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Michel S.
FEITOZA

CRUVIANA
EM TAUMANAN
DE MACUNAÍMA

Composição:
Michel S. FEITOZA
Arte:
Livea L. CARMO

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Apresentação

Este conto é um improviso erudito


Baseado em fragmentos épicos de lendas, poemas e canções
Que refletem a extensão Norte do Brasil.

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O poema é um objeto súbito
Mário Quintana

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Conjunto

ÍNDIOS-GUERREIROS: Tribo Macuxi.


CRUVIANA: Mãe do alvorecer.
TAUMANAN: Habitat de harmonia.
CANAIMÉ: Espírito Mal.
JURUPARI: Legislador.
TEPEQUÉM: Montão majestoso.
MONTE RORAIMA: Berço de Macunaíma.
MACUNAÍMA: Curumim Magia.
SOL: Esposo da Lua, pai de Macunaíma.
LUA: Esposa do Sol, mãe de Macunaíma.
BICHOS DA FLORESTA: Sapo, Cágado, Melro, Paca, Peba,
Jaguatirica, Soin, Carcará, Boitatá e bichos aos redores.
PAABA: Deus do povo de Taumanan.

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Atos

1. TAUMANAN......12
2. A PRESENÇA DO ESPÍRITO MAL..........14
3. SENTIMENTO E FITAR DE OLHOS..........15
4. A CANTIGA DA MÃE DO ALVORECER........17
5. O FILHO DO SOL E DA LUA.............18
6. O TEMPO VERBAL DE CANAIMÉ.............20
7. A RÉPLICA DE CRUVIANA.............21
8. BENÇÃO DE PAI E MÃE.............22
9. MACUNAÍMA VAI AO COMBATE.............23
10. UM NOVO TEMPO EM TAUMANAN.............26

Referências............28
Glossário..........30

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ATO - I
TAUMANAN

Agradecidos
Os índios-guerreiros oram à Cruviana

Ó, mãe do alvorecer
Que sobre o brilho do dia protege-nos
A vós, deusa do vento, bendizemos
Cruviana querida

Aramos a terra, alimentamos o gado


Plantamos os frutos do amanhã
Glória à grande rainha
Formosa e esplêndida mãe

Agradecemos-te por nos oferecer este habitat


De rios, igarapés, bichos e palmeiras
Ó, admirável e sempre doce
Tu és brisa em nossas vidas...
Tu és Cruviana, senhora querida

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Num lugar chamado Taumanan
Habitat da eterna primavera
O sossego e a harmonia prosperam entre homens
E bichos da floresta
Que juntos partilham tranquilidade e fartura contínua
Sobre rios e igarapés transbordando peixes
Numa vida em abundância, de esplendor no horizonte
Cavalgando cavalos selvagens no crepúsculo do entardecer
Sob a graça de Cruviana...

No azul do infinito
Sobre o monte verde majestoso
Em terras baixas, alagadiças
Muita caça, muita pesca, muitos frutos

É terra onde vive Cruviana


Circundando em nuvens brancas
Num diadema de beleza
Sem trovejo ou relâmpago
Com águas que vertem das pedras
Das fissuras, das ravinas
Como se fossem lágrimas sentidas de emoção desconhecida

Parece um deslumbre... É uma magia


É paragem diferente
Amarela como ouro de Quinô
Lugar de Cruviana, deusa dessa Terra
Protetora de Macunaíma, valente índio

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ATO – II
A PRESENÇA DO ESPÍRITO MAL

Porém, nem tudo que reluz é ouro!


E neste paraíso coruscante e sublime, lá no alto, ao longe
Figura Canaimé, espírito mal
Que vive na floresta nutrido de encantamento
Disfarçado de Jurupari
Manipulando a lei dos guerreiros
Ferindo com pranto e tormento
Aqueles que infringem seu ideal de mundo.

E sempre à espreita
Canaimé observa a paz entre os índios-guerreiros
E bichos no seu esplendor...

