prática, por causa presença de fluidos flamáveis,
das grandes distâncias envolvidas, as corrosivos, tóxicos mal cheirosos e
funções de medição e de controle estão de alta pressão na sala de controle.
freqüentemente associadas aos sinais dos 2. as salas de controle tornam-se mais
transmissores. práticas, com a ausência de tubos
O transmissor é geralmente montado capilares compridos, protegidos,
no campo, próximo ao processo. Porém, compensados e com grande tempo
ele também pode ser montado na sala de de atraso.
controle, como ocorre com o transmissor 3. há uma padronização dos
de temperatura com o termopar ou com a instrumentos receptores do painel;
resistência elétrica. os indicadores, os registradores e os
controladores recebem o mesmo
sinal padrão dos transmissores de
campo.

Fig. 2.1. Transmissores para medição de nível Fig. 2.2. Transmissor montado em local hostil

2.2.1
Transmissor

1.3. Terminologia exemplo, os efeitos da temperatura


na medição de pressão).
O transmissor é também chamado
erradamente de transdutor e de conversor.
Transdutor é um termo genérico que
designa um dispositivo que recebe
informação na forma de uma ou mais
quantidades físicas, modifica a informação,
a sua forma ou ambas e envia um sinal de
saída resultante. Este termo é genérico e
segundo este conceito, o elemento
primário, transmissor, relé, conversor de
corrente elétrica para pneumático e a
válvula de controle são transdutores. Fig. 2.3. Elementos sensores de
Há uma norma na instrumentação, pressão
ANSI/ISA S37.1-1978 (R1982) que
estabelece uma nomenclatura uniforme e
consistente entre si e para elemento
sensor, transmissor, conversor, transdutor. Transmissor
O transmissor é o instrumento que
Elemento sensor converte um sinal não-padrão em um sinal
Elemento sensor é um dispositivo padrão de natureza igual ou distinta. O
integrante de um instrumento que converte transmissor sente a variável através de um
um sinal não-padrão em outro sinal não- sensor no ponto onde ele está montado e
padrão. Por exemplo, o bourdon C é um envia um sinal padrão, proporcional ao
elemento sensor de pressão, que converte valor medido, para um instrumento
a pressão em um pequeno movimento receptor remoto. É desejável que a saída
proporcional. Nem a pressão de entrada e do transmissor seja linearmente
nem o deslocamento do sensor são proporcional à variável medida e nem
padronizados. sempre há esta linearidade.
Todo transmissor possui um elemento Por exemplo: o transmissor eletrônico
sensor, que depende essencialmente da de pressão sente um sinal de pressão, por
variável medida. Atualmente além do exemplo, de 15 a 60 MPa, e o converte em
sensor da variável principal o transmissor um sinal padrão de corrente de 4 a 20 mA
inteligente possui outro sensor para medir cc e o transmite. Outro exemplo: o
a temperatura ambiente e fazer a transmissor pneumático de pressão
compensação de suas variação sobre a manométrica converte um sinal de
variável principal. pressão, e.g., de 60 a 100 MPa, em um
Já existe disponível comercialmente sinal padrão pneumático de 20 a 100 kPa
transmissor multivariável. No único (3 a 15 psi) e o transmite. Nos dois
invólucro do transmissor há vários exemplos, as faixas da pressão de entrada
sensores para medir simultaneamente a são não padrão mas as saídas dos
variável principal (vazão) e as secundárias transmissores eletrônico (4 a 20 mA) e
(pressão e temperatura do processo), pneumático (20 a 100 kPa) o são.
também para fins de compensação.
Neste contexto, tem-se: Transmissor sabido (smart)
1. Sensor primário é o sensor que Transmissor sabido é um transmissor
responde principalmente ao em que é usado um sistema
parâmetro físico a ser medido. microprocessador para corrigir os erros de
2. Sensor secundário é o sensor não linearidade do sensor primário através
montado adjacente ao primário para da interpolação de dados de calibração
medir o parâmetro físico que afeta de mantidos na memória ou para compensar
modo indesejável a característica os efeitos de influência secundárias sobre
básica do sensor primário (por o sensor primário incorporando um
segundo sensor adjacente ao primário e

2.2.2
Transmissor

interpolando dados de calibração Transdutor


armazenados dos sensores primário e O transdutor é o instrumento que
secundário. converte um sinal padrão em outro sinal
padrão de natureza distinta. Por exemplo:
transdutor pressão-para-corrente ou P/I
converte o sinal padrão pneumático de 20
a 100 kPa no sinal padrão de corrente de 4
a 20 mA cc e o transmite. O transdutor
corrente-para-pressão ou I/P, converte o
sinal padrão de corrente de 4-20mA cc no
sinal padrão pneumático de 20 a 100 kPa e
o transmite.
O transdutor i/p compatibiliza o uso de
um controlador eletrônico (saída 4 a 20
Fig. 2.4. Transmissor eletrônico (Foxboro) mA) com uma válvula com atuador
pneumático (entrada 20 a 200 kPa).
Elemento transdutor tem o mesmo
significado que elemento sensor ou
Transmissor inteligente elemento primário.
Transmissor inteligente é um
transmissor em que as funções de um
sistema microprocessador são
compartilhadas entre
1. derivar o sinal de medição primário,
2. armazenar a informação referente
ao transmissor em si, seus dados de
aplicação e sua localização e
3. gerenciar um sistema de
comunicação que possibilite uma
comunicação de duas vias
(transmissor para receptor e do
receptor para o transmissor),
superposta sobre o mesmo circuito
que transporta o sinal de medição, a
comunicação sendo entre o
transmissor e qualquer unidade de Fig. 2.5. Transdutor i/p, montado na válvula
interface ligada em qualquer ponto
de acesso na malha de medição ou Conversor
na sala de controle. O conversor é o instrumento que
O primeiro termo que apareceu foi transforma sinais de natureza elétrica para
smart (sabido), que foi traduzido como formas diferentes. Por exemplo: conversor
inteligente. Depois, apareceu o transmissor analógico/digital: transforma sinais de
intelligent, com mais recursos que o natureza analógica (contínuo) em sinais
anterior. Porém, já havia o termo digitais (pulso descontínuo). Mutatis
inteligente e por isso, no presente trabalho, mutandis, tem-se o conversor
traduziu-se smart por sabido e intelligent digital/analógico, que transforma sinal
por inteligente. Atualmente os dois termos, digital em analógico.
smart e inteligente, tem o mesmo Geralmente, o conversor A/D e D/A
significado prático. Por exemplo, Fisher está associado ao multiplexador, que
Rosemount usa o termo smart e a Foxboro converte várias entradas em uma única
usa o termo intelligent para o transmissor saída e o demultiplexador, que converte
com as mesmas características. Por uma entrada em várias saídas. O conjunto
consistência, o transmissor convencional conversor A/D e D/A e multiplexador e
não inteligente é burro (dumb). demultiplexador é também chamado de
Modem (MODulador DEModulador).

2.2.3
Transmissor

O transmissor inteligente, por ser digital (a) Tipo. 2. Circuito com 2 fios
e receber um sinal analógico, tem
necessariamente em um conversor A/D em
sua entrada. O transmissor híbrido, que é
Transmissor
digital e possui a saída analógica de 4 a 20 +
mA deve possuir em sua saída um Receptor
conversor D/A. +
-
Fonte

(b) Tipo 3. Circuito com 3 fios

+
Transmis
Receptor
Fig. 2.6. Sinal analógico e digital
+ -

-
1.4. Transmissão do sinal
O sinal de transmissão entre
subsistemas ou dispositivos separados do (c) Tipo 4. Circuito com 4 fios
sistema deve estar de conformidade com a
norma ANSI/ISA SP 50.1 - 1982 Fig. 2.7. Consideração do tipo de transmissor
(Compatibility of Analog Signals for
Electronic Industrial Process Instruments) 1.5. Sinais padrão de transmissão
Esta norma estabelece, entre outras
coisas, Sinal pneumático
1. a faixa de 4 a 20 mA, corrente O sinal padrão da transmissão
continua, com largura de faixa de 16 pneumática no SI é 20 a 100 kPa
mA, que corresponde a uma tensão (kilopascal) e os seus equivalentes em
de 1 a 5 V cc, com largura de faixa unidades não SI: 3 a 15 psig e 0,2 a 1,0
de 4 V kgf/cm2. Praticamente não há outro sinal
2. a impedância de carga deve estar pneumático de transmissão, embora em
entre 0 e um mínimo de 600 Ω. hidrelétricas onde se tem válvulas
3. o número de fios de transmissão, de enormes, é comum o sinal de 40 a 200 kPa
2, 3 ou 4. (6 a 30 psi).
4. a instalação elétrica
5. o conteúdo de ruído e ripple Sinal eletrônico
6. as características do resistor de O sinal padrão de transmissão
conversão de corrente para tensão, eletrônico é o de 4 a 20 mA cc,
que deve ser de (250,00 ± 0,25) Ω e recomendado pela International
coeficiente termal de Electromechanical Commission (IEC), em
α ≤ 0,01%/oC, de modo que a tensão maio de 1975. No inicio da instrumentação
convertida esteja entre (1,000 a eletrônica, circa 1950, o primeiro sinal
5,000 ± 0,004) V padrão de transmissão foi o de 10 a 50 mA
7. o resistor não deve se danificar cc, porque os circuitos eram pouco
quando a entrada for de 10 V ou de sensíveis e este nível de sinal não
40 mA. necessitava de amplificador para acionar
certos mecanismos; hoje ele é raramente
utilizado, por questão de segurança.
Transmissor Atualmente há uma tendência em
+
Receptor
+
-
Fonte 2.2.4
-
Transmissor

padronizar sinais de baixo nível, para que 0 V se refere ao valor mínimo da faixa
se possa usar a tensão de polarização de medida e quando há algum problema o
5 V comum aos circuitos digitais. sinal assume um valor negativo, por
Existe ainda o sinal de transmissão de exemplo, -2,5 V cc. Esta faixa possui o
1 a 5 V cc, porém ele não é adequado pois zero vivo.
há atenuação na transmissão da tensão.
Usa-se a corrente na transmissão e a 2. Natureza do transmissor
tensão para a manipulação e
condicionamento do sinal localmente, Como há dois sinais padrão na
dentro do instrumento. instrumentação, também há dois tipos de
transmissores: pneumático e eletrônico
Relação 5:1
Todos os sinais de transmissão, 2.1. Transmissor pneumático
pneumático e eletrônicos, mantém a
O transmissor pneumático mede a
mesma proporcionalidade entre os valores
variável do processo e transmite o sinal
máximo e mínimo da faixa de 5:1, ou seja
padrão de 20 a 100 kPa (3 a 15 psig),
proporcional ao valor da medição. A sua
100 kPa 20 mA 15 psi 5V
= = = =5 alimentação é a pressão típica de 140 kPa
20 kPa 4 mA 3 psi 1V (20 psig). O mecanismo básico para a
geração do sinal pneumático é o conjunto
Esta proporcionalidade fixa facilita a bico-palheta, estabilizado pelo fole de
conversão dos sinais padrão, pelos realimentação.
transdutores. Para funcionar o transmissor
pneumático requer a alimentação de ar
Zero vivo comprimido, no valor típico de 140 kPa (22
Todas as faixas de sinais padrão de psi). O transmissor é alimentado
transmissão começam com números individualmente por um conjunto de filtro
diferentes de zero, ou seja os sinais regulador. O regulador pode ser fixo
padrão são 20 a 100 kPa e não 0 a 80 kPa, (ajustável na oficina) ou regulável pelo
4 a 20 mA cc e não 0 a 16 mA cc. Diz-se operador, no local.
que uma faixa com supressão de zero, ou Há dois princípios mecânicos básicos
seja partindo de número diferente de zero para o funcionamento do transmissor
é detectora de erro. Por exemplo, seja o pneumático:
transmissor eletrônico de temperatura com 1. balanço de forças e
faixa de medição de 20 a 200 oC. A sua 2. balanço de movimentos.
saída vale:
4 mA, quando a medida é de 20 oC,
20 mA, quando a medida é de 200 oC e
0 mA, quando há problema no
transmissor, como falta de alimentação ou
fio partido .
Se a saída do transmissor fosse um
sinal de 0 a 20 mA não haveria meios de
identificar o sinal correspondente ao valor
mínimo da faixa com o sinal relativo às
falhas no sistema, como falta de
alimentação ou fio partido no transmissor
eletrônico ou entupimento do tubo, quebra
do tubo, falta de ar de suprimento no
transmissor pneumático.
Quando se manipula a tensão elétrica,
pode-se ter e se medir a tensão negativa e Fig. 2.8. Esquema típico de um transmissor
portanto pode-se usar uma faixa de 0 a 10 pneumático a balanço de forças (Foxboro)
V cc detectora de erro. Isto significa que o

2.2.5
Transmissor

Balanço de forças opcional do sinal de saída do


O sistema é mantido estável, pelo transmissor,
equilíbrio das forças aplicadas a uma 2. a velocidade da resposta é lenta
barra. A variação na medição desequilibra Os transmissores a balanço de força
o sistema, alterando a posição da barra, são genericamente chamados de d/p cell,
variando proporcionalmente o sinal embora rigorosamente d/p cell seja uma
transmitido e retornando o sistema à marca registrada da Foxboro e se refira ao
condição de equilíbrio. Como a posição da transmissor de pressão diferencial para
barra está relacionada com o equilíbrio ou medição de vazão e de nível.
balanço das forças atuando nesta barra, O transmissor pneumático a balanço de
este sistema é chamado de balanço de forças da Foxboro foi um dos mais bem
forças. sucedidos instrumentos da historia da
O diafragma sente a pressão do instrumentação. O transmissor pneumático
processo e através de um flexor, transmite era tão estável e repetitivo que, a partir
uma força a barra de força. A barra de dele, foi projetado e construído o
força funciona como a palheta em relação transmissor eletrônico, também a balanço
ao bico. A variável do processo modula a de forças.
distância entre o bico e a barra de forças.
Balanço de movimento
Através do mecanismo de transmissão
pneumática (relé pneumático, fole de No sistema a balanço de movimentos,
realimentação, mola de ajuste de zero) a medição é sentida pelo elo mecânico,
obtém-se uma saída padrão e estável de que desequilibra o sistema bico-palheta.
20 a 100 kPa (3 a 15 psi), linearmente Este desequilíbrio provoca variações no
proporcional à pressão medida. Através do sinal transmitido, até haver novo equilíbrio.
deslocamento do volante que serve como Na realidade há um balanço de posições
fulcro para o equilíbrio das forças e ajusta mas o sistema é referido como balanço de
a largura de faixa de medição. movimentos.
O transmissor a balanço de movimento
permite a indicação local da medição; é
naturalmente um transmissor-indicador.

Fig. 2.9. Transmissor pneumático a balanço de


forças: (a) esquema e (b) vista externa
Fig. 2.10. Esquema de transmissor pneumático a
As principais vantagens são: balanço de movimentos (Foxboro)
1. a robustez e a precisão da
operação, praticamente sem
movimento e desgaste das peças,
2. a opção da supressão ou da
elevação do zero, necessária
medições de nível.
As suas desvantagens são:
1. não há indicação local da variável
transmitida, mas apenas a indicação

2.2.6
Transmissor

alimentação não pode ser afetada pelo


valor da corrente gerada.
A tensão de alimentação pode variar,
dentro de limites convenientes e depende
principalmente do valor do sinal transmitido
e do valor da resistência total da malha de
controle.

Fig. 2.11. Transmissor a balanço de movimento

As principais vantagens do transmissor


a balanço de movimentos são:
1. apresenta a indicação da medida, no
local de transmissão Fig. 2.12. Tensão de alimentação e impedância da
2. opera com grande variedade de malha de transmissão eletrônica
elementos primários, pois a força
necessária para atua-lo é pequena
Transmissor indutivo
(cerca de 2 gramas).
As suas desvantagens são: No transmissor eletrônico a balanço de
1. não apresenta a opção de forças, o pequeno movimento provocado
abaixamento e elevação de zero. na barra de força é amplificado e posiciona
2. sua operação é mais delicada e sua o núcleo móvel de uma bobina. Quando a
calibração é mais difícil e menos pressão varia, a barra de força se
estável, por causa dos elos movimenta e altera a posição do núcleo da
mecânicos e das partes moveis. . bobina, variando a indutância. Através da
variação da indutância um circuito
2.2. Transmissor eletrônico condicionador gera o sinal padrão de 4 a
20 mA cc, proporcional a pressão medida.
O transmissor eletrônico mede a Este transmissor é chamado de indutivo,
variável do processo e transmite o sinal pois se baseia na variação do núcleo de
padrão de corrente de 4 a 20 mA cc uma bobina detectora. Atualmente, este
proporcional ao valor da medição. Ele transmissor foi substituído por outros
requer a alimentação, geralmente a tensão menores e melhores, como capacitivo, com
contínua. Normalmente esta alimentação é fio ressonante e sensor CI.
feita da sala de controle, através do
instrumento receptor (indicador,
controlador ou registrador), onde está a
fonte de alimentação. A alimentação é feita
pelo mesmo fio que porta o sinal
transmitido de 4 a 20 mA. Os conceitos de
fonte de tensão e de fonte de corrente
explicam porque se pode utilizar apenas
um par de fios para transportar tanto o
sinal de corrente como a alimentação de
tensão. A corrente só deve depender da
variável medida e não deve depender da
Fig. 2.13. Transmissor a balanço de forças indutivo
tensão de polarização. A tensão de

2.2.7
Transmissor

Transmissor capacitivo convertida e amplificada para o sinal


No inicio dos anos 80, a Rosemount padrão, linear, a dois fios de 4 a 20 mA cc.
lançou o transmissor eletrônico capacitivo,
que se tornou um dos tipos de
instrumentos mais vendidos na
instrumentação.
O princípio de operação básico é a
medição da capacitância resultante do
movimento de um elemento elástico. O
elemento elástico mais usado é um
diafragma de aço inoxidável ou de Inconel,
ou Ni-Span C ou um elemento de quartzo
revestido de metal exposto à pressão do
processo de um lado e uma pressão de
referência no outro. Dependendo da Fig. 2.14. Célula δ capacitiva (Rosemount)
referência, pode-se medir pressão absoluta
(vácuo), manométrica (atmosférica) ou
diferencial. O sensor capacitivo tem precisão típica
A capacitância de um capacitor de de 0,1 a 0,2% da largura de faixa e com a
placas paralelas, é dada simplificadamente seleção de diafragmas, pode medir faixas
por: de 0,08 kPa a 35 MPa (3 in H20 a 5000
psi).
A Os transmissores capacitivos perdem
C=ε em popularidade apenas para os com
d
strain gauge e tem-se as seguintes
onde
vantagens
C é a capacitância
1. alta robustez e
ε é a constante dielétrica do isolante
2. grande estabilidade
entre as placas
3. excelente linearidade
A é a área das placas
4. resposta rápida
d é a distância entre as placas.
5. deslocamento volumétrico menor
Como a pressão pode provocar um
que 0,16 cm3 elimina a necessidade
deslocamento, ela pode ser inferida
de câmaras de condensação e potes
através da capacitância, que também
de nível
depende de um deslocamento.
Suas limitações, principalmente dos
Os diafragmas isolantes detectam e
transmissores capacitivos mais antigos,
transmitem a pressão do processo para o
são:
fluido de enchimento (óleo de silicone). O
1. sensitividade à temperatura
fluido transmite a pressão de processo
2. alta impedância de saída
para o diafragma sensor no centro da
3. sensitividade à capacitância parasita
célula de pressão diferencial. O diafragma
4. sensitividade a vibração
sensor funciona como um elemento de
5. pequena capacidade de resistir à
mola que deflete em resposta à pressão
sobrepressão
diferencial aplicada através dele. O
O transmissor eletrônico capacitivo da
deslocamento do diafragma sensor, um
Rosemount foi outro instrumento best
movimento máximo de 0,10 mm, é
seller da instrumentação.
proporcional à pressão diferencial. As
placas de capacitor em ambos os lados do Transmissor fio ressonante
diafragma sensor detectam a posição do O transmissor com sensor a fio
diafragma sensor. A capacitância ressonante foi lançado no fim da década
diferencial entre o diafragma sensor e as de 1970, pela Foxboro, que gosta muito de
placas do capacitor é então proporcional fio, pois já havia aplicado o fio Nitinol, com
linearmente à pressão diferencial aplicada memória mecânica, para acionar ponteiros
aos diafragma isolantes. A capacitância é e penas dos instrumentos de display do
detectada por um circuito ponte e é sistema SPEC 200. Neste projeto, um

2.2.8
Transmissor

circuito oscilador faz um fio oscilar em sua Transmissor com sensor a CI


freqüência de ressonância, enquanto a Os transmissores mais recentes
tensão do fio é variada como uma função utilizam o estado da arte da tecnologia
da pressão do processo. As pressões do eletrônica, com um sensor a circuito
processo são detectadas pelos diafragmas integrado, com um chip de silício piezo-
de alta e baixa pressão, nos lados direito e resistivo difuso.
esquerdo do sensor. Quando a pressão Na fabricação deste sensor, boro é
diferencial aumenta, o fluido de difundido em uma estrutura de cristal de
enchimento transmite uma força silício para formar uma ponte de
correspondente ao fio, excitado por um Wheatstone totalmente ativa. Neste
campo magnético. O dano por processo de difusão, o boro e o silício são
sobrepressão é evitado pelos diafragmas unidos a um nível molecular, eliminado a
sendo suportados por placas reservas. A necessidade de métodos mecânicos de
variação na tensão do fio modifica a solda, como usado nos sensores
freqüência de ressonância do fio, que é convencionais de strain gauge. Este
então digitalmente medida. Configurações processo resulta em sensores com
semelhantes são usadas na medição de altíssima repetitividade e estabilidade,
pressão absoluta e manométrica. Quando somente conseguidas em instrumentos de
usado para medir pressão absoluta, o lado laboratório.
de baixa é coberto por uma capa e faz-se
vácuo na cavidade da ordem de 0,52 Pa
(0,004 mm Hg).

Fig. 2.16. Circuito da ponte de Wheatstone

Fig. 2.15. Sensor de pressão a fio ressonante A faixa de pressão de cada sensor de
(Foxboro) silício é determinada pela espessura do
silício diretamente sob a ponte de
Wheatstone. A espessura do diafragma de
As vantagens deste transmissor são: silício é determinada ataque químico na
1. boa repetitividade parte traseira de cada chip sob a ponte
2. alta precisão para uma profundidade específica. O chip
3. boa estabilidade acabado é então colada a uma placa de
4. baixa histerese pyrex ou alumina com suporte e isolação
5. alta resolução do chip. Para medição de pressão
6. sinal de saída forte manométrica ou diferencial, faz-se um
7. geração de um sinal digital. buraco através do pyrex para acessar a
As limitações incluem: cavidade na parte traseira do chip. Isto
1. sensitividade à temperatura fornece uma referência da pressão
ambiente, requerendo compensação atmosférica para o sensor de pressão
embutida. manométrica e uma passagem para o lado
2. sinal de saída não linear da baixa pressão do sistema de
3. alguma sensitividade à vibração e enchimento de fluido para o d/p cell. Para a
choque. medição de pressão absoluta, a cavidade

2.2.9
Transmissor

do chip é evacuada antes de colar a placa


de pyrex, fornecendo uma referência de
pressão absoluta.
O chip é então montado em um extrato
de cerâmica ou aço inoxidável selado a
vidro. Conexões com fio de ouro
completam o conjunto, que é juntado ao
pacote completo do sensor.
Diafragmas de isolação de vários
materiais resistentes a corrosão são
soldados no lugar, sobre o chip sensor e
as cavidades entre o chip são cheias sob Fig. 2.17. Transmissor de vazão tipo vortex
vácuo com óleo silicone DC-200 ou (Foxboro)
Fluorinert FC/B. Este processo isola
totalmente o sensor de silício do meio da
pressão sem um link mecânico. O 3. Transmissor e manutenção
diafragma de isolação também fornece a
proteção de sobrefaixa para o sensor de Quanto à manutenção e independente
silício no d/p cell. do princípio de funcionamento ou da
variável medida, há quatro tipos básicos de
Transmissor com sensor piezoelétrico transmissores eletrônicos disponíveis
O sensor é um cristal de quartzo ou atualmente:
turmalina que, quando exposto a pressão 1. analógico descartável
ou força em torno do seu eixo, é 2. analógico reparável
elasticamente deformado. A deformação 3. digital híbrido
produz uma força eletromotriz 4. digital inteligente
proporcional.
As vantagens do transmissor com 3.1. Transmissor analógico
sensor piezoelétrico são: descartável
1. pequeno tamanho
2. robustez O transmissor analógico descartável
3. alta velocidade de resposta possui saída analógica de 4 a 20mA cc e
4. autogeração do sinal. um circuito encapsulado irrecuperável
As desvantagens são: quando estragado. Quando o transmissor
1. limitado à medição dinâmica se danifica (o que os fabricantes
2. sensitividade à temperatura asseguram ser raro) é integralmente
3. necessidade de cabeamento substituído por outro. Sua confiabilidade é
especial entre sensor e circuito expressa não em MTBF (tempo médio
amplificador. entre falhas) mas em MTFF (tempo médio
A aplicação típica do sensor para a primeira falha).
piezoelétrico é no medidor de vazão Como vantagens, tem-se:
vortex. É piezoelétrico o sensor que 1. Baixo custo de aquisição, com
detecta a freqüência criada pelos vórtices preços típicos entre US$50 a
de De Karmann. US$350,
2. Baixo custo de reposição, pois é
mais barato substituir prontamente
um transmissor do que mandar um
instrumentista de manutenção a um
local distante para retirar do
processo um transmissor defeituoso,
levá-lo para a oficina, repará-lo,
levá-lo de volta para o processo e
reinstalá-lo. A substituição pré-
configurada pode ser feita na
primeira ida ao local do processo,

2.2.10
Transmissor

3. Pequeno tamanho, simplicidade e circuitos acessíveis para sua calibração e


transmissão a dois fios, manutenção. Eles podem ser reparados e
4. Facilidade de implementar técnica ter suas faixas de calibração alteradas no
de proteção, como segurança campo ou na oficina, pelo usuário final. Os
intrínseca e não incenditivo, pois o seus preços variam de US$300 a
encapsulamento favorece a US$500,00.
conformidade com exigências de
normas.

Fig. 2.20. transmissor convencional (Foxboro)

Fig. 2.18. Transmissor descartável de pressão As suas principais vantagens são:


(Dynisco) 1. O transmissor convencional é
reparável, possuindo um invólucro
que protege os circuitos e permitindo
o seu acesso fácil e seguro aos
circuitos. Seus circuitos analógicos
são simples e é fácil achar os
defeitos e repará-los. A possibilidade
de ser reparado torna o transmissor
Fig. 2.19. Transmissor de temperatura descartável
convencional mais seguro e menos
(Eckardt)
caro para serviço em longo prazo.
2. O transmissor é robusto, suportando
bem os rigores do processo, grande
As principais desvantagens e limitações
vibração mecânica, alto calor e
são:
atmosfera agressiva
1. A precisão é pior do que a dos
3. O transmissor convencional pode ter
outros tipos, pois o transmissor deve
sua faixa alterada dentro de grandes
ter baixo custo,
limites. O transmissor de
2. Pequena flexibilidade, pois o
temperatura pode aceitar todos os
transmissor tem somente uma única
tipos de termopares ou RTD de
entrada e faixa fixa de calibração e
vários valores. Tipicamente as
não são convenientes para
alterações de parâmetros são feitas
aplicações que requerem alterações
mecanicamente no campo ou na
freqüentes do processo,
oficina, ajustando-se
3. Geralmente são mais frágeis e
potenciômetros, alterando-se
menos resistentes a ambientes
posições de jumpers ou mudando
hostis, o bloco terminal podendo se
chaves DIP.
quebrar quando submetido a abuso;
4. O transmissor analógico tem melhor
4. Menos confiável, pois são usados
tempo de resposta que o do
projetos e circuitos mais baratos
transmissor digital e também se
para torná-los mais competitivos.
recupera mais rapidamente, depois
de uma interrupção de alimentação.
3.2. Transmissor analógico
5. Possui precisão melhor do que a do
convencional transmissor descartável e pior do
O transmissor analógico convencional que a do digital.
possui saída padrão de 4 a 20 mA cc e Como desvantagens, tem-se:

2.2.11
Transmissor

1. Menos estável e requer mais transmissor pode ser


calibração do que o transmissor eletronicamente programado para
digital, pois os ajustes mecânicos substituir qualquer outro transmissor
feitos através de potenciômetros de do sistema. Facilidades com vários
fio são pouco estáveis. tipos de sensores e faixas de
2. Não são adequados para aplicações medição permitem um menor
com operação e comunicação número de instrumentos reservas
digitais, porém, para a maioria das para reposição ou adição.
aplicações o alto custo da 3. Altíssima precisão: melhor do que
substituição dos transmissores qualquer outro transmissor.
analógicos convencionais por Tipicamente, da ordem de 0,05 a
digitais não se justifica 0,1% do fundo de escala.
4. Autodiagnose: a maioria dos
3.3. Transmissor inteligente digital transmissores digitais possui um
programa de autodiagnose em sua
O transmissor inteligente digital tem um
memória interna que
microprocessador embutido em seu
automaticamente identifica falhas do
circuito e possui saída digital, apropriada
sensor e do transmissor. O pessoal
para se comunicar com outros dispositivos
de manutenção de instrumentos
digitais com o mesmo protocolo. Ele não
pode usar a informação fornecida
possui a saída padrão de 4 a 20 mA cc.
pelas mensagens de erro enviadas
Suas vantagens são:
do transmissor no campo para a sala
1. Recalibração remota: o transmissor
de controle para preparar a
digital pode ser recalibrado sobre o
substituição e reparo do instrumento.
elo de dados digitais da sala de
O benefício é o menor tempo de
controle, através da estação de
malha parada.
operação, de um computador digital
5. Segurança de comunicação:
ou de um terminal portátil
diferente do transmissor
proprietário. Porém, isso é útil
convencional que tem um par de fios
somente em plantas envolvendo
para transportar o sinal seguro e a
grandes distâncias e com variações
perigosa alimentação, o sinal digital
freqüentes no processo. Ele permite
pode ser comunicado através de
alterações imediatas de parâmetros,
fibra óptica ou links de luz
sem perda de tempo e custo para
infravermelha, que são seguros por
mandar um técnico a cada ponto de
natureza.
medição para fazer uma alteração
manual.
Fig. 2.22. Transmissor inteligente (Foxboro)

Fig. 2.21. Transmissor inteligente com tomada por


flange e capilar.

2. Mínimo de reserva: uma grande


variedade de parâmetros de
operação pode ser armazenadas na As principais desvantagens do
memória do microprocessador do transmissor digital inteligente são:
transmissor digital. Um único

2.2.12
Transmissor

1. Custo: embora os preços tendem a O planejamento correto da aquisição de


cair e se comparar aos do transmissores híbridos pode economizar
transmissor convencional, o preço investimentos quando se implanta uma
de aquisição do digital ainda é um instrumentação digital do sistema global. O
pouco maior do que o do transmissor híbrido pode substituir tanto
convencional um transmissor analógico como um digital
2. Não padronização do sinal digital: existente sem necessidade de qualquer
este é o maior obstáculo técnico componente adicional. Também é
para o uso extensivo do transmissor necessário pouco treinamento de
digital. Atualmente ainda existem operadores e instrumentistas, quando de
vários protocolos de comunicação sua integração no sistema.
digital proprietários, como HART,
Foxcom, Fieldbus. Até que se 4. Receptores associados
chegue a um consenso acerca do
protocolo de comunicação digital,
muitos usuários preferirão não usar 4.1. Instrumentos associados
o transmissor digital.
A transmissão é uma função auxiliar,
3. Tempo de resposta: o transmissor
opcional. Usa-se o transmissor quando se
de campo operando em baixa
quer a indicação, o registro ou o controle
potência tem dificuldade de operar
da variável de processo em um local
rapidamente a comunicação digital.
remoto do processo, geralmente na sala de
A resposta demorada é inerente
controle. Como conseqüência, o
para começar e completar uma
transmissor sempre requer outro
transação de comunicação digital.
instrumento para completar sua função:
Além disso, alguns transmissores
indicador, registrador, controlador, alarme
inteligentes tem grande tempo de
ou integrador de vazão.
recuperação após a perda da
alimentação, durante o que os
transmissores excedem a faixa por
cima ou por baixo, acionando
erradamente alarmes e causando
problemas para outros instrumentos
no sistema.

3.4. Transmissor híbrido analógico


digital
Como ainda hoje a maioria das
aplicações envolve o sinal padrão de
corrente de 4 a 20 mA cc e também por
causa da ausência de uma padronização Fig. 2.23. Controladores de painel
do sinal digital, muitos transmissores
digitais possuem simultaneamente os dois
sinais de transmissão: Alguns transmissores podem ter uma
1. analógico de 4 a 20 mA cc e indicação local da variável medida. Outros
2. digital transmissores podem, opcionalmente, ter a
O transmissor é simultaneamente indicação de sua saída, que é proporcional
analógico e digital e o usuário experiente ao valor da variável medida.
pode tirar proveito das vantagens isoladas Há transmissores que podem medir
de cada tipo, como as vantagens de simultaneamente várias variáveis de
padronização e resposta rápida da processo e para tanto, eles possuem os
transmissão analógica e as vantagens de vários sensores destas variáveis
autodiagnose, facilidade de recalibração e embutidos em seu corpo. A aplicação
alteração de parâmetros da parte digital do clássica é na medição de vazão
transmissor. compensada, onde e quanto se quer medir

2.2.13
Transmissor

simultaneamente o sinal proporcional à 3. com ponto de ajuste igual a zero (sp


vazão (pressão diferencial), pressão = 0),
estática e temperatura. O instrumento 4. apenas com o modo proporcional
receptor associado a este transmissor é o (Ki = Kd = 0).
computador de vazão. Todos estes Opcionalmente, alguns transmissores
instrumentos envolvidos são podem receber a unidade derivativa no seu
microprocessados. circuito.

4.2. Alimentação 5. Serviços associados


O transmissor eletrônico montado no Como os outros instrumentos, o
campo sempre necessita de uma transmissor deve ser especificado,
alimentação. Raramente esta alimentação montado, calibrado rotineiramente e
é fornecida por bateria integral, por mantido em perfeitas condições de
questão de economia e de segurança. O funcionamento.
comum é a alimentação do transmissor ser
fornecida por um instrumento montado na 5.1. Especificação
sala de controle. Assim, além de receber o
sinal do transmissor, o instrumento Na especificação do transmissor,
receptor também alimenta o transmissor. devem ser fornecidos os seguintes
Alguns fabricantes possuem fontes de parâmetros ao fabricante:
alimentação separadas, montadas na sala 1. a variável do processo a ser
de controle, para alimentar os transmitida,
transmissores de campo, separadas e 2. o elemento sensor desejado, em
independentes de outros instrumentos. função da faixa, do processo, da
variável e do material,
3. o sinal padrão de transmissão e a
alimentação, como 20 a 100 kPa ou
3 a 15 psig (rigorosamente são
sinais diferentes, quanto a
calibração),
4. os materiais do corpo do
transmissor, dos parafusos, da
tampa e do elemento sensor,
Fig. 2.24. Fiação do transmissor, receptor e fonte 5. a montagem: tubo de 2" (pipe),
pedestal (yoke), superfície ou painel,
6. a faixa calibrada da variável,
7. a conexão ao processo: rosca 1/2"
4.3. Transmissor como controlador NPT, flange 150 psi, selo.
8. quando há contato direto com o
Em alguns casos raros e simples, o fluido do processo: tipo do material
próprio transmissor pode funcionar como quanto à corrosão, erosão, sujeira,
um controlador limitado. Para que a saída temperatura e pressão estática,
típica do controlador 9. identificação da malha do processo,
de
s = s o + K p (m − sp) + Ki ∫ edt + K d 10. a classificação mecânica do
dt invólucro: NEMA ou IEC IP,
11. a classificação elétrica do
fique igual a do transmissor instrumento, se elétrico e se
montado em área classificada: prova
s = Km de explosão, purgado ou
intrinsecamente seguro, entidade de
tem-se aprovação,
1. com bias igual a zero, (so = 0) 12. acessórios: conjunto filtro regulador,
2. com banda proporcional fixa e igual conjunto distribuidor (manifold),
a 100% (Kp = 1)

2.2.14
Transmissor

indicação do sinal de saída ou da 5.5. Calibração


variável medida,
A calibração do transmissor garante sua
13. opções extras, como materiais
exatidão. O transmissor é calibrado antes
especiais em contato com o
de ser montado. Depois, ele deve ser
processo (Monel, Hastelloy,
calibrado
tântalo, preparação para manipular
1. quando programado pelo plano da
oxigênio, cloro, hidrogênio, aplicação
qualidade (ISO 9000),
em serviço nuclear, amortecimento
2. depois da manutenção ou
maior que o normal, saída reversa,
3. quando requisitado pela operação.
aquecimento elétrico para evitar o
Calibrar um transmissor requer
congelamento, alta temperatura do
1. local adequado,
processo, selo de proteção, pontos
2. procedimento claro
de teste, proteção de sobre faixa.
3. padrões rastreados
4. técnico treinado
5.2. Instalação
5. registro documentado
A montagem do transmissor deve ser 6. prazo de validade
feita conforme as recomendações do
fabricante, diagramas do projetista e
normas de engenharia aplicáveis, quanto
aos aspectos de corrosão, segurança,
localização e funcionamento.
A partida e comissionamento do
transmissor de pressão diferencial para
vazão e nível envolve algumas operações
seqüenciais recomendadas pelo fabricante,
que se não forem seguidas corretamente
podem danificar o transmissor ou
descalibrá-lo.

Fig. 2.26. Calibração de transmissor (Rosemount)

Ambiente
Como o transmissor opera em
condições muito pouco exigentes (-40 a
+60 oC), raramente ele requer um
ambiente de calibração controlado. Porém,
o ambiente deve ser conhecido e as
condições de calibração (pressão,
Fig. 2.25. Transmissor para vazão de gás temperatura e umidade relativa ambientes)
devem ser registradas no relatório de
5.3. Configuração calibração.
Procedimento
5.4. Operação
Procedimento de calibração não é
O transmissor é geralmente um simplesmente o manual do fabricante, mas
instrumento cego, montado no campo, que algo mais abrangente que inclui o manual
não requer a atenção do operador. Quando do fabricante. O procedimento deve ser
possui indicação da variável medida, ele escrito pelo executante e pode ser
pode requerer a leitura periódica para copidescado (feita revisão para uniformizar
comparação com a indicação do painel. linguagem, arrumar estilo, eliminar erros
vernáculos) pelo chefe.

2.2.15
Transmissor

O procedimento tem o objetivo de precisão do instrumento e penalidade da


garantir que a mesma pessoa, em tempos não conformidade.
diferentes ou pessoas diferentes ao Programa consistente de calibração
mesmo tempo, façam a mesma calibração sempre prevê critério para administrar os
exatamente do mesmo modo. prazos, aumentando e diminuindo os
Procedimento que é usado geralmente intervalos, para que se trabalhe o mínimo
sofre revisões periódicas. Quando algo necessário com o máximo possível de
deve ser mudado, primeiro se muda o eficiência. Há vários critérios de alteração
procedimento, com o consenso de todos de prazos de validade de calibração; os
os envolvidos, e depois de muda o mais conhecidos são o de Schumacher e o
comportamento. de Grasmann.
Padrões Realização
Todos os padrões usados na calibração A calibração do transmissor geralmente
devem ser rastreados, ou seja, calibrados consiste em
contra outros padrões superiores e dentro 1. Simular a variável sentida, não a
do prazo de validade. A rastreabilidade do necessariamente a medida. Por
padrão é que lhe dá a garantia que ele exemplo, simula-se a militensão do
está confiável e fornece o valor verdadeiro termopar e não a temperatura
convencional. Se o padrão não estiver medida. Tipicamente são simulados
rastreado e sua calibração estiver vencida, os pontos correspondentes a 0, 25,
a calibração que ele faz não é confiável e 50, 75, 100, 75, 50, 25 e 0% da
portanto é inútil. faixa. Sobe-se e desce-se para
verificar histerese do transmissor.
Técnico treinado 2. Comparar os valores lidos com os
O executante da calibração deve valores pré-estabelecidos no
conhecer o instrumento que vai calibrar e relatório, conforme precisão do
todos os cuidados e procedimentos transmissor,
envolvidos. Enfim, deve estar treinado 3. Quando os valores lidos estiverem
especificamente para fazer a calibração. fora dos limites, ajustar o
Calibração feita por pessoa não transmissor nos pontos de zero e de
habilitada não é confiável. largura de faixa (span). Com os
ajustes, a saída do transmissor deve
Registro ser igual a 20 kPa ou 4 mA cc para
Toda calibração deve ser registrada e 0% da entrada e 100 kPa ou 20 mA
os registros devem ser guardados por cc, quando a variável assumir 100%
algum período estabelecido pelo do valor do processo (ou vice-versa,
executante. Os registros referentes ao quando a saída do transmissor for
programa de qualidade (ISO 9000) devem invertida). Os pontos intermediários
ser disponíveis e acessíveis ao auditor. devem seguir a curva de calibração,
Outros registros podem ser acessíveis ao geralmente uma reta.
cliente comprador (transferência de 4. Quando os valores estiverem dentro
custódia) ou algum fiscal do governo. dos limites, não se faz nada, a não
Calibração sem registro escrito é inútil. ser desmontar o circo, arrumar o
transmissor e voltá-lo para o
Prazo de validade processo. As pessoas não resistem
Toda calibração possui um prazo de e geralmente fazem pequenos
validade, depois do qual o instrumento se ajustes, o que não está de
torna não confiável. O prazo de validade é conformidade com o procedimento.
estabelecido pelo usuário, pois somente 5. Quando o transmissor não gera os
ele tem o domínio completo de todas as sinais dentro dos limites, depois de
informações e dados do instrumento e do um (ou dois, ou quantos o
processo. Este prazo considera o tipo de executante definir) ajuste, o
instrumento, recomendações do seu transmissor está com problema e
fabricante, severidade do processo, requer manutenção.

2.2.16
Transmissor

6. Depois de qualquer manutenção, 2. a precisão nominal do transmissor.


todo instrumento deve ser calibrado. Com o tempo, o transmissor sofre
Além destes pontos, que se aplicam a desvios que o fazem se afastar de
todo transmissor, ainda se deve tomar os seu desempenho nominal e a
seguintes cuidados: manutenção correta elimina estes
1. A calibração dos transmissores a desvios.
balanço de movimentos exige Calibrar e fazer manutenção do
também os ajustes de angularidade. transmissor são operações totalmente
2. Os transmissores de nível e de diferentes, embora haja algumas
vazão, quando operaram em correlações como:
pressões diferentes da atmosférica, 1. Se um transmissor não consegue
devem ser alinhados ser calibrado, ele requer
dinamicamente. manutenção.
3. A calibração do transmissor deve ser 2. Depois de qualquer manutenção, o
feita na posição real de trabalho. transmissor necessita ser calibrado.
4. Transmissor inteligente requer
calibrador especial proprietário

(também chamado de configurador,
comunicador, terminal portátil), que
também deve ser periodicamente
rastreado.

Fig. 2.27. Calibração de transmissor inteligente


através do Comunicador Hart (Rosemount)

5.6. Manutenção
Quando o transmissor apresenta algum
problema evidente de operação, ele deve
ser submetido à manutenção. Alguns
transmissores também podem ser
submetidos a programas de manutenção
preventiva. A manutenção tem os objetivos
principais de garantir:
1. a continuidade operacional do
instrumento, e como resultado, do
processo
 Apostila\Instrumentação 22Transmissor. Doc 11 DEZ 98
(Substitui 20 SET 96)

2.2.17
2.3
Condicionadores de Sinal
A medição volumétrica dos gases só
1. Conceito tem significado prático quando se faz a
compensação da pressão estática e da
Há necessidade de se ter instrumentos temperatura do processo. Compensar a
com funções auxiliares para alterar o sinal medição da vazão significa medir os sinais
gerado pelo sensor e combinar analógicos proporcionais à vazão, à
matematicamente vários sinais padrão. pressão e à temperatura e continuamente
Como o sinal gerado pelo elemento sensor executar a seguinte equação matemática:
pode ser inadequado para ser usado pelo Como o volume do gás é diretamente
instrumento de display, é necessário proporcional à temperatura e inversamente
utilizar um instrumento para alterar este proporcional à pressão, na compensação
sinal para torná-lo mais conveniente para o fazem-se as operações inversas, ou seja:
uso no instrumento display. Esta alteração
pode ser linearização do sinal, filtro dos P
ruídos, amplificação do sinal. Fc = Fm
T
O computador analógico é o
instrumento que executa as operações
onde
matemáticas, a seleção dos sinais, o
Fc é a vazão compensada
alarme, o condicionamento e a geração de
Fm é a vazão medida, sem
sinais analógicos.
compensação
Ele pode ser pneumático ou eletrônico.
P é proporcional à pressão absoluta
Quando pneumático é também chamado
T é proporcional à temperatura
de relé pneumático ou relé computador. O
absoluta
computador analógico pneumático é mais
Quando o sistema de medição inclui a
limitado e pode manipular apenas um ou
placa de orifício, o sinal é proporcional ao
dois sinais de entrada. Quando eletrônico,
quadrado da vazão e a relação acima fica
ele pode manipular até quatro sinais
analógicos ao mesmo tempo.
P
Fc = Fm
2. Aplicações T
O computador analógico processa os
sinais de informação para desempenhar as Quando se usam computadores
funções matemáticas requeridas pelo pneumáticos, são necessários três
processo. instrumentos:
A aplicação típica dos computadores 1. extrator de raiz quadrada
analógicos é na medição compensada da 2. divisor
vazão. 3. multiplicador

2.3.1
3. Funções desenvolvidas
Os principais computadores analógicos
que desenvolvem operações matemáticas
são:
3.1. Multiplicador/divisor
A sua função matemática genérica é:

D = A.B/C

onde D é a saída e A, B e C são as entradas.

Fig. 3.1. Computador analógico pneumático Quando pneumático, o computador


analógico só pode receber dois sinais de
entrada e portanto, ele só pode executar
Na teoria, é indiferente a ordem das uma única operação, por vez. Através da
operações, mas na prática as operações alteração da posição do relé pneumático
devem ser feitas na seguinte ordem: ele pode ser :
1. No sistema com pequena variação
da pressão estática e grande multiplicador: D = A × B
variação na temperatura: primeiro A
se faz a multiplicação F.P e depois divisor: D =
C
a divisão por T.
2. No sistema com grande variação da extrator de raiz quadrada: D = A
pressão estática e pequena
variação na temperatura: primeiro elevador ao quadrado: D = A 2
se faz a divisão F/T e depois a
multiplicação por P. Quando eletrônico, ele pode executar
A regra mnemônica é: a variável que sofre as operações simultaneamente e através
pequenas variações é manipulada duas da alteração das entradas, realimentações
vezes e a que varia muito é operada da saída e colocação de jumpers, pode-se
apenas uma vez, de modo que os erros ter a combinação das operações de
resultantes são os menores possíveis. multiplicação, divisão, extração de raiz
O multiplicador e o divisor podem ser quadrada e elevação ao quadrado.
usados também no sistema de controle de
relação de vazões, quando os 3.2. Somador/subtrator
computadores servem para determinar o A saída do instrumento vale:
ponto de ajuste ou para modificar a vazão
medida. D = aA +- bB +-cC +-eE,
O seletor de sinais é o instrumento
chave para o controle auto-seletor; o onde
computador seleciona automaticamente a A, B, C e E são os sinais de entrada,
variável cujo valor está mais próximo do D é o sinal de saída,
valor critico de segurança. a, b, c e e são os ganhos das entradas.

3.3. Extrator de raiz quadrada


É o instrumento tipicamente aplicado
para linearizar o sinal de saída do
transmissor de vazão associado a placa de
orifício, quando se tem a saída do
transmissor proporcional ao quadrado da
vazão. Como visto, a extração da raiz
quadrada pode ser executada pelo

2.3.2
multiplicador/divisor, porem, 'e mais o de valor intermediário. O seletor de valor
econômico o uso do instrumento intermediário recebe três sinais de entrada
especifico. A saída do extrator vale: e seleciona o sinal do meio. O valor
intermediário entre três sinais não deve ser
D= A confundido com o valor médio de dois a
quatro sinais. Por exemplo, o somador
pode ser ajustado para dar a media dos
sinais.
3.6. Alarme
O alarme pode ser acionado
diretamente pela ação do ponteiro do
indicador e da pena do registrador em
microswitches ou pode ser realizado pelo
computador analógico, que recebe o sinal
analógico na entrada e muda o contato
elétrico da saída, quando o valor do sinal
atingir os limites críticos predeterminados.
Pode haver três tipos diferentes de alarme:
1. alarme absoluto, de máximo e/ou de
mínimo. A saída do modulo de alarme
muda de estado quando o sinal de
entrada atinge um valor pré-ajustado,
de máximo ou de mínimo.
2. alarme de desvio, aciona o contato
de saída quando os dois sinais
Fig. 3.2. Sinal linear e quadrático
variáveis da entrada se desviam de um
valor predeterminado. Este tipo de
alarme se aplica principalmente em
3.4. Caracterizador do sinal controle, quando os dois sinais
alarmados são a medição e o ponto de
É um instrumento que aproxima qualquer
ajuste; quando os sinais se afastam de
função matemática para vários segmentos
uma valor ajustado, o alarme é
de reta, com os pontos de inflexão e as
acionado.
inclinações dos segmentos ajustáveis. Sua
3. alarme de diferença é acionado
aplicação pratica é a linearização dos
quando o sinal se afasta de um sinal de
níveis de tanques de formatos não
referencia ajustável de um valor
lineares. Exemplos de tanques com
determinado.
formatos lineares: quadrados,
retangulares, cilíndrico em pé; exemplos
de não-lineares: esféricos, cônicos e
cilíndricos deitados. A curva (nível x
quantidade estocada) de um tanque
esférico tem um formato de S e pode ser
aproximada para vários segmentos de reta
através do caracterizador de sinal. Através
da medição do nível e do caracterizador,
pode-se determinar diretamente a
quantidade estocada.
3.5. Seletor de sinais
Este instrumento recebe de duas a quatro
entradas e seleciona automaticamente
apenas um sinal de entrada. Os seletores
mais usados são o de máximo ou mínimo e

2.3.3
3.7. Compensador dinâmico 4. Linearização da Vazão
O compensador dinâmico possui a
função de adiantar ou atrasar o sinal
aplicado a entrada. Ele é chamado de 4.1. Introdução
lead/lag e se aplica no controle preditivo Linearizar um sinal não-linear é torna-lo
antecipatório (feedforward). linear. Só se lineariza sinais não lineares,
aplicando-se a função matemática inversa.
3.8. Gerador de sinais
Por exemplo, lineariza-se o sinal
O computador analógico pode gerar quadrático, extraindo a sua raiz quadrada;
sinal na saída, sem sinal aplicado na lineariza-se o sinal exponencial, aplicando
entrada. A sua saída gera um sinal com seu logaritmo.
característica conhecida e ajustável, como A linearização pode ser feita de vários
a rampa universal, a tensão ajustável, o modos diferentes, tais como:
temporizador. 1. escolha da porção linear da curva,
3.9. Transdutor como na aplicação de medição de
temperatura por termopares. Cada
Genericamente, transdutor é qualquer tipo de termopar apresenta uma
dispositivo que altera a natureza do sinal região linear para determinada faixa
recebido na entrada com o gerado na de temperatura.
saída. Deste ponto de vista, o elemento 2. uso de uma escala não-linear, como
sensor, o transmissor, o conversor são na aplicação de medição de vazão
considerados transdutores. por placa de orifício. Como a placa
Em instrumentação, transdutor é o de orifício gera uma pressão
instrumento que converte o sinal padrão diferencial proporcional ao
pneumático no sinal padrão de corrente quadrado da vazão, usa-se uma
eletrônica (P/I) ou vice versa (I/P). Ele escala do indicador ou um gráfico
possibilita a utilização de instrumentos do registrador do tipo raiz
pneumáticos e eletrônicos na mesma quadrática, podendo ler diretamente
malha. Eles são chamados incorretamente o valor da vazão em unidades de
de conversores. engenharia. Quando se usam
Resumidamente, tem-se: termopares para medições de
1. elemento sensor, onde a entrada e a temperatura que incluem regiões
saída são ambas não-padronizadas, não-lineares, usam-se as escalas
2. transmissor, onde a entrada é não- especificas para cada termopar, tipo
padronizada e a saída é padronizada, J, K, R, S, T, E.
3. transdutor, onde a entrada e a 3. uso de instrumentos linearizadores,
saída são ambas padronizadas, como o extrator de raiz quadrada do
4. conversor, onde a entrada e a saída sinal de pressão diferencial
são ambas de natureza elétrica; tem-se proporcional ao quadrado da vazão,
conversor A/D (analógico para digital), gerado pela placa de orifício.
D/A (digital para analógico), conversor 4. uso de circuitos linearizadores,
I/F (corrente para freqüência). incorporados no transmissor (por
O transdutor serve de interface entre a exemplo, transmissor inteligente) ou
instrumentação pneumática e a eletrônica. no instrumento receptor (registrador
Como o elemento final de controle mais de temperatura a termopar).
usado é a válvula com atuador 5. uso de pontos de curva de
pneumático, o transdutor I/P é usado linearização, armazenados em
principalmente para casar a ROMs ou PROMs, como nos
instrumentação eletrônica de painel com a sistemas de linearização de baixa
válvula com atuador pneumático. vazão em sistemas com turbinas
medidoras de vazão. A não
linearidade da medição é devida a
viscosidade e densidade do fluido

2.3.4
(numero de Reynolds) e do tipo de correspondem a grandes variações na
detecção-geração de pulsos. vazão e em altas vazões, grandes
6. uso de programas (software) de variações da saída correspondem a
linearização em sistemas digitais, pequenas variações na vazão.
como nos computadores de vazão
ou sistemas digitais de aquisição de Tab. 3.1. ∆p x saídas
dados. Durante a configuração do
sistema, tecla-se o tipo de não- Medidor vazão Saída linear Saída raiz quad.
linearidade do sinal de entrada e o % saída % vazão % vazão
sistema automaticamente lineariza 0,0 0,0 0,0
o sinal. 1,0 1,0 10,0
10,0 10,0 31,6
4.2. Medidores Lineares e Não- 25,0 25,0 50,0
lineares 50,0 50,0 70,7
75,0 75,0 86,6
O medidor de vazão linear é aquele
100,0 100,0 100,0
cuja saída varia diretamente com a vazão.
Isto significa que uma dada percentagem
da saída corresponde `a mesma
percentagem de vazão. Matematicamente, A linearização do sinal quadrático é
tem-se: feita pelo computador analógico chamado
extrator de raiz quadrada, onde é valida a
vazão = K x saída seguinte relação:

São exemplos de medidores lineares: % saída = % entrada


1. turbina, cuja freqüência de pulsos é
linearmente proporcional `a vazão O extrator de raiz quadrada possui alto
volumétrica instantânea, ganho em pequenas vazões e pequeno
2. medidor magnético, cuja amplitude ganho em grandes vazões. Para contornar
da tensão variável é linearmente a grande instabilidade do instrumento em
proporcional `a vazão volumétrica manipular os pequenos sinais, são usados
instantânea, vários macetes:
3. vortex, cuja freqüência de pulsos é 1. a saída fica zero quando a entrada
linearmente proporcional `a vazão é pequena (menor que 10%),
volumétrica instantânea, 2. a saída fica igual a entrada quando
4. mássico, tipo Coriolis, cuja a entrada é pequena (menor que
freqüência de precessão é 10%),
linearmente proporcional `a vazão 3. calibra-se o extrator com o zero
mássica instantânea, levemente abaixo do zero
Quando a saída do medidor não verdadeiro, eliminando o erro em
corresponde linearmente `a vazão, o baixas vazões e tendo pequeno
medidor é não-linear. O medidor não-linear erro em grandes vazões.
mais comum é a placa de orifício, que
produz uma pressão diferencial
proporcional ao quadrado da vazão. Tem-
se as seguintes equações:

vazão = K × saída

saída = K' (vazão)2

Quando a vazão medida dobra de valor, a


pressão diferencial gerada aumenta de 4
vezes. Como resultado, em baixas vazões,
pequenas variações da saída

2.3.5
5. Compensação
onde o fator simplificado (P/ZT) compensa a
variação da pressão e temperatura (que determinam
5.1. Introdução a densidade), variando das condições nominais de
projeto para as reais de operação e calcula o volume
Em serviços de medição de gás, a
requerido nas condições nominais para provocar o
maioria dos medidores de vazão mede o
efeito da mesma vazão nas condições reais. Isto
volume real ou infere o volume real,
significa, por exemplo, que se P/ZT for 1,10, o gás
tomando como referência a vazão
nas condições reais é 1,10 mais denso do que o gás
volumétrica nas condições nominais de
nas condições nominais e 10% mais de gás vaza
operação. Quando as condições reais do
realmente através do medidor linear do que está
processo se afastam das condições
medido, assumindo as condições nominais de
nominais de projeto de operação, ocorrem
operação.
grandes variações no volume real,
Nas condições nominais de operação,
resultando em grande incerteza na
o fator (P/ZT) é usado para corrigir o
medição da vazão. Um modo de resolver
volume real antes que as não linearidades
este problema seria manipular a vazão
sejam compensadas. Assim, estes fatores
mássica, medindo-se a vazão volumétrica
são tratados do mesmo modo que a
e a densidade do fluido e usar a relação
densidade, nas equações do medidor.
Quando a vazão variar não linearmente
W=rxQ
com a densidade do gás, a vazão também
vai variar não linearmente com o fator
onde
P/ZT. Para o sistema com placa de orifício,
W é a vazão mássica
portanto, o fator de compensação é a raiz
Q é a vazão volumétrica
quadrada de P/ZT, pois a vazão
r é a densidade.
volumétrica é proporcional `a raiz quadrada
A medição da densidade de um fluido
da densidade.
vazando é relativamente cara, demorada e
A compensação da pressão e
pouco confiável e a prática mais comum é
temperatura usa a hipótese de o fator de
inferir o valor da densidade a partir dos
compressibilidade Z ser constante nas
valores da pressão estática absoluta e da
condições de operação próximas das
temperatura do processo, aplicando-se a
condições nominais e despreza os efeitos
lei do gás real.
da compressibilidade.
Tem-se:
Para se medir a vazão volumétrica compensada
usa-se a equação, para o medidor linear:
 Z  P  T 
Vf = Vn  f  n  f 
 Zn  Pf  Tn   Z  P  T 
Vf = Vn  n  f  n 
 Z f  Pn  Tf 
ou quando as condições nominais de operação são
conhecidas e podem ser resumidas em uma
e quando o fator de compressibilidade
constante matemática, a equação fica simplificada
nas condições reais não se afasta do fator
como:
nas condições nominais:

 Z × Tf   P  T 
Vf = K × Vn  f 
Vf = Vn  f  n 
 Pf 
 Pn  Tf 
Fazer a compensação da temperatura
Para um medidor com saída proporcional ao
e pressão reais do processo, que se
quadrado da vazão, tem-se a equação:
afastaram da temperatura e pressão
nominais é justamente multiplicar por
 P  T 
Vf = Vn  f  n 
Pf
 Pn  Tf 
Z f × Tf

2.3.6
Note-se que a equação da vazão Tab. 3.2. Erros da medição do gás sem
compensada é o inverso da equação da lei compensação de T
dos gases, justamente para eliminar os
efeitos da pressão e da temperatura. Ou Temperatura (oC) Erro (%)
seja, como a vazão volumétrica depende -20 -13
da pressão e temperatura de um fator -10 -11
(ZT/P), deve-se multiplicá-la por um fator -5 -7
de compensação (P/ZT) para se ter uma 0 -6
vazão volumétrica compensada. 5 -4
A operação de corrigir um erro fixo é 10 -2
chamada de polarização (bias) e a 15 0
compensação é a correção de um erro 20 +2
25 +4
variável.
30 +6
Quando somente se quer a 40 +8
compensação da pressão, pois a 45 +9
temperatura é se afasta pouco de seu valor 50 +10
nominal, assume-se um valor constante
igual ou diferente do nominal e o incorpora * Condição padrão (standard)
`a constante. (Cfr. Industrial Flow Measurement, D.W. Spitzer)
Quando a temperatura for constante e Tab. 3.3. Erros da medição do gás sem
diferente do valor nominal, em lugar de compensação da P
usar um medidor de temperatura para Pressão, Tolerância em torno da pressão nominal
fazer a compensação continua, aplica-se psig
um fator de correção na leitura do medidor. Psig 0,25 0,50 1 2 3
A compensação da pressão é 0,25 1,7% NA NA NA NA
implementada, multiplicando-se a pressão 2,0 1,5% 3,0% 6,1% 12,2% NA
5,0 1,3% 2,6% 5,2% 10,3% 25,8%
absoluta pela vazão medida e uma 10 1,0% 2,0% 4,1% 8,2% 20,5%
constante, antes de linearizar a saída do 20 0,7% 1,5% 2,9% 5,8% 14,5%
medidor. 50 0,4% 0,8% 1,6% 3,1% 7,8%
De modo análogo, quando a pressão é 75 0,3% 0,6% 1,1% 2,2% 5,6%
assumida constante e diferente do valor 100 0,2% 0,4% 0,9% 1,7% 4,4%
nominal, se aplica um fator para a leitura 125 0,2% 0,4% 0,7% 1,4% 3,6%
do medidor em lugar de usar um medidor
de pressão para a compensação. A (Cfr. Industrial Flow Measurement, D.W. Spitzer)
compensação da temperatura é
implementada, multiplicando-se a
temperatura absoluta pela vazão medida e 5.2. Condições normal, padrão e real
uma constante, antes de linearizar a saída
Na medição do fluido compreensível, é
do medidor.
mandatório definir as condições sob as
quais está sendo medida sua vazão
volumétrica. A mesma vazão de um fluido
compreensível pode ser expressa por
valores totalmente diferentes, em função
das condições especificadas.

2.3.7
As condições normal de pressão e 5.3. Compensação da Temperatura
temperatura (CNPT) são: de Líquidos
Temperatura : 0,0 oC (273,2 K) As necessidades da precisão que
Pressão : 760 mm Hg (14,6959 psi) requerem compensação para as variações
Umidade relativa: 0% de densidade causadas pelas variações da
temperatura do liquido são poucas (por
Pela norma ISO 5024 (1976), as condições exemplo, amônia). Neste caso, deve-se
padrão (standard) são: medir a temperatura do liquido e
compensar segundo a formula:
Temperatura : 15,0 oC (59 oF, 288,2 K)
Pressão : 101, 3250 kPa (14,6959 psi) Vf = Vn /T
umidade relativa: 0%
Constante Universal: 8,3144 J/(g.mol.K) 5.4. Tomadas de Pressão e
Temperatura
Há autores que assumem a As tomadas da pressão e da
temperatura padrão (standard) igual a temperatura devem ser localizadas
15.56 oC (60 oF). Para líquidos, a corretamente para cada tipo de medidor de
temperatura padrão base é também igual a vazão, para minimizar o erro na medida
15,0 oC, na indústria; em laboratório é final.
comum usar a temperatura de 20,0 oC. A tomada da pressão é mais critica que
As condições de operação, de trabalho a da temperatura, pois há uma grande
ou reais são aquelas efetivamente variação da pressão local no medidor de
presentes no processo. vazão. Na prática, há uma pequena
Por exemplo, seja a vazão volumétrica diferença entre a pressão a montante
de ar igual a 100 m3/h, nas condições (maior) e a jusante (menor) do medidor,
reais de 30 oC e 2,0 kgf/cm2A. Esta vazão quando o medidor provoca uma perda de
pode ser expressa como: carga. É comum se tomar a pressão a
montante do medidor. Qualquer que seja a
100 m3/h real, (30 oC e 2,0 kgf/cm2) localização, a pressão deve corresponder
180 Nm3/h, (0 oC e 1,0 kgf/cm2 A) a vazão não perturbada, em pontos sem
190 Sm3/h, (15,0 oC e 1,0 kgf/cm2 flutuações ou pulsações. Alguns medidores
Absoluta) de vazão já possuem a tomada de pressão
no seu corpo. No sistema com placa de
Em inglês, as unidades e abreviações orifício, é comum se usar a mesma tomada
comuns são: a montante da placa usada medir a
ACFM (actual cubic foot/minute) e pressão diferencial. Nos programas de
SCFM (standard cubic foot/minute). computador de cálculo de placa, o menu
apresenta as opções de tomadas a
montante ou a jusante da placa.
Propriedades do Ar nas Condições Padrão: A tomada de temperatura é menos
critica, desde que há pouca variação da
Compressibilidade (Z) 0,999 582 4 temperatura ao longo do medidor de
Densidade 1,225 42 kg/m3 vazão. As tomadas de temperatura estão
Peso molecular 28,962 4 tipicamente localizadas a cerca de 10
diâmetros depois do medidor, para não
causar turbulência na entrada do medidor.
Deve-se destacar que os sensores de
vazão e de temperatura são tem
necessidades opostas, quanto ao local de
montagem: os sensores de vazão
requerem local tranqüilo, sem distúrbios;
os de temperatura devem ser usados em
local com turbulência, para homogeneizar
a temperatura.

2.3.8
Na implementação da compensação da unidades de engenharia. Este fator de
pressão e temperatura na medição de multiplicação do totalizador depende da
vazão, é interessante investigar se já vazão máxima e da velocidade de
existem medições da pressão e da contagem desejada pelo operador.
temperatura do processo, a jusante ou a O contador só pode ter mostrador
montante do medidor de vazão, pois se digital. Em alguns contadores, os dígitos
elas já existirem em locais corretos, estas podem ser mostrados analogicamente,
medições podem ser usadas para a como os indicadores de consumo de
compensação, sem necessidade de energia elétrica caseiros.
instrumentos adicionais. O totalizador pode receber sinais analógicos ou
digitais. Quando o sinal de entrada é analógico, o
totalizador o converte, internamente, em pulsos e os
conta na saída. Quando o sinal de entrada já é em
multiplicador
- divisor
extrator raiz
quadrada
pulsos, o totalizador os escalona e os conta. Quando
controlador
os pulsos já são escalonados, o totalizador os conta
x/÷ √ de vazão diretamente. Pulso escalonado é aquele que já
possui uma relação definida com a unidade de
PT FY FY FIC engenharia de vazão, volume ou massa.
Há uma certa confusão entre o
si sin integrador e o contador. O integrador pode
nal al receber sinais analógicos e os integra. Na
FT operação de integração, o sinal analógico
é convertido para pulsos que são
TT finalmente contados. Todo integrador de
vazão possui um contador; ou seja, o
contador é o display do integrador. O
contador é também chamado de
FCV acumulador.
FE Os contadores podem ser
eletromecânicos ou eletrônicos. Os
contadores eletromecânicos custam mais
Fig. .3.3. Malha de compensação e linearização de
caro e requerem maior energia de
medição de gás com placa de orifício
alimentação, porem, quando há falta da
tensão de alimentação, o ultimo valor
totalizado permanece indicado. Os
contadores puramente eletrônicos são
6. Totalização da Vazão mais econômicos, requerem menor nível
de tensão de alimentação e consomem
O totalizador de vazão é um
muito menos energia. Porem, na falta da
instrumento completo que detecta, totaliza
tensão de alimentação eles perdem a
e indica, através de um contador digital, a
indicação. Para solucionar este problema,
quantidade total do produto, que passa por
são utilizados contadores eletrônicos
um ponto, durante um determinado
alimentados com bateria com vida útil de 5
intervalo de tempo.
a 10 anos. Deste modo, quando há perda
O totalizador de vazão é também
da alimentação principal, o contador não
chamado de integrador, de FQ, de
zera o valor totalizado.
quantificador e, erradamente, de contador.
O contador é apenas o display ou o
readout do totalizador.
Os totalizadores são calibrados para
fornecer a leitura direta, em unidades de
volume ou de massa do produto. Ele pode
possuir uma constante de multiplicação,
que é o numero que deve multiplicar pela
indicação para se ter o valor totalizado em

2.3.9
7. Serviços associados
O computador analógico é
especificado, escalonado, montado e
mantido para desempenhar a função
desejada.
A especificação do computador
analógico é simples e envolve:
1. a escolha da função a ser
executada,
2. a determinação dos sinais de
(a) Pneumático entrada e de saída,
3. o fornecimento da alimentação
compatível com os sinais
manipulados,
4. a identificação na malha..
O escalonamento (scaling) do
computador analógico é a adequação do
instrumento à função matemática
requerida. Escalonar o somador universal
é ajustar os ganhos e polarizações dos
(b) Eletrônico
sinais de entrada para ele fazer a soma
Fig. 3..4. Totalizador de vazão especifica do processo. O escalonamento
depende da função matemática, dos
dados do processo, dos sinais
FI manipulados e dos circuitos internos do
instrumento. A partir da equação genérica
do processo, desenvolve-se a equação
normalizada e chega-se a equação da
FT FQ 0 1 3 5 0 tensão. A partir da equação da tensão se
4 constrói a tabela de ajuste, atribuindo
valores notáveis para as entradas e
determinando teoricamente os valores da
saída. Fisicamente, ajustando-se os
ganhos e as polarizações do computador,
obtém-se as saídas teóricas.
Os limitadores de sinais e de alarme
FE possuem ajustes que possibilitam a
determinação do valor de acionamento.
Fig. 3..5. Indicação e totalização de vazão A montagem dos computadores deve
ser feita de conformidade com a literatura
do fabricante e com os diagramas de
Há contador com predeterminador: há um ligação do projeto. As ligações da entrada
contador normal e um contador onde se podem determinar a função
estabelece o valor determinado. Quando o desempenhada pelo computador.
contador atinge o valor pré-ajustado, ele Realimentações, curto circuitos e ligações
para de contar e o processo é adequadas do mesmo instrumento podem
interrompido. determinar funções totalmente diferentes
do multiplicador/divisor.


 Apostila\Instrumentação 23Condicionador. doc 11 DEZ 98 (Substitui 18 FEV 98)

2.3.10
Indicador

2.4
Indicador
como PG (pressure gauge). O elemento
1. Conceito sensor do indicador de pressão pode ser o
tubo Bourdon, o helicoidal, o fole, a espiral,
O indicador é o instrumento que sente o strain gauge . As escalas possuem
a variável do processo e apresenta o seu unidades de kgf/cm2, Pa (pascal) ou psig.
valor instantâneo. É freqüentemente O indicador de temperatura é também
chamado de medidor, receptor, repetidor, chamado de termômetro. Na prática, se
gauge, mas estes termos são chama de termômetro apenas o indicador
desaconselháveis por serem ambíguos e local de temperatura. Em algumas
imprecisos. Indicador específico de convenções se simboliza o indicador local
pressão é chamado de manômetro; de de temperatura como TG (temperature
temperatura é chamado de termômetro e o gauge). O elemento sensor do indicador de
de vazão, rotâmetro. Estes nomes também temperatura pode ser o bimetal, o
não são recomendados, embora sejam enchimento termal, a resistência elétrica e
muito usados. O recomendado é chamar o termopar. As escalas possuem unidades
respectivamente de indicador de pressão, de oC e K.
de temperatura e de vazão. O indicador de vazão é também
O indicador sente a variável a ser chamado de rotâmetro. Na prática, se
medida através do elemento primário e chama de rotâmetro apenas o indicador de
mostra o seu valor através do conjunto vazão de área variável. O símbolo FG
escala + ponteiro ou de dígitos. significa visor de vazão (flow glass) e é
O tag de um indicador da variável X é usado em sistemas onde se quer verificar
XI; de um indicador selecionável XJI. a presença da vazão e não
O indicador pode ser estudado necessariamente o seu valor, como na
considerando os seguintes parâmetros medição de nível com borbulhamento de
1. a variável medida gás inerte. O elemento sensor de vazão
2. o local de montagem mais usado é a placa de orifício; quando a
3. o formato exterior escala do indicador é raiz quadrática, pois
4. natureza do sinal a pressão diferencial gerada pela placa é
5. o tipo de indicação proporcional ao quadrado da vazão. Os
outros indicadores da vazão estão
2. Variável Medida associados à turbina, ao tubo medidor
magnético e ao medidor com
Dependendo da variável a ser indicada, deslocamento positivo . As escalas
há diferenças básicas no elemento sensor, possuem unidades de volume/tempo ou
nas unidades da escala e pode haver massa/tempo. Adicionalmente, a vazão
nomes específicos para o indicador. pode ser totalizada e o valor final é
O indicador de pressão é também indicado através de dígitos do contador.
chamado de manômetro. Na prática, se Não existe contador analógico para a
chama de manômetro apenas o indicador totalização da vazão.
local de pressão. Em algumas convenções
se simboliza o indicador local de pressão

2.4.1
Indicador

miniaturizados e pequenos, para economia


de espaço. Para ainda maior economia de
espaço é comum se ter indicadores com 1,
2 ou 3 ponteiros, para indicar
simultaneamente 2 ou 3 variáveis
independentes. Para facilitar a leitura,
neste caso de leituras múltiplas, cada
ponteiro tem uma cor diferente. O indicador
de painel possui geralmente escala
vertical, percorrida por ponteiros
horizontais.
Fig. 4. 1. Manômetro ou indicador local de pressão
(Foxboro)
4. Tipo da Indicação
A indicação da leitura pode ser
O indicador local de nível é chamado
analógica, feita através de um
de visor e possui o tag LG (level glass). A
posicionamento contínuo do ponteiro na
maioria dos sistemas de medição de nível
escala ou digital, através da amostragem
de líquidos se baseia na pressão
de um dígito.
diferencial. A escala típica para a medição
O instrumento analógico usa um
de nível é de 0 a 100% , sem unidade.
fenômeno físico para indicar uma outra
grandeza, por analogia. Ele mede um sinal
3. Local de Montagem que varia continuamente e como
conseqüência, a posição do ponteiro varia
Os indicadores podem ser montados
continuamente assumindo todas as
em dois lugares distintos no campo ou na
posições intermediários entre o 0 e 100%.
sala de controle.
Pode-se ter escala fixa e ponteiro móvel e
Os indicadores de campo ou locais são
mais raramente, escala móvel e ponteiro
montados próximos ao processo, muitas
fixo.
vezes diretamente na tabulação ou vaso
do processo. Os indicadores de campo
normalmente são formato grande,
tipicamente circulares, que é o formato
mais resistente. Quando usados ao relento
devem ser a prova de tempo e quando
montados em locais perigosos devem
possuir classificação elétrica especial
compatível com a classificação da área.

Fig. 4. 3. Indicadores com escala vertical e


horizontal (Foxboro)

Quando a leitura é através de um


número, o indicador é digital. Ele conta os
pulsos do sinal digital e indica o valor
através de dígitos que mudam
Fig. 4. 2. Indicador de painel (Foxboro) discretamente. Para cada valor da variável
medida, há um número indicado.
Atualmente já existem instrumentos
Os indicadores de painel geralmente são pneumáticos digitais, embora o mais
retangulares pois é mais fácil se fazer uma difundido seja o indicador eletrônico digital.
abertura retangular numa chapa de aço do
que uma abertura circular. São tipicamente

2.4.2
Indicador

Fig. 4. 4. Indicador digital de pressão (HBM)


Fig. 4. 5. Transmissor e indicador de pressão
(Foxboro)
Atualmente, são disponíveis
indicadores eletrônicos com barra de
gráfico (bargraph), que possuem técnicas e
5. Rangeabilidade da Indicação
circuitos digitais para a manipulação do Tão importante quanto à precisão e
sinal, porém, com a indicação final em exatidão do instrumento, é sua
forma de barra de LEDs (diodo emissor de rangeabilidade. Em inglês, há duas
luz) como se fosse analógica. palavras, rangeability e turndown para
Uma indicação digital, pelo fato apenas expressar aproximadamente a extensão de
de ser digital não é necessariamente mais faixa que um instrumento pode medir
precisa ou confiável que uma indicação dentro de uma determinada especificação.
analógica. Decididamente é mais fácil fazer Usamos o neologismo de rangeabilidade
uma leitura digital do que uma com para expressar esta propriedade.
ponteiro-escala, se cansa menos e há
menor probabilidade de cometer erros
quando se fazem inúmeras leituras digitais.
A precisão e a confiabilidade dependem
ainda da qualidade dos componentes, do
projeto, do mecanismo, da calibração e de
vários outros fatores.
Os indicadores de painel normalmente
são montados em estantes apropriadas
que já possuem conectores pneumáticos e
eletrônicos de encaixe rápido para facilitar
a substituição para a manutenção.
Na eletrônica são comuns as
indicações através de LEDs e quartzo
liquido. Atualmente. há pesquisa e
desenvolvimento com tecnologias
baseadas na ionização de plasma e Fig. 4. 6. Escalas de indicação
fluorescência no vácuo. O objetivo final de
qualquer projeto é a obtenção de uma
indicação visível à distância e de pequeno Para expressar a faixa de medição
consumo de energia elétrica. adequada do instrumento define-se o
Nos sistemas com computador digital, parâmetro rangeabilidade. Rangeabilidade
as indicações são feitas através de é a relação da máxima medição sobre a
monitores de vídeo e as telas também mínima medição, dentro uma determinada
simulam as escalas dos instrumentos, com precisão. Na prática, a rangeabilidade
leituras analógicas. estabelece a menor medição a ser feita,
depois que a máxima é determinada. A
rangeabilidade está ligada à relação
matemática entre a saída do medidor e a
variável medida. Instrumentos lineares

2.4.3
Indicador

possuem maior rangeabilidade que os valores. Um instrumento com pequena


medidores quadráticos (saída do medidor rangeabilidade é incapaz de fazer
proporcional ao quadrado da medição). medições de pequenos valores da variável.
Na medição de qualquer quantidade se A sua faixa útil de trabalho é acima de
escolhe um instrumento pensando que ele determinado valor; por exemplo, acima de
tem o mesmo desempenho em toda a 10% (rangeabilidade 10:1), ou de 33%
faixa. Na prática, isso não acontece, pois o (3:1).
comportamento do instrumento depende Em medição, a rangeabilidade se aplica
do valor medido. A maioria dos principalmente a medidores de vazão.
instrumentos tem um desempenho pior na Sempre que se dimensiona um medidor de
medição de pequenos valores. Sempre há vazão e se determina a vazão máxima,
um limite inferior da medição, abaixo do automaticamente há um limite de vazão
qual é possível se fazer a medição, porém, mínima medida, abaixo do qual é possível
a precisão se degrada e aumenta muito. fazer medição, porém, com precisão
Por exemplo, o instrumento com degradada.
precisão expressa em percentagem do Em controle de processo, o conceito de
fundo de escala tem o erro relativo rangeabilidade é também muito usado em
aumentando quando se diminui o valor válvulas de controle. De modo análogo,
medido. Para estabelecer a faixa aceitável define-se rangeabilidade da válvula de
de medição, associa-se a precisão do controle a relação matemática entre a
instrumento com sua rangeabilidade. Por máxima vazão controlada sobre a mínima
exemplo, a medição de vazão com placa vazão controlada, com o mesmo
de orifício, tem precisão de ±3% com desempenho. A rangeabilidade da válvula
rangeabilidade de 3:1. Ou seja, a precisão está associada à sua característica
da medição é igual ao menor que 3% inerente. Na válvula linear, cujo ganho é
apenas nas medições acima de 30% e até uniforme em toda a faixa de abertura da
100% da medição. Pode-se medir valores válvula, sua rangeabilidade é cerca de
abaixo de 30%, porém, o erro é maior que 10:1. Ou seja, a mesma dificuldade e
±,3%. Por exemplo, o erro é de 10% precisão que se tem para medir e controlar
quando se mede 10% do valor máximo; o 100% da vazão, tem se em 10%. A válvula
erro é de 100% quando se mede 1% do de abertura rápida tem uma ganho muito
valor máximo. grande em vazão pequena, logo é instável
o controle para vazão baixa. Sua
rangeabilidade vale 3:1. A válvula com
igual percentagem, cujo ganho em vazão
baixa é pequeno, tem rangeabilidade de
100:1.

6. Associação a Outra Função


A indicação é uma função passiva e
sua malha é aberta. A indicação pode estar
associada com as outras funções, como a
transmissão, o controle, o registro e a
totalização.
O transmissor a balanço de movimento
é naturalmente um indicador local da
Fig. 4.7. Precisão em percentagem do fundo de variável transmitida. Há transmissores que
escala possuem o indicador do sinal de saída e
como conseqüência a indicação indireta da
Não se pode medir em toda a faixa por variável transmitida.
que o instrumento é não linear e tem um Toda malha de controle a
comportamento diferenciado no início e no realimentação negativa requer a indicação
fim da faixa de medição. Geralmente, a da variável medida e do ponto de ajuste.
dificuldade está na medição de pequenos Quando o controlador é disponível na

2.4.4
Indicador

arquitetura modular, com a estação de e periodicamente, depois que entra em


leitura e separada do controlador cego, a operação. Os períodos de calibração são
indicação fica somente na estação de determinados principalmente pelos
leitura. seguintes parâmetros:
O registrador é naturalmente um 1. recomendação do fabricante,
indicador onde a escala é o gráfico e o 2. classe de precisão do indicador
ponteiro é a pena. Mesmo assim, o 3. agressividade do meio onde está
registrador possui também a escala auxiliar montado
de indicação. A indicação correta do 4. penalidade pela não conformidade
registrador é dada pela posição da pena da indicação
em relação a escala do gráfico. A calibração do indicador pode também ser
O indicador pode possuir alarme, determinada e requerida pelo pessoal da
normalmente acionado pela posição do operação, quando há desconfiança ou
ponteiro. certeza de que a sua indicação não é
confiável.
7. Serviços Associados Calibrar um indicador significa
1. simular a variável medida
O indicador deve ser especificado, 2. medi-la com um padrão rastreado
montado, calibrado, operado e mantido de 3. comparar o valor do padrão com o
modo a apresentar as leituras corretas e indicado pelo instrumento
com a precisão determinada pelo Quando necessário, deve-se ajustar a
fabricante. Para a especificação do posição do ponteiro na escala, de modo
indicador, devem ser considerados os que a indicação fique conforme um padrão
seguintes parâmetros: de referência, dentro dos limites de
1. a variável do processo associada, tolerância estabelecidos pela precisão do
2. o elemento sensor, que é função da indicador.
variável, da faixa de medição, do O ajuste do indicador consiste na
fluido e das condições de operação atuação nos mecanismos de zero, largura
e segurança do processo. de faixa, balanço ou linearidade (quando
3. a faixa calibrada, importante para a há interação entre zero e largura de faixa)
definição do elemento sensor e da e angularidade (se balanço de
escala, movimentos).
4. a escala, com os valores mínimo e Operar um indicador é fazer a sua
máximo, o formato e a unidade da leitura periodicamente. Quando o operador
variável, perceber alguma anormalidade no
5. a plaqueta gravada, com a indicador, ele deve requerer um
indicação útil para o operador, instrumentista para fazer a sua
6. a identificação da malha (tag), manutenção. O indicador é retirado pelo
7. o tipo de montagem campo, painel, instrumentista e é feita a manutenção na
superfície, tubo de 2" ou pedestal oficina.
(yoke).
8. o local de montagem e como
conseqüência, a classificação
elétrica e mecânica do invólucro.
9. as opções extras, com alarme,
acabamento especial, proteção
contra sobrefaixa.
A montagem do indicador deve ser feita
conforme a literatura recomendada do
fornecedor, dos diagramas do projeto e
das normas existentes.
Para que a leitura fornecida pelo
indicador seja confiável, é necessário que
ele seja calibrado, antes da montagem
(mesmo que já venha calibrado de fábrica)

2.4.5
2.5
Registrador
é do formato circular. O registrador circular
1. Introdução geralmente é montado no campo, próximo
ao processo e ligado diretamente ao
O registrador é o instrumento que elementos primário, não necessitando do
sente uma ou muitas variáveis do uso do transmissor. O gráfico possui o
processo e imprime o seu valor no gráfico, diâmetro externo típico de 12" e com
de modo contínuo ou descontinuo, mas rotação de 24 horas ou de 7 dias.
permanente. Ele fornece o comportamento Diariamente ou semanalmente o operador
histórico da variável. O registro é feito deve trocar o gráfico.
através de pena com tintas em gráfico O registrador montado no painel possui
móvel. O gráfico é também chamado de o gráfico em tira. Embora o tamanho físico
carta (influencia do inglês, chart). do registrador de painel (largura de 4")
O tag de um registrador da variável X seja menor que o circular de campo (12"
é XR; de um registrador multivariável UR e de diâmetro) e ocupe um terço do espaço,
de um registrador selecionável XJR. a área útil de registro no gráfico de tira é a
O registrador é diferente do mesma que a do circular (4").
instrumento chamado impressora. A Normalmente o percurso da pena é no
impressora imprime apenas os valores sentido horizontal, mas existe registrador
indicados, quando acionada ou cuja pena tem uma excursão vertical. O
programada. O registrador imprime os gráfico do registrador de painel pode ser
valores de modo automático e contínuo. do tipo rolo (duração de 30 dias) ou
Atualmente, há outros mecanismos sanfonado (duração de 16 dias).
mais eficientes e de maior capacidade Na parte superior do registrador está
para o armazenamento das informações, colocada a escala, que preferivelmente
tais como os disquetes e as fitas deve ser igual a do gráfico. Quando
magnéticas dos computadores digitais. houver mais de um registro, o registrador
O registrador pode ser estudado continua com uma única escala e o gráfico
considerando os seguintes parâmetros: possui várias escalas em gomos
1. a topografia diferentes. A função da escala do
2. acionamento do gráfico registrador é a de dar a ordem de
3. a pena e grandeza do registro e geralmente é de 0
4. o gráfico. a 100, linear, indicando percentagem.
Para fins de leitura e de Calibração, o que
2. Topografia deve ser lido é a posição da pena em
relação ao gráfico.
Por topografia deve-se entender a O registrador pode possuir as unidades
forma e o local de montagem do de controle. Tem-se assim o instrumento
registrador. Em função do formato, os registrador-controlador. Ele possui um
registradores são divididos em circulares e único elemento receptor, que está
em tira. acoplado mecanicamente ao sistema de
O registrador circular possui gráfico
circular e sua caixa não necessariamente

2.5.1
Registrador

registro (pena) e ao sistema de controle demonstrações didáticas e na sintonia do


(conjunto bico-palheta). controlador é desejável uma velocidade
maior. Tipicamente há durações de
gráficos circulares desde 1 minuto até 30
dias.

4. Penas
O registrador contínuo possui de 1 a 4
penas de registro. Quando o registrador
possui mais de uma pena, os tamanhos e
os modelos destas penas são diferentes,
para que não haja interferência mútua dos
registros. Isto deve ser considerado ao se
especificar as penas de reposição
especificar a posição da pena em questão
externa, intermediária, interna, primeira,
segunda.
Fig. 5. 1. Registrador de vazão e pressão (Foxboro)
O registrador multiponto possui uma
única pena ou dispositivo impressor
associado a um sistema de seleção de
3. Acionamento do Gráfico entradas. Há um sistema de varredura das
entradas, de modo que todas as leituras
A pena do registrador só se move
são lidas e registradas, uma de cada vez,
numa direção e sua posição depende do
consecutivamente e numa ordem bem
valor da variável registrada. para haver um
estabelecida. Para identificar a entrada ou
registro contínuo, o gráfico deve se mover
a variável registrada, usam-se cores de
em relação a pena. O acionamento do
tintas diferentes ou então o próprio
gráfico é conseguido por um motor que
dispositivo impressor possui diferentes
move engrenagens, que por sua vez
marcas de identificação.
movem o gráfico, desenrolando-o ou
desdobrando-o de um lado e enrolando-o
do outro lado.
O motor de acionamento do gráfico
pode ser elétrico, mecânico ou
pneumático.
No painel e em áreas seguras usam-se
motores elétricos com tensão de
alimentação de 24 V ca, 110 V ca ou 220
V ca. Quando o registrador é montado no
campo, em área classificada ou em local
sem energia elétrica, o acionamento do
motor deve ser através de mola mecânica; Fig. 5. 2. Registrador de painel (Foxboro)
a corda deste acionamento pode durar
cerca de uma semana. Alternativamente o
registrador com acionamento elétrico pode Há ainda os registradores de tendência
ser montado em área classificada, porém, ou trend recorder. São registradores que
deve ter a classificação elétrica compatível possuem 4 penas registradoras e recebem
com o grau de perigo do local. na entrada até 20 sinais diferentes e
O gráfico pode ser acionado e movido independentes para serem registrados.
em diferentes velocidades. A velocidade Um sistema adequado de seleção escolhe
mais comum para o registrador retangular 4 entradas particulares e as registra
de painel é de 20 mm/hora, considerada simultaneamente. Este tipo de registrador
lenta. Em partida de unidades, em faz o registro contínuo de multipontos e é
laboratórios, em plantas piloto, em muito útil em partidas de unidades ou
testes, quando se está interessado na

2.5.2
Registrador

tendência e na variação das grandezas


apenas durante o transiente.
O registrador de painel geralmente é
montado em estante apropriada e ocupa
duas posições, quando o movimento da
pena é horizontal; ele ocupa uma única
posição quando a pena se movimenta
verticalmente.
A pena pode ter formato em V ou em
caixa (box). A pena V requer a coloco
freqüente da tinta. Na pena tipo caixa, o
período de colocação de tinta é maior. Fig. 5.3. Registrador microprocessado (Yokogawa)
Como isso não é muito pratico, atualmente
a maioria dos registradores usa o sistema
de tubo capilar. A tinta é acondicionada Opcionalmente o registrador de painel
em pequeno reservatório e um sistema de possui uma lâmpada piloto e contatos de
tubo capilar a leva para a pena. Deve-se alarme acionados fisicamente pela
tomar cuidado especial com estes posição da pena. O conhecimento do
registradores durante seu transporte para alarme consiste em abrir a porta do
manutenção. No inicio da operação é registrador.
necessário se apertar o reservatório de
tinta - com cuidado - de modo que se 5. Gráficos
encha todo o capilar de tinta, expulse as
bolhas de ar e a tinta chegue até a pena. O registro das variáveis, feito pela
É uma boa idéia colocar um pedaço de pena, é conservado no gráfico. O gráfico
papel absorvente debaixo da pena quando deve ser de papel absorvente, de boa
se faz esta operação para prevenir qualidade, de modo que não estrague nem
borrões. entupa a pena. O traçado deve ser
O registrador de painel deve ser contínuo, nítido e sem borrão.
montado na posição horizontal, A analise do registro da variável pode
preferivelmente. Existem inclinações indicar o horário dos distúrbios do
máximas permissíveis, além das quais não processo. Para isso, assume-se que o
há registro. gráfico esteja corretamente instalado,
As cores das penas são iguais as ajustado para o tempo real do dia e que o
cores da tinta de registro. As tintas não registrador esteja calibrado.
devem ser misturadas, pois a cor da A tinta deve fluir pela pena, de modo
mistura é totalmente diferente da cor dos contínuo, conseguido pela pressão
componentes, e.g., o verde misturado com mecânica adequada entre a pena e o
o vermelho dá o marrom. gráfico. Se a pressão da pena é excessiva
O movimento da pena é linear, no pode haver rasgos no gráfico e desgaste
registrador de painel com gráfico de tira e excessivo da pena, se é insuficiente, pode
é um arco de circulo, no registrador com haver deslizamentos e saltos da pena.
gráfico circular. O comprimento de um gráfico de tira
varia de 30 a 70 metros de comprimento.
Normalmente o de rolo tem o dobro do
tamanho do gráfico sanfonado. O último
meio metro do gráfico de tira, quando
faltam cerca de 18 horas de registro, é
marcado com uma faixa vermelha, para
advertência da proximidade da troca do
gráfico.
O gráfico possui duas coordenadas o
valor registrado da variável e o tempo. O
movimento da pena é linear em uma
direção, normalmente transversal. O

2.5.3
Registrador

movimento mecânico do gráfico é regular 6. Associação a Outra Função


e longitudinal. A maioria dos gráficos usa
coordenadas cartesianas, geralmente O registro é uma função passiva que
retangulares com as linhas retas se armazena os valores históricos da variável
cruzando perpendicularmente. Quando do processo. A malha de registro é aberta,
pelo menos uma das linhas de referência iniciada no elemento sensor, ligado ao
é um arco de circulo, as coordenadas são processo e terminada no registrador.
curvilíneas. De pouco uso, porém O registrador ligado diretamente ao
existentes, são as coordenadas polares processo pode alojar a unidade de
uma distância e um ângulo. controle automático. No painel, as funções
de controle e de registro são sempre
independentes e executadas por
instrumentos separados.
O registrador pode ter, opcionalmente,
os contatos elétricos para alarme, que são
acionados pela posição da pena e podem
ser atuados pelo valor mínimo, máximo ou
diferencial. Cada pena possui os seus
contatos de alarme independentes.
(a) Rolo (b) Sanfonado O gráfico do registro da vazão
Fig. 5.4. Enrolamento do gráfico instantânea pode ser utilizado para a sua
totalização. A partir do registro da pressão
diferencial proporcional ao quadrado da
Existe uma grande quantidade de vazão pode-se determinar a quantidade
gráficos diferentes. As diferenças estão no total da vazão, numa operação manual ou
tamanho físico, no tamanho da área útil de através do planímetro.
registro, nas escalas, nos furos de fixação, Embora raro, é possível se associar a
no sistema de enrolamento. transmissão ao registrador local.
Para a especificação correta de um
gráfico deve se fornecer
nome do fabricante do registrador.
Obviamente o fabricante do registrado
fornece gráficos somente para uso em
instrumentos de sua marca. Mesmo que a
escala seja a mesma, as dimensões do
gráfico e da área útil de registro sejam
idênticas, pode haver diferenças na função
lateral, no sistema de acionamento.
Normalmente os fabricantes de
registradores fornecem inicialmente uma
quantidade de gráficos suficiente para 6
meses de operação.
formato e tipo de acionamento. Há
gráficos circulares de 10" e 12" de Fig. 5.5. Registrador com ações de controle
diâmetro e gráficos em carta tipo rolo ou (Foxboro)
sanfonado, de 4".
faixa de medição. Deve-se informar a
faixa ou as diferentes faixas e suas
características matemáticas. Por exemplo,
0-100 uniforme ou linear, 0 a 10 raiz
quadrática. Quando se trata do registro da
temperatura, o tipo da curva, além da faixa
de medição. Por exemplo, RTD de Pt,
termopar tipo J, K.

2.5.4
Registrador

7. Serviços Associados o pessoal da operação se responsabiliza


por esta tarefa.
O registrador deve ser especificado, A calibração do registrador deve ser
montado, operado e mantido de modo feita pelo instrumentista. Calibrar um
correto, para que não se danifique e que registrador é verificar se o sinal de entrada
registro os valores das variáveis com o correspondente. Quando estiver fora, o
mínimo erro especificado pelo fabricante. registrador deve ser ajustado. Ajustar o
Na especificação do registrador, registrador é posicionar pena em relação
devem ser conhecidos os seguintes ao gráfico (e não em relação a escala do
parâmetros: registrador) de conformidade com os
1. a variável do processo P, T, F, L. sinais de entrada.
2. o elemento sensor desejado
3. a montagem tubo 2", painel,
estante especial, ângulo de
inclinação.
4. o número e o tipo das penas, de
acordo com o número das variáveis
registradas 1 a 4 penas continuas
ou 6, 12 ou 24 pontos
5. o acionamento do gráfico elétrico
(tensão e freqüência), e mecânico
(duração da corda),
6. o enrolamento do gráfico,
7. a escala do registrador valor e tipo
(faixa de medição, linear, raiz
quadrática),
8. a escala do gráfico valor e tipo
(faixa de medição, marcação do
tempo, dupla, tripla, linear),
9. a plaqueta gravada dados úteis
para o operador do processo, como
a correspondência das penas com
as variáveis registradas.
10. a identificação das malhas, como
TR 2O4.
11. o suprimento de gráfico e de tinta,
12. as opções extras, como alarme,
iluminação interna, acabamento
especial, unidade de controle,
contador-integrador.
13. a classificação mecânica do
invólucro e classificação elétrica, se
há alimentação elétrica e se a área
é perigosa.
A montagem do registrador deve seguir as
instruções do fabricante, os diagramas de
ligação do projeto detalhado e as normas
existentes.
O pessoal da operação é responsável
pela leitura dos registros, pelo
armazenamento organizado dos gráficos
para consulta posterior, pelo enchimento
ou troca dos recipientes de tinta e pela
troca dos gráficos. Quando os gráficos são
usados para a totalização, via planímetro,

2.5.5
2.6
Computador de Vazão
que pode ser montado em painel da sala
1. Conceito de controle ou diretamente no campo,
onde é alojado em caixa para uso
O computador de vazão é projetado industrial, com classificação mecânica do
para a solução instantânea e contínua das invólucro à prova de tempo e, quando
equações de vazão dos elementos requerido, com classificação elétrica da
geradores de pressão diferencial (placa, caixa à prova de explosão ou à prova de
venturi, bocal) e dos medidores lineares de chama.
vazão (turbina, medidor magnético, vortex). O computador é programado e as
O computador de vazão recebe sinais constantes são entradas através de um
analógicos proporcionais à pressão teclado, colocado na frente ou no lado do
diferencial, temperatura, pressão estática, instrumento.
densidade, viscosidade e pulsos Os computadores de vazão sofreram
proporcionais à vazão e os utiliza para uma grande evolução, desde o seu
computar, totalizar e indicar a vazão lançamento no mercado, no inicio dos anos
volumétrica compensada ou não- 1960. Eles foram originalmente projetados
compensada e a vazão mássica. para manipular as equações da AGA
(American Gás Association) para vazão
mássica de gás e foram construídos em
torno de multiplicadores, divisores e
extratores de raiz quadrada. Atualmente,
os computadores são principalmente
dispositivos digitais que podem ser
classificados em dois tipos
1. programável, que faz quase
qualquer cálculo desejado que está
programado nele e
2. pré-programado ou dedicado, que
manipula apenas uma aplicação
Fig. 6.1. Aplicação típica de computador de vazão selecionada.

2. Programáveis
A vazão instantânea e a sua totalização
são indicadas nos painéis frontais do As unidades programáveis são os
computador de vazão, na forma de computadores de vazão mais avançados
indicadores digitais, contadores do mercado. Eles custam mais, quando
eletromecânicos ou eletrônicos. O comparados com os computadores
computador provê ainda saídas analógicas dedicados. Dependendo da programação,
e contatos de reles para fins de controle e eles calculam a vazão de gases ou líquidos
monitoração da vazão. usando as equações da AGA, API
O computador de vazão é um (American Petroleum Institute e outras
instrumento a base de microprocessador

2.6.1
relações. Eles também fazem cálculos de 4. Aplicações Clássicas
vazão volumétrica. A compensação, de
massa , molar e media, energia, BTU,
eficiência, trabalham com níveis de tanque, 4.1. Vazão de liquido
manipulam vazões em canais abertos,
Quando usado com a placa de orifício, o
executam o algoritmo de controle PID,
computador recebe o sinal analógico de 4
fazem cálculos de transferência de
a 20 mA cc do transmissor de vazão d/p
custódia e muitas outras coisas.
cell, proporcional ao quadrado da vazão
medida, lineariza-o, extraindo a raiz
quadrada e o escalona em unidade de
engenharia.
Como os líquidos com composição
constante são considerados não
compressíveis, não se é necessária a
compensação da pressão e da
temperatura e a vazão é proporcional à
raiz quadrada da pressão diferencial, ∆P.

Q = C ∆P

Esta constante C é calculada dos


Fig. 6. 2. Totalizador de vazão (Foxboro)
dados relacionados com o tipo do fluido e
dos parâmetros mecânicos da instalação
do medidor, tais como beta da placa, faixa
do transmissor, tipo de tomadas da
3. Dedicado pressão diferencial. Esta constante é
Os computadores de vazão dedicados colocado no computador como um fator do
são relativamente mais simples, mais sistema digital e escalona a saída para a
fáceis de usar, montados no campo e mais unidade de vazão desejada.
baratos que os programáveis. Como
desvantagem, eles só fazem uma tarefa,
manipulam apenas uma malha e sua
capacidade gráfica é limitada. Tipicamente,
eles computam as vazões de gases ou
líquidos baseados nas várias equações
AGA ou API. Alguns, porém, calculam
vazões de vários estados de vapor e
outros são dedicados a cálculos de vazão
para canais abertos, vertedores e calhas.
Muitos destes computadores são
reprogramáveis . Porém, o programa pode
ser modificado no campo pelo operador,
que responde a perguntas do seu menu.

Fig. 6.3. Computador, com bateria solar (Daniel)

2.6.2
4.2. Vazão de gás com compensação correta e aplica o fator de escalonamento
certo. Quando a vazão sobe, o
Como os gases são compressíveis, é
chaveamento para o transmissor de 200"
necessário fazer a compensação da
ocorre em 98% da faixa do transmissor de
pressão estática e da temperatura do 30"; quando a vazão desce, o
processo. Nesta aplicação, o computador
chaveamento para o transmissor de 20" se
recebe três sinais analógicos
dá em 96% desta faixa. Esta diferença de
o sinal de 4 a 20 mA cc do transmissor
chaveamento é para evitar a oscilação
de vazão, proporcional ao quadrado da
contínua entre os dois transmissores,
vazão medida,
quando a vazão estiver marginalmente
o sinal de 4 a 20 mA cc do transmissor
próxima do fundo de escala do transmissor
de pressão, proporcional à pressão
de 20".
absoluta estática do processo. Mesmo que
seja usado o valor da pressão absoluta,
normalmente se usa um transmissor de
FQI
pressão manométrica e acrescenta-se 1
kgf/cm2 de polarização.
o sinal de 4 a 20 mA cc do transmissor
de temperatura, proporcional à FY
temperatura absoluta do processo. 2
Opcionalmente, pode-se recebe o sinal de
resistência de um RTD ou a militensão de
um termopar. Também deve ser usado o
valor da temperatura absoluta, em K; basta
somar 273,2 à escala Celsius. FT1-
opcionalmente, pode receber o sinal de 1 FT2- TT
PT
4 a 20 mA cc de um transmissor de 1
densidade, para corrigir a densidade do TW+TE
FE
gás.
O computador executa a seguinte
equação: Fig. 6.4. Sistema com uma placa e dois
transmissores de vazão
∆p × p
Q=C 4.5. Vazão de massa de gás
T×G
Qualquer gás pode ser medido em
Se a densidade relativa do gás é termos de sua massa ou peso, usando-se
aproximadamente constante com o tempo, a entrada de um medidor de densidade do
um fator médio 1/G pode entrar como parte gás, corrigindo-se a compressibilidade e a
da constante C composição do gás.

4.3. Sistema com 2 transmissores e W = k ∆p


uma placa
Existem computadores de vazão duais
que podem receber sinais de sistemas de
medição de vazão com uma placa e dois
transmissores ou com duas placas e dois
transmissores.
É comum se usar dois transmissores
associados a uma única placa de orifício
para aumentar a rangeabilidade da
medição; por exemplo, um calibrado de 0 a
20" c.a. e o outro de 0 a 200" c.a. O
computador de vazão seleciona
automaticamente a pressão diferencial

2.6.3
5. Seleção do Computador Interfaces de comunicação definir os
tipos de interfaces para Controlador Lógico
Quando selecionando um computador Programável, para Sistemas Digitais de
de vazão, deve-se primeiro decidir o que o Controle Distribuído, para impressoras .
computador vai fazer, se é necessário um Aplicações definir as equações
instrumento de precisão ou um sistema de matemáticas a serem executadas como da
controle, lembrando-se que o controle AGA-3, AGA-5, AGA-7, ANSI/API 2530,
preciso começa com uma medição precisa ANSI/API 2540, NX-19, ISO 5167, NIST
e de alta resolução. A resolução do 1045 e equações de vapor ASME 9.2.
computador de vazão é dada pelo número Software entrada da configuração
de bits de seu conversor A/D, por exemplo simples de somente alguns parâmetros. As
um computador com conversor de 18 bits modificações podem ser feitas pelo usuário
possui resolução de 0,01%. Porém, ou apenas pelo fabricante.
quando se considera a precisão, deve-se Serviço no campo partida do sistema,
tomar o elo mais fraco do sistema, o reparo no campo e disponibilidade de
elemento sensor de vazão. A precisão do peças de reposição.
sistema nunca ficará melhor que a do
sensor do sistema, mesmo com conversor 6. Planímetro
A/D de 18 bits.
Também deve se considerar a Muitas indústrias armazenam os
necessidade da compensação de pressão, gráficos com os registros permanentes dos
temperatura, densidade e/ou viscosidade e valores instantâneos da vazão para a
quais os sensores e transmissores usados observação visual das vazões instantâneas
para as medições destas variáveis. e das suas tendências, para fins de
As questões que devem ser cobrança e para levantamento de
consideradas acerca do computador de balanços. A totalização da vazão pode ser
vazão são obtida ou por cálculos manuais ou através
Desempenho da medição resolução, do planímetro.
capacidade de linearização, indicação da
vazão instantânea, totalização, alarme, 6.1. Histórico
intertravamento, pré-determinação.
O planímetro é um instrumento de
Condições ambientais e local de
precisão usado para a avaliação rápida e
montagem sala de controle, que é um
exata de áreas planas de qualquer formato
ambiente excelente ou no campo, que
ou contorno. Na medição de vazão, o
requer caixa à prova de tempo e se for
planímetro é usado especialmente para
área classificada, requer uma classificação
totalizar a vazão, a partir de registros da
elétrica especial.
vazão instantânea, da pressão estática e
Quantidade de malhas manipuladas
da temperatura em gráficos circulares ou
possibilidade de se usar um computador
de tira. A integração pode ser feita por um
de vazão com canal dual.
planímetro de mesa operado
Tipos de sinais de entrada e saída
manualmente, automaticamente ou por um
analógicos eletrônicos de 4 a 20 mA cc e
sistema incluindo um computador pessoal.
pneumáticos de 3 a 15 psig, sinal de
O primeiro planímetro foi desenvolvido
resistência elétrica (RTD) e militensão de
pelo matemático suíço James Laffon, em
termopar, militensão de tubo magnético de
1854. Ele chamou-o de "Integrador
vazão, ou sinal de freqüência (turbina,
Scheiben". Trabalhando de modo
vortex, deslocamento positivo, ultra-
independente, o professor austríaco A.
sônico). Possibilidade de saída analógica
Miller Hauenfels inventou o planímetro
para uso em outro equipamento.
polar, em 1855.
Comunicações definir a metodologia de
Os fabricantes mais conhecidos são:
contatos de entrada/saída, sinais
LASICO (Los Angeles Scientific Instrument
analógicos, sinais de pulso, portas de
Co.), Flow Measurement (Tulsa, OK), UGC
comunicação, por exemplo serial RS 232
Industries e Ott.
C, RS 422 .

2.6.4
Há três métodos básicos para medir as pedaço do mesmo material de tamanho
áreas planas de registros de vazões conhecido.
instantâneas: Este método é lento, destrutivo e
1. cálculo matemático, impreciso. Pequenas variações na
2. método do corte e peso e umidade do ar ambiente pode alterar
3. método do planímetro. significativamente o peso do material,
provocando grandes erros. Uma balança
de precisão é tão cara e difícil de ser
obtida quanto um planímetro.

6.4. Método do planímetro


O método do planímetro é o mais
profissional, rápido, preciso, eficiente e
consistente método para medir áreas
planas. Não se requer nenhuma habilidade
matemática para operar um planímetro,
simplesmente deve-se seguir o contorno
da área com um traçador e o resultado é
diretamente indicado, por contadores
digitais, mecânicos ou eletrônicos.
Atualmente, os planímetros possuem
várias funções, como as de:
Fig. 6.5. Planímetro para gráfico circular (Lasico) 1. computação automática da área na
escala e unidade corretas,
2. processamento dos resultados
6.2. Cálculo matemático ou através de calculadoras embutidas,
aritmético 3. programação para qualquer relação
Embora lento, o cálculo aritmético de escala plausível,
funciona bem, quando são envolvidas 4. acumulação de resultados na
áreas de formato regular, como o memória, para processamento
quadrado, retângulo, triângulo e círculo. posterior,
Quando a figura é mais complicada, 5. conversão rápida entre unidades de
como o trapézio, ou composta de várias vários sistemas,
outras regulares, como o retângulo com 6. programação para medições em
extremidades circulares, demora-se mais, volume (m3, ft3) ou $/volume.
pois ela deve ser subdividida em figuras A precisão típica do planímetro é de ±
regulares e suas seções são avaliadas 0,1 a ±0,5% do fundo de escala.
separadamente e somadas ao final.
Quando a figura é completamente
irregular, é necessário subdividir a área em
quadrados de tamanho conhecido. Os
quadrados devem ser contados e as
seções dos quadrados estimados em
tamanho e somadas. Neste caso, não é
mais eficiente usar o método do cálculo
matemático, pois o método seria muito
lento e impreciso.

6.3. Método do corte e peso


As áreas a serem calculadas devem
ser cortadas com uma tesoura, colocadas
em uma balança de precisão e pesadas. O
peso total é dividido pelo peso de um

2.6.5
6.5. Gráficos Circulares Uniformes 6.6. Seleção e Especificação do
Os gráficos uniformes são divididos em Planímetro
segmentos iguais, entre o raio interno e o A seleção e especificação do
externo. Ao longo de um arco sobre o qual planímetro incluem:
a pena registrou, os gráficos podem ser 1. formato e tamanho do gráfico,
marcados em percentagem do fundo de circular de 10", circular de 12", tira de
escala ou em unidades das variáveis 4" tipo rolo, tira de 4" tipo sanfona.
medidas, como oC, psia, m3/h.) 2. relação matemática da saída com
relação a vazão: linear, quadrática.
3. tipo do totalizador/contador,
mecânico ou eletrônico, com ou sem
escalonador.

Fig. 6.6. Planímetro para gráfico de tira

Para um planímetro que integra


radialmente, deve-se usar um fator de
correção, porque o planímetro radial
considera as distancias radiais médias e os
gráficos uniformes empregam incrementos
iguais ao longo do arco. Este fator pode
ser obtido de curvas disponíveis na
literatura técnica.
A não ser que as pressões diferencial
e estática permaneçam constantes ou seja
usado um extrator de raiz quadrada, os
planímetros radiais não devem ser usados
para achar a média dos registros das
pressões diferencial e estática. Nos
cálculos deve-se achar a média da raiz
quadrada e não a raiz quadrada da média.

Apostilas\Instrumetnacao Display.doc 11 DEZ 98 (Substitui 27 ABR 97)

2.6.6
Controlador

2.7
Controlador
1. Conceito 2.1. Medição
O principal componente da malha de No controlador a realimentação
controle é o controlador, que pode ser negativa, a variável controlada sempre
considerado um amplificador ou um deve ser medida. O controlador pode estar
computador. ligado diretamente ao processo, quando
O controlador automático é o possui um elemento sensor determinado
instrumento que recebe dois sinais a pela variável medida. O controlador de
medição da variável e o ponto de ajuste, painel recebe o sinal padrão proporcional a
compara-os e gera automaticamente um medição do transmissor e deve possuir
sinal de saída para atuar a válvula, de circuitos de entrada que condicionam o
modo a diminuir ou eliminar a diferença sinal de medição. O controlador
entre a medição e o ponto de ajuste. O pneumático possui o fole receptor de 3 a
controlador detecta os erros infinitésimas 15 psig e o controlador eletrônico possui o
entre o valor da variável de processo e o circuito receptor, que pode ser a ponte de
ponto de ajuste e responde, Wheatstone, o galvanômetro, o circuito
instantaneamente, de acordo com os potenciométrico. A medição é indicada na
modos de controle e seus ajustes. O sinal escala principal do controlador.
de saída é a função matemática canônica
do erro entre a medição e o valor ajustado, 2.2. Ponto de Ajuste
que inclui as três ações de controle
Quanto ao ponto de ajuste, há três
proporcional, integral e derivativa. A
combinação dessas três ações e os seus modelos de controladores
ajuste adequados são suficientes para o 1. com o ponto de ajuste manual,
2. com o ponto de ajuste remoto,
controle satisfatório e aceitável da maioria
absoluta das aplicações práticas. 3. com o ponto de ajuste manual ou
remoto.
O controlador com o ponto de ajuste
2. Componentes Básicos manual possui um botão na parte frontal,
Para executar estas tarefas, o facilmente acessível ao operador de
controlador deve possuir os seguintes processo, para que ele possa estabelecer
blocos funcionais manualmente o valor do ponto de
1. a medição, referência. Quando o operador aciona o
2. o ponto de ajuste botão, ele posiciona o ponteiro do ponto de
2. a comparação ajuste na escala e gera um sinal de mesma
3. a geração do sinal de saída natureza que o sinal da medição.
4. a atuação manual opcional
5. a fonte de alimentação
6. as escalas de indicação

2.7.1
Controlador

2.3. Estação Manual Integral


A maioria absoluta dos controladores
possui a estação manual de controle
integralizada ao seu circuito. Sob o ponto
de vista do controle, as situações mais
comuns que requerem a intervenção
manual do operador de processo são
1. na partida do processo, quando a
banda proporcional é menor que
100%. Neste caso, quando a
medição está em 0% e o ponto de
ajuste está acima de 50%, a
Fig. 7. 1. Controlador analógico de painel (Foxboro) variável controlada está fora da
banda proporcional.
2. quando o processo entra em
O controlador com o ponto de ajuste
oscilação, ou seja, quando o ganho
remoto não possui nenhum botão na parte
da malha fechada de controle fica
frontal. O sinal correspondente ao ponto de
igual a 1. Quando se coloca o
ajuste entra na parte traseira do
controlador em manual, abre se a
controlador e é indicado na escala
malha de controle e se pode
principal. O sinal pode ser proveniente da
estabilizar o processo.
saída de outro controlador ou de uma
Assim, para as partidas e emergências,
estação manual.
o controlador deve incluir um gerador de
O controlador com os pontos de ajuste
manual do sinal de saída acionado
remoto e local possui um botão para o
diretamente pelo operador do processo.
operador estabelecer manualmente o
Quando a saída vem do circuito PID, diz-se
ponto de ajuste e recebe o ponto de ajuste
que o controlador está em automático;
remoto. Ambos os sinais são indicados na
quando vem do gerador manual, o
escala principal. O controlador possui
controlador está em manual.
também a chave seletora R/L (remoto-
local) do ponto de ajuste.
2.4. Unidade de Balanço Automático
É fundamental que a medição e o ponto
de ajuste sejam de mesma natureza, A maioria dos controladores com a
ambos pneumáticos, mecânicos, de estação manual possui a estação de
corrente ou de tensão elétrica, para que balanço automático que permite a
seja possível a comparação entre eles. O passagem de automático para manual e
ponto de ajuste e a medição são indicados vice versa, de modo contínuo, sem
na mesma escala principal do controlador provocar distúrbio no processo e sem a
e a posição relativa dos ponteiros fornece necessidade de se fazer o balanço manual
o valor do erro entre os dois sinais. da saída do controlador. Erradamente se
pensa que esta transferência requer a
igualdade entre a medição e o ponto de
ajuste (?!). Quando o controlador não
possui a estação de transferência
automática, o operador deve garantir que o
sinal inicial da saída manual seja igual ao
sinal final da saída automática de modo
que o processo não perceba esta mudança
de automático para manual. No mínimo, o
controlador possui um dispositivo de
comparação que possibilita o balanço
Fig. 7. 2. Controladores e registrador (Foxboro) prévio entre os sinais de saída automático
e manual. O fundamental é não provocar
uma descontinuidade no sinal de saída

2.7.2
Controlador

quando da transferência de automático


para manual ou manual para automático.

2.5. Malha Aberta ou Fechada


Assim que o controlador é instalado em
um processo e colocado em automático,
cria-se uma malha fechada. A saída do
controlador afeta a medição e vice-versa.
Quando este efeito é quebrado em
qualquer uma das direções, a malha é
chamada de aberta e não mais existe o
controle a realimentação negativa. Vários
eventos podem abrir a malha fechada a
realimentação negativa
1. a colocação do controlador em
manual. Isto causa a saída se Fig. 7. 3. Controlador pneumático de campo
manter constante, mesmo que haja (Foxboro)
variação da medição, a não ser que
o operador a modifique.
2. a falha do sensor ou do A regra básica para a seleção das
transmissor. Isto elimina a ações do controlador e da válvula é a
habilidade do controlador observar seguinte:
a variável controlada. 1. a partir da segurança do processo,
3. a saturação da saída do controlador determina-se a ação da válvula de
em 0 ou 100% da escala. Isto controle.
elimina a habilidade do controlador 2. depois de definida a ação da
atuar no processo. válvula e partir da lógica do
4. a falha do atuador da válvula, por processo, determina-se a ação do
causa de atrito ou falha na válvula. controlador.
Quando uma malha de controle não Por, exemplo, seja o controle do nível de
está operando corretamente, a primeira um tanque. As alternativas são a
coisa a verificar é se a malha continua segurança do tanque cheio ou vazio, a
fechada. Muitas vezes, se perde muito ação do controlador direta ou inversa, a
tempo tentando sintonizar um controlador atuação da válvula ar-para-abrir ou ar-
quando o problema está em outro local da para-fechar e a válvula de controle esta na
malha de controle. entrada ou na saída do tanque.
Combinando-se estas situações, chega-se
2.6. Ação Direta ou Inversa a quatro configurações possíveis
O controlador possui a chave seletora
Tanque vazio seguro e válvula na saída.
para ação direta e ação inversa. A ação
A partir da segurança, obtida com o
direta significa que o aumento da medição
tanque vazio, a válvula deve ser ar-para-
implica no aumento da saída do
fechar na falta de ar, a válvula abre e o
controlador. A ação inversa significa que o
tanque se esvazia, levando o sistema para
aumento da medição provoca a diminuição
a segurança. A válvula está a 100% com 3
da saída do controlador.
psig e a 0% com 15 psig. A ação do
A escolha da ação do controlador
controlador, como conseqüência, deve ser
depende da ação da válvula de controle e
inversa quando o nível aumenta, a válvula
da lógica do processo. A atuação da
deve abrir mais para faze-lo diminuir e a
válvula de controle pode ser ar-para-abrir
saída do controlador deve diminuir, abrindo
ou ar-para-fechar deve ser escolhida em
mais a válvula.
função da segurança do processo.

