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Daniela Silva
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Apontamentos Sociologia
Comunicação: troca permanente de significados partilhados por uma certa sociedade. Se o significado não for
conhecido por todos, a comunicação torna-se impossível. É um termo polisémico.
Com o tempo esta definição ganhou muito mais expressão visto que:
Comunicação: Significa partilhar / por em comum Comunicação: Transmissão de informação, que se associai à
transmissão/transporte do sangue do nosso corpo
A partir do séc. XX, a concepção da comunicação como transmissão, vista como “partilha”, vai perder muito do seu
significado. — as pessoas deixam de se preocupar com o facto de o significado ser comum entre o emissor e o recetor, e
começam a preocupar-se com o facto de a mensagem chegar ou não ao seu destinatário. — a comunicação vai depender
de uma técnica.
Conversa/fala Fotografia
Linguagem gestual Telefone
Roupa Moeda
Música (concerto) Telégrafo
Televisão
Cinema
Computador
Música (CD)
A comunicação mediada tecnologicamente não torna possível a troca de olhares e de afetos, por isso, se diz que
podemos estar a perder a maior parte das características da comunicação em copresença.
James W Carey faz uma diferença entre Comunicação Ritual (copresença) — partilha e colocar em comunhão por
meio verbal e proximidade = até ao séc. XVI — e Comunicação Transmissiva (mediada tecnologicamente) — aquela
que nasce com a ideia de transporte de ideias ou conceitos e que perde o sentido de proximidade = perda do verbal.
Etapas de evolução:
1. Antes do Renascimento
• Obras com objetivo de difundir novas ideias;
• Texts sagrados serviam de memória uma vez que eram indiscutíveis.
2. No Renascimento
• Desenvolvimento das técnicas de comunicação;
• Circulação de ideias com base em ideias do Renascimento inverteu a tendência = livros sagrados começa a ser
sujeitos de revisão;
• Livro como instrumento eficaz de comunicação e um objeto comercial;
• Circulação de livros como fonte de lucro;
• Não existe a necessidade da memória porque as coisas estavam escritas.
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Apontamentos Sociologia
A explosão de jornais que existia no mercado não tinha como objetivo A dimensão comercial vai tomar conta dos âmbitos da comunicação. A
fazer dinheiro — não estava ligado, por isso, ao mundo do negócio e dimensão tecnológica começa a abarcar cada vez mais domínios e mais
não era um bem mercantil formas de comunicação e começa a ser tomada peço mundo do
mercado.
Os jornais eram iniciativas de pequenos grupos intelectuais que visavam Consequência do jornal como bem mercantil; começa a haver
fazer circular as ideias e as diferentes formas de pensar o mundo publicidade. As pessoas que possuem um certo negócio começam a
aperceber-se que os jornais são uma boa forma de aumentar o negócio.
Os anúncios passara a ocupar metade da área dos jornais e as tiragens
multiplicaram-se.
Ideia de troca: conhecimento mútuo Ideia de negócio: livro como fonte de lucro
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Apontamentos Sociologia
FUNDADORES DA SOCIOLOGIA
Karl Marx
Sociólogo e pensador alemão (1818-1883) conhecido pela sua operacionalização da organização social. Em
1842 publica vários editoriais sobre a imprensa, onde afirma que “a verdadeira natureza da imprensa está assente na
verdadeira liberdade de expressão” = a imprensa não pode ser um negócio. Quando a imprensa passa a ser dominada
por interesses empresariais, esta deixa de ser verdadeira = deixa de estar ao serviço da comunidade.
• A imprensa e o fluxo de comunicação são frutos de uma sociedade democrática em que têm que estar livres de
quaisquer constrangimentos (políticos, sociais, económicos, etc).
• O jornalismo deve desempenhar um papel importante na constituição de uma sociedade mais livre. = o jornalista
tem a função de expor situações, conduzindo à discussão em volta de uma determinada questão.
Gabriel Tarde
Pensador Francês (1843-1904) que teorizou os novos meios de comunicação como meios de contágio em que
não é necessário o contacto presencial. No seu texto “Opinião e Multidão” aborda a importância da imprensa para
formar correntes de opinião à escala da sociedade.
• Associou o tema das massas ao da opinião. Discute o conceito de público, distinguindo-o de multidão — em
multidão, segundo Tarde, ocorrem comportamentos irracionais que podem ser levados à tragédia. ex: manifestações.
• O público está ligado à racionalidade, existindo a possibilidade de criar um público e correntes de opinião à distância
(ex: teatro e conferências). Este público consegue discutir as ideias e as noções devido ao facto de lerem jornais
comuns.
Multidão (enquanto fenómeno) = várias pessoas no mesmo espaço; anonimato; laços fracos; têm algo em comum; “um
feixe de contágios psíquicos essencialmente produzidos por contactos físicos”.
Público = uma “coletividade permanente espiritual, uma dispersão de indivíduos que estão fisicamente separados e cuja
coesão é inteiramente mental”.
Entusiasta pela opinião à distancia é a favor do jornal enquanto aquele que move rios de opiniões.
Max Webber
Pensador alemão (1864-1920), tem a consciência da importância dos jornais para a sociedade.
• 1910: avança com o estuo da sociologia da imprensa de forma a estudar os efeitos e consequências das novas formas
de informação para a vida em sociedade
• 1919: trabalhou a relação entre a política e o jornalismo.
Procura a verdade e a justiça e alta para as ligações perigosas dos publicitários e os jornalistas.
Ferdinand Tonnies
Sociólogo alemão (1855-1936) propõe dois tipos de sociabilidade contrastantes:
• Noção de Comunicação e Tradição
• Noção de Sociedade e Informação
• Preocupação com as formas de sociabilidade na transição da ordem social tradicional para a ordem urbano-
industrial.
• Põe em prática regras táticas de relacionamento social entre diferentes agentes sociais quer na Comunidade quer
na Sociedade.
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Apontamentos Sociologia
Forma de organização social pré-industrial Forma de organização social que é produto da industrialização
(pós-industrialização)
• Família, agrupamentos de pequena e média dimensão. Menos • Vínculo Social - contratual, relação racional; interesses de
pessoas, permitindo maior proximidade entre elas. ambas as partes, têm um objetivo em comum — laço social
• Laço social / vínculo que predomina - laços de sangue, relações mantêm-se até que umas das partes decida quebrar esse
inquebráveis, laços afetuosos. vínculo (laço frágil)
• Valores - solidariedade, cooperação, partilha, entreajuda, • Valores - interesses individuais, competição, egoísmo,
compaixão. egocentrismo, anonimato, impessoalidade.
