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APRESENTAÇÃO
O presente material terá por objetivo precípuo orientar as unidades que integram a Universidade do Estado
do Pará, quanto à definição de diretrizes gerais e o estabelecimento de procedimentos legais necessários à composição
dos processos de DISPENSA e INEXIGIBILIDADE de licitação para que o Ordenador de Despesas delibere a
respeito, instruindo-os com documentos imprescindíveis que lhes darão suporte, haja vista que servirão de base para
registro e conformidades supervenientes.
A documentação adequada é importante por vários motivos, dentre os quais confirma e fundamenta os
pareceres e relatórios elaborados pela entidade, aumenta a eficiência e eficácia de suas contas, serve como fonte de
informação para responder consultas de quaisquer interessados e para futuras referências e, como prova da
observância das normas legais, facilita o planejamento e a supervisão.
É oportuno enfatizar que este tipo de trabalho se insere num conjunto de ações pedagógicas que a
Coordenadoria de Controle Interno da Universidade do Estado do Pará, dentro de um novo paradigma de gestão da
coisa pública, vem procurando implementar, com o propósito de informar todos os segmentos que a compõem quanto
aos procedimentos a adotar para a realização de despesas públicas com eficiência, eficácia e economicidade, pois
certamente temos a convicção de que, quando o assunto é administração pública, orientar é muito mais profícuo do
que simplesmente corrigir, principalmente quando se tem como desiderato evitar o comprometimento da probidade do
gestor na aplicação dos recursos públicos que administra.
Por esta razão, contamos com a colaboração de todos os servidores desta instituição para que leiam com
atenção este material e que envidem todos os esforços no sentido de segui-lo, fazendo bom uso do mesmo dentro de
suas respectivas áreas de atuação.
I – DISPENSA DE LICITAÇÃO
Consagrando a observância do princípio da licitação como regra imperiosa à qual devem sujeitar-se os
entes e órgãos públicos, tanto da Administração Direta quanto Indireta (caso específico da Universidade do Estado do
Pará), o texto legal também admite, em caráter de excepcionalidade, fugas a essa regra. Tais hipóteses são catalogadas
no diploma licitatório sob a denominação de DISPENSA e INEXIGIBILIDADE. Trata-se de situações distintas
justificadoras da exclusão do procedimento licitatório como a seguir se verá.
Na DISPENSA, a licitação seria em tese possível, em face de uma necessidade pública específica e a
existência de bens ou serviços disponíveis, em quantidades tais a justificarem uma licitação. Contudo, razões de
ordem superior, relacionadas à satisfação de interesse público, também merecedor de imediata acolhida, justificam
uma contratação direta, sem recurso à licitação.
Isso se faz necessário, pois neste caso o legislador entendeu que os eventuais benefícios que poderiam ser
obtidos através da licitação seriam inferiores aos malefícios dela derivados.
O estatuto das licitações sistematiza os casos de dispensa e inexigibilidade. As hipóteses de dispensa são
enunciadas de forma taxativa, sem que seja possível ao gestor da Universidade do Estado do Pará suscitar outra
possibilidade não expressamente naquele prevista.
Isto não ocorre com a disciplina legal da inexigibilidade. Aqui as hipóteses apresentam-se de forma
meramente enunciativa ou exemplificativa. Assim, outras situações não contempladas pelo legislador, nas quais a
licitação revelar-se-ia inviável, podem ocorrer, não sendo obrigatória, nesses casos, a instauração do procedimento.
O gestor deve ser cauteloso ao decidir-se pela contratação direta, pois a Lei de Licitações e Contratos, em
seu art. 89, considera ilícito penal dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses nela descritas, nestes termos: Art.
89. Dispensar ou inexigir licitação fora das hipóteses previstas em lei, ou deixar de observar as formalidades
pertinentes à dispensa ou inexigibilidade: Pena: detenção, de 3(três) a 5(cinco) anos e multa. Parágrafo Único. Na
mesma pena incorre aquele que tendo comprovadamente concorrido para a consumação da ilegalidade,
beneficiou-se da dispensa ou inexigibilidade ilegal para celebrar contrato com o Poder Público.
As hipóteses de licitação dispensada estão previstas no art. 17 da Lei Federal nº 8.666/93, Lei de Licitações
e Contratos, nos caso de Doação de bens móveis para fins de interesse social. As hipóteses de licitação dispensável
estão previstas no art. seu art. 24 e podem ser divididas em quatro categorias, das quais merecem destaque as
seguintes:
Esse percentual será de 20%(vinte por cento) para obras e serviços contratados por Sociedades de
Economia Mista, Empresas Públicas e Agências Executivas, não podendo ser aplicado à Universidade do Estado do
Pará, haja vista que esta se constitui numa Autarquia de Regime Especial, criada pela Lei Estadual nº 5.747, de 18 de
maio de 1.993.