Um susto identifica Canaimé e ele está aqui


Desabando o medo, a tristeza, a mudança.
Desfigurando o azul e as formas
Agravando o caos, remetendo ao fim
...
Realmente, o susto é medonho
De morte, quase morte
Que chega num ruído grave objetivando o todo
Destinando o oposto do desejo de viver

E mais que um susto


De fato, é Canaimé
Pesadelo e não um sonho
Solução que disforma e sapeca o sofrer
Estruturando a diferença
Como um castigo sem dó e piedade
Ora forte, ora pior
Sintomático no ar
Sutil ao extremo

Este é o poder de Canaimé


Que não se vê, mas é sentido
Insano e prometido

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ATO – III
SENTIMENTO E FITAR DE OLHOS

Canaimé, ciumento Canaimé


Percebo despeito por Cruviana, mãe do alvorecer
Que sopra vida para os aldeões
Viventes sobre o Tepequém e o Monte Roraima
...
Certo dia
Entre o sol e as estrelas
Canaimé encontrou Cruviana cantando no vasto campo
E sentiu-se apreensivo

CRUVIANA:

Taumanan é rica de naturalidade


Habitat de igarapés
Menino imergiu no rio

Ó, Taumanan
Luz do sol, bichos da floresta
Mistérios da natureza

Diante dos raios prateados


Macunaíma
Taumanan fecundou

Curumim esperto
De berço, o Monte Roraima
Cidade Taumanan
De lendas até o Tepequém
Serra para espreguiçar os fios de cabelo
Num friozinho bom
...
Tudo Taumanan
Do índio-guerreiro
Herói da tribo Macuxi
Até outros montes

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E sem implicar-se no findo da canção
Canaimé depressa seguiu rumo inverso ao de Cruviana...
E numa sequência de impulsos
sobre o espaço aparatoso de Taumanan
Canaimé encontrou Macunaíma, índio-guerreiro
Papeando com o Bicho Sapo
Bicho Cágado, Bicho Melro
E Bichos Aos Redores
Então,
Resolveu curiar a prosa...

MACUNAÍMA:

Sapo estulto e guapo


Incha de embófia, vadio brio
Pula na bugalha e palpita um papo comigo daí acocorado
Coaxa ao mínimo barulho
O que faz por estas beiras?
...
E tu, Cágado!
Diz-me por que chegaste nesta superfície
Pelo lamaçal do charco
Com meu amigo Sapo?
...
Olá Melro, ‘Riso de Cristal’, “bons-dias”
Prazenteiro novamente na ‘PAZ’!
...
Vocês também, bichos aos redores
Sento-senses igualmente como Cágado, Sapo e Melro?
...
Seja bem acolhida a chegada!

... Passado o papo


Macunaíma escapuliu pelo mato
E outra vez Canaimé deslocou-se atrás do herói Macuxi
Observando de perto Macunaíma vagar nos campos de Taumanan...

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ATO - IV
A CANTIGA DA MÃE DO ALVORECER

Em Tepequém
Cruviana perfuma os ares cantando feliz!

CRUVIANA:

Cupim e formiga-branca
Larva que não dormita
Vós sois animais do chão
De mudas gigantes

Reservo-lhes meus cumprimentos


Regateio aplausos
Saúdo a todos nesta manhã
Também a Traça Sem Pressa
A Ratazana e os bichos aos redores
Que da mesma forma
Roem nozes de poesia

Curvo-me a soprar pra vocês


Heróis desta terra

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ATO – V
O FILHO DO SOL E DA LUA

Antes de Macunaíma nascer


O Sol era apaixonado pela Lua
Porém, um não encontrava o outro
Pois quando o Sol se punha
A Lua desabrochava na noite
E foi assim por milhares de anos
Até que num dia esquisito um eclipse compensou-lhes este ato
E ambos namoraram, fecundando Macunaíma sobre enorme Platô
O Monte Roraima
Vale de cristais e águas cristalinas
Lugar batizado por Cruviana de ‘Taumanan’
Então...

Apaixonados Sol & Lua


Destino que não se cruza
A Lua nascia e o Sol se punha
Pais de Macunaíma
Índio guerreiro herói da tribo Macuxi
Que teve como berço o Monte Roraima
Parque das bromélias
Fauna igualmente peculiar, bela e verdadeira
De cavalos selvagens em extinção
...
Lugar de rara biologia!

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...Nascia ali Macunaíma,
índio-guerreiro, herói da tribo Macuxi
Num dia que o céu ficou todo azul
As estrelas piscaram lustrosas
E os bichos Paca, Peba, Jaguatirica,
Soin, Carcará, Boitatá
E os demais bichos aos redores
Cantaram para o menino ingênuo:

Cai no jardim um indiozinho


Um indiozinho nu na mata
Seu nome é conhecido
Macunaíma, curumim magia

Menino curioso
Que na vida embrenhou-se no mato
Com arco, flecha e zarabatana
Pra caçar seu alimento

Hoje é homem, também senhor


Terra, fogo, rio e ar
Reina no Norte, Leste, Sul e Oeste
Rasga matas, cura gente
Fala com bichos

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ATO - VI
O TEMPO VERBAL DE CANAIMÉ

Noutro momento
Canaimé encontrou Cruviana e...