• Instituições - família, seitas. • Instituições - locais de trabalho, escolas, centros comerciais,
• Controlo Social - todos se conhecem, cusquices, hipercontrolo Estado.
social sobre nós, espaços vigiados, maior controlo social. • Controlo Social - aparentemente mais leve, relações mais
• Conceito comunicacional - comunicação vertical / unidirecional distantes.
/ hierárquica — gerações mais novas não têm conhecimento; • Meio de Comunicação - jornal, rádio, televisão, cinema, …
gerações mais velhas são dotadas de conhecimento e formam os • Conceito de Comunicação - todos temos algo a dar e a
mais novos, sendo instruídos para quando forem mais velhos receber (comunicação horizontal e democrática).
passarem esse conhecimento às gerações futuras.
Essencialmente comunicação verbal, de dogmas e tradições. A vida em SOCIEDADE diz respeito à organização social
• Sem intervenção da dimensão técnica, comunicação em co- pós-revolução industrial, onde são os mecanismos económicos
presença. Tradição, usos e costumes “como a cola que liga as e de mercado que orientam as relações entre os indivíduos.
pessoas” Passamos a ter vínculos de contratos, que são formados
frequentemente da base económica.
A vida em COMUNIDADE adequa-se melhor ao tipo de
organização social pré-industrial, onde os laços afetivos,
tradicionais e religiosos eram os principais vínculos das pessoas.
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Apontamentos Sociologia
Os Quadros Teóricos da Sociologia da Comunicação
A Escola de Chicago (fins séc. XIX - 1ª metade do séc. XX)
factos, à qualidade do produto jornalístico e ao seu impacto na vida pública e na cultura” (Subtil)
Ideias / pontos em comum aos três teóricos:
1. A sociedade enquanto organismo
2. Crítica da liberalização da imprensa resultante da rápida industrialização do setor (analisar outros media como a
rádio cinema e outras artes)
3. Comunicado enquanto facilitadora de consenso quando assumindo uma função referencial - apresentando factos e
ideias capazes de gerar uma “inteligência organizada” junto do públicos e da opinião pública
JOHN DEWEY — um dos sociólogos mais importantes da época e ainda um filósofo educacional muito importante.
Foi professor de Cooley e Park na Universidade de Michigan.
• Posição mais reformista quanto aos problemas filosóficos e sociais da realidade circundante.
• Comunicado enquanto solução para os problemas sociais - significado moral do processo comunicativo
• Fascínio pelas possibilidades trazidas pelos meios de comunicação modernos (RAPIDE, PODER E EFICIÊNCIA)
e o seu impacto na ciência
• Idealiza a construção de uma “inteligência organizada” — os sujeitos seriam capazes de partilhar ideias factos e
sentimentos com vista à criação de uma comunidade de sentidos partilhados, estruturada em torna da comunicação.
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Apontamentos Sociologia
• Enfoque na experiência do público.
• A “grande comunidade” enquanto centro de partilha comunicacional mediatizada e a #comunidade local” enquanto
mediadora de diferentes experiências comunicacionais (influência de Cooley).
• No entanto, não formamos uma comunidade só porque temos todos o mesmo fim, tem de haver comunicação. Os
objetivos, crenças, aspirações e conhecimentos não se dividem através de coisas físicas — é preciso haver
interação, vontade das duas partes, para que a comunicação consiga transpor a criação de laços — influência
social. Não é por estarem fisicamente próximas que são uma comunidade - o parâmetro não é a proximidade física.
Mas se todos tivessem conscientes no objetivo comum e estivessem todos interessados em alcançá-lo, todos têm de
regular a sua ação para que todos participem nesse objetivo comum — e isso envolve comunicação — criação de
laços. Só há interação se houver comunicação orientada nesse sentido.
CHARLES COOLEY
Sociedade equipara-se a um organismo mas há que considerar a psique individual e a sua relação com a
sociedade.
• Concepção de comunicação formada em torno da relação orgânica entre o indivíduo e a sociedade e a importância
dos grupos primários na socialização do indivíduo “caracterizados por associações e cooperações diretas — em co-
presença — e íntimas. (Ex: família, amigos de infância ou vizinhos)
• Mente humana como reflexo da organização social
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Apontamentos Sociologia
• Houve um aumento na leitura do jornal com o aumento do público, uma vez que essa literatura era uma necessidade à
população alfabetizada da cidade, quase tão vital como a necessidade da fala;
• O imigrante teve a primeira e a última profunda influência sobre o carácter dos jornais nativos, ou seja, aqueles que se
encontravam longe das terras natais, eram os primeiros a ler jornais provenientes desses sítios, daí a existência de
tantos jornais estrangeiros no certo local;
• O New York Evening Journal, numa tentativa de tornar o seu jornal mais legível aos leitores menos instruídos
descobriu que a diferença entre os intelectuais e os incultos é principalmente uma diferença de vocabulário;
• Um jornal mais compreensível no geral, não só acaba por alcançar o leitor mais inculto como, também, chegará mais
depressa ao culto - assim nasceu o caráter pelo qual o jornal moderno se rege;
2- Os primeiros jornais
• O que antes era o papel de jornalista - filósofo - agora é ser comerciante, ou seja, o jornal funciona como um negócio
cujo produto incita o lucro é a notícia;
• O jornal pode ser visto como uma espécie de transportador comum, onde também há espaço para publicidade;
• O facto de o jornal nunca ter sido um objeto de estudo, implica que haja muitos pontos de vista em relação ao que
realmente o jornal é;
• Os primeiros jornais, durante o séc. XVII, foram cartas escritas ou impressas, chamadas de boletins e serviam
essencialmente como instrumentos para espalhar a fofoca;
• Por exemplo, o primeiro jornal americano - Boston Newsletter - era publicada pelo chefe do correio onde eram
discutidos assuntos do interesse comum. Isto prova que “o assunto do mais profundo interesse para um ser humano
comum é ele mesmo” (p.36);
• A notícia assume a forma de arte quando é moldada de acordo com os seus leitores, ou seja, quando é escolhida por
ser “pitoresca e romântica” (p.37) e depois tratada de acordo com o interesse humano; deixa de ser o registo de ações
individuais de homens e mulheres e torna-se um relato impessoal de maneiras e de vida;
• O jornal serve para que os escritores da imprensa consigam reproduzir o ambiente de aldeia dentro de uma cidade,
e nestas, a fofoca e a opinião pública eram as principais fontes de controlo social;
• Assim, conseguimentos aprender continuamente sobre nós mesmos, a nossa comunidade e negócios da mesma forma
íntima e diminuta como acontece numa aldeia.