2.7.3
Controlador

Tanque vazio seguro e válvula na


entrada.
A partir da segurança, obtida com o
tanque vazio, a válvula deve ser ar-para-
abrir na falta de ar, a válvula fecha e o
tanque se esvazia, levando o sistema para
a segurança. A válvula está a 0% com 3
psig e a 100% com 15 psig. A ação do LC
controlador, como conseqüência, deve ser
inversa quando o nível aumenta, a válvula
deve fechar mais para faze-lo diminuir e a 100% azão
saída
0
saída do controlador deve diminuir, 3 15 psi

fechando mais a válvula. Fig. 7.4. Ação inversa do controlador

Tanque cheio seguro e válvula na saída.


A partir da segurança, obtida com o Tanque
tanque cheio, a válvula deve ser ar-para- Tanque vazio é seguro. Falta de ar,
abrir na falta de ar, a válvula fecha e o válvula abre, tanque fica vazio, que é a
tanque se enche, levando o sistema para a condição segura.
segurança. A válvula está a 0% com 3 psig
e a 100% com 15 psig. A ação do Atuador da válvula (Falha Aberta)
controlador, como conseqüência, deve ser Ação do atuador: ar para fechar.
direta quando o nível aumenta, a válvula Com 20 kPa (3 psi) válvula aberta; com
deve abrir mais para faze-lo diminuir e a 100 psi (15 psi), válvula fechada. Em caso
saída do controlador deve aumentar, de falha, válvula fica aberta.
abrindo mais a válvula.
Controlador
Tanque cheio seguro e válvula na Ação inversa (inc/dec)
entrada. Quando nível aumenta, controlador
A partir da segurança, obtida com o atua na válvula para abrir mais, fazendo
tanque cheio, a válvula deve ser ar-para- nível diminuir
fechar na falta de ar, a válvula abre e o Quando válvula abre mais, saída
tanque se enche, levando o sistema para a diminui.
segurança. A válvula está a 100% com 3 Ação inversa porque aumento do nível
psig e a 0% com 15 psig. A ação do produz diminuição da saída do controlador.
controlador, como conseqüência, deve ser Esta configuração apresenta o
direta quando o nível aumenta, a válvula inconveniente de demorar a esvaziar o
deve fechar mais para faze-lo diminuir e a tanque, quando ele estiver cheio e
saída do controlador deve aumentar, necessitar ir para a posição segura de
fechando mais a válvula. vazio. Por isso, a configuração mais
Um controlador que é retirado da malha conveniente é:
para a manutenção e é reinstalado pode 1. Tanque vazio seguro
ter sua ação de controle invertida. Muitas 2. Ação do atuador: ar para abrir
vezes, o posicionador da válvula pode 3. Controlador atuando na válvula
reverter a resposta da válvula. Enfim, a de entrada do tanque
ação do controlador, a ação da válvula, a 4. Ação do controlador: direta.
posição do atuador, a ação do
posicionador, tudo deve ser considerado e
coerente para se obter o controle
desejado.

2.7.4
Controlador

3. Especificação do
Controlador
As dificuldades de controle do processo
variam muito e por isso são disponíveis
controladores comerciais de vários tipos e
LC
modos de controle.
Existem características padronizadas e
existem aquelas especiais, fornecidas
100% azão

0 saída
somente quando explicitamente solicitado.
3 15 psi
Não especificar todas as necessidades
requeridas implica em se ter um controle
Fig. 7. 5. Ação direta do controlador de processo insatisfatório e até impossível.
Especificar o equipamento com
características extras que não terão
Tanque utilidade é, no mínimo, um desperdício de
Tanque cheio é seguro. Falta de ar, dinheiro.
válvula fecha, tanque fica cheio, que é a Constitui também uma inutilidade a
condição segura. especificação do instrumento com
características especiais, sem entende-las
Atuador da válvula (Falha Fechada) e sem ajusta-lo de modo apropriado.
Ação do atuador: ar para abrir.
Com 20 kPa (3 psi) válvula fechada; 3.1. Controlador Liga-Desliga
com 100 psi (15 psi), válvula aberta. Em
caso de falha, válvula fica fechada. O controlador liga-desliga é instável,
por construção, pois não possui o circuito
Controlador de realimentação negativa para diminuir
Ação direta (inc/inc) seu ganho, que é, infinito. A sua
Quando nível aumenta, controlador construção é a mais simples e o
atua na válvula para abrir mais, fazendo controlador pneumático consiste de
nível diminuir 1. fole de medição
Quando válvula abre mais, saída 2. fole de ponto de ajuste
aumenta. 3. conjunto bico-palheta
Ação direta porque aumento do nível Como não se precisa estabilizar o
produz aumento da saída do controlador. sistema, não se usa o fole de
Esta é a configuração preferida para a realimentação negativa. O controlador liga-
condição de tanque cheio seguro. Outra desliga pode ser obtido a partir do
configuração possível, mas que apresenta controlador proporcional, retirando-se o
o inconveniente de demorar a encher o conjunto fole de realimentação
tanque, quando ele estiver vazio e proporcional e a mola.
necessitar ir para a posição segura de A saída do controlador pneumático liga-
cheio, é: desliga é igual a 0 psig ou 20 psig, que é o
1. Tanque cheio seguro valor da alimentação.
2. Ação do atuador: ar para fechar O controlador liga-desliga pode sofrer
3. Controlador atuando na válvula pequenas modificações que melhoram o
de entrada do tanque desempenho do circuito convencional.
4. Ação do controlador: inversa.
3.2. Controlador de Intervalo
Diferencial
O controlador de intervalo diferencial é
análogo ao liga-desliga, porém, em vez de
ter um único ponto de referência, possui
dois pontos de atuação um para ligar o

2.7.5
Controlador

elemento e outro para desligar. Entre os sobre a Instrumentação Pneumática e


dois pontos há um intervalo. sobre a Instrumentação Eletrônica. Porém,
O principal objetivo do controle de para fixar idéia e para se entender os
intervalo diferencial é evitar as operações princípios básicos, será visto aqui o circuito
freqüentes de partida e parada do básico do controlador proporcional. Por
operador final. A amplitude de oscilação é simplicidade e por exigir menos pré-
aumentada, porém, a freqüência de requisítos, será mostrado o esquema
oscilação é melhorada e o elemento final simplificado do controlador pneumático.
de controle é acionado um menor número Será admitido que seja sabido o
de vezes. funcionamento do conjunto bico-palheta-
A principal aplicação do controle de relé pneumático. O conjunto bico-palheta
intervalo diferencial é em sistema de gera um sinal pneumático padrão de 3 a 15
medição de nível, quando não se quer o psig, proporcional a distância relativa entre
controle exato do nível, mas se deseja o bico que sopra e a palheta que obstruí. O
apenas evitar que o tanque vaze ou fique bico é alimentado pela alimentação
vazio. O motor da bomba de enchimento é pneumática de 20 psig. O relé serve para
ligado no nível mínimo e desligado no nível amplificar pneumaticamente a pressão e o
máximo. Entre os dois níveis o motor volume de ar comprimido. Os foles
permanece numa situação estável ligado pneumáticos exercem forças que são
quando estiver subindo e desligado proporcionais aos sinais de pressão
quando estiver descendo. Deste modo, o recebidos. Assim, quando se falar do fole
motor da bomba de enchimento é ligado de medição, pode se estar referindo
poucas vezes. indistintamente ao valor da medição, a
pressão exercida no fole, ou na força
exercida pelo fole. Foi considerado o
sistema a balanço de forças, quando
saída poderia ter sido escolhido o de balanço de
100% movimentos.
O circuito básico do controlador
80%
pneumático com ação proporcional é
60% constituído dos seguintes elementos
40%
1. fole de medição, que recebe o sinal
da medição da variável do processo
20%
2. fole de ponto de ajuste,
0% estabelecido manualmente ou de
0%
Banda larga 100% Temperatura modo remoto. Esse fole sempre
está em oposição ao fole de
Banda estreita
medição, a fim de que seja
detectado o erro ou o desvio entre
Fig. 7. 6. Banda proporcional ambos os valores.
3. conjunto bico-palheta-relé, para
gerar o sinal de saída do
controlador.
3.3. Controlador Proporcional 4. A alimentação pneumática de 20
A relação matemática da saída do psig é aplicada ao bico, através do
controlador proporcional puro é a seguinte: relé pneumático.
5. fole proporcional ou fole de
100% realimentação negativa, que recebe
s = s0 + e o sinal de saída do relé, que é a
BP
própria saída do controlador. A
finalidade do fole proporcional é a
Pelo enfoque do presente trabalho, não
de estabilizar o sistema em uma
serão vistos os circuitos interiores dos
posição intermediária. A
instrumentos. Esse assunto será tratado
realimentação negativa é a
com maior rigor e cuidado nos trabalhos

2.7.6
Controlador

responsável pela estabilidade do proporcional dosa a correção do


sistema. controlador, evitando uma correção
6. mola, usada para contrabalançar a exagerada para uma determinada variação
força do fole proporcional. do processo. Se houvesse apenas a
Normalmente a mola é ajustada realimentação externa, provida pela
para prover a polarização do medição do processo, a correção seria
controlador. Ela é ajustada para o muito demorada e sempre haveria
controlador produzir uma saída de 9 sobrepico (overshoot) de correção.
psig, quando o erro for igual a zero. Enquanto houver erro entre a medição
7. o fulcro ou ponto em torno do qual e o ponto de ajuste, os seus foles tem
as forças se equilibram. O pressões diferentes e o fole de
deslocamento desse ponto em realimentação atua. Quando a medição
torno da barra de forças é que fica igual ao ponto de ajuste, a saída do
estabelece o valor da banda controlador se estabiliza. Quando aparece
proporcional do controlador. Quanto algum erro, a saída do controlador irá
mais próximo o ponto estiver dos também variar, para corrigir o erro. Desse
foles medição-ponto de ajuste, mais modo, como a saída do controlador está
larga é a banda proporcional, menor realimentada ao fole proporcional, o fole irá
é o ganho e menos sensível é o atuar até conseguir uma nova estabilização
controlador. Quanto mais próximo entre a medição o ponto de ajuste. Porém,
estiver o ponto de apoio do conjunto desde que a medição se afastou do ponto
fole proporcional-mola, mais estreita de ajuste, ele volta a ficar igual a ele,
é a banda proporcional, maior é o porém, diferente do valor anterior ajustado.
ganho e mais sensível é o O controlador pneumático proporcional
controlador. possui os três foles de medição, de ponto
No caso extremo do fulcro estar no de ajuste e de realimentação negativa.
ponto de contato dos foles de medição e Para completar o balanço das forças
de ponto de ajuste, o controlador não exercidas por estes foles é introduzida uma
responde a nenhuma variação; não há quarta força fixa, exercida por uma mola,
controle. Quando o fulcro coincidir com o geralmente ajustada para fornecer uma
fole proporcional e a mola, não há força equivalente a pressão de 9 psi (50%
realimentação negativa, o sistema é de 3 a 15 psi). Como a força da mola é
instável e o controlador é liga-desliga, a ser fixa, só existe um ponto para a medição
visto depois. ser igual ao ponto de ajuste, que é
exatamente o ponto correspondente a 9
psi. Em todos os outros pontos, o
controlador consegue estabilizar o
processo, porém com a medição diferente
do ponto de ajuste. Este é o modo físico de
mostrar porque o controlador proporcional
não consegue eliminar o desvio
permanente entre medição e ponto de
ajuste, exceto quando ambos são iguais a
9 psi.

Fig. 7. 7. Circuito pneumático com as ações de 3.4. Controlador Proporcional mais


controle (Foxboro) Integral
A relação matemática da saída do
controlador proporcional mais integral é a
O fole proporcional é um dispositivo seguinte:
que fornece a realimentação negativa ao
controlador antes que a medição o faça
100% 1
através do processo. A realimentação s = s0 + e + ∫ edt
interna do controlador é mais rápida que a BP Ti
realimentação externa do processo. O fole

2.7.7
Controlador

e a ação integral é a máxima


Raramente se utiliza a ação integral possível.
isolada. Em compensação, o controlador Na prática, o circuito pneumático
com as duas ações, proporcional e completo da unidade integral possui o fole,
integral, é utilizado em cerca de 70% das o tanque integral e a restrição. Aqui, por
malhas de controle de processo. simplicidade, supõe-se que o próprio fole
O controlador proporcional mais integral possui uma capacidade suficiente.
integral possui as duas ações O controlador proporcional mais
independentes e com objetivos diferentes e integral possui duas realimentações da sua
complementares saída
1. a ação proporcional é estática e 1. a realimentação negativa, aplicada
serve para estabilizar o processo. diretamente ao fole proporcional,
Porém, a ação isolada é insuficiente 2. a realimentação positiva, aplicada
para manter a medição igual ao ao fole integral através de uma
ponto de ajuste e deixa um desvio restrição pneumática ajustável.
permanente. Com a restrição numa posição
2. ação integral é dinâmica e serve intermediária, as pressões do fole
para eliminar o desvio permanente proporcional e do fole integral não podem
deixado pela ação proporcional. A ser simultâneas. A ação proporcional é
ação integral é uma correção imediata e a ação integral é atrasada;
adicional e atua depois da ação imediatamente após o aparecimento do
proporcional. erro há a realimentação negativa e depois
No controlador pneumático de um intervalo ajustável, atrasada, há a
proporcional e integral, acrescenta-se um realimentação positiva.
fole junto à mola. Em vez de se ter uma Quando o processo se estabiliza, tem-
força fixa, tem se uma força variável, que se o circuito do controlador equilibrado a
pode equilibrar as forças proporcionais às força da medição é igual a do ponto de
pressões da a medição, do ponto de ajuste ajuste e a força do fole proporcional é igual
e da realimentação negativa. a do integral. Quando aparece um distúrbio
O controlador pneumático P + I possui no processo e a medição se afasta do
os seguintes componentes circuito ponto de ajuste, o controlador
1. fole de medição, P + I faz uma correção proporcional ao
2. fole de ponto de ajuste, em erro, imediatamente. Esta atuação deixa
oposição ao fole de medição, um desvio entre a medição e o ponto de
3. fole de realimentação negativa ou ajuste. Logo depois da ação proporcional e
fole proporcional, enquanto persistir alguma diferença entre a
4. fole integral, que se superpõe à medição e o ponto de ajuste, a ação
mola e em oposição ao fole de integral irá atuar, até que a medição fique
realimentação. Ele também recebe novamente igual ao ponto de ajuste. A
a realimentação da saída do ação integral irá atuar no processo até que
controlador, atrasada e em se tenha novamente outro equilíbrio entre
oposição ao fole proporcional. A a medição e o ponto de ajuste.
realimentação positiva da saída do
controlador ao fole integral é feita 3.5. Controlador Proporcional mais
através de uma restrição Derivativo
pneumática. O objetivo desta
restrição ajustável é o de atrasar o A relação matemática da saída do
sinal realimentada determinando a controlador proporcional mais derivativa é
ação integral. Ela pode ficar a seguinte:
totalmente fechada, de modo que
ela corta a realimentação e elimina 100% de
s = so + e + Td
a ação integral ou totalmente BP dt
aberta, quando não produz
nenhuma restrição, nenhum atraso No controlador pneumático
proporcional e derivativo, acrescenta se

2.7.8
Controlador

uma restrição no circuito de realimentação fole integral possui uma capacidade


negativa. Em vez de se ter uma suficiente.
realimentação instantânea, tem-se uma O objetivo da restrição é o de atrasar a
realimentação com um atraso ajustável. realimentação negativa. Como a
O controlador proporcional mais realimentação negativa atrasa a resposta
derivativo possui o seguinte desempenho do controlador, atrasar o atraso equivale a
a ação proporcional estabiliza adiantar a resposta, para os desvios
estaticamente o processo corrigindo os rápidos do processo lento. Por esse
erros proporcionalmente as suas motivo, a ação derivativa é também
amplitudes, chamada de ação antecipatória
a ação derivativa adiciona uma O controlador proporcional mais
componente corretiva para cuidar derivativo possui o seguinte
principalmente dos erros com variação funcionamento:
rápida. 1. imediatamente após a variação
rápida do processo não há
realimentação negativa, pois há
uma restrição pneumática. O
R R
controlador se comporta como um
controlador liga-desliga ou com uma
banda proporcional muito estreita,
R R
- 2. com o passar do tempo, a
Ve + realimentação negativa vai se
R
RI CI processando e pressurizando o fole
-
proporcional e tornando o
+ controlador estável.
- R
3. quando a variação do processo é
+ R R
muito lenta, praticamente a ação
derivativa não atua, pois lentamente
RD também está havendo a
CD - Vo realimentação negativa.
R
- + 4. Desse modo, quanto mais brusca
for a variação na medição, menor
+
será a ação imediata da
Fig. 7. 8. Circuito eletrônico esquemático do realimentação negativa e mais ação
controlador PID corretiva será transmitida a válvula,
pela ação derivativa.
5. Quando se coloca o circuito
Note se que o controlador P + D deixa derivativo no elo da realimentação
o desvio permanente entre a medição e o negativa do fole proporcional há
ponto de ajuste. A ação derivativa é alguns inconvenientes
incapaz de corrigir o desvio permanente, 6. há a interação entre os modos
pois ele é constante com o tempo. proporcional e derivativo. Quando o
O circuito do controlador proporcional controlador possui o modo integral,
mais derivativo é constituído de a ação derivativa interfere também
1. o fole de medição, no modo integral.
2. o fole de ponto de ajuste, em 7. a ação derivativa segue a ação
oposição ao fole de medição, proporcional
3. o fole proporcional, sendo 8. a ação derivativa modifica a saída
realimentada negativamente da do controlador quando há variação
saída e através da do ponto de ajuste, provocado pelo
4. restrição derivativa. operador. Se esta variação for
Na prática, o circuito pneumático muito rápida, e geralmente o é, a
completo da unidade derivativa possui o saída do controlador produz um
fole, o tanque derivativo e a restrição. Aqui, pico, podendo fazer o processo
por simplicidade, supõe-se que o próprio oscilar.

2.7.9
Controlador

A solução prática para eliminar esses 3. a derivativa é uma ação adicional


problemas é colocar o circuito derivativo que apressa a correção, gerando
antes das ações proporcional e integral e uma ação proporcional à velocidade
atuando apenas na medição. da variação do erro, antes da ação
proporcional.
O modo proporcional é o modo básico
e é sempre utilizado nos controladores
analógicos. Ele é o principal responsável
pela estabilidade do processo.
O modo integral deve ser usado para
eliminar o desvio permanente entre a
medição e o ponto de ajuste. Ele deve ser
evitado quando há possibilidade de
saturação. Ou, o que é mais inteligente,
devem ser tomados cuidados especiais
para se evitar que a ação integral leve o
controlador para a saturação.
O modo derivativo de ser usado em
Fig. 7. 9. Circuito pneumático do controlador PI processos com grande inércia e que
sofrem variações bruscas, que seriam
3.6. Proporcional + Integral + vagarosamente corrigidas, em o modo
derivativo. Porém, a ação derivativa deve
Derivativo
ser em processos com muito ruído, que
A relação matemática da saída do são pequenas e numerosas variações
controlador proporcional mais integral mais bruscas. A ação derivativa iria amplificar
derivativa ou do controlador PID é a esses ruídos, tornando o desempenho do
seguinte: controle do processo prejudicado.
O modo proporcional desempenha uma
100% 1 de realimentação negativa no interior do
s = s0 + e + ∫ edt + Td controlador, tornando-o mais estável. A
BP Ti dt
ação integral executa uma realimentação
positiva, se opondo à ação proporcional. A
ou, no caso pratico onde a ação ação derivativa, geralmente separada e
derivativa só atua na medição m da anterior às outras duas ações, retarda a
variável, realimentação negativa, apressando a
correção.
100% 1 dm
s = s0 + e + ∫ edt + Td
BP Ti dt 3.7. Controlador Tipo Batelada
O processo batelada ou descontinuo é
O controlador proporcional mais ciclicamente ligado, controlado e
integral mais derivativo possui as três desligado. É sempre desejável que todo o
ações de controle e é o mais completo controle seja feito em automático, sem o
possível. envolvimento direto e manual do operador.
Repetindo os objetivos das ações Quando se utiliza um controlador
1. a ação proporcional estabiliza o convencional, contendo modos
processo, provocando uma proporcional e integral, para o controle de
correção proporcional ao valor do processo batelada, os períodos de tempo
erro, instantaneamente, em que o processo fica desligado e o
2. a integral é uma ação auxiliar que controlador continua ligado podem causar
elimina o desvio permanente, a saturação do modo integral e, portanto,
produzindo uma correção do controlador. Quando o processo está
proporcional à duração do erro, desligado, o controlador continua
depois da ação proporcional, integrando o desvio entre a medição e o
ponto de ajuste e certamente fica saturado.

2.7.10
Controlador

Também, a banda proporcional do ponto de ajuste evita a ultrapassagem,


controlador se desloca para o fim de melhorando a resposta do processo.
escala superior. Embora sejam fenômenos interligados
Quando o processo é restabelecido, a e dependentes, há basicamente dois
medição irá subir e o controlador ainda ajustes na chave batelada
continua inoperante, pois a medição está ajuste de batelada, que determina o
totalmente fora da banda proporcional. O valor da saída onde a chave atua,
controlador só irá começar a atuar quando grampeando a saída. Esse é o ponto de
o desvio mudar de sentido. A medição atuação (trip).
precisará ultrapassar o ponto de ajuste ajuste de precarga, que regula o valor
para se começar o controle do processo. da ação batelada, que é o valor do
Basta haver uma pequena capacidade no deslocamento da banda proporcional para
processo, a maioria dos processos a tem, baixo, após a atuação da chave. Esse é o
para haver uma ultrapassagem grande da valor de precarga (preload)
medição em relação ao ponto de ajuste. Existem chaves bateladas para valor
Há um grande overshoot (é inevitável, máximo e para valor mínimo.
outra vez, o uso da palavra em inglês). Tipicamente, para batelada de máximo,
Para eliminar a saturação e a o ponto ajustado é 15,2 psig e o valor de
conseqüente ultrapassagem da medição precarga é ajustado em 3,0 psig. Mutatis
usa-se a chave batelada, desenvolvida mutandi, para batelada de mínimo,
especificamente para essa aplicação. Na normalmente se ajusta o ponto de batelada
prática, usa-se controlador batelada, que é em 2,8 psig e o ponto de precarga em 15,0
um controlador convencional com uma psig. Obviamente, outros valores podem
chave batelada incorporada a seu circuito. ser reajustado e os fabricantes de
O controlador batelada, disponível com instrumentos fornecem a literatura técnica
dois modos proporcional e integral e com explicativa para a adequada Calibração em
três modos, proporcional, integral e bancada. Mas, normalmente, ambos os
derivativo, é linear, contínuo, com ajustes ajustes são feitos na fábrica e não se
adicionais de batelada e de precária, feitos requer verificação ou mudança posteriores.
na chave batelada. A chave batelada atua na pressão de
A função exercida pela chave é a de saída do controlador, cuja faixa é de 3 a 15
pressurizar o fole integral do controlador psig. O ajuste batelada, que determina o
pneumático. No controlador eletrônico, é a ponto de atuação, é estabelecido em, p.
de carregar artificialmente a uma ex., 15,2 psig. O ajuste pode ser feito por
determinada tensão, o capacitor integral do uma mola ou pode ser o valor de um sinal
circuito. pneumático remoto. Quando a saída do
Nessa nova condição, o controlador controlador está abaixo de 15 psig, a
não satura em valor elevado e a banda pressão exercida do lado da mola é maior
proporcional não é deslocada para o limite e o sinal de saída do controlador passa
superior da faixa de medição. Quando a livremente pela chave e vai realimentar o
saída do controlador alcançar um valor circuito integral do controlador. Isso
pré-determinado, ajustado na chave de permite que, em operação normal, o
batelada, o circuito integral fica grampeado controlador atue sem interferência da
em um valor artificial. Isso força a banda chave de batelada. Quando a saída atingir
proporcional a mudar de sentido. Como o valor de batelada ajustado na chave,
resultado desse deslocamento, a medição assumido de 15,2 psig, a força do
entra mais cedo dentro da banda diagrama da chave é menor no lado da
proporcional. Na partida automática do mola. A chave batelada atua, cortando o
processo de batelada, a medição começa sinal de saída que era realimentada ao
a subir e logo entra na banda proporcional, controlador. A pressão do circuito integral
fazendo a saída do controlador atuar cedo do controlador é, então, aliviada para a
no processo, bem antes da medição atmosfera (quando não há ajuste de
alcançar o ponto de ajuste. Essa precarga) e cai, até atingir 0 psig. Quando
aproximação suave da medição para o utilizado o conceito de precarga, a pressão
do circuito integral cai até esse valor,

2.7.11
Controlador

previamente ajustado na chave batelada. conector, na estante e nos módulos


Essa situação permanece, enquanto o de encaixe. Não é necessário
sinal de saída do controlador continuar especificar um controlador batelada
maior que o valor batelada ajustado. Como que certamente custa mais caro e
o sinal do modo integral diminui, a banda fica superdimensionado.
proporcional é deslocada para baixo do 3. para controle de processo tipo
ponto de ajuste do controlador. O ajuste de batelada, deve-se especificar o
precarga evita que a banda proporcional controlador especial, também tipo
caia muito aquém do ponto de ajuste, batelada. Além de evitar a
tornando muito longo o período que o saturação do modo integral, ele
controlador permanece inativo na malha. torna possível a partida automática
Com o ajuste de precarga, durante a do processo, sem ultrapassagem da
partida do processo, a medição entra logo medição em relação ao ponto de
na banda proporcional e o controlador ajuste. Nessa especificação é
começa a atuar mais cedo. Como importante definir qual a lógica do
conseqüência, a medição não ultrapassa o sistema, se batelada máxima ou
ponto de ajuste e a resposta dinâmica do batelada mínima. E, também,
processo é ideal. consultando a literatura dos
Na versão eletrônica, a filosofia de fabricantes disponível, determinar o
operação é a mesma, porém os valor dos ajustes de batelada e de
equipamentos são diferentes. Não há precarga requeridos.
chave batelada eletrônica. O controlador
eletrônico batelada acrescenta à 3.8. Controlador Analógico
configuração convencional um circuito de
Historicamente, até a década de 1970
realimentação contendo amplificadores
foi usado principalmente o controlador
operacionais e o circuito de polarização.
analógico pneumático, até a década de
Os ajustes de batelada e de precarga são
1980, o controlador analógico eletrônico e
feitos em potenciômetros e o acesso se dá
a partir da década de 1980, o controlador
pela parte frontal do controlador. Os limites
digital eletrônico.
de batelada e de precarga são atuantes
O controlador analógico usa sinais
mesmo em operação manual.
contínuos para computar a saída do
Referente a saturação do modo integral
controlador. Testes feitos em controlador
do controlador devem ser tomadas as
analógico industrial eletrônico revelaram os
seguintes precauções
seguintes resultados
1. controladores de processo,
1. a banda proporcional medida era de
especialmente os eletrônicos, que
0 a 25% maior que a marcação do
possuem limitadores do sinal de
dial,
saída, podem ser usados sem
2. o tempo integral medido era cerca
nenhum cuidado extra em controle
de 100% maior que a marcação do
de malhas simples. Os limitadores
dial,
da saída certamente impedirão a
3. o tempo derivativo marcado era
saturação do modo integral, que
cerca de 40% a 70% menor que a
poderia ser provocada pela
marcação do dial,
realimentação interna normal.
4. o tempo integral medido não se
2. para os sistemas de controle que
alterava com a variação do ajuste
exijam apenas a realimentação
do tempo derivativo. Teoricamente,
externa, como no caso de controle
para o controlador série, o tempo
em cascata e auto-seletor,
integral deveria aumentar com o
especificam-se controladores
aumento do tempo derivativo.
padrão com a opção extra de
5. o tempo derivativo e a banda
realimentação externa.
proporcional medidos obedeceram
Normalmente, essa opção de
aproximadamente as equações
realimentação externa do
teóricas, exceto que a variação
controlador implica também em
pequenas modificações no

2.7.12
Controlador

medida foi menor que a calculada 5. continua a mesma operação com a


para os ajustes grandes do dial. próxima variável controlada.
6. a saída do controlador medida O tempo requerido para conseguir um
mostrou um pico sempre que um novo nível da variável manipulada é curto
ajuste derivativo de qualquer valor comparado com o tempo entre as
era feito. O algoritmo teórico do amostragens. Pode-se assumir que a
controlador série fornece somente entrada para o processo é uma seqüência
um pico se o tempo derivativo fosse de valores constantes que variam
ajustado em valores maiores que instantaneamente no inicio de cada
1/4 Ti. período de amostragem.

Fig. 7. 11. Painel de programação do single loop


Fig. 7. 10. Ajustes do controlador analógico
(Foxboro)
Deve-se ter um algoritmo de controle
para o cálculo dos valores das variáveis
3.9. Controlador Digital manipuladas. O prosaico algoritmo PID é
ainda utilizado.
Hoje se vive em um mundo analógico Esta operação discreta é repetitiva e o
cercado por um universo de tecnologia período é chamado de sample e hold.
digital. O computador digital é usado de
A grande desvantagem do controlador
modo intensivo e extensivo na digital é a introdução de vários tipos de
instrumentação, no controle digital tempo morto devido ao tempo de
distribuído, no controle lógico programado amostragem, a computação matemática, a
de processos repetitivos, no controle a filtragem analógica das harmônicas da
realimentação negativa de uma única freqüência de amostragem e a
malha (single loop), em computação caracterização do modo derivativo. Por
analógica de medição de vazão, na causa deste tempo morto adicional, o
transmissão . controlador digital não pode ser usado
Embora o processo seja contínuo no
indiscriminadamente em malha de controle
tempo, o controlador digital existe em um de processo critico e rápido, como para o
mundo discreto porque ele tem controle de surge de compressor ou
conhecimento das saídas do processo controle de pressão de forno em faixa
somente em pontos discretos no tempo, estreita.
quando são obtidos os valores de
O controlador digital aumentou a
amostragem.
capacidade de computação para o controle
Em geral, o controlador digital:
e para a caracterização das ações de
1. obtém um valor amostrado da saída
controle, sendo adequado para estratégias
do processo,
de controle avançadas, como o controle
2. calcula o erro entre a medida e o
preditivo antecipatório (feedforward).
ponto de referência armazenado no
Tipicamente, o controlador digital é
computador,
superior ao analógico na precisão e
3. computa o valor apropriado para a
resolução dos ajustes dos modos de
entrada manipulada do processo,
controle; na precisão da computação
4. gera um sinal de saída para o
adicional, linearização e caracterização de
elemento final de controle,
sinal; na flexibilidade em função da

2.7.13
Controlador

programação e da comunicação. Porém, o 4.2. Características


aumento da flexibilidade resulta em um
aumento da responsabilidade do Tamanho
instrumentista, desde que maior leque de
Tem tamanho pequeno ou muito
escolha implica em maior probabilidade de
pequeno (menor que as dimensões DIN).
cometer erros.
Não necessariamente a mais importante,
O controlador digital usa sinais
mas um das características mais notável
discretos para computar a saída do
da presente geração de controladores
controlador. Geralmente, o controlador
single loop é seu pequeno tamanho físico.
digital é baseado em microprocessador. O
A maioria dos controladores segue as
controlador digital emula o algoritmo
dimensões européias DIN (Deutche
analógico PID.
Industrie Norm) para aberturas de painel.
4. Controlador Funções de controle
Microprocessado Muitos controladores chamados de
single loop são dual loops. Através de
microprocessadores no circuito, muitos
4.1. Conceito controladores oferecem os formatos de
O controlador single loop é o liga-desliga e PID. Outros controladores
instrumento microprocessado com todas incorporam funções matemáticas, ou no
as vantagens relacionadas acima inerentes próprio circuito ou através de módulos
à sua natureza que pode ser usado para funcionais opcionais incorporados na
controlar uma única malha (daí o nome, caixa. Estas funções matemáticas incluem:
single loop). É também chamado de single 1. Somador - subtrator
station. O controlador single loop resolve o 2. Ganho ajustável com polarização
algoritmo de controle para produzir uma 3. Multiplicador - divisor
única saída controlada. O seu baixo custo 4. Compensador lead/lag
permite que ele seja dedicado a uma única (avanço/atraso)
malha. Por questão de marketing e por 5. Filtro dual
causa de sua grande capacidade, um 6. Limitador de rampa
único invólucro pode ter dois e até quatro 7. Limitador de sinal
controladores, porém, com o aumento de 8. Rastreamento (tracking) analógico
dificuldade da operação. 9. Extrator de raiz quadrada
O microprocessador pode ter qualquer 10. Seletor de sinal (alto/baixo)
função configurável e por isso, um mesmo 11. Seletor de sinal (médio
instrumento pode funcionar como 12. Conversor de sinal (termopares,
controlador, controlador cascata, RTD)
controlador auto-seletor ou como 13. Potenciômetro (não isolado e
computador de vazão com compensação isolado)
de pressão e temperatura. A configuração
Auto-sintonia
pode ser feita através de teclados
acoplados ao instrumento ou através de Esta propriedade é disponível na maioria
programadores separados (stand alone). dos controladores single loop, exceto nos
Como a tecnologia do single loop é de baixo custo.
moderna, o instrumento incorpora todos os Seqüencial e programação de tempo
avanços da tecnologia eletrônica,
microprocessadores, displays novos e A maioria dos controladores single loop
programas criativos. possui capacidade de programação
temporal e sequenciamento de operações.
A programação envolve quaisquer duas
variáveis, porém o mais comum é se ter o
tempo e a temperatura. Em siderurgias, é
comum a aplicação de programas de
temperatura, onde se tem uma rampa de

2.7.14
Controlador

aquecimento, a manutenção da
temperatura em um patamar durante um
determinado tempo e o abaixamento em
vários degraus.
Outras propriedades
Os controladores single loop possuem
ainda capacidade de auto/manual, ponto
de ajuste múltiplo, autodiagnose e
memória. São construídos de
conformidade com normas para ser
facilmente incorporado e acionado por Fig. 7. 12. Controladores single loop (Foxboro)
sistemas SDCD.
As aplicações típicas do single loop são
em plantas pequenas e médias que não Suas especificações funcionais são:
podem ou não querem operar, em futuro 1. sinais de entrada proporcionais,
próximo, em ambiente com controle digital qualquer combinação não excedendo
distribuído. Mesmo em sistemas de SDCD, 4 analógicas (4 a 20 mA, 1 a 5 V,
há malhas críticas que, por motivo de voltagem de termopar ou resistência
segurança, são controladas por de RTD) e 2 entradas de freqüência.
controladores single loop. Todos os sinais de entrada são
convertidos e podem ser
4.3. Controladores comerciais caracterizados em uma variedade de
cálculos.
Controlador Foxboro 2. cada controlador possui duas
funções de controle independentes
O controlador single station Foxboro inclui:
que podem ser configuradas como
1. display analógico fluorescente para
um único controladores, dois
mostrar através de barra de gráfico o
controladores em cascata ou em
valor da variável, do ponto de ajuste
seleção automática. Os algoritmos
e da saída do controlador
padrão para cada controlador são P,
2. display digital para indicar através de
dígitos os valores e unidades de I, PD, PI, PID e controle EXACT
3. duas saídas analógicas não isolados
engenharia
3. display alfanumérico para indicar tag
e duas saídas discretas
4. outras funções de controle como
da malha selecionada
4. painel da estação de trabalho, para
caracterização, linearizadores, portas
indicar status de operação lógicas, condicionadores de sinal
5. alarmes
(computador ou local), status do
6. computações matemáticas
ponto de ajuste (remoto, local ou
7. alimentação do transmissor de
relação), status da saída (automático
ou manual) e status de alarme campo
8. memória para armazenar todos os
(ligado ou desligado)
5. teclado com 8 teclas para
parâmetros de configuração e
configuração e operação para operação
9. filtros de entrada (Butterworth)
selecionar, configurar e sintonizar o
10. distribuição de sinais (até 30
controlador
sinais para roteamento interno)

2.7.15
Controlador

Controlador Yokogawa do operador com a malha de controle, de


O controlador single loop da Yokogawa modo automático ou manual.
incorporam funções computacionais e de A estação indica os valores da medição
controle que podem ser combinadas do (ponteiro vermelho) e ponto de ajuste
mesmo modo que uma calculadora de (ponteiro preto e branco) em uma escala
bolso. A função de auto-sintonia para de 100 mm de altura, vertical,
otimizar o controle é útil principalmente em intercambiável com a escala do indicador
aplicações de batelada de multiprodutos, ou estação manual. A precisão dessas
onde as características do processo indicações é de 0,5% da largura de faixa.
podem variar de produto para produto. Há indicação também do sinal de saída,
Suas características incluem: em uma escala horizontal, com precisão de
1. controle feedforward, com 2,5% da largura de faixa.
computações de ganho e
polarização,
2. processamento de sinais
3. entradas analógicas (4 pontos de 1
a 5 V cc)
4. saídas analógicas (3 pontos de 1 a
5 V cc, 1 ponto de 4 a 20 mA cc)
5. estação de computação
programável com display de dados,
processamento de sinal e
sequenciamento
6. 10 pontos de status de
entrada/saída definidos pelo usuário
7. quatro chaves funcionais no painel Fig. 25. Estação de controle automático
frontal para iniciar as seqüências de
controle
8. quatro lâmpadas associadas para Na parte frontal, a estação de controle
indicar o progresso da seqüência ou possui a chave de transferência de duas
servir como cursor posições AUTOMÁTICO ou MANUAL, que
9. 43 funções computacionais fornece a transferência sem necessidade
de balanço e sem provocar
descontinuidade ao processo. Logo abaixo
dessa chave há o botão de comando
manual, que gera um sinal de 0 a 10 V cc,
em duas velocidades distintas. Há uma
seta indicando o sentido de abertura ou
fechamento da válvula de controle, bem
como dois índices de memória para indicar
os limites de trabalho do operador final.
Quando a estação é do modelo com
ponto de ajuste manual, há um botão, na
parte frontal da estação, para prover o seu
Fig. 7. 13. Controladores single loop (Yokogawa) ajuste. Quando a estação tem ponto de
ajuste ou manual ou remoto, além desse
botão de ajuste manual, há uma chave
seletora com duas posiçÕes
4. Controlador SPEC 200 REMOTO/LOCAL. Opcionalmente, pode
haver lâmpadas de alarmes, colocadas na
parte superior da estação. Nesse caso há
4.1. Descrição e Funções um pequeno botão de reconhecimento e
A estação de controle automático teste do alarme, entre os dois botões
fornece a interface para a interação normal ajuste manual e seleção R/L. Quando não
há alarme é possível se encontrar o furo,

2.7.16
Controlador

porém com uma tampinha plástica. A auto-seletor, a estação de controle deve


identificação da estação é feita no visor, na ser ligada também a um módulo especial,
parte superior e frontal. p.ex., 2AC-R3. Ainda, quando há opções
extras para a estação de controle, p.ex.,
indicação do estado AUTO/MANUAL,
ajuste externo do modo AUTO/MANUAL,
as estações exigem também um módulo
de distribuição de sinais com acesso à
função de controle (2AX+DFA). Nesse
caso, a estação de controle recebe
alimentação das duas áreas painel de
leitura e armário. Finalmente, em casos
extremos pode se exigir o uso de módulo
especial de controle, p.ex., 2AC+R3 e
módulo de distribuição especial, p.ex.,
2AX+DFC.
Os fusíveis, disponíveis no módulo de
controle protegem o sistema SPEC200 de
Fig. 26. Estação de controle ligada ao armário curto circuito eventualmente provocados
pela estação de controle e sua fiação.
Geralmente a sintonia dos circuitos
eletrônicos, ajustes de calibração são
encontráveis e feitos no cartão de controle.
A estação de controle é uma caixa vazia,
apenas com o circuito de indicação e com
Fig. 27. Bloco terminal no módulo de controle as chaves de monitoração do operador.
Nessa configuração o operador não tem
aos circuitos de sintonia e ajustes de zero,
faixa, limites de saída. Apenas estabelece
o ponto de ajuste, aciona manualmente o
elemento final de controle. Quando essa
situação não é desejável, pode-se ter os
circuitos eletrônicos e de alarme na própria
Fig. 28. Estação com tomada para o estação de controle. Nesse caso, os
cabo cartões de controle são diferentes e não
possuem nenhum ajuste em sua parte
frontal. São os cartões 2AX+T.
A estação de controle automático é
montada na estante do painel de leitura.
Cada estação ocupa um espaço de
estante. É ligada à estante através de um
cabo padrão, com 42 polegadas de
comprimento, preso à estante por uma
braçadeira e com a tomada fixa à parede
da estante por 4 parafusos. Esse conjunto
de ligação é igual, tanto para o indicador,
registrador, estação manual ou estação
automática.
A estação de controle automático é
ligada à área do armário ao módulo de
controle, por um cabo padrão, de tamanho
variável, 2AK.
Normalmente a estação é ligado ao
módulo padrão 2AC. Porém, quando há
características especiais, p.ex., sistema

2.7.17
Controlador

5. Estação Manual de Controle 5.1. Estação Manual

A estação manual, chamada de HIC (hand A estação de atuação manual (Manual


indicator controller), de estação auxiliar ou Loading) gera o sinal padrão, pneumático
de estação de carga manual (load station) ou eletrônico, através da atuação manual
é o instrumento que possibilita ao operador do operador. A estação possui um medidor
atuar diretamente no processo através da do sinal de saída gerado manualmente.
geração manual de sinais padrão Duas aplicações típicas da estação
eletrônicos ou pneumáticos. manual:
As aplicações típicas da estação 1. regular manualmente a posição da
manual incluem válvula de controle no campo. Esta
1. a atuação direta e manual no ação manual pode substituir a
processo, em substituição ao atuação automática do controlador
controle automático ou como única ou a atuação manual feita
alternativa. localmente através do volante da
2. a geração do ponto de ajuste válvula.
remoto do controlador 2. estabelecer o ponto de ajuste de
3. o aumento da capacidade, como controlador individual ou mesmo
adicionar polarização, fazer ajustar simultaneamente os pontos
proporção, atuar em vários de ajuste de vários controladores no
elementos finais. mesmo nível. Nesta aplicação a
A estação auxiliar tem aparência saída da estação de ajuste manual
externa idêntica à do controlador, com alimenta diretamente o circuito do
escala vertical; botões de atuação; chaves ponto de ajuste dos controladores.
de transferência A/M, polarização e relação
. 5.2. Estação de Chaveamento A/M
As estações são disponíveis em vários Normalmente o controlador possui uma
modelos de complexidade crescente estação manual auxiliar, que pode ser
1. a estação manual de carga atuada manualmente pelo operador, desde
2. a estação com chaveamento A/M que a chave seletora esteja na posição
3. a estação com chave A/M e com Manual. Esta estação manual, acoplada a
100% de polarização ajustável unidade de controle automático, é de
4. a estação de relação tamanho pequeno, com a resolução de
leitura pior que as indicações da estação
automática e com a arquitetura pouco
flexível e limitada. Por isso, se
desenvolveu comercialmente a estação
manual com o chaveamento
automático/manual.

Fig. 7.14. Estação manual acoplada ao controlador

Fig. 7.15. Estação manual (stand alone)

2.7.18
Controlador

A estação auxiliar de chaveamento A/M


é usada com outro controlador automático
e permite as seguintes opções
1. Regulação manual da posição da
válvula de controle, quando a chave
de transferência estiver em Manual.
2. Passagem direta do sinal de um
controlador automático para a
válvula de controle, quando a chave
de transferência estiver em
Automático.
Tipicamente há uma indicação da Fig. 7. 16. Estação manual A/M
diferença entre os sinais automático e
manual de modo a informar e auxiliar o
operador nos procedimentos de
transferência. 5.3. Estação A/M e Polarização
Quando a malha de controle complexa
requer um único controlador atuando em A estação com chaveamento A/M e
duas ou mais válvulas de controle, em polarização ajustável possui as seguintes
paralelo, a saída do controlador automático características:
passa através das várias estações 1. na posição automática, ela não atua
manuais para atuar nas várias válvulas de no processo e o sinal automático
controle. Esta montagem permite ao proveniente do controlador
operador atuar manualmente uma ou mais automático, passa através dela sem
válvulas de controle, enquanto as outras alteração e é apenas indicado.
válvulas estão sendo controladas 2. na posição manual, o sinal de saída
automaticamente. Isto é justificado quando da estação é dado pela relação
1. em postas em marcha, quando 3. saída manual = sinal automático +
ainda as capacidades das válvulas polarização ajustável manual
estão excessivas. Há excesso de O operador de processo pode adicionar ou
ganho, portanto instabilidade, subtrair, de 0 a 100% do sinal de entrada,
quando ambas as válvulas estão do sinal automático de entrada antes de
operando muito próximos da retransmiti-lo a válvula de controle.
posição de fechamento. Aplicação típica para o uso desta
2. as válvulas estão estação A/M com polarização é o sistema
superdimensionadas, para atender com dois ou mais elementos finais de
a capacidade de futuras controle regulados por um único
ampliações. Também neste caso controlador. Com esta estação, o operador
existem malhas com ganhos muito de processo pode polarizar uma válvula
elevados, portanto instáveis. Uma com relação as outras. A polarização pode
outra solução para este problema ser desejável e necessária por uma ou
seria utilizar, se disponíveis, mais das seguintes razões
válvulas com capacidades 1. separar os níveis de operação de
reduzidas. Nas ampliações, dois operadores finais idênticos,
trocariam os internos das válvulas para impedir a interferência e
para capacidades totais. interação entre ambos.
3. há necessidade da manutenção de 2. balancear dois operadores finais
uma das válvulas, enquanto as para prevenir que apenas um
outras válvulas permanecem no assuma toda a carga do processo.
processo. 3. balancear a saída de todos os
4. se fixa o ponto de operação de uma operadores finais de modo que as
válvula manualmente enquanto as entradas do processo fiquem
outras válvulas são controladas uniformes.
automaticamente.

2.7.19
Controlador

Fig. 7. 17. Estação manual com polarização

5.4. Serviços Associados


Na especificação da estação manual de
controle separada do controlador
automático, deve ser conhecidos e
informados ao fabricante os seguintes
parâmetros
1. a função a desempenhar geração
do sinal, indicação, polarização,
relação ,
2. os sinais de entrada e de saída,
3. a faixa da escala de indicação,
4. a montagem, com a verificação
previa da estante e dos cabos de
engate rápido,
5. as opções extras.
6. A operação da estação manual
envolve
7. a leitura do sinal gerado e
opcionalmente dos sinais externos,
8. a atuação manual para gerar o sinal
interno
9. a atuação manual para gerar a
polarização desejada, se aplicável,
10. a atuação manual da chave seletora
A/M.

Apostilas\Instrumentação 25Controlador.doc 18 OUT 00 (Substitui 11 DEZ 98)

2.7.20
Válvula de Controle

2.8
Válvula de Controle

1. Introdução 2. Elemento Final de Controle


Aproximadamente 5% dos custos totais A malha de controle a realimentação
de uma indústria de processo químico se negativa possui um elemento sensor, um
referem a compra de válvulas. Em termos controlador e um elemento final de
de número de unidades, as válvulas controle. O sensor ou o transmissor envia
perdem apenas para as conexões de o sinal de medição para o controlador, que
tubulação. o recebe e o compara com um ponto de
As válvulas são usadas em tubulações, ajuste e gera um sinal de saída para atuar
entradas e saídas de vasos e de tanques no elemento final de controle. O elemento
em várias aplicações diferentes; as final de controle manipula uma variável,
principais são as seguintes que influi na variável controlada, levando-a
1. serviço de liga-desliga para valor igual ou próximo do ponto de
2. serviço de controle proporcional ajuste.
3. prevenção de vazão reversa O controle pode ser automático ou
4. controle e alívio de pressão manual. O controle manual pode ser
5. especiais remoto ou local. A válvula de controle abre
6. controle de vazão direcional e fecha a passagem interna do fluido, de
7. serviço de amostragem conformidade com um sinal de controle.
8. limitação de vazão Quando o sinal de controle é proveniente
9. selagem de vaso ou de tanque de um controlador, tem-se o controle
De todas estas aplicações, a mais automático da válvula. Quando o sinal de
comum e importante se relaciona com o controle é gerado manualmente pelo
operador de processo, através de uma
estação manual de controle, tem-se o
controle manual remoto. Na atual manual
local, o operador atua diretamente no
volante da válvula.
Há vários modos de manipular as
vazões de materiais e de energia que
entram e saem do processo; por exemplo,
por bombas com velocidade variável,
bombas dosadoras, esteiras, motor de
passo porém, o modo mais simples é por
controle automático de processos. meio da válvula de controle.
O controle pode ser feito de modo contínuo
ou liga-desliga. Na filosofia continua ou
Fig. 8.1. Esquema típico de válvula de controle analógica, a válvula pode assumir, de
modo estável, as infinitas posições entre
totalmente fechada e totalmente aberta. Na

2.8.1
Válvula de Controle

filosofia digital ou liga-desliga, a válvula só 3. Válvula de Controle


fica em duas posições discretas ou
totalmente fechada ou totalmente aberta. O As funções da válvula de controle são:
resultado do controle é menos satisfatório 1. Conter o fluido do processo, suportando
que o obtido com o controle proporcional, todos os rigores das condições de
porém, tal controle pode ser realizado operação. Como o fluido do processo
através de chaves manuais, chaves passa dentro da válvula, ela deve ter
comandadas por pressão (pressostato), características mecânicas e químicas
temperatura (termostato), nível, vazão ou para resistir à pressão, temperatura,
controladores mais simples. Neste caso, a corrosão, erosão, sujeira e
válvula mais usada é a solenóide, atuada contaminantes do fluido.
por uma bobina elétrica. 2. Responder ao sinal de atuação do
controlador. O sinal padrão é aplicado
ao atuador da válvula, que o converte
em uma força, que movimenta a haste,
em cuja extremidade inferior está o
obturador, que varia a área de
passagem do fluido pela válvula.
3. Variar a área de passagem do fluido
manipulado. A válvula de controle
manipula a vazão do meio de controle,
pela alteração de sua abertura.
4. Absorver a queda variável da pressão
da linha. Em todo o processo, a válvula
é o único equipamento que pode
fornecer ou absorver queda de pressão
controlável.

Fig. 8. 2. Válvula de controle

O sinal de controle que chega ao


atuador da válvula pode ser pneumático ou
eletrônico. A válvula de controle com
atuador pneumático é o elemento final de
controle da maioria absoluta das malhas.
Mesmo com o uso cada vez mais intensivo
e extensivo da instrumentação eletrônica,
analógica ou digital, a válvula com atuador
pneumático ainda é o elemento final mais Fig. 8. 3. Válvula de controle (Fisher)
aplicado. Ainda não se projetou e construiu
algo mais simples, confiável, econômico e
eficiente que a válvula com atuador Depois de instalada na tubulação e
pneumático. Ela é mais usada que as para poder desempenhar todas as funções
bombas dosadoras, as alavancas, as requeridas a válvula de controle deve ter
hélices, os basculantes, os motores de corpo, atuador e castelo. Adicionalmente,
passo e os atuadores eletromecânicos. ela pode ter acessórios opcionais que
facilitam e otimizam o seu desempenho,
como posicionador, booster, chaves,
volantes, transdutores corrente elétrica
para ar pneumático e relé de inversão.

2.8.2
Válvula de Controle

4. Corpo 4.3. Plug


O plug ou obturador da válvula pode ter
diferentes formatos e tamanhos, para
4.1. Conceito
fornecer vazamentos diferentes em função
O corpo da válvula de controle é da abertura. Cada figura geométrica do
essencialmente um vaso de pressão, com obturador corresponde a uma quantidade
uma ou duas sedes, onde se assenta o de vazão em função da posição da haste.
plug (obturador), que está na extremidade Os formatos típicos fornecem
da haste, que é acionada pelo atuador características linear, parabólica,
pneumático. A posição relativa entre o exponencial, abertura rápida.
obturador e a sede, modulada pelo sinal
que vem do controlador, determina o valor
da vazão do fluido que passa pelo corpo
da válvula, variando a queda de pressão
através da válvula.
No corpo estão incluídos a sede,
obturador, haste, guia da haste,
engaxetamento e selagem de vedação. O
conjunto haste-plug-sede é chamado de
trim.

Fig. 8. 5. Válvula com conexão rosqueada


Materiais
Como a válvula está em contato direto
com o fluido do processo o seu material
interior deve ser escolhido para ser
compatível com as características de
corrosão e abrasão do fluido. A parte
externa do corpo da válvula é metálica,
geralmente ferro fundido, aço carbono
Fig. 8. 4. Corpo da válvula contendo o fluido cadmiado, aço inoxidável AISI 316, ANSI
304, bronze, ligas especiais para alta
temperatura, alta pressão e resistentes à
4.2. Sede corrosão química. As partes internas,
justamente aquelas que estão em contato
A válvula de duas vias pode ter sede com o fluido, são o interior do corpo, sede,
simples ou dupla. A sede da válvula é onde obturador, anéis de engaxetamento e de
se assenta o obturador. A posição relativa vedação e também devem ser de material
entre o obturador e a sede é que adequado.
estabelece a abertura da válvula. Na
válvula de sede simples há apenas um
caminho para o fluido passar no interior da
válvula. A válvula de sede simples é
excelente para a vedação, porém requer
maior força de fechamento/abertura. A
válvula de sede dupla, no interior da qual
há dois caminhos para o fluxo, geralmente
apresenta grande vazamento, quando
totalmente fechada. Porém, sua vantagem
é na exigência de menor força para o
fechamento e abertura.

2.8.3
Válvula de Controle

Conexões Terminais prover vedação, usam-se caixas de


A válvula é instalada na tubulação engaxetamento. Algumas caixas requerem
através de suas conexões. O tipo de lubrificação periódica. Os materiais típicos
conexões terminais a ser especificado para de engaxetamento incluem Teflon®,
uma válvula é normalmente determinado asbesto, grafite e a combinação deles
pela natureza do sistema da tubulação em (asbesto impregnado de Teflon e asbesto
que a válvula vai ser inserida. As conexões grafitado).
mais comuns são flangeadas, rosqueadas, Quando a aplicação envolve
soldadas. Há ainda conexões especiais e temperaturas extremas, muito baixas
proprietárias de determinados fabricantes. (criogênicas) ou muito elevadas, o castelo
Os fatores determinantes das conexões deve ter engaxetamento com materiais
terminais são tamanho da válvula, tipo do especiais (semimetálicos) e possuir aletas
fluido, valores da pressão e temperatura e horizontais, que aumentem a área de troca
segurança do processo. de calor, facilitando a transferência de
As conexões rosqueadas são usadas energia entre o processo e a atmosfera
para válvulas pequenas, com diâmetro externa e protegendo o atuador da válvula
menor que 2". A linha possui a rosca contra temperaturas extremas.
macho e o corpo da válvula a rosca fêmea. Em aplicações onde se quer vedação
É econômico e simples. total ao longo da haste, pois o fluido do
O corpo da válvula pode ser soldado processo é tóxico, explosivo, pirofosfórico,
diretamente à linha. Este método é pouco muito caro, usam-se foles como selos. O
flexível, porém é utilizado para montagem fluido do processo pode ser selado interna
permanente, quando se tem altíssimas ou externamente ao fole.
pressões e é perigoso o vazamento do
fluido. 6. Atuador
Conectar o corpo da válvula à
tubulação através do conjunto de flanges,
parafusos e porcas é o método mais 6.1. Operação Manual ou Automática
utilizado para válvulas maiores que 2". As Os modos de operação da válvula
flanges podem ser lisas ou de faces dependem do seu tipo, localização no
elevadas e sua classe de pressão ANSI processo, função no sistema, tamanho,
deve ser compatível com a pressão do freqüência de operação e grau de controle
processo. desejado. Os modos possíveis são manual
Geralmente a válvula de controle ou automático.
possui uma entrada e uma saída; é
chamada de duas vias. Porém, há
aplicações de mistura ou divisão, que
requerem válvulas com três vias duas
entradas e uma saída (mistura) ou uma
entrada e duas saídas (divisão).

5. Castelo
O castelo (bonnet) liga o corpo da
válvula ao atuador. A haste da válvula se
movimenta através do engaxetamento do
castelo. Há três tipos básicos de castelo:
aparafusado, união e flangeado.
O engaxetamento no castelo para
alojar e guiar a haste com o plug, deve ser Fig. 8. 6. Atuador pneumático da válvula
de tal modo que não haja vazamento do A atuação manual pode ser local ou
interior da válvula para fora e nem muito remota. A atuação local pode ser feita
atrito que dificulte o funcionamento ou diretamente por volante, engrenagem,
provoque histerese. Para facilitar a corrente mecânica ou alavanca. A atuação
lubrificação do movimento da haste e manual remota pode ser feita pela geração

2.8.4
Válvula de Controle

de um sinal elétrico ou pneumático, que posição extrema, ou totalmente aberta ou


acione o atuador da válvula. Para ser totalmente fechada. Operacionalmente, a
atuada automaticamente a válvula pode força da mola se opõe à força do
estar acoplada a mola, motor elétrico, diafragma; a força do diafragma deve
solenóide, servo mecanismo, atuador vencer a força da mola e as forças do
pneumático ou hidráulico. processo.
Freqüentemente, é necessário ou Erradamente, se pensa que o atuador
desejável operar automaticamente a da válvula requer a alimentação de ar
válvula, de modo contínuo ou através de pneumático para sua operação; o atuador
liga-desliga. Isto pode ser conseguido pela funciona apenas com o sinal padrão, de 20
adição à válvula padrão um dos seguintes a 100 kPa (3 a 15 psi).
acessórios O atuador pneumático consiste
1. atuador pneumático ou hidráulico para simplesmente de um diafragma flexível
operação continua ou de liga-desliga, colocado entre dois espaços. Uma das
2. solenóide elétrica para operação de câmaras deve ser vedada à pressão e na
liga-desliga, outra câmara ha uma mola, que exerce
3. motor elétrico para operação continua uma força contraria. O sinal de ar da saída
ou de liga-desliga. do controlador vai para a câmara vedada à
Geralmente, um determinado tipo de pressão e sua variação produz uma força
válvula é limitado a um ou poucos tipos de variável que é usada para superar a força
atuadores; por exemplo, as válvulas de exercida pela mola de faixa do atuador e
alívio e de segurança são atuadas por as forças internas dentro do corpo da
mola; as válvulas de retenção são atuadas válvula e as exercidas pelo próprio
por mola ou por gravidade e as válvulas processo.
globo de tamanho grande e com alta O atuador pneumático deve satisfazer
pressão de processo são atuadas por basicamente as seguintes exigências
motores elétricos ou correntes mecânicas. 1. operar com o sinal de 20 a 100 kPa (3 a
As válvulas de controle contínuo são 15 psig),
geralmente atuadas pneumaticamente e 2. operar sem posicionador,
através de solenóides, quando se tem o 3. ter uma ação falha-segura quando
controle liga-desliga. Geralmente estes houver falha no sinal de atuação,
mecanismos de operação da válvula são 4. ter um mínimo de histerese,
considerados acessórios da válvula. 5. ter potência suficiente para agir contra
as forças desbalanceadas,
6.2. Atuador Pneumático 6. ser reversível.
Este tipo de operador, disponível com
6.3. Ações do Atuador
um diafragma ou pistão, é o mais usado.
Independente do tipo, o princípio de Basicamente, há duas lógicas de
operação é o mesmo. O atuador operação do atuador pneumático com o
pneumático, com diafragma e mola é o conjunto diafragma e mola
responsável pela conversão do sinal 1. ar para abrir - mola para fechar,
pneumático padrão do controlador em 2. ar para fechar - mola para abrir,
força-movimento-abertura da válvula. O Existe um terceiro tipo, menos usado,
atuador pneumático a diafragma recebe cuja lógica de operação é ar para abrir - ar
diretamente o sinal do controlador para fechar.
pneumático e o converte numa força que Outra nomenclatura para a ação da
irá movimentar a haste da válvula, onde válvula é falha-aberta (fail-open), que
está acoplado o obturador que irá abrir equivale a ar-para-fechar e falha-fechada,
continuamente a válvula de controle. igual a ar-para-abrir.
A função do diafragma é a de converter
o sinal de pressão em uma força e a
função da mola é a de retornar o sistema à
posição original. Na ausência do sinal de
controle, a mola leva a válvula para uma

2.8.5
Válvula de Controle

ausência de pressão, deve levar a válvula


para o fechamento total.
Uma válvula com atuação ar-para-
fechar opera de modo contrario. Na
ausência de ar e com pressões menores
que 20 kPa (3 psig), a válvula deve estar
totalmente aberta. Com o aparecimento de
pressões acima de 20 kPa (3 psig) e seu
aumento, a válvula diminuirá sua abertura.
Com a máxima pressão do controlador, de
100 kPa (15 psig), a válvula deve estar
totalmente fechada. Na falha do sistema,
quando a pressão cair o 0 kPa, a válvula
deve estar na posição totalmente aberta.
(a) Ar para abrir (b) Ar para fechar Certas aplicações exigem um válvula
Fig. 8. 7. Atuador pneumático da válvula de controle com um diafragma especial, de
modo que a falta do sinal de atuação faca
a válvula se manter na ultima posição de
A operação de uma válvula com atuador abertura; tem-se a falha-última-posição.
pneumático com lógica de ar para abrir é a
seguinte quando não há nenhuma pressão 6.4. Escolha da Ação
chegando ao atuador, a válvula está
A primeira questão que o projetista
"desligada" e na posição fechada. Quando
deve responder, quando escolhendo uma
a pressão de controle, típica de 20 a 100
válvula de controle é "o que a válvula deve
kPa (3 15 psig) começa a crescer, a
fazer, quando faltar o suprimento da
válvula tende a abrir cada vez mais,
alimentação?" A questão esta relacionada
assumindo as infinitas posições
com a "posição de falha" da válvula.
intermediárias entre totalmente fechada e
A segurança do processo determina o
totalmente aberta. Quando não houver
tipo de ação da válvula falha-fechada (FC -
sinal de controle, a válvula vai
fail close), falha-aberta (FC - fail open),
imediatamente para a posição fechada,
falha-indeterminada (FI - fail indetermined),
independente da posição em que estiver
falha-última-posição (FL - fail last position).
no momento da falha. A posição de
A segurança também implica no
totalmente fechada é também conhecida
conhecimento antecipado das
como a de segura em caso de falha. Quem
conseqüências das falha de alimentação
leva a válvula para esta posição segura é
na mola, diafragma, pistão, controlador e
justamente a mola. Assim, o sinal
transmissor. Quando ocorrer falha no
pneumático de controle deve vencer a
atuador da válvula, a posição da válvula
força da mola, a força apresentada pelo
não é mais função do projeto do atuador,
fluido do processo, os atritos existentes
mas das forças do fluido do processo
entre a haste e o engaxetamento.
atuando no interior da válvula e da
O atuador ar-para-abrir necessita de
construção da válvula. As escolhas são
pressão para abrir a válvula. Para
vazão-para-abrir (FTO - flow to open),
pressões menores que 20 kPa (3 psig) a
vazão-para-fechar (FTC - flow to close),
válvula deve estar totalmente fechada.
ficar na ultima posição (FB - friction
Com o aumento gradativo da pressão, a
bound). A ação vazão-para-fechar é
partir de 20 kPa (3 psig), a válvula abre
fornecida pela válvula globo; a ação vazão-
continuamente. A maioria das válvulas é
para-abrir é dada das válvulas borboleta,
calibrada para estar totalmente aberta
globo e esfera convencional. As válvulas
quando a pressão atingir exatamente 100
com plug rotatório, esfera flutuante são
kPa (15 psig). Calibrar uma válvula é fazer
típicas para ficar na ultima posição.
a abertura da válvula seguir uma reta,
passando pelos pontos 20 kPa x 0% (3 psi
x 0%) e 100 kPa x 100% (15 psi x 100%)
de abertura. A falha do sistema, ou seja, a

2.8.6
Válvula de Controle

6.5. Mudança da Ação são 40 a 200 kPa (6 a 30 psig) e 20 a 180


kPa (3 a 27 psig). Os fabricantes
Porém há vários modos de se inverter a
apresentam equações para dimensionar e
ação de controle do sistema constituído de
escolher o atuador pneumático.
controlador, atuador e válvula de controle
1. troca da posição do atuador, alternando
6.7. Atuador e outro Elemento Final
a posição relativa diafragma e mola.
2. alguns atuadores possuem uma O atuador de válvula pode,
alimentação alternativa o sinal pode ser excepcionalmente, ser acoplado a outro
aplicado em dois pontos possíveis, cada equipamento que não seja a válvula de
um correspondendo a uma ação de controle. Assim, é comum o uso do atuador
controle. pneumático associado a cilindro,
3. alteração do obturador + sede da basculante e bóia. Mesmo nas
válvula. combinações que não envolvem a válvula,
4. alteração do modo de controle, no o atuador é ainda acionado pelo sinal
próprio controlador. A maioria dos pneumático padrão do controlador. E a
controladores possui uma chave função do atuador continua a de converter
seletora para a ação de controle direta o sinal de 20 a 100 kPa (3 a 15 psig) em
(aumenta medição, aumenta sinal de uma força, que pode provocar um
saída) e inversa (aumenta medição, movimento.
diminui sinal de saída). Mesmo em sistema com
Na aplicação prática, deve se consultar instrumentação eletrônica, com
a literatura técnica disponível e referente a controladores eletrônicos que geral 4 a 20
todos os equipamentos controlador, mA cc, o comum é se usar o atuador
atuador e válvula, para se definir qual a pneumático com diafragma e mola. Para
solução mais simples, segura e flexível. compatibilizar seu uso, insere-se na malha
de controle o transdutor corrente-para-
6.6. Dimensionamento do Atuador pneumático. O conjunto transdutor I/P +
atuador pneumático é ainda mais simples,
Há atuadores de diferentes tamanhos e eficiente, rápido e econômico que o
seu dimensionamento depende dos
atuador eletromecânico disponível
seguintes parâmetros pressão estática do
comercialmente.
processo, curso da haste da válvula,
O atuador pneumático é o mais
deslocamento da mola do atuador e da
comumente usado, por causa de sua
sede da válvula. A força gerada para simplicidade, econômica, rapidez e
operar a válvula é função da área do
garantia de funcionamento. Os atuadores
diafragma, da pressão pneumática e da
pneumáticos são aplicados principalmente
pressão do processo. Quanto maior a
para a obtenção do controle proporcional
pressão do sinal pneumático, menor pode
contínuo. Para o controle liga-desliga é
ser a área do diafragma. Como
mais conveniente usar a válvula solenóide.
normalmente o sinal de atuação é padrão,
de 20 a 100 kPa (3 a 15 psig), geralmente
o tamanho do diafragma depende da 7. Acessórios
pressão do processo; quando maior a
pressão do fluido do processo, maior deve 7.1. Volante
ser a área do diafragma. O atuador
pneumático da válvula funciona apenas O volante manual é usado para o
com o sinal do controlador, padrão de 20 a fechamento manual da válvula no local, em
100 kPa (3 a 15 psig). Ele não necessita substituição ao fechamento automático ou
do suprimento de ar de 120 a 140 kPa (20 manual, feito através do atuador
a 22 psig). pneumático, em casos de emergência,
O tamanho físico do atuador depende durante a partida ou na falta de ar. Eles
da pressão estática do processo e da não são muito freqüentes e só se justifica
pressão do sinal pneumático. A faixa de sua aplicação em serviços críticos ou
pressão mais comum é o sinal de 20 a 100 quando não há válvulas de bloqueio ou de
kPa (3 a 15 psig); outras também usadas bypass.

2.8.7
Válvula de Controle

Os principais acessórios incluem as subtrai ar do atuador da válvula, até se


hastes com extensão, operador com obter a posição correta. Há um elo
corrente, operador com engrenagens. mecânico através do qual o posicionador
sente a posição da válvula e monitora o
sinal que vai para o atuador. O
posicionador pode ser considerado um
controlador proporcional puro.
As justificativas legitimas para o uso do
posicionador são para
1. eliminar a histerese e banda morta
da válvula, garantindo a excursão
linear da haste da válvula, por causa
de sua atuação direta na haste,
Fig. 8. 8. Válvula com volante 2. o posicionador alterar a faixa de sinal
pneumático, por exemplo, de 20 a
100 kPa (3 a 15 psig) para 100 a 20
7.2. Posicionador kPa (15 a 3 psig) ou de 20 a 60 kPa
(3 a 9 psig) para 20 a 100 kPa (3 a
O posicionador é um acessório 15 psig). O uso do posicionador é
opcional e não um componente obrigatório obrigatório na malha de controle de
da válvula, mesmo que algumas plantas faixa dividida (split range), onde o
padronizem e tornem seu uso extensivo a mesmo sinal de controle é enviado
todas as válvulas existentes. para várias válvulas em paralelo.
O posicionador é um dispositivo São razões para o uso do posicionador,
acoplado à haste da válvula de controle mas não muito legitimas
para otimizar o seu funcionamento. Ele 1. aumentar a velocidade de resposta
recebe o sinal padrão de 20 a 100 kPa (3 a da válvula, aumentando a pressão ou
15 psig) e gera, na saída, também o sinal o volume do ar pneumático de
padrão de 20 a 100 kPa (3 a 15 psig) e por atuação, para compensar atrasos de
isso é necessária a alimentação transmissão, capacidade do atuador
pneumática de 120 kPa (20 psig). pneumático. Deve-se usar um
booster no lugar do posicionador.
2. escolher ou alterar a ação da válvula,
falha-fechada (ar para abrir) ou falha-
aberta (ar para fechar). Deve-se
fazer isso com relé pneumático ou no
próprio atuador da válvula.
3. modificar a característica inerente da
válvula, através do uso de cam
externa ou gerador de função. Isto
também não é uma justificativa
valida, pode-se usar relé externo que
não degrade a qualidade do controle.
Há porém, duas outras regras, talvez
mais importantes, embora menos
conhecidas, referentes ao não uso do
(a) Posicionador montado (b) Posicionador fora posicionador. São as seguintes
Fig. 8. 9. Válvula com posicionador 1. não se deve usar posicionador
quando o processo é mais rápido que
a válvula.
O objetivo do posicionador é o de 2. ao se usar o posicionador, deve se
comparar o sinal da saída do controlador aumentar a banda proporcional do
com a posição da haste da válvula. Se a controlador, de 3 a 5 vezes, em
haste não esta onde o controlador quer relação à sua banda proporcional
que ela esteja, o posicionador soma ou sem posicionador. Quando isso é

2.8.8
Válvula de Controle

impossível, não se pode usar o controle de vazão de líquido ou de pressão


posicionador. de líquido.
As regras para uso e não uso devem
ser conceitualmente entendidas. O
posicionador torna a malha mais sensível,
mais rápida, com maior ganho. Se a malha
original já é sensível ou rápida, a
colocação do posicionador aumenta ainda
mais a sensibilidade e rapidez, levando
certamente a malha para uma condição
instável, de oscilação. Quando se coloca
um posicionador em uma malha de
controle rápida, o desempenho do controle
se degrada ou tem que se re-sintonizar o
controlador, ajustando a banda Fig. 8. 10. Booster
proporcional em valor muito grande, às O booster é usado no atuador da
vezes, em valores não disponíveis no válvula para apressar a resposta da
controlador comercial. válvula, para uma variação do sinal de um
Geralmente não se usa posicionador controlador pneumático com baixa
em malha de controle de vazão, pressão capacidade de saída, sem o inconveniente
de líquido e pressão de gás em volume de provocar oscilações, por não ter
pequeno, que já estes processos são muito realimentação com a haste da válvula. Eles
rápidos. Para processos rápidos, mas com reduzem o tempo de atraso resultante de
linhas de transmissão muito grandes ou longas linhas de transmissão ou quando a
com atuadores de grandes volumes, a capacidade da saída do controlador é
solução é acrescentar um amplificador insuficiente para suprir a demanda de
pneumático (booster), em vez de usar o grandes atuadores pneumáticos.
posicionador. O booster também melhora o Os outros possíveis usos de booster
tempo de resposta e aumenta o volume de são
ar do sinal pneumático e, como seu ganho 1. amplificar ou reduzir o sinal
é unitário, não introduz instabilidade ao pneumático, tipicamente de 1:1 e 1:3
sistema. ou 5:1, 2:1 e 3:1
O posicionador pode ser considerado 2. reverter um sinal pneumático por
como um controlador de posição, de alto exemplo, quando o sinal de entrada
ganho (banda estreita). Quando ele é aumenta, a saída diminui. Quando a
colocado na válvula de controle, o entrada é 20 kPa (3 psig) a saída é
posicionador é o controlador secundário de 100 kPa (15 psig), quando a entrada
uma malha em cascata, recebendo o ponto é 100 kPa (15 psig), a saída é 20 kPa
de ajuste da saída do controlador primário. (3 psig).
Esta analogia é útil, pois facilita a
orientação de uso ou não-uso do 8. Característica da Válvula
posicionador. Como em qualquer de
controle cascata, o sistema só é estável se
a constante de tempo do secundário 8.1. Conceito
(posicionador) for muito menor que a do
A característica da válvula de controle é
primário.
definida como a relação entre a vazão
através dela e a posição da haste,
7.3. Booster
variando ambas de 0 a 100%. A vazão na
O booster, também chamado relé de ar válvula depende do sinal de saída do
ou amplificador pneumático, tem a função controlador que vai para o atuador. Na
aproximada do posicionador. A aplicação definição da característica, admite-se que
típica do booster é para substituir o 1. o atuador da válvula é linear (o
posicionador, quando ele não é deslocamento da haste é
recomendado, como em malhas de proporcional à saída do controlador),

2.8.9
Válvula de Controle

2. a queda de pressão através da


válvula é constante,
3. o fluido do processo não está em
cavitação, flashing ou na vazão
sônica (choked)
São definidas duas características da
válvula: inerente e instalada. A
característica inerente se refere à
observada com uma queda de pressão
constante através da válvula; é a
característica construída e fora do
processo. A instalada se refere à
característica quando a válvula está em
operação real, com uma queda de pressão
variável e interagindo com as influências Fig. 8. 11. Características da válvula
do processo não consideradas no projeto.

8.2. Características da Válvula e do O objetivo da caracterização da vazão


Processo é o de fornecer um ganho do processo
Para se ter um controle eficiente e total relativamente constante para a
estável em todas as condições de maioria das condições de operação do
operação do processo, a malha de controle processo.
deve ter um comportamento constante em A característica da válvula depende do
toda a faixa. Isto significa que a malha seu tipo. Tipicamente os formatos do
completa do processo, definida como a contorno do plug e da sede definem a
combinação sensor-transmissor- característica. As três características
controlador-válvula-processo-etc. deve ter típicas são linear, igual percentagem e
seu ganho e dinâmicas os mais constantes abertura rápida; outras menos usadas são
possível. Ter um comportamento constante hiperbólica, raiz quadrática e parabólica.
significa ser linear.
Característica de Igual Percentagem
Na prática, a maioria dos processos é
não-linear, fazendo a combinação sensor- Na válvula de igual percentagem, iguais
transmissor-controlador-processo não percentagens de variação de abertura da
linear. Assim, deve-se ter o controlador válvula correspondem a iguais
não-linear para ter o sistema total linear. A percentagens de variação da vazão.
outra alternativa é a de escolher o Matematicamente, a vazão é proporcional
"comportamento da válvula" não-linear, exponencialmente à abertura. O índice do
para tornar linear a combinação sensor- expoente é a percentagem de abertura.
transmissor-controlador-processo. Se isso O termo "igual percentagem" se aplica
é feito corretamente, a nova combinação porque iguais incrementos da posição da
sensor-transmissor-processo-válvula se válvula causam uma variação da vazão em
torna linear, ou com o ganho constante. O igual percentagem. Quando se aumenta a
comportamento da válvula de controle é a abertura da válvula de 1%,, indo de 20 a
sua "característica de vazão". 21%, a vazão ira aumentar de 1% de seu
valor à posição de 20%. Se a posição da
válvula é aumentada de 2%, indo de 60 a
61%, a vazão ira aumentar de 1% de seu
valor à posição de 60%. A válvula é
praticamente linear (e com grande
inclinação) próximo à sua abertura
máxima.
A válvula de igual percentagem produz
uma vazão muito pequena para grande
variação da abertura, no inicio de sua
abertura, mas quando está próxima de sua

2.8.10
Válvula de Controle

abertura total, pequenas variações da A característica instalada é real e


abertura produzem grandes variações de diferente da característica inerente, que é
vazão. Ela exibe melhor controle nas teórica e de projeto. Na prática, uma
pequenas vazões e um controle instável válvula com característica inerente de igual
em altas vazões. percentagem se torna linear, quando
instalada. A exceção, quando a
Característica Linear característica inerente é igual à instalação,
Na válvula com característica linear a ocorre quando se tem um sistema com
vazão é diretamente proporcional à bombeamento com velocidade variável,
abertura da válvula. A abertura é onde é possível se manter uma queda de
proporcional ao sinal padrão do pressão constante através da válvula, pelo
controlador, de 20 a 100 kPa (3 a 15 psig), ajuste da velocidade da bomba.
se pneumático e de 4 a 20 mA cc, se A característica instalada de qualquer
eletrônico. válvula depende dos seguintes parâmetros
A característica linear produz uma 1. característica inerente, ou a
vazão diretamente proporcional ao valor do característica para a válvula com
deslocamento da válvula ou de sua queda de pressão constante e a
posição da haste. Quando a posição for de 100% de abertura,
50%, a vazão através da válvula é de 50% 2. relação da queda de pressão através
de sua vazão máxima. da válvula com a queda de pressão
A válvula com característica linear total do sistema,
possui ganho constante em todas as 3. fator de super dimensionamento da
vazões. O desempenho do controle e válvula.
uniforme e independente do ponto de É difícil prever o comportamento da
operação. válvula instalada, principalmente porque a
característica inerente se desvia muito da
Característica de Abertura Rápida curva teórica, há não linearidades no
A característica de vazão de abertura atuador da válvula, nas curvas das
rápida produz uma grande vazão com bombas.
pequeno deslocamento da haste da
válvula. A curva é basicamente linear para 8.3. Escolha de Características
a primeira parte do deslocamento com uma
inclinação acentuada. A válvula introduz A escolha da característica da válvula e
uma grande variação na vazão quando há seu efeito no dimensionamento é
uma pequena variação na abertura da fundamental para se ter um bom controle,
válvula, no inicio da faixa. A válvula de em larga faixa de operação do processo. A
abertura rápida apresenta grande ganho válvula com característica inerente linear
em baixa vazão e um pequeno ganho em parece ser a mais desejável, porém o
grande vazão. Ela não é adequada para objetivo do projetista é obter uma
controle contínuo, pois a vazão não é característica instalada linear. O que se
afetada para a maioria de seu percurso; deseja realmente é ter a vazão através da
geralmente usada em controle liga-desliga. válvula e de todos os equipamentos em
série com ela variando linearmente com o
Característica Instalada deslocamento de abertura da válvula.
O dimensionamento da válvula se Como a queda de pressão na válvula varia
baseia na queda de pressão através de com a vazão (grande vazão, pequena
suas conexões, assumida como constante queda de pressão) uma válvula não-linear
e relativa à abertura de 100% da válvula. normalmente fornece uma relação de
Quando a válvula está instalada na vazão linear após a instalação.
tubulação do sistema, a queda de pressão A escolha da característica correta da
através dela varia quando há variação de válvula para qualquer processo requer uma
pressão no resto do sistema. A instalação analise dinâmica detalhada de todo o
afeta substancialmente a característica e a processo. Há numerosos casos onde a
rangeabilidade da válvula. escolha da característica da válvula não
resulta em conseqüências serias. Qualquer

2.8.11
Válvula de Controle

característica de válvula é aceitável 5. Igual percentagem, para controle de


quando pressão de líquido, com qualquer
1. a constante de tempo do processo é variação da queda de pressão
pequena (processo rápido), como através da válvula.
vazão, pressão de líquido e Como há diferenças grandes entre as características
temperatura com misturadores, inerente e instalada das válvulas e por causa da
2. a banda proporcional ajustada do imprevisibilidade da característica instalada, deve-se
controlador é estreita (alto ganho), preferir
3. as variações de carga do processo 1. válvula cuja construção tenha uma
são pequenas; menos que 2:1. propriedade intrínseca, como a
A válvula com característica linear é borboleta e a de disco com abertura
comumente usada em processo de nível rápida,
de líquido e em outros processos onde a 2. válvula que seja caracterizada pelo
queda da pressão através da válvula é projeto, como as com plugs linear e
aproximadamente constante. de igual percentagem,
A válvula com característica de igual 3. válvula digital, que possa ser
percentagem é a mais usada; geralmente, caracterizada por software,
em aplicações com grandes variações da 4. característica que seja obtida através
queda de pressão ou onde uma pequena de equipamento auxiliar, como
percentagem da queda de pressão do gerador de função, posicionador
sistema total ocorre através da válvula. caracterizado, cam de formato
Quando se tem a medição da vazão especial. Estes instrumentos são
com placa de orifício, cuja saída do principalmente úteis para a alteração
transmissor é proporcional ao quadrado da da característica instalada errada.
vazão, deve-se usar uma válvula com Em resumo, a característica da válvula
característica de raiz quadrática de controle deve casar com a
(aproximadamente a de abertura rápida). A característica do processo. Este
válvula com a característica de vazão de casamento significa que os ganhos do
abertura rápida é, tipicamente, usada em processo e da válvula combinados
serviço de controle liga-desliga, onde se resultem em um ganho total linear.
deseja uma grande vazão, logo que a
válvula comece a abrir. 9. Operação da Válvula
As recomendações (Driskell) resumidas
para a escolha da característica da válvula
são 9.1. Aplicação da Válvula
1. Abertura rápida, para controle de Antes de especificar e dimensionar uma válvula de
vazão com medição através da placa controle, deve-se avaliar se a válvula é realmente
de orifício e com variação da queda necessária ou se existe um meio mais simples e
de pressão na válvula pequena mais econômico de executar o que se deseja. Por
(menor que 2:1). exemplo, pode-se usar uma válvula autocontrolada
2. Linear, para controle de vazão com em vez da válvula de controle, quando se aceita um
medição através da placa de orifício controle menos rigoroso, se quer um sistema
e com variação da queda de pressão econômico ou não se tem energia de alimentação
na válvula grande (maior que 2:1 e disponível. Em outra aplicação, é possível e
menor que 5:1). conveniente substituir toda a malha de controle de
3. Linear, para controle de vazão com vazão por uma bomba de medição a deslocamento
sensor linear, nível e pressão de gás, positivo ou por uma bomba centrífuga com
com variação de queda de pressão velocidade variável. O custo benefício destas
através da válvula menor que 2:1. alternativas é usualmente obtido pelo custo muito
4. Igual percentagem, para controle de menor do bombeamento, pois não se irá produzir
vazão com sensor linear, nível e energia para ser queimada na queda de pressão
pressão de gás, com variação de através da válvula de controle.
queda de pressão através da válvula Quando se decide usar a válvula de
maior que 2:1 e menor que 5:1. controle, deve-se selecionar o tipo correto

2.8.12
Válvula de Controle

e dimensiona-se adequadamente. Para a rangeabilidade da válvula de controle é a


seleção da válvula certa deve-se entender relação matemática entre a máxima vazão
completamente o processo que a válvula sobre a mínima vazão controláveis com a
controla. Conhecer completamente mesma eficiência. É desejável se ter alta
significa conhecer as condições normais rangeabilidade, de modo que a válvula
de operação e as exigências que a válvula possa controlar vazões muito pequenas e
deve satisfazer durante as condições de muito grandes, com o mesmo
partida, desligamento do processo e desempenho. Na prática, é difícil definir
emergência. com exatidão o que seja "controlável com
Todas os dados do processo devem mesma eficiência" e por isso os números
ser conhecidos antecipadamente, como os especificados variam de 10 a 1.000%.
valores da vazões (mínima, normal e O mais importante é ter bom senso e
máxima), pressão estática do processo, tratar o conceito de rangeabilidade sob um
pressão de vapor do líquido, densidade, ponto de vista qualitativo. A rangeabilidade
temperatura, viscosidade. É desejável é importante porque
identificar as fontes e natureza dos 1. diz o ponto em que se espera que a
distúrbios potenciais e variações de carga válvula atue em liga-desliga ou perca
do processo. completamente o controle, devido a
Deve-se determinar ou conhecer as vazamentos,
exigências de qualidade do processo, de 2. estabelece o ponto em que a
modo a identificar as tolerâncias e erros característica começa a se desviar
aceitáveis no controle. Os dados do do esperado.
processo devem também estabelecer se a
válvula necessita fornecer vedação total,
quando fechada, qual deve ser o nível
aceitável de ruído, se há possibilidade de
martelo d'água, se a vazão é pulsante.

9.2. Desempenho
O bom desempenho da válvula de
controle significa que a válvula
1. é estável em toda a faixa de
operação do processo,
2. não opera próxima de seu
fechamento ou de sua abertura total,
3. é suficientemente rápida para corrigir
os distúrbios e as variações de carga
do processo,
Fig. 8. 12. Característica e
4. não requer a modificação da sintonia
rangeabilidade
do controlador depois de cada
variação de carga do processo.
Para se conseguir este bom
A rangeabilidade da válvula está
desempenho da válvula, deve-se
associada diretamente à característica da
considerar os fatores que afetam seu
válvula. A válvula com característica
desempenho, tais como característica,
inerente de abertura rápida está
rangeabilidade inerente e instalada, ganho,
praticamente aberta a 40%, pois ela só
queda de pressão provocada, vazamento
fornece controle estável entre 10 e 40% e
quando fechada, características do fluido e
sua rangeabilidade é de 4:1. A válvula de
resposta do atuador.
abertura rápida tem uma ganho variável,
muito grande em vazão pequena e
9.3. Rangeabilidade
praticamente zero em vazão alta. Ela é
Um fator de mérito muito importante no instável em vazão baixa e inoperante em
estudo da válvula de controle é a sua alta vazão.
rangeabilidade. Por definição, a

2.8.13
Válvula de Controle

A rangeabilidade da válvula com


característica inerente linear é de 10:1 pois
ela fornece controle entre 10 e 100%. A Tab. 1. Classificação das Estanqueidades
válvula linear possui ganho (sensibilidade)
uniforme em toda a faixa de abertura da Classe I Não testadas nem garantidas para
válvula, ou seja, a mesma dificuldade e vazamentos.
precisão que se tem para medir e controlar Classe II Especificadas para vazamento menor
100% da vazão, tem se em 10%. que 0.5% da vazão máxima.
A válvula com característica inerente de igual Classe III Especificadas para vazamento menor
percentagem tem rangeabilidade de que 0.1% da vazão máxima,
aproximadamente 401, pois ela controla desde 2,5 a Classe Especificadas para vazamento menor
100%. A válvula com igual percentagem possui IV que 0.01% da vazão máxima.
ganho variável, pequeno em vazão baixa e elevado Classe V Especificadas para vazamento menor
em vazão alta. Ela possui um desempenho que 5 x 10-4 ml/min de vazão d'água
excelente em baixas vazões e é instável para por polegada do diâmetro da sede.
vazões muito elevadas. Classe Especificadas para válvulas com sede
Na consideração da rangeabilidade da VI macia e o vazamento e expresso como
válvula, é importante se considerar que a vazão volumétrica de ar, com pressão
rangeabilidade da válvula instalada é diferencial nominal de até 345 kPa.
diferente da rangeabilidade teórica, fora do
processo. A rangeabilidade instalada é
sempre menor que a teórica. Isso ocorre Não se deve usar uma única válvula
porque o Cv instalado é geralmente maior para fornecer simultaneamente as funções
que o Cv teórico. Por exemplo, se o Cv de controle e de vedação completa (tight
real é cerca de 1,2 do Cv teórico, a shutoff). As melhores válvulas para
máxima vazão controlada pela válvula é bloqueio não são necessariamente as
cerca de 80% da abertura da válvula. Se a melhores escolhas para o controle.
válvula é de igual percentagem, 80% da De acordo com a norma (ANSI B
abertura corresponde a cerca de 50% da 16.104), as válvulas são categorizadas em
vazão. Deste modo, a rangeabilidade é seis classes, de acordo com seu
cerca de 50:1, em vez de 100:1. vazamento permissível. Estes limites de
Lipták define "rangeabilidade estanqueidade são aplicáveis apenas à
intrínseca" como a relação do Cvmax para o válvula nova, sem uso.
Cvmin, entre os quais o ganho da válvula
não varie mais que 50% do valor teórico. 10.2. Fatores do Vazamento
Por esta definição, a rangeabilidade da
Alguns fabricantes listam em seus
válvula linear é maior do que a da válvula
catálogos os coeficientes de vazão, Cv,
de igual percentagem.
aplicáveis para as válvulas totalmente
abertas e os valores dos vazamentos,
10. Vedação e Estanqueidade quando totalmente fechadas. Estes valores
só valem para a válvula nova, limpa,
operando nas condições ambientes. Após
10.1. Classificação
alguns anos de serviço, o vazamento da
Qualquer vazão através da válvula válvula varia drasticamente, em função da
totalmente fechada, quando exposta à instalação, temperatura, pressão e
pressão diferencial e à temperatura de características do fluido.
operação é chamada de vazamento A estanqueidade depende da
(leakage). O vazamento é expresso como viscosidade dos fluidos; fluidos com
uma quantidade acumulada durante um viscosidade muito baixa são muito difíceis
período de tempo específico, para de serem contidos; por exemplo,
aplicações de fechamento com vedação dowtherm®, freon®, hidrogênio.
completa ou como percentagem da A temperatura afeta o vazamento,
capacidade total, para as válvulas de principalmente quando o corpo da válvula
controle convencionais. está a uma temperatura diferente da

2.8.14
Válvula de Controle

temperatura do plug ou quando o Cv é bem aceito e foi introduzido pela


coeficiente de dilatação termal do material Masoneilan, em 1944. Uma vez calculado
do corpo é diferente do coeficiente do o Cv da válvula e conhecido o tipo de
material do plug. Em algumas válvulas, por válvula usada, o projetista pode obter o
exemplo, nas borboletas, é prática usual tamanho da válvula do catálogo do
deixar espaçamentos entre o disco e a fabricante.
sede, para acomodar a expansão do disco, O coeficiente Cv é definido como o
quando se tem grandes variações de número de galões por minuto (gpm) de
temperatura do processo. O vazamento água que flui através da válvula totalmente
será maior quando se estiver operando em aberta, quando há uma queda de pressão
temperaturas abaixo da temperatura de de 1 psi através da válvula, a 60 oF. Desse
projeto da válvula. modo, quando se diz que a válvula tem o
Tensões mecânicas na tubulação onde Cv igual a 10, significa que, quando a
está instalada a válvula podem também válvula está totalmente aberta e com a
provocar vazamentos na válvula. Por isso pressão da entrada maior que a da saída
deve se tomar cuidados em sua instalação em 1 psi e a temperatura ambiente é de
e principalmente no aperto dos parafusos. 15,6 oC, sua abertura deixa passar uma
Deve-se isolar a válvula das forças vazão de 10 gpm. O Cv é basicamente um
externas da tubulação, através de índice de capacidade, através do qual o
suportes. engenheiro é capaz de estimar, de modo
rápido e preciso, o tamanho de uma
10.3. Válvulas de Bloqueio restrição necessária, em qualquer sistema
de fluido.
Quanto maior a força de assentamento
Mesmo que o método de Cv seja usado
na válvula, menor é a probabilidade de
por todos os fabricantes, as equações para
ocorrer vazamentos. Somente as válvulas
calcular o Cv difere um pouco de fabricante
pequenas podem suportar grandes forças
para fabricante. A melhor política é usar a
em suas sedes. Por isso, os materiais da
recomendação do fabricante da válvula
sede devem ser duros, para suportar estas
escolhida. O dimensionamento correto da
grandes forças de fechamento. Os
válvula é feito através de formulas teóricas,
materiais mais apropriados para aplicações
baseadas na equação de Bernouille e nos
com fluidos não lubrificantes, abrasivos,
dados de vazão, ou através de ábacos,
com alta temperatura são aço Stellite® ou
curvas, réguas de cálculo específicas.
inoxidável endurecido
Atualmente, a prática mais usada é o
Por outro lado, os materiais da sede
dimensionamento de válvula através de
devem ser macios (resilientes) para prover
programas de computador pessoal.
a vedação completa, durante longos
O dimensionamento correto da válvula,
períodos. Os materiais padrão são o Teflon
determinado por formulas, régua de cálculo
e Buna-N®. O Teflon é superior na
ou programa de computador pessoal,
resistência à corrosão e na compatibilidade
sempre se baseia no conhecimento
à alta temperatura (até 250 oC); o Buna-N
completo das condições reais da vazão.
é mais macio, mas é limitado a
Freqüentemente, uma ou várias destas
temperaturas menores que 100 oC. Estes
condições são assumidas arbitrárias; é a
materiais devem operar em pressões
avaliação destes dados arbitrários que
menores que 3,5 Mpa (500 psig) e com
realmente determinam o tamanho final da
fluidos não abrasivos.
válvula. Nenhuma formula - somente o
bom senso combinado com a experiência -
11. Dimensionamento pode resolver este problema. Nada
substitui um bom julgamento de
engenharia. A maioria dos erros no
11.1. Filosofia
dimensionamento é devida a hipóteses
O dimensionamento da válvula de incorretas relativas às condições reais da
controle é o procedimento de calcular o vazão.
coeficiente de vazão ou o fator de Na prática e por motivos psicológicos, a
capacidade da válvula, Cv. Este método do tendência é super dimensionar a válvula,

2.8.15
Válvula de Controle

ou seja, estar do lado mais "seguro". Uma vena contracta. Assim que o gás atinge a
combinação destes vários "fatores de velocidade do som, na vazão crítica, a
segurança" pode resultar em uma válvula variação na pressão à jusante não afeta a
super dimensionada e incapaz de executar vazão, somente variação na pressão a
o controle desejado. montante afeta a vazão.
Aqui serão apresentadas as equações
de cálculo da Masoneilan e da Fisher 11.4. Queda de Pressão na Válvula
Controls para mostrar as diferenças em
Deve-se entender que a válvula de
suas equações e seus métodos.
controle manipula a vazão absorvendo
A maior diferença ocorre nas equações
uma queda de pressão do sistema. Esta
de dimensionamento de fluidos
queda de pressão é uma perda econômica
compressíveis (gás, vapor ou vapor
para a operação do processo, desde que a
d'água)
pressão é fornecida por uma bomba ou
compressor. Assim, a economia deve ditar
11.2. Válvulas para Líquidos
o dimensionamento da válvula, com
A equação básica para dimensionar pequena perda de pressão. A queda de
uma válvula de controle para serviço em pressão projetada afeta o desempenho da
líquido é a mesma para todos os válvula.
fabricantes. Em um sistema de redução de pressão,
é fácil conhecer precisamente a queda de
∆P pressão através da válvula. Isto também
Q = C v f ( x) ocorre em um sistema de nível de um
ρ
líquido, onde o líquido passando de um
vaso para outro, em uma pressão
onde constante e baixa. Porém, na maioria das
Q = vazão volumétrica aplicações de controle, a queda de
∆P = queda de pressão através da pressão através da válvula deve ser
válvula ou escolhida arbitrariamente.
∆P = P1 - P2 O dimensionamento da válvula de
P1 = pressão a montante (antes da controle é difícil, porque as
válvula) recomendações publicadas são ambíguas,
P2 = pressão a jusante (depois da conflitantes ou não satisfazem os objetivos
válvula) do sistema. Não há regra numérica
ρ = densidade relativa do líquido específica para determinar a queda de
Há outras considerações e correções pressão através da válvula de controle.
devidas à viscosidade, flacheamento e Luyben recomenda que a válvula esteja
cavitação, na escolha da válvula para a 50% de abertura, nas condições normais
serviço em líquido. de operação; Moore recomenda que o Cv
necessário não exceda 90% do Cv
11.3. Válvulas para Gases instalado e que a válvula provoque 33% da
queda de pressão total, na condição
O gás é mais difícil de ser manipulado
nominal de operação. Outros autores
que o líquido, por ser compressível. As
sugerem 5 a 10%. Quanto menor a
diferenças entre os fabricantes são
percentagem, maior é a válvula. Quanto
encontradas nas equações de
maior a válvula, maior é o custo inicial da
dimensionamento para fluidos
instalação mas menor é o custo do
compressíveis. Estas diferenças são
bombeamento.
devidas ao modo que se expressa ou se
Uma boa regra de trabalho considera
considera o fenômeno da vazão crítica.
um terço da queda de pressão do sistema
A vazão crítica é a condição que existe
total (filtros, trocadores de calor, bocais,
quando a vazão não é mais função da raiz
medidores de vazão, restrições de orifício,
quadrada da diferença de pressão através
conexões e a tubulação com atrito) é
da válvula, mas apenas função da pressão
absorvido pela válvula de controle.
à montante. Este fenômeno ocorre quando
o fluido atinge a velocidade do som na

2.8.16
Válvula de Controle

A pressão diferencial absorvida pela 12. Instalação


válvula de controle, em operação real, é a
diferença entre a coluna total disponível e
a necessária para manter a vazão 12.1. Introdução
desejada através da válvula. Esta pressão
A decisão mais importante na aplicação
diferencial é determinada pelas
de uma válvula é a sua colocação certa
características do processo e não pelas
para fazer o trabalho certo. Depois, mas de
hipóteses teóricas do projetista.
igual importância, é a sua localização e
Por causa da economia, a queda de
finalmente, a sua instalação. Todas as três
pressão através da válvula deve ser a
etapas são igualmente importantes para se
menor possível. Por causa do controle, a
obter um serviço satisfatório e uma longa
queda de pressão através da válvula deve
vida da válvula.
ser a maior possível. Para poder fazer o
controle correto, a válvula deve absorver
12.2. Localização da Válvula
do sistema e devolver para o sistema a
queda de pressão. Quando a proporção da As válvulas devem ser localizadas em
queda de pressão através da válvula é uma tubulação, de modo que elas sejam
diminuída, a válvula de controle perde a operadas com facilidade e segurança. Se
habilidade de aumentar rapidamente a não há operação remota, nem manual nem
vazão. Também, a pequena perda de automática, as válvulas devem ser
carga resulta em grande tamanho da localizadas de modo que o operador possa
válvula e, como conseqüência, maior custo ter acesso a elas. Quando a válvula é
inicial da válvula e uma diminuição da faixa instalada muito alta, além do alcance do
de controle, pois a válvula está super braço levantado do operador, ele terá
dimensionada. dificuldade de alcança-la e não poderá
A quantidade de vazão máxima da fecha-la totalmente e eventualmente
válvula deve ser de 15 a 50% acima da haverá vazamento, que poderá causar
máxima vazão requerida pelo processo. As desgaste anormal nos seus internos.
vazões normal e máxima usadas no
dimensionamento devem ser baseadas 12.3. Cuidados Antes da Instalação
nas condições reais de operação, sem
As válvulas são geralmente
aplicação de qualquer fator de segurança.
embrulhadas e protegidas de danos
durante seu transporte, pelo fabricante.
Esta embalagem deve ser deixada no lugar
até que a válvula seja instalada. Se a
válvula é deixada exposta, poeira, areia e
outros materiais ásperos podem penetrar
nas suas partes funcionais. Se estas
sujeiras não forem eliminadas, certamente
haverá problemas quando a válvula for
instalada para operar.
As válvulas devem ser armazenadas
onde sejam protegidas de atmosferas
corrosivas e de modo que elas não caiam
ou onde outros materiais pesados não
possam cair sobre elas.
Fig. 8. 13. Quedas de pressão ao longo do sistema Antes da instalação, é conveniente ter
e na válvula de controle todas as válvulas limpas, normalmente
com ar comprimido limpo ou jatos d'água.
A tubulação também deve ser limpa, com a
remoção de todas as sujeiras e rebarbas
metálicas deixadas durante a montagem.

2.8.17
Válvula de Controle

12.4. Tensões da Tabulação de vazão crítica corrigido, que relaciona o


Cv da válvula, o Cf da válvula sem os
A tubulação que transporta fluidos em
redutores e os diâmetros da válvula e da
alta temperatura fica sujeita a tensões
tubulação.
termais devidas a expansão térmica do
sistema da tubulação. Por isso, deve se
12.6. Instalação da Válvula
prover expansão para o comprimento de
tubulação envolvido, para que estas Há cuidados e procedimentos que se
tensões não sejam transmitidas às válvulas aplicam para todos os tipos de válvulas e
e às conexões. há especificações especiais para
A expansão da tubulação pode ser determinados tipos de válvulas.
acomodada pela instalação de uma curva Quando instalar a válvula, garantir que
em "U" ou de uma junta de expansão entre todas as tensões da tubulação não sejam
todos os pontos de apoio, sempre transmitidas à válvula. A válvula não deve
garantindo que há movimento suficiente suportar o peso da linha. A distorção por
para acomodar a expansão do esta causa resulta em operação ineficiente,
comprimento de tubulação envolvido. Note obstrução e a necessidade de manutenção
que a mesma condição existe, mas em freqüente. Se a válvula possuir flanges,
direção contraria, quando se tem será difícil apertar os parafusos
temperaturas criogênicas (muito baixas). corretamente. A tubulação deve ser
Neste caso, também de se deve prover suportada próxima da válvula; válvula
compensação para a contração da linha. muito pesada deve ter suporte
independente do suportes da tubulação, de
modo a não induzir tensão no sistema da
tubulação.
Quando instalar válvula com haste
móvel, garantir que há espaço suficiente
para a operação da válvula e para a
remoção da haste e do castelo, em caso
de necessidade de manutenção local.
É conveniente instalar a válvula com a
haste na posição vertical e com movimento
para cima; porém, muitas válvulas podem
ser instaladas com a haste em qualquer
ângulo. Quando instalar a válvula com a
haste se movimentando para baixo, o
Fig. 8. 14. Instalação da válvula em local acessível castelo fica abaixo da linha de vazão,
formando uma câmara para pegar e
manter substancias estranhas. Estas
sujeiras, se presas, podem eventualmente
12.5. Redutores arruinar a haste interna ou os filetes de
Por questão econômica e para facilitar rosca.
a sua operação, é comum se ter o
diâmetro da válvula menor do que o da
tubulação. Para acomodar esta diferença
de diâmetros, usa-se o redutor entre a
tubulação e a válvula. O redutor aumenta
as perdas e varia o Cv da válvula. O
comum é usar um fator de correção, que é
a relação dos Cv's, sem e com os
redutores. Estes fatores de correção
podem ser obtidos dos fabricantes ou
levantados experimentalmente.
O efeito dos redutores na vazão crítica
é também sentido e deve-se usar o fator

2.8.18
Válvula de Controle

13. Parâmetros de Seleção Para a resposta rápida para a abertura


para sobrepressão e grande vazão para a
Tão importante quanto a escolha do exaustão, deve-se usar as válvulas de
elemento sensor e do controlador do alívio e de segurança. A válvula padrão é a
processo, é a seleção da válvula de poppet, acionada por mola.
controle.
Os fatores que orientem e determinam 13.2. Fluido do Processo
a escolha da melhor válvula se referem
O fluido do processo passa dentro do
principalmente à aplicação e à construção.
corpo da válvula. As propriedades do fluido
Os parâmetros ligados à aplicação são
manipulado devem ser conhecidas. Estas
fluido do processo, função da válvula,
propriedades incluem densidade,
condições do processo, vedação da vazão,
viscosidade, corrosividade e abrasividade.
queda de pressão. Os fatores relacionados
Fluido é um termo genérico que pode
com a construção incluem o atuador,
significar gás, vapor, líquido puro ou líquido
elemento de controle, conexões, materiais,
com sujeira (slurry). É importante analisar
engaxetamento, sede, internos .
o sistema para ver se mais de um fluido
O primeiro passo na seleção da válvula
passa através da válvula.
é o de determinar exatamente o que é
Quando se manipulam fluidos que
esperado da válvula, ou seja, qual a função
podem causar deposição de
a ser desempenhada pela válvula depois
contaminantes, deve-se usar válvula com o
dela ter sido instalada. Esta avaliação
mínimo de obstrução à vazão, como
correta da função estreita os tipos de
esfera, gaveta, globo ou diafragma.
válvulas convenientes para a aplicação.
As válvulas esfera e globo são as
Em muitas aplicações, há vários tipos de
recomendadas para a manipulação de
válvulas que funcionarão igualmente bem e
vapor a alta pressão.
a escolha pode ser baseada somente em
fatores como custo e disponibilidade. Para
outras aplicações, pode ser que a melhor
13.3. Perdas de Atrito do Fluido
escolhe é uma válvula não disponível Os vários tipos de válvulas exibem
industrialmente; a solução é mandar quedas de pressão diferentes, quando
construir uma válvula especial ou usar a totalmente abertas e por isso este fator
disponível que apresente mais vantagens, deve ser considerado na seleção.
embora não seja a ideal. Um sistema típico que requer uma
perda de pressão limitada é a tubulação de
13.1. Função da Válvula sucção de uma bomba. No projeto de tal
sistema, deve se considerar a altura total
Para o controle proporcional e contínuo
da sucção, que deve incluir perdas internas
do processo, variando o valor da abertura,
da bomba, lift estático de sucção, perdas
a válvula mais padrão é a globo, que é a
de atrito, pressão de vapor e condições
mais estável e previsível das válvulas.
atmosféricas. É necessário diferenciar
Para o controle liga-desliga, as
entre a altura necessária e a disponível. A
melhoras escolhas são as válvulas globo,
altura necessária se refere as perdas
esfera, gaveta e com plug. As válvulas
internas da bomba e é determinada por
esfera e de plug normalmente executam
teste de laboratório. A altura disponível é
abertura mais rápida que as válvulas
uma característica do sistema de sucção e
gaveta e globo.
pode ser calculada. A altura disponível
Para o controle da direção da vazão do
sempre deve exceder a altura requerida
fluido, usa-se a válvula de retenção, que
pela bomba.
bloqueia a vazão em uma direção e
permite a passagem normalmente na outra
direção ou a válvula de restrição que
13.4. Condições de Operação
permite a passagem de uma determinada As pressões e temperaturas máximas e
vazão, em uma ou mais direções mínimas devem ser conhecidas. A
especificadas. As válvulas com portinhola resistência à corrosão do material de
(swing) são as preferidas. construção da válvula pode ser

2.8.19
Válvula de Controle

influenciada por estes fatores, Para serviço em alta pressão e/ou alta
principalmente quando se tem corpos e temperatura, deve-se considerar os vários
revestimentos de plástico. tipos de aços, ligas de níquel, ligas de
O controle de vazão em alta pressão titânio e outros materiais de alta
geralmente requer o uso de válvula esfera resistência. Para serviço em vapor d'água,
ou globo, eventualmente válvula gaveta. considerar o aço carbono, bronze e metais
Em aplicações de alta temperatura, similares. Em todos os casos de condições
deve-se cuidar para que a expansão termal severas de uso, deve-se consultar a
não cause deformação nas partes literatura dos fabricantes para determinar a
molhadas da válvula. conveniência de uma determinada válvula.

13.5. Vedação 13.7. Elemento de Controle


Quase todas as válvulas podem prover O tipo do elemento de controle ou de
vedação total, quando totalmente fechamento determina o tipo da válvula a
fechadas, porém, muitas vezes, com alto ser usado. Inversamente, a escolha do tipo
custo e complexidade de construção. da válvula determina o tipo do elemento de
Assim, existem alguns tipos que fornecem fechamento. Os elementos mais comuns
vedação de modo natural e mais simples, são a esfera, disco, cunha, plug e agulha.
como as válvulas esfera, gaveta, globo e As peças da válvula que ficam em
de plug. A pior válvula para vedação é a contato direto com o fluido do processo
borboleta. são chamadas de partes molhadas. Os
Geralmente a válvula de controle não é formatos e variedades destas partes
aplicada para prover vedação completa, dependem do tipo da válvula; os mais
mas para trabalhar com aberturas típicas e comuns são a haste, plug, gaiola, sede ou
variáveis entre 25 e 85%, dependendo de assento . Em muitas válvulas, usa-se selos
sua característica de vazão. Quando se em torno da haste, para prover vedação
quer vedação total, quando não há para o exterior da válvula. Estes selos
controle, é boa prática usar uma válvula de estão sujeitos a desgaste e por isso devem
bloqueio (stop) em série com a válvula de ser substituídos periodicamente.
controle. Há muitos estilos de sedes de válvula,
com diferenças de geometria, material e
13.6. Materiais de Construção rigidez . Os formatos determinam a
característica da válvula (vazão x abertura
O material de construção da válvula
da válvula) e sua capacidade de vedação,
está relacionado diretamente com as
quando totalmente fechada.
propriedades de corrosividade e
Efetivamente, há apenas quatro
abrasividade do fluido que irá passar pela
métodos básicos de controlar a vazão em
válvula. A escolha da válvula pode ficar
uma tubulação, através de uma válvula
limitada pela disponibilidade das válvulas
1. mover um disco ou um obturador
em materiais específicos.
(plug) em ou contra um orifício, como
Às vezes, por questão econômica, deve
feito na válvula globo, ângulo, Y e
se considerar separadamente o material do
agulha.
corpo e dos internos (plug, haste, anel,
2. deslizar uma superfície plana,
disco .) da válvula. Para certos tipos de
cilíndrica ou esférica através de um
válvulas revestidas, como a diafragma,
orifício, como feito na válvula gate,
Saunders, o material do revestimento
plug, esfera e de pistão.
normalmente é diferente do diafragma
3. rodar um disco ou elipse em torno de
elástico.
um eixo, através do diâmetro de uma
A combinação da pressão, da
caixa circular, como feito na válvula
temperatura de operação e das
borboleta e no damper.
características do fluido determinam os
4. mover um material flexível na
materiais de construção permissíveis. Os
passagem da vazão, como feito na
líquidos e gases corrosivos normalmente
válvula diafragma e pinch.
requerem aços inoxidáveis, ligas de níquel,
materiais cerâmicos e plásticos especiais.

2.8.20
Válvula de Controle

Todas as válvulas atualmente uma variedade de modos manual,


disponíveis controlam a vazão por um ou pneumático, elétrico . Elas podem
mais de um dos métodos acima. Muitos responder de um modo previsível a sinais
refinamentos foram feitos e melhorias provenientes de sensores de pressão,
incorporadas nos projetos com as novas temperatura e outras variáveis do processo
tecnologias e novos materiais. Cada tipo ou podem simplesmente abrir e fechar
de válvula tem sua aplicação ótima. Cada independentemente da potência do sinal
tipo de válvula foi projetado para uma de atuação.
função específica e quando usada para Aproximadamente todas as válvulas em
desempenhar esta função, a válvula opera uso hoje podem ser consideradas como
corretamente e tem longa vida. modificações de alguns poucos tipos
O movimento do elemento de controle básicos. As válvulas podem ser
da vazão é conseguido por meio de uma classificadas de diferentes modos, tais
haste que é fixada ao elemento de controle como tamanho, função, material, tipo do
e gira, move ou combina estes dois fluido manipulado, classe de pressão,
movimentos, de modo a estabelecer a sua modo de atuação . Há válvulas com
posição. As exceções são as válvulas de princípios de funcionamento já do domínio
retenção (check) e algumas válvulas de público, outras que ainda estão
segurança e auto-reguladas, que são patenteadas e são propriedades e
operadas pelas forças do fluido dentro da fabricadas por uma única firma. Um modo
zona de pressão. conveniente de classificar as válvulas é de
acordo com a natureza do meio de
14. Tipos de Válvulas operação empregado. Este modo é
esquemático e simples, pois todas as
Há muitos tipos de válvulas de controle válvulas caem em uma das oito categorias
no mercado. Quase todo mês aparece um gaveta, globo, esfera, borboleta, plug,
válvula de controle "nova e melhorada", pinch, poppet, swing. Por exemplo, numa
tornando difícil a sua classificação. indústria petroquímica, 90% de todas as
O número de válvulas usadas para o válvulas usadas são dos tipos gaveta,
controle de fluidos é elevado, com válvulas globo, retenção, esfera, borboleta e plug.
variando de simples dispositivos de liga- A seguir serão vistos a descrição, uso,
desliga até sistemas de servomecanismo vantagens e desvantagens de cada um
complexos. Seus tamanhos variam de dos tipos acima.
pequeníssimas válvulas medidoras usadas
em aplicações aeroespaciais até válvulas
industriais com diâmetros de vários metros
e pesando centenas de quilos. As válvulas
controlam a vazão de todos tipos de
fluidos, variando de ar e água até produtos
químicos corrosivos, sujos, metais líquidos
e materiais radioativos. Elas podem operar
em pressões na região do vácuo até
pressões de 100 000 psig e temperaturas
variando da faixa criogênica até as faixas
de metais derretidos. Eles podem ter
tempo de vida variando de apenas um ciclo
até milhares de ciclos, sem a necessidade
de reparo ou substituição. As válvulas
podem ter exigência de vedação total,
onde pequenos vazamentos podem ser
catastróficos ou elas podem ser
complacentes, permitindo a passagem de
quantidades razoáveis de fluido quando
totalmente fechadas, sem que isso seja
grave. As válvulas podem ser operadas por

2.8.21
Válvula de Controle

14.1. Válvula Gaveta queda de pressão e pouca


turbulência.
Descrição 2. Na posição totalmente fechada ela
fornece uma excelente vedação.
A válvula gaveta é caracterizada por
3. Sua geometria fica relativamente livre
um disco ou porta deslizante que é movida
de acumulo de contaminantes.
pelo atuador na direção perpendicular à
4. Sua construção possui a maior faixa
vazão do fluido. Há muitas variações na
de aceitação para a temperatura e
sede, haste e castelo das válvulas gaveta.
pressão do fluido.
Elas são disponíveis em vários tamanhos e
5. Quase todo tipo de metal pode ser
pesos.
usado e trabalhado para seus
A norma API 600-1973 define e
componentes.
descreve as duas principais classificações
para a válvula gaveta cunha (wedge) e
com disco duplo; a mais popular na
indústria petroquímica é tipo cunha.
A válvula gaveta tipo cunha é
disponível em três configurações diferentes
cunha sólida plana, cunha sólida flexível e
cunha partida.

Fig. 8. 16. Válvulas gaveta

Desvantagens
As numerosas vantagens da válvula
gaveta não a tornam a válvula universal.
Fig. 8. 15. Válvula gaveta em angulo Ela possui as seguintes limitações e
inconvenientes
1. A abertura entre a gaveta e o corpo
da válvula, durante a subida ou
A válvula gaveta cunha sólida flexível descida, provoca distúrbios na vazão
se tornou mais popular que a sólida plana, do fluido, resultando em vibração
dominando o mercado. Ela possui melhor indesejável e causando desgaste ou
desempenho de selagem, requer menor erosão da gaveta.
torque operacional e apresentar menor 2. A turbulência do fluido pode também
desgaste no material da sede. O único ser causada pelo movimento de
fator negativo é sua construção mecânica subida ou descida da gaveta. A
que não fornece alívio de pressão para o válvula gaveta é vulnerável à
corpo da válvula. Recomenda-se vibração, quando praticamente
especificar um furo de vent no lado a aberta e é sujeita ao desgaste da
montante da cunha, para evitar pressão sede e do disco.
elevada na cavidade do corpo. 3. O ganho da válvula é muito grande,
quando ela está próxima de sua
Vantagens abertura total. Isto significa que a
1. Na posição totalmente aberta, a operação da válvula é instável na
gaveta ou o disco fica fora da área de operação próxima de sua abertura
vazão do fluido, provocando pequena total.