À espreita
Tenho observado a beleza desta Terra elevada e infinita de harmonia
Ela é como círculo in natura
Onde cavalos selvagens galopam em disparada a brincar
Onde as águas vertem das ravinas das pedras
E o Índio - agora homem - sorri com os bichos
...
Tenho observado mais, Cruviana!
Percebido que nestes quatro cantos
Tu sopraste um ar que contagia o povo
E que no crepúsculo dos entardeceres
Tua brisa descansa diante da aurora solar e lunar
Porém, ouça-me Cruviana!
Permiti-me plantar poder aqui
Entre uns e outros índios-guerreiros

Perceba, mãe do alvorecer:

Um novo tempo de colheita


Neste mundo harmônico
De princípios e finalidades.
Com tudo que possa produzir
Na espessa e fria neblina
Que viaja lenta
Mas seguramente encobrindo
O azul do céu e o brilho dos olhares
Nas novas estrelas-guia
Singrando mares n’outro navio

Sim!
Porque sou Canaimé
Desencadeio tempestades na Terra
Meu brado possui força universal

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ATO – VII
A RÉPLICA DE CRUVIANA

Cruviana ao impudente Canaimé:

Sei da tua maneira Canaimé


Que observas Taumanan de Macunaíma
Mas não sabes tu que este lugar é mágico
E que nele existe um esplendor coruscante infinito?
Não te desanimo ‘Espirito Ruim da Floresta’
Mas tua simpatia não possui tendência neste habitat!

Perceba a liberdade:

Voando livre como um pássaro


Ao alcance das estrelas
Na imensidão do céu
À frente do sol
No frescor do ar
Na segurança do voo livre
Direito de ir e vir sem bloqueios
...
E uma vez no céu
Contemplando o infinito
O verde, o azul, o vermelho... uma só beleza
Na descoberta do secreto
Na harmonia do voo
Preso ao que é bom
Numa vertigem fascinante de liberdade

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ATO – VIII
BENÇÃO DE PAI E MÃE

Macunaíma percebe algo ruim


Que logo irá acontecer
Cruviana contou-lhe num sopro...

Macunaíma para mãe Lua e pai Sol:

És Lua
De cor prateada e brilho estonteante
Enamorada de meu pai Sol

Sim
És Lua, és tu a minha mãe
Que ilumina noites de outrora
E dias de outrora
Embalando o coração amante de meu pai

E mais que tudo


És apoteótica, mamãe
Porque rasgas o fim do infinito
Como urdideira das estrelas que laureiam por tua conta

Ó, minha mãe, enamorada de meu pai


Como são enormes tuas madeixas
Quando ao longe esvoaçam
Roubando a graça de papai

Ha, ha, ha, ha...


E como esvurma teu peito
Está num ardor que alumia o globo

Minha mãe, meu pai


Por favor
Suas bênçãos

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ATO – IX
MACUNAÍMA VAI AO COMBATE

É necessário forças para enfrentar o que vem


Macunaíma está entre poucos
Dentre seu povo que não se corrompera a Canaimé
A batalha do Herói Macuxi contra o Espírito Mal
vai começar...

Cantiga de Macunaíma à Cruviana


(Nasce nova flor nessa Terra):

Renova-me com teus ares, Cruviana


Tão bom quanto o amor em mim
Saúdo teus ventos refrescantes
Taumanan agradece
Minha predileção é você

Não busco outros ares


Basta-me teu coração liberto
E com um gosto de afago
Quero-te mansa e macia

Ó, Cruviana
Olhos sensíveis à beleza
Transcende novos montes
E perceba descalça Taumanan novamente
...
Macunaíma
Tua bravura não se mede pelas armas que usa
Mas pelos feitos que o tempo projetou
És justiceiro
Filho do Sol com a Lua
E nesta terra, as folhas dos arbustos
Possuem teu brilho meigo e aveludado
E assim, Macunaíma é herói
Com sorriso dos mártires justos
Fluência dormente e perfumada
Poderoso sobre todas as forças vivas da Terra
...