• A notícia local é a verdadeira matéria da qual a democracia é feita;
• Segundo Lippman, a imprensa não está construída para fornecer de uma edição à outra quantidade de conhecimento
que a teoria democrática da opinião pública demanda, ou seja, é impossível reproduzir o nível de intimidade de uma
aldeia para as cidades numerosas através de jornais;
Conselho de Horace Greeley a um amigo
O amigo estava prestes a lançar um jornal no interior.
“O jornal da cidade não pode registrar todos os acontecimentos e fazer uma comunidade de um milhão de
habitantes. Todos somos aldeões, e nas aldeias é possível alcançar os resultados dos jornais citadinos por meio de fofoca
e opinião. É preciso conhecer a comunidade e manter o corpo principal da notícia – a notícia local é a verdadeira
matérias de qual a democracia é feita.”
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Apontamentos Sociologia
Repórter parlamentar: Samuel Johnson, conhecia o porteiro e entrava com os seus empregados. Ao juntar os
temas, os nomes dos oradores, a ordem das apresentações e algumas anotações, escrevia os discursos dos debates. É
elogiado por favorecer igualmente os dois lados.
• Começam a surgir no Séc. XVIII os jornais dos partidos como substituição dos boletins, em que a notícia que mais
interessava eram os debates no parlamento, uma vez que estes eram mantidos em segredo do público comum;
• A imprensa partidária deixou de ser mera crônica de fofoca e veio a ser o que nós conhecemos por Jornal de Opinião
e o redator passou a ser um porta-voz da política;
• Os jornais são avidamente procurados e acreditados pela maioria do povo;
• Quando falamos de liberdade de imprensa, é a liberdade de expressar uma opinião que queremos mais do que a
liberdade de investigar e publicar factos (opinião pública);
4- A imprensa independente
A função do jornal coletor e intérprete de notícias, era uma extensão da função já feita espontaneamente pela
comunidade através de conversas e fofocas.
Mas, com o crescimento das grandes cidades, apareceram os jornais independentes (ex: New York Times);
- Os leitores passam a estar mais interessados na notícia do que nas doutrinas políticas;
- O leitor comum não percebe a maior parte do que é dito por políticos;
- Quanto mais notícias melhor, apresentando a informação de forma curta, se não for dramática;
Jornais pioneiros:
Benjamin Day (jornal de massas) – preço baixo; Gordom Bennett (New York Harold) – defende que o jornal é para
admiradores de notícias
O que é a notícia?
A notícia é aquilo que faz o povo falar e pensar.
• Quando os jornais se começaram a tornar máquinas políticas, ou seja, leais a partidos políticos, certos jornais,
primeiramente o New York Times, atacou esta ideia e originou o fenómeno da imprensa independente que cessou a
lealdade partidária;
• Ao mesmo tempo, “o homem comum estava mais interessado na notícia do que em doutrinas políticas e ideias
abstratas.” (p.44);
• O homem comum, segundo H. L. Mencken, prefere artigos em forma de contos de notícia ou ficção em vez de
artigos longos, cansativos e pouco dramatizados, e quando não é possível este tipo de formato de notícia, os leitores
preferem que esta venha escrita em apenas um parágrafo curto;
• Ao contrário de Hearst, James E. Scripps defende que o homem comum lê itens do jornal na razão inversa do seu
comprimento, ou seja, quanto mais artigos um jornal tinha, consequentemente mais curtos eram cada um, melhor
seria;
• James Gordon Bennett inventou a notícia como a conhecemos agora;
• Segundo Charles A. Dana, no novo jornalismo uma notícia era tudo o que fizesse o povo falar - este é tipo de
imprensa chamada de Imprensa Amarela, que não é adotada, obviamente, por todos os jornais, p.e - New York Times;
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5- A imprensa amarela
De acordo com Walter Lippmann, existem dois tipos de leitores de jornais: os que acham as suas novidades
interessantes, e aqueles que acham as suas vidas aborrecidas e por isso querem viver numa vida mais interessante. Do
mesmo modo, e consequentemente, existem dois tipos de jornais: jornais baseados no princípio de que os leitores estão
mais interessados em ler sobre si próprios (jornal provinciano, que inclui tudo o que são registos de casamentos e
funerais e todo o tipo de fofoca), e os jornais baseados no princípio de que os seus leitores se interessam por qualquer
coisa que lhes ofereça um “voo de realidade” (imprensa metropolitana);
• A imprensa amarela surge na tentativa de captar para o jornal um público cuja única literatura era o jornal com
histórias e romance barato (Amor e romance para as mulheres, política e desporto para os homens);
• Isto resultou num aumento da circulação dos jornais tanto nas cidades como no interior;
• Duas das figuras responsáveis por isto foram Pulitzer (New York World), através do sensacionalismo em anunciar as
causas populares e procurando a instrução, e Hearst (Examiner), que defendia o jornal como forma de entretenimento;
• Foi no jornal dominical que os métodos do jornalismo amarelo funcionaram pela primeira vez, onde se procurou
estender os métodos de leitura jornalística à parte do povo mais consumista: as mulheres;
• Para o possível quadro futurístico de os jornais melhorarem, é necessária, também, a melhoria da educação do povo.
Conclusão:
John Dewey, Charles Cooley e Robert Park desenvolveram a coesão comunicacional da sociedade que afirma
que é necessário formar laços de interação social. Ou seja, para haver associação entre indivíduos é necessário haver
comunicação. Esta concepção não se foca na transformação da imprensa mas sim na função desta perante a sociedade.
Segundo estes três autores, a imprensa devia ter uma função reformista da sociedade, visando a mudança, a
melhoria e a resolução dos problemas sociais. Enquanto que na pequena comunidade se formam laços sociais através da
conversação, isto já não é possível na grande sociedade. Vai ser essa, então, a principal função dos meios de
comunicação: introduzir os vínculos sociais que caracterizam a sociedade.
Para este três autores, a democracia e a sociedade ideia são um jogo de expectativas constantes que formam o
nosso comportamento enquanto indivíduos.