2.8.22
Válvula de Controle

4. A lâmina percorre uma grande válvula compacta pode ser disponível


distancia entre as posições também na versão resistente à corrosão.
totalmente aberta e fechada; como A válvula gaveta de ferro fundido,
conseqüência, válvula gaveta possui descrita na norma API 593-1973, é usada
resposta lenta e requer grandes em aplicações com água de utilidade, água
forças de atuação. do ar e vapor d'água à baixa pressão.
Aplicações e Restrições 14.2. Válvula Esfera
A válvula gaveta é o tipo mais
freqüentemente especificado e Descrição
corresponde a cerca de 70 a 80% do total
A válvula tipo esfera possui um
de válvulas da indústria petroquímica. A
obturador esférico, que se posiciona dentro
principal razão de sua popularidade é que
de uma gaiola. Outro tipo de válvula esfera
a planta petroquímica necessita de
consiste em um obturador esférico, com
válvulas de bloqueio e de válvulas liga-
uma abertura. Quando o eixo de abertura
desliga.
coincide com o eixo da vazão, tem-se a
A válvula gaveta é ideal para
máxima vazão. Quando o eixo da abertura
aplicações de bloqueio (totalmente
é perpendicular à tubulação, a válvula está
fechada) e de controle liga-desliga, onde
fechada.
ela opera ou totalmente aberta ou
A válvula esfera é basicamente uma
totalmente fechada e não necessitam ser
esfera alojada em um invólucro. A rotação
operadas com grande freqüência. Ela é
da esfera de 90o muda a posição de
conveniente para aplicações com alta
totalmente aberta para totalmente fechada.
pressão e alta temperatura e para uma
A esfera pode ser fixa ou flutuante, com
grande variedade de fluidos.
porte reduzido ou total. As válvulas esfera
Os fatores limitantes tornam a válvula
são disponíveis em uma variedade de
gaveta inadequada para controle contínuo,
tamanhos e com vários mecanismos de
para manipular fluidos em velocidades
atuação.
muito elevadas ou para serviço requerendo
A válvula esfera pode ser considerada
operação rápida e freqüente da válvula.
um tipo modificado da válvula plug; em vez
Não se recomenda usar a válvula gaveta
do plug tem-se a esfera polida com um furo
em serviço de vapor d'água.
que gira, para dar passagem ou bloquear a
A válvula gaveta com disco duplo é
vazão.
projetada de modo que o ângulo da cunha
A válvula do tipo esfera flutuante
siga flexivelmente os vários ângulos da
suporta a esfera com dois assentos
sede da válvula. Esta construção única
esféricos colocados no corpo da válvula,
mantém um alto desempenho de selagem,
um no lado da entrada e outro no lado da
mesmo que o corpo da válvula seja
saída. Ela construção mecânica simples
deformado. A válvula gaveta com disco
torna esta válvula mais popular que as
duplo é usada em serviço criogênico ou em
outras do tipo esfera. A pressão a
altíssima temperatura, onde o corpo da
montante empurra a esfera e a esfera
válvula pode se deformar com a variação
comprime a sede da bola do lado a
da temperatura do processo.
jusante, para bloquear a vazão do fluido.
A válvula gaveta resistente a corrosão
Classe 150 é descrita na norma API 603-
1977. O corpo da válvula é feito de aço
inox tipo 304, 316 ou 347 ou Alloy 20, que
apresenta resistência à corrosão da
maioria dos produtos petroquímicos.
A válvula gaveta de aço carbono
compacta, descrita na norma API 602-
1974, é largamente usada em linhas de
dreno, linhas de bypass ou com
instrumentos na tubulação de processo. A

2.8.23
Válvula de Controle

Fig. 8.17. Esquema de válvula esfera Aplicações e restrições


A válvula esfera é usada em controle
contínuo, quando de pequeno tamanho.
Vantagens
Ela é mais adequada para serviço de
As características da válvula esfera são desligamento (shutoff). Ela podem
1. mudança pequena na direção da manipular fluidos corrosivos, líquidos
vazão dentro do corpo da válvula, criogênicos, fluidos muito viscosos e sujos.
resultando em pequena queda de Elas podem ser usadas em alta pressões e
pressão. A resistência à vazão é medias temperaturas. Há limitação
semelhante à da válvula gaveta. desfavorável da temperatura por causa do
2. a rotação da esfera de 90 graus uso de elastômeros na sede da válvula.
fornece uma operação completa da A válvula esfera não é recomendada
válvula. Diferente das válvulas globo para controle contínuo, pois quando ela
e gaveta, que requerem espaço estiver parcialmente aberta, o aumento da
vertical para o deslocamento da velocidade do fluido pode danificar os
haste, a operação é fácil e o tamanho assentos da esfera expostos ao fluido.
da válvula pode ser muito pequeno.
3. A abertura da válvula e a quantidade 14.3. Válvula Borboleta
da vazão podem ser determinadas
muito precisamente, tornando-a
Descrição
adequada para controle proporcional,
embora sua aplicação principal seja A válvula borboleta possui este nome
em operação de liga-desliga. por causa do formato da combinação
4. Ela prove boa vedação, quando disco-haste. É uma válvula totalmente
totalmente fechada. diferente da convencional com sede-
5. Elas são de operação rápida e obturador-haste.
relativamente insensíveis à A válvula borboleta consiste de um
contaminação. disco, com aproximadamente o mesmo
diâmetro externo que o diâmetro interno do
corpo da válvula, que gira em torno de um
eixo horizontal ou vertical, perpendicular à
direção da vazão. O disco atua como
basculante na posição completamente
paralela à direção da vazão, válvula está
aberta; na posição perpendicular à direção
da vazão, a válvula está fechada. Como
ela não veda perfeitamente, pode haver
pequeno vazamento.
Fig. 8. 18. Válvula esfera flutuante
Desvantagens
As principais limitações da válvula são
1. A sede da válvula esfera pode ser
sujeitas à distorção, sob a pressão
de um selo, nos espaçamentos entre
metais, quando a válvula é usada
para controle.
2. O fluido entranhado na esfera na Fig. 8. 19. Válvula borboleta tipo flauta
posição fechada pode causar A válvula borboleta típica consiste de
problemas. um disco que pode girar em torno de um
3. Por causa de sua abertura rápida, a eixo, em um corpo fechado. O disco fecha
válvula esfera pode causar os contra um anel selante, para fechar a
indesejáveis golpe de aríete ou pico vazão. Vários mecanismos de atuação,
de pressão no sistema.

2.8.24
Válvula de Controle

como alavanca e cam podem ser usados limitadas a sistemas de baixa


para operar a válvula. pressão.
A norma API 609-1973 Butterfly valves 3. Quando usam materiais elastômeros
descreve e define os principais tipos de na sede, há limitação de temperatura
válvulas borboleta, embora não especifique (90 oC).
a sua construção mecânica.

aberta controlando fechada

Fig. 8.22. Posições da válvula borboleta


Fig. 8. 20. Elemento de controle da válvula borboleta
Aplicações
Vantagens As válvulas borboleta são usadas
As vantagens da válvula borboleta são geralmente em sistemas de baixa pressão,
1. Produzir uma queda de pressão onde não se necessita de vedação
muito pequena, quando totalmente completa. Elas são normalmente usadas
aberta. em linhas de grandes diâmetros.
2. Ser barata, leve, de comprimento Válvula Swing
pequeno (raramente flangeada). O
A válvula swing é semelhante à
diâmetro da válvula pode ser do
borboleta, exceto que elas giram em torno
mesma dimensão que a tubulação.
de um lado e não ao longo do diâmetro.
3. Possuir construção e operação
Elas podem ser atuadas pela vazão, por
extremamente simples.
molas de torsão, por alavancas .
4. Fornecer controle liga-desliga e
As válvulas swing são usadas
contínuo.
principalmente como válvulas de retenção,
5. Manipular grandes vazões de água,
para bloquear a vazão em uma direção.
líquidos contendo sólidos e gases
As válvulas swing possuem
sujos.
praticamente todas as vantagens das
válvulas borboleta pequena queda de
pressão, pequeno peso e custo
relativamente pequeno.
A vedação da válvula swing é muito
alta, são sujeitas à deposição de
contaminantes e introduz turbulência em
baixas vazões. As superfícies de selagem
sofrem erosão, quando o fluido está em
alta velocidade.

Fig. 8. 21. Válvula borboleta


Desvantagens
1. A vedação da válvula borboleta é
relativamente baixa, a não ser que
seja usado selo especial. O selo é
geralmente danificado pela vazão
com alta velocidade.
2. Estas válvulas usualmente requerem
grandes forças de atuação e são Fig. 8. 23. Válvula swing para retenção

2.8.25
Válvula de Controle

válvula gaveta. As superfícies da sede são


menos sujeitas a desgaste e a capacidade
14.4. Válvula Globo de provocar grandes quedas de pressão
torna a válvula globo conveniente para
Descrição controle. A válvula globo é favorita para
aplicações de controle liga-desliga, quando
É uma válvula com o corpo esférico,
há operação freqüente da válvula, por
com sede simples ou dupla, com obturador
causa do deslocamento pequeno do disco.
guiado pela haste ou pela gaiola e que
pode apresentar várias características
diferentes liga-desliga, linear, igual
percentagem.
Há três tipos principais de válvulas na
família globo, ângulo e Y. Elas são
caracterizadas por um elemento de
fechamento, geralmente um disco ou plug,
que é movido por uma haste atuadora,
perpendicular à sede em forma de anel. A
vazão passa da entrada para a saída,
através da sede. Os três tipos diferem
principalmente na orientação da sede em Fig. 8. 25. Válvula globo guiada pela gaiola
relação à direção da vazão através da
válvula.
A válvula tipo Y é uma versão Desvantagens
modificada da válvula globo. O corpo da As válvulas globo provocam grande
válvula é construído de modo que as perda de pressão; isto pode ser
mudanças na direção do fluido dentro do indesejável em muitos sistemas. A direção
corpo são minimizadas; é também da vazão é alterada repentinamente,
chamada de válvula globo de vazão reta. quando o fluido atinge o disco, causando
A válvula globo não é definida por uma grande turbulência no corpo da
nenhuma norma API. A indústria válvula. Em grandes tamanhos, elas
petroquímica usa a norma inglesa 1873- requerem muita potência para operar,
1975 Steel globe and globe stop and check necessitando de alavancas, engrenagens.
valves for the petroleum, petrochemical As válvulas globo são normalmente mais
and allied industries. pesadas do que outras válvulas de mesma
especificação.
A turbulência do fluido na passagem
pela abertura da válvula globo causa
vibração no disco, resultando em estrago
da haste. Para evitar isso, deve se projetar
um guia especial do disco, principalmente
em serviço com alta velocidade do fluido.

Fig. 8. 24. Válvula globo em ângulo

Vantagens
As válvulas globo são, geralmente,
mais rápidas para abrir ou fechar que a Fig. 8. 26. Válvula globo Y

2.8.26
Válvula de Controle

aplicações requerem válvulas maiores, a


economia começa a tender para os
Aplicações sistemas completos.
As válvulas globo são usadas O regulador requer menor espaço e
principalmente como válvulas de controle menor trecho da tubulação para a sua
contínuo; elas podem ser consideradas instalação e operação.
como uma válvula de controle de vazão de A não necessidade de alimentação
uso geral. Neste aplicação, a válvula globo torna a válvula auto-operada mais
é projetada com a sede do corpo com conveniente para aplicações em lugares
material mais duro, já que o serviço severo remotos e inacessíveis. O regulador não
pode causar desgaste e erosão. Para está sujeito a falta de alimentação e por
controle mais fino da vazão, usa-se a isso o sistema é mais seguro, porém o
válvula agulha, que é uma versão funcionamento da válvula auto-operada em
modificada da válvula globo. A válvula Y é si não é mais seguro ou confiável que o
usada para controle contínuo e controle funcionamento da válvula de controle
liga-desliga de líquidos sujos (slurry) e de convencional.
alta viscosidade. A válvula globo pequena, Como o regulador não requer fonte
feita de liga de cobre, é usada externa de energia ele é inerentemente
freqüentemente em linhas de gás seguro e pode ser usado em qualquer local
domesticas ou em serviço de baixa perigoso, pois sua presença não
pressão, com disco de plástico para compromete a segurança. As válvulas com
garantir boa vedação. atuador eletrônico requerem classificação
elétrica especial, como prova de explosão,
segurança intrínseca.

(a) sede simples (b) sede dupla


Fig. 8. 27. Válvula globo

14.5. Válvula Auto-regulada


Fig. 8. 28. Válvula auto-regulada de temperatura
Conceito
O regulador é uma válvula de controle
com um controlador embutido. Ele é
operado pela energia do próprio fluido Desvantagens do Regulador
sendo controlado e não necessita de fonte O ponto de ajuste é provido
externa de energia. O regulador é manualmente e não é possível o ajuste
chamado de válvula auto-operada, auto- remoto. A precisão e a resolução do ajuste
regulada, reguladora. do ponto de ajuste são precárias.
O controle só pode ser proporcional,
Vantagens do Regulador com banda proporcional fixa. Não é
A vantagem principal é o menor custo possível a combinação com os outros
do regulador em relação ao custo total da modos, integral e derivativo.
malha convencional com o transmissor, o É limitado a poucas aplicações,
controlador e a válvula de controle. O podendo ser usado para o controle de
regulador é mais barato no custo inicial, na pressão, temperatura e nível, em
instalação e na manutenção, determinadas faixas e sob condições muito
principalmente quando as linhas de restritivas.
processo são pequenas. Quando as É pouco preciso e não possui
indicações da variável medida.

2.8.27
Válvula de Controle

É puramente mecânico e incompatível termal está conectada diretamente a haste


com os sinais elétricos de termopar, bulbo da válvula e desenvolve a força e o
de resistência, contato . Há ainda a deslocamento necessários para abrir-
pequena flexibilidade com os acessórios, fechar a válvula. O regulador atuado
como o posicionador, a chave limite, o diretamente é mais simples, mais
volante manual, a solenóide . econômico e tem um controle mais
proporcional.
Regulador de Pressão No tipo atuado por piloto, o atuador
O regulador de pressão é o dispositivo termal move uma válvula piloto, que
para reduzir a pressão, para controlar o controla o valor da pressão do fluido que
vácuo e a pressão diferencial. Ele pode ser passa pela válvula através de um
aplicado a gases, líquidos e vapores. diafragma ou pistão, que estabelece a
O diafragma é o componente básico posição da haste da válvula principal. O
responsável pela operação do regulador. O regulador com piloto possui bulbo menor,
diafragma compara o ponto de ajuste, que resposta mais rápida, maior ganho e pode
é convertido em uma força pela atuar em válvulas de alta pressão.
compressão ajustável da mola com a A instalação adequada inclui a correta
pressão a ser regulada, que é convertida localização do bulbo, onde as variações de
em outra força de diafragma em si e ajusta temperatura são prontamente sentidas e
a abertura da válvula para reduzir o erro onde não ha perigo de dano.
entre estas duas pressões. Assim o
diafragma é, simultaneamente, o elemento
de realimentação, o dispositivo de
detecção de erro e o atuador.
A ruptura do diafragma é a falha mais
comum no regulador. A maioria dos
reguladores falha na posição totalmente
aberta quando o diafragma falha. Em
aplicações críticas, uma solução seria o
uso de dois reguladores em série, com o
segundo regulador ajustado em um valor
maior que o primeiro, por exemplo, 20%.
Ele ficará totalmente aberto em operação
normal e será o responsável pela Fig. 8. 29. Reguladora com piloto
regulação somente durante a falha do
primeiro.
O regulador de pressão deve ser Regulador de Nível
instalado com filtro a montante, com O regulador de nível é um instrumento
purgador-separador de condensado, que é atuado pela variação de nível do
quando houver vapor. Deve haver trechos líquido do processo. Ele não necessita de
retos antes e depois do regulador. suprimento de energia e por isso é auto-
atuado.
Regulador de Temperatura Os principais tipos são do tipo bóia
Um regulador de temperatura é um direta e bóia piloto.
dispositivo controlador que inclui o O mais simples regulador de nível
elemento sensor termal, a entrada de consiste de uma alavanca atuada por uma
referência e a válvula de controle. O bóia flutuadora e que atua diretamente na
sistema é auto-atuado a energia para a válvula de controle.
atuação da válvula é suprida pelo O regulador com bóia piloto é mais
processo. versátil e sensível. Neste sistema a
Há basicamente dois tipos, conforme a alavanca da bóia atua um relé pneumático.
atuação da válvula atuado diretamente e A válvula de controle é assim operada por
atuado por piloto. pressão pneumática.
No tipo de atuação direta, a unidade de
potência (diafragma, fole) do atuador

2.8.28
Válvula de Controle

Regulador de Vazão 15. Válvulas Especiais


O regulador de vazão usa a energia do
próprio líquido a ser medido, para sua
operação. Ele normalmente possui uma 15.1. Válvula Retenção (Check Valve)
restrição para provocar a pressão
As válvulas de retenção são projetadas
diferencial e utilizar esta mesma pressão
unicamente para evitar a vazão no sentido
diferencial para atuar em um pistão, que
inverso em uma tubulação, que perturba o
por sua vez, controla a vazão.
processo seriamente e pode até causar
O regulador contem em um único
acidente. A pressão do fluido vazante abre
dispositivo os três elementos de controle
a válvula e o peso do mecanismo de
primário-controlador-final. O ponto de
retenção e qualquer reversão da vazão a
ajuste é estabelecido externamente.
fecha, automaticamente.
Quando a vazão atinge o ponto de ajuste
Há diferentes tipos de válvulas de
estabelecido, a válvula de controle integral
retenção portinhola (swing), com
impede qualquer acréscimo de vazão.
levantamento de disco ou esfera (lift),
O regulador é um dispositivo utilizado
disco, retenção-bloqueio, tipo sanduíche
em sistemas onde a precisão não é crítica,
(wafer). A seleção do tipo mais
como em sistemas de irrigação e
conveniente depende da temperatura, da
distribuição de água.
queda de pressão disponível e da limpeza
do fluido.
Conclusões
Mesmo na época dos controladores a
microprocessador, que serão a base do
controle do próximo século, ainda há
aplicações válidas para o regulador
desenvolvido no século passado.
O regulador ainda é usado para
aplicações pouco exigentes e em locais
onde não é disponível nenhuma fonte de
energia. Ele justifica a sua aplicação, por
causa de sua simplicidade e economia.
Fig. 8. 30. Válvula de retenção com portinhola

A válvula de retenção padrão é a com


portinhola (swing), que abre com a pressão
da linha, onde a vazão no sentido normal
faz o disco se afastar do assento. Ela se
fecha quando a pressão cai e fica
totalmente fechada, quando o disco é
mantido contra o anel do assento pelo seu
peso ou por mecanismos externos ligados
ao eixo estendido através do corpo da
válvula. Elas podem operar na posição
vertical (vazão para cima) ou horizontal.
A válvula de retenção com portinhola é
usada em velocidades baixas do fluido,
onde a reversão da vazão é rara. As suas
características são a baixa resistência à
vazão, a baixa velocidade e a mudança de
sentido da vazão pouco freqüente. Uma
reversão repentina da vazão do fluido pode
fazer o disco martelar a sede, danificando-
a ou se danificando.

2.8.29
Válvula de Controle

Uma vazão pulsante pode fazer a gravidade ou pela ação de uma mola e
válvula de retenção com portinhola oscilar pela pressão da vazão.
continuamente, danificando a sede, a A válvula de retenção tipo
portinhola ou ambas. Este problema pode levantamento pode ser usada em ambas
ocorrer também quando a força da as posições, horizontal e vertical. Ela
velocidade do fluido não é suficiente para possui alta resistência à vazão e é usada
manter a posição da portinhola estável. principalmente em tubulações de 1 1/2" ou
A válvula de retenção é geralmente menores.
fechada pela pressão da vazão reversa e o Em geral, a válvula de retenção lift
pelo peso do disco. Se o disco pode ser requer queda de pressão relativamente
fechado logo antes do inicio da vazão alta. Elas possuem uma construção interna
reversa, o martelo d'água pode ser evitado. semelhante à da válvula globo. Suas
Porém, a maioria das válvulas de retenção características de operação são mudança
precisa da ajuda da vazão reversa para freqüente do sentido da vazão e prevenção
fechar o disco. A massa e a velocidade do de vazão inversa. Elas são usadas com
fluido da vazão reversa causam grande válvulas globo ou de ângulo.
martelo d'água contra a sede do corpo da
válvula. Podem ser usadas molas para 15.3. Válvulas de Retenção Esfera
proteger contra o martelo d'água, porém a
Esta válvula de retenção é similar à
adição da mola requer mais pressão para
válvula lift, exceto que o disco é substituído
abrir o disco e aumenta a resistência do
por uma esfera, que pode girar livremente.
fluido e a queda de pressão.
Elas são limitadas a serviço de fluidos
Semelhante às válvulas de controle, as
viscosos e são disponíveis apenas em
de retenção são disponíveis em diferentes
pequenos diâmetros.
materiais, como bronze, ferro fundido, aço
carbono, aço inoxidável, aços especiais .
As conexões podem ser rosqueadas,
15.4. Válvulas de Retenção
flangeadas, soldadas e tipo wafer. As Borboleta
modernas válvulas são disponíveis com As válvulas de retenção tipo borboleta
corpo no estilo wafer; elas possuem tem uma geometria similar à válvula de
extremidades planas e sem flanges e são controle, de modo que elas podem ser
instaladas entre flanges da tubulação. usadas em conjunto. As características de
operação da válvula de retenção borboleta
são resistência mínima à vazão, mudança
freqüente de sentido e uso em linhas
equipadas com válvulas de controle
borboleta. Elas podem ser usadas na
posição vertical ou horizontal, com a vazão
vertical subindo ou descendo.

15.5. Válvula de Retenção e Bloqueio


Fig. 8. 31. Válvula de retenção tipo levantamento A válvula de retenção e bloqueio (stop
(lift) check) combina as características de
retenção (vazão em somente um sentido) e
de bloqueio (vazão zero, quando
15.2. Válvulas de Retenção Tipo totalmente fechada). Ela é composta de
Levantamento uma válvula de retenção com
Nas válvulas de retenção tipo levantamento do disco e uma válvula
levantamento (lift), um disco ou uma esfera globo. Quando a haste é levantada para a
é levantada da sede, dentro de guias, pela abertura total, a válvula opera como uma
pressão de entrada da vazão. Quando a de retenção normal. Quando a haste move
vazão para ou inverte de sentido, o disco para baixo, para fazer o fechamento total,
volta para o assento, por causa da a válvula funciona como uma de bloqueio
globo.

2.8.30
Válvula de Controle

A válvula de retenção-bloqueio é usada


particularmente em casas de força, para
serviço com vapor. Ela possui um disco
flutuante que levanta sob condições de
vazão, como a força da pressão da
caldeira de vapor. Suas principais
aplicações incluem
1. evitar a vazão reversa do vapor do
header principal,
2. ajudar a colocar a caldeira em
serviço, depois de ter sido Fig. 8.32. Válvula de alívio
desarmada (shutdown),
3. ajudar a desligar a caldeira, quando a
queima parar, 16.2. Definições e Conceitos
4. agir como uma válvula de segurança
Os termos válvula de segurança e
imediata, evitando a vazão de vapor
válvula de alívio são usados com o mesmo
de volta para o header.
sentido, para designar válvulas que
A norma API Spec. 6D "Pipeline valves"
protegem contra a pressão excessiva.
descreve os tipos regulares de válvulas de
Porém, há diferença entre elas.
retenção tipo portinhola.
A válvula de segurança é projetada
para ter uma ação de abertura total,
16. Válvula de Alívio de provendo um alívio imediato. Ela está
Pressão descrita no código ASME, que especifica
capacidade, sobre-faixa de pressão e
diferença entre pressão ajustada e de
16.1. Função do Equipamento rearme. A válvula de alívio é projetada
A função básica de um equipamento de para abrir lentamente com aumento na
alívio é a de aliviar uma condição de pressão inicial. Estas válvulas não
sobrepressão de um sistema de modo possuem um código de projeto. A válvula
automático, econômico e eficiente. A de alívio é normalmente usada para aliviar
função adicional é a de conter o sistema de pressões excessivas desenvolvidas por
pressão, durante o tempo em que a fluidos não compressíveis, desde que uma
sobrepressão cai, voltando para a pequena descarga deste fluido irá prover
condição normal. Isto é conseguido por um um alívio imediato. Sob estas condições
sistema de balanço de forças agindo no não é necessário que a válvula de alívio
fechamento da área de alívio. A área do abra total e imediatamente, mas que ela
orifício de alívio de pressão é selecionada continua abrindo enquanto a pressão
para passar a vazão necessária, em estiver subindo.
condições específicas. Esta área é fechada Por causa destas diferenças na ação, as
por um disco, até que a pressão ajustada válvulas de segurança são usualmente
seja atingida. A pressão contida do sistema empregadas para aliviar pressão excessiva
age em um lado do disco; do outro lado há causada por gases (fluidos compressíveis),
uma força exercida diretamente por uma enquanto as válvulas de alívio são usadas
mola. Todo este conjunto é alojado dentro para aliviar a pressão excessiva causada
de um corpo, com conexões de entrada e por líquidos (fluidos não-compressíveis).
de saída, um prendedor do disco e outros A válvula de segurança-alívio (safety-
acessórios para prover a característica de relief) tem um projeto de abertura total e
desempenho especificada. pode ser usada em fluidos compressíveis e
não-compressíveis.

16.3. Sobrepressão
Os sistemas de alívio de pressão
fornecem os meios de proteção de pessoal
e equipamento de operação anormal do

2.8.31
Válvula de Controle

processo. Algumas das condições que acima da sede e permitir a passagem de


causam aumento excessivo da pressão uma pequena vazão do fluido. Quando
são uma maior pressão se acumula na entrada,
1. exposição ao fogo ou outras fontes a mola é mais comprimida, fazendo o disco
externas de calor, subir mais, aumentando a área de
2. aquecimento ou resfriamento de passagem, aumentando a vazão do fluido.
líquido bloqueado entre válvulas ou O levantamento gradual do disco com o aumento da
em alguma outra seção fechada do pressão de entrada, através de toda a faixa útil da
sistema, resultando em expansão válvula e a realização de sua capacidade de
hidráulica, descarga total em 25% de sobrepressão são as
3. falha mecânica de equipamentos principais características da válvula de alívio. Estas
normais de segurança, propriedades diferenciam a válvula de alívio da
funcionamento inadequado dos válvula de segurança, cujo disco obtém seu
instrumentos de controle, falha na levantamento especificado com pequena
operação manual, resultando em sobrepressão. A válvula de alívio é usada
enchimento ou esvaziamento do principalmente para serviço de líquido.
equipamento,
4. produção de mais vapor do que o 16.4. Válvula de Segurança
sistema pode manipular, seguindo
A válvula de segurança e a válvula de
um distúrbio operacional,
alívio de segurança são projetadas
5. geração inesperada de vapor,
especificamente para dar uma abertura
resultando no desequilíbrio de
total com pequena sobrepressão. elas
energia do processo,
possuem discos pressionados por mola
6. reação química exotérmica e
que fecham a abertura de entrada da
produção excessiva de gás do
válvula contra a pressão de entrada e são
sistema.
caracterizadas pela abertura rápida e
Objetivos completa, produzida por uma câmara que,
a uma pressão predeterminada, aumenta a
A partir destas situações e
área entre o disco e a sede a um ponto
necessidades, os objetivos do sistema de
onde a força da mola não mais supera a
alívio de pressão são
força de entrada.
1. atender as normas e leis
O fluido vazante é dirigido para reagir
governamentais, incluindo o controle
contra o disco e a força da mola. Esta ação
ambiental,
utiliza a energia cinética (proporcional à
2. proteger o pessoal de operação
massa e à velocidade) para manter a
contra perigos causados de
válvula na posição aberta. Quando a vazão
sobrepressão de equipamentos,
for menor que 25% da capacidade da
3. minimizar as perdas de material
válvula, a energia cinética não é suficiente
durante e após um distúrbio
para manter a válvula totalmente aberta e
operacional, causado por uma
a mola faz a válvula se fechar. Esta
sobrepressão rápida,
repetição de abertura e fechamento é
4. evitar danos a equipamentos e
característica da válvula de segurança. A
propriedades vizinhos,
freqüência de repetição muito alta
5. reduzir os prêmios de seguro da
(chattering) é indesejável e ocorre com
planta.
válvula super dimensionada.
Operação da Válvula de Alívio É essencial o conhecimento da válvula
As válvulas de alívio tem discos de alívio. Por exemplo, o coeficiente de
pressionados por mola, que fecham a descarga é diferente para as várias
abertura de entrada da válvula contra a válvulas dos fabricantes diferentes. A
pressão da fonte. O levantamento do disco válvula pode ser instalada de modo que ela
é diretamente proporcional à sobrepressão limita as condições nas quais foi feito o seu
acima da pressão ajustada. Quando a dimensionamento. As válvulas de alívio
pressão de entrada se iguala a pressão devem ser dimensionadas e instaladas de
ajustada, o disco pode subir um pouco modo que elas controlem descarga do

2.8.32
Válvula de Controle

fluido e não sejam vitimas da descarga do Em reações exotérmicas, a válvula deve


fluido. ser dimensionada para passar uma vazão
Quando dimensionada corretamente, a capaz de aliviar a pressão na máxima
válvula de alívio continua a descarregar, pressão possível.
até que a pressão de entrada caia de 4 a Após a capacidade do fluido a ser aliviada
5% abaixo do ponto de ajuste. A diferença é determinada, é necessário calcular a
entre a pressão em que a válvula de alívio área do orifício necessário para aliviar a
abre a pressão de fechamento é chamada quantidade predeterminada de líquido ou
blowdown. A válvula de segurança possui vapor. Depois da determinação da área,
um anel ajustável para controlar o pode-se fazer a seleção da válvula
blowdown. consultando tabelas de fabricantes, que
listam várias válvulas com a área do
Válvula de Alívio e Segurança orifício necessária. A seleção final será
A válvula de alívio e segurança é usada baseada na conformidade da área do
como equipamento de alívio em refinarias orifício com a válvula que satisfaça a
de petróleo e indústrias químicas. Ela é pressão, temperatura e materiais de
descrita como uma válvula com um castelo construção.
fechado com todas as características da A ASME apresenta formulas para
válvula de segurança. determinar a área efetiva do orifício que irá
Como o nome implica, ela pode ser determinar a capacidade especificada do
usada em dois tipos de serviço como uma fluido.
válvula de alívio ou como válvula de
segurança. Quando usada como válvula de Construção da Válvula
alívio, o anel de blowdown é retirado, de As válvulas de segurança e alívio são
modo que a câmara não produz nenhum normalmente mantidas na posição fechada
efeito, evitando a abertura rápida e total da por meio de um disco pressionado por uma
válvula e fazendo a válvula operar mola. A pressão da mola é ajustada de
exatamente como uma válvula de alívio. modo que uma pressão predeterminada
Ela pode ser usada também como válvula agindo sobre o disco da válvula (sede)
de segurança, exceto quando a levantará o disco da sede permitindo a
temperatura é muito elevada e altera a passagem do fluido através da abertura.
característica da mola. Em válvulas de segurança, o disco se
A vantagem da válvula de alívio e projeta sobre a sede, para fornecer uma
segurança é sua versatilidade, controlando área de passagem adicional após a
rigorosamente ou evitando a emissão do abertura inicial e deste modo, levantando
fluido. rapidamente o disco para a posição de
totalmente aberta. A sede é usualmente
Dimensionamento cercada por um anel ajustável, de modo
A válvula de alívio deve proteger que, quando a válvula começa a abrir, a
equipamento sujeito a sobrepressão, pressão é também aplicada a superfície
provocada por várias causas distintas. Por exposta adicional e não apenas ao disco.
exemplo, numa coluna de fracionamento, Pelo ajuste deste disco, regula-se a
pode aparecer sobrepressão por causa de pressão de blowdown, que é a diferença
fogo externo, descarga bloqueada, perda entre a pressão de alívio e uma pressão
de refluxo, falha de alimentação elétrica, levemente menor em que a válvula fecha.
falha de resfriamento, falha de Um blowdow pequeno é inconveniente,
instrumentos de controle . A válvula de pois a válvula irá abrir-fechar
alívio deve ser dimensionada para cada periodicamente e não irá abrir
uma das condições em separado e o rapidamente.
tamanho final deve ser suficientemente As válvulas de alívio são projetadas de
grande para manipular a maior modo que a área exposta a sobrepressão
capacidade. é a mesma, com a válvula aberta ou
O primeiro passo é calcular a vazão fechada, fazendo com que o disco seja
necessária através da válvula de alívio de levantado da sede lentamente, quando a
pressão para evitar acúmulo excessivo.

2.8.33
Válvula de Controle

pressão subir, até que a válvula atinja a 6. a abertura através de toda a


abertura total. tubulação e conexões entre um vaso
A maioria das válvulas de segura de pressão e sua válvula de alívio de
possuem mola. Uma minoria funciona com pressão deve ter, no mínimo, a área
peso e alavanca externos. da entrada da válvula.
As válvulas de alívio de pressão com 7. as válvulas de alívio de líquido
mola tem a pressão de alívio ajustada por devem ser ligadas abaixo do nível
meio de um parafuso no topo do castelo, normal do líquido.
que varia a compressão da mola. 8. todas as linhas de descarga devem ir
As válvulas de alívio são disponíveis diretamente para o ponto do alívio
para temperatura criogênicas até 750 oC e final. Para linhas mais longas, deve-
de alta pressão até 10 000 psig. A maioria se usar cotovelos com raio grande,
das válvulas de segurança e algumas quando for necessário mudar a
válvulas de alívio são equipadas com uma direção. Deve-se evitar, no projeto da
alavanca externa para verificação do alívio. linha, conexões próximas e deve-se
As válvulas de alívio são disponíveis minimizar as tensões na linha ,
em uma grande variedade de materiais usando-se juntas de expansão.
ferro fundido, aço carbono, aço inoxidável, 9. é essencial fazer e seguir um
bronze, Hastelloy®, Monel, revestida de programa de inspeção e manutenção
Teflon. preventiva para cada válvula de alívio
de pressão. Toda e qualquer válvula
Instalação e Manutenção de alívio de pressão em serviço limpo
A instalação da válvula de alívio de e não corrosivo deve ser
pressão é descrita no código ASME, que inspecionada e testada, no mínimo,
deve ser estudado e entendido, para o uma vez por ano. Válvula em serviço
dimensionamento, seleção e instalação. corrosivo ou severo deve ser
Os pontos mais importantes são: inspecionada mais freqüentemente.
1. a válvula de alívio de pressão deve Deve-se registrar e manter estes
ser localizada e instalada de modo relatórios de teste e inspeção para
que ela seja facilmente acessível saber quando e por quem cada
para reparo. válvula foi inspecionada e testada.
2. Se o projeto de uma válvula de alívio 10.Os testes não devem envolver
de pressão ou de segurança é tal apenas o ponto de ajuste da pressão
que é acumulado líquido no lado de de alívio, mas também a capacidade
descarga do disco, a válvula deve ser de alívio da válvula, nas condições
equipada com um dreno no ponto do processo.
mais baixo. 11.A capacidade nominal de uma
3. A mola em uma válvula de alívio de válvula de segurança ou de alívio
segurança em serviço para pressões deve ser conforme o que estiver
até 140 kPa (20 psig), não pode ser gravado na plaqueta da válvula para
resetada para qualquer pressão além as condições de projeto originais.
de 10% acima ou abaixo do valor
marcado na válvula. Para pressões
acima de 140 kPa (20 psig), a mola
não deve ser reajustada para
qualquer pressão além de 5% abaixo
ou acima da marcação da válvula.
4. nenhuma válvula de alívio de líquido
não pode ser menor que 1/2".
5. as válvulas de segurança e alívio
devem ser ligadas ao vaso no
espaço com vapor, acima do líquido
ou em uma tubulação ligada ao
espaço do vapor no tanque a ser
protegido.

2.8.34
Válvula de Controle

17. Válvulas Solenóides acionado na solenóide, quando a bobina é


energizada.
As válvulas são disponíveis na
17.1. Solenóide construção normalmente fechada ou
normalmente aberta. A válvula
Solenóide elétrica é uma bobina de fio
normalmente fechada abre, quando se
energizada eletricamente para produzir um
aplica corrente (energiza) e fechada
campo magnético no seu interior, que
quando a corrente é cortada
provoca um movimento mecânico em um
(desenergizada). A válvula normalmente
núcleo ferromagnético, colocado no centro
aberta fecha quando a corrente é aplicada
do campo. Quando a bobina é energizada,
e abre quando a corrente é cortada. Os
o núcleo está em uma posição, quando
termos normalmente aberto ou
desenergizada, está em outra posição.
normalmente fechado se referem à posição
A solenóide pode ser de operação
antes da aplicação da corrente.
analógica ou digital. Exemplos de
As válvulas solenóides são projetadas
excitação analógica de solenóide é a
para operação liga-desliga (on-off) ou
ativação da bobina de um alto falante de
totalmente aberta ou totalmente fechada.
áudio ou o controle de freios mecânicos
Como as válvulas solenóides são de ação
em carros elétricos. Porém, a solenóide é
rápida, deve-se cuidar que não haja golpe
mais usada em sistemas de controle como
de aríete nas tubulações do processo, o
um dispositivo digital, onde uma potência
que poderia danificar tubulação, medidores
constante é aplicada ou retirada de sua
de vazão, válvulas.
bobina.

Fig. 8. 33. Aplicação de válvula solenóide


Fig. 8. 34. Solenóide na válvula de controle
A solenóide pode estar acoplada a relé,
para operar contatos elétricos. Os contatos
são abertos ou fechados, conforme a 17.3. Operação e Ação
energização-desenergização da bobina. As solenóides são usualmente
Outra aplicação industrial importante é empregadas com válvulas globo liga-
acoplar a solenóide ao corpo de uma desliga com haste deslizante. Há
válvula; tem-se a válvula solenóide. basicamente quatro tipos de operação
1. ação direta,
17.2. Válvula Solenóide 2. operada por piloto interno
A válvula solenóide é a combinação de 3. operada por piloto externo
duas unidades funcionais básicas a 4. com sede e disco semibalanceados
solenóide e a válvula. A válvula solenóide Na válvula com ação direta o núcleo da
é usada para controlar a vazão de fluidos solenóide (plunger) é mecanicamente
em tubulações, principalmente de modo ligado ao disco da válvula e abre ou fecha
digital (liga-desliga). Ela é aberta ou diretamente a válvula. Uma mola
fechada pelo movimento do núcleo normalmente mantém o plug na posição

2.8.35
Válvula de Controle

aberta ou fechada e é contra esta força Ambos os plugs são montados em uma
que a solenóide deve mover o plug para a única haste. A pressão da linha do lado da
posição oposta. A operação não depende entrada da válvula é introduzida debaixo
da pressão ou vazão da linha. do plug inferior e acima do plug superior. A
A válvula operada com piloto interno é força para baixo no plug superior é maior
equipada com um pequeno orifício piloto, do que a força para cima do plug inferior.
utilizando a pressão da linha para sua Esta pequena diferença de força, mais a
operação. Quando a solenóide é força exercida por uma mola, mantém os
energizada, ela abre o orifício piloto e alivia plugs inferior e superior em suas sedes.
a pressão do tipo do diafragma ou plug da Quando a solenóide é energizada, os plugs
válvula para a saída da válvula. Isto resulta são levantados, abrindo a válvula. Por
em um desequilibro de pressão através do causa da força que age para cima no plug
plug ou diafragma, que abre o orifício inferior, a solenóide deve apenas superar
principal. Quando a solenóide é estas pequenas diferenças e a força da
desenergizada, o orifício piloto é fechado e mola.
toda a pressão da linha é aplicada ao topo As válvulas solenóides são também
do disco, fornecendo uma força de assento disponíveis em configurações de várias
que fecha totalmente. vias. As válvulas com duas vias são as
convencionais, tendo uma conexão de
entrada e outra de saída. A válvula abre ou
fecha, dependendo da solenóide
energizada ou desenergizada.
As válvulas solenóides de três vias tem
três conexões com a tubulação e dois
orifícios. Um orifício está sempre aberto e
outro sempre fechado. Estas válvulas são
usadas comumente para alternadamente
aplicar pressão para e aliviar pressão de
uma válvula. Elas servem também para
convergir ou divergir a vazão nas
conexões.
As válvulas solenóides com quatro vias
são usadas para operar cilindros de ação
dupla. Estas válvulas possuem quatro
conexões uma pressão, dois cilindros e
uma exaustão. Em uma posição da
válvula, a pressão é aplicada a um cilindro,
a outra é ligada a exaustão. Na outra
Fig. 8. 35. Operação da válvula solenóide posição, a pressão e a exaustão estão
invertidas.

A válvula com piloto externo é operada


através de um diafragma ou cilindro. Esta
válvula é equipada com um piloto
solenóide de três vias, que alternadamente
aplicada a pressão para ou aliviada a
pressa do diafragma para a operação. A
pressão da linha ou uma fonte separada de
pressão é usada para operar a válvula
piloto.
A válvula com sede e disco
semibalanceados é de dupla sede. O corpo
contem duas sedes, uma acima da outra,
com um espaço entre elas. O plug inferior
é levemente menor do que o superior.

2.8.36
Válvula de Controle

18. Válvula Redutora de ser dimensionadas e selecionadas


corretamente, instaladas e mantidas de
Pressão acordo com as instruções do fabricante, de
modo que suas peças internas se movam
18.1. Conceito livremente.

A válvula redutora de pressão serve para diminuir a 18.4. Seleção da Válvula Redutora de
pressão a jusante para um nível determinado dentro Pressão
dos limites impostos pelo tipo de válvula usado.
Basicamente há dois tipos de A determinação da melhor válvula
redutoras: redutora depende da a aplicação. Devem
1. operada diretamente, em que a válvula ser conhecidas as respostas das seguintes
principal é operada pela ação perguntas
combinada de uma mola e da pressão 1. Quais são as pressões máxima e
de saída, que é aplicada ao lado inferior mínima a montante?
do diafragma. É válvula redutora mais A pressão a montante (upstream) é
simples e pode operar apenas em também referida como pressão de entrada
variações limitadas de vazão. A pressão ou suprimento.
reduzida é dependente da pressão de 2. Qual a pressão a jusante a ser
entrada. mantida constante ou qual a faixa
2. operada por piloto, em que a válvula ajustável da pressão reduzida
principal é aberta por meio de um desejada?
pistão, que é atuado pela pressão de A pressão a jusante (downstream) é a
uma válvula piloto. Esta válvula é pressão na saída da válvula, ou pressão
internamente balanceada e controla a de descarga ou pressão reduzida. O seu
pressão reduzida de modo preciso, valor é determinado pelo processo.
mesmo que haja variação na pressão Quando a pressão regulada é fixa, o
de entrada. Ela manipula variações dimensionamento da válvula se baseia na
grandes de vazão. pressão diferencial estabelecida pela
mínima pressão de entrada. Se a pressão
18.2. Precisão da Regulação regulada é ajustável, a válvula é
dimensionada de acordo com a mínima
Há uma relação definida entre a pressão diferencial disponível.
precisão da regulação e a capacidade da 3. Quais as vazões mínima, máxima e
válvula redutora ou reguladora. A válvula media que passam pela válvula
redutora com mola deve ser ajustada redutora?
enquanto passa uma vazão mínima. A Não escolha o tamanho da válvula
pressão reduzida obtida, quando se redutora apenas fazendo-o igual ao
aumenta lentamente a vazão, até chegar à diâmetro da tubulação. Cada fabricante
capacidade especificada, é uma medida da possui sua tabela de capacidade própria.
precisão da regulação. Uma válvula 4. Deve haver vedação total?
redutora ajustada para entregar 600 kPa Uma válvula de vedação fecha
(100 psig) de pressão, na vazão mínima, totalmente, impedindo a vazão do fluido
possui precisão de regulação de 99%, se para a saída. Somente válvulas de sede
ela entrega 598 kPa na capacidade simples podem prover vedação total.
especificada. Nunca usar válvula de sede dupla para
reduzir pressão e simultaneamente vedar.
18.3. Sensibilidade 5. Qual deve ser o tipo de conexão?
A sensibilidade de uma válvula redutora Esta resposta é determinada pela boa
de pressão usa a resposta das variações prática de tubulação e as condições reais
da pressão e a mantém constante a de instalação. Se a válvula é rosqueada, é
despeito das variações de carga. recomendado o uso de uniões em ambas
Sensibilidade é diferente de precisão de as extremidades da válvula.
regulação. Para se obter a maior
sensibilidade, as válvulas redutoras devem

2.8.37
Válvula de Controle

18.5. Instalação paralelo pode ser a solução. Para grandes


reduções de pressão, a operação de duas
As regras gerais de instalação de
válvulas em série pode ser a solução.
válvulas também se aplicam às válvulas
redutoras de pressão, além do seguinte:
18.6. Operação
1. Deve sempre incluir um bypass para
permitir a manutenção de Quando colocar a válvula redutora em
emergência, sem desligar a operação, verificar a posição (aberta ou
alimentação. fechada) de todas as válvulas de bloqueio
2. Não instalar uma válvula redutora em (stop) ligadas na instalação.
um local inacessível, o que tornaria Eliminar o condensado, óleo e sujeiras
difícil ou impossível a manutenção e que poderiam danificar a válvula redutora.
serviço. Quando colocar uma válvula redutora
3. Instalar indicadores locais de pressão em operação, é melhor abrir a válvula de
na entrada e saída da válvula, bloqueio a jusante e gradualmente abrir a
facilitando o ajuste e a verificação da válvula de bloqueio a montante, antes de
válvula redutora. ajustar a válvula redutora. Enquanto esta
4. Se a linha tiver sujeira em suspensão operação estiver sendo feita, observar o
no fluido, instalar um filtro antes da indicador de pressão da saída, evitando
redutora. pressão excessiva que poderia aquecer ou
5. Instalar uma válvula de segurança danificar o equipamento. Quando a
depois da válvula redutora de pressão ficar muito alta, ela pode ser
pressão. facilmente controlada com uma válvula de
bloqueio a montante.
Não resetar a válvula redutora
enquanto estiver enchendo o sistema da
tubulação. Quando um sistema de baixa
pressão está frio, é necessário um
razoável intervalo de tempo para
pressurizá-lo; durante este tempo a válvula
redutora estará totalmente aberta, até que
seja atingida a pressão desejada.


Fig. 8.36. Válvula reguladora de pressão com piloto

Há vários conceitos errados acerca, da


válvula redutora de pressão, nenhum
sendo mais grave que fazer o tamanho da
válvula igual ao diâmetro interno da
tubulação. Invariavelmente, o tamanho
correto da válvula redutora de pressão é
menor que a tubulação. Se este
procedimento não for adotado, a válvula
redutora será sempre superdimensionada
e haverá instabilidade em baixas vazões.
Para grandes variações de capacidade,
a operação de duas válvulas redutoras em
Apostilas\Instrumentação 25Valvula.doc 11 DEZ 98 (Substitui 25 ABR 97)

2.8.38
2.9
Balança Industrial
kilograma, simbolizada como kg e que vale
1. Conceito de pesagem 2,204 6 libras. A unidade SI de força é o
newton, simbolizada como N. 1 newton é a
força necessária para acelerar 1 kg em 1
1.1. Introdução m/s2.
Freqüentemente se encontram os
O provérbio, A Pound’s a Pound, the
termos força e peso. Qual é a relação
World Around, enquanto difícil de ser
fundamental entre ambos? Para entender
verdade atualmente, de qualquer modo dá
isso, deve-se considerar a lei de Newton
uma indicação clara da fé da humanidade
da gravitação universal, que estabelece
colocada no processo de pesar.
que todos os objetos materiais atraem
No sentido atual, pesar um objeto é
todos os outros objetos materiais. Assim,
medir a força da gravidade sobre a massa
tudo sobre ou próximo à superfície da
do objeto no determinado local em que ele
Terra é atraído em direção ao centro da
está colocado. Assim, se é estabelecido
Terra. Por convenção, esta força de
um padrão de massa e é escolhido um
atração é chamada de peso do objeto.
determinado local, pode-se comparar
Porém, se é reconhecido que a atração
objetos com o padrão escolhido e
da gravidade varia de um lugar para outro
estabelecer uma relação entre eles e
na superfície da Terra, no máximo de
arbitrariamente chamar esta relação de
peso. ±0,55%, pode-se facilmente ver que para
É verdade, então, que para se ter um forçar um peso ser igual, deve-se assumir
sistema consensado de pesagem para fins condições padrão de gravidade. Nos
de comércio e controle de processo, para Brasil, tem sido feito e foi estabelecido
todos os locais através de todo o mundo, é como 9,800 m/s2 (32,15 ft/s2). Todos os
necessário concordar sobre um padrão de padrões de calibração usados no Brasil e
massa e sobre um padrão de aceleração todas as expressões de peso são
devido à força da gravidade. Isto foi feito baseados na prática e condições
através da convenção de vários paises estabelecidas pelo Instituto Nacional de
(Tratado do Metro, 1875). O sistema de Metrologia e Qualidade (INMETRO).
medição de massa é baseado em um Assim, pode-se usar os termos força e
cilindro de liga platina-irídio, com diâmetro peso indistintamente, desde que se aceite
e altura de 39 mm, mantido no Bureau que o valor padrão para a gravidade
Internacional de Pesos e Medidas, em assumido nesta discussão seja igual a
Sèvres, França. Este protótipo físico de 9,800 m/s2.
massa é chamado de Kilograme des
Archives. 1.3. Considerações históricas
Embora a descoberta do princípio da
1.2. Massa, Força e Peso alavanca como meio de pesagem seja
A unidade de massa no Sistema atribuído a Arquimedes (287-212 A.C.), é
Internacional de Unidades (SI) é o fato que a balança com barra de aço
comum foi usado no Oriente e Índia muitos

2.9.1
Balança Industrial

séculos antes de Arquimedes. Embora volume, deve-se sempre considerar a


Arquimedes tenha sido o primeiro a definir temperatura do material sendo manipulado
teoricamente os princípios matemáticos e aplicar fatores de correção para obter
envolvidos, os sistemas de balança com resultados baseados na massa ou
alavanca foram freqüentemente referidos referidos a uma condição aceita como
nos primeiros registros da civilização. A padrão. O peso não é afetado pela
Humanidade assim conheceu o princípio temperatura e se o material pode ser
de troca baseado no peso. Outros padrões fisicamente manipulado, ele pode ser
e equipamentos antigos podem ter sido pesado. Seja, por exemplo, a pesagem de
trocados em comparação com este metal derretido, em temperaturas em torno
princípio. de 1400 oC. A dificuldade de medir o
É interessante notar que volume com precisão é facilmente
aproximadamente 1600 anos se passaram percebida. Porém, é possível se pesar,
sem qualquer adição importante aos nestas condições, com precisão de ±0,1%,
ensinamentos fundamentais de usando-se sensores de strain gauges.
Arquimedes. Não até que Leonardo da Em muitas aplicações de fabricação de
Vinci (1452-1519) tenha investigado várias peça e sistemas de controle de processo, a
classes de alavancas. Da Vinci medição do peso pode ser direta e exata.
esquematizou e descreveu muitos modelos Por exemplo, em sistemas de mistura,
e projetos de sistemas de pesagem com quando se quer manter proporções
alavanca. O princípio básico da balança de constantes entre solvente e soluto e o
plataforma com alavanca, balança de solvente deve entrar no processo em
alavancas múltiplas articuladas e balança temperaturas variáveis, as medições das
com indicação direta são todos atribuídos vazões volumétricas dos fluidos envolvidos
ao gênio de da Vinci. Embora o princípio requerem a compensação da variação da
da balança de mola simples seja mais temperatura, enquanto se ambos os
tarde atribuído a Hooke em 1676, da Vinci ingredientes são controlados por peso, o
ilustrou e descreveu tal sistema de controle pode ser mantido diretamente,
pesagem aproximadamente 200 anos sem compensação de temperatura e
antes. obtendo-se resultados mais exatos.
Do século XVII até o presente, Na manipulação de líquidos e sólidos,
enquanto tenha havido várias melhoras as técnicas de pesagem fornecem ao
nos métodos de fabricação e nos materiais comercio e à indústria um método direto e
disponíveis, não ocorreu nenhuma exato, relativamente independente das
mudança fundamental nos princípios das características do meio do processo,
balanças de alavanca ou mola. Mesmo localização física, condições atmosféricas
hoje, a maioria das balanças e sistemas de e temperatura ambiente. Unidades de peso
pesagem instalados é baseada nos antigos são facilmente conversíveis para vários
princípios estabelecidos por Leonardo da valores monetários, facilitando assim o
Vinci. comércio e as transferências.
Neste século, com o advento da célula Na manipulação de tais materiais como
de carga hidráulica e mais recentemente cloro, gás liquefeito de petróleo e outros
com a descoberta e desenvolvimento do materiais similares, deve ser notado que o
strain gauge elétrico, tem havido muitas sistema de pesagem fornece um método
alterações significativas nos princípios de seguro e conveniente de controle sem
pesagem e equipamentos. penetração do container e sem uso de
visores externos. No caso de materiais
1.4. Princípios de pesagem corrosivos, perigosos ou criogênicos, estas
vantagens são importantes.
Quando comparado com a medição de
volume e vazão volumétrica, a medição de
peso tem várias vantagens significativas. A 1.5. Aplicações de pesagem
mais importante se refere à influência da A pesagem de vasos, tanques, reatores
temperatura ambiente e do processo onde e tambores é muito freqüente nas
está a variável medida. Na medição de aplicações de balanças. As capacidades

2.9.2
Balança Industrial

destas balanças variam de 35 000 a 80 sensor confiável e preciso. O strain gauge


000 kg. Em aplicações de batelada, a e suas aplicações tem sido um dos
formulação da batelada é usualmente feita campos mais intensamente pesquisados
com controle a microprocessador, usando na história recente da tecnologia. Como
Controlador Lógico Programável ou resultado deste trabalho, há uma grande
Sistema Digital Distribuído, onde vários variedade de células de carga a strain
equipamentos são carregados e gauge exatas, precisas, estáveis e
descarregados e os produtos são confiáveis disponíveis para a maioria das
transferidos e distribuídos através de aplicações práticas. As células de carga a
operações seqüenciais. A carga de um strain gauge representam o meio de
ingrediente é feita em dois estágios: pesagem mais prático. O seu uso se
1. primeiro, em vazão plena estende de aplicações de balanças
2. próximo do valor desejado, em comerciais, pesagem de cargas postais,
vazão reduzida. balanças de laboratório, balanças
Ao final de cada carga de ingrediente, rodoviárias e pesagem em aplicações da
faz-se uma verificação automática de agricultura e indústria petroquímica. Elas
tolerância e se a precisão for aceitável, o são aplicadas em lançamentos de
ingrediente individual ou a formulação foguetes, plataformas de lançamento,
completa é descarregada. Uma impressão túneis de vento e outros ramos da
ou registro é fornecido para cada batelada pesquisa aeronáutica.
tendo o número da batelada, a formulação
desejada, o peso total real da batelada, os 2.1. Princípio de Operação
pesos individuais reais de cada
Se um fio é dobrado como uma mola
ingrediente, o peso residual depois da
de modo que sua seção transversal varia
transferência e a destinação. Como parte
quando o elemento de mola é acionado
do pacote do controle de batelada, um
(comprimido ou estendido), é possível
monitor de vídeo é usualmente fornecido
estabelecer uma relação matemática entre
para indicar continuamente o status da
a resistência elétrica do fio e a forca
batelada.
causadora da deformação no elemento de
O maior número de instalações de
mola. Células de carga a strain gauge são
pesagem envolve a carga de batelada de
projetadas para permitir a deformação
vários produtos químicos de acordo com
elástica controlada do elemento de mola.
uma receita. Por causa do uso de pesos
Na Fig. 7.24a uma coluna é carregada na
necessitar da compra de balanças para
direção do eixo Z. São coladas nos quatro
tanques e bombas, o custo de tais
lados da coluna grades de fio fino, a, b, c e
instalações pode somente ser claramente
d. Quando a carga aumenta, os sensores a
avaliado considerando o preço de todo
e c tendem a diminuir de comprimento e
equipamento relacionado. Deve ser feita
sua resistência diminui. Os sensores b e d,
uma comparação entre pesagem e
montados perpendicularmente a Z são
medição de vazões. Em geral, o método de
colocados em tensão pela coluna tendendo
pesagem é favorecido em todos os casos
a diminuir na seção transversal (efeito
onde o meio da batelada é difícil de
Poisson) e sua resistência irá aumentar.
manipular, tais como em sólidos, lamas e
Os quatro sensores são ligados a um
fluidos muito quentes ou viscosos. A
circuito Ponte de Wheatstone, como
escolha deve considerar, além do custo de
mostrado na Fig. 7.24b. Tendo os
propriedade, fatores como precisão e
sensores b e d opostos aos sensores a e c,
calibrações.
o desequilíbrio da ponte devido às
variações de carga mecânica é amplificado
2. Balanças com células de e a tensão de saída é maior do que a
carga tipo strain gauge tensão que existe quando b e d são
tensionados do mesmo modo que a e c.
Um dos primeiros usos do strain gauge Na década de 1950, strain gauges
com fio de resistência encurvado, seguindo colados a lamina metálica foram
sua descoberta no início da década de introduzidos e rapidamente suplantaram os
1940, foi no desenvolvimento de um

2.9.3
Balança Industrial

strain gauges a fio. Usando folhas em vez gauge é relativamente pequeno e uma
de fio, melhora-se a dissipação de calor, função da tensão de excitação. Um valor
diminuir os efeitos de deslizamento e comum de 2 a 3 mV por volt de excitação.
permite maior liberdade de projeto A tensão de excitação pode ser alternada
adaptando formatos e tamanhos para ou continua e é usualmente na faixa de 5 a
geometrias complexas de transdutores. 20 V, com valor típico de 12 V.
Cristal piezoelétrico
Outro sensor elétrico de pressão,
pouco usado em balanças eletrônicas (por
causa da natureza estática da pesagem), é
o cristal piezoelétrico. O cristal
piezoelétrico tem a característica de gerar
uma tensão quando deformados
elasticamente por pressão ou força
aplicada em torno de algum eixo particular.
Fig. 2.10.11. Strain gauge ou célula de carga A pressão agindo no sensor gera um sinal
elétrico transitório proporcional à força e
portanto à deformação ocorrida no cristal.
Como o cristal pode também ser
3. Variações de Projeto deformado pela aceleração, deve haver um
compensador de aceleração.
O componente mais crítico em qualquer
O cristal piezoelétrico não pode medir
célula de carga é o elemento mola. De
pressão estática por mais de alguns
modo simplificado, a função do elemento
poucos segundos, mas é capaz de medir
mola é o de servir como a reação para a
fenômenos dinâmicos como choque,
carga aplicada e, fazendo isso, para
vibração ou pressões associadas com
focalizar o efeito da carga em um campo
explosão, pulsação ou condições
de tensão mecânica isolado,
dinâmicas em motores, máquinas rotativas
preferivelmente uniforme onde os sensores
e compressores.
possam ser colocados para medir a carga.
Os elementos de mola da célula podem ser
3.2. Desempenho da célula
divididos em três tipos:
1. bending (Bending, Beam) Como resultado do aumento da
2. stress direta (coluna) experiência e um alargamento do
3. cisalhamento. conhecimento empírico, é prático
considerar o uso de células de carga a
3.1. Sensores strain gauge em instalações requerendo
imprecisões de ±0,03% a ±0,25% do fundo
Strain gauge de escala.
Os transdutores modernos a strain Os sistemas de compensação de
gauge geralmente empregam 4 grades de temperatura para desvio de zero e de span
strain gauge eletricamente ligados para são uma parte intrínseca de células de
formar um circuito de medição do tipo carga de alta qualidade. De qualquer
Ponte de Wheatstone. Todas as células de modo, para operações fora dos limites de
carga a strain gauge são compensados temperatura normal, geralmente de –20 a
para os efeitos da temperatura sobre 70 oC, é necessário o uso de fatores de
desvio de zero e de span. Isto é correção.
conseguindo fazendo os fios do strain Pode-se também prover meios de
gauges de ligas de materiais insensíveis à controlar a temperatura em volta das
temperatura e introduzindo resistores células de carga. A célula de carga deve
convenientes de compensação no circuito ser protegida contra cargas angulares e
da ponte. Um circuito típico de strain gauge não axiais. Qualquer força que não seja
é mostrado no diagrama simplificado da perpendicular ou axial tende a fazer
Fig. 7.24i. O sinal de saída de um strain encurvamento da coluna suporte. Na

2.9.4
Balança Industrial

medida em que o strain gauge não pode O custo relativamente alto das células
discriminar entre cargas axiais e de de carga a semicondutor e a grande
curvatura, pode aparecer erro de medição. redução de custo nos circuitos integrados
Quando as células de carga são montadas lineares tem limitado o uso de células de
debaixo de tanques, caixa ou containers carga a semicondutor em sistemas de
que são sujeitos a excessivo pesagem a baixo custo. O custo do
encurvamento, expansão ou contração, amplificador linear necessário para
devem ser tomados cuidados especiais de aumentar os sinais de células de carga
montagem, para isolar a célula de carga de metálicas é menor que o custo das células
forcas externas laterais indesejáveis. de carga a semicondutor.
As células de carga são projetadas
para operar dentro de capacidades
especificadas. Carga excessiva pode Tab. 1. Características de desempenho de
resultar em perda de exatidão ou mesmo Células de Carga a Semicondutor e Metálicas
falha. Em geral, a célula de carga não Característica Semicondutor Metálico
pode ser sujeita a mais que 125% de sua
capacidade nominal. Isto inclui cargas de Saída (em 15 V) 1,0 V 30 mV
impacto ou choque, bem como carga Linearidade 0,25% 0,05%
estática. Histerese 0,02% 0,02%
Efeito da ±0,25%/40 oC ±0,15%/40 oC
temperatura no zero
3.3. Strain gauge a semicondutor Efeito da ±0,5%/40 oC ±0,08%/40 oC
A característica piezorresistiva dos temperatura na saída
materiais semicondutores de Ge e Si foram Índice de preço 1,3 1,0
descobertas na década de 1950, por
cientistas do Laboratório Bell. Foi
descoberto que a resistência terminal 3.4. Linearização da Célula
destes dispositivos é altamente sensível à Células de carga a strain gauge tipo
tensão mecânica ou stress aplicada. De coluna em capacidades acima de 4 500 kg
fato, seus fatores de gauge (variação sofrem de uma não linearidade
unitária da resistência dividida pela tensão característica de cerca de ±0,15% da
unitária) são mais de 50 vezes maiores do capacidade nominal. A não linearidade
que seus fios metálicos ou strain gauge inerente destes sensores resulta das não
folheado. linearidades elétricas da ponte causadas
Enquanto possuem altíssima pelo fato que todas os strain gauges não
sensitividade à tensão mecânica, quando estão sujeitos à igual tensão mecânica.
comparados com strain gauges metálicos, Pode haver também não linearidade
os strain gauges a semicondutor também devida á variação da área transversal da
exibem grande não linearidade, grande coluna com o aumento da carga. A não
sensibilidade aos efeitos de temperatura e linearidade da célula de carga tipo coluna
grande resistência terminal. Mesmo assim, característica é parabólica e tende a ser
os strain gauges a semicondutor são compensada quase perfeitamente pela
usados em equipamentos de medição de utilização de um elemento de
força onde se quer alto nível de sinal de compensação de strain gauge a
saída e baixo custo do sistema. semicondutor. A Fig. 7.24 r mostra um
As configurações com células de carga strain gauge incorporado em série com os
a semicondutor fornecem unidades com terminais de excitação do circuito ponte
saídas nominais da ordem de 1,0, quando das células. Da curva da tensão de saída
a tensão de excitação é de 15 volts. Por versus carga aplicada, uma célula de carga
causa de seu alto nível de saída, as tipo coluna não compensada exibe uma
células a semicondutor são usadas em característica côncava quando comprimida.
sistemas de pesagem simples, onde as O strain gauge de linearização sente a
vezes nem é necessário o uso de tensão mecânica na coluna induzida pela
amplificador entre o sensor e o indicador. carga compressiva aplicada e, devido à
sua característica piezoelétrica, sua

2.9.5
Balança Industrial

resistência terminal diminui com o aumento aumenta os erros devidos ao


de carga. A diminuição da resistência com deslizamento.
a carga faz a voltagem de excitação Células de carga usado strain gauges
aplicada ao circuito da ponte aumentar com filme fino são disponíveis para cargas
com a diminuição da carga, que compensa de 0,5 a 5 kg e com uma resistência de
a característica de queda da célula de ponte de 4 kΩ. Elas fornecem a
carga não compensada e resulta em uma estabilidade de medição de célula de carga
melhoria da linearidade. Ajustando a sem encapsulamento metálico hermético
resistência terminal do strain gauge de do strain gauge. A estabilidade é testada
linearização quase compensa exatamente para um período de 50 dias com ciclos de
a característica parabólica e as temperatura variando de 25 a 55 oC sob
linearidades terminais de melhor que condições saturadas, que causam
0,02% da carga aplicada podem ser condensação ocasional. A sensitividade de
conseguidas. tais células tendo 5 000 graduações pode
Linearidades deste tamanho não varia de até 0,02% e seu sinal de zero
somente eliminam linearização externa pode variar de até 10%.
dentro da instrumentação mas também Na nova célula de carga de filme fino
reduz erros em sistema de pesagem com usa-se a tecnologia de CrSi. Conseguem-
múltiplas células de carga em que a se estabilidade e resistência à umidade por
distribuição desigual da carga total entre as uma isolação patenteada entre o corpo da
células individuais pode ser substancial. mola e os elementos de strain gauge que
Carregamento desigual sobre células de consiste de um sanduíche de quatro
carga não lineares pode causar sérios camadas de SiO2 e Si3N4. SiO2 fornece a
erros do sistema, mesmo em sistemas em isolação necessária contra vazões de
que a não linearidade das células é corrente elétrica, Si3N4 evita migração de
compensada na instrumentação do display. íon nos strain gauges que poderia
acontecer devido ao campo elétrico gerado
3.5. Células de carga e temperatura pela excitação da ponte.
Na tecnologia de filme fino, outro
Quando se aplicam células de carga
problema é o material do elemento mola na
em indústria de processamento de metais,
célula de carga, por que o filme fino não
é necessário que as células suportem altas
deve ter deslizamento e portanto o strain
temperaturas ambiente. Atualmente, strain
gauge não pode compensar o
gauges com cola orgânica e inorgânica são
deslizamento do material mola. Por esta
disponíveis e podem suportar temperaturas
razão, o material da mola é liga FeNi, que
até de 250 oC.
é cara. Por causa do alto custo de FeNi, a
mola é pequena (3 mm de espessura).
3.6. Avanços na Tecnologia
Células de carga com filme fino têm
A tecnologia de célula de carga está baixo consumo de potência, pequeno
avançada, pela melhoria da exatidão, tamanho e satisfaz as seguintes exigências
redução da sensibilidade a interferências, de calibração:
aumento da vida útil através de melhor
selagem, melhor calibração, custos Faixa de peso Graduações
reduzidos através de maior volume de (kg) (divisões)
produção e calibração e o uso de 2a5 3000
microprocessadores embutidos. 1a2 2000
Células de carga deste tipo com strain 0,5 a 1 1500
gauge folheado são produzidas para
balanças comerciais tendo uma resolução
de até 6 000 graduações sobre suas 3.7. Células de carga com
faixas. Os gauges folheados podem ser microprocessador
usados até 2 kg e com valores de
resistência de até 2 kΩ. Com cargas Um exemplo de células de carga com
menores, aparece uma força paralela que microprocessador embutido são as células
de potência da Toledo, Digitol. Elas são

2.9.6
Balança Industrial

capazes de suportar as condições No sistema com microcomputador, o


ambientais adversas em locais externos. equipamento e o programa para a
Cada célula de potência contém um manipulação dos dados verificados são
microprocessador que foi programado para coletados em um cartão externo ao micro,
reconhecer e corrigir automaticamente que se comunica através de um slot
erros causados por influencias externas ou opcional com o micro. Este cartão é
cargas móveis na base da balança chamado de unidade de segurança (SU –
enquanto a pesagem está se processando. security unit) e transfere a medição e
A capacidade da plataforma da balança é dados de impressão entre o micro,
de 500 toneladas. impressora e receptor verificado.
O monitor indica os dados verificados
3.8. Avanços na Eletrônica (maior prioridade) como uma janela do
monitor.
Os sinais de saída das células de carga
devem ser compatíveis com os sistemas
3.9. Calibração, Teste e Aplicações
de processamento de dados
computadorizados e com os A calibração e teste de grandes
microcomputadores. As tarefas dos sistemas de pesagem são geralmente
programas incluem pesagem em balanças feitas com pesos mortos e é cara,
em movimento e em vários pontos e a demorada e, às vezes, um procedimento
integração destes sistemas em sistemas perigoso. Para calibrar uma balança de 60
de comunicação de dados do processo. a 80 toneladas, uma grande quantidade de
Um sistema típico digital de células de pesos padrão deve ser transportada para o
carga tem as seguintes características: local e colocada na plataforma.
1. unidade eletrônica contida em A idéia de aplicação de célula de carga
pequeno painel mestre em vez de pesos padrão não é
2. forma elo de ligação entre as nova, mas, até recentemente, sua
células de carga e a interface RS estabilidade e exatidão não eram
232 de um microcomputador satisfatórias. A precisão da célula de carga
3. alimenta a ponte com tensão mestre deve ser, no mínimo, igual a três
continua vezes melhor do que a célula de pesagem.
4. digitaliza a saída sobre toda a faixa O enfoque da célula de carga mestre
de medição oferece dez vezes maior resolução mesmo
5. usa tecnologia de matriz de portas quando calibrando um sistema com seis
(gate array) no conversor A/D, células e 3000 divisões.
utilizando um método de conversão Em termo de números de passos, isto
com resolução de 16 bits corresponde a 10 x 3000 x 6 = 180 000
6. possibilita até 150 medições por passos.
segundo O procedimento para calibração pode
7. microprocessador embutido para envolver incrementos de peso onde, em
fazer zeragem automática da cada passo de carga, são comparados os
balança, autocalibração a seco, dois sinais de saída (ponte de pesagem e
condicionamento do sinal célula de carga mestre) ou ele pode ser
(escalona, filtra, tira média, continuo. Quando se faz a calibração
determina tara). continua, os dois sensores são disparados
É conveniente usar microprocessador em certos níveis de carga e as leituras
como componente de sistema de instantâneas são comparadas. A Fig. 7.24z
pesagem, por causa de das seguintes mostra os resultados da calibração de um
vantagens: sistema de pesagem de 60 toneladas com
1. baixo custo seis células de carga usando pesos morto
2. grande flexibilidade e teste de montagem.
3. acesso às funções do programa
pelo operador 3.10. Invólucro e Segurança
4. segurança de dados contra
As normas relacionadas com a
manipulação.
selagem das células de carga são

2.9.7
Balança Industrial

usualmente baseadas apenas em selagem líquido (LCD). O sistema é alimentado com


contra água, portanto elas não são úteis bateria recarregável, que pode durar até 6
em ligação com proteção química. O teste meses antes de necessitar de recarga. A
da selagem típica contra água é feito plataforma com as células e o indicador
submergindo a célula de carga durante 30 podem ser todos montados na área
minutos em um metro de água. A altura classificada.
hidrostática desta água é menor que a Quando se integram sistemas de
pressão d'água que pode ocorrer durante pesagem nos sistemas de instrumentação
os procedimentos de lavagem. e controle da planta, torna-se uma
As células de carga para atmosferas exigência importante conectar facilmente
explosivas são projetadas e testadas os sensores isolados e os atuadores em
especialmente. Há normas européias, circuitos. Sistemas de comunicação para
baseadas no CENELEC (Comitê Europeu transmissão de dados em alta capacidade
para Padronização Eletrotécnica) e têm sido desenvolvidos principalmente
americanas baseadas no NEC (National para comunicação com computador .
Electric Code). A proteção mais comum é a Atualmente, usam-se os sistemas Fieldbus
obtida usando invólucro à prova de chama Foundation, Profibus, Sensorbus , ISIbus
ou prova de explosão. Esta proteção tem o para se conseguir altas taxas de dados e
símbolo de ex-d e é marcada como EEx-d transferência de dados e potência entre
Com este tipo de proteção as células de todos os equipamentos envolvidos.
carga podem ser ligadas diretamente ao
instrumento da área segura. 4. Desempenho do sistema
Outra solução é colocar barreiras Zener
ou isoladores galvânicos entre as células Alguns dos fatores que mais afetam o
montadas na área explosiva e os desempenho metrológico de um sistema
instrumentos na área segura. Esta de pesagem são:
proteção é chamada de segurança 1. Temperatura
intrínseca, simbolizada como i e marcada 2. Vibração
como EEx-i. Porém, deve ser observado 3. Condições ambientais
que as células de carga e o indicador são 4. Manutenção
equipamentos com compensação de 5. Calibração
temperatura e as barreiras Zener tem um
sério efeito de temperatura. 4.1. Temperatura
O sistema de classificação usado para
Geralmente, as balanças ou os
identificar situações onde a presença de
sistemas de pesagem são projetados para
equipamento elétrico poderia criar um
operar sob condições padrão de
perigo de explosão ou incêndio é
temperatura. O pessoal de operação está
determinado de modo diferente em vários
usualmente presente, no mínimo, em
países. Nos EUA, o laboratório Factory
alguma parte do tempo. Os limites típicos
Mutual (FM) é o líder reconhecido na
de operação são –10 a 50 oC. Operações
certificação do equipamento para
fora destes limites são comuns, quando,
ambientes perigosos. Um perigo pode ser
por exemplo, operação de balanças no
causado pelo calor gerado do equipamento
inverno (temperatura próxima de 0 oC) com
até atingir a temperatura de ignição dos
o indicador localizado em uma sala com ar
gases (ou pós ou fibras) do ambiente ou
condicionado ou em indústria siderúrgica,
pelo arco gerado devido a um curto ou
com o sensor à temperatura próxima de 50
abertura de uma conexão elétrica. o
C. Estes exemplos também mostram
Já são disponíveis sistemas com
como os diferentes componentes do
displays seguros, aprovados como
sistema podem estar em temperaturas
intrinsecamente seguros, para determinada
muito diferentes, com o sensor em
Classe, Grupo e Zona (Divisão). O
temperaturas extremas e com o display em
indicador possui saídas digitais em fibra
temperatura controlada e próxima da
óptica, 1 a 4 pontos de ajuste e uma saída
condição de referência.
analógica de 4 a 20 mA para aplicações de
controle de processo. O display é a cristal

2.9.8
Balança Industrial

Todos os sistemas modernos de autocompensação eficiente e embutido no


pesagem são compensados para operar instrumento, evitando erros ou
sobre faixas extensas de temperaturas. O inconveniências no uso.
desempenho e a exatidão garantidos são
usualmente dados para operação entre 21 4.3. Sistema com célula de carga
a 28 oC. Para operação fora destes limites,
O efeito da temperatura em sistemas
devem-se usar fatores e curvas de
de pesagem com células de carga é muito
correção, que são fornecidas pela maioria
diferente do efeito em sistemas mecânicos
dos fabricantes de balança.
com alavancas. Como não há alavancas e
elos mecânicos, não há erros ou
4.2. Balanças mecânicas com
compensações devidos a estes elementos.
alavancas As células de carga individuais devem,
Balança mecânica com alavancas é portanto, ser projetadas para mínimo efeito
grandemente autocompensada quando de temperatura e conter circuitos ou
sujeita a variações graduais e uniformes de dispositivos de compensação para garantir
temperatura. Em uma relação de desempenho dentro da especificação.
alavancas, pode-se ver que, embora o Todos os tipos de célula de carga
comprimento total de uma alavanca possa elétricos contêm alguma forma de membro
variar devido à expansão, a posição de suporte da célula e um circuito elétrico
relativa do ponto de apoio com relação aos associado para detectar exatamente a
pontos de reação não varia e a relação das deflexão do membro suporte sob carga. A
alavancas permanece constante. deflexão pode ser da ordem de 0,025 a
Porém, sob condições de temperatura 0,25 mm. O sinal elétrico geralmente é a
não uniforme sobre um sistema de resistência elétrica, mas por causa da
alavancas, aparecem erros na leitura ou no ponte de Wheatstone, tem-se também
equilíbrio. sinais de corrente e de voltagem. Células
Erros em balanças com leitura direta de carga envolvendo um ou mais strain
devidos a desvio de temperatura podem gauges colados ou não colados, a
ser divididos em duas classes: semicondutor ou metálicos, também
1. desvio de zero contem circuitos eletrônicos que corrigem
2. desvio de largura de faixa as variações das características devidas às
No caso do desvio de zero, o efeito é variações de temperatura e às variações
de translação e representa um erro físicas dos módulos de suporte e outros
constante sobre toda a faixa de pesagem. erros relacionados com a temperatura.
O erro de zero ou de equilíbrio pode ser
verificado periodicamente, por observação 4.4. Vibração
direta. Praticamente todos os sistemas de Vibração e distúrbios dinâmicos podem
pesagem são equipados com dispositivo afetar seriamente o desempenho do
de ajuste de zero, que pode ser sistema de pesagem. Precisão, exatidão,
manipulado, quando necessário. estabilidade de leitura e freqüência de
No caso de desvio de largura de faixa, manutenção são fatores que podem ser
o erro é rotacional e varia de conformidade afetados. Os distúrbios de vibração podem
com o ponto de trabalho; tipicamente é aparecer de duas fontes:
diretamente proporcional ao valor medido. 1. externa ao sistema, como vibração
No caso de erros de largura de faixa da estrutura ou do edifício,
devido à variação de temperatura, tem-se 2. interna ao sistema, como através
um problema mais sério. É impossível para do impacto da colocação da carga
um operador compensar tais erros, a não No caso de vibração externa, a solução
ser que fatores ou curvas de correção de pode ser a mudança do local da balança.
temperatura sejam disponíveis. O uso de Devem ser preferidos locais com boa
tais fatores ou curvas envolve a estabilidade na fundação e distantes de
determinação cuidadosa da temperatura. fontes conhecidas de vibração, tais como
Quando possível, é recomendável que o compressores, prensas e motores. Quando
fabricante forneça um sistema de o local tem estabilidade ruim e a balança

2.9.9
Balança Industrial

deve ser usada neste local, deve-se A manutenção do sistema de pesagem


considerar métodos para melhorar a garante que a precisão nominal do sistema
estabilidade, colocando colunas ou bases nunca seja ultrapassada. A manutenção do
adicionais ou usando materiais de isolação sistema garante que os erros aleatórios
ou absorção de vibração, como Fabreeka. inevitáveis continuem flutuando dentro dos
As balanças mecânicas são mais afetadas limites teóricos previstos.
que as eletrônicas pela vibração externa. A manutenção também garante que o
Distúrbios de vibração internos ao sistema opere como esperado. Quando
sistema de pesagem, como os causados houver falhas, erros grosseiros, quebras de
pelo método de carga e agitação do componentes, folgas excessivas, desgaste
conteúdo do tanque, também atrapalham o de material que comprometam os
desempenho da pesagem. O projeto deve desempenhos operacional e metrológico
considerar e diminuir os efeitos da carga previstos, o sistema requer manutenção.
do sistema. Muitos sistemas possuem Depois de qualquer manutenção, o sistema
amortecedores de vibração. Os distúrbios deve ser calibrado.
de vibração internos afetam igualmente as
balanças mecânicas e eletrônicas. 4.7. Calibração
A calibração periódica e apropriada é
4.5. Condições ambientais
também muito importante na indicação
As instalações do sistema de pesagem exata de qualquer sistema de pesagem.
podem ser encontradas em áreas onde o Devem-se considerar as recomendações
equipamento é sujeito continuamente ou do fabricante e a legislação vigente para se
de modo intermitente a temperaturas altas estabelecer o período ótimo para se fazer
e baixas, atmosfera úmida e condensante, as calibrações sucessivas. Deve haver
ar com contaminantes corrosivos ou também um programa de ajuste dos
abrasivos. Nestas áreas, devem ser períodos, sempre baseando-se nos
tomadas providências para proteger o resultados das calibrações anteriores, de
sistema de pesagem. modo que haja pouco trabalho
Os invólucros dos sensores, desnecessário e poucas não
condicionadores de sinal e instrumentos de conformidades por causa de erros de
display devem ter classificação mecânica exatidão além dos limites impostos.
compatíveis, como prova de tempo, A calibração do sistema de pesagem
vedado a pó, resistentes à água. garante que a exatidão nominal do sistema
Classificações típicas incluem IEC IP 45 nunca seja ultrapassada. A calibração do
(NEMA 4), IP 67 (NEMA 4X). sistema garante que os erros sistemáticos
Também devem ser considerados não apareçam ou que não ultrapassem os
sistemas de drenagem de líquidos, valores nominais estabelecidos e
pinturas anticorrosivas, uso de materiais requeridos pelo processo.
nobres não corrosivos, condicionamento Além dos aspectos comerciais e legais
do ar ambiente, regulagem da temperatura envolvidos, a calibração é válida e
e da umidade relativa. confiável somente se incluir os seguintes
parâmetros:
4.6. Manutenção 1. padrões rastreados
2. procedimento escrito
A manutenção periódica e apropriada é
3. ambiente conhecido
muito importante na operação de qualquer
4. pessoal treinado
sistema de pesagem. Devem-se considerar
5. registro documentado
as recomendações do fabricante mas
6. período de validade administrado
devem ser feitos ajustes neste programa
para acomodar condições especiais, de Padrão rastreado
modo que haja pouco trabalho
Toda calibração requer um padrão para
desnecessário e poucas não fornecer os valores verdadeiros
conformidades por causa de erros além
convencionais envolvidos. O padrão
dos limites nominais previstos.

2.9.10
Balança Industrial

fornece o valor confiável, fiduciário da devem ser continuamente acompanhados


variável calibrada. e monitorados para comprovar a
Padrão rastreado significa que ele foi estabilidade e o desempenho, através de
comparado com um outro padrão superior, calibrações sucessivas.
que garanta sua confiabilidade. Os A calibração de balanças de grande
padrões de referência devem possuir capacidade é demorada e pode ser até
exatidão maior que a dos instrumentos ou perigosa, pois envolve a manipulação de
padrões sob calibração. Os padrões de um grande número de pesos padrão, que
referência de ordem superior devem ser devem ser combinados convenientemente
rastreados aos padrões credenciados ou para igualar os valores recomendados de
nacionais ou derivados de constantes calibração.
físicas. Em balanças rodoviárias, com
Para calibrar balanças e sistemas de capacidades típicas em torno de 80 000
pesagem usam-se conjuntos de pesos kg, é comum se ter apenas 10 000 kg de
padrão, disponíveis em quantidades e pesos padrão. Nestas situações, as cargas
valores que dependem da capacidade do de calibração variam de 1000 em 1000 kg
sistema. Estes conjuntos de peso padrão até atingir 10 000 kg. Depois deste peso,
devem ser periodicamente calibrados, são usados lotes de carga. Com a balança
quando são comparados com outros pesos calibrada em 10 000 kg, pesa-se um
secundários ou primários disponíveis em determinado caminhão com peso menor
laboratórios especializados ou do que 10 000 kg e colocam-se novamente
fabricante da balança. pesos padrão dentro do caminhão de peso
Geralmente os usuários usam seus conhecido. Por exemplo, se o caminhão
pesos padrão para calibrar suas balanças, pesar 8950 kg, colocam-se cargas de 5000
em períodos curtos (diariamente, kg, de modo que se calibram os pontos 13
semanalmente) e em suas instalações. Os 950 e 18 950 kg. Com a balança calibrada
pesos padrão são calibrados em períodos até esta capacidade, toma-se um outro
mais longos (anualmente), em laboratórios caminhão de maior peso, por exemplo de
externos. 17 930 kg. Como ele está calibrado até
este valor, colocam-se novamente as
Relação de precisões cargas de 5000 kg, calibrando a balança
As normas e os laboratórios nos pontos de 22 930 e 27 930 kg. Esta
recomendam números limites entre as filosofia é aplicada sucessivamente e com
exatidões dos instrumentos calibrados e bom senso, até atingir o ponto de trabalho
dos padrões. Por exemplo, o NIST típico da balança.
recomenda a relação mínima de 4:1; o Por causa da demora deste
INMETRO recomenda a relação 3:1 e as procedimento, alguns fabricantes ou
normas militares falam de 10:1. Porém, laboratórios de calibração, às vezes,
todos estes números são sugestões e não pretendem calibrar a balança apenas até
são mandatórios. O risco aceitável 10 000 kg e depois extrapolam as outras
associado com a medição varia com cada cargas até atingir a capacidade nominal da
processo e em uma mesma planta, podem balança. Neste caso, eles estão supondo,
se adotar relações de incertezas a priori, que a balança é linear. A
diferentes. O estabelecimento da relação calibração tem como um de seus objetivos
se baseia em aspectos econômicos verificar a linearidade da balança e por isso
(quanto maior a relação, maior o custo dos estes procedimentos devem ser
padrões da escada metrológica) e técnicos questionados. O que deve ser exigido dos
(quanto maior o número, menor a laboratórios executantes da calibração o
interferência da incerteza do padrão na cumprimento dos procedimentos escritos.
incerteza do instrumento calibrado). O Estes procedimentos devem estar de
resultado final desta escolha é um conformidade com as exigências legais.

compromisso entre os valores de aceitação
e de incerteza.
Os padrões de referência selecionados
através das especificações do fabricante  Apostilas\Metrologia Balança.doc 02 ABR 98 (Substitui 26 MAI 97)

2.9.11
2.10
Especificação de Instrumentos
estreita é um atributo com um parâmetro
1. Informação do Produto mensurável, que é a largura da faixa de
passagem.
Os fabricantes de instrumentos As propriedades do instrumento são
geralmente possuem definições para as descritas com adjetivos e não com
especificações de seus produtos e como números. Os termos são vagos e
elas devem ser apresentadas. Muita coisa promocionais, como
está mudando nos anos 90, principalmente 1. qualidade superior,
por causa das exigências e da certificação 2. alta precisão,
das normas da série ISO 9000. 3. instalação simples.
A informação do produto é um termo 4. Cápsula possui pequeno volume
genérico para qualquer atributo usado para
descrever um produto e suas capacidades. 1.2. Especificação
É o termo mais geral usado para discutir a
propriedade de um produto. A especificação é uma descrição
A informação inclui os dados que são quantitativa das características requeridas
registrados, publicados, organizados, de um equipamento, máquina, instrumento,
relacionados ou interpretados dentro de estrutura, produto ou processo. Enquanto a
um sistema de referência de modo que propriedade diz que o instrumento tem alta
tenham significado. As informações de um precisão, a especificação diz que a
instrumento possui a seguinte hierarquia precisão é de ±0,1% do valor medido,
de termos: incluindo linearidade, repetitividade,
1. propriedades (features) reprodutibilidade e histerese.
2. especificações Em engenharia, as especificações são
3. características uma lista organizada de exigências básicas
para materiais de construção, composições
1.1. Propriedade (feature) de produto, dimensões ou condições de
teste ou um número de normas publicadas
Propriedade é um atributo do produto por organizações (como ASME, API, ISA,
oferecida como uma atração especial. As ISO, ASTM) e muitas companhias
propriedades descrevem ou melhoram a possuem suas próprias especificações. Em
utilidade do produto para o usuário. Uma inglês, é chamada abreviadamente de
propriedade não é necessariamente specs.
mensurável, mas ela pode ter um As especificações descrevem
parâmetro associado mensurável. formalmente o desempenho do produto.
Se uma propriedade com um parâmetro Uma especificação é um valor numérico ou
mensurável é de interesse do usuário, uma uma faixa de valores que limita o
especificação do produto descreve e desempenho de um parâmetro do produto.
quantifica esta propriedade. Por exemplo, A garantia do produto cobre o desempenho
uma interface I/O de um medidor é uma dos parâmetros descritos pelas
propriedade e não é mensurável, mas o especificações. Os produtos satisfazem
filtro de banda de passagem de resolução

2.10.12
Especificação de Instrumentos

todas as especificações quando Capacidade


despachado da fábrica. A capacidade do sistema depende do
Algumas especificações são somente número e tamanhos dos elementos,
válidas sobre um conjunto de condições estrutura do circuito, tamanho e estrutura
externas limitado ou restrito mas em tais do software.
casos a especificação inclui uma descrição
destas condições limitadas. As Operabilidade
especificações ambientais também Operabilidade é o grau em que um
definem as condições que um produto sistema é fornecido com meios para
pode ser submetido sem afetar observar e manipular a operação de um
permanentemente o seu desempenho ou processo. A operabilidade inclui também a
causar estrago físico. Estas condições habilidade de observar e manipular a
podem ser climáticas, eletromagnéticas operação de um sistema. A operabilidade
(como susceptibilidade eletromagnética), depende das ferramentas e procedimentos
mecânicas, elétricas ou precondições de para dar comandos e chamar e representar
operação, (como tempo para aquecimento, os dados do processo e a velocidade de
intervalo de calibração) resposta para executar comandos e
fornecer dados para um recipiente
1.3. Característica exigente. O termo velocidade de resposta
As características descrevem o está relacionado com a transmissão de
desempenho do produto que é útil na informação de
aplicação do produto mas não são 1. processo (medição) para processo
cobertas pela garantia do produto. Elas (atuador), como em uma malha de
descrevem o desempenho que é típico da controle
maioria de um dado produto, mas não está 2. um elemento do sistema para outro
sujeita ao mesmo rigor associado com as elemento do sistema
especificações. 3. elemento do processo ou sistema
para operador e vice-versa.
2. Propriedades do Instrumento Compatibilidade
As propriedades do sistema são A compatibilidade é a habilidade de um
agrupadas juntas nas seguintes categorias: equipamento poder ser usado em conjunto
1. Funcionalidade com outro. É também a habilidade de um
2. Estabilidade computador aceitar dados manipulados por
3. Precisão outro equipamento sem conversão de
4. Padronização dados ou modificação do código. De um
5. Operabilidade modo geral, é a habilidade de um novo
6. Segurança sistema servir a usuários de um sistema
7. Não relacionada com a função velho. Em computação, é a característica
de um computador ou sistema operacional
2.1. Funcionalidade que permite ele rodar programas escritos
para outro sistema. Por exemplo, os
Funcionalidade é a extensão na qual programas que rodam no Windows 3.1
um sistema é fornecido com uma estrutura rodam no Windows 3.11 e Windows 95 e
básica inerente de hardware e software os programas que rodam no Pentium®
com que estruturas funcionais especificas (novo) são compatíveis com o processador
possam ser formadas para controlar 80486 (velho).
processos.
A funcionalidade compreende: Padronização
1. capacidade A padronização é a redução dos
2. operabilidade instrumentos a um só tipo, unificado e
3. compatibilidade simplificado, segundo um consenso
4. flexibilidade preestabelecido e universal.
5. configurabilidade Em instrumentação, a padronização se
refere à mesma bitola e tipo de conexão

2.10.13
Especificação de Instrumentos

com processo, mesmo sinal de traz a alimentação (24 V cc). Os


transmissão de informação, mesmo nível conceitos de fonte de tensão, fonte de
de alimentação, mesmo tipo de montagem, corrente explicam facilmente esta
mesma dimensões físicas, mesmas possibilidade.
tomadas de encaixe. 4. existência de sinais em corrente e
A instrumentação pneumática apareceu tensão, contínua e alternados,
cerca de duas décadas antes da analógicos ou digitais.
eletrônica. Este maior tempo de aplicação, Mesmo com essas alternativas e
aliado à maior simplicidade e menor dificuldades, atualmente há uma tendência
obsolescência, certamente é o fator para se padronizar o sinal de transmissão
determinante da sua padronização em corrente no nível de 4 a 20 mA cc, a
universal. Essa padronização se refere a: tensão de alimentação é de 24 V cc, o
1. nível do sinal de informação e de sinal padrão para manipulação interna em
transmissão único: 20 a 100 kPa. Não 0-10 V cc, tensão de alimentação dos
há diferença significativa entre este sinal circuitos internos em +15 V cc, tensão de
e os equivalentes: 0,2 a 1,0kg/cm2 ou. 3 alimentação do sistema digital em +5 V cc.
a 15 psi Há apenas um pequeno detalhe
de calibração do mesmo instrumento. Flexibilidade
2. nível de alimentação único: 20 psi de ar A flexibilidade é a qualidade de um
comprimido, seco, limpo e filtrado. equipamento ser levemente alterado ou
Mesmo o consumo de ar, em SCF modificado para desempenhar sua função.
(standard cubic feet) é similar para Sistema flexível é aquele que pode ser
qualquer instrumento pneumático. facilmente alterado, como colocação,
3. número de conexões pneumáticas retirada ou alteração dos componentes.
requeridas, com designação única: Modularidade é a propriedade de montar
ENTRADA, SAÍDA, SUPRIMENTO. O uma flexibilidade funcionado em um
tamanho mais utilizado é rosca fêmea sistema pela montagem de unidades
1/2" NPT. discretas que podem ser facilmente
4. procedimentos de teste e calibração. ligadas, combinadas ou arranjadas com
5. técnicas de montagem e instalação, outras unidades. Um sistema com módulos
tanto no campo como no painel. independentes é mais flexível que aquele
Assim, a grande vantagem do sistema com as partes integralizadas em um único
de instrumentação pneumática é sua equipamento.
padronização, existindo apenas um sinal Flexibilidade resulta em liberdade de escolha e de
inteligente, de 3 a 15 psig. ligações de equipamentos. Um instrumento é
A instrumentação eletrônica ainda considerado flexível quando pode ser interligado a
atingiu esse grau de padronização, já uma grande variedade de outros instrumentos.,
alcançado pela pneumática, porém se mesmo de diferentes fabricantes ou de diferentes
percebe uma tendência para a nacionalidades. Um sistema é considerado flexível
padronização. As dificuldades da obtenção quando as interligações podem ser modificadas,
desta padronização são devidas aos quando os componentes podem ser facilmente
seguintes fatores: retirados ou acrescentados.
1. disponibilidade de duas configurações Paradoxalmente, a flexibilidade é
completamente distintas: à base de conseguida pela padronização. A
corrente e à base de tensão. padronização na fabricação e fornecimento
2. possibilidade de se usar fonte de de instrumentos possibilita uma grande
alimentação regulada ou não comum a flexibilidade na sua seleção e nas suas
todo o sistema ou individual a cada ligações com outros, pelo usuário final. Por
instrumento. exemplo, os instrumentos pneumáticos,
3. possibilidade de transmissão com dois por serem muito padronizados, podem ser
ou quatro fios. Atualmente, a maioria interligados sem nenhuma restrição,
dos transmissores eletrônicos usa o mesmo sendo de origem diferentes, pois
sistema de apenas dois condutores. O todos os sinais de saída e de entrada são
mesmo condutor que leva o sinal de iguais. Os únicos níveis de sinais são: 20 a
informação (4 a 20 mA cc) para o painel 100 kPa para a informação, transmissão e

2.10.14
Especificação de Instrumentos

controle e 140 kPa para a alimentação. hardware entre si para executar uma
Assim, um transmissor pneumático do determinação função do circuito.
fabricante F1 pode ser ligado à entrada do
controlador do fabricante F2, cuja saída vai Intercambiabilidade
para a válvula do fabricante F3. É a habilidade de substituir
componentes, peças ou equipamentos de
um fabricante por outros sem perder a
função ou a adequação ao uso, sem
necessidade de reconfiguração. Por
exemplo, dois transmissores pneumáticos
de mesma variável de processo, calibrados
na mesma faixa, são intercambiáveis entre
si, mesmo que sejam de fabricantes
diferentes. Um transmissor digital
inteligente da Rosemount, com protocolo
de comunicação HART não é
intercambiável com um transmissor
inteligente que não suporte este protocolo.
Também se entende efeito da
intercambiabilidade como a variação na
função do instrumento que aparece
quando se troca o sensor do instrumento.
Fig. 1.4.1. Instrumento configurável Por exemplo, seja tolerância de um sensor
(MTL) é de ±1 oC em alguma temperatura,
espera-se uma variação de 0 a 2 oC
quando o sensor for substituído por outro
Configurabilidade tendo a mesma tolerância.
A configurabilidade do sistema é a
qualidade de se alterar o arranjo dos seus Interoperabilidade
componentes, pela adição ou retirada de Interoperabilidade é a habilidade de
equipamentos auxiliares. Instrumento substituir componentes, peças ou
configurável é aquele cuja função é equipamentos de um fabricante por outros
determinada pela configuração ou sem perder a função ou a adequação ao
programação, que pode ser física uso, com necessidade de reconfiguração.
(hardware) ou lógica (software). A Por exemplo, dois transmissores
configuração lógica pode também ser inteligentes de fabricantes diferentes, mas
chamada de programação. ambos com protocolo HART são
A configuração física é feita através de interoperáveis, pois podem ser substituídos
mudanças de fiação (hardwire) entre entre si, porém, há necessidade de
instrumentos entre si, entre instrumentos e pequenos ajustes na reconfiguração.
equipamentos de entrada e saída, ou
alteração de posição de jumpers e chaves Seletividade
thumbwheel no circuito do instrumento ou Seletividade é a habilidade de um
em sua parte frontal. A configuração lógica medidor responder somente às alterações
ou por programação é feita através de da variável que ele mede e ser imune às
computadores pessoais ou de terminais outras alterações e influências.
dedicados proprietários portáteis (hand Uma medição pode ser alterada por
held) ou de mesa. Os transmissores modificação ou por influência.
inteligentes podem ser configurados Os erros sistemáticos de influência ou
através de terminais portáteis ou interferência são causados pelos efeitos
microcomputadores e os controladores externos ao instrumento, tais como as
lógicos programáveis através de terminais variações ambientais de temperatura,
de mesa ou microcomputadores. pressão barométrica e umidade. Os erros
Para um sistema de computador, de influência são reversíveis e podem ser
configurar é relacionar os elementos do

2.10.15
Especificação de Instrumentos

de natureza mecânica, elétrica, física e


química.
Os erros mecânicos são devidos à
posição, inclinação, vibração, choque e
ação da gravidade.
Os erros elétricos são devidos às
variações da voltagem e freqüência da
alimentação. As medições elétricas sofrem
influência dos ruídos e do acoplamento
eletromagnético de campos.
Também o instrumento pneumático
pode apresentar erros quando a pressão
do ar de alimentação fica fora dos limites Fig. 1.4.2. Sinal e ruído
especificados. Sujeiras, umidade e óleo no
ar de alimentação também podem
provocar erros nos instrumentos A diferença entre o erro de interferência
pneumáticos. e o de modificação, é que a interferência
Os efeitos físicos são notados pela ocorre no instrumento de medição e o de
dilatação térmica e da alteração das modificação ocorre na variável sendo
propriedades do material. Os efeitos medida.
químicos influem na alteração da O erro sistemático de modificação é
composição química, potencial devido à influência de parâmetros externos
eletroquímico, no pH. que estão associados a variável sob
O sistema de medição também pode medição. Por exemplo, a pressão exercida
introduzir erro na medição, por causa do por uma coluna de liquido em um tanque
modelo, da configuração e da absorção da depende da altura, da densidade do liquido
potência. Por exemplo, na medição da e da aceleração da gravidade. Quando se
temperatura de um gás de exaustão de mede o nível do liquido no tanque através
uma máquina, da medição da pressão diferencial, o erro
1. a temperatura do gás pode ser não devido a variação da densidade do liquido
uniforme, produzindo erro por causa da é um erro de modificação. Outro exemplo,
posição do sensor, é na medição de temperatura através de
2. a introdução do sensor, mesmo termopar. A militensão gerada pelo
pequeno, pode alterar o perfil da termopar depende da diferença de
velocidade da vazão, temperatura da medição e da junta de
3. o sensor pode absorver (RTD) ou emitir referência. As variações na temperatura da
(termopar) potência, alterando a junta de referência provocam erros na
temperatura do gás. medição. Finalmente, a medição da vazão
Os efeitos da influência podem ser de volumétrica de gases é modificada pela
curta duração, observáveis durante uma pressão estática e temperatura.
medição ou são demorados, sendo O modo de eliminar os erros de
observados durante todo o conjunto das modificação é fazer a compensação da
medições. medição. Compensar uma medição é
Os erros de influência podem ser medir continuamente a variável que
eliminados ou diminuídos pela colocação provoca modificação na variável medida e
de ar condicionado no ambiente, pela eliminar seu efeito, através de computação
selagem de componentes críticos, pelo uso matemática. No exemplo da medição de
de reguladores de alimentação, pelo uso nível com pressão diferencial, mede-se
de blindagens elétricas e aterramento dos também a densidade variável do liquido e
circuitos. divide-se este sinal pelo sinal
correspondente ao da pressão diferencial.
Na medição de temperatura por termopar,
a temperatura da junta de referência é
continuamente medida e o sinal
correspondente é somado ao sinal da junta

2.10.16
Especificação de Instrumentos

de medição. Na medição de vazão 2.3. Integridade


compensada de gases, medem-se a
vazão, pressão e temperatura. Os sinais Conceitos
são computados de modo que as
Integridade é a propriedade de um
modificações da vazão volumétrica
instrumento se manter inteiro, individido,
provocadas pela pressão e temperatura
completo, resistente e firme no seu
são canceladas.
funcionamento. A integridade do
instrumento é ameaçada pelo ambiente
2.2. Estabilidade
onde o instrumento está montado e por
Há vários modos diferentes de isso ela é garantida através da
conceituar estabilidade, tais como especificação correta da classificação
1. Tendência de um sistema se manter mecânica do seu invólucro, de
operando, de modo previsível, preciso, conformidade com normas existentes.
exato e seguro. Em computação de dados, é a
2. Extensão na qual um sistema pode ser propriedade dos dados que podem ser
confiável de desempenhar as funções recuperados no caso de sua destruição
que lhe foram atribuídas, de modo através de falha do meio de registro, falta
exclusivo e correto. de cuidado do usuário, defeito do
3. Probabilidade que um componente, programa ou outro acidente.
equipamento ou sistema desempenhe A integridade se relaciona com a
satisfatoriamente sua função planejada, garantia de funcionamento especificado do
sob dadas circunstâncias, tais como as sistema. O sistema que não perde sua
condições ambientais, valor da integridade é confiável. A ausência de
alimentação e através da manutenção distúrbio e falha crítica é um aspecto da
para um período de tempo especificado. confiabilidade. O distúrbio atrapalha o
Atualmente se usa o termo funcionamento da malha, porém sem
dependabilidade (dependability) como interromper completamente a operação do
sinônimo de estabilidade. sistema. A falha crítica causa o
Alguns parâmetros da estabilidade desligamento do sistema ou a perda de
podem ser quantificados por taxa de controle da malha. Como exemplos: a
desvio (drift rate), por períodos de flutuação da tensão ou da freqüência da
funcionamento, períodos de defeitos, alimentação do sistema, dentro de uma
duração de reparo. Como se vê, a determinada faixa, pode provocar leitura ou
estabilidade está diretamente ligada com o controle pouco precisos, porém, o sistema
tempo e indiretamente com outros fatores contínua com a medição e com o controle.
externos, como temperatura e pressão O desligamento total da tensão de
ambientes, vibração, alimentação. alimentação do sistema eletrônico que
Na falta de estabilidade, o desempenho do interrompe toda medição e todo controle é
instrumento se degrada. Alguns dos aspectos da uma falha crítica. Pode haver falha crítica
estabilidade são probabilísticos e outros são indireta: o desligamento da alimentação do
determinísticos, por natureza. A estabilidade pode é compressor de ar comprimido do sistema
muito aumentada pela adição da redundância ao pneumático pode, depois de um
sistema. determinado tempo, causar o desligamento
Pelas definições de estabilidade, dos instrumentos pneumáticos. Sem
devem ser incluídos os seguintes energia elétrica não há ar comprimido, não
parâmetros: há alimentação pneumática, não há
1. integridade medição e controle da instrumentação
2. disponibilidade pneumática.
3. confiabilidade
4. robustez Classificação Mecânica
5. calibração A operação de um instrumento pode
6. mantenabilidade ser afetada pela temperatura ambiente,
7. segurança (safety e security) umidade, interferência eletrônica, vibração
mecânica e atmosfera circundante.

2.10.17
Especificação de Instrumentos

Tipicamente, os instrumentos de medição


e controle de processo podem estar
montados ou na sala de controle ou na
área industrial.
A sala de controle é um local fechado,
onde a temperatura e umidade são
geralmente controladas através de ar
condicionado. O instrumento de campo
pode estar totalmente desprotegido ou ter
uma proteção rudimentar adicional contra o
sol, a chuva ou o vento. De qualquer
modo, quando usado no ar livre, a caixa do
instrumento fica exposta aos efeitos da luz
ultravioleta, da chuva, da umidade, do Fig. 1.4.3. Instrumento para uso
orvalho, das poeiras, dos respingos dos externo
líquidos de processo e das sujeiras
contaminantes que circulam no ar. Eles
estão ainda submetidos a grande e rápidas Existem basicamente duas normas
variações de temperatura durante o dia, para a classificação mecânica dos
podendo haver um gradiente de invólucros dos instrumentos: IEC e NEMA.
temperatura entre o sol e a sombra do
instrumento exposto. Por esses motivos,
os invólucros dos instrumentos devem ser
de alta qualidade, cuidadosamente
testados e precisamente classificados de
acordo com normas concernentes, de
modo que possam prover proteção contra
ambientes potencialmente adversos. Os
invólucros dos instrumento, mesmo
montados em ambientes nocivos, devem Fig. 1.4.4. Instrumento para uso interno
protege-los, de modo que durem o máximo
e que o ambiente não interfira na sua
operação. .

2.10.18
Especificação de Instrumentos

Tab. 5.1. Proteção do equipamento contra ingresso de corpos sólidos e líquidos, IEC IP

PRIMEIRO DÍGITO SEGUNDO DÍGITO


1o Teste Grau de Proteção 2o Teste Grau de Proteção
0 Sem proteção de pessoas contra 0 Sem proteção
contato com peças vivas ou móveis
dentro do invólucro.
Nenhuma proteção do equipamento
contra ingresso de corpos sólidos
estranhos
1 Proteção contra contato acidental ou 1 Proteção contra gotas de água
involuntário com pecas móveis ou condensada.
vivas dentro do invólucro por uma Gotas de água condensada caindo
grande superfície do corpo humano, no invólucro não tem nenhum efeito
p. ex., uma mão mas sem proteção nocivo
contra acesso deliberado de tais
partes.
Proteção contra ingresso de corpos
sólidos estranhos de tamanho
grande
2 Proteção contra contato com pecas 2 Proteção contra gotas de líquido.
móveis ou vivas dentro do invólucro Gotas de líquido caindo no invólucro
pelos dedos. não tem nenhum efeito nocivo,
Proteção contra ingresso de corpos quando o invólucro está deslocado
sólidos estranhos de tamanho médio de um ângulo de até 15o da vertical
3 Proteção contra contato com pecas 3 Proteção contra chuva.
móveis ou vivas dentro do invólucro A água caindo da chuva em um
por ferramentas, fios ou outros ângulo igual ou menor que 60o com
objetos de espessura maior que 2,5 relação à vertical não terá nenhum
mm efeito nocivo.
Proteção contra ingresso de corpos
sólidos estranhos de tamanho
pequeno
4 Proteção contra contato com pecas 4 Proteção contra borrifo.
móveis ou vivas dentro do invólucro A liquido borrifado de qualquer
por ferramentas, fios ou outros direção não terá nenhum efeito
objetos de espessura maior que 1 nocivo.
mm
Proteção contra ingresso de corpos
sólidos estranhos de tamanho
pequeno
5 Proteção completa contra contato 5 Proteção contra jatos d'água.
com pecas móveis ou vivas dentro A água projetada por um bocal de
do invólucro. Proteção contra qualquer direção sob condições
depósitos nocivos de pó. O ingresso determinadas não terá nenhum efeito
de pó não é totalmente evitado, mas nocivo.
o pó não pode entrar em quantidade
suficiente para interferir com a
operação satisfatória do
equipamento envolvido.
6 Proteção completa contra contato 6 Proteção contra condições de deck
com pecas móveis ou vivas dentro de navio (equipamento vedado a
do invólucro. Proteção contra água). A água de mar profundo não
ingresso de pó. entra no invólucro sob condições
determinadas
7 Proteção contra imersão em água.
Não deve ser possível a entrada de
água no invólucro sob condições
determinadas de pressão e tempo.
8 Proteção contra imersão indefinida
em água, sob condições
determinadas de pressão. Não deve
ser possível a entrada d'água no
invólucro.

2.10.19
Especificação de Instrumentos

A letra W após as letras IP significa que o


Norma NBR-IEC equipamento é apropriado para uso em
No Brasil, o órgão credenciado pelo condições de tempo especificadas e possui
INMETRO (Instituto Nacional de Metrologia e características adicionais de proteção,
Qualidade Industrial) para emitir a maioria estabelecidas entre o fabricante e usuário.
das normas técnicas é a ABNT (Associação Por exemplo, um instrumento que a
Brasileira de Normas Técnicas), empresa prova de pó e a prova de jato fraco d'água
não governamental sem fins lucrativos. A tem a designação de IEC IP 55. A colocação
maioria das normas elétricas brasileiras se de respiradouro para dreno pode alterar a
baseia nas normas do IEC (International classificação mecânica do invólucro, por
Electrotechnical Comission). exemplo, de IEC IP 65 para IEC IP 55.
A norma válida que fixa as condições É possível haver uma codificação com a
exigíveis aos graus de proteção dos omissão de um dos dois dígitos (substituído
invólucros de equipamentos elétricos de por X). Por exemplo, IEC IP X5 significa que
baixa voltagem é a NBR 6146, DEZ 90 - o instrumento é protegido apenas de jato
Invólucros de equipamentos elétricos - d'água. Outro exemplo, IEC IP 5X é uma
Proteção: Especificação, baseada na norma proteção apenas contra pó.
IEC 529/76. Ela substitui e cancela as NBR
5374, 5408 e 5423/77. Estas normas Norma NEMA
fornecem os métodos de classificar os A norma NEMA (National Electrical
instrumentos com relação aos ambientes em Manufacturers Association) fornece outro
que eles podem ser usados e os método de classificação do invólucro do
procedimentos de teste para verificar se tal instrumento para indicar os vários ambientes
classificação é conveniente. para os quais o instrumento é adequado. A
Os tipos de proteção cobertos pela norma cobre os detalhes de construção e os
norma são os seguintes: procedimentos de teste para verificação se o
1. contra o contato ou aproximação de instrumento está conveniente com a
pessoas às partes vivas, contra o classificação recebida. Todas as
contato às partes moveis no interior designações NEMA requerem invólucros
do invólucro e contra a penetração de resistentes à ferrugem. Basicamente, há dois
corpos sólidos estranhos ao locais de uso: interno ou externo. Os dígitos
equipamento e que designam a classe NEMA variam de 1 a
2. contra a penetração prejudicial de 13.
água no interior do invólucro onde Há três termos básicos NEMA:
está o equipamento 1. prova de - significa que o ambiente
A norma não trata dos graus de proteção não atrapalha o funcionamento ou
contra danos mecânicos, risco de explosão operação do instrumento. Por
ou condições como umidade, vapores exemplo, instrumento à prova de
corrosivos, fungos, vermes ou animais tempo funciona normalmente mesmo
daninhos. quando submetido aos rigores do
A designação da norma começa com as tempo: vento, umidade, orvalho. Ele
letras IP (Ingress Protection - proteção de não é necessariamente vedado ao
ingresso) e inclui um sufixo com dois tempo, porém, se garante que,
números. Opcionalmente, tem-se as letras mesmo que o ambiente entre no seu
suplementar: S, M ou W, que significam: interior, ele continua funcionando
S teste com equipamento em repouso, normalmente.
M teste com equipamento em operação 2. resistente a - significa que o
mecânica instrumento não se danifica quando
(A ausência das letras S e M significa na presença do determinado
que o grau de proteção vale para todas as ambiente. O equipamento resistente
condições normais de serviço). a é mais frágil que o a prova de. O

5.20
Especificação de Instrumentos

equipamento resistente a geralmente mecânica não pode ser confundida com a


possui uma restrição, por exemplo, classificação elétrica. Elas são
de pressão máxima. Por exemplo, um independentes. Por exemplo, o uso do
relógio resistente a água para 100 instrumento em local externo nem sempre é
metros significa que funciona quando necessário para um local de Zona 1. Assim
usado dentro d'água, sem se como a classificação mecânica de uso
danificar, mas até uma profundidade externo não assegura que o instrumento
de 100 metros. Além deste limite, ele possa ser montado em local perigoso, a
pode se danificar e deixa de classificação para uso em área classificada
funcionar. não garante que o instrumento possa ser
3. vedado a - significa que o montado em áreas externa.
instrumento é hermeticamente selado
para aquele determinado ambiente.
Por exemplo, instrumento vedado a
pó evita a entrada de pó no seu
interior.

Tab.5.2. Resumo da denominação NEMA


NEMA 1 uso geral
NEMA 2 a prova de respingos NEMA 1 NEMA 4 NEMA 7
NEMA 3 a prova de tempo
NEMA 4 vedado a jatos d'água Fig. 1.4.5. Invólucros com classe NEMA
NEMA 5 vedado a poeira
NEMA 6 uso imerso
NEMA 7 a prova de explosão, Classe I 2.4. Robustez
NEMA 8 prova de explosão, contato em óleo
NEMA 9 a prova de explosão, Classe II A robustez é a característica de um
NEMA 10 a prova de explosão, minas equipamento funcionar conforme esperado,
NEMA 11 resistente a ácidos mesmo quando submetido a condições
NEMA 12 resistente a choque mecânico leve adversas, pois ele é imune às agressões do
NEMA 13 a prova de poeira, não vedado. meio onde ele está colocado. Instrumento
robusto é aquele que funciona conforme
Tab.5.3. Conversão de Números NEMA para IEC previsto em ambiente hostil. A robustez de
NEMA IEC
um instrumento é garantida por sua
1 IP 10
classificação mecânica de invólucro.
2 IP 11
Controle robusto é aquele insensível à
3 IP 54
incerteza do modelo e ao comportamento
3R IP 14
dinâmico do processo. Programa robusto é
3S IP 54
aquele que funciona bem mesmo sob
4 e 4X IP 56
condições anormais.
5 IP 52
6 e 6P IP 67
12 e 12K IP 52
13 IP 54
Observação: não pode ser usado para converter
classificação IEC em NEMA.

Embora o NEC tenha algumas


classificações de invólucro que incluem a
classificação elétrica, a classificação

5.21
Especificação de Instrumentos

2.5. Confiabilidade que tem um maior custo inicial e um menor


custo de manutenção. O modo correto de
Conceitos usar qualquer instrumento deve ser
aprendido. Por isso, o pessoal de
Confiabilidade é a habilidade ou
manutenção prefere usar uma mesma marca
probabilidade de um instrumento se manter
de instrumento. Marca que seja
em operação, em um nível especificado de
desconhecida geralmente é menos confiável,
desempenho, sob condições ambientais
durante um determinado período de tempo.
determinadas, durante um determinado
Quando algo funciona bem para a gente
período de tempo e com um mínimo de
antes, é apenas natural dar preferência para
atenção.
ele quando se tem ocorre a mesma
A confiabilidade de um instrumento ou de
aplicação. Mudar para um sistema ou
uma malha de instrumentos é a consistência
método novo requer boa justificativa.
com que ele mede ou controla quando se
O desempenho passado conhecido não
supõe que hajam condições adequadas e de
está necessariamente limitado à própria
acordo com seu programa e ajuste. A
experiência em casa. Também inclui a
confiabilidade de um instrumento depende
experiência de outros que tenham tido de
do cuidado com que ele é instalado. Para um
eliminar problemas similares em aplicações
instrumento ser bem sucedido na sua
iguais à sua própria planta e que tenha
operação, ele deve ser bem selecionado,
aprendido a duras penas com a
montado no lugar apropriado e ser usado
instrumentação ou sistema que esteja sendo
corretamente. As condições típicas que
considerado. O que se deveria fazer para
precisam ser consideradas incluem:
conseguir os resultados esperados quando
1. variações na tensão de alimentação e
se decidiu comprar isto?
tamanho dos transientes de voltagem;
A Fig. 1.4.6. mostra um padrão de
2. com alimentação de corrente alternada,
aceitação que ocorre muito freqüentemente
as variações na freqüência e conteúdo
em plantas, especialmente na operação. A
harmônico;
escala horizontal é o tempo e a vertical
3. o nível de energia de rádio freqüência
mostra os diferentes níveis de aceitação
indesejável radiada pelo equipamento não
para novos equipamentos em operação.
deve causar interferência nas
Quando o pessoal de operação primeiro
comunicações de rádio;
escuta as novidades, usualmente do projeto,
4. o equipamento deve ser capaz de tolerar
que se está adquirindo um equipamento
alguma radiação de rádio freqüência se é
novo que nunca foi usado na planta antes, a
previsto seu uso próximo de fontes de alta
reação à idéia provavelmente fica entre a
potência de rádio ou radar;
dúvida e a indiferença. Esta atitude
5. valores máximo e mínimo da temperatura
prevalece até a época da partida, quando o
ambiente;
operador se familiariza com o novo
6. valores máximo e mínimo da umidade;
equipamento e os problemas usuais são
7. níveis de vibração e choque mecânico;
eliminados, justo acerca de tudo que pode
8. condições externas, como exposição a
dar errado acontece. Há uma queda no nível
pó, areia, chuva, radiação solar, respingo
de aceitação.
de água salgada ou outros líquidos
Este descontentamento continua,
9. variações de carga, quando aplicável.
enquanto durarem os problemas de
Confiabilidade e aceitação produção com o novo equipamento, até que
numa reunião, o gerente da planta declara:
A confiabilidade é importante por que um
algo tem que ser feito! Neste ponto, reclama-
instrumento que necessita de manutenção
se do fabricante dos instrumentos e um
ou calibração freqüentes para se manter em
especialista que realmente entende do
funcionamento preciso e exato, se torna
equipamento, vem, corrige os problemas e
mais caro do que um instrumento melhor
fornece as respostas que os manuais de

5.22
Especificação de Instrumentos

instrução não dão ou que os manuais Ao lado da preocupação de tornar o


fornecem mas que nunca foram lidos e o funcionamento do sistema mais confiável, há
novo equipamento começa a operar a colocação de dispositivos de alarme e de
exatamente como era o esperado. intertravamento, que podem desligar os
O nível de aceitação se eleva às alturas equipamentos, interrompendo totalmente o
e permanece lá por muito tempo. processo. Quando é inevitável a perda do
Eventualmente, porém, o processo natural controle, deve se interromper o processo,
de desgaste ocorre e aparecem alguns evitando-se a perda inútil de material fora da
pequenos problemas que requerem especificação, protegendo-se o pessoal e o
manutenção. Estes problemas são equipamento da operação.
facilmente corrigidos de modo que a Sob o aspecto da confiabilidade, o
aceitação do novo equipamento permanece sistema que requer o uso freqüente do
em nível satisfatório. controle manual pelo operador é pouco
confiável.
Um outro aspecto da confiabilidade do
controle de processo se refere a ausência de
falhas dos instrumentos.
Como regra, a confiabilidade do
instrumento mecânico e pneumático é total
quando o equipamento é novo e decresce
com a idade. O instrumento pneumático
requer manutenção periódica e ciclicamente
ha picos de falta de confiabilidade. A
manutenção preventiva pode evitar essas
crises de confiabilidade.
Confiabilidade e tipo de instrumentos
Fig. 1.4.6. Curva de aceitação de novos instrumentos Os instrumentos eletrônicos possuem um
comportamento diferente. A instrumentação
eletrônica pode operar, sem problemas,
Por isso, quando se pergunta a alguém durante vários anos, desde que esteja
acerca de sua opinião sobre o desempenho instalada corretamente, alimentada por
de um novo equipamento, é importante tensão regulada e operada adequadamente.
saber em que época ou ponto da curva que Como o instrumento eletrônico possui raras
se está, pois a resposta depende deste peças moveis, pois mesmo as chaves liga-
ponto. desliga podem ser estáticas, a sua
confiabilidade independe da idade. O
Confiabilidade e falhas
componente menos confiável do sistema
Mesmo as falhas críticas podem ser eletrônico é o contato. O capacitor eletrônico
evitadas ou se pode eliminar os efeitos é um componente que pode apresentar
nocivos provocados por elas. Nos exemplos problema, porém só é usado na fonte de
anteriores, a colocação de uma alimentação alimentação.
elétrica alternativa através de década de Como segunda regra, ou como
bateria pode suprir a energia ao sistema de continuação da regra do instrumento
instrumentação eletrônica durante um tempo pneumático, tem-se: o instrumento eletrônico
limitado e determinado pela capacidade da pode apresentar problema assim que é
bateria. No caso do sistema pneumático, o ligado e nas primeiras horas de
uso de compressor reserva ou de cilindro de funcionamento. Depois que o instrumento
pressão aumenta a integridade, portanto a entra em regime permanente, dificilmente
confiabilidade do sistema. apresentará defeito, com o uso e a aplicação
correta.