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Macunaíma, Índio Guerreiro
Na Tua amplidão etérea chegou lá e viu tudo
Partiu como uma flecha
E louco e mudo correu por todo o matagal
Mas eis que solta de repente um grito
ao encontrar teus irmãos na prisão

Ó, natureza! Ó, Paaba!
Como consentes que me roubem assim os meus irmãos?
Quanta dor, quanto amor,
irmãos da minha vida, do meu coração!
...
Covarde, Canaimé, covarde
Vós prendeis-vos
O Sol e a Lua testemunharam
Cruviana é minha força
Fé que abrasa meu espírito e agulhão que te encerra

Queimarei teus desejos, Canaimé astucioso


Encerrarei tuas asas e teu pensamento desumano, neste momento
Porque é tua a culpa, de mais ninguém, atroz

Tu és remorso eterno, Canaimé


Abutre e Fera
Teu cárcere será maldito

E como a noite é formosa


Nem um ai, nem um grito
Sairão novamente da tua boca encardida
...
Oh, triste noite!

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Ao sentir aproximar Macunaíma
Canaimé desperta da atonia
Lançando-se furioso para parti-lo
Porém,
Macunaíma crispando as unhas convulsivamente
como a fúria de um leão
Batalha ardente contra Canaimé
Despedaçando suas garras, arrebentando suas asas
E ambos rolam pelo azul da imensidade sob luz serena e fria
Branca como a harmonia
Pura como a verdade na atonia cruel das grandes dores
E entre a luz do luar e o som da floresta
Com todos os bichos aos redores
Jazia inerte, exânime e sereno, Canaimé
Golpeado pela flecha de Macunaíma,
Herói da Tribo Macuxi

Então, com este golpe

Canaimé saltou fitando Macunaíma


Numa gargalhada de lágrima e dor
Partindo pelo espaço
Indo cair morto numa cárcava silvada em flor

E este foi o maior gesto de justiça de Macunaíma


Quando o poder de sua flecha marcou Canaimé
Petrificando-o junto a Paruru
Amaldiçoando-o na eternidade

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ATO – X
UM NOVO TEMPO EM TAUMANAN

E a natureza fresca e onipotente voltou a sorrir castamente


Com a alegria dos heróis

E nas sebes orvalhadas


Entre folhas luzentes como espadas
Outra vez, cantaram os rouxinóis

E o herói febril, a gotejar corante


Partiu num voo arrebatado e louco
Trazendo dentro em pouco, Cruviana, mãe do alvorecer

E ao ver sumir exausto moribundo nos abismos sem fundo


No temeroso mar do sofrimento
Cruviana quedou silenciosa
Depois chorou, chorou e disse:

Meus filhos
A existência é boa só quando é livre
A liberdade é a lei
Prende-se a asa, mas a alma voa
Ó, filhos
Voemos pelo azul

E exclamou ao final:

Tudo o que existe é imaculado e é santo


Há em toda a miséria o mesmo pranto
E em todo o coração há um grito igual
Paaba semeou d'almas o universo todo
Tudo o que vive e ri, canta e chora
Tudo foi feito com o mesmo lodo
Purificado com a mesma aurora

E Pela dor, pelo amor, pela inocência


A alma tem a mesma essência
Quer guarde um berço
Quer proteja um ninho
Toda a criatura
Desde a mais bela até a mais impura
Ou numa pomba ou numa fera brava
Paaba habita, Paaba sonha
Paaba murmura.

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Referências

Mário de Andrade
Castro Alves
Alfredo Bosi
Guerra Junqueiro
Emir Calluf
Fernando Pessoa
Hortêncio Sales
Mário Quintana
Marcello Rollemberg
Francisco Balbino
John Milton
William Shakespeare

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Glossário

CANAIMÉ - Espírito mal que vive na floresta. Se algum membro tribal


desobedecer a suas leis, Canaimé surge e castiga o infrator
com a morte.

CRUVIANA - Deusa do vento, mãe do alvorecer que chega num


tornado branco acordando os trabalhadores das fazendas, enviando-os
para o trabalho. Ela protege a tribo dos índios-guerreiros, abençoa seu
povo com chuva e fartura de alimentos.

ÍNDIOS-GUERREIROS - Viventes de Taumanan.

JURUPARI - O legislador que entrou no mundo para desfazer a forma


das coisas; criou novas leis e colocou o poder nas mãos dos homens,
deixando as mulheres em segundo plano.

MONTE RORAIMA - Platô fronteiriço, localizado entre o Brasil,


Venezuela e a Guiana Inglesa. Conta a lenda que é berço de
Macunaíma.
MACUNAÍMA - Índio-guerreiro herói da tribo Macuxi.