Quando a contratação for efetuada por sociedade de economia mista, empresas públicas autarquias e
fundações qualificadas como agências executivas, os valores são os seguintes:
Nessas hipóteses, deve ser observado que o valor relativo à estimativa da despesa deve corresponder ao
total da compra ou do serviço, a fim de que o objeto da licitação não venha a ser fracionado para fugir da modalidade
superior ou enquadrar-se na hipótese de dispensa que as obras, serviços e fornecimentos devem ser programados na
sua totalidade, com previsão de custos atual e final e dos prazos de sua execução.
O gestor da Universidade do Estado do Pará não pode dividir o objeto da dispensa em duas ou mais partes
para que os respectivos valores se enquadrem nas condições e limites acima declinados, pois, sob pena de estar
fraudando a exigência de uma licitação e estar incorrendo na prática de ilícito penal acima referido.
Está também proibida a dispensa de licitação pela Universidade do Estado do Pará quando se tratar de
obras e serviços da mesma natureza executados no mesmo local, desde que possam ser realizados conjunta e
concomitantemente, ainda que fossem, separadamente, em termos de valor, enquadráveis na hipótese de dispensa.
Para essas obras e serviços pode-se realizar uma só licitação ou duas, sendo que na primeira hipótese tem-
se a execução conjunta enquanto que na segunda a execução diz-se concomitante.
É imperioso ressaltar que quando o legislador usa a expressão “mesmo local” no dispositivo aludido está
querendo dizer “mesmo Município”, dado ser esta a única unidade territorial definida objetivamente na legislação
pátria.
Daí porque é imprescindível que a Universidade do Estado do Pará tenha atenção quando necessitar realizar
simultaneamente obras e/ou serviços de engenharia em imóveis de sua propriedade localizados em um mesmo
município, para que não os faça por intermédio de mais de uma empresa mediante dispensa de licitação quando seria
possível realizá-los de uma só vez mediante instauração de certame licitatório, sob pena de está incorrendo na prática
de FRACIONAMENTO DE DESPESA, o que é vedado pelo estatuto licitatório.
Muitas vezes o fracionamento ocorre pela ausência de planejamento do quanto vai ser efetivamente gasto
no exercício para a execução de determinada obra, ou a contratação de determinado serviço ou ainda a compra de
determinado produto.
Desta maneira tem recomendado o TCU nas suas decisões, conforme a seguir se lê:
Serviços, exceto os de engenharia, e compras de até R$-8.000,00 (OITO MIL REAIS), correspondentes a
10%(dez por cento) do valor atribuído ao Convite, podem ser contratados diretamente.
Esse percentual será de 20%(vinte por cento) para compras e outros serviços contratados por Sociedades de
Economia Mista, Empresas Públicas e Autarquias ou Fundações Públicas assim definidas em lei como “Agências
Executivas”, não podendo ser aplicado à Universidade do Estado do Pará, haja vista que esta se constitui numa
Autarquia de Regime Especial, criada pela Lei Estadual nº 5.747, de 18 de maio de 1.993.
A faculdade de dispensa é estendida às alienações enquadráveis, em termos de valor, nos limites acima
indicados. O valor instituído como limite para contratação direta pode ser revisto pelo Poder Executivo Federal, nos
termos do artigo 120 da Lei Federal nº 8.666/93, sendo que Estados e Municípios podem fixar limites menores, e,
portanto, a Universidade do Estado do Pará também pode fazê-lo, mas nunca superiores ao previsto no dispositivo
legal aludido, considerando que a competência para majorá-lo é privativa da União.
· A justificativa do preço.
· A situação adversa, dada como de emergência ou de calamidade pública não tenha sido originada de falta
de planejamento, da desídia administrativa ou da má gestão dos recursos disponíveis, isto é, que ela não possa ser
atribuída à culpa ou dolo do agente público que tinha o dever de agir para prevenir a ocorrência de tal situação;
· Que o risco, além de concreto e efetivamente provável, mostre-se iminente e especialmente gravoso;
· A imediata efetivação, por meio de contratação com terceiro, de determinadas obras, serviços ou
compras, segundo as especificações e quantitativos tecnicamente apurados, seja o meio adequado, efetivo e eficiente
para afastar o risco iminente detectado.
Entretanto, a contratação deverá ser feita com observância das mesmas condições da licitação havida como
deserta (ex. prazo de início, de conclusão, de entrega, condições de execução e de pagamento).
Assim, pode a Universidade contratar sem licitação sempre que todas as propostas apresentadas forem
desclassificadas por conterem preços excessivos e os licitantes não apresentarem outras, no prazo de 8 dias úteis ao
ato desclassificatório.