5.23
Especificação de Instrumentos

Em eletrônica, se define como drift o possuírem peças moveis. As vibrações


afastamento gradual das características de podem causar problemas de contato ou de
um componente ou de um equipamento das ruptura dos condutores em equipamentos
especificadas originalmente. Atualmente, os eletrônicos.
componentes eletrônicos para uso industrial
são submetidos a tratamento especial para Quantificação da confiabilidade
minimizar os seus desvios, como o burn in. A confiabilidade pode ser quantificada
Este tratamento consiste em submeter o com números relacionados com os tempos
componente e o instrumento inteiro a envolvidos. Tem-se:
temperaturas artificialmente elevadas, 1. MTBF, que significa Mean Time
durante longo tempo (p. ex., 72 horas) de Between Fails (Tempo Médio Entre
modo que eles ficam envelhecidos Falhas). O MTBF de um dado tipo de
precocemente e não se alteram com a idade instrumento ou sistema é determinado
e com as condições ambientais. por teste, experiência ou ambos. Um
grande MTBF é bom e depende de o
Confiabilidade e condições ambientais fabricante do instrumento usar
A maioria dos problemas de materiais de alta qualidade, projeto
funcionamento dos instrumentos é causada correto e cuidado na fabricação e de o
pelas variações das condições de contorno e usuário aplicar o instrumento para o
do ambiente, tais como a temperatura, a tipo de serviço para o qual ele foi
umidade, a pressão, a poeira, a atmosfera fabricado e fazer a manutenção de
corrosiva, a maresia, o vento, a vibração e rotina recomendada.
os choques mecânicos. Quando as 2. MTTR, que significa Mean Time To
especificações recomendadas pelo Repair (Tempo Médio Para Reparar).
fabricante são excedidas pelas condições O MTTR é determinado pela
reais da operação, certamente aparecerão experiência. Um pequeno MTTR é
falhas no instrumento. No aspecto de ter o bom e depende de o fabricante
desempenho modificado pelas condições projetar um instrumento de fácil
ambientais, o instrumento pneumático é manutenção e de o usuário ter
menos sensível que o eletrônico. O estocado ou conseguir rapidamente
instrumento eletrônico teme a alta peças de reposição e ter uma equipe
temperatura e deixam de funcionar quando de manutenção bem treinada e
submetidos a temperaturas acima de 90 oC, capacitada com facilidade de acesso
por causa de seus circuitos que incorporam ao equipamento que precisa ser
semicondutores. É recomendável o uso de reparado.
ar condicionado, onde a temperatura e a 3. MTFF (Mean Time First Fail - Tempo
umidade são controladas dentro de níveis Médio Primeira Falha). Quando o
satisfatórios nas salas de controle com instrumento é descartável, pois não
instrumentação eletrônica. É mandatório o pode ser reparado, a confiabilidade é
uso de ar condicionado no ambiente com dada pelo tempo para haver a primeira
computadores digitais. falha. Depois desta falha o
Temperaturas muito baixas (criogênicas), instrumento é jogado fora e
também podem causar problemas aos substituído por outro.
circuitos eletrônicos, pela redução do ganho
dos circuitos semicondutores e pelo
fenômeno da supercondutividade. Por isso, a
não ser que o sistema eletrônica tenho sido
projetado e previsto para estas condições
especiais, o seu uso deve ser evitado.
Quando há vibrações, os instrumentos
mecânicos são mais afetados, por

5.24
Especificação de Instrumentos

Número de componentes da malha Para evitar este tipo de falha, os dois canais
A confiabilidade é melhorada pela devem ser separados um do outro.
redução de número de elos na corrente de
instrumentos. Quanto menos instrumentos
tiver a malha, mais confiável ela é, pois cada
LSH LT
instrumento individual tem algum risco de 66 66
falha e contribui para o risco da falha da
malha.
LIC
A precisão da malha de instrumentos 66
também depende da quantidade de Tanque
Trip da
instrumentos componentes. Quanto mais bomba
instrumentos tiver a malha, maior é o erro
total resultante, qualquer que seja o
algoritmo de cálculo. O melhor projeto de
malha de instrumentos é aquele que usa o Bomba (a) Menos
mínimo número de instrumentos para confiável
executar a tarefa requerida. Seja o mais
simples possível (em inglês: KISS: Keep it LSH
simple, stupid!) 67

Confiabilidade e redundância LC LT
Deve-se ter redundância quando a falha 67 67
Tanque
da instrumentação na planta resulta em um
risco inaceitável de perigo físico ou perda Trip da
bomba
momentânea. Redundância significa
fornecer um segundo elemento alternativo
para executar uma função, quando o Bomba (b) Mais
primeiro falha. A redundância pode ser
confiável
aplicada a qualquer tipo de equipamento:
sensor, controlador, computador, fonte de
alimentação, trocador de calor, sistema Fig. 1.4.7 Evitando transbordamento do tanque
completo, tubulação, cabos de comunicação.
Para uma redundância ser totalmente
efetiva, cada canal deve operar totalmente Outro modo de aumentar a confiabilidade
independente do outro. Isto significa que da planta é pela diversidade. Diversidade é
nenhuma simples má operação, como quando se tem dois canais fazendo a
abertura ou fechamento incorreto de uma mesma coisa, mas de modos diferentes. É
chave e nenhuma simples falha, como a improvável que os diferentes canais sofram
falha de uma fonte de alimentação, possa o mesmo tipo de falha. Por exemplo, a
derrubar os dois canais. Quando dois medição redundante de nível através de
controladores são alimentados por uma deslocador e de dispositivo a pressão
única linha elétrica, eles não são totalmente diferencial: os dois sistemas são construídos
independentes pois a falta de energia diferentemente e tem princípios de
desliga os dois controladores. funcionamento fisicamente diferentes.
A falha de uma fonte de alimentação Um bom princípio de projeto para seguir
comum é um exemplo de falha de modo em todas as plantas é separar a função
comum. A falha de modo comum pode normal de controle da função de segurança.
também ser causada pela queda de um Separar significa ter diferentes sensores e
único objeto em cima de dois controladores transmissores. A Fig.4.7(a) mostra como
redundantes, que desliga os dois canais. devem ser o sistema de controle e
segurança de nível de um tanque. O controle

5.25
Especificação de Instrumentos

é conseguido através de um transmissor de desligar o processo. Mas se a leitura alta é


nível, controlador e válvula de controle. A confirmada por uma segunda leitura, então
segurança é conseguida através de uma ambas as leituras altas são consideradas
chave de nível, que desliga o motor da válidas e o sistema é desligado
bomba que enche o tanque. O controlador automaticamente. Em sistemas mais
regula normalmente o nível do tanque e conservativos pode-se usar um sistema de
normalmente o tanque não derrama. No votação de dois-dos-quatro, que possuem
caso de haver alto nível por causa de um quatro medições em vez de três.
grande distúrbio, a chave de nível alto Há sistema que mede disparidades entre
desliga a bomba e a vazão de entrada do dois ou mais instrumentos de processo que
tanque fica zero, evitando que o nível do deveriam dar a mesma indicação. Se a
fique excessivamente alto. O tanque não disparidade se torna excessiva, é atuado um
derrama. alarme de disparidade, mesmo que não se
Todas as partes de um esquema detecte nenhuma falha no processo.
provavelmente operam como o esperado. Medições para aumentar a confiabilidade
Porém, o esquema da Fig. 1.4.7 (a) tem uma podem ser aplicadas a qualquer sistema de
fraqueza que pode potencialmente causar processo com grande perigo potencial,
falha: tanto o controlador como a chave de embora elas sejam mais usadas na indústria
nível dependem de um único transmissor e de energia nuclear.
por isso ambos estão sujeitos a uma falha de Há um movimento no mundo da
modo comum. eletrônica, incluindo instrumentos, no
Na Fig. 1.4.7(b) tem-se um sistema mais desenvolvimento de equipamento tolerante a
confiável para evitar que o tanque derrame. falha, que possui componentes ou circuitos
Quase tudo é a mesma coisa, exceto que internos redundantes. O efeito é possibilitar
agora a chave de nível sente o nível o instrumento ou sistema envolvido continuar
diretamente e independente do controlador. funcionando corretamente mesmo se alguma
Agora, se a malha de controle falhar, a peça do instrumento ou sistema falhar. Esta
chave não é afetada. Quando a chave falhar, técnica é usada extensivamente em alguns
a malha de controle não é afetada. sistemas de controle distribuído e controle
Um bom exemplo de redundância é o lógico programado.
homem que usa cinto e suspensório para Para sistemas de processo importantes,
seguras suas calças. Se o cinto falha, o pode-se fazer uma análise de falha. Análise
suspensório segura; se o suspensório falha, de falha é um estudo detalhado do que pode
o cinto segura. Tem-se um sistema de acontecer ao processo se as várias partes
segurança com redundância, diversidade e do sistema de equipamento e instrumento do
separação. processo falhar. O estudo pode revelar uma
Em sistemas de medição críticos, como necessidade de equipamento reserva
na indústria nuclear, os sensores são (backup), uma mudança na ação de falha-
redundantes. Tem-se três sensores segura ou outras mudanças ou pode
separados e um sistema de votação. O simplesmente confirmar a adequação do
sistema de alarme é inicializado pelo sistema sistema existente.
de votação um-dos-três e o desligamento é
feito pelo sistema dois-dos-três. Se qualquer 2.6. Disponibilidade
um dos três sensores é alto, o sistema de
Disponibilidade é o tempo disponível do
alarme toca para chamar a atenção do
instrumento em operação normal. É o tempo
operador, que pode investigar e julgar qual
em que o instrumento está ligado, não está
ação deve ter tomada. Quando dois canais
sob manutenção e é sabido ou acreditado
estirem altos, então o sistema é desligado
que está operando corretamente. Relação
automaticamente. A idéia deste sistema é
de disponibilidade é relação da quantidade
que um único sinal alto pode ser aberração e
de tempo que um sistema está realmente
falso e não deve ser considerado para se

5.26
Especificação de Instrumentos

disponível para uso para a quantidade de Curva de calibração é um registro dos


tempo que é suposto que ele esteja. dados de calibração, dando o valor correto
Disponibilidade de dados, canais de dados e para cada leitura indicada de um
equipamentos I/O de computadores, é a instrumento. Um ponto de calibração é
condição de estar pronto para uso e não aquele em que se faz uma verificação ou
imediatamente colocado para fazer outras ajuste.
tarefas. Um material de referência certificado é
A disponibilidade ou disponibilidade no um padrão que indica se um instrumento ou
tempo pode ser determinada dos parâmetros procedimento analítico está trabalhando
MTBF e MTTR. Disponibilidade é a fração de dentro de limites prescritos ou uma solução
tempo que o instrumento ou sistema pode com concentração conhecida (solução
estar pronto para usar e para funcionar padrão) usada em instrumentação analítica.
corretamente. Costuma-se definir a Por definição do INMETRO (Portaria 029,
Disponibilidade, D, como a relação 10 MAR 95), calibrar e aferir são a mesma
matemática: coisa e são diferentes de ajustar. Ajustar é
atuar no instrumento, depois de verificado
MTBF que ele está fora, durante a calibração, de
D=
MTBF + MTTR modo a torná-lo exato. Ou seja, a calibração
garante a exatidão do instrumento ao longo
A disponibilidade de um instrumento do tempo.
aumenta quando o MTBF aumenta e o Como o ambiente e a idade dos
MTTR diminui. Um instrumento muito componentes do instrumento alteram seu
disponível é aquele que demora em falhar e desempenho, periodicamente o instrumento
quando falha, é rapidamente consertado. deve ser calibrado, para voltar a ter o
Às vezes, um fabricante não pode desempenho metrológico desejado.
fornecer dados para o MTBF e MTTR para
calcular a disponibilidade do instrumento,
principalmente para equipamentos não
eletrônicos. Porém, sempre pode-se tentar
estimar a disponibilidade ou julgar a
qualidade aparente dos equipamentos.
Quando se considera a confiabilidade na
escolha de um instrumento ou projeto de um
sistema, obtém-se uma planta que tende a
Fig. 1.4.8. Calibração de instrumento pneumático
ter pequeno custo de manutenção e poucas
paradas de produção por causa de falhas de
instrumentos. Estes fatores devem ser
A calibração confiável e válida requer:
considerados na escolha de determinado
1. padrões rastreados
tipo de instrumento em favor daquele mais
2. procedimentos claros e escritos
confiável e disponível, mesmo que seja o de
3. ambiente conhecido
mais custo inicial.
4. pessoal treinado
5. registros documentados
2.7. Calibração
6. período de validade
Calibração é a verificação, por medição e O intervalo entre duas calibrações
comparação com um padrão rastreado, do sucessivas é estabelecido pelo usuário e é
valor exato de cada leitura da escala de um função de:
instrumento ou do valor de sua saída ou do 1. tipo de instrumento
atributo de um elemento sensor ou de um 2. recomendação do fabricante
instrumento que não possui ajuste. 3. severidade do ambiente
4. precisão requerida pelo processo

5.27
Especificação de Instrumentos

5. penalidade resultante da medição 2. possam ser calibrados no zero sem


inexata do instrumento remoção do processo
6. disponibilidade do instrumento pela 3. mantenham sua calibração por longos
operação períodos de tempo
7. exigência contratual 4. possam ser instalados em locais de fácil
8. exigência legal acesso
O intervalo é dinâmico e deve ser 5. sejam mantidos pelos próprios
aumentado, diminuído ou mantido em função instrumentistas, sem a necessidade de
do resultado das calibrações anteriores. Há enviá-los para o fabricante para reparo ou
regras de bolo (Schumacher, Grasmann) calibração.
para administrar os períodos de calibração O que o pessoal da instrumentação não
dos instrumentos. quer é ser pioneiro no uso de uma nova
instrumentação, especialmente se eles
2.8. Manutenção acreditam que o trabalho possa ser feito com
instrumentos que eles já conhecem.
Manutenção é a ação e o custo de manter algo em
A questão de se fazer o serviço na
boa condição e trabalhando em ordem. Tempo de
própria planta ou enviar o instrumento para o
manutenção é o tempo requerido para a manutenção
fabricante deve ser decidida pelo usuário,
corretiva e preventiva do equipamento. A manutenção
considerando os aspectos de custo, tempo
correta do instrumento garante que sua precisão não
de entrega, qualidade do produto, materiais,
piore ao longo do tempo. Mantenabilidade é a
técnicas e know-how.
habilidade do equipamento satisfazer os objetivos
Há usuários que fazem seus próprios
operacionais com um mínimo esforço de manutenção
termopares. O instrumentista corta dois
sob condições ambientais operacionais em que a
comprimentos de fio termopar, por exemplo,
manutenção programada e não programada seja feita.
um de ferro e outros de constantant (tipo J),
Quantitativamente, a probabilidade que um item seja
enrola-os juntos com um alicate e depois
restaurado para condições específicas dentro de um
solda a junta com um maçarico. O
dado período de tempo quando a ação de manutenção
instrumentista então declara que o termopar
é feita de acordo com procedimentos e fontes pré-
é realmente um sensor de temperatura,
determinadas.
ligando-o a um medidor que lê militensão. O
que foi esquecido é que um termopar é
realmente uma pequena bateria cuja força
eletromotriz (fem) da saída varia com a
temperatura. O medidor lê uma fem e não a
temperatura por si. A fem medida tem de ser
convertida para temperatura usando uma
tabela de correlação que é levantada por
laboratórios nacionais, como o NIST
americano e PTB alemão. As tabelas do
NIST foram levantadas experimentalmente a
Fig. 1.4.9. Medições e teste em instrumento eletrônico partir de métodos rigorosamente
controlados.
Um fabricante comercial tem método
Os gostos e desgostos do pessoal de para montar um termopar muito mais
manutenção de instrumentos também são cuidadoso que o do instrumentista. A pureza
fatores de seleção de instrumentos. e a qualidade metalúrgica dos fios é
Geralmente, o pessoal da manutenção de cuidadosamente protegida para que a tabela
instrumentação quer instrumentos que de correlação seja válida, através de uso de
1. tenham suas leituras facilmente alicate especial e método especial, evitando
verificadas oxidação, stress termal e mudança na
estrutura cristalina. Certamente o método

5.28
Especificação de Instrumentos

usado pelo instrumentista em sua oficina de 2.9. Resposta dinâmica


manutenção de instrumentos duma planta
petroquímica ou siderúrgica não é tão A resposta dinâmica se refere aos
tempos de atraso, às freqüência de corte e
rigoroso.
Quando se compra um termopar de um ganhos do sinal de saída em função do sinal
de entrada, ambos referidos ao tempo. De
fabricante conceituado, ele fornece junto do
modo absoluto, a resposta do instrumento
termopar a sua especificação técnica, onde
é declarada sua precisão. Por exemplo, para eletrônico é melhor (mais rápida) que a do
instrumento pneumático. Tipicamente, a
o termopar tipo J, a precisão é de ±2,2 oC ou
ordem de grandeza dos atrasos dos
±0,75% do valor medido, o que for maior.
instrumentos eletrônicos é de micro
Esta precisão é garantida pelos materiais e segundos (10-6 s) e de décimos de segundo
métodos empregados pelo fabricante. Qual para os instrumentos pneumáticos (10-1 s)
seria a precisão do termopar construído pelo
Praticamente não há atraso na
instrumentista? Para isto ser respondido,
transmissão eletrônica, pois a transmissão
deve-se aferir o termopar, comparando-o
se processa à velocidade da luz. A
com um padrão certificado. Como conclusão,
transmissão pneumática se processa à
atualmente é raro se fazer um termopar, velocidade do som; tipicamente há um
quando se quer uma medição com incerteza atraso de 0,25 segundos para cada 30
conhecida. O comum é comprar o termopar
metros de tubulação de cobre de 1/4"
de fabricante conhecido e especialista e em
diâmetro externo.
aplicações onde há auditorias de qualidade
para verificar a evidência da calibração,
compra-se o termopar já rastreado e
certificado e com o preço muito maior.
Quando a instalação de um novo sistema
de medição ou controle é completada, a
questão que se coloca é: quem vai fazer isto
operar? A partida de um novo sistema
geralmente é feita por especialista da
companhia que vendeu o sistema. Porém,
um dia ele vai embora e deixa a manutenção
e o cuidado do sistema para o grupo de
instrumentação da planta. Se este grupo não
tem o know-how para fazer o trabalho ou se
simplesmente ele não tem o tempo suficiente
para manter o sistema operando conforme o Fig. 1.4.10. Tempo de atraso
esperado, depois de algum tempo o
desempenho do sistema se deteriora até
ficar totalmente inútil. O problema se Não há limitação prática para a distancia
complica mais ainda quando a produção quando o sinal transmitido é eletrônico. Por
depende da disponibilidade do sistema. questões praticas de tamanho de industria,
Neste caso há chamadas freqüentes e caras as distancias envolvidas na transmissão
do pessoal do fabricante. eletrônica vão até cerca de alguns
A capacidade de manutenção é kilômetros. Quando as distancias envolvidas
constituída de conhecimento, tempo e são maiores usam-se técnicas de
aceitação de responsabilidade. Se o pessoal transmissão sem fio, através de ondas de
de manutenção não tem estes três fatores, rádio-freqüência: é o campo da telemetria,
com relação à nova instrumentação, ou não que é outro departamento da
está preparado para adquiri-los, então deve- instrumentação. Por causa dos atrasos
se escolher algo bem simples para fazer o envolvidos, as distancias para a transmissão
trabalho. pneumática são limitadas a algumas

5.29
Especificação de Instrumentos

centenas de metros, tipicamente 300 metros. sinal - e pode alterar sua informação. Em
As soluções, imperfeitas, para se aumentar sistema pneumáticos, os ruídos são
as distancia ou diminuir os atrasos na vibrações de estruturas mecânicas,
transmissão pneumática, envolvem o uso de vibrações ou pulsações de fluidos, tais como
tubulações de cobre em vez de plástico, ar comprimido, água, vapor, líquido de
tubulações com maiores diâmetros, uso de 4 processo. Essas turbulências dos fluidos
tubos em vez de 2, uso de posicionadores podem ocorrer quando há restrições nas
na válvula de controle e uso de linhas, provocadas por válvulas de controle,
amplificadores pneumáticos (booster). placas de orifício para medição de vazão,
A característica dinâmica dos reduções de pressão, curvas, cotovelos ou
equipamentos e atualmente a base da conexões de tubulações. Para se eliminar
aplicação de microprocessadores no essas turbulências e ruídos, são usados o
controle de processo. As constantes de amortecimento mecânico, conseguido pelo
tempo dos processos industriais são tão uso de fluidos de enchimentos de
maiores que as constantes de tempo dos diafragmas mais viscosos e os retificadores
equipamentos eletrônicos, que um único de vazão. A colocação de suportes e a
controlador analógico pode controlar melhor ancoragem das tubulações também
simultaneamente todas as malhas da planta, elimina ou diminui os ruídos e perturbações.
desde que haja um conveniente sistema de Finalmente, o dimensionamento correto de
interface processo-controlador. Na prática, válvulas de controle, reduções e placas de
essa interface existe e consiste num sistema orifício evita o aparecimento de cavitações,
de multiplexagem e conversões analógico- 'flacheamento" de gases e vibrações.
digital e digital-analógico. Em sistema eletrônico, os ruídos são
Embora a resposta dinâmica dos captados das linhas de energia, motores e
instrumentos eletrônicos seja rápida que a transformadores, que criam campos
dos pneumáticos, a dinâmica do processo a eletromagnéticos intensos. É o chamado
ser controlado é determinante. Quando as ruído de 60 Hz. Esse ruído é facilmente
constantes de tempo da maioria das malhas evitado pela separação física das linhas de
do processo são grandes (processos lentos), energia das linhas de instrumentação.
é compatível e aceitável o uso de Quando isso não é suficiente, usam-se fios
instrumentos pneumáticos, principalmente, blindados e trançados e bandejas metálicas.
para aplicações de montagem local. E, de qualquer modo, os ruídos
Em processos que envolvem grandes remanescentes são filtrados nas entradas
distancias, o atraso da transmissão pode ser dos instrumentos receptores de sinais.
um fator decisivo e a escolha deve recair na
instrumentação eletrônica.
As curvas de resposta em freqüência são
equivalente para ambos os sistemas, talvez
com pequena vantagem para o pneumático.
Tipicamente, ambos os sistemas respondem
até a freqüência de 10 Hz. A vantagem do
sistema eletrônico é a facilidade de variação
e ajuste dessa freqüência de corte, através
da substituição de capacitores, que já são
componentes naturais dos seus circuitos.
O ruído é um problema presente nos dois
sistemas, pneumáticos e eletrônico. O ruído
é uma interferência, de origem externa ou
interna, que aparece misturado ao sinal de
informação. O ruído é de mesma natureza
física do sinal - por isso que ele interfere no

5.30
Especificação de Instrumentos

3. Especificações do do ar tem os mesmos limites que os de


operação.
instrumento A Tab. 5.5 mostra valores típicos de
As especificações do instrumento condições de transporte, armazenagem e
incluem as operação de um transmissor eletrônico
1. especificações de desempenho microprocessado.
2. condições de operação
3. especificações funcionais Tab. 1. Características desejáveis pelos usuários
4. especificações físicas
5. especificações de segurança Característica
6. características opcionais 1 Alta exatidão
7. dimensões nominais 2. Alta confiabilidade (qualidade)
8. instruções para pedido 3. Durabilidade – robustez
4. Pouca e fácil manutenção
3.1. Especificações de Operação 5. Alta precisão (repetitividade)
As especificações de operação 6. Facilidade de limpeza
consideram 7. Suportar poeira
1. as influências do fluido do processo 8. Facilidade de instalação
2. condições de operação de referência 9. Facilidade de configuração
3. condições de operação normal 10 Facilidade de uso
4. limites de operação 11 Saída de 4 a 20 mA cc
onde são estabelecidos os valores de temperatura do 12 Resistência à intempérie
processo, temperatura ambiente, umidade relativa,
valor da alimentação, impedância da malha para sinal (Fonte: ISA Intech, Abr 1997)
analógico e digital.
As condições de operação de referência 3.2. Especificação de desempenho
são aquelas com que o instrumento foi
testado e calibrado. As especificações de Introdução
desempenho do instrumento são válidas Desempenho é o ato de funcionamento
para estas condições de referência. Estas do instrumento, de modo previsível, estável,
faixas de operação são as mais estreitas e exato, preciso e seguro. É um termo muito
raramente são iguais às condições reais de amplo, que inclui operabilidade,
processo. previsibilidade, precisão, exatidão,
Os limites de operação são mais estabilidade e segurança.
alargados que os de referência e devem ser A operabilidade ou funcionamento inclui
respeitados pelo usuário. Operar o os parâmetros de capacidade, flexibilidade,
instrumento fora destes limites de operação configurabilidade, robustez, compatibilidade,
danifica irremediavelmente o instrumento. intercambiabilidade e interoperabilidade.
Embora seja esquecidos pelo Por sua vez, a precisão inclui os
instrumento, os limites de transporte e parâmetros de repetitividade,
armazenagem também devem ser reprodutibilidade, linearidade, sensibilidade,
considerados. Muitos instrumentos já rangeabilidade, resolução, banda morta,
chegam danificados ao usuário porque estes histerese. A precisão do instrumento é
limites não foram respeitados pela empresa mantida por sua manutenção.
transportadora e não foram tomados os A estabilidade da operação inclui os
devidos cuidados pelo despachante do parâmetros de confiabilidade, falibilidade,
instrumento. A temperatura ambiente de integridade e disponibilidade.
transporte tem uma faixa pouco mais larga
que a relativa à operação, a umidade relativa

5.31
Especificação de Instrumentos

Tab. 5.5. Condições de Transporte, Armazenamento e Operação

Influência Condições de Condições de Limites de Limites de


Operação de Operação Operação Armazenagem e
Referência Normal transporte
o o
24 ± 2 C
o
Temperatura do -29 a +82 C -46 e +121 C Não aplicável
sensor com silicone
o o
24 ± 2 C
o
Temperatura do -29 a +82 C -29 e +121 C Não aplicável
sensor com fluorinert
o o o
Temperatura do 24 ± 2 oC -29 a +82 C -40 e +85 C -54 e +85 C
circuito eletrônico
o o o
24 ± 2 C
o
Opção com LCD -20 a +82 C -29 a +85 C -54 e +85 C
Umidade relativa 50 ± 10% 0 a 100% 0 e 100% 0 e 100%
não condensante
Tensão de 30 ± 0,5 V cc 12,5 a 42 V cc 12,5 a 42 V cc Não aplicável
alimentação Ver Fig. 1.4.11 Ver Fig. 1.4.11
Carga de saída com 650 Ω 0 e 1450 Ω 0 e 1450 Ω Não aplicável
saída de mA Ver figura Ver figura
1 m/s2 (0,1 "g") 0 a 30 m/s2 30 m/s2 11 m/s2
Vibração (0 a 3 "g") (3 "g") (1,1 "g")
de 5 a 500 Hz de 5 a 500 Hz (Na embalagem)
Posição de montagem Horizontal ou Horizontal ou Sem limite Não aplicável
para cima para cima

Notas:
1. Embora o LCD (display de cristal líquido) não seja danificado em qualquer temperatura dentro dos Limites de
Armazenagem e Transporte, as atualizações ficam mais lentas e a facilidade de leitura piora em temperaturas
fora das Condições Normais de Operação
2. Com a tampa superior colocada e as entradas dos conduítes seladas.
3. Carga mínima de 200 é necessária para a comunicação apropriada (Ver figura).
4. Parte molhada do diafragma sensor em um plano vertical.
5. Ver exigências de fonte de alimentação e limites de carga
(Cfr. Foxboro, PSS 2A-1A1 C, p. 3)

Fig. 1.4.11. Tensão de alimentação e impedância da malha de transmissão

5.32
Especificação de Instrumentos

O desempenho do instrumento é se degrade e ultrapasse os limites


influenciado por vários fatores, como originais.
temperatura do processo e ambiente, Geralmente, quanto mais preciso o
pressão do processo e ambiente, instrumento, mais elevado é o seu custo.
propriedade do fluido do processo Um instrumento com grande precisão
(densidade, viscosidade, condutividade serve de padrão para calibração de um
elétrica, calor específico), posição do instrumento com menor precisão, ambos
instrumento, vibração da estrutura de da mesma espécie. O mesmo tipo de
suporte, alimentação e ruídos externos. medidor pode ter diferentes precisões em
Nas especificações do instrumento, os função do fabricante, projeto de construção
parâmetros de desempenho geralmente e materiais empregados. Por exemplo, um
são expressos de modo quantitativo. medidor de vazão tipo turbina pode ter
diferentes precisões em função de seu
Exatidão fabricante (Foxboro ou Hoffer), princípio de
Exatidão é o grau de conformidade do funcionamento (mecânica, detecção
valor indicado para um valor verdadeiro ou magnética ou de RF), geometria (axial,
ideal. Como o valor verdadeiro é tangencial ou de inserção), fluido medido
desconhecido, usa se o valor verdadeiro (gás ou líquido).
convencional, dado por padrão
reconhecidamente confiável. Para que o
valor dado pelo padrão seja confiável, é
necessário que o padrão seja rastreado, ou
seja, comparado contra outro padrão
superior também confiável.
A exatidão medida é expressa pelo
desvio máximo observado no teste de um
instrumento sob determinadas condições e
através de um procedimento especifico. É
usualmente medida como uma inexatidão
e expressa como exatidão. Grande precisão Pequena precisão
A exatidão do instrumento está Pequena exatidão Grande exatidão
relacionada com os erros sistemáticos. A
exatidão do medidor é conseguida através
da sua calibração periódica.
Precisão
Precisão (precision) é o grau de
concordância mútua e consistente entre
várias medições individuais replicadas. A
precisão é uma medida do grau de
liberdade dos erros aleatórios do
instrumento. A precisão é a qualidade que
caracteriza um instrumento de medição dar
Pequena precisão Grande precisão
indicações equivalentes ao valor Pequena exatidão Grande exatidão
verdadeiro da quantidade medida. A Fig. 1.4.12. Precisão e exatidão
precisão está relacionada com a qualidade
do instrumento. Quando o instrumento
deteriora a sua precisão, alargando a Exatidão e Precisão
dispersão de suas medidas do mesmo É tentador dizer que se uma medição é
valor, ele necessita de manutenção. A conhecida com precisão, então ela é
manutenção criteriosa do instrumento, também conhecida com exatidão. Isto é
utilizando peças originais e conservando o perigoso e errado. Precisão e exatidão são
projeto original não melhora a precisão conceitos diferentes.
nominal do instrumento, fornecida pelo A precisão é uma condição necessária
fabricante quando novo mas evita que ela para a exatidão, porém, não é suficiente.

4.33
Especificação de Instrumentos

Pode-se ter um instrumento muito preciso, A precisão estática é o status de como


mas descalibrado, de modo que sua as indicações se agrupam em torno do
medição não é exata. Mas um instrumento valor verdadeiro da variável de processo
com pequena precisão, mesmo que ele senso medida sob condições estáticas ou
forneça uma medição exata, logo depois de regime permanente. A precisão estática
de calibrado, com o tempo ele se desvia e é uma característica saída versus entrada,
não mais fornece medições exatas. Para o a entrada sendo o valor verdadeiro da
instrumento ser sempre exato, é variável medida e a saída sendo a leitura
necessário ser preciso e estar calibrado. do medidor.
No tiro ao alvo, quando se tem O tempo não entra na determinação da
1. todos os tiros agrupados, porém fora do precisão estática. Quando o valor de uma
centro, tem-se boa precisão e ruim variável medida se altera, o medidor tem
exatidão, todo o tempo que ele precisa para assumir
2. todos os tiros com grande sua nova leitura. A precisão estática é
espalhamento, mas com a média no usualmente expressa em ternos do erro
centro, tem-se ruim precisão e boa que se pode esperar. O erro potencial
exatidão, pode ser estabelecido em unidades de
3. todos os tiros com grande engenharia da variável do processo sendo
espalhamento e com a média fora do medida ou em percentagem da largura de
centro, tem-se ruim precisão e ruim faixa medida.
exatidão
4. todos os tiros agrupados e com a média Especificação da precisão
coincidindo com o centro, tem-se boa A precisão pode ser especificada para
precisão e boa exatidão. toda a faixa de operação, para uma faixa
Outro exemplo, um relógio de boa limitada de operação ou para um ponto
qualidade é preciso. Para ele estar exato, especifico de trabalho. O comum é
ele precisa ter sido acertado (calibrado) especificar a precisão associada com a
corretamente. Desde que o relógio preciso rangeabilidade do instrumento. Por
esteja exato, ele marcará as horas, agora e exemplo, a precisão do instrumento é de
no futuro com um pequeno erro. Seja ±1% do valor medido para rangeabilidade
agora um relógio de má qualidade e de 10:1 e ±0,5% do valor medido para a
impreciso. Logo depois de calibrado, ele rangeabilidade de 5:1.
marcará a hora com exatidão, porém, com Basicamente, a precisão dos
o passar do tempo, a sua imprecisão fará instrumentos é expressa de dois modos
com ele marque o tempo com grandes diferentes, como:
erros. Um instrumento impreciso é também 1. percentagem do fundo de escala
inexato. Mesmo que ele esteja exato, com 2. percentagem do valor medido
o tempo ele se afasta do valor verdadeiro e As expressões em percentagem da
dará grande erro. largura de faixa ou em unidade de
engenharia são equivalentes à expressão
Precisão estática e dinâmica de percentagem do fundo de escala.
A precisão de uma medição existe em Instrumentos com precisão expressa em
duas formas: estática e dinâmica. Ambos percentagem do fundo de escala possuem
os tipos da precisão são importantes no erro absoluto constante (igual ao produto
controle e medição do processo, embora da precisão pelo valor do fundo de escala)
de modos diferentes. A precisão estática é e o erro relativo aumento com a diminuição
geralmente requerida em situações de do valor medido.
balanço, como em custódia, balanço de Instrumentos com precisão expressa
materiais e otimização de processo. A em percentagem do valor medido possuem
precisão dinâmica é importante em erro relativo constante (igual ao valor
controle automático, desde que o nominal) e o erro absoluto diminui com a
desempenho do controle depende da diminuição do valor medido. Instrumento
velocidade com que os componentes com precisão expressa em percentagem
reagem. do valor medido é melhor que o

4.34
Especificação de Instrumentos

instrumento com precisão expressa em Comparação da precisão


percentagem do fundo de escala. Em algumas organizações, o
Erro de zero ocorre quando a curva de estabelecimento da precisão do
calibração está levemente fora do zero e instrumento é feito em uma base
faz toda a curva se afastar de igual valor. específica. Para ser capaz de interpretar
Há instrumentos que possuem a condição qualquer especificação de precisão feita é
de zero definida e portanto não necessário entender a base.
apresentam erro de zero. Erro de largura Um sistema muito usado envolve o
de faixa (span) ocorre quando a curva de cálculo de um número estatístico chamado
calibração está com inclinação levemente de desvio padrão. A confiabilidade dos
diferente da teórica, e faz a curva se valores da precisão determinados por este
afastar de pouco no inicio e mais no fim da método melhora quando o número de
curva, ou seja, o erro é proporcional ao pontos de calibração aumenta. Assim,
valor medido. Todo instrumento possui erro quanto maior o número de medições mais
de largura de faixa ou de sensitividade. confiável é o valor do desvio padrão obtido.
Instrumento que possui apenas erro de Quando se tem o desvio padrão de um
largura de faixa (não tem erro de zero), instrumento de medição, então se espera
tem imprecisão expressa em % do valor que 99% do tempo as leituras do
medido. Instrumento que possui os dois instrumento caem dentro de três vezes o
tipos de erro, de zero e de largura de faixa, desvio padrão do valor verdadeiro, 95% do
deve ter imprecisão expressa em % do fim tempo delas estão dentro de duas vezes o
de escala. desvio padrão do valor verdadeiro e 68%
A precisão expressa pelo fabricante do tempo elas estão dentro de um desvio
nos catálogos do instrumento é válida padrão do valor verdadeiro. Sempre existe
apenas para o instrumento novo e nas um nível de confiança ou de probabilidade
condições de calibração. para as medições caírem dentro de um
determinado intervalo de medição ou de
Especificação do catálogo do fabricante
tempo.
A especificação da precisão do Os fabricantes de instrumento que
instrumento publicada nos catálogos dos fornecem as suas especificações, incluindo
fabricantes, geralmente, é feita de modo sua precisão e os laboratórios de
ambíguo, incompleto ou confuso. Por calibração que usam padrões e
exemplo, a precisão da medição de vazão especificam as incertezas da calibração
com placa de orifício é de ± 3%. Há várias devem informar claramente quais o nível
coisas erradas nesta especificação; por de confiança e o número de desvios
exemplo: padrão usados.
1. precisão de ±3% tecnicamente significa
que o erro é de ±3% e a precisão é de Parâmetros da precisão
±97%. Os parâmetros constituintes da
2. independe do valor da medição, o erro é precisão são os seguintes:
de ±3%. O correto é dizer que o erro é, 1. linearidade
no máximo, igual a ±3% ou a incerteza 2. repetitividade
está dentro dos limites de ±3%. 3. reprodutibilidade
3. a percentagem do erro deve estar 4. sensitividade
relacionada com o valor medido ou com 5. banda morta
a largura de faixa. É incompleto e inútil 6. resolução
somente escrever ±3%; o correto é dizer 7. banda morta
±3% do fundo de escala. Quando se 8. histerese
conhece a faixa calibrada, 9. quantização (se digital)
imediatamente se tem o erro em 10. rangeabilidade
unidade de engenharia. O fabricante pode quantificar individualmente cada
um destes parâmetros ou simplesmente expressar o
valor final da precisão e declarar que inclui todos
estes parâmetros.

4.35
Especificação de Instrumentos

Linearidade Em um instrumento eletrônico, o desvio de


A linearidade do instrumento é sua largura de faixa pode ser provocado, como
conformidade com a linha reta de no desvio do zero, por uma variação da
calibração. Ela é usualmente medida em característica de algum componente.
não linearidade e expressa como Quando a medição se afasta da linha
linearidade. reta e os valores da medição aumentando
Quando a medição é não linear são diferentes dos valores tomados com a
aparecem desvios da linha reta de medição decrescendo, o instrumento
calibração. As formas mais comuns são: apresenta erro de histerese. Tais erros
desvio de zero, desvio da largura de faixa podem ser provocados por folgas e
e desvio intermediário, geralmente desgastes de peças ou por erros de
provocado pela angularidade ou pela angularidade do circuito mecânico do
histerese. instrumento. O desvio intermediário
Quando a medição é uma linha reta envolve um componente do instrumento,
não passando pela origem, o instrumento alterando sua calibração. Isto pode ocorrer
necessita de ajuste de zero. Em um quando uma parte mecânica é super
sistema mecânico, o desvio de zero é forçada ou pela alteração da característica
usualmente devido ao deslize de um elo no de um componente eletrônico. O desvio no
mecanismo. Ele pode ser corrigido pelo instrumento eletrônico ou pneumático
reajuste do zero do instrumento. Em um mecânico pode ser compensado e
instrumento eletrônico, o desvio de zero é eliminado pela inspeção periódica e
causado por variações no circuito devidas calibração do instrumento.
ao envelhecimento dos componentes, A vantagem de se ter uma curva linear
mudanças nas condições de contorno, de calibração é que a leitura do
como temperatura, umidade, campos instrumento se baseia somente um fator de
eletromagnéticos. conversão. Quando a curva é não linear:
1. usa se uma escala não-linear, com a
função matemática inversa (impossível
em indicadores digitais),
Saída
2. incorpora-se um circuito linearizador
antes do fator de conversão,
% f. s. 3. usa se uma lógica para avaliar a relação
Linha reta
nominal não linear e gravam-se os pontos na
% v. m. memória digital (ROM, PROM) do
instrumento, fazendo-se a linearização
por segmentos de reta ou por
polinômios.
Faixa de tolerância repetitividade
total
Ponto onde % f. s. = % v. A repetitividade de um instrumento é a
m. Entrada sua habilidade de reproduzir a mesma
saída, quando a entrada é repetida. A
Fig. 1.4.13. Expressão da linearidade repetitividade de uma malha de controle é
a habilidade de toda a malha (transmissor,
controlador, transdutor, atuador) reproduzir
Quando a medição é uma linha reta, o sinal de controle, quando são repetidas
passando pelo zero porém com inclinação as condições do processo.
diferente da ideal, o instrumento necessita Quando o instrumento é não repetitivo
de ajuste de largura de faixa ou de ganho. sua curva de resposta para valores
Um desvio de largura de faixa envolve uma crescentes é diferente da curva para
variação gradual na calibração, quando a valores decrescentes.
medição se move do zero para o fim da
escala. Pode ser causada, em um sistema
mecânico, pela variação na constante da
mola de uma das partes do instrumento.

4.36
Especificação de Instrumentos

durante um longo período de tempo. A


reprodutibilidade inclui repetitividade,
histerese, banda morta e drift.
Sensitividade
A sensitividade do medidor é a menor
alteração na variável de processo para a
qual o medidor irá responder alterando sua
saída. A sensitividade é usualmente
expressa como uma percentagem da
largura de faixa. Nenhum medidor
industrial possui sensitividade infinita.
Quando a alteração da variável do
processo sendo medida se torna cada vez
menor, atinge-se um ponto onde o medidor
se recusa a responder.
Grande sensitividade não garante
grande precisão, mas uma grande
sensitividade reduz as demandas do
Fig. 1.4.14. Curva de repetitividade sistema do display e aumenta a
probabilidade de se conseguir alta precisão
total do sistema. Uma sensitividade de 1
Reprodutibilidade mV/oC é melhor que uma de 1 µV/ oC, pois
Reprodutibilidade tem vários sentidos: é mais fácil manipular 1 mV do que 1 µV,
1. American Society for Testing and como amplificar ou filtrar ruídos.
Materials (ASTM), a reprodutibilidade A maioria dos medidores industriais
mede a habilidade de um segundo possuem uma sensitividade da ordem de
instrumento obter a mesma indicação 0,2% da largura de faixa. Assim, para um
de um termômetro usando o mesmo medidor cuja faixa é de 100 a 300 oC, a
sensor e o mesmo método mas com sensitividade seria de 0,2% de 200 oC,
equipamentos de teste diferentes. que vale 0,4 oC. Isto significa que se a
2. Usuário: reprodutibilidade é a variação da temperatura medida for menor
capacidade do sistema de medição que 0,4 oC, o medidor não irá responder.
indicar a mesma condição termal Se a faixa acima pudesse ser diminuída
repetidamente e com a substituição de para 150 a 250 oC, a sensitividade da
um novo sensor, sem olhar a precisão medição seria melhorada para 0,2 oC
da temperatura absoluta. (0,2% x 100 oC = 0,2 oC). A sensitividade
3. Como parâmetro da precisão, da medição é importante para o controle
reprodutibilidade é a habilidade de um automático. Se o sistema de medição do
instrumento dar a mesma medida toda controlador não reage às alterações na
vez que ele medir o mesmo valor. variável controlada, então o controlador
A reprodutibilidade é uma expressão do não gerará nenhuma ação de controle.
agrupamento da medição do mesmo valor da
mesma variável sob condições diferentes (método
diferente, instrumento diferente, local diferente,
observação diferente), durante um longo período de
tempo.
A perfeita reprodutibilidade significa
que o instrumento não apresenta desvio,
com o decorrer do tempo, ou seja, a
calibração do instrumento não se desvia
gradualmente, depois de uma semana, um
mês ou até um ano.
Pode-se também entender a
reprodutibilidade como a repetitividade

4.37
Especificação de Instrumentos

a resolução de cinco vezes, de 5 para 1 oC.


Saída qo Esta melhoria é devida parcialmente a uma
largura de faixa menor e parcialmente ao
fato de se usar divisão de 1 oC em vez de
∆qo divisão de 5 oC.
∆qi

∆qo
sensitividade =
∆qi

Entrada qi (a) Menor resolução, menor precisão

Fig. 1.4.15. Expressão da sensitividade

Em muitos casos, a alta sensitividade


(b) Maior resolução, maior precisão
dos instrumentos eletrônicos pode
Fig. 1.4.16. Réguas com resoluções diferentes
aumentar a chance de haver interferências
e captação de ruídos. Por exemplo,
sistema de medição de pH que manipulam
Sejam duas réguas, de mesmo
níveis de tensão de microvolts são muito
tamanho, porém a régua (b) tem mais
susceptíveis a ruídos.
divisões entre os números. Assim,
A sensitividade é também a relação da
enquanto se lê 6,2 na régua (a) pode-se ler
variação do valor de saída para a variação
6,25 na régua (b). Na primeira régua, o
do valor de entrada que a provoca, após se
dígito 2 é duvidoso e na segunda, o dígito
atingir o estado de regime permanente. É
2 é garantido e o duvidoso é o 5.
expressa como a relação das unidades das
Não se deve pensar que há uma
duas quantidades envolvidas. A relação é
função entre a resolução e precisão.
constante na faixa, se o instrumento for
Qualquer instrumento pode ser feito com
linear. Para um instrumento não-linear,
maior resolução, simplesmente expandindo
deve-se estabelecer o valor da entrada. O
sua escala e colocando mais graduações
inverso da sensitividade é o fator de
ou mais dígitos. Isto não melhora sua
deflexão do instrumento.
precisão. Um medidor honesto é aquele
Resolução em que a resolução é comparável com a
precisão. O indicador de nível de
Quando o ponteiro está entre duas
combustível de um automóvel é
graduações, qual é o valor correto?
usualmente graduado em pontos de 25%.
Sempre há um limite prático de número de
Como tal, ele é um bom exemplo de um
graduações que podem ser marcadas em
instrumento honesto, desde que sua
uma dada escala ou gráfico, por exemplo,
precisão provável é também de cerca de
100. Um medidor com uma faixa de 0 a
300 oC normalmente tem uma escala com ±25%.
100 divisões, com cada divisão Seja um indicador compartilhado de
representando 3 oC. Os valores aceitáveis temperatura, com um indicador
para as divisões da escala são 1, 2 e 5 compartilhado por dezenas de termopares.
unidades ou algum fator de 10 destes Este indicador tem uma longa escala
valores. Deste modo, um indicador com circular com um grande número de
faixa de 0-300 oC provavelmente tem 60 graduações, gerando uma grande
divisões na escala, com cada divisão confiança na precisão do instrumento. Esta
representando 5 oC. confiança é justificada?
Se a faixa pudesse ser diminuída para Os sensores que estão ligados ao
100 a 200 oC, seriam usadas 100 divisões indicador multiponto de temperatura são
e cada divisão seria de 1 oC, que melhora termopares. Assim, o indicador não mede

4.38
Especificação de Instrumentos

temperatura mas pequenas forças Quantização


eletromotrizes ou militensões. Cada O tratamento digital dos sinais
militensão deve ser convertida para uma analógicos provenientes das medições do
leitura de temperatura usando uma processo sempre resulta em um erro,
correlação entre a saída do termopar e a chamado de erro de quantização. Por isso
temperatura. (Nos EUA, esta correlação é a precisão de um instrumento digital é
produzida pelo National Institute of expressa em % do valor medido (ou % do
Standards and Technoogy - NIST). fundo de escala) ± n dígitos. Este ±n
Um indicador de temperatura dígitos que é o erro de quantização.
multiponto numa siderúrgica tem uma faixa O erro de quantização se refere a
de 0 a 1200 oC, com divisões de escala de leitura digital e resulta do fato de tornar
2 oC. Isto significa que o indicador pode ler discreto o valor de saída da medida. O
1 oC, que é a maior resolução sobre uma melhor modo de entender o erro de
faixa de 1200 oC. A precisão da medição quantização, inerente a todo instrumento
da temperatura é tão boa assim? digital que sempre possui uma incerteza de
Como um instrumento para medir ±n dígitos em sua leitura é o erro da idade
militensão, a precisão do indicador de de uma pessoa. Assim que uma criança
temperatura é boa; o erro é provavelmente nasce, sua idade é expressa em dias. A
melhor do que 0,2 % da largura de faixa ou idade expressa em dias tem erro em horas.
dentro de 2,4 oC. Porém, ainda fica a No primeiro ano, a idade passa a ser
dúvida acerca do comportamento do expressa em meses. A idade expressa em
termopar e a correlação temperatura x meses em erro de quantização de
militensão do NIST. semanas ou dias. Depois de uns 4 ou 5
Os fabricantes que fazem termopares anos, a idade da criança passa a ser
do modo cuidadoso e sob condições expressa em anos e o erro de quantização
controladas, publicam as especificações de passa a ser de meses. No dia do seu
seus termopares como tendo uma precisão aniversário, a pessoa tem idade exata em
±2,2 oC ou ±0,75 do valor medido (tipo J). anos, meses e dias. Logo depois do
Assim, o indicador de temperatura tem um aniversário, por exemplo de 40 anos, a
erro de ±7 oC em qualquer temperatura pessoa tem 40 anos. Um mês depois do
medida. aniversário, a idade continua de 40 anos,
Quando se consideram também os mas o erro de quantização é de um mês.
erros devidos aos fios de extensão de Um mês antes de fazer 41 anos, a pessoa
termopar e à junta de compensação, o erro ainda tem 40 anos, mas o erro da idade já
total da malha chega até a 20 oC e por isso é de 11 meses. Então, a idade da pessoa
não tem nenhum sentido prático usar uma sempre tem um erro, pois sua expressão é
escala com resolução de ±2 oC. discreta; aumentando de 1 em 1 ano,
Quando o indicador multiponto de passando de 40 para 41 anos.
temperatura é substituído por um display
de console de computador a precisão não Banda Morta
melhora, por que os sensores continuam O efeito da banda ou zona morta
sendo os termopares, a correlação aparece quando a medição cai nas
continua sendo a da NIST, os fios de extremidades das escalas. Quando se
extensão continuam sendo usados. mede 100 volts, começando de 0 volt, o
Como conclusão, sempre deve se indicador mostra um pouco menos de 100
considerar a incerteza de toda a malha. É volts. Quando se mede 100 volts, partindo
inútil e desperdício de dinheiro, usar um de 200 volts, o ponteiro marca um pouco
instrumento de display de painel com mais de 100 volts. A diferença das
grande resolução (alto custo) quando se indicações obtidas quando se aproxima por
tem associado a ele uma malha com baixo e por cima é a zona morta. O erro de
sensor e condicionador de sinal com zona morta é devido a atritos, campos
incerteza muito maior que a do indicador. E magnéticos assimétricos e folgas
quem faz a leitura do display deve saber o mecânicas. Rigorosamente zona morta é
que está gerando e trazendo esta diferente de histerese, porém, a maioria
informação para o display.

4.39
Especificação de Instrumentos

das pessoas consideram zona morta e


histerese o mesmo fenômeno.
Na prática, a aplicação repentina de
uma grande voltagem pode causar um erro
de leitura, pois o ponteiro produz uma
ultrapassagem (overshoot), oscila e
estabiliza em um valor. Se a última
oscilação ocorreu acima do valor, a
indicação pode ser maior que o valor
verdadeiro; se ocorreu abaixo do valor, a
indicação pode ser menor que o valor
verdadeiro. O bom projeto do instrumento
e o uso de materiais especiais para
suportes, magnetos e molas, pode reduzir
a zona morta. Um modo efetivo para
Fig. 1.4.17. Escala raiz quadrática, rangeabilidade
diminuir o efeito da zona morta é tomar 3:1
várias medições e fazer a média delas.
Rangeabilidade
Na medição de qualquer quantidade se
Tão importante quanto à precisão e escolhe um instrumento pensando que ele
exatidão do instrumento, é sua tem o mesmo desempenho em toda a
rangeabilidade. Em inglês, há duas faixa. Na prática, isso não acontece, pois o
palavras, rangeability e turndown para comportamento do instrumento depende
expressar aproximadamente a extensão de do valor medido. A maioria dos
faixa que um instrumento pode medir instrumentos tem um desempenho pior na
dentro de uma determinada especificação. medição de pequenos valores. Sempre há
Usamos o neologismo de rangeabilidade um limite inferior da medição, abaixo do
para expressar esta propriedade. qual é possível se fazer a medição, porém,
Para expressar a faixa de medição a precisão se degrada e aumenta muito.
adequada do instrumento define-se o Por exemplo, o instrumento com
parâmetro rangeabilidade. Rangeabilidade precisão expressa em percentagem do
é a relação da máxima medição sobre a fundo de escala tem o erro relativo
mínima medição, dentro uma determinada aumentando quando se diminui o valor
precisão. Na prática, a rangeabilidade medido. Para estabelecer a faixa aceitável
estabelece a menor medição a ser feita, de medição, associa-se a precisão do
depois que a máxima é determinada. A instrumento com sua rangeabilidade. Por
rangeabilidade está ligada à relação exemplo, a medição de vazão com placa
matemática entre a saída do medidor e a de orifício, tem precisão de ±3% com
variável medida. Instrumentos lineares rangeabilidade de 3:1. Ou seja, a precisão
possuem maior rangeabilidade que os da medição é igual ao menor que 3%
medidores quadráticos (saída do medidor apenas nas medições acima de 30% e até
proporcional ao quadrado da medição). 100% da medição. Pode-se medir valores
abaixo de 30%, porém, o erro é maior que
±,3%. Por exemplo, o erro é de 10%
quando se mede 10% do valor máximo; o
erro é de 100% quando se mede 1% do
valor máximo.

4.40
Especificação de Instrumentos

baixa é pequeno, tem rangeabilidade de


100:1.
Histerese
A histerese ocorre quando a saída de
um sistema de medição depende do valor
prévio indicado pelo sistema. Tal
dependência pode ser provocada por
alguma limitação realística do sistema,
como atrito e amortecimento viscoso em
partes móveis ou carga residual em
Fig. 1.4.18. Precisão em percentagem do fundo de componentes elétricos. Alguma histerese é
escala, rangeabilidade de 3:1 normal em algum sistema e afeta a
precisão do sistema.
A histerese afeta a repetitividade,
Não se pode medir em toda a faixa por quando há histerese não se tem
que o instrumento é não linear e tem um repetitividade.
comportamento diferenciado no início e no
fim da faixa de medição. Geralmente, a
dificuldade está na medição de pequenos
valores. Um instrumento com pequena
rangeabilidade é incapaz de fazer
medições de pequenos valores da variável.
A sua faixa útil de trabalho é acima de
determinado valor; por exemplo, acima de
10% (rangeabilidade 10:1), ou de 33%
(3:1).
Em medição, a rangeabilidade se aplica
principalmente a medidores de vazão. Fig. 1.4.19. Histerese
Sempre que se dimensiona um medidor de
vazão e se determina a vazão máxima, 3.3. Especificações funcionais
automaticamente há um limite de vazão
mínima medida, abaixo do qual é possível As especificações funcionais
fazer medição, porém, com precisão consideram
degradada. 1. tipo do sinal de saída, se analógico
Em controle de processo, o conceito de ou digital
rangeabilidade é também muito usado em 2. ação da saída, se direta ou inversa
válvulas de controle. De modo análogo, 3. tipos de ajuste de supressão ou
define-se rangeabilidade da válvula de elevação de zero
controle a relação matemática entre a 4. tipos e modos de amortecimento dos
máxima vazão controlada sobre a mínima sinais manipulados
vazão controlada, com o mesmo 5. limites de faixa largura de faixa e
desempenho. A rangeabilidade da válvula sobrefaixa aceitável sem danificar o
está associada à sua característica instrumento
inerente. Na válvula linear, cujo ganho é 6. limites da pressão estática do
uniforme em toda a faixa de abertura da instrumento, para os diferentes
válvula, sua rangeabilidade é cerca de sensores
10:1. Ou seja, a mesma dificuldade e 7. pressão de prova (proof pressure),
precisão que se tem para medir e controlar que é aplicada em teste do
100% da vazão, tem se em 10%. A válvula instrumento conforme norma SAMA
de abertura rápida tem uma ganho muito 27.1. O instrumento pode ficar sem
grande em vazão pequena, logo é instável funcionar logo depois deste teste.
o controle para vazão baixa. Sua 8. tempo de resposta do instrumento,
rangeabilidade vale 3:1. A válvula com depois de ligado. Atualmente, poucos
igual percentagem, cujo ganho em vazão instrumentos eletrônicos requerem

4.41
Especificação de Instrumentos

tempo de aquecimento (warm up) Sensor Limites de faixa


kPa inH20 mbar
para operar em regime permanente.
B -50 e +50 -200 e +200 -500 e + 500
9. posição de montagem. Instrumentos
C -210 e +210 -840 e +840 -2100 e +2100
mecânicos ou cujo princípio de Sensor MPa psi bar
funcionamento envolve a aceleração D -0,21 e +0,21 -30 e +30 -2,1 e +2,1
E -0,21 e +0,21 -30 e +30 -2,1 e +2,1
da gravidade devem ter definida a
posição de uso. A calibração do
instrumento deve ser feita na mesma Nota 1. O sinal (-) significa que há uma pressão
posição que ele irá operar no maior no lado de Baixa do que no lado de Alta.
processo, quando a posição afeta Nota 2. O sinal (+) significa que há uma pressão
seu desempenho. maior no lado de Alta do que no lado de Baixa.
10. fiação de alimentação e de sinal,
definindo suas trajetórias, terminais, 3.4. Especificações físicas
separação, tipos de tampas e modos As especificações físicas definem as
de acesso. dimensões, peso, cor e materiais das
11. exigências e limitações da peças secas e molhadas do instrumento.
alimentação do instrumento. Os
transmissores eletrônicos podem Plaqueta de identificação
operar com uma larga faixa de A plaqueta de identificação, chamada
tensões de alimentação, em função de tag pelo instrumentista, é de aço
da impedância da malha, do valor do inoxidável, afixadas de modo permanente
sinal de saída e do uso do terminal e difícil de ser tirada, com dados do
de programação portátil. Geralmente, processo e do instrumento escritos
estes valores são mostrados em um indelevelmente. Ele tem um tamanho
gráfico com saída (mA) versus padronizado pelo fabricante que pode ser
tensão de alimentação alterado a pedido do usuário, a um custo
(V cc). Pelo gráfico, para uma extra. Aliás, tudo que não seja padrão do
determinada impedância da malha, a fabricante deve ser pago adicionalmente
tensão pode variar em uma faixa ou pelo usuário. Geralmente há uma limitação
para uma determinada tensão, a de caracteres por linha da etiqueta e
impedância pode variar em uma cuidado, que espaço também tem
faixa. Por exemplo, para 24 V cc e tamanho.
sinal de saída de 4 a 20 mA, a Nesta plaqueta deve ter:
impedância da malha pode variar de 1. nome e logotipo do fabricante
200 a 565 Ω. 2. número de série do instrumento
12. Comunicações remotas. Com o (serial)
advento dos transmissores 3. modelo completo do instrumento, em
inteligentes, o sinal de saída pode ter um código alfanumérico
vários formatos (protocolos). compreensível apenas pelo pessoal
13. proteção contra alta voltagem e envolvido
transientes 4. dados do processo, como
14. faixa de freqüência do sinal de temperatura, pressão, propriedades
entrada do fluido
5. dados do instrumento, como sinal de
saída, alimentação, faixa calibrada,
Especificações funcionais URL do sensor (limites físicos de
Tab. 5.6. Limites de largura de faixa calibração)
Sensor Limites de largura de faixa
kPa inH20 mbar Proteção contra o ambiente
B 0,87 e 50 3,5 e 200 8,7 e 500
A classificação mecânica do invólucro,
C 7 e 210 28 e 840 70 e 2100
Sensor MPa psi bar ou kgf/cm2 segundo normas IEC IP ou NEMA. Por
D 0,07 e 2,1 10 e 300 0,7 e 21 exemplo, instrumento a prova de tempo,
E 0,7 e 21 100 e 3000 7 e 210 vedado a pó, resistente à corrosão como
definido por IEC IP 65 e NEMA tipo 4X.
Tab. 5.7. Limites de faixa Esta proteção ambiental não tem nada a

4.42
Especificação de Instrumentos

ver com a classificação elétrica do de prova de tempo e prova de explosão.


instrumento, que evita que a presença do Geralmente tampa à prova de tempo tem
instrumento cause uma explosão ou gaxeta e parafuso; tampa à prova de
incêndio no local. explosão e de tempo tem tampa
aparafusada, com número mínimo de filete
Materiais e anel-O especial.
São listados os materiais do sensor, O material dos parafusos de fixação
das partes em contato com o processo não necessariamente é igual ao material
(partes molhadas), dos invólucros, tampas, do invólucro. O material padrão dos
parafusos, fluidos de enchimento e de parafusos é aço carbono; quando se quiser
selagem, conexões com o processo. aço inoxidável, deve-se especificar.
Os sensores geralmente estão em Os sensores de pressão diferencial e
contato direto com o fluido do processo e o os selos de pressão são cheios de óleo. O
seu material deve ser compatível com o silicone é o material padrão. Aplicações
fluido, para não haver corrosão. O projeto especiais como manipulação de oxidante
correto garante também que não haverá (oxigênio, cloro) requerem o uso de
erosão, cavitação e desgaste físico. O Fluorinert.
material mais usado para construir Geralmente a especificação informa a
sensores é o aço inoxidável AISI 316. massa aproximada do instrumento. Esta
Outros usados incluem ligas especiais informação é útil para saber como
como Co-Ni-Cr, Hastelloy C, Monel, transportar, armazenar ou suportar na
tântalo, prata, platina. instalação do processo. Um transmissor
O material dos invólucros pode ser eletrônico, sem indicador, pesa tipicamente
metal, plásticos reforçados com fibra de de 2,0 a 5,0 kg.
vidro. O material padrão é uma liga
metálica de cobre e alumínio, que tenha 3.5. Especificação de segurança
pequeno peso e seja resistente
mecanicamente. O invólucro à prova de Segurança
explosão tem limitação de conteúdo de
alumínio e magnésio, por questão de Segurança é a extensão em que um
segurança. sistema é provido com facilidade que
A cerâmica é um material muito excluem perigos a pessoas, equipamentos
pesquisado e usado, por causa de suas da planta e ambiente. A segurança
vantagens de resistência à corrosão e depende da exclusão de e proteção contra
erosão, embora seja quebradiço. A choques elétricos, temperaturas
cerâmica é um material muito usado, excepcionalmente elevadas, radiação,
emissão de gases perigosos ou
atualmente, para substituir o teflon como
venenosos, explosão e implosão e fogo.
revestimento de tubos magnéticos de
Os aspectos de segurança são em geral
vazão.
sujeitos a regras bem definidas e rigorosas
Os invólucros geralmente são pintados
para aprovação.
ou revestidos de epoxy e outros materiais
Seguridade (security) é a existência e
plásticos resistentes à corrosão. Também
causa de técnicas que restringem acesso a
devem ser definidos os materiais de
dados e a condições sob as quais os
gaxetas e juntas de tampas de
dados podem ser obtidos. É a habilidade
instrumentos, que devem ser compatíveis
de um sistema de potência elétrica
com a atmosfera contaminante do
responder adequadamente a distúrbios
ambiente. Buna-N é o material padrão para
que aparecem dentro do sistema.
aneis-O (O-ring).
O invólucro à prova de tempo deve ter Segurança e saúde
gaxetas que vedem a entrada d'água e
Nos Estados Unidos da América, o
umidade; o invólucro à prova de chama
assunto que envolve segurança e saúde
não pode ter gaxetas entre seus
ocupacionais é de lei. Em 29/12/70 foi
espaçamentos críticos e esta
promulgada pelo Congresso a lei publica
incompatibilidade deve ser verificada. É
91-596 do OSHA (Occupational Safety and
possível, embora difícil, a compatibilização

4.43
Especificação de Instrumentos

Health Act). Este ato define o local seguro explosivo. Em casos menos aparentes, um
para todos os americanos trabalharem processo pode falhar ou se romper, por
nele. O OSHA afeta todos profissionais causa de um instrumento mal especificado.
envolvidos em projeto. Os engenheiros, Essa ruptura pode desprender alguma
arquitetos e construtores de equipamentos coisa indesejável às pessoas ou aos
e prédios devem incluir em seus planos e equipamentos que estejam próximos, tais
projetos tudo que deva satisfazer as como pressão, vapor, gás tóxico, liquido
normas de segurança e saúde, a fim de corrosivo ou pó explosivo. Isso pode
evitar as penalidades pelo seu não provocar mortes, danos físicos, perda de
cumprimento. As penalidades podem ser materiais e de equipamentos.
as de refazer os projetos, alterar prédios e O instrumento, em virtude de sua
equipamentos já acabados, pagar pesadas natureza funcional, pode ser o elo mais
multas financeiras e até fechar plantas. O frágil em uma linha de processo, com
OSHA compreende sete grandes áreas: relação à capacidade de conter o processo
local do trabalho, maquina e rigoroso e resistir à corrosão.
equipamentos, materiais, empregados, A economia, embora menos visível, é
fontes de energia, processos e regras também fundamental. É quase impossível
administrativas. O OSHA incorpora as colocar em números o quanto custa a
normas existentes elaboradas por outras corrosão do instrumento. Porem, é fácil
organizações privadas ou governamentais, entender que ela custa a todos. A corrosão
como NFPA (National Fire Protection custa ao fabricante, em termos de
Association), ANSI (American National vantagem de competição, ela custa ao
Standards Institute) API (American usuário final em termos de manutenção,
Petroleum Institute), ASME (American paradas forçadas, mau funcionamento do
Society of Mechanical Engineers), ASTM instrumento e pobre eficiência do processo
(American Society for Testing and e finalmente, ela custa ao consumidor por
Materials), NEMA (National Electrical causa do maior custo final do produto.
Manufacturers Association), AEC (Atomic
Energy Commission) e outras. Classificação de Área
De um modo simplificado, o De um modo geral, diz-se que uma
instrumento é construído por um área industrial é perigosa quando nesse
fabricante, especificado por uma firma de local é processado, armazenado,
engenharia e aplicado pelo usuário final. transportado e manuseado material que
Quando se considera essa cadeia de possua vapor, gás ou pó flamável ou
eventos: fabricação, especificação e uso explosivo. Como isso é vago e pouco
do instrumento, há cuidados que devem operacional, classifica-se uma área
ser considerados para garantir a perigosa considerando todos os
integridade e funcionamento do parâmetros relacionados com o grau de
instrumento. Deve ser entendido e aceito perigo, atribuindo-lhe números e letras
que um instrumento, antes de relacionados com Classe, Grupo e Zona
desempenhar sua função desejada, deve (Divisão).
sobreviver. Nenhum amontoado de A Classe da área se relaciona com o
sofisticação na sua fabricação ou estado físico da substância: gás (I), pó (II)
especificação compensa a incapacidade e fibras (III).
do instrumento viver em um ambiente O Grupo é uma subdivisão da Classe.
hostil. Ele é mais especifico e agrupa os produtos
Há duas razões fundamentais para de mesma Classe, levando em
justificar a harmonia de cooperação na consideração as propriedades químicas
fabricação, especificação e uso do relacionadas com a segurança:
instrumento: segurança e economia. temperatura de auto-ignição, nível de
A segurança de um local pode ser energia necessário para a combustão,
comprometida com a simples presença de mínima corrente e tensão elétricas de
um instrumento. É o caso do uso de um ignição, velocidade de queima de chama,
instrumento elétrico de uso geral, em um facilidade de vazamento entre
local onde existe um gás flamável ou

4.44
Especificação de Instrumentos

espaçamentos, estrutura química, pressão Instrumento Elétrico


final de explosão. Na pratica e no presente trabalho,
Zona expressa a probabilidade relativa instrumento elétrico e eletrônico possuem
do material perigoso estar presente no ar o mesmo significado. Instrumento elétrico é
ambiente, formando uma mistura em todo aquele que, por algum motivo, recebe
concentração perigosa. uma alimentação elétrica. Geralmente são
As normas européias e a brasileira se alimentados com 110 V, ca ou 24 V, cc. O
referem a três zonas: Zonas 0, 1 e 2. As sinal padrão de transmissão em corrente é
normas americanas se referem à Divisão e de 4-20 mA cc. Em instrumentação, há
definem apenas duas áreas: Divisão 1 ainda circuitos que envolvem termopares,
(Zonas 0 + 1) e Divisão 2 (Zona 2). Zona 0 resistência para determinação de
é um local onde a presença do gás temperatura, células de carga, eletrodos de
perigoso é praticamente constante ou pH. São circuitos que geram sinais de
100%. militensão continua e que são polarizados
Tipicamente, é o interior de um tanque com tensões de alguns volts.
ou de uma vaso. Zona 1 é um local de alta Para efeito de classificação elétrica, o
probabilidade relativa de haver gás. É um enfoque é mais amplo. Por exemplo, um
local onde pode existir o gás, mesmo em registrador pneumático ou mecânico, com
condição normal de operação do processo. acionamento elétrico do gráfico é
Zona 2 é um local de pequena considerado como instrumento elétrico.
probabilidade relativa da presença do gás. Quando se incorporam alarmes acionados
É um local onde a existência do gás só eletricamente por microchaves a
ocorre em condição anormal do processo, instrumentos mecânicos ou pneumáticos,
como ruptura de flange, falha de bomba. também se muda sua classificação para
Mesmo que a probabilidade da presença elétrica. Finalmente, a opção extra de
do gás seja pequena, Zona 2 é ainda uma aquecimento elétrico, quando se tem, o
área perigosa. O local que não é nem Zona risco de congelamento ou quando se quer
0, 1 ou 2 é por exclusão e definição, área reduzir a viscosidade do fluido de
segura. Exemplo clássico de área segura é enchimento, torna-se o instrumento
a sala de controle. Porem, há normas envolvido em elétrico. Como conclusão,
relacionadas com as condições interiores instrumento elétrico é todo aquele que
da sala de controle para garantir sua incorpora um circuito funcional ou auxiliar
segurança. Essas normas estabelecem e de natureza elétrica.
exigem a pressurização da sala, vedação
das portas e janelas, selos nos cabos que Classificação de Temperatura
se comunicam com as áreas classificadas, A eletricidade, por causa do efeito
ventilação e temperatura adequadas. Joule, pode provocar aquecimento. A alta
A classificação de área é de temperatura, por sua vez, pode se
responsabilidade exclusiva do usuário final, constituir em fonte de energia, capaz de
pois apenas ele pode garantir a inflamar ou provocar explosão de
observância de normas de operação, determinada mistura ar + gás perigoso. Em
manutenção, bem como de fazer vista desses fatos, todo instrumento
inspeções periódicas no local. elétrico deve também possuir uma
O conhecimento da classificação da classificação de temperatura. A
área é fundamental e é o ponto de partida classificação de temperatura está
para a especificação correta dos relacionada com a máxima temperatura
instrumentos. A especificação do que a superfície ou qualquer componente
instrumento, encaminhada do fabricante interno do instrumento pode atingir, em
pela firma de engenharia ou pelo pessoal funcionamento normal, quando a
do processo da planta, deve determinar temperatura ambiente é de 40oC.
claramente qual a classificação do local Foram estabelecidas e definidas seis
onde será montado o instrumento: Classe, classes de temperatura, mostradas na Tab.
Grupo e Zona. 5.8.

4.45
Especificação de Instrumentos

Tab.5.8. Classificação de Temperatura seguro. Por isso os principais laboratórios


de teste e certificação, Factory Mutual e
Classe Temperatura (oC) Underwriters, são suportados por
T1 450 companhias de seguro, particulares.
T2 300 No Canadá, porém, o governo federal
T3 200 está envolvido. É contra a lei canadense
T4 135 energizar qualquer equipamento operado
T5 100 eletricamente a não ser que ele tenha sido
T6 80 certificado para uso por um laboratório
governamental, que é o CSA (Canadian
A classe de temperatura do Standards Association).
instrumento deve ser marcada na sua O CSA é um laboratório suportado pelo
plaqueta de identificação. Equipamentos governo, cuja diretiva é garantir que os
cujas superfícies ou componentes não equipamentos oferecidos para venda ao
excedem a 100 oC não necessitam de público são realmente seguros para serem
marcação explícita (Classes T5 e T6). usados. Embora a maior parte do trabalho
Para se usar um instrumento elétrico do laboratório pareça considerar os
em área perigosa é importante se equipamento elétricos, também são
comparar sua classe de temperatura com a considerados materiais de construção,
mínima temperatura de auto-ignição do conexões e outros produtos. O CSA
gás presente. É obvio que a máxima funciona testando produtos em seus
temperatura alcançada pelo instrumento laboratórios, enviando inspetores
deve estar abaixo da mínima temperatura qualificados para examinar produtos e
de auto-ignição do gás presente. A norma publicando normas.
brasileira (ABNT EB 239) estabelece que a O CSA não tem autoridade para
temperatura máxima que o instrumento escrever leis, porém, é possível e muito
pode alcançar deve ser igual ou menor que provável que qualquer estado canadense
70% da mínima temperatura de ignição do (província) requeira que produtos ou
gás flamável. trabalhos estejam de conformidade com
uma determinada norma CSA, que, em
Certificação da Classificação Elétrica efeito, torna esta norma uma lei.
Todo instrumento que tenha alguma Muitos inspetores estaduais não se
alimentação elétrica deve ter uma sentem qualificados para avaliar a
classificação elétrica associada com sua segurança de instrumentos de processo
segurança. A presença de um instrumento construídos por cartões de circuito
elétrico em um local não pode aumentar o integrados, chips de microprocessadores e
risco de haver explosão ou incêndio no por isso eles requerem que os
local. Em outras palavras, a presença do instrumentos tenham certificação CSA. Se
instrumento em um local não pode um produto tem um selo CSA, ele passa.
aumentar o perigo deste local. Este Se ele não tem o selo CSA, ele é
problema de segurança está envolvido, devolvido.
principalmente em plantas que processam A obtenção de um certificado CSA não
produtos flamáveis. Quando há vapores, é muito fácil. Antes de tudo, o CSA tem
gases, pós e fibras em um local, em muitos instrumentos para certificar. Um
condição normal ou devido a um instrumento do modelo a ser certificado
vazamento anormal, o instrumento elétrico deve ser submetido a teste de laboratório
pode fornecer a fonte de ignição para verificar sua segurança causada por
necessária para criar uma explosão ou um falha elétrica. O instrumento pode ser
incêndio. Isto já aconteceu. destruído durante o processo do teste.
Há diferenças filosóficas nos enfoques Finalmente, o CSA tem tanto trabalho, que
tomados com este problema em função do um teste e sua certificação podem levar
país. Nos Estados Unidos da América, a mais de um ano para serem realizados.
questão da segurança do equipamento A situação brasileira é teoricamente
alimentado eletricamente é uma questão igual à do Canadá. Aqui há o Labex, no
entre o usuário e sua companhia de Cepel.

4.46
Especificação de Instrumentos

Classes de proteção resistente que a explosão fica confinada


O instrumento elétrico, mesmo de uso no seu interior.
geral em área segura, deve prover De outro modo, o instrumento à prova de chama
proteção pessoal contra choque elétrico, possui aberturas de escape de modo que, quando
contra efeito de temperatura excessiva, houver um incêndio no seu interior, a chama é
contra propagação de fogo, contra os resfriada quando vai para fora. Embora os enfoques
efeitos de explosão ou implosão, contra os sejam diferentes, o resultado final é o mesmo: a
efeitos de ionização e radiação de explosão ou a chama no interior do instrumento não
microondas, pressão de ultra-som. Um se propaga para a área externa. Em qualquer
instrumento elétrico para uso em área situação há segurança, o instrumento continua
perigosa deve prover todas as proteções operando normalmente, sem interrupção, mesmo
dos instrumentos de uso geral mais a com a ocorrência de explosão ou chama no seu
proteção contra a ignição da atmosfera interior. O instrumento não é, não pode e nem
externa. precisa ser, totalmente vedado e contem em seu
Qual a classificação da área, quais as interior um circuito elétrico perigoso. As superfícies
normas aplicáveis e qual a aprovação da do instrumento que estão em contato direto com a
agência de teste: tudo isso deve ser atmosfera flamável exterior devem ter a máxima
definido e informado para a compra de um temperatura abaixo da temperatura de ignição da
instrumento elétrico. mistura gasosa especifica. A prova de explosão é
Há vários tipos de proteção para evitar uma técnica geralmente aplicada a instrumentos ou
que um instrumento elétrico provoque equipamentos de pequeno volume físico.
ignição ou explosão de misturas gasosas Extensivamente, pode ser aplicada a motores,
perigosas. Qualquer proteção é aceitável, luminárias, conexões. O instrumento deve ter uma
desde que o instrumento seja marcação que o identifique como tal. Deve ainda
adequadamente instalado e todas as haver advertências relacionadas com a operação e
instruções mencionadas nos certificados e manutenção do instrumento. O instrumento à prova
relatórios sejam seguidas. Deve ser levado de explosão só pode ser aberto ou desligado
em conta que a classificação elétrica do eletricamente ou quando se garante, por
instrumento deve garantir que a sua analisadores locais, que não há a presença do gás
simples presença não compromete a perigoso no local de montagem do instrumento.
segurança do local. As normas de
segurança nada dizem, nem poderiam
dizer, acerca do funcionamento
operacional do instrumento de controle.
Fundamentalmente, há duas grandes
categorias de proteção:
1) Há explosão, porem a explosão é
confinada ou controlada no interior do
instrumento, de modo que não se
propaga para o seu exterior. Por
exemplo, prova de explosão (ou prova Fig. 1.4.20. Invólucro á prova de explosão
de chama).
2) Não há explosão. Nesse caso, pode se Um instrumento à prova de explosão
evitar a explosão ou cuidando-se da pode ser usado normalmente em Zona 2
mistura gasosa (purga/pressurização) em todas as Classes e Grupos e em Zona
ou cuidando-se da fonte de energia 1, com algumas restrições de Grupos. Não
(segurança intrínseca e não acendível). se pode usar instrumento à prova de
explosão em Zona 0.
Prova de explosão ou prova de chama
Prova de explosão (linguagem norte Purga ou pressurização
americana) ou prova de chama (linguagem Na pratica e para efeito de proteção,
européia) é uma técnica de proteção purga (vazão) e pressurização (pressão)
alternativa que permite a ocorrência de possuem o mesmo significado. A proteção
uma explosão no interior do instrumento. é conseguida pela aplicação de uma
Porem, o invólucro do instrumento é tão pressão positiva em relação à pressão

4.47
Especificação de Instrumentos

externa, através da vazão de um gás inerte intrinsecamente seguros podem ser


ou ar puro, no interior da caixa do montados em Zona 2, 1 e até Zona 0.
instrumento. Esta pressão interna positiva
impede a entrada dos gases perigosos
existentes na atmosfera circundante. A
pressurização impede o contato da mistura
perigosa com a fonte de ignição. A pressão
aplicada é da ordem de 5 a 10 mm de
coluna d’água.
Um instrumento com purga pode ser
usado em Zona 1 ou Zona 2, dependendo Fig. 1.4.21. Sistema com segurança intrínseca
do tipo do circuito interior, se de uso geral
ou não acendível. Dependendo da Zona do
local e do tipo do circuito interno, são Os instrumentos com classificação de
necessárias salvaguardas adicionais ao segurança intrínseca devem ter marcação
sistema de pressurização, tais como, que os identifique como tais. Na plaqueta
chaves de desligamento com abertura da de aprovação deve haver a recomendação
porta, temporizadores, portas trancada, de que a segurança pode ser perdida com
fusíveis, pressostatos. a substituição não criteriosa de alguns
A técnica de purga/pressurização pode componentes críticos.
ser aplicada a instrumentos de grande
volume, onde a técnica de prova de Não acendível e outros
explosão é impraticável. Um circuito não acendível pode conter
componentes que produzam faísca em
Segurança intrínseca
condições normal, porem, a energia
Um sistema intrinsecamente seguro é entregue por tais componentes é limitada a
constituído pelo equipamento e sua valores incapazes de provocar ignição na
respectiva fiação, onde a energia elétrica mistura perigosa especifica. O circuito não
ou térmica é insuficiente para provocar a acendível só é seguro em condição normal
ignição ou explosão de uma mistura de operação. O instrumento não acendível
gasosa especifica, em condições normais só pode ser usado em Zona 2, sem
e anormais determinadas. A segurança restrições. Quando usado em Zona 1, deve
intrínseca inclui considerações combinadas ser pressurizado com gás inerte.
de limitação de tensão (diodos Zener), Circuito não-faiscadores contem
limitações de corrente (resistores e componentes que não produzem faísca em
fusíveis) e máxima indutância e operação normal. Isso é conseguido
capacitância reais e parasitas da carga e através de encapsulamento de
da fiação. O sistema se baseia na componentes, imersão em óleo.
colocação de barreira de energia elétrica Circuito com segurança aumentada
entre o local seguro e o local perigoso. envolvem componentes de equipamento
Desse modo, o sistema inclui com selagem, encapsulamento, dupla
equipamentos montados na área perigosa isolação, espaçamentos maiores que os
e alguns equipamentos (geralmente a normais, resistência à corrosão e controle
barreira de energia) montados na área de qualidade mais severo e individual.
segura. No sistema podem ser combinados
instrumentos de fabricantes diferentes, Critérios da classificação elétrica
porem, todos os equipamentos com A classificação elétrica do instrumentos
aprovação devem ter certificados do deve ser compatível com a classificação do
mesmo laboratório de teste. local perigoso. Um principio básico comum
Pelo próprio principio, o conceito de a todos os tipos de proteção e aceito por
segurança intrínseca só se aplica a todos é o de que há segurança quando e
sistema de instrumentação de controle de somente quando são providos dois eventos
processo e de comunicação, que independentes, cada um de baixa
naturalmente podem operar com baixo probabilidade, entre a probabilidade de
nível de energia. Os instrumentos haver a presença do gás perigoso com a

4.48
Especificação de Instrumentos

probabilidade de falha do equipamento 2. mau funcionamento dos


elétrico. equipamentos e
Desse modo, há segurança nos 3. presença dos instrumentos no local.
seguintes casos combinatórios: Quando o sistema é mal projetado, ele
1) Local seguro (probabilidade zero de não funcionará, quer seja pneumático, quer
haver gás perigoso) com um seja eletrônico. E o mau projeto pode levar
instrumento de uso geral (probabilidade o sistema para uma condição insegura.
1 de haver fonte perigosa). A probabilidade de um instrumento
2) Local de Zona 2 (pequena probabilidade pneumático levar o sistema bem projetado
de haver gás) com um instrumento não para uma situação perigosa, por causa de
incenditivo (pequena probabilidade de seu mau funcionamento é equivalente à do
falhar). instrumento eletrônico.
3) Local de Zona 1 (grande probabilidade A probabilidade da presença do instrumento
de haver gás) com um instrumento pneumático provocar um incêndio ou uma explosão
intrinsecamente seguro (só se torna num local perigoso é praticamente zero e por isso
inseguro quando houver duas falhas não há nenhuma restrição de uso de instrumentos
independentes e de pequena pneumáticos em áreas classificadas, onde há a
probabilidade individual). presença de gases, pós e fibras inflamáveis e
4) Local de Zona 1 (grande probabilidade explosivas.
de haver gás) com um instrumento não O instrumento eletrônico pode constituir
incenditivo (pequena probabilidade de a fonte de energia suficiente para provocar
falha) com pressurização (pequena o incêndio ou a explosão de atmosferas
probabilidade de falha no sistema de perigosas. Deste modo, a não ser que o
pressão). instrumento eletrônico tenha uma
5) Local de Zona 1 (grande probabilidade classificação elétrica e de temperatura de
de haver gás) com um instrumento de conformidade com a classificação do local
uso geral (grande probabilidade de onde ele é instalado, é vedado o seu uso
perigo) com pressurização (pequena em locais perigosos.
probabilidade de falha) e com Para tornar permitido e seguro o uso de
salvaguarda adicional, tal como instrumentos eletrônicos em áreas
colocação de pressostato (pequena perigosas foram desenvolvidas técnicas
probabilidade de falha). especiais e alternativas de proteção,
De qualquer modo, em um local com incorporadas aos seus circuitos e aos seus
determinada classificação só pode ser invólucros. As técnicas de proteção mais
montado um instrumento elétrico que conhecidas e usadas são: à prova de
possua uma classificação elétrica e de explosão ou de chama, a purga ou a
temperatura, marcada em sua etiqueta e pressurização e a segurança intrínseca.
compatível com a do local.
Obviamente, um instrumento para Zona
1 pode ser usado em Zona 2, assim como
um instrumento para Grupo B pode ser
usado em Grupo C e D. Porem, qualquer
exagero de classificação do instrumento é
inconveniente. Só se deve usar um
instrumento com classificação elétrica
especial quando exigido, pois a
classificação elétrica especial pode custar
mais e principalmente, exige cuidados de
operação e manutenção mais rigorosos e
restritivos.
Há vários aspectos relacionados com a
segurança do controle do processo e a
instrumentação:
1. projeto incorreto do sistema,

4.49
Especificação de Instrumentos

Tab. 5.9. Tipos de Proteção para Equipamentos Elétricos

Tipo de Proteção Ex IEC NBR EUA


Uso geral 79-0 9518 NEC
Prova de explosão ou de Chama d 79-1 5363 UL 698/886
Segurança aumentada e 79-7 9883 Não aceita
Segurança intrínseca i 79-11 8446/8447 NFPA 493/UL 913
Hermeticamente selado h 3-36 FM 3610
Encapsulamento (potting) m 79-5 EN 50017
Não incenditivo (no-sparking) n 31-49 Não aceita
Imersão em óleo o 79-6 8601 UL 698
Pressurização ou Purga p 79-2 e 79-13 169 NFPA 496 e ISA 12.4
Enchimento de areia q 79-5 Não aceita
Especial s
Placa protegida
Respiração restrita Suíça BS 4137
Instalação 79-14 158 NFPA 70 e ISA RP 12.6

IGNIÇÃO EVITADA

Sem fonte de energia Controle da atmosfera flamável

Segurança intrínseca Controle da Isolação da fonte


concentração
Segurança aumentada
Encapsulamento
Não incenditivo Seleção do local

Imersão em óleo
Purga ou pressurização
Enchimento de areia
Controle da composição
Respiração restrita
Fig. 1.4.21. Classes de proteção

4.50
Especificação de Instrumentos

Tab. 5.10. Especificações de Segurança do Produto

Laboratório de Teste, Tipo de Proteção e Condições de Aplicação Código


Classificação de Área
CENELEC, Segurança intrínseca, Gás Grupo IIC, Classe de Temperatura T4-T6 E
Zona 0
CENELEC, Prova de chama, Gás Grupo IIC, Zona 1 Classe de Temperatura T6 D
Europa, não faiscador, Zona 2 Classe de Temperatura T4-T6 N
CSA, Segurança intrínseca, Classe I, Divisão 1, Classe de Temperatura T6 em C
o
Grupos A, B, C e D, Classe II, Divisão 1, Grupos E, F ambiente máximo de 40 C e T4 em
o
e G e Classe III, Divisão 1 ambiente máximo de 85 C
CSA, Prova de explosão para Classe I, Divisão 1,
Grupos B, C e D e a prova de ignição de pó para
Classe II, Div. 1, Grupos E, F e G e Classe III, Div. 1
CSA, Não incenditivo para Classe I, Divisão 2, Ligar a fonte não excedendo 42,4 V.
Grupos B, C e D e a prova de ignição de pó para Classe de Temperatura T6 em
o
Classe II, Div. 1, Grupos E, F e G e Classe III, Div. 2 ambiente máximo de 40 C e T4 em
ambiente máximo de 85 oC
FM, Segurança intrínseca, Classe I, Divisão 1, Classe de Temperatura T6 em F
o
Grupos A, B, C e D, Classe II, divisão 1, Grupos E, F ambiente máximo de 40 C e T4 em
o
e G e Classe III, Divisão 1 ambiente máximo de 85 C
FM, Prova de explosão para Classe I, Divisão 1, Classe de Temperatura T6
Grupos B, C e D e a prova de ignição de pó para
Classe II, Div. 1, Grupos E, F e G e Classe III, Div. 1
FM, Não incenditivo para Classe I, Divisão 2, Grupos Ligar a fonte não excedendo 42,4 V.
B, C e D e a prova de ignição de pó para Classe II, Classe de Temperatura T6 em
o
Divisão 1, Grupos E, F e G e Classe III, Divisão 2 ambiente máximo de 40 C e T4 em
o
ambiente máximo de 85 C

4.51
Especificação de Instrumentos

metálicos que entram em contato com


4. Corrosão dos Instrumentos produtos de exploração de petróleo, óleo
ou gás, que possuam enxofre ou acido
sulfídrico como impurezas.
4.1. Tipos de Corrosão
De um modo simplificado, a corrosão é
4.2. Corrosão nos instrumentos
o ataque destrutivo sofrido por um material Os resultados da corrosão de um
e causado por um produto químico. Os instrumento dependem tanto do tipo da
engenheiros de corrosão conhecem de 50 corrosão como do tipo ou função do
a 60 tipos diferentes de corrosão, embora instrumento. Para efeitos didáticos pode-se
as diferenças entre alguns tipos sejam dividir em duas grandes categorias as
mais técnicas do que praticas. Sob o ponto falhas resultantes da corrosão: contenção
de vista de instrumentação3 são do processo e funcionais do instrumento.
importantes e mais encontradas três A válvula de controle e alguns
modalidades de corrosão: química, medidores de vazão contem em seu
galvânica e ruptura por tensão (stress interior o próprio processo a ser
cracking). controlado,. com todos os seus rigores.
A corrosão química é, muito Quando tais instrumentos sofrem corrosão,
simplesmente, o que o nome implica: o de modo a perder sua integridade física, a
produto químico de ataque dissolve ou linha onde o instrumento está montado
reage com o material com o qual ele está certamente vaza produto para o exterior.
em contato direto. Essa é a corrosão que Os resultados desse tipo de falha podem
ocorre com as partes molhadas que estão variar desde um pequeno inconveniente,
em contato com o processo industrial. facilmente reparável, até um prejuízo
A corrosão galvânica ocorre quando pessoal, envolvendo fogo e explosão, com
dois metais diferentes são colocados em perda de vidas e destruição de
contato e expostos a uma solução equipamentos.
condutora. O efeito final é a destruição do As falhas funcionais podem, ainda, ser
metal mais reativo e proteção do metal de dois tipos distintos:
menos reativo. Essa propriedade pode ser 1) perda total da função, exigindo
usada, beneficamente, para proteção reparo ou substituição do instrumento
contra corrosão. completo ou
A corrosão galvânica pode ocorrer em 2) perda parcial da função, que pode
tubulações com isolação térmica , resultar na queda da eficiência do
simplesmente se forem usados dois metais processo. A falha funcional parcial
levemente diferentes, por exemplo, aço pode, inclusive, ficar totalmente
carbono e aço inoxidável, um para o tubo desconhecida durante grandes
interno e outro para o externo. A corrosão períodos de tempo ou degradar
galvânica pode ainda acontecer entre continua e vagarosamente a
diferentes partes de um mesmo metal. Ou eficiência do processo.
seja, quando se tem um mesmo material, Os fatores que estimulam e aumentam
porem, com diferentes níveis de tensão a corrosão são: não homogeneidade dos
mecânica, com efeitos térmicos de solda metais, solda imprópria, acabamento
ou de tratamento, com impurezas, pode se rugoso, tensão mecânica, impureza, maior
ter a corrosão galvânica entre suas partes. concentração na solução eletrolítica,
A corrosão galvânica é mais importante solução gasosa na fase liquida,
para as partes do instrumento expostas à turbulência, uso de metais muito
atmosfera. diferentes, presença de oxigênio, maior
A corrosão por ruptura de tensão é a umidade e mofo. Os fatores que inibem a
falha do metal devida à combinação da corrosão são: melhor acabamento, alivio
tensão mecânica e um ambiente corrosivo de tensões mecânicas, passivação de
especifico. Ela é a causa de muitas falhas metais e revestimento de superfícies e
em ligas metálicas. A corrosão por ruptura proteção catódica. Alias, a proteção
de tensão ocorre comumente em materiais catódica é feita por métodos envolvendo

4.52
Especificação de Instrumentos

eletricidade e portanto há restrições de lugar, há diferenças de composição da


aplicação, quando aplicada em área matéria prima, há diferentes fornecedores
perigosas classificadas. de materiais, há variações não controladas
de pressão e temperatura. O material para
4.3. Partes molhadas um simples tanque é selecionado
considerando-se a corrosão tolerável
As partes molhadas pelo processo são
durante toda sua vida útil. As coisas se
geralmente os elementos sensores, selos,
complicam quando se seleciona material
poços de temperatura, bulbos, internos das
das partes de um instrumento. Os
válvulas e o interior de alguns medidores
materiais devem ser resistentes à corrosão
de vazão. As partes molhadas devem
e paralelamente devem satisfazer as
suportar temperatura e pressão extremas e
necessidades funcionais, tais como
devem resistir ao ataque corrosivo dos
resistência mecânica, constante de mola,
produtos químicos manipulados. O
flexibilidade, ductilidade e elasticidade.
principal problema é que os produtos de
Muitas vezes, se reconhece que
processo aparecem em uma variedade
determinado material é o mais indicado
infinita e os materiais de construção não.
para uma aplicação corrosiva, porem, ou
Para piorar a situação, a corrosão das
ele não é processável ou suas
partes molhadas geralmente provoca falha
propriedades inerentes não satisfazem a
do tipo contenção do processo, cuja
tarefa a que seria destinado.
conseqüência é a pior possível.
Depois de escolhido o material mais
Para evitar ou limitar a ocorrência da
adequado, os procedimentos de fabricação
corrosão, quatro áreas devem ser
envolvem tratamentos térmicos,
consideradas: seleção de materiais,
manipulação física das peças, com cortes,
procedimento de fabricação, projeto do
usinagem e acabamento que podem
sistema e inspeção de campo. As partes
estimular ou inibir a corrosão.
envolvidas continuam sendo as três já
mencionadas: fabricantes, engenheiro de
especificação e usuário.
A seleção do material é a mais
complexa das áreas a serem definidas,
tanto por causa da atribuição da
responsabilidade como pelo problema em
si.
Pela lei de Paretto, 10% das aplicações
envolvem cerca de 90% dos problemas.
Mesmo que isso possa ser considerado
uma pequena percentagem, é necessária e Fig. 1.4.23. Corrosão em conexão
suficiente uma única má aplicação para
metálica
causar um número elevado de problemas e
grandes prejuízos. O problema da seleção
do material poderia parecer de fácil
A responsabilidade da escolha do
solução, pois todo técnico tem material, porem, é do usuário final.
conhecimento de tabelas de corrosão4,
O fabricante não tem nenhum controle
que mostram como se comporta um sobre o que acontece aos instrumentos
determinado material na presença de certo
depois que eles são entregues ao usuário.
produto químico. Seria apenas uma fácil e
Apenas o usuário final tem condições de
simples questão de casamento do
fazer as sucessivas inspeções aos
processo com o material do instrumento.
equipamentos, essenciais à garantia da
Infelizmente as coisas não ocorrem de integridade dos instrumentos.
modo tão simples., É difícil o próprio
conhecimento do processo real.
4.4. Materiais de revestimento
Certamente se conhece o principal
produto, porem, há subprodutos, Alem do material de fabricação, é
contaminantes variáveis com o tempo e o interessante a aplicação de materiais de

4.53
Especificação de Instrumentos

revestimento. É uma pratica comum o instrumento não estejam submetidas às


revestimento de cápsula de transmissor, condições desfavoráveis do ambiente
por causa de um dos seguintes motivos: 1) externo e do processo, elas possuem uma
proteção contra corrosão provocada pelo função muito mais importante. Assim, a
fluido do processo ou 2) proteção contra corrosão da tampa ou mesmo do corpo de
aderência e deposição dos produtos um transmissor provavelmente não afetará
sólidos, também provocada pelo fluido do sua operação, enquanto que uma leve
processo. deposição de material orgânico na sua
Um produto típico para revestimento de cápsula ou no seu conjunto bico-palheta,
superfícies de contato é o Ryton pode introduzir erros grosseiros de
(Phillips Petroleum Co) porque apresenta medição ou transmissão.
uma boa resistência à corrosão e tem a Geralmente, não se pode usar
habilidade de formar uma película fina, não revestimento de proteção nas partes
porosa. Em algumas aplicações que internas do instrumento. Barras de força,
envolvam fortemente oxidantes, tais como elos de ligação, foles, conjuntos bico-
flúor, cloro, acido nítrico, o Ryton não é palheta, molas, flexores, fulcros de apoio,
recomendado. A alternativa ideal é o uso todas essas peças não podem ter nenhum
de Kel-F ( Kellogg) para finas de tipo de revestimento que lhes daria maior
corrosão. Kel-F é um polímero de resistência à corrosão, por causa de suas
trifluoretileno. O revestimento de teflon funções associadas ao principio de
(E.I. Du Pont de Nemours) é excelente funcionamento.
para aplicações onde se quer evitar a A resistência dessas peças é provida
deposição de materiais lodosos. Embora o apenas pelo material e seu acabamento.
teflon seja inerte à maioria dos produtos
corrosivos, o seu revestimento não é 4.6. Instrumentos pneumáticos
adequado para proteção da corrosão da Do ponto de vista de corrosão, os
cápsula, por causa da dificuldade de se instrumentos pneumáticos levam vantagem
conseguir uma camada fina e não porosa. nítida sobre os correspondentes
instrumentos eletrônicos. A razão é
4.5. Partes expostas ao ambiente simples: há sempre um suprimento de ar
O invólucro do instrumento deve ser de puro ao instrumento, geralmente suficiente
um material que resista à corrosão para manter a sua caixa purgada dos
ambiental e também deve prover as materiais contaminados externos. Mesmo
necessidades estruturais. O invólucro é assim, quando aplicável, é necessária a
sempre protegido pelo seu próprio seleção de materiais especiais,
acabamento. Superfícies polidas resistem principalmente dos elementos sensores.
melhor à corrosão que as rugosas. A Algo que deve ser considerado é a
tendência atual para materiais de caixa de tubulação de interligação do sistema
instrumentos é na direção dos plásticos. O pneumático. Os instrumentos pneumáticos
plástico tem demonstrado um desempenho são alimentados e interligados por tubos,
satisfatório em vários ambientes nocivos. tipicamente de cobre (caro, porem mais
Muitos técnicos ainda pensam, fácil de ser trabalhado) aço inoxidável, aço
erradamente, que os invólucros à prova de carbono ou plástico.
explosão devam ser metálicos. Também é A presença de um instrumento
muito comum a associação das vantagens pneumático não compromete a segurança,
do metal com as do plástico: tem-se uma quando usado em locais perigosos. Não
caixa metálica, excelente para fins faz sentido, por exemplo, associar o
estruturais, revestida com produto plástico, instrumento pneumático puro com o
adequado para resistir à corrosão química. conceito de prova de explosão.
As partes internas do instrumento
apresentam problemas diferentes daqueles 4.7. Instrumentos eletrônicos
das partes em contato com o processo e A corrosão ocorre em muitas áreas da
da caixa do instrumento. instrumentação eletrônica. Ela pode
Embora as peças internas do ocorrer na isolação dos cabos, nos

4.54
Especificação de Instrumentos

contatos elétricos, nos conectores e e elevada umidade relativa, como nos


chaves. Os componentes passivos e ativos trópicos, fala-se da tropicalização do
podem se deteriorar, por causa da circuito eletrônico. Este termo nunca foi
corrosão através de seus claramente definido e historicamente, foi
encapsulamentos ou terminais. Os primeiro usado em equipamentos militares.
circuitos impressos, usados para suportar Na tropicalização, nenhum componente é
e interligar os componentes, podem ser modificado ou protegido individualmente,
corroídos, principalmente por respingos e mas a placa do circuito é totalmente
ataque de produtos químicos. revestida por uma resina de poliuretano.
A corrosão do circuito impresso pode Tal resina é transparente, inerte à umidade
provocar, inclusive, a pior falha possível: a e principalmente, não nutriente para
falha intermitente. Esta falha é aquela fungos.
prevista pela lei de Murphy: ela não A principal desvantagem de todos
aparece na hora do teste e manutenção esses revestimentos de proteção e
mas somente quando o instrumento está tropicalização aparece quando se faz
em operação e provoca prejuízo ao manutenção. Geralmente, é necessário
processo. destruir parte do revestimento durante a
Os primeiros instrumentos eletrônicos manutenção. Obviamente, deve se ter
apresentam uma proteção inerente à sua cuidado na remoção da proteção, para não
natureza: fonte de calor no seu interior. se danificar o circuito impresso,
Essa fonte de calor natural tornava principalmente quando se usa ferro de
baixíssima a umidade relativa do ar dentro solda de grande potência.
do instrumento. Depois da manutenção, é necessária
Infelizmente, o progresso do uso de nova aplicação do revestimento para
circuitos integrados a semicondutores recuperar a proteção ou tropicalização do
reduziu tremendamente a potência dos circuito.
circuitos, aumentou sua versatilidade e Às vezes se usa ventilador externo
eficiência, porem tirou a maior proteção à para a dissipação de calor de alguns
corrosão do circuito, que era o calor. A equipamentos, como a fonte de
proteção dos circuitos eletrônicos, alimentação. Nessas aplicações, deve se
componentes, circuitos integrados, anular a possibilidade do ventilador ser um
circuitos impressos e contatos, nas agente concentrador de impurezas e
condições do processo é um grande causador de corrosão aos componentes do
desafio. Há soluções mecânicas: uso de circuito. É recomendado o uso de um
ouro em contatos de precisão e há sistema de alarme, para indicar a falha do
soluções eletrônicas: uso de chaves ventilador.
estáticas a semicondutores e sem contatos Outra pratica para diminuir os efeitos
moveis. O encapsulamento dos do ambiente industrial é a fabricação de
componentes críticos torna o modulo duas caixas de ligação nos transmissores
encapsulado inerte a muitas atmosferas eletrônicos. Uma caixa aloja o circuito
nocivas, alem de diminuir a influência da eletrônico e raramente é aberta no campo.
umidade e da temperatura ambientes. É Na outra, separada da primeira caixa, há o
uma boa pratica de proteção o bloco terminal de ligações, onde se requer
revestimento de todo o circuito eletrônico maior número de aberturas para a
da placa5. Há vários materiais apropriados manutenção. Ambas as caixas são seladas
para tal revestimento: silicone, epoxy e e vedadas à entrada de umidade e de
poliuretano. Quando seco e curado, tal atmosferas corrosivas.
revestimento é transparente, estável e Deve ser entendido que uma caixa
resistente à abrasão e à corrosão de vários vedada à entrada de umidade, o é também
produtos. A escolha do produto, a para a saída de condensados. Se por
espessura e o número de camadas algum motivo houve entrada de água no
protetoras são funções do tipo do interior da caixa, essa água ficará retida no
ambiente, da umidade relativa e da instrumento e certamente interferirá no seu
temperatura. funcionamento. A solução é proteger a
Em locais de alta temperatura ambiente entrada de água, através de selos nos

4.55
Especificação de Instrumentos

conduítes de ligação e da tampa. Quando aplicação com pressão acima de 20


a entrada da água é causada pela kg/cm2, o hidrogênio pode vazar
remoção da tampa do instrumento, a diretamente através da parede do
recomendação é o uso de sílica gel no diafragma de aço inoxidável de um
interior da caixa, que deve ser renovada transmissor. Quando se remove ou se
periodicamente. Outra alternativa é a de se reduz a pressão estática do processo, o
fazer a manutenção do instrumento em hidrogênio difuso no interior da cápsula
horários com menor umidade relativa, danifica-a.
tipicamente no começo e no fim do dia. O método de proteção é revestir a
superfície do diafragma da cápsula com
4.8. Processos Marginais uma finíssima camada de ouro. A nova
superfície criada prove um potencial
Serviço com Oxigênio eletroquímico suficiente para aumentar a
dissociação e adicionalmente, oferece uma
O oxigênio puro, quando na presença
estrutura mais densa que dificulta a difusão
de traços de óleo e poeira, pode provocar
do íon H+.
incêndio. Por isso, qualquer equipamento
Estatisticamente, uma cápsula de aço
que possa entrar em contato direto com o
inoxidável normal, submetida à pressão de
oxigênio deve ser manipulado em sala
20 kg/cm2, em atmosfera de hidrogênio
especial de limpeza. O instrumento é
dura cerca de 1 a 5 semanas.
limpo, montado, calibrado e embalado em
Quando, nas mesmas condições, usa
condições de limpeza especiais. Suas
se uma cápsula de aço inoxidável
peças de reposição são empacotadas
revestida de ouro, a duração da cápsula
individualmente em sacos de polietileno e
passa para vários anos.
são manuseadas sempre com luvas de
O revestimento de ouro representa a
polietileno. O material de limpeza usado
melhor solução disponível para a aplicação
normalmente é o tricloroetileno.
de hidrogênio. Porem, sempre deve se ter
Adicionalmente, alem da ausência de
bem claro tal revestimento não é por
lubrificação, quando a cápsula do
questão de corrosão, mas apenas impedir
transmissor possui liquido de enchimento,
ou diminuir grandemente a penetração do
deve se cuidar da natureza desse liquido.
hidrogênio no interior da cápsula.
O fluido normal de enchimento é o silicone
DC 200 (Dow Corning). Quando há a Serviço com Cloro
possibilidade de vazamento ou entrada de
O cloro, nas condições ambientais de
contato do silicone com um meio oxidante
temperatura e pressão, é um gás pesado,
(oxigênio, cloro, acido nítrico, e.g.) deve se
de cheiro pungente, verde-amarelo
usar um fluido especial, totalmente livre de
(patriota?), altamente tóxico aos animais
hidrogênio. Recomenda-se o uso de
de sangue quente. É um forte agente
fluorlube ( Hooker Chemical), que é um oxidante.
polímero de cloreto de trifluorvinil. Esse Para efeito de manipulação e corrosão,
novo liquido de enchimento, embora o cloro seco é bem comportado.
apresente segurança, sob o ponto de vista Tipicamente, o cloro seco é
de medição apresenta uma grande armazenado em tanque de aço carbono.
variação da viscosidade com relação à Quando o cloro é úmido, poucos materiais
variação da temperatura do processo e comerciais podem lhe resistir
ambiente. Assim, seu uso é recomendado satisfatoriamente. Em instrumentação, os
para faixas de temperatura de -20 oC a materiais de interesse são: prata,
+10 oC e em condições aceitáveis entre
tungstênio, tântalo e Hastelloy C
+10 oC e +45 oC.
(Haynes Stellite). O instrumento para
Serviço com Hidrogênio trabalho com cloro deve ser limpo,
O gás hidrogênio puro, em alta pressão montado, calibrado e embalado em sala
estática, é uma aplicação difícil, pois ele é limpa.
capaz de vazar através de diminutos O eventual liquido de enchimento é
buracos e através de pares finíssimos. Em também isento de hidrogênio e tipicamente
se usa o fluorolube ou fluorinert.

4.56
Especificação de Instrumentos

A seleção da válvula que manipula materiais são submetidos podem


cloro é controversa. A filosofia da pratica comprometer a sua resistência original. Ou
de proteção, porem, é comum a vários seja, um parafuso construído de
processos corrosivos. Ou se usam conformidade com a norma NACE MR-01-
equipamentos baratos com materiais 75, Classe I e Classe II (expostos
pouco resistentes e tem-se manutenção e diretamente à atmosfera nociva) tem uma
substituição freqüentes ou se usam menor resistência que o normal. O
equipamentos caríssimos com materiais projetista e usuário do equipamento devem
resistentes, com manutenção e conhecer a menor resistência do parafuso
substituição de peças pouco freqüentes. e aplicá-lo adequadamente.
Aplicando-se tal filosofia na manipulação A norma NACE MR-01-75 deve ser
de cloro, pode-se ter: válvula barata de aplicada a todo equipamento exposto a
corpo de ferro fundido, com haste de aço produtos com enxofre e que fica sujeito à
inoxidável, com planejamento de corrosão do tipo ruptura por tensão pelo
substituição em curtos períodos ou válvula enxofre. A ruptura do material seria
de Hastelloy com selo de teflon para evitar extremamente perniciosa, pois impediria o
a entrada do cloro no seu interior, sem equipamento de ser reparado sob pressão,
necessidade de troca de peças ou tornaria perigoso qualquer sistema sob
equipamentos. pressão e comprometeria o funcionamento
básico do instrumento. A observância da
Serviço com traços de enxofre norma evita o aparecimento da corrosão
Quando um material metálico, tipo ruptura por tensão do enxofre. O
principalmente o aço, entra em contato equipamento construído com material de
com carboidratos com traços de enxofre, é conformidade com a norma deverá ser
possível o aparecimento do acido sulfídrico marcado com NACE MR-01-75.
(H2S). Tal produto se torna agudamente 
tóxico acima de 100 ppm e considerado o
segundo gás comercial mais perigoso (o
campeão é o acido cianídrico, HCN).
Desde que 85% do petróleo do mundo,
inclusive o do Brasil, possuem traços ou
alta percentagem de enxofre, a
manipulação segura desses materiais
interessa tanto ao fabricante como ao
usuário final.
Nos Estados Unidos há uma norma6 de
NACE, que é um guia completo para a
seleção de materiais para resistir à
corrosão. Seu objetivo é o de limitar os
materiais metálicos que estão diretamente
expostos aos produtos de petróleo que
contenham enxofre ou já o acido sulfídrico.
A NACE não certifica o material, mas
apenas define as especificações de alguns
materiais. Embora seja custoso e
demorado, novos materiais podem ser
analisados. Os materiais comumente
envolvidos são: aço carbono, aço
inoxidável de várias classes, monel
Hastelloy e Havar.
A norma se refere à construção de
elementos sensores, selos, parafusos,
poço termal, conjuntos distribuidores de
contorno e equalização de vazão.
Os tratamentos especiais que os  Apostila\Instrumentação Especifica.DOC 10 DEZ 98 (Substitui 15 ABR 95)

4.57
3
Variáveis

0. Introdução
1. Pressão
2. Temperatura
3. Vazão
4. Nível
5. pH
6. Condutividade
7. Cromatografia

1.58
3.0
Variáveis do Processo
Objetivos de Ensino
1. Conceituar quantidades físicas de quantidade, energia, propriedades, intensivas, extensivas,
variáveis, constantes, contínuas, discretas, mecânicas, elétricas, dependentes e
independentes.
2. Apresentar os conceitos e notação da função e da correlação. Mostrar a função linear.
3. Apresentar os conceitos básicos e as unidades das principais variáveis de processo,
como pressão, temperatura, vazão e nível.
4. Listar e descrever os principais mecanismos de medição, de natureza mecânica e
eletrônica, mostrando as vantagens e desvantagens para fins de seleção.
5. Descrever os cuidados para a instalação, interpretação dos dados coletados e a
necessidade de uso de acessórios.

Fig. 3.1.1. Elementos sensores e medidores das variáveis de processo (Foxboro)

3.0.1
Variáveis de Processo

qualitativo foram recentemente


1. Variáveis de Processo transferidas para a classe de quantidade,
como eficiência, informação e
probabilidade.
1.1. Introdução
A variável de processo é uma
1.3. Dimensões
grandeza física que altera seu valor em Dimensão é uma característica da
função de outras variáveis e quantidade que pode ser definida
principalmente em relação ao tempo. O quantitativamente. Para descrever
objetivo do controle de processo é o de satisfatoriamente uma quantidade para
manter uma variável constante ou, no um determinado objetivo, as dimensões de
mínimo, variando dentro de certos limites interesse devem ser identificadas e
estabelecidos. Antes de ser controlada, representadas numericamente. Cada
uma variável deve ser medida, dentro de dimensão é medida em unidades. A
uma classe de precisão requerida pelo unidade tem um tamanho relativo e
pessoal do processo. A partir da medição subdivisões que são diferentes entre os
da variável, o operador de processo pode diversos sistemas de medição.
efetuar o controle manual, como aumentar Pode-se somar ou subtrair somente
uma pressão, diminuir uma temperatura, quantidades de mesma dimensão, sendo
encher um tanque (nível) ou fechar uma a dimensão do resultado igual à dimensão
válvula (vazão). Em sistema de controle das parcelas. Pode-se multiplicar ou dividir
automático, o sinal medido é contínua e quantidades de quaisquer dimensões e a
automaticamente comparado com um dimensão do resultado é o produto ou
valor de referência e este erro é usado divisão das parcelas envolvidas.
como função de controle, sem a É possível se ter quantidades
interferência do operador humano. adimensionais, definidas como a divisão
Em um processo industrial típico, mais ou relação de duas quantidades com
de 90% das medições envolvem apenas mesma dimensão; o resultado é sem
quatro variáveis: pressão, temperatura, dimensão ou adimensional. Uma
vazão e nível. As outras variáveis menos quantidade adimensional é caracterizada
comuns incluem: posição, condutividade, por seu valor numérico. Exemplo de
densidade, análise, pH e vibração. quantidade adimensional é a densidade
relativa, definida como a divisão da
1.2. Conceito densidade de um fluido pela densidade da
água (líquidos) ou do ar (gases).
Quantidade é qualquer coisa que
O valor numérico da quantidade,
possa ser expressa por um valor numérico
associado à unidade é também
e uma unidade de engenharia. Por
adimensional. Em matemática as
exemplo,
quantidades geralmente são tomadas sem
massa é uma quantidade física
dimensão.
expressa em kilogramas;
velocidade é uma quantidade expressa
em metros por segundo e
densidade relativa é uma quantidade
física adimensional.
O círculo não é uma quantidade física,
pois é caracterizado por uma certa forma
geométrica que não pode ser expressa
por números. O círculo é uma figura
geométrica. Porém, a sua área é uma
quantidade física que pode ser expressa
por um valor numérico (p. ex., π, 5) e uma
unidade (p. ex., metro quadrado).
Muitas noções que antes eram
consideradas somente sob o aspecto

3.0.2
Variáveis de Processo

2. Tipos das Quantidades finais do produto e podem estar


relacionadas com a qualidade do produto.
As quantidades possuem Elas deixam de ser importantes assim que
características comuns que permitem os produtos são feitos. Elas independem
agrupá-las em diferentes classes, sob da quantidade do produto e por isso são
diferentes aspectos. intensivas. As variáveis de energia
Quanto aos valores assumidos, as incluem temperatura e pressão.
quantidades podem ser variáveis ou As variáveis das propriedades das
constantes, contínuas ou discretas. substâncias são específicas e
Sob o ponto de vista termodinâmico, características das substâncias. Todas as
as variáveis podem ser intensivas ou grandezas específicas são intensivas. Por
extensivas. ou podem ser variáveis de definição, o valor específico é o valor da
quantidade ou de qualidade. variável por unidade de massa. Por
Com relação ao fluxo de energia manipulada, as exemplo, energia específica, calor
variáveis podem ser pervariáveis ou transvariáveis. específico e peso específico. As principais
Sob o ponto de vista de função, as variáveis de propriedade são: a
variáveis podem ser independentes ou densidade, viscosidade, pH,
dependentes. condutividade elétrica ou térmica, calor
Obviamente, estas classificações se específico, umidade absoluta ou relativa,
superpõem; por exemplo, conteúdo de água, composição química,
1. a temperatura é uma quantidade explosividade, flamabilidade, cor,
variável contínua de energia intensiva, opacidade e turbidez.
transvariável;
2. a corrente elétrica é uma variável 2.2. Extensivas e Intensivas
contínua de quantidade, extensiva e
O valor da variável extensiva depende
pervariável.
da quantidade da substância. Quanto
Para se medir corretamente uma
maior a quantidade da substância, maior é
quantidade é fundamental conhecer todas
o valor da variável extensiva. Exemplos de
as suas características. A colocação e a
variáveis extensivas: peso, massa,
ligação incorretas do medidor podem
volume, área, energia.
provocar grandes erros de medição e até
O valor da variável intensiva independe
danificar perigosamente o medidor.
da quantidade da substância. Em um
Na elaboração de listas de
sistema com volume finito, os valores
quantidades do processo que impactam a
intensivos podem variar de ponto a ponto.
qualidade do produto final é também
As variáveis de energia e das
necessário o conhecimento total das
propriedades das substâncias são
características da quantidade.
intensivas, porque independem da
quantidade da substância. Exemplos de
2.1. Energia e Propriedade
variáveis intensivas: pressão,
As variáveis de quantidade e de taxa temperatura, viscosidade e densidade.
de variação se relacionam diretamente
com as massas e os volumes dos 2.3. Pervariáveis e Transvariáveis
materiais armazenados ou transferidos no
Uma pervariável ou variável através
processo. As variáveis extensivas
(through) é aquela que percorre o
independem das propriedades das
elemento de um lado a outro. Uma
substâncias. Elas determinam a eficiência
pervariável pode ser medida ou
e a operação em si do processo. As
especificada em um ponto no espaço.
variáveis de quantidade incluem volume,
Exemplos: força, momento, corrente
energia, vazão, nível, peso e velocidade
elétrica e carga elétrica.
de maquinas de processamento.
Uma transvariável ou variável entre
As variáveis de energia se relacionam
dois pontos (across) é aquela que existe
com a energia contida no fluido ou no
entre dois pontos do elemento. Para medir
equipamento do processo. Elas podem
ou especificar uma transvariável são
determinar indiretamente as propriedades
necessários dois pontos no espaço,

3.0.3
Variáveis de Processo

usualmente um ponto é a referência. continuamente, porém, quando há


Exemplos: deslocamento, velocidade, alteração de montagem, o novo valor da
temperatura e tensão elétrica. altura é considerado na calibração do
Todos os objetos em um sistema instrumento.
dinâmico envolvem uma relação definida O objetivo do controle de processo é o
entre uma transvariável e uma pervariável. de manter constante uma variável ou
Por exemplo, o capacitor, resistor e indutor deixá-la variar dentro de certos limites.
elétricos podem ser definidos em termos Parâmetro é uma quantidade
da relação entre a transvariável tensão e a constante em cada etapa da experiência,
pervariável corrente. mas que assume valores diferentes em
outras etapas. Deve-se escolher os
2.4. Variáveis e Constantes parâmetros mais significativos entre as
várias características do processo. Por
A variável de processo é uma
exemplo, quando se faz uma experiência
grandeza que altera seu valor em função
para estudar o comportamento da pressão
de outras variáveis, sob observação ao
de líquidos em um tanque, usando-se
longo de um tempo. Constante é aquela
líquidos com densidades diferentes entre
cujos valores permanecem inalterados
si, a densidade, constante para cada
durante o tempo de observação e dentro
liquido e diferente entre os líquidos, é
de certos limites de precisão.
chamada de parâmetro.
Por exemplo, seja um tanque cheio de
água. A pressão que a coluna de água
2.5. Contínuas e Discretas
exerce em diferentes pontos verticais é
variável e depende da altura. Porém, ao Variável contínua é aquela que
mesmo tempo, a densidade da água pode assume todos os infinitos valores
ser considerada constante, com um numéricos entre os seus valores mínimo e
determinado grau de precisão, em máximo. Na natureza, a maioria absoluta
qualquer ponto do tanque. Diz-se, então, das variáveis é contínua; a natureza não
que a pressão da água é uma quantidade dá saltos. Uma variável contínua é
variável em função da altura liquida e a medida. Exemplo de uma variável
densidade da água é uma quantidade contínua: a temperatura de um processo
constante em função da altura liquida e do que varia continuamente entre 80 e 125
o
tempo. C.
Pode-se considerar incoerente chamar Variável discreta é aquela que assume
uma variável de constante. Porém, uma somente certos valores separados. Na
quantidade constante é um caso especial prática, as variáveis discretas estão
de uma quantidade variável. A constante é associadas a eventos ou condições. Uma
a variável que assume somente um valor variável discreta é contada. Por exemplo,
fixo durante todo o tempo. Como, na uma chave só pode estar ligada ou
prática, sempre há uma variabilidade desligada. O número de peças fabricadas
natural em qualquer grandeza, deve-se é um exemplo de variável discreta.
estabelecer os limites de tolerância, dentro
dos quais a grandeza se mantém 2.6. Mecânicas e Elétricas
constante.
As quantidades mecânicas são as
Em instrumentação, raramente se
derivadas do comprimento, massa, tempo
mede continuamente uma constante.
e temperatura. São exemplos de
Como ela é constante, basta medi-la uma
quantidades mecânicas:
única vez e considerar este valor em
1. área e volume que dependem
cálculos ou compensações. Por exemplo,
apenas do comprimento.
a diferença de altura do elemento sensor e
2. velocidade e aceleração que
do instrumento receptor influi na pressão
envolvem comprimento e tempo.
exercida pela coluna líquida do tubo
3. força, energia e potência que
capilar. Esta altura é definida pelo projeto,
envolvem massa, comprimento e
mantida na instalação e considerada na
tempo
calibração. Ela não é medida

3.0.4
Variáveis de Processo

4. freqüência que depende apenas do O coulomb (C), unidade de quantidade


tempo. de eletricidade, é a quantidade de
A produção contínua de eletricidade se eletricidade transportada em 1 s por uma
tornou realidade com a invenção da pilha corrente de 1 A.
por Volta, em 1800. A análise dos circuitos O farad (F), unidade de capacitância, é
elétricos começou em 1827, quando a capacitância entre as placas do
George Simon Ohm descobriu a relação capacitor onde aparece uma diferença de
entre tensão, corrente e resistência. Nesta potencial de 1 V quando é carregado por
época as unidades destas grandezas uma quantidade de eletricidade de 1 C.
ainda não eram estabelecidas. Os valores O henry (H), unidade de indutância
de corrente eram medidos com um arranjo elétrica, é a indutância de um circuito
de agulha, compasso e bobina. Os valores fechado em que uma força eletromotriz de
da tensão elétrica eram estabelecidos em 1 V é produzida quando a corrente elétrica
termos de potencial de uma pilha voltaica varia uniformemente à taxa de 1 A/s.
específica. Os valores de resistência eram O weber (Wb), unidade de fluxo
estabelecidos em termos da resistência de magnético, é o fluxo que, ligando um
um comprimento particular de fio de ferro circuito de uma volta produz nele uma
com um diâmetro específico. força eletromotriz de 1 V se for reduzido a
Era evidente a necessidade de zero em uma taxa uniforme de 1 s.
unidades no campo elétrico, relacionadas O tesla (T) é a densidade de fluxo de 1
com as unidades mecânicas já Wb/m2.
estabelecidas, como comprimento massa As principais variáveis envolvidas na
e tempo. Em 1832, Karl Friedrich Gauss indústria de processo são quatro:
mediu a intensidade do campo magnético temperatura (grandeza de base), pressão
da terra em termos de comprimento, (mecânica), vazão volumétrica ou mássica
massa e tempo. Em 1849, Wilhelm (mecânica) e nível (mecânica). Em menor
Kohlraush mediu a resistência em termos freqüência, são também medidas a
destas unidades. Wilhelm Weber, em densidade (mecânica), viscosidade
1851, introduziu um sistema completo de (mecânica) e composição (química).
unidades elétricas baseado em unidades Porém, na instrumentação, são
mecânicas. Estes princípios de Weber manipulados os sinais pneumático
formam a base do sistema atual de (mecânico) e eletrônico. Por causa da
medições elétricas. Em 1861, a instrumentação eletrônica, as quantidades
Associação Britânica para o Avanço da elétricas como tensão, resistência,
Ciência introduziu o ohm padrão, baseado capacitância e indutância se tornaram
no fio de liga platina e prata. muito importantes, pois elas estão ligadas
As unidades elétricas SI derivadas aos instrumentos eletrônicos de medição e
podem ser definidas em função de controle de processo.
quantidades mecânicas.
O volt (V), unidade de diferença de
potencial e força eletromotriz, é a
diferença de potencial entre dois pontos
de um fio condutor conduzindo uma
corrente constante de 1 A, quando a
potência dissipada entre estes pontos é
igual a 1 W.
O ohm (Ω), unidade de resistência
elétrica, é a resistência elétrica entre dois
pontos de um condutor quando uma
diferença de potencial constante de 1 V,
aplicada a estes pontos, produz no
condutor uma corrente de 1 A, o condutor
não sendo fonte de qualquer força
eletromotriz.