Harold Lasswell
Propaganda Technique in the World War onde pretende:
➡ Criar uma teoria geral das estratégias de propaganda da 1ª GG;
➡ Compreender o conteúdo da propaganda;
➡Descobrir os efeitos da propaganda nas audiências de massas
Uso de uma metodologia empírica inovadora - Análise de Conteúdo
A propaganda é o “controlo da opinião pública através de símbolos significativos, ou mais concretamente por
histórias, boatos, relatórios, retratos e outras forma de comunicação”
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A Propaganda Moderna
• Assenta no princípio fundamental de capacidade de persuasão das massas em torno de um objectivo comum;
• Visa conformar, promovendo sentimentos de lealdade, de partilha e de objectivos partilhados através da utilização de
símbolos repetidamente disseminados, os quais invadem os quotidianos dos sujeitos;
• Visa seduzir, persuadir e manipular a opinião com recurso a discursos e símbolos emocionalmente dotados;
• Faz uso da desinformação e da falsidade - “a mentira tem um lugar destacado”;
• Assenta numa ideologia fundamental, que vê como única e exclusiva na estruturação da sociedade;
• Tem por base a eficácia e a produção de efeitos desejáveis e não a compreensão de acontecimentos sociais;
Ex: Propaganda com vista ao recrutamento de soldados para o Exército Americano durante a 1ª Grande
Guerra;
Ex: Propaganda não constitui apenas um instrumento ideológico de Governos, mas também do poder
corporativo;
• Viam a sociedade como um Sistema social que era composto por diversos subsistemas, com funções muito definidas
que contribuem para o bom funcionamento da mesma = ANALOGIA AO CORPO HUMANO
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Os principais conceitos desta corrente são:
• Integração de todos os subsistemas e dos indivíduos dentro dos vários planos da sociedade.
• Coesão, que é só alcançada quando todos funcionam em conjunto e harmonia.
• Equilíbrio social, que é o objectivo a alcançar e manter.
• Estabilidade - assegurada pelos factos acima citados.
Questionam o fenómeno das utilizações dos media do ponto de vista das suas consequências para o funcionamento do
Sistema social, mas sem nunca colocarem as questões do porquê e para quem o Sistema funcionar assim;
Também conhecida por teoria hipodérmica ou das balas mágicas, esta teoria capta de forma bastante
sugestiva a ideia de um elevado poder dos media – o poder de incutirem sem restrições as suas mensagens na sociedade
(sociedade que, neste caso, se entende pelos indivíduos de forma singular).
Época da sua constituição: início do séc. XX o Período de desenvolvimento de novos meios de difusão de
comunicações e informações (imprensa de massa, rádio, cinema)
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De um ponto de vista social, este quadro explicativo só não assegura a justificação da homogeneidade das
respostas individuais, mas esse dado é fornecido pela teoria da sociedade de massa: uma sociedade constituída por
indivíduos semelhantes entre si que hão-de responder de uma forma homogénea.
A forma como o fenómeno foi inicialmente apreendido, identifica-o como um novo padrão das relações de
interdependência social: a sociabilidade da massa
Os Estudos da Persuasão: Estudos psicológicos experimentais de Carl Hovland na década de 40, representam a
transição para a próxima etapa;
Vêm a anterior- afirmando a capacidade que os mass media têm de influenciar a população não é directa, mas
influenciada por um elemento intermédio.
• Vai aceder à população em dois tempos com o MODELO TWO-STEPS FLOW, onde a relação entre os receptores
e aqueles que enviam a mensagem está influenciada por outros factores que não só os principais. Ou seja, o modelo
pode ser esquematizado da seguinte forma:
Neste os líderes de opinião servem de mediadores entre a informação e a população. Contudo, as pessoas decidem
votar não só devido às opiniões dos ditos Líderes de Opinião, mas também devido às relações que os pequenos
grupos estabelecem entre si (ex: conversas com vizinhos, amigos, colegas, etc).
Há uma utilização selectiva dos meios de comunicação. E nota-se, claramente, que os mass media não são
causa necessária ou suficiente para alterar as atitudes ou comportamentos da população.
Este novo rumo da sociologia da comunicação consiste no seguinte: o paradigma da influência impõe uma
deslocação do centro de interesse da explicação dos efeitos dos media das mensagens (onde antes se posicionava o
paradigma da manipulação, e elemento à volta do qual se polarizavam as discussões sobre a questão da propaganda)
para os contextos sociais dos processos de comunicação – é aí, a nível das características do meio social onde as
mensagens dos media circulam que, a partir de então, serão procuradas as explicações para os efeitos dos media.
Isto convergia no Tow Step e na Comunicação a dois níveis, cujos efeitos sociais dos media serão o
resultado das diferenças observadas, e esse resultado é expresso pelas seguintes categorias:
1. Reforço – de uma opinião já anteriormente (aos media) constituída
2. Ativação – de uma opinião previamente formada, as apenas de forma latente
3. Conversão – quando os media contribuem inequivocamente para a formação de uma opinião diferente daquela que
antes se encontrava estabelecida
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Apontamentos Sociologia
De forma muito resumida, esta é a ideia que conduz à formulação de uma nova noção de efeitos enquanto poder dos
media: o poder social destes é mínimo, ou limitado, no que diz respeito a uma alteração de comportamentos das
pessoas.
Os resultados dos estudos que deram origem a esta teoria eram muitas vezes manipulados pelos financiadores
dos estudos. Ou seja, sem sempre os resultados era fidedignos.
3ª Etapa- Teoria dos Efeitos Cognitivos ou Fortes- é explicada mais à frente mas encaixa nesta lista de pensamento
Conclusões Finais:
• Maior influência - contacto pessoal, participação em discussões;
• Lideres de Opinião - Two Step Flow of Communication;
• Media (alcançam) - Líderes de opinião (transmitem) - Resto da População
• Critica ao método do autor:
• Não há variáveis suficientes para tirar conclusões;
• Reforça uma predisposição;
• Não tem em conta a construção de uma opinião em pré-campanha, as condições socio- políticas não são tida em
conta;
• O tempo da pesquisa é curto, o período de amostragem é curto;
• No estudo foram tidos em conta apenas 3 tipos de media, descartando os outros meios de comunicação;
• A área geográfica abrangida pelo estudo não é representativa de todos os Estados;
• Criou apenas uma hipótese.
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Resposta: Ter em conta a vontade do público e o conceito de audiência: se não houver interesse em ver um determinado
programa, este não será exibido e não terá influência. Apesar de o público não ter a totalidade do controlo dos meios de
comunicação, deixa de se ver este como uma entidade apática sem poder de decisão.