A contratação, nesses casos, há de ser feita pela Universidade do Estado do Pará por preços não superiores
aos consignados no registro de preços. Agora, a falta de registro de preços impede a dispensa, e a licitação deve ser
repetida.
Pode ocorrer nos casos em que há rescisão contratual, sendo facultado à Universidade convocar os demais
participantes da licitação, na ordem de classificação para verificar se têm interesse em contratar o remanescente, nas
mesmas condições oferecidas pelo licitante vencedor, inclusive quanto ao preço, devidamente corrigido.
É dispensável a licitação se as obras de arte e os objetos históricos tiverem autenticidade certificada e desde
que a aquisição ou restauração seja compatível ou inerente às finalidades do órgão ou entidade.
A aquisição só é legítima quando contratada por órgãos ou entidades que cumpram programa voltado à arte
ou à história: museus, escolas de belas-artes, fundações culturais ou artísticas. O bem desejado não precisa ser único
ou singular.
No caso de restauração, é cabível a declaração de inexigibilidade de licitação, desde que se trate de serviço
de natureza singular, com profissional ou empresa de notória especialização.
As demais entidades ou órgãos sem qualquer finalidade ligada às artes ou à história podem adquirir objetos
de arte ou históricos como elemento de decoração, desde que mediante licitação.
Os componentes ou peças podem ser de origem nacional ou estrangeira, desde que necessários à
manutenção de equipamentos durante o período de garantia técnica.
A aquisição deve ser feita junto ao fornecedor original do equipamento, quando tal condição de
exclusividade for indispensável para a vigência da garantia.
Terminada a garantia, a aquisição dos componentes e peças dar-se-á mediante licitação. Assim também será
se nenhuma exclusividade for exigida para a manutenção da garantia.
Aquisição, por pessoa jurídica de direito público interno, de bens produzidos ou serviços prestados por
órgão ou entidade que integre a Administração Pública e que tenha sido criado para esse fim específico em data
anterior à vigência da Lei nº 8.666/93, desde que o preço contratado seja compatível com o praticado no mercado.
Por exemplo, o governo do Estado do Pará não necessitaria abrir licitação, com base neste dispositivo, para
contratar serviços de informática se há uma empresa governamental por ele criada que seja prestadora desses serviços
somente a entidades a este pertencentes, a PRODEPA, e não para terceiros, dado que assim foi criada
especificamente para lhe prestar dito serviço, e não para prestá-lo a quem por ele se interessar.
Desde que o serviço seja prestado à pessoa jurídica de direito público interno, por órgãos ou entidades que
integrem a Administração Pública criados para esse fim específico.
Para a aquisição ou alienação de bens, prestação ou obtenção de serviços, desde que o preço contratado seja
compatível com os praticados no mercado. A regra só prestigia a contratação das subsidiárias pelas respectivas
empresas públicas e sociedades de economia mista, não cabendo sua aplicação nas contratações entre empresas
estatais ou entre subsidiárias. Também não se aplica nos ajustes da Administração Pública com as empresas
governamentais ou com suas subsidiárias.
De acordo com o inciso XIII, do art. 24 da Lei 8.666, de 21 de Junho de 1993, a administração pública,
através de dispensa de licitação, pode contratar instituições para dar apoio à projeto de ensino pesquisa, extensão,
desenvolvimento institucional, científico e tecnológico, com inquestionável reputação ético-profissional, desde que
preste tais serviços com elevado grau de competência e excelência e que não possua fins lucrativos e pratique preços
compatíveis com os serviços a serem prestados e com a realidade de mercado.
Para tanto, a Administração Pública deve se cercar de algumas cautelas quando pretenda utilizar tal
dispositivo legal, para não utilizá-lo de forma generalizada e desprovida de critérios, contratando instituições para a
execução de serviços que não se enquadrem em ações de apoio a projetos específicos de pesquisa, ensino e
desenvolvimento institucional do órgão, sob pena de o gestor órgão incorrer em fraude à licitação e ter que suportar as
sanções legais por descumprimento do diploma legal.
Este tem sido o entendimento dos órgãos de controle do país, com destaque para as deliberações do
Tribunal de Contas da União - TCU, como as transcritas:
II - INEXIGIBILIDADE DE LICITAÇÃO
A inexigibilidade ocorre quando a circunstância de fato encontrada na pessoa com quem a Universidade do
Estado do Pará pretende contratar impede o certame, a concorrência, a disputa.
Há inviabilidade fática de competição, de modo que, ainda que a Universidade desejasse a licitação, esta
restaria inviável ante a absoluta ausência de concorrentes.