3.0.5
Variáveis de Processo

3. Faixa das Variáveis down). Quando a variável atinge os


valores de desligamento, todo o processo
é desligado, para proteger o operador ou
3.1. Faixa e Amplitude de Faixa os equipamentos envolvidos.
O conjunto de todos os valores que Há variáveis que podem assumir
podem ser assumidos pela variável é valores negativos e positivos, em função
chamado de faixa da variável (range). A do processo e da unidade usada. Por
faixa da variável é expressa por dois exemplo, a pressão manométrica pode ter
números: limite inferior (0%) e limite valores positivos e negativos (vácuo).
superior (100%). Porém, a pressão absoluta só pode
O intervalo finito, dado pela diferença assumir valores positivos. A temperatura
algébrica dos dois limites, é chamado de na escala Celsius pode assumir valores
amplitude de faixa da variável (span). A negativos ou positivos; porém, a
amplitude de faixa é expressa por um temperatura absoluta ou termodinâmica só
único número positivo. pode assumir valores positivos, em kelvin.
Por exemplo, a faixa de temperatura
de 15 a 30 oC tem amplitude de faixa de 3.3. Faixa e Desempenho do
15 oC; (30 - 15 oC = 15 oC). A faixa de -15 Instrumento
a 30 oC tem amplitude de faixa de 45 oC;
[30 - (-15) oC = 45 oC]. Em Metrologia, é fundamental se
A faixa de medição sempre vai de 0 a conhecer a faixa calibrada do instrumento
100%, porém o 0% pode ser igual ou e o seu ponto de trabalho, pois
diferente de zero. A terminologia das tipicamente, a precisão do instrumento é
faixas é a seguinte: expressa ou em percentagem do fundo de
0 a 100 oC - faixa normal escala ou em percentagem do valor
10 a 100 oC - faixa com zero medido.
suprimido O instrumento com erro de zero e de
-10 a 100 oC - faixa com zero elevado amplitude de faixa possui precisão
O conceito de faixa com zero elevado expressa em percentagem do fundo de
ou suprimido é particularmente importante escala. Por exemplo, a medição de vazão
na calibração de transmissores de nível. com placa de orifício tem incerteza
expressa em percentagem da vazão
3.2. Limites de Faixa máxima medida ou do fundo de escala.
Instrumento com erro devido apenas à
Na prática, uma variável pode ter amplitude de faixa possui precisão
limites de operação normal e limites de expressa em percentagem do valor
operação anormal. Os limites de operação medido. Por exemplo, transmissor
normal são aqueles assumidos pela inteligente de pressão diferencial, turbina
variável quando não há problemas no medidora de vazão.
controle automático do processo. Quando
há falhas no controle automático e estes
limites são atingidos, geralmente existem
alarmes que chamam a atenção do
operador para assumir o controle manual
do processo. O operador deve levar os
valores da variável novamente para dentro
dos limites de operação normal, atuando
manualmente nos instrumentos e
equipamentos do processo. Quando, por
motivos de falha em algum equipamento
ou instrumento da malha de controle
automático, a variável contínua se
afastando dos limites de operação normal,
geralmente são estabelecidos outros
limites de desligamento (trip ou shut

3.0.6
Variáveis de Processo

4. Função Matemática onde a e b são constantes arbitrárias.


Uma função matemática pode ser
4.1. Conceito representada por:
1. fórmula analítica
A função é uma regra de acordo com a
2. tabela de valores
qual os valores da variável independente
3. gráfico.
correspondem aos valores da variável
Domínio ou definição da função é a
dependente. A função é a lei de
totalidade dos valores que a variável
correspondência entre os valores das
independente pode assumir.
variáveis. A função é uma relação causal.
A função pode ser contínua ou
Podem existir regras para determinar o
discreta. A função é contínua quando a
valor da variável dependente para cada
variação gradual do argumento resulta em
valor do argumento sem relação
variação gradual da função, sem pulos. A
matemática conhecida. Por exemplo, a
função é discreta quando ela possui
temperatura ambiente varia ao longo de
pontos de descontinuidade. A função pode
um dia ou de um ano, de modo aleatório e
ser periódica, quando se repete em
imprevisível.
intervalos definidos. A função pode ser
As variáveis podem ser independentes
constante, quando assume um único valor.
ou dependentes de outras variáveis. As
A função pode assumir valores múltiplos e
variáveis independentes podem se alterar
ser sempre crescente ou decrescente.
arbitrariamente e são também chamadas
de argumentos. Variáveis dependentes
4.3. Função Linear
tem valores determinados pelos valores de
outras variáveis independentes e são A função linear é muito interessante e
também chamadas de funções. comum. A sua forma geral é:
Por exemplo, a área A do círculo
y = ax + b
S = π r2
onde
S é a variável dependente ou função y é a função
r é a variável independente x é o argumento
As funções podem depender de um a e b são parâmetros constantes.
único argumento (área do círculo em A representação gráfica de uma função linear é uma
função do raio) ou de dois ou mais linha reta, onde
argumentos. Por exemplo, a pressão de a é a inclinação da reta
gás com massa constante, p b é o ponto onde a reta corta o eixo y
-b/a é o ponto onde a reta corta o eixo
RT x
p= A linearidade é um dos parâmetros da precisão do
V instrumento. Ser linear é conveniente pois,
1. dois pontos são suficientes para
depende da temperatura (T) e do volume do gás (V) determinar uma reta e por isso, basta
e R é uma constante física. calibrar apenas dois pontos de uma
faixa de calibração,
4.2. Notação 2. é fácil se fazer interpolação e
Quando y é função genérica de x, tem- extrapolação de pontos.
se: Quando se tem uma relação não-linear
é comum e conveniente linearizá-la,
y = f(x) através da função matemática inversa. Por
exemplo, na medição da vazão com placa
onde x pode assumir certos valores particulares. de orifício, onde a pressão diferencial
Quando a função é conhecida, tem-se: gerada pela placa é proporcional ao
quadrado da vazão, usa-se o extrator de
y = ax + b (linear) raiz quadrada para tornar linear a relação
entre a pressão diferencial e a vazão.

3.0.7
Variáveis de Processo

pelo valor zero intermediário. Quando o


coeficiente é zero, não há correlação entre
as duas variáveis e elas são totalmente
y independentes. O coeficiente de
correlação +1 indica uma correlação
positiva perfeita, quando uma variável é
linear e diretamente proporcional a outra;
quando uma aumenta a outra também
y2 aumenta. O coeficiente de correlação -1
indica uma correlação negativa perfeita,
onde uma variável é inversamente
proporcional a outra; quando uma
y1
aumenta a outra diminui linearmente.
Deve-se distinguir claramente entre a
a x relação determinística (função
0 matemática), onde não há exceção
b x1 x2 alguma e a dependência correlativa
(correlação), onde há muitas exceções
que contradizem a relação, mas que não
Fig. 3. Função linear y = ax + b afetam a validade geral da inferência de
probabilidade.

4.4. Correlação
Correlação é a relação entre duas
variáveis aleatórias que não é função
determinística. Por exemplo, a relação
entre o peso e a altura das pessoas é uma
correlação. O peso não depende
unicamente da altura da pessoa. Se o
peso fosse função apenas da altura, todas
as pessoas mais altas seriam mais
pesadas que as mais baixas. Mas, na
realidade, pessoas de mesma altura tem
pesos diferentes e pessoas com alturas
diferentes podem ter pesos iguais. Mesmo
com tantas exceções, há uma correlação
entre a altura e o peso das pessoas, e de
um modo geral, as pessoas mais altas
pesam mais que as pessoas mais baixas.
Outro exemplo, é a correlação entre o
ato de fumar e a duração da vida das
pessoas. Quando se diz que o fumo reduz
a duração da vida de uma pessoa,
também há um correlação ou dependência
correlativa, porque, embora haja muitas
exceções, experimentalmente se verifica
que a vida média dos não-fumantes é
maior do que a dos fumantes, quando se
considera a distribuição da probabilidade
da duração da vida.
Define-se como coeficiente de correlação
a medida da interdependência entre duas
variáveis. O coeficiente varia
continuamente entre +1 e -1, passando  Apostilas\Instrumentação 30Variáveis.doc 14 DEZ 98 (Substitui 10 FEV 94)

3.0.8
3.1
Pressão
newton por metro quadrado é estranha
1. Conceitos Básicos mesmo para técnicos e engenheiros.
Assim que o pascal seja aceito e
entendido, fica fácil lidar com as pressões
1.1. Definição extremas de vácuo a altíssimas pressões.
Pressão é força por unidade de área. A
pressão é uma quantidade derivada da
força (massa vezes comprimento por
tempo ao quadrado) e da área A (m2)
(comprimento ao quadrado).
Dimensionalmente, tem-se

[P] = [M][T-2][L-1] P (N/m2) F (N)

onde
[P] é a dimensão de pressão
[M] é a dimensão de massa
[T] é a dimensão de tempo (a) Pressão em tanque
[L] é a dimensão de comprimento
A pressão do fluido é transmitida com F (N)
igual intensidade em todas as direções e A (m2)
age perpendicular a qualquer plano.

1.2. Unidades
A unidade SI para pressão é o pascal P (N/m2)
(Pa).
1 pascal é a pressão de uma força de 1
newton exercida numa superfície de 1 (b) Pressão em tubulação
metro quadrado. Fig. 1.1. Conceito de pressão
O pascal é uma unidade muito
pequena. Um pascal equivale à pressão
exercida por uma coluna d'água de altura A grande vantagem do uso do pascal,
de 0,1 mm. Ela equivale a pressão de uma no lugar do psi (lbf/in2), kgf/cm2 e mm de
cédula de dinheiro sobre uma superfície coluna liquida é que o pascal não depende
plana. Na prática, usa-se o kilopascal (kPa) da aceleração da gravidade do local e da
e o megapascal (MPa). densidade do liquido. A gravidade não está
A área que causou (e ainda causa) envolvida na definição de pascal. O pascal
mais confusão na mudança para unidades tem o mesmo valor em qualquer lugar da
SI foi a medição de pressão. A nova Terra, enquanto as unidades como psi,
unidade de pressão, pascal, definida como

3.1.1
Pressão

kgf/cm2 e mm H2O dependem da 1.3. Tipos


aceleração da gravidade do local.
As medições de vazão são geralmente
O pascal é também usado para
classificadas como pressão manométrica,
expressar a tensão mecânica e o módulo
de elasticidade dos materiais. Porém, os pressão absoluta ou pressão diferencial.
Para evitar confusão, é conveniente
altos valores de tensão mecânica são
colocar o sufixo na unidade, para cada tipo
dados em megapascals (MPa) e os valores
de medição: manométrica (g), absoluta (a)
de módulo de elasticidade em gigapascals
ou diferencial (d).
(GPa).
Em Instrumentação, também se usam o Pressão manométrica
bar e o milibar (mbar). É também comum
A pressão manométrica (gauge) é
se usar altura de coluna d'água ou de
referida a pressão atmosférica. Ela pode
mercúrio para expressar pequenas
assumir valores positivos (maiores que o
pressões. Dimensionalmente é errado
da pressão atmosférica) e negativos,
expressar a pressão em comprimento de
também chamado de vácuo. A maioria dos
coluna líquida, mas subentende-se que a
instrumentos industriais mede a pressão
pressão de 100 mm H2O significa a
manométrica.
pressão igual à pressão exercida por uma
coluna de água com altura de 100 mm. Pressão absoluta
Em Instrumentação é comum ainda se
A pressão absoluta é a pressão total,
usar psi (pound square inch) como unidade
incluindo a pressão atmosférica e referida
de pressão, às vezes, modificada como
ao zero absoluto. Ela só pode assumir
psig e psia, para indicar respectivamente
valores positivos. Mesmo quando se
pressão manométrica (gauge) e absoluta.
necessita do valor da pressão absoluta,
Na borracharia da esquina, a calibração
usa-se o medidor de pressão manométrica
dos pneus é expressa em psi, mas se fala
que é mais simples e barato, bastando
simplesmente libra, que é o modo
acrescentar o valor da pressão atmosférica
preguiçoso de dizer libra-força por
ao valor lido ou transmitido. Só se deve
polegada quadrado. O sugerido pelo SI é
usar o medidor com elemento sensor
pedir ao borracheiro para calibrar o pneu
absoluto para faixas próximas a pressão
com 169 kPa, em vez de 26 libras.
atmosférica; por exemplo, abaixo de 100
kPa.
Tab. 7. Unidades de Pressão
Unidade não SI Unidade SI Pressão medida
1 atmosfera normal 1,013 25 x 105 Pa
1 atmosfera técnica 9,806 65 x 104 Pa
1 bar 1,000 00 x 105 Pa Pressão manométrica
2
1 kgf/cm 9,806 65 x 104 Pa
1 mm H2O 9,806 65 Pa Pressão Atmosférica
1 mm Hg 133,322 Pa
1 psi 6,894 76 x 103 Pa Vácuo ou pressão manométrica negativa
Pressão absoluta
1 torricelli 1,333 22 x 102 Pa
Pressão medida Pressão atmosférica

Pressão absoluta

Zero Absoluto

Fig. 1.2. Conceitos e tipos de pressão

3.1.2
Pressão

Pressão atmosférica Pressão de vapor


A pressão atmosférica é a pressão Quando há evaporação dentro de um
exercida pelos gases da atmosfera espaço fechado, a pressão parcial criada
terrestre e foi a primeira pressão a ser pelas moléculas do vapor é chamada de
realmente medida. pressão de vapor. A pressão de vapor de
um liquido ou sólido é a pressão em que
Pressão faixa composta há equilíbrio vapor-líquido ou vapor-sólido.
É aquela que tem pressões de vácuo e A pressão de vapor depende da
pressões positivas em sua faixa de temperatura e aumenta quando a
medição. Por exemplo, a faixa de -200 a temperatura aumenta. Esta função entre a
200 mm H2O. pressão de vapor e a temperatura é a base
da medição da temperatura através da
Pressão diferencial medição da pressão de vapor de liquido
A pressão diferencial é a diferença volátil (classe SAMA II)
entre duas pressões, exceto a pressão
atmosférica. O transmissor de pressão 2. Medição da Pressão
diferencial para a medição de vazão e de
nível é simultaneamente sensível e
robusto, pois deve ser capaz de detectar 2.1. Objetivos da medição
faixas de pressão diferencial da ordem de
A medição e o controle da pressão
centímetros de coluna d'água e suportar
servem para atender algum ou vários dos
pressão estática de até 400 kgf/cm2.
seguintes objetivos
Pressão dinâmica 1. a proteção de equipamento,
A pressão dinâmica da tubulação é a 2. a proteção de pessoal,
pressão devida a velocidade do fluido ( 3. a medição de outra variável, por
1/2 p v2). Chamada de pressão de impacto. inferência,
4. o controle do processo, para a
Pressão estagnação obtenção do produto dentro das
A pressão de estagnação é obtida especificações exigidas.
quando um fluido em movimento é São disponíveis comercialmente vários
desacelerado para a velocidade zero, em elementos sensores de pressão. Os
um processo sem atrito e sem critérios de escolha devem considerar os
compressão. Matematicamente, ela é igual aspectos econômicos e técnicos do
a soma da pressão estática e da pressão processo.
dinâmica. Tem-se a pressão de Sob o ponto de vista de custos, devem
estagnação na parte central do medidor ser considerados os custos da instalação,
tipo pitot. da manutenção, da energia, além do custo
inicial do instrumento.
Pressão estática Como critérios técnicos, devem ser
A pressão estática do processo é a considerados a faixa da medição, a
pressão transmitida pelo fluido nas aplicação do sistema e as condições do
paredes da tubulação ou do vaso. Ela não processo O primeiro ponto a esclarecer é
varia na direção perpendicular a tubulação, qual o tipo da pressão a ser medida, se
quando a vazão é laminar. absoluta, manométrica ou relativa. Depois
os valores máximo e mínimo da faixa, a
Pressão hidrostática largura da faixa e finalmente o grau de
Pressão hidrostática é a pressão preciso, a repetitividade, a rangeabilidade
exercida por líquidos no interior de vasos e e outros parâmetros associados ao
tanques. Neste caso, a pressão é normal à desempenho.
superfície que contem o líquido. No mesmo A escolha do mecanismo básico de
plano horizontal, as pressões em um medição da pressão depende da aplicação
líquido são iguais do sistema indicação local, indicação
remota, controle, alarme, proteção.
Existem elementos sensores que são

3.1.3
Pressão

limitados quanto ao torque mecânico, ao 1. os sensores mecânicos sentem a


movimento, ao espaço e não podem ser variável de processo e geram na
usados em sistemas que requerem saída uma força ou um
transmissão remota. deslocamento mecânico;
Como o elemento sensor da pressão 2. os sensores eletrônicos sentem a
fica em contato direto com o processo ou a variável de processo e geram na
pressão entra dentro do elemento sensor, saída uma militensão ou alteram o
é importante considerar o grau de valor de um parâmetro passivo,
corrosão, toxidez e sujeira do fluido do como resistência elétrica,
processo, para a escolha adequada do capacidade, indutância.
material de construção do elemento. As
vezes, deve-se usar o selo de pressão 2.2. Padrões de calibração
para isolar o fluido do processo do
Os padrões industriais para calibração
elemento sensor.
de pressão dependem da faixa medida,
desde vácuo médio (10-1 mm Hg) até 103
MPa. Para pressões na faixa de 10-1 a 10-3
mm Hg, o indicador de vácuo McLeod é o
padrão. Para pressões menores que 10-3,
usam-se técnicas especiais envolvendo
vazão através de sucessivos orifícios
precisos e o manômetro McLeod.
Bomba padrão de peso morto
O manômetro ou bomba de tempo
morto opera sob o princípio de se suportar
um peso (força) conhecido por meio de
uma pressão agindo sobre uma área
Fig. 1.6. Transmissor de pressão diferencial e conhecida. Isso satisfaz a definição de um
sensor padrão primário baseado em massa,
comprimento e tempo. Os pesos para um
dado instrumento de teste são
Em muitos processos as variáveis normalmente identificados em termos de
pressão e temperatura são dependentes, e pressão, em vez de peso.
por isso deve-se conhecer a faixa da
temperatura na medição da pressão.
Quando a temperatura é elevada, exige-se
que o instrumento fique afastado do
processo, principalmente quando o
instrumento é eletrônico. Para resolver
este problema, usa-se um tubo capilar de
ligação e selagem.
Ainda com relação ao processo, é
importante definir a exigência de proteção
de sobre faixa (over range). Há elementos
sensores que naturalmente apresentam
Fig. 1.3. Bomba de peso morto
proteção para sobre faixa; eles são
especificados para operar em uma faixa
O manômetro a pistão ou peso morto é
normal de trabalho e podem ser
usado como padrão para a calibração de
submetidos a pressões mais elevadas,
manômetros industriais. O instrumento a
durante curtos períodos de tempo de
ser calibrado é ligado a uma câmara cheia
situações anormais.
de fluido cuja pressão pode ser ajustada
Os sensores podem ser divididos em
por uma bomba ou válvula. A câmara
duas grandes categorias mecânicos e
também se liga com um pistão vertical em
eletrônicos

3.1.4
Pressão

que vários pesos padrão são aplicados. A usa-se o manômetro da coluna em U. O


pressão é lentamente aumentada até que uso da coluna líquida para a medição de
o pistão e os pesos pareçam flutuar, no pressão se baseia no princípio que uma
ponto em que a pressão manométrica do pressão aplicada suporta uma coluna
fluido é igual ao peso morto suportado pelo líquida contra a atração gravitacional.
pistão, dividido por sua área. Para maiores Quanto maior a pressão, maior a coluna
precisões, tomam-se cuidados especiais, líquida suportada.
como a diminuição do atrito entre o pistão A unidade de pressão da coluna líquida
e o cilindro, diminuição da área entre o é o comprimento. Mesmo que o
cilindro e pistão, correção dos efeitos da comprimento não seja reconhecido pelas
temperatura, correção dos efeitos de normas ISO como unidade de pressão, por
deslocamento (buoyancy) do ar e do meio uma questão de conveniência e tradição,
da pressão, condições da gravidade local, ele ainda é muito usado para medir
diferenças das alturas. pequenas pressões.
O método do peso morto só poderia A área da seção transversal do tubo
medir pressões acima da pressão não afeta a medição e por isso pode ser
correspondente ao peso morto colocado não-uniforme. Em um determinado local,
(pressão de tara). Esta dificuldade é com g constante e conhecido, a
superada através de um arranjo físico sensitividade depende somente da
especial. densidade do fluido. Água e mercúrio são
A bomba de peso morto depende da os líquidos mais usados; a água por ser o
aceleração da gravidade. Para um trabalho mais disponível e o mercúrio por ter uma
preciso, a gravidade sob a qual a bomba altíssima densidade e como conseqüência,
está sendo usada como padrão deve ser implicar em pequenas alturas de coluna.
considerada. Se uma bomba de peso
morto e a massa padrão de 1 kilograma
são transportados ao redor do mundo, a
pressão gerada em cada ponto da terra
variará com a variação da aceleração da
gravidade. O mesmo se aplica a unidades
como altura de coluna líquida. A força no
fundo de cada coluna é proporcional à
altura, densidade e aceleração da
gravidade. A variação da aceleração da
gravidade em redor do mundo é
aproximadamente de ±0,1%. Isto pode ser
desprezível em muitas aplicações práticas,
porém, quando se tem transmissores com Fig. 1.4. Colunas e manômetro digital de
precisão especificada de ±0,25%, deve-se precisão
considerar os efeitos da diferença da
gravidade induzida.
A bomba de peso morto permite Para melhorar a precisão devem ser
calibrações na faixa de 104 a 5 x 106 Pa considerados os seguintes parâmetros:
(0,1 a 50 bar) até 2 x 105 a 108 Pa (2,0 a 1. a expansão da escala graduada
1000 bar), com incertezas da ordem de ± 2. valor exato do g local
0,03% da pressão indicada com dados 3. não verticalidade do tubo
certificados fornecidos e rastreáveis com o 4. dificuldade da leitura do menisco do
laboratório nacional. Com cuidado, ela liquido formado pela capilaridade.
pode manter sua precisão durante longo 5. densidade do fluido cuja pressão
período de tempo. está sendo medida. Isto ainda
depende da temperatura e da
Coluna líquida em U pressão. No caso de gases, depende
Para padrão de pressão pequena, também do conteúdo da umidade.
principalmente para calibração de
instrumentos de medição de vazão e nível,

3.1.5
Pressão

Para trabalho de alta precisão, todos de Manômetro de Processo. É usado para


estes fatores devem ser considerados. a medição contínua do processo.
Tipicamente, para uma coluna d'água: Outros manômetros, com classes A, B,
1. uma diferença de temperatura de 16 C e D, tem precisões respectivas de ±1%,
oC varia o fator de conversão para ±2%, 3-4% e 5% do fundo de escala.
pascal de 0,18%.
2. diferenças devidas a gravidade são
cerca de 0,1%.
3. o fator devido à densidade do ar é de
0,12%.
Com tais cuidados, pode-se ter
precisão de até 0,01 mm Hg. Quando se
usa coluna d'água para medir pressões
diferenciais em altas pressões estáticas
(ordem de 100 atmosferas), o erro devido
ao desprezo da densidade do ar é da
ordem de 10%.
O manômetro da coluna U pode ter
várias formas, para aumentar sua precisão,
Fig. 1.5. Manômetro padrão (Wallace & Tierner)
como manômetro com poço, com escala
inclinada e com micrômetro.
Manômetro de precisão Quanto maior a precisão do
Em instrumentação, é também comum manômetro, maior é o seu custo, mais
usar manômetros para calibrar outros cuidado se requer em seu manuseio e
manômetros. A ANSI, por exemplo, maior freqüência de recalibração é
classifica os manômetros em sete classes necessária para manter sua precisão. Os
de precisão. manômetros de pior precisão geralmente
O manômetro mais preciso (classe são substituídos, quando quebrados, em
vez de serem consertados.
ANSI 4A) tem precisão de ±0,1% do fundo
O uso de manômetro de alta precisão
de escala. Eles tem diâmetro de 12 ou 16".
com bourdon como padrão secundário ou
Eles necessariamente devem ter grande
de teste é conveniente e prático. Ele deve
tamanho físico, para possibilitar a leitura de
ter um certificado indicando o erro real, de
0,1%. Estes manômetros tem
modo que se possa aplicar a correção
compensação de temperatura. Eles devem
adequada. Porem, ele é sujeito a desgaste
ser manuseados com cuidado para
e requer calibrações freqüentes.
preservar a precisão. Quando usando
manômetros de faixa pequena com líquido
como meio de pressão, o efeito da altura
2.3. Sensores Mecânicos
líquida entre a fonte de pressão e o dentro A pressão é determinada pelo balanço
do manômetro deve ser considerado. É de um sensor contra uma força
chamado de Manômetro de Precisão de desconhecida. Isto pode ser feito por outra
Laboratório. pressão (balanço de pressão) ou força
O manômetro com classe 3A é (balanço de força).
calibrado para uma precisão de ±0,25% do Os sensores a balanço de força mais
fundo de escala. Ele tem diâmetro de 6". usados são aqueles que requerem
Geralmente não tem compensação de deformação elástica, como bourdon,
temperatura e deve ser usado em espiral, helicoidais, foles e diafragmas. Os
temperaturas próximas de 23 oC. É sensores a balanço de pressão mais
chamado de Manômetro de Teste. conhecidos são o manômetro de coluna
O manômetro com classe 2A, com líquida e o detector de peso morto.
precisão de ±0,5% do fundo de escala,
também com diâmetro de 4 1/2" e sem
compensação de temperatura, é chamado

3.1.6
Pressão

Tubo bourdon C A precisão dos dispositivos é uma


O tubo Bourdon é o mais comum e função do diâmetro do tubo Bourdon, da
antigo elemento sensor de pressão, que qualidade do projeto e dos procedimentos
sofre deformação elástica proporcional à de calibração. Ela varia de ± 0,1% a ± 5%
pressão. Este elemento não é adequado da amplitude de faixa, com a maioria
para baixas pressões, vácuo ou medições caindo na faixa de ± 1%.
compostas (pressões negativa e positiva),
porque o gradiente da mola do tubo
Bourdon é muito pequeno para medições
de pressões menores que 200 kPa (30
psig) .
Os materiais usados para a confecção
dos tubos Bourdon incluem Ni-Span C,
bronze, monel, ligas (Be-Cu) e aços
inoxidáveis (316 e 304) e sua escolha (a) Simples (b) Dupla
depende da faixa de pressão a ser medida. Fig. 1.8. Sensor de pressão tipo espiral
Usam-se materiais de Teflon® ou nylon®
Os tubos Bourdon podem ser secos ou
cheios de algum líquido (e. g., glicerina).
O tubo Bourdon-C pode também ser
em um transmissor de balanço de força. A
pressão aplicada ao tubo tende a "retifica-
lo". O tubo transmite a força resultante
para a extremidade inferior da barra de
força do transmissor. O mecanismo do
para minimizar os desgastes e as folgas.
transmissor de balanço de força pode
incorporar um mecanismo de proteção de
sobre faixa (overrange). Basta colocar um
limitador do movimento da barra de força.
Fig. 1.7. Bourdon C e mecanismos associados
Há proteção de 150% de sobre faixa.
O formato do tubo Bourdon é também
A pressão de processo a ser medida é variável e dependente da faixa de pressão
ligada na extremidade do tubo através de medida tipo C, espiral, helicoidal e a hélice
um soquete enquanto que a outra de quartzo fundido.
extremidade é selada hermeticamente. Por Diafragma
causa da diferença entre os raios interno e
externo, o tubo Bourdon-C apresenta áreas Os sensores de pressão cujo
diferentes para a pressão, logo, as forças funcionamento depende da deflexão de um
exercidas são diferentes e tendem a tornar diafragma são usados, há mais de um
reto o tubo C. Obviamente, a faixa de século. Nos últimos anos, os efeitos da
pressão medida deve ser conveniente de histerese elástica, atrito e desvio foram
modo a provocar deformações elásticas reduzidos, conseguindo-se precisões de
reversíveis. Quando se aplica uma pressão até ± 0,1% da amplitude de faixa. Novos
excessiva, o tubo se deforma materiais com melhores qualidades
definitivamente e pode haver até ruptura elásticas tem sido usados, como ligas de
do tubo. Berílio-Cobre e com pequenos coeficientes
O movimento do tubo-C é não linear e térmicos tais como ligas de Niquel-Span C.
deve-se projetar um sistema de Quando se tem duras condições de
acoplamento mecânico para linearizar este trabalho, temperaturas extremas e
movimento com a pressão medida. Isto é atmosferas corrosivas, os materiais usados
conseguido através do sistema do ângulo são Incomel e aço inoxidável 304 e 316.
caminhante, do pinhão, do pivô e de
engrenagens ou setores de engrenagens
(cams).

3.1.7
Pressão

(a) tomada convencional (b) tomada com flange


Fig. 1.11. Transmissores de pressão
Fig. 1.9. Transmissor de pressão com espiral

O diafragma é flexível, liso ou com Coluna Líquida


corrugações concêntricas, feito de uma O sistema de balanço de pressão mais
lâmina metálica com dimensões exatas. As simples é o manômetro ou indicador de
vezes, usam-se dois diafragmas, soldados pressão com coluna líquida. O princípio de
juntos pelas extremidades, constituindo funcionamento é simples a pressão criada
uma cápsula. Fazendo-se o vácuo destas pela coluna do líquido é usada para
cápsulas, consegue-se a detecção da balancear a pressão a ser medida. A
pressão absoluta. leitura da coluna líquida dá o valor da
A sensibilidade da cápsula ou do pressão desconhecida medida. A pressão
diafragma aumenta proporcionalmente ao exercida num ponto do líquido é igual à
seu diâmetro. Quanto maior a cápsula ou o densidade do líquido multiplicada pela
diafragma, menores faixas e diferenças de altura da coluna de líquido acima do ponto.
faixa de pressão podem ser medidas. O líquido mais usado no enchimento da
Os diafragmas podem ser usados em coluna é o mercúrio por ter alta densidade
unidades de transmissão e controle a base e portanto exigir colunas pequenas. As
de balanço de movimento e de força. características desejáveis do líquido são
1. ser quimicamente inerte e
compatível com o meio do
processo,
2. ter interface visível e clara, sem
revestir a superfície do vidro,
3. ter tensão superficial pequena para
minimizar efeitos capilares,
4. ser fisicamente estável, não volátil
(a) Diafragma (b) Fole sob as condições de temperatura e
duplo vácuo de trabalho,
Fig. 1.10. Sensores de pressão 5. não congelar em baixas
temperaturas,
6. ter densidade constante com
Fole temperatura e pressão.
Em geral, o fole transmite maior força e Os fluidos normalmente usados
pode detectar pressões levemente maiores possuem faixa de densidade relativa entre
que a cápsula de diafragma. As 0,8 (álcool) e 13,6 (mercúrio).
desvantagens do fole são sua dependência Dentro da categoria dos manômetros
das variações da temperatura ambiente e visuais há uma grande variedade de
sua fragilidade em ambientes pesados de barômetros: tubo-U e tubo inclinado.
trabalho. Como a cápsula de diafragma, o
fole pode ser usado para medir pressões
absolutas e relativas e em sistemas de
balanço de movimentos ou de forças.

3.1.8
Pressão

.5. Seleção do Sensor


Para selecionar um sistema de
pressão, deve-se
1. determinar a função desejada
indicação local ou remota, registro,
controle, proteção, alarme,
Fig. 1.12. Diferentes colunas líquidas 2. determinar a faixa de pressão de
trabalho, valor máximo, amplitude
de faixa composta, pressão
2.4. Sensores Elétricos absoluta ou relativa,
3. consultar tabela de elementos,
Os sensores de pressão eletrônicos selecionando o tipo e material
podem ser de todos tipos distintos ativos e tecnicamente adequado e
passivos. O sensor ativo é aquele que economicamente vantajoso,
gera uma militensão sem necessitar de 4. considerar a natureza do fluido do
nenhuma polarização ou alimentação. O processo e comparar o que é mais
sensor eletrônico passivo é aquele que vantajoso usar elemento sensor de
varia a resistência, capacitância ou material especial não corrosivo
indutância em função da pressão aplicada. (obviamente mais caro) ou usar
Ele necessita de uma tensão de elemento sensor padronizado e selo
alimentação para funcionar. especial. Considerar, neste caso, os
Cristal piezoelétrico custos da instalação do selo, a
segurança e a manutenção.
O cristal piezoelétrico é um elemento
sensor de pressão eletrônico que gera uma
militensão em função da pressão mecânica
aplicada. Na prática, ele é pouco usado em
3. Acessórios
medições industriais, por causa de seu alto
custo. Ele é tipicamente usado em agulhas 3.1. Selo Químico
de toca-discos.
As funções principais de um selo são
Strain gauge as de
O strain gauge é elemento sensor de 1. proteger o fluido de processo de
pressão eletrônico mais usado. Ele varia congelamento e endurecimento
sua resistência elétrica quando submetido devidos às variações da
à pressão positiva (compressão) ou temperatura.
negativa (descompressão). O strain gauge 2. isolar materiais de processo
pode ser usado para medir torque, peso, venenoso, tóxico, corrosivo, mal
velocidade, aceleração, além da pressão. cheiroso do sensor de pressão que
O strain gauge é ligado ao circuito detector é de material de construção padrão,
clássico da Ponte de Wheatstone, que não compatível com o fluido do
requer a tensão de polarização em processo.
corrente contínua ou alternada. 3. evitar que fluidos viscosos e sujos
entrem e entupam o elemento
detector de pressão.
As características do líquido de
selagem devem ser
1. líquido não-compressível, para
transmitir a pressão.
2. pequeno coeficiente de temperatura
3. baixa viscosidade para operar
mesmo em baixas temperaturas
(a) Esquema simplificado (b) Montagem 4. quimicamente estável, mesmo em
Fig.2.13. Strain gauge altas temperaturas

3.1.9
Pressão

3.2. Pressostato
O pressostato é uma chave elétrica
acionada pela pressão, usado para
energizar ou desenergizar circuitos
elétricos, como uma função da relação
entre a pressão de processo e um valor
ajustado pré-determinado.

Fig. 1.14. Selos de pressão

As três partes principais de um selo


padrão são as seguintes
1. recipiente superior, em contato
com o líquido de selagem e
colocado na atmosfera não
corrosiva, de material padrão, não
especial. As vezes, possui um
parafuso para enchimento do selo. Fig. 1.15. Pressostato
2. cápsula de diafragma, cheia com
líquido de selagem. Está em
contato com o fluido corrosivo do Os pressostatos são disponíveis para
processo e por isso deve ser de detectar pressão absoluta, composta,
metal resistente a corrosão ou manométrica ou diferencial, com precisões
revestido de Teflon® ou KEL-F®. A típicas de ±0,5% da amplitude de faixa e
parte superior e a cápsula podem mudar o estado de um contato (geralmente
ser removidas sem desconectar a elétrico), na saída.
parte inferior, possibilitando ao O conjunto de chaveamento elétrico
operador limpar o conjunto sem pode ser chave a mercúrio ou microswitch
reencher a unidade. mecânica liga-desliga. A chave de
3. recipiente inferior, em contato mercúrio não contém partes mecânicas
direto com o fluido do processo, móveis e deve ser usada em lugares livres
deve ser de metal ou plástico de vibrações e montada em nível.
resistente à corrosão. Pode haver A faixa ajustável é a faixa de pressão
uma conexão para permitir a purga dentro da qual o ponto de ajuste pode ser
contínua ou intermitente do fluido. referido. O ponto de ajuste é a pressão que
Os selos podem ser soldados, atua a chave para abrir ou fechar um
aparafusados ou flangeados nas linhas de circuito elétrico. O pressostato pode atuar
processo. em seu ponto de ajuste pelo aumento da
pressão (PSH) ou pela sua diminuição
(PSL).
As características elétricas de um
pressostato típico são: 115 V, com
correntes de 0,3 a 10A em corrente
continua ou alternada.

Apostila\Instrumentação Pressão.doc 26 ABR 97 (Substitui 16 ABR 95)

3.1.10
3.2
Temperatura
expandido ou contraído. Depois, aqueça
1. Conceitos Básicos os materiais em outra temperatura
determinada e repetível e coloque uma
nova marca, como antes. Agora, se iguais
1.1. Definições divisões são feitas entre estes dois pontos,
a leitura da temperatura determinada ao
A temperatura é uma quantidade de
longo da região calibrada deve ser igual,
base do SI, conceitualmente diferente na
mesmo se as divisões reais nos
natureza do comprimento, tempo e massa.
comprimentos dos materiais sejam
Quando dois corpos de mesmo
diferentes.
comprimento são combinados, tem-se o
Um aspecto interessante da medição
comprimento total igual ao dobro do
de temperatura é que a calibração é
original. O mesmo vale para dois
consistente através de diferentes tipos de
intervalos de tempo ou para duas massas.
fenômenos físicos. Assim, uma vez se
Assim, os padrões de massa,
tenha calibrado dois ou mais pontos
comprimento e tempo podem ser
determinados para temperaturas
indefinidamente divididos e multiplicados
específicas, os vários fenômenos físicos
para gerar tamanhos arbitrários. O
de expansão, resistência elétrica, força
comprimento, massa e tempo são
eletromotriz e outras propriedades físicas
grandezas extensivas. A temperatura é
termais, irá dar a mesma leitura da
uma grandeza intensiva. A combinação de
temperatura.
dois corpos à mesma temperatura resulta
A lei zero da termodinâmica estabelece
exatamente na mesma temperatura.
que dois corpos tendo a mesma
A maioria das grandezas mecânicas,
temperatura devem estar em equilíbrio
como massa, comprimento, volume e
termal. Quando há comunicação termal
peso, pode ser medida diretamente. A
entre eles, não há troca de coordenadas
temperatura é uma propriedade da energia
termodinâmicas entre eles. A mesma lei
e a energia não pode ser medida
ainda estabelece que dois corpos em
diretamente. A temperatura pode ser
equilíbrio termal com um terceiro corpo,
medida através dos efeitos da energia
estão em equilíbrio termal entre si. Por
calorífica em um corpo. Infelizmente estes
definição, os três corpos estão à mesma
efeitos são diferentes nos diferentes
temperatura. Assim, pode-se construir um
materiais. Por exemplo, a expansão termal
meio reprodutível de estabelecer uma
dos materiais depende do tipo do material.
faixa de temperaturas, onde temperaturas
Porém, é possível obter a mesma
desconhecidas de outros corpos podem
temperatura de dois materiais diferentes,
ser comparadas com o padrão, colocando-
se eles forem calibrados. Esta calibração
se qualquer tipo de termômetro
consiste em se tomar dois materiais
sucessivamente no padrão e nas
diferentes e aquecê-los a uma
temperaturas desconhecidas e permitindo
determinada temperatura, que possa ser
a ocorrência do equilíbrio em cada caso.
repetida. Coloca-se uma marca em algum
Isto é, o termômetro é calibrado contra um
material de referência que não tenha se

3.2.1
Temperatura

padrão e depois pode ser usado para ler kelvin, porem as escalas estão defasadas
temperaturas desconhecidas. Não se quer de 273,15. A temperatura Celsius (Tc)
dizer que todas estas técnicas de medição está relacionada com a temperatura kelvin
de temperatura sejam lineares mas que (Tk) pela equação:
conhecidas as variações, elas podem ser
consideradas e calibradas. Tc = Tk - 273,15
Escolhendo-se os meios de definir a
escala padrão de temperatura, pode-se A constante numérica na equação
empregar qualquer uma das muitas (273,15) representa o ponto tríplice da
propriedades físicas dos materiais que água 273,16 menos 0,01. O ponto de 0 oC
variam de modo reprodutível com a tem um desvio de 0,01 da escala Kelvin,
temperatura. Por exemplo, o comprimento ou seja, o ponto tríplice da água ocorre a
de uma barra metálica, a resistência 0,01 oC ou a 0,00 K.
elétrica de um fio fino, a militensão gerada Os intervalos de temperatura das duas
por uma junção com dois materiais escalas são iguais, isto é, 1 oC é
distintos, a temperatura de fusão do sólido exatamente igual a 1 K.
e de vaporização do liquido. O símbolo do grau Celsius é oC. A
letra maiúscula do grau Celsius é, às
1.2. Unidades vezes, questionada como uma violação da
lei de estilo para unidades com nomes de
A 9a CGPM (1948) escolheu o ponto
pessoas. A justificativa para usar letra
tríplice da água como ponto fixo de
maiúscula é que a unidade é o grau e
referência, em lugar do ponto de gelo
Celsius (C) é o modificador.
usado anteriormente, atribuindo-lhe a
A temperatura pode ser realizada
temperatura termodinâmica de 273,16 K.
através do uso de células de ponto tríplice
Foi escolhido o grau kelvin
da água, com precisão de 1 parte em 104.
(posteriormente passaria para kelvin)
Medições práticas tem precisão de 2
como unidade base SI de temperatura e
partes em 103. A escala e os pontos fixos
se permitiu o uso do grau Celsius (oC),
são definidos em convenções
escolhido entre as opções de grau
internacionais que ocorrem
centígrado, grau centesimal e grau Celsius
periodicamente.
para expressar intervalos e diferenças de
temperatura e também para indicar
1.3. Escalas
temperaturas em uso prático.
Em 1960, houve pequenas alterações Para definir numericamente uma
na escala Celsius, quando foram escala de temperatura, deve-se escolher
estabelecidos dois novos pontos de uma temperatura de referência e
referência: zero absoluto e ponto tríplice estabelecer uma regra para definir a
da água substituindo os pontos de diferença entre a referência e outras
congelamento e ebulição da água. temperaturas. As medições de massa,
A 13a CGPM (1967) adotou o kelvin no comprimento e tempo não requerem
lugar do grau kelvin e decidiu que o kelvin concordância universal de um ponto de
fosse usado para expressar intervalo e referência em que cada quantidade é
diferença de temperaturas. assumida ter um valor numérico particular.
Atualmente, kelvin é a unidade SI base Cada milímetro em um metro, por
da temperatura termodinâmica e o seu exemplo, é o mesmo que qualquer outro
símbolo é K. O correto é falar milímetro. Escalas de temperatura
simplesmente kelvin e não, grau kelvin. O baseadas em pontos notáveis de
kelvin é a fração de 1/273,16 da propriedades de substâncias dependem
temperatura termodinâmica do ponto da substância escolhida. Ou seja, a
tríplice da água. dilatação termal do cobre é diferente da
Na prática, usa-se o grau Celsius e o dilatação da prata. A dependência da
kelvin é limitado ao uso científico ou a resistência elétrica com a temperatura do
cálculos que envolvam a temperatura cobre é diferente da prata.
absoluta. Um grau Celsius é igual a um

3.2.2
Temperatura

Assim, é desejável que a escala de


temperatura seja independente de
qualquer substância. A escala escalas oC (K) oF (oR)
termodinâmica proposta pelo barão Kelvin,
em 1848, fornece uma base teórica para a
escala de temperatura independente de 100 (373) 212 oF (672 oR)
qualquer propriedade de material e se
baseia no ciclo de Carnot.

1.4. Escala Prática Internacional de


Temperatura (EPIT) 100 oC – 100 K 180 oF (492 oR )

O estabelecimento ou fixação de OC = (oF - 32)/1,8 F=1,8C+32


pontos para as escalas de temperatura é
feito para que qualquer pessoa, em
qualquer lugar ou tempo possa replicar
uma temperatura específica para criar ou 0 oC (273 K) 32 oF (492 oR)
verificar um termômetro. Os pontos 0 oF (460 oR)
específicos de temperatura se tornam sensor
efetivamente nos protótipos internacionais
de calor. A Conferência Geral de Pesos e
Medidas aceitou esta EPIT, em 1948, Fig. 2.1. – Escalas Celsius, Kelvin, Fahrenheit e
emendou-a em 1960, e estabeleceu uma Rankine
nova em 1968 (com 13 pontos) e em 1990
(com 17 pontos).
A Escala Prática Internacional de Há dois motivos para se ter tantos
Temperatura (EPIT) foi estabelecida para pontos para fixar uma escala de
ficar de conformidade, de modo temperatura:
aproximado e prático, com a escala 1. poucos materiais afetados pelo calor
termodinâmica. No ponto tríplice da água, mudam o comprimento linearmente
as duas escalas coincidem exatamente, ou uniformemente. Tendo-se vários
por definição. A EPIT é baseada em pontos, a escala pode ser calibrada
pontos fixos, que cobrem a faixa de em faixas estreitas, onde os efeitos
temperatura de -270,15 a 1084,62 oC. não linearidade podem ser
Muitos destes pontos correspondem ao desprezados.
estado de equilíbrio durante a 2. nenhum termômetro pode ler todas
transformação de fase de determinado as temperaturas. Muitos pontos fixos
material. Os pontos fixos associados com permite um sistema robusto de
o ponto de solidificação ou fusão dos calibração.
material são determinados à pressão de
uma atmosfera padrão (101,325 Pa)
Além destes pontos de referência
primários, foram estabelecidos outros
pontos secundários de referência, que são
mais facilmente obtidos e usados, pois
requerem menos equipamentos. Porém,
alguns pontos secundários da EPIT 1968
se tornaram primários na EPIT 1990.

3.2.3
Temperatura

Tab. 3.1 - Pontos Fixos da Escala Prática extremo inferior de 0,5 K, substituindo o
Internacional de Temperatura (1990) instrumento de interpolação a termopar
com uma resistência de platina especial e
atribuir valores com proximidade
Material Estado Temperatura
# termodinâmica para os pontos fixos.
O
C Atualmente o mínimo valor definido na
1 He Vapor -270,15 a EPIT é 13,81 K.
-268,15 A calibração de um dado instrumento
2 e-H2a Ponto triplob -259,346 7 medidor de temperatura é geralmente feita
3 e-H2 Vapor ~-256,16 submetendo-o a algum ponto fixo
4 e-H2 Vapor ~-252,85 estabelecido ou comparando suas leituras
5 Ne Ponto triplo -248,593 9 com outros padrões secundários mais
6 O2 Ponto triplo -218,791 6 precisos, que tenham sido rastreados com
7 Ar Ponto triplo -189,344 2 padrões primários. A calibração com outro
8 Hg Ponto triplo -38,834 4 instrumento padrão é feita através do
9 H20 Ponto triplo 0,01 seguinte procedimento:
10 Ga Fusão 27,764 6 1. colocam-se os sensores dos dois
11 In Fusão 156,598 5 instrumentos em contato íntimo,
12 Sn Fusão 231,928 ambos em um banho de temperatura,
13 Zn Fusão 419,527 2. varia a temperatura do banho na
14 Al Fusão 660,323 faixa desejada,
15 Ag Fusão 961,78 3. permite que haja equilíbrio em cada
16 Au Fusão 1064,18 ponto e
17 Cu Fusão 1084,62 4. determinam-se as correções
Notas: necessárias.
a
- eH2 hidrogênio em concentração de Termômetros com sensores de
equilíbrio das formas ortomolecular e resistência de platina e termopares
paramolecular, geralmente são usados como padrões
b
- Ponto triplo: temperatura em que as fases
secundários.
sólida, líquida e gasosa estão em equilíbrio.

Entre os pontos fixos selecionados, a


temperatura é definida pela resposta de
sensores específicos com equações
experimentais para fornecer a interpolação
da temperatura. Várias definições
diferentes são fornecidas, na EPIT de
1990 para temperaturas muito baixas,
próximas do zero absoluto. Nestas
temperaturas, usa-se um termômetro de
gás He para medir a pressão e a
temperatura é inferida desta pressão. Na
faixa de 13,8033 K e 961,78 oC a
temperatura é definida por um termômetro
Fig. 2.2. Indicador de temperatura com enchimento
de resistência de platina, que é calibrado
termal
em conjuntos específicos de pontos fixos
com equações de interpolação
cuidadosamente definidas.
Acima de 1064,18 oC, a temperatura é
definida por pirômetro óptico de radiação,
onde a lei de Planck relaciona esta
radiação com a temperatura.
A EPIT é continuamente revista e uma
nova versão pode estender a faixa para o

3.2.4
Temperatura

2. Medição da Temperatura 3 000 oC. Há ainda pirômetros com


detectores de infravermelho e com
padrões de referência objetivos.
2.1. Introdução Em laboratórios, é comum o uso de
termômetros de hastes de vidro. São
A medição pode ser medida por
tubos de vidro transparente, contendo um
sensores mecânicos e elétricos. Os
fluido no seu interior capilar. A dilatação
principais sensores mecânicos são o
do fluido é proporcional à temperatura
bimetal e o sistema de enchimento termal.
sentida no bulbo. São simples e baratos,
Os principais sensores elétricos são o
porém são frágeis e fornecem apenas
termopar e o detector de temperatura e
leitura local. São aplicados em
resistência (RTD).
laboratórios, oficina de instrumentação e
O sensor bimetal funciona baseando-
para medição clínica da temperatura do
se na dilatação diferente para metais
corpo humano.
diferentes. A variação da temperatura
Os sensores de temperatura podem
medida causa variação no comprimento e
ser classificados, de um modo geral, em
no formato da barra bimetal, que pode ser
mecânicos e eletrônicos. Os sensores
usada para posicionar o ponteiro na
mecânicos mais usados são os seguintes:
escala de indicação de temperatura.
1. bimetal
O sistema de enchimento termal é
2. enchimento termal
formado por um bulbo sensível, um sensor
3. haste de vidro
de pressão, um tubo capilar de
Os sensores elétricos mais usados
interligação e um fluido de enchimento. O
são:
fluido pode ser gás (tipicamente
1. termopar
nitrogênio), fluido não volátil (glicerina ou
2. resistência metálica
óleo de silicone) ou um fluido volátil (éter
3. termistores ou resistência a
etílico). A temperatura é medida através
semicondutor
da variação da pressão do gás ou da
Há ainda os pirômetros ópticos e de
pressão de dilatação do fluido não volátil
radiação, para medição de temperatura
ou da pressão de vapor do fluido volátil.
sem contato direto.
A medição de temperatura por
termopar se baseia na militensão gerada
pela diferença de temperatura entre as
Tab. 3.2 - Faixas e métodos de medição
duas junções de dois metais diferentes.
Método Faixa de Medição
A medição de temperatura por resistência elétrica oC
se baseia na variação da resistência elétrica de Termopares -200 a 1700
metais ou termistores depender da variação da Enchimento -195 a 760
temperatura medida. Resistência -250 a 650
Detectora
2.2. Sensores Termistores -195 a 450
Existem vários modos de se determinar Pirômetros -40 a 3000
a temperatura, incluindo o termômetro a Radiação
gás, o termômetro paramagnético, o
termômetro de radiação de Planck. Porém,
A seleção do elemento sensor de
são métodos para a determinação
temperatura mais adequada é parecida
termodinâmica da temperatura e só
com a escolha dos elementos de pressão.
possuem interesse científico e teórico e
É uma tarefa mais simples pois não
por isso, são restritos a laboratórios de
envolve necessariamente as
pesquisa.
características do fluido do processo,
Em siderurgia e metalurgia, quando se
como ocorre na do medição de nível e
tem altas temperaturas, são utilizados
vazão. Um método de medição de vazão
medidores de temperatura tipo radiação
ou nível pode não funcionar, o que
de energia. Alguns que utilizam o olho
também é diferente do meio de medição
humano como detector e todos servem
de temperatura. Geralmente, o meio de
para medir temperaturas entre 1 200 e

3.2.5
Temperatura
100%
medição de temperatura escolhido
funciona e, na escolha, deve-se preocupar
mais com os aspectos de custo, precisão,
tempo de resposta, faixa de medição, escala
preferência e vantagens de manutenção. graduada
Os parâmetros da escolha são Faixa de medição
1. função requerida indicação, registro
ou controle. fluido
2. local de montagem e display
3. a faixa de medição, com os valores
de trabalho, máximo e mínimo da
faixa. As medições de
temperaturas muito baixas (< -50 restrição 0%
o
C) e elevadas (>150 oC), requerem opcional
cuidados especiais. bulbo sensor

2.3. Termômetros de vidro


Em um termômetro com haste de vidro,
a variação volumétrica resultante da
expansão termal é interpretada como
Fig. 2.3. Termômetro de haste de vidro
temperatura. Este termômetro foi o
primeiro sistema de expansão termal
fechado e foi conhecido desde o século
O termômetro de haste de vidro pode
XVIII, quando Gabriel Daniel fahrenheit
medir faixas estreitas de temperatura. Por
investigava a expansão do mercúrio.
exemplo, o termômetro clínico tem
O termômetro de vidro é constituído
1. comprimento útil de 100 mm,
de:
2. faixa de medição de 35,0 e 42,0 oC
1. bulbo sensor
3. volume do bulbo de 0,5 cm3
2. haste de vidro com escala
4. diâmetro do capilar de 0,025 mm
graduada e com um tubo capilar
A haste é freqüentemente projetada e
interno
construída com uma escala amplificadora,
3. fluido de enchimento
para melhorar a leitura.
O bulbo sensor é a parte sensível do
O fluido de enchimento pode ser
termômetro e deve ser colocado no local
líquido ou gás. Os líquidos mais usados
onde se quer medir a temperatura. A
são:
maioria do fluido fica no bulbo.
1. mercúrio, cujo fator de expansão é
A haste de vidro possui um tubo capilar
de 0,005%/oC e é linear. Assim, o
interno, onde o fluido irá se expandir.
volume do bulbo deve ser cerca de
Embora o bulbo e o tubo capilar possam
10 000 vezes o volume do capilar
ser do mesmo material, é mais
entre duas marcações separadas
conveniente usar um vidro para o bulbo
por 0,5 oC.
com um bom fator de estabilidade e para o
2. álcool
capilar usa-se um vidro fácil de ser
3. pentano
trabalhado.
4. éter
Para garantir a precisão do termômetro
O termômetro de mercúrio pode ser
de vidro, o tubo capilar deve ter uma área
usado entre –39 oC (ponto de
anelar uniforme ou então, o termômetro
solidificação) e 538 oC (ponto de ebulição).
deve ser calibrado em muitos pontos.
A desvantagem do mercúrio é sua toxidez.
Os termômetros com álcool e éter são
usados em temperaturas mais baixas.
Geralmente adiciona-se tinta colorida
(azul, verde, vermelha) para aumentar a
visibilidade.

3.2.6
Temperatura

O espaço acima da coluna de mercúrio formando uma única haste. à uma


até o topo selado da escala é evacuado, determinada temperatura, a haste dos dois
mas pode ser preenchido com gás inerte metais está numa posição; quando a
seco, como nitrogênio, para aumentar a temperatura varia, a haste modifica a sua
faixa de medição de temperatura. posição produzindo uma força ou um
Outra característica importante do movimento.
termômetro de haste, principalmente do As partes do termômetro a bimetal são
clínico, é uma restrição colocada no tubo 1. o sensor, em contato direto com a
capilar, que evita a volta do fluido para o temperatura
bulbo, quando a temperatura baixa. Esta 2. os elos mecânicos, para amplificar
restrição torna o termômetro um indicador mecanicamente os movimentos
de máximo. Assim, para possibilitar a gerados pela variação da
leitura de qualquer temperatura, deve-se temperatura, detectada pelo
zerar ou resetar o termômetro, sacudindo- bimetal.
o antes do uso. 3. a escala acoplada diretamente aos
Para minimizar a quebra acidental do elos mecânicos, para a indicação
bulbo de vidro, é comum se usar um poço da temperatura medida.
termal metálico para proteger o bulbo. 4. opcionalmente, pode-se usar o
As vantagens do termômetro de vidro sistema de transmissão.
são: As vantagens do bimetal são:
1. baixo custo 1. baixo custo,
2. simplicidade 2. simplicidade do funcionamento
3. grande duração, se manipulado 3. facilidade de instalação e de
corretamente manutenção
As desvantagens são: 4. largas faixas de medição
1. leitura difícil 5. possibilidade de ser usado com os
2. confinamento ao local de medição mecanismos de transmissão.
3. não adaptável para transmissão,
registro ou controle automático
4. susceptível de quebra, pois é de
vidro frágil
Mesmo um termômetro de haste de
vidro deve ser calibrado periodicamente,
onde se inspecionam visualmente e
verificam as dimensões, permanência do
pigmento, estabilidade do bulbo e precisão
da escala. Depois da calibração, podem
ser feitas correções, aplicados fatores de
correção ou o termômetro pode ser
descartado. Fig. 2.4. Bimetal
Norma de referência: ASTM E 77 – 92:
Standard Test Method for Inspection and
Verification of Thermometers. Várias As desvantagens são
normas ASTM cobrem os termômetros 1. precisão ruim
clínicos. 2. não linearidade de indicação
3. grande histerese
2.4. Bimetal 4. presença de peças moveis que se
O termômetro a bimetal possui todos desgastam
os componentes de medição – sensor, 5. facilidade de perder calibração
condicionador e indicador – em um único A principal aplicação para o
invólucro. termômetro a bimetal é em indicação local
O princípio de funcionamento é de temperaturas de processo industrial. É
simples dois metais com coeficientes de muito usado para controle comercial e
dilatação térmica diferentes são soldados residencial de temperatura associado a ar
condicionado e refrigeração.

3.2.7
Temperatura

O sensor a bimetal integral ao A Classe I usa como enchimento


instrumento não pode ser calibrado líquido não volátil geralmente a glicerina.
isoladamente mas somente pode ser O princípio de funcionamento é a dilatação
inspecionado visualmente, para verificar do líquido. A variação da temperatura
corrosão ou danos físicos evidentes. medida faz o fluido se dilatar, variando a
O que se faz é calibrar o sistema de pressão interna do sistema. A pressão e
indicação, colocando-se o termômetro em suas variações são sentidas pelo
um banho de temperatura e comparando elemento receptor de pressão.
as indicações do termômetro com as
indicações de um termômetro padrão
colocado junto. O termômetro a bimetal
pode ser calibrado e, se necessário,
ajustado nos pontos de zero e de
amplitude de faixa.

2.5. Enchimento Termal


O sistema termal de enchimento
mecânico foi um dos métodos mais
usados no início da instrumentação, para
a medição de temperatura. O método foi e
ainda é, um meio satisfatório de medição
da temperatura para a indicação, o
registro e o controle locais. Seu uso não é
limitado a leitura local ou controle, mas é (a) Esquema simplificado do sistema termal

utilizado para a transmissão pneumática


para leitura ou controle remoto.
Os componentes básicos do sistema
termal de enchimento mecânico são
1. o bulbo sensor, em contato com o
processo.
2. o elemento de pressão, montado
no interior do instrumento receptor,
que pode ser um transmissor
(b) Elemento e compensação da temperatura
pneumático, um indicador, um ambiente
registrador ou um controlador,
todos montados próximos ao Fig. 2.5. Sistema de enchimento termal
processo .
3. o tubo capilar, ligando o bulbo ao
elemento de pressão do A classe II é cheia de um líquido volátil,
instrumento. como o álcool ou o éter. Seu princípio de
4. opcionalmente pode haver o funcionamento é a característica
sistema de compensação da temperatura x pressão de vapor da fase
temperatura ambiente. líquido-vapor. Como não há dilatação, não
O sistema termal é ligado a um há influência da temperatura ambiente e
dispositivo de display, para apresentação portanto não há necessidade de
do valor da temperatura. compensação da temperatura ambiente.
O conjunto bulbo + capilar + elemento Porém, são definidas quatro subclasses
receptor é cheio de um fluido. O tipo do Classe IIa - assumindo que o capilar e
fluido determina a classe ou o grupo do a caixa do instrumento estejam à
sistema termal. A classificação temperatura ambiente, a temperatura do
estabelecida pela Scientific Apparatus bulbo está sempre acima da temperatura
Manufacturer Association (SAMA) é a ambiente.
seguinte:

3.2.8
Temperatura

Classe IIb - a temperatura do bulbo 2. falha no bulbo requer a substituição


sensor é sempre menor que a temperatura do elemento completo, constituído
ambiente. de bulbo + capilar + elemento
Classe IIc - a temperatura do bulbo e a sensor de pressão.
medida podem assumir valores acima e O sistema termal de enchimento é
abaixo da pressão ambiente. usado para a indicação, registro e controle
Classe IId - introduz-se no sistema um local. É também usado como sensor do
líquido não-volátil, para ser tampão do transmissor pneumático. É o método de
líquido volátil, com a finalidade de eliminar medição de temperatura de natureza
a descontinuidade no ponto da mecânica mais utilizado. Atualmente, por
temperatura ambiente. causa do alto custo é substituído por
elementos sensores elétricos.

2.6. Termopar

Princípio de funcionamento
Os termopares transformam calor em
eletricidade. As duas extremidades de dois
fios de metais diferentes (e.g., ferro e
constantant), são trançadas juntas para
formar duas junções: uma de medição e
outra de referência. Um voltímetro ligado
em paralelo irá mostrar uma tensão
termelétrica gerada pelo calor. Esta tensão
Fig. 2.6. Transmissor com sensor de enchimento é função da
termal (Foxboro) 1. diferença de temperatura entre a
junção de medição e a junção de
referência, que é o princípio da
O enchimento da classe III é com gás, medição da temperatura.
geralmente o Nitrogênio. Baseia-se 2. tipo do termopar usado. Pesquisas
também na dilatação volumétrica do gás são desenvolvidas para se
de enchimento e portanto requer encontrar pares de metais que
compensação das variações da tenham a capacidade de gerar a
temperatura ambiente. Porém, na prática, máxima militensão quando
basta a compensação parcial da caixa submetidos a temperaturas
raramente se usa a compensação total. diferentes.
Os sistemas de enchimento termal 3. homogeneidade dos metais. As
possuem as seguintes vantagens instalações de termopar requerem
1. é um método simples e de uso calibrações e inspeções periódicas
comprovado, para verificação do estado dos fios
2. não requer nenhuma fonte de termopares. A degradação do
alimentação, a não ser que haja termopar introduz erros na
transmissão, medição.
3. possuem construção robusta e
Circuito de medição
insensível às vibrações e aos
choques mecânicos O circuito de medição completo deve
4. há uma boa seleção de faixas possuir os seguintes componentes básicos
calibradas e larguras de faixas de 1. o termopar, que está em contato
medição estreitas, com o processo. O ponto de junção
5. são mecânicos, portanto seguros dos dois metais distintos é
em qualquer atmosfera perigosa chamado de junta quente ou junta
As desvantagens são de medição.
1. tempo de resposta lento 2. a junta de referência ou junta fria
ou junta de compensação,

3.2.9
Temperatura

localizada no instrumento receptor. dessa ligação é que o fio de


Como a militensão é proporcional à transmissão é de cobre comum
diferença de temperatura entre as mais econômico que o fio de
duas junções, a junta de referência termopar.
deve ser constante. Como nos 3. O termopar é ligado ao transmissor
primeiros circuitos havia um pneumático de temperatura. A
recipiente com água + gelo, para entrada do transmissor é o
manter a junta de referência em 0 termopar, em contato com o
oC, a junta de referência é também processo e a saída do transmissor
chamada de junta fria. Mesmo é o sinal pneumático padrão, de 20
quando se mede temperatura a 100 kPa. Essa configuração é
abaixo de 0 oC, portanto quando a adequada quando se tem o
junta quente é mais fria que a junta instrumento receptor de natureza
fria, os nomes permanecem, por pneumática.
questões históricas. Atualmente,
em vez de se colocar um pouco
prático balde com água + gelo,
utiliza-se o circuito de
compensação com termistores e
resistências.
3. circuito de detecção do sinal de
militensão, geralmente a clássica
ponte de Wheatstone, com as Fig. 2.7. Transmissor inteligente de temperatura
quatro resistências de balanço. Na (Rosemount)
prática o circuito é mais complexo,
colocando-se potenciômetros
ajustáveis no lugar de resistências Tipos de termopares
fixas. Os ajustes correspondem aos Existem vários tipos de termopares,
ajustes de zero e de largura de designados por letras; cada tipo
faixa. apresentando maior linearidade em
4. a fonte de alimentação elétrica, de determinada faixa de medição. Essa
corrente contínua, para a variedade de tipos facilita a escolha,
polarização dos circuitos elétricos principalmente porque há muita
de detecção, amplificação e superposição de faixa, havendo uma
condicionamento do sinais. mesma faixa possível de ser medida por
vários termopares.
Configurações
As configurações de ligações podem
ser de três tipos básicos
1. o termopar é ligado diretamente do
processo para o instrumento
receptor remoto. Os fios de ligação
devem ser de termopar, do mesmo
tipo que a junta de medição, a fim
de não introduzir erros de medição.
Atualmente, são desenvolvidos fios
de extensão feitas de ligas com (a) Sistema completo: bulbo, sensor e poço
características termelétricas iguais
as do termopar e de menor custo.
2. o termopar é ligado ao transmissor
eletrônico de temperatura. A
entrada do transmissor é o
termopar, ligado ao processo e a
saída é o sinal padrão de corrente,
de 4 a 20 mA cc. A vantagem

3.2.10
Temperatura

(b) Sensor termopar

Fig. 2.8. Conjunto do termopar

A militensão gerada é de corrente contínua. O


termopar é polarizado e cada metal corresponde a
uma polaridade. Convenciona-se que o primeiro
nome do termo corresponde ao pólo (+).
Os tipos mais utilizados são
1. tipo J, de Ferro (+) e Constantant (-
), com faixa de medição até 900
oC. Para a identificação, o Fe é o
fio magnético. Fig. 2.9. Curvas dos vários tipos de termopar
2. tipo K, de Cromel (+) e Alume1 (-),
para a faixa de medição até 1.200 Vantagens e limitações
oC, sendo o Cromel levemente O termopar apresenta todas as
magnético. vantagens inerentes ao sistema elétrico.
3. tipo T, de Cobre (+) e Constantant Por isso, quando comparado ao sistema
(-), para faixa até 300 oC. É fácil a mecânico de enchimento termal tem-se
identificação do cobre por causa de 1. menor tempo de atraso,
sua cor característica. 2. maiores distâncias de transmissão,
4. tipo S, com a liga (+) de Platina 3. maior flexibilidade para alterar as
(90%) + Ródio (10%) e Platina pura faixas de medição,
(-). Atinge até medição de 1.500 oC 4. maior facilidade para reposição do
e para identificação, platina pura é elemento sensor, quando
a mais maleável. danificado
5. tipo R, também liga (+) de Platina 5. maior precisão.
(87%) + Ródio (13%) e Platina (-), Quando comparado com a resistência
com a mesma faixa de medição até detectora de temperatura, tem-se
1.500 oC e identificando-se a 1. o custo do elemento termopar é
platina pura pela maior menor,
maleabilidade. 2. o tamanho do elemento sensor é
Cada curva de termopar é diferente menor, portanto com tempo de
entre si e todas possuem regiões não- resposta menor e mais conveniente
lineares. As curvas são necessárias e para montagem.
úteis para a calibração do receptor de 3. os meios de calibração são mais
termopar. Quando se quer calibrar um fáceis
instrumento indicador-registrador de 4. verificações de calibração mais
temperatura a termopar, em vez de se ter fáceis. Aliás, a medição de
um banho de temperatura, simula-se temperatura com termopar é
diretamente um sinal de militensão autoverificável, quando se tem o
substituindo-se o termopar. dispositivo de proteção de queima
(burnout) do termopar. Incorpora-se
no circuito de medição, um sistema
para levar a indicação da leitura
para o fim ou para o início da
escala, quando ocorrer o
rompimento da junta de medição.
5. flexibilidade para modificação do
circuito, para medição de soma ou
subtração de temperaturas.
6. as larguras de faixas medidas são
maiores que as conseguidas no

3.2.11
Temperatura

sistema mecânico e com o bulbo


de resistência.

Fig. 2.11. Esquema de ligação do termopar ao


Fig. 2.10. Termopares dentro do bulbo protetor registrador de temperatura

Porém, ele apresenta desvantagens,


com relação ao sistema de enchimento
mecânico e com relação ao bulbo de
resistência elétrica
1. a característica temperatura x
militensão não é linear totalmente.
2. o sinal de militensão pode captar
ruídos na linha de transmissão.
3. o circuito de medição é polarizado,
quando o da resistência não o é.
4. requer circuito de compensação
das variações da temperatura Fig. 2.12. Registrador multiponto de temperatura
ambiente.
5. a junta de medição pode se
deteriorar, se oxidar e envelhecer
Calibração do termopar
com o tempo.
Como a homogeneidade dos fios
Os termopares são aplicados em medições de componentes do termopar pode se
temperaturas em um ponto e não em uma região modificar, o termopar e os fios de
média) onde se requer pequenos atrasos. Ele é extensão de termopar devem ser
conveniente em sistemas que envolvem muitos periodicamente calibrados. A calibração
pontos de medição, sendo selecionado consiste em verificar se as suas
instantaneamente um único ponto para indicação ou características se afastaram dentro da
registro. tolerância (termopar bom) ou além da
tolerância (termopar deve ser descartado).
As técnicas de calibração do termopar
tem sido melhoradas constantemente em
velocidade e confiabilidade, por causa do
uso do microprocessador. A técnica antiga
consistia em ligar o instrumento receptor
do termopar aos terminais de um
potenciômetro portátil de militensão, medir
a temperatura destes terminais com um
termômetro padrão, ajustar a saída do
potenciômetro para dar a indicação teórica
no receptor e anotar o ajuste do
potenciômetro. Finalmente, se procurava a
temperatura correspondente em tabelas

3.2.12
Temperatura

padrão. Este processo consumia muito Para calibrar instrumentos com


tempo e era susceptível a erros potenciais. termopar, a técnica básica é fornecer um
A medição de temperatura nos sinal conhecido para o instrumento
terminais é necessária porque um receptor para garantir que ele está dando
termopar contem inerentemente duas uma indicação precisa e exata. O
junções de metais diferentes e não apenas calibrador fornece este sinal de uma fonte
uma. A saída de tensão deste sistema de estável e monitora, ao mesmo tempo, o
termopar é afetada pelas temperaturas de sinal com o sistema de medição do próprio
ambas as junções. A medição da calibrador. A curva temperatura versus
temperatura da junção de medição, deste tensão armazenada no sistema do
modo, requer o conhecimento da microprocessador do calibrador é o ponto
temperatura da junção de referência. Em de referência para gerar uma saída
muitos instrumentos, a junção de correta. Assim, o calibrador simula o
referência ocorre nos terminais de ligação termopar, gerando uma tensão
neste instrumento receptor. correspondente à temperatura e indicando
O microprocessador simplificou muito a temperatura (e não tensão).
calibração do termopar. Sua memória Além de calibrar e ajustar o
pode conter as curvas de temperatura instrumento receptor (registrador,
(tensão x temperatura) para os diferentes indicador, controlador), deve-se calibrar o
termopares. Estas curvas são geradas sensor em si. O sensor pode ser
usando-se equações publicadas pelo substituído por um sensor novo calibrado
National Institute of Standards and ou pode ser removido e calibrado em um
Technology. Um instrumento a laboratório de temperatura. Ele também
microprocessador também faz a medição pode ser calibrado no local se um sensor
da temperatura da junção de referência, padrão de referência puder ser instalado
incorporando-a em um resultado temporariamente próximo do termopar de
compensado corretamente. Quando a trabalho. Este caso nem sempre é
calibração do instrumento baseado em possível, mas quando possível, ele deve
microprocessador recebe uma tensão, ele ser preferido. Sua vantagem é que o
imediatamente translada para a unidade sensor instalado é aferido em sua
de temperatura (oC), de acordo com condição real de operação. Um calibrador
tabelas contidas na sua memória e indica tendo dois canais de entrada torna este
digitalmente estes valores. método prático.

Tab.3.3. Características dos Termopares Padrão ISA


Tipo Material Sensitividade Temperatura Incerteza F.e.m.
+/- mV/K K % v.m. (mV)
T Cobre/Constantant 0,05 3 a 675 0,5 -6,258 a 20,869
J Ferro/Constantant 0,05 63 a 1475 1,0 -8,096 a 42,922
K Cromel/Alumel 0,04 3 a 1645 1,0 -6,458 a 54,875
E Cromel/Constantant 0,08 3 a 1275 1,0 -9,835 a 76,358
R Pt + 10% Rh/Pt 0,01 224 a 2035 0,5 -0,226 a 21,108
S Pt + 13%Rh/Pt 0,01 224 a 2035 0,5 -0,236 a 18,698
B Pt + 30%Rh/Pt + 6%Rh 273 a 2000 0,5 0 a 13,814

Notas:
1. Conforme Norma ISA MC 96.1, Temperature Measurement Thermocouples, 1975.
2. Cromel® e Alumel® são marcas registradas de Hoskins Co.
3. A militensão se refere à junção de referência a 0 oC.

3.2.13
Temperatura

apenas aqueles que apresentam


2.7. Resistência detectora de propriedades convenientes, tais como:
temperatura (RTD) 1. linearidade entre variação da
resistência termal e temperatura
Princípio de funcionamento 2. estabilidade termal
3. ductilidade (propriedade de ser
A resistência elétrica dos metais
transformado em fio fino)
depende da temperatura; este é o
4. disponibilidade comercial
princípio de operação do sensor de
5. preço acessível
temperatura a resistência elétrica (RTD -
Os metais mais usados são: platina,
Resistance Temperature Detector).
níquel e cobre. Também é usado material
Quando se conhece a característica
semicondutor (termistor).
temperatura x resistência e se quer a
medição da temperatura, basta medir a Platina
resistência elétrica. Essa medição é fácil e A platina (Pt) é usada para medição de
prática. faixas entre 0 e 650 oC. A característica
Normalmente, a resistência metálica resistência x temperatura é linear nesta
possui o coeficiente térmico positivo, ou faixa e apresenta grande coeficiente de
seja, o aumento da temperatura implica no temperatura. O sensor Pt 100 tem
aumento da resistência elétrica. A
resistência de 100 Ω à 0 oC e de
resistência de material semicondutor (Si e
aproximadamente 139 Ω à 100 oC.
Ge) e as soluções eletrolíticas possuem
Embora a mais cara, a platina possui
coeficientes térmicos negativos, onde o
as seguintes vantagens
aumento da temperatura provoca a
1. é disponível em elevado grau de
diminuição da resistência. A resistência
pureza,
elétrica a semicondutor, com coeficientes
2. é resistente à oxidação, mesmo à
negativos, é chamada de termistor e é
alta temperatura,
usada também como sensor de
3. é capaz de se transformar em fio
(dúctil).

Níquel
O níquel (Ni) é o segundo metal mais
utilizado para a medição de temperatura.
É também encontrado em forma quase
pura, entre 0 oC a 100 oC apresenta um
grande coeficiente termal. Porém, a sua
sensibilidade decresce bruscamente em
temperaturas acima de 300 oC. A sua
curva resistência x temperatura é não
linear.
temperatura e nos circuitos de
compensação de temperatura ambiente Cobre
das juntas de referência do termopar. O cobre (Cu) é outra resistência
Os tipos mais comuns de resistência utilizada, porém em menor freqüência que
metálica são a platina, níquel e cobre. as resistências de Platina e de Níquel.
Quando comparada com o termopar, a
resistência detectora de temperatura de
Fig. 2.13. Curvas de resistência x temperatura . platina apresenta as seguintes vantagens
1. altíssima precisão. Provavelmente
a medição de temperatura através
Materiais da RTD da platina é a mais precisa em todo
Teoricamente, qualquer metal pode ser o campo da instrumentação.
usado como sensor de temperatura, 2. não apresenta polaridade (+) e (-).
porém, na prática industrial, são usados 3. apropriada para medição de
temperatura média enquanto o

3.2.14
Temperatura

termopar é adequado para medição Configurações


de temperaturas em um ponto. As configurações de ligações são as
4. capaz de medir largura de faixa seguintes
estreita; de até 5 oC 1. O RTD é ligado diretamente ao
5. mantém-se estável, precisa e receptor. A ligação pode ser feita
calibrada durante muitos anos. através de 2, 3 ou 4 fios. O terceiro
As desvantagens são e o quarto fio são usados para
1. o alto custo, compensar as variações da
2. os bulbos maiores, resistência dos fios de transmissão
3. o tempo de resposta é mais do sinal provocadas pela
demorado, temperatura ambiente variável.
4. o auto-aquecimento da resistência
constitui um problema
5. a exigência de fiação com 3 ou 4
fios para a compensação da
temperatura ambiente.
A resistência detectora de temperatura
é aplicado quando se quer uma medição
com altíssima precisão e estabilidade e
quando a largura de faixa de medição é
estreita.

Fig. 2.14. Resistências dentro de bulbos, com os


cabeçotes de acesso (a) 2 fios (b) 3
fios
Fig. 2.15. Ligações da RTD ao receptor
Termistor
O termistor é considerado um detector
de temperatura a resistência (RTD). As 2. O RTD é elemento sensor do
diferenças básicas entre o termistor e uma transmissor eletrônico de
resistência convencional são as seguintes temperatura. A entrada do
1. o coeficiente de temperatura é transmissor é a resistência e sua
negativo, saída é o sinal padronizado de
2. sua resposta é mais rápida e seu corrente, entre 4 a 20 mA cc. A
tamanho é menor, vantagem dessa fiação é que o fio
3. seu custo é muito menor que o da de transmissão é comum e não
resistência de Pt ou Ni, requer compensação.
As suas desvantagem são a limitação 3. O RTD é também o elemento
das faixas de medição (-50 a 300 oC) e a sensor do transmissor pneumático
menor precisão. de temperatura. A entrada do
A maior aplicação do termistor é em transmissor é a resistência e a
circuitos de compensação de temperatura saída é o sinal pneumático padrão
ambiente na junta de termopar. de 20 a 100 kPa. Esta instalação é
típica para instrumentação
pneumática de painel e medição de

3.2.15
Temperatura

temperatura com detector de 2.8. Pirômetros de radiação


temperatura a resistência.

Introdução
Os métodos convencionais de medição
de temperatura vistos até agora requerem
que o sensor seja levado ao contato físico
com o corpo cuja temperatura se quer
medir. Também, o sensor de temperatura
geralmente deve assumir a mesma
temperatura que a do corpo sendo
medida. Isto significa que o sensor deve
ser capaz de suportar esta temperatura,
que no caso de corpos muito quentes, é
um problema prático, pois o sensor pode
derreter na alta temperatura de medição.
Para corpos que estão se movendo, é
praticamente impossível usar um sensor
com contato. Mais ainda, quando se quer
determinar as variações de temperatura
sobre a superfície de um objeto, um
sensor fixo de contato não pode varrer
Fig. 2.16. Transmissor descartável de temperatura toda a superfície.
Os termômetros ou pirômetros de
Fig. 2.17. Transmissores com termopar ou radiação são medidores de temperatura
resistência detectora de temperatura
sem contato, muito usados
(Foxboro)
industrialmente. Eles são disponíveis com
vários tipos diferentes de sensores de
radiação e podem ter vários nomes
diferentes: pirômetro de radiação,
termômetro de radiação, pirômetro óptico
ou termômetro infravermelho. Como os
nomes não são padronizados e nem
rigorosos, sempre deve-se analisar o
principio de funcionamento do
equipamento e não confiar somente no
Fig. 2.18. Transmissor pneumático de temperatura
nome.

Definições

Absorbância (A)
Relação da energia radiante absorvida
por um corpo para a absorção
correspondente de um corpo negro, à
mesma temperatura. absorbância é igual à
emitância sobre corpos cuja temperatura
não esteja variando

A=1–R–T

onde
A é absorbância
R é refletância
T é transmitância

3.2.16
Temperatura

Bolômetro muito estreita para a emitância de um


Detector termal que varia sua corpo negro, à mesma temperatura.
resistência elétrica como uma função da
Emissividade total
energia radiante incidindo nele.
A relação do valor integrado de todas
Corpo cinza as emitâncias espectrais para a emitância
Objeto tendo uma emitância menor do corpo negro.
que 1, mas constante em todos os
Filtro passa faixa
comprimentos de onda ou sobre a parte
do espectro onde ocorrem as medições. Um filtro óptico ou detector que permite
Isto significa que as curvas de radiação do a passagem de uma faixa estreita do
corpo cinza são idênticas entre si espectro total. Ele exclui ou é opaco a
todos os outros comprimentos de onda.
Corpo negro
Fotodetector
O absorvedor perfeito de toda energia
radiante que incide nele. O corpo negro é Mede a radiação termal, produzindo
também um emissor perfeito. Assim, tanto uma saída através da liberação de
a absorbância (A) como emissividade (E) variações elétricas dentro de seu corpo.
são iguais a 1. O corpo negro radia Eles são pequenas lascas de materiais
energia em distribuições e intensidades cristalinos como CdS ou InSb que
espectrais previsíveis que são função da respondem a diferentes porções do
temperatura absoluta do corpo negro. espectro, e como conseqüência,
apresentam grande seletividade no
Detector comprimento de onda em que opera.
Um dispositivo que mede a quantidade
Infravermelho
de energia radiada por um objeto. Pode
ser um detector termal ou um fotodetector. Porção do espectro cujo comprimento
O detector termal responde à radiação de onda é maior que o da luz vermelha.
variando seu volume, capacitância ou Somente a porção entre 0,7 a 20 mícrons
gerando militensão. Eles podem ser dá energia usável pelos detectores de
termopares, termopilhas, detectores radiação.
pneumáticos ou bolômetro. Fotodetectores Mícron
são semicondutores que produzem um
sinal proporcional ao fluxo de fótons Unidade usada para medir
incidentes. comprimento de onda de energia radiante.
Igual a 0,001 milímetro, 10 000 Angstroms
Emissividade ou emitância (E) ou 10-6 metro.
A emissividade de um objeto é a Pirômetro de brilho
relação da energia radiante emitida por
este objeto dividida pela energia radiante Usa a energia radiante de cada lado de
que um corpo negro emitiria à esta mesma um comprimento de onda fixo do espectro.
temperatura. Se a emitância é a mesma Esta faixa é muito estreita e usualmente
em todos os comprimentos de onda, o centrada em 0,65 mícrons na área laranja-
objeto é chamado de corpo cinza. Alguns vermelha do espectro visível.
materiais industriais variam sua emitância Pirômetro de duas cores
com a temperatura e às vezes, também
com outras variáveis. A emissividade é Ou pirômetro de relação mede a
sempre igual à absorção e é também igual temperatura como uma função da relação
a 1 menos a soma da refletância e da radiação emitida em torno de duas
transmitância. faixas estreitas de comprimento de onda.
E=A=1–T–R Pirômetro de faixa estreita
Emissividade espectral Um pirômetro de radiação que é
A relação da emitância em um sensível apenas a um segmento estreito
comprimento de onda específico ou faixa de comprimentos de onda dentro do

3.2.17
Temperatura

espectro total da radiação. Exemplo de corpo, que passa diretamente por ele sem
pirômetro de faixa estreita é o pirômetro ser absorvida. A transmitância é zero para
óptico. o corpo negro e aproximadamente 100%
para um material como o vidro na região
Pirômetro de faixa larga ou total visível do espectro.
Um pirômetro de radiação que mede a
temperatura como função da densidade de T=1–A–R
potência emitida pelo material de interesse
sobre uma larga faixa de comprimentos de onde
onda. T é transmitância
R é refletância
Pirômetro óptico A é absorbância
Também chamado de pirômetro de
brilho, usa uma faixa estreita de radiação Leis da Temperatura do Gás
dentro da faixa visível (0,4 a 0,7 mícrons)
para medir a temperatura pela Lei de Boyle
conformidade de cores ou outras técnicas.
Em uma dada quantidade de gás, o
Refletância ou refletividade (R) produto da pressão e volume permanece
A percentagem da radiação total constante, enquanto a temperatura se
incidindo sobre um corpo que está mantiver constante.
diretamente refletido sem entrada. A Lei de Charles
refletância é zero para um corpo negro e é
Em uma dada quantidade de gás, a
aproximadamente 100% (ou 1) para uma
relação da temperatura absoluta para o
superfície altamente polida.
volume permanece constante, enquanto a
pressão se mantiver constante e a relação
R=1–A–T
da temperatura absoluta para a pressão
onde
permanece constante enquanto o volume
R é refletância
se mantiver constante.
A é absorbância
T é transmitância Lei do Gás Ideal
Termopilha
Mede a radiação termal pela absorção pv p
=R=
para se tornar mais quente que seu T ρT
ambiente vizinho. É um grande número de
termopares arranjados como os pregos de onde
uma roda com a junta quente no centro. p é a pressão
Os termopares são ligados em série e a T é a temperatura absoluta
saída é baseada na diferença entre as v é o volume específico
juntas quente e fria. r é a densidade
R é a constante do gás
Transferência de calor
É a deslocamento da energia de calor Lei de Fourier da condução de calor
por um ou mais dos seguintes métodos:
Condução: por difusão através de dQ dT
material sólido ou através de fluidos = −kA
(líquidos ou gases) parados dt dx
Convecção: pelo movimento de um
fluido entre dois pontos onde
Radiação: por ondas eletromagnéticas Q é a quantidade de calor transferida
através de um corpo
Transmitância (T) t é o tempo
Transmitância é a percentagem da k é a condutividade termal do corpo
energia radiante total incidindo em um A é a área transversal do corpo

3.2.18
Temperatura

T é a temperatura absoluta Lei de Radiação de Planck


x é a distância, na direção do fluxo de
calor, tomada perpendicular a A
C1∆λε λ
Lei de Stefan-Boltzmann da radiação Wλ =
termal λ5 (eC2 /( λt ) − 1)
onde
QT = σAT 4 Wλ é a intensidade de radiação
espectral hemisférica, (excitância
onde radiante), por unidade de área da
QT é o calor total radiado da superfície fonte, no comprimento de onda λ,
de um corpo negro ideal (emissão sobre uma faixa espectral ∆λ, W/m2
hemisférica total em todos os C1 é a primeira constante de radiação,
comprimentos de onda) igual a 3,741 3, em W.m2
σ é a constante de Stefan-Boltzmann C2 é a segunda constante de radiação,
A é a área da superfície emitente igual a 1,438 8 m.K
T é a temperatura absoluta da λ = comprimento da radiação, m
superfície emitente ελ é a emissividade da fonte no
comprimento de onda l
Lei de Deslocamento de Wien
(emissividade é 1 para o corpo
negro)
Tλmax = 2,8978 × 10-3 e é a base naeperiana (2,718 28)
T = temperatura absoluta, K
onde (Esta equação pode ser também
T é a temperatura absoluta, em K mostrada para a intensidade de radiação
λmax é o comprimento de onda de por ∆λ, expressa em W/cm2 /µm, com o
máxima radiância do corpo negro, em m comprimento de onda expresso em µm e
2,8978 x 10-3 m.K é a constante de ∆λ não aparece no denominador, quando
Wien as constantes passam a valer:
C1 = 37 413 x 10-12
C2 = 14 388
Equação de Callendar-VanDusen

[
R t = Ro + Roα t − δ(0,01t − 1)(0,01t ) − β(0,01t − 1)(0,01t )3 ]
onde
Rt é a resistência na temperatura t, oC
R0 é a resistência em 0 oC (ponto de
gelo)
α, δ, β são constantes, onde os valores
típicos para a platina pura, livre de tensão
mecânica e em fio:
α = 0,003 925
δ = 1,49
β = 0,11 (se t é negativa)
β = 0 (se t é positiva)
Esta equação é usada ainda na
relação resistência x temperatura para
termômetros metálicos, principalmente de
platina.

3.2.19
Temperatura

Temperatura e radiação A lei de Planck vai além e prevê o nível


de radiação emitida por unidade de área
O desenvolvimento do pirômetro de
de um corpo negro em cada comprimento
radiação remonta à teoria quântica de
de onda específico. Esta equação é mais
Planck, realizada em torno de 1900 e da complexa porém o princípio importante
lei de Stefan-Boltzmann para a energia
usado na medição de temperatura é que a
total irradiada.
emissão da radiação possui picos em
De acordo com a equação de Stefan-
comprimentos de onda menores, quando a
Boltzmann, a densidade de potência
temperatura aumenta. Assim, pode-se
irradiada total emitida (W) por um objeto é
estimar a temperatura de um objeto
diretamente proporcional à emissividade
quente de ferro, pois quanto menor o
deste objeto, multiplicada por uma
comprimento de onda emitido, mais
constante SB e pela quarta potência da
branco fica o corpo, mais quente ele está
temperatura absoluta:
e mais alta é sua temperatura. A linha que
W = (SB) (E) T4
liga os picos em diferentes temperaturas
onde
tende para a esquerda. Este desvio nos
W é dado em W/cm2
valores de pico é expresso pela lei de
E é uma fração entre 0 e 1
deslocamento de Wien, relacionado o
SB é a constante de Stefan-Boltzmann,
comprimento de onda na máxima radiação
valendo 5,67 x 10-12 W.cm-2.K-4
com a temperatura absoluta. Tem-se
T é a temperatura absoluta, em K
CW
W1 =
T

onde
W1 comprimento de onda na máxima
radiação, em mícrons
Cw é a constante de Wien, igual a 2897
mícrons x kelvin
T é a temperatura absoluta

Fig. 2.20. Comprimento de onda e temperatura

Fig. 2.19. Radiação de um corpo negro como Baseando-se nas leis de Planck,
função da temperatura Stefan Boltzmann e Wien pode-se
construir termômetros através da medição
da radiação em específicos comprimentos
A Fig. 2.20 mostra a faixa de de onda (óptico e de faixa estreita) ou em
comprimento de onda sobre a qual 90% toda a radiação (total ou faixa larga).
da potência total é encontrada, para varias Variações na emissividade do material do
temperaturas. Note que temperaturas mais processo, radiação de outras fontes,
baixas requerem medições em perdas na radiação devidas à sujeira, pó,
comprimentos de onda maiores. fumaça, umidade ou absorção atmosférica

3.2.20
Temperatura

podem introduzir erros na medição da (R) e a transmitância (T) e para um corpo


temperatura. cuja temperatura seja constante, tem-se
A radiação termal é uma propriedade para qualquer comprimento de onda:
universal da matéria que é ausente
somente quando o material está em um E+R+T=1
gás inerte como o He ou está na
temperatura de 0 K (que é impossível). onde
Através desta propriedade da matéria, a T é transmitância
técnica de pirometria de radiação foi R é refletância
desenvolvida, de modo que é possível E é emitância
inferir a temperatura de um objeto sem O pirômetro de radiação colhe
entrar em contato direto com ele. Isto é radiação de todas estas três fontes de
conseguido por um sistema óptico que energia sobre uma faixa de comprimento
coleta alguma ou total a energia visível ou de onda na qual ele é sensível. O objetivo
infravermelha, às vezes, através de um é medir a temperatura de um corpo B, e se
filtro e focaliza esta energia em um A tiver a mesma temperatura que B, B irá
detector. O detector converte a energia absorver, emitir, refletir e transmitir energia
concentrada em um sinal elétrico mais radiante e irá parecer ser um corpo negro.
amigável, que é função transcendental
(não linear) da temperatura absoluta.

Objeto
q Leitura
u B
Lente Detector A
Abertura cole Filtro term
tora al
opci
onal R
TE
Fig. 2.21. Esquema do pirômetro de radiação P
Fig. 2.22. Emissão, reflexão e transmissão
Interessa apenas a energia situada
entre 0,3 a 20 mícrons. Isto compreende o
espectro visível (0,35 a 0,75 mícrons) e Mas, freqüentemente, A não está em
próximo ao infravermelho (0,7 a 2 uma temperatura uniforme, nem está
mícrons). A intensidade e distribuição completamente cercado por B. Mais ainda,
desta energia de uma substancia podem B pode estar mais frio que A ou ter uma
ser comparadas com as de um corpo alta refletância que o faz refletir fontes
negro que irradia sua energia em uma externas de energia radiante. Se qualquer
distribuição e intensidade teoricamente uma destas condições prevalecer, a
previsíveis. A área sob a curva representa medição da energia total irradiada por B
a quantidade total de potência irradiada não pode ser convertida exatamente em
em todos os comprimentos de onda. temperatura com a lei de Stefan-
O alvos real, porém, sempre se desvia Boltzmann.
do corpo negro ideal e algum grau. A Para melhor resultado, a emitância
relação da energia irradiada por um corpo deve ser alta e a refletância baixa. A
real para a energia de um corpo negro, transmitância da maioria dos objetos
sob condições similares, é chamado de sólidos (com exceção do vidro) está
emitância (E). Duas outras relações próxima de zero. Se o material do
características de alvos são a refletância processo não é sólido, o detector de

3.2.21
Temperatura

energia radiante vê alem da superfície ou variação na energia irradiada é mais


se o objeto é fino, vê através dele. sensível às variações de temperatura do
Emitância, refletância e transmitância que às variações da emissividade.
não são fatores fáceis para achar e variam
consideravelmente com o comprimento de Projeto do pirômetro de radiação
onda. Materiais como metais ferrosos com
Os pirômetros podem ser portáteis ou
uma superfície imediata tem uma alta
instalados permanentemente. A energia
emitância em ondas curtas e baixa
irradiada pode alcança-los através de
emitância em ondas mais longas. O
lentes de focalização ou através de fibras
comportamento do vidro é oposto: ele é
ópticas. Os pirômetros podem ser
praticamente transparente à energia
classificados de acordo com o número e o
visível e quase opaco para comprimentos
comprimento das faixas de comprimento
de onda na faixa de 5 a 7 mícrons.
de onda usados.
Quando se usa todo o espectro, de 0,3
a 15 mícrons, o pirômetro é chamado de
Instrumento pirômetro de radiação total ou pirômetro
de faixa larga. Quando se usa somente
T um pequeno segmento do espectro, é
chamado de pirômetro de faixa estreita.
Radiação emitida Radiação espúria Se esta faixa estreita cai dentro do
pelo corpo alvo Tm refletida de T1
espectro visível, este subgrupo de
Corpo
Corpoalvo, Tm
alvo, pirômetro de faixa estreita é chamado de
pirômetro óptico, colorido ou de brilho.
Radiação espúria Quando é detectada a relação de
transmitida de T2
T intensidades de dois comprimentos de
onda (em vez de medir a intensidade de
radiação de um único comprimento de
onda), o pirômetro é chamado de relação
Fig. 2.23. Erros na medição por radiação
ou de duas cores. Quando a operação é
na faixa do infravermelho (0,7 a 15
mícrons), o pirômetro é chamado de
Emitância, emissividade
infravermelho (IR).
A quantidade de radiação termal Com o passar do tempo, diminuiu-se o
deixando um objeto depende da uso de pirômetro de radiação total e
temperatura e da emitância deste objeto. aumentou o uso de pirômetros de relação,
Se o objeto é emissor perfeito (corpo que são mais precisos (e mais caros). Os
negro), sua emitância é 1. As pirômetros ópticos são aplicados
emissividades da maioria das substancias principalmente como medidores portáteis.
são conhecidas, mas infelizmente, a A precisão dos pirômetros ópticos varia
emissividade determinada sob condições com o tipo e fabricante. Tipicamente, tem-
de laboratório raramente é totalmente se
igual à emitância real sob as condições de
operação. A emissividade não é o único
fator determinante da emissividade; outros Tab. 3.4. Precisão e faixa de medição dos
fatores como oxidação, acabamento da pirômetros
superfície, formato afetam a emissividade.
As incertezas relacionadas com a Tipo do Precisão Faixa de
emitância podem ser reduzidas criando-se pirômetro (% F.S.) medição (oC)
as condições do corpo negro (tubo alvo ou Óptico 1a2 760 a 3500
buraco alvo) ou usando pirômetros de Relação 0,5 a 2 760 a 3500
relação ou de comprimento de onda curto. Total 0,5 a 1 -40 a 4000
A regra geral é medir a temperatura de Estreita 0,25 a 2 -40 a 4000
um objeto em um local onde sua
emissividade é mais alta ou onde a

3.2.22
Temperatura

Tab. .3.5. Emissividades totais de vários produtos de fumaça, vapores e CO2 irá absorver
parte da energia radiante e causar uma
leitura a menor. O sistema óptico deve ser
Material Emissividade
mantido limpo, com a janela de visão
Alumínio protegida contra gases corrosivos.
Não oxidado 0,06 É necessária a compensação da
Oxidado 0,19 temperatura ambiente para o pirômetro de
Bronze (oxidado) 0,60 radiação total, feita por um detector a
Cobre calorizado 0,19 a 0,26 termopilha. Fio de níquel, tendo um
Aço calorizado 0,57 coeficiente termal oposto ao dos fios da
Carbono 0,79 termopilha, é geralmente usado.
Ferro fundido
Oxidado 0,78 Pirômetro de faixa estreita
Muito oxidado 0,95
Pirômetro de faixa estreita ou de
Cobre (oxidado) 0,60
passagem de única faixa, opera sobre
Ouro 0,03
uma faixa selecionada e estreita de do
Ferro
espectro de energia, centrada no ponto
Oxidado 0,89
desejado. Para a medição de alta
Enferrujado 0,65
temperatura de metais, a faixa seria muito
Chumbo (oxidado) 0,63
estreita no ponto de 0,65 mícron, o fim do
Monel (oxidado) 0,43
espectro visível (vermelho), onde a
Níquel
emissividade do metal é maior. Neste
Brilhante 0,12
ponto visível, o instrumento poderia ser
Oxidado 0,85
chamado de pirômetro de brilho.
Sílica 0,85
Para medir temperatura de gases,
Aço (oxidado) 0,79
pode-se escolher uma faixa em torno de
Tungstênio 0,07
4,3 mícrons para pegar CO2 .
Temperaturas de superfície de vidro
seriam medidas na faixa de comprimento
de onda de 5 a 7 mícrons.
Pirômetro de radiação total A emissividade sobre uma faixa
Os pirômetros de radiação total (faixa estreita de comprimento de onda varia
larga) tentam medir a máxima energia muito menos do que sobre o espectro
radiante possível que chega de um corpo total, porém o pirômetro de faixa estreita
quente. O mais simples dos três tipos sofre do problema de falta de sensitividade
(total, estreita, relação), ele praticamente por causa do menor nível de energia
não possui seletividade por algum disponível. Como a quantidade de energia
comprimento de onda específico, a não da radiação aumenta quando o
ser o corte inerente do sistema óptico e comprimento de onda se torna menor, as
depende da emitância total da superfície bandas mais estreitas são geralmente
sendo medida. usadas para detectar temperaturas mais
Há vários meios para diminuir o erro de elevadas, acima de 500 oC. Uma faixa
leitura, tais como: estreita é geralmente menor que 0,5 micro
1. fazer um controle rigoroso na de largura.
calibração do instrumento de leitura
2. ajustar o pirômetro através de outro Pirômetro de relação
termômetro de referência,
O pirômetro de relação ou de duas
assumido como correto e confiável
cores mede a energia que ele recebe de
3. conhecer a natureza do alvo e
duas faixas estreitas e divide uma pela
referir se à tabelas de
outra. Quando as duas faixas são
emissividades totais.
escolhidas de modo que há muito pouca
O caminho entre o pirômetro de
variação na emissividade de uma para
radiação total e o objeto cuja temperatura
outra, o fator de emissividade
quer se medir deve estar livre. A presença
praticamente se cancela. Assim, corpos

3.2.23
Temperatura

com pequena emissividade que criam a


maioria dos erros nos pirômetros de
radiação total ou de faixa estreita, não tem
grande efeito no instrumento tipo relação.
A seleção dos dois comprimentos de
onda não é arbitrária mas, depende da
aplicação.
Os pirômetros de relação são mais
complexos e por isso, mais caros. Eles
possuem melhor precisão, mesmo quando
o alvo se comporta como um corpo cinza
ou quando a emissividade é variável. (A
emissividade de muitas substâncias varia
com a temperatura). A medição de
temperatura pelo pirômetro de radiação Fig. 2.24. Pirômetro portátil
também não é afetada por poeiras,
vapores, fumaças ou outros
contaminantes no campo de visão nem O pirômetro óptico é portátil e opera
pelo tamanho do alvo ou pelo bloqueio como uma câmara de filmagem. Um foco
periódico do caminho de visão. ajustável permite ao operar focalizar a
Como a emitância depende do imagem na fonte cuja temperatura se quer
comprimento de onda e quando se tem os medir. O filamento da fonte padrão é
dois comprimentos de onda muito colocado no mesmo plano de sua imagem,
próximos, o pirômetro de relação não de modo que os dois aparecem
funcional Ele é muito aplicado quando se superpostos quando vistos através do
alvo muito pequeno para encher o campo olho.
de visão ou quando o alvo é encoberto por Um balando de nulo é usado, com um
poeira fria, como em indústria de cimento reostato movendo contra um dial
e mineração. calibração, para variar a corrente através
da fonte padrão até que ela desapareça
Pirômetro óptico manual no campo da temperatura desconhecida.
A faixa de aplicação do pirômetro
O pirômetro óptico é de faixa estreita
óptico manual é limitada inferiormente em
ou de duas cores e opera no espectro
760 oC, pois há emissão insuficiente de luz
visível, em torno do ponto de 0,65 mícron.
visível para uma comparação precisa
O olho humano age com sensor para fazer
abaixo deste valor. À temperatura de 1320
o balanço manual entre duas cores: a cor o
C a imagem se torna brilhante demais
da fonte de energia radiante conhecida
para se olhar, porém os filtros permitem a
gerada dentro do instrumento por uma
medição de temperaturas até de 3500 oC.
lâmpada calibrada de tungstênio e a cor
O uso do olho humano como detector
da fonte desconhecida externa. Há um
restringe a precisão, pois
filtro entre o olho e as duas fontes que
1. o olho responde simultaneamente à
serve para:
cor e ao brilho e não responde
1. minimizar a diferença entre os
diretamente à energia
olhos, permitindo um melhor
2. a decisão é subjetiva
casamento de cores
3. dois olhos não são absolutamente
2. permitir um aumento da faixa de
iguais
temperatura alem do ponto onde o
4. não se pode calibrar o olho
olho não poderia mais tolerar a
humano
quantidade de energia vista
O pirômetro óptico manual é muito
diretamente.
usado, por causa das seguintes
vantagens:
1. leve
2. portátil

3.2.24
Temperatura

3. precisão razoável quando aplicado


a uma fornalha que se aproxima do
corpo negro.
Suas desvantagens são:
1. Requer o ajuste manual pelo
operador
2. Não se aplica a alarme, registro e
controle
3. Só pode ser usado em
temperaturas relativamente altas,
onde se tem muita energia visível.
4. É sujeita a erros de emissividade Fig. 2.25. Pirômetro óptico
inerentes ao pirômetro de faixa
estreita Detector
5. Deve ser conhecida a relação entre
O detector recebe a energia radiante
tamanho do alvo e distância do
focalizada nele pelo sistema óptico e gera
pirômetro
um sinal de saída elétrico em reposta a
esta energia. Há duas classes de
Pirômetro Infravermelho (IR)
detectores:
O pirômetro óptico automático de 1. termal
infravermelho usa um detector da radiação 2. fotodetector
elétrica no lugar do olho humano e por O detector termal gera uma saída
isso não é limitado aos comprimentos de porque ele é aquecido pela energia que
onda visíveis do espectro. Ele opera na ele absorve. Esta categoria inclui:
faixa que vai do infravermelho até o 1. termopares
ultravioleta, usando uma faixa estreita, 2. termopilhas
faixa de duas cores ou uma faixa larga, de 3. detectores pneumáticos
acordo com o sistema óptico e com o 4. bolômetro metálico ou a termistor
detector. 5. dispositivo piroelétrico
Embora existam várias adaptações e O detector termal, quando comparado
pequenos detalhes, o pirômetro com o fotodetector, possui menor
automático de infravermelho funciona sensitividade e sua saída é menos afetada
comparando a quantidade de radiação pela variação nos comprimentos de onda
emitida pelo alvo com a emitida por uma irradiados. Possuem maior tempo de
fonte de referência internamente resposta (por causa de sua massa) e
controlada. A saída é proporcional à alguns respondem à variação de
diferença na radiação entre a fonte medida temperatura (em vez de responder à
e a referência fixa. O sistema consiste de temperatura em si).
dois componentes básicos: Termopilhas de filme fino conseguem
1. cabeça óptica tempos de resposta da ordem de 10 a 15
2. amplificador eletrônico ms. As termopilhas e os bolômetros
Em alguns modelos, a cabeça óptica respondem à energia radiante através de
contem uma fonte de corpo negro com todo o espectro e assim são mais
temperatura controlada, filtros convenientes para detecção em pirômetro
necessários, detector, pré-amplificador e de radiação total. Considerando
um oscilador óptico. velocidade, sensitividade e estabilidade, a
melhor escolha para aplicações de
radiação total é o detector de termopilha a
silício.
Os fotodetectores são sensíveis ao
comprimento de onda e por isso são mais
convenientes para pirômetros de faixa
estreita. A saída fotodetector não é
causada pelo calor, mas pelas cargas

3.2.25
Temperatura

elétricas que são liberada quando a alvo torna-se mínimo no comprimento


energia radiante atinge o detector. A focal da lente.
sensitividade destes detectores é da
ordem de µs. A principal desvantagem é a
Alvo 4 1
instabilidade em comprimentos de onda 2
Lente Alvo 7 Alvo 2 3
longos e quando operando em alta 8 Alvo 1 Alvo 1 5 4
2 8
temperatura. Como conseqüência, eles
são usados em detectores de faixa estreita 1 38
em aplicações com comprimento de onda
pequeno. 6
Os fotodetectores podem ser 10
18
1. fotocondutivo (foto-resisitivo) 24
2. fotovoltáico 36
3. foto-emissivo
O detector fotocondutivo varia sua Fig. 2.26. Caminho de visão do pirômetro de
resistência elétrica como uma função da radiação total de grande ângulo
temperatura e inclui o PbSe e as células
de PbS. Eles são sensíveis na faixa de 1 a
3 mícrons e por isso são usados com O formato físico do sistema óptico
filtros em pirômetros de faixa estreita ou (lentes ou espelhos curvos) e sua
em medição de temperatura media (100 a montagem dentro do invólucro do
430 oC), como detectores de faixa larga. pirômetro controla o caminho de visão,
A saída da célula fotovoltáica é uma enquanto a forma do material de
função da radiação absorvida. O material fabricação determina as propriedades
mais usado na célula é o Si, sendo usados ópticas. O vidro não transmite bem alem
também Ge, Ir e antimônio. As células de de 2,5 mícrons e é conveniente apenas
Si servem para detectar emissões termais para alta temperatura, onde se tem
de objeto em alta temperatura (400 a 3900 disponível alta saída. Outro material óptico
o
C), correspondendo à faixa de 0,5 a 1,0 popular é o quartzo (sílica fundida) para 4
mícron. As células de Ge com sua faixa de mícrons e CaF2 cristalino para 10
0,7 a 1,8 mícron, são convenientes para mícrons.
média temperatura e são mais estáveis, Janela (visor) e filtros na frente ou
rápidas e reprodutíveis que as células de atrás do sistema óptico podem alterar as
PbS. A velocidade dos fotodetectores propriedades de transmissão. Uma janela
permite seu uso para medir temperatura de vidro na frente de uma lente de CaF2,
de pequenos objetos em alta velocidade, por exemplo, não deixa passar
onde a saída de energia relativa é comprimentos de onda maiores, que
pequena. poderiam passar se houvesse somente a
lente. Pode-se usar propositadamente um
Características filtro passa faixa na frente do detector para
cortar os comprimentos de onda
No projeto ou escolha do pirômetro de indesejáveis.
radiação para uma determinada aplicação,
devem ser consideradas as seguintes Instalação
características:
1. o campo de vista ou a relação As exigências de medição de
tamanho e distância do alvo temperatura em aplicações industriais
2. as qualidades de transmissão do envolvem a temperatura de superfície, de
sistema coletor e qualquer janela objetos externos ou de interiores de vasos,
ou filtro no caminho óptico tubulações ou fornalhas.
3. a faixa de passagem e a Quando se quer medir temperatura
sensitividade do detector através da parede de uma fornalha, é
A Fig. 2.26 mostra um campo típico necessário o uso de muitos acessórios,
largura-ângulo de vista. O tamanho do que dobram o custo básico do pirômetro.

3.2.26
Temperatura

Novas tecnologias e tendências 2. Fatores de distância e tamanho do


alvo
Novas tecnologias, tais como laser,
3. Material e emitância do alvo
fibra óptica e microprocessadores, tem
4. Ângulo de observação
alterado o campo da pirometria de 5. Alvo é estacionário ou móvel
radiação. Uma tecnologia nova envolve o
6. Condições atmosféricas entre alvo
reflectômetro a laser (Pyrolaser , e detector
Pyrometer Instrument Co.), que pode 7. Temperatura ambiente
medir a emissividade do material do 8. O pirômetro pode ver diretamente o
processo no mesmo local, temperatura e alvo ou há janela auxiliar, como
comprimento de onda usados no requerido para vácuo ou pressão
pirômetro. Isto elimina o potencial para o 9. A escala de indicação está em
erro de emissividade, permitindo que seu unidade de engenharia (oC ou K)
valor seja contínua e automaticamente ou deverá haver conversão?
corrigido. Este medidor também elimina os As vantagens do pirômetro de radiação
erros causados pela radiação de são:
superfícies mais quentes. Isto é feito, 1. Não requer contato físico com o
tomando-se uma medição radiante da material cuja temperatura está
superfície mais quente refratária e fazendo sendo medida
a compensação pelo cálculo de sua 2. Rápida velocidade de resposta,
refletividade: podendo ser usado em alvo móvel
3. Pode ver pequenos alvos
R=1–E 4. Mede altíssimas temperaturas, (até
4000 oC)
Outra área de inovação tecnológica As desvantagens são:
está no campo do pirômetro de 1. Mais frágil e mais caro que
escaneamento de linha. O pirômetro termopares, RTDs e termistores
monitora as temperaturas da superfície de 2. Leitura (escala) não linear por
forno de cimento para indicar revestimento causa da relação de quarta
de material interno ou a deterioração potência de T
refratária. Como o pirômetro escaneia da 3. Emissividade do alvo pode causar
esquerda para a direita enquanto o forno uma leitura menor que a
gira em seu eixo horizontal, o pirômetro verdadeira, se não houver correção
escaneia sua superfície total e alimenta 4. Só pode medir grande amplitude de
esta informação a um computador pessoal faixa
para processamento. Pela mesma técnica,
pode se monitorar folhas de papel, aço ou
plástico.
3. Acessórios
Conclusão
O pirômetro de faixa larga é usado 3.1. Bulbo
geralmente na indústria para indicação e
controle automático. Ele pode medir O bulbo termal serve para
grandes faixas de temperatura e é o mais encerrar o fluido de enchimento do
barato dos três tipos. Os pirômetros de sistema termal mecânico. Nessa
relação e o de faixa estreita são usados, configuração, o elemento de temperatura
onde necessário e viável, para minimizar é formado pelo conjunto bulbo + capilar +
os efeitos de emissividade e para elemento sensor de pressão. O sistema é
aplicações especiais, onde se requer totalmente selado, sem vazamento e sem
maior precisão. bolhas de ar,
O usuário potencial de pirômetro óptico proteger o termopar ou o fio de
deve considerar os seguintes pontos: resistência detectora de temperatura dos
1. Temperatura alvo, limites baixo, rigores do processo.
alto e valor normal

3.2.27
Temperatura

Em qualquer situação o bulbo está em


contato direto com o processo, quando
não há poço. Os seus materiais de
construção são o aço inoxidável AISI 316
e ligas especiais, como Monel®,
Hastelloy® e metais nobres como Ti, Pt,
Ta.
Fig. 2.28. Bulbo e suas dimensões

Os bulbos são usados nas seguintes


configurações
bulbo plano, o mais simples possível. É
usado em recipiente raso, em tanques
abertos, onde nenhum suporte é
disponível. Não existe em Classe III de
enchimento termal.
bulbo plano com extensão dobrável,
também usado sem união, em aplicações
que sejam necessárias curvaturas da
porção sensível do bulbo para melhor
Fig. 2.27. Bulbos de temperatura resultado.
bulbo de união, fixa ou ajustável, com
extensão dobrável, para uso em vasos
A geometria do bulbo de temperatura fechados e pressurizados, sem proteção,
varia com o fabricante e com as com pressões até 70 MPa.
exigências do processo. Há bulbo de união, fixa ou ajustável, com
recomendações da Scientific Apparatus extensão rígida, para uso com bulbo sem
Manufacturer Association (SAMA) para proteção, onde há forças provocadas por
normalizar os nomes das partes notáveis agitações no tanque.
do bulbo: bulbo capilar, para aplicação em
parte sensível (X), é a parte que medição de temperaturas médias, no
envolve o elemento sensor (termopar ou interior de dutos, fornos, secadores,
resistência) ou a parte que sente a estufas.
temperatura, ficando em contato com o
ponto que se quer medir a temperatura. A 3.2. Capilar
parte sensível pode ser ajustável (50 a
450 mm). O capilar é um tubo com pequeno
extensão (J) é a distância que vai do diâmetro interno, geralmente cheio de
ponto onde é fixado o bulbo até o início da fluido, que liga o bulbo ao elemento
parte sensível. A extensão pode ser rígida receptor ou que liga um selo ao elemento
ou dobrável. de pressão do instrumento.
inserção (U) é a soma da extensão e Os capilares são disponíveis em vários
da parte sensível; é toda a parte que fica materiais e várias configurações, para
mergulhada ou no interior do processo. atender aos requisitos das aplicações
Tem-se U = X + J. especificas.
diâmetro (Y) do bulbo, ou mais 1. capilar de 1/8" de diâmetro externo,
precisamente, o diâmetro da parte feito de aço inoxidável AISI 316,
sensível, que é função do tamanho do próprio para suportar pressões
bulbo e da largura de faixa de temperatura elevadas, é o mais usado na
medida, quando de enchimento termal. prática. Para o capilar da classe IA,
união, que é opcional. Quando há com compensação do capilar e da
união, ela pode ser fixa ou ajustável. A caixa, o capilar é duplo. Para essa
união é uma rosca macho e sua finalidade configuração tem-se os dois
é a de fixar o bulbo na parede do processo capilares juntos, protegidos por um
ou no poço. único revestimento, também de aço

3.2.28
Temperatura

inoxidável AISI 316. Ou então, para 3.3. Poço de temperatura


prover mais flexibilidade, o
O poço de temperatura é um
revestimento externo pode ser de
receptáculo metálico, rosqueado, soldado
aço inoxidável AISI 304.
2. o capilar de cobre, com ou flangeado ao equipamento do
processo, que recebe o bulbo de medição.
revestimento de bronze flexível,
Os objetivos do poço são os de
coberto com plástico de vinil
1. proteger o bulbo de medição da
extrudado. Embora a máxima
corrosão química e do impacto
temperatura de operação seja de
mecânico;
100 oC, o revestimento plástico
2. possibilitar a remoção do bulbo de
exterior melhora a resistência
medição sem interrupção do
química do conjunto. O
processo;
revestimento de aço cuida da
3. diminuir a probabilidade de
resistência mecânica do capilar e o
vazamento nas tomadas de
plástico, da corrosão química.
temperatura, aumentando também
sua resistência mecânica;
4. tornar praticável a medição de
fluidos de alta temperatura,
corrosivos, sujos e tóxicos e
submetidos à pressão elevada.
A principal desvantagem do poço de
temperatura é o aumento do tempo morto
da resposta do sistema, pois o poço
introduz uma camada de ar entre o bulbo,
além de introduzir a resistência de sua
parede. Para diminuir essa influência deve
se minimizar a distância entre o bulbo e o
poço, ou então se colocar uma substância
Fig. 2.29. Transmissor pneumático com bulbo e
condutora para substituir o ar, que é um
capilar (Foxboro)
mau condutor térmico.
Existem poços de temperatura feitos
de vários materiais aço inoxidável, ligas
especiais de Monel, Hastelloy, Tântalo,
bronze e outros. Quando se utiliza o poço,
ele funciona como um selo, podendo-se
usar bulbos de materiais padronizados. O
poço de temperatura evita que o bulbo
entre diretamente em contato com o
processo.