A partir dos estudos realizados por Herta Herzog consegue-se levantar uma série de necessidades que os media
satisfazem:
• Cognitivas - adquirimos e reforçamos conhecimentos;
• Afectivas e Estéticas - reforço de experiências afectivas, emocionais e estéticas;
• Integradoras ao nível da personalidade - há um sentimento de pertença e de integração nalgum grupo ou
comunidade;
• Integradoras ao nível social - ajudam a reforçar os laços interpessoais;
• Evasão e entretenimento - por exemplo, ajudam a relaxar uma pessoa e a distraí-la depois de um dia de trabalho
cansativo.
Pressupostos:
A audiência é racional, sabe aquilo que quer, logo vai-se expor seletivamente (é uma audiência ativa);
São as audiências que determinam o tipo de informação Disponível;
Os media não satisfazem todas as necessidades;
Criticas:
Os consumos não são efetivamente racionais;
Se não são os media a criar em nós as necessidades;
A definição dos conceitos de uso e gratificações nunca foram muito bem definidas
• Programas de rádio, algumas mulheres sentadas em frente ao rádio, outras (a maior parte) em tarefas domésticas
enquanto ouvem o programa de radio.
• Estudar o conteúdo destes programas, e estudar as mulheres que ouvem e as que não e o porque.
• O presente estudo, retrata o numero de mulheres que ouvem e foi lhes perguntado o que os programas representam
para elas, e o que fazem com a informação que recebem.
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Apontamentos Sociologia
Conclusão:
Não se pode afirmar que as histórias estão qualificadas para acordar ou diminuir a articulação psicológica da
ouvinte. As histórias tornaram-se numa parte integrante das vidas de muitas ouvintes. Significados com sucesso de
libertação emocional momentânea ou um escape de uma realidade que não gostam.
Modelos de realidade em que cada um é ensinado como pensar e como agir.
Concluindo, as histórias devem ser escritas de modo a entreterem o ouvinte mas também com o aviso de uma
grande responsabilidade social.
Sociedade de Massas
A sociedade de massas iria assim definir-se por uma composição de pessoas “sem organização social, sem
corpo de costumes e tradições, sem conjunto estabelecido de regras e rituais, sem sentimentos de grupo organizado,
sem estrutura de papéis instituídos sem capacidade de liderança. [A Massa] apenas consiste numa agregação de
indivíduos isolados que são separados, desligados e anónimos.” (Hebert Blumer)
A cultura de massas mais não é do que cúmplice da dominação política e económica. É uma cultura falsa e
manipulada.
A Alta Cultura / Cultura Erudita Baixa Cultura / Cultura de Massa / Indústria Cultural
É quase impossível de encontrar, no nosso caso é o Fernando Pessoa Definição de industria cultural- É a transformação da cultura numa
mercadoria, quando um bem se destina a ser comprador ou vendido no
Mercado.
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Apontamentos Sociologia
Pode o Público Querer?, Theodor Adorno (texto 4)
• Pode o público querer exercer algum tipo de influência sobre a televisão?
→ Estrutura de Sentido Único dos Mass Media
Limites:
• Emissões difundidas para um número incontável de espectadores;
• Concentração administrativa do poder detido de quem produz;
• Cartas dirigidas às empresas de rádio, televisão não são estatisticamente representativas nem particularmente
significativas do ponto de vista do conteúdo.
→ Pressure Groups → grupos que podem causar pressão
EU DÉBIL
Todo o desvio leva ao mal-estar, e a um sentimento de isolamento social, o que mostra o pouco domínio que existe
sobre as coisas.
É a independência do indivíduo que leva a ponderar não se o público quer, mas se deve querer: oconteúdo só não é
confirmado por aqueles que têm capacidade de confrontar e ter uma criação espiritual: contradição entre conteúdo de
verdade e concordância geral.
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Apontamentos Sociologia
ponto não é suficiente para o público querer. O público deve aspirar a qualidade objetiva mas existe uma concordância
com a vontade dos indivíduos.
Consequência: os media querem assegurar que são consumidos por todos e por isso nivelam-se o conteúdo por baixo,
porque quanto mais exigente a menos pessoas chega.
O facto de o público querer algo correto, tem de ser acompanhado pela condição de educação, para inverter a tendência
de massificação e falta de forças de juízo. O homem devia ser suficientemente flexível para mas se limitar a repetir o
que lhe é dito, mas conseguir desenvolver forças espontâneas
Cultura de massas - consumidor de massas (falta de consciência singular, que são constantemente manipulados e
enganados)
CONCLUSÃO
O PÚBLICO NÃO DEVE QUERER
As pessoas deviam ser conscientes e perceber que podem escolher, mas não têm espírito crítico nem de juízo de valor
acabando por ser condicionadas pelos mass media e por aspirar algo que corresponder às necessidades.
A solução é então uma educação que mude tendência do conformismo
Não há consciência individual
Há capacidade de manipulação dos media
→ Sociedade Pluralista → aquela onde convivem em liberdade pessoas com interesses diferentes/contrários - os seus
problemas são resolvidos num ordenamento jurídico aceite pela maioria → garante direitos fundamentais do indivíduo e
do coletivo.
→ Indústria da Cultura
• Aquilo que vemos ou ouvimos nos Mass Media é controlado.
• Os milhões de homens que consomem a cultura de massas feita por medidas para eles, cultura que afinal transforma
os consumidores em massas, esses milhões não têm uma consciência que em si mesma seja unitária
• Apercebem-se vagamente de que são constantemente enganados pelas capas das revistas, enganados pelo invólucro
de de celofane do último êxito discográfico
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Apontamentos Sociologia
• É esta consciência que seria preciso despertar, e com ela despertar também contra a monstruosidade dominante
aquelas mesmas forças humanas que hoje permanecem ainda desorientadas e amarradas a essa mesma
monstruosidade.
Ordem Social: teorias que procuram entender a organização social destes Hobbes e Comte, e a partir destes todos os
sociólogos que tendem a produzir uma Macro Análise das sociedades;
Ordem da Interação: Centrada na Micro-Análise, segundo Goffman - análise da interação conversacional; dos
pequenos comportamentos; teoria de “pequeno alcance” (segundo Yves Winkin), mas ainda assim autónoma e “um
domínio de pleno direito” (Goffman)
A vida social é um teatro permanente e o indivíduo tem que representar o su papel — esta é a análise
dramaturga da vida social
• Como evitar um silêncio que ocorra numa interação — introduz o conceito de recursos seguros (inesgotáveis)
• Conversas superficiais: animais, crianças e meteorologia
• Estudou a Ilha de Dixon (conversas superficiais; “tagarelice” é feita de comentários)
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Apontamentos Sociologia
Ritualização da Feminilidade, Erving Goffman (texto 5)
• Fala sobre as mulheres na publicidade;
• Década de 70;
• A ordem da Interação é um dos seus textos mais importantes.