TAUMANAN - “Paz” na língua Macuxi.

TEPEQUÉM - Serra localizada no município de Amajarí, em Roraima.

PAABA - Deus do povo de Taumanan.

PARURU - Bananeira viçosa.

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O CONTISTA

- Além de jornalista, Michel S. FEITOZA é licenciado em Educação Física, também é autor


da série Educação Física em Quadrinhos, Volumes 1 e 2, onde apresenta mapas mentais de
estudo e uma gama de atividades clássicas em conformidade com as exigências da BNCC
(Base Nacional Comum Curricular), destacando Esportes, Ginástica, Dança, Lutas, Práticas
Corporais de Aventura, Brincadeiras e Jogos.

OUTROS TRABALHOS

- As Aventuras de Juanito & Sua Corda Mágica: Enredo infantil que narra o envolvimento
de uma criança de 4 anos com seus amiguinhos de 9 anos e familiares. A história aborda
ainda o viés didático, estimulando organização, higiene e respeito, além de atividades de
escrita, cores e desenhos.

- Ditos & Odes sob Afrescos para Eclipsar & Aspirar no Varal: A narrativa é uma breve
experiência poética apoiada no Surrealismo de Salvador Dalí, na Renascença de
Michelangelo e demais lapsos acidentais do espaço midiático observados para situar
inusitadas expressões de comunicação. Ou seja, Ditos e Odes... é uma percepção sobre
comportamento, texturas, movimento e toque sustentada numa visão semiótica, buscando
entender como o ser humano consegue interpretar as coisas no ambiente que o envolve. E
sendo alargada em um cordão, a leitura do folhetim estimula ainda mais reflexão e interação
do leitor - até mesmo rabiscando sua opinião nas sombras de cada enredo - enxergando as
pessoas e as demais coisas do universo com outros olhos.

- O Mistério Dentro do Inóspito: Numa vontade de testar a confiança, a curiosidade e


descobrir do que o amor é capaz, Michel S. FEITOZA escreveu “O Mistério Dentro do
Inóspito”, uma saga poética dramática, um labirinto de emoções na perdição do tempo, num
espaço que confunde o sossego do espírito!

AGENTE CULTURAL

- Pelo RR Clube HQ, Michel articulou vários eventos culturais em Boa Vista, dentre eles o
Comics Fãs, destacando os 75 anos do Batman, realizado no Espaço União Operária/UFRR
(Universidade Federal de Roraima); o Hobbit Day, no Overdoze, com apoio do Sesc-RR
(Sistema Social do Comércio em Roraima); Além de participação em Feiras de Ciências em
escolas estaduais e municipais, e inauguração de lojas, como o Diecast RR - Dia da Toalha,
na Mega 3; Diecast RR - Dia do Futuro, Diecast RR - Despertar da Força, ambos no Pátio
Roraima Shopping; Bem como o Cosday na loja Panda Eletrônicos, e o Diecast RR -
Militaria, na Loja GP Mania, ambos no Roraima Garden Shopping; No currículo ainda
consta o Mercado de Pulgas, entre outros, e tudo isso com objetivo de reunir
colecionadores de quadrinhos, figuras de ação, carrinhos e etc.

Instagram: @sales.5150

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CRUVIANA
EM TAUMANAN
DE MACUNAÍMA

Transmitidas oralmente, as lendas e mitos são histórias


contadas por pessoas através dos tempos, agregando episódios
reais e fantásticos referindo situações misteriosas. Dessa forma,
possuindo um forte domínio simbólico, os mitos surgiram
buscando responder o inexplicável sobre os fenômenos da
natureza que a ciência não explica.

Assim, os povos da antiguidade pensaram em diferentes


enredos que pudessem dar sentido às coisas do mundo,
difundindo sapiência, alertando defeitos, perigos e qualidades do
próprio ser. Daí, deuses, heróis, bichos, alienígenas e demais
personagens fictícios ou sobrenaturais agitaram as histórias
sobre a vida e o todo.

Nesta certeza, CRUVIANA EM TAUMANAN DE


MACUNAÍMA engrandece as lendas de Macunaíma e também
do Monte Roraima numa atenção poética referenciada por
Guerra Junqueiro a Mário de Andrade, provocando a interação
do leitor ao encontro de significados curiosos, tentando abrir
caminhos para interpretações diversas, vestindo sua mente com
mensagens sinuosas.

No mais, divirta-se!

Michel S.
FEITOZA

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