Fig. 2.30. Poços de temperatura

Há algumas diferenças de montagem


do poço

3.2.29
Temperatura

1. Montado em tubulações, podendo 4. Referências Bibliográficas


ser montado rosqueado
diretamente ao tubo, recebendo o 1. American Society for Testing and
bulbo, que é aparafusado no seu Materials, Temperature Measurement
interior. O poço possui uma rosca (Vol. 14.03), ASTM, Philadelphia,
externa para a ligação com a 1994.
tabulação e possui no interior outra 2. Benedict, R.P., Fundamentals of
rosca, onde fica conectado o bulbo Temperature, Pressure and Flow
de medição. Quando a parede do Measurements, New York, John Wiley,
tubo é grande, o poço deve possuir 1977.
uma extensão de atraso. Quando 3. Considine, D.M., Process
em tabulação, o bulbo pode ser Instruments and Controls Handbook,
ligado ao processo através de uma 3a. ed., New York, McGraw-Hill, 1993.
conexão tipo T; 4. Johnson, C.D., Process Control
2. Montado em vasos, através de Instrumentation Technology,
roscas ou de flanges, nas paredes Englewood Cliffs, Prentice Hall, 1997.
laterais ou no topo. 5. Kerlin, T.W. & Shepard, R.L.,
Industrial Temperature Measurement,
Research Triangle Park, ISA, 1982.
6. Klaassen, K. B., Electronic
Measurement and Instrumentation,
Cambridge, Cambridge Univ. Press,
1996.
7. Lipták, B.G., Instrument Engineer's
Handbook: Process Measurement,
Oxford, Butterworth-Heinemann, 1995.
8. Norton, H. N., Sensor and
Analyzer Handbook, Englewood Cliffs,
Prentice Hall, 1982.


Fig. 2.31. Poço em tubulação

Quanto ao formato, o poço pode ser


dividido em
1. poço padrão, rosqueado, de formato
cilíndrico, com comprimentos acima de
150 mm e rosca externa de 1/2" a 1"
NPT;
2. poço padrão, com rosca externa
afastada da rosca interna,
apresentando um "atraso", apropriado
para superfícies com revestimento de
isolação;
3. poço cônico, usado em tubulações com
fluidos em alta velocidade, serviços
abrasivos, linhas de vapor ou qualquer
outra instalação que requeira alta
resistência lateral;
4. poço flangeado, mais prático que o
rosqueado, usado quando a tomada
do processo é feita em flange.

Apostilas\Instrumentação 32Temperatura.DOC 15 DEZ 98(Substitui 27 ABR 97)

3.2.30
3.3
Vazão

1. Fundamentos Q = Cd 2 2gh

1.1. Conceito de vazão onde


C é o coeficiente de descarga
Vazão ou fluxo é o deslocamento de d é o diâmetro da tubulação
volume, ou massa, de um fluido, por h é a pressão diferencial resultante da
unidade de tempo. Assim, passagem do fluido
matematicamente tem-se: g é a constante gravitacional.
Todas essas relações matemática
V são importantes pois raramente se tem a
Q= medição direta da vazão. A medição da
t
ou vazão é indireta, normalmente é feita por
M inferência. Ou seja, mede-se outra
W= variável mais detectável e, por dedução,
t se chega ao valor da vazão. Pelas
onde relações matemáticas anteriores, se
conclui que se pode medir a vazão de um
Q é a vazão volumétrica instantânea, fluido pela medição de volume conhecido
W é a vazão mássica instantânea, (deslocamento positivo), velocidade
V é o volume do fluido deslocado (medidor magnético), pressão diferencial
t é o intervalo de tempo (placa de orifício), força de impacto (tipo
A vazão é instantânea quando o alvo), rotação provocada pelo impacto
intervalo de tempo tende para zero. (turbina), e outros princípios.
Outra relação matemática importante
envolvendo o conceito de vazão é aquela
que mostra que a vazão instantânea é
proporcional à velocidade do fluido e à
área da seção reta da tubulação, onde o
fluido se desloca:

Q= v×A

v é a velocidade do fluido
A é a área da seção da tubulação
A vazão na tubulação é sempre a
mesma, qualquer que seja a obstrução Fig. 3.1. Vazão e pressão em uma restrição
ou o acidente na tubulação. Há também
uma relação matemática importante em 1.2. Unidades
vazão de fluido, que é equação da As unidades no Sistema Internacional
continuidade de Bernouille: são,

3.3.1
Vazão

3 fluido aquecedor (ou de resfriamento),


1. vazão volumétrica: m controla-se a pressão de um gás em um
s
tanque de volume constante pelo
2. vazão mássica: kg
s controle da vazão de entrada (ou de
saída) do gás no interior do tanque e
Também são usadas outras unidades pode se controlar o nível de líquido em
não recomendadas pelo SI, como tanque pelo controle da vazão do líquido,
1. LPM (litro por minuto), para se na entrada ou na saída.
referir a vazão volumétrica de
líquidos,
2. ton/h, para a vazão mássica de
vapor,
3. m3/h (metro cúbico por hora) para
gases
As unidades inglesas mais usadas
são GPM (galões por minuto) e SCFM
(pé cúbico padrão por minuto), referentes
à vazão volumétrica. Fig. 3.2. Vazão através de tubulação
Usam-se fórmulas matemáticas e
tabelas para a conversão entre as
unidades diferentes. A analise A importância da vazão cresce
dimensional é usada para verificação do porque ela está associada ao balanço de
acerto da conversão. materiais na entrada e na saída do
A transformação de vazão processo e principalmente, está
volumétrica em vazão de massa, quando associada à quantidade de materiais para
necessária, é facilmente conseguida, compra e venda (transferência de
desde que se conheça a densidade do custódia). Nessa aplicações, o que
fluido. (massa = volume/densidade) ou a importa é a totalização da vazão, em
pressão, temperatura e composição para volume ou em massa.
gases. Há ainda a aplicação do controle de
relação ou proporção entre duas ou mais
1.3. Funções Associadas vazões de fluidos diferentes, para a
Alem das funções normalmente obtenção de misturas com proporções
aplicadas às outras variáveis de controláveis. É o controle de relação ou
processo, tais como indicação, registro, de proporção de vazões. Caso particular
transmissão, controle, alarme, desse controle é a mistura digital
computação analógica, a vazão é (blending), que utiliza equipamentos
também integrada, totalizada e misturada eletrônicos a microprocessadores para a
em proporções preestabelecidas. obtenção de misturas em quantidades e
A indicação da vazão instantânea é proporções de mistura controláveis e
pouco útil. O registro da vazão é mais útil preestabelecidas.
pois a partir do registro no gráfico é Exatamente, por causa de todos
possível se obter a totalização da vazão, esses aspectos tão abrangentes, a vazão
através da integração gráfica do é certamente a variável de processo que
planímetro. Quando a indicação, registro foi mais pesquisada e analisada e seus
e controle são remotos, é padrão o uso mecanismos básicos de medição
dos transmissores eletrônicos ou alcançaram elevado grau de precisão,
pneumáticos de vazão. confiabilidade, padronização e
Como o elemento final de controle maturação, talvez o mais elevado de toda
mais utilizado é a válvula de controle, a área da instrumentação. Os tipos de
geralmente a vazão é a variável detectores e medidores de vazão são
manipulada do controle do processo. numerosos, alguns com mais de um
Assim, por exemplo, se controla a século de aplicação, outros de
temperatura pelo controle da vazão do desenvolvimento recente. Na aplicação

3.3.2
Vazão

prática, os mais comuns e usados são: a sistema e variando as condições do


pressão diferencial, rotâmetro de área fluido. Matematicamente, tem-se
variável, eletromagnético, turbina, vortex,
alvo e deslocamento positivo. Outros, Dvρ
como o ultra-sônico e radioativo, são RD =
µ
menos usados. A grande variedade de
medidores de vazão pode constituir uma
vantagem, pois é sempre possível se onde
obter um medidor conveniente para a RD é o numero de Reynolds
aplicação. Porém, é também uma v é velocidade do fluido
desvantagem, pois a escolha é mais D é o diâmetro da linha
difícil. A escolha do medidor correto de ρ é a densidade do fluido
vazão é fundamental, pois a vazão é µ é a viscosidade absoluta do fluido
muito critica : um medidor mal Na prática, verifica-se que é difícil a
selecionado geralmente não funciona ou medição de vazão para fluidos com
então funciona com grande imprecisão. números extremos de Reynolds. Ou seja,
é problemático a medição de vazão de
1.4. Dificuldades da Vazão fluidos com números de Reynolds ou
muito pequenos (abaixo de 102) ou muito
Geralmente, o que se mede é a vazão grandes (acima de 104). Aplicando o
de um líquido, de um gás ou de vapor. conceito do numero RD, é difícil a
Também se mede transporte de sólidos, medição de fluidos muito viscosos (o
em esteiras rolantes, porém esse assunto numero RD é muito pequeno) vazões
não será tratado aqui. muito pequenas, linhas muito estreitas e
Como visto, a vazão de um fluido também o caso contrário: vazões muito
depende de vários parâmetros do elevadas, tubulações muito grandes. Há
processo, tais como velocidade do fluido, um consenso de que é mais difícil a
tamanho da tubulação 9tanto medição de fluidos com muito pequenos
comprimento como diâmetro), RD do que muito grandes RD: a
características do fluido (densidade, dificuldade é maior para fluidos viscosos).
viscosidade, presença de condensado no Assim, o numero de Reynolds:
gás, presença de gases em líquidos 1. expressa a dificuldade de medição
voláteis), condições de processo de vazões, valores extremos são
(temperatura, pressão estática, perda de difíceis,
carga permanente, pulsações na linha), 2. indica o tipo de vazão: turbulenta
acidentes da tubulação (redução, ou laminar,
expansões, cotovelos, conexões, 3. aplicado a líquido, vapor e gás,
elementos provocadores de distúrbios.) 4. fornece o formato da velocidade e
Enfim, a presença ou não dessas formato do contorno frontal do
propriedades e características, torna a fluido: parabólico, logarítmico,
vazão do fluido bem comportada ou não. 5. calculado pela formula acima e
Em palavras mais técnicas: o resultado obtível de curvas, típicos de 102 a
pode ser uma vazão laminar ou 107.
turbulenta.
Como os parâmetros acima não são
necessariamente quantificáveis, foi
introduzido um numero que relaciona as
forças de viscosidade e inerciais do
fluido, denotando a dificuldade da
medição de vazão do fluido.
O numero de Reynolds (Osborne
Reynolds, inglês) é uma indicação
conveniente para a comparação dos
desempenhos de condições de vazão,
mantida constante a geometria do

3.3.3
Vazão

2. Medidores de Vazão elemento primário ou no princípio físico


envolvido.
Os medidores de vazão podem ser
2.1. Sistema de Medição divididos em dois grandes grupos
funcionais:
Os medidores de vazão consistem de
1. medidores de quantidade
duas partes distintas, cada uma
2. medidores de vazão instantânea.
exercendo uma função diferente:
Os medidores de vazão podem ser
1. elemento primário
ainda classificados sob vários aspectos,
2. elemento secundário
como
O elemento primário está em contato
1. relação matemática entre a vazão e
direto com o fluido (parte molhada),
o sinal gerado, se linear ou não-
resultando em alguma forma interação.
linear;
Esta interação pode ser a separação do
2. tamanho físico do medidor em
jato do fluido, aceleração, queda de
relação ao diâmetro da tubulação,
pressão, alteração da temperatura,
igual ou diferente;
formação de vórtices, indução de força
3. fator K, com ou sem
eletromotriz, rotação de impellers, criação
4. tipo da vazão medida, volumétrica
de uma força de impacto, criação de
ou mássica,
momentum angular, aparecimento de
5. manipulação da energia, aditiva ou
força de Coriolis, alteração no tempo de
extrativa.
propagação e muitos outros fenômenos
Obviamente, há superposições das
naturais.
classes; por exemplo, a medição de
O elemento secundário tem a função
vazão por placa de orifício envolve um
de medir a grandeza física gerada pela
medidor de vazão volumétrica
interação com a vazão do fluido e
instantânea, com saída proporcional ao
transformá-la em volume, peso ou vazão
quadrado da vazão, com diâmetro total,
instantânea. O elemento secundário é
sem fator K e com extração de energia. O
finalmente ligado a um instrumento
medidor de deslocamento positivo com
receptor de display, como indicador,
pistão reciprocante é um medidor de
registrador ou totalizador.
quantidade, linear, com fator K, com
As condições para a instalação
diâmetro total e com extração de energia.
apropriada e a operação correta, os erros
O medidor magnético é um medidor de
e as outras características do elemento
vazão volumétrica instantânea, com fator
primário são independentes e diferentes
K, diâmetro total e com adição de
das características do elemento
energia.
secundário, de modo que eles devem ser
tratados separadamente. O elemento
2.3. Quantidade ou Vazão
primário se refere especificamente à
medição de vazão e o elemento Instantânea
secundário se refere à instrumentação No medidor de quantidade, o fluido
em geral. A placa de orifício é o elemento passa em quantidades sucessivas,
primário que mede a vazão gerando uma completamente isoladas, em peso ou em
pressão diferencial e será estuda aqui. O volumes, enchendo e esvaziando
transmissor de pressão diferencial, que é alternadamente câmaras de capacidade
o elemento secundário associado a ela, fixa e conhecida, que são o elemento
será visto aqui muito superficialmente, primário. O elemento secundário do
para completar o estudo do sistema de medidor de quantidade consiste de um
medição. Este mesmo transmissor pode contador para indicar ou registrar a
ser usado em outras aplicações, para quantidade total que passou através do
medir nível ou pressão manométrica. medidor.
O medidor de quantidade é,
2.2. Tipos de Medidores naturalmente, um totalizador de vazão.
As classificações dos medidores de Quando se adiciona um relógio para
vazão se baseia somente no tipo do

3.3.4
Vazão

contar o tempo, obtém-se também o A maioria dos medidores possuem


registro da vazão instantânea. aproximadamente o mesmo diâmetro que
No medidor de vazão instantânea, o a tubulação onde ele é instalado. A
fluido passa em um jato contínuo. O tubulação é cortada, retira-se um carretel
movimento deste fluido através do do tamanho do medidor e o instala, entre
elemento primário é utilizado diretamente flanges ou rosqueado.
ou indiretamente para atuar o elemento Tipicamente o seu diâmetro é
secundário. A vazão instantânea, ou aproximadamente igual ao da tubulação,
relação da quantidade de vazão por e ele é colocado direto na tubulação,
unidade de tempo, é derivada das cortando a tubulação e inserindo o
interações do jato e o elemento primário medidor alinhado com ela. Esta classe de
por conhecidas leis físicas teóricas medidores é mais cara e com melhor
suplementadas por relações desempenho. Exemplos de medidores
experimentais. com diâmetro pleno: placa, venturi, bocal,
turbina, medidor magnético,
2.4. Relação Matemática Linear e deslocamento positivo, target, vortex.
Não-Linear A outra opção de montagem é através
da inserção do medidor na tubulação. Os
A maioria dos medidores de vazão medidores de inserção podem ser
possui uma relação linear entre a vazão e portáteis e são geralmente mais baratos
a grandeza física gerada. São exemplos porém possuem desempenho e precisão
de medidores lineares: turbina, piores. Exemplos de medidores: tubo
magnético, área variável, resistência pitot e turbina de inserção.
linear para vazão laminar, deslocamento
positivo. 2.6. Medidores Com e Sem Fator K
O sistema de medição de vazão mais
aplicado, com placa de orifício é não Há medidores que possuem o fator K,
linear. A pressão diferencial gerada pela que relaciona a vazão com a grandeza
restrição é proporcional ao quadrado da física gerada. A desvantagem desta
vazão medida. Exemplo de outro medidor classe de medidores é a necessidade de
não-linear é o tipo alvo, onde a força de outro medidor padrão de vazão para a
impacto é proporcional ao quadrado da sua aferição periódica. São exemplos de
vazão. medidores com fator K: turbina,
A rangeabilidade do medidor, que é a magnético, Vortex.
relação entre a máxima vazão medida O sistema de medição de vazão com
dividida pela mínima vazão medida, com placa de orifício é calibrado e
o mesmo desempenho é uma função dimensionado a partir de equações
inerente da linearidade. Os medidores matemáticas e dados experimentais
lineares possuem a rangeabilidade típica disponíveis. A grande vantagem da
de 10:1 e os medidores com grandeza medição com placa de orifício é a sua
física proporcional ao quadrado da vazão calibração direta, sem necessidade de
possuem a rangeabilidade de 3:1. simulação de vazão conhecida ou de
Exemplos típicos de medidores de medidor padrão de referência.
vazão não-lineares: placa de orifício,
venturi, bocal, target, calha parshall 2.7. Medidores Volumétricos ou
(exponencial); medidores lineares: Mássicos
turbina, deslocamento positivo,
A maioria dos medidores industriais
magnético, coriolis, área variável.
mede a velocidade do fluido. A partir da
velocidade se infere o valor da vazão
2.5. Diâmetros Totais e Parciais do
volumétrica (volume = velocidade x área).
Medidor A vazão volumétrica dos fluidos
Sob o aspecto da instalação do compressíveis depende da pressão e da
medidor na tubulação, há dois tipos temperatura. Na prática, o que mais
básicos: com buraco pleno (full bore) ou interessa é a vazão mássica, que
de inserção. independe da pressão e da temperatura.

3.3.5
Vazão

Tendo-se a vazão volumétrica e a Como desvantagem, é necessário o uso


densidade do fluido pode-se deduzir a de uma fonte externa de energia.
vazão mássica. Porém, na Exemplos de medidores aditivos de
instrumentação, a medição direta e em energia: magnético, sônico, termal.
linha da densidade é difícil e complexa. O número de medidores baseados
Na prática, medem-se a vazão na adição da energia é menor que o de
volumétrica, a pressão estática e a medidores com extração da energia. Isto
temperatura do processo para se obter a é apenas a indicação do
vazão mássica, desde que a composição desenvolvimento mais recente destes
do fluido seja constante. medidores e este fato não deve ser
Atualmente, já são disponíveis interpretado de modo enganoso, como se
instrumentos comerciais que medem os medidores baseados na adição da
diretamente a vazão mássica. O mais energia sejam piores ou menos
comum é o baseado no princípio de favoráveis que os medidores baseados
Coriolis. na extração da energia.

2.8. Energia Extrativa ou Aditiva 2.9. Medidor Universal Ideal de


Em termos simples, os medidores de Vazão
vazão podem ser categorizados sob dois Não existe um medidor ideal para ser
enfoques diferentes relacionados com a usado universalmente para qualquer
energia: ou extraem energia do processo aplicação. Todo medidor de vazão possui
medido ou adicionam energia ao vantagens e limitações inerentes e para
processo medido. cada aplicação há um medidor mais
Como o fluido através da tubulação conveniente, depois de analisados os
possui energia, sob várias formas aspectos técnicos e comerciais.
diferentes, como cinética, potencial, de Para cada conjunto de condições e
pressão e interna, pode-se medir a sua exigências de processo há um medidor
vazão extraindo alguma fração de sua mais adequado que deve ser o escolhido.
energia. Este enfoque de medição Isto obriga o engenheiro ou o técnico
envolve a colocação de um elemento conhecer os princípios básicos de todos
sensor no jato da vazão. O elemento os medidores de vazão e a aplicação
primário extrai alguma energia do fluido ótima para cada tipo.
suficiente para faze-lo operar. O ponto de partida para a escolha é o
A vantagem desta filosofia é a não- conhecimento prévio de todos os dados
necessidade de uma fonte externa de do processo da vazão. A escolha deve
energia. Porém, o medidor é intrusivo e ser feita, baseada no compromisso entre
oferece algum bloqueio a vazão, o que é o custo e o desempenho.
uma desvantagem inerente a classe de Porém, a escolha do melhor medidor
medição. de vazão não é suficiente para a futura
Exemplos de medidores extratores de medição precisa e confiável. O
energia: placa de orifício, venturi, bocal, instrumento escolhido deve ser montado
alvo, cotovelo, área variável, pitot, corretamente, mantido em perfeitas
resistência linear, vertedor, calha, condições e os dados fornecidos por ele
deslocamento positivo, turbina e vortex. devem ser interpretados e entendidos de
O segundo enfoque básico para medir modo exato e preciso.
a vazão é chamado de energia aditiva. O medidor ideal teria as seguintes
Neste enfoque, alguma fonte externa de características:
energia é introduzida no fluido vazante e 1. alta rangeabilidade, podendo
o efeito interativo da fonte e do fluido é medir com pequeno erro, grandes
monitorizado para a medição da vazão. A e altas vazões
medição com adição de energia é não- 2. sinal de saída linear com a vazão
intrusivo e o elemento primário oferece medida
nenhum ou pequeno bloqueio a vazão. 3. sinais de saída analógico e digital

3.3.6
Vazão

4. imunidade a ruídos e outras corrosivos e sujos, sem perda de


influências externas carga adicional,
5. medição da vazão sem influência 4. o medidor de vazão com
da densidade, viscosidade, deslocamento positivo, com pistão
condutividade e outras variáveis reciprocante, pistão oscilante,
modificadoras engrenagens ovais, impelidores,
6. perda de carga desprezível diafragmas e disco nutante. Usado
7. sem obstrução, para manipular para a totalização direta da vazão,
fluidos com sólidos em suspensão 5. o medidor de área variável para a
8. sem peças moveis indicação local e barata da vazão
9. alta resistência a fluidos abrasivos de fluido sob baixa pressão e com
e corrosivos pequena precisão,
10. capacidade de medir igualmente 6. o medidor com geração de vórtices
líquidos e gases, de Von Karmann, chamado
11. capacidade de uso em altas e genericamente de vortex,
baixas temperaturas e altas 7. o medidor direto de massa de
pressões Coriolis,
12. disponibilidade em diferentes 8. o medidor ultra-sônico por efeito
tamanhos para ser usado em Doppler e por tempo de trânsito,
tubulações grandes e pequenas. disponível na versão portátil, onde
13. capacidade de ser instalado e é usado externamente à tubulação,
retirado do processo sem 9. medidor tipo alvo (target) para
interrupção da operação medição de fluidos viscosos,
14. altíssima precisão (repetitividade, 10.medidores de canal aberto, tipo
linearidade, sem histerese e sem calha, onde se tem a variação
banda morta) simultânea da área de passagem e
15. ausência de manutenção, do nível da superfície líquida,
16. estabilidade, confiabilidade e 11.o medidor mássico termal baseado
integridade. nos efeitos de resfriamento ou
17. facilidade e retenção da aquecimento de elementos termais
calibração (calibração requerida Há outros medidores, mais raramente
em longos intervalos de tempo) usados e pouco conhecidos, como o
1. medidor com diluição,
2.10. Medidores Favoritos 2. medidor óptico com raio laser,
3. medidor de correlação,
Os medidores de vazão favoritos são
4. medidor linear com geração de
os seguintes:
pressão diferencial,
1. sistema de medição de vazão com
5. medidor baseado na variação do
elemento primário gerador de
momentum angular
pressão diferencial. Os elementos
6. medidor nuclear.
mais usados são a placa de orifício,
o venturi e o bocal e pitot. É o
sistema usado na maioria das 3. Geradores de Pressão
aplicações industriais, Diferencial
2. a turbina medidora de vazão,
tangencial, de inserção e com eixo Há vários tipos de medidores de
longitudinal. Usada para a medição vazão à pressão diferencial, também
precisa de fluidos limpos e com chamados de tipo coluna, head, à
saída digital conveniente para a restrição, à estrangulamento. Qualquer
totalização. que seja sua geometria, o princípio de
3. o sistema de medição magnética funcionamento é único: uma restrição à
da vazão, com excitação senoidal e linha, onde há uma vazão de fluido,
corrente contínua pulsada. Usado provoca o aparecimento de uma pressão
para a medição de fluidos diferencial, proporcional ao quadrado da
vazão. Sua base teórica é o teorema de
Bernouille, que diz: na vazão sem atrito,

3.3.7
Vazão

a soma da velocidade mais pressão ρ é a densidade do fluido


estática mais pressão diferencial é K é uma constante de
constante. Na tubulação, a vazão é proporcionalidade que inclui as unidades
sempre a mesma, visto que não há nem e os fatores de correção.
acúmulo nem vazamento em nenhum Algumas conclusões podem ser
ponto. Desse modo, quando há uma tiradas das expressões matemáticas
restrição na tubulação, o fluido é anteriores:
acelerado quando passa pela restrição. O A relação entre a vazão e a pressão
aumento da velocidade implica na diferencial não é linear mas uma relação
diminuição da pressão estática. Desde de raiz quadrada. Essa não linearidade
que se conheça a relação matemática limita severamente a rangeabilidade da
entre a vazão e a pressão diferencial, medição da vazão. Uma escala raiz
entre a pressão antes e a pressão depois quadrada expande a extremidade
da restrição, pode-se medir a vazão do superior da escala e comprime a
fluido pela inferência da medição da extremidade inferior, tornando difícil e
pressão diferencial. com pequena resolução as leituras de
valores baixos. Por exemplo, 50% da
vazão produz 25% de pressão
diferencial. Em 10% da vazão, a pressão
diferencial é de apenas 1%. Desse modo,
considerando a rangeabilidade da
medição da pressão diferencial em 10:1,
a rangeabilidade da vazão
correspondente é de apenas 3:1. Isso
significa, quando se mede a vazão
máxima de 100 unidades, a vazão
mínima a ser medida com a mesma
precisão, é de apenas 30 unidades.
Como conseqüência, é sempre
problemática a medição de pequenas
vazões com medidor à pressão
diferencial.
Para a medição das vazões,
volumétrica e de massa, é necessário o
Fig. 3.3. Elementos geradores de pressão conhecimento ou a medição da
diferencial: densidade do fluido. E a dependência
(a) placa de orifício
(b) tubo venturi entre a vazão e a densidade também é
(c) cotovelo raiz quadrada. Na maioria dos líquidos, a
(d) loop
(e) bocal
densidade não vária muito nas condições
de operação, porém, é mandatória a
compensação da densidade para a
As relações matemáticas são medição de vazões de gases e vapores.
conhecidas e valem simplesmente: Como é difícil a medição direta da
densidade, o que se faz, na prática, é a
Q = K ρ∆P
medição da pressão estática e da
temperatura ambiente do processo,
assumindo a composição do gás
∆P constante.
W =K
ρ
onde
Q é a vazão volumétrica
W é a vazão de massa

3.3.8
Vazão

Fig. 3.5. Placas de orifício

Fig. 3.4. Medição de vazão com pressão 4.2. Características Físicas


diferencial A placa é um disco metálico, de
espessura entre 1/8" e 1/4", com um furo
cientifica e rigorosamente calculado. O
3.1. Elemento Gerador furo é geralmente concêntrico, podendo
Para a medição da vazão através da ser excêntrico e segmentado, para a
medição da pressão diferencial, são medição de fluidos mais problemáticos. O
necessários dois componentes: material padrão é o aço inoxidável AISI
1. o elemento primário, que provoca a 316 ou 304, porém a placa pode ser
restrição à linha, como a placa de fabricada com outras ligas metálicas
orifício, o tubo Venturi, o tubo bocal, o especiais, compatíveis com o fluido de
tubo DallR, o tubo Gentile. processo, com o qual está em contato
2. o elemento sensor e medidor da direto. São usados: MonelR,
pressão diferencial provocada. HastelloyCR, tântalo e outros.
O princípio de funcionamento para Para facilidade de manuseio a placa
todos os geradores de pressão possui uma haste que se proteja para
diferencial é exatamente o mesmo: a fora da tubulação e onde, por
vazão é diretamente ligada à velocidade conveniência, são gravados os dados da
e às pressões do fluido. Maior vazão, placa: material, tamanho do furo, pressão
maior velocidade, menor pressão diferencial que ela produz na vazão
estática. O fluido acelerado através da máxima necessária para a calibração do
restrição aumenta sua energia cinética às elemento sensor da pressão diferencial.
custas da energia da pressão. Ou seja, a O furo da placa apresenta cantos
restrição à vazão provoca o vivos, para eliminar os atritos. Há porém,
aparecimento da pressão diferencial placas com contorno arredondado e
entre antes e depois da restrição. A suave, com espessura bem maior e com
medição da pressão diferencial é o furo limitado a um valor menor. É
proporcional ao quadrado da vazão que necessária a inspeção periódica à placa,
se quer medir. para verificação do estado dos cantos da
placa. Desgaste, polimento e sujeira
4. Placa de Orifício podem ser responsáveis pela introdução
de erros grosseiros ma medição de
vazão.
4.1. Conceito
4.3. Tomadas da Pressão
Foi desenvolvida e usada pela Diferencial
primeira vez no princípio do século, por
Thomas Weymonth, da AGA, e portanto, Há 5 possíveis tipos de tomadas de
suas características e dimensionamento pressão diferencial com placa de orifício:
são conhecidos. 1. tomada de canto (0-0)
A placa de orifício é o elemento 2. tomada de flange (1"-1")
padrão para provocar a queda da 3. tomada de vena contracta (variável
pressão, para a conseqüente medição da entre 0,35D e 0,85D)
vazão de líquidos, gases e vapores. 4. tomada de raio (D - 0,5D)
5. tomada de tubo (2,5D - 8D)

3.3.9
Vazão

O tamanhos retos a montante (antes) coeficiente de descarga, acha-se um


e a jusante (depois) da placa de orifício primeiro valor para beta, corrige o
dependem do tipo da tomada da pressão coeficiente de descarga, acha-se um
diferencial e das perturbações da linha. A segundo valor para beta. Repete-se
colocação de retificadores de fluxo pode iterativamente essa operação até se
diminuir sensivelmente as distâncias chegar a dois valores sucessivos de beta
mínimas envolvidas. dentro da tolerância desejada.
Tipicamente, para tomada tipo flange O valor final do beta deve cair entre
(a mais usada, na prática brasileira) tem- os limites inferior de 0,25 e superior de
se como valores recomendados: 0,75. Se o beta assume valores menores
A = 15 D que 0,25 e maiores que 0,75 ele é
C = 10 D inaceitável. Assume-se outro valor para a
B=D=5D queda de pressão diferencial e recalcula-
se o beta da placa.
4.4. Dimensionamento Nessa filosofia de dimensionamento
tem-se valores variáveis de beta (e
Dimensionar uma placa de orifício
portanto do diâmetro do furo da placa) e
para ser usada em uma tubulação de
tem-se faixas de calibração
diâmetro D é calcular o diâmetro d de seu
padronizadas. A faixa mais usada é a de
furo, geralmente concêntrico. O fator de
2.500mm de coluna d'água. A vantagem
mérito da placa de orifício é o seu beta,
desse dimensionamento de placas é a
definido como
padronização da faixa calibrada dos
elementos sensores de pressão
d
β= diferencial. As desvantagens são que as
D placas tem dimensões não padronizadas
e as incertezas de cálculo são maiores.
onde
d é o diâmetro do orifício da placa, Cálculo da pressão diferencial
D é o diâmetro interno da tubulação. Neste enfoque, assume-se um valor
O valor de beta é função dos dados exato e padronizado para o beta da placa
de vazão (vazão máxima, pressão e usam-se os dados de vazão para
diferencial a ser provocada pela placa, calcular a pressão a ser calibrada no
densidade do fluido, tipos de tomada e transmissor ou no elemento sensor de
do tipo do fluido, se líquido, vapor pressão diferencial.
superaquecido, saturado ou gases). Ele Os defensores desse
pode ser conseguido através de cálculos dimensionamento alegam a padronização
de formulas matemáticas, réguas de de placas de orifício, que podem ser
cálculo especificas, programas de armazenadas em estoque, em menor
calculadoras eletrônicas. numero e com uso mais geral. Isso pode
O cálculo do beta da placa é um reduzir os custos de produção de placas.
processo matemático iterativo, repetitivo, Outra vantagem é a escolha de valores
por causa de hipóteses assumidas, a padronizados para o beta e conhecidos
priori. Há basicamente, dois modos de previamente, diminuindo os erros
cálculo: causados pela incerteza dos parâmetros
de fabricação. São escolhidos os valores
Cálculo do beta
ótimos de beta, levando em consideração
Assume-se uma queda de pressão os aspectos de precisão e melhor
diferencial padronizada e calcula-se a resolução para a medição da pressão
placa de orifício. diferencial:
A partir dos dados de vazão (vazão β = 0,575 é o melhor, sob o ponto de
máxima, coeficiente de descarga, vista de erro
densidade, temperatura, pressão), β = 0,600 é o melhor, sob o ponto de
assume-se um determinado valor de vista de melhor pressão diferencial a ser
pressão diferencial, e calcula-se o beta detectada.
da placa. Como o beta depende do

3.3.10
Vazão

A desvantagem desse equipamento de montagem


dimensionamento, que padroniza a placa especial, sem interrupção da
e calcula a pressão diferencial a ser vazão.
calibrada, é a seleção do elemento 9. o sistema é flexível, pois o
sensor de pressão diferencial e a não elemento sensor de pressão
padronização das faixas calibradas, mais diferencial pode ser zerado durante
conveniente para a manutenção. o processo e pode ser facilmente
Qualquer que seja o tipo de isolado, quando se usa o conjunto
dimensionamento, devem ser distribuidor de 3 ou 5 válvulas.
considerados os coeficientes de
descarga (relação da vazão 4.6. Desvantagens e Limitações
instantânea/vazão teórica calculada),
As principais limitações do medidor
números de Reynolds, tamanho do tubo,
de vazão a pressão diferencial são:
correção de compressibilidade, schedule
1. a relação vazão e pressão
do tubo.
diferencial não é linear, mas uma
relação de raiz quadrada Quando
4.5. Vantagens
se necessita de um sinal linear, é
As principais vantagens da placa de necessário o uso de extrator de raiz
orifício são: quadrada, o que aumenta o custo
1. a calibração do sistema não requer da malha e da imprecisão do
outro medidor padrão de vazão, ou sistema.
seja o orifício não precisa ser 2. por causa da relação raiz quadrada
calibrado com a vazão. Os cálculos entre a vazão e a pressão
de dimensionamento, conhecidos diferencial, a rangeabilidade da
desde circa 1900, são confiáveis. A medição da vazão é ruim: vária
calibração consiste apenas calibrar entre 3:1 e 5:1.
o transmissor ou o elemento sensor 3. a precisão se degrada com o
de pressão diferencial, na bancada. desgaste e estrago no contorno do
Em vez de se simular a vazão do furo. A acumulação de sujeira pode
processo, simula-se a pressão introduzir erros grosseiros. Para
diferencial para o qual a placa foi solucionar esse inconveniente, é
dimensionada. necessária a inspeção periódica
2. não possui peças moveis, portanto das placas instaladas.
o desgaste é mínimo. 4. a placa apresenta uma grande
3. disponível em grande variedade de perda de carga permanente. Ou
tamanho (entre 2" até 100" de seja, a pressão depois da placa é
diâmetro), tipos de tomadas e de sempre menor que a pressão
material de construção. anterior, pois há uma perda de
4. pode ser usada para medição de cerca de 40% a 95% da pressão
vazão de gases, vapores e líquidos. diferencial máxima provocada.
5. preço independe praticamente do Valores pequenos de beta dão
tamanho. O que é mais significativo maior perda de carga (cerca de
é o preço do flange. O custo do 95%) e grandes valores de beta
elemento sensor de pressão provocam menor perda (como
diferencial é o mesmo, qualquer 40%).
que seja o tamanho da tubulação 5. o dimensionamento da placa deve
ou do valor da vazão. ser corrigido pelo numero de
6. não há necessidade de lubrificação Reynolds. Por isso, quando há
7. simplicidade extrema e com variações de viscosidade e
precisão aceitável para a maioria densidade do fluido, há erros de
das aplicações, desde que medição.
instalado corretamente. 6. é problemático quando se mede
8. a placa de orifício pode ser vazões pulsantes, com placas de
removida, através de um orifício.

3.3.11
Vazão

7. quando se considera o conjunto depois se calcula qual a pressão


completo, placa + sensor ou diferencial a ser calibrada no transmissor
transmissor de pressão diferencial, de vazão.
os custos dos equipamentos e sua
instalação são caros. 4.8. Tubo Venturi
8. em fluidos difíceis, que apresentam
Foi desenvolvido em 1877 por
problemas com condensação,
Herschel, e por isso também é chamado
congelamento endurecimento do
tubo Herschel Venturi. É um tubo com
produto, alta temperatura, é
formato e diâmetro padronizadas quanto
necessário o suo de acessórios
à curvatura de relação, diâmetro de
especiais, que oneram mais os
entrada (igual ao de saída), diâmetro do
custos, como câmaras de purga,
estrangulamento, grau de afunilamento
injeção de vapor, isolamento
de entrada e de saída (afunilamento da
térmico, poços de selagem, uso de
entrada é mais acentuado que o de
capilares.
saída), distância e colocação das
tomadas de alta e baixa pressão.
4.7. Orifício Integral
Como a placa de orifício, ele também
Quando se pretende medir vazões provoca uma restrição à vazão e
muito pequenas, com a utilização de conseqüentemente, produz uma queda
placa de orifício, tem-se uma placa tão de pressão entre a entrada e a saída.
pequena, que pode ser colocada na Porém, é uma restrição muito mais
tomada de processo do transmissor de suave. Essa atenuação da restrição
pressão diferencial. Essa placa, tão permite a medição de fluidos com sólidos
pequena que pode ser introduzida na em suspensão, sujos, impossível de ser
tomada de pressão é chamada de orifício conseguida com a placa de orifício. Outra
integral. São pequenas placas, com vantagem fundamental é sua muito
orifícios calculados e fabricados com menor perda de carga permanente.
precisão de relojoaria. Existem seis Tipicamente, a perda de carga
tamanhos bitolados e fixos: 0,508mm, permanente é de cerca de 10% da
0,864mm 1,511mm, 2,527mm, 4,039mm pressão diferencial máxima provocada,
e 6,350mm. portanto, em media, cinco vezes menor
que a provocada pela placa de orifício.

Fig. 3.6. Orifício integral ao transmissor


Fig. 3.7. Tubo venturi

A perda de carga permanente do


orifício integral é cerca de 100% da Sua principais vantagens são:
pressão diferencial medida pelo 1. pequena perda de carga
transmissor. 2. pode manusear sólidos em
O dimensionamento do furo, e suspensão no líquido
portanto a escolha do orifício integral, 3. pode medir altas vazões
pode ser feito através de réguas de As desvantagens são:
cálculo especificas. Geralmente, o ponto 1. custo altíssimo
de partida é a vazão máxima. A partir da 2. construção difícil, geralmente são
vazão, escolhe-se o orifício integral e feitos apenas pelos fabricantes

3.3.12
Vazão

especializados. A placa de orifício, processo. Seu custo é


por exemplo, pode ser fabricada aproximadamente o custo do
facilmente na oficina mecânica e de transmissor de pressão diferencial.
instrumentação da maioria das Alem disso, é menos flexível,
plantas. quanto à alteração da faixa
3. são disponíveis apenas em calibrada e pode ser submetido a
tamanho grandes, geralmente com menores pressões estáticas que o
diâmetros maiores que 6" transmissor d/p cell®.
4. menor precisão que a placa de 2. transmissor de pressão de
orifício, pois o acervo de dados diferencial, para a medição de
experimentais é menor vazão, chamado pela Foxboro de
d/p cell®. O transmissor mede
4.10.Seleção do Elemento Primário pequenas faixas de pressão
diferencial e pode suportar
Dentro da classe única de medidor de
altíssimas pressões estáticas.
vazão com geração de pressão
Possui um grande fator de
diferencial, existem vários tipos distintos,
proteção: a máxima pressão de
com o mesmo princípio de funcionamento
sobrefaixa é o próprio valor da
mas geometrias diferentes. A seleção do
pressão estática. Pode ser
elemento primário mais adequado deve
eletrônico (4-20 mA cc) ou
ser uma função do custo, queda de
pneumático (20-100 kPa). É
pressão permanente, tipo e localização
disponível com três faixas de
das tomadas da pressão, precisão,
pressão estática (3 MPa, 10 MPa e
exigências de trechos retificados.
40 MPa), três faixas de pressão
Quando já se decide pelo uso do
diferencial (0-125mm a 0-725mm,
elemento gerador de pressão diferencial
0-500mm a 0,7.250mm, e 0-
para a medição da vazão, recomenda-se
5.000mm a 0-21.250mm de coluna
o uso da placa de orifício concêntrico. A
d'água)
placa de orifício é a mais simples,
conhecida, econômica e pode até ser
construída localmente. Quando houver
problema técnico relacionado
principalmente com a perda de carga
permanente, então deve ser escolhido
outro mais favorável nesses aspectos,
como o bocal, tubo Dall e tubo Venturi.

4.11. Medidor do ∆P Fig. 3.8. Diafragma ou câmara Barton


A placa de orifício e qualquer outro
elemento provocador de pressão
diferencial, é insuficiente para a medição
da vazão. O elemento primário, que gera
a pressão diferencial em função da
vazão, requer o elemento secundário,
que sinta esta pressão diferencial.
Na pratica, usam-se dois tipos:
1. elemento sensor de pressão
diferencial, tipo diafragma duplo,
também chamado de câmara
Barton, diafragma Foxboro modelo
37. Esse elemento é usado
essencialmente quando se tem a Fig. 3.9. Transmissor eletrônico d/p cell
indicação, registro ou controle de
vazão, com o instrumento
conectado diretamente ao

3.3.13
Vazão

5. Medidor Tipo Alvo (Target) manipula material que tende a se


solidificar, como a parafina, é
O princípio de funcionamento do possível se aplicar um traço de
medidor tipo alvo é o de converter a força vapor, no ponto do fulcro da barra
de impacto, provocada pela vazão, em de força.
um alvo em um sinal detectável, e 2. apresenta bom desempenho: boa
proporcional à vazão do fluido. O mais precisão, repetitividade.
comum é o uso de um transmissor, 3. pode medir vazões de líquidos,
pneumático ou eletrônico, que sente a gases e vapores.
vazão, converte a força de impacto em As suas limitações são;
um sinal padrão, pneumático ou 1. deve ser montado em linha
eletrônico, proporcional ao quadrado da 2. deve haver vazão nula para o
vazão. A relação matemática empírica ajuste de zero
mostra que a vazão é proporcional à raiz 3. os dados de calibração são
quadrada da força de impacto exercida limitados.
no alvo.
6. Rotâmetro de Área Variável
O rotâmetro de área variável é
constituído de um medidor cônico,
montado verticalmente, com uma haste
indicadora. A posição da haste é
proporcional linearmente com a vazão
medida.
Pode-se fazer a seguinte analogia
com a placa de orifício: a placa possui
um orifício de área fixa e a pressão é
variável com a vazão. O rotâmetro
funciona com uma pressão constante e
possui uma área anular variável com a
vazão.
Fig. 3.10 Medidor alvo (target )

O transmissor de vazão tipo alvo é


montado em linha, podendo assumir
valores entre 3/4" a 4". Pela natureza do
dispositivo, ele pode ser zerado, a não
ser que haja um contorno do medidor.
Para facilidade de calibração em
bancada e para não ser necessária a
simulação da vazão do processo, são
fornecidos diferentes pesos de calibração
do transmissor. Cada peso corresponde Fig. 3.11. Rotâmetro de área variável
a uma vazão determinada
As faixas de medição são limitadas
entre 1,5 m3 a 150 m3/h, para água e Suas características, vantajosas ou
entre 44 m3/h a 4.250 m3/h para ar. limitadas, são as seguintes:
As suas vantagens e aplicações são: 1. como a relação vazão x posição da
1. aplicado para medir vazão de haste é linear, a rangeabilidade da
fluido viscoso, com tendência à medição é boa, cerca de 10:1.
solidificação nas tomadas. Como 2. é extremamente simples, e a não
o medidor tipo alvo não possui ser a limpeza, não requer maiores
tomada de processo não há esse cuidados de manutenção.
inconveniente. Quando se

3.3.14
Vazão

3. pode-se adaptar facilmente


dispositivos de alarme de vazão
mínima e máxima; basta acoplar
dispositivos acionados pela haste
de indicação.
4. a medição é imune à viscosidade.
5. não requer fonte de alimentação,
de nenhuma natureza.
6. a perda de carga é pequena e
constante, porém, não pode ser
usado em vazão pulsante.
7. a indicação é direta e linear, porém
a montagem só pode ser vertical.
8. normalmente é montado em linha e
só é disponível em pequenos
diâmetros. Para contornar esses
inconvenientes, é possível a
montagem em linha de contorno
(by pass).
9. o seu material de construção deve
ser transparente, para a leitura da
posição da haste interna. Quando o
material é de vidro, o medidor é
frágil e não pode manusear fluidos
tóxicos, perigosos e corrosivos.
Quando se reforça mecanicamente
o medidor, com partes de metal, o
seu custo aumenta.
10.sua precisão é ruim. Por isso sua
maior aplicação reside em
situações que não requerem
grande exatidão. Por exemplo, ele
é usado para medição de gás de
purga de selos de bomba e para a
alimentação do óleo lubrificante de
maquinas.
11.apresenta apenas indicação local,
não sendo possível se acoplar a
sistemas de transmissão e de
integração.
12.só pode manipular fluidos limpos e
lubrificantes. A sujeira no vidro
pode afetar a leitura.
13.são aplicados intensivamente para
indicação da existência de vazão,
não importando o valor da vazão,
em sistema de medição de nível
com borbulhamento de gás inerte
ou ar. São os chamados rotâmetro
de purga. Igualmente, são usados
em sistema de proteção de
equipamento elétrico em área
classificada, para a indicação da
vazão do gás inerte no interior do
equipamento.

3.3.15
Vazão

7. Deslocamento Positivo possível a opção de sinal


transmitido.
Mais que um medidor de vazão 4. não necessita de grandes trechos
instantânea, é aplicado para a medição retos antes de sua montagem,
de totalização de vazão volumétrica ou podendo medir vazões de fluidos
de massa. turbulentos. A precisão é pouco
O princípio de funcionamento do afetada pela turbulência.
medidor com deslocamento positivo é 5. pode medir grandes faixas de
simples: o medidor separa o líquido em medição, com fácil calibração.
volumes conhecidos, transporta-os de 6. como possui peças moveis, sujeitas
sua entrada para a saída, conta-os e os a desgastes e folga, pode haver
totaliza. O volume total é calculado pelo vazamentos, deslizamentos das
numero de pacotes, ou segmentos ou engrenagens. Por isso é necessária
quantidades conhecidas que passaram uma manutenção periódica.
no intervalo de tempo considerado. São 7. só pode medir fluidos limpos e
medidores mecânicos, com engrenagens lubrificantes. É proibido o uso para
e excêntricos moveis. Geralmente não medição de fluidos abrasivos, sujos
necessitam de nenhuma fonte de e corrosivos.
alimentação: utilizam a própria energia da 8. seu custo é relativamente alto,
vazão do fluido. A energia para acionar principalmente quando de grandes
essas partes moveis é extraída do fluido diâmetros. Suas peças de
e por isso há uma perda de carga reposição são muito caras, sua
grande. E como há peças moveis, a instalação é custosa e difícil.
precisão pode variar com o desgastes 9. apresenta alta perda de carga.
natural dessas peças. Pode se danificar quando mede
altas velocidades de fluido e há
pequena proteção de sobrecarga.
10.é montado em malha.
11.apresenta problema na medição de
fluidos que deixam rastro, como
lodo, resíduos, sujeiras nas peças
em contato com o processo.
Fig. 3.12. Medidor a deslocamento positivo

Há vários tipos de medidores, quanto


aos acionadores do líquido: disco móvel,
pistão oscilante, lâminas rotatórias,
lóbulos rotativos.
Quanto ao seu desempenho, pode-se
dizer o seguinte:
1. como a relação matemática
envolvida é linear, apresenta boa
rangeabilidade 9cerca de 30:1),
alem de ser preciso, repetitivo,
desde que não possua folgas, nem
desgastes das peças moveis.
2. pode medir fluidos viscosos e é Fig. 3.13. Medidor a deslocamento positivo
imune às variações de viscosidade.
3. apresente leitura local, podendo
facilmente ser acoplado a sistemas
de geração de pulsos, de natureza
eletrônica, óptica ou
eletromagnética, alem de ser

3.3.16
Vazão

8. Medidor Magnético susceptível de captar interferência.


Algumas configurações podem ter o tubo
medidor de vazão magnético acoplado
8.1. Princípio de funcionamento diretamente ao transmissor, sem o cabo.
Opcionalmente usa-se um limpador
O princípio de funcionamento do
de eletrodos, que evita a deposição de
medidor de vazão magnético é a lei de
sujeiras no ponto de tomada do eletrodo.
Faraday, que diz ser a força eletromotriz
Há limpadores do tipo ultra-sônico e há
(militensão) induzida no condutor móvel
limpadores mecânicos. É recomendado o
ao longo do campo magnético
uso do limpador, quando o fluido medido
proporcional à velocidade do condutor.
tem facilidade de deixar lodo e sujeira no
Como a velocidade do fluido é
caminho.
diretamente proporcional à sua vazão,
Quando se tem uma planta com
pode-se medir a vazão através da
muitos medidores de vazão tipo
medição da velocidade.
magnético é recomendado a aquisição do
A condição necessária para a
calibrador magnético de vazão. É um
aplicação do medidor magnético é que o
instrumento portátil, que prove um sinal
fluido seja condutor elétrico. A
de militensão alternada, em fase e
condutividade mínima exigida é de 200
amplitude adequadas, para a calibração
microsiemens por metro.
do transmissor eletrônico de vazão.

Fig. 3.15. Tubos medidores magnéticos

Fig. 3.14. Funcionamento do medidor magnético 8.3. Tubo Medidor


O medidor magnético de vazão é um
tubo de aço inoxidável não
8.2. Sistema de Medição ferromagnético, com um revestimento
O sistema de medição magnética da interno não condutor elétrico. Duas
vazão consiste dos seguintes bobinas externas produzem um campo
equipamentos: magnético no interior do tubo. Como elas
1. tubo medidor, são alimentadas com corrente elétrica
2. transmissor ou condicionador de alternada senoidal, tipicamente de 110 V
sinal RMS, 60 Hz, o campo magnético gerado
3. cabo coaxial blindado, de é de mesma natureza. O líquido que
interligação. passa no interior do tubo funciona como
O tubo medidor serve para gerar um o condutor elétrico e induz uma força
sinal elétrico proporcional linearmente à eletromotriz proporcional à velocidade do
velocidade do fluido e portanto à sua fluido, portanto à vazão do fluido. Dois
vazão. O transmissor eletrônico de vazão pequenos eletrodos, montados
converte esse sinal elétrico no sinal verticalmente ao tubo e tangenciando a
padrão de 4 a 20 mA cc e opcionalmente, sua superfície interna, detectam a força
em um trem de pulsos escalonados. eletromotriz. A força eletromotriz
Interligando estes dois instrumentos, usa- detectada é uma militensão alternada e é
se um cabo coaxial, rigorosamente linearmente proporcional à vazão do
blindado, pois o sinal de saída do tubo é fluido.
alternado e de baixo nível, portanto

3.3.17
Vazão

O interior do tubo de medição deve O tubo medidor de vazão e o seu


ser revestido de um material respectivo transmissor são instrumento
eletricamente isolante. Isso pode ser elétricos e portanto, devem satisfazer as
usado para revestir o interior do tubo com exigências para o uso na área de
materiais quimicamente inertes ao fluidos montagem. A maioria é constituida na
manuseados. São comuns: teflon, versão de uso geral, para montagem em
poliuretano, butadieno, neoprene e local seguro. Porém, podem ser
outros materiais. montados em locais de Classe I, grupos
Quando aplicados às industrias B, C e D, Divisão 2, classe de
alimentícias, são disponíveis na versão temperatura T3. Quando usado em
sanitária, que consiste em uma facilidade Divisão 1, requer a pressurização tipo Y,
excepcional de desmontagem, para que protege e possibilita o uso de
lavagens periódicas. Geralmente são instrumento não incenditivo em Divisão 1.
pintados de branco. O transmissor é, impropriamente,
Os medidores magnéticos são chamado de conversor.
conectados ao processo através de
flanges, com diferentes classes: ANSI 8.5. Vantagens
150 e 300, PN 16 e 40. As principais vantagens do uso do
Como os eletrodos são de tamanho medidor magnético de vazão são:
pequeno, é praticável e econômico sua 1. não apresenta nenhuma perda de
confção com materiais especiais, como carga adicional. Ou seja, a perda
Titânio, tântalo platina, monel, de carga do tubo medidor de
hastelloyC. vazão é exatamente igual à perda
de uma tubulação de igual
tamanho.
2. como não apresenta nenhuma
obstrução à linha, ele pode medir
vazão de fluidos sujos, corrosivos,
abrasivos, com sólidos em
suspensão, não lubrificantes.
3. a configuração geométrica do
sistema de medição ano é critica,
podendo medir fluidos laminares e
turbulentos. O único inconveniene
é a presença de bolhas de ar que
introduzem erro, pois a medição é
Fig. 3.16. Transmissor integral ao tubo de volume.
4. a medição não é afetada pela
viscosidade, densidade,
temperatura ou pressão. Não é
afetado, inclusive, pela
8.4. Transmissor de Vazão
condutividade, desde que seja
O transmissor de vazão recebe na mantido o mínimo exigido.
entrada o sinal de militensão alternada de 5. não possui peças moveis e desde
saída do tubo magnético, proporcional à que a velocidade não ultrapassa o
vazão e o converte no sinal padrão de limite de 6,0 m/s, não há desgaste
transmissão de corrente, de 4 a 20 mA nenhum.
cc. 6. a saída é analógica e linear,
Para se obter maior precisão, quando requerido e portanto com excelente
com custo adicional, o transmissor pode ser rangeabilidade.
calibrado com um tubo especifico, ambos
formando um par casado para futura aplicação em
conjunto.

3.3.18
Vazão

8.6. Desvantagens e limitações 9. Turbina


Desvantagens, ele também as tem:
1. exige-se a condutividade mínima
9.1. Princípio de funcionamento
de 0,1 a 20 microsiemens.
2. o princípio de funcionamento O medidor de vazão tipo turbina prove
requer o tubo sempre cheio de um sinal de saída igual a um trem de
líquido. Se o formato da frente de pulsos, com freqüência linearmente
onda da vazão é assimétrico proporcional à vazão do fluido. O fluido
também há erros. Para solucionar passa no interior da turbina, fazendo girar
esses problemas, recomenda-se, um rotor em uma velocidade angular que
sempre que possível, montar o é proporcional à velocidade do fluido e
tubo medidor na posição vertical, portanto, proporcional linearmente à
com fluxo ascendente. vazão do fluido.
3. o medidor é montado em linha
4. a característica do medidor é seu
fator K, inerente a cada medidor,
construído para atender
determinados dados de vazão. A
calibração do medidor magnético
exige a simulação da vazão
conhecida.
5. é um instrumento elétrico e
portanto sua montagem é limitada
a locais seguros, ou se exige
técnica adicional de segurança Fig. 3.18. Turbina e amplificador
para montagem em local
classificado.
Um detetor eletromagnético converte
a rotação do rotor em um sinal usável, ou
em um trem de pulsos escalonados ou no
sinal padrão de 4 a 20 mA cc. Há
turbinas cujos totalizadores ou
indicadores são acionados mecânica e
diretamente pela vazão.
Na turbina clássica, o eixo de rotação
da turbina é longitudinal ao sentido da
vazão do fluido. As laminas da turbina, de
material ferromagnético, induzem o trem
de pulsos, quando corta o campo
magnético. Uma bobina externa com um
magnético deteta o trem de pulsos. Há
também turbinas cujo rotor gira
tangêncialmente à vazão.

9.2. Construção
Embora a teoria basica do
funcionamento da turbina seja
extremamente simples, os detalhes de
Fig. 3.17. Medidor magnético microprocessado projeto e construção são muito
complexos. Devem ser considerados
vários fatores, tais como: angulo das
laminas, números de laminas, mancais
para o suporte do eixo de rotação,

3.3.19
Vazão

montagem, fixação, retificadores da considerado quando seu local de


vazão. montagem é local perigoso. Sua
É desejável que o fluido sob medição classificação elétrica deve ser compatível
seja lubrificante, porém, com uso mais com o local, bem como sua classe de
limitado, são aplicadas turbinas para temperatura.
medição de fluidos não lubrificantes e até
de gases. Os fluidos a serem medidos 9.3. Vantagens
devem ser isentos de sujeira e não
As principais vantagens da turbina
podem ser abrasivos, pois destruiriam
são:
rapidamente o rotor da turbina. É normal
1. altissima precisão, repetibilidade e
o uso de filtro antes do local de
confiavilidade
montagem da turbina, cerca de 15
2. sua rangeabilidade é a maior
diâmetro de separação.
entre todos os medidores de vazão,
pois a relação matemática envolvida
é linear. Tipicamente, tem-se
rangeabilidade de 100:1, 50:1.
3. a saída é linear, digital (trem de
pulsos), adequada para sistemas de
totalização de vazão. A turbina é ideal
para sistemas de mistura digital
(blending).
4. a turbina é de pequeno tamanho e
Fig. 3.19. Internos da turbina peso, sendo fácil instalação.
Geralmente ela é instalada entre
flanges.
A parte critica da turbina é seu
mancal. Os mancais esféricos 9.4. Desvantagens e limitações
apresentam o melhor desempenho e a
máxima faixa de medição. Porém, são As limitações referentes à turbina
usados apenas com fluidos lubrificantes e são:
limpos. Quando os fluidos não são 1. é montada em linha e para sua
compatíveis, em limpeza ou em calibração se necessita da simulação
lubrificação, deve-se usar o mancal tipo de uma vazão conhecida. O fator de
luva. Os mancais esféricos possuem mérito da turbina é seu fator K, que
retentores metálicos ou de teflon® associa a unidade de vazão à
reforçado, para diminuir os atritos e frequência dos pulsos gerados.
manter as esferas na posição correta. 2. a turbina possui peça móvel.
A capacidade instalada da turbina deve ser cerca Embora haja apenas o rotor móvel,
de 30% a 50% maior que a capacidade calculada, há desgaste e folga nos seus
para diminuir a perda de carga. A excelente mancais de sustentação.
rangeabilidade torna possível essa folga. 3. ela pode ser danificada por velocidade
Quando a turbina está distante (mais acima da calculada. Ela não se aplica para
de 60 metros, por exemplo) do medição de vazão de fluidos abrasivos, sujos,
instrumento receptor dos pulsos, ou corrosivos e de alta velocidade.
quando os fios de transmissão percorrem 4. seu custo é elevado,
regiões com elevado grau de principalmente se considera a
interferência elétricas, deve se usar o colocação do filtro a montagem, o uso
pré-amplificador, que reforça e do pre-amplificador para distâncias
condiciona o trem de pulsos. O pré- acima de 60 metros.
amplificador pode ser montado 5. a turbina requer longos trechos
integralmente ao corpo da turbina. longos e distúrbios podem afetar a
A turbina de medição de vazão é um medição.
instrumento elétrico, normalmente
alimentado por tensão alternada de
110V, 60 Hz. Esse fato deve ser

3.3.20
Vazão

10. Medidor tipo Vortex


O medidor de vazão tipo Vortex foi
desenvolvido há pouco aanos e por isso
seus dados de aplicação são limitados e
muitas pessoas o consideram um
instrumento especial, para medição de
fluidos especiais. Porém, o medidor de
vazão tipo Vortexz deve ser considerado
um medidor de uso geral, aplicado a
líquidos, vapor e gases.
Fig. 3.21. Medidor tipo Vortex

Assim, a colocação do obstaculo


provoca o vortex, que é uma zona de
vazão rotacional. Os vários fabricantes
de instrumentos utilizam diferentes
variáveis que estão relacionadas com a
vazão e o vortex. Há variações no
equipamento e na aplicação da técnica,
embora o fenomeno criado seja o
mesmo. Por exemplo, a Foxboro utiliza
um diafragma selado, cheio de líquido, e
com um strain-gage no seu interior.
Fig. 3.20. Princípio de funcionamento do vortex: o
Outros fornecedores utilizam diafragma
probe provoca a formacao de vórtices que
capacitivo (Kent), cristal piezoelétrico ou
são detectados e que estão relacionados
bobina detetora de radio frequência
com a vazão volumetrica do fluido
(Fisher & Porter) ou termistor blindado
(Eastech).
Os formatos do obstaculo usado
O princípio de funcionamento está
como ponta de prova para provocar o
baseado na dispersão do vortex
vortice são diferentes, embora todos
provocado pela colocação de um
tenham obrigatoriamente o contorno
obstaculo na passagem da vazão. Se o
abrupto, com os cantos vivos. O medidor
obstaculo possui uma geometria abrupta,
Vortex da Foxboro possui o "probe"
com perfil não suave, o fluido não pode
gerador de vortices em forma de T
seguir seu contorno e há o aparecimento
deitado. O sensor da frequência (strain
de um vortex, ou seja, de um
gage) é montado na parte horizontal do
turbilhoamento. O voertex é disperso em
obstaculo, de modo que o próprio
uma frequência diretamente proporcional
obstaculo o protege de possíveis sujeiras
à velocidade e portanto, à vazão do
do fluido medido. O strain gage colocado
fluido.
no interior da capsula mede a pressão
Outro enfoque do medidor vortex é
provocaca pela precessão do vortice, que
aquele que considera o diferencial de
oscila na frequência natural do vortice.
pressão em torno do obstaculo, que
Esta frequência é proporcional a
provoca o vortex. Depois do obstaculo a
velocidade da vazão. Na parte superior
velocidade diminui e a pressão aumenta.
do transmissor está alojado o circuito
eletrônico que condiciona a militensão
pulsante detectada, em um sinal
analógico de corrente (4 a 20 mA cc) ou
em um sinal digital com pulsos
apropriados para a totalização da vazão.

3.3.21
Vazão

corpo pode ser flangeado (maior


que 4") ou do tipo liso (wafer).
3. o medidor não requer manutenção
e sua calibração se conserva
durante longos periodos de tempo.
Não possui peças moveis e há
poucas peças de reposição para
serem estocadas.
4. a sua saída é naturalmente
analógica, adequada para o
controle e digital, apropriada para a
totalização.
5. o medidor se aplica a líquido, vapor
e gás. Ele possui um projeto
universal que é imutável e igual
Fig. 3.22. Partes constituintes do vortex para todas as aplicações. A
calibração só é função do formato e
do tamanho do obstaculo e o
Não há ajuste de zero ou de largura vortice de Karman é um fenomeno
de faixa. O medidor vortex possui duas natural. Dentro da faixa linear da
características: assinatura do medidor não se
1. o fator K, que relaciona a saída requer nova calibração e a medição
com a entrada, exprime a a é imune a váriação da viscosidade,
relação dos pulsos por segundo pressão, densidade e temperatura;
com a vazão. A dimensão de K é fora da faixa linear ainda é possível
pulsos por volume. a medição, porém, é necessária a
2. a curva assinatura conseguida, calibração do medidor.
plotando o fator K com o numero As desvantagens são:
de Reynolds. Na há pulsos na 1. a aplicação comercial do
saída do medidor vortex quando o fenomeno é recente e pouco
numero de Reynolds está abaixo conhecida,
de determinado valor (cerca de 2. o medidor é montado em linha,
104 e quando a vazão é muito possui um fator K e necessita de
pequena e produz uma diferença outro medidor padrão para sua
de pressão não detectável. calibração,
Há uma limitação na velocidade 3. são disponíveis em poucos
máxima: 6 m/s; acima desta velocidade tamanhos (2" a 8") e acima de 6"
pode haver erosão e desgaste no é muito caro.
obstaculo. 4. apresenta perda de carga tipica
A perda de carga permanente é de 6 psig, que pode provocar
aproximadamente constante e vale cerca cavitação em fluido de baixa
de 6 psig (40 kPa), na vazão máxima. pressão de vapor, quando a
Esta perda da pressão deve ser pressão estática é baixa.
considerada no dimensionamento, para 5. não é aplicável para fluidos sujos
se evitar a cavitação do líquido medido. e abrasivos, que provocam erosão
As principais vantagens do medidor no obstaculo. Não pode ser usado
vortex são: para vazões com numero de
1. a relação matemática envolvida é Reynolds menores que 3.000; ele
linear e como conseqüência, é adequado para números acima
rangeabilidade é alta (mínima de de 104 onde a linearidade é
10:1), plena.
2. o custo do medidor instalado é 6. a sua faixa de temperatura de
pequeno. O medidor pode ser trabalho é entre -40 e +120 oC.
instalado entre flanges. O seu

3.3.22
Vazão

11. Medidor Coriolis essencialmente medem esta pequena


força vibratória induzida pela vazão do
fluido. Esta força do fluido é proporcional
11.1. Introdução à vazão mássica. É a mesma força de
Coriolis que causam as correntes de ar
A massa, ao lado do comprimento e
circularem em torna da Terra em rotação.
do tempo, constitui a base para toda
Esta força também cria uma precessão
medida física. Como um padrão
giroscópica empregada em sistemas de
fundamental de medição, a massa não
navegação de navios e aviões. A força de
deriva suas unidades de medida de
coriolis é a única força significativa usada
qualquer outra fonte. As variações de
na determinação da vazão mássica
temperatura, pressão, viscosidade,
direta.
densidade, condutividade elétrica ou
térmica e o perfil da velocidade não
afetam a massa. Tais imunidade e
constância tornam a massa a
propriedade ideal para se medir.
Até recentemente, não existia
nenhum método pratico para medir
massa em movimento. Os usuários
tinham de inferir a massa do volume.
Infelizmente, os medidores de vazão
volumétrica não medem a massa mas o
espaço que ela ocupa. Deste modo,
deve-se calcular os efeitos da Fig. 3.23. Componentes do medidor Coriolis
temperatura e pressão sobre a
densidade, quando deduzir a massa do
volume. 11.2. Efeito Coriolis
A medição direta da vazão de massa Qualquer objeto movendo acima da
evita a necessidade de cálculos Terra com velocidade espacial constante
complexos. Ela cuida diretamente da é defletido em relação a superfície de
massa e desde que a massa não muda, rotação da terra. Esta deflexão foi
um medidor direto de vazão mássica é discutida inicialmente pelo cientista
linear, sem as correções e francês Coriolis, na metade do século
compensações devidas às variações nas passado e atualmente é descrita em
propriedades do fluido. termos de aceleração de Coriolis ou da
O medidor opera pela aplicação da força de Coriolis. A deflexão é para o
Segunda Lei de Newton: Força é igual à lado direito, no hemisfério norte e para a
Massa vezes a Aceleração (F = m a). esquerda, no hemisfério sul. Os efeitos
Ele usa esta lei para determinar a Coriolis devem ser considerados em uma
quantidade exata de massa fluindo variedade de fenômenos em que o
através do medidor. movimento sobre a superfície da Terra
A massa do fluido tem uma está envolvido; por exemplo:
velocidade linear quando ele flui através 1. os rios no hemisfério sul forçam
do tubo sensor. A vibração do tubo mais sua margem esquerda do que
sensor, em sua frequência natural em a direita e o efeito é mais
torno do eixo, gera uma velocidade acentuado quanto maior for a sua
angular. Estas forças vibracionais do latitude,
tubo, perpendiculares à vazão do fluido, 2. no hemisfério sul, a água sai da pia
causam uma aceleração na entrada e girando no sentido horário,
uma desaceleração na saída. O fluido 3. os movimento do ar sobre a terra
exerce uma força oposta a si próprio, que são governados pela força de
resiste às forças perpendiculares do tubo, Coriolis,
causando o tubo dobrar. Os circuitos
eletrônicas do medidor de vazão mássica

3.3.23
Vazão

4. um termo, devido ao efeito Coriolis, proporcional a vazão mássica e o


deve sempre ser incluído em momento angular da terra.
equações de balística exterior,
5. qualquer bolha de nível sendo
usada em navio ou avião será
defletida de sua posição normal e a
deflexão será perpendicular a
direção do movimento do navio ou
avião e devida ao efeito Coriolis.

11.3. Calibração
O medidor Coriolis necessita da
calibração inicial para a determinação da
constante do instrumento e se mantém Fig. 3.24. Medidor Coriolis industrial
para qualquer fluido. A verificação ou a
recalibração é facilmente feita no campo,
pelo usuário. Para uma mola acionada Em um medidor tipo Coriolis, o fluxo
estaticamente, a calibração com um do fluido de entrada é dividido entre dois
único líquido, usando um fluido com tubos curvados, iguais e com diâmetros
única densidade, seria suficiente para menores que a tubulação do processo. A
determinar a constante do medidor para vazão segue as trajetórias curvas e
todas as variações de densidade, desde converge na saída do medidor. Estes
que a rigidez do sistema (constante de tubos estão vibrando em sua frequência
mola) seja corrida para as variações de natural, geralmente por um dispositivo
temperatura. As cargas não são magnético. Se, em vez de ser
aplicadas estaticamente mas são continuamente girado, o conduite vibra, a
aplicadas na frequência de acionamento. amplitude e a direção da velocidade
Uma função de transferência mecânica é angular se alternam. Isto cria uma força
introduzida em adição a função estática. de Coriolis alternada. Se os tubos
curvados são suficientemente elásticos,
11.4. Medidor Industrial as forças de Coriolis induzidas pela
vazão mássica produzem pequenas
Um objeto se movendo em um deformações elásticas nos tubos. Esta
sistema de coordenadas que gira com distorção pode ser medida e a vazão
uma velocidade angular, desenvolve uma mássica inferida dela.
força de Coriolis proporcional a sua Em sua forma mais simples, o
massa, a velocidade linear do objeto e a medidor de vazão Coriolis possui dois
velocidade angular do sistema. Esta força componentes básicos: o sensor e o
é perpendicular junto a velocidade linear transmissor eletrônico. O sensor é um
do objeto como a velocidade angular do conjunto de tubo (um ou dois) instalado
sistema de coordenadas. na tubulação do processo. O tubo
A Terra constitui o sistema rotatório. usualmente em forma de U é vibrado em
Por causa da força de Coriolis, um objeto uma pequena amplitude, na sua
lançado de uma torre alta atingirá a terra frequência natural, por meio de um sinal
um pouco a leste da vertical. Neste caso, da bobina acionadora. A velocidade
a velocidade angular está apontada para angular do tubo vibrante, em combinação
o norte e a velocidade linear está dirigida com a velocidade de massa do fluido
para baixo e a força de Coriolis está na vazante, faz o tubo inclinar. A quantidade
direção leste. Se o movimento do objeto de inclinação é medida através de
fosse impedido de cair em um longo tubo detetores de posição, colocados nas
vertical, esta componente da velocidade duas extremidades do tubo em U. Os
dirigida para leste faria o objeto exercer sinais gerados pelos detetores são
uma força contra a parede do tubo. Se o levados para um circuito eletrônico, que
líquido é bombeado através deste tubo, a condiciona, amplifica, padroniza e
força de Coriolis contra o tubo é transmite uma sinal de saída, típico de 4

3.3.24
Vazão

a 20 mA cc. Nenhum componente a Portanto, os medidores volumétricos


estado solido fica próximo do tubo e, usados para medir a vazão mássica não
como consequência, pode-se manipular podem ser tão precisos quanto os
fluidos em alta temperatura. O instrumentos usados para medir
transmissor eletrônico pode ficar até 300 diretamente a massa.
metros de distancia do sensor. As faixas de vazão variam de 10
Quando a vazão passa pelo tubo gramas/minuto até 20.000 kg/minuto. Os
vibrante, o efeito Coriolis ocorre, medidores são disponíveis em tamanhos
causando uma inclinação no tubo de até 6" de diâmetro.
durante sua vibração. A inclinação é Normalmente não há considerações
medida com um tempo de atraso entre as ou imposições acerca de trechos retos a
laterais do tubo e a medição é montante e a jusante. A maioria dos
processada como uma onda senoidal. O medidores não necessita de trechos retos
tempo de atraso é diretamente vizinhos ao medidor. Não há peças
proporcional a vazão mássica moveis e os tubos são virtualmente sem
instantânea. Independente da inclinação, obstrução. O medidor pode ser limpo no
a frequência de vibração do tubo varia local e auto-drenado com a própria
com a densidade do fluido do processo. configuração e orientação do tubo. São
Deste modo, além da medição da vazão disponíveis também versões sanitárias.
mássica (maioria das aplicações) pode-
se medir também a densidade do fluido 11.6. Aplicações
(minoria das aplicações). Um sensor de
Os medidores de vazão Coriolis
temperatura, normalmente um bulbo de
podem medir líquidos, inclusive líquidos
resistência, é também usado para
com gás entranhado, líquidos com
monitorar a temperatura, que influi na
sólidos, gases secos e vapor
módulo de Young do tubo metálico.
superaquecido, desde que a densidade
Nada fica em contato com o fluido,
do fluido seja suficientemente elevada
exceto a parede interna do tubo, que é
para operar corretamente o medidor. Os
feito normalmente de aço inoxidável AISI
medidores são disponíveis em tamanhos
316L.
variado de 1" a 6".
Como somente a massa em
A habilidade do medidor de vazão
movimento é medida, a encrustação de
Coriolis medir a densidade tem muitas
material no tubo sensor não afeta a
aplicações. As densidades de líquidos
calibração do medidor.
podem ser medidas com altissima
precisão e em linha, sem os
11.5. Características
inconvenientes e atrasos da amostragem.
A saída do medidor é linear com a A densidade pode ser usada para
vazão mássica, de zero até o valor determinar a percentagem de material na
máximo especificado. O circuito vazão pela massa (percentagem de
eletrônico pode gerar saída analógica e sólidos) ou volume total.
digital. A saída digital tem frequência Há aplicações de medidor Coriolis
ajustável continuamente entre 0 e 3 kHz portátil, montado em uma mesa com
e 0 a 15 kHz. A saída analógica mais rodas, para totalização e monitorização
comum é a de 4 a 20 mA cc. A saída de transferência de material em processo
pode ser escalonada em qualquer batelada de indústria farmacêutica. Um
unidade de engenharia. único medidor pode ser instalado,
A precisão é tipicamente estabelecida quando necessário, em um de vários
entre ±0,2 a ±0,4% da vazão medida, pontos, substituindo, a montagem de
com rangeabilidades iguais ou maiores vários medidores permanentes. O
que 25:1. Elas medem diretamente em medidor único serve uma grande área
unidades de massa. Com medidores porque é rara a necessidade de mais de
volumétricos, a temperatura ou a pressão uma medição ao mesmo tempo. Tem-se,
estática ou ambas deviam ser medidas assim, um sistema econômico e de altas
para a determinação da vazão de massa. precisão e confiabilidade.

3.3.25
Vazão

11.7. Limitações 12. Medidor termal


Os problemas que aparecem nestes
sistemas de medição de vazão de
12.1. Princípio de Funcionamento
Coriolis estão relacionados com a
sensibilidade a vibração e a alta Os medidores de vazão termais
temperatura, falhas do circuito eletrônico, podem ser divididos em duas categorias:
rupturas do tubo em soldas internas e 1. medidor de vazão que mede o
entupimento do tubo por fases aumento na temperatura do fluido
secundárias. A maioria dos problemas após uma conhecida quantidade
pode ser resolvida com melhorias do de calor ter sido adicionada ao
projeto. Tubos curvados de vários fluido. Ele podem ser chamado de
formatos reduzem o tamanho e peso de medidor de vazão a transferência
corpo do medidor e diminuem a perda de de calor,
carga permanente em médias e altas 2. medidor que mede o efeito do
velocidades. fluido vazante sobre um corpo
A distorção do tubo pode ser medida aquecido. Este medidor é também
sem a necessidade de se ter um ponto chamado de probe de fio quente
ou plano de referência para o movimento ou medidor de vazão com termo
do tubo. Maiores relações sinal/ruído e pilha aquecida.
correção de desvio de zero melhoram o Ambos os tipos são de energia
desempenho do instrumento. aditiva, onde o calor é usualmente
Adicionalmente os medidores são menos produzido por uma fonte elétrica.
sensíveis a vibração e mais faceeis de Os medidores termais medem a
serem instalados. A vazão divergente vazão mássica instantânea, uma
entre os dois tubos não mais necessitam caraterística desejável, especialmente
ser distribuída igualmente para manter a para o serviço de gás.
precisão e novos projetos eliminam a
necessidade de soldas internas nas 12.2. Medidor a Transferência de
extremidades do tubo. Calor
Como a vazão é separada em dois
A teoria do medidor de vazão a
tubos com diâmetros menores que o
transferência de calor é baseada nas
diâmetro da tubulação de processo,
equações de calor especifico:
ocorre o aparecimento freqüente de fase
secundária no medidor, quando não
cuidadosamente instalado. A perda de Q = W × c p (T2 − T1 )
pressão pode ser substancialmente maior
do que em outros tipos não-intrusivos e onde
portanto, pode haver o aparecimento de Q é o calor transferido (J/s),
cavitação e flasheamento de líquidos W é a vazão mássica do fluido (kg/s)
voláteis. cp é o calor especifico do fluido (J/kg
Os problemas ocorrem mais oC)
freqüentemente na partida de sistemas T1 é a temperatura do fluido antes da
mal instalados do que de falhas transferência de calor para ele, (oC)
mecânicas ou eletrônicas. Portanto, a T2 é a temperatura do fluido depois
instalação deve ser estritamente de da transferência de calor para ele, (oC)
acordo com as recomendações do Resolvendo a equação para a vazão
fabricante. tem-se:

Q
W=
c p (T2 − T1)

O calor é adicionado ao fluido através


de um aquecedor elétrico imerso nele. A
potência do aquecedor é igual ao calor

3.3.26
Vazão

transferido ao fluido (Q) e é medida por onde as temperaturas da parede e do


um wattímetro. T1 e T2 são medidos por fluido estejam iguais, em equilíbrio.
termopares ou RTDs. Desde que o fluido Assim, a vazão instantânea é obtida
seja conhecido, seu calor especifico é medindo-se a diferença de temperatura,
também conhecido. Assim, medindo-se conhecendo a geometria do medidor, a
Q, T1 e T2, calcula-se a vazão mássica condutividade termal, a capacidade
W. A diferença de temperatura (T2 - T1) termal e a viscosidade do fluido e
pode ser medida diretamente. mantendo a potência do aquecedor
Este medidor apresenta vários constante. O medidor funcionaria
problemas: também mantendo a diferença de
1. os sensores de temperatura e o temperatura constante e medindo a
aquecedor devem ser colocados potência do aquecedor requerida para
no jato da vazão, podendo ser tal.
danificados pela corrosão ou Quando se constrói e usa um medidor
erosão, de vazão termal, deve-se estar seguro
2. a integridade da tubulação é que:
sacrificada, pela colocação dos 1. o calor é transferido,
sensores e do aquecedor, 2. o fluido está vazando de acordo
aumentando o perigo de com os mecanismos.
vazamentos. Este instrumento deve ser calibrado
Para evitar estes inconvenientes, os ou pelo fabricante ou pelo usuário, sob
sensores e o aquecedor podem ser condições que sejam iguais ou próximas
montados externamente à tubulação. às reais de operação.
Nesta configuração, o mecanismo de
transferência de calor se complica e a
relação fica não-linear.
Quando um fluido vaza numa
tubulação, um filme fino existe entre o
corpo principal do fluido e a parede da
tubulação. Quando o calor está passando
através da parede da tubulação para o
fluido, esta camada oferece uma grande
resistência ao fluido de calor e deve ser
considerada nos cálculos de
transferência de calor. Agora, se o
aquecedor é suficientemente isolado e o
material da tubulação é um bom condutor
elétrico, a transferência de calor do
aquecedor para o fluido pode ser
expresso por

Q = h A (Tparede - Tfluido)

onde
h é o coeficiente de transferência de
calor do filme, função da vazão laminar
Fig. 3.25. Medidor de vazão termal
ou turbulenta,
A é a área da tubulação, através da
qual passa o calor
Tparede é a temperatura da parede,
Tfluido é a temperatura do fluido.
O sensor da temperatura a jusante é
colocado próximo do aquecedor, de
modo que ele mede Tparede. O sensor
da temperatura a montante é localizado

3.3.27
Vazão

13. Medidor ultrassônico a ±5% da vazão medida, com


rangeabilidades de vazão de 10:1 a 40:1.
Como estes medidores são não-
13.1. Introdução intrusivos, a perda de carga permanente
A classe ultra-sônica de medidores de é essencialmente zero. Os transdutores
vazão possui dois tipos diferentes: tempo podem ser grampeados do lado de fora
de propagação ou tempo de trânsito e a da tubulação.
efeito Doppler. Para a maioria dos Matematicamente, tem-se
medidores ultra-sônicos, a energia
elétrica é usada para excitar um cristal t AB = L /(C + V cos θ)
piezoelétrico em sua frequência de e
ressonância. Esta frequência de t BA = L /(C − V cos θ)
ressonância é transmitida na forma de
onda, viajando à velocidade do som, no onde
fluido e no material onde o cristal está C é a velocidade do som no fluido,
tocando. V é a velocidade do fluido na
tubulação,
13.2. Tipo Diferença de Tempo L é o comprimento do trajeto acústico,
θ é o ângulo do trajeto, em relação
O medidor de vazão ultra-sônico a
diferença de tempo ou tempo de trânsito ao eixo da tubulação,
mede a vazão, medindo o tempo gasto tAB é o tempo medido de trânsito
pela energia ultra-sônica atravessar a entre A e B
seção do tubo, indo a favor e contra a tBA é o tempo medido de trânsito
vazão do fluido dentro da tubulação. Os entre B e A
tempo de propagação da onda ultra- A diferença de tempo dá
sônica, através do fluido, são diferentes,
quando no sentido da vazão e quando no ∆t = t BA − t AB = 2 × L × V cos θ / C
sentido contrario. A diferença no tempo
de trânsito das ondas, a favor e contrario Simplificando,
à vazão, é proporcional a vazão do fluido.
Há uma diferença de tempo de ∆t
propagação, por que quando a onda viaja V = K×
t 2A
contra a vazão, a sua velocidade é
levemente diminuída e quando viaja a
favor da vazão, a velocidade da onda onde
sonora é levemente aumentada. t A -tempo médio de trânsito entre os
Neste medidor, uma onda de pressão transdutores.
de alta frequência é projetada, sob um
ângulo preciso, através da tubulação.
Quando a onda é transmitida através do
fluido na direção da vazão, sua
velocidade aumenta. Quanto ela é
transmitida contra a direção da vazão,
sua velocidade diminui. Do ângulo entre
a trajetória da onda e a vazão do fluido e
da velocidade da onda no fluido pode se
determinar a velocidade média do fluido.
A vazão volumétrica pode ser inferida Fig. 3.26. Princípio de funcionamento do medidor
desta medição da velocidade da vazão. ultra-sônico
Como a onda de ultra-som não pode
ser dispersa pelas partículas no fluido,
estes medidores são normalmente O tipo mais simples e mais
usados para medir a vazão de líquidos econômico envia uma única onda através
do fluido e tem dois transdutores
limpos. As precisões podem variar de ±1

3.3.28
Vazão

montados com ângulo de 180 graus quando o trem está também parado ou
afastado do tubo. O raio faz a média do em movimento.
perfil da velocidade ao longo de sua Na aplicação industrial, quando um
trajetória e não cruza a área do tubo. Isto raio ultra-sônico é projetado em um fluido
torna o medidor dependente do perfil da não-homogêneo, alguma energia
velocidade, que, por este motivo, deve acústica é refletida de volta para o
ser estável. Trechos retos de tubulação elemento sensor. Como o fluido está em
são normalmente recomendados para movimento com relação ao elemento
eliminar a distorção e os redemoinhos. sensor e o som espalhado se move com
As bolhas de ar no fluido, ou os o fluido, o sinal recebido difere do sinal
redemoinhos e os distúrbios gerados por transmitido de um certo desvio de
acidentes antes do medidor podem frequência, referido como o desvio de
espalhar as ondas de ultra-som, frequência Doppler. Este desvio de
causando dificuldades na medição. As frequência é diretamente proporcional a
variações da temperatura do processo vazão.
podem alterar a velocidade do som no Estes medidores não são
fluido, piorando o desempenho do normalmente usados com fluidos limpos,
medidor. Há problemas com medições de porque uma quantidade mínima de
pequenas vazões, pois há muito pequena partículas ou bolhas de gás devem estar
diferença entre os tempos de no fluido. As bolhas de gás podem ser
transmissão a favor e contra a vazão do criadas no fluido para fins de medição. A
fluido. precisões geralmente variam de ± 2 a
±5% da vazão medida. Não há
13.3. Tipo Diferença de Frequência usualmente restrições para a vazão ou
No medidor a diferença de frequência, para os números de Reynolds, exceto
ajustam-se as frequências de dois que a vazão deve ser suficientemente
osciladores, uma em fAB e a outra em rápida para manter os sólidos em
fBA, onde se tem: suspensão.
Relação Matemática
1
fAB = Uma onda ultra-sônica é projetada em
t AB um ângulo através da parede da
tubulação no líquido, por um cristal
1 transmissor em um transdutor colocado
fBA = fora da tubulação. Parte da energia é
t BA
refletida pelas bolhas ou partículas no
líquido e retorna através das paredes
A relação entre a diferença das
para um cristal receptor. Desde que os
frequências e a velocidade da onda é
refletores estejam viajando na velocidade
dada por:
do fluido, a frequência da onda refletida é
girada de acordo com o princípio
∆f × L
V= Doppler. Combinando as leis de Snell e
2 cos θ de Doppler, tem-se a velocidade:

13.4. Efeito Doppler ∆f × C t


V=
O efeito Doppler foi descoberto em 2fo cos θ
1842 e é usado atualmente em sistemas
de radar (ar) e sonar (água) e em ou, escrevendo de modo simplificado:
estudos médicos e biológicos. A
demonstração prática do efeito Doppler é V = K × ∆f
escutar o apito do trem ou a buzina do onde
carro. A qualidade tonal (frequência) é ∆f é a diferença entre a frequência
diferente para o observador estático transmitida e a recebida
fo é a frequência de transmissão

3.3.29
Vazão

θ é o ângulo do cristal transmissor e move muito lentamente. Variações na


receptor com relação ao eixo da densidade da mistura também
tubulação introduzem erro.
Ct é a velocidade do som no
transdutor.
A velocidade é uma função linear de
∆f. Desde que se possa medir o diâmetro
interno da tubulação, a vazão volumétrica
pode ser medida, multiplicando-se a
velocidade pela área da seção
transversal.
Realização do Medidor
O projeto mais popular é com um
único transdutor. Os cristais transmissor
e receptor estão ambos contidos em um
único conjunto transdutor, montado Fig. 3.27. Medidor ultra-sônico industrial
externamente à tubulação. O
alinhamento dos cristais é feito pelo A vazão deve estar na velocidade
fabricante do medidor. No projeto com típica de 2,0 m/s mínima para os sólidos
transdutores duais, o cristal transmissor é em suspensão e 0,75 m/s para as bolhas
montado separadamente do cristal entranhadas.
receptor, ambos externas à tubulação. O O medidor a efeito Doppler opera
alinhamento é mantido por um conjunto independente do material da tubulação,
apropriado. desde que ele seja condutor sônico.
Tubulação de concreto, barro e ferro
Aplicações muito poroso, podem absorver a energia
Como com o tempo de trânsito e ultra-sônica e podem não trabalhar bem
outros medidores de vazão, a tubulação com um medidor tipo Doppler. Deve-se
deve estar completamente cheia, para se tomar cuidado com tubo de plástico
ter a medição da vazão correta. O reforçado com fibra de vidro; os
transdutor com efeito Doppler indica a resultados são excelentes com tubulação
velocidade em uma tubulação de plástico, como de PVC.
parcialmente cheia, desde que o O medidor é geralmente barato para
transdutor esteja abaixo do líquido na comprar, para instalar e para usar.
tubulação. Entretanto, a necessidade de múltiplos
Os fabricantes especificam a conjuntos de transdutores aumenta o
distancia mínima do medidor para os custo da instalação. Muitas vezes, os
provocadores de distúrbio, como válvula, transdutores são montados do lado de
cotovelo, te, bombas, tipicamente 10 a 20 fora da tubulação por meio de epoxi.
D antes e 5 D depois do medidor.
O medidor a efeito Doppler se baseia 
nas bolhas ou partículas no fluido para
refletir a energia ultra-sônica. Os
fabricantes especificam o limite mínimo
de concentração e tamanho de sólidos
ou bolhas nos líquidos para operação
confiável e precisa. Os medidores ultra-
sônicos a efeito Doppler são efetivos com
líquidos misturados com sólidos
(slurries). Porem, quando a mistura é
altamente concentrada, as ondas ultra-
sônicas não penetram suficientemente no
fluido, por causa da reflexão no fluido
próximo da parede da tubulação, que se Apostila\Instrumentação 33Vazão.doc 18 OUT 00 (Substitui 15 DEZ 9815 DEZ 98)

3.3.30
Nível

3.4
Nível
A medição do nível pode ser contínua
1. Conceitos Básicos ou discreta. Principalmente, em aplicações
de intertravamento (chaves de nível), deve-
se usar medições discretas, que
1.1. Introdução geralmente são mais simples.
Enfim, a escolha do melhor sistema de
O nível em um tanque, vaso ou silo
medição de nível deve incluir, mas não se
pode ser detectado através de diferentes
limitar a:
técnicas. O objetivo deste trabalho é o de
1. custo de propriedade, que envolve
ajudar o leitor a estreitar e focalizar o
custo inicial, acessórios,
sistema mais adequado para sua
manutenção, calibração, operação
aplicação. A seleção do sensor de nível
e custo do processo parado por
deve considerar as características
causa do mau funcionamento do
desejáveis e irrelevantes, tais como
sistema
movimento (onda) no nível, possibilidade
2. precisão, que envolve linearidade,
de entupimento, influência de deposição e
rangeabilidade, repetitividade,
revestimento do sensor, necessidade de
histerese
purga, confiabilidade, precisão, exigência
3. faixa de medição, incluindo valor
de legislação ou de contrato.
mínimo, máximo e ponto de
Sob o ponto de vista de manutenção
trabalho
alguns sensores que não fazem contato
4. especificações de pressão e
físico com o fluido cujo nível é medido,
temperatura do processo
(como radar, ultra-sônico, laser ou
5. materiais de construção
capacitância) ou aqueles que podem ser
compatíveis com os produtos do
montados externamente (como radiação,
processo
microondas, célula de carga), são mais
vantajosos.
Além da manutenção, devem ser
1.2. Conceito
considerados outros fatores, tais como a O nível pode ser considerado a altura
influência das variações da temperatura , da coluna de líquido ou de sólido no
densidade, composição e umidade do interior de um tanque ou vaso. O nível não
fluido e a possibilidade de compensação. se aplica a gases em tanque de teto fixo,
Pode-se medir nível de líquido e sólido. pois o gás sempre ocupa todo o espaço
Porém, as características do material (pessoal de gasômetro pode ter aplicações
medido é fundamental, pois pode haver de medição de nível de gás – tem vaso de
sólidos em suspensão nos líquidos, teto flutuante). Em aplicações industriais,
espumas, gases entranhados. A pode se ter um vaso com dois líquidos não
granulação dos sólidos também é miscíveis e se quer medir a interface
importante na medição do nível. Materiais desses dois líquidos.
que são difíceis de manipular (corrosivos,
sujos, tóxicos) devem ser medidos através
de sensores sem contato.

3.4.1
Nível

1.3. Unidades usar: peso com cabo, radiação,


microondas e ultra-sônico. A maioria
A unidade de nível deveria ser a
dessas aplicações usam tomada por topo.
unidade de comprimento, pois o nível é a
Em aplicações de transferência de
altura de uma coluna de líquido. Porém, é custódia, usam-se células de carga para a
prática universal se referir ao nível como
determinação do peso do tanque.
percentagem: o nível tem um nível que
varia entre 0 e 100%, podendo assumir Vaso pressurizado
todos os valores intermediários. A medição do nível de vaso
pressurizado é naturalmente mais
complicada. A pressão alta limita o número
de sensores disponíveis, torna mais difícil
a operação, calibração e manutenção do
sistema. Em medições baseadas em
pressão diferencial, torna-se necessário
fazer a segunda tomada, com os
problemas associados de selagem, purga,
elevação ou supressão de zero.
A medição do nível do tanque
pressurizado pode ser dividida em duas
Fig. 4.1. Medidores de nível de tanque categorias:
1. nível de líquido limpo
2. nível de líquido mal comportado
1.4. Aplicações A indicação de nível de líquido limpo
pode ser o visor de nível. Mesmo quando
As aplicações da medição de nível há transmissão, usa-se o visor como
podem ser agrupadas pelo serviço como: reserva e para comparação. A medição
1. vaso à pressão atmosférica torna-se complicada quando se tem alta
2. vaso pressurizado pressão e fluido sujo.
3. transferência de custódia A escolha do sistema de medição de
Vaso atmosférico nível depende muito do tipo de indústria.
As refinarias de petróleo utilizam muito o
A medição de nível de líquido em
sistema com deslocador, para líquidos
tanque aberto para a pressão atmosférica
limpos pressurizados. A instalação é
é a mais fácil. A instrumentação pode ser
confiável, precisa, robusta e segura.
instalada e removida do tanque para
Na indústria petroquímica, é muito
calibração e reparo, sem necessidade de
usado o sistema com pressão diferencial.
drenar o tanque. Geralmente o indicador
Este sistema tem custo inicial menor que o
de nível pode ser instalado à altura do olho
do deslocador, é também confiável,
e por isso o operador não precisa subir no
precisa, flexível e pode ser usada com
vaso para fazer a leitura. A indicação pode
fluido complicado. O problema do sistema
ser feita também manualmente, para
com pressão diferencial é a conexão de
verificar e calibrar a indicação do
baixa, que pode requerer óleo de selagem.
instrumento.
O selo pode ter a densidade variada com a
Geralmente a indicação de nível de
temperatura ambiente, requer inspeções
sólidos é também feita à pressão
periódicas. O repetidor de pressão pode
atmosférica, porém ela é mais difícil e
substituir o selo, porém, isso aumenta o
menos flexível que a medição de líquido
custo e piora a precisão. Mesmo assim, o
Para a medição de nível, o sólido é menos
sistema com pressão diferencial é o mais
previsível que o líquido. Os dispositivos
usado, para amplitude de faixa de nível
que podem determinar o nível de um ponto
maior que 1,5 metro.
de sólidos incluem: lamina rotativa,
Outros sistemas, como capacitância,
diafragma, radiação, ultra-sônico, vibração,
radiação e ultra-sônico são também
óptico, microondas e condutância. Para a
usados em tanques pressurizados, quando
medição contínua de sólidos, pode-se

3.4.2
Nível

o deslocador e o d/p cell não forem 9. processo com agitador; o agitador


satisfatórios. impede a colocação de sensores no
local e também provocam
Vaso para transferência de custódia ondulação na superfície livre o
É comum e há contratos comerciais líquido
entre firmas para a compra e venda de 10. sólidos com granulação não
produto, cujo faturamento é baseado na uniforme
medição do nível dos tanques de
estocagem. Estes tanques podem estar à 2. Medição de Interface
pressão atmosférica ou pressurizados.
Essas medições de nível requerem a A detecção da interface entre dois
máxima precisão possível. Por exemplo, líquidos imiscíveis se baseia na diferença
um tanque de armazenamento típico pode de alguma propriedade dos dois líquidos,
armazenar 750 000 barris API (American como densidade, constante dielétrica,
Petroleum Institute) pode ter diâmetro de condutividade termal ou elétrica, opacidade
105 m (345 ft) e são necessários 30 m3 ou transmitância ultra-sônica. Deve-se
(8000 galões) para elevar o nível de 25 escolher a propriedade que tenha a maior
mm (1 “). Assim, uma incerteza de 25 mm diferença.
(1 “) representa uma perda (ou ganho) de O meio mais antigo de medir interface
30 m3 (8 000 galões). de dois líquidos é através da pressão
Nestas aplicações de transferência de diferencial, tomando-se P1 no líquido mais
custódia baseada no nível, deve se pesado e P2 no mais leve. Em tanque
esforçar para ter boa confiabilidade, alta aberto para a atmosfera, pode-se colocar
precisão e grande resolução na medição três borbulhadores. Nesta aplicação, a
do nível. densidade do líquido mais leve é constante
e a do líquido mais pesado pode ser
Fluido mal comportado variável. A condição para o sistema operar
Fluidos mal comportados são aqueles é que o movimento da interface dos
difíceis de serem manipulados, por algum líquidos seja suficientemente grande para
ou vários dos seguintes motivos: provocar uma diferença de pressão maior
1. líquido com sujeira sólida em que a amplitude de faixa do transmissor.
suspensão, que pode entupir furos, Quando a diferença entre as constantes
conexões e tomadas de processo dielétricas é grande (como na
2. líquido corrosivo, para o qual é dessalinização de óleo cru) pode-se usar
difícil escolher material de detectores capacitivos. Em poços de
construção de sensores compatível petróleo pode se usar sensores ultra-
3. líquido com vapores tóxicos, que sônicos para interface de água doce e
nunca pode vazar ou ter emissões salmoura.
para o ambiente Em líquidos limpos, pode-se aplicar
4. líquido agitado, de modo que as bóia e deslocador para medir interface. A
ondulações da superfície provocam bóia deve ter uma densidade maior que o
erros na medição do nível líquido mais leve e menor que o líquido
5. líquido que seja facilmente deposto mais pesado (ou seja, sua densidade deve
nos sensores, modificando suas estar entre as duas densidades dos
propriedades elétricas (resistência, líquidos). No caso do deslocador, ele deve
capacitância, condutividade) ser mantido sempre coberto, tornando-se
6. líquido com vapores que um medidor de densidade. A densidade do
atrapalham a detecção por radiação deslocador pode ser igual ou maior que a
ou meio óptico densidade do líquido mais pesado.
7. líquido cuja agitação provoca Sensores nucleares podem fazer a
espuma na superfície livre detecção contínua de interface entre cinza
8. líquido que evapora à baixa e carvão em câmara de combustão
temperatura, provocando espuma e fluidizada ou entre dois líquidos mal
bolhas de ar e alterando a pressão comportados.
hidrostática da coluna liquida

3.4.3
Nível

3. Medição de Nível 3. leitura direta


4. alta confiabilidade
Os métodos de medição de nível
também são numerosos. Há dezenas de
diferentes princípios de operação, alguns
muito antigos e outros recentes e ainda
não comprovados.
Comercialmente, os princípios básicos
de medição de nível são os seguintes:
1. visor
2. bóia
3. pressão diferencial
4. borbulhamento (pressão diferencial)
5. deslocador, (força de empuxo)
6. radiação nuclear
7. radar
8. ultra-sônico
9. capacitivo
10.laser
Fig. 4.2. Visor de nível
4. Visor de nível
Ao contrário das outras variáveis de As desvantagens são:
processo que são invisíveis, como a 1. Aplica-se apenas para a indicação
temperatura e pressão, o nível de um local de fluidos não transparentes.
líquido pode ser facilmente visto, desde 2. Dependendo da geometria do
que as paredes do recipiente sejam sistema, os visores podem assumir
transparentes e o líquido não o seja. tamanhos muito grandes e pouco
O visor é o medidor de nível mais práticos para manuseio.
simples possível e consiste de uma parede 3. Quando de vidros, são frágeis e
de vidro ou outro material transparente, podem quebrar se mal manipulados.
geralmente com uma escala graduada. Um 4. Limitados a material não tóxico,
dos inconvenientes do visor é sua pressão de 100 kPa (15 psi) e
fragilidade, por ser construído de vidro. É temperatura de 100 oC.
comum o uso de armaduras e proteção 5. Não servem para a indicação remota,
metálicas, para aumentar a resistência nem para transmissão, sequer para o
mecânica do visor. Outra técnica é usar controle. Aplicações com
paredes mais grossas ou mesmo, usar transmissão tornam o sistema
materiais transparentes mais resistentes, complicado e caro.
como fibra de vidro e plásticos. A precisão do sistema de medição de
Por questões de flexibilidade, facilidade de nível com visor depende basicamente do
manutenção e para fugir às eventuais agitações do tamanho e divisões da escala associada.
líquido, é muito freqüente o uso de visores em tubos
paralelos aos tanques principais. Esses tubos,
construídos especialmente para a indicação do
fluido, são ligados aos tanques principais, através de
uma tomada, no mínimo. A tomada deve ser pouco
abaixo ou igual ao nível mínimo. Quando o tanque é
fechado deve haver uma segunda ligação, acima do
nível máximo. O princípio dos vasos comunicantes
garante que o nível do tanque principal é igual ao
nível da extensão.
As vantagens do visor de nível são
1. simplicidade extrema
2. baixo custo

3.4.4
Nível

4.1. Medidor com Bóia Chave


Escala 5
A medição de nível por bóia é direta e 4
extremamente simples e usada em tanque 3
aberto para a atmosfera. A bóia ou 2
1
flutuador está em contato direto com o
líquido do processo e é presa por um cabo
a um contrapeso, passando por uma polia.
A partir desse ponto, há vários tipos
diferentes de indicação.
Há sistema onde o próprio contrapeso estabelece o
valor do nível Tem-se uma escala invertida de 100%
a 0%. Quando o tanque está vazio, o flutuador está
baixo, o contrapeso está na altura máxima. Quando
o tanque está cheio, o flutuador está no topo do
tanque e o contrapeso no ponto mais baixo.
Fig. 4.4. Indicador de nível e trip acionado por bóia

Finalmente existe a chave de nível, tipo


bóia. Ou seja, tem-se o acionamento de
elemento final de controle, diretamente
pela posição de uma bóia de nível. Esse
sistema é utilizado extensivamente a toda
alimentação de água, em instalações
caseiras. Quando o nível da caixa d'água
atinge o seu máximo, ele eleva a posição
de uma bóia, que está acoplada
mecanicamente a um dispositivo para
Fig. 4.3. Bóia ligada à régua
abrir-fechar a tubulação de alimentação da
caixa.
A bóia é importante porque pode ser
Outros sistemas acoplam engrenagens
associada com outros sensores de nível,
mecânicas na polia, de modo que a
como ultra-sônico e capacitivo.
rotação da polia estabelece o nível do
Embora simples, os sistemas com bóia são de
líquido.
precisão media (±1% do fundo de escala) e são
Há ainda a possibilidade de se acoplar
usados principalmente para proteção.
um potenciômetro elétrico à polia, de modo
que a rotação da polia estabelece a
posição do terminal do potenciômetro,
possibilitando a geração de um sinal
elétrico dependente do nível.
O sistema de medição de nível com bóia
pode ser aplicado a tanque pressurizado,
quando se coloca um selo entre o
processo e o indicador. Na maioria dos
casos, o movimento da bóia é transferido
para o mecanismo de indicação por
acoplamento magnético ou por foles
pneumáticos e links mecânicos.

Fig. 4.5. Chaves de nível com bóia

3.4.5
Nível

4.2. Pressão Diferencial


As alterações do nível podem causar
alterações proporcionais em outras
variáveis de processo, mais facilmente
detectáveis. Assim, também se pode medir
o nível de um líquido por inferência,
através da medição de outra variável de
processo. Um método clássico de medição
de nível de líquido é através da pressão
exercida pela coluna líquida. A pressão
hidrostática, resultante da coluna do (a) Tanque aberto (b) Tanque fechado
líquido, é diretamente proporcional ao valor Fig. 4.6. Medição de nível à pressão diferencial
dessa coluna de líquido. A pressão em um
ponto do líquido é proporcional ao nível
acima desse ponto de referência. Geralmente, a medição da pressão
Matematicamente, tem-se: diferencial (tanque fechado) ou
manométrica (tanque aberto), proporcional
∆p = ρ g L ao nível do tanque, é feita através do
transmissor, tipo d/p cell® com a cápsula
onde diafragma como elemento sensor.
∆p é a pressão hidrostática, no fundo Para esse tipo de medição de nível através
do tanque, ou no nível 0. da pressão diferencial, há vários tipos para
ρ é a densidade absoluta do líquido a tomada de alta pressão, aquela próxima
g é a aceleração da gravidade do local ao fundo do tanque:
L é a altura do líquido ou o nível do 1. tomada convencional, através de
líquido acima do fundo do poço. rosca fêmea, tipicamente 1/2" NPT.
Como conseqüência, desde que a Quando o líquido é perigoso para a
aceleração da gravidade e a densidade do cápsula, utiliza-se uma coluna liquida
líquido sejam constantes, a pressão de selagem, entre a tomada do
hidrostática é diretamente proporcional à tanque e o corpo do transmissor.
altura da coluna liquida. 2. tomada tipo flange plana, quando a
A altura do líquido é seu nível. A tomada do processo é do tipo
pressão hidrostática, no fundo de cada flangeado e quando não há problema
tanque, é independente do formato do de decomposição de material na
recipiente e depende apenas da altura e da tomada.
densidade do líquido. 3. tomada tipo flange com extensão,
O princípio de operação é simples, o quando a tomada do processo é
problema se resume na medição da também flangeada e se deseja
pressão no fundo do tanque, quando manter a superfície sensível da
aberto e na medição da pressão no fundo cápsula em contato direto com o
e no topo, quando o tanque é fechado e processo, evitando-se a deposição
pressurizado. Assim, a medição do nível de produtos na reentrância da
da coluna liquida se transfere para tomada.
medição de pressão, manométrica ou 4. tomada tipo flange, plana ou com
diferencial, com todos os artifícios de extensão, porém ligada ao corpo do
selagem e purga, quando o fluido do transmissor através de um capilar, de
processo é corrosivo, tóxico ou sujo. tamanho variável e dependente da
A medição do nível pode ser feita geometria do sistema. Essa
localmente, ao lado do tanque, pela aplicação se refere a processos com
colocação do elemento sensor de pressão, alta temperatura. O capilar possibilita
acoplado diretamente ao indicador ou ao a montagem do transmissor distante
registrador. O elemento sensor mais do tanque.
utilizado é o diafragma ou a câmara
Barton.

3.4.6
Nível

Fig. 4.7. Transmissor com tomada convencional


(a) Eletrônico (b) Pneumático
Fig. 4.8. Transmissor com tomada de flange
A tomada da baixa pressão, aquela próxima ao topo
do tanque, depende principalmente da natureza do
líquido, cujo nível está sendo medido.
Quando o transmissor é colocado
1. quando o tanque é aberto para a
abaixo do nível mínimo e possui a perna
atmosfera, não há necessidade da
de selagem apenas do lado de pressão
tomada da pressão baixa, ficando a
alta, também se necessita do conjunto de
tomada do transmissor aberta para a
suprimento do zero. O valor a ser
atmosfera.
suprimido é proporcional
2. tomada com perna molhada de
1. à distância entre o nível mínimo e a
selagem, feita pelo usuário. A
colocação do transmissor,
selagem é necessária quando o
2. ao comprimento da tomada selada,
líquido é volátil e os vapores não
3. às densidades do líquido medido e
podem entrar no interior do
do líquido de selagem.
transmissor.
Quando as duas pernas possuem selo,
3. tomada tipo flange, plana ou com
normalmente se deve usar o conjunto de
extensão, ligada ao transmissor por
elevação de zero. Porém, para se
um capilar. Nessa configuração,
determinar o valor a ser elevado, deve se
ambas as tomadas são iguais. O
estudar todo o sistema, considerando as
tamanho dos capilares é função da
densidades dos líquidos envolvidos e as
geometria do sistema.
distâncias entre nível máximo, mínimo e
4. repetidor de pressão, pneumático,
com tomada convencional, flange
plana ou flange com extensão. O
repetidor de pressão torna
desnecessário o uso de selagem.
Para fins de calibração e colocação do conjunto
extra de elevação ou suprimento zero, é importante
o conhecimento completo da geometria do sistema,
das densidades do líquido medido e do líquido de
selagem. Assim, quando se tem o transmissor sem
selo, montado em tanque aberto, abaixo de nível colocação do transmissor.
mínimo (zero), é necessário o uso do conjunto de
supressão de zero, proporcional à distância entre o
nível mínimo e a colocação do transmissor. (a) Transmissor no vaso (b) Transmissor
Fig. 4.9. Nível com transmissor e capilar

3.4.7
Nível

O ponto de partida para a calibração e aplicações de tanque fechado. Ou


cálculo do sistema de medição de nível também: Usa-se o conjunto de supressão
deve ser a definição das faixas de de zero para cancelar qualquer pressão
medição. Assim, tem-se três faixas inicial no lado de alta pressão do
possíveis: transmissor e o conjunto de elevação de
1. 0-100, faixa referida ao zero zero para cancelar qualquer pressão inicial
2. -10 a 100, faixa com zero elevado ou no lado de baixa pressão.
com elevação do zero
3. a 100, faixa com zero suprimido ou
com supressão do zero
Quando a faixa calibrada é normal, por
exemplo de 0 a 1 000 mm de coluna
d'água de nível, basta se ajustar o
instrumento através do parafuso de zero.
Quando, porém, a faixa não começa de
zero, há a necessidade de se acrescentar
ao transmissor um conjunto extra,
opcional, que desloque o zero para a Fig. 4.10. Medição de nível com zero vivo
posição correta. Esse conjunto, de
elevação ou de supressão de zero, pode
ser fornecido originalmente com o Porém, não se recomendam regrinhas de
transmissor ou pode ser colocado a ouro, de memória pura. Recomenda-se a
qualquer momento, pelo usuário.. Quando analise do sistema completo para o cálculo
o transmissor é pneumático o conjunto de da faixa a ser calibrada. A partir da faixa
supressão é diferente do conjunto de resultante, escolhe-se o conjunto a ser
elevação do zero. Quando o transmissor é acrescentado ao transmissor e calibra-se o
eletrônico, o mesmo conjunto é capaz de transmissor com a elevação ou supressão
desempenhar ambas as funções, do zero calculadas.
indistintamente. O transmissor com tomadas de flange
Assim, quando se tem uma faixa com capilares, fornecido completo pelo
calibrada de -100 a 1 000 mm de coluna fabricante, é normalmente entregue com o
d'água, tem-se uma faixa com zero conjunto de elevação de zero, pois o
elevado. Logo há a necessidade de se capilar é cheio de um líquido, geralmente
elevar o zero, portanto usa-se um conjunto glicerina, com densidade especifica igual a
de elevação de zero. 1,07.
No caso oposto, quando a faixa As vantagens do sistema de medição
calibrada é de +100 a 1 000 mm de coluna de nível com pressão diferencial são;
d'água, o seu zero está suprimido. O quando o sistema é não selado:
transmissor para essa faixa de medição 1. o uso do transmissor d/p cell
requer um conjunto de abaixamento ou convencional é barato e flexível. O
supressão de zero. transmissor pode ser isolado, retirado
Alguns fabricantes de instrumentos e zerado, através do uso do conjunto
utilizam outra nomenclatura. A elevação de distribuidor.
zero é chamada de abaixamento da 2. o sinal pode ser transmitido,
largura de faixa e o abaixamento do zero é pneumática ou eletronicamente, para
chamado de elevação da largura de faixa. indicação, registro ou controle
Os termos são equivalentes, mas se remotos.
recomendam os temos: elevação de zero e 3. são disponíveis grandes variedades
supressão (ou abaixamento) de zero. de materiais de cápsulas, para uso
Algumas pessoas ligadas à instrumentação em aplicações corrosivas.
possuem regrinhas prontas para a As desvantagens do sistema sem selo são:
utilização do conjunto de elevação ou 1. variações na densidade causam
abaixamento do zero. Utiliza-se o conjunto erros na medição
de supressão do zero em tanques abertos
e o conjunto de elevação do zero em

3.4.8
Nível

2. não pode ser usado com líquido 4.3. Medição a borbulhamento


volátil, que requer selagem
A medição de nível com borbulhamento
3. quando não se usa selo, mas se usa
também se baseia no princípio da pressão
purga, a purga torna mais
complicadas a operação e a exercida pela coluna hidrostática. É
provavelmente o mais antigo e simples
manutenção.
dispositivo de medição de nível, com
Quando se utiliza selagem fornecida
indicação remota.
pelo fabricante do instrumento e
O sistema de medição consiste de um
integralizada através da flange e do
tubo de material inerte ao líquido do tanque
conjunto flange + capilar ou fornecida pelo
colocado verticalmente e mergulhado no
usuário, tem-se as seguintes vantagens:
interior do líquido, até quase atingir o seu
1. a selagem substitui a purga.
fundo. Através de uma tubulação injeta-se
2. partes molhas são disponíveis em
um gás inerte, geralmente nitrogênio, ou ar
vários materiais, compatíveis com os
comprimido. Aumenta se lenta e
diversos fluidos de processo
continuamente a pressão de suprimento do
3. aplicados a tanques abertos e
fechados, mesmo muito altos. gás, até que se comece a borbulhar o gás.
No momento limite que começa o
4. são simples, fáceis de serem
borbulhamento, a pressão aplicada é
instalados. Seu desempenho é bom
exatamente igual à pressão exercida pela
e podem medir grandes faixas de
medição. coluna liquida. Ou seja, a pressão aplicada
5. são disponíveis dois tipos diferentes para borbulhar o gás é proporcional ao
nível que se quer medir. Quando o nível
de flange: plana e com extensão. A
varia, a pressão a ser aplicada também
flange com extensão tangencia o
varia. Por isso deve se utilizar uma válvula
fluido medido, eliminando cavidades
de controle de pressão diferencial, para
onde haveria a cumulo de material.
As desvantagens do sistema com selo: manter contato a vazão do gás, qualquer
que seja a pressão do nível e para garantir
1. os transmissores com flange não são
que a pressão aplicada seja sempre igual à
compatíveis com conjunto
distribuidor, para isolamento e pressão da coluna liquida.
equalização, tornando problemática a
remoção do transmissor e sua
Fig. 4.12. Medição com borbulhamento
zeragem.
2. a localização da montagem afeta a
calibração, que depende do
comprimento do selo ou do capilar.
3. variações na temperatura ambiente
causam erros, quando a medição
envolve capilares.