Teoria da Interação
• Interação com os outros indivíduos;
• As pessoas criam uma personagem, para responder melhor à interação ele compara com os atores;
• Conjunto de regras;
• Rituais, as pessoas agem conforme a comunicação com os outros;
Ritualização da Feminilidade
• Responde às questões de estereótipos relacionados com as mulheres na publicidade;
• Segundo o autor as imagens não representam o real;
• Comportamentos dos outros;
• Publicitário utiliza a “máscara”.
Questão de Goffman
O publicitário deve encenar o valor do produto, não diferenciando da tarefa da sociedade que impregna as suas
situações cerimoniais e sinais rituais destinados a criar uma orientação entre as pessoas de uma sociedade.
Goffman defende que as revistas e a publicidade são encenações de encenações, já que os seus autores se
alimentam necessariamente do idioma ritual da sociedade para as produzir;
As fotografias que ele apresenta abrangem três temas: Os estilos do comportamento ligado ao sexo social; o
modo como a publicidade apresenta sobre ele uma visão oblíqua; as regras de produção cénica especificas da forma
fotográfica;
A tarefa do publicitário é a de dispor favoravelmente o espectador perante o produto que vende e o seu
procedimento consiste em grosso modo, em mostrar um exemplar deslumbrante num quadro encantador, sendo a
mensagem implícita que, se se comprar um, estar-se-á no bom caminho para alcançar o que é desejado;
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6. Jogos de Mãos- Trata-se da ritualização de um gesto associado à infância e que pode simbolizar a timidez, o riso e
o nervosismo.
7. A Mulher Dócil- Entra aqui a aprendizagem quinestésica, onde se trata para o aluno de moldar a sua ação pela do
professor que o guia fisicamente, as mulheres aparecem sobretudo no papel de alunas.
8. A Mulher Criança
9. A Mulher Brinquedo- Os homens têm brincadeiras com as mulheres, as quais colaboram fingindo fugir, dando
falsos gritos de Socorro, de terror ou de apaziguamento.
10. A Mulher Brincalhona
11. Felicidade de Mulher- a mulher á capaz de encontrar uma satisfação última e definitiva em objetos inteiramente
realizáveis no instante presente.
Ritual e super-ritualização
• Hiper-ritualização – exagero, criação de standards;
• “Uma fotografia publicitária constitui uma ritualização de ideias sociais”.
Surgem dois centros de investigação sobre a Comunicação de Massas, que vão propor uma análise qualitativa e
interpretativa:
Os autores desta teoria são Richard Hoggart, Raymond Williams, Stuart Hall e Eduard Thompson - vão ter
uma visão mais abrangente relativamente ao conceito de cultura.
• Pretendiam acabar com o tabu da funcionalidade que os mass media verdadeiramente têm e passam a analisar e
compreender a cultura de massas em vez de a criticar, trabalhando-a ao nível da codificação de mensagens
• Defendem que todas as práticas sociais são cultura, pelo que nenhuma forma cultural deve ser excluída e merecem ser
todas estudadas.
• Acabam com a distinção de alta cultura e cultura de massas, defendendo que TUDO É CULTURA - "Culture is the
ordinary", Raymond Williams.
• Os estudos culturais permitem-nos descodificar mensagens de maneiras diferentes, dando autonomia ao
recetor, dependendo do contexto em que os indivíduos se inserem. O recetor tem capacidades de recusar
resistir ou receber a mensagem, não sendo possível controlar a descodificação porque não se consegue
controlar a multiplicidade de interpretações.
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Admitem a existência de uma tentativa de homogeneização da sociedade por parte das elites - mas nos anos 60,
ao começar a existir uma democratização da cultura, houve uma expansão do ponto de vista económico o que levou a
que a cultura passasse a ser um negócio = melhoramento das condições de vida e reformas nas estruturas das elites/
sociedade.
Teórico cultural e sociólogo jamaicano nasceu em 1932, e no seu texto "Encoding/ Decoding" faz uma crítica à
Teoria dos Efeitos Totais, defendidos por Lasswell e a Fundação Payne.
Codificar e descodificar mensagens é uma habilidade que varia de pessoa para pessoa. Um evento tem que se
transformar numa história antes de ser comunicado (um evento comunicativo) SEM subordinar o histórico do evento, as
relações sociais e as consequências sociais e políticas do mesmo. É essencial que o evento se transforme numa história,
porque só assim é que a mensagem irá ser mais acessível e será melhor compreendida.
Stuart Hall, através deste texto, mostra-nos que os mass media NÃO nos conseguem manipular por completo.
• Não podemos falar em efeitos totais e influência absoluta, porque se um indivíduo já tiver uma ideia muito
específica e certa sobre algo, não será por ver algo que contrarie essa mesma ideia na televisão - ou noutros media -
que vai mudar a sua opinião.
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3. Descodificação OPOSICIONAL - é influenciada pelas ideologias já pré-concebidas dos espectadores. Neste caso,
os espectadores precisam de informação mais concreta e detalhada que apelem ao seu raciocínio e lógica, porque
hoje em dia o público é cada vez mais informado e exigente.
Transição Paradigmática
Efeitos Cognitivos
Correspondem ao “conjunto das consequências da acção comunicativa, de carácter público e institucional, que
incidem nas formas do conhecimento quotidiano (dos saberes publicamente partilhados) que condicionam o
conhecimento sobre o mundo e a orientação da sua atenção para determinados temas, assim como a sua capacidade de
discriminação relativa aos conteúdos da comunicação de massas.” (Saperas)
A sua influência é duradoura e estes alteram os sistemas de conhecimento e constroem as imagens que se tem
do mundo – marcada pelo aparecimento da TELEVISÃO.
No entanto, não se verifica um controlo mental total por parte dos media sobre a população, mas um "direccionamento"
dos pensamentos da mesma - mudam atitudes, mas influenciam pensamentos, são apenas aqueles fazem com que
determinada citação, pessoa ou acontecimento tenha mais destaque, determinando as situações que devem ser expostas.
Este processo envolve e relaciona três elementos:
1. Os media - emitem os acontecimentos que sucedem, podendo determinar quais os mais importantes - escolhem o
agenda da população.
2. Os acontecimentos em si.
3. O público - é influenciado pelos media, estando condicionado aos temas que estes dispõem.
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NOTA: Apesar de alguns indivíduos procurarem mais detalhes sobre alguns assuntos, a informação está disponível para
todos.