As hipóteses de inexigibilidade elencadas no artigo 25 não são taxativas, mas meramente enunciativas ou
exemplificativas.
A contratação com base nos casos de inexigibilidade necessita de justificativa da Universidade, através de
exposição de motivos circunstanciada assinada pelo agente responsável pela análise da viabilidade ou não da licitação.
Se esta restar inviável, o processo assim instruído deverá ser levado à autoridade superior para, se for o
caso, ratificar e publicar a justificativa acompanhada do ato de ratificação.
A inexigibilidade do procedimento licitatório não libera a Universidade do Estado do Pará das demais
exigências que se requer em uma licitação, a saber: comprovação da capacidade jurídica, técnica, econômico-
fínanceira e regularidade fiscal do contratante.
Deve ainda a Universidade preocupar-se com a emissão da nota de empenho, a celebração do contrato, bem
como a publicação do ato na imprensa oficial, em observância ao princípio da publicidade que rege os atos da
Administração Pública, consoante estatui o art. 37, caput, da CF/88.
É vedada a preferência de marca, devendo a comprovação de exclusividade ser feita através de atestado
fornecido pelo órgão de registro do comércio do local em que se realizaria a licitação ou a obra ou o serviço, pelo
Sindicato, Federação ou Confederação Patronal, ou, ainda, pelas entidades equivalentes.
A exclusividade pode ser absoluta ou relativa: É absoluta quando no país só há um fornecedor ou um único
agente para prover os interesses da Administração. É relativa quando no país há mais de um fornecedor, empresa ou
representante comercial, mas na praça considerada há apenas um.
Serviços técnicos profissionais especializados, para os fins da Lei Federal nº 8.666/93, em seu art. 13, são
estudos técnicos, planejamentos e projetos básicos ou executivos, pareceres, perícias e avaliações em geral,
assessorias ou consultorias técnicas e auditorias financeiras ou tributárias, fiscalização, supervisão ou gerenciamento
de obras ou serviços, patrocínio ou defesa de causas judiciais ou administrativas, treinamento e aperfeiçoamento de
pessoal e restauração de obras de arte e bens de valor histórico.
Os serviços devem ser de natureza singular e os profissionais e empresas contratadas devem ser de notória
especialização, requisitos estes cumulativos para ensejar a inexigibilidade de licitação.
Por natureza singular entende-se o serviço com uma complexidade tal que o individualiza, tornando-o
diferente dos da mesma espécie e exigindo, para a sua execução, um profissional ou empresa de especial qualificação.
O contrato firmado com base nesta hipótese de inexigibilidade é de execução personalíssima, implicando
dizer, portanto, que o licitante contratado ficará obrigado a garantir a realização pessoal e direta dos serviços objeto do
contrato.
C) CONTRATAÇÃO DE ARTISTAS:
Profissional de qualquer setor artístico, diretamente ou através de empresário exclusivo, desde que
consagrado pela crítica especializada ou pela opinião pública.
Se o contrato estiver dentro do limite do Convite, é suficiente a crítica especializada ou a opinião pública
local; se estiver dentro do limite da Tomada de Preços, é suficiente a regional; se estiver dentro do limite da
concorrência, é necessária a nacional.
Tal sistema disponibiliza listas de procedimentos específicos de acordo com a fundamentação legal da
dispensa e inexigibilidade a serem aplicadas nos processos, no que couber, possibilitando que eventuais correções,
quando necessárias, sejam realizadas antes da finalização dos mesmos.
Portanto, os processos de dispensa e inexigibilidade realizados pela Universidade do Estado do Pará, devem
está instruídos, no que couber, com os seguintes documentos:
o Quando for o caso, adequada caracterização do objeto da compra pretendida pela Administração;
o Quando for o caso, projeto básico aprovado pela autoridade competente e orçamento detalhado em
planilhas que
expressem a composição de todos os custos unitários da obra e/ou do serviço;
o Original ou cópia dos documentos do fornececedor/prestador, tais como CNPJ, Contrato Social e
eventual alteração e de identificação pessoal dos sócios, a saber, RG e CPF, Certidões de Regularidade com as
Fazendas Públicas Federal, Estadual e Municipal, INSS e FGTS;
o Quando for o caso, aprovação da minuta de contrato, devidamente assinada e datada, exarada pela
Área Jurídica do Órgão/Entidade;
o Quando for o caso, publicação no DOE do extrato de contrato em até 10 dias após sua assinatura;
o Quando se tratar de obra e/ou serviço de engenharia, Anotação de Responsabilidade Técnica – ART;
o Documentos Fiscais (NF tradicional, NF Eletrônica, Fatura, etc.) contendo detalhamento descritivo e
quantitativo do objeto contratado: material, serviço e/ou obra;