Desde que se coloque um medidor


dessa pressão regulada, tem-se a medição
do nível do tanque. Ou também, pode-se
colocar um transmissor de pressão
manométrica, para o envio do sinal para
Fig. 4.11. Transmissor com flange e pescoço indicação, registro ou controle distantes.
Essa é a idéia básica. Há, porém,
outros detalhes e uso de outros

3.4.9
Nível

equipamentos para otimização e 2. o sistema é frágil e exige muito cuidado


praticidade do sistema: de manuseio.
1. O tubo deve terminar em chanfros, de
modo que se garanta o fluxo constante
e suave de pequenas bolhas.
2. Deve se usar um rotâmetro de purga,
que indica a existência da vazão do gás
inerte. Não é necessária a medição do
valor da vazão, porém, apenas a
indicação da presença da vazão.
3. As linhas de transmissão devem ser
inclinadas em relação ao tanque, de
modo que os condensados voltem ao
tanque, quando há perda da pressão de
borbulhamento.
4. Quando o indicador local do nível é
colocado abaixo do nível de tanque,
deve se instalar um purgador de
condensado.
5. A pressão (ou vazão) do gás inerte é
regulada por uma válvula agulha .
6. Quando o líquido possui precipitado que
pode entupir o tubo de borbulhamento,
devido à falta temporária da pressão ou Fig. 4.13. Medição de nível com dois borbulhadores,
mesmo por causa da sua natureza, uma aplicada a um tanque pressurizado
chave seletora é usada, de modo que
se possa aplicar pressão em contra-
fluxo para o desentupimento do tubo.
7. A pressão de purga deve ser, no
mínimo, 70 kPa (10 psi) maior do que a LI
pressão hidrostática máxima do vaso.
8. A vazão de purga é mantida pequena, XFI N2
cerca de 500 cm3/min (1 SCFH).
9. Precisão geralmente entre ±0,5 a ±2%
do fundo de escala
Quando o tanque não é aberto para
atmosfera e está pressurizado ou sob
vácuo, o sistema se torna pouco mais
complicado, porque a medição do nível do
líquido é uma função da diferença entre
duas pressões de dois borbulhadores. Fig. 4.14. Simbologia no P&I
As vantagens do sistema de
borbulhamento são:
1. pode medir nível de fluidos sujos e
corrosivos (inertes ao vidro)
2. é um método simples
3. a temperatura do processo é limitada
apenas pelo material do vidro
As desvantagens e limitações são;
1. embora possa teoricamente ser usado
para tanques abertos e fechados, é
problemático e mais complexo a
medição de nível com tanque fechado
pressurizado.

3.4.10
Nível

4.4. Medição com Deslocador aparente do deslocador diminui, mantendo


assim uma relação linear e proporcional
Deslocador fixo entre o peso e o nível do líquido. Quando o
nível atinge o valor máximo calibrado, o
É também um método muito popular e
deslocador deve estar totalmente
conhecido. Seu princípio de funcionamento
submerso. Nessa posição ele apresenta o
é a lei de Arquimedes, o da eureka:
mínimo peso aparente e o transmissor
quando um corpo é submerso em um
deve gerar sinal correspondente a 100%
líquido, ele perde peso igual ao peso do
do nível.
líquido deslocado. O sistema de medição
Os problemas práticos que aparecem e
de nível por deslocador se resume na
devem ser superados são:
detecção e medição de um peso que varia
1. a selagem do sistema detector do
com o nível.
transmissor com o tanque de
Há quem chame esse sistema de
processo, que não deve ter atrito,
medição de nível de medidor com
deve suportar as pressões e
flutuador. O nome é incorreto, pois, na
temperatura do processo e não sofrer
realidade o elemento sensor não flutua,
corrosão do líquido.
mas fica submersa no líquido cujo nível
2. o tipo de tomada de nível,
está sendo medido.
geralmente feito através de flanges
com face ressaltada. Há tomadas
através de três tipos básicos: lateral,
topo e de gaiola. A gaiola é uma
Fig. 4.15. Montagens possíveis do transmissor
extensão do tanque principal. Ela é
usada para facilitar a retirada e
manutenção do sistema e quando há
muita onda no interior do tanque. Ela
é limitada quando a pressão é
elevada ou pode haver vazamentos.
3. o cálculo correto do peso e do
tamanho do deslocador. As vezes, é
conveniente adicionar ao sistema
uma proteção ao transmissor, de
modo que o peso do deslocador não
lhe fique aplicado durante muito
tempo.
4. O comprimento do deslocador nunca
pode ser menor que o nível a ser
medido.
5. A densidade do material do
deslocador deve ser sempre maior
que a densidade do líquido do
tanque.
O desempenho do sistema com
(a) Tomada lateral (b) Tomada de topo deslocador possui as seguintes
Fig. 4.16. Transmissor de nível com deslocador características:
1. pode ser aplicado para medição de
nível de líquido, interface do líquido-
O deslocador é suspenso de um vapor, densidade de líquido, interface
transmissor de nível, que detecta a força entre dois líquidos.
(peso) variável. Quando o nível é mínimo, 2. o sistema é simples, confiável e
o deslocador está imediatamente acima do relativamente preciso.
nível e totalmente fora do líquido. Seu peso 3. como há uma grande variedade de
é máximo e o sinal transmitido deve materiais para a construção do
corresponder ao zero da escala de deslocador e das braçadeiras de
medição. Quando o nível sobe, o peso ligação com o transmissor, o sistema

3.4.11
Nível

pode ser usado para medir líquidos a uma balança capacitiva de equilíbrio, que
corrosivos. mede continuamente o peso aparente do
Como limitações tem-se: deslocador, que é o seu peso real
1. Uso restrito para tanque não modificado pela força de empuxo exercida
pressurizado pelo produto sobre o deslocador
2. Aplicação apenas para líquidos parcialmente imerso.
limpos, pois não se pode ter As variações de nível provocam
deposição ou incrustação de material alterações no peso aparente do
no deslocador (alterando seu peso). deslocador, que são detectadas pela
3. Dificuldades e restrições nos selos balança capacitiva de equilíbrio através do
4. Custo elevado, principalmente deslocamento das placas centrais.
quando o deslocador é de material Variando sua capacitância em relação às
especial. placas laterais ativas, através de um
A precisão do sistema de medição de circuito eletrônico com servomotor
nível com deslocador é tipicamente de reversível. Este servo motor está acoplado
±0,5% do fundo de escala. ao eixo sem fim que aciona a coroa
dentada e conseqüentemente, o tambor de
Deslocador móvel medição, de modo a fazer subir ou descer
É possível se medir nível com um o deslocador, até que seja obtida
deslocador móvel, em vez de fixo. Neste novamente a imersão correta.
sistema o deslocador tem o formato de A tensão mecânica do fio que sustenta
bóia e se move como se fosse uma bóia, o deslocador é igual à diferença entre o
acompanhando a superfície livre do peso do deslocador e o empuxo
líquido. Porém, o que faz ele se mover é correspondente ao volume do líquido
um sistema de servomecanismo acoplado deslocado pela parte submersa. Na
a ele. Quando o fio que aciona o balança de equilíbrio, as placas centrais
deslocador se parte, ele vai para o fundo são tensionadas por duas molas para
do vaso, pois ele é muito mais pesado que contrabalançar a tensão do fio e manter o
o líquido. Este sistema de medição de nível deslocador em equilíbrio. O peso do
foi desenvolvida pela Enraf. deslocador, mesmo quando totalmente
O medidor de nível utiliza como imerso mantém o cabo de medição sempre
elemento sensor um pequeno deslocador tensionado.
com densidade maior que a do líquido cujo O eixo do servomotor aciona o
nível é medido. O deslocador é suspenso indicador mecânico de nível integral e o
por um cabo flexível que se enrola em um codificador óptico utilizado para
tambor de medição com ranhuras. Na transmissão remota de nível e
condição de equilíbrio, o deslocador fica temperatura.
parcialmente imerso no líquido permitindo Completam o conjunto, quatro chaves
a sua aplicação em líquidos com de alarme de nível (opcionais) ajustáveis e
turbulência na superfície e com variações atuadas pelo servomotor, através de um
de densidade do produto. sistema de engrenagens.
Um circuito integrador com ajuste de Para a indicação remota do nível e
tempo permite a medição estável do nível, temperatura os medidores são equipados
mesmo com turbulência na superfície do opcionalmente com um transmissor
fluído, já que a ação do integrador integral. São disponíveis dois sistemas de
proporciona um nível de leitura médio e transmissão: um para a transmissão
preciso. Esta característica permite que individual ao indicador digital de nível e de
os medidores de nível possam operar temperatura instalado no pé do tanque via
com precisão em tanques com agitadores RS422 e outro de freqüência por PWM
e com altas vazões de bombeamento. (modulação de largura de pulso) onde
Utiliza-se o princípio de todos os medidores são ligados ao
servomecanismo para eliminar os efeitos receptor central seletivo.
de atrito mecânico que prejudicam a Outra opção dos medidores é o
sensibilidade e a precisão do sistema. O dispositivo de teste da repetitividade, que
eixo do tambor de medição está acoplado permite ao operador elevar o deslocador,

3.4.12
Nível

de modo remoto e verificar a repetitividade 4.5. Medição Radioativa


da leitura.
A precisão é determinada a partir dos Introdução
seguintes parâmetros:
A radiação em diferentes freqüências
1. sensibilidade da balança de
pode ser usada para medição de nível.
equilíbrio,
Estas freqüências incluem:
2. cabo de medição,
1. radar,
3. diâmetro do tambor
2. ultra-som (microondas),
4. resolução do sistema de
3. laser (luz infravermelha)
transmissão
4. radiatividade (raios alfa, beta e
Bóia versus deslocador gama)
A diferença básica entre as três
A grande diferença entre sistema de
radiações, alfa, beta e gama, entre outras
medição e de chave de nível com bóia e
características, é sua capacidade de
com deslocador fixo é que a bóia se move
penetrar em outros materiais. A radiação
com a superfície e o deslocador
permanece imóvel, sendo parcial ou nuclear pode ultrapassar paredes
totalmente imerso. A instalação e os metálicas. Quando o sinal é muito fraco e
menos penetrante, é possível usá-lo
arranjos são iguais para a chave com bóia
através do eco ou reflexão.
ou com deslocador fixo, mesmo que os
O sistema de medição de nível através
princípios de operação sejam diferentes.
da radiação nuclear é constituído de:
Quando se comparam a bóia com o
deslocador, tem-se: 1. fonte de material radioativo (Cs 137 ou
Co 60) que se desintegra
1. A faixa máxima de medição ou a
continuamente, segundo uma equação
distancia entre os pontos de alto e
exponencial simples e conhecida.
baixa é maior para o deslocador
2. detector da radiação, colocado dentro
2. Os ajustes e calibração do sistema
de deslocador são mais fáceis do campo radioativo da fonte.
3. material que se quer medir o nível,
3. Há menor probabilidade de alarme
colocado entre a fonte e o detector.
falso provocado pela turbulência ou
Como a quantidade de material, portanto nível do
vibração no sistema com
material absorve mais ou menos radiação, o valor da
deslocador, pois o cabo está sob
radiação detectada será proporcional ao nível do
tensão mecânica
material.
4. Dentro de uma faixa larga, a
densidade do fluido não influi no Fenômeno da radiação
diâmetro do deslocador, permitindo
Átomos com o mesmo comportamento
a troca de deslocadores para fluidos
químico mas com diferente número de
com densidades diferentes,
nêutrons são chamados de isótopos
trocando apenas uma mola.
(ocupam o mesmo lugar na tabela
periódica). A maioria dos isótopos é
instável. O isótopo instável se desintegra
para formar o estável ou outro elemento
mais leve.
Os materiais radioativos, com alto peso
molecular, tendem a se desintegrar
naturalmente, gerando basicamente três
formas de radiação:
1. alfa
2. beta
3. gama
A radiação alfa (α) consiste em 2 elétrons
e 2 prótons e portanto é positiva. Seu
poder relativo de penetração é de 1. Isso

3.4.13
Nível

equivale a penetrar 200 mm do ar à A unidade usada para quantificar a


pressão atmosférica. atividade de qualquer material radioativo é
A radiação beta (β) consiste de elétrons o curie (Ci). Um grama de Ra 226 tem 3,7
e é negativa. Seu poder relativo de x 1010 desintegrações por segundo. Esta
penetração é de 100. Os raios α e β taxa de atividade é definida como 1 Ci,
podem ser defletidos por um campo quer seja produzida pelo Ra ou qualquer
elétrico ou magnético, pois possuem carga outra fonte. Para a maioria das aplicações
elétrica. de detecção de nível, são satisfatórias
A radiação gama (γ) consiste de ondas fontes com potência de 100 mCi ou menos.
eletromagnéticas, comparáveis aos raios- A unidade de radiação é o roentgen (r),
X. Seu poder relativo de penetração é de que é definido como a quantidade de
10 000. Por causa de seu grande poder de radiação que produzirá ionização igual a
penetração e pela incapacidade de ser uma unidade eletrostática de carga em um
defletido, as fontes de radiação γ são centímetro cúbico de ar seco, sob
escolhidas para uso em equipamento de condições padrão. Uma fonte de 1 curie
medição de nível. produz uma dose de um roentgen em um
As duas fontes de raios γ mais usadas receptor colocado a um metro da fonte
são os isótopos radioativos Co (cobalto) 60 durante uma hora. A unidade de taxa de
e Cs (césio) 137. O Co 60 é obtido dose é o roentgen por hora (r/hr), uma
bombardeando o isótopo estável Co 59 medida dos fotos atingindo o receptor em
com nêutrons. Quando Co 60 desintegra, uma distância definida.
ele emite radiação β e γ para formar o A radiação é atenuada quando ela
elemento estável Ni 60 (níquel). De modo penetra sólidos, líquidos e gases, e a taxa
parecido, quando Cs 137 decai, ele emite de atenuação é uma função da densidade
do material. Os números também ilustram
radiação β e γ para formar o elemento
o que é geralmente chamado de camada
estável Ba 137 (bário). O Cs 137 é um dos
de meio valor. Por exemplo, uma placa de
subprodutos de fissão do urânio e obtido
aço de 25 mm (1 “) reduz a radiação de
no reprocessamento de usinas nucleares.
uma fonte de Cs 137 pela metade. Uma
Há dois pontos importantes
placa adicional de 25 mm irá causar outra
relacionados com o decaimento radiativo:
redução de 50% de modo que a redução
1. O decaimento produz energia
total causada por uma chapa de 50 mm (2
eletromagnética que não pode
“) é de 25% (0,5 x 0,5 = 0,25).
induzir outros materiais se tornarem
Como esperado, a quantidade de
radioativos. Isto significa que as
material radioativo requerida para produzir
fontes gama podem ser usadas na
1 Ci de atividade depende do material:
medição de nível de alimentos e
1 Ci é gerado por 1 g de Ra 226
remédios, sem contaminá-los.
1 Ci é gerado por 0,88 mg de Co 60
2. A fonte perde potência quando se
1 Ci é gerado por 0,115 mg de Cs 137
desintegra. A taxa de decaimento é
A taxa da dose também varia.
expressa como meia vida, o período
Assumindo uma fonte de 1 mCi e um
de tempo durante o qual a fonte
receptor colocado à distância de 812 mm,
perde metade de sua potência. Por
a taxa da dose será de
exemplo, o Co 60 tem meia vida de
1,3 mr/hr para Ra 226
5,3 anos e portanto decai 12,5% por
2,0 mr/hr para Co 60
ano. O Cs 137 tem meia vida de 30
0,6 mr/hr para Cs 137
anos e decai 2,3% por ano.
A intensidade do campo de radiação no
Para a medição de nível, contínua ou
ar pode ser calculada da equação:
em chave de alarme, o decaimento da
fonte não afeta a precisão, mas determina
K mCi
o tamanho inicial da fonte, para que o D = 1000
sistema tenha uma vida útil razoável. d2
Raramente, pode-se usar o isótopo Ra
226 (rádio), que tem vida útil de 1602 anos. onde
D é a intensidade, mr/hr

3.4.14
Nível

mCi = tamanho da fonte em milicurie A fonte de Cs 137 é a padrão para


d é a distância para a fonte, em medições de nível. A fonte de Co 60 é
polegadas usada somente para aplicações onde se
K é uma constante, 1,3 para Ra 226 quer grande penetração, ou em vasos com
0,6 para Cs 137 paredes grossas. A principal razão é a
2,0 para Co 60 maior meia vida do Cs 137 (30 anos),
comparada com a do Co 60 (5,3 anos).
Tamanho da fonte
Na aplicação real, a radiação deve Segurança
penetrar substâncias diferentes do ar e é Uma fonte de raios γ irradia energia
de interesse prático determinar a eletromagnética em todas as direções,
intensidade do campo de radiação após os como uma fonte de calor. A exposição
raios γ passarem através das paredes do rápida a uma intensa radiação ou uma
vaso e do material do processo. Isso pode exposição prolongada a uma fraca
ser feito através de curvas disponíveis na radiação é perigosa. O grau de perigo,
literatura técnica ou através da equação principalmente para exposição a longo
anterior. termo a radiação de baixa intensidade, é
Assume-se que a mínima intensidade uma determinação subjetiva e por isso, se
do campo de radiação no detector seja de houver erro, ele deve ser feito no lado
2,0 mr/hr, quando o vaso está vazio e que seguro.
o campo deve ser reduzido por, no mínimo, A fonte de radiação é construída em
50% quando o vaso estiver cheio. A um invólucro cerâmico, colocado em uma
densidade relativa do líquido é 1 (água). cápsula com parede dupla de aço
Considerando uma fonte de Cs 137 com inoxidável. A cápsula é contida em uma
50 mCi, a intensidade do campo no estrutura construída de modo a permitir a
detector, sem tanque seria: saída do raio de radiação através de uma
janela muito estreita, enquanto é
K mCi 0,6 × 50 bloqueada em todas as outras direções por
D = 1000 = = 4,25 mr/hr uma blindagem de chumbo. O chumbo é
d2 84 2
um material especial na radiação, pois ele
é o fim de linha de todas as cadeias de
Colocando-se o tanque vazio no lugar,
desintegração de materiais pesados. Há
a atenuação através de duas paredes de
um obturador para fechar a janela, quando
aço de 12,5 mm (½ “), será 0,7 x 0,7 = 0,5
a fonte estiver fora de operação ou em
e a intensidade do campo resultante no
transporte. A blindagem da fonte é
detector é 4,25 x 0,5 = 2,1 mr/hr. Quando o
suficientemente espessa para reduzir a
tanque estiver cheio, a radiação irá
intensidade do campo a uma distância de
penetrar em 1,8 m (72 “) de material tendo
300 mm (1 ft) da fonte para 5 mr/hr ou
uma densidade relativa de 1. A curva para
menos.
Cs 137 não cobre espessuras além de 0,7
Como já mencionado, além da
m (30 “), mas isto não é importante, pois a
desintegração de raios γ, há também raios
atenuação total será a produto da
atenuação em três espessuras de 0,6 m β. Porém, a parede de aço inoxidável é
(24 “). Cada 0,6 m (24 “) de espessura do suficiente para bloquear toda a radiação β,
material tem uma transmissão de 7,5%, de que é de pequena penetração.
modo que a intensidade do campo no Os suportes da fonte são projetados
detector com o tanque cheio é de para uma faixa de tamanhos. Por exemplo,
um suporte pode ser usado para fontes na
2,1 x 0,075 x 0,075 x 0,075 = 0,0009 mr/hr faixa de 10 a 30 mCi e o próximo suporte é
usado para fontes entre 31 a 90 mCi.
Esta instalação satisfaz a exigência
dada de 2 mr /hr, com o tanque vazio e, no
mínimo, uma redução de 50% com o
tanque cheio.

3.4.15
Nível

6,25 rem por 50 semanas (ano). Esta


250 exposição excede os limites!
A condição de pior caso de tanque
200 vazio pode ser resolvida colocando um
REM ACUMULADA

INSEGURO sistema de intertravamento que feche o


150
obturador durante este período.
100
5 REM/ANO
50 SEGURO

0 10 20 30 40 50 60 70
IDADE OPERADOR

Fig. 4.17. Exposição à radiação como função do Caminho da radiação


tempo e segurança

Nos EUA, há uma legislação rigorosa


cuidando das taxas de exposição ao
Fonte e
material radioativo através da Nuclear suporte
Regulatory Commission (NRC). Estas Detector
máximo nível
regras estão incorporadas ao OSHA
(Occupational Health and Safety Act). No 45 o max
Caminho da
Brasil também há. radiação
A exposição a uma fonte externa é
expressa em unidade de rem (roentgen +
equivalente + homem). Uma pessoa mínimo nível
recebe a dose de 1 rem quando exposta a
1 roentgen de radiação em qualquer
período de tempo. Uma pessoa não pode 12,5 mm
receber mais do que 250 rem sobre toda 1,8 m
sua vida. A taxa em que esta exposição é
2,1 m
acumulada também é importante. É
desejável manter uma dose anual de 5 rem
e definitivamente não se deve exceder 12 Fig. 4.18. Instalação de sistema de radiação
rem por ano ou 3 rem por trimestre.
Para casa instalação industrial, é
essencial estimar a dosagem recebida pela Depois de obtidos os resultados, deve
pessoa trabalhando na vizinhança da se cuidar de reduzir a exposição do
fonte, assumindo sempre o pior caso (por operador. A exposição pode ser diminuída
exemplo, o operador está sempre próximo colocando a fonte e o detector de modo
da fonte, o tanque está sempre vazio). que o operador não esteja na área de alta
Para a instalação da Fig. 4.18, intensidade de campo. Outra solução é
assumindo que o operador trabalhe 25 colocar blindagem adicional de chumbo em
horas por semana e que o operador está torno da fonte e atrás do detector.
sempre próximo de 300 mm (12 “) da fonte Quando se submete uma instalação ao
durante este período (pior caso). licenciamento, deve-se especificar:
Assumindo que o suporte da fonte satisfaz 1. isótopo usado e tamanho da fonte
a exigência de 5 mr/hr, a exposição do 2. fabricante e número do modelo do
operador seria instrumento e do suporte da fonte
3. descrição da instalação
5 mr/hr x 25 hr/sem = 125 mr por semana 4. máxima ocupação da área
5. pessoa responsável para contato.
ou, aproximadamente em um ano:

3.4.16
Nível

Detector para bloquear o raio da fonte e mudar o


Há vários detectores de radiação γ estado da chave. Se é desejável um
disponíveis, mas os dois mais comuns são: intervalo maior, o detector é montado em
1. tubo Geiger-Mueller (G/M) ângulo com a fonte. Para o máximo
2. câmara de ionização de gás diferencial, o sensor é montado
O tubo G-M tem um fio como anodo no verticalmente, produzindo um diferencial
centro de um catodo cilíndrico. O tubo de 150 mm. Para intervalos maiores,
catodo é cheio com gás inerte e selado. usam-se dois detectores com uma única
Uma tensão de 200 a 300 V é aplicada fonte. Para intervalos maiores que o
através do anodo e catodo. A radiação diâmetro do tanque, usam-se dois
gama incidente ioniza o gás inerte, de conjuntos separados de fonte e detector.
modo que ocorre uma ruptura elétrica entre
o anodo e catodo. A freqüência da ruptura Fig. 4.19. Instalações de chave de nível radioativa
está relacionada com a intensidade da
radiação gama e pode se determinar a D D
F F
potência do campo pela contagem dos
pulsos produzidos sobre um dado intervalo
de tempo.
A câmara de ionização é também cheia
de um gás inerte e selada, mas em vez de
se aplicar uma tensão de 300 V para
romper, aplica-se uma pequena tensão de
6 V através das extremidades da câmara.
Quando a câmara é exposta à radiação H H
gama, ocorre a ionização e aparece uma F D1 F D1
corrente contínua na faixa de <φ
microampere. Esta corrente é proporcional D2 >φ
à intensidade do campo. L
O tubo G-M é sempre usado em F D2
aplicações com chave de nível (detecção L
de ponto). O detector da chave é arranjado φ φ
de modo que ele vê a intensidade máxima
(tanque vazio) e vê o campo zero ou
mínimo (tanque cheio).
Os dois detectores, tubo G-M e câmara
de ionização, são usados em aplicações
de medição contínua. Quando são
comparados:
1. O tubo G-M é mais barato que uma
câmara de mesmo comprimento,
porém é mais sujeito a desvio (drift) e
seu desempenho pode se deteriorar
com o tempo.
2. O tubo G-M pode falhar, quando
exposto (acima do nível do líquido).
Instalação de chave
Há várias configurações de instalação
de chave de nível, quanto à posição
relativa da fonte e do detector. A mais
comum é ter a fonte e o detector no
mesmo nível horizontal. Neste caso, o
diferencial entre a ação liga-desliga da
chave é de 6 mm (1/4 “). Isto significa que
um aumento do nível de 6 mm é suficiente

3.4.17
Fig. 4.20. Transmissão de Cs 137 através de vários materiais

3.5.18
Nível

Fig. 4.21. Transmissão de Co 60 através de vários materiais

3.4.19
Medição contínua de nível
D
Há dois métodos para medir nível F
continuamente, através de fontes e
detectores fixos:
1. fonte de fita e detector de fita
2. fonte pontual e detector de fita F
O método usando fonte e detector,
ambos em fita, é mais caro, mais preciso e
mais conveniente para a maioria das
geometrias envolvidas. A fonte em fita
irradia um raio uniforme, longo, estreito na
direção do detector. Quando o nível
aumenta um pouquinho, há um pequeno Fig. 4.23. Detecção de nível com duas fontes
aumento correspondente do detector. Esta pontuais e um detector fita
resposta incremental é uniforme e linear Vantagens e limitações
sobre toda a amplitude de faixa e por isso
A grande vantagem do sistema é a
o sinal produzido é linear com a variação
possibilidade de se medir nível de sólidos.
do nível, exceto para pequenas não
É um sistema extremamente simples,
linearidades próximas do 0 e do 100%.
porém não é muito usado porque existem
Esta medição é sensível às variações da
preconceitos e mal entendidos, tais como:
densidade do material medido. Material de
1. o custo do sistema é assumido ser
maior densidade causa maior atenuação.
muito alto. Isto não é verdade em si e a
simplicidade do sistema pode
compensar o custo.
Amplificador 2. o perigo de usar material radioativo é
Fonte grandemente exagerado. Quando se faz
fita um projeto correto e se entendem todos
os conceitos envolvidos, o sistema não
é mais perigoso que nenhum outro.
0,6 m Células 3. A principal desvantagem técnica é que a
max
fonte de radiação de reserva está se
desintegrando de modo idêntico a fonte
em uso.

Fig. 4.22. Detecção contínua do nível com fonte fita Fonte


e células receptoras
Detector
O método com fonte pontual e detector em
fita também trabalha como um dispositivo
liga-desliga com pequenos incrementos,
pois um pequeno aumento no nível
bloqueia o raio da fonte radioativa de um Fig. 4.24. Posições relativas da fonte e detector
correspondente incremento do detector.
Neste sistema, a medição é não linear, por 4.6. Sistema com radar
causa da espessura não uniforme do
material e da não uniformidade da Introdução
geometria da instalação fixa (paredes do O sistema de medição de nível com
vaso, distâncias da parede ao detector, radar usa ondas eletromagnéticas,
espaço livre). tipicamente microondas na faixa de 10
GHz (banda X). Geralmente a medição é
contínua e se aplica a nível de líquido.

3.5.20
Nível

As emissões são de baixa potência, varia entre 0 e mais do que 200 Hz,
tipicamente menores que 0,015 mW/cm2 quando a distância varia 0 e 60 m.
pois as aplicações industriais requerem Uma vantagem desta técnica é que a
geralmente faixas menores que 30 m, que informação da variável de processo está
é uma distância pequena para a técnica de no domínio da freqüência em vez do
radar. Nesta faixa de energia, não há domínio da amplitude modulada ou da
problema de saúde, segurança, licença ou diferença de tempo, o que permite uma
considerações de contaminação. Os conversão mais precisa. (Esta é a mesma
dispositivos envolvidos são os prosaicos vantagem do rádio FM sobre o rádio AM.)
transistores e diodos para gerar e detectar A maioria das fontes de ruído está no
as microondas. domínio da amplitude, de modo que o
O sensor radar é montado no topo do processamento do sinal FM pode ignorá-
vaso e é dirigido para baixo, perpendicular las e a precisão não é afetada.
à superfície do líquido. Isto faz o sinal ser
refletido da fonte para retornar diretamente
para o sensor. O caminho do sinal é
afetado pelo tamanho da antena. Sinal Sinal
F2

Freqüência
enviado refletido

∆F
Tempo de
F1 propagação

T1 T2 Tempo
Fig. 4.26. Freqüência de varredura do radar

Há dois desempenhos e preços nos


(a) antena esquerda é grande, com um equipamentos de medição de nível a radar,
disco parabólico causados pela banda de passagem do
(b) antena direita é pequena, tipo corneta oscilador. Se a banda de passagem é
Fig. 4.25. Tipos e padrões de antenas de radar maior, pode se conseguir uma maior
freqüência de varredura no mesmo
período. Isto fornece um aumento
diretamente proporcional em resolução, em
Determinação do tempo de propagação termos da aumento da variação de
O tempo de propagação do sinal freqüência para um dado aumento de
refletido é medido pelo controle do variação de nível. Isto, mais o fato que
oscilador (sensor), de modo que ele envia mais sinais F podem ser calculados
uma freqüência linear varrida em uma durante cada varredura de freqüência
largura de faixa fixa e tempo varrido. O permite interpretação mais precisa do sinal
detector radar é exposto simultaneamente de freqüência.
à varredura enviada do radar e ao sinal de
retorno refletido, que é uma parte mais
velha da varredura do radar. A saída do
detector é um sinal de freqüência que é
igual à diferença entre os sinais enviado e
o refletido. Esta diferença em freqüência é
diretamente proporcional ao tempo de
propagação e assim à distância entre o
sensor e o nível do líquido. O resultado é
um sinal de freqüência modulada (FM) que

3.4.21
Nível

∆F em alta banda Tab. 5.1. Velocidade do som e de microondas


F2 de passagem (Radar)
Freqüência
Velocidade @ 1 atm
Composição Temperatura Radar Ultra-som
o
C Mm/s m/s
Ar seco 0 299,91 331,8
F1 100 299,94 386,0
∆F em baixa banda de passagem Vapor d'água 100 299,10 404,8
CO2 0 299,85 259,0
50 299,87 279,0
T1 T2 Tempo Amônia 0 299,93 415,0
Acetona 0 297,64 223,0

Fig. 4.27. Bandas de passagem do radar

Processamento do sinal e Display


Para se ter uma medição precisa da Os primeiros sistemas usavam técnicas
distância usando cálculos do tempo de de filtro analógicas para rastrear a
propagação, a velocidade da onda freqüência do sinal de FM. Com o uso do
viajando deve ser constante ou então deve microprocessador, os sistemas atuais
ser medido. A velocidade de transmissão
levam o sinal de FM diretamente para um
da onda de radar é igual à velocidade da conversor analógico para digital (A/D) para
luz dividida pela raiz quadrada da fazer o processamento digital do sinal.
constante dielétrica do meio. Ou seja, Uma transformada de Fourier é usada para
converter os dados amplitude versus
c tempo do sinal FM em amplitude versus
v=
ε freqüência e depois amplitude versus
onde distância. É usado um algoritmo peak-
v é a velocidade da onda no meio picking para determinar a freqüência
c é a velocidade da luz no vácuo dominante no sinal de retorno.
ε é a constante dielétrica do meio O gráfico amplitude versus freqüência
Felizmente, as constantes dielétricas pode ser apresentado como um espectro
de gases diferentes em diferentes pressão em uma tela de computador para mostrar o
e temperatura variam muito pouco em local e amplitude de cada reflexão no vaso.
relação a do ar ou do vácuo, de modo que Este display, que é único para o enfoque
os erros devidos às variações das de radar no campo de medição de nível, é
condições do tanque são muito pequenos. como ter uma câmara de TV no vaso,
Neste aspecto, as ondas de radar são porque ele permite uma verificação rápida
similares às ondas laser e muito diferentes da medição de nível sem ter que deixar o
da ondas ultra-sônicas. Em sistemas com computador. Enquanto o sinal for
ultra-som, os erros causados pelas claramente dominante, o radar é
variações na velocidade podem ser totalmente funcional. Nenhum indicador
reduzidos pela calibração convencional ou manual é necessário para calibrar o
pela compensação da temperatura ou pela instrumento enquanto for mostrado um
compensação usando alvos de referência. pico dominante. Além disso, a amplitude
O alvo, neste caso, deve ser colocado do sinal também fornece informação útil
próximo do topo do tanque onde o espaço acerca das condições do tanque.
de vapor é uniforme e não existe O display do espectro mostra a
concentração de gradientes (que existem amplitude por de três modos diferentes:
perto da superfície do líquido). A presença 1. valor RMS , que é a média de todos
de espumas não metálicas, poeiras e os sinais que estão sendo
vapores no caminho da onda pode ter recebidos, expresso em termos de
muito pequeno efeito na velocidade da V rms
microonda por causa da constante 2. Val. max., que é a amplitude da
dielétrica destes meios variarem muito freqüência dominante que está
pouco da constante do ar. sendo recebida

3.4.22
Nível

3. S/N, que é a relação sinal-ruído, o sinal correto, de modo que a precisão


igual ao número Val. Max. dividido ainda não é afetada, porém, o display
pela amplitude da segunda maior mostra ao operador que o sistema está
freqüência que está sendo marginal e deve ser pesquisado. O display
recebida. com o sinal quase igual ao ruído pode ser
Quando a superfície do líquido está devido à muita espuma, revestimento do
calma e sem espuma, sua refletividade é sensor, má selagem do sensor ou qualquer
alta, de modo que a amplitude do sinal de outra causa que faz o sinal diminuir.
retorno é também alta. Quando a
superfície se torna turbulenta, a amplitude
do sinal diminui. Embora o espectro ainda
pareça como alto, porque o display sempre
toma o maior sinal para fundo de escala,
os valores de RMS, Val. Max. e S/N são
reduzidos. Se este display é mostrado para
o operador de processo, ele pode verificar
se o radar está operando corretamente e
RMS = 0,85
também se o agitador está ligado ou VAL. MAX. = 208,717
desligado. S/N = 9,77
O efeito da turbulência na amplitude do Fig. 4.29. Amplitude reduzida devido à turbulência
sinal é difícil de prever, desde que ele
depende da amplitude e da freqüência das
ondas do líquido. Porém, em geral, o radar O limite máximo de espuma para a
pode manipular níveis com grande medição com radar depende da
turbulência, com ondas de até 1 m. A condutividade, altura e densidade da
presença de espuma também pode ser espuma. Em geral, quando a espuma é
detectada deste modo, desde que a não condutiva, ela causa pouca atenuação
espuma absorve algum sinal e por isso no sinal e sua espessura pode chegar a
diminui a amplitude do sinal. Os eventos 1,5 e 2,0 m. Porém, se a espuma tem
de turbulência, presença de espuma e água e é condutiva (cerveja e espuma de
condensação não afetam a precisão da sabão), sua máxima espessura é de 15 a
medição, porque a informação da distância 30 cm, dependendo da densidade.
está apenas na freqüência do sinal e não
em sua amplitude (lembrar que o sinal é
FM e não AM).

RMS = 0,74
VAL. MAX. = 30,474
S/N = 1,31
Fig. 4.30. Sinal marginal

RMS = 1,63
VAL. MAX. = 912,141 O limite máximo para o revestimento do
S/N = 12,02 sensor também depende da condutividade.
Fig. 4.28. Sinal forte Como o radar opera na banda X, estes
limites estão em torno de 2,5 cm para óleo,
parafina ou alcatrão (não condutores) ou
Quando o sinal se torna muito fraco, em torno de 0,3 cm para película
porém, o nível do sinal começa a se igualar condutiva.
à amplitude do ruído, que existe de modo
pequeno e constante. O radar ainda pega

3.4.23
Nível

sensor mas reflete mais o ruído da


turbulência da superfície.
Uma antena pequena pode causar erro
pela porção divergente do raio quando ele
retorna de uma superfície turbulenta.
Como seu caminho é maior do que o
caminho do raio refletido da superfície
plana, resulta em um leitura menor que a
RMS = 0,13 real.
VAL. MAX. = 1,236
S/N = 0,87 Eletrônica e Escolhas
Fig. 4.31. Sinal muito fraco
O transmissor do radar para monitorar
e controlar processo possui a saída padrão
de 4 a 20 mA cc e saída discreta para
Quando o sinal se torna quase
alarme e controle de ligar-desligar bombas.
inexistente, a informação não é mais
Para sistemas com telemetria, a saída
confiável e o operador precisa providenciar
pode ser digital, para comunicação através
reparo no radar. Neste caso, pode estar
de modem, rádio freqüência ou digital
ocorrendo alguma das seguintes causas:
(highway). Alguns sistemas tem a
1. As laminas do agitador funcionando
capacidade de receber sinais de
pode estar atrapalhando ou uma lamina
temperatura (transmissor ou sensor de
do agitador parado pode estar
termopar ou resistência) e pressão, a fim
interrompendo o sinal de retorno do
de calcular o volume do tanque em
radar. (Por isso é melhor montar o
condição de referência.
radar no topo do tanque ou na parede
Com um sinal de pressão (tanque
para não ser perturbado pelo agitador).
aberto) ou dois sinais (pressurizado), o
2. Se o tanque tem um fundo inclinado
radar pode calcular a densidade media da
e se o raio é refletido nesta superfície
coluna liquida entre a superfície do líquido
inclinada na situação de tanque vazio,
e a tomada de pressão. O radar pode
a maioria do sinal pode ser refletida na
transformar volume em massa. Sistemas
parede do tanque e pouco sinal retorna
microprocessados podem determinar a
para o sensor.
innage (quantidade real do tanque) e a
3. Há alguma falha no circuito elétrico,
ullage (quantidade que falta para encher o
curto ou fio partido na fiação de campo
tanque).
entre o processador do radar e o
sensor ou alguma falha de componente Vantagens e desvantagens
do circuito eletrônico. As principais vantagens da técnica de
Seleção da antena medição de nível com radar são:
1. Pode medir nível de líquidos
O diâmetro da antena do radar
complexos (tóxicos, perigosos,
determina a potência do sinal e o ângulo
sanitários)
de divergência do raio do sinal. Quando o
2. Não requer licença legal (como o
diâmetro aumenta a potência do sinal
radiativo)
aumenta (quarta potência) e o ângulo
3. É uma medição sem contato
diminui (linearmente). Por exemplo, para
4. Apresenta alta precisão em faixa de
uma dada potência de saída, uma antena
1,5 a 60 m.
parabólica com diâmetro de 30 cm tem um
5. A antena pode ser colocada
sinal 81 vezes maior que o sinal de uma
externamente, totalmente isolada
antena corneta com um diâmetro de 10
do processo.
cm., ou seja, (30 : 10)4. Enquanto isso, a
6. A operação é verificável através do
antena de 30 cm tem um ângulo de 5
monitor
graus e a antena de 10 cm, de 15 graus.
7. Nenhuma recalibração é requerida
O maior ângulo de divergência tem
quando se altera as condições de
vantagens e desvantagens. O ângulo
processo, pois a mudança do
maior torna menos critico o alinhamento do
líquido não afeta a velocidade e

3.4.24
Nível

freqüência e processamento do que alguma energia sônica seja refletida.


sinal. Líquidos e sólidos com partículas grandes
8. A operação do sistema pode tolerar e duras são bons refletores. Material fofo
revestimento do sensor, turbulência ou sujeira solta são ruins refletores pois
da superfície e espuma no líquido tendem a absorver o pulso sônico. É
(melhor que laser e ultra-som). também importante que a superfície
Como desvantagem, tem-se refletora seja plana e como o ângulo de
1. É a técnica de medição de nível reflexão é igual ao de incidência, se o
mais cara. pulso sônico é refletido de uma superfície
2. Só é aplicada em processo com inclinada, seu eco não será dirigido de
líquido limpo. volta para a fonte e o tempo total de
3. Não pode ser usado em aplicação propagação não é diretamente
com sólido, por causa do sinal fraco proporcional à distância vertical.
de reflexão. Superfícies irregulares resultam em
4. Possui menor número de reflexão difusa, onde apenas uma parte do
aplicações que o sistema com eco total volta verticalmente para a fonte.
radiação nuclear. A propagação do som resulta em sua
dispersão e perda de intensidade. A
4.7. Medidor sônico e ultra-sônico intensidade do som diminui com o
quadrado da distância e por isso o eco se
Sistema de detecção de nível sônico
torna exponencialmente mais fraco quando
(9500 Hz) e ultra-sônico operam pela
se aumenta a faixa de calibração do nível.
absorção da energia acústica, quando ela
A diminuição da energia sonora é causada
se propaga da fonte para o receptor ou
pela dispersão (distância percorrida) e pela
pela atenuação (mudança de freqüência)
absorção da substância através do
de um dispositivo vibrante, oscilando em
caminho. Por exemplo, uma onda ultra-
35 a 40 kHz. O transmissor de nível ultra-
sônica (44 kHz) propagando em ar seco e
sônico opera gerando um pulso e medindo
limpo, a 20 oC, é atenuada de 1 a 3 decibel
o tempo que o eco leva para voltar. Se o
para cada metro de distância percorrida.
transmissor é montado no topo do tanque,
Um transmissor ultra-sônico está sujeito a
o pulso viaja no ar, a uma velocidade de
muitas interferências, que afetam a
331 m/s, a 0 oC e portanto o tempo de
potência do eco. Muitos destes fenômenos
propagação é uma indicação do espaço
estão além do controle do fabricante de
vazio acima do nível do líquido no tanque.
instrumento. O instrumento pode fazer
Se o transmissor é montado no fundo do
compensação da temperatura, evitar a
tanque, o tempo de propagação reflete a
condensação, focalizar e amplificar o sinal
altura de líquido no tanque e a velocidade
do pulso, porém é incapaz de alterar a
do pulso é função deste líquido. Por
reflexão, propagação ou absorção do
exemplo, para água a 25 oC a velocidade
processo.
do pulso ultra-sônico é de 1496 m/s.
O sistema de ultra-som pode ser usado
Ultra-som para medição contínua ou pontual do nível.
Os detectores de ponto (chave de
As características do som são
nível) para medição de interfaces líquido-
determinadas pela temperatura, reflexão,
gás, líquido-líquido, líquido-espuma ou
propagação e absorção. A compensação
sólido-gás, podem ser agrupados em
da temperatura na medição de nível é
sensor amortecido ou transmissor liga-
essencial porque a velocidade do som é
desliga. Pela configuração, podem ser de
proporcional à raiz quadrada da
um ou dois elementos.
temperatura. No caso do ar, ele varia de
Os sistemas para medição contínua
0,6 m/s por cada oC de variação de
podem ser classificados como sensor
temperatura. A velocidade de propagação
abaixo ou acima do líquido.
aumenta como aumento da temperatura
A maioria dos sistema usa um circuito
em cerca de 0,18% por oC.
oscilador de 20 kHz ou acima como
Para medir o tempo de propagação do
gerador de sinal ultra-sônico. Alguns
eco de um pulso ultra-sônico, é essencial
projetos incluem filtros ou discriminadores

3.4.25
Nível

de sinal para evitar leitura falsa causada Há sensores que operam somente em
por ruído. meio não compressível (líquido) e não
operam em espaço com vapor ou gás.
Chave de nível com amortecimento
A chave de nível com vibração
amortecida opera como chave com lamina
vibratória. Enquanto a chave está
envolvida por ar ou gás, ela vibra em sua
freqüência de ressonância mas é Transmissor Receptor
amortecida quando entra em contato com A
o líquido do processo. Alguns sistemas
incorporam um cristal piezoelétrico na B Transmissor
ponta vibratória. e Receptor
O sensor pode ser colocado no topo do
vaso ou em suas paredes laterais, sempre C Transmissor
internamente. O líquido deve ser limpo e e Receptor
não provocar deposição no sensor.
O sensor pode ser colocado do lado de
fora do tanque, sem contato direto com o
líquido do processo. Quando o fluido atinge Cristal
a altura do sensor, ele é também transmissor
amortecido e a chave é acionada. Esta
configuração serve para qualquer tipo de
Cristal
líquido. transmissor

Fig. 4.33. Sensores de ponto ultra-sônicos


A

Chave de detecção de interface


B Quando se monta o sensor inclinado (10
graus da horizontal, por exemplo), ele pode
ser usado para detectar interface líquido-
C líquido. O raio ultra-sônico gerado pelo
cristal transmissor será detectado pelo
cristal receptor se o sensor estiver
D somente em um líquido. Quando aparece
uma interface na cavidade do sensor, a
interface reflete o sinal, impedindo-o de
alcançar o receptor.
A chave de detecção de nível pode ser
usada na mangueira da bomba de
Fig. 4.32. Sensores ultra-sônicos amortecidos gasolina. O bocal da mangueira contem o
transmissor e o receptor para detectar
quando o tanque enche e o líquido atinge a
mangueira de volta, onde a vazão é
Chaves tipo absorção desligada.
Estas chaves contem transmissor e
receptor. O transmissor gera pulsos na Transmissor de nível
faixa ultra-sônica e o receptor detecta O princípio do transmissor de nível
estes pulsos se eles são transmitidos ultra-sônico é similar ao do ecômetro
através de um meio onde está colocado o usado para medir profundidade de poço.
sensor. O transmissor e receptor podem Neste projeto, uma cápsula é detonada; o
ser montados no mesmo invólucro ou tempo necessário para o eco retornar é
podem ser separados. convertido na indicação da profundidade.

3.4.26
Nível

O detector contínuo de nível (SONAR) Sistema microprocessado


mede o tempo necessário para um pulso Os fabricantes tradicionais de
ultra-sônico ir para a superfície do instrumentos (e.g., Foxboro, Fisher
processo e voltar. A fonte é um alto-falante Rosemount) possuem sistemas
ultra-sônico tipo oscilador e o receptor é, proprietários para medir nível e processar
geralmente, um disco metálico ressonante o sinal, convertendo nível em quantidade,
mecânica e eletricamente. Há várias volume em massa, determinando
configurações de montagem. densidade, apresentando resultados em
condições de referência, indicando innage
(nível real) e ullage (o que falta para
encher o tanque). Os sistemas são
aplicados a conjuntos de tanques,
diminuindo o custo por unidade de tanque,
porque através da multiplexação, vários
instrumentos podem ser compartilhados
por todo o sistema.
No campo, há sensores e
transmissores para medir a pressão em
três pontos do tanque e a temperatura do
processo. Estes sinais analógicos vão para
Fig. 4.34. Detecção contínua de nível de liquido um sistema microprocessado que os
manipula e através de uma base de dados
fornecida e armazenada, ele pode
Na instalação (A), há dois elementos, determinar densidade, fazer correções,
transmissor e receptor montados transformar volume em massa, converter
separadamente. Esta configuração é valores de volume para condições de base.
pouco usada, atualmente. Na instalação O sistema possui uma estação de
(B) o transmissor e receptor estão no operação centralizada, com console de
mesmo invólucro. A transmissão é feita no monitor. Através do sistema, o operador
ar. A vantagem é que não há contato com pode monitorar todas as medições, ter
o processo, mas alguma energia é perdida registros históricos das variáveis de
através do espaço. Em aplicações com interesse, dispor de listas de alarmes das
líquido, deve haver um ângulo aproximado variáveis críticas.
de 2 graus da vertical. Esta montagem
requer um líquido limpo.
Na instalação (C) o tempo de
propagação do eco é uma indicação direta
do nível. O transdutor pode ser também
montado externamente (D).
As instalações onde não há contato
direto com o processo, pode ser medido o
nível de líquidos sujos e de sólidos.
Uma aplicação interessante da
detecção contínua de nível é quando óleo
(hidrocarbonetos) é armazenados em
poços com sal. A camada de óleo repousa
sobre uma camada de salmoura. Quando
se bombeia o óleo para dentro do poço, a Fig. 4.35. Sistema microprocessado para nível
salmoura é deslocada. Por questão de Vantagens e desvantagens
segurança, balanço e uso da cavidade, é
A técnica de medição de nível por ultra-
importante saber onde está a interface
som já é tradicional. A chave de nível é
óleo-salmoura.
confiável, mesmo em aplicações difíceis.
As principais vantagens do princípio são
1. ausência de peças móveis

3.4.27
Nível

2. habilidade de medir nível sem O transmissor de nível a ultra-som é


contato com o processo tão bom quanto o eco que ele recebe. O
3. A precisão e confiabilidade do sinal de eco pode ser enfraquecido pela
sistema não são afetadas por dispersão (distância) ou pela absorção (ar
variações na composição, ambiente). O sinal é também atenuado por
densidade, umidade, condutividade vapores, espuma e outros contaminantes.
elétrica ou constante dielétrica do Deve-se tomar cuidado com a superfície
fluido do processo. refletora, que deve ser plana, bem
4. É possível se fazer a compensação acabada, horizontal.
de temperatura, melhorando a
precisão (para ±0,25% fundo de
escala).

Fig. 4.36. Sistema microprocessado para nível -




 Apostilas\Instrumentação 45nível.doc 04 MAI 97

3.4.28
3.5
pH
(cátions) migram para o eletrodo negativo
1. Introdução (catodo) e os íons negativos (ânions)
migram para o eletrodo positivo (anodo). A
A medição de pH tem uma grande
liberdade de migração dos íons é medida
variedade de aplicações industriais, como
como a condutividade da solução.
em refino de açúcar, polpa e papel,
Eletrólitos fortes, como ácidos e bases
alimentos, fertilizantes, processos de
fortes, são completamente dissociadas na
fermentação e tratamento d'água e de
solução. Eletrólitos fracos são dissociados
efluentes. Além das aplicações industriais,
apenas parcialmente.
pH é também um parâmetro importante na
No desenvolvimento da teoria da
vida diária. Os organismos vivos requerem
ionização, Arrhenius estabeleceu que a
um pH particular para sobreviver e crescer.
acidez de uma solução é devida à
Quando o pH do ambiente é alterado, o
concentração dos íons hidrogênio (H+)
crescimento e a sobrevivência podem ficar
produzidos pela ionização do ácido e não
comprometidos. Muitas plantas requerem
depende do ácido total presente. De modo
um solo ácido para melhor desempenho. O
análogo, a alcalinidade de uma solução é
milho, o trigo e os vegetais requerem
devida à concentração do íons hidroxila
condições de solo específicas para
(OH-). Quando em solução, um ácido forte
máxima produção. O pH do sangue
é ionizado para produzir íons de hidrogênio
humano é altamente critico; quando há
(prótons) e ânions. No caso de ácido
variação de uma unidade, a morte é
clorídrico, são produzidos prótons e íons
inevitável.
de cloro:
Embora um sistema de medição de pH
de processo seja relativamente simples, a
HCl = H+ + Cl-
teoria atrás de sua operação é complexa.
Mesmo assim, a medição de pH é uma das
No caso de uma base forte, como o
mais tradicionais da instrumentação e tem
hidróxido de sódio, são produzidos íons de
sido usada industrialmente por muitos
sódio e de hidroxila:
anos. Muitas reações do processo
dependem do pH, que deve ser controlado
NaOH = Na+ + OH-
rigorosamente para operação ótima do
processo. Em outros casos, certos valores
No caso de ácidos e bases fracas,
de pH são deletérios, resultando em
ocorre apenas uma ionização parcial,
corrosão do equipamento do processo.
porém se aplica a mesma regra. Por
exemplo, o ácido acético, fraco:
2. Base Teórica
Os compostos químicos estáveis são CH3COOH ⇔ H+ + CH3COO-
eletricamente neutros, mas quando em
solução aquosa, se dissociam para formar A força de um ácido depende do
íons positivos e negativos. Quando uma número de íons hidrogênio disponíveis;
tensão é aplicada através de eletrodos esta força é a atividade do íon hidrogênio.
imersos na solução, os íons positivos A força de uma base depende do número

3.5.1
pH
de íons hidroxila disponíveis; esta força é desenvolveu o conceito da escala de pH
a atividade do íon hidroxila. durante suas investigações sobre métodos
A água é um condutor elétrico pobre e de medição da concentração do íon
se ioniza somente em pequena extensão hidrogênio. O termo pH é uma medida da
para dar os íons hidrogênio e hidroxila: atividade dos íons de hidrogênio em uma
solução e é definida como o negativo do
H2O ⇔ H+ + OH- logaritmo na base 10 da atividade do íon
hidrogênio:
A constante de ionização (K) da água é
determinada pela razão do produto das pH = - log10[H+]
concentrações do íon para a concentração
da água não dissociada. Esta definição fornece a escala
conhecida de pH:
K=
[H ][OH ]
+ − O pH da água pura é 7. O pH de
[H2 O] soluções acidas é menor que 7 e de
soluções alcalinas é maior que 7.
O valor de K para a água a 25 oC é
1,8 x 10-16 mol/L. Como a água é pH [H+]
dissociada apenas em pequena extensão, 0 1,0
a concentração de água não dissociada 1 0,1
pode ser considerada como constante e 2 0,01
somente o numerador é considerado. 3 10-3
Assim, pode-se escrever: 4 10-4
5 10-5
Kw = [H+][OH-} = 1 x 10-14 mol/L, 6 10-6
a 25 oC 7 10-7
8 10-8
onde K é chamado de produto irônico da água. 9 10-9
Como há duas quantidades iguais de íons 10 10-10
presentes: 11 10-11
12 10-12
[H+] = [OH-} = 1 x 10-7 mol/L, a 25 oC 13 10-13
14 10-14
Mais precisamente, as atividades do
íon devem ser usadas em vez das Tab. 6.1. Valor e escala de pH
concentrações do íon:
A faixa normal de pH é entre 0 e 14,
aH+ = aOH- = 1 x 10-7 mol/L a 25 oC
porém podem existir valores fora desta
faixa. Por exemplo, uma solução 10N de
O produto das atividades dos íons é
um ácido forte (totalmente dissociado) terá
sempre igual a 10-14 mol/L a 25 oC. Se as
um pH de -1. Do mesmo modo, uma
atividades dos íons são iguais, a solução é
solução alcalina forte pode ter pH de +15.
neutra e ambas as atividades são iguais a
Uma solução 1N de um ácido contém 1
10-7 mol/L a 25 oC. Se um ácido é
g - equivalente do ácido por litro de
adicionado, a concentração do íon
solução, o equivalente sendo a quantidade
hidrogênio aumenta e a concentração de
de ácido que contém 1 mol (1 número de
hidroxila diminui. Se uma base é
Avogrado) de átomos de hidrogênio
adicionada, a concentração de hidroxila
ionizável.
aumenta e a concentração do íon
O termo pH é portanto um símbolo
hidrogênio diminui. Em qualquer caso, o
matemático conveniente, universalmente
produto irônico será sempre igual a 10-14
aceito para expressar a acidez ou
mol/L a 25 oC.
alcalinidade de soluções aquosas.
Para evitar a manipulação deste
número desajeitado, Sorensen

3.5.2
pH
3. Soluções Buffer (Tampão) preparação de soluções tampão confiáveis
em ±0,05 pH, que são usadas como
O pH é uma medida dos íons
padrão primário. Padrões de trabalho são
hidrogênio dissociados em uma solução e
assim preparadas e comparadas com os
não do ácido total presente. Um ácido forte
padrões primários do laboratório nacional.
pode ser considerado completamente
Padrões de trabalho possuem
ionizado na solução de modo que
confiabilidade de
quantidades equivalentes de um ácido
forte e de uma base forte reagem em ± 0,01 pH em uma faixa de temperatura de
solução para dar um sal neutro e a solução 0 a 60 oC.
tem um pH de 7.
Porém, se um ácido forte e uma base 4. Métodos de Medição de pH
fraca ou um ácido fraco e uma base forte Os métodos de medição de pH são de
reagem juntos para formar um sal, a dois tipos principais:
solução resultante não é neutra. 1. calorimétricos
Misturando um ácido e o sal de um ácido 2. potenciométrico
fraco ou uma base e o sal de uma base
fraca, a solução resultante manterá o pH Indicadores calorimétricos
aproximadamente constante, mesmo com Os métodos calorimétricos geralmente
a adição de grandes quantidades de ácido são de laboratório e envolvem a imersão
ou base. Esta solução é conhecida como de papel em soluções. A cor do papel
solução buffer ou tampão. depende do pH da solução. Por exemplo, o
Por exemplo, considere uma solução papel litmus fica vermelho quando imerso
aquosa contendo hidróxido de amônia e em uma solução acida e fica azul quando
nitrato de amônia. Os íons de amônia em uma solução alcalina. O papel de pH é
(NH4) são produzidos pelo sal e pela base: um indicador universal que pode assumir
diferentes cores em função do valor
NH4OH ⇔ NH4 + OH- numérico do pH. Há um disco colorido
padrão para fins de comparação.
NH4NO3 ⇔ NH4 + NO3-
Medidores potenciométrico
Isto resulta em um deslocamento no O método potenciométrico é o mais
equilíbrio de hidróxido de amônia para a preciso e usado, principalmente para
esquerda (efeito do íon comum), aplicações de medição em linha com o
removendo os íons hidroxila da solução e processo.
produzindo mais da base reserva O princípio da medição potenciométrica
(hidróxido de amônia). A adição de um de pH pode ser explicado pela lei de
pouco de ácido à solução resulta na Nernst. Nernst achou que ocorre uma
remoção de alguns íons hidroxila pela diferença de potencial entre um metal
combinação com os íons hidrogênio (eletrodo) e uma solução contendo íons do
produzidos pela dissociação do ácido. O mesmo metal, quando o metal é imerso na
equilíbrio da base reserva é deslocado solução. A diferença de potencial causada
para a direita produzindo mais íons pela troca de íons do metal entre o metal e
hidroxila para forma a perda ocasionada o liquido foi determinado por Nernst e
pela adição do ácido. A solução é portanto segue a equação:
resistente a variar a concentração do íon
hidroxila. Quanto mais concentrada for a RT
solução tampão, maior é sua capacidade E = E0 + × ln[Mn ]
para absorver ácido ou base sem variar nF
significativamente o valor do pH.
As soluções tampão fornecem soluções onde
padrão de referência com pH conhecido Eo é o potencial do eletrodo padrão
com exatidão, podendo ser usadas para R é a constante universal do gás
calibração e padronização de equipamento (8,314 J/mol.K)
de medição de pH. Os laboratórios de F é a constante de Faraday
Metrologia fornecem instruções para a (96,493 C/mol)

3.5.3
pH
n é a valência do metal aproximadamente 0,04 unidades de pH.
Mn é a concentração do íon metal Assim a atividade pode ser considerada
T é a temperatura absoluta, K como uma concentração efetiva. Desde
O potencial do eletrodo padrão é a que o sistema de eletrodos e o dispositivo
diferença de potencial entre o metal e uma de medição de pH são todos padronizados
solução com 1 mol de M por litro. com soluções tampão calibradas na escala
O gás hidrogênio se comporta como de atividade, os valores medidos serão
um metal e por isso a lei de Nernst pode valores de atividade. Os valores de pH
também ser aplicada ao eletrodo de medidos deste modo são chamados de
hidrogênio imerso na solução contendo valores operacionais de pH.
íons de hidrogênio. O eletrodo hidrogênio
normal pode ser feito revestindo um Eletrodo de Medição
eletrodo de platina com uma camada de O sistema de medição de pH com o
platina preta, mergulhando-o em uma eletrodo de vidro é atualmente aceito como
solução de atividade do íon hidrogênio o único exato, durável e universal. Ele data
unitária e passando um fluxo de gás de do inicio do século, quando foi descoberto
hidrogênio (99,8% de pureza) em uma que certos tipos de vidro geram uma
pressão atmosférica parcial através da diferença de potencial proporcional ao
solução e sobre o eletrodo. A presença do valor ácido da solução em que o vidro está
negro de platina resulta em um gás imerso. Posteriormente, foi estabelecido
hidrogênio sendo absorvido no eletrodo. que esta diferença de potencial, dentro de
Para o eletrodo de hidrogênio, a equação uma faixa fixa de pH, segue a lei de Nernst
de Nernst pode ser rescrita como: do mesmo modo que o eletrodo de
hidrogênio.
RT O principal componente do vidro de pH
E = E0 + × ln[H+ ] é o bióxido de silício (SiO2) com a adição
nF
de óxido de sódio (Na2O) e óxido de cálcio
(CaO), comumente chamado de vidro
Usando logaritmo decimal no lugar do
soda-lime. A membrana de vidro consiste
natural, inserindo valores numéricos para
de uma matriz de átomos de silício e
as constantes e assumindo uma
oxigênio, onde cada átomo de silício é
temperatura de 25 oC, a equação de
cercado por quatro átomos de oxigênio e
Nernst para o hidrogênio fica:
cada átomo de oxigênio por dois átomos
de silício. Os espaços dentro desta matriz
E = Eo + 0,0591 log[H+]
são tomados por cátions, balanceando as
cargas na membrana. A força da ligação
e usando a expressão de Sorensen para pH:
dos cátions varia com a matriz e o tipo de
E = Eo - 0,0591 pH a 25 oC.
vidro. Em níveis altos de pH e altas
concentrações do íon sódio, os eletrodos
Assim, para qualquer sistema de
construídos de soda-lime exibem o
eletrodo seguindo a equação de Nernst,
chamado erro do íon sódio com evidencia
uma unidade de pH é equivalente a 59,1
de um ataque na fronteira silício - oxigênio
mV a 25 oC.
na superfície do vidro e resultando na
Desde os trabalhos pioneiros de
diminuição na vida útil do eletrodo.
Arrhenius, Sorensen, Nernst e outros, o
Substituindo sódio por lítio e cálcio por
desenvolvimento neste campo tem levado
bário ou estrôncio, resulta em um erro do
ao potencial de um eletrodo sendo
íon sódio menor nos eletrodos de vidro.
expresso em termos de atividade e não de
concentração. O uso da atividade em vez
da concentração resulta em uma mudança
no potencial padrão equivalente em

3.5.4
pH
membrana de vidro e o liquido do processo
(que varia com o pH do liquido do
processo) é necessário usar outro eletrodo
de referência, para completar o circuito.
Eletrodo de Referência
A medição do potencial no liquido do
processo deve ser independente das
variações na composição da solução. Se
são usados eletrodos de platina ou
carbono, eles agem como eletrodos de
medição de redução-oxidação (redox) e
responderão aos agentes de oxidação ou
Medição Referência
redução no liquido do processo e, portanto,
Fig. 5.1. Eletrodos de pH
não irão dar um potencial relativo somente
ao pH. O eletrodo de referência fornece um
potencial relativo somente ao pH.
Uma característica comum de todo os
Nernst verificou que a combinação de
tipos de vidros sensíveis a pH é que a
um metal, um sal insolúvel deste metal e
água é absolvida na superfície, produzindo
uma solução de sal tem um potencial
a seguinte reação:
constante em uma dada temperatura.
Si-0-M + H2) --- SiOH + MOH Usando este sistema como eletrodo de
referência, é possível medir o potencial
onde M representa um metal. Esta reação resulta na dependente do pH do eletrodo de vidro
formação de uma camada de gel na superfície da muito exatamente.
membrana de vidro. A formação e manutenção da Um exemplo é o eletrodo prata/cloreto
camada de gel são essenciais para o funcionamento de prata. O elemento metal é prata
do eletrodo de vidro. Uma condição de equilíbrio é revestida com cloreto de prata e é imersa
estabelecida dentro de um ou dois dias, resultando em uma solução de cloreto de sódio. O
numa camada de gel com espessura de 10 a 40 nm. cloreto de sódio é saturado com cloreto de
O tamanho da espessura depende da composição, prata para evitar a dissolução do
espessura do vidro e temperatura da solução em revestimento de cloreto de prata. A solução
que o eletrodo é imerso. Geralmente, é saturada de cloreto de potássio, muitas
recomendado que todos eletrodos novos de vidro vezes chamada de ponte de sal está em
sejam condicionados, no mínimo, 24 horas antes do contato com o liquido do processo através
uso. de uma junção liquida.
O eletrodo de vidro consiste de uma Desde que a concentração de todos os
membrana com formato de bulbo de vidro componente do elemento metal para a
sensível ao pH soldado à haste de um tubo solução KCl é fixa, o potencial do metal
de vidro de alta resistência e não-sensível para a solução KCl é também fixa. O
ao pH. As variações na resposta do potencial total do eletrodo de referência é
eletrodo devidas à profundidade de assim essencialmente constante em uma
imersão são eliminadas, desde que a dada temperatura e virtualmente
resposta do pH é limitada à pequena área independe das variações de composição
da membrana especial de vidro. As do liquido do processo. O potencial do
superfícies interna e externa da membrana eletrodo prata/cloreto de prata é 0,222 V a
de vidro respondem às variações de pH e 25 oC, com relação ao eletrodo de
por isso o bulbo é cheio com uma solução hidrogênio normal.
buffer de composição conhecida e estável. Outro exemplo é o eletrodo de calomel.
A solução buffer forma um eletrodo de Este é provavelmente o eletrodo de
referência interno, que é usado para referência mais usado na medição de pH,
manter um potencial constante com desde que ele é fácil de construir, estável e
relação à superfície interna da membrana requer muito pouca manutenção. O
de vidro. Para medir a diferença de eletrodo consiste de um elemento de
potencial entre a superfície externa da platina em contato com mercúrio, cloreto

3.5.5
pH
de mercúrio (calomel) e solução de cloreto de temperatura associada com a medição
de potássio de concentração conhecida. de pH tem sido muito mal entendida. A
Usa-se solução de cloreto de potássio medição de pH depende da temperatura
normalmente saturada com 0,2444 V a 25 por dois motivos diferentes:
oC, nestas condições e com relação ao
eletrodo de hidrogênio normal. Para Efeito da temperatura na solução
medição de pH em temperaturas mais O pH da água pura é 7,00 somente a
elevadas, um eletrodo de referência 25 oC. Como um resultado das variações
alternativo é o eletrodo tamal, que consiste na ionização com a temperatura, a água
de amálgama de tálio em contato com pura tem um pH de 7,47 a O oC e 6,63 a
cloreto de tálio e solução de cloreto de 50 oC. Complicações adicionais ocorrem
potássio 3.3. molar. quando materiais iônicos dissolvidos (p.
Para prover continuidade elétrica ao ex., hidrazine e amônia) alteram o
eletrodo de referência deve haver uma equilíbrio de ionização e sua dependência
junção liquida onde a solução do sal e o da temperatura. Note que esta é uma
liquido do processo fiquem em contato. variação verdadeira do pH com a
Para uma operação satisfatória, deve temperatura e não é compensada pelos
haver uma vazão continua e muito instrumentos convencionais de pH. Desde
pequena da solução de sal através da que ela é uma propriedade da amostra em
junção. Este fluxo impede que o liquido do si (composição da amostra), ela pode
processo entre dentro do eletrodo e o variar de uma amostra para outra.
contamine.
Um dos problemas mais difíceis tem Efeito de Nersnt
sido o de projetar uma junção liquida A inclinação da curva da equação de
reprodutível com uma vazão muito Nernst, que descreve a saída de todos os
pequena, de modo que a reposição da eletrodos sensíveis ao íon, é expressa em
solução de sal seja pouco freqüente. Hoje, mV/pH e varia diretamente com a
são disponíveis vários tipos de junções temperatura absoluta, evidenciado pelo
diferentes, como cerâmica, capilar, plug de termo RT/F. Este efeito bem documentado
teflon e plug de madeira. Muitas vezes, o é manipulada por compensação manual ou
eletrólito está em forma de um gel, que flui automática em virtualmente todo
em uma vazão muito pequena no liquido instrumento de processo de pH. As várias
do processo (por exemplo, 0,01 media). Os linhas isotermais (pontos de mV contra pH
eletrodos de referência são também em uma dada temperatura) devem
disponíveis com uma junção dupla. Eles interceptar em algum ponto (S), chamado
são úteis para aplicações muito difíceis, de ponto isotermal. O ponto de intersecção
onde a contaminação constitui problema. depende do pH da solução buffer usada no
Alguns fabricantes também pode eletrodo de vidro, mas usualmente vale
fornecer sistemas combinados de 7,00. É fundamental que as linhas
eletrodos, consistindo do eletrodo de vidro isotermais se encontrem em um único
e eletrodo de referência montados juntos ponto. Somente se isso é conseguido,
em uma unidade. Embora este sistema normalmente requerendo um ponto projeto
seja conveniente e fácil de operar, ele tem e fabricação de eletrodos, é possível fazer
a desvantagem de não possibilitar uma uma compensação exata da temperatura
grande seleção de tipos de vidros dentro do amplificador de pH.
sensíveis a pH.
Compensação de Temperatura
Embora o pH seja um parâmetros
industriais mais medidos, a compensação

3.5.6
pH
 E4 - diferença de potencial entre o
eletrólito e o conector do eletrodo
no eletrodo de referência.
 E5 - diferença de potencial entre o
eletrólito no eletrodo de referência e
o liquido do processo, em sua
interface (através da junção liquida).

Et - E3
- +
E4 R3 Eletrólito
+
Eletrólito R4 - E2
Fig. 5.2. Compensação de temperatura (efeito - E5
+
+ R2 Membrana
Nernst)
Diafragma R5 + E1
R -
O efeito da temperatura da solução é uma Líquido
variação real na atividade do íon
hidrogênio. Em muitas aplicações, é
desejável a compensação para o
coeficiente de temperatura da solução,
principalmente em caldeiras. Muitas vezes,
é necessário fazer esta correlação para
levar contas as diferenças entre o
analisador do processo e as leituras de
laboratório. Vários métodos de
compensação do coeficiente de
temperatura da solução, manual e
automático, são feitos na indústria. O
advento do microprocessador na
instrumentação de pH facilitou e aumentou
a flexibilidade em manipular sinais de pH e
temperatura.
Fig. 5.3. Sistema tipico de medição de pH
5. Projeto do Sistema de Medição
O sistema de medição usando um
eletrodo de vidro e um de referência é
mostrado na figura, com seu circuito
equivalente. Os potenciais que afetam o
potencial final (Ef) entre os eletrodos são:
 E1 - diferença de potencial entre a
superfície externa da membrana de
vidro e o liquido do processo.
 E2 - diferença de potencial entre o
eletrólito no eletrodo de vidro e a
superfície interna da membrana de
vidro.
 E3 - diferença de potencial entre a
conector do eletrodo e o eletrólito
no eletrodo de vidro.

3.5.7
pH
Esta a soma de todos este potenciais de sinal deve ter uma altíssima
que é medida pelo sistema, embora se impedância, no mínimo, 1000 vezes maior
queira medir somente a diferença de que a resistência da membrana. A isolação
potência entre a membrana de vidro de pH e blindagem dos cabos e conexões
e o liquido do processo (E1). Todos os também devem ter alta integridade. O
outros potenciais devem ser compensados, conversor de pH deve ser instalado
de modo que eles não influam na medição próximo do sistema de eletrodos e todas
de pH. as conexões devem ser mantidas secas
Se os sistemas de referência nos para evitar a diminuição na resistência de
eletrodos de vidro e de referência são isolação. A isolação no eletrodo de
iguais e estão à mesma temperatura, E3 é referência é menos critica; resistência de
igual e oposto a E4. Com a seleção correta 10 MW é satisfatória.
do eletrólito usado no eletrodo de Para conseguir exatidão de ±0,02 pH, o
referência e uma boa vazão através da limite de muitas soluções buffer, o
junção liquida, E5 pode ser desprezível, de conversor deve ser sensível a ±1,2 mV. A
modo que tudo se resume a corrente do circuito deve ser desprezível
durante a medição, senão haverá queda
Et = E1 + E2 de tensão através do sistema de eletrodo,
resultando em grande erro de medição.
Como E1 e E2 na malha de medição Por exemplo, seja um sistema de
são de sentidos contrários, medição de pH com resistência interna do
eletrodo de 500 M Ω (Re) e um potencial
Et = E2 - E1 real de 2,00 V. Se o circuito de medição
tiver uma resistência de 109 Ω (Rm), a
ou corrente através do circuito é dada por:
Et = 0,05916 (pHint - pHext) E
i= = 2,00/(5 x 108) + 109
O potencial RT/F.pHint pode ser (R e + R m )
mantido constante enchendo o eletrodo
com uma solução buffer boa (pH constante = 1,33 x 10-9 A
e estável). Assim, a medição do potencial Deste modo, a queda de tensão
Ef depende somente da diferença de através do eletrodo de pH vale:
potencial entre o eletrodo de vidro e o
liquido do processo. iR = (1,33 x10-9)(5 x 108) = 0,665 V
Estas condições ideais não podem Esta queda de tensão está em
sempre ser conseguidas na pratica e pode oposição ao potencial da célula. Assim, o
existir uma pequena diferença de potencial circuito de medição verá somente 2,00 -
quando o eletrodo de vidro e o de 0,665 = 1,335 V, resultando em um erro de
referência estiverem ambos imersos em 33%. Em geral, é necessário reduzir este
um liquido com propriedades e pH para 0,1% ou menos, requerendo uma
semelhantes ao do eletrólito. Esta resistência do circuito de medição de, no
diferença de potencial é conhecida como o mínimo, 1012 Ω.
potencial assimétrico e pode ser causada
pelo fato de o potencial de difusão do
liquido (E5) não ser zero, a diferença E3 +
E4 não ser zero e pelas diferenças na
textura entre as superfícies interna e
externa da membrana de vidro. Porém, os
erros resultantes do potencial assimétrico
são compensados pelas calibrações com
soluções buffer.
A membrana de vidro sensível a pH tem
uma alta resistência elétrica; tipicamente
entre 25 a 500 MΩ e por isso o conversor

3.5.8
pH
6. Medição de Redox RT a
E = E0 + × ln ox
As medições de pH e redox são nF ared
discutidas juntas pois ambas envolvem
essencialmente o mesmo tipo de medição, onde
ou seja, a diferença de potencial entre um Eo é o potencial do eletrodo padrão
eletrodo de medição e um eletrodo de R é a constante universal do gás
referência, imersos na solução sob (8,314 J/mol.K)
medição. Os termos redox (redução- F é a constante de Faraday
oxidação) e ORP (óxido-redução potencial) (96,493 C/mol)
possuem o mesmo significado. n é o número de elétrons tomando
Diferente do eletrodo de pH e outros parte na reação do eletrodo
íons seletivos, que são muito específicos, aox e ared são as atividades das formas
os eletrodos de redox são elementos oxidada e reduzida, respectivamente
inertes que medem a relação das T é a temperatura absoluta, K
atividades das formas oxidadas e Substituindo os valores numéricos das
reduzidas de vários íons na solução. constantes, concentrações para atividades,
Quimicamente, o termo oxidação é logaritmo decimal pelo natural, e
definido como a reação de uma substancia assumindo a temperatura de 25 oC, a
com oxigênio. De um modo mais geral, a equação de Nernst fica:
oxidação se aplica a qualquer material que
perde um ou mais elétrons em uma reação 0,0591 [ox ]
química. Por definição, redução é o oposto E = E0 + × log
da oxidação e se aplica a qualquer material n [red]
que ganha um ou mais elétrons em uma
reação química. Muitos elementos podem A meia-célula redox pode ser
existir em dois ou mais estados de combinada com um eletrodo de referência
oxidação quando em solução, como o ferro padrão, como o de prata/cloreto de prata,
e o cromo. O ferro pode existir em solução calomel ou tamal e o potencial de óxido-
nos estados bivalentes (Fe2+) e trivalente redução pode ser medido com a mesma
(Fe3+); o cromo pode existir no estado precisão que o pH.
bivalente (Cr2+), trivalente (Cr3+) ou Seja a reação química da redução do
hexavalente (Cr6+). ferro férrico para ferroso pelo iodeto de
potássio:
Potencial de Óxido-Redução
Seja a redução de um íon metálico 2FeCl3 + 2KI = 2KCl + 2FeCl2 + I2
como no ferro:
Note que nesta reação há uma
Fe3+ + e = Fe2+ oxidação correspondente do íon iodeto
para iodo. As equações iônicas para esta
Os elétrons necessários para tal reação são:
redução podem ser fornecidos de um 2Fe3+ 2e  2Fe2+
eletrodo consistindo de um metal nobre,
como outro ou platina, imerso na solução 2I - 2e  I2
sob medição, que é uma mistura de
substancias oxidadas e não-oxidadas (p. Este exemplo demonstra um princípio
ex., cloretos ferrosos e férricos). Se existir importante de reações de óxido-redução.
um equilíbrio de óxido-redução na solução, Quando há um excesso de oxidante (neste
o eletrodo metálico assume um potencial caso FeCl3), o potencial do eletrodo de
definido dependendo das concentrações referência de platina é totalmente
relativas (atividades) das formas oxidadas dependente das atividades das formas
e reduzidas. O potencial da meia célula de reduzidas e oxidadas do oxidante, ou
redox é dado pela equação de Nernst:

3.5.9
pH

2,303RT  Fe 3 +  sãos, as variações de pH afetam somente o


E = E0 + .log  2 +  − Eref potencial de uma reação.
nF  Fe 

onde n = +1 e FeCl3 está em excesso. Quando o


iodeto de potássio, o redutor, está em excesso, o
potencial e totalmente depende das formas oxidadas
e reduzidas do redutor ou

E = E0 +
2,303RT [I2 ]
.log 2 − Eref
nF
[]
I−

onde n = +2 e KI está em excesso. Desde que todos


os sólidos e gases, como o I2 são automaticamente
definidos como tendo uma atividade unitária, esta
equação se torna:

2,303RT 1
E = E0 + .log 2 − Eref
nF
[]
I−

A curva potenciométrica para a reação


completa é mostrada nas Fig. 5.4. A curva
é, em realidade, duas curvas, mas elas
estão juntas para fazer uma curva continua
de 100% de KI até 100% de FeCl3.
Efeito do pH
Uma aplicação industrial comum de
medição de redox é a redução de cromo
hexavalente tóxico na forma do radical
dicromato Cr2O72- para o íon trivalente Fig. 5.4. Curva potenciométrica para reação REDOX
não tóxico Cr3+. Este é um exemplo da
dependência do pH apresentada por
muitas reações redox. A reação iônica
vale:

Cr2O72- + 14H+ + 6e = 2Cr3+ + 7H20

e a equação de Nernst para esta reação fica:

[ ][ ]
14
2,303RT Cr2 O72 − H +
E = E0 + .log
[ ]
2
nF Cr 3 +

quando n = +6 e o termo [H+] mostra que o potencial


depende do pH da solução. Enquanto o pH da
solução for constante, o termo pH pode ser incluído
com Eo, de modo que o potencial variável seja
realmente uma função do estão redox dos íons
cromo. Em alguns casos, o efeito pH está presente
nas reações de oxidação e de redução; em outros

3.5.10
pH
7. Analisadores de pH em Linha 5. Esterilização. As vezes é
necessário esterilizar os eletrodos
Enquanto os conceitos da medição
quando se mede o pH em
continua de pH seja relativamente simples,
processos com formação de
a aplicação pratica da técnica em uma bactérias. Pode ser aplicada
linha industrial do processo se complica.
esterilização química ou de vapor.
Novas tecnologias tem tornado a medição
6. Limpeza manual. Se for necessário
em linha cada vez mais confiável,
manipular periodicamente os
conveniente e exata. Os principais
eletrodos, pode-se limpa-los com
problemas que aparecem são os
ácido conveniente, enxágua-los
seguintes:
com água limpa. Este tratamento é
Contaminação do Eletrodo de Medição suficiente para a maioria das
aplicações.
A contaminação da membrana de vidro
É importante selecionar o eletrodo correto
é a causa mais comum de erro em
para qualquer aplicação particular, desde
qualquer sistema de medição de pH.
que alguns eletrodos não são podem ser
Quando o potencial medido é gerado sobre
limpos através destes métodos. A máxima
a superfície da membrana de vidro
pressão de operação do eletrodo de
sensível a pH, é de grande importância
referência é também importante.
que esta superfície permaneça sempre
Pequenas rachaduras na membrana de
limpa. Em certas aplicações industriais, a
vidro nem sempre são visíveis a olho nu.
contaminação não pode ser inteiramente
Elas podem ser causadas pelos choques
evitada sem limpezas periódicas. Podem
freqüentes sofridos pelos eletrodos e
ser usados vários métodos de limpeza,
provocam grandes erros de medição.
como:
Geralmente isso aparece quando se mede
1. Escova mecânica. Uma escova
ph 7 (i.e., entrada de 0 mV).
ativada por um mecanismo elétrico
passa periodicamente pela
membrana.
2. Limpeza ultra-sônica. Com este
método, o liquido em redor dos
eletrodos está vibrando, evitando e
removendo qualquer deposito
formado sobre os eletrodos. A
limpeza ideal depende da
freqüência de vibração e da
velocidade do liquido do processo
passando pelos eletrodos.
3. Limpeza química. As vezes, é
possível manter a superfície da Fig. 5.5. Eletrodos e montagem (Leeds &Nortrup)
membrana do eletrodo limpa,
injetando periodicamente um
limpador. O tipo, concentração e
freqüência do limpador dependerá Contaminação do Eletrodo de
da aplicação. Referência
4. Vazão. Uma redução na taxa de É igualmente importante manter a
deposição nos eletrodos pode ser junção do eletrodo de referência sempre
conseguida pelo aumento da vazão limpo, desde que a contaminação da junco
do liquido do processo através dos irá interromper o contato entre o sistema
eletrodos. Certas células de pH são de referência e o liquido do processo. Isto
projetadas para aumentar a vazão resulta na redução na velocidade de
que passa por elas. Este método é resposta e pode resultar em medição
conveniente quando os líquidos do instável ou falha completa.
processo contenham sólidos que se
depositam rapidamente.

3.5.11
pH
Entupimento ou contaminação do Transmissor de Dois Fios
eletrodo de referência podem ser evitados Uma inovação recente na medição
ou reduzidos através de: industrial de pH é o uso do transmissor de
1. escolha correta do tipo de junção pH a dois fios. Muitas vezes, este
para a aplicação transmissor é chamado incorretamente de
2. aumento da vazão do eletrólito conversor. O transmissor de pH está
3. limpeza ultra-sônica. acoplado ao sistema de eletrodos
(medição, referência e compensação
automática de temperatura) e gera na sua
saída um sinal padrão de corrente, típico
de 4 a 20 mA cc. O transmissor é chamado
de dois fios, porque o mesmo par de fios
que leva o sinal de transmissão de
corrente traz a tensão de alimentação.
Também são disponíveis transmissores
híbridos, que além do sinal padrão de 4 a
20 mA cc também tem um sinal digital de
comunicação, podendo se integrar a um
sistema digital de dados. Já se usa
Fig. 5.6. Sistemas de montagem da Beckman também a tecnologia de fibra óptica. O
acoplamento óptico garante uma isolação
completa entre os eletrodos, o pré-
amplificador e o monitor.

Fig. 5.7. Monitor de pH/Redox (Fisher Rosemount)

Envenenamento do Eletrodo de
Referência Fig. 5.8. Transmissor (com indicação) de pH
(Foxboro)
O envenenamento do eletrodo de
referência irá ocorrer quando a vazão do
eletrólito for insuficiente para evitar que o Os principais fabricantes americanos de
liquido do processo entre no eletrodo. sistemas de medição de pH são:
Qualquer variação na composição do Beckman, Fischer & Porter, Foxboro,
eletrólito na câmara de referência causa Great Lakes, Leeds and Northrup,
erro de medição. Isto pode ocorrer como Rosemount-Uniloc e Sesorex, Wallace &
um resultado de uma pressão de processo Tiernan. No Japão, a Yokogawa. Na
maior que a de projeto ou flutuações de Inglaterra, Kent e na Alemanha, Siemens
alta pressão. A melhor solução para este AG.
problema é usar eletrodo de referência

com junção dupla. Se a temperatura do
liquido do processo for muito menor que a
da solução saturada interna de KCl no
eletrodo de referência, pode ocorrer a
cristalização do eletrólito, restringindo a
vazão do eletrólito e permitindo a
penetração do liquido do processo.  Apostilas\Instrumentação 35pH 18 OUT 00 (Substitui e cancela 19 DEZ 98)

3.5.12
3.6
Condutividade
resultaram em leis. As mais importantes
1. Introdução dizem:
A quantidade de decomposição é
A medição da condutividade proporcional à quantidade de eletricidade
eletrolítica é uma das mais antigas e passando.
precisas das medições eletroquímicas e As quantidades das várias
é muito usada em uma grande variedade substâncias geradas nos eletrodos são
de aplicações industriais. proporcionais aos seus equivalentes
A condutividade eletrolítica de uma químicos.
solução é definida como sua habilidade Faraday introduziu os termos:
para passar uma corrente elétrica. Os eletrodo, anodo (eletrodo positivo),
condutores eletrolíticos mais comuns são catodo (eletrodo negativo) e íons
aqueles em que a condutância resulta da (partículas que se movem quando a
mistura de um solvente, que está corrente passa). O fato que os eletrólitos
usualmente em excesso (que pode ser obedecem estas leis clássicas é
um mau condutor) e o eletrólito. Em importante para a precisão da medidas
alguns casos, uma solução eletrolítica é feitas.
produzida quando duas substâncias, Arrhenius também contribuiu para a
podendo ambas terem baixa teoria, propondo a lei da dissociação
condutividade, em estado puro, são eletrolítica: um eletrólito em solução é
misturadas juntas. São exemplos de dissociado em íons que conduzem
soluções eletrolíticas: sal (bom condutor) eletricidade e que o grau de dissociação
em água (mau condutor), ácido em água pode ser determinado pela medição da
ou base em água condutância da solução.
A condutância expressa uma medição Estudos de Kohlrausch sobre a
da mobilidade ou velocidade dos íons em condutividade dos eletrólitos mostram
um eletrólito, sob um campo elétrico que a lei de Ohm é obedecida com
imposto. O valor da condutância depende grande precisão. Ele mostrou também
do número e portanto da concentração que a condutividade de soluções de sal
dos íons presentes. em água, se elas estão suficientemente
A condução elétrica na solução diluídas, é a soma das contribuições
eletrolítica ocorre como o resultado a separadas dos cátions e ânions. Estes
migração dos íons carregados estudos precisos constituem a base para
positivamente e negativamente para o os desenvolvimentos teóricos da
eletrodo da carga oposta. A dissociação eletrolítica que veio mais
condutividade de um eletrólito é assim a tarde. Embora tenha havido um grande
soma das contribuições feitas pelos progresso nas tecnologias envolvidas nas
ânions e cátions e está simplesmente medições e técnicas de refinamento, a
relacionada com as mobilidades destes teoria pouco mudou.
íons.
Os trabalhos clássicos de Faraday
sobre os mecanismos de eletrólise

3.6.1
Condutividade

2. Base teórica Muitos dados de condutividade foram


coletados em estudos das propriedades
Kohlrausch mostrou que as soluções de eletrólitos para estabelecer uma
eletrolíticas, como os condutores relação entre o grau de ionização e
metálicos, obedecem a lei de Ohm, condutividade. A unidade cotada para a
exceto em tensões muito elevadas ou em condutância equivalente (Λ), que pode
correntes de alta freqüência. Assim, para ser derivada da condutância especifica
uma diferença de potencial aplicada, V, (k) e da concentração (c) da solução, em
através de dois eletrodos imersos em equivalentes por litro, é dada por
uma solução eletrolítica, a corrente
fluindo através do eletrólito é Tab. 6.1. Condutividade equivalente de vários íons
inversamente proporcional à resistência em diluição infinita e 25 oC (S.cm2.mo.L)
R do eletrólito. O recíproco de resistência
(1/R) é definido como condutância (G) e Cátions Γo Tempco Ânions Γo Tempco
é expressa em siemens (S), no SI. Não
se deve usar a antiga unidade de mho, H+ 349,8 0,0139 OH- 198,6 0,018
que é a palavra ohm invertida, para a K +
73,5 0,0193 Cl -
76,4 0,0202
condutância. Também não se deve Na+ 50,11 0,0220 NO3- 71,42 0,020
confundir condutância com
Ca+2 5950 0,0230 SO4-2 80,0 0,022
condutividade, assim como são +2
diferentes resistência e resistividade. Mg 53,06 0,022 CO3-2 69,3 0,02
+2
A resistência R de uma substância Cu 53,6 0,02 HCO3- 44,5 -
homogênea de área transversal (n-Bu)4N +
19,5 0,02 Picrato 30,4 0,025
constante A e comprimento L é dada pela
equação: Notas:
1. Dados são na base equivalente, i.e., para
L íons de carga z, valor são para 1/z mol.
R=ρ
A 2. Tempco = (1/Γo)(dΓo/dT)

onde r é definida como a resistência específica ou


resistividade da substância e é característica desta Em diluição infinita, os íons são
substância em determinado conjunto de condições teoricamente independentes entre si e
físicas (temperatura, pressão, umidade). cada íon contribui com sua parte para a
Define-se condutância como o condutância total. Ou seja,
recíproco de resistência, e por isso
Λ∞ = λ+ + λ−
A
G=k
L onde
Λ∞ é a condutância equivalente na
e também se tem a definição de condutividade diluição infinita e λ+ e λ- são as
como: condutâncias iônicas dos cátions e íons,
respectivamente. A condutância iônica é
1 constante para cada íon em um dado
k= solvente em uma dada temperatura.
ρ pH e condutividade são
completamente diferentes, embora
A condutância de uma solução é a erradamente sejam consideradas
soma das contribuições de todos os íons similares. A condutividade de uma
presentes e depende do número de íons solução está relacionada com a
por unidade de volume da solução e das concentração de todos os íons presentes
velocidades em que estes íons se na solução e o pH de uma solução está
movem sob a influência do potencial relacionado apenas com a atividade dos
(mobilidade). íons H+. A medição de condutividade é
basicamente uma medição de

3.7.2
Condutividade

resistência, enquanto o pH é determinado quase linearmente com sua


pela medição do potencial de um eletrodo concentração. As curvas concentração
de vidro comparado com o potencial do versus condutividade de quase todos os
eletrodo de referência. ácidos inorgânicos exibem o máximo.
Como os íons diferentes possuem Embora a ionização de eletrólitos fortes,
mobilidades também diferentes, a como sais inorgânicos, ácidos comuns e
resposta medida do sensor é útil somente bases, decresça com a temperatura, a
se a análise desejada é devida a um mobilidade aumentada dos íons em altas
único contribuinte. Valores de temperaturas resulta em um aumento
condutância relacionada a um peso final da condutividade da solução.
equivalente de 1 g do íon condutor são As mobilidades são afetadas pela
chamados de condutividades temperatura a pela concentração total de
equivalentes. todos os íons na solução. A mobilidade
dos íons (e portanto a condutância)
aumenta com a temperatura, (cerca de
Tab. 6.2. Condutividade específica de soluções de 2% por oC) e também com a diluição.
KCl usadas na determinação de constantes
de célula 4. Métodos de Medição
Normalidade Solução g/L Temperatura k Há uma variedade de sensores e
Wt.Kcl oC
µS/cm técnicas instrumentais para medir
1,0 72,2460 0 65,176 condutividade, algumas com eletrodos
18 97,838 em contato com a amostra, outras sem
25 113,342 sensores. Os sinais são condicionados e
0,1 7,4265 0 7138 tratados em instrumentos receptores
18 11,167 microprocessados, que oferecem
25 12,856 programas aplicativos para fornecer
0,01 0,7440 0 773,6 resultados amigáveis aos operadores de
18 1220,5 processo ou de laboratório.
25 1408,8 A medição da condutância de uma
solução geralmente envolve a
determinação da resistência de uma
coluna da solução, usando alguma
variação das quatro resistências da ponte
3. Fatores que afetam a de Wheatstone. A passagem da corrente
condutividade contínua através de uma solução produz
alterações na composição química da
A condutividade de um eletrólito é
solução e faz aparecer potenciais
determinada pelo número e espécies de
espúrios, como resultado de formação de
íons presentes na solução e suas
gás nos eletrodos, fenômeno conhecido
mobilidades. Estes fatores, por sua vez,
como polarização. Assim é necessário
dependem de:
usar corrente alternada na medição de
1. concentração do soluto
condutância para evitar (ou minimizar) a
2. composição do soluto
polarização. Os efeitos da polarização
3. temperatura da medição
podem ser reduzidos usando eletrodos
4. constante dielétrica do solvente
de platina revestidos com platina preta.
5. fluidez do solvente
As medições da condutividade
Às vezes, a condutividade do solvente
industrial geralmente usam uma corrente
pode contribuir com toda a condutividade
alternada na faixa de freqüência de 50 a
da solução. Por exemplo, as soluções
600 Hz e as medições de laboratório
aquosas onde a concentração do soluto
comumente usam freqüências de 1000
é muito baixa, de poucos ou fração de
Hz ou mais. A faixa normal de
ppm.
resistências medidas pelas pontes de alta
A condutância de soluções aquosas
precisão de condutividade é de 100 a 60
diluídas de sais inorgânicos aumenta
000 ohms (Ω). Em medições em linha,

3.7.3
Condutividade

onde pode se aceitar uma menor


precisão, o limite superior da resistência
pode ser maior. Porém, é recomendável
ter um limite mínimo de 100 Ω, pois + -
abaixo deste valor ocorre a polarização.
A teoria da ponte de Wheatstone para E
medições de resistência se aplica
fundamentalmente para o uso de -
+ + -
corrente contínua apenas. Quando se
usa corrente alternada, a condutividade -
pode ser medida diretamente somente +
quando a resistência à corrente alternada a
d
da célula é a mesma que à resistência
cc. Como a célula de condutividade tem
eletrodos separados por um material Fig. 6.1. Esquema simplificado do circuito de
dielétrico, ela possui uma grande condutividade com dois eletrodos
capacitância. A resistência ajustável da
ponte usualmente tem um capacitor em
paralelo com ela, para balancear os A sensitividade e precisão desejadas
efeitos da capacitância da célula. na medição da condutividade do eletrólito
Quando a ponte está balanceada, a impõem limites práticos na resistência
impedância sendo medida é equivalente medida da solução, a faixa de resistência
(embora não idêntica) à impedância ótima de 500 a 10 000 W, para uma
representada pelas partes capacitiva e precisão de ±1% do fundo de escala.
resistiva no braço de referência da ponte. Para uma dada célula de
Em uma célula de condutividade bem condutividade, com eletrodos de área a e
projetada, todos os braços devem operar separados pela distância d, a
como resistências puras. condutância específica é dada por

5. Célula de Condutividade 1d θ
k= =
A célula é projetada e construída para Ra R
medir a resistência elétrica (ou seu
recíproco, condutância) em um elemento A relação d/a é uma constante
de volume do eletrólito e limitaras conhecida como constante da célula (θ),
contribuições interfaciais do eletrodo- cuja unidade é cm-1. Esta constante é
solução para esta medição. determinada experimentalmente, usando
A relação da geometria da célula para soluções padrão com concentrações
a condutância medida da solução é dada precisamente conhecidas de KCl, com
por: condutividades específicas denotadas
por k (Valores determinados pela norma
ASTM D1125-77).
a
L =  ∑i zic iΓi Quando as dimensões da célula
 d variam, a constante varia através da
relação de d para A. Para uma célula de
onde dimensões dadas e com uma constante
L é a condutância em siemens de célula de 1,00, condutância lida é
a é a área dos eletrodos em cm2 numericamente igual à condutividade da
d é a distância entre os eletrodos solução. Para soluções de baixa
ci é a concentração dos íons condutividade (0,05 a 200 µS/cm), os
participantes em equiv./cm3 eletrodos podem ser colocados mais
Γi é a condutividade equivalente do juntos, de modo que as constantes de
íon participante em S.cm2/equiv. célula valem 0,1 a 0,01. Isto tem o efeito
zi é a carga do íon participante. de aumentar a condutância lida entre os
eletrodos e produz um valor mais

3.7.4
Condutividade

facilmente manipulado pelo circuito de onde não há problema de deposição de


medição. Para soluções de alta sujeira ou incrustação nos eletrodos,
condutividade (10 a 20 000 µS/cm), o causando erros de medição. Como se
comprimento d de separação é quer somente medir a condutividade total
aumentado, resultado em constantes de do eletrólito, a impedância da interface
célula de 10 a 100. eletrodo-solução deve ser minimizada.
As considerações da relação Usa-se uma tensão senoidal com
sinal/ruído limitam as medições da pequena amplitude e na freqüência entre
resistência para faixas menores que 2 100 e 1000 Hz para excitação, para evitar
MΩ e por isso, para condutância maiores a eletrólise (deposição ou formação de
que 0,2 mS. material).
Os eletrodos são de platina,
revestidos de platina preta, de modo a
reduzir a polarização ou queda de tensão
na interface eletrodo-solução. Quando a
condutância da solução medida diminui,
os efeitos de polarização e revestimento
l l l se tornam menos significativos e outros
metais (monel, titânio) podem ser
A = 1cm2 A = 1 cm2 A = 1 cm2 usados. Usa se o sistema com dois
l = 1 cm l = 10 cm l = 0,1 cm eletrodos de titânio para a monitoração
C=k C = 0,1k C = 10 k de água de alta pureza em fabricação de
semicondutores, turbinas a vapor,
θ = 1,0 cm-1 θ = 10 cm-1 θ = 0,1 cm-1
caldeiras e reatores nucleares.
6.2. Sistema com quatro eletrodos
A medição com quatro eletrodos é útil
Fig. 6.2. Condutância específica: projeto da célula
para medição de alta impedância,
quando o revestimento ou
envenenamento dos eletrodos é
problemático. A tensão é aplicada
através de dois eletrodos de acionamento
e a queda de potencial através do
eletrólito é detectada entre dois pontos
na célula usando dois eletrodos
sensores. Os eletrodos de medição são
monitorados com um amplificador de
medição de tensão de alta impedância de
entrada para minimizar a corrente
drenada e a polarização dos eletrodos. A
polarização nos eletrodos de
acionamento não tem efeito na medição,
desde que a tensão de acionamento é
capaz de manter a corrente de controle
Fig. 6.3. Células de condutividade (Beckman) através da célula. Esta tensão aumenta
com a sujeira e pode ser usada como
uma ferramenta de diagnose para
mostrar ao operador quando se deve
6. Configurações fazer a limpeza do sistema.

6.1. Células com dois eletrodos


A célula com dois eletrodos é
conveniente para medir soluções limpas,

3.7.5
Condutividade

As aplicações típicas com quatro


eletrodos incluem medições de sal,
ácidos e bases em processos químicos,
mineração, metalurgia, papel e celulose e
indústria de alumínio, onde as amostras
geralmente contem sólidos, óleos ou
outros materiais que formam deposição
nos eletrodos.

Amplificador medidor
tensão alta Zin

Eletrodos medição
Fig. 6.5. Instrumento e célula de condutividade
sem eletrodos

Eletrodos acionamento
Fonte de
corrente

Fig. 6.4. Circuito de medição com quatro eletrodos

6.3. Célula sem eletrodos


Um modo lógico de eliminar a
polarização nos eletrodos é eliminar os Fig. 6.6. Sensores de condutividade sem eletrodos
eletrodos. A medição de condutividade (Foxboro)
sem eletrodos inclui dois toróides
encapsulados, imersos no eletrólito, de
modo que a solução forma uma malha
condutora compartilhada pelos dois 6.4. Cuidados com a célula
toróides. Um toróide irradia um campo Os sistemas de medição de
elétrico nesta malha e o outro detecta condutividade podem ser projetados para
uma pequena corrente induzida. Os dois requerer pouca manutenção e produzir
toróides formam um transformador cujas medições precisas e confiáveis, porém
bobinas são interligadas pela resistência deve se tomar alguns cuidados normais
do eletrólito. O campo irradiado é com os eletrodos e células.
tipicamente de 20 kHz e a corrente As células requerem limpezas
induzida, que é proporcional à periódicas, dependendo da aplicação,
condutividade, é amplificada, retificada, qualidade da água passando através
filtrada e indicada. O material do delas e do tipo de células usadas. Alguns
encapsulamento é não condutor elétrico, tipos de contaminantes podem não afetar
termicamente estável e quimicamente a condutividade diretamente, mas podem
resistente; e.g., polímero fluorcarbono. formar depósito de sujeira na superfície
do eletrodo.
Este problema pode ocorrer em
aplicação de água dura, onde há
formação gradual de incrustação,
reduzindo a área ativa dos eletrodos e
resultando em uma diminuição aparente

3.7.6
Condutividade

na condutividade. Para este tipo de 1. escolher a constante de célula


sujeira, escova mecânica não remove o correta
revestimento da célula. Para remover a 2. selecionar os materiais corretos
incrustação deve se usar uma solução de quanto à corrosão química
10% de ácido fórmico ou hidroclórico. A 3. montar corretamente os eletrodos
presença de bolhas indica que a sujeira
está sendo removida. Esta limpeza dura
uns dois ou três minutos e se completa
quando acabam as bolhas. Depois a
célula deve ser enxaguada, para remover
os traços de ácido antes de ser colocada
no processo.
Células com eletrodos de aço
inoxidável são geralmente usadas em
aplicações com uma baixa condutividade
combinada com um baixo nível de
contaminação orgânica.
Quando especificar uma célula de
condutividade deve-se seguir os
seguintes critérios:

Fig. 6.7. Aplicação de medição de condutividade


em controle de digestor de batelada de papel

 Apostilas\Instrumentação 35pH 19 DEZ 98

3.7.7
Condutividade

Tab. 7.4. Condutividade e aplicações

Processo Aplicação e comentários


Jatos químicos Medir e controlar resistência de solução.
Caldeiras de vapor Descarga (blowdown) é um método de baixar a quantidade de sólidos
dissolvidos em uma caldeira por diluição. Para controlar a quantidade de
sólidos dissolvidos para evitar incrustação e corrosão.
Torre de resfriamento Controle de sangria (bleed) é um método para reduzir o total de sólidos
dissolvidos em uma torre por diluição (semelhante à descarga). Para evitar
incrustação e corrosão. Para controle de sangria, sistemas sem eletrodos
operar melhor para minimizar manutenção e falha,
Efluentes Um meio de determinar a quantidade de sais dissolvidos sendo
descarregados e jogados fora na Natureza.
Descascamento de frutas É usada solução altamente cáustica e sua resistência deve ser determinada
pela condutividade.
Água de lavagem de Requer água ultrapura, usualmente medida em MΩ/cm.
semicondutores
Determinação de Geralmente usada em processamento de alimento (leiteria e cervejaria).
interface Muito comumente usado em limpeza do local. Interfaces em tubulações são
facilmente determinadas e podem ser divididas por válvulas controladas por
condutividade
Água de limpeza Água de enxágüe de planta de revestimento e pintura é monitorada por sais
dissolvidos – um método para reduzir o consumo de água.
Saída de Determinação de exaustão de troca de íon.
desmineralizador
Osmose reversa Eficiência de operações de osmose reversa é usualmente monitorada pela
comparação das condutividades de entrada e saída ou pela relação de
sólidos totais dissolvidos (célula 1/célula 2). A condutividade de entrada é
instalada a montante da bomba de alimentação da osmose reversa para
evitar exigência de alta pressão.
Dessalinização Similar à osmose reversa e processo de desmineralização.
Processo de de- A medição da resistividade ou condutividade permite monitorar e controlar a
ionização diluição ácida e básica. Regeneração de de-ionizador requer aplicação
consistente de ácido e base para obter resultados repetitivos. Obtém-se
economia pela regeneração consistente, que garante água de-ionizada,
regeneração menos freqüente, vida da resina maior e conservação de
reagentes caros.
Troca de íons Ocasionalmente se perde resina. Se uma gota ou traços de resina ficam
entre os eletrodos de uma célula, ela entra em curto e produz uma muito
baixa resistividade (muito alta condutividade). Esta característica é útil em
pesquisa de defeitos.
Abrandador (abrandador Pelo controle da regeneração da concentração da salmoura em um valor
de troca de íons) ótimo. Uma medição dos sólidos dissolvidos iônicos é convenientemente
fornecido pela condutividade em ppm (partes por milhão) ou sólidos totais
dissolvidos.

O método mais econômico é monitorar a relação de condutividade (célula


1/célula 2) através do abrandador.

Por exemplo, sódio é tipicamente mais condutivo que os minerais duros que
ele substitui, de modo que maior condutividade na saída indica operação
normal. Quando a relação de condutividade se aproxima de 1, os íons duros
estão quebrando e é necessário fazer a regeneração.

3.7.8
3.7
Cromatografia
Nada mais foi escutado acerca de
1. Introdução e Histórico cromatografia até uma técnica conhecida
como cromatografia de partição foi
A cromatografia é um processo físico introduzida por Martin e Synge em 1941,
pelo qual uma mistura de produtos usando uma fase líquida móvel. O método
químicos pode ser separada e se tornou foi mais desenvolvido por Martin e seus
rapidamente uma das técnicas analíticas colaboradores para uma forma especial de
mais bem sucedidas, tanto em laboratório técnica conhecida como cromatografia de
como em linha com processo. papel. Por esta contribuição muito útil no
O processo cromatográfico trabalha de campo da biologia e medicina, Martin e
um modo descontinuo, semelhante a uma Synge receberam o Prêmio Nobel em
destilação em batelada. Uma pequena 1952.
amostra é tomada e os componentes A possibilidade de usar uma fase móvel
individuais da mistura são retidos em uma gasosa em vez de um líquido foi
coluna em diferentes larguras, como se mencionado em 1941, por Martin e Synge,
eles tivessem sido destilados um a um. Por mas não havia seguimento desta sugestão.
causa de sua natureza, a separação Eventualmente, James e Margin
normalmente ocorre de 1 a 10 minutos. começaram a elabora-la em 1949 e os
Quando os componentes emergem do resultados foram apresentados no
processo, eles são individualmente Congresso de Química Analítica, em
medidos e relatados. Oxford, Inglaterra, em 1952. Uma das
Note que isto é um processo físico; características deste método foi as
nenhuma mudança química é envolvida. amostras muito pequenas usadas para os
Na pratica, usualmente se trata de gases cálculos.
dissolvidos em líquidos ou sendo atraídos A simplicidade e potência analítica do
para a superfície de materiais sólidos. método foram reconhecida imediatamente.
A invenção da cromatografia é atribuída Por causa de sua promessa, a técnica
ao trabalho do bioquímico russo Tswett, recebeu muito atenção e seu
que estava interessado na substância de desenvolvimento foi muito rápido. Desde
cor verde encontrada nas plantas. Em 1952, o crescimento nos aspectos teóricos
1903 ele escreveu um relatório sobre a e práticos da técnica foram enormes. Não
separação de diferentes pigmentos da somente se verificou que era uma solução
planta que eram visíveis como faixas simples para muitas análises complexas de
coloridas quando uma solução de clorofila rotina de laboratório, mas era um método
era lavada por um solvente conveniente eficiente para ser usado em controle de
através de um tubo contendo um processo em linha.
adsorvente, como um pó de giz. Em um A cromatografia é hoje reconhecida
paper publicado em 1906, Tswett chamou como uma das mais importantes
esta técnica de cromatografia (literalmente, ferramentas analíticas, com a grande
escrevendo colorido). vantagem de fazer a separação e o cálculo

3.7.1
Cromatografia

quantitativo de componentes em uma Quando este sinal é registrado em função


amostra de modo rápido e simples. do tempo da injeção da amostra, obtém-se
o registro do cromatograma característico.
2. Tipos de Cromatografia Desde que o volume da amostra, as
colunas e o detector tem a operação
A base da cromatografia é que uma dependente da temperatura, eles são
amostra da mistura a ser analisada é instalados em um invólucro com
transportada através de um meio estático temperatura controlada, chamado de forno.
por um portador móvel. Os vários tipos de
cromatografia são classificados pela
natureza do portador (ou fase móvel) e a
natureza do meio estático (ou fase
estacionaria). Há portanto quatro
possibilidades possíveis:

Fase móvel Fase estacionária


Líquida Líquida LLC
Líquida Sólida LSC
Gasosa Líquida GLC Fig. 7.1 Cromatógrafo gás-líquido básico
Gasosa Sólida GSC

4. Teoria Básica da
O trabalho pioneiro de Tswett é um Cromatografia
exemplo de cromatografia líquida-sólido.
Neste capitulo será visto principalmente A discussão a ser feita aqui será
a cromatografia gás-líquida, gás-sólido e simplificada porém é dado uma visão em o
líquido-líquido. A cromatografia líquido- que realmente ocorre dentro da coluna
líquido está atualmente no estagio de cromatográfica. Embora a cromatografia
desenvolvimento que a GLC esta nos anos gás-líquida seja considerada inicialmente,
1960. os princípios gerais se aplicam também
aos outros tipos.
3. Cromatografia Gás-Líquido Para entender a cromatografia gás-
líquido, deve-se saber como gases e
Os componentes básicos de um líquidos se interagem. Seja um copo de
cromatógrafo simples gás-líquido são água aquecido lentamente. Muito antes da
mostrados na Fig. 7.1. O gás portador, que água se evaporar, pequenas bolhas de ar
é normalmente nitrogênio, hélio ou aparecem e colam nas paredes do copo.
hidrogênio, flui continuamente através da Isto ilustra o fato básico de que os gases
coluna, onde ocorre a separação. As se dissolvem nos líquidos. Claramente, a
amostras, que podem ser gás (volume solubilidade do gás diminui quando a
típico de 0.5 mL) ou líquido (volume típico temperatura aumenta.
de 1 µL), são injetadas periodicamente no A pressão também tem efeito na
gás portador por uma válvula solubilidade do gás, como pode ser visto
especialmente projetada chamada de pela abertura de uma garrafa de
válvula de injeção da amostra. As champanhe ou uma lata de cerveja. Mais
amostras líquidas devem ser vaporizadas importante, a quantidade de gás carbônico
logo depois da injeção e passar através do dissolvido excede muito a quantidade de ar
sistema na fase de vapor. que pode ser dissolvido na água. Este
Após a separação, os componentes segundo fato importante, que gases
emergem da coluna e passam pelo diferentes se dissolvem em quantidades
detector que produz um sinal proporcional diferentes no mesmo líquido é a base
à concentração instantânea dos fundamental da cromatografia a gás.
componentes da amostra no gás portador.

3.7.2
Cromatografia

Para explicar o mecanismo, considere


como um gás se comporta em um modelo Fig. 7.3 Equilíbrios gás-líquido
do processo cromatográfico. Imagine-se
um líquido e algum ar em um vaso
completamente fechado, como mostrado
na Fig. 7.2a e pense no que irá acontecer
se algum bióxido de carbono (ou outro gás)
for adicionado ao ar. O bióxido de carbono
começa a dissolver mas logo alcança um
ponto onde a tendência de dissolver mais é
balanceada exatamente com a tendência
de algum gás já dissolvido sair da solução.
Esta condição de equilíbrio é mostrada na
Fig. 7.2b.
A relação de quantidade de bióxido de
carbono em cada fase no ponto de
equilíbrio é conhecida como coeficiente de
partição K:

concentraç ão de gás na fase líquida


K=
concentraç ão de gás na fase gasosa (a) primeiro equilíbrio
(b) segundo equilíbrio
O valor real de K é um indicador da (c) terceiro equilíbrio
solubilidade do gás na fase líquida
particular. Na Fig. 7.2. é assumido que K =
1, isto é, metade do gás está dissolvido e 4.1. Modelo do Processo
metade permanece na fase gasosa. Cromatográfico
Se considerou somente o equilíbrio
estático do sistema gás-líquido. Porém, em
um cromatógrafo gás-líquido, o gás
portador se move continuamente sobre a
fase líquida estacionaria. O que acontece,
então, quando a situação na coluna está
se alterando continuamente? A resposta
não é fácil; mesmo a teoria complexa não
explica completamente o processo. Porém,
Fig. 7.2 Modelo estático do processo pode-se ter um bom entendimento pelo
cromatográfico simples expediente de quebrar o
(a) moléculas CO2 introduzidas movimento em uma série de passos
(b) equilíbrio dinâmico separados, como se estivesse passando
(c) mais CO2 introduzido um filme, quadro a quadro. Pode-se então
(d) novo equilíbrio olhar cuidadosamente o que acontece em
A solubilidade é constante se a pressão cada estagio da ação.
e temperatura permanecerem constantes. Na Fig. 7.3 é assumido que a coluna é
Se mais bióxido de carbono for adicionado dividida em uma série de compartimentos
ao sistema (dentro de limites fechados, similares aqueles considerados
determinados), metade dele irá dissolver na Fig. 7.2. No momento, o interesse está
para restabelecer o equilíbrio mostrado na restrito ao que acontece se um gás puro,
Fig. 7.2d. como o bióxido de carbono, é injetado no
gás portador. O gás portador fluindo
transporta a amostra no primeiro
compartimento. Neste ponto, imagine-se
que a vazão do gás de arraste parou e o
compartimento é selado. Agora, tem-se

3.7.3
Cromatografia

uma situação similar à anterior. Logo se compartimentos de fora é desprezível e a


estabelece o equilíbrio com metade da distribuição no centro começa a ficar
amostra dissolvida no líquido e a outra parecida com o formato característico de
metade permanecendo na fase gasosa, um pico do cromatograma.
como mostrado na Fig. 7.3a. Uma vez
atingido o equilíbrio, assume-se que a 4.2. Relação com a Teoria
vazão do gás de arraste é restabelecida,
A descrição dada é muito parecida com
permitindo mover uma distância
o que acontece realmente em uma coluna
equivalente a um compartimento e parando
cromatográfica. As curvas modelam a
de novo para outro estudo. A amostra na
distribuição de um componente ao longo
fase gasosa é carregado com o gás de
da coluna após a passagem do gás de
arraste para o segundo compartimento,
arraste. Claramente, a largura do pico
perturbando o equilíbrio e levando à
neste modelo é dependente do número de
formação de dois novos equilíbrios, com
compartimento em que a coluna é dividida.
mostrado na Fig. 7.3b.
Quando o processo continua para um
maior número de compartimentos, o pico
tende a ficar mais estreito.

Fig. 7.4 Representação gráfica de 5, 11 e 21


equilíbrios Fig. 7.5 Dados necessários para o cálculo da
eficiência da coluna
Se o processo continua neste modo de
começar-parar, durante cada movimento a A idéia de separar em compartimentos
extremidade da frente da faixa do é puramente imaginaria, mas ela explica o
componente irá encontrar um fase líquida comportamento cromatográfico
fresca e se divide por dois, enquanto a razoavelmente bem. É possível calcular o
extremidade final da banda, dissolvida no número de compartimentos teóricos dos
líquido, irá eliminada pelo gás de arraste picos reais obtidos do cromatograma; as
fresco e também se dividir por dois. Os medições necessárias para fazer isto são
compartimentos intermediários atingirão o mostradas na Fig. 7.5. Os compartimentos
equilíbrio por um reajuste parcial. são conhecidos como pratos teóricos,
A Fig. 7.3c mostra o desenvolvimento análogos ao pratos teóricos de uma coluna
do primeiro dos cinco equilíbrios e estes de destilação. O número de pratos teóricos
resultados são apresentados graficamente (N) é calculado nas medições do
na Fig. 7.4, junto com os resultados que cromatograma pela expressão:
foram obtidos se o processo tivesse sido
2
continuado por 11 e 21 passos. Em cada  t 
caso a amostra é distribuída através de N = 5,54 R 
W 
todos os compartimentos, com a máxima  0,5 
quantidade no centro. Para um grande
número de equilíbrios, porém, a onde
quantidade da amostra nos tR é o tempo de retenção da injeção e

3.7.4
Cromatografia

W0,5 é a largura do pico à meia altura. 4.3. Obtenção da Separação


Embora isto seja somente um modelo
Um pico é formado quando um
descontinuo de um processo contínuo, é
componente é carregado através da
útil e poderoso. Muita da teoria avançada
está relacionada como os outros fatores coluna. O pico pode ser estreito ou largo,
de acordo com quantas vezes ele alcançou
operacionais afetam o número de pratos
o equilíbrio durante sua passagem. Porém,
teóricos. Isto é porque a teoria que ajuda a
esta idéia de pratos teóricos não explica
projetar colunas com mais pratos levará a
como a separação é obtida. Na Fig. 7.4 a
picos mais estreitos e a uma separação
posição do pico não muda com o número
mais eficiente dos componentes. Por este
de pratos, porque foi assumido um K = 1.
motivo, N é usado como uma medida da
Para gases mais solúveis (K maior que 1),
eficiência da coluna.
o pico poderia ser à esquerda do centro;
para gases menos solúveis (K menor que
1), o pico seria à direita do centro, como
visto na Fig. 7.6.
Este resultado é esperado. Gases mais
solúveis serão retidos mais tempo na
coluna do que os menos solúveis. Assim, é
simplesmente a solubilidade do gás no
líquido que determina a posição do pico no
cromatograma e nenhum outro processo
químico misterioso.
A resolução, em cromatografia, é a
distância entre dois picos no
cromatograma e descreve como a
eficiência da coluna determina seu
Fig. 7.6 Princípio da separação cromatográfica comprimento.

4.4. Cromatografia Gás-Sólido


Na cromatografia gás-sólido não há
nem líquido nem solução. Em vez disso, o
gás portador está em contato com um
sólido de grande área de contato. As
amostras de gases são atraídas para estas
superfícies e atingem um equilíbrio
parecido com o mostrado na Fig. 7.2.
O mecanismo é essencialmente o
mesmo, com o grau de atração para a
superfície substituindo a solubilidade. As
interações gás-sólido são muito fortes e a
técnica é usada geralmente para gases
inorgânicos e hidrocarbonos leves. Estes
sólidos retém a água e outras substâncias
irreversivelmente, alterando seu
comportamento de retenção. Por estes
motivos, a cromatografia gás-sólido é
usada em cromatógrafos de gás de
processo somente quando não se tem
nenhum outro meio.