EFEITOS COGNITIVOS- conjunto das consequências da acção comunicativa, de carácter público e institucional, que
incidem nas formas do conhecimento do quotidiano.
Notou-se uma evolução na análise comunicativa o que implica o reconhecimento destas transformações em dois tipos
de causas:
1. Efeitos resultantes da capacidade simbólica para estruturar a opinião pública (agenda de temas dominantes,
hierarquização da relevância de certos temas);
2. Efeitos resultantes da distribuição social dos conhecimentos colectivos;
3. Efeitos relativos às notícias como forma de construção da realidade social.
Teoria:
• Descreve a capacidade dos meios de comunicação de influenciar a importância dada aos tópicos da “agenda pública”
• Os media são responsáveis pela definição da realidade política;
• Estudo de uma campanha em 1968 para ajudar a sustentar a teoria
• Os meios de comunicação garantem que a mensagem política é difundida mais eficazmente.
• A informação e ideais políticos têm intermediários antes de chegar aos media.
• A reação do público diferencia, havendo 2 categorias.
Harold Innis e Herbert Marshall McLuhan são os dois principais autores desta corrente de pensamento.
As principais questões para as quais os dois tentam encontrar resposta são: "Quais são as implicações da introdução
de um novo meio tecnológico num dado meio e contexto social? Como é que essas mudanças alteram esse mesmo
contexto e as vidas dos seus indivíduos?".
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Harold Innis
• Nasceu em 1894 numa pequena comunidade rural e dava muita importância à comunicação em co-presença.
• Era um profundo céptico das tecnologias da comunicação, pelo que não consegue ver nada de muito positivo no
desenvolvimento que os meios de comunicação têm tido ao longo dos anos.
• Vai centrar as suas obras nas implicações que esses avanços tecnológicos trouxeram e no modo como afectaram a
natureza, o dia-a-dia das populações e as relações interpessoais.
• Considerava que para estudar qualquer assunto era necessário fazê-lo indo ao local e entrevistando as pessoas.
Para Innis, as sociedades, independentemente da época que se esteja a analisar, são sempre afectadas e alteradas
com o surgimento de novos meios e técnicas de comunicação. As relações interpessoais vão sempre ser afectadas
positiva ou negativamente.
1. Todas as formas de transporte não construídas pelo Homem (rios, lagos, oceanos, cavalos, etc.)
2. Todos os meios com origem na actividade humana (canais, estradas, vias féreas, navios a vapor, etc.)
3. A extracção de minérios - as matérias-primas são um meio de comunicação, porque estas têm que ser
transformadas antes de serem consumidas.
Para este autor, estes três meios de comunicação afectam POR UM LADO, a organização social, porque são
promotores de ambientes e ecossistemas que medeiam as relações humanas; e POR OUTRO LADO, permitem o
comércio de produtos de diferentes locais, o contacto entre pessoas e civilizações que até à data estavam isoladas.
Dois tipos de comunicação:
1. Meios que ligam o tempo (ex: pinturas rupestres)
2. Meios que ligam o espaço (ex: jornais)
Marshall McLuhan
• Nasce em 1911 e apesar de se afirmar como discípulo de Innis e de se ter baseado nos seus conceitos e ideias para os
seus próprios estudos, afasta-se da ideia dele, mostrando-se estar em desacordo em vários pontos.
• Era um entusiasta dos meios de comunicação e da sua função como unificadores das comunidades, pelo que a sua
teoria dos media está centrada na ideia de que o meio é a mensagem.
• Tem uma visão muito abrangente daquilo que considera ser um meio de comunicação-para ele a tecnologia é uma
extensão do corpo ou dos sentidos do ser humano (ex: a roupa é uma extensão da pele, a fotografia do olho, etc). OU
SEJA, cada medium é uma extensão do próprio homem e da sua pessoa, física e psicologicamente.
"Media - todas as extensões e prolongamentos da mente, do corpo e dos sentidos" - Assim sendo, os meios de
comunicação são capacidades de alterar o ambiente da acção
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• Vai estudar as repercussões sensoriais dos meios - afirma que não existe meio sem mensagem: O MEIO É A
MENSAGEM. O essencial é o novo ambiente social e sensorial criado pelo meio, que modifica as formas de pensar e
sentir.
Innis VS. McLuhan
INNIS MCLUHAN
Incorpora a análise económica dos meios de comunicação Não discute economia política
Não defende a ideia de celebridade intelectual — não gosta das luzes da Representa o ideal de celebridade — adora as luzes da ribalta
ribalta
O primeiro marco ocorre com a criação do TelÉgrafo por Claude Chappe, que despontou para outras
invenções, em 1800, como: os caminhos de ferro, o transporte a vapor, entre outros.
Destes exemplos, nasce a vontade de definir o que é a rede, é originalmente concebido para dar sentido a
um conjunto de caminhos que se interligam – conjunto de redes regulado e controlado. Contudo, no séc. XVIII e
XIX começa a ter ligação com o termo de comunicação, em que está é um sistema de redes.
Quando nos referimos a este facto tem de se ter em atenção a revolução que ambas tiveram nos limites
comunicacionais conhecidos até então.
• A Internet é um poderoso meio de comunicação que dificilmente se poderá viver sem o mesmo.
Neste sentido deve-se abordar, novamente, o trabalho desenvolvido por James W. Carey sobre o telégrafo –
no seu ponto de vista este era uma técnica comunicacional composta por ideologias, valores, políticas, que contribuíram
para uma penetração do poder das cooperações e da alta tecnologia na esfera global das comunicações.
O telégrafo permitiu, assim como os caminhos-de-ferro, criar um sistema nacional composto por transporte e
comunicação – possibilitando que a cultura se cruza-se com a economia. Com efeito disso houve a possibilidade das
transações se tornem mais rápidas.
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Logo (o telégrafo) acaba por incidir no campo económico. Manifestando-se as seguintes diferenças:
• Antes: os mercados eram independentes e estipulavam os preços de acordo com a oferta existente
• Agora: surgiu uma divergência de preços entre mercados
Portanto, todas estas redes foram responsáveis por encurtar as distancias que separavam as pessoas e as
cidades. Ligando assim o tempo e o espaço – há também a importância do telégrafo para o controlo político e das
operações militares e mercados a desenvolver no comércio.
Importância da Internet:
• Define-se internet como um sistema de comunicações baseadas em gráficos que oferecem suportes às pessoas e às
organizações.
• A palavra deriva do facto de ser uma rede comunicacional global que opera na rede de computadores, por outro lado,
é uma rede complexa de conexão entre dipositivos – integra o que é a infraestrutura tecnológica, que torna possível o
ciberespaço.