3.7.5
Cromatografia

5. Cromatografia Líquida enchimento, como a sílica. Ela é muito útil


para compostos orgânicos com pesos
A cromatografia líquida é conhecida há moleculares intermediários. Ela não se
mais tempo que a gasosa, porém, seu uso aplica a compostos orgânicos com alto
é limitado ao laboratório. Atualmente há peso molecular ou compostos iônicos, pois
grandes pesquisas na cromatografia eles tendem a demorar muito. A técnica é
líquida; hoje ela está no estagio que a interessante para separar misturas
gasosa se encontrava há 30 anos atrás. isoméricas de compostos similares, como
Mesmo assim, a cromatografia líquida é isômeros aromáticos que diferem somente
uma técnica analítica de laboratório bem na posição do grupo funcional.
definida.
Cromatografia de troca de íon
5.1. Subcategorias de Cromatografia Esta técnica envolve quase
Líquida exclusivamente a separação de compostos
iônicos em solução aquosa. O enchimento
Há basicamente quatro subcategorias típico usado é uma resina iônica altamente
de cromatografia líquida: permeável e porosa. Estas resinas estão
1. líquida-líquida gradualmente sendo substituídas por
2. líquida-sólida novas resinas trocadas de íon com fase
3. troca de íon ligada que dão maior eficiência de
4. exclusão de tamanho separação, menor tempo de análise e um
Cromatografia líquida-líquida sistema de coluna mais estável. O maior
potencial da cromatografia de troca de íon
Esta cromatografia é a de partição, está na separação de compostos
onde a separação é conseguida pela inorgânicos.
partição de uma amostra entre um portador
líquido e uma fase estacionaria líquida que Cromatografia de exclusão de tamanho
reveste um material sólido de enchimento. Esta técnica é também conhecida como
Por estabilidade, a fase estacionaria cromatografia de exclusão estérica,
líquida é quimicamente ligada ao material exclusão líquida, filtração gel e permeação
de enchimento, eliminado o problema de de gel. Elas se referem essencialmente ao
se levar a fase estacionaria com o portador mesmo método, pelo qual os componentes
líquido. são separados de acordo com o tamanho
LLC pode ser subdividida ainda em de suas moléculas.
dois tipos de sistemas de partição: As moléculas que são menores que os
1. fase normal, onde o portador é tamanhos médios do material de
menos polar do que a fase enchimento levarão mais tempo dentro dos
estacionaria e poros, enquanto as maiores levarão menos
2. fase reversa, onde o portador é mais tempo dentro dos poros. Isto resulta em
polar que a fase estacionaria. um cromatograma com distribuição do
A cromatografia de fase reversa se tamanho da molécula ou do peso
tornou mais popular e é usada na molecular, onde as moléculas maiores
separação de hidrocarbonos não polares, aparecem primeiro e as menores terão
principalmente daqueles que diferem maiores tempos de separação. A técnica é
somente em seu número de carbono. Ela ideal para análise de muitos polímeros e é
serve para separar compostos orgânicos a mais importante aplicação de
com água como o principal componente no cromatografia líquida em linha de
solvente portador. processo.
Cromatografia líquido-sólido
Esta técnica é chamada também de 6. Equipamentos da CG
cromatografia de adsorsão; envolve a Neste seção, os componentes
competição entre componentes da amostra individuais do sistema de cromatografia
e as moléculas do solvente para os lados gás-líquido de processo mostrado na
ativos de adsorsão do material sólido de Seção 1.3 são discutidos com mais

3.7.6
Cromatografia

detalhes, em particular os conceitos bom controle é possível usando um


básicos usados no projeto. simples termostato. Nos cromatógrafos
modernos, os fornos de massa termal
6.1. Caixas Termais estão sendo substituídos por vários
arranjos com banho de ar.
As operações cromatográficas são
normalmente sensíveis às variações na Forno com banho de ar
temperatura, principalmente a válvula de
Este método de aquecimento por ar quente
injeção de amostra de gás, o sistema de
de circulação tem sido usado desde a
coluna e a maioria dos detectores de
construção do primeiro processo de GC.
condutividade térmica. Para eliminar este
Inicialmente, a estabilidade era ruim, havia
problema a válvula de amostragem, o
grande gradiente de temperatura e era
sistema de coluna e o detector são
difícil fazer a segurança do projeto para
montados em um invólucro com
ambientes perigosos por causa do uso de
temperatura constante, muitas vezes
ventiladores e aquecedores elétricos com
chamado de forno, com a temperatura
altas temperaturas na superfície. A maioria
controlada a +-0.05%. A constância é mais
destes problemas foi resolvida e os fornos
importante que a igualdade. A temperatura modernos usualmente empregam um
pode ser mantida em uma larga faixa de
aquecedor elétrico ou com vapor embutido
temperatura, talvez entre -30 oC a 50 oC,
em um invólucro à prova de explosão.
desde que o cromatógrafo a gás de
processo possa ser instalado em um
ambiente desprotegido, diferente do
cromatógrafo a gás de laboratório.
O cromatógrafo a gás de processo
geralmente é especificado para operar até
225 oC, mas usa-se temperatura mais
baixa, para aumentar a vida útil das
colunas e válvulas. Normalmente, a
máxima temperatura é de 130 oC; o
mínimo é cerca de 10 oC acima da
temperatura ambiente, para se ter bom
controle. Alguns fabricantes podem
fornecer um compartimento separado com
temperatura controlada para a válvula de Fig. 7.7. Projeto típico de forno com banho de ar
injeção de amostra, se solicitado.
Um projeto típico usando energia
Projeto do Forno de Massa Termal elétrica é mostrado na Fig. 7.7. O forno é
Qualquer projeto de forno deve termicamente isolado. O ar comprimido
satisfazer as exigências de operação passa através de um aquecedor, é
confiável em linha em ambientes perigosos misturado com o ar do forno e é circulado
e corrosivos, permitindo acesso razoável pelos ejetores vazão. A temperatura é
às válvulas, colunas e detectores para a controlada por regulação eletrônica do
manutenção. Os primeiros projetos elemento de aquecedor e termostatos de
incluíam invólucros com classificação segurança fornecem a proteção em caso
elétrica à prova de explosão, com grande de defeito do controlador. Os fornos
número de parafusos, volumoso, de difícil aquecidos a vazão não são comuns desde
acesso e que requeriam o desligamento que eles não podem operar em alta
antes do inicio do trabalho. temperatura. Para analise de temperatura
A idéia básica do enfoque de massa moderada, eles proporcionam uma
termal é manter os componentes sensíveis instalação barata e segura.
à temperatura em contato com uma massa
grande de metal. As vantagens são que Controle Programado de Temperatura
este baixo gradiente de temperatura Para a operação do GC de laboratório,
conseguido através de toda a caixa e o a programação de temperatura é muito

3.7.7
Cromatografia

usada, principalmente para analise de situação: uma para o elemento de


componentes com grande faixa de aquecimento e outro para a temperatura
ebulição. Com esta técnica, a temperatura geral do forno. O sensor da temperatura do
do forno é gradualmente aumentada de forno pode ser o do sistema de controle ou
modo controlado após a injeção da pode ser separado, dedicado. Tipicamente
amostra, para aumentar a velocidade da a medição da temperatura do forno tem
separação do componentes com alto ponto dois limites determinados:
de ebulição. A técnica é pouco usada em 1. para alarme de alta e
GC, embora vários fabricantes ofereçam 2. para desligamento automático
esta opção. É possível que com a (shutdown).
crescente confiabilidade dos circuitos Alem disso, um pressostato desliga a
seqüenciadores e de controle, os GCs com alimentação elétrica se o ar do aquecedor
temperatura programada se tornem mais cai abaixo de um determinado valor.
atraentes e usados. A ultima e sempre esquecida causa da
ignição é uma superfície quente. A
Segurança dos fornos de GC capacidade de uma superfície quente
É essencial saber e entender os perigos de causar ignição depende do tipo de gás
segurança inerentes na situação onde presente. O NEC especifica os gases em
amostras inflamáveis são conduzidas em classes de temperatura T. Note que as
um invólucro aquecido, como um forno de temperatura de ignição dos gases estão
GC. Há duas fontes de concentração de em ordem diferente das especificações de
gases explosivos: grupo do NEC.
1. a atmosfera externa circundante em Superfícies quentes existem em
si qualquer forno de GC. A observação das
2. o vazamento da amostra dentro do especificações de temperatura do NEC
invólucro. mostra que alguns gases entram em
Assim é muito importante que o combustão em 180 oC. Obviamente, não é
analisador não seja uma fonte de ignição permitido deixar a temperatura do forno
em condições normais e anormais. As atingir esta temperatura na presença dos
fontes potenciais de ignição incluem os gases - certamente os gases se
circuitos elétricos, a alta temperatura inflamariam. A situação prática é pior,
causada pelo aquecedor de temperatura e desde que para o forno operar com
as superfícies quentes durante a operação eficiência, a sua temperatura deve estar
normal. bem acima do ponto de ajuste do forno.
A proteção contra a ignição de fontes Em alguns projetos esta diferença de
de energia elétrica é usualmente feita com temperatura pode chegar a 100 oC,
conduítes convencionais especificados tornando impossível a conformidade da
para os gases constituindo o perigo. O classificação de temperatura do NEC. Uma
NEC especifica os gases pelos grupos A, técnica usada para superar isto é misturar
B, C e D. Outras normas nacionais são o ar muito quente com ar frio antes de
similares, embora os grupos sejam alimenta-lo no forno. Um problema desta
diferentes. É importante entender que o mistura é que a difusão do ar do forno no
perigo causado pela amostra pode ter ar quente do aquecedor pode provocar
diferente do apresentado pela área vizinha falha do ar comprimido. Outro problema
externa. Desde que seja adotada a pode ser a capacidade termal do
classificação correta e o equipamento seja aquecedor, fazendo as superfícies de
construído de acordo com a norma, contato superaquecerem após o
nenhum problema deverá ocorrer. Se a desligamento do ar e da alimentação.
selagem do conduíte é requerida, ela pode Cada projeto individual deve ser testado
ser feita depois da instalação; ela nunca cuidadosamente na condição e de
deve ser esquecida. desligamento para garantir a segurança.
O potencial de superaquecimento
devido a falha elétrica é sempre presente
em fornos com aquecimento elétrico. São
usados dois sensores para monitorar a

3.7.8
Cromatografia

6.2. Sistemas do Gás de Arraste Quando se usa detector de ionização de


chama, a presença de argônio no gás de
O objetivo do sistema de gás de arraste
arraste nitrogênio é tolerada mas o
é fornecer um transporte estável e um
conteúdo de hidrocarbonos é critico. É
meio de detecção dos componentes da conveniente minimizar o conteúdo de
amostra. Cada variação na vazão do gás
oxigênio e água presentes, desde que eles
de arraste terá um efeito negativo no sinal
destruirão gradualmente alguns materiais
detector e nos tempos de retenção dos
da coluna. A água é nociva para ativar
componentes. A maioria dos GCs de
enchimentos sólidos da coluna e é
processo se baseia na vazão constante do
indesejável na maioria das separações.
gás de arraste para manter os ajustes de
No projeto do sistema de gás de
zero e de largura de faixa e para localizar
arraste devem ser considerados os
corretamente os componentes de interesse
aspectos de manutenção. Os cilindros
em uma base de tempo fixo.
podem ser dedicados a GCs individuais ou
A escolha do gás de arraste depende
pequenos grupos de GCs e montados
muito do tipo de detector selecionado. Os
externamente às casinhas dos GCs. Os
detectores de condutividade termal, por cilindros podem também ser colocados em
exemplo, usualmente requerem hélio ou
paralelo, juntos em um local central e o gás
hidrogênio para dar a máxima diferença de
é distribuído aos locais dos GCs
condutividade termal entre o gás portador
individuais.
e os componentes de separação. O efeito
Para garantir a continuidade de
do gás de arraste da eficiência da coluna e fornecimento, é melhor usar conjuntos de
queda de pressão é de importância dois cilindros, como mostrado na Fig. 7.8,
secundaria.
cada cilindro com um regulador de
O gás de arraste deve ser puro e seco.
pressão, um ajustado com a pressão
Como a exigência da pureza não é bem
levemente mais elevada que a do outro.
entendida, o grau de pureza comprada se Neste sistema, o cilindro com a pressão
base no preço razoável do gás em vez das
mais alta é usado primeiro, como o outro
considerações técnicas. É muito
entrando automaticamente quando a
importante a presença de componentes a
pressão do primeiro começar a cair. Um
serem medidos no gás portador. Por
pressostato ajustado com valor
exemplo, se uma amostra de 10 ppm de intermediário entre os dois ajustes do
metano é para ser analisada usando-se um
regulador de pressão dará um alarme
gás portador com 1 ppm de metano, será
quando o primeiro conjunto de cilindros
obtida uma medição de 9 ppm de metano,
ficar vazio.
com um erro de 10%. Se uma amostra de
É essencial que toda tubulação do gás
1 ppm de metano é analisada, o
de arraste e conexões entre os cilindros e
cromatógrafo não dará nenhum sinal.
GCs sejam quimicamente limpos com um
Porem, a presença de metano no gás de solvente seco, como hexano ou acetona, e
arraste não terá nenhuma influencia na
secados com purga de nitrogênio limpo ou
medição de 1 ppm de etano. As impurezas
hélio. Isto é mais bem feito antes da
no gás de arraste causam elevação de
instalação. Quando se faz analise de
zero para os componentes presentes.
componentes com menos de 1000 ppm ou
Outro problema é o efeito da pureza do se usa uma coluna de sólido ativa, deve-se
gás de arraste na linha-base. Se a
usar sempre um tubo secador contendo
alimentação do gás de arraste fosse infinita
filtro molecular na linha do gás de arraste,
e de pureza constante, não haveria
próxima do GC. Um sistema com dois
problema; no mundo real, os cilindros de
tubos, com válvulas de bloqueio (shut off)
gás de arraste podem ter níveis variáveis permite um secador ser trocado enquanto
de pureza, resultando em deslocamento na
o outro está em uso. O secador usado
linha-base para fora dos limites de
pode ser reativado pela purga com hélio ou
processamento de sinal dos circuitos.
nitrogênio puro, aquecido a 300 oC.
Geralmente, o nível de impureza total
resulta em elevação da linha-base.

3.7.9
Cromatografia

vazão do detector estabilizar após o


chaveamento.
A pressão da coluna é tipicamente de
15 a 60 psig e é monitorada por um
indicador de pressão. A vazão é mais
importante, porem é mais difícil de ser
medida. Tipicamente, a vazão é ajustada
entre 20 e 80 cm3/min, de acordo com os
dados da aplicação e é geralmente
monitorada por um rotâmetro. Não é boa
prática instalar o Rotâmetro no vent do
detector, pois ele pode afetar o
desempenho do detector. Normalmente o
Fig. 7.8. Sistema de gás de arraste medidor de vazão é montado depois do
regulador de pressão. Infelizmente, isso
reduz a leitura ao ponto onde ele age mais
Outro passo importante na verificação com um detector de vazamento do que um
de pré-partida é testar vazamentos no medidor de vazão importante do gás de
sistema do gás de arraste. Isto pode ser arraste.
um serviço chato e demorado mas pagará A vazão do vent do detector é medida
dividendos no futuro. O hélio e hidrogênio melhor usando-se um medidor de vazão
vazam muito mais depressa que o ar, de com filme de sabão, um dispositivo que
modo que um pequeno vazamento pode mede a vazão pelo tempo que as bolhas
ter um efeito desastroso no consumo do de sabão levam para percorrer um tubo
gás de arraste. calibrado. Este medidor é menos preciso
O gás de arraste é usualmente com hidrogênio, pois o hidrogênio se
fornecido ao GC em cerca de 15 psig difunde através das bolhas.
acima da pressão da coluna para fornecer
condições ótimas para o regulador da 6.3. Sistemas de Injeção de Amostra
pressão interna. Em GCs modernos, a A função de um sistema de injeção de
regulação da vazão do gás de arraste é amostra é a de fornecer no topo da coluna
usualmente conseguida por um regulador um volume precisamente medido de uma
de pressão preciso montado dentro do amostra representativa do composto a ser
invólucro de temperatura controlada. analisado.
Reguladores de vazão, que se baseiam na detectores de GC respondem à
pressão diferencial constante mantida quantidade absoluta de componentes na
através de uma restrição, são necessários amostra. É importante manter o volume da
somente se usa programa de temperatura; amostra constante para se ter resultados
senão, a manutenção de uma pressão reprodutíveis. Para garantir bom
constante através das colunas fornece um desempenho e repetitividade do GC, o
melhor controle de vazão. Os reguladores volume total da amostra deve ser injetado
de vazão nunca devem ser usados em na coluna em período de tempo
conjunto com a configuração de backflush desprezível comparado com a largura mais
ou outros arranjos com chaveamento estreita do pico esperado. Normalmente se
envolvendo variações de pressão nas quer a "injeção de plug". Também se
colunas. É importante que, quando houver procura colocar a válvula de amostragem o
variações de pressão nas colunas devidas mais perto possível da coluna, para
ao chaveamento, a pressão da coluna diminuir o volume morto entre a válvula e a
retorne para a pressão normal o mais coluna.
rápido possível. Reguladores de vazão, por As válvulas de injeção da amostra são
sua natureza, evitam que o gás de arraste dispositivos mecânicos e devem ser
vaze rapidamente na coluna para provocar projetadas cuidadosamente para ter uma
esta deficiência. Como conseqüência, vida de operação adequada depois de um
pode-se levar mais de um minuto para a ritmo rápido e repetitivo de analises. Note

3.7.10
Cromatografia

que um ciclo de analise de um minuto


requer cerca de 500 000 operações da
válvula por ano e que o ambiente severo
do processo pode reduzir este
desempenho da válvula abaixo do tempo
de vida de operação especificado para as
condições ideais.
Os tipos de válvulas de injeção de
amostra são os seguintes:
Válvula rotatória
Uma das primeiras válvulas de injeção
de amostra usadas em GC de processo foi
a do tipo rotatório, mostrada na Fig. 7.9.
Na condição de repouso, a amostra do
processo flui através do volume medido, Fig. 7.9. Válvula rotatória para gás de arraste
enquanto o gás de arraste flui na coluna. A
válvula gira cerca de 60 graus quando
energizada, causando o gás de arraste Válvula de pistão
introduzir o volume medido da amostra na Um tipo diferente de válvula linear é a
coluna. Após poucos segundos, a válvula é pistão. A válvula usa anel-O de elastômero
desenergizada para reencher o volume de como selo para dividir o pistão em seções
amostra, aprontando-o para a próxima anelares que ligam várias portas, como
injeção. mostrado na Fig. 7.13. A atuação da
Uma válvula rotatória para injeção de válvula muda as ligações das portas para
líquido é mostrada na Fig. 7.10. Esta injetar a amostra. Este tipo de válvula deve
válvula rota cerca de 90 graus para operar. ser projetado cuidadosamente para reduzir
O volume medido neste caso é uma os volumes "mortos" e é principalmente
pequena abertura no roto. Todas válvulas usado para amostras de gás. Esta válvula
de amostra tem um volume de entrega supera a maior dificuldade das válvulas
nominal; é a sua repetitividade que conta, rotatórias e de deslizamento, que é a de
não a exatidão do volume. obter uma selagem e vedação ao gás. A
válvula de pistão é usada principalmente
Válvula Deslizante quando se tem um grande volume de
Este tipo de válvula de injeção de amostra.
amostra é o mais popular atualmente; um
exemplo típico é mostrado na Fig. 7.11. O
principio de operação é o de transferir
fisicamente um volume medido do fluido do
processo da vazão da amostra na vazão
do gás de arraste por meio de um
deslizamento ou movimento de uma placa.
Deslocamentos para amostras de
líquido podem ter uma configuração "reta"
ou uma "cavidade", como mostrado na Fig.
7.12. A geometria de reta é mais rápida do
que a de cavidade, mas ambas são
suficientemente rápidas para os processos
clássicos de GLC. Muitos projetos de
válvulas envolvem o volume da amostra
com PTFE (teflon) mas isto tende a atrasar
a vaporização da amostra por causa da
propriedade de isolação do PTFE. Fig. 7.10. Válvula rotatória para injeção de líquido
(a) posição para encher amostra
(b) posição para injetar amostra

3.7.11
Cromatografia

Válvula Diafragma
Esta válvula, que não contem qualquer
superfície deslizante em contato com a
amostra, usa um enfoque totalmente
diferente; um exemplo é mostrado na Fig.
7.14. A válvula consiste de seis portas e
seis pistões (plungers) arranjados
circularmente. Os pistões são operados
em conjuntos alternados de três, em vista
de seu tamanho pequeno, produzindo uma
alta pressão de selagem no diafragma.
Durante a atuação da válvula, um
intertravamento mecânico garante a
abertura das passagens normalmente
fechadas. A operação da válvula é muito Fig. 7.13. Válvula tipo pistão
rápida e conveniente para GLC de alta
velocidade, por causa das pequenas
distâncias envolvidas. Os problemas
potenciais são o vazamento do diafragma
e a oclusão de pequenas quantidades de
amostras líquidas no material do diafragma
ou nos pontos onde o diafragma está
desgastado.

Fig. 7.14. Válvula diafragma típica (Applied


Automation Inc)

Fig. 7.11. Válvula deslizante típica para gases

Fig. 7.12. Válvula deslizante típica:


(a) geometria tipo cavidade
(b) geometria passagem direta

3.7.12
Cromatografia

Operação das Válvulas Injeção da Amostra de Gás


As válvulas mencionadas podem ser O tamanho requerido da amostra é
atuadas remotamente por solenóides, muito pequeno: 0.3 a 1.0 cm3 é normal
pneumática ou atuadores de motor elétrico. para colunas com diâmetro de 1/8" e até 5
A variedade pneumática é a mais comum e cm3 para colunas de 1/4". Maiores
requer a alimentação de 15 a 60 psig. volumes até 25 cm3 podem ser usados
Normalmente, válvulas solenóides de três para analise de traços. O tamanho é
vias, a prova de explosão, são usadas para ajustável alterando as dimensões da malha
controlar o ar para o cilindro operador. A externa da amostra. Ocasionalmente,
maioria das válvulas usa uma mola de quando se usam detectores de alta
retorno; a minoria usa operadores de ação sensitividade e colunas capilares, são
dupla. necessárias amostras muito pequenas de
gás. Nestas situações, uma válvula
Materiais de Construção projetada para amostra de líquido é a
A seleção dos materiais de construção melhor escolha.
das válvulas de injeção de amostra é
importante. Eles devem ser compatíveis
com a corrosão ou outras formas de
ataque por qualquer substância química na
amostra, nem devem catalisar alterações
químicas dentro da amostra em si. Em
vista da possibilidade de vazamento da
amostra, o mesmo critério se aplica aos
materiais externos de construção. As
válvulas de amostra são dispositivos de
precisão, que empregam superfícies
opticamente planas com passagens muito
pequenas. Materiais de uso comum na Fig. 7.15. Injeção de líquido por duas zonas
construção da planta pode durar poucos
dias em uma válvula de amostra.
As amostras de gás são usualmente
Em muitos casos, o aço inoxidável e o
PTFE são convenientes, mas há exceções. tomadas à pressão atmosférica. Como a
Por exemplo, o aço inoxidável é atacado vazão da amostra gera uma pequena
por cloro e acido clorídrico. Para estes contrapressão (backpressure), o "balanço
compostos, deve-se usar hastelloy, tântalo atmosférico" pode ser usado para trazer a
amostra exatamente para a pressão
ou apenas TPFE. PTFE é excelente para a
resistência química, mas é macio e entra atmosférica. O gás de arraste não pode
vazão no volume medido, mas isto é
em extrusão sob pressão. Ele também é
sujeito à penetração de alguns líquidos, geralmente uma fonte despercebida.
como estireno, causando o bloqueio da Algumas vezes, é preferível fazer a
amostragem à pressão do processo,
passagem de gás, alterando o volume da
amostra. Muitas válvulas usam vidro com especialmente quando se tem aplicações
com processo sob vácuo moderado. Isto
PTFE, que oferece melhor estabilidade
dimensional mas pior resistência ao ataque pode ser feito facilmente tendo uma bomba
d líquidos orgânicos. Uma válvula usa duas de vácuo e um controle de vazão na
placas metálicas com uma membrana fina válvula de amostra da linha de vent. Os
de TPFE entre elas para agir como selo e resultados são variáveis e não é possível
se ter a calibração do volume. Muitas
lubrificante. Cerâmica com alumina fundida
é um novo material para válvulas vezes, se quer a relação das
deslizantes, pois é quimicamente inerte, concentrações de dois componentes e
duro e pode ser polido quase como a relação cancela os erros, este
perfeitamente. O problema é a ruim método é perfeitamente valido e é muito
mais simples do que tentativa de controlar
selagem entre cerâmica - cerâmica, com
grande atrito. o volume da amostra em uma pressão
abaixo da ambiente.

3.7.13
Cromatografia

Injeção da Amostra de Líquido da coluna, a complicação adicional de


Para amostras líquidas, o objetivo é operação com duas fases não pode ser
injetar aproximadamente a mesma evitada. Válvulas especiais são projetadas
quantidade molar da amostra como na para amostragem de processo em baixa
injeção de gás, seguida por uma temperatura e injetar a amostra através da
vaporização rápida da amostra. Isto requer parede do forno na zona da coluna quente.
a medição precisa de volumes muito Esta técnica é ilustrada na Fig. 7.15. O
pequenos de líquido. Os volumes de volume da amostra é o da abertura anelar
amostra líquida usualmente ficam entre 0.5 no pistão da válvula. Quando energizada, o
a 10 microlitros. A amostragem de líquido é operador aciona o pistão através do selo,
mais difícil que a de gás. Jatos do injetando a amostra no gás de arraste
processo que podem ser mantidos quente. Um isolamento termal evita a
facilmente em estado de vapor devem ser transferência excessiva de calor entre as
vaporizados antes da amostra. Amostras duas zonas de temperatura.
com ponto de ebulição acima da
temperatura da coluna devem ser injetados 6.4. Tipos de Colunas
na fase líquida. Hoje são usados três tipos distintos de
Quando se injeta líquido, é importante colunas em GC de processo:
que a pressão da amostra seja 1. colunas de fase líquida
suficientemente alta para evitar formação 2. colunas de sólido ativo
de bolhas de gás no líquido quando a 3. colunas com enchimento sintético
amostra é aquecida até a temperatura do
analisador, desde que mesmo uma Coluna de Fase Líquida
pequena bolha tem um efeito desastroso A separação nestas colunas ocorre
no volume da amostra injetada. As válvulas como um resultado da interação dos
de amostra líquida são especificadas para componentes com o líquido por partição,
pressão de até 300 psig. Porem, não é ou seja, pela dissolução parcial dos
prudente tentar fazer injeção de amostra componentes no líquido. Há uma escolha
líquida acima de 135 psig, desde que todas quase infinita de fases líquidas. Qualquer
as válvulas tem uma tendência a falhar líquido não volátil pode ser usado. Na
quando usadas repetidamente em prática, porem, uma lista de líquidos
condições tão adversas. confiáveis, repetitivos e estáveis foi
O líquido que chega do processo deve desenvolvida para uso no GC de processo.
ser pré-aquecido para a temperatura da O líquido deve ser não volátil e é mantido
válvula de amostra antes de entrar na no lugar revestindo muito finamente um
válvula. Muitas vezes se pensa que a suporte sólido.
temperatura da válvula de amostra deveria Os suportes são de dois tipos básicos:
estar acima do ponto de ebulição da "rosa" e "branco". A variedade rosa, um
amostra de modo que a amostra se descendente mais refinado das terras
vaporizasse quando injetada. Na prática, clássicas firebrick, é excelente para
porem, boas injeções podem ser obtidas separações de hidrocarbonos (não
em temperaturas da válvula 100 oC abaixo polares). A variedade branca é
do ponto de ebulição. Temperatura mais basicamente terra diatomácea (esqueleto
baixa age favoravelmente, pois ela agregado remanescente de criaturas
aumenta a separando, prolongando a vida microscópicas do mar) e melhor para
das colunas e válvulas e evita que as separar compostos químicos polares.
amostras se polimerizem ou se Ambos os tipos de suporte são
decomponham. Isto fornece orientação disponíveis em vários tamanho mesh e
para a seleção da temperatura do forno, de tratamentos químicos. Para colunas de
modo que ela fique adequada com a diâmetro de 1/8", normalmente 80-100 ou
vaporização da amostra e o desempenho 100-120 mesh, o quanto maior o tamanho
da coluna. mesh menor o tamanho da partícula.
Para líquidos com alto ponto de Partículas menores geralmente fornecem
ebulição que são difíceis de manipular e maior eficiência na separação mas
não podem ser injetados na temperatura

3.7.14
Cromatografia

requerem maior pressão do gás de arraste para a linha-base de regime depois que o
para conseguir a mesma vazão do gás de componente passou completamente.
arraste. Em GC de processo, as exigências
O objetivo do tratamento químico do para a estabilidade a longo prazo em um
suporte é melhorar sua inércia. Há dois ambiente hostil e sensitividade
tipos: generalizada para uma grande faixa de
1. lavagem a acido (AW) produtos químicos tem limitado a escolha
2. tratada com silicone (DMCS) dos detectores aos tipos de condutividade
termal (TCD), ionização de chama (FID) e
Coluna sólida ativa de chama fotométrica (FPD). Os
Estas colunas são cheias de um sólido detectores de fotoionização (PID) são
granulado com área de grande superfície. usados principalmente em monitoração
A separação ocorre como resultado das ambiental.
atrações variáveis das moléculas do gás Qualquer detector usado em um GC de
para a superfície do sólido (adsorção). As processo deve responder rapidamente e
colunas sólidas ativas são convenientes preferivelmente de modo linear às
para a separação de apenas alguns gases. variações na concentração dos
Elas tem a tendência de adsorverem componentes. A resposta não deve ser
permanentemente as moléculas mais muito sensível às variações nos
pesadas (principalmente água) e seu uso parâmetros de operação, como vazão do
tem diminuído em favor dos polímeros gás de arraste e temperatura. A calibração
porosos. em base semanal deve ser suficiente para
O único sólido ainda com uso regular é manter boa precisão. A resposta da linha-
o filtro molecular que é valioso por sua base deve ser estável durante uma analise
habilidade de separar oxigênio, argônio, e não deve variar fora dos limites do
nitrogênio, hidrogênio e metano. Para sistema de compensação elétrica por
proteger a coluna de moléculas longos períodos de tempo (meses). A
desativantes, usa-se uma pré-coluna, construção física deve ser simples, barata
usualmente de Poropak-T. e capaz de suportar vibração e longa
exposição ao ambiente industrial.
Enchimento sintético Instalado, deve estar de conformidade com
O mais popular destes novos as normas de segurança elétrica aplicáveis
desenvolvimentos é o Poropak, que ao local do usuário.
consiste de esferas de poliestireno. Suas
propriedades superam as fases sólidas e
líquidas ativas tornando o Poropak útil para
analise de gases permanentes e
hidrocarbonos leves. As novas colunas
devem ser condicionadas em 200 oC e em
baixa vazão do gás de arraste. Cada tipo
deve ser considerado individualmente cada
aplicação.

6.5. detectores
O detector responde aos componente
que saem das colunas e fornece um sinal
elétrica que pode ser processado para
produzir os dados da concentração dos
componentes. Na prática, todos detectores
em uso operam baseados em princípios
diferentes, isto é, mostram uma resposta
constante para o gás de arraste, geram um
sinal relativamente grande sempre que um
componente se separa da coluna e retorna

3.7.15
Cromatografia

detector de Condutividade Termal Atualmente, o desenvolvimento foi


O TCD é o detector mais usado para concentrado em reduzir o volume interno
GCs de processo. As principais razões de do detector para melhorar a resposta e
sua popularidade são históricas e torna-lo compatível com colunas menores.
econômicas. O TCD possui duas Os detectores com volumes internos de
vantagens: cerca de 40 microlitros são comuns e
1. é sensível à maioria dos muitos podem ser usados com colunas
componentes encontrados da amostra altamente eficientes de pequeno diâmetro
exceto ao gás de arraste interno. Geralmente, é melhor restringir os
2. é muito simples e barato, TCDs para medição de 0-1000 ppm ou
requerendo somente um circuito mais; para medições de poucos ppm os
elétrico simples. outros tipos são mais apropriados.
Há, porem, serias desvantagens, tais
Elementos do detector a condutividade
como:
termal
1. o elemento termal é vulnerável à
queima e sujeito aos efeitos de Os elementos sensores em um TCD
oxidação que alteram suas consistem de bobinas de fio resistivo ou de
características, termistores, que exibam boa resposta e
2. são sensíveis ao choque e confiabilidade com as impurezas variáveis
vibração, do gás de arraste e as concentrações dos
3. podem se tornar quebradiços componentes da amostra.
depois de algum tempo em serviço, Os primeiros TCDs usavam fios de
4. são muito sensíveis à temperatura, tungstênio e o gás portador era o
resultando em desvio da linha-base e hidrogênio ou o hélio. Com uma
calibração, de modo que se torna alimentação de voltagem constante, a
essencial um bom controle de passagem de um componente da amostra
temperatura do forno, reduzia a perda de calor e fazia a
5. a faixa dinâmica linear é restrita a temperatura do fio aumentar. O
cerca de ordens de grandeza, que, correspondente aumento da resistência era
embora adequada para instrumentos a base para o sinal de saída. O uso de
antigos de faixa fixa, limita sua utilidade uma fonte de alimentação com corrente
com circuitos modernos de faixa constante aumentou a elevação da
automática. temperatura e a sensitividade, porem,
Em vistas destas limitações, se resultou em maior nível de ruído elétrico e
questiona porque ainda o TCD é tão maior possibilidade de falha.
popular. Antes de 1960 ele era o único
detector disponível. Ele foi submetido a
grande pesquisa e desenvolvimento neste
período por causa do rápido crescimento
do GLC e embora sua resposta fosse
explicada pobremente pela teoria, seu
projeto prático era bem entendido. Acima
de tudo, ele era simples e barato. A
geometria da célula do detector foi sujeita
a considerável desenvolvimento. Os
primeiros trabalhos produziram projetos Fig. 7.16. Detector de condutividade termal
lineares, a semidifusão e a difusão. Estes
eram compromissos entre resposta rápida
(linear) e alta estabilidade (difusão). O Obteve-se uma grande melhoria na
projeto de difusão expõe o elemento ao vida e estabilidade do detector com o
efeito termal de um componente da controle da corrente do filamento para
amostra sem o contato físico direto e é manter constante a resistência do fio; a
usado em medição de gases corrosivos, temperatura do elemento não varia. Esta
como o cloro. Exemplos são mostrados na técnica usa a energia da alimentação como
Fig. 7.16.

3.7.16
Cromatografia

a variável medida. As vantagens são maior usando o hélio como arraste. Estas
vida útil e melhor tempo de resposta. configurações são muito mais econômicas
Na década de 1960, os termistores que as outras e por isso justificam a
pareciam ser uma promessa como a base continuação do uso do TCD.
para detectores pequenos e sensíveis na
GC. Porem, apareceram muitos problemas detector de Ionização de Chama (FID)
práticos: Diferente do TCD, o FID, desenvolvido
1. o termistor possui a maior por McWilliam e Dewar, é muito simples. O
sensitividade em baixas temperaturas, detector básico, mostrado na Fig. 7.17,
2. não é estável durante longos consiste de uma chama de hidrogênio em
períodos de tempo, principalmente com que o gás de arraste é alimentado e os
hidrogênio, componentes se separam da coluna. Na
3. possui uma característica não- alta temperatura da chama, os compostos
linear. contendo ligações carbono-hidrogênio se
Como resultado, o uso dos fios resistivos quebram em íons positivos e negativos.
predominou sobre o uso de termistores. Um potencial elétrico elevado é aplicado
Para aplicações de processo, são usados através da chama, causando os íons
metias resistentes à corrosão como platina, negativos descarregarem elétrons para a
níquel, platina-irídio, tungstênio-rênio. placa positivo, de onde eles fluem em torno
Outro enfoque foi revestir o elemento com do circuito para a placa negativa para
ouro, PTFE, vidro, para melhorar o tempo serem absorvidos pelos íons positivos.
de resposta. Esta vazão de elétrons constitui um a
Quando se analisam amostras com corrente elétrica proporcional à quantidade
cloro, acido clorídrico ou outros produtos de carbono na chama. A corrente é medida
corrosivos, é conveniente evitar que o por um circuito eletrônico e transmitida
material corrosivo entre no detector, pelo como um sinal de concentração do
chaveamento da coluna. Se os gases componente.
corrosivos devem ser medidos O detector FID é muito sensível e linear
diretamente, uma geometria de célula de ao longo de seis décadas de resposta. É
difusão reduz o contato direto com os possível conseguir uma faixa de medição
elementos termais e prolongam sua vida de 0-1 ppm para hidrocarbonos. Porem, o
útil. FID não responde a compostos que não
A configuração das vazões do gás de contenham carbono, nem responde aos
arraste através do TCD merece atenção oxidas e sulfetos de carbono. Esta falta de
especial. Os elementos de referencia resposta para moléculas inorgânicas tem
devem ser idênticos para os elementos de limitado a aplicação do FID.
medição e expostos exatamente nas
mesmas condições. TCDs para GLCs de
processo são usualmente do tipo com
quatro elementos. Pode-se usar
inteligentemente todos os quatro
elementos com o acesso separado de
cada um. Por exemplo, um detector com
oito portas pode ser usado para medir
hidrogênio em arraste de nitrogênio de um
lado e metano e bióxido de carbono em
arraste de hélio em outro lado.
Essencialmente isto mistura dois
detectores em um e permite o uso de único
circuito de processamento de sinal, Fig. 7.17. Detector de ionização de chama
evitando a resposta anormal para o Quando mais de um detector pode ser
usado, o FID é normalmente o melhor. Há
hidrogênio com o gás de arraste hélio. Um
enfoque semelhante pode ser usado para muitos casos onde, por falta de
medir oxigênio e hidrogênio em um lado e padronização, os usuários especificam o
FID para todas as aplicações, desde
bióxido de carbono no outro, ambos

3.7.17
Cromatografia

medição de percentagem como de ppm. A detector de Chama Fotométrica


sensitividade e linearidade inerentes do Este tipo de detector é usado para
FID fornecem uma faixa dinâmica que medir baixas concentrados de compostos
pode ser explorada pelo processamento de de enxofre após a separação da coluna de
dados por computador para fornecer GC. Um exemplo típico é mostrado na Fig.
medições precisas de 10 ppm até 100%. 7.18. Quando os compostos com enxofre
Sua alta sensitividade e pequeno volume são queimados em um chama de
interno permitem o uso de volumes de hidrogênio, o enxofre elementar é
amostra muito pequenos e colunas com produzido, provocando luminescência
pequeno diâmetro, conseguindo-se química na região acima da chama. Esta
separações rápidas e altamente eficientes. luz emitida é espalhada e transmitida
Os seguintes pontos devem ser através de um filtro passa faixa estreita
considerados no projeto de um FID; (394 nm) em um tubo fotomultiplicador,
1. o jato do queimador deve ser que produz uma saída proporcional ao
resfriado por um dissipador de calor quadrado da concentração de enxofre. No
para evitar que ele fique muito quente. exemplo mostrado na Fig. 7.18, o
Se isto acontecer, os componentes espalhamento e transmissão da luz são
podem ser carbonizados antes de feitos por uma fibra óptica. A corrente de
atingirem a chama e os depósitos de saída é amplificada e convertida para uma
carbono resultantes na boca do jato voltagem por um circuito. A relação das
causaram sinais de ruído. vazões hidrogênio ar é ajustada em
2. se o jato é usado como um aproximadamente 2:1 para fornecer uma
eletrodo, ele deve ser positivo, pois isto atmosfera redutora.
fornece um melhor sinal. Um sensor na chama e uma bobina de
3. a melhor geometria para o coletor é ignição são colocados na região de vent,
em forma de um cilindro, que dá a acima da chama e da região de emissão.
máxima coleta de íons e o maior nível O efluente da coluna de GC é misturado
de sinal. Os eletrodos positivo e próximo da ponta do queimado com uma
negativo devem ser separados de 6 vazão constante de hidrogênio (se o
mm. hidrogênio não está sendo usado como
4. o detector deve ser sintonizado pelo gás de arraste) e passado na ponta do
ajuste da vazão de hidrogênio para queimado. O ar é fornecido para suprir
máxima resposta, otimizando a oxigênio para a combustão e para purgar a
temperatura da chama para a produção área próxima à fibra de vidro para evitar
de íons. perdas na transmissão óptica devidas à
5. o detector deve ser operado em difusão do hidrogênio.
uma temperatura do forno
suficientemente alta para evitar que a
água produzida pela combustão
condense na célula.
6. o detector deve ter um vent no
fundo, de modo que qualquer água
condensada quando o forno estiver frio
seja drenada para fora. O dreno (vent)
do detector deve ser climatizado para
evitar congelamento e entupimento, em
climas muito frios.

Fig. 7.18. Detector fotométrico de chama

3.7.18
Cromatografia

7. Engenharia das Colunas


A teoria básica da GLC de processo foi
explicada e foi mostrado como a
separação na coluna cromatografia é
conseguida. Este capítulo trata dos
conceitos fundamentais do que é
conhecido como "engenharia da coluna" e
resume os vários parâmetros que devem
ser ajustados para se obter a máxima
eficiência da coluna. Para fazer isto, deve-
(a) Picos com larguras iguais
se primeiro entender o significado da
(b) Picos com larguras diferentes
interferência do pico, resolução e eficiência
da fase liquida e a eficiência da coluna e
como eles estão inter-relacionados.

7.1. Interferência de Pico e


Resolução
Sejam dois picos ideais, assumidos de
forma triangular, mostrados na Fig. 7.19.
Fig. 7.20. Separação real dos picos
Se os picos tem larguras iguais, eles são
perfeitamente separados quando a
separação do pico (S) = largura do pico
(X). A resolução (R) é definida como

R = separação do pico/largura do pico.

Assim, para a separação perfeita de


picos ideais, R = 1.0. Se os picos não tem (a) Separação completa
larguras iguais, então R é ainda 1.0, desde
que a largura media (Wm) do mico seja
usada no calculo. A expressão R = S/W m
funciona para picos com larguras iguais ou
diferentes. Nos cromatogramas práticos,
os picos não são triangulares, mas a
resolução pode ainda ser calculada pela
forma acima. A largura do pico neste caso
é estimada desenhando-se tangentes nos
(b) Separação incompleta
lados do pico, como mostrado na Fig. 7.20.
Quando os picos ficarem mais juntos
(menor separação), eles eventualmente
interferem entre si e será difícil distingui-los
no cromatograma. Um exemplo é mostrado
na Fig. 7.21. O detector do GC verá o
efeito combinado de dois picos; a saída do
cromatograma mostrará uma separação
pior do que a que ocorre realmente na (c) Separação pobre
coluna. A arte em ler o cromatograma é ser Fig. 7.21. Interferência dos picos
capaz de identificar picos que não estão
completamente separados e detectar picos
extras. Em alguns casos, é impossível
distingui-los.

Fig. 7.19. Separação ideal de picos

3.7.19
Cromatografia

7.2. Eficiência da Fase Líquida Da Fig. 7.22 pode se ver que o


componente A fica na fase líquida por 7
Os fatores que afetam a separação
minutos e o componente B por 9 minutos;
entre picos podem ser deduzidos do
o tempo morto da coluna é 1 minuto e os
modelo do processo cromatográfico picos A e B ficam assim na fase gasosa
descrito anteriormente. Eles são:
por 1 minuto. A solubilidade relativa (alfa) é
1. A identidade de dois picos, isto é,
definida como:
sua solubilidade na fase líquida.
2. A fase líquida em si.
solubilidade de B
3. A temperatura da coluna. a=
4. A pressão da coluna. so lub ilidade de A
5. A vazão através da coluna.
6. A quantidade de fase líquida (%) na Para a Fig. 7.22, a = 9/7 = 1.286.
coluna. O tempo gasto pelo componente na
Para saber exatamente o que a fase fase líquida pode ser calculado da
líquida está fazendo em termos de expressão K = tempo do pico depois do
separação de componente, deve-se pico de ar/tempo do pico de ar. Para o
aprender a ler o cromatograma. Seja o componente A, K = 87% e para B, K =
exemplo da Fig. 7.22. Os dois 90%.
componentes A e B elutem em 8 e 10 As duas regras básicas para maximizar
minutos, respectivamente, em relação ao a eficiência da fase líquida são:
tempo de injeção da amostra. O pico de ar 1. Escolher um líquido que forneça a
elute em 1 minuto. O componente tem maior diferença em solubilidade entre os
somente duas opções: dois picos necessários para serem
1. se move na velocidade do gás de separados, isto é, maximizar alfa. Esta é a
arraste (tempo morto da coluna) ou habilidade de separação fundamental da
2. se dissolve no líquido (tempo no fase líquida. Ela deve ser a maior possível.
líquido). 2. Manter os picos na fase líquida entre
Assim, o tempo do pico do ar é igual ao 50 e 90% do tempo, garantindo que a fase
tempo morto da coluna para a vazão líquida está sendo usada para seu máximo
particular do gás de arraste. O tempo em efeito possível.
frente do pico do ar não tem nada a fazer Tendo otimizado a eficiência da fase
com a fase líquida, mas a fase líquida é líquida, agora só precisa aumentar a
totalmente responsável pelo tempo após o separação aumentando mais a coluna ou
pico do ar. contra pressurizando (backpressuring) a
coluna. Um erro comum é colocar mais
coluna antes de considerar a eficiência da
fase líquida. A temperatura da coluna é um
parâmetro que pode ser facilmente
ajustado para satisfazer a exigência da
regra 2 acima. Quando a temperatura
necessária for muito alta, a percentagem
da fase líquida na coluna deve ser
reduzida, o que é difícil de se conseguir. A
temperatura da coluna e a percentagem da
carga líquida trabalham juntas com relação
Fig. 7.22. Eficiência da fase líquida a eficiência da fase líquida, enquanto que o
comprimento da coluna e a vazão do gás
de arraste trabalham de modo similar com
relação a eficiência da coluna.

3.7.20
Cromatografia

7.3. Eficiência da Coluna unidade que a largura do pico (e.g.,


segundo, mm, quadrados).
Tendo otimizado a eficiência da fase
5. Calcular o número N pela formula.
líquida, geralmente se conclui que as
A cromatografia é uma ciência prática.
tentativas adicionais de tentar aumentar a É importante entender a teoria básica, mas
separação dos picos, usualmente pelo
o que conta é o resultado final. É essencial
aumento do comprimento da coluna,
usar o cromatograma para decidir o que é
resulta em picos mais largos. Também,
melhor. Todas as separações são únicas,
alguns esquemas para reduzir a largura
de modo que é necessário trabalhar na
dos picos resultam em menor separação
separação especifica requerida. Os fatores
dos picos. De qualquer modo, a eficiência
a serem considerados são:
da coluna depende mais do aumento da
1. Retenção relativa viável.
separação dos pulsos do que da
2. As faixas de concentração a serem
diminuição da largura dos pulsos. Assim,
ajustadas
uma coluna eficiente pode ser definida
3. Separação e inclinação dos pulsos.
como aquela que produz picos que sejam
4. Quantidade da injeção de amostra
estreitos com relação ao seu tempo de necessária.
retenção (tempo do pico da injeção da
5. Equipamento a ser usado.
amostra), isto é,
6. Necessidades de tempo de analise.
O que é teoricamente ideal pode não ser
tempo retenção
eficiência coluna = prático.
l arg ura pico A primeira reação a um problema de
separação é adicionar mais coluna. Isto
ou normalmente funciona, mas pode resultar
em tempo de analise inaceitável,
TR interferência com a separação de outros
N= componentes, pressão muito alta para o
W gás de arraste, vazamento da válvula de
injeção, aumento das larguras do pico. Em
Esta formula requer uma ligeira resumo, não se tem melhora na resolução.
calibração, de acordo com a teoria
detalhada, retornando à idéia de pratos
teóricos. O número de pratos teóricos é
uma medida da eficiência da separação
cromatografia e é calculada da expressão

2
T 
número pratos (N) = 16 R 
W

Uma vez a eficiência da fase líquida Fig. 7.23. Cálculo de N de um cromatograma


tenha sido otimizada, quanto maior o
número de "pratos", melhor é a resolução.
O número de pratos pode ser medido Para verificar a eficiência da coluna,
do cromatograma, como mostrado na Fig. sem considerar o efeito de alterar o
7.23. O procedimento é o seguinte: comprimento da coluna, o conceito de
1. Desenhar tangentes aos lados do "altura do prato" é usado, onde a altura do
pico prato
2. Desenhar linha base debaixo do
pico. compriment o da coluna (mm)
3. Medir a largura do pico entre as H=
tangentes.
número de pratos (N)
4. Medir o tempo de retenção do ponto Note que para a maior eficiência da
de injeção da amostra na mesma coluna, a altura do prato deve ser
minimizada.. Para colunas cheias, H é

3.7.21
Cromatografia

tipicamente de 0.3 a 1.0 mm e uma boa Um gráfico da velocidade do gás de


coluna cheia pode ter os seguintes arraste versus altura do prato, de acordo
parâmetros: com a equação simplificada de Van
L = 1.0 m Deemter é mostrado na Fig. 7.24. A, que é
N = 2000 constante, expressa como a largura de
H = 0.5 mm pico é aumentada devido às múltiplas
H é o comprimento da coluna trajetórias do gás na coluna:
teoricamente necessário para se conseguir
um único equilíbrio gás-líquido ou é A = tamanho da partícula x fator de
equivalente ao número de enchimento
"compartimentos" ou "referencias" no
modelo original descrito em 1.4. A pode ser mantida pequena reduzindo o
A escolha da vazão do gás de arraste é tamanho da partícula sem causar queda
fundamental na eficiência da coluna. A excessiva da pressão; 100/120 mesh é
vazão é fácil de se ajustar, tem um efeito ótimo para a maioria das colunas.
direto, ajuda a dar um entendimento do Também, o fator de enchimento pode ser
efeito da alteração do comprimento da mantido baixo usando mesh conveniente
coluna, determina o tempo de analise e (close cut) e evitando pulverização, vazios
considera os efeitos de todas as outras e perdas. A obtenção de enchimento
variáveis. Acima de tudo, há muita teoria uniforme é mais difícil para partículas
para explica-la. Van Deemter expressou a menores, assim, existe um tamanho ótimo
dependência da altura do prato (H) sobre a de compromisso da partícula. Para coluna
velocidade linear do gás de arraste (u) com com diâmetro de 1/8", o melhor tamanho é
a equação 100-120 mesh.

2γDg 8u  K '  2d2f 


H = 2λdp + + 2   
u π  (1 + K ' )2  DL 

onde
λ = densidade do enchimento da coluna
dp = tamanho médio da partícula de
enchimento
γ = fator de tortuosidade dos canais no
enchimento
Dg = difusão molecular da amostra na
fase gás
K = coeficiente de distribuição
K'= KFL/Fg
Fg = fração de volume do gás na Fig. 7.24. Representação gráfica da eq. Van
coluna Deemter
FL = fração de volume do líquido na
coluna
df = espessura media estatística do O termo B, que é dominante em baixas
filme do líquido estacionário vazões de gás de arraste, permite a
DL = difusão molecular da amostra na difusão das moléculas do componente na
fase líquida fase gasosa:
difusão da fase gasosa
B=
Esta equação pode ser expressa mais velocidade do gás
simplesmente,
Para manter este termo pequeno, deve
B se usar um gás com alta densidade, como
H = + Cu
u nitrogênio ou argônio, em vez de hélio ou
hidrogênio, mas a escolha deve ser

3.7.22
Cromatografia

compatível com o detector. O gás de Colunas estreitas são mais eficientes,


arraste deve vazar em alta pressão e alta porem outros fatores devem ser
velocidade. A coluna deve ser mantida em considerados, como:
baixa temperatura para minimizar a 1. O volume da amostra deve ser
difusão. suficientemente grande para se obter a
A primeira parte do termo C é outro sensitividade necessária.
termo de difusão, descrevendo como o 2. Colunas pequenas são mais difíceis
equilíbrio é atingido rapidamente na fase de se encher.
gasosa. Se a velocidade está na região 3. Colunas pequenas requerem
elevada da curva, as condições de partículas menores, resultando em
operação podem ser otimizadas para a maior queda de pressão.
máxima taxa de difusão usando um gás de 4. A velocidade ótima é obtida em
arraste de baixa densidade e baixa baixa vazão; isto torna o volume morto
pressão. Também, um gás de arraste com mais critico.
baixa viscosidade irá minimizar a queda de
pressão (o hidrogênio é o melhor). Para GLC de processo o melhor diâmetro para a
A segunda parte do termo C é o mais coluna é de 1/8".
importante e expressa a velocidade de
equilíbrio na fase líquida. Dois fatores são 7.4. Sistemas de Chaveamento da
importantes: a espessura do filme de Coluna
líquido e a difusão do pico no líquido. Para
minimizar este termo, deve-se usar uma Os sistemas de chaveamento de
menor percentagem da carga líquida ou coluna não são desejáveis, pois eles
um suporte com maior superfície. A taxa complicam todo o projeto do cromatógrafo.
de difusão pode ser aumentada usando um Deve-se garantir que o jato do processo é
líquido de menor viscosidade e uma maior uma mistura simples (e.g., etano, propano
temperatura, embora isso possa aumentar e butano), de modo que uma unida coluna
também o termo B. com silicone possa fornecer uma
A curva de Van Deemter mostra uma separação completa sem a necessidade de
velocidade mínima e isto poderia parecer outras colunas, válvulas de chaveamento e
que é o melhor ponto para operar desde os mecanismos de temporização. Porem,
ele dá a mínima altura de prato. Porem, é em praticamente cada processo há sempre
sempre melhor operar em maior a chance de outros componentes estarem
velocidade de gás de arraste porque no presentes.
ponto "ótimo" não há margem para alterar Os sistemas de chaveamento permitem
a velocidade do gás de arraste. Uma a aplicação de diferentes colunas de
pequena diminuição resulta em operação separação para diferentes grupos de
na parte vertical da curva, isto é, a altura componentes, todos na mesma analise.
do prato irá aumentar muito rapidamente e Muito da "arte" da cromatografia está no
a eficiência da coluna será perdida. projeto inteligente e na manutenção dos
Com pequenos volumes de injeção de sistemas de chaveamento. Infelizmente,
amostra, a largura do pico não deveria muitos sistemas trabalham mal. Eles são
variar com o volume, mas há um máximo. projetados com um sincronismo que é
Isto irá depender de vários fatores da muito critico para a confiabilidade da
coluna, mas o mais importante é o seu operação e o pessoal de manutenção não
diâmetro. Para colunas com diâmetros de entende como eles funcionam ou como os
1/8", o volume máximo é cerca de 0.1 cm3 ajustes devem ser feitos. Normalmente,
e para coluna de 1/4", é cerca de 1.0 cm3. isto é o resultado de uma documentação
Maiores amostras podem ser usadas, pobre fornecida pelo fabricante.
desde que o volume dos componentes Exigências para um Sistema Efetivo
individuais não excedam estes limites. Na
O projeto da coluna ideal separaria os
prática, menor amostra quase sempre
componentes necessários de todos os
melhora uma resolução ruim.
outros componentes, mas esta
característica é somente conseguida com o

3.7.23
Cromatografia

aumento da complexidade e diminuição da de desenvolver uma configuração


confiabilidade. A solução de compromisso complexa de colunas múltiplas, pode ser
é proteger a separação do efeito de outros mais conveniente usar uma segunda
componentes prováveis de ocorrer no injeção de amostra em um conjunto
processo. É mais importante que a diferente de colunas. Neste caso, cada
especificação do cromatógrafo de sistema de coluna pode ser otimizada
processo inclua a composição da amostra, individualmente e o GC será mais confiável
não somente para a condição normal de e de manutenção mais fácil. As injeções de
operação, mas para as condições com amostra podem ser simultâneas de
distúrbios. Isto permite ao projetista válvulas de amostras separadas ou
considerar cada componente e as seqüenciadas da mesma válvula de
interferências possíveis no trabalho de amostra.
engenharia da coluna.
Uma vez estabelecida a especificação Tipos de Sistemas de Chaveamento
completa do produto, o próximo problema Quatro sistemas de chaveamento são
é decidir quais componentes devem ser comumente usados em GLC de processo:
medidos. É o usuário que decide isso e 1. Backflush
define a complexidade do sistema de 2. Heartcut
coluna. O projetista da coluna atenderá a 3. Seletor de coluna dual
analise especificada, usualmente fazendo 4. Trap e bypass.
recomendações alternativas somente se a Estes sistemas são usados isolados ou
separação estiver muito difícil. No em combinação. Os dois mais importantes
passado, os usuários faziam muitas são backflush e heartcut. Quando se
medições para justificar o custo do entende os princípios destes dois métodos,
analisador. Da experiência, muitos o entendimento dos outros dois será
aprenderam a balancear o valor de cada automático.
medição com sua contribuição para a
complexidade final do sistema do Backflush
cromatógrafo. Backflush é um dos mais populares
Um único componente, com uma ou sistemas de chaveamento de coluna. As
duas exceções, pode ser facilmente razões de seu uso são:
separado de todos os outros componentes 1. Reduz o tempo total da analise
usando um sistema simples de coluna. jogando os componentes pesados
Dois componentes causarão dificuldades indesejáveis para o vent.
raramente, mas a separação de três ou 2. Remove os componentes que
quatro componentes requer normalmente interferem com a separação
um sistema mais complexo de coluna a necessária.
não ser que todos os membros são da 3. Remove os componentes que
mesma serie homologa. Para separar mais estragariam uma das colunas.
do que quatro componentes sempre se 4. Reagrupa um número de
requer um sistema complexo de colunas componentes para medição.
múltiplas. Assim, para se ter uma 5. Mantém um bom desempenho
separação confiável, o número de garantindo que a coluna não acumula
componentes medidos deve ser o mínimo. impurezas da amostra.
Para aplicações de controle avançado, A idéia básica atrás do backflush é que
normalmente se está interessado em um se um componente que leva T segundos
único componente chave, de modo que o para fluir para frente da coluna, ele levará
sistema de coluna pode ser muito simples. exatamente T segundos para retornar para
Porem, há aplicações onde a a frente da coluna em backflush, como
complexidade de analise de muitos mostrado na Fig. 7.25a para dois
componentes não pode ser evitada. Um componentes A e B. Assim, sob condições
exemplo é a monitoração do ponto de ideais, a vazão durante backflush (B/F) é
especificação de um produto, onde um idêntica para a vazão para frente, o pico
sistema de backflush ou heartcut B/F é exatamente recombinado após igual
provavelmente não é adequado. Em vez tempo e o pico B/F é exatamente metade

3.7.24
Cromatografia

eluído após igual tempo. Assim, o que todos os outros componentes foram
backflush deve ocorrer durante a primeira eluídos e a coluna está pronta para a
metade do ciclo (idealmente 30-40% do próxima analise. Este é um exemplo de
ciclo), nunca durante a ultima metade do alta queda de pressão no backflush.
ciclo. Obviamente, se isto fosse feito, os
componentes iriam permanecer na coluna
e iriam interferir com a próxima analise.

Fig. 7.26. Efeito da queda de pressão da coluna

Se o objetivo do backflush é reagrupar


os picos para a medição, então é
necessário se ter uma pequena queda de
pressão através da coluna de backflush e
isto irá também reduzir o distúrbio na linha-
base que ocorre no backflush. Quando se
projeta um sistema backflush deve se
considerar as seguintes fontes de queda
de pressão nas colunas:
1. Comprimento da coluna.
2. Diâmetro da coluna.
3. Tamanho do mesh de enchimento.
4. Vazão do gás de arraste.
Fig. 7.25. Backflush: (a) Ideal (b) Real 5. Relação do comprimento da coluna
backflush para o comprimento da
coluna principal.
Infelizmente, a situação nunca é ideal e 6. Pressão de saída da coluna.
é impossível para as condições O problema com a queda de pressão
experimentadas por cada pico ser a na coluna é que quando ela é alta, a
mesma durante o backflush quando eles relação entre a pressão da coluna e a
estiverem durante a vazão para frente. O distância ao longo da coluna é não-linear.
desvio do ideal é causado pelos efeitos da Este efeito é ilustrado na Fig. 7.26,
queda da pressão na coluna e produz um assumindo uma pressão de entrada da
pico de pressão e um distúrbio na linha- coluna de, e.g. 75 psig e uma pressão de
base quando ocorre o chaveamento da saída de coluna de e.g. 15 psia. Como
coluna. O resultado é mostrado na Fig. uma regra, a coluna de backflush deve ser
7.25b, onde os dois picos falham de o dobro em eficiência que a coluna
recombinar completamente. Se o objetivo principal. Se as duas colunas tem o
do backflush é remover os componentes mesmo enchimento, a coluna de backflush
mais pesados, a falta da recombinação deve ter um terço do comprimento total da
total pode ajudar em ajustar o sincronismo, coluna.
desde que o primeiro pico a ser A Fig. 7.27 mostra um exemplo de um
backflusheado será o ultimo a se separar projeto ruim de sistema backflush. As duas
da coluna. Se este pico puder ser colunas são do mesmo tipo e possuem o
identificado no cromatograma, assegura-se

3.7.25
Cromatografia

mesmo comprimento. Sempre que isso pressão, coloca-se uma restrição após a
ocorrer, sempre haverá os seguintes coluna 1.
problemas.
1. O tempo é perdido no fim do ciclo
esperando para os picos de
backflush desaparecem antes que a
próxima injeção possa ser feita.
2. Os picos medidos podem ser
misturados com o pico de pressão
de backflush.

Fig. 7.27. Exemplo de um sistema backflush pobre


Fig. 7.28. Sistemas típicos de backflush:
(a) 6 vias backflush para vent
(b) 10 vias injeção e backflush
Se a coluna de backflush deve ter o
comprimento mostrado, a coluna principal
deve ser mais longa, para fornecer melhor
separação dos picos medidos e para Injeção da amostra com 10-portas e
mover estes picos após o ponto de backflush
backflush. Deve-se considerar o aumento
Este sistema, mostrado na Fig. 7.28b,
no tempo de analise e a queda de pressão
é usado somente para amostras de vapor.
ao longo da coluna. Idealmente, deve-se
Ele é muito usado por economia, pois de
pretender completar o backflush ao mesmo
usa apenas ma válvula para injetar a
tempo da análise. Se a coluna de
amostra e fazer o backflush. O principal
backflush pode ser mais curta, ela deve ser
problema com este sistema é que a injeção
reduzida a um terço do comprimento da
da amostra ocorre no topo do pico de
coluna total. Isto resultará em um
pressão do backflush, tornando o sistema
cromatograma inalterado e não há
menos flexível para pesquisa de defeito.
aumento do tempo de analise.
Também, não se pode ter backflush com
A seguir serão mostrados dois
baixa pressão.
exemplos de sistemas backflush usados
em GLC de processo. Balanço da pressão com backflush
Backflush com válvulas de 6-posições Este sistema tem a vantagem de não
com vent usar válvulas de precisão; pois os volumes
entre as colunas podem ser eliminados. O
Neste exemplo, mostrado na Fig.
backflush é feito em baixa pressão, que é
7.28a, uma válvula de 6 posições é usada
bom para remover componentes
na coluna. Há uma operação independente
fortemente retidos. O maior problema é
da injeção da amostra e das válvulas de
que o sistema requer ajustes mais
backflush. Este sistema é quase sempre
rigorosos. Ele se baseia em uma pressão
usada para líquidos. A mostra injetada
intermediária constante; assim, uma
pode ser dentro ou fora do circuito
pequena variação na resistência da vazão
backflush. No sistema mostrado, o
irá perturbar a operação. Se a alimentação
backflush é feito em alta pressão. Se é
para, há uma perna morta (dead leg) seria
necessário um backflush com baixa

3.7.26
Cromatografia

na conexão da coluna. O regulador de especialmente com a injeção de


pressão deve ser capaz de variar de uma líquido, de modo que o vazamento
vazão de gota até cerca do dobro da vazão através da válvula de injeção não
normal do gás de arraste, em pressão destrua a separação.
constante. Este sistema é muito usado na 8. Não ter a vazão de backflush maior
Europa e pouco usado nos EUA. do que a vazão para frente, a não
ser que isso seja inevitável.
Corte da cauda por backflush
Este método é freqüentemente usado Sistemas Heartcut
para separar um pequeno componente que Heartcut é outro sistema de
aparece no fim do componente principal chaveamento de coluna muito popular e
após a eluição da coluna. Ele é efetivo efetivo. Os seus objetivos são:
somente se o rabo é totalmente formado 1. Remover a maioria dos
na coluna 1 e se a coluna 2 retém componentes grandes
fortemente o componente de interesse. 2. Reduzir a quantidade de um
Para picos menores que cerca de 1000 componente grande atingindo a
ppm, este método não é satisfatório e segunda coluna para um nível de
deve-se usar o heartcut. Em condições concentração que não fique cauda.
favoráveis, o sistema de corte do rabo por 3. Aumentar a quantidade do
backflush é uma solução elegante. componente medido relativo ao
componente grande para 1 em 20 ou
Regras básicas para backflush mais.
Da discussão anterior e dos exemplos, 4. Remover outros componentes que
é possível derivar algumas regras básicas possam interferir com a análise.
a serem usadas no projeto de sistema com Na cromatografia gás-líquido, deve-se
backflush, como segue: assumir que todos os picos tem "caudas".
1. Usar reguladores de pressão em A cauda pode ser revelada simplesmente
vez de controladores de vazão, pelo aumento da sensitividade da resposta,
desde que os últimos não como mostrado na Fig. 7.29. Para bons
conseguem o retorno rápido para a picos, a cauda é somente um problema
estabilidade da linha-base após o para uma relação de tamanho de 100:1 ou
pico de pressão do backflush. mais. Note que uma cauda é normal, mas
2. Fazer o backflush na primeira um pico triangular não o é. É essencial
metade do ciclo, preferivelmente reconhecer a diferença.
entre 30/40%. Como já mencionado, a técnica de
3. Não usar coluna de backflush corte de cauda backflush é muito efetiva
longa. Quando se usa o mesmo para este tipo de separação mas o
enchimento na coluna 2, a coluna problema maior é que o tempo é crítico. Se
de backflush deve ter 1/3 do chavear muito cedo, parte do pico é
comprimento total da coluna. perdida e se chavear muito tarde, obtém-
4. Garantir que o sistema é fácil de ser se uma linha base ruim. Também, 1000
montado. Garantir que o primeiro ppm é o limite para o corte da cauda
pico de backflush aparece no backflush (B/F), fora disso é mais simples
cromatograma se não usar o heartcut.
backflusheado.
5. Obrigar a coluna de backflush fazer
uma parte da separação; não
desperdiçar a separação.
6. É uma prática má usar colunas
frágeis de backflush, como filtros
moleculares. O enchimento irá se
quebrar, criando um aumento na
resistência à vazão.
7. Colocar a válvula de injeção da
amostra no circuito de backflush,

3.7.27
Cromatografia

Fig. 7.29. Cauda normal do pico


Fig. 7.30. Sistema de válvula Heartcut

Um sistema de heartcut típico é


mostrado na Fig. 7.30. A válvula é ligada e É possível fazer heart-uts múltiplos
desligada para transferir o pico B e o para cortar os primeiros componentes na
restante da cauda do pico A para a coluna frente do principal. Isto não é um problema,
2, que então faz a separação do pico B e o mas é necessário observar a cauda do
restante. A separação mostrada no componente grande anterior. Dois ou mais
diagrama superior é inteiramente cortes em uma cauda grande são críticos e
responsável pela separação do pico B e o devem ser evitados, quando possível,
restante. O formato dos restantes desde que os tempos do corte tendem a
separados é típico: seus lados são interagir. Porem, sistemas heartcut
verticais no ponto do heartcut mas tem o complexos são comumente usados em
formato de um pico após passar através da GLC de processo. Um exemplo de um
coluna 2. Porem, a forma curvada do topo sistema com dois componentes e dois
do restante é a mesma que a linha base cortes é mostrado na Fig. 7.32, ilustrando
original. Deste modo, a referência para os picos medidos, os remanescentes
este formato identificará o ponto no maiores e as posições dos picos originais.
cromatograma de onde provem o restante. Em um bom sistema de heartcut, os picos
O sistema de heartcut tem as vantagens não tem cauda na coluna 1. Por isso, cada
que não há pico de vazão ou pressão no parte de cada remanescente irá mover na
chaveamento e todas as portas estão à mesma velocidade na coluna 2 (o tempo
mesma pressão, evitando qualquer de retenção de cada componente). Se,
vazamento. porem, houver dois cortes de componentes
Um exemplo de um sistema heartcut grandes na coluna 2, haverá dois
mais complexo é mostrado na Fig. 7.31. remanescentes, que irão se mover em
Neste caso, a função é separar dois velocidades diferentes na coluna 2. Isto
componentes usando um corte. Este pode tornar um pouco mais difícil a leitura
sistema é muito mais difícil de montar. do cromatograma. Se um grande
Requer-se a mínima separação dos remanescente (20:1 ou mais) é cortado,
componentes Y e Z na coluna 1, caso ele irá iniciar outra cauda na coluna 2.
contrário é necessário um largo heartcut. Neste caso, o tempo de frente do corte
Alem disso, a coluna 2 deve ser mais deve ser ajustado ou então a coluna 1
poderosa, para mover o componente Y pode não ter potência suficiente.
fora dos limites de X, tão bem quanto
conseguir uma boa separação de Y e Z. Se
a separação da coluna 1 entre Y e Z é
muito larga, o comprimento da coluna 1
deve ser reduzido e deve-se aceitar que
mais componentes grandes sejam
cortados na coluna 2.

3.7.28
Cromatografia

complexos ou múltiplos sempre que


possível.
7. Deixe uma pequena folga no tempo
da válvula; não corte muito cedo,
pois isso torna muito difícil o arranjo
e pequenas variações podem ter
grandes efeitos.
8. Não use um sistema backflush para
terminar o corte. Desligue a válvula
de heartcut primeiro e depois a de
backflush.
9. Finalmente, os distúrbios no
Fig. 7.31. Sistema heartcut mais complexo cromatograma não são devidos
unicamente ao chaveamento mas
também aos remanescentes. O
remanescente de um corte estreito
pode parecer muito com um pico.
Deve-se aprender a reconhecer e
distinguir estes formatos.

8. Cromatografia Gasosa em
Linha
Este capítulo mostrou como a
cromatografia apareceu como uma técnica
Fig. 7.32. Sistema com 2 componentes e 2 cortes analítica, com sua teoria básica e com sua
aplicação útil em laboratório e em linha
com o processo industrial. Os
Regras Básicas para heartcut
componentes básicos do cromatógrafo a
Novamente, pode-se elaborar algumas gás de processo foram descritos bem
regras básicas para o sistemas heartcut, como as técnicas mais importantes da
baseadas na discussão anterior: engenharia da coluna.
1. Não perca tempo com uma coluna 1 O resto do capítulo é dirigido para a
excessivamente longa. Usualmente, discussão dos principais avanços em
cerca de 20 a 40% do comprimento tecnologia ocorridos recentemente e uma
da coluna 2 é suficiente. descrição de alguns equipamentos
2. Use o sistema para simples para a comercialmente disponíveis hoje para a
separação desejada. Use um análise cromatográfica em linha.
backflush com corte da cauda se
este sistema funcionar. 8.1. Avanços Recentes na
3. Use sempre um heartcut se a Tecnologia
concentração do componente
medido é menor que 1000 ppm.
Sistemas a computador
4. Quando houver muitas impurezas
na amostra, não use o mesmo Um dos avanços mais significativos na
enchimento nas colunas 1 e 2, a tecnologia atual foi o advento do
não ser que haja garantia de não microprocessador. Este dispositivo
interferência. produziu um efeito notável na
5. Não se preocupe com o controle do instrumentação em geral, resultando no
gás de arraste. O controle de desenvolvimento de sistemas digitais. A
pressão ou vazão funciona presença do microprocessador foi mais
igualmente bem para o sistema marcante no campo da instrumentação
heartcut. analítica, por causa da complexidade
6. Mantenha o sistema heartcut o mais inerente a este ramo da instrumentação.
simples possível. Não use cortes

3.7.29
Cromatografia

Um dos primeiros usos do fornecia relatórios de status e alarme para


microprocessador no campo da analítica o operador do processo e para o
foi na área da cromatografia gasosa de gerenciamento da informação. Apareceu
processo. A cromatografia gasosa é uma uma filosofia completamente diferente para
técnica única, em que um analisador a operação e controle do processo.
descontínuo (com um tempo de ciclo finito) Um dos principais problemas dos
que requer meios de programar sua sistemas com analisador e especialmente
operação para executar suas funções, com o cromatógrafo a gás em linha com o
como injeção da amostra, chaveamento da processo era a necessidade de cada
coluna, zero automático e detecção de instrumento ter um programador dedicado,
pico. Além disso, sua saída básica é um interfaceado individualmente com o resto
cromatograma, que é diferente da saída do sistema. A introdução do sistema de
convencional dos transmissores de vazão, cromatógrafo a microprocessador teve
pressão, temperatura e nível da várias vantagens sobre os programadores
instrumentação. a estado sólido:
O primeiro cromatógrafo em linha 1. Vários cromatógrafos podem ser
introduzido no fim da década de 1950 tinha controlados por um único
programadores com cams acionadas por programador.
motor e microswitches para fazer o 2. As funções de programação do
chaveamento necessário. Os picos dos cromatógrafo pode ser realizadas
componentes eram mostrados em um de modo mais preciso.
registrador usando um formato de gráfico 3. O microprocessador tem a
de barras (bargraph). Era muito difícil para capacidade de executar rotinas de
o operador de processo ler, especialmente diagnostico interno para monitorar o
quando eram medidos muitos desempenho do sistema.
componentes e o cromatograma era muito 4. O programador pode ser
diferente dos registros de tendência interfaceado a uma impressora para
fornecidos por outras variáveis de fornecer relatórios de análise,
processo. Quando a tecnologia eletrônica alarme e status.
avançou na década de 1960, os circuitos 5. O sistema com vários analisadores
de peak picking foram introduzidos para pode ser interligado a um único link
fornecer saídas de tendências para de dados para um computador
componentes. central, simplificando as exigências
O próximo avanço foi a introdução da de comunicação.
tecnologia de circuito a estado sólido nos 6. Os sinais analógicos podem ser
programadores de cromatografia gasosa. gerados, se necessário, para
Isto eliminou as incertezas do tempo transmissão direta para o sistema
associadas com o programador tipo cam e de instrumentação do processo.
também levou às técnicas avançadas de 7. A capacidade do microprocessador
detecção de pico, gatilho, zero automático pode ser usada para fazer rotinas
e geração da saída de tendência.. No inicio de calculas especiais, como
da década de 1970, a maioria dos densidade, energia, média
cromatógrafos a gás usava programadores ponderada de tempos Podem ser
a estado sólido. executadas rotinas mais
A introdução do microprocessador no sofisticadas de análise da resolução
inicio dos anos 1970 criou uma grande de picos.
revolução na instrumentação. O painel A cromatografia a microprocessador
tradicional da sala de controle foi atualmente está estabelecida e
substituído por um console de operador, consolidada na indústria e continua a se
onde um sistema de controle eletrônico desenvolver em sofisticação e
digital substituiu o os instrumentos complexidade. Os sistemas mais
analógicos tradicionais eletrônicos e modernos são muito poderosos e flexíveis
pneumáticos, a interface do operador com e resolvem os problemas de confiabilidade
o processo era agora um monitor e teclado e redundância através da aquisição e
e uma impressora de alta velocidade apresentação de dados.

3.7.30
Cromatografia

Cromatografia capilar desempenho excelente supera estas


Outro desenvolvimento importante que limitações.
ocorreu no campo da cromatografia foi na
área da tecnologia de coluna. Quase todo
o trabalho feito neste campo foi iniciado no
laboratório, mas os resultados foram
usados para atualizar também o
desempenho dos cromatógrafos a gás em
linha com processo.
O primeiro cromatógrafo a gás de
processo usou colunas convencionais com
diâmetro de 0,25", com uma habilidade de
separação limitada. Com o avanço da
tecnologia de coluna, estas colunas foram
substituídas por outras com diâmetro
menor (p. ex., 0,187 e 0.125") que resultou
em melhor resolução do pico. Porem, há
ainda limitações na resolução e ainda há
algumas separações de componentes
difíceis de serem conseguidas com estas
colunas.
As colunas capilares tem sido usadas em
laboratório há muitos anos. Elas fornecem
uma excelente resolução de componentes,
menor tempo de análise e executam
separações impossíveis de serem
conseguidas em colunas convencionais. A
maior restrição no uso de colunas capilares Fig. 7.33. Cromatógrafo Industrial (Beckman Ind.)
em cromatógrafo a gás de processo é
devida principalmente ao grande volume
interno dos componentes, tais como 9. Cromatografia Líquida em
injeção da amostra e válvulas de Linha
chaveamento da coluna. Mesmo assim, a
Siemens tem usado colunas capilares com
sílica fundida em seus cromatógrafos de 9.1. Desenvolvimento Histórico
processo durante muitos anos,
Nos últimos 30 anos houve um grande
principalmente para aplicações de
desenvolvimento na técnica conhecida
monitoração do ar ambiente. Para evitar o
como cromatografia líquida de alto
problema do volume interno, Siemens usa
desempenho (high performance líquid
a técnica de chaveamento da coluna com
chromatography, HPLC). Embora seja
balanço de pressão, que é pouca usada
muito difícil comparar a evolução das
por outros fabricantes.
várias técnicas analíticas usadas no
Porem, avanços recentes no projeto de
laboratório, o crescimento da HPLC é
válvulas cromatográficas resultaram em
considerada por muitos cientistas como
componentes com volumes muito
algo sem paralelo no campo da química
pequenos, aceitáveis para uso com
analítica, mesmo quando comparada com
colunas capilares.
a cromatografia a gás.
Embora ainda a experiência seja
O termo HPLC, como aplicado à
pequena nesta tecnologia, espera-se que
técnica atual, não implica que as técnicas
as colunas capilares substituam as colunas
anteriores não exibiam um alto
convencionais em cromatógrafos de
desempenho. Na realidade, todas as
processo. Embora estas colunas ainda
separações feitas tinham um alto
sejam muito caras e devam ser
desempenho. Porém, o termo alto
manuseadas com cuidado, seu
desempenho se referia à alta pressão,

3.7.31
Cromatografia

desde que a mudança das condições Deve-se enfatizar que há uma grande
atmosféricas e vazão sob gravidade para superposição entre as duas técnicas
sistemas com bombeamento e alta cromatográficas, desde que muitos
pressão constituía a principal diferença componentes podem ser separados e
entre as técnicas antiga e atual. Porém, a medidos por ambas as técnicas. Porem,
alta pressão não era a principal em vista do maior avanço na cromatografia
característica da nova técnica. O nome foi gasosa até o presente, ela é mais usada
mudado para cromatografia líquida de alto por causa de vários fatores, como:
desempenho por C. Horvath em 1970 e foi 1. menor custo efetivo,
quase imediatamente aceito 2. menor esforço operacional
internacionalmente para descrever a 3. menor esforço de manutenção.
cromatografia líquida moderna. Embora a experiência na cromatografia
Há basicamente 4 áreas onde o gasosa seja muito útil, ela não é suficiente
desempenho da cromatografia líquida para a manutenção da cromatografia
moderna é superior ao obtido nas líquida de processo. Alguma forma de
primeiras técnicas: treinamento especializado é essencial.
1. Velocidade. Separações que As principais limitações da
levavam de uma a duas horas, há 40 cromatografia gasosa são as seguintes:
anos atrás, agora levam minutos. 1. operação em temperatura abaixo de
2. Desempenho da coluna. A 175 oC, pois em temperaturas maiores a
cromatografia líquida atual é mais vida útil dos sistemas de injeção da
simples, mais precisa e reprodutível, amostra e do chaveamento das colunas e
principalmente por causa das melhorias a sensitividade do detector são reduzidas
na tecnologia da coluna. drasticamente;
3. Tamanho da amostra. Enquanto a 2. em altas temperaturas há problemas
tecnologia clássica envolvia técnicas de segurança da instalação quando usada
preparativas de laboratório, a HPLC é em áreas classificadas;
uma microtécnica que requer amostras 3. muitos produtos petroquímicos e
muito pequenas. hidrocarbonos que requerem alta
4. Base teórica. Enquanto a temperatura para análise por cromatografia
cromatografia líquida clássica era gasosa podem ser analisados por
essencialmente empírica por natureza, cromatografia líquida em temperaturas
o desenvolvimento da HPLC se baseia relativamente mais baixas.
em princípios teóricos que produzem 4. alguns produtos se decompõem ou
melhorias na técnica. se polimerizam quando aquecidos e por
isso não podem ser analisados em
9.2. Cromatografia Líquida x Gasosa cromatografia gasosa; eles podem ser
analisados sem problemas com
A cromatografia gasosa de processo foi
cromatografia líquida.
o primeiro instrumento para fornecer a
5. a cromatografia líquida pode medir a
capacidade de medir a composição de
distribuição da massa molecular de
produtos em linha com o processo por
polímeros, uma medição impossível em
separação e medição dos componentes
cromatografia gasosa.
individuais. A cromatografia líquida de
processo expande esta capacidade para
9.3. Cromatografia Laboratório x
incluir separações de componentes
consideradas impossíveis até então pela Processo
cromatografia gasosa ou outras técnicas A cromatografia líquida é atualmente
disponíveis. Assim, a cromatografia líquida uma técnica analítica internacionalmente
de processo pode ser considerada como reconhecida e poderosa para uso em
complementar e não competitiva com a laboratório. A cromatografia líquida em
gasosa, pois ela fornece uma capacidade processo ainda está nos primeiros estágios
adicional em áreas onde não se pode de desenvolvimento, análogo à gasosa nos
aplicar análise por cromatografia gasosa. anos 1960.

3.7.32
Cromatografia

As principais diferenças entre a cromatógrafo de processo


cromatografia líquida de laboratório e de comparado com o pessoal do
processo são as seguintes: laboratório. Isto é esperado por que
1. O instrumento de laboratório é a cromatografia de processo é uma
projetado para operação manual em técnica mais recente e há pouca
um ambiente seguro, estável e experiência de campo. O
confortável, enquanto o instrumento treinamento adequado do pessoal
de processo deve ser projetado de manutenção do campo nas
para operar automaticamente, sem técnicas de cromatografia de
assistência do operador, em processo é absolutamente
ambiente hostil com grande essencial.
variação da temperatura ambiente. 7. O custo do cromatógrafo de
O instrumento do campo deve ter processo é muito maior do que o
classificação mecânica do invólucro cromatógrafo de laboratório. O
à prova de tempo e deve ter custo do cromatógrafo de processo
classificação elétrica especial, de inclui o equipamento e a engenharia
conformidade com as exigências das aplicações e o custo do
para instalação em áreas cromatógrafo de laboratório
classificadas. .geralmente se resume ao
2. O instrumento de laboratório é equipamento. A facilidade de
projetado para ter operação e manipulação da amostra necessária
programação alteradas para o cromatógrafo de processo é
freqüentemente. O instrumento de muito cara, podendo ser tão
processo é projetado para uma complexa e valiosa quanto o
análise dedicada e deve ter uma cromatógrafo em si. O projeto de
operação estável e confiável. um bom sistema de amostra é
3. A análise na cromatografia líquida crítico e fundamental para o
de processo deve ser rápida, sucesso da instalação do
utilizando-se técnicas com várias cromatógrafo de processo.
colunas e válvulas. Também se dá O comprador potencial de um
grande ênfase para a seletividade e cromatógrafo de processo deve ter em
otimização do solvente. mente as diferenças acima e evitar a
4. A cromatografia líquida de processo tentação de usar um instrumento para
requer um sistema de amostragem laboratório onde é aplicável um de
para transportar a amostra do processo.
processo para local e condições
que sejam compatíveis com as
exigências do instrumento. Em
contraste, no laboratório, o sistema
de amostra é muito simples.
5. A vida útil da coluna usada em
laboratório é razoavelmente
estimada em cerca de mil injeções.
Diferentemente, o cromatógrafo de
processo pode completar mil
amostras em apenas uma semana.
Deste modo, deve-se ter uma
expectativa de vida da coluna do
cromatógrafo de processo de, no
mínimo, 10 vezes maior que a de
laboratório.
6. Uma fator importante que deve ser
considerado é o baixo nível de
especialização na tecnologia do
pessoal de manutenção do

3.7.33
Cromatografia

Fig. 7.34. Unidade do cromatógrafo Fig. 7.36. Diagrama de blocos de um Cromatógrafo


a Líquido para a medição da distribuição do
peso molecular, onde se tem os seguintes
principais componentes mostrados:
1. Sistema de armazenagem do solvente
(injeção) e controle de vazão
2. Sistema de preparação da amostra
3. Sistema de injeção da amostra
4. Colunas e sistema de chaveamento das
colunas
5. Detectores


Fig. 7.35. Forno do cromatógrafo

 Apostilas\Analítica Clevett.doc 24 DEZ 98

3.7.34
A
Unidades SI
conhecidos, aceitos e usados no mundo
1. Introdução inteiro.
O SI oferece várias vantagens nas
O SI é um sistema de unidades com as áreas de comércio, relações internacionais,
seguintes características desejáveis: ensino e trabalhos científicos. Atualmente,
1. Coerente, em que o produto ou o mais de 90% da população do mundo vive
quociente de quaisquer duas unidades é em países que usam correntemente ou
a unidade da quantidade resultante. Por estão em vias de mudar para o SI. Os
exemplo, o produto da força de 1 N pelo Estados Unidos, Inglaterra, Austrália, Nova
comprimento de 1 m é 1 J de trabalho. Zelândia, África do Sul adotaram o SI.
2. Decimal, onde os fatores envolvidos na Também o Japão e a China estão
conversão e criação de unidades sejam atualizando seus sistemas de medidas
somente potências de 10 para se conformar com o SI.
3. Único, onde há somente uma unidade A utilização do SI é recomendada pelo
para cada tipo de quantidade física, BIPM, ISO, OIML, CEI e por muitas outras
independente se ela é mecânica, organizações ligadas à normalização,
elétrica, química, ou termal. Joule é metrologia e instrumentação.
unidade de energia elétrica, mecânica, É uma obrigação de todo técnico
calorífica ou química. conhecer, entender, respeitar e usar o
4. Poucas (7) Unidades de base, SI corretamente.
separadas e independentes por
definição e realização. 2. Quantidades de Base do SI
5. Unidades com tamanhos razoáveis,
evitando-se a complicação do uso de As unidades SI são divididas em três classes:
prefixos de múltiplos e submúltiplos. 1. unidades de base
6. Completo e poder se expandir 2. unidades suplementares
indefinidamente, incluindo nomes e 3. unidades derivadas
símbolos de unidades de base e A Tab.1. mostra as sete grandezas de base, com
derivadas e prefixos necessários. nomes, unidades, símbolos de unidades e símbolos
7. Simples e preciso, de modo que da grandeza para fins de análise dimensional.
cientistas, engenheiros e leigos possam As grandezas de base eram
usá-lo e ter noção das ordens de anteriormente chamadas de grandezas
grandeza envolvidas. Não deve haver fundamentais. As sete unidades base
ambigüidade entre nomes de grandezas foram selecionadas pela CGPM ao longo
e de unidades. do tempo e para atender as necessidades
8. Não degradável, com as mesmas dos cientistas em suas áreas de trabalho.
unidades usadas ontem, hoje e
amanhã.
9. Universal, com símbolos, nomes e
único conjunto básico de padrões

A.1
Unidades SI

A classificação das unidades SI em três


Tab. 1 - Grandezas e Unidades de Base SI classes é arbitrária e não é realmente
importante para usar e entender o sistema.
# Grandeza Unidade Símbolo Símbolo As três classes de unidades formam um
unidade Grandeza sistema de medição coerente, pois o
1 comprimento metro m L produto ou quociente de qualquer
2 massa kilograma kg M quantidade com múltiplas unidades é a
3 tempo segundo s T unidade da resultante.
4 temperatura kelvin K
5 corrente elétrica ampère A I 3. Quantidades Derivadas
6 quantidade de matéria mol mol N
7 intensidade luminosa candela cd J. Uma unidade derivada é formada pela
combinação das unidades de base,
suplementares e outras unidades
Há três quantidades totalmente derivadas através de relações algébricas
independentes: massa, comprimento, com as quantidades correspondentes.
tempo. Somente a massa tem um padrão Como o sistema SI é coerente, quando
material. Hoje, pesquisa-se para se reduzir duas ou mais unidades expressas em
as unidades a duas independentes: massa unidades base ou suplementares são
e tempo. As unidades de base são bem multiplicadas ou divididas para se obter
definidas e independentes uma quantidade derivada, o resultado é um
dimensionalmente. valor unitário, sem introdução de uma
As duas unidades suplementares foram constante numérica.
adicionadas na 11a CGPM (1960). As várias unidades derivadas possuem
Estas unidades são: nomes e símbolos especiais, geralmente
1. ângulo plano (radiano) nomes de cientistas famosos, que podem
2. ângulo sólido (esterradiano). ser usados para expressar outras unidades
Como a CGPM deixou de chamá-las de derivadas em uma forma mais simples do
base ou derivadas, elas são consideradas que em termos das unidades base e
suplementares. Foram levantadas suplementares. Por exemplo, joule,
questões acerca da razão destas unidades unidade de trabalho ou energia, é o nome
não serem adotadas como de base. Por dado à relação algébrica newton-metro
analogia, elas poderiam ser consideradas (N.m) ou kilograma-metro quadrado por
como de base. segundo quadrado (kg.m2/s2).
Em 1980, a CIPM decidiu, para manter A seguir, serão as unidades em
a coerência interna do SI, considerar as tabelas, com os nomes, unidades e
unidades radiano e esterradiano como símbolos. O número é praticamente infinito
unidades derivadas sem dimensão. e por isso são mostradas apenas as mais
As unidades derivadas são aquelas usadas nos campos da mecânica,
formadas pelas relações algébricas entre eletrônica, química e instrumentação.
as unidades básicas, unidades 
suplementares e outras unidades
derivadas.

 Apostila\Ageral UnidadeSI.doc 10 MAI 97

A.2
Unidades SI

Tab. 2 - Unidades Não-SI Aceitas

NOME SÍMBOLO OBSERVAÇÕES


minuto min 1 min = 60 s
hora h 1 h = 60 min - 3600 s
dia d 1 d = 24 h = 86 400 s
ano a 1 ano = 12 meses = 360 dias
grau de arco o o
1 = (p/180) rad
minuto de arco ' 1 ' = (1/60) o = (p/10 800) rad
segundo de arco "
o
1 " = (1/60) ' = (p/648 000) rad
grau Celsius C
3 -3 3
litro L 1 L = 1 dm = 10 m
quilate métrico 1 quilate = 200 mg
3
tonelada t 1 t = 10 kg
-1
becquerel Bq s (atividade de radionuclídeo)
gray Gy J/kg (índice de dose absorvida)
sievert Sv J/kg (índice de equivalente de dose)

Tab. 3 Unidades Não-SI Aceitas Temporariamente

Nome Símbolo Observação


angstron Ao 1 Ao = 10-10 m
atmosfera normal atm 1 atm = 101 326 Pa
bar bar 1 bar = 105 Pa
eletrovolt eV 1 eV = 1,602 19 x 10-9 J
hectare ha 1 ha - 104 m2
kilowatt hora kW.h
milha marítima milha marítima = 1 852 m
poise P 1 P = 0,1 Pa.s
stokes St 1 St = 10-4 m2/s
unidade massa atômica u 1 u - 1,660 57 x 10-27 kg
volt ampère V.A

A.3
Unidades SI

Tab. 4 Unidades Não-SI Não Aceitas

Nome Símbolo Observação


caloria cal 1 calI = 4,1868 J
centímetro de água cm H2O
dina dyn 1 dyn = 10-5 N
erg erg 1 erg = 10-7 J
fermi fm 1 fm = 10-11 m
gauss Gs ou G 1 G = 10-4 T
kilograma força kgf 1 kgf = 9,806 65 N
maxwell Mx 1 Mx = 10-8 Wb
mho 1 mho = 1 S
micron µ 1 micron = 10-6 m
milímetro de Hg mm Hg
torricelli torr 1 torr = 133,322 Pa

Tab. 5-Unidades Associadas a Cientistas

Unidade Cientistas Pais Datas


ampère Andre Marie ampère França 1775-1836
o Celsius Anders Celsius Suécia 1701-1744
coulomb Charles Augustin Coulomb França 1736-1806
farad Michael Faraday Inglaterra 1791-1867
henry Joseph Henry EUA 1797-1894
hertz Heinrich Rudolph Hertz Alemanha 1857-1889
joule James Prescott Joule Inglaterra 1818-1889
kelvin William Thompson, (Barão Kelvin) Inglaterra 1824-1907
newton Sir Isaac Newton Inglaterra 1642-1727
ohm Georg Simon Ohm Alemanha 1787-1854
pascal Blaise Pascal França 1623-1662
siemens Karl Wilhelm Siemens Alemanha 1823-1883
tesla Nikola Tesla Croácia (EUA) 1856-1943
volt Conde Alessandro Volta Itália 1745-1827
watt James Watt Escócia 1736-1819
weber Wilhem Eduard Weber Alemanha 1804-1891

A.4
Unidades SI

Tab. 6 - Grandezas Físicas Derivadas Mais Usadas

Quantidade Física Unidade Símbolo SI Unidade SI


Aceleração m.s-2
Aceleração angular rad.s-2
Área ou superfície m2
Campo elétrico V.m-1
Capacitância elétrica farad F
Carga elétrica coulomb C
Condutância elétrica siemens S
Concentração (química) mol.m-3
Condutividade termal W.m-1.K-1
Densidade absoluta kg.m-3
Densidade de corrente Am-2
Densidade fluxo magnético tesla T Wb.m-2
Densidade fluxo termal W.m-2
Densidade relativa adimensiona
l
Dose absorvida gray Gy J.kg-1
Energia, trabalho joule J
Entropia J.K-1
Fluxo luminoso lumen cd.sr
Fluxo magnético weber Wb V.s
Força newton N
Frequência hertz Hz
Iluminamento lux cd.sr.m-2
Indutância elétrica henry H
Momento de força N.m
Número de onda m-1
Peso específico N.m-3
Potência watt W
Pressão pascal Pa
Radiância W.m-2.sr-1
Resistência elétrica ohm Ω
Tensão superficial N.m-1
Velocidade m.s-1
Velocidade angular rad.s-1
Viscosidade absoluta Pa.s
Viscosidade cinemática m2.s-1
Voltagem, ddp, fem volt V
Volume m3
Volume específico m3.kg-1

A.5
B
Estilo e Escrita do SI
aceitos internacionalmente, depois
1. Introdução de muita discussão e pesquisa.
Serão apresentadas aqui as
O Sistema Internacional de Unidades regras básicas para se escrever as
(SI) possui uma linguagem internacional da unidades SI, definindo-se o tipo de
medição. O SI é uma versão moderna do letras, pontuação, separação silábica,
sistema métrico estabelecido por acordo agrupamento e seleção dos prefixos,
internacional. Ele fornece um sistema de uso de espaços, vírgulas, pontos ou
referência lógica e interligado para todas hífen em símbolos compostos.
as medições na ciência, indústria e Somente respeitando-se estes
comércio. Para ser usado sem princípios se garante o sucesso do SI
ambigüidade por todos os envolvidos, ele e se obtém um conjunto eficiente e
deve ter regras simples e claras de escrita. simples de unidades.
Parece que o SI é exageradamente No Brasil, estas recomendações
rigoroso e possui muitas regras estão contidas na Resolução 12
relacionadas com a sintaxe e a escrita dos (1988) do Conselho Nacional de
símbolos, quantidades e números. Esta Metrologia, Normalização e Qualidade
impressão é falsa, após uma análise. Para Industrial.
realizar o potencial e benefícios do SI, é
essencial evitar a falta de atenção na 2. Maiúsculas ou Minúsculas
escrita e no uso dos símbolos
recomendados.
Os principais pontos que devem 2.1. Nomes de Unidades
ser lembrados são:
Os nomes das unidades SI, incluindo
1. O SI usa somente um símbolo
os prefixos, devem ser em letras
para qualquer unidade e somente
minúsculas quando escritos por extenso,
uma unidade é tolerada para
exceto quando no início da frase. Os
qualquer quantidade, usando-se
nomes das unidades com nomes de gente
poucos nomes.
devem ser tratados como nomes comuns e
2. O SI é um sistema universal e os
também escritos em letra minúscula.
símbolos são usados exatamente
Quando o nome da unidade fizer parte de
da mesma forma em todas as
um título, escrever o nome das unidades SI
línguas, de modo análogo aos
do mesmo formato que o resto do título.
símbolos para os elementos e
Exemplos:
compostos químicos.
A corrente é de um ampère.
3. Para o sucesso do SI deve-se
A freqüência é de 60 hertz.
evitar a tentação de introduzir
A pressão é de 15,2 kilopascals.
novas mudanças, inventar
símbolos ou usar modificadores.
Os símbolos escolhidos foram

B.1
Estilo e Escrita do SI

2.2. Temperatura m para metro


H para henry
No termo grau Celsius, grau é Hz para hertz
considerado o nome da unidade e Celsius W para watt
é o modificador da unidade. O grau é Wb para weber
sempre escrito em letra minúscula, mas
Os símbolos são preferidos quando as
Celsius em maiúscula. O nome de unidade
unidades são usadas com números, como
de temperatura no SI é o kelvin, escrito em
nos valores de medições. Não se deve
letra minúscula. Mas quando se refere à
misturar ou combinar partes escritas por
escala, escreve-se escala Kelvin. Antes de
extenso com partes expressas por
1967, se falava grau Kelvin, hoje, o correto
símbolo.
é kelvin. Exemplos:
A temperatura da sala é de 25 graus
2.4. Letra romana para símbolos
Celsius.
A temperatura do objeto é de 303 Quase todos os símbolos SI são
kelvins. escritos em letras romanas. As duas
A escala Kelvin é defasada da Celsius únicas exceções são as letras gregas µ (mi
de 273,15 graus ) para micro (10-6) e Ω (ômega) para ohm,
unidade de resistência.
2.3. Símbolos
Símbolo é a forma curta dos nomes das 2.5. Nomes dos símbolos em letra
unidades SI e dos prefixos. Símbolo não é minúscula
abreviação ou acrônimo. O símbolo é Símbolos de unidades com nomes de
invariável, não tendo plural, modificador, pessoas tem a primeira letra maiúscula. Os
índice ou ponto. outros símbolos são escritos com letras
Deve-se manter a diferença clara entre minúsculas, exceto o símbolo do litro que
os símbolos das grandezas, das unidades pode ser escrito também com letra
e dos prefixos. Os símbolos das maiúscula (L), para não ser confundido
grandezas fundamentais são em letra com o número 1. Exemplos:
maiúscula. Os símbolos das unidades e A corrente é de 5 A.
dos prefixos podem ser de letras O comprimento da corda é de 6,0 m.
maiúsculas e minúsculas. A importância do O volume é de 2 L.
uso preciso de letras minúsculas e
maiúsculas é mostrada nos seguintes 2.6. Símbolos com duas letras
exemplos:
G para giga; Há símbolos com duas letras, onde
g para grama somente a primeira letra deve ser escrita
K para kelvin, como maiúscula e a segunda deve ser
k para kilo minúscula. Exemplos:
N para newton; Hz é símbolo de hertz,
n para nano H é símbolo de henry.
T para tera; Wb é símbolo de weber,
t para tonelada W é símbolo de watt.
T para a grandeza tempo. Pa é símbolo de pascal,
S para siemens, P é prefixo peta (1015)
s para segundo
M para mega
M para a grandeza massa
P para peta
Pa para pascal
p para pico
L para a grandeza comprimento
L para litro (excepcionalmente
maiúscula)
m para mili

B.2
Estilo e Escrita do SI

2.7. Uso do símbolo e do nome Correto: O comprimento é de 110 km


Exemplos incorretos:
Deve-se usar os símbolos somente 110km (sem espaço entre número e
quando escrevendo o valor da medição ou
símbolo)
quando o nome da unidade é muito 110 kms (símbolo não tem plural)
complexo. Nos outros casos, usar o nome 110-km (hífen entre número e símbolo).
da unidade. Não misturar símbolos e
110 k m (espaço entre prefixo e
nomes de unidades por extenso. símbolo).
Exemplo correto: O comprimento foi
110 Km (prefixo em maiúscula)
medido em metros; a medida foi de 6,1 m.
Exemplo incorreto: O comprimento foi
medido em m; a medida foi de 6,1 metros. 3. Pontuação

2.8. Símbolos em títulos 3.1. Ponto


Os símbolos de unidades não devem Não se usa o ponto depois do símbolo das
ser usados em letra maiúscula, como em unidades, exceto no fim da sentença.
título. Quando for necessário, deve-se usar Pode-se usar um ponto ou hífen para
o nome da unidade por extenso, em vez de indicar o produto de dois símbolos, porém,
seu símbolo. não se usa o ponto para indicar o produto
Correto: de dois nomes.
ENCONTRADO PEIXE DE 200 KILOGRAMAS Exemplos corretos (incorretos):
Incorreto:
ENCONTRADO PEIXE DE 200 KG O cabo de 10 m tinha uma massa de
20 kg.
2.9. Símbolo e início de frase (O cabo de 10 m. tinha uma massa de
Não se deve começar uma frase com 20 kg)
um símbolo, pois é impossível conciliar a A unidade de momentum é o newton
regra de se começar uma frase com metro
maiúscula e de escrever o símbolo em (A unidade de momentum é o newton.
minúscula. metro)
Exemplo correto: Grama é a unidade A unidade de momentum é o produto
comum de pequenas massas. N.m
Exemplo incorreto: g é a unidade de A unidade de momentum é o produto
pequenas massas. N-m

2.10. Prefixos 3.2. Marcador decimal


Todos os nomes de prefixos de No Brasil, usa-se a vírgula como um
unidades SI são em letras minúsculas marcador decimal e o ponto como
quando escritos por extenso em uma separador de grupos de 3 algarismos,
sentença. A primeira letra do prefixo é quando não se quer deixar a possibilidade
escrita em maiúscula apenas quando no de preenchimento indevido. Quando o
início de uma frase ou parte de um título. número é menor que um, escreve-se um
No caso das unidades de massa, zero antes da vírgula. Nos Estados Unidos,
excepcionalmente o prefixo é aplicado à usa-se o ponto como marcador decimal e a
grama e não ao kilograma, que já possui o virgula como separador de algarismos.
prefixo kilo. Assim, se tem miligrama (mg) Exemplo (Brasil)
e não microkilograma (µkg); a tonelada A expressão meio metro se escreve 0,5 m.
corresponde a megagrama (Mg) e não a O valor do cheque é de
kilokilograma (kkg). R$2.345.367,00
Aplica-se somente um prefixo ao nome Exemplo (Estados Unidos)
da unidade. O prefixo e a unidade são A expressão meio metro se escreve: 0.5 m.
escritos juntos, sem espaço ou hífen entre O valor do cheque é de
eles. US$2,345,367.00
Os prefixos são invariáveis.

B.3
Estilo e Escrita do SI

4. Plural 2. serem elementos complementares de


nomes de unidades e ligados a eles por
hífen ou preposição. Por exemplo, anos-
4.1. Nomes das unidades com plural luz, elétron-volts, kilogramas-força.
Quando escrito por extenso, o nome da
4.5. Símbolos
unidade SI admite plural, adicionando-se s,
1. palavra simples. Por exemplo: amperes, Os símbolos das unidades SI não tem
candelas, joules, kelvins, kilogramas, plural. Exemplos:
volts.
2. palavra composta em que o elemento 2,6 m 1m 0,8 m
complementar do nome não é ligado por -30 oC 0 oC 100 oC
hífen. Por exemplo: metros quadrados,
metros cúbicos. 5. Agrupamento dos Dígitos
3. termo composto por multiplicação, em
que os componentes são independentes
entre si. Por exemplo: amperes-horas, 5.1. Numerais
newtons-metros, watts-horas, pascals-
Todos os números são constituídos de
segundos.
dígitos individuais, entre 0 e 9. Os números
são separados em grupos de três dígitos,
4.2. Aplicação em cada lado do marcador decimal
Valores entre -2 e +2 (exclusive) são (vírgula).
sempre singulares. O nome de uma Não se deve usar vírgula ou ponto para
unidade só passa ao plural a partir de 2 separar os grupos de três dígitos.
(inclusive). Deve-se deixar um espaço entre os
Exemplos: grupos em vez do ponto ou vírgula, para
1 metro 23 metros evitar a confusão com os diferentes países
8 x 10-4 metro 4,8 metros por segundo onde o ponto ou vírgula é usado como
0,1 kilograma 1,5 kilograma marcador decimal.
34 kilogramas 1 hertz Não deixar espaço entre os dígitos e o
60 hertz 60 kilohertz marcador decimal. Um número deve ser
tratado do mesmo modo em ambos os
lados do marcador decimal.
4.3. Zero
Exemplos:
A medição do valor zero fornece um
Correto Incorreto
ponto de descontinuidade no que as
23 567 23.567
pessoas escrevem e dizem. Deve-se usar
567 890 098 567.890.098
a forma singular da unidade para o valor
34,567 891 34,567.891
zero. Por exemplo, 0 oC e 0 V são
345 678,236 89 345.678,236.89
reconhecidamente singulares, porém, são
345 678,236 89 345 678,23 689
lidos como plurais, ou seja, zero graus
Celsius e zero volts. O correto é zero grau
5.2. Números de quatro dígitos
Celsius e zero volt.
Os números de quatro dígitos são
4.4. Nomes das unidades sem plural considerados de modo especial e diferente
dos outros. No texto, todos os números
Certos nomes de unidades SI não
com quatro ou menos dígitos antes ou
possuem plural por terminarem com s, x ou
depois da vírgula podem ser escritos sem
z. Exemplos: lux, hertz e siemens.
espaço.
Certas partes dos nomes de unidades
Exemplos:
compostas não se modificam no plural por:
1239 1993 1,2349
1. corresponderem ao denominador de
2345,09 1234,5678 1 234,567 8
unidades obtidas por divisão. Por
exemplo, kilômetros por hora, lumens
por watt, watts por esterradiano.

B.4
Estilo e Escrita do SI

5.3. Tabelas Exemplos:


R$ 21.621,90 dinheiro (real)
As tabelas devem ser preenchidas com 16HHC-656/9978 número de peça
números puros ou adimensionais. As suas
610.569.958-15 CPF
respectivas unidades devem ser colocadas (071) 359-3195 telefone
no cabeçalho das tabelas. Por exemplo,
uma tabela típica de dados relacionados
5.5. Gráficos
com algumas propriedades do vapor pode
ser escrita como: Os números colocados nos eixos do
gráficos (abcissa e ordenada) são puros ou
adimensionais. As unidades e símbolos
Tab.1. Variação da temperatura e volume
das quantidades correspondentes são
específico com a pressão para a água pura
Pressão, P Temperatura, T Volume, V
kPa K m3/kg
50,0 354,35 3,240 1
60,0 358,95 2,731 7
70,0 362,96 2,364 7
80,0 366,51 2,086 9

Normalmente, em tabelas ou listagens,


todos os números usam agrupamentos de
três dígitos e espaços. Adotando este
formato, se diminui a probabilidade de
erros.
Assim, a primeira linha da tabela
significa que colocadas nos eixos, uma única vez.
pressão P = 50,0 kPa A figura abaixo mostra um gráfico
temperatura T = 354,35 K típico.
volume específico V = 3,240 1 m3/kg

5.4. Números especiais Fig. 1. Variação da viscosidade com a temperatura e


a pressão
Há certos números que possuem
regras de agrupamento especificas.
Números envolvendo números de peça, 6. Espaçamentos
documento, telefone e dinheiro, que não
devem ser alterados, devem ser escritos 6.1. Múltiplos e submúltiplos
na forma original. Vírgulas, espaços,
barras, parêntesis e outros símbolos Não se usa espaço ou hífen entre o
aplicáveis podem ser usados para prefixo e o nome da unidade ou entre o
preencher os espaços e evitar fraudes. prefixo e o símbolo da unidade.
Exemplos corretos
kiloampere, kA (a maioria das pessoas
escreve o prefixo kilo, k, com letra
maiúscula. Ou então, usa minúscula para
kg mas usa KB para kilobyte).
milivolt, mV
megawatt, MW

6.2. Valor da medição da unidade


A medição é expressa por um valor,
uma unidade, sua incerteza e os limites de
probabilidade. O valor é expresso por um

B.5
Estilo e Escrita do SI

número e a unidade pode ser escrita pelo 7. Índices


nome ou pelo símbolo. Deve-se deixar um
espaço entre o número e o símbolo ou
nome da unidade. Os símbolos de grau, 7.1. Símbolos
minuto e segundo são escritas sem espaço
São usados índices numéricos (2 e 3)
entre os números e os símbolos de grau.
para indicar quadrados e cúbicos. Não se
Exemplos:
deve usar abreviações como qu., cu, c.
Quando se escrevem símbolos para
670 kHz 670 kilohertz 20 mm
unidades métricas com expoentes, como
10 N 36’ 36 oC
metro quadrado, centímetro cúbico, um por
segundo, escrever o índice imediatamente
6.3. Modificador da unidade
após o símbolo.
Quando uma quantidade é usada como Exemplos:
adjetivo, pode-se usar um hífen entre o 10 metros quadrados = 10 m2
valor numérico e o símbolo ou nome. Não 14 centímetros cúbicos = 14 cm3
se deve usar hífen com o símbolo de 1 por segundo = s-1
ângulo (o) ou grau Celsius (oC).
Exemplos: 7.2. Nomes de unidades
Pacote de 5-kg
Quando se escrevem unidades
Filme de 35-mm
compostas, aparecem certos fatores com
Temperatura de 36 oC
quadrado e cúbico. Quando aplicável,
deve-se usar parêntesis ou símbolos
6.4. Produtos, quocientes e por
exclusivos para evitar ambigüidade e
Deve-se evitar confusão, confusão.
principalmente em números e unidades Por exemplo, para kilograma metro
compostos envolvendo produto (.) e quadrado por segundo quadrado, o
divisão (/) e por . O bom senso e a clareza símbolo correto é kg.m2/s2. Seria incorreto
devem prevalecer no uso de hífens nos interpretar como (kg.m)2/s2 ou (kg.m2/s)2
modificadores.
8. Unidades Compostas
6.5. Símbolos algébricos
As unidades compostas são derivadas
Deve-se deixar um espaço de cada como quocientes ou produtos de outras
lado dos sinais de multiplicação, divisão, unidades SI.
soma e subtração e igualdade. Isto não se As regras a serem seguidas são as
aplica aos símbolos compostos que usam seguintes:
os sinais travessão (/) e ponto (.). 1. Não se deve misturar nomes
Não se deve usar nomes de unidades extensos e símbolos de unidades.
por extenso em equações algébricas e Não usar o travessão (/) como
aritméticas; usam-se os símbolos. substituto de por, quando escrevendo
Exemplos: os nomes por extenso. Por exemplo,
4 km + 2 km = 6 km o correto é kilômetro por hora ou
6N x 8 m = 48 N.m km/h. Não usar kilômetro/hora ou km
26 N : 3 m2 = 8,67 Pa por hora.
100 W : (10 m x 2 K) = 5 2. Deve-se usar somente um por em
W/(m.K) qualquer combinação de nomes de
10 kg/m3 x 0,7 m3 = 7 kg unidades métricas. A palavra por
15 kW.h denota a divisão matemática. Não
se usa por para significar por
unidade ou por cada (além do
cacófato). Por exemplo, a medição
de corrente de vazamento, dada
em microamperes por 1 kilovolt da
voltagem entre fases, deveria ser

B.6
Estilo e Escrita do SI

escrita em microamperes por cada escrever watt hora, watt-hora ou


kilovolt da voltagem entre fases. No watthora, mas é incorreto watt.hora.
SI, 1 mA/kV é igual a 1 10. Para símbolos derivados de
nanosiemens (nS). Outro exemplo, produtos, usa-se um ponto (.) entre
usa-se metro por segundo cada símbolo individual. Não usar o
quadrado e não metro por segundo ponto (.) como símbolo de
por segundo. multiplicação em equações e
3. os prefixos podem coexistir num cálculos. Exemplos:
símbolo composto por multiplicação N.m (newton metro)
ou divisão. Por exemplo, kN.cm, Pa.s (pascal segundo)
kΩ.mA, kV/mm, MΩ, kV/ms, kW.h ou kWh (kilowatthora)
mW/cm2. 11. Deve-se ter cuidado para escrever
4. os símbolos de mesma unidade unidades compostas envolvendo
podem coexistir em um símbolo potências. Os modificadores
composto por divisão. Por exemplo, quadrado e cúbico devem ser
kWh/h, Ω.mm2/m. colocados após o nome da unidade
5. Não se misturam unidades SI e a qual eles se aplicam. Para
não-SI. Por exemplo, usar kg/m3 e potências maiores que três, usar
não kg/ft3. somente símbolos. Deve-se usar
6. Para eliminar o problema de qual símbolos sempre que a expressão
unidade e múltiplo deve-se envolvida for complexa.
expressar uma quantidade de Por exemplo, kg/m2 , N/m2
relação como percentagem, fração 12. Para representações complicadas
decimal ou relação de escala. com símbolos, usar parêntesis para
Como exemplos, a inclinação de 10 simplificar e esclarecer.
m por 100 m pode ser expressa m.kg/(s3.A)
como 10%, 0.10 ou 1:10 e a tensão
mecânica de 100 µm/m pode ser 9. Uso de Prefixo
convertida para 0,01 %.
7. Deve-se usar somente símbolos 1. Deve-se usar os prefixos com 10
aceitos das unidades SI. Por elevado a potência múltipla de 3 (10-3,
exemplo, o símbolo correto para 10-6, 103, 106). Deve-se usar a notação
kilômetro por hora é km/h. Não usar científica para simplificar os casos de
k.p.h., kph ou KPH. tabelas ou equações com valores
8. Não se usa mais de uma barra (/) numéricos com vários dígitos antes do
em qualquer combinação de marcador decimal e para eliminar a
símbolos, a não ser que haja ambigüidade da quantidade de dígitos
parêntesis separando as barras. significativos. Por exemplo, usam-se:
Como exemplos, escrever m/s2 e mm (milímetro) para desenhos.
não m/s/s; escrever W/(m.K) ou kPa (kilopascal) para pressão
(W/m)/K e não (W/m/K. Mpa (megapascal) para tensão
9. Para a maioria dos nomes mecânica
derivados como um produto, na kg/m3 (kilograma por metro cúbico)
escrita do nome por extenso, usa- para densidade absoluta.
se um espaço ou um hífen para 2. Quando conveniente escolhem-se
indicar a relação, mas nunca se usa prefixos resultando em valores
um ponto (.). Algumas unidades numéricos entre 0,1 e 1000, porém, sem
compostas podem ser escritas violar as recomendações anteriores.
como uma única palavra, sem 3. Em cálculos técnicos deve-se tomar
espaço ou hífen. Por exemplo, a muito cuidado com os valores
unidade de momento pode ser numéricos dos dados usados. Para
escrita como newton metro ou evitar erros nos cálculos, os prefixos
newton-metro e nunca devem ser convertidos em potências de
newton.metro. Também, é correto 10 (exceto o kilograma, que é uma
unidade básica da massa). Exemplos:

B.7
Estilo e Escrita do SI

5 MJ = 5 x 106 J Celsius (oC), kelvin (K) e grau angular


4 Mg = 4 x 103 kg (o). Porem, é preferível evitar esta
3 Mm = 3 x 106 m prática, pois os nomes resultantes são
4. Devem ser evitados prefixos no confusos e difíceis de serem
denominador (exceto kg). Exemplos: reconhecidos. É preferível ajustar o
Escrever kJ/s e não J/ms coeficiente numérico para não usar o
Escrever kJ/kg e não J/g prefixo.
Escrever MJ/kg e não kJ/g 6. Um método simples para comparar altas
5. Não se misturam de prefixos, a não ser temperaturas Celsius com temperaturas
que a diferença em tamanho seja Farenheit é que o valor Celsius é
extrema ou uma norma técnica o aproximadamente a metade da
requeira. Exemplos: temperatura Farenheit. O erro
Correto: A ferramenta tem 44 mm de percentual nesta aproximação é
largura e 1500 mm de relativamente pequeno para valores
comprimento. Farenheit acima de 250. Para valores
Incorreto: A ferramenta tem 44 mm de menores, subtrair 30 antes de dividir por
largura e 1,5 m de comprimento. 2; isto fornece uma precisão razoável
6. Não se usam unidades múltiplas ou até valores Farenheit de -40.
prefixos múltiplos. Por exemplo, Usa-se
15,26 m e não 15 m 260 mm; usa-se 11. Modificadores de Símbolos
miligrama (mg) e não microkilograma
(µkg) As principais recomendações relacionadas
7. Não usar um prefixo sem a unidade. com os modificadores de símbolos são:
Usar kilograma e não kilo 1. Não se pode usar modificadores
Usar megohm e não mega dos símbolos SI. Quando é
necessário o uso de modificadores
10. Ângulo e Temperatura das unidades, ele deve ser
separado do símbolo ou então
1. Os símbolos de grau (o) e grau Celsius escrito por extenso. Por exemplo,
(oC) devem ser usados quando se não se usam Acc ou Aca, para
escreve uma medição. Quando se diferenciar a corrente contínua da
descreve a escala de medição e não alternada. O correto é escrever 10
uma medição, deve-se usar o nome por A cc ou 10 A ca, com o modificador
extenso. Exemplos: separado do símbolo. Como o
Os ângulos devem ser medidos em modificador não é SI, pode ser
graus e não em radianos. escrito de modo arbitrário, como
O ângulo de inclinação é 27o. cc., c.c., dc ou corrente contínua.
2. Não se deve deixar espaço entre o e C, 2. Nas unidades inglesas, é comum
devendo se escrever oC e não o C. usar sufixos ou modificadores nos
3. A maioria das temperaturas é dada na símbolos e abreviações para dar
escala Celsius; a escala Kelvin é usada uma informação adicional. Por
somente em aplicações científicas. exemplo, usam-se psia e psig para
Exemplo: indicar respectivamente, pressão
A temperatura normal do corpo absoluta e manométrica. Psia
humano é 36 oC. significa pound square inch
4. Quando se tem uma série de valores de absolute e psig significa pound
temperatura ou uma faixa de square inch gauge. No sistema SI,
temperatura, usar o símbolo de medição é incorreto colocar sufixos para
somente após o último valor. Exemplos: identificar a medição. Exemplos:
A temperatura em Salvador varia de Usar pressão manométrica de
18 a 39 oC. 13 kPa ou 13 kPa (manométrica) e
As leituras do termômetro são: 100, não 13 kPaG ou 13 kPag.
150 e 200 oC. Usar pressão absoluta de 13
5. É tecnicamente correto usar prefixos SI kPa ou 13 kPa (absoluta) e não 13
com os nomes e símbolos, como grau kPaA ou 13 kPaa.

B.8
Estilo e Escrita do SI

3. Sempre deixar espaço após o


símbolo da unidade SI e qualquer
informação adicional. Exemplo:
Usar 110 V c.a. ou 110 V (ca) e
não 110 VCA ou 110 Vca, para
voltagem de corrente alternada.
4. A potência e a energia são medidas
em uma unidade SI determinada e
não há necessidade de identificar a
fonte da quantidade, desde que 100
watts é igual a 100 watts,
independente da potência ser
elétrica, mecânica ou térmica.
Exemplos:
Usar MW e não MWe (potência
elétrica ou megawatt elétrico).
Usar kJ e não kJt (kilojoule
termal).

 Apostila\Ageral UnidadeSI.doc 10 MAI 97

B.9
C
Referências Bibliográficas
(Todos estes livros pertencem à Biblioteca do autor e todos os livros, exceto os que os amigos
tomaram emprestados e esqueceram de devolver, foram e são continuamente consultados para a
elaboração e atualização de seus trabalhos.)

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