• É construída de um Habitat digital – criando comunidades virtuais possibilitando o anonimato e a realidade paralela.
Neste contexto fala-se de entidade/propriedade intelectual que é armazenada em vários arquivos aos quais as
pessoas podem ter acesso – reproduzindo-o e transferi-lo com o mínimo esforço.
• Há que ter em conta a lei dos direitos de autor que concede direitos exclusivos de copia aos proprietários da
propriedade intelectual ou a quem estes concedem permissão.
Em conclusão: a internet possibilita a troca de opinião pública colocando várias opiniões ao confronto. É importante
pois quebra barreiras geográficas.
Centenas de milhões adolescentes por todo o mundo, consomem parte do seu dia a jogar jogos online. As
universidades promovem a partir de bolsas que são dadas.
Homo Connexus – indivíduo que vive online, que se liga aos outros instantaneamente por dispositivos digitais;
Homo Urbanus – indivíduo que se concentra em gigantescos centros urbanos;
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• Sujeitação do “sós juntos”(alone together de Sherry Turkle)
• Solidões interativas e não interativas
• Em Portugal continua a haver uma forte predisposição para se residir na costa marítima, com a articulação de meios
digitais a crescer constantemente;
• “Mente colmeia”, apesar de estarmos conectados pela internet ainda necessitamos de encontros pessoais.
• Ainda há necessidade em muitos empresários e académicos passam a vida online a viajar de avião (“net and jet”).
• Sistema de internet como um plano que se construiu gradualmente por interações e ajustes mútuos de inúmeros
agentes.
• Internet como o sistema tecnológico mais complexo do mundo;
• Sistema vulnerável a impactos exteriores.
• Ataques informáticos — ciberataques, vírus e outras formas de malware organizados por agências estatais, militares
ou civis, criminosos, conjunto de pessoas partilhando as mesmas convicções ideológicas;
• Ciberespaço – surge como um novo domínio de combate militar para além da terra, mar, ar e satélites;
• Neutralidade da rede VS Caso paradigmático da “Grande Muralha Digital da China” — internet seria acessível de
igual modo a todos os indivíduos, sem descriminação de conteúdos
Lei de Metcalfe — “as vantagens de empresas das indústrias digitais crescem exponencialmente com o número de
utilizadores, podendo resultar assim a longo prazo num pequeno número de empresas gigantescas”
• Economia de redes, visto que todos os programas de software contam para domínios como vida tecno-económica e
social;
• Tecnologias de informação como matéria prima do século XXI, num modelo de exploração de variadas possibilidades
produtivas digitais;
• Novas patentes, aplicações plasmam o capitalismo do novo século
• Várias teses de sociólogos referem que existe um “individualismo de rede” – perda de relações como grupos sociais
tradicionais em prol de participação anónima nas redes sociais
• Falta de mecanismos de segurança por parte da Internet em relação à fiabilidade de informação procurada;
Homo Conexus surge como Homo Credulus – indivíduo intoxica-se com teorias conspirativas ou nagacionistas de
toda a espécie, “virais"
Eletrografia – escrita em processador de texto ou dispositivo móvel vista como degradação cognitiva ou como
criatividade (emojis)
• “Pegada digital” sempre presentes no dia-a-dia dos utilizadores — tudo o que está na Internet a nossa respeitos, em
todas as ações que fazemos, deixamos sempre alguns dados que permitem sermos identificados (ex: fitness)
• Individualismo de redes visto como individualismo de redes de mercado, pois os utilizadores são solicitados e
observados constantemente por empresas.
• Aldeia Global — McLuhan — esta rede e esta conexão que todos partilhamos já se transformou num negócio. A
internet e o digital influenciam assim, todos o nosso quotidiano e estão presentes em todas as áreas da nossa
civilização.
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The Net Delusion, Evegny Morozov (texto 9)
Estratégias de Vigilância
• Manifestações do Vietname, abafar protestos causados por ativistas;
• Doar equipamento e formação (governo solidário com agricultores);
• Evolução Digital por parte do governo e a opressão dos ativistas;
• Exemplo de uma prisão com arquitetura Panóptica;
• Links de Organizações como meio expiatório.
Antes da Internet
• Sentimento de compaixão por parte dos oficiais quanto as seus alvos;
• Exemplo: A vida dos outros;
• Método caro e demorado.
Depois da Internet
• Sentimento de compaixão por parte dos oficiais quanto aos seus alvos;
• Método muito mais barato.
A gravação vídeo — meio facilitado de captação de informação (caso da china).
Caso da face.com — ferramenta que permite reconhecimento e recolha de fotos.
Caso Sapir
• Projeto criado na união europeia;
• Possibilidade de procura audiovisual automática.
A privacidade
• Vida cada vez mais expostas;
• Os governos percebem o valor da informação e criam as suas próprias redes sociais.
Os dados dos User
• Empresas aproveitam-se das vulnerabilidade da internet (Exemplo: trivago – Descobrem a identidade e
características dos utilizadores e passam-nas dos hotéis);
• Jogos e Quizzes (No facebook);
• A policia secreta.
Data Base
• Rasto na Internet e as suas consequências;
• Dados utilizados para negócio;
• Previsão de acontecimentos através de pesquisas no Google;
• Necessidade de estar nas redes sociais;
• Pessoas mais informadas sobre a alçada de governos totalitários (controlo sobre pessoas);
• Dominar o motor de busca é uma vantagem para os governos totalitários.
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“It Gets Better” : Internet memes and the construction, Noam Gal, Limor Shifman,
Zohar Kampf (texto10)
Necessidade – Surge como resposta ao suicídio entre jovens homossexuais que sofriam de bullying;
Comunidade LGTB;
Meme – Intenção Reprodutória por parte dos outros membros da comunidade LGTB.
Meme – Deriva da palavra grega: o que é imitado, imitação, cópia.
Richard Dawkins
• Pequenas unidades culturais de transmissão que fluem de pessoa para pessoa;
• Segundo os autores do texto;
• Grupos de itens que partilham características comuns em termos de conteúdo.
Método de seleção e análise da amostra
• Os autores visam identificar em que medida a reprodução de conteúdos em massa demonstra subversão a
conformidade perante a premissa original;
• A análise é feita com base em 3 categorias: conteúdo, forma e postura.
Temas recorrentes
• Videos com um formato de narrativas pessoais geralmente negativas e relacionadas com a adolescência e
experiências durante o ensino secundário.
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